Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

38
MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA MUNDIALIZAÇÃO Michel Nicolau Netto Michel Nicolau Netto Michel Nicolau Netto Música brasileira e identidade nacional na mundialização Tanto a música digital, quanto nacional ou re- gional, para se afirmarem no mercado fonográfico mundial, malgrado suas diferenças sonoras e sim- bólicas, devem valorizar um traço específico: o país de origem. Nenhuma delas se apresenta como “apátrida”, pelo contrá- rio, todas, em princípio, participariam da “marca Brasil”, e podem, inclusive, ser impulsionadas por uma política empresarial. Mú- sicas-produtos, ajustadas ao universo transnacional do consumo, no qual as tradições e o passado da terra natal encontram-se apagados e reescritos no âmbito da modernidade- mundo. Renato Ortiz

description

Lançamento do livro "Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização". Michel Nicolau Netto. Editora Annablume/Fapesp.Neste livro - resultado de minha pesquisa de mestrado em sociologia pela Unicamp - investigo as relações entre identidade nacional e música brasileira e, especialmente, as transformações que estas sofrem em nossa contemporaneidade marcada pelos processos de mundialização. Espero que este livro possa ser de algum interesse não apenas aos estudos acadêmicos em sociologia e música, mas também aos profissionais de música que desejem se aprofundar sobre as discussões que proponho. Conto com a contribuição dos leitores para os debates. O livro pode ser adquirido:1. nas livrarias: R$42,00 (veja onde o livro está disponível:http://www.annablume.com.br/comercio/encontra.php);2. no site da editora: www.annablume.com.br: R$31,50;3. na BM&A (Brasil Música e Artes): R$30,00. A BM&A fica na Rua Fradique Coutinho, 837, Pinheiros, São Paulo. Telefone 11 3031-5346. 4. ou me mandando um email: [email protected] obrigado. Abraços, Michel.

Transcript of Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

Page 1: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MÚSICA

BRASILEIRA E

IDENTIDADE

NACIONAL NA

MUNDIALIZAÇÃO

Michel Nicolau Netto

Michel Nicolau Netto

Mich

el N

icola

u N

etto

Mús

ica b

rasil

eira

e id

entid

ade

nacio

nal n

a m

undi

aliza

ção

Michel Nicolau é for-mado em Direito pela PUC-SP, estudou Le-tras na USP e é mes-tre em Sociologia pela Unicamp. Com Fer-nando Lara, publicou em 2008 o livro de poesia Concerto para Duas Vozes, pela edi-tora Annablume/Dix. Atuou durante alguns anos em instituições culturais, tendo sido gerente da BM&A, onde foi responsável pelo projeto de exportação de música. Atualmente é douto-rando em Sociologia pela Uni-camp, desenvolvendo pesquisa na área de ciências da música na Humboldt Universität, em Berlim, pelo programa de bolsas DAAD/CNPQ.

[email protected]

Tanto a música digital, quanto nacional ou re-gional, para se afirmarem no mercado fonográfico mundial, malgrado suas diferenças sonoras e sim-bólicas, devem valorizar um traço específico: o país de origem. Nenhuma delas se apresenta como “apátrida”, pelo contrá-rio, todas, em princípio, participariam da “marca Brasil”, e podem, inclusive, ser impulsionadas por uma política empresarial. Mú-sicas-produtos, ajustadas ao universo transnacional do consumo, no qual as tradições e o passado da terra natal encontram-se apagados e reescritos no âmbito da modernidade-mundo.

Renato Ortiz

Basta para a sensação de democracia

e igualdade o fato de haver artistas de

países pobres com suas músicas na in-

ternet, ainda que estes sejam poucos,

ainda que estes não tenham as mes-

mas condições, ainda que estes sejam

mais facilmente descartados, ainda

que estes necessitem se fixar. Afinal, a

hipocrisia também se mundializa.

Michel Nicolau Netto

Page 2: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MÚSICA

BRASILEIRA E

IDENTIDADE

NACIONAL NA

MUNDIALIZAÇÃO

Michel Nicolau Netto

Michel Nicolau Netto

Mich

el N

icola

u N

etto

Mús

ica b

rasil

eira

e id

entid

ade

nacio

nal n

a m

undi

aliza

ção

Michel Nicolau é for-mado em Direito pela PUC-SP, estudou Le-tras na USP e é mes-tre em Sociologia pela Unicamp. Com Fer-nando Lara, publicou em 2008 o livro de poesia Concerto para Duas Vozes, pela edi-tora Annablume/Dix. Atuou durante alguns anos em instituições culturais, tendo sido gerente da BM&A, onde foi responsável pelo projeto de exportação de música. Atualmente é douto-rando em Sociologia pela Uni-camp, desenvolvendo pesquisa na área de ciências da música na Humboldt Universität, em Berlim, pelo programa de bolsas DAAD/CNPQ.

[email protected]

Tanto a música digital, quanto nacional ou re-gional, para se afirmarem no mercado fonográfico mundial, malgrado suas diferenças sonoras e sim-bólicas, devem valorizar um traço específico: o país de origem. Nenhuma delas se apresenta como “apátrida”, pelo contrá-rio, todas, em princípio, participariam da “marca Brasil”, e podem, inclusive, ser impulsionadas por uma política empresarial. Mú-sicas-produtos, ajustadas ao universo transnacional do consumo, no qual as tradições e o passado da terra natal encontram-se apagados e reescritos no âmbito da modernidade-mundo.

Renato Ortiz

Basta para a sensação de democracia

e igualdade o fato de haver artistas de

países pobres com suas músicas na in-

ternet, ainda que estes sejam poucos,

ainda que estes não tenham as mes-

mas condições, ainda que estes sejam

mais facilmente descartados, ainda

que estes necessitem se fixar. Afinal, a

hipocrisia também se mundializa.

Michel Nicolau Netto

Page 3: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MÚSICA BRASILEIRA EIDENTIDADE NACIONAL NA MUNDIALIZAÇÃO

Page 4: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização
Page 5: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO

MÚSICA BRASILEIRA EIDENTIDADE NACIONALNA MUNDIALIZAÇÃO

Page 6: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADENACIONAL NA MUNDIALIZAÇÃO

Coordenação de produçãoIvan Antunes

ProduçãoRai Lopes – Paginação

CapaCarlos Clémen

Imagem da capa“Tucano Basket” de Alex Robinson

CONSELHO EDITORIALEduardo Peñuela Cañizal

Norval Baitello JuniorMaria Odila Leite da Silva Dias

Celia Maria Marinho de AzevedoGustavo Bernardo Krause

Maria de Lourdes Sekeff (in memoriam)Cecilia de Almeida Salles

Pedro Roberto JacobiLucrécia D’Aléssio Ferrara

1ª edição: maio de 2009

© Michel Nicolau Netto

ANNABLUME editora . comunicaçãoRua Martins, 300 . Butantã

05511-000 . São Paulo . SP . BrasilTel. e Fax. (011) 3812-6764 – Televendas 3031-1754

www.annablume.com.br

Infothes Informação e Tesauro

Catalogação elaborada por Wanda Lucia Schmidt – CRB-8-1922

N548 Nicolau Netto, MichelMúsica brasileira e identidade nacional na mundialização. / Michel

Nicolau Netto. – São Paulo: Annablume; Fapesp, 2009.242 p.; 14 x 21 cm

ISBN 978-85-7419-950-4

1. Música. 2. Música Popular. 3. Música Popular Brasileira. 2.Diversidade Cultural. 3. Identidade. 4. Identidade Cultural. 5. IdentidadeNacional. 6. Globalização. 7. Estado-Nação. I. Título.

