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N Efeitos na Física Prof. Luiz Ferraz Netto [email protected] Apresentamos aqui um resumo de uma série de efeitos da física em geral. Alguns são velhos conhecidos dos leitores, outros podem ser novidades. Independentemente de nós os reconhecermos ou não, são eles alguns dentes da engrenagem do progresso científico. É leitura compensadora e sugestões para pesquisas sobre excelentes temas em Feiras de Ciências ou para Trabalhos Escolares. Envie sua sugestão para a inserção de outros efeitos. EFEITO: Fisicamente, 'efeito' é designação genérica de um fenômeno notável ou conspícuo por qualquer particularidade. É reconhecido, comumente, pela particularidade que o caracteriza ou pelo nome do observador que o descobriu. 1. Efeito de magnetoestricção Quando metais, como o níquel, o ferro ou o cobalto, são magnetizados pela presença de um campo magnético, eles sofrem uma variação no seu comprimento. Em freqüências ultra-sônicas, esse efeito é útil para aplicações de limpezas ou como transdutor para sonar.

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N Efeitos na FísicaProf. Luiz Ferraz Netto

[email protected]

Apresentamos aqui um resumo de uma série de efeitos da física em geral. Alguns são velhos conhecidos dos leitores, outros podem ser novidades. Independentemente de nós os reconhecermos ou não, são eles alguns dentes da engrenagem do progresso científico. É leitura compensadora e sugestões para pesquisas sobre excelentes temas em Feiras de Ciências ou para Trabalhos Escolares. Envie sua sugestão para a inserção de outros efeitos.

EFEITO: Fisicamente, 'efeito' é  designação genérica de um fenômeno notável ou conspícuo por qualquer particularidade. É reconhecido, comumente, pela particularidade que o caracteriza ou pelo nome do observador que o descobriu.

1. Efeito de magnetoestricçãoQuando metais, como o níquel, o ferro ou o cobalto, são magnetizados pela presença de um campo magnético, eles sofrem uma variação no seu comprimento. Em freqüências ultra-sônicas, esse efeito é útil para aplicações de limpezas ou como transdutor para sonar.

Você pode constatar isso experimentalmente, utilizando-se de um tubo de aço ou de ferro, conforme a montagem que ilustramos.

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2. Efeito Brigite BardotAssim é, como os técnicos norte-americano e brasileiros, denominam um bizarro defeito nas TVs. Ele se caracteriza por "ondulações sinuosas" nas linhas verticais da imagem. O defeito é provocado por um sinal parasita que modula o sincronismo horizontal. Para sanar tal defeito recomendamos: verificação dos componentes em paralelo com o yoke; verificação do transistor (ou válvula) do estágio de saída horizontal e, finalmente, verificação do comparador de fase, particularmente o circuito de constante de tempo na linha de tensão de controle fornecida pelo comparador de fase.

 3. Efeito Kerr

 

É um efeito eletro-óptico, segundo o qual certas substâncias transparentes tornam-se birrefringentes, quando submetidas a um campo elétrico.

Esse campo é aplicado em direção perpendicular ao estreito feixe de luz que se deseja modular em intensidade. Tem sido usado atualmente (célula Kerr) para modular feixes de luz de laser.

4. Efeito StarkSurge quando associamos campos elétricos e luz. Stark descobriu que os campos elétricos intensos "dissecam" as linhas espectrais de vários

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elementos, em numerosas linhas mais finas, relacionando-se esse efeito com a polarização do material.

5. Efeito HallwachsTambém é relacionado com a luz. É graças a esse efeito que um corpo eletrizado negativamente, no vácuo, se descarrega quando banhado com luz ultravioleta. Isso pode ser constatado, conforme ilustramos, colocando-se uma esfera eletrizada negativamente dentro de uma campânula da máquina pneumática.

 Um eletroscópio de folhas, interligado à esfera, mantém suas folhas abertas, indicando a eletrização. Após a incidência de luz ultravioleta, as delgadas lâminas do eletroscópio fecham-se, indicando a neutralidade da esfera.

