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FICHA TÉCNICA Título original: Diary of a 6 th Grade Ninja 3 — Rise of the Red Ninjas Autores: Marcus Emerson e Noah Child Texto © 2013 by Emerson Publishing House Tradução © Editorial Presença, Lisboa, 2017 Ilustrações © David Lee Tradução: António Carlos Andrade Revisão: Paula Caetano/Editorial Presença Composição, impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda. Depósito legal n. o 422 386/17 1. a edição, Lisboa, junho, 2017 Reservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) à EDITORIAL PRESENÇA Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo 2730-132 Barcarena [email protected] www.presenca.pt

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FICHA TÉCNICA

Título original: Diary of a 6th Grade Ninja 3 — Rise of the Red NinjasAutores: Marcus Emerson e Noah ChildTexto © 2013 by Emerson Publishing HouseTradução © Editorial Presença, Lisboa, 2017Ilustrações © David LeeTradução: António Carlos AndradeRevisão: Paula Caetano/Editorial PresençaComposição, impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.Depósito legal n.o 422 386/171.a edição, Lisboa, junho, 2017

Reservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) àEDITORIAL PRESENÇAEstrada das Palmeiras, 59Queluz de Baixo2730-132 [email protected]

diário

de um ninja

na escola — 3

a ascensão dos ninjas vermelhos

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Para os que ainda não me conhecem, o meu nome é Chase Cooper e ando no 6.º ano, na Escola Buchanan. Deixem que vos ponha a par de alguns pormenores relacionados com o que aconteceu desde que escrevi o meu primeiro diário, mas agarrem -se bem porque a história começa de forma explosiva.

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Quando entrei para a Buchanan, o isolamento social que eu pensava vir a ter nunca chegou a existir. A minha prima Zoe também anda cá, o que ajudou, uma vez que ela já conhece toda a gente. É popular, embora nunca o admita por estas palavras. Em vez disso, acho que ela diria simplesmente que é amiga de todos. E, para dizer a verdade, eu percebo: ela é bem mais fixe do que eu achava quando éramos pequenos. Atualmente, é líder da claque, primeiro violino na Orquestra, protagonista no musical que vai estrear daqui a alguns meses, e tem uma média perfeita de 5. Sim... ela é dessas.

Acho que posso considerar o Brayden o meu melhor amigo. Conheci -o no segundo dia de aulas, em Educação Física. Ele tem uma obsessão esquisita por lobisomens e até se apresenta às pessoas como caçador de lobisomens. Mas, ultimamente, esta fixação tem descarrilado para o mundo dos vampiros. Acho que, pelo andar da carruagem, vai tornar -se numa obsessão por todo e qualquer monstro até ao final do ano.

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O Wyatt, o anterior líder ninja, foi expulso depois de ter roubado o dinheiro do fundo alimentar no início do ano. Tem havido um zunzum sobre ele voltar para a Buchanan, e rumores de que até já o viram, mas nada ficou comprovado. Não sei se acredite... como é que alguém pode ser desexpulso?

O Carlyle, o capitão pirata e primo do Wyatt, escapou ileso porque, tecnicamente, não fez nada de mal. O facto de ter convencido os outros alunos a darem--lhe o dinheiro para que ele ganhasse o prémio do evento «Dança Até Caíres» não foi considerado crime, embora tenha sido uma coisa vergonhosa. O prémio do evento era a possibilidade de escolher a nova mascote da Buchanan. Ele ia mudar a mascote atual, o gato -bravo, para os piratas, completando assim a sua invasão pirata, mas eu travei -o. Ao fazê -lo, conquistei a oportunidade de mudar eu a mascote. Ainda não tomei nenhuma decisão acerca disso.

O Carlyle mudou de turma, por isso já não estamos juntos em nenhuma disciplina. Não posso dizer que fui contra essa ideia. Parece que só foi preciso os pais dele fazerem o pedido, e pronto, ficou resolvido.

Depois de derrotar o Wyatt e o Carlyle, as coisas ficaram um bocado esquisitas porque os miúdos colocaram -me como que num pedestal, qual herói da Buchanan. Porquê esquisito? Porque eu só fiz mesmo o que achava ser correto.

Sei o que devem estar a pensar...Mas, Chase, se a escola te vê como um herói, quer

dizer que agora és um dos populares?A resposta é sim e não. Sim, porque toda a gente

tem pelo menos uma ideia de quem eu sou, mas não,

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porque ninguém parece importar -se muito. Sinceramente, prefiro assim, porque posso continuar a passar despercebido. Demasiada atenção poderia denunciar o meu modo de vida ninja.

Na semana passada, tornei -me bastante amigo de uma rapariga chamada Faith. Como poderão lembrar--se, no meu primeiro diário houve um momento em que toda a gente se deu como culpada de roubar o dinheiro do fundo alimentar. Pois bem, houve uma rapariga ruiva e gira que também o fez: sim, essa era a Faith.

Há uma semana, ficámos juntos como parceiros no laboratório de Ciências. Ela é uma das miúdas mais fixes que alguma vez conheci. Gosta de banda desenhada, joga futebol e voleibol, adora maus filmes de terror dos anos 90 e ficou dois anos consecutivos em primeiro lugar no torneio de Tiro em Primeira Pessoa! Era a única rapariga no torneio e sabem o que disse depois de ganhar?

— Não estão a ouvir a campainha? É que levaram todos uma bela lição!

Que boca espetacular, hã? Quer dizer... tipo, ela é fixe... para rapariga.

Ah, e não sabe que sou líder de um clã ninja secreto que treina no bosque durante as aulas de Educação Física.