CDU 781CDD 780

Page 7: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

Ameus mestresRenato Ortiz e

Claudia Dornbusch

Page 8: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização
Page 9: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

AGRADECIMENTOS

Este livro passou – em suas diversas versões – pelos olhos e ouvidosde colegas, professores e queridos amigos, cujas contribuições foramfundamentais na sua realização. A eles agradeço: Célia Gillio, DavidMcLoughlin, Patrícia Schwan, Dirk Schade, José Carlos GuedesMohallem, Maria Helena Carvalhaes, Fernando Lara, Paulo RenatoAlves, Marcos Paiva, Rosane Pires Batista, José Roberto Zan, GildaPortugal Gouvêa, Marcelo Ridenti e, em especial, Miqueli Michetti.

Agradeço à editora Annablume, em especial ao Joaquim AntonioPereira.

Também agradeço a instituições que diretamente tornaram estelivro possível. São elas: Brasil Música e Artes, Haus der Kulturen derWelt (Berlim), IFCH – Unicamp, FFLCH - USP, Instituto Moreira Sallesde São Paulo e Musikwissenschaftliches Seminar da HumboldtUniverstität (Berlim). Agradeço em especial ao apoio do CNPq, de quemfui bolsista no mestrado, e da FAPESP, instituição que tornou possível apublicação deste livro.

Por fim, com especial carinho, aos meus pais, José Carlos e Célia,e ao meu irmão, André. A base que me dão e o amor que me dispõemtodos os dias tornam meu trabalho possível. Espero retribuí-los ao menoscom uma dedicação honesta a causas que, no fundo, foram vocês queme ensinaram a amar.

Page 10: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização
Page 11: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

PREFÁCIO .......................................................................................11

INTRODUÇÃO ................................................................................15

PARTE I – FORMAÇÃO DA IDENTIDADE NACIONAL:A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA NO ESPAÇONACIONAL ................................................................... 23

CAPÍTULO I – A IDENTIDADE BRASILEIRA E OS DISCURSOSEM TORNO DA MÚSICA POPULAR ............................................25

CAPÍTULO II – OS MEIOS DE FORJAMENTO DA MÚSICAPOPULAR COMO IDENTIDADE NACIONAL ...............................45

PARTE II – RESSIGNIFICAÇÃO DA IDENTIDADENACIONAL: A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA NOESPAÇO GLOBAL .......................................................... 89

CAPÍTULO I – REDEFINIÇÃO DA IDENTIDADE ..........................91

CAPÍTULO II – PANORAMA DO MERCADO DE MÚSICA .......... 127

SUMÁRIO

Page 12: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

10 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

CAPÍTULO III – AS CULTURAS NACIONAL-POPULAR,INTERNACIONAL-POPULAR E POPULAR-RESTRITA ................. 163

CAPÍTULO IV – A IDENTIDADE NACIONAL NAMODERNIDADE-MUNDO ......................................................... 201

CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................. 223

BIBLIOGRAFIA .............................................................................. 227

Page 13: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

PREFÁCIO

Abro este prefácio relatando um pequeno incidente pessoal. Ele ésugestivo em relação à temática que nos ocupa. Em março de 1977 eume transferi para a Belo Horizonte tendo aí permanecido alguns anos.Estava interessado na problemática da cultura brasileira e dei início auma pesquisa que terminou por se materializar no livro “CulturaBrasileira e Identidade Nacional”. Não havia na época um curso depós-graduação de Ciências Sociais na UFMG, e uma forma de trabalharminhas preocupações era ler, junto com os alunos de graduação, algunstextos que me pareciam pertinentes para a compreensão do tema. Entreeles, recordo-me de um livro de Jorge Amado, Tenda dos Milagres,publicado em 1969, e que justamente o ano em que cheguei à MinasGerais havia se transformado num filme de Nelson Pereira dos Santos.Pedi aos alunos que lessem o livro e fossem ao cinema. Guardo ainda alembrança de termos tido uma discussão acalorada e instigante. Muitosanos depois, entrando no novo milênio, os alunos de graduação deCiências Sociais da Unicamp pediram-me que eu trabalhasse com eles,num curso optativo, a problemática do nacional e do popular. Aceitei.Novamente, sugeri como leitura o livro de Jorge Amado e vimos juntos,agora em vídeo (ou foi em DVD, já não me recordo), Tenda dos Milagres.Para minha surpresa, uma incompreensão geral se abateu sobre a classe.Os jovens que me escutavam manifestaram um grande desinteresse pelo

Page 14: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

12 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

assunto. A dança dos orixás, os búzios, o cenário colonial de Salvador,a mestiçagem das raças, lhes parecia um mundo estranho e distante.Por fim, alguns deles argumentaram: não estávamos falando do Brasil,apenas da Bahia. Esta mudança no humor geracional é eloqüente. Elanos diz muito sobre as transformações que incidem na sociedadebrasileira nos últimos trinta anos. Se na década de 70 era ainda possívelimaginar o mundo do candomblé, e poderíamos dizer, do carnaval, dofutebol e do samba, como metáforas da brasilidade, isso haviaterminado. Os símbolos nacionais tinham sofrido um desgaste diantedo processo de mundialização da cultura.

O livro de Michel Nicolau Netto tem o mérito de tematizar essesdois tempos. Há um “antes” e um “depois”, mas contrariamente a umaperspectiva pós-moderna, o “depois” não sepulta o que lhe antecede.Não há o “fim” do nacional, ele se redefine num outro contexto. Paraisso a escolha do objeto, a música popular brasileira, é exemplar. Elapode ser compreendida como uma expressão cultural cujo valorheurístico revela as mudanças estruturais da sociedade brasileira. Nosanos 30, 40 e 50, a busca da identidade nacional reflete-se no universomusical. O samba, antes uma musicalidade étnica, é re-significadoenquanto representação do nacional. Tudo se passa como se o Estadoinvestisse de valor simbólico algumas manifestações populares emdetrimento de outras. Ficam fora de sua órbita diversas manifestaçõesparticulares: música sertaneja, xaxado, ritmos de origem africana ouindígena. Ainda nos anos 20 e 30, cogita-se encontrar nossas raízesjunto à música folclórica (lembro os estudos de Mário de Andrade),mas o advento do Estado Novo, impulsionando uma política dedesenvolvimento econômico, muda o rumo das coisas. A “invenção”dos signos nacionais e populares deve adequar a busca da identidadeàs exigências da modernidade emergente. Dificilmente o folclorecumpriria esta missão, ele se encontrava demasiadamente apartado davida das metrópoles e do projeto almejado. Suas raízes rurais eramcontraditórias com o desejo de construção nacional. Na esfera musicalisso se traduz com a aproximação de uma prática popular (e recordo,o futebol, antes uma atividade de elite, para se tornar sinal de brasilidadedeve se popularizar) e os meios modernos de comunicação: o rádio e ocinema. O mundo da técnica atua como elemento legitimador, conferindoà dimensão popular um traço de contemporaneidade. Os programas derádio, as chanchadas da Atlântica, nas quais a sonoridade carnavalescaexpressa a “alma” brasileira, e nos anos 50, as primeiras incursões nomundo televisivo, passam a constituir partes essenciais do imaginário

Page 15: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 13

brasileiro. No entanto, este processo que acompanha o ritmo demodernização da sociedade (racionalização do aparelho de Estado,políticas públicas da era getulista, incentivo da indústria), possui umator central: o Estado. De alguma maneira, pode-se dizer que ele detémo monopólio da construção da identidade nacional. Garante-se assim aideia de que a nação, na sua totalidade, estaria condensada em tornode determinados símbolos, partilhados por todos. O samba, o carnaval,o futebol, a mulata, representariam, de maneira inequívoca, aidiossincrasia do Ser nacional.