6. Efeito BarkhausenÉ o efeito de orientação da força magnetizante imposta por uma corrente elétrica, sobre os elementos cristalinos num corpo ferromagnético. O efeito Barkhausen explica a elevação abrupta da curva de magnetização até a saturação. É originado pela repentina reordenação dos mesmos domínios magnéticos, que são facilmente girados.

Barkhausen é geralmente mais conhecido devido à sua descoberta da auto-oscilação em válvulas termiônicas, quando uma grade (eletrodo de controle) está a um potencial maior que aquele da placa. O efeito Barkhausen, do ferromagnetismo, resultado do salto espontâneo dos eixos dos dipolos dos recintos de Weiss, pode ser posto em destaque de um modo muito simples: uma haste de ferro (virgem), que se pretende imantar pela primeira vez, é introduzida no interior de uma bobina de carretel isolante; ao aproximarmos a haste de um pólo magnético, cada um dos saltos dos recintos magnéticos produz um aumento instantâneo do campo de indução na bobina, o que origina um pulso de tensão induzida na mesma. Essa, por sua vez, num circuito fechado, estimula um circulação de um pulso de corrente elétrica. Essas correntes são recebidas pelo amplificador de áudio e, os golpes de indução são ouvidos corno um crepitar no alto-falante.

Se a imantação se efetuar com lentidão suficiente, podemos mesmo ouvir distintamente cada golpe.

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7. Efeito SeebeckÉ o efeito que permite a utilização dos termos elementos (par termelétrico).

Seebeck foi o primeiro a constatar que um circuito formado pela conexão de dois metais diferentes, passa a ser fonte de força eletromotriz (e conseqüentemente a causa da corrente elétrica num circuito fechado), quando as junções desses metais estiverem a temperaturas diferentes.

Você pode verificar isso facilmente e até utilizar desse efeito para, por exemplo, examinar as diferentes temperaturas nas típicas regiões da chama de um bico de Bunsen.

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8. Efeito Doppler-FizeauTambém se diz, simplesmente, Efeito Doppler; alguns preferem dizer 'Doppler' quando se trata de onda sonora e 'Doppler-Fizeau' quando se trata de onda eletromagnética.Consiste no aparente desvio de freqüência que ocorre quando existe movimento relativo entre uma fonte de ondas (sonoras ou eletromagnéticas) e o receptor (adequado a cada caso). Esse efeito explica, por exemplo, a aparente modificação do tom do apito de uma locomotiva (sirene de ambulância, ruído dos motores de carros de corrida etc) aproximando-se ou afastando-se, a grande velocidade, do observador. Ele explica, também, o "desvio para o vermelho" das estrelas que se afastam da Terra.

É fácil verificá-lo para as ondas sonoras, registrando a altura do som emitido pelo apito de uma locomotiva que se aproxima ou afasta de um observador, como dito acima. Quando o móvel se aproxima do observador a altura do som é maior que a emitida e quando se afasta é menor. Quantitativamente, estas observações exprimem-se pela expressão:

f' = f.[v +ou- v'].[v -ou+ v"]-1

em que f' e f são as freqüências observada e emitida, v é a velocidade da onda no meio, v' a velocidade do observador medida num referencial fixo no meio e v" a velocidade da fonte medida no mesmo referencial. Os sinais positivo no numerador e negativo no denominador indicam que o observador e a fone se aproximam; os outros dois sinais indicam o afastamento.

Para as ondas eletromagnéticas o efeito exprime-se quantitativamente por:

f = f'.[1 + (v/c)cos].[1 - (v/c)2]-1/2

em que f é a freqüência da onda, num referencial que se move com velocidade v em relação a outro em que a freqüência da mesma onda é f'; c é a velocidade da luz e é o ângulo entre a direção de movimento e a direção da propagação da luz. A diferença entre f e f' é o chamado deslocamento Doppler.

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9. Efeito Meissner

 

Manifesta-se quando um condutor é resfriado num campo magnético.

