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2 Objetivo Este projeto visa à produção de uma intervenção cênica de nome provisório não sabia que gente morava lá, e a sua apresentação nas cidades de Guarujá e Bragança Paulista, através de um processo que contemple aspectos artísticos e pedagógicos para a capacitação e o desenvolvimento dos artistas amadores (de idades variadas) da cidade de Guarujá buscando a formação de um núcleo de trocas artísticas nessa cidade. Justificativa O projeto Talvez por ser conhecida por seu potencial turístico, suas lindas praias e, muitas vezes, por sua infraestrutura urbana precária “Não sabia que gente morava lá” é uma frase comum que aqueles que moram no Guarujá escutam quando dizem ser de lá. Essa frase revela a invisibilidade de seus moradores para a massa de turistas que, em tempos de alta temporada, é o dobro da de moradores. Essa invisibilidade também afeta a cidade em seus aspectos culturais: aqueles que fazem arte em Guarujá são, em geral, invisíveis. A cidade tem sua importância desde a época colonial, com prédios que foram parte da história do país (e hoje, muitos demolidos), além de eventos ocorridos em sua fase áurea durante o século XX. Embora cheia de história e manifestações de cultura, essas atividades muitas vezes são colocadas de escanteio por não interessarem à massa de turistas (desejosos por belas praias) e à especulação imobiliária. A esse processo de esquecimento histórico, junta se o baixo enfoque dado às atividades culturais atuais da cidade. O único edifício teatral está em reforma desde 2011, sempre adiando sua data de entrega. Os maiores eventos artísticos

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Objetivo

Este projeto visa à produção de uma intervenção cênica de nome provisório não sabia que gente morava lá, e a sua

apresentação nas cidades de Guarujá e Bragança Paulista, através de um processo que contemple aspectos artísticos e

pedagógicos para a capacitação e o desenvolvimento dos artistas amadores (de idades variadas) da cidade de Guarujá

buscando a formação de um núcleo de trocas artísticas nessa cidade.

Justificativa

O projeto

Talvez por ser conhecida por seu potencial turístico, suas lindas praias e, muitas vezes, por sua infraestrutura urbana

precária “Não sabia que gente morava lá” é uma frase comum que aqueles que moram no Guarujá escutam quando dizem

ser de lá. Essa frase revela a invisibilidade de seus moradores para a massa de turistas que, em tempos de alta temporada, é

o dobro da de moradores. Essa invisibilidade também afeta a cidade em seus aspectos culturais: aqueles que fazem arte em

Guarujá são, em geral, invisíveis. A cidade tem sua importância desde a época colonial, com prédios que foram parte da

história do país (e hoje, muitos demolidos), além de eventos ocorridos em sua fase áurea durante o século XX. Embora cheia

de história e manifestações de cultura, essas atividades muitas vezes são colocadas de escanteio por não interessarem à

massa de turistas (desejosos por belas praias) e à especulação imobiliária.

A esse processo de esquecimento histórico, junta se o baixo enfoque dado às atividades culturais atuais da cidade. O

único edifício teatral está em reforma desde 2011, sempre adiando sua data de entrega. Os maiores eventos artísticos

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promovidos se restringem aos shows de verão a preços que barram a entrada de uma grande parcela da população, ou

eventos pontuais como um festival de Jazz ao ar livre. Quaisquer outras atividades que tentem se firmar no cenário cultural

da cidade, que possui poucas companhias teatrais, alguns coletivos de artistas plásticos, escritores e músicos, acaba

passando despercebida.

Não sabia que gente morava lá, surge como a primeira direção do proponente Eduardo Bordinhon que tem sua

formação ligada ao fazer de ator e que nos últimos anos exerceu a função como assistente de direção em trabalhos pontuais.

Além disso, o projeto engloba a ideia do surgimento de um coletivo de trocas artísticas, um espaço onde interessados no

fazer artístico possam encontrar pares, pensar e realizar projetos em conjunto. O Guarujá é uma cidade com diversos artistas

que, muitas vezes não encontrando possibilidade de realizar seus projetos, acabam mudando para outra cidade – Santos,

São Paulo... – ou desistindo do seu fazer artístico. É o desejo desse projeto juntar esses artistas em diversos graus de

formação para uma criação conjunta, um fazer artístico. Assim, essa “gente que mora lá” experiencia sua existência em um

espetáculo que busca suas memórias e seus processos históricos em uma afirmação de sua arte na rua, dialogando com essa

gente que também mora por ali.