A situação de globalização transforma radicalmente estepanorama. Isso se traduz claramente no que Michel Nicolau denominadiscursos identitários. Cabe lembrar que toda identidade é umaconstrução simbólica que se faz em relação a um referente. Neste sentido,a identidade nacional é uma de suas realizações possíveis. Durante operíodo de consolidação da moderna tradição brasileira ela épredominante, deixa pouca margem às aspirações regionais ou locais.Mas o movimento de mundialização da cultura altera este quadro. OEstado-nação, elemento anteriormente hegemônico, é deslocado poroutras forças no contexto da modernidade-mundo. Também a conjunçãoentre nação e modernidade se rompe. No Brasil, assim como na AméricaLatina, havia uma disjunção conjuntural entre esses dois termos.Contrariamente a alguns paises europeus (não todos, apenas os maisindustrializados) ou os Estados Unidos, o sonho de modernizaçãosomente se realizaria no futuro. Nação e modernidade encontravam-se,momentaneamente separados, mas o tempo corrigiria o hiato existenteentre eles. Para tanto era necessário existir um projeto nacional quepavimentasse as bases de algo ainda inexistente. Os modernistas diziamisso de uma maneira sintética e elegante: “é preciso sermos nacionaispara sermos modernos”. Com o advento da modernidade-mundo a frasetoma, porém, um outro sentido: “é possível ser moderno sem sermosnacionais”. Isso significa que os referentes identitários, e com eles osdiscursos, agora, se multiplicam.O universo da música ilustra bemessas transformações. Não se pode esquecer que ele possui uma dimensãoeconômica, sua materialidade pressupõe a existência de um mercadofonográfico. A disseminação dos símbolos de brasilidade não se reduzà uma operação meramente simbólica, ela está associada à constituiçãode um mercado de bens simbólicos de alcance nacional. Nele atuam asdiversas forças que o constituem, compositores, gravadoras,distribuidoras, etc. O mesmo ocorre na esfera transnacional. Aconstituição do mercado fonográfico mundial implica a atuação dos

Page 16: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

14 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

grandes conglomerados e transformações técnicas importantes, comoa digitalização, que permitem a circulação dos produtos comerciais(evito o termo mercadoria) em escala antes desconhecida. O Estado-nação não é mais o centro de organização dessas trocas. A músicapopular brasileira adquire assim novos significados. Cada vez mais eladeixa de ser MPB, tal como era tradicionalmente definida. Um conjuntode novos atores, com novos interesses, constróem suas identidades deoutras formas. Por exemplo, a música regional, que disputavalegitimidade no mercado nacional com outras musicalidades, parafundar sua autoridade, volta-se para a idéia de “diversidade cultural”.Questiona-se assim, a homogeneidade do nacional, afirmando-se oelemento particular de determinada região. O Brasil, um país diverso,pode assim oferecer símbolos distintos de identidades (mangue beat),em contraposição à sua tradição mais monolítica (samba). Da mesmamaneira, o espaço da modernidade-mundo oferece também, outraspossibilidades de investimento simbólico. Surge um “Brasil digital”,capaz de se expressar, não através de sua história nacional ou regional,mas de sua sintonia com o mundo globalizado (música eletrônica). Euhavia dito que no texto de Michel Nicolau o nacional não desapareciamas se transformava. Tanto a música digital, quanto nacional ouregional, para se afirmarem no mercado fonográfico mundial, malgradosuas diferenças sonoras e simbólicas, devem valorizar um traçoespecífico: o país de origem. Nenhuma delas se apresenta como“apátrida”, pelo contrário, todas, em princípio, participariam da “marcaBrasil”, e podem, inclusive, ser impulsionadas por uma políticaempresarial. Músicas-produtos, ajustadas ao universo transnacional doconsumo, no qual as tradições e o passado da terra natal encontram-seapagados e reescritos no âmbito da modernidade-mundo.

RENATO ORTIZ

São Paulo 8 de janeiro de 2009

Page 17: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

PROBLEMA, OBJETO E MÉTODO

Este livro é o resultado de minha pesquisa de mestrado desenvolvidano Departamento de Pós-Graduação em Sociologia do IFCH – Unicamp,entre março de 2006 e dezembro de 2007. Entre a defesa do mestrado ea finalização deste livro houve quase um ano de intervalo, temposuficiente para que sua revisão me causasse, de um lado, um certoincômodo, que levou a um desejo de mudar o texto, de tratar de mododiferente meu objeto. Especialmente porque, ao preparar este livro, estouem meio a minha pesquisa de doutorado, na qual algumas das idéiasaqui desenvolvidas já me aparecem com outras cores e outros pesos.Mas, de outro lado, este tempo também permitiu que lesse o texto comalgum distanciamento crítico e percebesse que ainda entendo comoválido o que expus no mestrado (passo, creio, necessário para ser válidoa outras pessoas). Assim, entre um desejo incerto de mudança – causadotalvez por meu amadurecimento intelectual, mas talvez por um certocansaço de propostas com as quais há tempos convivo, ou mesmo porminha insegurança – e a validade atual, em minha avaliação, do texto,preferi mantê-lo em sua essência. Apenas atualizei alguns dados e deium tratamento melhor a algumas idéias sem, contudo, modificá-lasfundamentalmente. Com isso, ainda cumpro uma crença que

INTRODUÇÃO

Page 18: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

16 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

compartilho com minha editora, Annablume, e com minha apoiadora,FAPESP, que é a necessidade de dar ao público geral o conhecimento dapesquisa acadêmica. Assim, procurei oferecer ao leitor um texto que,mesmo se mantendo acadêmico, pudesse ser de leitura agradável. Seconsegui, só os leitores poderão dizer.

O objeto de pesquisa a que me dediquei é claro: entender como aidentidade nacional se articula no processo de globalização, buscandoapontar as ressignificações que esta sofre e seus novos modos deoperação. Parti de uma tese que deve ser comprovada no desenrolardeste livro segundo a qual, no tempo da modernidade-mundo, asfronteiras nacionais são questionadas e sua capacidade de gerarsignificado social agora se articula em um contexto amplo, onde váriosartífices atuam, além daqueles relacionados ao Estado-nação.

Para tanto, escolhi uma base de análise que me parece privilegiada:a música popular brasileira que atua no mercado internacional. NéstorGarcia Canclini propõe que

onde a globalização é mais patente como padrão reordenador daprodução, da circulação e do consumo é nas indústrias audiovisuais:cinema, televisão, música, mais os circuitos informáticos, como umquarto sistema que funciona, em parte, associado aos outros naintegração multimídia (Canclini, 2003: 144).

