Muvucando junho2014

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Jornal comunitário de produtores rurais da região do arco do desmatamento do Mato Grosso, Brasil. Um jornal que destaca os problemas e conquistas de pequenos produtores da agricultura familiar e apresenta soluções e casos de sucesso neste ramo do agronegócio.

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Page 1: Muvucando junho2014

Nº01

O ano de 2014 marca o início da segunda fase do projeto Sementes do Portal. Desde Janeiro, técnicos(as), agricultores(as) e coletores(as) de sementes voltaram suas ações e esforços para dar continuidade as atividades da segunda fase desta grande iniciativa (pag.01)

Nova Canaã - Manifestação pacíficacobra atuação da prefeitura . Pág. 01

Inaugurada Casa do Artesão do Território da Cidadania Portal da Amazônia. Pág. 06

Entrevista: Sr. Enor e Sra. JaneteMantovani. Pág. 03

PRESTAÇÃO DE CONTAS

07Nova Canaã do Norte

Terra Nova do NorteNova Santa Helena

Nova GuaritaAlta Floresta

CarlindaApiacásColíder

SEMENTES DO PORTAL INICIA FASE II

De 01/Janeiro/2014 à 16/Junho/2014

NºItens de Custo

Valor Total disponível

para o Projeto

Valor Gasto

1.1Atualização do sistema

de Monitoramento15.000,00 0,00 15.000,00 100,00

Total %

Valor a gastar

1.2Atualização do sistema de

Planejamento de Agroflorestas15.000,00 0,00 15.000,00 100,00

1.3Alimentação e hospedagem

para equipe técnica67.645,12 1.022,61 66.622,51 98,49

1.4Apoio para transporte

de técnicos338.225,58 11.278,19 326.947,39 96,67

1.5Computador e impressora

35.000,00 23.188,70 11.811,30 33,75

1.6GPS

7.000,00 3.678,75 3.321,25 47,45

1.7Manutenção e

licenciamento de motos149.323,21 447,99 148.875,22 99,70

1.8Maquina

Fotográfica5.000,00 4.446,00 554,00 11,08

1.9 Motos 150.000,00 96.990,00 53.010,00 35,34

1.10 Apoio para a produção de lascas 1.258.199,15 0,00 1.258.199,15 100

1.11

1.12

1.13

1.14

Compra de arame

Compra de sementes e mudas

Enriquecimento das áreas antigas

Assessores técnicos - SAFs (10)

1.048.499,29

2.621.248,23

203.000,00

3.314.610,66

0,00

0,00

0,00

174.240,46

1.048.499,29

2.621.248,23

203.000,00

3.140.370,20

100

100

100

94,74

1.15 Apoio para reuniões entre técnicos 28.737,91 696,59 28.041,32 97,58

TOTAL META 01 9.256.489,14 315.989,29 8.940.499,85

NºItens de Custo

Valor Total disponível

para o Projeto

Valor Gasto

2.1Atualização do Sistema de

Planejamento de Agroflorestas15.000,00 0,00 15.000,00 100,00

Total %

Valor a gastar

2.2Apoio para base de

comercialização20.293,53 35,00 20.258,53 99,83

2.3Alimentação e hospedagem

para equipe técnica27.058,05 0,00 27.058,05 100

2.4 Apoio para transporte de assessores 33.822,56 2.328,98 31.493,58 93,11

2.5 Aparelho de Fax / Telefone 700,00 0,00 700,00 100

2.6 Computador e Impressora 3.500,00 1.983,07 1.516,93 43,34

2.7Kit de balanças para casas de sementes (2 unidades)

7.000,00 0,00 7.000,00 100

2.8Kit de podões para casas de

sementes (4 unidades)1.400,00 0,00 1.400,00 100

2.9Kit de tambores para

casas de sementes5.250,00 0,00 5.250,00 100

2.10Construção de novas

casas de sementes89.950,00 0,00 89.950,00 100

2.11

2.12

2.13

2.14

Reforma das casas de sementes

Articulador de comercializaçãoSementes (1)

Assessor técnico - Sementes (1)

Apoio para reuniões da Rede de Sementes

56.000,00

91.320,91

331.461,07

42.278,20

0,00

69,65

17.620,17

3.958,74

56.000,00

91.251,26

313.840,90

38.319,46

100

99,92

94,68

90,64

TOTAL META 02 725.034,31 25.995,61 699.038,70

NºItens de Custo

Valor Total disponível

para o Projeto

Valor Gasto

3.1Criação do sistema de comercialização

15.000,00 0,00 15.000,00 100,00

Total %

Valor a gastar

3.2Apoio para base de

comercialização20.293,53 958,08 19.365,45 95,43

3.3Alimentação e hospedagem

para equipe técnica27.058,05 560,97 26.497,08 97,93

3.4 Apoio para transporte de assessores 48.028,03 2.923,35 45.104,68 93,91

3.5 Balanças para feiras 4.500,00 0,00 4.500,00 100

3.6Automóvel para apoio de ações de

comercialização (Fiorino)48.000,00 46.664,03 1.335,97 2,78

3.7Computadores para grupos de

comercialização28.000,00 16.474,00 11.526,00 41,16

3.8Seguro, manutenção e

licenciamento para automóvel35.481,84 3.255,20 32.226,64 90,83

3.9 Barracas para feiras 30.500,00 21.875,00 8.625,00 28,28

3.10Apoio para realização

de feiras37.204,81 0,00 37.204,81 100

3.11

3.12

3.13

3.14

Articulador de comercializaçãoMercado interregional (1)

