Nabucos calados

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Nabucos Calados De tempos ora distantes inda ecoam, Lúcidas como o tenor do vento que passa, As palavras libertárias que trespassam As memórias de um anti-escravagista. No presente que se doa descuidado Em tanta valia se eleva a lembrança Da justa herança das lutas bravias. Acordemos, pois, hoje, da sina Inda viva e obscura de nossa senzala Dura nas ruas de meninos que inalam O cruor amargo da vida. Lancemos luz sobre o cruel descaso Com a vida dos que, desencarnados De tão azuis, lançam-se às estrelas. Vejamos! Vejamos! Não viremos as costas, Pois este mundo que célere desbota Evoca o ímpeto da volta Das vozes de Nabucos calados. - Poesia que me rendeu o 1º lugar no concurso municipal de poesias "Ano Joaquim Nabuco", do 5º Festival da Juventude do Cabo de Santo Agostinho/2010. (Jéfte Amorim)

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Nabucos Calados

De tempos ora distantes inda ecoam,

Lúcidas como o tenor do vento que passa,

As palavras libertárias que trespassam

As memórias de um anti-escravagista.

No presente que se doa descuidado

Em tanta valia se eleva a lembrança

Da justa herança das lutas bravias.

Acordemos, pois, hoje, da sina

Inda viva e obscura de nossa senzala

Dura nas ruas de meninos que inalam

O cruor amargo da vida.

Lancemos luz sobre o cruel descaso

Com a vida dos que, desencarnados

De tão azuis, lançam-se às estrelas.

Vejamos! Vejamos! Não viremos as costas,

Pois este mundo que célere desbota

Evoca o ímpeto da volta

Das vozes de Nabucos calados.

- Poesia que me rendeu o 1º lugar no concurso municipal de poesias "Ano Joaquim Nabuco",

do 5º Festival da Juventude do Cabo de Santo Agostinho/2010.

(Jéfte Amorim)