Isso se dá, em meu ponto de vista, especialmente porque asindústrias audiovisuais apresentam características peculiares e bemintegradas à globalização. Em primeiro lugar, formam uma indústriae, portanto, atuam em um cenário capitalista, como o é o daglobalização, onde forças são distribuídas desigualmente. Em segundo,porque são bens culturais que, por si só, geram significados imediatosque, ao se inserirem na globalização deverão ser ressignificados, restandoao trabalho intelectual identificar tais ressignificações tendo em vistaas articulações entre seus espaços de produção, circulação econsagração. Por fim, porque são essencialmente bens móveis, ou seja,por sua própria natureza podem se territorializar em diversos lugaresao mesmo tempo, desde aquele relacionado a fronteiras mais restritas,até um espaço simbolicamente ilimitado. Especialmente a partir dodesenvolvimento tecnológico, os bens culturais da indústria audiovisualencontraram uma mobilidade que outros bens culturais dificilmentepodem ter. Se a mobilidade é a marca da globalização, ter esta indústriacomo base de pesquisa nos ajuda a entender sua dinâmica.

Page 19: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 17

Contudo, se disse que minha intenção é compreender as novasarticulações da identidade nacional, preferi me focar em uma das áreasda indústria audiovisual, a música popular, pois esta permite levantarmais elementos relacionados à questão identitária. Isso porque,especialmente no Brasil, a música popular desde o começo do séculoXX foi tratada – a partir de uma série de processos de ressignificação,como procurarei mostrar – como um símbolo identitário nacionalprivilegiado, um símbolo que passou a ser discursado sob o registro dabrasilidade, daquilo que nos propõe uma forma enquanto povo. Ainda,é a indústria da música popular a mais impactada pelos avançostecnológicos em termos de circulação. Por ser de produção muito maissimples do que um filme ou um programa de TV e por se adaptar commais competência ao ímpeto individualista da sociedade contemporânea,ela é mais competente em se relacionar com os novos meios decomunicação para se espalhar sobre as fronteiras. No caso da músicapopular brasileira, então, ao fazer isso ela leva consigo a identidadenacional para um espaço global e, com isso, seu estudo permitirá entendercomo esta identidade passa a ser articulada a partir de seu deslocamento.

Metodologicamente adotei um estudo que tem em vista tanto osdiscursos feitos sobre essa música em referência a suas articulaçõesidentitárias, quanto as estruturas de mercado cultural que influenciamtais discursos e os tornam seletivos, do ponto de vista de interesses epossibilidades de apropriação de símbolos pelos atores envolvidos.Assim, fui um analista de discursos, assumindo-os em suas inteirezas,para, então, relacioná-los às instâncias capitalistas e ideológicas. Emoutras palavras, assumi os discursos como efetivos para então pesquisarquem os forja, com quais intenções e onde.

Para tanto, trabalhei como garimpeiro. Se o espaço de minhapesquisa é o mundo e minha base de análise é a música brasileira nesteespaço, é evidente que meu corpo analítico é praticamente infinito.Tive, então, que agir de modo passivo e ativo. Passivamente, todo otipo de material que caísse em minhas mãos e que tivesse alguma relaçãocom meus estudos era recolhido e disponibilizado para a análise posterior.Isso vale desde discos brasileiros vendidos no exterior, até revistas debordo de avião. De modo ativo, contudo, fui metódico. Em primeirolugar, busquei apenas os materiais mais contemporâneos possíveis.Basicamente tudo o que citar em termos de discursos sobre a música nomercado mundial data do ano 2000 para cá e, na maior parte, de 2005em diante (com exceção da primeira parte do trabalho, na qual estudeio começo do século XX). Depois, busquei esses materiais onde me

Page 20: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

18 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

pareciam ser os espaços mais privilegiados. Estive, a partir de 2005,em diversas feiras de música do mundo, entre elas as quatro maioreseuropéias, que são: Midem (Cannes, França), Popkomm (Berlim,Alemanha), Womex (Newcastle, Inglaterra) e London Calling (Londres).Também estive em duas feiras norte-americanas, SXSW (Austin, EUA) eCanadian Music Week (Toronto, Canadá), e uma argentina, Bafim(Buenos Aires). Nestas feiras pude recolher materiais sobre projetosnacionais de exportação de música, incluindo o brasileiro, o que medeu possibilidade de compreender não apenas como este mercado seestrutura, mas também como os discursos identitários de cada país sãovalorizados. Também foi possível recolher um grande número depublicações nas quais a música brasileira aparecia extemporaneamente.Quanto à mídia internacional que tratasse de música brasileira, tivecomo pesquisa principal um foco específico: a Copa da Cultura 2006,ação desenvolvida pelos governos brasileiro e alemão para a divulgaçãoda cultura brasileira durante os dias do campeonato de futebol naAlemanha. Estive em uma das organizadoras desta atividade, a Casadas Culturas do Mundo (Haus der Kulturen der Welt), em Berlim, e estame disponibilizou todo o seu trabalho de recolhimento de matérias deimprensa que falassem sobre as atividades brasileiras dentro doprograma Copa da Cultura. Com isso, tive acesso a 444 matérias sobrecultura brasileira (na maior parte delas com destaque para a música)que foram publicadas em 70 jornais e revistas alemãs.

Ainda, visitei as principais feiras de música brasileiras, sendo estas:Porto Musical, em Recife, Feira da Música de Fortaleza e Feira da MúsicaIndependente de Brasília. Nestas feiras pude recolher diversos materiais,em especial aqueles ligados a projetos regionais de exportação de músicaque, como se verá, tiveram grande destaque neste trabalho.

Por fim, pesquisei em bibliotecas livros e periódicos que tratassemde meu corpo de estudos ou que me trouxessem benefícios teóricos paraa análise. Estive, então, nas bibliotecas: Nacional de Buenos Aires, FreieUniversität de Berlim, Musikwissenschaftliches Seminar, da HumboldtUniversität, de Berlim, Nacional de Londres. Ainda, no Brasil, freqüenteias bibliotecas do IFCH e do IA da Unicamp e da FFLCH da USP. Tambémpesquisei, para a primeira parte do trabalho, que trata especificamenteda formação da identidade nacional através da música popularbrasileira nas primeiras décadas do século XX, o acervo de José RamosTinhorão, disponibilizado gentilmente pelo Instituto Moreira Sales.

Do ponto de vista teórico, este livro buscou articular diversas áreasdo conhecimento. A história entrou em meu estudo especialmente no

Page 21: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 19

intuito de entender a formação do Estado-nação e sua ressignificaçãona contemporaneidade, tendo em vista especialmente o caráterarticulador da identidade nacional, além da própria história da música,para a qual alguns etnomusicólogos e antropólogos também foramfundamentais. As áreas de comunicação e economia, além da filosofiae da crítica literária, também foram operacionalizadas tendo em vistaalgumas necessidades argumentativas específicas como está claro nolivro. A teoria sociológica, contudo, é minha chave fundamental. É porela que articulei as outras áreas tendo em vista que desejava entender aquestão da identidade nacional a partir do registro das relações sociais,organizadas em estruturas de poder que condicionam os usos que sefazem de discursos. Ainda, é na sociologia que encontrei as principaisreferências e explicações dos processos de globalização e damundialização que em todo momento permeiam o livro.

ORGANIZAÇÃO DO LIVRO

Este livro está dividido em duas partes interdependentes, sendoseu foco principal aquilo apresentado na segunda parte e a base históricado objeto o que apresento na primeira. Isso porque, se falo de umaressignificação identitária na contemporaneidade, não poderia entãodeixar de compreender como a sua formação se deu originariamente.

