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IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH/SE O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64 Museus de Sergipe: documentação na Museologia e RA (Realidade Aumentada) Raphael Vladmir Costa Reis RESUMO Museus de Sergipe” é um projeto de utilidade pública concebido para conferir visibilidade aos museus do Estado de Sergipe, tencionando estimular a sustentabilidade local e regional, enfatizando a memória, cultura e patrimônio. Seus objetivos consistem, majoritariamente, em identificar e registrar os lugares de memória sergipanos com perfil museal e pesquisar a documentação museológica nas instituições visitadas, imprimindo uma perspectiva singular para os museus de Sergipe mediante análise acurada de seus acervos. Busca-se, ainda, digitalizar as instituições sergipanas de sete regiões, aplicando a tecnologia da Realidade Aumentada (RA) na topografia museal, acondicionando-a ao sistema eletrônico, que abriga os verbetes do Véritas Mouseion, dicionário eletrônico de termos museológicos. Para tanto, evoca-se a criação e o desenvolvimento de dois sistemas de autoria realidade aumentada, que são denominados “Espacial” e “Temporal”. Palavras-chaves: museus sergipanos, documentação, realidade aumentada Graduando em Museologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS); Bolsista PIBIC/CNPq-UFS E-mail: [email protected]

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O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64

Museus de Sergipe: documentação na Museologia e RA (Realidade

Aumentada)

Raphael Vladmir Costa Reis

RESUMO

Museus de Sergipe” é um projeto de utilidade pública concebido para conferir

visibilidade aos museus do Estado de Sergipe, tencionando estimular a sustentabilidade

local e regional, enfatizando a memória, cultura e patrimônio. Seus objetivos consistem,

majoritariamente, em identificar e registrar os lugares de memória sergipanos com perfil

museal e pesquisar a documentação museológica nas instituições visitadas, imprimindo

uma perspectiva singular para os museus de Sergipe mediante análise acurada de seus

acervos. Busca-se, ainda, digitalizar as instituições sergipanas de sete regiões, aplicando

a tecnologia da Realidade Aumentada (RA) na topografia museal, acondicionando-a ao

sistema eletrônico, que abriga os verbetes do Véritas Mouseion, dicionário eletrônico de

termos museológicos. Para tanto, evoca-se a criação e o desenvolvimento de dois

sistemas de autoria realidade aumentada, que são denominados “Espacial” e

“Temporal”.

Palavras-chaves: museus sergipanos, documentação, realidade aumentada

Graduando em Museologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS); Bolsista PIBIC/CNPq-UFS

E-mail: [email protected]

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INTRODUÇÃO

A ruptura paradigmática concebida aos museus e instituições culturais

congêneres, deliberadamente fundamentada pelas mesas redondas de Caracas (1992) e

Santiago (1972), prescreveu uma gama de transformações sem precedentes, sobretudo

no que concerne as suas respectivas intervenções no meio social. Destarte, a execução

dos processos de pesquisa, preservação, documentação e salvaguarda foram

potencializados em detrimento ao conservadorismo atípico daquelas instituições,

emergindo uma categoria museal incumbida de converter informações implícitas em

conhecimento sistematizado.

Em uma contextualização universal, sobretudo durante a segunda metade do

XIX e início do XX, predominavam duas tipologias bem definidas de museus: aquelas

fundamentadas no engajamento da cultura nacional, bem como instituições voltadas

para pesquisas das Ciências Naturais, subproduto do movimento científico em vigor.

Com efeito, no plano nacional, estes museus enciclopédicos esvaíram-se com o advento

de pressupostos que rechaçaram a teoria evolucionista.

Conforme as assertivas de Julião (2009), por conseguinte, a autora reitera que a

questão da nação angariou notoriedade no Brasil a partir da criação do Museu Histórico

Nacional, em 1922. Para tanto, ela afirma:

O MHN rompeu com a tradição enciclopédica, inaugurando um

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modelo de museu consagrado à história, à pátria, destinado a

formular, através da cultura material, uma representação de

nacionalidade. Resultado do empenho de intelectuais, apoiados pelo

Estado, e tendo a frente Gustavo Barroso, diretor da instituição de

1922 a 1959, o MHN foi crido com o objetivo de educar o povo.