 

Ao atingir a temperatura de supercondutividade, o campo magnético é expelido para fora da massa do condutor, o qual passa a agir como um verdadeiro "isolante magnético".

10. Efeito LuxemburgoDenomina-se assim, por ter sido observado, pela primeira vez, com relação às transmissões da Rádio Luxemburgo. Manifesta-se quando as ondas irradiadas por uma emissora poderosa atravessam a mesma região da ionosfera que são também atravessadas por ondas de outras freqüências, de outras emissoras.

Corno resultado, o programa da estação mais potente poderá ser distintamente ouvido durante a recepção das emissoras mais fracas.

11. Efeito Ettinghausen

 

Pertence à família dos efeitos termelétricos. Manifesta-se em condutores planos situados perpendicularmente a campos magnéticos.

 

Quando circula corrente elétrica por esses condutores, observa-se um gradiente de temperatura na direção perpendicular ao fluxo dos elétrons participantes da corrente elétrica.

12. Efeito SiemensConsiste no aquecimento da massa dielétrica de um capacitor "percorrido" por corrente alternada de alta freqüência. Esse efeito é muito empregado

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atualmente nos equipamentos de aquecimento dielétricos industriais, de plásticos, madeiras, secagens etc.

 13. Efeito Bequerel

 Bequerel descobriu que, emergindo-se duas lâminas do mesmo metal numa solução condutora (eletrólito), aparecerá uma diferença de potencial entre ambas, caso uma seja iluminada mais intensamente do que a outra.

14. Efeito BarnettConsiste na magnetização de um cilindro de aço, por exemplo, na ausência de campos magnéticos (a menos do campo magnético terrestre), bastando para tanto, girar velozmente o cilindro em torno de seu eixo. A magnetização corresponde à que é causada no corpo por um campo magnético cuja indução B é dada por  B = w.g  em que w é a velocidade angular de rotação e  g  a razão giromagnética do corpo. O fenômeno é um efeito giromagnético, inverso do efeito Einstein-de Haas. Sua intensidade é muito pequena.

15. Efeito HallÉ o fenômeno segundo o qual um condutor num campo magnético apresentará uma diferença de potencial de lado a lado, na direção do campo. Na realidade o efeito surge com virtualmente quase nenhum campo magnético, em alguns semicondutores ou em uma coluna de gás (naturalmente, sempre há algum campo magnético proveniente do próprio planeta).

16. Efeito ThomsonConsiste no fato de que um gradiente de temperatura num metal sempre se faz acompanhar por um pequeno gradiente de potencial elétrico, segundo direção que depende do metal. O resultado disso é que, num condutor atravessado por uma corrente elétrica, o calor devido aos efeitos resistivos (efeito Joule) é ligeiramente maior ou menor que aquele que se pode explicar.

No cobre, isto é mais notável, quando a corrente flui de partes quentes para partes frias. No ferro ocorre o oposto.

A pequena diferença que fugia às explicações é devida, exatamente, ao efeito Thomson.

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17. Efeito PeltierComumente é confundido com o efeito de termo-elemento, porque de fato está presente na ação de um par-termelétrico. Na realidade, é um estorvo nessa explicação. O efeito Peltier ocorre quando passamos uma corrente elétrica pela junção de dois metais diferentes; na junção ocorrerá aquecimento ou um resfriamento, dependendo do sentido da corrente elétrica.

Encontra atual aplicação prática, no aquecimento ou resfriamento de pequenos objetos por elementos semicondutores e na termopilha.

A revista Química Nova, vol. 16, no. 1, janeiro/fevereiro de 1993 trás excelente artigo de Pedro L. O. Volpe, da UNICAMP, na página 49, com título: "O que são termopilhas, como funcionam e como os químicos podem utilizar estes componentes".

Química Nova é uma publicação da Sociedade Brasileira de Química.

 18. Efeito VoltaConsiste na tensão elétrica gerada quando metais diferentes são postos em contato.

Assim, uma lâmina de cobre superposta a uma lâmina de zinco geram uma d.d.p., com cobre positivo e zinco negativo.