O Local

Como a primeira ideia que se tem da cidade são suas praias, o projeto optou por se distanciar desse local, por buscar

um espaço onde a identidade praiana e caiçara ainda existisse, mas que fosse “aonde o turista não vai”. Assim, optou-se pela

realização da peça no distrito de Vicente de Carvalho, localizado ao longo do Canal de Santos e que tem seu desenvolvimento

histórico ligado ao canal e ao porto instalado em suas margens. Em Vicente de Carvalho, escolheu-se a rua, mais

precisamente a Praça 14Bis, localizada no centro do distrito e que possui intensa movimentação aos fins de semana devido à

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sua atividade comercial. Queremos ocupar a rua e utilizar todo o poder que o espaço público nos dá para intervir diretamente

no cotidiano das pessoas que vivem na cidade, criando uma fresta poética inserida diretamente em seu pequeno caos

urbano. Queremos fazer uma obra que dialogue diretamente com aqueles que moram no Guarujá, afirmar nossa existência

como coletivo que entra em contato com “nós que habitamos esse espaço” e não um provedor de belas paisagens para os

turistas que aqui aparecem no verão.

O caráter artístico pedagógico

Além dos aspectos artísticos da montagem, destaca-se a importância de um caráter formativo no projeto. Guarujá

tem hoje seu edifício teatral “em eterna reforma” e poucos são os centros culturais ou as atividades de formação artística na

cidade, que se resumem a alguns projetos em música, desenho, audiovisual, ou atividades inseridas no currículo das escolas,

mas que, por seu caráter pontual, não configuram a formação de artistas pensadores em seu fazer artístico.

Assim, para somar forças a esses projetos, não sabia que gente morava lá surge como um formador de novos

artistas e aglutinador de artistas em formação a exemplo do projeto Bragança (En) Cena. Realizado desde 2011 em Bragança

Paulista, o projeto busca, basicamente, incentivar nos alunos/artistas uma investigação do que faz ou não sentido dentro de

um processo de criação artística, e também desenvolver sensibilidade e ferramentas (tanto teóricas quanto técnicas) para

concretizar a produção de uma obra. Ali, entende-se que não existe uma ideia geral pré-concebida de como fazer arte mas a

investigação da construção de uma obra de arte específica, com uma coerência que é interna entre conceito, forma e

conteúdo, e todos os outros elementos que juntos dão concretude à poesia. Do Bragança (Em) Cena surgiram os espetáculos

“Lia Encontra Jackson e Juntos constroem uma Canoa” (PROAC 2012) e “Vestígios” (PROAC 2013) nos quais o proponente

atuou como assistente de direção. Com a concretização do projeto não sabia que gente morava lá, inicia-se uma possível

rede de trocas artísticas entre cidades que não figuram nos grandes circuitos do estado.

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Proposta de Dramaturgia

Quantas histórias passaram por essa cidade desde sua ocupação pelos portugueses? E os índios que aqui habitaram e

deixaram como legado o nome dessa cidade? Será que ainda habitam? Quem são os imigrantes que compõem nossa

população? Quais as suas histórias? Quantas histórias se repetem todos os dias? Quantas são esquecidas? Quantas estão

tendo seus desfechos no exato momento em que este texto é lido?

A rua está repleta de poesia e de memória. Nossa rotina, que não nos permite parar, torna impossível o re-parar.

Nossos olhos e nossa sensibilidade como um todo estão desgastados por um mundo acelerado que não quer perder tempo.

Time is Money. Nosso ócio é investido em descanso físico e mental para retomar o trabalho mecânico e cotidiano. Como abrir

uma fresta neste caos? A praia ainda é nossa grande fresta? Ou a ela só vão os turistas? Somos turistas em nossas próprias

praias? Onde estão os moradores de Guarujá? Quem são nossos “ilustres moradores”? Por que essa praça se chama 14BIS?