Assessor técnico - mercado regional (1)

47.351,58

91.320,91

331.461,07

0,00

2.828,78

17.633,66

17.633,66

47.351,58

88.492,13

313.827,41

313.827,41

100

96,90

94,68

94,68

Apoio para realizaçãode feiras

Assessor técnico - mercado institucional (1)

331.461,07

3.15 1.586,78 40.691,42 96,25Reuniões do Fórum de

Comercialização42.278,20

NºItens de Custo

Valor Total disponível

para o Projeto

Valor Gasto

4.1Alimentação e hospedagem

para equipe técnica13.529,02 750,62 12.778,40 94,45

Total %

Valor a gastar

4.2Apoio para transporte

de pesquisadores28.185,46 5.091,51 23.093,95 81,94

4.3

4.4

Ar condicionado

Computador para pesquisador e estagiário

1.200,00

3.000,00

1.199,00

1.647,40

0,08

45,09

1,00

1.352,60

4.5

4.6

4.7

Equipamentos diversos(termômetro, bandejas, lupa)

Freezer para armazenamento de sementes

Impressora para pesquisadore estagiário (multifuncional)

1.500,00

8.000,00

1.300,00

152,98

3.862,50

0,00

89,80

51,72

100,00

1.347,02

4.137,50

1.300,00

4.8

4.9

4.10

4.11

4.12

4.13

4.14

4.15

4.16

4.17

Kit de ferramentas paratrabalhar no viveiro

Projeto multimídia e teão

Custeio para realizaçãode pesquisas

Bancadas para manuseio demateriais e para trabalho

Cadeiras para centrode pesquisa

Complementação para obra

Apoio e publicação de pesquisas(revistas científicas)

Assessoria para identificaçãobotânica de espécies florestais

Auxiliar técnico (1)

Pesquisador (1)

2.000,00

3.500,00

16.911,28

3.000,00

2.250,00

9.750,00

11.274,19

109.585,09

91.320,91

331.461,07

292,00

2.604,48

31,80

2.272,00

1.500,00

8,090,00

0,00

11.332,05

2.828,78

17.633,68

85,40

25,59

99,81

24,27

33,33

17,03

100,00

89,66

96,90

94,68

1.708,00

895,52

16.879,48

728,00

750,00

1.660,00

11.274,19

98.253,04

88.492,13

313.827,39

4.18Estagiário - graduando (2) ou

Mestrando (1)97.408,97 800,00 99,1896.608,97

4.19Apoio para participação

em congressos46.370,93 17.136,41 69,7639.323,32

TOTAL META 04 791.546,91 77.136,41 714.410,50

NºItens de Custo

Valor Total disponível

para o Projeto

Valor Gasto

5.1 Atualização do site 15.000,00 0,00 15.000,00 100

Total %

Valor a gastar

5.2 Apoio para sede 363.254,27 17.378,46 345.875,81 95,22

5.3

5.4

Auditoria Externa

Registro do contrato da operação em cartório

209.000,00

3.200,00

0,00

3.116,60

100

2,61

209.000,00

83,40

5.5

5.6

5.7

Alimentação e hospedagempara equipe técnica

Apoio para transporte

Compra de Veículo (Fiat Uno)

6.764,51

77.791,88

30.000,00

532,14

3.055,38

31.590,00

92,13

96,07

(5,30)

6.232,37

74.736,50

(1.590,00)

5.8

5.9

5.10

Equipamentos para comunicação

Escaner

Seguro, manutenção elicenciamento de veículo

10.000,00

2.500,00

35.481,84

10.035,95

2.112,70

2.466,81

(0,36)

15,49

93,05

(35,95)

387,30

33.015,03

5.11

5.12

5.13

5.14

5.15

5.16

5.17

5.18

5.19

Aluguel de caminhonete

Apoio para elaboração do Muvucando

Produção de materiais impressos

Apoio Administrativo

Assessor técnico - Comunicação (1)

Assessor técnico - Formação (1)

