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J d Ramo, N&, S~1IikoArLkllo.

Sem!+vr Ed. A y l U i m vem M d ~ l o

Swrv l rwdrAnrr

COPYRIOHT MUNDIAL 1972 ABRIL S.A. CULTURAL

E I r n S T R I A L CAIXA POSTAL 2372 - ShO PAULO - BRASIL

Quinzenalmente. a coleção "Os Ciint inss" apressnta u m fascícuio. um " K i c p a a expen8nciase um Manual , de Instrugdes. O brhmeiro contará a.Iid8 s a '.

o b a de um granae homem do mundo cientinco. O "Kit" permitirá qu3 voc0 realize experi&ndas. que eompmvam na práiica alg-mas oas matr imponan te rd ruobu ta r ou le.5 eslabe ecidas pelo cientista focalmado O h4an.a de ~nslrufder aiém oe ansnt8.10 na m d b @ o das I experi6ncias. leva-104. em cada par-. a w n d ù r b o á h o os principias que estão sendo dehtirinrados. Aofi t ihida col.+o. voc6 ter8farmsdo seu pequeno laborat6rio -&mi&oa I realizacão deinúmeras experi6nciai no campoda Firiw. 1 Qd'mlca e B o oa a - . alemde 16s volumes eompoonopsks o ograf:ar encadernadas dos cientistas Cada f a s c b l o terd v i n u edpinas q-avo capar edezerreis p6ginas in!+E: apassutar deverdo ser eocadeinadas Retiradas ascaoasdoslauicul-. ~~ ~~~ ~~ ~ ~~~~ ~-~~ ~ - ~ - ~ - ~ ~ - - - - - - ~

encaderne-os em reqú(incia cionol6gica. seguindo a o r d i m de n.msiado das do inas. A r canasserio oanasà venda . " ~~ ~

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.. 1~ant0 4nddl. N. &de do ~ i o de Jsnsim os nYmrmsatrasadOh podpodrn ser 3

emntmdos na rua sacadum tabm~. 141. ~úmems .tiarados oadem tari- : M m r r sncomandidol diiatamsnts h Abi I S A Culfrml c Inouslna. caixa m l . 1 9 4 5 or 30420. %o Paiio. mediante o enrio de i m Cnaq.e oagdvsl im%o Padlo.0u.lgu.r bancoa.rua cidade o w s d von'dsr- ne o shepre

O IMA E A CORRENTE ELÉTRICA 6 ' '"

com dm iimdes ;ma a uma bobina de fioadembn Jtilisindo bomnas. um n u m de fcrm .~m. I&mruda.roo(monUd la&m

Essa Caixa de Exwri&ncias náo pode servmdda separadamente destefarclcdo. do qual faz @*e.

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MICHAEL FAP n m setembro de 1965. realiza- mento esoetacular da energia elétrica

va-se, na cidade japonesa de continuava presente, um século depois k' Quioto, a ConferBncie Interna- de sua morte, nas mais avmçdas inves; cional sobre Partículas Eleme~tares. tieacões da Física Moderna - . comemorativa do trig6simu aniversário da teoria do meson. Sob os auspicios da UM GÊNIO AUTODIDATA União internacional de Física Pura e Aplicada, reuniu-se uma assembléia, composta dos mais destacados nomes da Física Teórica. Nela, o -= leiro Mário Schonberg expôs um traba- lho de interpretação geométrica da natureza da carga elétrica. E, nas pala- vras introdutórias de sua apresentação, ele afirmava: " . . . eu encontrei tal idéia

b prefácio de uma de suas obras, icada ao modesto livreiro G. Rie- , Michael Faraday escrevia:

':senhor, logo que se evidenciou em mim uma predileção pelas ciências, e mais particularmente por aquela parte dela chamada Eletricidade, o senhor eentilmente se interessou velo oroeresso . . -

implícita no pensamento de Faraday". que eu fazia nos fatos relacionados com Portanto, a poderosa intuição de as diferentes teorias existentes. O senhor

Michael ~araday, após ter inspirado a prontamente permitiu que eu exami- Maxwell a Teoria das Ondas Eletro- nasse os livros, pertencentes à loja, que magnéticas e aberto campo às investiga- de algum modo se relacionassem com @es que permitiram um aproveita- os assuntos que me prendiam a atenção.

