N.º 3 newsletter - IPGem 02-12-2010, aos 68 anos, depois de anos de luta contra o cancro. Ernâni...
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Marinha de Guerra. "É uma nova abordagem do hipercluster do Mar",
que caso não seja feita "o mais certo é falhar", pois Portugal "vai arcar
com o ónus de uma visão fragmentária. Mais do mesmo não dá!",
garantia. Ernâni Lopes alertava ainda para o facto de Portugal estar a
perder terreno permanentemente.
Para o economista, a tão falada cultura marítima de Portugal tem
vindo a perder-se: "[a] cultura marítima bebe-se como o leite materno
e perde-se, consistentemente, pelo desuso", alerta. O economista dá
como exemplos os ingleses e os holandeses, que "andaram a
aprender na borda de água com os portugueses". Actualmente, dizia,
"os ingleses ganham oceanos de libras", com consultoria, registos,
inspecções e peritagens. "Portugal também poderia fazê-lo",
assegura Ernâni Lopes.
O economista e antigo ministro das Finanças, Ernâni Lopes, morreu
em 02-12-2010, aos 68 anos, depois de anos de luta contra o cancro.
Ernâni Lopes era director e professor do Instituto de Estudos Europeus
da Universidade Católica e sócio-gerente da SaeR, uma empresa de
consultoria. Negociou a adesão de Portugal à então Comunidade
Económica Europeia (CEE) e foi presidente da Fundação Luso
Espanhola
N.º 3Janeiro 2011
Asua intervenção pública recente ficou marcada pelo
estímulo à criação de um HyperCluster do Mar em Portugal.
Ficou conhecido dos portugueses pela sua passagem pelo
Governo do bloco central liderado por Mário Soares (1983 a 1985),
onde desempenhou o cargo de ministro das Finanças. A difícil
situação económica e financeira que a economia portuguesa vivia na
altura, com um endividamento face ao exterior a atingir um dos
valores mais altos, originou a intervenção do Fundo Monetário
Internacional, levando o então ministro Ernâni Lopes a aplicar um
plano de austeridade.
Além das matérias económicas e europeias, Ernâni Lopes tinha outras
áreas de interesse, tais como a defesa, a religião e as relações
portuguesas com África. O gosto por estes assuntos foi cultivado
desde a sua formação. Licenciado em Economia em 1964 pela
Universidade Técnica de Lisboa, Ernâni Lopes cumpriu serviço militar
na Armada, como oficial da Reserva Naval. O ex-ministro também
leccionou na Universidade Técnica de Lisboa, entre 1966 e 1974, e
doutorou-se em Economia em 1982, pela Universidade Católica.
Ernâni Lopes também passou pelo Banco de Portugal, tendo sido seu
consultor económico entre 1985 e 1989. O economista estava a
trabalhar num estudo sobre o hipercluster do Mar, projecto que é
apoiado e financiado pela Associação Comercial de Lisboa/Câmara de
Comércio e Industria Portuguesa (ACL/CCIP) e que seria concluído
durante 2011.
Numa das suas últimas entrevistas (à RTP em Outubro) Ernâni Lopes
afirmava que numa óptica estratégica, de desenvolvimento e
prospectiva, "não faz sentido gastar dinheiro em segmentos do
hipercluster do Mar […] é preciso tratá-lo no seu conjunto",
nomeadamente no que respeita às telecomunicações, estaleiros de
construção e reparação naval, portos, transportes marítimos e
TRIBUTO A ERNÂNI LOPES, O PAI DO HYPERCLUSTER DO MAR EM PORTUGAL
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KIMERAA
CRIA – Centro Regional para a Inovação do Algarve
Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia
Universidade do Algarve
Campus de Gambelas – Pavilhão A5
8005-139 Faro, PORTUGAL
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Fax: +351 289 800 098
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UNIVERSIDADE DO ALGARVECRIA – CENTRO REGIONAL PARA A INOVAÇÃO DO ALGARVE
UNIVERSIDADE DO PORTOUPIN - UNIVERSIDADE DO PORTO INOVAÇÃO
MIK, S. COOP.MONDRAGON INOVAÇÃO & CONHECIMENTO
UNIVERSIDADE DE CARDIFFCASS - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS
IONAD FORBARTHA GNO T/A WESTBIC
UNIVERSIDADE DE HUELVAOTRI - OFICINAS DE TRANSFERÊNCIA DERESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO
www.ualg.pt | www.cria.pt
www.up.pt | http://upin.up.pt
www.mik.es
www.cardiff.ac.uk | www.cardiff.ac.uk/cass
www.westbic.ie
www.uhu.es | www.uhu.es/otri
PARCERIA
[a] cultura marítima bebe-se como o leite materno e perde-se,
consistentemente, pelo desuso.