Na primeira parte do livro, então, trato do processo que leva àformação do Estado-nação. Busco compreender este processoespecificamente no Brasil, que possibilitou a transformação, no começodo século XX, da música popular brasileira em um símbolo identitárionacional. Proponho que, carentes de uma identidade própria, pois nãotraz novidade de estruturação social e se forma na dependência daburguesia estrangeira, a elite brasileira daquele tempo teve de procurarnos cantões tradicionais, que ela sempre negligenciou, símbolos culturaisque lhe coubessem e que pudessem se mostrar legitimamente brasileirosaos seus olhos e aos olhos dos outros. Essa oportunidade de identificaçãoestá, evidentemente, onde há uma suposta redoma de tradição, alheiaà cópia do estrangeiro, ou seja, na música dos negros, recém-libertos,cantada no Rio de Janeiro. A partir disso, a elite e o Estadoempreenderam esforços para tornar esta música em base simbólicapara a identidade nacional utilizando-se de diversos instrumentos quea adaptasse a seus feitios e lhes garantissem o controle do processo dedeslocamento simbólico desta música. Desta maneira, a música popularcantada por aqueles negros recém-libertos da capital do país passa a

Page 22: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

20 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

atuar em um espaço nacional, discursada como um valor identitárioválido deste espaço e, portanto, como produtora privilegiada de sentidosocial.

Na segunda parte, o cenário é bem diferente, pois trato dacontemporaneidade. Se o Estado-nação continua operante, ele perdemuitas de suas funções e outras são adquiridas. A principal mudança,proponho, é sua necessidade de atuar no mundo não mais sob adicotomia interno/externo, mas sim sob a percepção de que todo omundo se internalizou. Isso não significa que todo o mundo se tornouigual. Ao contrário, a desigual distribuição de forças conforma umtempo em que as diferenças sociais são mais marcantes. O que proponho,contudo, é que estas forças se articulam dentro de um espaço novo,mundial, no qual o Estado-nação deve se inserir como uma de suaspartes essenciais. Neste cenário, a identidade nacional passa a serarticulada também neste espaço – no qual a música popular, atravésda indústria cultural, tem atuação destacada enquanto produtora desentido social – e discursos e usos são propostos sobre ela por novosartífices em prol de vantagens no mercado mundial de símbolos. Pensoeste processo a partir da definição de três identidades que, proponho,se articulam mutuamente, sendo elas a nacional (referida ao espaço doEstado-nação), a restrita (referida aos espaços regionais, infra-nacionais)e a mundial (imediatamente referida ao espaço global), que produzemas seguintes vertentes culturais respectivamente: nacional-popular,popular-restrita e internacional-popular.

Assim, no primeiro capítulo desta parte, estudo as novas percepçõessobre a identidade, agora relacionada à idéia de diversidade. Para tanto,tenho como registro operador a dicotomia dos discursos universal eparticular. Será visto, nesse capítulo, que esta dicotomia é umaatualização modificada de um debate entre ilustrados e românticos doséculo XIX, mas que no século XX é assumida não só por teóricos, mastambém pelo mercado. No segundo capítulo, me dedico a estudar omercado internacional de música em si, debatendo os desenvolvimentostecnológicos que levam a uma reestruturação deste mercado que passaa ser discursado, quando em referência à tecnologia, como um espaçolivre e democrático. Após apresentar estes discursos, busco questioná-los mostrando que, na verdade, estamos diante de uma fragmentaçãode forças que, porém, não leva ao descontrole e à falta decondicionamentos capitalistas. No capítulo seguinte, me preocupo ementender as operacionalizações das identidades mundial e restritas. Pudepropor que essas se articulam sob a idéia da diversidade cultural (que

Page 23: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 21

em nenhum momento sai de minhas preocupações) pela qual taisidentidades assumem um espaço que antes era monopolizado pelaidentidade nacional. Com isso, a adequação identitária de uma pessoapassa a ser vista como mais livre. Busco mostrar, contudo, que narealidade para alguns esta liberdade se dá, mas para outros asidentidades passam a representar uma maior fixidez. Proponho, assim,que se os interesses em diferentes adequações identitárias se dão a todos,a poucos há possibilidade de realização. Finalizo este livro em umcapítulo que se dedica a compreender a operacionalização da identidadenacional no espaço mundial. Penso que esta se torna um valor nomercado mundial de símbolos e que, por isso, deve empreender processosde ganhos de imagem a partir daquilo que a identidade mundial propõecomo consagração. Com isso, na articulação que a identidade nacionaldeve fazer com as outras identidades, através do prisma da idéia dadiversidade cultural, haverá uma seleção e um controle de símbolosempreendidos prioritariamente por aqueles que chamei de atores móveis,deslocados dos Estados-nações. Desta maneira, proponho que, namodernidade-mundo, a identidade nacional se disjunta do Estado-naçãoe passa a se articular com diversos artífices. Chego, por fim, a concluirque, neste tempo, a própria junção histórica Estado-nação-povo sedesfaz.

Page 24: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

228 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

BARTMANN, Manfred. “Musik is keine Weltsprache: InterkulturelleUnverträglichkeiten und Miâverständnisse als Grenzlinien für kulturelleSynthesen”. in: PROBST-EFFAH, Gisela (Hrsg). Musik Kennt keineGrenzen: Musikalische Volkskultur in Spannungsfeld von Frendem undEigenem. (Tagungsbericht Wien 1998 der Komission fur Lied-, Musik-und Tranzforschung in der Deutscher Gesellschaft für Volkskunde). Essen:Verl. Die Blaue Eule, 2001.

BAUMAN, Zygmunt. Identidade: entrevista a Benedetto Vecchi. traduçãoCarlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.

BECK, Ulrich. O que é Globalização? Equívocos do Globalismo: Respostasà Globalização. trad. André Carone. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

BENJAMIN, Walter. Magia e Técnica, Arte e Política: ensaios sobreliteratura e história da cultura. Obras escolhidas volume 1. trad. SergioPaulo Rouanet. 6. edição. São Paulo: Brasiliense, 1993.

BENNETT, Andy. Culture and Everyday Life. London, Thousand Oaks,New Delhi: Sage publications, 2005.

BERGER, Peter L, LUCKMANN, Thomas. The Social Construction ofReality: A Treatise in the Sociology of Knowledge. England: PenguinBooks, 1991.

BLACK, Gregory D.. Hollywood Censurado. Cambridge University Press:sucursal na Espanha, 1998.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. trad. Fernando Tomaz. 7. edição.Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004.

__________ . Distinction: a social critique of the judgment of taste. 11.edição. Cambridge: Harvard University Press, 2002.

BOURDIEU, Pierre, CHAMBOREDON, Jean-Claude, PASSERON, Jean-Claude. Ofício de Sociólogo : metodologia da pesquisa na sociologia.trad. Guilherme João de Freitas Teixeira. 6. Petrópolis. RJ: Vozes, 2007.

BRESCIANI, Sílvia. “Forjar a Identidade Brasileira nos anos 1920 – 1940”,in: HARDMAN, Francisco Foot (org). Morte e Progresso: CulturaBrasileira como Apagamento de Rastros. São Paulo: Unesp, 1998.

BURKE, Peter. A Arte da Conversação. trad. Álvaro Luiz Hattnher. SãoPaulo: Editora da Universidade Estadual Paulista, 1995.

CABRAL, Sérgio. Pixinguinha: Vida e Obra. Rio de Janeiro: Lumiar,1997.

Page 25: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 229

__________ . No Tempo de Ari Barroso. Rio de Janeiro: Lumiar, s/d.

__________ . A MPB na Era do Rádio. São Paulo: Moderna, 1996.

CALDAS, Waldecyr. A Cultura Político-Musical Brasileira. São Paulo:Musa, 2005.