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Grwas a Sir Hum~hrv Davy (fofo), o modesto empregodo de li%&riapddt obler o marerlai necessário para seus estudos (acimd e conhecer id6ia.s e

Bretanha. A'uistituiç%, que sobrevive até nossos dias, era uma associação que, atenta.ao desenvolvimento da Re- volucão Industrial na Inglaterra, se mo- punlÍa a "ser um centropara a diklga- ção de wnhecimaitos mecânicos práticos para os que se dedicam ao ar ie sanato". Além disso, pretendia wnsa- grar-se ao "ensino, por meio de cursos, prel@es filosóficas e experimentapóes, para a aplicação da Ciência aos objeti- vos comuns da vida diária". Seu princi- pai orador era Sir Humphry Davy, renomado professor de Química e bri- lhante conferencista.

UM NOVO EMPREGO E UMA GRANDE VIAGEM

Em março de 1812, Faraday obteve, através de um amieo. um wnvite oara assistir a quatro pse&as de Sir e a v y sobre seus trabalhos em Elcrroquímica. Ele mreciou muito essas conferências. anotando-as por inteiro, para cornentá: Ias e ampliá-las. posteriormente com d e d o s - wmo sempre fazia em todos os seus estudos.

Nessa época, a wmplexidade de seus trabalhos já exigia um laboratório de pesquisas; mas, wmo o ordenado da livraria mal dava para o sustento pes- soal, Faraday resolveu, em dmmbro de 1812, escrever para Sir Humphry Davy - w m quem já trabalhara alguns dias, substituindo um empregado doente -, oara oedir-lhe uma colocacão na Roval

cientistas importantes da dpoca.

" 1 institution. Junto com a c&& envioias anotages que fuera durante as confe- rências a que pudera assistir. Sir Davy ficou muito impressionado e mesmo lisonjeado com os escritos, mas comuni- wu-lhe que, infelizmente, não havia vagas.

Finalmente, a 1.O de março de 1813, a sorte lhe sorriu e lhe foi oferecido um lugar de assistente de laboratório da Royal Institution, além de dois quartos nos altos do instituto, combustível vara o aquecedor e velas para a iluminação.

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Também lhe foi wnccdida autorização para usar a apareihagem do laboratório em estudos pessoais.-

Além disso, nesse mesmo ano Si Davy miciou uma longa viagem pela Euro~a e Faradav o amm~anhou. wm0 assistente e criado de qu&. ~ s t á j Última wndição s6 lhe foi wmunicada & vésveras do embsraue, auando se

I soube que o emprrg& habitual não poderia viajar.

A viagem durou dois anos, durante 1

os quai<Faraday wnhecni a Europa meditmãnea, entrando em wntato com personalidades wmo Volta, Ampère e

11 outros cientistas da h c a . ~esx-ELO- .do, sob a intluènck de Davy, de x especializou em Química.

UM NOVO CAMPO DE PESQUISA: A ELETRICIDADE

Na volta da viagem, em 1815, cheio de idéias novas, Faraday começou uma série de trabalhos. Conseguiu obter em laboratório o elemato cloro puro, em estado Líquido; e, numa experiência pio- neira, liquefez, enm outros, o dióxido de enxofre, o gás sulfidriw e o dióxido

Os trabalhos mais morcanies de Faraday simmese m s c ~ s da

Eletricidade e do Magnetismo (acima, ohnina a, I&. elehoíhi feito oelo - . . .