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N.º 3Janeiro 2011
O projecto europeu KIMERAA - Transferência de Conhecimento
para Melhorar a Economia Marítima nas Regiões do Espaço
Atlântico, com o objectivo de criar mecanismos para a
transferência de conhecimento entre empresas e organizações
científicas em todo o cluster marítimo, lançou recentemente
uma nova actividade, a elaboração de um catálogo de
competências e serviços comuns na campo das ciências
marinhas e clusters marítimos. Centrando-se no Espaço
Atlântico Europeu, o catálogo pretende estimular a ligação entre
a procura e a oferta de inovações e o apoio ao desenvolvimento
de nichos específicos de excelência ligados ao Mar.
A Universidade do Algarve, membro da parceria KIMERAA,
participará no desenvolvimento de uma base de dados com
organizações/entidades que têm competências e serviços na
área das ciências marinhas e clusters marítimos no Espaço
Atlântico. Numa segunda fase, estes conteúdos vão alimentar
uma ferramenta web que será divulgada a potenciais
interessados, dos decisores políticos, passando pelas
instituições de investigação até às empresas do Espaço
Atlântico. A ferramenta web visa facilitar a inserção dos
contactos das organizações que pretendem ser listadas e
participar nesta iniciativa terá um motor de busca com
informações georreferenciadas e recursos adicionais para as
actividades marítimas específicas. A ferramenta estará
disponível na internet através do sítio do KIMERAA
(http://www.kimeraa.eu/). A criação da ENKTAA - Rede Europeia
de Transferência de Conhecimento no Espaço Atlântico, uma
KIMERAA Inicia Trabalhos de Criação de Catálogo de Competências e Serviços
Início das Intervenções dos Grupos de Acção Costeira (GACs) em Portugal
newsletter
das actividades fundamentais do projecto KIMERAA, será
facilitada com a implementação desta ferramenta.
O projecto está também a finalizar um estudo intitulado
"Clusters Marítimos: Actores de Inovação e Instituições no
Espaço Atlântico", que procura analisar alguns nichos de
excelência nas regiões participantes. O estudo, coordenado
pelo Centro de Estudos Avançados (CASS), um centro de
investigação inter-disciplinar de ciências sociais da
Universidade de Cardiff, será apresentado em Março de 2011,
num seminário internacional no País de Gales.
O projecto KIMERAA, liderado pela UAlg (CRIA, Divisão de
Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia) e a ser
desenvolvido entre 2010 e 2012, é co-financiado pelo Programa
de Cooperação INTERREG Espaço Atlântico através do Fundo
Europeu de Desenvolvimento Regional. A parceria reuniu
recentemente em San Sebastian, País Basco. O parceiro
anfitrião, MIK - Mondragon Inovação e Conhecimento,
apresentou aos outros participantes KIMERAA, uma série de
visitas e de exemplos de boas práticas, a tradição de
cooperação que esteve na génese da economia basca e que
floresceu na segunda metade do século XX, a sua
industrialização e a criação de agentes de inovação e dinâmica
no sector marítimo
produtos, aproveitando melhor as possibilidades da pesca e
potencialidades da produção aquícola e adaptando o esforço de
pesca aos recursos pesqueiros disponíveis".
As actuações que se pretendem levar a efeito no âmbito do
PROMAR, encontram-se agrupadas em quatro eixos: Eixo 1 -
Adaptação da Frota de Pesca; Eixo 2 - Aquicultura,
Transformação e Comercialização dos Produtos da Pesca e da
Aquicultura; Eixo 3 - Medidas de Interesse Colectivo; e Eixo 4 -
Desenvolvimento Sustentável das Zonas de Pesca.
O Eixo 4 - Desenvolvimento Sustentável das Zonas de Pesca é a
nova prioridade do Fundo Europeu das Pescas para o período de
2007-2013, que prevê, para o efeito, um conjunto de medidas
que visam apoiar as comunidades piscatórias na criação de
condições intrínsecas que conduzam a novas fontes
sustentáveis de rendimento e de qualidade de vida, numa
perspectiva de desenvolvimento endógeno.
Esta nova perspectiva de intervenção implica uma abordagem
local, ou seja, uma abordagem descentralizada, coerente com
as especificidades e necessidades de cada região. É neste
contexto que surgem os Grupos de Acção Costeira (GAC),
constituídos sob a forma de parcerias entre entidades dos
sectores público e privado da área costeira de intervenção, a
quem compete a implementação de uma estratégia de
desenvolvimento sustentável adaptada ao respectivo território.