19. Efeito JouleQuando portadores de carga elétrica atravessam um meio condutor, haverá choques (interações) entre esses portadores e partículas do próprio condutor. Dessas interações, parte da energia elétrica associada aos portadores transfere-se para as partículas do meio condutor, as quais passam a vibrar mais intensamente - o que caracteriza, em parte, o aquecimento do condutor. A lei de Joule permite equacionar quanto de energia elétrica é convertida em térmica. Dessa energia térmica produzida, uma parte eleva a temperatura do condutor e outra parte é trocada com o meio ambiente sob a forma de calor.

A quantidade de calor trocado com o ambiente, por sua vez depende, por uma parte, da intensidade da corrente através do condutor, por outra, da natureza e das dimensões desse condutor, isto é, da sua resistência elétrica. As observações que demonstram este fenômeno são numerosas:

a) nos filamentos das lâmpadas incandescentes (que alcançam temperaturas acima dos 2000 oC);b) nos potenciômetros e reostatos (que podem até tornarem-se incandescentes pela passagem de elevadas intensidades de corrente);c) nos enrolamentos de motores, dínamos e alternadores (que requerem, por vezes, ventilação forçada para que não venham a 'queimar');d) nos fusíveis de metal e ligas de baixo ponto de fusão (que são fundidos quando a corrente supera certos limites);e) nos eletrodomésticos (radiadores, ferros de passar, chuveiros, secadores de cabelo, fogões, marmitas, fornos, fogareiros etc.);f) nos fornos elétricos industriais (de arco, de resistência, de indução,

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que permitem obtenção de elevadas temperaturas com variadas funções), etc.

Uma primeira experiência, que permite obter conclusões científicas do fenômeno em observação, consiste em estender entre dois suportes, um fio de ferro de 0,5 a 1,5 mm de diâmetro e de 4 a 5 metros de comprimento.A seguir, fazendo passar por ele uma corrente de intensidade de alguns ampères; constatamos que:o fio se aquece, dilata e baixa. Quando se interrompe a corrente, o fio resfria e sobe. Aumentando-se a intensidade de corrente, o fio torna-se incandescente e depois funde.

Dilatação de um fio de ferro aquecido pela corrente elétrica

Usando-se de fio de ferro galvanizado, o zinco superficial queimará com grande brilho. Usando-se fio de aço duro observa-se, durante o aquecimento, que o fio inicialmente desce, depois sobe um pouco, para tornar a descer apreciavelmente. Os mesmos fenômenos, que se reproduzem em sentido inverso, quando se interrompe a corrente, são devidos às transformações internas do aço. Usando-se fio de alumínio observa-se que este funde-se mas, fica envolto por uma camada de alumina que o sustenta; constituindo assim um fio muito leve.

As leis de Joule têm por objeto determinar a quantidade de calor Q que se desprende num condutor, durante o intervalo de tempo t, quando percorrido por corrente de dada intensidade i.A formulação da primeira lei de Joule diz:

A quantidade de calor desprendida num dado condutor, por unidade de tempo, é proporcional ao quadrado da intensidade de corrente.

A grandeza Q/t é denominada potência térmica do condutor (P), de modo que podemos escrever: P i2 .

Esta lei resulta da seguinte experiência:Uma espiral S de um fio de ferro mergulha na água de um calorímetro C; faz-se passar em S uma corrente cuja intensidade i se regula mediante o reostato R e se mede com o amperômetro A.

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A quantidade de calor desprendido é proporcional aoquadrado da intensidade de corrente

Faz-se passar sucessivamente e durante um minuto cada vez, correntes de 1A, 2A, 3A, 4A, na espiral S, resultando os seguintes valores:

Intensidade de corrente

elevação de temperatura

Calor despendido

1A2A3A4A

11-10=1oC15-11=4oC24-15=9oC

40-24=16oC

1000cal4000cal9000cal16000cal

o que verifica a lei enunciada.

