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ONa sequência do estudo da Carta aos Hebreus, analisaremos parte da perícope que abarca os capítulos 4:13 até 6:20, mais precisamente Hb.4:13 até 5:10.

OJesus é maior que Arão e que o sacerdócio levítico.

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O Na continuidade de seu argumento com relação à supremacia de Jesus Cristo e, particularmente, de sua superioridade em relação à lei mosaica, o escritor aos hebreus passa a mostrar a superioridade de Cristo em relação a Arão, o primeiro sumo sacerdote e o ancestral de todos os sacerdotes (Ex.28:1).

O Antes de analisarmos a superioridade de Cristo em relação a Arão, é oportuno que lembremos as circunstâncias que deram origem ao chamado de Arão e de sua família, enfim, porque e como surgiu o sacerdócio levítico.


O Quando o Senhor chamou Moisés para que este fosse libertar o povo, este ofereceu resistência ao chamado, apresentando uma série de dificuldades.

O Uma delas foi a alegação de que era ele “pesado de boca”, ou seja, sem eloquência, até porque, após quarenta anos cuidando das ovelhas de seu sogro Jetro, tinha Moisés perdido a fluência no idioma egípcio bem como os próprios modos palacianos em que fora criado (Ex.4:10).


O Em resposta a mais esta desculpa apresentada por Moisés, desculpa, aliás, que provocou a ira divina, o Senhor escolhe Arão para ser “a boca de Moisés” (Ex.4:14).

O Arão é inserido na história sagrada em virtude de uma desculpa de Moisés, para servir como se fosse de um “estepe”, de um substituto ante a resistência daquele que fora chamado para liderar o processo de libertação. desde o início, Arão será uma espécie de “remédio”, de “solução provisória”, de um “paliativo”.


O Não se deve, porém, negligenciar o fato de que Arão foi diretamente escolhido pelo Senhor, que o mandou ir ao encontro de seu irmão Moisés no deserto (Ex.4:27), tendo sido ele o primeiro israelita a saber das promessas divinas de libertação e do chamado de Moisés.

O No Egito, foi Arão que introduziu Moisés aos anciãos do povo, passando, desde então, a exercer as funções de “intérprete” de Moisés, de “boca de Moisés (Ex.7:1,2).


O O nome “Arão” significa “monte de força”, “montanhista, serrano” ou, ainda, “brilhante, iluminador”.

O Tais significados mostram que Arão exerceu um papel de intermediário, de esclarecedor da vontade do povo, de comunicador, pois, como “serrano e montanhista”, fazia a ligação entre o “alto” e o “baixo”, enquanto que como “brilhante, iluminador”, era quem deveria levar as petições do povo, “esclarecer” a vontade do homem diante de Deus.


O Durante o processo da libertação de Israel do Egito, Arão sempre esteve ao lado de Moisés. Arão, desta maneira, desde o início, ocupou uma posição de destaque no povo de Israel.

O Entretanto, o Senhor havia escolhido todo o povo de Israel para ser Sua nação sacerdotal (Ex.19:6), de forma que o sacerdócio de Arão não era o objetivo primeiro do Senhor.


O No episódio do bezerro de ouro, Arão, a que, juntamente com Hur, foi cometida a chefia do povo n ausência de Moisés (Ex.24:14), cometeu o deslize de fabricar o ídolo, edificar a ele um altar e conclamar o povo para “uma festa ao Senhor” (Ex.32:1-6).

O Quando Moisés retorna ao arraial e se enfurece, quem vem interceder pelo povo é o próprio Arão (Ex.32:21-24), tendo sido o próprio Arão que mandou que o povo se despisse e, portanto, se humilhasse diante de tamanho pecado.


O Logo em seguida, foram os levitas que se se dispuseram a ficar “do lado do Senhor”, tendo, inclusive, executado todos os que haviam liderado a prática daquele pecado (Ex.32:25-29).

O Diante da quebra dos dois primeiros mandamentos pelo povo de Israel, ficaram eles sem a dignidade para serem o “povo sacerdotal” do Senhor, de sorte que o Senhor, como já havia dito a Moisés no monte, escolheu a Arão e a seus filhos para que servissem de sacerdotes, como também a tribo de Levi para que fosse a “tribo sacerdotal” (Ex.28:1-3; Nm.3:1-13).


O Nota-se, portanto, que, uma vez mais, Arão aparece como um “remédio”, uma “solução provisória”, um “paliativo”, visto que é escolhido para ser o sumo sacerdote e sua família para exercer o sacerdócio em virtude da quebra da lei por parte do povo e da indignidade decorrente de poder ser o “povo sacerdotal” naquele instante.

O A pessoa escolhida para exercer o sacerdócio era alguém que havia falhado no próprio episódio do bezerro de ouro.


O Apesar de ter falhado grandemente, Arão não participou desta “festa ao Senhor”, como também, intercedeu pelo povo, reconhecendo sua “inclinação ao mal”, tendo, ademais, levado o povo a se humilhar, a demonstrar arrependimento pelo que havia feito, num nível tal que sua tribo foi a única que se dispôs a ficar “do lado do Senhor”.

O Arão, assim, demonstrou ter se arrependido do que havia feito, bem como ter demonstrado compaixão pelo povo, levando-os, inclusive, ao arrependimento. Tal capacidade de intercessão, compaixão e disposição a levar ao arrependimento o credenciaram para o sacerdócio.


O O sacerdócio levítico, portanto, já nasce sob o signo da fraqueza humana, da sua natureza pecaminosa.