Em Portugal foram formados sete GAC (Litoral Norte, Região de
Aveiro, Mondego Mar, Oeste, Além Tejo, Barlavento do Algarve e
Sotavento do Algarve), que são dotados de autonomia
administrativa e financeira, assumindo a qualidade de
organismo intermédio do PROMAR na selecção, gestão e
acompanhamento de projectos em prol das comunidades
piscatórias, mais dependentes da pesca. Os destinatários,
directos ou indirectos, dos projectos são os profissionais do
sector das pescas, suas famílias e as comunidades piscatórias
em geral.
Nas regiões portuguesas KIMERAA, Norte e Algarve, estão
abertas possibilidades de financiamento para actividades
ligadas ao Cluster do Mar através dos GAC Litoral Norte
(www.valimar.org), GAC Sotavento (www.gacsotavento.com) e
GAC Barlavento (www.ad-barlavento.pt)
O PROMAR - Programa Operacional da Pesca é o novo regime
que define os objectivos e prioridades para o sector da pesca em
Portugal para o período 2007-2013, estruturado de forma a
garantir a prossecução dos objectivos estratégicos definidos no
Plano Estratégico Nacional e dos princípios orientadores
previstos no Fundo Europeu das Pescas.
Aprovado em Dezembro de 2007 pela Comissão Europeia, com
um montante global de apoios públicos ao sector em 325
milhões de euros, este programa tem como objectivo global
"promover a competitividade e sustentabilidade a prazo das
empresas do sector, apostando na inovação e qualidade dos
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No passado dia 11 de Dezembro de 2010 realizou-se em Leça da Palmeira o Seminário “Clusters Marítimos e Plataformas
Offshore” promovido pela Oceano XXI – Associação para o Conhecimento e Economia do Mar.
O programa do evento focou o intercâmbio de experiências na área do Conhecimento e Economia do Mar e teve como objectivos
aprofundar o conhecimento sobre os Pólos de competitividade e Plataformas Offshore e identificar oportunidades de cooperação
entre parceiros do Cluster do Conhecimento e Economia do Mar.
O Cluster do Conhecimento e da Economia do Mar foi reconhecido como Estratégia de Eficiência Colectiva pela Autoridade de
Gestão do Programa Operacional Compete em Julho de 2009. Por agora tem centrado a sua actuação na região Norte mas as
formas de interacção com as outras regiões onde a Economia do Mar tem um peso relevante está a ser equacionada. Este Cluster
tem procurado valorizar o recurso mar em Portugal através do desenvolvimento de um conjunto de actividades, de produtos e de
serviços que promovam a modernização das actividades marítimas tradicionais, a emergência de novas actividades económicas e
a internacionalização, apostando no reforço da I&D e Inovação, da formação, do empreendedorismo, da cooperação e da
governação, de forma a contribuir, em condições de sustentabilidade, para a competitividade do país.
Os participantes no seminário foram parceiros do Cluster e outras entidades com interesse nestas temáticas. O KIMERAA esteve
representado pela UPIN – Universidade do Porto, parceiro do projecto. A região do Algarve esteve também presente através da
CCDR Algarve
KIMERAA presente em Seminário dos Clusters Marítimos e Plataformas Offshore
Conferência Ibérica de Transferência de Tecnologia
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Na última semana de Novembro de 2010, teve lugar a
Conferência Ibérica sobre a Transferência de Tecnologia,
organizada pela Conferencia Rectores de las Universidades
Españolas (CRUE), o Conselho de Reitores das Universidades
Portuguesas (CRUP), gabinete do vice-reitor para a investigação
e a OTRI da Universidade de Huelva.
Os reitores das universidades espanholas e portuguesas, e
outros representantes das OTRIs espanholas e gabinetes de
transferência de tecnologia portugueses encontraram-se neste
evento para reflectir sobre as modalidades de transferência de
tecnologia, em especial nas práticas internacionais, e sobre a
experiência das universidades ibéricas, fazendo um retrato da
situação actual.
A Conferência garantiu o intercâmbio de reflexões e propostas
de cooperação para estimular a colaboração entre os actores
institucionais dos dois países ibéricos, e contribuiu para a
aposta em abordagens inovadoras para relativamente aos
contratos de transferência de conhecimento.
A parceria KIMERAA aproveitou também esta oportunidade para
apresentar e disseminar o projecto
Mais informação:
http://www.uhu.es/vic.investigacion/congreso_iberico/
Fonte da imagem: http://www.geograph.org.uk/photo/1014592, Simon Johnston, CC2.0
N.º 3Janeiro 2010