A segunda lei de Joule tem por objeto determinar como influi a geometria e a natureza do condutor no fenômeno observado; é enunciada assim:

A quantidade de calor Q despendia na unidade de tempo, para uma dada intensidade de corrente (constante), depende do comprimento, da seção reta e da natureza do condutor.

Substituamos na experiência precedente a espiral metálica S por uma outra do mesmo metal, mas de comprimento ou secção diferentes, ou ainda por uma espiral de mesmas dimensões, mas de natureza diferente. Para um mesmo valor da intensidade de corrente as quantidades de calor desprendidas por segundo não são as mesmas. Este resultado pode ser facilmente evidenciado por experiências de ordem qualitativa:

Experiência 1 — Dispõem-se, em série, dois fios de mesmo comprimento, do mesmo metal (ferro por exemplo), mas de secções muito diferentes (0,1 e 2 mm) e faz-se passar neles uma corrente controlada. Aumentando-a progressivamente, constata-se que o fio fino torna-se incandescente, enquanto que o mais grosso se aquece muito menos.

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Experiência 2 — Dispõem-se, em série, dois fios de mesmo comprimento, mesma seção reta, porém um de cobre e outro de ferro. Aumentando-se pouco a pouco a intensidade de corrente, o de ferro torna-se incandescente, enquanto que o cobre pode ser sustido na mão.

Conclusão, se P = Q/t é a potência termoelétrica do condutor, sob corrente constante de intensidade i, tem-se: P = R.i2 , onde R, característico do condutor, recebe a denominação de 'resistência elétrica' e engloba os parâmetros: comprimento do fio, seção reta do condutor e natureza do mesmo.

Num resistor, a rapidez com que se efetua essa conversão, é grandeza conhecida como "potência dissipada pelo resistor". O valor dessa grandeza vem expresso por:

P = R.i2 ou  P = U.i  ou  P = U2/R

Se indicarmos por E a quantidade de energia elétrica que é convertida em térmica durante o intervalo de tempo t, teremos:

E = P. t = R.i2. t

que traduz exatamente as leis de Joule.

20. Efeito MillerEncontra aplicação na linearização da varredura dos geradores de sinais dente de serra. O efeito reside no fato de que a capacitância intereletródica, grade-placa, nas válvulas termiônicas, em particular do triodo, modifica a capacitância efetiva do circulo gerador, variando em eficácia segundo a freqüência e assim, contribui para a linearidade de subida do dente de serra gerado.

21. Efeito EdisonEdison observou que uma lâmpada incandescente (de sua época, quando então o filamento era de carbono), após certo tempo de uso, ficava com a superfície interna do bulbo evacuado revestida de uma fina e escura camada (A).

Ele concluiu que isso era devido às minúsculas partículas de carvão que se destacavam do filamento, quando o mesmo era levado à incandescência, pela corrente elétrica.

Experimentando achar um modo de evitar esse escurecimento, Edison colocou uma placa de metal (P) entre o vidro e o filamento (F). Isso resolveu o problema do escurecimento do bulbo porém, nosso ilustre observador verificou que tal placa ficava carregada (eletrizada). Um sensível

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galvanômetro (G) ligado entre a tal placa e o filamento acusava uma corrente elétrica unidirecional (retificada, como diríamos hoje!).

Corno explicar a origem dessa corrente elétrica?

Edison não foi capaz de resolver essa questão, aliás, ninguém o faria pois, o elétron ainda não tinha nascido.

A válvula termiônicas nasceu dessa observação de gênio.

Se o elétron fosse conhecido na época, sem dúvida Edison enunciaria o efeito, que hoje leva o seu nome, assim:

"Todo metal aquecido emite elétrons"

A primeira válvula foi a retificadora; depois De Forest inventou a grade e dai para a frente você sabe no que deu isso tudo. Boa parte das válvulas, já há bom tempo, foram substituídas pelos transistores que, por curiosidade, baseiam-se num efeito conhecido mesmo antes de Edison --- o efeito galena.