Coordenação Operacional

Coordenação financeira

Material para conselhos gestores

118.378,95

112.741,86

56.370,93

91.320,91

331.461,07

331.461,07

487.044,83

487.044,83

27.058,05

7.720,00

0,00

0,00

4.816,97

17.660,62

17.633,66

25.954,77

25.954,77

559,58

93,48

100

100

94,73

94,67

94,68

94,67

94,67

97,93

110.658,95

112.741.86

56.370,93

86.503,94

313.800,45

313.827,41

461.090,60

461.090,60

26,498,47

3.16Assessoria e consultoria

Fundo56.370,93 0,00 56.370,93 100,00

3.17hospedagem e alimentação

Fundo20.293,53 0,00 20.293,53 100,00

3.18

3.19

Passagens aéreasFundo

Apoio para transporteFundo

67.645,12

33.822,56

0,00

0,00

100,00

100,00

67.645,12

33.822,56

TOTAL META 03 1.316.071,22 132.326,51 1.183.707,71

5.20

5.21

5.22

5.23

5.24

5.25

5.26

5.27

5.28

Apoio para conselhosgestores

Material para ConselhoGeral

Curso de formação de jovens

Curso para implantação detecnologias alternativas

Encontros Regionais daAgricultura Familiar

Programa de formação de técnicos

243.522,42

11.274,19

101.467,67

155.845,70

131.238,48

163.038,48

56.370,93

56.370,93

281.854,65

2.953,04

213,84

5.588,20

0,00

0,00

0,00

6.634,24

5.312,80

12.284,39

98,79

98,10

94,49

100

100

100

88,23

90,58

95,64

240.569,38

11.060,35

95.879,47

155.845,70

131.238,48

163.038,48

49.733,69

51.058,13

269.570,26

Reuniões do Conselho Geral

Programa de formação para conselheiros

Realização de intercâmbios

TOTAL META 05 3.996.858,43 203.574,92 3.793.283,51

TOTAL GERAL DE GASTOS 16.086.000,00 755.922,32 15.330.077,69

RENDIMENTO DA APLICAÇÃO ATÉ JUNHO 2014

TOTAL GERAL DO PROJETO

24.643,48

16.110.643,48 755.922,32 15.354.721,16

Gastos Bancários 862,58

Produzido pelo Rede de Comunicação Sementes do PortalMárcio Dutra Dellabiglia - Nova Canaã do Norte Diego Ra faelda Paz - Terra Nova do Norte Gabriel Felipe Venni - Terra Nova do Norte Andrey Marrafão Pope - Nova Santa Helena Sidney Aparecido da Silva - Nova Guarita

Jauri tasso - Alta Floresta - Comunidade Jacamim Iuri da S. Fagundes - Alta Floresta - Comunidade Santa Helena Amanda de Souza Mendonça - Carlinda Juliana Timóteo Azevedo - Apiacás Wesley Ramos - Articulador de comunicação do Instituto Ouro Verde 2.000 exemplaresE

xp

ed

ien

te

Sementes do portal na escola. Pag. 02

Page 2: Muvucando junho2014

01 02

QUE COMECE O SEMENTES DO PORTAL FASE II

coleta de sementes, os desafios assumidos para esta segunda etapa são muito maiores. Nosso grande objetivo é ajudar na consolidação das agroflorestas e a coleta de sementes como opções concretas para as famílias de pequenos agricultores de nossa região. E para isso entendemos que apenas o apoio ao plantio não é mais suficiente, precisamos ir além disso.

Desta forma, esta segunda etapa, além do apoio direto ao plantio de SAF e ao processo de coleta de sementes, também envolve novas atividades, principalmente na área de comercialização, pesquisa, formação e comunicação.

Desenvolvida de forma conjunta entre Instituto Ouro Verde, Movimento de Mulheres Camponesas, Associação Regional de Agricultores do Norte de Mato Grosso e diversos grupos formais e informais das comunidades rurais, o Projeto Sementes do Portal agora inicia sua segunda fase. Desde Janeiro, técnicos(as), agricultores(as) e coletores(as) de sementes voltaram suas ações e esforços para dar continuidade as atividades efetivamente. Se a primeira fase do projeto foi responsável por divulgar a técnica da “Muvuca de Sementes” junto aos agricultores e começar o debate sobre a

Ações de apoio a comercialização. Talvez este seja o grande desafio assumido pelo Sementes fase II. Como muitos agricultores já sabem grande parte das ações de

desenvolvimento da agricultura familiar em nossa região acabaram “morrendo” justamente por não olhar com a devida atenção para a área de comercialização. Entretanto, ao contrário de muitas destas ações que acreditavam em um grande e único mercado para comprar os produtos dos agricultores, o que o Sementes irá apoiar é a formação de diferentes estratégias de comercialização, atuando nos mercados locais, institucional e regional. O grande objetivo é que ao final de 05 anos tenhamos um sistema de comercialização gerenciado pelos próprios agricultores e que funcione como um motor que estimule cada vez mais as pessoas a plantar agrofloresta.

|AAtividades de pesquisa. Se por um lado as técnicas de plantio de agrofloresta se fortalecem com a experiência e a prática dos agricultores, por outro

entendemos que importante contribuir para superarmos algumas limitações técnicas ainda existentes, principalmente relacionadas ao manejo das sementes e formas de plantio e manejo. È por isso que nesta segunda etapa começamos a trabalhar na formação do “Centro de Pesquisa em Sistemas Agroflorestais”, um espaço para unir universidades e outros órgãos de pesquisa com as necessidades vividas pelos agricultores.

|BFormação e Comunicação. Tão desafiador quanto o plantio é o trabalho de manter todas as comunidades unidas e atuando de forma articulada. É por isso que na

fase II do Sementes estão previstas ações de articulação e comunicação além de mais duas edições do curso de formação de jovens, garantindo assim o envolvimento e interesse dos futuros agricultores e agricultoras de nossa região.

|C

As ações deste ano já estão avançadas. Já foram elaborados todos os projetos de plantio para o ano de 2014. Já temos os grupos de sementes estruturados, com seus planos de gestão e o sistema de acompanhamento e controle da coleta funcionando. Os grupos de comercialização estão sendo formados e o levantamento de informações sobre a produção local e a demanda de mercado vai ser consolidado. A rede de comunicação foi formada e este primeiro Muvucando já é fruto desta ação. Podemos ter 05 anos desafiadores pela frente, mas pouco a pouco o Sementes do Portal Fase II vai “mostrando” sua cara e conquistando espaços. Que tenhamos força para superar os desafios e que possamos fazer isso com muita alegria! Abraços a todos e a todas Alexandre de Azevedo OlivalCoordenador/ Sementes do Portal, Fase II

NO

VA

CA

NA

à Insatisfeitos com a atual situação do município, alguns grupos se organizaram em passeata pacífica para reivindicar ações da prefeitura. O protesto ocorreu no dia 25 de abril e foi organizado por associações de comunidades, Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Comunidades Eclesiais de Base (CEBS) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), onde usaram o plano de gestão da prefeitura como base para cobranças. Melhorias no transporte, na saúde, transparência política e benefícios à agricultura familiar foram destacados do plano da atual gestão que foi impresso e entregue para a população no momento do ato popular. Algumas faixas conduzidas por educadores cobravam iniciativas como melhorias salariais e no transporte escolar, também reformas para as escolas.