Só falei na Faith porque o primeiro sinal da revolta dos ninjas vermelhos surgiu antes da aula de Ciências, quando eu estava a tentar ganhar coragem para falar com a Faith. Se bem que, olhando para trás, o aparecimento dos ninjas vermelhos deveria ter sido óbvio. Mas no fundo, tudo parece óbvio quando se olha para trás, não é?

— Paras de engonhar e vais falar com ela? — disparou a Zoe.

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Espreitei pela esquina, encostando a cabeça à parede de tijolos. O cacifo da Faith ficava apenas a alguns metros, e ela parecia estar quase pronta.

— Não sei se deva... E se ela me gozar?A Zoe debruçou -se e escondeu -se atrás de mim.— Pelo menos não estará a gozar com a tua cara.Durante o fim de semana, a Zoe convencera ‑me a

escrever um bilhetinho à Faith, a dizer que eu a achava gira. A Faith também fazia parte da claque. A Zoe contou -me que a Faith passou a falar em mim o tempo todo, depois de nos tornarmos parceiros no laboratório de Ciências. Bem fixolas, hã?

Por isso, a minha prima engendrou um plano brilhante, que consistia em eu fazer o trabalho de casa de Ciências todo sozinho, mas em nome dos dois, e depois entregar -lhe a parte dela juntamente com um bilhetinho lá escondido no meio. Quando ela encontrasse... bum... o que quer que seja bum. Espero que ela verifique o trabalho antes de o entregar à professora, ou esta irá receber um bilhetinho bastante estranho de um aluno.

— OK — anuí —, eu consigo. Tens razão. Ela nem sequer vai olhar já para o bilhetinho. Provavelmente, o que vai acontecer é que irá vê -lo durante a aula de Ciências... que é já daqui a cinco minutos... e somos parceiros no laboratório... por isso, o que vai acontecer é que ela vai ler o bilhetinho enquanto eu estou a suar estopinhas sentado ao seu lado. Depois vai rir -se de mim. Sim, senhor, que grande ideia, esta!

A Zoe riu -se.— Só há uma maneira de descobrires! — disse,

bem alto, empurrando -me para perto do cacifo da Faith.

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O empurrão da minha prima apanhou -me desprevenido e eu fui aos tropeções pelo corredor, por pouco não chocando com os alunos que iam a entrar para as aulas. Devo ter resmungado em voz alta, pois a Faith viu -me imediatamente.

— Olá — disse -me.Endireitei -me e mostrei um sorriso.— Hã? Ah, olá, quer dizer, estás a falar comigo?

Estás a falar comigo? Quer dizer...Calei ‑me o tempo suficiente para pensar o que raio

estava a fazer. Será que os ninjas da velha guarda tinham assim tanta dificuldade em falar com raparigas? Por fim, soltei um suspiro.

— Olááááááá.A Faith sorriu e virou a atenção novamente para

o cacifo, empilhando livros no fundo.— Que se passa?

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Ri -me como um totó:— Nada de especial, sabes como é... o diiiiia.Por esta altura estava convencido de que o meu

cérebro queria mesmo sabotar -me, o que calhava bem porque depois poderia bater com a cabeça na parede. Era para o meu cérebro aprender. Ninguém manda em mim! Nem sequer o meu próprio cérebro!

A Faith olhou -me por cima do ombro e deu uma risadinha:

— Fixe.Depois disto, fui direto ao assunto. Se continuasse

com a conversa de chacha, acho que até o meu cabelo acabaria por cair de vergonha.

— Então, acabei os trabalhos de casa, tanto os meus como os teus.

— Acabaste as duas partes do nosso trabalho de casa? — perguntou a Faith, sorrindo por entre algumas madeixas ruivas que lhe caíam sobre a face.

— Sim, quer dizer, eu sei que é stressante ter trabalhos de casa atrasados por fazer — disse eu, casualmente, ao mesmo tempo que sentia um exército de borboletas às voltas no estômago.

— Bem podes dizê -lo — suspirou a Faith.Abanei a cabeça e ri -me, apercebendo -me de que

me apagara completamente por instantes. Oh, meu Deus, será que disse alguma coisa sem dar conta? Respirei fundo e, com alguma hesitação, inquiri:

— Diz lá isso outra vez?A Faith semicerrou os olhos e fitou ‑me como se eu

fosse maluco.— Que não ter os trabalhos de casa feitos

é stressante.

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— Ah! Ah! — Estava tão aliviado por não ter dito nenhuma parvoíce que ri alto e ronquei. Sou só estilo... então não?

— Obrigada — disse ela —, eu por acaso tinha--me esquecido completamente. E que sorte, porque é para entregar daqui a dez minutos. És um anjo!

Enquanto tirava a mochila do ombro para dar à Faith a parte dela do trabalho de casa (juntamente com o meu bilhetinho), ouvi barulho ao fundo do corredor. Espreitei por cima do ombro para ver o que era, mas com a avalanche de alunos pela frente, não consegui ver nada.

— Ei! Cuidado! — gritou alguém atrás de mim.E é aqui que a loucura começa...Sem mais nem menos, aparece um miúdo vindo

do nada e salta para a minha frente. Ia tão depressa que parecia uma mancha vermelha. Enquanto ele estava no ar, senti um puxão na mochila e, antes que pudesse reagir, o miúdo tinha ‑a nas mãos.

— Espera! — gritei. — Devolve -me isso!A Faith caiu de encontro ao cacifo com um grande

estrondo.— O que é que foi isto? Quem era aquele?Não havia tempo para responder. O miúdo

tinha, além da minha mochila, o bilhetinho para a Faith e o meu fato de ninja. Tivera de o levar para casa, para lavar, porque começara a ter um cheiro pouco saudável.

Sem hesitar, desatei a correr atrás do ladrão da mochila. Era quase impossível correr pelo corredor à velocidade máxima, uma vez que estava repleto de alunos e eu não queria magoar ninguém.

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