de carbono. cien~irr. em 1845; aclno, algumos Em 18 16, como resultado de sua via- bob* usodospor ele). Pebisando

gem à Toscana Itália, publiwu seu pri- em seu loborolóiio (a, l ~ ~ : e l e 11 meiro ensaio: Análise da Cal Vieem da - descobriu. em dn,sm de i831. a . .. . . . . . . . - ----- -- ----,

T o s c ~ a . Com essa publicação, wme- que quondo.um ímã P impelido çou uma série ioiniempu de trabalhos: ma denhu de uma bobina deswbriu o benzeno e o butileno e estu- a j~arecè~m c o m t e eldbica nesta, dou suas reaiõcs com o cloro: ~ubl iwu

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A passagem de uma corrente e/dtr&a numfio condumr

cria um campo m<unidtico,

e da corrente. Acima, vê-se o campo circular

~ ~

' . . criado em torno de um fw perpendicular a este. Na espira (abairo), as linhas de força se compõem de

forma que, no interior de uma a s s o c ~ o de espiras

(solenóide ao lado), o campo toma-se unfforme.

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tentativas de melhorar uma liga de ferro uma série de pesquisas para demonst .. para uso em instrumental de precisão, que o relâmpago C um fen8meno elétri- fazia experiências sobre o cloro e seus co. Já em 1149. ele afirmava aue o raio composks com o carbono, e preparava e a faísca elétrica são manifeib$es do seu casamento com Sarah Bamard. mesmo tipo: os dois são praticamente Apesar disso, Faraday começou abstu- instantâneos, produzem lui e sons se dar as Últimas idéias desenvolvidas no melhantes, são capazes de incendiar terreno da Eletricidade. objetos e fundir metais, sempre atingem

pontas aiiadas e lunares altos, podem O RELÂMPAGO: destruir ou invener poIaridade.de um

UM FENOMENO ELÉTRICO imà; além de serem, ambos, capazes de

Os fenômenos elétricos, prindpal- mente o relâmpago e certas proprie- dades do âmbar, vinham atraindo a atenção dos homens desde a Antigui- dade. A própria palavra eletricidade tem sua origem no latim recente, elè- trius (que quer dizer fenômeno produ- zido pela fricção do âmbar), que pro- vém do latim antigo electmm (significa âmbar e liga de ouro e prata) e do grego elekhon (com o mesmo significado).

Nos tempos modernos, entretanto, o estudo da eletricidade - assim como o do magnetismo começou no sifulo XVI, com a publicação do De Magiete, de William Gilbert. Nesse livro, o oien- tista prova que, além do h b a r , também o vidro, o lacre, o enxofre e as p&as preciosas atraem partículas de paifel e palha, quando submetidas a fn&ão. Mostra, igualmente, que esta proprie- dade C muito semelhante à apresentada oelo ímã ou maneto. ' Com Otto v& Guericke surge, no sé- culo XVII, a primeira máquina desti- nada a xerar fones care& elét&cas: colocandg uma bola de enxofre dentro de um recipiente, fez com que ela giras- se livremente, de maneira que, ""Ee: atritada com um pano, nela se d sen volvia uma carga elétrica. No skulo seguinte, em Leyden, o holandês Pieter van Musschenhroek criou um aparelho para concentrar cargas elétricas - o primeiro condensador - que se notabi- lizou com o nome de garrafa ou vaso de Leyden.

Foi utilizando esses instrumentos que o americano Benjamin Frankiii fez

matar seres humanos. Em 1752 ele rea- lizou sua famosa experiência com o "papagaio de papel", recolhendo a des- carga de um raio nwna garrafa de Ley- den e provando, +r testes, que essa carga era do mesmo tipo que as obtidas em uma máquina elétrica.

D m i s deste exoerimento. Frankli è l a b o k a prime$a hipótese aceitável sobre a n a t w a a da eletricidade. Admi- tiu aue esta era constituída w r um flui-

.?~ do material imponderável, ionnado de , , ,

partículas extremamente sutis. São con- _ il siderados "neutros" os corpos que têm

, : uma certa quantidade nonnal desse , .' "fluido elétrico"; um excesso de , ; "fluido" toma o corpo "positivamente ,* .,'-, carregado" e uma falta caracteriza-o . . ..* como "negativamente carregado".