São essas perguntas o motor dramatúrgico do espetáculo em devir que tem como grande inspiração para a criação o

texto “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”, de Peter Handke. O texto, como uma grande rubrica, puramente

descritivo e sem falas, sugere imagens e personagens que cruzam o espaço de uma praça, sem compromisso com uma

verossimilhança realista – figuras cotidianas, mitológicas e históricas dividem o mesmo espaço. Também contaremos com o

impulso de uma pesquisa de campo neste cotidiano em que pretendemos intervir. Investigar o lugar no qual o espetáculo se

dará – no caso, a praça 14 BIS , em Vicente de Carvalho, Guarujá –, seus personagens e suas histórias. Descobrir quais são

os tipos que por ali passam, quem são e o que fazem os frequentadores assíduos do local, primeiro através de uma

observação à distância para depois sentar, prosear e ouvir seus relatos. Outras praças e ruas, da cidade e do mundo,

servirão de inspiração também para povoar e enriquecer ainda mais nosso imaginário.

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Não temos compromisso, porém, com nenhuma narrativa. A ideia é dar forma a todo este material e universalizar o

que é particular através de imagens, situações e intervenções poéticas e performáticas, que podem incluir também a palavra,

mas explode para além dela, visando criar uma obra de arte total, com toda a liberdade adquirida pela arte ao longo dos

séculos. Trabalhar alquimicamente e transformar o pesado chumbo cotidiano em ouro, através de uma poesia que transita

por diferentes atmosferas e abordagens.

Proposta de Encenação

a praça 14 BIS quer voar

A encenação do espetáculo será concebida dentro do conceito de site specific, elaborada especialmente para um

determinado local com suas características, ainda que possa eventualmente ser adaptada para outro local. Pretende-se,

dessa forma, dialogar diretamente com o espaço urbano da área central do distrito de Vicente de Carvalho, em Guarujá,

sobretudo a Praça 14 BIS e seu entorno.

A proposta é observar e estudar os fluxos, as lógicas e as relações atuantes neste determinado espaço e assim

desenvolver e operar uma ação que dialogue com questões locais e globais, através de uma grande intervenção cênica, que

visa à explosão do espaço urbano em um boom poético. Para isso, a pesquisa se dará na busca de recursos diversos, como a

live art (a criação de uma obra de artes plásticas ao vivo, através de uma atitude performática do artista), projeções

inspiradas no trabalho da artista americana Jenny Holzer e na técnica de video-mapping (que utiliza projeções em diálogo

com as características de um determinado anteparo, como uma fachada), além de instalações auditivas (como colocar alto-

falantes nas lixeiras da praça, com gravações de textos ou outros sons) e visuais (também inspiradas no trabalho de Holzer).

Paralelo e concomitante a isso, a partir das características e da arquitetura da praça, serão criadas composições corporais,

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teatrais, performáticas e coreográficas, ancoradas principalmente na força da coletividade, da música e da imagem,

inspiradas no texto de Peter Handke, na pesquisa de campo que será desenvolvida e em outras obras de intervenção urbana

(cuja prática tem sido bastante comuns na contemporaneidade). Dentre outras, destacamos os seguintes trabalhos como

referências:

Flash mobs, como o Frozen Grand Central (EUA), cujo intuito é, de maneira coletiva e pontual, criar uma

fenda no espaço/tempo cotidiano (em prol ou não de uma causa);

ver [ ] ter, (Cia Les Commediens Tropicales – SP), que, concebido a partir das obras do artista inglês Banksy,

propõe uma intervenção ancorada na imagem e na performatividade de forma bastante contemporânea, sem

compromisso algum com qualquer narrativa ou mesmo com a criação de um espetáculo com começo, meio e fim

tornando-se, desta forma, algo parecido com uma paisagem ou instalação cênico-performática;

A cena é pública (Teatro de Operações – RJ), que se apresenta na forma de uma “operação artística” site

specific, na qual o espaço geográfico (físico e político) é pensado como dramaturgia. O público encontra-se livre

pelo espaço povoado de figuras e ações performáticas que reforçam a atitude política do grupo de ir pra rua;

Bom Retiro 954 metros (Teatro da Vertigem – SP), uma caminhada cênica que traz como temática o próprio

bairro em que é encenado, através de formas que se afastam de um realismo e que transformam o espaço da

rua em outro espaço, criando ficção dentro de uma realidade fortíssima – a própria rua;

Barafonda (Cia São Jorge de Variedades – SP), com um diálogo direto com a história e os personagens do

bairro, que são trazidos à cena de forma imagética, performativa e absolutamente intervencionista;

Matadouro; De repente tudo fica preto de gente e Batucada de Marcelo Evelin que abordam a construção

de um coro, uma massa, que por meio de sua existência seus deslocamentos é capaz de quebrar, provocar

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rachaduras nas relações políticas, sociais, humanas, de relacionamento, criando uma nova possibilidade de

existência.