Os manifestantes se reuniram na praça central e caminharam em passeata com faixas de protesto até a prefeitura. Depois da leitura da carta de reivindicações na frente do prédio, alguns manifestantes foram até o gabinete da prefeitura para conversar com o prefeito. Apesar da ausência do gestor, foi protocolada a carta com prazo de 30 dias para devolutiva oficial da prefeitura.

O ato popular foi encerrado com uma conversa entre alguns representantes dos movimentos que fizeram uma avaliação dos resultados.

Manifestação pacífica cobra melhor atuação da prefeitura

Nascido de uma história de 20 anos de organização das mulher es camponesas em defesa de seus direitos, o MMC (Movimento das Mulheres Camponesas) foi se fortalecendo até expandir por vários estados brasileiros. O movimento é autônomo, democrático, popular, classista, socialista e busca estabelecer uma relações de igualdade, através da luta feminista pela ampliação dos direitos da mulher e de seu espaço de atuação social como: reconhecimento da profissão, do salário, da maternidade, entre outros. O MMC teve seu início no município de Nova Canaã do norte a partir das iniciativas do padre Jésus Moreira de Resendo e da irmã Leonora. Três comunidades no município aderiram ao movimento. São eles: São João, Rondon e Veraneio.

As mulheres envolvidas se reúnem sempre que há possibilidades para discutir ideias, acompanhar o andamentos das ações na comunidade e para produzirem artesanatos diversos. "Há dificuldades enfrentadas pelas camponesas pois muitas mulheres se sentem presas aos afazeres de casa", afirma Sílvia Cavichia da comunidade Rondon. "Embora as dificuldades, o grupo se orgulha das conquistas e o Sementes do Portal é nossa maior conquista" diz Valquíria Seze.

MMC - Lutas, conquistas e uma grande história.

CARLINDA

A necessidade da criação de um curso técnico na escola estadual Frei Caneca, localizada na zona rural de Carlinda, surgiu através das reuniões e debates realizados no ano de 2010, entre professores, funcionários da escola, pais de alunos e alunos do ensino médio. A opção escolhida foi pelo curso técnico em Agroecologia, voltado para as questões da preservação ambiental e agricultura familiar. As aulas, com duração de três anos e meio, foram iniciadas em 2011, contando com vinte quatro matriculados. Neste ano de 2014, a primeira turma encontra-se na fase de conclusão e para tal apresentam um trabalho de conclusão (TCC) como fruto da pesquisa.

Nesta edição do Muvucando, a equipe de Comunicação de Carlinda optou por apresentar alguns do principais trabalhos que foram desenvolvidos por estes estudantes.

ALUNOS DO QUARTO ANO DE AGROECOLOGIA APRESENTAM TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO EM JUNHO.

OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE AFETAM A PRODUÇÃO LEITEIRAAluno: Márcio Luciano Costa Petry Orientador: Gilmar Vicente Mota

O trabalho mostra que a pecuária leiteira nacional passou por intenso processo de especialização de sua produção nos últimos anos. Entretanto, no que diz respeito à qualidade e composição do leite, item essencial a um país que pretende ser exportador de lácteos, ainda há muito que fazer. Esta atividade vem enfrentando vários problemas nos últimos anos; falta de alimentos para o gado no período da seca, degradação das pastagens, baixa produtividade dos rebanhos, problemas sanitários e a falta de organização dos produtores. Fatos que foram detectados em pesquisa de campo feita com os produtores de leite do setor Nazaré. Munidos destas informações, o objetivo principal deste trabalho foi apontar algumas possíveis soluções que ajudem o produtor a alcançar maior eficiência, produtividade e rentabilidade.

HISTÓRICO, FUNCIONAMENTO E IMPORTÂNCIA DO MÉTODO BIOENERGÉTICO NO MUNICÍPIO DE CARLINDA - MTAluno: Leandro Teleken | Orientador: Gilmar Vicente Mota

Cada ser humano tem em seu interior uma corrente energética que o mantém em vida. Energia que lhe dá as possibilidade de viver. A essa corrente energética denominam “bio-energia”, ou seja, a energia da vida. O trabalho descreve o processo de apresentação do método bioenergético para os agricultores do setor Nazaré. Além das técnicas bioenergéticas, foi exposto o histórico de desenvolvimento deste método, desde sua descoberta pelo médico japonês, Dr. Yoshiaki Omura, em 1989, até sua introdução no Brasil. A prática da consulta bioenergética é feita em complemento aos uso da medicina tradicional e exige competência de quem a executa. Deve ser aplicada por pessoas treinadas, sérias e honestas. Demonstrações dos procedimentos técnicos e de como ocorrem as consultas foram feitas. O tempo de atendimento dura cerca de dez minutos, e há possibilidade de uma pessoa poder ser examinada à distância. Em seguida o doente é encaminhado à equipe de apoio que entrega os produtos terapêuticos receitados e explica como usá-los. O paciente recebe todos os produtos necessários ao tratamento, compostos na sua totalidade por ervas fitoterápicas. A pesquisa detectou que a procura pelas consultas terapêuticas bioenergéticas vem aumentado e que as pessoas retornam por comprovarem a eficácia do método. O trabalho ressalta a ocorrência de um dado que diverge das pesquisas realizadas pela medicina convencional - há um número similar de homens e mulheres que procuram o método bioenergético. Esta é uma alternativa confiável e que pode ser uma boa opção no tratamento de diversas doenças. O tratamento é barato e atende principalmente às necessidades das pessoas de baixo poder aquisitivo e que muitas vezes não dispõe de recursos para adquirir os medicamentos convencionais.

