Não dê as costas · Adenáuer Novaes JUNHO DE 2016 ANO ... “Sonhos: Mensagens da Alma” REDES...

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Não dê as costas Adenáuer Novaes JUNHO DE 2016 ANO XIII Nº 151 2 PÁGINA Redes Sociais e o Exercício da Cidadania 3 PÁGINA 4 PÁGINA 11º Aniversário do Núcleo Jurídico e de Cidadania Corrupção: Uma Realidade Espiritual, Moral ou Jurídica? A corrupção e a deturpação do “jeitinho brasileiro” Política Desigualdade Social Há muito o que fazer pela sociedade em que vivemos. São muitas as necessidades e deficiências em todos os setores da vida humana. Você que já conquistou sua estabilidade num ou noutro setor da vida reserve um tempo para seu próximo, realizando alguma atividade filantrópica para que mudemos a sociedade em que vivemos. Todos clamam por justiça, por educação, por saúde, por cidadania, mas poucos sabem o que devem fazer para consegui-los. O melhor a fazer, além do exemplo, é dar uma cota de tempo e disposição em favor de alguma obra social próximo onde mora. O mínimo que você der será útil para muitos. Não espere que o Governo faça tudo; façamos juntos.

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Não dê as costas

Adenáuer Novaes

JUNHO DE 2016 ANO XIII • Nº 151

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Redes Sociais e o Exercício da Cidadania

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11º Aniversário do Núcleo Jurídico e de CidadaniaCorrupção: Uma Realidade Espiritual, Moral ou Jurídica?

A corrupção e a deturpaçãodo “jeitinho brasileiro” Política Desigualdade Social

Há muito o que fazer pela sociedade em que vivemos. São muitas as necessidades e deficiências em todos os setores da vida humana. Você que já conquistou sua estabilidade num ou noutro setor da vida reserve um tempo para seu próximo, realizando alguma atividade filantrópica para que mudemos a sociedade em que vivemos. Todos clamam por justiça, por educação, por saúde, por cidadania, mas poucos sabem o que devem fazer para consegui-los. O melhor a fazer, além do exemplo, é dar uma cota de tempo e disposição em favor de alguma obra social próximo onde mora. O mínimo que você der será útil para muitos. Não espere que o Governo faça tudo; façamos juntos.

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expedienteEdiçãoAdenáuer Novaes

TextosAdenáuer NovaesCamila NovaesCristiane SilveiraFernando SantosNúbia Gurgel

Projeto GráficoDiego Novaes

Arte FinalIan Menezes

ImpressãoContraste Editora Gráfica

Tiragem1.000 exemplares

Rua Deputado Paulo Jackson, 560. Piatã. Salvador-Bahia-Brasil (71) [email protected]

Colabore com nossas obras assistenciaisCaso você queira contribuir com o trabalho da Fundação Lar Harmonia, mande um e-mail para [email protected]. Você receberá em casa um exemplar do nosso jornal, onde poderá acompanhar nossas realizações, e um boleto bancário referente à sua contribuição. O valor a ser doado será estipulado por você.

programação2016

Setembro24/09 (sáb) 9h às 15hVII Feira Harmonia

Julho09/07 (sáb) 20hAniversário do Núcleo Jurídico e de Cidadania Mª Terezinha Ferraz Freire de Novaes23/07 (sáb) 10hAula Inaugural do 2º Semestre da Universidade Livre do Espírito

31/07 (dom) 9h às 13hAdenáuer Novaes3º Seminário “Sonhos: Mensagens da Alma”

REDES SOCIAIS E O EXERCÍCIO DA CIDADANIAPor Núbia Gurgel, gestora de Recursos Humanos e coordenadora do Ciclo VIII da ULE

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INA

As redes sociais, em especial as de natureza on-line, possibilitam o compartilha-mento de informações de maneira muito rápida, fluida, dinâmica e, em um mundo tão grande geograficamente, a troca de ideias e a aproximação de pessoas com interesses em comum, o que é muito interessante.

Sejam elas presenciais, on-line, profissionais, religiosas, é importante aprender a lidar com esta tendência, a desenvolver novas habilidades e responsabilidades. Habilidade de filtrar o que é importante, o que faz sentido, de lidar com o volume de informações/de interferências e responsabilidade no posicionamento pessoal, nas informações que realiza e/ou compartilha.