CALDEIRA, Jorge. A Construção do Samba/Noel Rosa, de costas para oMar. São Paulo: Mameluco, 2007.

CANCLINI, Néstor García. Diferentes, Desiguales y Desconectados.Barcelona: Gedisa Editorial, 2006.

__________ . A Globalização Imaginada, trad. Sérgio Molina. SãoPaulo: Iluminuras, 2003.

CARVALHO, José Murilo. “O Brasil, de Noel a Gabriel”. in: CAVALCANTE,EISENBERG, STARLING (orgs). Decantando a República, Vol. II, Rio deJaneiro: Nova Fronteira. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

CARVALHO, Leandro. “O Rodopio do Centro”. in: INSTITUTO ITAÚCULTURAL. Rumos_Brasil: Pensamentos & Reflexões, São Paulo, 2006.

CARVALHO, Maria Alice Rezende de. “O Samba, a Opinião e OutrasBossas... na Construção Republicana do Brasil”. in: CAVALCANTE,EISENBERG, STARLING (orgs). Decantando a República, Vol. I. Rio deJaneiro: Nova Fronteira. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

CASTRO, Ruy. Carmen: Uma Biografia. São Paulo: Companhia dasLetras, 2005.

CHESNAIS, François. A Mundialização do Capital. trad. Silvana FinziFoá. São Paulo: Xamã, 1996.

CONNOR, “When is a Nation?”. in: HUTCHINSON e SMITH.Nationalism, Oxford: Oxford University Press, 1994.

COUCHER, Sheila L. Globalization and Belonging: the politics of Identityin a changing world. Oxford, UK: Rowman & Littlefield Publishers, 2004

CRANE, Diane. “High Culture versus Popular Culture Revisited: AReconceptualization of Recorded Cultures”. in: Cultivating Differences:Symbolic boundaries and the Marking of Inequality. editado por MichèleLamont e Marcel Fournier. Chicago: University of Chicago Press, 1992.

CROOK, Larry. “Turned-Around Beat: Maracatu de Baque Virado e ChicoScience”. in: PERRONE, Charles A., DUNN, Christopher (ed). Brazilian

Page 26: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

230 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

Popular Music and Globalization. Gainesville, Fl: University Press ofFlorida, 2001.

DINIZ, André. Almanaque do Samba: a História do Samba, o que Ouvir,o que Ler, onde Curtir. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006.

DIAWARA, Manthia. “Towards a Regional Imaginary in Africa”. in:JAMESON, Fredric, MIYOSHI, Masao (orgs). The Cultures ofGlobalization. 6ª edição. Durham, London: Duke University Press, 2004.

EAGLETON, Terry. As ilusões do pós-modernismo. trad. ElisabethBarbosa. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998.

__________ . A Idéia de Cultura. trad. Sandra Castello. São Paulo:UNESP, 2005.

EDENSOR, Tim. National Identity, National Culture and Everyday Life,Oxford: Berg, 2002.

ELIAS, Norbert. Mozart: Sociologia de un Genio. trad. Marta Fernández-Villanueva Jané e Oliver Strunk. Barcelona: Península, 2002.

__________ . O Processo Civilizador. trad. Ruy Jungmann. Rio deJaneiro: Jorge Zahar, 1994.

ELSCHEK, Oskár. “The Dual Role of Mass Media in Traditional MusicCultures”. Oskár Elschek. in: BAUMANN, Max Peter (ed.). World Music,Musics of the World: aspects of documentation, mass media andacculturation. [Ed. by the International Institute for Traditional MusicBerlin]. Wilhelmshoven: Noetzel, 1992.

FERNANDES, Florestan. “A Sociedade Escravista no Brasil”. in: IANNI,Octávio. Florestan Fernandes: Sociologia crítica e militante. São Paulo:Expressão Popular, 2004.

__________ . “A Concretização da Revolução Burguesa”. in: IANNI,Octávio. Florestan Fernandes: Sociologia crítica e militante. São Paulo:Expressão Popular, 2004.

__________ . “Mudança Social no Brasil”. in: IANNI, Octávio. FlorestanFernandes: Sociologia crítica e militante. São Paulo: Expressão Popular,2004;

__________ . A Revolução Burguesa no Brasil: Ensaio de InterpretaçãoSociológica. 5ª edição. São Paulo: Globo, 2006.

Page 27: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 231

FISKE, John. Understanding Popular Culture. London, New York:Routledge, 2006.

GARCIA, Afrânio, PALMEIRA, Moacir. “Rastros de Casas-grandes e deSenzalas: Transformações Sociais no Mundo Rural Brasileiro”. in:SACHS, Ignacy, WILHEIM, Jorge, PINHEIRO, Paulo Sérgio (orgs). Brasil:um Século de Transformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001.

GIDDENS, Antony. As Conseqüências da Modernidade. trad. Raul Fiker.São Paulo: UNESP, 1991.

__________ . Modernidade e Identidade, trad. Plínio Dentzien. Rio deJaneiro: Jorge Zahar, 2002.

__________ . “A Vida em uma Sociedade Pós-Tradicional”. in: GIDDENS,Anthony, BECK, Ulrich, LASH, Scott. Modernização Reflexiva: política,tradição e estética na ordem social moderna. trad. Magda Lopes. SãoPaulo: UNESP, 1997.

GIOIA, Ted. The History of Jazz. Oxford New York: Oxford UniversityPress, 1997.

GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas Sobre a Manipulação da IdentidadeDeteriorada, trad. Márcia Bandeira de Mello Leite Nunes. Rio de Janeiro:Jorge Zahar, 1980.

GUIGNON, Charles. On Being Authentic. United States Canada: ed.Routledge, 2005.

HELLER, Agnes. O Cotidiano e a História, trad. Carlos Nelson Coutinhoe Leandro Konder. 6. edição. São Paulo: Paz e Terra, 2000 .

HOBSBAWN, Eric. Nações e Nacionalismo Desde 1780. trad. MariaCélia Poli, Anna Maria Quirino. 4. edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra,1990.

__________ . Uncommon People: Resistence, Rebellion and Jazz. NewYork: The New Press, 1998.

HOBSBAWN, Eric, RANGER, Terence. A Invenção das Tradições. trad.Celina Cardim Cavalcanti. 3. edição. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

HORKHEIMER, Max, ADORNO, Theodor W.. Dialética doEsclarecimento: Fragmentos Filosóficos. trad. Guido Antonio de Almeida,Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985.

Page 28: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

232 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

IANNI, Octávio. Teorias da Globalização. 13. edição. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 2006.

JAMESON, Fredric. A Virada Cultural: Reflexões sobre o Pós-Modernismo.trad. Carolina Araújo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

__________ . Pós-modernismo: a Lógica Cultural do Capitalismo Tardio.2ª edição. trad. Maria Elisa Cevasco. São Paulo: Ática, 2004.

__________ . “Globalization as Philosophical Issue”. in: The Culturesof Globalization. 6ª edição. Duke University Press, 2004.

JAMESON, Fredric, MIYOSHI, Masao (orgs). The Cultures ofGlobalization. 6ª edição. Durham, London: Duke University Press, 2004.

JEFF, Lesser. A Negociação da identidade nacional: imigrantes, minoriase a luta pela etnicidade no Brasil. Trad. Patrícia de Queiroz CarvalhoZimbres. São Paulo: UNESP, 2001.

KUSEK, David, LEONHARD, Gerd. The Future of Music: Manifesto forthe Digital Music Revolution. Boston: Berklee Press, 2005.