RELAÇ~ES ENTRE ELETRICIDADE E MAGNETISMO

Uma das críticas às teorias elétricas de Franklin afirmava que a carga não preenche um corpo, mas apenas se dis. tribui por sua superlicie extwior. Assim. já em 1729, Stcphen Gray havia colo- cado a mesma carga de eletricidade em dois blocos de madeira - um maciço e outro oco - de mesmas dimendes, provando, através de experiências, que os dois blocos absorvem a mesma quan- tidade de carga Também demonstrou que esta se distribui igualmente apenas na superfície dos comos, w i s um c o m oco, devidamente ca&egdo, não exerce qualquer influência nas cargas elétricas introduzidas na sua cavidade.

Posteriormente, esta propriedade das 351

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c s r ~ a s foi wnfumada w r uma célebre ex&iência de ~araday. Colocando um eletroscópio dcntm de uma gaiola metá- lica isolada, carregada ao ponto de pro- duzir faíscas, verificou que o eletros- mpio não se carregava Isto porque a distribuição das cargas elétricas, que se acumulam apenas sobre a supenicie externa dos condutores, cria, dentro da gaiola, um campo nulo.

No fmal do século XVII, os cientistas começaram a relacionar os fenômenos elétricos e magnéticos com a gravidade. Como Newton havia provado que a força de gravitação decresce em função do inverso do quadrado da distância, em 1787 Charle Augustin Coulomb concluiu exoerimentalmente oue essa lei também w'aplicaria à atraçb c repui- são elétricas e magnéticas, levando os cientistas franceses a deduzir que estas forças são de mesma esptcie que a força da gravidade.

Porém, o fisico Hans Christian Oers- ted começou a procurar um novo cãmi- nho: as rclapõcs entre eletricidade e

352 magnetismo. Entretanto, só depois da

descoberta da pilha voltaiaa - que foi:- nece uma fonte de cb~~ente-contínua.-.

mecânicas da-ele

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Faradav (ao lado. com a esoosd fez descobf;tk básicos sobrefemm&os eletmmagnhicos (abaixo, um relé -

do tel&o/o) e&nnib;iu para o estudo da eletrdlise: mostrou que a

massa de qualquer elemento depositada em um dos elétrodos, por efeito da

eleirólise, éproporcional à quantidade de eletricidade que passa pela solução.

condição para a wmpleta inteligibi- lidade da natureza".

A CONSTRUÇAO DO MOTOR ELÉTRICO

Como a maioria dos cientistas da época, Faraday começou a estudar as diversas possibilidades surgidas com a descoberta de Ocrsted, tendo sido o pri- meiro a conseguir um progresso real nesse campo. Colocando uma pequena aguiha magnética em diferentes posi- &s com relacão a um fio reto. elo 9ud passava uma corrente elétriclq'das atraFões e revulsões observadas Fara- dav concluiu á u e existe uma tendência do-pólo da agilha de girar ao redor do fio e, inversamente, do fm em girar ao redor do d l o do ímã

Em 1824, ele publica o resultado des- sas cxperihcias e a descrição do instni- mental usado: uma base, na qual mon- tou um fio, pelo qual passava uma corrente, que girava ao redor de um ímã. Era, na realidade, um motor elé- trico na sua forma mais simoliíicada Na época, porém, Faraday n b se prm- cupou com suas aplicações práticas, us&do-o apenas paia demonstrar suas idéias.

Com esse trabaibo, seu nome cresce nos meios cientificos e, no mesmo ano, ele é convidado para ser membro da Roval Institution. honraria concedida apenasaos cientistas de renomemundial. No ano seguinte, Sir Davy indicou-o vara o cargo de dimtor dos laboratórios da entidadé e o casal Faraday passa a habitar o apartamento que, ainda hoje, é ocupado pelos que assumem o posto.