1000 Casas (Núcleo do Dirceu - PI), que buscou um dialogo profundo com os moradores do Grande Dirceu em

Teresina por meio de ações performativas dentro das casas, trazendo para o íntimo a relação entre performador

e espectador e muitas vezes invertendo ou amalgamando essas relações.

Sinopse

A praça 14 BIS quer decolar. Um boom poético toma conta dessa praça por meio de uma intervenção cênico-

performativa. O espaço/tempo cotidiano é rasgado por voos que ocupam toda a área de modo quântico, possibilitando um

novo olhar para um lugar cansado de ser visto só de passagem.

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Contrapartida

Este projeto possui três principais formas de contrapartida:

I. A criação de um núcleo teatral na cidade do Guarujá que, através do caráter pedagógico proposto pelo

processo de criação e montagem, visa à troca e o encontro entre artistas e interessados no fazer artístico.

Para a formação desse núcleo, serão selecionadas até 20 pessoas por meio de quatro encontros de atividades

abertas (sem restrição no número de participantes) nos quais serão realizadas aulas e entrevistas com os

interessados. A esses 20 selecionados será dada uma ajuda de custo para participação. Vale ressaltar o

desejo de continuidade desse núcleo, mesmo com o encerramento deste projeto de primeiras obras.

II. Quatro oficinas para os participantes do projeto sendo três ligadas diretamente à criação do espetáculo e

uma de produção teatral. São elas:

a. Oficina de Práticas Teatrais com Carlos Canhameiro.

b. Oficina de Teatro de Rua com Kadú Veríssimo.

c. Oficina de Dança com Chico Lima.

d. Oficina de Elaboração de Projetos Teatrais com Ivan Montanari.

A Oficina de Elaboração de Projetos Teatrais, a ser realizada na etapa final do projeto, visa dar aos

participantes ferramentas para viabilizar seus próprios projetos artísticos, focando na escrita dos editais a

serem abertos no ano de 2015 e apontando outras maneiras possíveis de viabilização de um projeto

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cultural. Essa é uma etapa muito importante e visa à continuidade do núcleo como plataforma de criações

coletivas, pluralizando as propostas artísticas na cidade de Guarujá.

III. Cinco apresentações da intervenção urbana não sabia que gente morava lá (nome provisório), sendo

quatro na praça 14 BIS, em Guarujá, nos dias 04, 11, 18 e 25 de julho, em horário ainda a ser definido, e

uma na praça Raul Leme, em Bragança Paulista, no dia 01 de agosto. As apresentações serão gratuitas.

Estimamos que cerca de 200 pessoas por apresentação vejam a intervenção inteira ou em parte, totalizando

assim um público flutuante de 1000 pessoas.

Ainda como exercício pedagógico, a apresentação na cidade de Bragança visa, além de levar a obra para outros

públicos, desenvolver e exercitar a capacidade de adaptar uma obra como esta para outros lugares, respeitando e utilizando

as características deste outro local como disparador para novas proposições dentro de uma mesma estrutura (ou novos jeitos

de se fazer uma mesma coisa). Além disso, a viagem permitirá a troca entre os alunos com os integrantes do Bragança (En)

Cena, promovendo o intercâmbio entre artistas em diversos graus de formação.

Todas as atividades do projeto serão gratuitas.

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Plano de Divulgação

Para divulgação do projeto a fim de selecionar os alunos/artistas, contaremos com o apoio da Casa3de Artes, escola já

atuante no cenário cultural da cidade que auxiliará na divulgação por meio de seus contatos na imprensa local e entre seus

alunos. Além disso, teremos o apoio da Secretaria de Cultura de Guarujá que divulgará em seus meios oficiais a seleção do

projeto e as apresentações na praça 14BIS. Para a seleção, criaremos páginas em redes sociais, um site com o chamamento

para o projeto, além de cartazes em pontos de circulação da cidade.

Para a apresentação na cidade de Bragança Paulista, contaremos com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura que,

por meio de seus veículos oficiais, se compromete no auxilio da divulgação da apresentação na cidade.