LAFER, Celso. A identidade internacional do Brasil e a política externabrasileira: passado, presente e futuro. São Paulo: Perspectiva, 2004.

LEITE, Dante Moreira. O Caráter Nacional Brasileiro. São Paulo:Universidade de São Paulo, 1954.

LEMOS, Ronaldo. “Creative Commons: Quem foi que disse que precisa?”.in: INSTITUTO ITAÚ CULTURAL. Rumos_Brasil: Pensamentos &Reflexões. São Paulo, 2006.

LEONARD, Neil. Jazz and the White Americans – the acceptance of anew art form. Chicago: The University of Chicago Press, 1962.

MALM, Krister. “Local, national and international musics. A ChangingScene of Interaction”. in: BAUMANN, Max Peter (ed.). World Music,Musics of the World: aspects of documentation, mass media andacculturation. [Ed. by the International Institute for Traditional MusicBerlin]. Wilhelmshoven: Noetzel, 1992.

MARTÍN-BARBERO, Jesús. Dos Meios às Comunicações: Comunicação,Cultura e Hegemonia. trad. Roland Polito e Sérgio Alcides. 4. ed. Rio deJaneiro: UFRJ, 2006.

MARX, Karl. Manuscritos Econômico-Filosóficos. trad. Jesus Ranieri.São Paulo: Boitempo, 2004.

Page 29: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 233

___________. „Resultate des unmittelbaren Produztionsprozesses”. DasKapital. Erstes. Buch. Der Produktionsprozess des Kapitals, VI Kapitel.Archiv sozialistischer, Frankfurt: Verlag Neue Kritik, 1969.

MASSEY, Howard. Behind the glass: top record producers tell how theycraft the hits. Backbeat Books: San Francisco, CA, 2000.

MURPHY, John. “Self-discovery in Brazilian Popular Music”. in:PERRONE, Charles A., DUNN, Christopher (ed). Brazilian Popular Musicand Globalization. Gainesville. Fl: University Press of Florida, 2001.

MURPHY, John P. Music in Brazil: Experiencing Music, Expressing Culture.New York, Oxford: Oxford University Press, 2006.

NAXARA, Márcia Capelari. Cientificismo e Sensibilidade Romântica:em busca de um sentido explicativo para o Brasil no século XIX. Brasília:Universidade de Brasília, 2004.

NAPOLITANO, Marcos. História e Música – História Cultural da MúsicaPopular. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

__________ . A Síncope das Idéias: a questão da tradição na músicapopular brasileira. 1. ed. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2007.

NEGUS, Keith. Popular Music in Theory, Cambridge: Polity Press, 2004.

NOVAES, Adauto. “Apresentação”. in: WISNIK, José Miguel, SQUEFF,Enio. O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira: Música. 2. edição.São Paulo: Brasiliense, 2004.

OLIVEIRA, Francisco de. “Nordeste: uma invenção pela música”. in:CAVALCANTE, EISENBERG, STARLING (orgs). Decantando a República,vol. III, Rio de Janeiro: Nova Fronteira. São Paulo: Fundação PerseuAbramo, 2004.

ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 2003.

__________ . Um Outro Território. São Paulo: Olho D’Água, s/d.

__________ . Cultura Brasileira e Identidade Nacional. 5ª edição. SãoPaulo: Brasiliense, 2004.

__________ . “Sociedade e Cultura”. in: SACHS, Ignacy, WILHEIM,Jorge, PINHEIRO, Paulo Sérgio. Brasil: um Século de Transformações.São Paulo: Cia. das Letras, 2001.

__________ . A Moderna Tradição Brasileira: Cultura Brasileira eIndústria Cultural. 5ª edição. São Paulo: Brasiliense, 2001.

Page 30: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

234 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

__________ . Cultura e Modernidade: A França no Século XIX. SãoPaulo: Brasiliense, 1991.

__________ . Cultura Popular: Românticos e Folcloristas. São Paulo:Olho D´Água, s/d.

OSORIO, Jaime. El Estado en el Centro de la Mundialización. México,D.F.: Fondo de Cultura Economica, 2004.

PAIVA, Flávio. “De jegue, jangada ou a jato”. in: INSTITUTO ITAÚCULTURAL. Rumos_Brasil: Pensamentos & Reflexões. São Paulo, 2006.

PEIRCE, Charles S.. Semiótica. 3. ed.. São Paulo: Perspectiva, 1999.

RIBEIRO, Luiz César de Queiroz. “Cidade, Nação e Mercado: Gênese eEvolução da Questão Urbana no Brasil”. in: SACHS, Ignacy, WILHEIM,Jorge, PINHEIRO, Paulo Sérgio (orgs). Brasil: um Século deTransformações. São Paulo: Cia. das Letras, 2001.

RIDENTI, Marcelo. Em Busca do Povo Brasileiro: Artistas da Revolução,do CPC à era da TV. Rio de Janerio: Record, 2000.

SANDRONI, Carlos. “Adeus à MPB”. in: CAVALCANTE, EISENBERG,STARLING (orgs). Decantando a República, Vol. I, Rio de Janeiro: NovaFronteira, São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

__________ . O Feitiço Decente – Transformações do Samba no Rio deJaneiro (1917-1933). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, UFRJ, 2001.

SCHWARTZ e CHARNEY. “Dissseminação da Modernidade:Representação e Desejo do Consumidor nos Primeiros Catálogos de Vendapor Correspondência”. in: Cinema e a Invenção da Vida Moderna. 2.Edição. São Paulo: Cosac & Naify, 2004.

SCHWARZ, Roberto. Nacional por Subtração. Folha de São Paulo, 7 dejunho de 1986.

SCHOENHERR, Steve. “Recording Technology Industry”. (retirado dosite www.hu-berlin.de/fpm/).

SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS– SEBRAE. Cara Brasileira – Pesquisa Delphi. 2002.

SMITH, Anthony D.. Nationalism and Modernism. London: Routledge,1999.

Page 31: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 235

SOUZA, Jessé. “As Metamorfoses do Malandro”. in: CAVALCANTE,EISENBERG, STARLING (orgs). Decantando a República, Vol. III. Rio deJaneiro: Nova Fronteira. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2004.

SOUZA, Jessé, ÖELZE, Berthold. Simmel e a Modernidade. 2. ed. Brasília:Universidade de Brasília, 2005.

SOUZA, Tárik de. Tem mais samba: das raízes à eletrônica. São Paulo:Editora 34, 2003.

STAIGER, Janet. “Standardization and differentiation: the reinforcementand dispersion of Hollywood´s practices”. in: BORDWELL, David,STAIGER, Janet, THOMPSON, Kristin. The Classical Hollywood Cinema.London: Routledge Publisher, 1999.

STOKES, Martin (ed). Ethnicity, Identity and Music: The MusicalConstruction of Place, Oxford, New York: Berg Publishers, 1997.

VALE, Israel do. “In(ter)dependência ou sort-e!!!”. in: INSTITUTO ITAÚCULTURAL. Rumos_Brasil: Pensamentos & Reflexões. São Paulo, 2006.

VIANNA, Hermano. Mistério do Samba. 5. edição. Rio de Janeiro: JorgeZahar, UFRJ, 2004.

VIANNA, Luiz Werneck. “O Simples e as Classes Cultas na MPB”. in:CAVALCANTE, EISENBERG, STARLING (orgs). Decantando a República,vol. 1, Rio de Janeiro: Nova Fronteira. São Paulo: Fundação PerseuAbramo, 2004.

