LAUDO MINERALÓGICO& AMOSTRA · Mn"DTPA" mg.dm ·3" 36,2" Zn"DTPA ...
Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; Centro de … · 2016. 3. 24. · A olivina ocorre...
Transcript of Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; Centro de … · 2016. 3. 24. · A olivina ocorre...
A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis,
UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e
Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos.
Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de
acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s)
documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença.
Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s)
título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do
respetivo autor ou editor da obra.
Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito
de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste
documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por
este aviso.
Novas rochas basálticas do Litoral de Angola
Autor(es): Andrade, Miguel Montenegro de
Publicado por: Museu e Laboratório Mineralógico e Geológico; Centro de EstudosGeológicos
URLpersistente: http://hdl.handle.net/10316.2/37970
Accessed : 24-Jul-2021 22:47:22
digitalis.uc.ptimpactum.uc.pt
1 9 5 0
Memóriase Notícias
PUBLICAÇÕES DO MUSEU E LABORATÓRIO MINERALÓGICO E GEOLÓGICO E DO CENTRO DE ESTUDOS GEOLÓGICOS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA
N.° 28
NOVAS ROCHAS BASÁLTICAS DO LITORAL DE ANGOLA
POR
Miguel Montenegro de Andrade
Assistente da Faculdade de Ciências de Coimbra e Bolseiro do Instituto para
a Alta Cultura
O Eng.° Alves da Costa, da Repartição Central dos Serviços de Geologia e Minas de Angola, colheu, na estrada litoral Novo Redondo-Lobito, e a cerca de 46 km. da primeira localidade, algumas amostras de rochas de características basálticas, cujo estudo petrográfico constitui o assunto da presente notícia.
O afloramento destas rochas não se encontra assinalado na Carta Geológica de Angola de 1933, constituindo a sua recente descoberta mais um novo subsídio para o conhecimento das rochas basálticas do litoral de Angola.
Cumpre-nos aqui testemunhar o nosso apreço pela forma como este distinto Engenheiro sempre atendeu aos pedidos de amostras de rochas das regiões que iam sendo por ele visitadas.
As rochas cujas descrições se seguem constam dum basalto olivínico e dum basanito tiefelínico.
BASALTO OLIVÍNICO
Macroscopia
Rocha negra, de base afanítica, rica em fenocristais de augite, verde-negros e atingindo com frequência 5 mm.
A percentagem do labrador deve corresponder a cêrca de 40 % da pasta.
As percentagens referem-se ao volume.A olivina ocorre sob a forma de fenocristais, micro-
fenocristais e pequenos grãos mais ou menos alterados corn as dimensões dos restantes componentes da pasta. Quanto aos fenocristais encontram-se geralmente contornados pelos traços das faces correspondentes às formas {100}, {101} e {001}, tendo-se verificado o valor de
21
de diâmetro, xenomórficos a idiomórficos, nalguns dos quais se observa a clivagem, e de olivina, cor de mel, tanto ou mais desenvolvidos que os da augite e, como estes, também de tendência idiomórfica.
Microscopia
A textura desta rocha é francamente porfirítica, com fenocristais bem desenvolvidos e numerosos de augite e de olivina, dispersos numa pasta holocristalina intersectal formada por hastes de labradorite, de dimensões seriadas, grãos e prismas de augite, magnetite esquelectiforme e manchas de produtos de alteração da olivina, cujos grãos, nalguns casos, se encontram ainda pouco afectados.
O cálculo da composição mineralógica real conduziu ao seguinte resultado :
22
77° para o ângulo (101) /\ (101) e a perpendicularidade do plano dos eixos ópticos em relação às faces de {100}. Também aparecem secções contornadas por {010} e {021}, com o valor de 81° para o ângulo (021) /\ (021). O ângulo dos eixos óptico é elevado e o seu sinal óptico negativo. Alguns fenocristais mostram-se corroídos, com as cavidades ocupadas pela pasta. Os fenocristais são límpidos e apenas revelam alteração nos bordos ou ao longo defractu- ras nos produtos comuns da alteração, bowlingite, esverdeada, e iddingsite, acastanhada. Observam-se também faixas estreitas e alongadas que atravessam a olivina, de tom castanho-avermelhado, que atribuímos a infiltrações de hematite.
A augite fenocritalina apresenta-se em cristais mais ou menos automórficos, por vezes maclados. Ligeiramente corados nos núcleos em amarelo-pálido, castanho-pálido ou róseo-pálido, apresentam uma orla violácea, policróica, que nos microfenocristais chega a tomar todo o cristal. Entre a orla e o interior dos fenocristais observam-se uma vez por outra pequenas inclusões. As estructuras zonadas evidenciadas entre nícois cruzados são muito acentuados e originam extinções incompletas. Observam-se nalgumas secções recorrências de cristalização. Notam-se também em alguns fenocristais faixas de infiltrações de óxidos de ferro idênticas às da olivina.