 22. Efeito magnetotrópicoA ação do magnetismo sobre substâncias orgânicas já havia sido notado por Pasteur, há um século atrás. Experiências mais recentes, levadas a efeito por diversas Universidades, permitiram verificar que após 11 dias de exposição de tomates verdes ao intenso campo magnético de um pólo Sul, os tornaram praticamente vermelhos, enquanto que outros, isentos do "tratamento", apresentaram-se apenas meramente rosados.

Mais recentemente, conseguiu-se, com a aplicação do magnetismo, acelerar a germinação de sementes. O efeito foi batizado de "magnetotropismo".

Uma causa sugerida é a de que o campo magnético excita os sistemas enzimáticos e assim estimula a respiração.

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23. Efeito ComptonArthur Compton ao estudar o espalhamento de raios X, utilizando como meio espalhador um bloco de carbono (isso acorre com certas substâncias cujos átomos são relativamente leves, como o carbono, o boro, o oxigênio e outros), observou que as freqüências dos raios X espalhados diminuíam em certos ângulos.

Experiência de Compton

Para explicar a modificação da freqüência dos raios espalhados, Compton utilizou a teoria quântica da luz. O físico norte-americano propôs que a interação entre um fóton ou quantum de luz e um elétron de um átomo podia ser considerada sob certas condições como a colisão entre duas partículas em mecânica Clássica.

Os elétrons, ligados ao núcleo do átomo por forças eletrostáticas, podiam comportar-se como elétrons livres se a energia (h) e a quantidade de movimento (h/c) dos fótons incidentes fosse suficientemente grande. Utilizando as leis da conservação da energia:

h = h’ + (1/2) mv2 ,

onde h. = energia do fóton incidente,  h’ = energia do fóton espalhado e (1/2)mv2 = energia cinética do chamado “elétron de recuo”.

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Efeito Compton.

Como o valor da velocidade do “elétron de recuo” está próximo da velocidade da luz, em muitos casos deve-se utilizar a correção relativística para a massa (ver relatividade, na Sala 23).

Compton também aplicou a conservação da quantidade de movimento (como no caso de duas esferas elásticas), obtendo finalmente a equação:

' - = (h/mo.c)(1 - cos)

onde: ' = aumento do comprimento de onda para o fóton espalhado (em relação ao comprimento de onda do fóton incidente); ( h/mo.c) = ' comprimento de onda' de Compton, onde h é a constante de Planck, mo a massa em repouso do elétron e c a velocidade da luz e, = ângulo de espalhamento do fóton de comprimento de onda '.

O elétron de recuo do efeito Compton foi descoberto simultaneamente por Wilson e por Bothe e Becker.

O efeito Compton ocorre principalmente com elétrons livres ou fracamente ligados e pode ser explicado como uma absorção do fóton incidente pelo elétron livre. A energia deste fóton aparece repartida entre o elétron de recuo e um outro fóton de menor energia. Na explicação deste fenômeno, utiliza-se a idéia de “fotons virtuais”, mas não podemos neste resumo sobre os efeitos da Física estendermos-nos em sua explicação.

24. Efeito Selbt Relativo às ondas eletromagnéticas (de rádio) estacionárias

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O transmissor tem freqüência fixada em 85 MHz e é alimentado por um transformador (primário para a rede local e secundários com tensões adequadas para os filamentos das válvulas osciladoras e suas placas). O tubo de Selbt demonstra ondas de rádio estacionárias para as quais a velocidade de propagação é inferior à velocidade da luz no vácuo (c). O tubo de Selbt é de vidro e tem sobre si um fio de cobre enrolado em forma de espiral. Essa espiral é projetada de modo a ter freqüência natural de oscilação igual a do transmissor. O tubo é acoplado ao transmissor apenas mantendo uma de suas extremidades próxima á bobina de transmissão.

À medida em que deslocamos uma limpada (fluorescente, de néon ou incandescente) ao longo do tubo, podemos visualizar os ventres (lâmpada acesa) e os nós (lâmpada apagada) da onda estacionária. Para a freqüência do transmissão especificada (85MHz), a distância entre ventres consecutivos ou nós consecutivos está em torno de 11 cm, o que corresponde a meio comprimento do onda (semionda). 