Cronograma

O processo será construído em algumas partes dentro das etapas de criação e montagem, sempre permeadas pelo viés

pedagógico proposto por este projeto (tal divisão não é cronológica, podendo as etapas seguintes se sobreporem, se

influenciarem e se contradizerem mutuamente):

(1) Divulgação do projeto, inscrições e seleção dos participantes por entrevista;

(2) Leituras, estudos teóricos, pesquisa de referências, discussões. Questionamento sobre a linguagem, a temática, suas

correspondências e desdobramentos na atual situação da sociedade e do modo de produção artístico;

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(3) Treinamento vocal e corporal, em espaços fechados e abertos, conduzido pelos professores;

(3) Pesquisa de campo: investigação e familiarização com o espaço que receberá a intervenção; coleta de material poético

dentro da realidade da área central de Vicente de Carvalho;

(4) Oficinas de teatro e dança;

(4) Pesquisa, criação e experimentação pública de material cênico-poético-intervencionista, partindo dos diferentes locais,

referências e discussões, podendo-se explorar diversas linguagens (p. ex. artes plásticas, teatro pós-dramático, dança,

performance, vídeo, música);

(5) Discussão do material criado com os professores, com o intuito de fomentar discussão, problematizar a criação, estimular

a complexidade das propostas e instigar a postura crítica em relação ao trabalho e à proposta;

(6) Seleção, organização e experimentação das propostas em diferentes possibilidades de lugar e roteiro;

(7) Concepção e confecção de cenário, figurinos, adereços e outras instalações que venham a ser concebidas;

(8) Seleção e organização das cenas para criação do roteiro final da intervenção;

(9) Apresentações do espetáculo não sabia que gente morava lá

(9) Oficina de Produção teatral com o intuito de pluralizar as ações do projeto.

As etapas de criação e montagem terão duração aproximada de 6 meses e contarão com ensaios de no mínimo 10

horas semanais. No penúltimo mês do projeto acontecerão as cinco apresentações do resultado final. A estreia se dará na

Praça 14 Bis em Guarujá, onde cumprirá uma curta temporada de 04 apresentações, seguindo depois para a Praça Raul

Leme, em Bragança Paulista, para uma apresentação única.

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ANO 2015

ATIVIDADE Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set

1º Etapa: Criação

Pré-produção

Divulgação e seleção dos participantes do projeto

Estudos, discussões e pesquisa de referências

Oficina de teatro com Carlos Canhameiro

Oficina de teatro com Kadu Veríssimo

Oficina de dança com Chico Lima

Pesquisa de campo com os moradores da cidade

Pesquisa, criação e experimentação do material

Seleção do material criado

2º Etapa: Montagem

Aprofundamento do material selecionado

Confecção de cenário, figurinos, adereços e

instalações

Elaboração e ensaios do roteiro final

Confecção de material gráfico

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3º Etapa: Apresentação

ATIVIDADE

Apresentações em Guarujá (dias 4, 11, 18 e 25)

Apresentação em Bragança Paulista (dia 01/08)

4º Etapa: Pós-produção

Oficina de Elaboração de Projetos Culturais com Ivan

Montanari

Fechamento das contas, elaboração e entrega do

relatório final

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Ficha Técnica

direção Eduardo Bordinhon

produção Marcelo Wallez

assistente de direção a definir

estagiário de produção a definir (entre os participantes do projeto não sabia que gente morava lá)

elenco participantes da oficina de montagem do projeto não sabia que gente morava lá

sonoplastia, cenários e figurinos a definir

professores Eduardo Bordinhon e Marcelo Wallez

oficina de Práticas Teatrais Carlos Canhameiro

oficina de Teatro de Rua Kadu Veríssimo

oficina de Dança Chico Lima

oficina de Elaboração de Projetos Culturais Ivan Montanari

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Currículos

Eduardo Bordinhon - professor, diretor e proponente

Ator formado pela Unicamp, iniciou seus estudos em teatro entre 2003 e 2006 na Casa3deArtes (Guarujá). É

integrante da Cia de Teatro Acidental, tendo trabalhado com artistas como Rubens Brito, Marcelo Lazzaratto e Carlos

Canhameiro. Entre 2009 a 2012 também fez parte da Cia SeisAcessos. É orientador e professor do projeto Bragança (En)

Cena – Bragança Paulista - onde foi assistente de direção dos espetáculos “Lia encontra Jackson e juntos constroem uma

canoa” e “Vestígios” (em produção).