As trabéculas de labrador apresentam, como dissemos já, dimensões seriadas, obedecendo a uma relação entre o comprimento e a largura compreendida entre os valores 2 e 9, competindo ao valor 6 a maior frequência. A composição média da plagioclase obedece à fórmulaAb38 A62..
Quanto ao minério, que ocorre em pequenos grãos esqueletiformes na pasta supomos tratar-se de magnetite, sendo notório o seu estado de frescura.
Na classificação de Johannsen esta rocha corresponde à classe 3, ordem 3, família 12, isto é, a um mela- basalto olivínico, 3312 E.
23
BASANITO NEFELÍNICO
Macroscopia
Trata-se duma rocha de base negra, compacta, afa- nítica, donde se destacam poucos fenocristais de minerais ferromagnesianos e raros salpicos de minerais claros, de brilho vítreo.
Microscopia
Ao microscópio apresenta uma textura porfirítica, com poucos fenocristais dispersos numa base microlítica, holocristalina e intersectal. Os fenocristais constam principalmente de olivina, em secções bem delimitadas, e de augite, estes menos perfeitos e por vezes com uma estreita orla violácea. Os microfenocristais de augite são levemente violáceos e os de olivina parcial ou totalmente alterados em serpentina e bowlingite. Da pasta fazem parte microlitos de labrador, numerosos e pequenos grãos de minérios de ferro, grãos de augite, manchas esverdeadas e acastanhada resultantes da alteração da olivina, uma ou outra pequena secção de nefelina, pequenas manchas e veios incolores ou acastanhados dum mineral que supomos ser analcite, por nalguns casos ser nítida a sua proveniência da nefelina, e biotite. Esporadicamente observam-se zeolites e calcite.
A olivina apresenta o hábito cristalográfico caracte- rístico quando em fenocristais, sendo vulgares as secções contornadas pelos traços das faces correspondentes às formas {100} e {101}. Alguns deles mostram corrosões marginais penetradas pela pasta. Num fenocristal, pelo menos, observámos uma estreita orla mais birrefringente que o núcleo, à qual nos pareceu corresponder uma eve coloração amarelada, possivelmente relacionada com uma percentagem mais elevada de faialite. A olivina é òptica- mente negativa. A alteração em serpentina e nos silicatos
24
de ferro comuns iniciou-se ao longo de fracturas ou nos bordos dos cristais, progredindo daí para o resto, de modo a invadir por completo um ou outro fenocristal.
A augite dos fenocristais é ligeiramente corada de castanho-pálido, verificando-se nalguns uma pequena orla levemente violácea. Apesar disto a augite da pasta não se mostra violácea mas sim castanho-pálida. Òpticamente positiva a extinção máxima observada foi de 45°. Notaram-se algumas germinações em ampulheta. A augite da pasta apresenta-se em pequenos grãos ou em prismas curtos, com o predomínio destes.
Da composição da pasta faz parte uma biotite muito fresca castanha e assaz policróica.
As manchas isotróicas relacionam-se, por vezes, com alguns restos de nefelina intacta. Mostram-se hialinas e incolores, ou turvas e acastanhadas, e de refringên- cia inferior ao bálsamo, pelo que supomos tratar-se de analcite.
.Quanto à nefelina, aparece em plagas hialinas com as propriedades ópticas habituais e frequentemente alterada em analcite.
Observaram-se algumas pequenas manchas de cal- cite a uma das quais se associava uma zeolite incolor, birrefringente, de extinção recta, possivelmente natrolite.
O minério abunda na constituição da pasta e deve corresponder à magnetite.
Numa das lâminas desta rocha encontrámos um pequeno enclave doutra rocha alcalina, a ajuizar pela presença de pequenos prismas duma piroxena verde, egirí- nica, entre productos de alteração de aspecto turvo e tom acastanhado.
Como a «Carta Geológica de Angola» assinala próximo da região donde provêm as rochas aqui descritas um afloramento de rochas alcalinas é natural admitir-se que o enclave observado tenha sido arrancado pela erupção basáltica a qualquer formação dessas rochas e englobado no magma que cristalizou no basanito.
M. Montenegro de Andrade—Novas Rochas Basálticas do Litoral de Angola Est. I
(Página deixada propositadamente em branco)
S U M M A R Y
The two rocks described in this note under the name olivine- -basalt and nepheline-basanite are the first indication of the existence of basaltic occurrences from the littoral between Novo Redondo and Lobito.
The texture of these two rocks is holocrystalline-porphyritic and the constituents are as follows:
Olivine-basalt
The figures refer to volumes per cent.
Nepheline-basanite
Phenocrysts : olivine > augite.
Groundmass : labradorite, augite, olivine, magnetite, nepheline, biotite, analcime, zeolites (natrolite?) and calcite.
It is a pleasure to the writer to express his thanks to Eng.° Alves da Costa for the samples of the rocks here described.