AGROTÓXICO: IMPACTOS À SAÚDE DA POPULAÇÂO DO SETOR NAZARÉAluno: Érica da Silva TelekenOrientadora: Mirian da Silva Sousa

O uso de agrotóxicos tornou-se cada vez mais intenso após a Revolução Verde. O Brasil, devido ao destaque econômico da agricultura, faz uso excessivo de defensivos agrícolas no processo de produção, tendo apresentado impactos negativos à saúde pública. Dados mostram que cada vez são maiores os índices de contaminação da população. As estimativas feitas pelas agências internacionais de saúde são extremamente preocupantes, indicando não só problemas de intoxicações agudas determinadas pelo contato direto com produtos altamente tóxicos e de conseqüências fatais, mas principalmente problemas crônicos determinados pelo contato, tanto direto como indireto, com produtos de baixa toxicidade aguda e por tempo prolongado. Este tipo de contato leva a ocorrência de doenças muito graves como má formação do feto, câncer, distúrbio, depressão, entre outros. O objetivo deste trabalho foi descrever e analisar os danos ocasionados pelo uso excessivo e incorreto dos agrotóxicos e os sérios danos que podem trazer a saúde.

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SEMENTES DO PORTAL NA ESCOLA:

PARCERIA ENTRE IOV E E.E. GUIMARÃES ROSA POTENCIALIZA AÇÕES PEDAGÓGICAS.

A unidade escolar do Setor Santa Lúcia localizada aproximadamente 40 Km da cidade de Alta Floresta já está desenvolvendo atividades em agroecologia e comunicação com apoio do Instituto Ouro Verde. Atividades em reforço escolar, esportivas, artísticas e agroecológicas com a horta orgânica já aconteciam na escola pelo programa Mais Educação e está no seu segundo ano de execução. A escola recebe cerca de 170 alunos e aproximadamente 50 participam das ações que acontecem no contra turno como atividade extra classe. Os ministrantes das atividades são pessoas da própria comunidade que estão em fase de formação.

Com início da segunda fase do projeto Sementes do portal o técnico de campo Renato Felito passou a assessorar as ações com aulas de agroecologia. A horta esta sendo pensada de maneira sustentável cujos canteiros são cercados com bambu, ADOBE (barro beneficiado) e com materiais recicláveis, tipo garrafa PET. Todo trabalho é desenvolvido pelos alunos e a produção das hortaliças ajuda a abastecer o refeitório.

Na área de comunicação pretende-se garantir um núcleo de comunicação para a produção de um jornal escolar. Esta ação vem no sentido de consolidar uma estratégia autônoma de comunicação para a comunidade a partir da escola, complementando assim as ações de comunicação promovidas pelo IOV. O Instituto proporciona apoio técnico e participação no planejamento e acompanhamento, oferecendo ainda oficinas de comunicação e edição de jornal.

Com o reinício das atividades em 2014 o coordenador José da Silva articulou a parceria que envolve escola Guimarães Rosa, Programa Mais educação e Instituto Ouro Verde. Apesar de recente este trabalho em conjunto já está dando bons resultados e o exercício de planejamento está cada vez mais estável e próspero.

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TERRA

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café, entre muitas outras plantas. Há uma diversidade de espécies muito grande aqui que ainda não foi catalogada.

M - Como o senhor comercializa os produtos do seu sítio? Que produtos são estes?S.E - Tenho como foco a comercialização de tudo que tenho aqui. Gerar renda e plantar mais árvores. Inclusive arborizar o máximo possível a propriedade para trabalhar na sombra. Quero comercializar tudo o que plantei e também os peixes que crio. Quero trabalhar com o guaraná. Plantei a espécie mas ainda não obtive os resultados.Estou comercializando o pequi em Terra Nova e incentivando vários vizinhos a plantá-lo também. Comercializei muitas mudas. Alguns vizinhos já estão produzindo e a expectativa é de que no próximo ano tenha muito pequi. Tenho mudas para venda, inclusive montei um sistema de irrigação para aguar estas plantas.Nos últimos dois anos produzimos duas toneladas e meia de caroço de pequi. Forneço para Peixoto, Matupá e Terra Nova. Faço a colheita, congelo e transporto. A entrega é feita duas vezes por semana. Faz treze anos que moro aqui, e acho que quem vive no sítio deve plantar, assim é mais gostoso. Dona Janete - Além das vendas, também fazemos trocas de produtos entre vizinhos. Eu tenho peixe e minha vizinha tem maracujá, então fazemos como os índios que trocavam várias coisas.

M - De que maneira o senhor vê a vida e o trabalho do agricultor familiar no campo?S.E - Apesar do esforço envolvido no trabalho da terra eu não paro de plantar e nem de colher. Eu trouxe muitas sementes de lugares como Belém e Ilhéus, além de regiões do Acre. Estão nascendo e muito bonitas. Tenho uma diversidade muito grande de espécies, pois quando percebemos que o fruto pode dar um bom retorno acabamos investindo em seu cultivo como cacau, a banana e a mandioca que estão produzindo bem. Agora possuo uma renda fixa devido ao investimento que fiz na criação de peixes. Antes, minha renda era instável devido às secas. A produção de peixe ocorre durante o ano todo resolvendo esse problema.