TAYLOR, Timothy D.. Beyond Exoticism. Durham and London: DukeUniversity Press, 2007.

__________ . Global Pop: world music, world market. New York andLondon: Routledge, 1997.

TINHORÃO, José Ramos. A Pequena História da Música Popular. 6.edição. São Paulo: Art. Editora, 1991.

TOSTA DIAS, Márcia. Os Donos da Voz: Indústria Fonográfica Brasileirae Mundialização da Cultura, Boitempo: São Paulo, 2000.

TOTA, Antonio Pedro. “Cultura, Política e Modernidade em Noel Rosa”.in: São Paulo em Perspectiva Vol. 15. no.3. São Paulo, 2001. Textoretirado de www.scielo.br (14/11/2006).

WAIZBORT, Leopoldo. As aventuras de Georg Simmel. São Paulo: Editora34, 2000.

Page 32: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

236 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

WEBER, Max. Economia e Sociedade, Vol. 1. tradução Regis Barbosa eKaren Elsabe Barbosa. Brasília: Ed. Universidade de Brasília. São Paulo:Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 1999.

__________ . A Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo. trad.José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Companhia das Letras,2004.

__________ . “The Nation”. in: HUTCHINSON e SMITH. Nationalism,Oxford: Oxford University Press, 1994.

WICKE, Peter. Von Mozart zu Madonna: Eine Kulturgeschichte derPopmusik. Leipzig, Deutschland: Surkamp Taschenbuch, 2004.

WISNIK, José Miguel. “Getúlio da Paixão Cearense”. in: WISNIK, JoséMiguel, SQUEFF, Enio. O Nacional e o Popular na Cultura Brasileira:Música. 2. edição. São Paulo: Brasiliense, 2004.

JORNAIS E REVISTAS

• Folha de São Paulo, 10/04/2007.

• “Cansei de Ser Sexy recebe elogios e lota casas de show britânicas”,Folha de São Paulo, 14/11/2006.

• “País só ganha da Colômbia em uso da internet na AL”, Folha de SãoPaulo, 26/07/2007.

• “Quase Muito Famosos”, Folha de São Paulo, 26/02/2007.

• “Um bonde chamado Role”, Folha de São Paulo, 16/02/2007.

• “Governo cria marca para promover produtos e serviços do Brasil noexterior”, Folha online, 18/02/2005.

• “So schön dass es weh tut”, Frankfurter Allgemeine Zeitung, 14/05/2006.

• “Von wegen bloss Samba”, Handelblatt, 13.14.15/01/2006.

• “Der Süâe Barbar”, Der Tagespiegel, 15/05/2006.

• “Wir sind die Troppen”, Der Spiegel, 15/05/2006.

• “Weltmusik ist nur ein Wort”, Neues Deutschland, 10/06/2006.

• “Shock war in der kleinsten Hütte”, Taz, 10/06/2006.

Page 33: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 237

• “Aus Favelas: Brasilianer haben nicht nur Fuâball im Kopf - der“Moment”, als Caetano Veloso zur Elektroklampfe griff”, Junge Welt,29/06/2006.

• “Brasilien mit Kultur zur Fuâball-WM 2006“, Freie Presse ChemnitzerZeitung, 10/12/2005.

• “Brasilien schickt zur WM 2006 auch Kultur nach Deutschland”,Necker- und Enzbote, 9/09/2005.

• “Zum Träumen”, Die Welt, 19/06/2006.

• “Mit Apfelsinen im Haar und in der Hand einen Stift”, Berliner Zeitung,16/05/2006.

• “Wenn Herzen fliegen wollen”, Die Tageszeitung, 19/06/2006.

• “Staub und Hoffnung”, Der Tagespiegel, 18/06/2006.

• “It Could ‘become very fashionable at some point to be disconnected’”,USA Today, 11/01/2007.

• Revista Vida Brasil, ed. 03/2006.

• Global Players, s/página, s/data.

• “Baile Good Show”, Time Out London, May 30 – June 5 2007,

• Sucesso! special edition Música do Brasil.

• “Turning freeloader in ad-friendly downloaders”, MidemNet.

• “Power to the People”, MidemNet.

• “MidemNet debate throws two heavyweights into the ring”, MidemNet.

• The News: The official Midem Newspaper, 21/01/2007.

• Holland Herald, vol. 42, n. 6, 06/06/2007

• Popkomm – English Issue, 20 – 22/11/2006.

• Tip Magazine, 14/06/2006, Berlin, nr. 14/2006, 35 Jahrgang.

• Tip Magazine, 20/09/2006, Berlin, nr. 20/2006, 35 Jahrgang.

• “Made in Brazil”, Rolling Stone (ed. Brasileira), 02/2007.

Page 34: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

238 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

WEB SITES:

www.abpd.org.br

www.adgnow.uol.com.br

www.anythingbutipod.com

www.apexbrasil.com.br/projetos

www.apple.com

www.ariacharts.com.au

www.creativecommons.org

www.cultura.gov.br

www.de.news.yahoo.com

www.embratur.gov.br

www.folhaonline.com.br

www.gigaom.com

www.hochtaunus.de.

www.hu-berlin.de/fpm

www.imusica.com.br

www.lastfm.com

www.midem.com

www.napster.com

www.popkomm.de

www.usflag.org

RELATÓRIOS, DOCUMENTOS, CATÁLOGOS E DISCOS PROMOCIONAIS.

• Discos Victor Brasileiros – Catálogo 1932 – 1933, Rio de Janeiro

• Novidades Janeiro 1930, Odeon Rio de Janeiro.

• IFPI, Digital Music Report 2007.

• IFPI, World Sales 2005 – The Key Facts and Figures.

Page 35: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

MICHEL NICOLAU NETTO 239

• Copa da Cultura: Brasil + Deutschland 2006: A Documentação,prefácio.

• Brasil Central Music

• Music From Pernambuco I

• Music From Pernambuco Vol. II

• Ceará Original Soundtracks

• Music from the Capital of Brasil.

• Music From Northeast

• Sweden Midem 2007

• Galícia Tunes Music in Action

• Sounds Like Switzerland

• The Music from Cyprus: a free sounding highlight in the interculturalvastness

• Taiwan Beat 2007

• The Wonderful Music of Macedonia

• Note Lithuania

• Export Guide Independent Record Labels from Spain

• Sounds from Spain - Midem 2007

• All That Jazz: Music from Denmark 2004

• Come Hear. Finland 2007

• Música argentina/ Argentinian music + Catálogo de Selos/Index ofLabel Records

• Midem 2007 - Music from Korea: Mind Blowing Music

• Music - hip-hop/world/jazz/electro/chanson/rock/classique/dub/pop

• Música do Brasil 2006: catalogue.

• French Essentials e In Blooms

• Norway 2. edition 2007

• Hungry for Hungary 2007

Page 36: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização

240 MÚSICA BRASILEIRA E IDENTIDADE NACIONAL NA GLOBALIZAÇÃO

• Brasil Fashion Exhibition

• Ministério da Cultura do Brasil, “Brasil na Popkomm 2006/Copa daCultura – Processo de Seleção de Artistas”.

CD E DVD COMERCIAIS

KAURISMÄKI, Mika, Moro no Brasil. Eurovideo, 2003.

ROSA, Noel, Noel Rosa Pela Primeira vez, 7 Vols, Velas, org. OmarJubran, São Paulo, 2000.

Page 37: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização
Page 38: Música Brasileira e Identidade Nacional na Mundialização