É ator do espetáculo “O Mistério Bufo”, com direção de Fernando Neves, tendo também realizado trabalhos no teatro

com Verônica Fabrini e Marina Elias e no cinema com Cristiano Burlan, além de cursos com Newton Cannito (Artista

Residente – Unicamp 2010), Beto Brant e Luciana Brites (Cinedança - Festival de Arte da Serrinha 2012), Elias Cohen (Teatro

físico - KIM, Bolívia, 2009), Fernando Leal (Interpretação para cinema -São Paulo, 2011). Integrou ainda o “Levante”, grupo

de pesquisa de dança na rua, coordenado por Mirtes Calheiros e foi artista colaborador da residência de Marcelo Evelin nos

projeto Lote#1 e Lote#3 com coordenação de Cristian Duarte. Em 2014, finaliza seu mestrando em Artes da Cena pela

Unicamp onde estuda o ator no cinema clássico americano sob a orientação de Marcelo Lazzaratto.

Marcelo Wallez - produtor executivo e professor

É professor, ator e produtor teatral na cidade de Guarujá, tendo, desde 1988 feito diversas produções locais para

espetáculos com Reginaldo Faria, Ronaldo Ciambroni, Esther Góes, Ary Toledo, Osmar Prado e diversas companhias de teatro

e dança de todo o Brasil. Desde 2003 é responsável pela produção executiva da Casa 3, escola e espaço cultural situado no

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Guarujá, onde produziu diversos espetáculos teatrais e eventos culturais representando o espaço em todo o território

brasileiro. Também foi produtor executivo das nove edições do FECASTRE (Festival de Cenas Teatrais do Guarujá). Dentre os

mais de 30 espetáculos que produziu, atualmente é responsável por: “RapunzeLee”, “MPB I – Música Para Brincar” e “Projeto

Bispo – Tratados como bicho, comportam-se como um”. Em sua formação, teve contato por meio de cursos e workshops com

artistas como Cristiane Paoli Quito, Tadashi Endo, Elias Cohen, Morena Nascimento e Angel Vianna. Como professor,

coordena desde 2003 os cursos livres de teatro da Casa 3, além de atuações como coordenador do Curso Livre de Teatro de

Guarujá (2003-2004) e da Escola Livre de Teatro de Santos (2005-2009). Entre 2006 e 2009, em parceria com a Secretaria

de Educação de Guarujá, desenvolveu diversas atividades com os alunos da rede municipal de educação. Atualmente conclui

sua pós-graduação em Políticas Publicas, Educação e Sociedade com enfoque em políticas públicas culturais para a cidade de

Guarujá.

Carlos Canhameiro – Oficina de Teatro

É diretor, produtor, ator, dramaturgo e professor. Mestre em Artes pela Unicamp, onde é também bacharel em Artes

Cênicas e fez dois anos em Dança. Integrante fundador da Cia. Les Commediens Tropicales, que tem mais de oito anos de

atividades artísticas, onde criou e produziu os espetáculos: Concílio da Destruição, (ver[ ]ter), O Pato Selvagem, de Henrik

Ibsen, 2º d.pedro 2º, com provocação cênica de Fernando Villar; A Última Quimera, com provocação cênica de Georgette

Fadel e Verônica Fabrini; CHALAÇA a peça, encenado por Marcio Aurélio; Galvez Imperador do Acre, encenado por Marcio

Aurélio; e Terror e Miséria no III Reich, de Bertolt Brecht, encenado por Marcelo Lazzaratto. Como dramaturgo escreveu as

obras: Concílio da Destruição (finalista do Prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia/2010), Canto das Mulheres do Asfalto,

Penélope Vergueiro, Definitivo, Tudo que não pode ser dito precisa ser calado, Ensaio Sobre a Queda, 2º d.pedro 2º, A Última

Quimera, CHALAÇA a peça, A Vida Como Ela [Não] É! e Stirkoff. Dirigiu os espetáculos: O Defunto (Cia. das Atrizes), [outras]

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histórias reais (Cia. 4 pra Nada), Quereres e tentativas contra a vida dElla (Cia. Teatro de Riscos) em 2012; O Rinoceronte

(Cia. Acidental), O Pato, a Morte e a Tulipa (Cia. De Feitos), Penélope Vergueiro, [AMOR em fragmentos] (Cia. 4 pra Nada) e

voiZÉquy do brazil, todos em 2011, O Horácio (Cia. Teatro de Riscos), em 2010, Stirkoff em 2003 e A Vida Como Ela [Não]

É! em 2002. Foi provocador cênico da obra Macacos me Mordam (Cia. Acidental) e fez assistência de direção em Mahagonny

(Cia. Acidental) ambos em 2009.