O Como se isto fosse pouco, logo após a instituição do sacerdócio, dois dos quatro filhos de Arão, Nadabe e Abiú, são mortos pelo Senhor porque ofereceram fogo estranho ao Senhor (Lv.10:1,2), sem falar que o próprio Arão não pôde entrar na Terra Prometida por ter tentado ao Senhor nas águas de Massá e Meribá (Nm.20:12,13), dois episódios em que o Senhor demonstra não ter este sacerdócio condições de santificar de forma plena o nome de Deus diante do povo (Lv.10:3; Nm.20:12).


O O autor começa dizendo que Jesus, Filho de Deus, é um grande sumo sacerdote, que penetrou nos céus e que isto é motivo para que retenhamos firmemente a nossa confissão (Hb.4:14).

O O escritor aos hebreus faz questão de chamar Jesus de “grande sumo sacerdote”, para mostrar que Ele é superior a Arão, que apenas é chamado nas Escrituras de “sumo sacerdote”.


O Jesus é o Filho de Deus, um sumo sacerdote que é divino e, portanto, que não tem as fraquezas próprias do sacerdócio levítico.

O Apesar de ser Deus, Jesus é um sumo sacerdote compassivo, pois vivenciou, como homem, cada uma das nossas fraquezas, menos o pecado. Enquanto Arão foi vencido pelo pecado, Jesus sobre o pecado foi vencedor, demonstrando que Seu socorro é mais do que eficiente.


O Diante do sumo sacerdote que temos, Cristo Jesus, não temos que ter receio algum de não alcançarmos a misericórdia e a graça divinas, pois Jesus já venceu o pecado e nos deu acesso ao Senhor, de modo que sempre seremos ajudados em tempo oportuno (Hb.4:16).

O Arão não tinha como dar acesso ao “lugar da misericórdia”, que era o “santo dos santos”, o local mais sagrado do tabernáculo, ao qual só podia entrar uma vez ao ano, no dia da expiação. Todavia, Jesus, ao morrer, fez com que se rasgasse este véu (Mt.27:51; Mc.15:38; Lc.23:45) e, assim, podemos ter agora acesso à presença de Deus, já que “Ele penetrou nos céus”.


O O escritor aos hebreus, então, passa a explicar o papel do sumo sacerdote, que, tomado entre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas concernentes a Deus, para que oferecesse dons e sacrifícios pelos pecados, podendo, assim, compadecer-se ternamente dos ignorantes e errados, ate porque ele estava rodeado de fraqueza.

O Era, por isso, que tinha o dever de fazer, tanto por si mesmo, quanto que pelo povo, oferta pelos pecados (Hb.5:1-3).


O Embora seja inferior a Cristo, Arão ocupava uma posição de honra e, mais do que isto, uma posição que somente um chamado por Deus poderia ocupar (Sl.105:26; Hb.5:4).

O Jesus também foi escolhido para exercer este sumo sacerdócio, escolha esta que se deu antes mesmo da fundação do mundo (Ef.1:4; I Pe.1:19,20; Ap.13:8). Jesus não Se arrogou o sumo sacerdócio, mas foi a isto comissionado pelo Pai.


O Jesus é sacerdote eternamente segundo a ordem de Melquisedeque (Hb.5:6), uma ordem superior a de Arão.

O Ao contrário de Arão, Jesus, obedientemente, sem jamais pecar, exerceu esta função, oferecendo, nos dias da Sua carne, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que O podia livrar da morte, sendo ouvido quanto ao que temia.


O Jesus foi ouvido em Suas orações e súplicas? Sim, pois Ele foi ouvido por consolos presentes em Suas agonias, e ao ser levado através da morte, e libertado dela pela ressurreição gloriosa.

O Jesus tinha uma percepção tremenda da ira de Deus, do peso do pecado. Sua natureza humana estava disposta a afundar debaixo dessa pesada carga, e teria afundado, tivesse Ele sido completamente abandonado nos aspectos da ajuda e do conforto de Deus; mas Ele foi ouvido nisso, Ele foi apoiado nas agonias da morte.


O Segundo a tradição judaica, Arão aceitou fabricar o bezerro de ouro, edificar o altar e convocar a “festa ao Senhor”, porque teria temido morrer assim como Hur, que teria sido assassinado ao protestar quando o pedido do povo para que fossem feitos outros deuses.

O Arão, assim, temeu morrer e, por isso, concordou em contribuir para a prática do pecado pelo povo.


O Jesus foi obediente e obediente até a morte (Fp.2:8), ao passo que Arão tornou a tentar a Deus, no episódio das águas de Massá e Meribá, juntamente com Moisés e, por isso, foi impedido de ingressar na Terra Prometida (Nm.20:10-13. 20:22-28).

O Por ter sido obediente até a morte, Jesus ressuscitou e agora vive para todo o sempre (Ap.1:18), motivo pelo qual Seu sacerdócio é eterno. Arão, por sua vez, por ter voltado a desobedecer ao Senhor, não só foi impedido de ingressar na Terra Prometida, como também teve de passar a outro o seu sacerdócio, ao seu filho Eleazar, demonstrando, assim, que seu sacerdócio era temporário.


O O sacerdócio de Cristo venceu a morte e, por isso mesmo, é Cristo “a causa de eterna salvação para todos os que Lhe obedecem” (Hb.5:9), enquanto que o sacerdócio de Arão não teve o condão de trazer salvação aos obedientes, mas tão somente conseguia adiar a punição dos ignorantes e errados até que viesse um sacrifício que pudesse trazer a efetiva salvação do pecado.

O Por isso, o autor aos hebreus mostra que a ordem do sacerdócio de Cristo era superior ao sacerdócio levítico, chamando tal ordem de “ordem de Melquisedeque”, o que se dispõe a explicar posteriormente.


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