Quando eu casei com a Janete, planejamos ficar no sítio apenas um ano, pois ela queria morar na cidade. Depois de dois anos minha esposa não queria mais sair do sítio e amadureceu muito a partir da experiência em viagens apoiadas pelo Sementes do Portal, como em Ilhéus. Hoje ela vive plantando de tudo. E minha filha antes queria seguir a área da veterinária, mas hoje ela faz zootecnia, porém o que ela gosta mesmo é de cozinhar. Ela tem planos de fazer gastronomia ou nutrição e montar um restaurante aqui na região com coisas que eu produzo. Pequi, frango, peixe e sucos naturais.

M - Senhora Janete, quais foram as motivações que levaram a sua família a trabalhar o cultivo da terra?S.J - Começamos a plantar porque não tínhamos outra opção. No começo eu não gostava, mas com o tempo fui tomando gosto e não quis mais sair do sítio. Aqui é melhor para criar os filhos. O Lucas não quis saber de morar na cidade, ele gosta mesmo é daqui. No começo só havia três tipos de plantas, coqueiro, inajá e tucum. Hoje tem muitos bichos, como tatu, paca e passarinho passarinhos de muitas espécies. Os animais estão voltando. O clima é bom pois tem muita árvore, a saúde da gente melhora porque a gente come coisas naturais, sem conservantes. Desde que eu vim do sul e trouxe sementes, acho maravilhoso plantar. Sempre trago novas sementes.

MUVUCANDO - Quando e como o senhor chegou aqui na região? Senhor ENOR - Meu pai e meu irmão moravam aqui. Devido a doença adquirida por meu pai, a malária, resolvi vir para esta localidade. Arrumei um trabalho na lavoura de feijão, arroz e milho. Meu pai sugeriu que eu comprasse um pedaço de terra aqui na região, e, em 1987, eu adquiri minha propriedade, que na época era uma área de mata cerrada.No ano de 1992 conheci Janete e nos casamos. O pai dela comprou um sítio próximo a minha propriedade. Fomos tocando a vida com muita dificuldade, pois não havia nenhuma infraestrutura aqui, como meio de transporte e energia. Era muito difícil ganhar dinheiro. Havia muita malária e as áreas de garimpo estavam muito próximas.

M - Conte um pouco sobre o início do processo de plantio feito em seu sítio. S.E - Em 1999 compramos este sítio e quando eu parei de trabalhar, em 2001, nos estabelecemos definitivamente aqui. Na época aqui só tinha tucum e inajá. Eu trouxe na bagagem uma lata e meia de semente de pequi e plantei. Puxava água no sarrilho em poço. Fui lutando até que chegou a energia elétrica. No primeiro ano eu plantei 1200 pés de açai e as capivaras comeram tudo. Hoje restam uns oitenta pés. O problema maior hoje é com as antas que comem as castanhas. Mas como a planta é forte, muitas vezes brota novamente.

M - De que maneira o senhor organiza atualmente a produção feita em sua propriedade? S.E - Tenho dois SAFs (Sistema Agroflorestal) com diversas espécies florestais, como seringueira, buriti, e aroeira. Aqui, próximo às margens do rio, plantei espécies produtivas, como pés de manga, mexerica, abacate, goiaba e acerola. Também fiz represa para peixes. Nós compramos muito pouco no mercado pois a maior parte das coisas tiramos daqui mesmo. Consumimos mais da nossa própria produção. A Janete faz polpa de geléia com maracujá, araçá boi, acerola, cupuaçu, acaí e buriti que podem ser consumidos fora da sua época. Aqui não tem castanha, embora haja alguns pés plantados. Eu trouxe de fora sementes de cacau, figo chileno, banana,

ENTREVISTA

ENOR E JANETE MANTOVANIO MUVUCANDO entrevistou o casal Enor e Janete, moradores da Comunidade São Pedro em Terra Nova do Norte, para conhecer um pouco mais sobre o trabalho e a vida do agricultor familiar, bem como a comercialização de seus produtos e sua relação com a terra em que planta.

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JACAMIM

UM CONTO DE FADAS DE VERDADEExistem histórias verdadeiras que não tem nada de conto de fadas embora pareçam ter surgido do mundo fantástico. Como nas histórias imaginárias, existem os heróis e os mal feitores. Há um rei de uma terra distante que deveria zelar paz e harmonia e um povo que batalha todos os dias para viver. Não vamos começar com "era uma vez" pois nosso conto é de verdade e recomeça todos os anos que se inicia a época das chuvas. Essa história ocorre na Jacamim, um assentamento localizado aproximadamente a 10Km da Pista do Cabeça e 90 Km da Cidade de Alta Floresta. A Pista do Cabeça surgiu no auge do ouro, tanto em questões relativas ao preço do ouro quanto a sua descoberta. Devido aos grandes conflitos que estavam surgindo com os moradores (garimpeiros), foi demarcada uma área de 121 hectares.Com a escassez do ouro em meados da década de 80 e o