Kadu Veríssimo – Oficina de Teatro de Rua

Autor, arte-educador, ator e diretor teatral, tem como formação acadêmica a Faculdade de Artes Visuais Santa Cecília em

Santos. Em sua formação artística, teve contato com artistas como Cristiane Paoli Quito, Tadashi Endo, tendo realizando

parcerias com Renato di Renzo e a companhia Tablado de Arruar. Em Guarujá mantém um espaço de criação e sede de seu

grupo chamado Casa 3, onde também é responsável pelo curso livre de teatro para adolescentes. Integra a equipe artística

do Projeto Teatro a Bordo, onde atuou no espetáculo “A Bufunfa do Bufão” e atualmente viaja as cidades brasileiras

encenando o espetáculo “Cinderela Brasileira” Dirigiu mais de 30 espetáculos, entre teatro infantil e adulto, muitos deles

concebidos ou adaptados para a rua, sendo o mais recente o “Projeto Bispo – Tratados como bicho, comportam-se como

um”.

Chico Lima – Oficina de Dança

Chico Lima é artista da cena, pesquisador e propositor de ações. Graduado em Artes Cênicas pela Unicamp (Campinas,

2010), trabalha e desenvolve pesquisas em diferentes coletivos nas diferentes formas e linguagens das artes performáticas.

Desde 2006, quando integrou a Cia. SeisAcessos (grupo de pesquisas vinculado ao mestrado e ao doutorado de Marina Elias,

professora do curso de dança da UFRJ), estuda a improvisação nas artes da cena. É integrante fundador da Cia. De Teatro

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Acidental, e atua em 3 peças da companhia: Mahagonny, sob direção de Marcelo Lazzaratto; O Rinoceronte e O que Você

Realmente Está Fazendo É Esperar o Acidente Acontecer, ambas sob direção de Carlos Canhameiro. No começo de 2009,

participou do KiM (Kosmos in Movement), workshop de teatro físico e dança experimental com Elias Cohen (Chile) e Se-Rok

Park (Alemanha) na Isla del Sol, Bolívia. Ainda em 2009, através de uma bolsa do DAAD, teve a oportunidade de cursar o

Muse9, curso de verão da Palucca Schule Dresden, escola alemã de dança, onde teve aulas com Ori Flomin (EUA), Yossi

Yungman (Israel) e Ivan Wolfe (República Tcheca) e no final deste mesmo ano, participou da montagem do espetáculo de

dança “Estudos para Claraboia”, de Morena Nascimento e Andreia Yonashiro. Em 2013, foi selecionado para o workshop

intensivo de performance física experimental SMASH, realizado em Berlin durante 3 meses, onde teve contato com artistas

de diferentes países como Dani Brown (EUA), Maria Scaroni (Itália), Diego Agulló (Espanha), Lea Martini (Alemanha) e

Matthieu Burner (França). Atualmente, é ator na Cia. de Teatro Acidental e bailarino convidado nos espetáculos “Fandango a

Céu Aberto” e "Ciclo: Da Velhice à Infância", da Cia. 8 Nova Dança, sob direção de Lu Favoreto.

Ivan Montanari – Oficina de Elaboração de Projetos Teatrais

Bacharel em Artes Cênicas pela UNICAMP e graduando em Letras pela USP. É ator e produtor da Cia de Teatro

Acidental, participando como criador e ator dos espetáculos: "Sacra Folia", com direção de Rubens Britto; "De onde se vê o

mar", com direção de Verônica Fabrini; "Mahagonny", dirigido por Marcelo Lazzaratto; "Sou teu eu ou meu", orientado por

Marcelo Lazzaratto; e "O Rinoceronte", com direção de Carlos Canhameiro. Atua também nos espetáculos “Encontro de dois”

(Quase9 Teatro, com direção de Mariana Muniz) e “Cuidado cão bravo” (Cia Nós não fazemos ópera, direção de Luiza Torres).

