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Intercom Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicao XVIII Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sudeste Bauru - SP 03 a 05/07/2013
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Narrativa e narratividade: uma experincia digital1
Joo Victor CRISTOVO2 Rodrigo LIMA3 Paulo RANIERI4
Carlos SANDANO5 Universidade Presbiteriana Mackenzie, So Paulo, SP
RESUMO
O ambiente hipermdia conhecido por ser uma manifestao de linguagem e
expressividade, alm de uma caracterstica muito peculiar: os seus caminhos
labirnticos. No jornalismo, para facilitar o acesso informao, alm de tornar a
experincia da navegao miditica algo ldico, buscou-se, a partir deste projeto,
construir um relato interativo que levasse em considerao fatores que atrassem o
internauta da Universidade Mackenzie, para a interao com o contedo. A base para a
realizao de nosso trabalho, fruto da disciplina Hipertexto/Hipermdia levada a cabo no
4 perodo do curso, foi, justamente, a compreenso que os envolvidos tinham dentro e a
partir da sua insero universitria alm do universo de relaes construdas nesse
campo.
PALAVRAS-CHAVE: mackenzie; narrativa; hipermdia; multimdia; ciberjornalismo.
1. INTRODUO
O contemporneo se multiplica em espaos e estilos de migraes delimitadas em certos
temas e categorias. Neste contexto, no somente o homem reinventado como toda a
narrativa reinventada, pois, afinal, narrar um fato inerente ao ser-humano. O ato de
1 Trabalho apresentado no DT 1 Jornalismo do XVIII Congresso de Cincias da Comunicao na Regio Sudeste, realizado de 3 a 5 de julho de 2013. 2 Estudante de Graduao 6. semestre do Curso de Jornalismo do Mackenzie-SP, email: [email protected] 3 Estudante de Graduao 5. semestre do Curso de Jornalismo do Mackenzie-SP, email: [email protected] 4 Orientador do trabalho. Professor do Curso de Jornalismo do Mackenzie-SP, email: [email protected] 5 Orientador do trabalho. Professor do Curso de Jornalismo do Mackenzie-SP, email: [email protected] 6 Participaram desse projeto Lgia Leite e Albert C. Branco
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contar histrias apresenta mltiplos desdobramentos que recaem, mais cedo ou tarde,
nas prprias mdias. De fato, a comunicao nunca foi unidirecional, todavia, a maioria
dos meios sempre trabalhou com a linearidade. A inveno da Internet modificou certos
parmetros. A histria, antes linear, recobra o valor mgico e a participao do
leitor/ouvinte que reagrupa e transforma o mesmo conto, pois, segundo Umberto Eco
(1997, p.55) todo texto uma mquina preguiosa que [pede] ao leitor que faa uma
parte do seu trabalho. O que de incio nos parecia fcil, ao final mostrou-se de extrema
complexidade. Escrever para a Internet no to simples quanto se parece. A prpria
estrutura das matrias e a linguagem a ser utilizada deve se encaixar no padro traado
para o site. Embora as matrias jornalsticas tendam a ser mais individuais, o mesmo
no se passa com o texto de um projeto virtual.
O jornal um retalho do cotidiano, todavia para que a empreitada ciberntica d frutos
imprescindvel que cada uma das unidades componha um aspecto integrado, que situe o
leitor no centro das hipteses suscitadas e descritas. A informao uma grande espiral
e no um vetor marcado pelo incio e pelo fim. Assim, nossa produo levou em conta a
realizao virtual ao fixar em mente o valor do estudante universitrio tendo em vista,
sobretudo, o estudante do Mackenzie mais propcio utilizao do produto em si. Ao
final, decidimos pautar a nossa produo miditica pela seguinte pergunta-chave:
Mackenzie, ser ou no ser?
2. ANLISE DE MODELOS
No pensamento de Murray (2003), justificar e fundamentar uma obra digital so gestos
naturais e necessrios, uma vez que os cinco mil anos de histria humana j esto
disponibilizados dentro do formato digital, tornando-se facilidades interessantes para
a prpria consulta acadmica. Assim, para Manovich (2001), as novas mdias digitais
surgem como novas reestruturaes paralelas histricas perante s demais mdias.
