Não é novidade para os profissionais do setor sucroenergético que as operações de corte

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Não é novidade para os profissionais do setor sucroenergético que as operações de corte, carregamento e transporte da cana-de-açúcar representam 30% do custo total de produção da cana, sendo que somente os gastos com transporte equivalem a 12% desse total. Para reduzir os custos dessas operações e poder centrar-se na produção de açúcar e de álcool, muitas usinas passaram a terceirizar o serviço. Quem se ocupa dessa terceirização são os operadores logísticos, que cada vez mais precisam investir altas cifras, mostrar viabilidade do negócio e convencer o cliente de que eles podem não apenas assumir como melhorar a operação reduzindo os custos das usinas. Até mais ou menos 2008, a logística para transportar a produção do canavial até a esteira de moagem era terceirizada entre centenas de pequenos fornecedores, e feita muitas vezes de forma manual. Este cenário, no entanto, vem se alterando e os operadores logísticos integrados tornaram-se fundamentais nessa mudança. Para isso, assumem a operação, que vai desde o canavial até a esteira da moenda, num exaustivo regime de trabalho durante a safra, utilizando máquinas colhedoras computadorizadas, que fazem o trabalho de cem cortadores. Muitos dos que antes empunhavam o facão para cortar a cana, agora são treinados pelas empresas de logística e se tornam operadores de colhedoras, motoristas de caminhão, tratoristas e fiscais, entre outras atividades. Mais recentemente, a lista de operações terceirizadas foi reforçada com a entrada das práticas de preparo do solo, do plantio da muda e a aplicação de defensivos, atividades chamadas de PPA, que representam a primeira fase da logística. A terceirização das operações possibilita às unidades sucroenergéticas deixar de realizar grandes investimentos em tratores, transbordos, caminhões, colhedoras, rodotrens, entre os muitos maquinários necessários para a realização dessas atividades. Segundo especialistas na área, o aporte de investimentos que um grande player deste mercado precisaria fazer num projeto de logística CCT quase daria para montar uma usina a partir do chão.

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Não é novidade para os profissionais do setor sucroenergético que as

operações de corte, carregamento e transporte da cana-de-açúcar representam

30% do custo total de produção da cana, sendo que somente os gastos com

transporte equivalem a 12% desse total. Para reduzir os custos dessas operações e

poder centrar-se na produção de açúcar e de álcool, muitas usinas passaram a

terceirizar o serviço.

Quem se ocupa dessa terceirização são os operadores logísticos, que cada vez

mais precisam investir altas cifras, mostrar viabilidade do negócio e convencer o

cliente de que eles podem não apenas assumir como melhorar a operação

reduzindo os custos das usinas. Até mais ou menos 2008, a logística para

transportar a produção do canavial até a esteira de moagem era terceirizada entre

centenas de pequenos fornecedores, e feita muitas vezes de forma manual. Este

cenário, no entanto, vem se alterando e os operadores logísticos integrados

tornaram-se fundamentais nessa mudança.

Para isso, assumem a operação, que vai desde o canavial até a esteira da

moenda, num exaustivo regime de trabalho durante a safra, utilizando máquinas

colhedoras computadorizadas, que fazem o trabalho de cem cortadores. Muitos dos

que antes empunhavam o facão para cortar a cana, agora são treinados pelas

empresas de logística e se tornam operadores de colhedoras, motoristas de

caminhão, tratoristas e fiscais, entre outras atividades.

Mais recentemente, a lista de operações terceirizadas foi reforçada com a

entrada das práticas de preparo do solo, do plantio da muda e a aplicação de

defensivos, atividades chamadas de PPA, que representam a primeira fase da

logística. A terceirização das operações possibilita às unidades sucroenergéticas

deixar de realizar grandes investimentos em tratores, transbordos, caminhões,

colhedoras, rodotrens, entre os muitos maquinários necessários para a realização

dessas atividades. Segundo especialistas na área, o aporte de investimentos que

um grande player deste mercado precisaria fazer num projeto de logística CCT

quase daria para montar uma usina a partir do chão.

Mas não se pode esquecer que a existência da usina depende do campo, por

isso, é fundamental a realização correta das operações agrícolas, assim como a

logística CCT, que é muito complexa, sendo a principal responsável pela

alimentação uniforme das moendas na área industrial das usinas. Máquinas ociosas

ou com cana insuficiente significam prejuízos. Para isso é necessário um ajuste fino

entre a área agrícola e a industrial. Tudo tem de funcionar como um relógio. Ou

seja, da estratégia de plantio até a entrega da cana na esteira.

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DEFINIÇÃO

A terceirização (outsourcing) é o processo no qual uma empresa identifica uma parte do seu processo de negócio que poderia ser desenvolvido de maneira mais eficiente e/ou mais efetivamente por outra corporação, contratada para desenvolver esta parte do negócio. Assim, a primeira organização é liberada para se manter focada na função central do seu negócio.

A terceirização surgiu como resposta ao conhecido postulado que diz que não há empresa que seja realmente produtiva em todas suas atividades e, como é sabido, as empresas modernas têm muitos campos de atividade nos quais é realmente difícil alcançar altos desempenhos por si mesmas.

  A terceirização é uma prática que, segundo a literatura especializada, tem crescido nos últimos anos. esta prática que tem se generalizado com sucesso para atividades periféricas (transporte, manutenção, limpeza) passou a ser aplicada a atividades mais importantes para empresa como design, manufatura, marketing, sistemas de informação e distribuição. Uma razão frequente para explicar este crescimento é a desvantagem que a estratégia do “fazer” tem em um ambiente de rápidas mudanças dos mercados e das tecnologias. Neste tipo de ambiente (de ligeiras mudanças) a flexibilidade e a capacidade de adaptação rápida perdem-se quando as atividades são feitas “em casa”.

Os motivos mais importantes para a terceirização são:

- para fazer uma organização mais competitiva;

- para obter uma redução de custos;

- ter acesso a recursos especiais;

- para estimular o espírito empreendedor de pequenas organizações.

A seguir, uma lista com potenciais benefícios da terceirização: enfoque renovado do negócio base; redução de riscos por confiar no trabalho do especialista contratado; melhoria dos níveis de serviços, habilidades e projetos; absorção de novas tecnologias; administração da volatilidade dos custos através da engenharia financeira; clientes mais satisfeitos com processos otimizados que não são parte da cultura ou da experiência da empresa; Contabilidade dos custos e visibilidade total da contabilidade e do desempenho do processo do negócio; capacidade de recompensar os trabalhadores com oportunidades de carreira em uma companhia especializada.

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