É necessário que a pessoa que segura a lâmpada esteja em contato com a terra para que, em regiões de ventre, a lâmpada seja percorrida por corrente elétrica. O melhor afeito se obtém com lâmpadas fluorescentes ou de néon.

25. Efeito AugerTema de física atômica; consistindo na emissão de um elétron por um átomo excitado, sem a emissão de fótons. Pode ocorrer pela absorção do excesso de energia do núcleo excitado, por um elétron do átomo, seguido pela ejeção deste elétron (elétron Auger).

26. Efeito CerenkovO tema é eletromagnetismo. Trata da emissão de radiação eletromagnética por uma partícula que se move num meio com velocidade maior que a da luz neste meio. Observa-se em líquidos e sólidos, e comumente no moderador líquido de reatores nucleares, onde aparece com uma bonita radiação azulada. A emissão de energia só ocorre em regiões limitadas por um cone cujo ângulo do vértice é igual a arc sen(c/v), em que c é a velocidade da luz e  v  a da partícula, ambas no meio em que esta se move.

27. Efeito CorbinoRefere-se ao estabelecimento de correntes elétricas circulares num disco em que existem correntes elétricas radiais e que se encontra num campo

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magnético perpendicular ao seu plano. É um fenômeno ligado ao efeito Hall e observa-se, por exemplo, no bismuto, no antimônio, no cobre, no alumínio e no ferro.Em primeira aproximação a corrente circular é proporcional à intensidade do campo e à intensidade de corrente. esta proporcionalidade não se mantém quando a intensidade do campo é elevada e não vale para muitos materiais.

28. Efeito Costa RibeiroTrata da separação de cargas elétricas positivas e negativas no processo de solidificação de certos dielétricos como ceras vegetais, óleos etc. É um sinônimo para efeito termodielétrico.

29. Efeito Cotton-MoutonÉ tema da Óptica Física. Trata da birrefringência provocada num líquido pela ação de um campo magnético transversal à direção da luz que o atravessa. É proporcional ao quadrado da intensidade do campo magnético e é o análogo magnético do efeito Kerr.

30. Efeito Debye-FalkenhagenO tema é da eletroquímica. Trata da diminuição da resistência elétrica de um eletrólito quando aumenta a freqüência da corrente elétrica que o atravessa. Deve-se à diminuição da atmosfera de íons que cerca um determinado íon e que influencia a sua mobilidade.

31. Efeito Debye-SearsTema da Óptica Física. Consiste na difração da luz por um sistema de ondas estacionárias de ultra-som num gás. A estrutura periódica que este sistema empresta ao gás modifica-lhe, também periodicamente, as propriedades físicas, especialmente o índice de refração, o que determina a difração e a interferência de ondas eletromagnéticas.

32. Efeito DestriauTrata da luminescência provocada num sólido pela ação direta de um campo elétrico. Apresenta-o, por exemplo, o sulfeto de zinco convenientemente dopado. Também se diz eletroluminescência ao referir-se a esse efeito.

33. Efeito DornÉ tema da Físico-Química. É um dos quatro efeitos eletrocinéticos que podem ser observados num colóide ou em uma suspensão. Consiste no estabelecimento de uma diferença de potencial elétrico ao longo de uma coluna vertical onde ocorre a sedimentação de um colóide ou de uma suspensão. É o efeito inverso da eletroforese.

34. Efeito DufourDetalhes em Termodinâmica. Gradiente de temperatura provocado pela  diferença de gradiente de concentração, num processo de difusão.

35. Efeito Einstein-de Hass

?. Efeito ... (envie sua colaboração)

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Eis aqui nossas sugestões para trabalhos escolares envolvendo Efeitos Físicos. O aluno pode acrescentar mais outro tanto deles, apresentando um trabalho mais extenso, eventualmente incluindo algum histórico dos personagens citados.