Tratava-se de ensinar a população a conhecer o passado, de modo a

incentivar a tradição e a formação cívica. (JULIÃO, 2009: 22)

Tendo em vista este comedido prelúdio acerca das metamorfoses pragmáticas

dos museus, a presente produção consiste em um projeto de pesquisa unívoco e

precursor, sobretudo na esfera acadêmica, concomitantemente vinculado a utilidade

pública. Para efeito de análise, direciona seus propósitos para a valorização dos museus

de Sergipe, estimulando a criação dos mecanismos de fomento que sacramentem a

sustentabilidade regional/local, visando preencher as lacunas de uma política de museus

deficitária, enfatizando a cultura, memória e o patrimônio do nosso Estado.

Visando, por conseguinte, alcançar os resultados propostos elencamos as 7

regiões que integrarão as etapas de análise empírica. Encontram-se, dentre elas, o Alto

Sertão - sede em Nossa Senhora da Glória; Baixo São Francisco - sede em Propriá;

Agreste Central - sede em Itabaiana; Centro Sul - sede em Lagarto; Leste Sergipano -

sede em Socorro; Grande Aracaju e Sul Sergipano - sede em Estância.

Todos os fenômenos pertinentes ao amálgama dos princípios museais (cultura,

memória e patrimônio), portanto, serão submetidos a um acurado processo de análise,

visando auferir as díspares interpretações dos atores sociais, que estarão envolvidos no

exercício da pesquisa, em sua iminente dialética com os museus. Além, de fato,

identificar e registrar os lugares de memória, cadastrados ou não ao Instituto Brasileiro

de Museus (IBRAM), pesquisar a documentação museológica nas instituições

visitadas; imprimir um olhar singular para os museus de Sergipe, a partir de seus

acervos; e outorgar a tecnologia aplicada à Museologia na topografia museal do Estado,

requerendo a RA (Realidade Aumentada) como um recurso imprescindível para a

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execução do exercício proposto, acondicionando-os ao Véritas Mouseion, dicionário

eletrônico de termos museológicos.

Deve-se salientar, entretanto, que algumas instituições sistematicamente

visitadas não estão em atenuante consonância com os ditames da Política Nacional de

Museus1. Logo, embora detentoras de robusto acervo particular, estes pequenos

memoriais jamais foram catalogados, mas representam contundentemente a

singularidade desta atividade. Em contrapartida a esta realidade, alguns são

iminentemente providos de autonomia financeira ou, como de praxe, estabelecem

parcerias com empresas privadas.

Destarte, após acurados critérios de seleção para escolha de uma instituição a ser

dissecada neste exercício, chegamos a um denominador comum, concluindo que seria

pertinente conferir visibilidade ao Centro de Memória Eleitoral Desembargador José

Antônio de Andrade Góes, localizado em Aracaju-SE. Logo, para efeito de análise,

abordar-se-á discussões acerca dos conceitos que permeiam a concepção de memorial,

trajetória da instituição e, sobretudo, os métodos designados ao processo de

documentação. Após esta investigação, fazendo jus aos principais objetivos propostos

pelos ditames da atividade, elucidar-se-á a natureza funcional do referido protótipo RA,

ferramenta relevante para a tecnologia aplicada à Museologia.

CENTRO DE MEMÓRIA ELEITORAL DES. JOSÉ ANTÔNIO DE ANDRADE

GÓES - CEMEL/TRE: CONCEPÇÃO, HISTÓRICO INSTITUCIONAL E

DOCUMENTAÇÃO

Embora a literatura museológica disponibilize várias discussões teóricas

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pertinentes sobre a concepção de museu e suas tipologias, ainda é escassa a delimitação

conceitual acerca dos centros de memória e por isso optou-se por esta conceituação,

vinculada à Ciência da Informação, segundo à qual os centros de memória:

constituem-se como setores responsáveis pela definição e aplicação

de uma política sistemática de resgate, avaliação, tratamento técnico

e divulgação de acervos e, principalmente, pelos serviços de

disseminação do conhecimento acumulado pela empresa e de fontes

de interesse histórico [...] [que garantam] a manutenção racional e

sucessiva de conhecimento produzido cotidianamente, sem acúmulo

desnecessário, perda ou dispersão de documentos que expressam a

evolução da empresa e fundamentam a formação de sua cultura, seus

valores e seu capital intelectual (GAGETE; TOTINI, 2004, p. 124

apud FONTANELLI, 2005: 83).