Sua descoberta mais importante, en- tretanto, Faraday realizou em 1831: a demonstração da indução eletromag- nética Enmlando várias voltas de fio metálico ao redor de um anel de ferro, ligou-o a um galvan6metro (aparelho usado para assinalar passagem de cor-

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rente), denominando esta bobina de A. Em seguida, montou ao redor do mesmo anel uma bobina B - que não tocava a bobina A em ponto algum -e ligou-a à bateria. No momento exato em que fazia esta ligqão, Faraday notou que a agulha do galvanòmetro de A dera um pulo, imobilizando-se em se- guida Ao desligar a bateria de B, mais uma vez o galvanòmetro de A acusou passagem de corrente. Constatou, então, que o galvanômeuo do circuito A não se manifestava estando a bateria correspondente ligada ou desligada; porém, no instante em que estabelecia ou intemmpia sua ligação w m o cir- cuito B, evidenciava-se a passagem momentânea de corrente em A.

Continuando a explorar sua desco- berta. Faradav notou Que. variando constantemenk a intensi'dade da wr - rente do circuito B, conseguia induzir uma wrrente efetiva em A enquanto durasse a variacão. Observou também que, com o circuito B ligado, qualqper mudança na forma do circuito A provo-

cava um movimento no galvanòmetro. Continuando suas experiências, pw-

eebeu aue, inwduzindo um ímã dentro de uma bobina, esta acusava a presença de uma wtrente elétrica. Imaginou, então, que para obter uma wrrente wn- tinua num fio condutor, basta que este se mova ininterruptamente próximo ao ímã, processo que wrresponde ao prin- cípio do dínamo elétrico.

Outra verificação importante do cien- tista é que a intensidade da wrrente induzida depende da velocidade com que o ímã (ou bobina) se aproxima ou se afasta do circuito desligado e que o sentido da wrrente induzida é invertido quando o ímã se aproxima ou se afasta.

Faraday apresentou, essas observa- póes à Royal Institutioo, no dia 24 de novembro de 1831, num volume que denominou Pesquisas Experimentais em Elefricidade.

A ~roidsito dessas descobertas no campo da indução eletromagnética, wnsta que Gladstone, primeiro-mi- nistro britânico, teria perguntado ao

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Faraday era bastante devotado a seus deveres na RovalInstilufion, onde. além den<aspesquisas,

. tentou popularizar a Ciéncia. .miando. em 1826, as fmosas reuniões . , . [- . das sextas-feiras - &da r>npormtes na atualidade -, tornando-as uma

.- viade ~ m u n i c a ~ ã o signficativa entre L. :. cientirias epúblico. ; A c i m a , ele aparece numa palestra

'I. . . :: durante o Natal, com apresença .C;. : . do Príncipe Consorte. A o lodo.

~.um.aparelhoprodutor de faisca, - frequentemente usado pelo~cientista. . .

cientista: "Senhor Faraday, isto tudo é interessante, mas qual é sua utilidade?" Ao que Faraday respondeu secamente: "Talvez, senhor, esta descoberta dê lunar a uma grande indústria, da qual o &hor possaarrecadar impostos".-

Dois anos depois, o cientista apresen- tava as conclusões de seu trabalho no campo da Eletroquímica: as leis quanti- tativas da eletrólise, atualmente conhe- cidas como .'eis de Faraday. Introduziu também nova nomenclatura nesse setor da Físico-Química e a própria denomi- nação eletdlise foi criada por de. Na formulação dessas leis aparece uma constante numérica que posteriormente levou o seu nome - o Faraday. A res- mito dessas msauisas. .Von Helmholtz cxreveu m'1881: "& admitirmos a exis%ncia de átomos dos elementos qui- micos, não d e m o s deixar de concluir que a eletricidade também é dividida em quanta elementares, positivos e negati- vos, que se comportam como átomos de eletricidade". Afirmação surpreendente, considerando-se que o elétron só foi 355