declínio do preço do minério, o garimpo da Pista do Cabeça foi desativado, surgindo em seu lugar um pequeno vilarejo, onde as famílias que ali ficaram não tinham muitas expectativas de trabalho, comprometendo assim sua qualidade de vida. A partir desse momento surgiu a necessidade de criar algo que pudesse abrigar os ex garimpeiros. Foi neste momento que surgiu o projeto de assentamento da gleba Jacamim I e II. Assim, a maioria dos colonos assentados é oriunda das mais diversas regiões do país, residindo aproximadamente cerca de 100 famílias. (fonte: Jornal da escola Rodrigues Alves - Setembro 2008) O assentamento foi criado a cerca de 18 anos, onde a maioria de seus moradores eram garimpeiros. No assentamento residem cerca de 80 famílias, sendo que as mesmas têm como atividade econômica principal o Serviço para Terceiros e a pecuária extensiva. (fonte: Jornal da escola Rodrigues Alves - Setembro 2008).Para se chegar nesta vila há uma estrada. E o que é uma estrada? É uma via rural não pavimentada, ao contrário de uma rodovia, que seria pavimentada. Por outro lado, a estrada distingue-se de um simples caminho pois é concebida para a circulação de veículos de transporte. (fonte: Código de trânsito do Brasil). Outro personagem deste conto verdadeiro é a água, que faz tanto bem, mas que quando encontra estradas "esquecidas" pelos responsáveis de sua manutenção, causa transtornos que afetam de várias formas muitas famílias residentes no assentamento. Eis que, em meio aos problemas criados pelo encontro das chuvas com as estradas mal cuidadas, surge o ônibus que faz a linha Jacamim até Alta Floresta apenas 3 vezes por semana. Com as condições precárias de tráfego ele não tem como garantir seu itinerário neste período. Nas vezes que persistiu, o ônibus atolou e os passageiros ficaram horas em espera, atrasando suas idas e vindas e por consequência, suas vidas.Não seremos injustos em dizer que nada foi feito, até porque o "esquecimento" deu lugar ao improviso e as pontes, assim como as estradas, ganharam reparos com pedaços de madeira e entulhos, fazendo do acesso um risco.A Educação e a Saúde da comunidade, personagens coadjuvantes para o interesse de alguns reis, mas de extrema importância para os moradores da Jacamim, também comeram dessa maçã envenenada. A maldição da bruxa má inviabilizou o trabalho do médico que vinha apenas uma vez por semana e o ônibus das escolas que transportam os alunos passou pelos mesmos problemas.Mesmo pagando tributos ao rei, o assentamento que carece de diversidade de fontes de renda, teve prejuízos em uma de suas principais atividades lucrativas. O leite por várias vezes não conseguiu sair das propriedades ou do resfriador onde é concentrado para transporte, agravando ainda mais a situação dos moradores. Como se trata de um conto de fadas de verdade não veremos um final "feliz" pra esta situação, veremos uma comunidade que precisou se unir para superar as dificuldades. Solidariedade, luta e união foram e sempre serão os instrumento de resistência desse povo que por ser real, não espera o aparecimento de um herói, em seu cavalo branco, pronto para salvar todos dos perigos provocados pelo fogo expelido da boca do dragão. É um povo que sabe que a vitória contra o "mal" só é possível através da ação coletiva.

Por Jauri Tarso

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APIACÁS

Em 2007 houve em Apiacás uma doação de terras. Foram 97 alqueires organizados pelo Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), dividindo aproximadamente 1 alqueire para cada família. No mesmo ano seis famílias ocuparam suas terras usando ainda barracos de lona e a minha foi uma delas. Me lembro de um dia também em 2007 na hora do almoço, um fogo veio subindo pra cima da casa dando tempo só de pegar meus meninos e correr. Quando voltamos mais a noite, o fogo havia queimado tudo.Cada um falava uma coisa, punha culpa em um e no outro porque tinha gente de olho pra comprar as terras daqui e até fizeram mesmo propostas pra gente. Nessa época tinham poucas famílias morando aqui e depois ficaram menos ainda. Quem ficou reconstruiu de novo e até hoje espera a ajuda que a poder público disse que daria. Foi feita uma reunião ameaçando tirar a terra de quem não viesse morar nela mas a maioria foi embora mesmo assim. Pouca gente tinha água na propriedade, ai furaram 5 poços mas não colocaram o encanamento como foi prometido. Não há como manter um plantio

RELATO DE ROSELI DA SILVA SOBRE O SETOR DE CHÁCARAS EM APIACÁS COMUNIDADE IPÊ FLORIDO Relatora: Ana Paula

CARTA DO LEITOR:

sem água e até hoje o povo vem buscar água aqui em casa.O que a gente produzia não conseguia vender na cidade e em nenhum outro lugar. A maior dificuldade das famílias é conseguir sobreviver da renda da chácara. Não existe como fazer a comercialização dos produtos extraídos, muitas famílias até fazem o plantio de frutas verduras e legumes, mas não conseguem vender. Nós precisamos de incentivo pra produzir tanto com agricultura quanto na piscicultura, também pra criação de frango e produção de ovos.Além das estradas estarem precárias, a ponte do "Rio das Primas"ainda não foi reconstruída. Com 15 minutos de bicicleta a gente ia pra cidade, agora não tendo a ponte, a gente tem que dar a volta aumentando mais de 3 km pra chegar. A gente que tem os filhos que vão pro colégio, estamos ficamos preocupadas porque estão chegando de noite em casa.Ainda há algumas famílias residindo em suas terras, mas muitas já venderam e outras se mudaram pra cidade deixando suas chácaras abandonadas. Eu ainda resisto apesar das dificuldades e não vendo meu cantinho pra ninguém.

NOVA GUARITA

AS FORTES CHUVAS CAUSAM TRANSTORNOS AOS MORADORES DO MUNICÍPIO DE NOVA GUARITA.Pausa na colheita e escoamento da produção agropecuária, interrupção das atividades acadêmicas e atraso na divulgação do lançamento do Projeto Sementes do Portal fase II foram alguns dos transtornos enfrentados pela população.