Aqueles que querem ser mais do que sujeitos passivos, que não querem apenas viver a história escrita por outras pessoas, podem desenvolver a habilidade de serem protagonistas, de influenciarem, de exercerem sua cidadania. O exercício da cidadania é um atributo de maturidade espiritual, de quem tem consciência de sua corresponsabilidade social, de que é cocriador.

Este é um bom momento para você se perguntar como tem sido sua atuação nas redes sociais de que participa, que contribuições você tem deixado... se tem sido responsável, se tem sido protagonista de sua história.

É importante ter consciência do seu mundo, do que ocorre no mundo, do que quer do mundo, do que faz pelo mundo e de que forma faz.

Seja on-line ou presencial, as redes sociais representam um caminho natural de ligações sem fronteiras no exercício da cidadania, e como você as utiliza faz toda diferença.

Não seja tímido! Estamos precisando de pessoas para escrever novos capítulos da história. Há vagas para as competências que você possui e para o potencial que apresenta. Observe as vagas disponíveis. Aristóteles (384-322 a.C.), consid-erado um dos fundadores da filosofia ocidental, plantou esta ideia há algum tempo quando disse: “Onde as necessidades do mundo e os seus talentos se cruzam, aí está a sua vocação.”

Está na hora dessa semente germinar, de fazer a diferença, de fazer história.

Este é um convite do jeito Harmonia de ser, um jeito de viver e interagir!

Dezembro04/12 (dom) 7hCaminhada e Café da Manhã pela Paz

10/12 (sáb) 19hXI Encontro das Religiões

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4º Seminário “Psicologia do

Outubro23/10 (dom) 9h às 13h

Espírito” – Adenáuer Novaes

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11º ANIVERSÁRIO DO NÚCLEO JURÍDICO E DE CIDADANIA

CORRUPÇÃO: UMA REALIDADE ESPIRITUAL, MORAL OU JURÍDICA?

Por Cristiane Silveira, advogada e presidente da Fundação Lar Harmonia

O Brasil atravessa uma grande crise de valores éticos e morais, processos investigatórios infindáveis, envolvendo possíveis atos de corrupção de políticos, empresários e executivos que lesaram bens e instituições públicas para proveitos ou interesses particulares.

Infelizmente a situação vivenciada pelos brasileiros relativamente à corrupção não é nova; historicamente verifica-se que a impunidade sempre permeou as relações de interesses políticos e econômicos, agravada com as desigualdades sociais, a lentidão da justiça e outras questões, que, ao longo dos anos, contribuíram para uma formação cultural distorcida.

Diante desses graves fatos, que abalam a sociedade, desestabilizam internamente o País e a sua confiança perante o mundo, emergem os questionamentos: a) O que leva uma pessoa ou grupos a se beneficiarem com recursos do Estado, ou seja, utilizarem recursos da sociedade, imprescindíveis para o custeio da saúde, da educação, da segurança entre as demais necessidades imprescindíveis de um País, para o seu proveito próprio?; b) As questões espirituais e morais influenciam os indivíduos a tomarem atitudes corruptas? c) Como o Judiciário pode contribuir para a redução da corrupção no País?

Diante da seriedade de tais situações e dos questionamentos que emergem no seio da sociedade, até mesmo para o repensar na construção de valores éticos para a sua estruturação, a

Fundação Lar Harmonia promoverá a mesa redonda “Corrupção: Uma Realidade Espiritual, Moral ou Jurídica?” com participação do Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, do Tribunal Superior do Trabalho e dos Psicólogos Clínicos Adenáuer Novaes e Camila Novaes, em comemoração ao 11º Aniversário do Núcleo Jurídico e de Cidadania Mª Terezinha Ferraz Freire de Novaes. A Fundação sente-se honrada em receber tão importantes profissionais para uma reflexão conjunta do Espiritismo, do Direito e da Psicologia sobre o tema proposto, que afeta diretamente os indivíduos e consequentemente toda a sociedade.

A palestra ocorrerá no dia 9 de julho de 2016, às 19h, no auditório Francisco Cândido Xavier, na sede da Fundação Lar Harmonia, situada na Rua Deputado Paulo Jackson, 560, Piatã.

Você é nosso convidado!