Participou de residências artísticas com Luis Garay e com Cristian Duarte, ambas dentro do projeto LOTE#1. Foi aluno do

curso de Cinedança com Beto Brant e Luciana Brites, durante o XI Festival de Arte Serrinha, em Bragança Paulista.Produziu

os projetos “Não vamos tocar pra frente?” (ProAC/2010), “Ocupação Coletivos UNICAMP” (Edital de ocupação da Sala Carlos

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Miranda do Complexo Cultural da FUNARTE/SP) e “Bragança (En)cena na rua” (ProAC/2012). Concebeu e dirigiu os

espetáculos “cincotempos” e “Lia encontra Jackson e juntos constroem uma canoa” (ProAC/2012) e “Vestígios” – em

produção (ProAC/2013). Desenvolve também trabalhos na área de educação e formação em artes e teatro, como no projeto

Bragança (En)cena, no qual atua como coordenador e diretor artístico. Foi também professor de teatro no Colégio Porto

Bragança, e ministrou a oficina teórico-prática “Educação, teatro e a experiência”, no curso superior de pedagogia da

Universidade São Francisco (USF), todos na cidade de Bragança Paulista/SP. Atualmente dedica-se a área de gestão cultural

e políticas públicas para a cultura, sendo responsável pela implementação do plano municipal de cultura de Bragança

Paulista.

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Orçamento

Descrição Quantidade Valor Unitário Total da linha

1 EQUIPE

Diretor artístico 1 7.000,00 7.000,00

Diretor de produção 1 5.000,00 5.000,00

Assistente de direção 1 2.000,00 2.000,00

Estagiário de produção (ajuda de custo) 1 750,00 750,00

Ajuda de custo participantes 20 750,00 15.000,00

Total Equipe R$ 29.750,00

2 PROCESSO PEDAGÓGICO DE CRIAÇÃO E APRESENTAÇÕES

Oficinas 04 700,00 2.800,00

Cenografia e adereços 01 verba 5.250,00 5.250,00

Figurinos 01 verba 5.520,00 5.520,00

Viagem Bragança (microônibus) 01 verba 1.080,00 1.080,00

Alimentação Bragança 24 20,00 480,00

Page 21: Não Sabia

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3 DIVULGAÇÃO E REGISTRO

Designer Gráfico 1 1.000,00 1.000,00

Cartazes 40 3,00 120,00

Programas 500 1,00 500,00

Registro fotográfico do espetáculo 1 800,00 800,00

Registro do espetáculo em vídeo 1 2.000,00 2.000,00

Total Divulgação e Registro R$ 4.420,00

4 PRODUÇÃO

Gastos gerais (cópias, telefone, correios, transporte,

papelaria, etc)

01 verba 200,00 200,00

Taxas Bancárias 1 500,00 500,00

Total Produção R$ 700,00

TOTAL DO PROJETO

(Somatória de 1 a 4)

R$ 50.000,00

Page 22: Não Sabia

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Termo de Compromisso

Nós, abaixo assinados, declaramos ciência e compromisso com a execução do projeto não sabia que gente morava lá

proposto por Eduardo Bordinhon de Moraes no Edital nº 10/2014 – 1as OBRAS DE PROD. DE ESPETÁC. E TEMPORADA

TEATRO.

Guarujá, 15 de agosto de 2014.

_______________________________

Eduardo Bordinhon de Moraes

RG 43.734.790-4

CPF 370.067.108-39

_______________________________

Carlos Eduardo Veríssimo (Kadu Veríssimo)

RG 33.877.046-X

CPF 308.463.938-

_______________________________

Marcelo da Silva Souza (Marcelo Wallez)

RG 24.032.339-9

CPF 199.363.14-39

_______________________________

Francisco Lima Dal Col (Chico Lima)

RG 37.969.764-6

CPF 368128678-70

_______________________________

Ivan Montanari Lima

RG 28.238.468-6

CPF 357.463.208-89

_______________________________

Carlos Eduardo Canhameiro

RG: 29.421.700-9

CPF: 262.806.025-00

Page 23: Não Sabia

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Anexos

1 – Carta de apoio e compromisso da Secretaria de Cultura de

Guarujá

2 – Carta de apoio e compromisso da Casa 3

3 – Carta de apoio e compromisso da Secretaria de Cultura de

Bragança Paulista