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;um cspap vazio. Ele óunmtava que a matéria p i a oniprksate, ou seja, esta- ria ao mesmo m p o em toda partc, sob a forma de um é t a sem lacunas, através do qual se manifestariam as foyas da naturua. Esse éter, por.sua vez, seria formado de "lmhas de força" a ligar cargas elétricas contrárias ou pólos magodtiws opostos. Essas linhas de força magnética podem ser visualiradas espalhando-se limalha de ferro sobre um papel e colocando-o sobre um imà A lihálha vai se ordenando em linhas que acabam ligando os dois pólos opos- tos. Por essa razão, tais linhp.de força tinham paraEaraday um significado de realidade fisica: cada uma delas corres- ponde a uma unidade de massa magné- tica ou de carga elétrica Um certo na- mero de linhas constitui um volume, ou tubo de força, ligando cargasou pólos wntrários, tubos esses que vqiam de . , diâmetro à medida que se afastam de sua origem. A orientação do tubo, qn qualquerponto do espaço, indica a d ü e @o do campo elétrico ou magn&;m naquele ponto. A intensidade do qmpo em uma dada secfão~do tubo d k d e do número de linhas de foqa qqe exisfe por unidade de área: quanto mais linbqs de força existirem, maior ri intensidade.

Em 1846, Earaday escrevia em seu Dihio: "Tudo o que posso dizer% gw não percebo em qualquer p h do Fpa- ço, esteja ele (para usar afiase wmum) . . vazio ou cheio de m@ri& outra.a>isa. . : senso forças e as l i a s nasqüaisclas :, . se exercem". "..a t,: . ..>: ,..

Outra c?nseqfiZncia .da dm&blo,, i .. campo sei ~ b ~ ~ r u ~ ~ : ~ , ~ . ; ,.,.,:.~ . . , <. . . . .', ..:.>

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Uma armadura,mesmo r i de malhas largas, . ..

_ ) .

como a "gaio1a"da ..; .,.> foto ao lado, . , - protege os corpos . .? , t; no seu interior dos efeitos de um

- camDo elétrico. O efetrômeno

I mosira que a 'baiola " está eletricamente carregada, mas no seu interior t o campo é nulo.

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k. p. 'r;,

E: !. P S.

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mente alterado, criando uma forte cor- rente induzida A faísca aue avarece re- vela uma diferença ~cen&ada de potencial, provocada pela rápida mu- dança do campo magnético. Com suas imagens de campo e linhas-de-força, Faraday também explicou a lei do inverso do quadrado da distância de Newton (e Coulomb).

I Antes de Faraday, considerava-se que as forças elétricas e magnéticas, bem como as eravitacionais. atuavam.

1 de modo instan'iâneo. através'do espaço vazio que separa as partículas em intc- ração. Esta "ação a distincia", sue

constituía a base da mecâmea newto- niana, não tinha satido para Faraday: - 4 ele imaginava que o espaço entre as car- gas elétricas e os ímãs estivesse preen- chido por "algo", pois as forças exigem tempo e meios para transmitir-se. Esse "algo" são as linhas-de-força. Desta forma, ele relegou as partículas a uma condição secundária, dando primazia às linhhs-de-forca continuamente distri- buídas atravbs do espaço. Para ele, o importante não são as cargas elétricas e os ímãs, mas o espaço em que amam. Esta é a idéia de cmnpo de força, ou simplesmente campo, que destaca a importância fundamental das proprie- dades fisicas e geométricas do próprio espaço.

O cientista inglis expôs essas conclu- sões baseando-se apenas em dados qualitativos, pois nunca estudara Mate- mática - era, antes & tudo, um autodi- data dotado de uma intuição genial.

Foi apartir dos conceiros de eletricidade de Faraday que James Clerk Maxwell foto) deduziu suas equações de campo, uma descripio matemática das leis de cam~o. I A partir delar. Albert ~inslein elabomu sua Teoria da Relalividad~ revoiucionando a Física e dando

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, ~,,.,..,.>>,~;~'+x-.,.. L ,, . , , ~ r.; ,.: ~. ~* - .: .

