MÚSICA // 06 MAIO’16 ORQUESTRA · PDF filePROGRAMA JOLY BRAGA SANTOS: Abertura...

8
ORQUESTRA GULBENKIAN MAESTRO PEDRO NEVES | SOLISTA MÁRIO LAGINHA LOCAL DE APRESENTAÇÃO SÉ DE VISEU MÚSICA // 06 MAIO’16 © Márcia Lessa

Transcript of MÚSICA // 06 MAIO’16 ORQUESTRA · PDF filePROGRAMA JOLY BRAGA SANTOS: Abertura...

ORQUESTRA GULBENKIAN

maestro PEDRO NEVES | solista MÁRIO LAGINHA

LOCAL DE APRESENTAÇÃO SÉ DE VISEU

MÚSICA // 06 MAIO’16

© M

árci

a Le

ssa

75 min. c/ intervalo

m/ 8 anos

ORQUESTRA GULBENKIAN

Em 1962, a Fundação Calouste Gulbenkian de-

cidiu estabelecer um agrupamento orquestral

permanente. No início constituído apenas por

doze elementos, foi originalmente designa-

do por Orquestra de Câmara Gulbenkian. Na

temporada 2012-2013, a Orquestra Gulbenkian

(denominação adotada desde 1971) celebrou

50 anos de atividade, período ao longo do qual

foi sendo progressivamente alargada, con-

tando hoje com um efetivo de sessenta e seis

instrumentistas que pode ser pontualmente

expandido de acordo com as exigências dos

programas executados. Esta constituição per-

mite à Orquestra Gulbenkian a abordagem in-

terpretativa de um amplo repertório, desde o

Barroco até à música contemporânea. Obras

pertencentes ao repertório corrente das gran-

des formações sinfónicas tradicionais, no-

meadamente a produção orquestral de Haydn,

Mozart, Beethoven, Schubert, Mendelssohn ou

Schumann, podem ser dadas pela Orquestra

Gulbenkian em versões mais próximas dos

efetivos orquestrais para que foram original-

mente concebidas, no que respeita ao equilí-

brio da respetiva arquitetura sonora interior.

Em cada temporada, a Orquestra realiza uma

série regular de concertos no Grande Audi-

tório Gulbenkian, em Lisboa, em cujo âmbito

tem tido ocasião de colaborar com alguns dos

maiores nomes do mundo da música (maes-

tros e solistas). Atuando igualmente em diver-

sas localidades do país, tem cumprido desta

Atividade programada

no âmbito das comemorações

Apoios

CABIDO DA SÉ

PROGRAMA

JOLY BRAGA SANTOS:

Abertura Sinfónica n.º 3

MÁRIO LAGINHA:

Concerto para Piano e Orquestra

intervalo

LUDWIG VAN BEETHOVEN:

Sinfonia n.º 5, em Dó menor, op. 67

forma uma significativa função descentralizadora. No plano internacional, por sua vez,

a Orquestra Gulbenkian tem vindo a ampliar gradualmente a sua atividade, tendo até

agora efetuado digressões na Europa, na Ásia, em África e nas Américas.

No plano discográfico, o nome da Orquestra Gulbenkian encontra-se associado às edi-

toras Philips, Deutsche Grammophon, Hyperion, Teldec, Erato, Adès, Nimbus, Lyrinx,

Naïve e Pentatone, entre outras, tendo esta sua atividade sido distinguida desde muito

cedo com diversos prémios internacionais de grande prestígio.

Paul McCreesh é o atual Maestro Titular da Orquestra Gulbenkian, sendo Susanna

Mälkki a Maestrina Convidada Principal e Joana Carneiro e Pedro Neves os Maes-

tros Convidados. Claudio Scimone, titular entre 1979 e 1986, é Maestro Honorário, e

Lawrence Foster, titular entre 2002 e 2013, foi nomeado Maestro Emérito.

JOLY BRAGA SANTOS

ABERTURA SINFÓNICA N.°3

A Abertura Sinfónica n.°3 de Joly Braga

Santos, datada de 1954, foi escrita so-

bre um tema original alentejano. Des-

de 1948, o compositor tinha estudado

o folclore desta região, recolhendo nu-

merosas melodias e procurando expri-

mir nalgumas das suas obras não só o

estilo da música como o próprio cará-

ter da paisagem alentejana.