A CORRUPÇÃO E A DETURPAÇÃO DO “JEITINHO BRASILEIRO”Por Camila Novaes, psicóloga clínica e membroda direção do PsiHarmonia, da Fundação Lar Harmonia

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Apesar de o Brasil ter uma longa história de desigualdade social, os seus cidadãos têm encontrado uma maneira de lidar com tanta injustiça. O “jeitinho brasileiro” é uma forma particularmente brasileira de adaptação social. É o nome dado à união de várias características que o brasileiro usa em sua vida diária: impro-visação, criatividade, inventividade, flexibilidade, capacidade de consertar as coisas (desde um objeto quebrado a uma situação difícil) e criar soluções alternativas. Esse jeitinho inclui ainda outras características tais como o jeito acalorado, a cordialidade e a tolerância do brasileiro. Há uma expressão que pode explicar estas características: “onde come um, comem dois”, o que significa que com “jeitinho” é possível dividir a comida, embora não haja muito para comer. O Dicionário Houaiss define jeitinho como “maneira hábil, esperta, astuciosa de conseguir algo”.

O jeitinho brasileiro é muitas vezes confundido com corrupção, apesar de, em sua essência, não o ser. Por um lado, o jeitinho pode permitir a criatividade e flexibilidade para que os cidadãos superem, dentro da legalidade, obstáculos burocráticos exces-sivos; de outra forma, teriam de utilizar da corrupção para superá-los. Nesse sentido, o jeitinho sugere informalidade, a antítese do extenso formalismo de regras arcaicas e de procedi-mentos burocráticos obsoletos, muitas vezes ainda presentes na legislação brasileira.

Se o jeitinho não é exatamente corrupção em sua essência, qual é a relação entre as duas coisas? Infelizmente, práticas informais, como o jeitinho, estão intimamente ligadas à tolerância à corrupção de uma forma mais ampla. A aceitação social da corrupção influencia a percepção dos brasileiros sobre aspectos importantes da democracia. Nesse caso, “dar um jeitinho” pode encobrir práticas ilegais e se referir, por exemplo, ao ato de oferecer dinheiro a um guarda de trânsito para não ser multado. Essa é uma detur-pação da essência do jeitinho brasileiro, é corrupção. A existência desse jeitinho deturpado permite que a sociedade continue cultivando padrões individualistas que não contribuem para o desenvolvimento do país.

Quando bem utilizado, o jeitinho brasileiro pode propiciar uma resposta criativa para momentos de crise como a enfrentada pelo país atualmente. O jeitinho pode estar na hora extra no serviço ou no bico para complementar a renda. De qualquer maneira, o jeitinho brasileiro deve estar a serviço da sobrevivência e não da transgressão.

POLÍTICA EDESIGUALDADE SOCIALPor Fernando Santos, médico e diretor do Centro Espírita Harmonia

O homem é naturalmente um animal político nos dizeres de Aristóteles, e a política a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo segundo Maquiavel, como também os meios de obtenção dos resultados deseja-dos dentro de uma comunidade para Russel. Feita por homens, tem neles o seu caráter quanto à organização, direção e administração da sociedade, portanto “boa ou má”, se assim podemos dizer, a depender de quem a vivencia, ou seja, a política é feita pelos cidadãos e pertence aos cidadãos.

Políticos somos todos nós. Para nos representar escolhemos políticos, pois não se chega a decisões em grupo com todos falando e se posicionando quando o grupo é da dimensão de uma cidade, estado ou nação. Por isso, sendo fruto de nossas escolhas, são eles, os nossos representantes, o retrato da sociedade que está aí, quer queira, quer não. Uma boa política se faz com representantes verdadeira-mente envolvidos com a qualidade de vida dos cidadãos da comunidade que representam. O Brasil é o oitavo país em desigualdade social, segundo a Organi-zação das Nações Unidas (ONU). A desigualdade social é um fato em todos os países e minimizá-la é um dever de todos nós. Temos então que assumir “a parte que nos cabe neste latifúndio”, a desigualdade social, pois só assim teremos melhores oportunidades de trabalho e garantiremos o acesso à educação, saúde, moradia e segurança pública de qualidade, primando pela liberdade de expressão, pois é esta a ferramenta que possibilita nos organizarmos em grupos, fiscalizarmos e cobrarmos dos nossos representantes o cumprimento das obrigações por eles assumidas nas campanhas eleitorais.

A liberdade de expressão é a ferramenta que nos propicia adquirirmos voz e fazermos valer a nossa vontade de viver num país com menos desigualdade, tendo boas escolas para nossos filhos, um bom serviço de saúde; termos segurança ao sairmos às ruas, não pelo forte policiamento, mas por estarmos em uma sociedade em que todos possam ter acesso ao emprego digno com uma remuneração que lhes permita uma vida digna sem buscar usurpar do outro, valorizando a vida. Essa mudança deve começar em nós. Uma boa política é possível.