-- <'.. . V;, . . , . . , l '

Foucault observou que empeças contííuas (ao lado) de dínamos e

-

transformadores surgem correntes que geram calor eprovocam desperdício de energia. Para evitar isso, o núcleo do tran$ormador é Iaminado. Acima, experimento de Pacinoti, usado para . 3bter corrente contínua do dínamo.

Porém, foram suas id&ias que possibili. . taram a James Clerk Maxwell obter as . .

s.uai faqwsas 'equações .e c q p o ele- , . 5': ioma@.&w, Que p&mitiram estabe-

iÉ&r a.tBtuie+el9trpma&ica da.luz. , . ;: c:,-. :@inbém .. :fofa~Kessas idéias que abri-. - ( r amo c m h h o quelevou @inste& a ela-

A LUW UMA MAN'PESTAÇAO a. .E vis~ç.cfis ormuuT6nus

Em 1837 deswbriu que, wnforme a nualidade do material isolante, varia a quantidade de carga que um conden- sador (duas placas condutoras separa- das por um isolante) pode receber de uma fonte mantida a uma diferença de potencial constante. Percebeu que o cendensador recebe menos carga-quan- do há vácuo entre suas placas. A pro- parção de carga que um condensador pode receber chamou a capacidade elé- trica desse wndensador. Em sua home- naeem.a unidade de ca~acidade é cha- 1

- &da de farad. Em 1845, ele descobriu uma outra

interação entre corpos materiais e campo magoético. Verificau que certas substâncias tendem a otientar-se per- ~endicularmente às linhas-de-forca do &npo, em contraste com outra; subs- tâncias que se alinham na direção das linhas-dcforça.

Em 1845, durante uma conferència i ; na- ,Roy.al Institution, realizou uma yriosa kperiência: fez refletir um feixe .&luiem.um espelho, de modo apolari- 359 . . 1

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zá-lo no plano horizontal; em seguida, obriou esse raio de luz polarirado a ~assÜr w r um wdaoso eletroimã (no ;nomenio desligido) e por um prismàde Nicol. Este prisma permite determinar o plano em que a luz está polarizada: basta girá-lo de um ângulo tal que o raio de luz não mais o atravesse. Isto feito, bastou entretanto faza funcionar o eletroimã e a imagem a p m u ime- diatamente. Fimu demonstrado que o plano de polarizacão da luz se modifica M>b a intiuência do camw eerado uelo eletroimã. Desta experi&Za, ~ a r d a y concluiu que, na medida em que há inte- racão entre luz e mametismo. nada máis natural que mnsidÜar a lG como uma manifcstqão de vibr- ondula- tórias ~roduzidas ao longo das Iinhas- de-for&. Antecipava, assim, a Teoria Eletromagnética da Luz de Maxwell.

A partir de 1858, Faraday mmeçou a afastar-se da vida pública, abalado por uma doença que lhe causava períodos de pada de memória Na época, por graça da rainha Vitória, foi lhe ofereci- da, por seus "inestimáveis servips pelo bem-estar públim", uma casa para morar. Porém, durante quatro anos ele ainda esteve bastante ocupado com seus afazeres científicos. Sua saúde, entre- tanto, foi piorando e a partir de 1862 ele pamaneceu a maior parte do tempo em casa, onde veio a falem a 25 de agosto de 1867. Seu cortejo fúnebre foi um acontecimento de im~ortância oficial na Grã-Bretanha, s e n ~ a t e r r a d o na Aba- dia de Wesuninster, ao lado de Newton.

Os trabalhos de Faraday, posterior- mente utilizados por ~axiveiI e Eins- tein, levaram ao desenvolvimento da & sica moderna e, a partir do estudo dos fenômenos eletmmaméticos. à criacão de novos mn~eitos~~rinei~&mmte'no campo da Mecânica. Assim mnstniiu- se uma nova imagem do Universo, da mesma forma que, tmentos anos antes, Galileu e Newton o fiiam,iniciandoa fisica clássica.