O Conselho Internacional de Museus (ICOM) para caracterizar as instituições

com perfil museal e dentre elas os memoriais e suas competências, grosso modo, define

museu como “uma instituição permanente, sem fins lucrativos, que conserva e expõe

coleções de objetos de caráter cultural”.

Como um dos princípios norteadores desta discussão, salienta-se a proposição do

ex-coordenador do Memorial da Câmara, o Doutor em educação Jorge Barcellos. Em

seu artigo, Barcellos (1999) reitera a existência de duas ramificações de memorial: as

que atuam como palco de homenagem, bem como aquelas incumbidas de conceber

atividades pertinentes a um centro cultural. O primeiro caso, destarte, remete a

instituições cujo objetivo consiste em prestar homenagens póstumas, tendo seu

funcionamento como ilustração veemente de sua tipologia. A produção ressalta, ainda,

as mais famosas unidades do gênero que foram constituídas no mundo, como o

Memorial Diana Spencer, cuja missão está intrinsicamente vinculada a narrar a

passagem de Lady pelo Palácio de Kesington; e o Memorial John F. Kennedy,

localizado em Washington.

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Já o segundo caso, por conseguinte, estabelece uma conexão dos memoriais

como centros de cultura, capitaneando atividades pertinentes à promoção de atividades

culturais. Segundo Barcellos, eles configuram-se como:

Grandes centros culturais. Levam o nome de memorial, mas em

realidade, são o cenário para as mais diferentes atividades culturais,

da música as artes plásticas, imitando, de certa forma, as Secretarias

de Cultura de Estado [...] Seu perfil de atuação é agregativo,

funcionando como memorial e agregando várias funções: centro

cultural, centro de convenções e etc. (BARCELLOS, 1999: 03-05).

Partindo destes pressupostos, vale reiterar as assertivas de Ana Maria da Costa

Leitão (2013), pós-graduada em Museologia e membro do Conselho de Assessoria do

Museu de Imigração da Argentina, visando subsidiar e singularizar as discussões

pertinentes ao conceito de memorial. Em seu artigo, intitulado "Memoriais são um novo

gênero de museu?", a autora deflagra debates acerca do itinerário conceitual de

memorial, contrapondo-se a algumas proposições de Jorge Barcellos.

Conforme Leitão (2013), mediante análise em perspectiva comparada com

pressupostos filosóficos, a definição conceitual de memorial não deve, de fato, vincular-

se a parâmetros de natureza tipológica. Para tanto, ela afirma que "Os memoriais são

monumentos à memória, onde a cultura material seria, portanto, meio e não fim."

(LEITÃO, 2013: 09-10).

Dentro destas circunstâncias de inconsistência teórica, encontra-se o Centro de

Memória Eleitoral Des. José Antônio de Andrade Góes - CEMEL/TRE, localizado nas

instalações do TRE/SE - Centro Administrativo Governador Augusto Franco, Bairro

Capucho. Durante a gestão do jurista que concedeu o nome da instituição, iniciada em

meados de 1999, foi constituído o Programa Cidadão, cujo objetivo consistia em

organizar o acervo documental dos cartórios eleitorais regionais. Após a resolução nº

15, promulgada em novembro de 2000, é oficializada a criação do CEMEL.

Com efeito, ao término das eleições municipais daquele ano, uma comissão

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prontificou-se a cumprir um programa de pesquisa sistematizado acerca de alguns

períodos da historiografia eleitoral de Sergipe, desenvolvendo atividades concernentes a

análise, seleção e organização dos materiais. Com isto, após a concretização dos

ditames prescritos pelo projeto do TRE, o CEMEL é inaugurado em 06/02/2001.

Sua missão institucional consiste em recuperar, preservar e disseminar a

trajetória das eleições em Sergipe mediante exposição de objetos, iconografias e

documentos que compuseram a evolução dos processos eleitorais de nosso Estado.

Outro aspecto imprescindível a se ressaltar, também, é o processo de

documentação dos objetos expostos. Esta etapa da cadeia operatória museológica,

comumente aplicada em memoriais e instituições afins, é parte integrante da Ciência da

Informação e deve, por excelência, proporcionar a comunicação entre acervo e visitante,

acondicionando a construção de conhecimento (YASSUDA, 2009).