Quando a caracterstica linear dos dados quebrada pela ampla modificao da
interao digital, uma exploso de contedo e de possibilidades acontece. Dessarte, a
obteno de dados e informaes adicionais possvel dentro dessa nova biblioteca
internacional bastio tecnolgico do conhecimento humano. Na sua produo que
data de 2001 The Language of New Media Manovich relaciona algumas
caractersticas essenciais para grande parte das produes digitais e hipermiditicas, as
quais so, portanto, observadas no atual momento da era virtual. Seriam elas a
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representao numrica, a automao, a modularidade, a transcodificao e a
variabilidade; fatores que legitimam as ferramentas digitais apresentadas.
A representao numrica lidaria, em tese, com o modo procedimental da informao,
quase como que um cdigo imposto ao meio digital. A automao o conceito
dependente da representao numrica, o que leva o leitor aos mais diversos nveis
imersivos dentro de uma construo virtual.
O terceiro ponto, a modularidade, tange os elementos miditicos que podem compor o
campo integral das transformaes multimdia o som, a imagem, o grfico etc. A
modularidade obedece, em sntese, a automao imposta ao relato digital. A
transcodificao se refere traduo do contedo remoto, isto , reflete a adaptao de
um contedo criado. Um exemplo do fato seriam as frequentes adaptaes das histrias
lineares transpostas ao mundo miditico. Por ltimo, e no menos importante, a
variabilidade a consequncia da transformao de contedo fator este que permite a
atualizao da concepo interativa e, portanto, multimiditica. Semelhantemente a tais
caractersticas propostas por Manovich (2001), afirma Eco em uma entrevista conduzida
em 2003 pela Folha de So Paulo que:
O computador um instrumento atravs do qual pode-se produzir e editar imagens [...]; mas tambm igualmente certo que o computador se transformou, antes de mais nada, num instrumento alfabtico. Na tela do computador, correm palavras, linhas, e para usar um computador o sujeito precisa saber ler e escrever. A nova gerao que usa computadores treinada a ler a uma velocidade espantosa. (ECO, 2003)
Isto , a utilizao e a construo de uma narrativa precisa, acurada e atraente requerem
uma tarefa de concentrao analtica dos mais diversos fatores da construo dessa
segunda redoma digital remetendo, dessa maneira, aos nveis de imerso e
interatividade, que justificam a existncia desse tipo de produto virtual. Pode-se mesmo
afirmar que as construes mais bem sucedidas das esferas multimiditicas lidaram com
os conceitos dos nveis imersivos e das eventuais interaes que dali decorrem, assim
como j proposto acima. Engendrar essa colaborao entre as propostas e a arquitetura
de um relato interativo proposto para o modelo universitrio torna-se, sobretudo, uma
interessante proposta de anlise das comunicaes visuais entre os
usurios/estudantes especficos do meio.
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Manovich (2001) prope que a prpria criao digital , desde o seu incio, uma
interface que atua como cdigo dentro das mais variadas mensagens culturais cuja mdia
designada para tal objetivo deseja conter. Dentro de tal conceito, a prpria interface gera
o caminho para a sua lgica de mdia especfica. Ademais, alguns projetos foram de
crucial importncia para a absoro de ideias e a incorporao de conceitos dentro de
nossa produo, tais como o Now What Argentina?6, e o Crisis Guide Pakistan7. O
senso geogrfico da mensagem, assim como ns a havamos elaborado em princpio,
surgira de tais plataformas. A localizao dos cones dentro do mapa da universidade
teve como ampla inspirao as construes multimiditicas de sentido espacial; o senso
no espao geogrfico assinala a relao entre a geografia da universidade e os diversos
nveis estudantis, a questo da memria e a exibio de fontes, alm de todas as demais
caractersticas que pudessem regimentar a obra dentro de seu conceito audiovisual.
Levando-se tais propostas em considerao, optou-se pela construo de uma pgina
que demonstrasse a complexidade da organizao de nossa Universidade Presbiteriana
Mackenzie. Dessa forma, o informe foi construdo de forma a abarcar toda a extenso
da universidade. O material filmado mostrou-se da mais poderosa serventia naquilo que
tangia o englobamento do projeto. Trabalhou-se com temas mais complexos como a
relao do ex-aluno e a sua universidade de outrora; o professor do passado e aluno do
presente, etc. Muitas vezes, teve-se de optar por um caminho alternativo para que o
objetivo inicial fosse possvel. Sem nenhuma restrio, acredita-se que a tese inicial fora
defendida integralmente. A escrita e o vdeo tornaram-se fomentadores de uma ampla
integrao. Em grande parte, o usurio que arquiteta e retransforma a sua concepo
digital.
Sob esta tica, nada mais justo que