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FARADAY

CRÉDITO D A S

ILUSTRAÇ~ES

Ide cima para baixo. da

esquerda para a direital

Capa e P6g. 346 - Michael Faraday. biea deT. Phillips. National Ponrait Gailery.

Londres. Foto do Museu. P6g. 346

- Cara em Londres. onde Faraday momu com os pais de 1796 a.1804. Gravura extraí& da obra de Bence J0nes.A vida e a obre de Faradav, Londres 118701. Fato Ronan Pictuie Library. - Michael Faraday. Foto The Royal Institution -Londres.

P69. 547 - Gabinete qulmico. descoberto em 1908. ande Faradav guadava

muitas amostras de ruaadeicobenar. Foto Michael Holford. The Sciencs Musaum -Londres.

- Humphry Oavy. Fota The Royal Institution -Londres. P6g. 348

- ~ob inas usadas por Faraday em suas pesquisas sobre a inducao elmrnmagn6tica. Foto Michael Holfod. Conesia dame Royal Inqtitution - Londres.

P6g. 349 - Eletmlml construido por Fanday em 1845. Fato

The Royal Institution -Londres. - Laborat6rio de Famday. por Harriet Morre. Foto Michael Holford. Conssia The Royal lnstitution -Londres. .

P69.350 - Campo de um fio condutor. observado por prnjição. Foto

Snatk lntematioaal -Parir. - Campo de um rolenbide. observada por pioisção. Foto Snark

Internationa1 Paris. - Campo magn6tico de uma éspirs. observado por pmjeeo. Foto

Snan lntemational - Paris. -2

- Faraday e sua mulher. RepmduEõõWe um daguerre6tipo de 1850. Fora Tha Royal Institution - Londiiri.

P6g. 353 - Aparelho para eletrólise Itipo eistcbmetrn devolta1 usado por

Faraday. mmporto de uma esfera devidrn ede tuboscdiet~res de vidro. Foto Michael Holfod. Conasia dame Royal Inotitutioii -Londres.

- Interruptor elerromagnBtico Ire161 que. podendo sei ligados desligada. abriu caminho para a telegrafia. Foto Russ KinndPhoio Rsrearchers. INC. - N.Y.

P6g. 354 - Aparelhar de faisca magndtica. com im8 Schmidt.

freqüentemente usados por Faraday. Fota Michael Holford. Conesia d8The Royal Institution -Londres.

P6g. 365 - Faraday na Conferéncia de Natal na Royal Institution. com a

presenca do Príncipe Cansone. Foto Michael HolfodFaradav. Oivirion ofthe Chemical Society -Londres.

PLg. 356 - MIchaeI Faraday. Foto The Royal Institution -Londres.

P6g. 357 - Uma armadura. mesmode malhas laiaas. ernteae um como colocado no seu interior. Na foto. a carga sa transmite atrads ' da gaiola até o electrnrcbpio. mas não penetra no interior da gaiola. onde o campo 6 nulo. Wcine Gaiiiso. Floranca. Foto Fiatelli Fabbd - Mildia.

I - Cavidade de Faraday. Cetitm de Pesquisas Nucleares. Genebra.

Foto Fiatelli Fabbri - Milao. P6g. 358

I - James C l e l Maxweil. Foto Universidade de Cambridge.

P6g.359 I

- Aparelha de Foucault. Museu de CiBnciar, Milão. Foto Cario Bev i l a~g~a -.Milão.

I - ExperiBncia de Pacinoni: aplicaeo do anel em um dinamo I

eletiomagn6tico. Museuda CiBncia e da TBcnica. Miilo. Foto Carlo 8evilacqua - Milao.

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OS CIENTISTA , A U A N r X WENTUIA DI O(YmPT&CITNTl

FARADAY 0 IMA

E A CORRENTE ELÉTRICA