A tendência polifónica e a tendência

modal, muito peculiares na sua lingua-

gem, deram-lhe a possibilidade de tra-

tar o folclore sem alterar o seu caráter

e de realizar algo de novo sem modifi-

car, na essência e no espírito, os ma-

teriais que o inspiraram. Entre outras

obras de Joly Braga Santos que, direta

ou indiretamente, se podem conside-

rar como pertencentes a esta corrente

alentejana devem citar-se a 3.ª e 4.ª

Sinfonias, o Concerto para Cordas e as

Variações sobre um tema alentejano.

A Abertura Sinfónica n.°3 está cons-

truída segundo a forma clássica: uma

introdução lenta, em que a trompa faz

ouvir o tema de alentejano; um allegro

com dois temas, sendo o primeiro deri-

vado do tema da introdução; uma parte

central, correspondente ao período de

desenvolvimento, em que surge ain-

da um terceiro tema; a reexposição;

e para terminar, um novo desenvolvi-

mento sobre o tema inicial.

MÁRIO LAGINHA

CONCERTO PARA PIANO E ORQUESTRA

O concerto para piano está entre algum

do reportório musical que mais me apai-

xonou ao longo dos anos. Mozart, Bee-

thoven, Brahms, Schumann, Prokofiev,

Rachmaninoff, Ravel entre outros, es-

creveram concertos com uma inspiração

e uma técnica orquestral que facilmente

fazem alguém como eu sentir-se inti-

midado com a perspetiva de também o

tentar fazer. Decidi, assim, que tinha que

pôr de lado esse peso e encarar a tare-

fa com a mesma descontração com que

componho para formações bem mais pe-

quenas. As minhas influências passam

por muitos dos compositores que referi,

mas também pelo jazz, a música étnica,

etc, etc.

Talvez seja um pouco redutor, mas pa-

rece-me aceitável dizer que a linguagem

do jazz se desenvolveu afastando-se do

universo clássico. A forma como se to-

cam os instrumentos, o som que se tira

deles, as próprias formações, tudo isso

conferiu uma identidade muito própria

ao jazz. Por essa razão, pode parecer

um contrasenso tentar reaproximar

aquilo que naturalmente se separou.

Mas não é assim que eu vejo a questão.

O meu universo musical é forçosamente

contaminado pelas características que

me atraem em qualquer estilo de músi-

ca. Aquilo que eu pretendo fazer é sim-

plesmente tentar perceber o que posso

utilizar, como devo utilizar e quando uti-

lizar essas características. É um terreno

difícil, mas não foi o risco que me fez de-

sistir de experimentar.

Mário Laginha

LUDWIG VAN BEETHOVEN

SINFONIA N.º 5, EM DÓ MENOR, OP. 67

A Sinfonia n.º 5 de Ludwig van Beethoven

foi composta entre 1804 e 1808 e dedi-

cada ao Príncipe Lobkowitz e ao Conde

Rasumovsky. O concerto da estreia, no

Theater an der Wien, em Viena, foi diri-

gido pelo próprio compositor não tendo

no entanto havido relatos de grande en-

tusiasmo por parte do público. Apenas

um ano e meio depois, o crítico, compo-

sitor e novelista E. T. A. Hoffman descre-

veria a Sinfonia n.º 5 de Beethoven como

“uma das mais importantes obras” do

seu tempo. Rapidamente esta sinfonia

se afirmaria como um ícone da música

clássica, revelando-se um marco para

os sinfonistas das gerações seguintes.

Escrita num momento pessoal em que

a surdez de Beethoven se evidenciava

cada vez mais e num momento políti-

co marcado por instabilidade e pelas

Guerras Napoleónicas, esta obra cara-

teriza-se por uma grande ambiguidade

e tensão. Beethoven dava então con-

tinuidade à ideia de uma fase Heroica,

anteriormente inaugurada com a sua

Sinfonia n.º 3.

PEDRO NEVESPedro Neves é maestro titular da Or-

questra Clássica de Espinho, assumin-

do recentemente o cargo de maestro

convidado da Orquestra Gulbenkian.

Atualmente é doutorando na Universi-

dade de Évora, sendo o seu objeto de

estudo as seis sinfonias de Joly Braga

Santos.

Pedro Neves foi maestro titular da Or-

questra do Algarve entre 2011 e 2013,

e é convidado regularmente para di-

rigir a Orquestra Sinfónica do Porto

Casa da Música, a Orquestra Sinfónica

Portuguesa, a Orquestra Metropolita-

na de Lisboa, a Orquestra Filarmonia

das Beiras, a Orquestra Clássica do

Sul, a Orquestra Clássica da Madeira,

a Joensuu City Orchestra (Finlândia),

a Orquestra Sinfónica de Porto Alegre

(Brasil) e a Real Filharmonia Galicia

(Espanha). Em 2012, colaborou pela

primeira vez com a Companhia Nacio-

nal de Bailado dirigindo a Bela Adorme-

cida, de P. Tchaikovsky.