Em síntese, a referida autora afirma que a documentação é incumbida de

converter as informações implícitas, que estão perpetradas no acervo, em conhecimento

sistematizado, cumprindo proficuamente sua proposta de inter-subejtividade. O

CEMEL, contudo, em virtude da exiguidade de profissionais instruídos para tal

atividade, não disponibiliza uma programa bem definido de documentação para registar

a aquisição dos objetos expostos, segundo informações do técnico administrativo do

arquivo, que compartilha do âmbito do CEMEL, Heribaldo Vilanova.

Para dirimir esta problematização, a gerência administrativa do CEMEL, no uso

de suas atribuições, oficializou um convênio com o Núcleo de Museologia da

Universidade Federal de Sergipe. Embora embrionário, este projeto propõe alguns

vértices norteadores, a saber: remontagem da exposição permanente, concepção de

exposições itinerantes, elaboração de um programa de documentação acervística e

conferir visibilidade a instituição.

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TECNOLOGIA APLICADA À MUSEOLOGIA – REALIDADE AUMENTADA

Desde o século XX, mas fundamentalmente com a chegada ao século XXI,

novos paradigmas culturais emergem no processo de expansão das novas tecnologias de

informação e comunicação, do ciberespaço, do mercado globalizado, do uso da

comunicação digital e da internet. Assim, a cultura material e imaterial encontra uma

nova linguagem para comunicar sua historicidade, sua identidade e seu valor de bem

patrimonial.

A política de comunicação é a discussão de como a instituição quer

dialogar com a sociedade, como conceitua o seu público e como

propõe formas de interação. Define o alcance comunicacional do

museu e engloba exposição e educação (CURY, 2008: 10).

O desenvolvimento tecnológico da topografia digital dos museus de Sergipe via

aplicação da Realidade Aumentada (RA), perfazendo a integração de informações

virtuais a visualizações do mundo real (como, por exemplo, através de uma câmera).

Desse modo, propõe-se agregar aos museus do Estado de Sergipe recursos tecnológicos,

estimulando assim a criação de novas dialéticas a serem propostas no binômio

“sociedade e o patrimônio” aplicado às ações museológicas que podem ser definidas no

plano de “cibercultura museal” (MELLO, 2013).

De acordo com a conceituação de Tom Caudell e David Mizell, da Boeing, do

início dos anos 1990, a Realidade Aumentada (RA) é compreendida como: “uma

combinação de uma cena real, vista por um utilizador, com uma cena virtual, gerada por

computador, que acrescenta informação à cena real (“aumenta a cena”)” (SOUZA;

SILVA, 2009/2010).

Para efeito de análise, pensa-se na Realidade Ampliada fora de ambientes

fechados, sobretudo no uso de GPS e sensores de orientação que permitem aos sistemas

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de computação levarem a RA para ambientes mais amplos e abertos. Portanto, seguem

anexas algumas imagens que ilustram a natureza funcional desta ferramenta.

Imagem disponível em: http://www.itouchbr.com.br/2013/09/04/especial-realidade-aumentada/

Imagem disponível em: http://ronyana.blogspot.com.br/2010/11/realidade-aumentada-vai-

melhorar-ensino.html

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Imagem disponível em: http://projetual.com.br/a-realidade-aumentada-na-publicidade/

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tendo em vista a elucidação de todos os aspectos pertinentes ao exercício deste

projeto, configura-se como salutar executá-lo de maneira profícua, obedecendo a

realidade institucional de cada museu e lugares de memória visitados. Portanto, é

proeminente reiterar que, embora detentor de rico acervo particular, o CEMEL,

veementemente alocado no curso desta produção, é desprovido de programas bem

definidos de documentação e, sobretudo, visibilidade. A aplicação destas diretrizes,

contudo, modificarão a realidade da instituição.

É sabido, portanto, que os objetivos traçados pelo projeto configuram-se como

imprescindíveis para a concretização deste. Em síntese, as proposições engendradas

aqui serão de eloquente relevância para a continuidade do legado dos museus

sergipanos, sobretudo de seus lugares de memória.

Com efeito, embora “embrionário”, este trabalho de natureza precursora

disponibilizará uma parcela de contribuição insofismável para a valorização de nossas

instituições, servindo de parâmetro para a constituição de atividades do gênero.

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