Em todas as áreas do Centro-Oeste são visíveis as profundas modificações no ambiente natural, provocadas pela introdução da produção em grande escala, que exige a eliminação de grande parte da vegetação nativa, introdução de monoculturas exóticas de uso comercial e maquinaria pesada movida por combustíveis fósseis. Esses procedimentos têm provocado sérios desequilíbrios: redução da biodiversidade, contaminação do ambiente natural por agroquímicos, a compactação, erosão e perda de fertilidade dos solos, e muitas vezes causando descontrole na cotação de chuvas. Na região norte de mato grosso, a temporada de chuvas começa no final do mês de agosto e inicio de setembro, se prolonga até o mês de maio, ocorrendo chuvas mais intensas nos meses de dezembro à março.Em Nova Guarita, a 667 km de Cuiabá, pontes de madeira cederam e estradas de chão ficaram intransitáveis, devido a elevação do nível das águas dos rios: Teles Pires, Peixoto, Braço Dois, Batistão e Esperancinha. Centenas de famílias do assentamento Raimundo Vieira e outras comunidades do município ficaram

isoladas, impossibilitando as atividades acadêmicas e o escoamento agrícola e pecuário. Os prejuízos estimados poderão chegar até R$ 5 milhões, segundo informação fornecida pela prefeitura do município de Nova Guarita.Além dos problemas citados, também foi ocasionado o atraso no projeto da CONAB (Campanha Nacional de Abastecimento) e no lançamento do pr ojeto Sementes do Portal fase II, iniciativas que auxiliam diretamente na renda da agricultura familiar - os responsáveis pela produção orgânica e preservação de sistemas agroflorestais que contribuem diretamente com o enfoque sócio ambiental. Essa influência meteorológica dura cerca de 6 meses. Por isso é importante pensar a questão das chuvas como algo cíclico, que ocorre todos os anos, em determinado período. É por isso que políticas públicas específicas e permanentes precisam ser discutidas para atender as necessidades do município na temporada chuvosa evitando tantos transtornos para a população.

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A CASA DO ARTESÃO DO TERRITÓRIO PORTAL DA AMAZÔNIA JÁ ESTÁ EM PLENO FUNCIONAMENTO!

A Casa do Artesão é um espaço de apoio à comercialização de produtos artesanais dos grupos de agricultores familiares e economia solidária do Território Portal da Amazônia. A Comissão Pastoral da Terra – CPT e a Pastoral da Juventude Rural – PJR, autores da proposta, esperam que a Casa do Artesão possa contribuir para o desenvolvimento sócio econômico dos grupos, valorizando a cultura local de produção, com destaque para produtos da sócio biodiversidade regional. Atualmente, expõem na Casa cerca de 16 grupos, contando com aproximadamente 150 pessoas, com perfil predominante de mulheres. Os grupos têm contado com apoio e/ou acompanhamento de organizações que atuam no território, com destaque a CPT, Movimento de Mulheres Camponesas e Instituto Ouro Verde.

A Casa foi inaugurada no dia 08 de março de 2014, com recursos da Secretaria de Desenvolvimento Territorial/ Ministério do Desenvolvimento Agrário, tendo como proponente a Prefeitura Municipal de Nova Santa Helena. A gestora da Casa é a Associação dos Agricultores Familiares do Assentamento Santa Maria – AAFASM. O coordenador da Casa, Márcio José de Sousa, disse ao Muvucando que, apesar de se encontrar em fase de estruturação, o

espaço já desperta o interesse da população e de quem passa pela BR 163, garantindo uma boa divulgação e a venda de alguns produtos, principalmente os alimentícios.

"Para os grupos o trabalho artesanal tem a importância de geração de renda. Renda esta que fortalece o empoderamento feminino dentro das relações familiares, já que a maior parte dos grupos é formada por mulheres. Além de geração de renda essa atividade fortalece a união entre os membros de cada grupo. A possibilidade de intercambio de saberes é muito rica, e amplia nossa forma de trabalhar. Além disso, a valorização e reconhecimento de seu trabalho é um elemento muito importante" diz Aline Nava, assessora do Instituto Ouro Verde, que participa da construção do Plano de Negócios da Casa do Artesão que vem sendo elaborado como uma das estratégias de fortalecimento da gestão da casa e ampliação das vendas.

A Casa do Artesão fica aberta de segunda à sábado, das 07:00 às 18:00, tem lanchonete e expõe produtos artesanais diversos, como doces, biscoitos, artigos de decoração, lembrança e utilidade doméstica.

Situada estrategicamente em Nova Santa Helena-MT, a Casa do Artesão surge a partir da demanda de movimentos sociais e entidades da sociedade civil que, na época, faziam parte do colegiado territorial – CEAAF (Conselho Executivo de Ações para a Agricultura Familiar), no ano de 2009. No Território Portal da Amazônia, o artesanato foi elencado como cadeia prioritária, já que está presente em diversas comunidades rurais e possui potencial para contribuir com a geração de trabalho e renda no meio rural e envolvimento e fortalecimento das mulheres do campo.

04 e 05 de Julho | Praça Cívica | Alta Floresta | MT

e mais de 20 barracas com os melhores produtos de nossa regiãoMÚSICA - QUITUTES - DANÇA - POESIA

*As cestas de piquenique deverão ser reservadas com antecedência junto a equipe do Instituto Ouro Verde (3521 7917). O custo é de R$ 13,00 e devem ser retiradas no horário agendado na programação da feira.

Não serão vendidas cestas na hora.

Agricultura Familiar e

Economia Solidária

Feira Regional 5ª