No âmbito da música contemporânea

tem colaborado com o Sond’arte Elec-

tric Ensemble, com o qual realizou

estreias de vários compositores por-

tugueses e estrangeiros, realizando

digressões pela Coreia do Sul e Japão,

com o Grupo de Música Contemporâ-

nea de Lisboa e com o Remix Ensemble

Casa da Música.

É fundador da Camerata Alma Mater,

que se dedica à interpretação de reper-

tório para orquestra de cordas, e com a

qual tem recebido uma elogiosa acei-

tação por parte do público e da critica

especializada.

Pedro Neves iniciou os seus estudos

musicais na sua terra natal, estudou

violoncelo com Isabel Boiça, Paulo

Gaio Lima e Marçal Cervera, respetiva-

mente no Conservatório de Música de

Aveiro, Academia Nacional Superior de

Orquestra em Lisboa e Escuela de Mú-

sica Juan Pedro Carrero em Barcelona,

com o apoio da Fundação Gulbenkian.

No que diz respeito à direção de or-

questra estudou com Jean Marc Burfin,

obtendo o grau de licenciatura na Aca-

demia Nacional Superior de Orquestra,

com Emilio Pomàrico em Milão e com

Michael Zilm, do qual foi assistente. O

resultado deste seu percurso faz com

que a sua personalidade artística seja

marcada pela profundidade, coerência

e seriedade da interpretação musical.

MÁRIO LAGINHACom uma carreira que leva já mais de

duas décadas, Mário Laginha é habi-

tualmente conotado com o mundo do

jazz. Mas se é verdade que os primór-

dios do seu percurso têm um cunho

predominantemente jazzístico – foi um

dos fundadores do Sexteto de Jazz de

Lisboa (1984), criou o decateto Mário

Laginha (1987) e lidera ainda hoje um

trio com o seu nome -, o universo mu-

sical que construiu com a cantora Ma-

ria João é um tributo às músicas que

sempre o tocaram, a começar pelo jazz

e passando pelas sonoridades brasi-

leiras, indianas, africanas, pela pop e

o rock, sem esquecer as bases clás-

sicas que presidiram à sua formação

académica e que acabariam por ditar

o seu primeiro e tardio projeto a solo,

inspirado em Bach (Canções e Fugas,

de 2006).

Mário Laginha tem articulado uma

forte personalidade musical com uma

vontade imensa de partilhar a sua arte

com outros músicos e criadores. Desde

logo, com Maria João, de que resultou

um dos projetos mais consistentes e

originais da música portuguesa, com

mais de uma dezena de discos e mui-

tas centenas de concertos em salas e

festivais um pouco por todo o mundo

(festivais de Jazz de Montreux, do Mar

do Norte, de San Sebastian, de Mon-

treal...).

Em finais da década de oitenta iniciou

uma colaboração, que se mantém até

hoje, com o pianista clássico Pedro

Burmester, com quem gravaria um

disco, e que seria alargada a Bernardo

Sassetti em 2007 no projeto 3 pianos,

com a gravação de um CD e um DVD,

além de uma dezena de concertos com

fortíssima repercussão na crítica e no

público. Até ao seu inesperado desa-

parecimento, Bernardo Sassetti foi, de

resto, um parceiro e cúmplice de Mário

Laginha em muitas dezenas de concer-

tos e em dois discos gravados, o último

dos quais dedicado à música de José

Afonso.

Com uma sólida formação clássica,

Mário Laginha tem escrito para for-

mações tão diversas como a Big Band

da Rádio de Hamburgo, Big Band de

Frankfurt, a Orquestra Filarmónica de

Hannover, Orquestra Metropolitana de

Lisboa o Remix Ensemble da Casa da

Música, o Drumming Grupo de Percus-

são e a Orquestra Sinfónica do Porto.

E tem tocado, em palco ou em estúdio,

com músicos excecionais como Wol-

fgang Muthspiel, Trilok Gurtu, Tcheka,

Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal,

Ralph Towner, Manu Katché, Dino Sa-

luzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles,

Steve Argüelles, Howard Johnson ou

Django Bates. Compõe também para

cinema e teatro.

A obra mais recente do trio partilha-

do com Bernardo Moreira e Alexandre

Frazão é Mongrel, um trabalho que

partiu de temas originais de Chopin,

transformados para a linguagem pes-

soal do pianista. Iridescente, gravado

na Fundação Calouste Gulbenkian, é

a sua última aventura musical com a

cantora Maria João.

Colabora, desde 2012, com o pianista

brasileiro André Mehmari, tendo sido

editado um disco em duo, gravado ao

vivo, com música original de ambos,

contando já com vários concertos no

Brasil e em Portugal.

Em finais de 2013, Mário Laginha e o

seu Novo Trio, com o guitarrista Miguel

Amaral e o contrabaixista Bernardo

Moreira, lançaram Terra Seca, um dis-

co que desbrava novos caminhos para

o jazz e a música portuguesa.

Vivace Dão · Quinta do Perdigão • Litocar • Sostenuto Abyss & Habidecor • Allegro BMC CAR • Quinta das Marias • Tipografia Beira Alta • Moderato Família Caldeira Pessanha • Ladeira da Santa • Quinta da Fata • UDACA • Andante Farmácia Avenida • Grupo de Amigos do Museu Grão Vasco • Adágio Amável dos Santos Pendilhe • Ana Maria Albuquerque Sousa • Ana Maria Ferreira de Carvalho • Ana Paula Ramos Rebelo • António Cândido Rocha Guerra Ferreira • Benigno Rodrigues • Centro de Saúde Familiar de Viseu, Lda. • Eduardo Melo e Ana Andrade • Fernanda de Oliveira Ferreira Soares de Melo • Fernando Figueiredo Augusto • Fernando Soares Poças Figueiredo e Maria Adelaide Seixas Poças • Geraldine de Lemos • Isabel Pais e António Cabral Costa • Isaías Gomes Pinto • João José Garcia da Fonseca e Maria José Agra Regala da Fonseca • João Luís Veiga Fernandes • João Pedro Lopes Simões e Litao Huang • José Gomes • José Luís Abrantes • Júlia Alves • Júlio da Fonseca Fernandes • Magdalena Rondeboom e Pieter Rondeboom • Maria de Fátima Ferreira • Maria de Lurdes Poças • Maria Isabel Oliveira • Marina Bastos • Martin Obrist e Maria João Obrist • Miguel Costa e Mónica Sobral • Nanja Kroon • Patrícia Morgado Santos • Paula Nelas • Paulo Marques • Raquel Balsa • Raul Albuquerque e Vitória Espada • Ricardo Jorge Brazete e Silva e Maria da Conceição e Silva • 3XL Segurança Privada • Júnior Beatriz Afonso Delgado • Eduardo Miguel de Amorim Barbosa • Maria Carolina Martins • Maria Leonor Martins • Matilde Figueiredo Alves • Pedro Dinis de Amorim Barbosa • Rafael Cunha Ferreira • E outros que optaram pelo anonimato.

Paulo Ribeiro Diretor-geral e de Programação • José Fernandes Diretor Administrativo • Paula Garcia Diretora Adjunta • Sandra Correia Assessora Administrativa e Financeira • Raquel Marcos Assistente de Direção • Maria João Rochete Responsável de Produção • Carlos Fernandes Assistente de Produção • Nelson Almeida, Paulo Matos e Pedro Teixeira Técnicos de Palco • Ana Filipa Rodrigues Técnica de Comunicação e Imprensa • Teresa Vale Produção Gráfica • Gisélia Antunes Bilheteira • Emanuel Lopes Técnico de Frente de Casa • Consultores Maria de Assis Swinnerton Programação • Colaboradores António Ribeiro de Carvalho Assuntos Jurídicos • José António Loureiro Eletricidade • Contraponto Contabilidade • Paulo Ferrão Coordenação Técnica de Palco • José António Pinto Informática • Cathrin Loerke Design Gráfico • Acolhimento do Público Ana Rilho, André Rodrigues, Bruna Pereira, Bruno Marques, Carla Silva, Catarina Ferreira, Daniela Fernandes, Franciane Maas, Francisco Pereira, Joana Rita, Joel Fernandes, João Almeida, Lucas Daniel, Luís Sousa, Neuza Seabra, Roberto Terra, Ricardo Meireles, Rui Guerra, Sandra Amaral, Sara Cerdeira, Soraia Fonseca e Vania Silva • Colaboração Técnica

Próximo espetáculo

DANÇA07 MAI

PROJETO CONTINUADO (2015)de JOÃO DOS SANTOS MARTINS

sáb 21h30 | 135 min. | m/ 12 anospreço A: 103 (plateia e camarotes)/ 7,503 (frisas frontais)/ 53 (frisas laterais)// descontos aplicáveis

© J

osé

Carl

os D

uart

e

MECENAS

APOIO À DIVULGAÇÃO

estrutura financiada por: