National Geographic Especial - Os Grandes Impérios Do Mundo

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National Geographic OS GRANDES IMPÉRIOS DO MUNDO UMA HISTÓRIA DE PODER Da Roma antiga ao povo inca O legado dos faraós no Egito As maiores dinastias da China

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National Geographic

OS GRANDES IMPRIOS DO MUNDOUMA HISTRIA DE PODER

Da Roma antiga ao povo incaO legado dos faras no EgitoAs maiores dinastias da China

Introduo

Para ns, que vivemos no sculo 21, os grandes imprios parecem ser algo do passado. A palavra imprio evoca imagens de palcios luxuosos, espadas, naus repletas de ouro e das pratas extorquidos dos mais fracos e entregues aos poderosos. No entanto, os imprios influenciaram a histria do mundo em muitos aspectos, alm dos militares. Graas a eles, estabeleceram-se conexes entre os povos mais diversos, e isso contribuiu para tornar mais complexa e rica a civilizao. Costuma-se a definir um imprio como sendo uma unidade poltica dotada de territrio extenso, ou mesmo de vrios territrios, ocupados por populaes diversas, sob o governo de uma nica autoridade suprema. Os imprios podem ser terrestres ou navais, sedentrios ou nmades, defensivos ou ofensivos, mas esto entre as formas mais antigas de organizao poltica, remontando antiga Mesopotmia do terceiro milnio antes de Cristo. Muitos imprios duraram sculos: Roma manteve seu domnio por 600 anos; Bizncio, por um milnio; na China, sucessivas dinastias ficaram no poder ao longo de mais de dois milnios. Em contraste, vrios dos atuais pases tem talvez de 50 a 150 anos = em termos histricos, so como bebs recm-nascidos.

Por que esses imprios so os maiores? No foi fcil selecionar os imprios para esta publicao. Queramos incluir os mais conhecidos, considerados como grandes, tanto em funo do territrio como da influncia cultural, mas tambm gostaramos de chamar a ateno para aqueles normalmente esquecidos: os imprios da frica do Norte, por exemplo, ou os do Sudoeste Asitico. Descrevemos imprios com feies culturais prprias, mas exclumos outros, em especial da era industrial, que tiveram laos comerciais ou domnio militar temporrios. Embora tenha atribudo a si mesmo o ttulo de imperador e conquistado territrios, Napoleo jamais forjou de fato um imprio duradouro. Alexandre Magno, por outro lado, tornou possvel a civilizao helenstica no Oriente Mdio, que preservou suas caractersticas durante sculos. Os maias no foram includos porque nenhuma cidade-Estado maia dominou a pennsula de Yucatn, como fizeram os astecas no Mxico ou os incas no Peru.

Caractersticas Comuns Por mais diferentes que sejam os imprios, a forma como cresceram e foram administrados revela muitas similaridades. O poderio blico comandado por lideres venerados uma das mais bvias. Em especial antes da era das grandes exploraes, os imprios tinham uma base territorial, quase sempre ampliada por meio da guerra. Em pocas mais recentes, a conquista militar deu lugar, em muitos locais, aos domnios tcnico e comercial, medida que os pases em processo de industrializao tiveram de se expandir para assegurar matrias-primas como ouro, acar, especiarias, pio e petrleo. Os grandes imprios pressupem organizaes administrativas, como cobrana de impostos, infraestrutura, transporte e educao. Os mais duradouros contavam com os melhores funcionrios pblicos. Como foi o caso da China. Determinadas caractersticas reaparecem nas estradas e as redes de comunicao. Foram as estradas que asseguraram a unidade do Imprio Romano. Desde Cusco, os incas mantinham milhares de quilmetros de caminhos transitveis, tal como o Imprio Persa e, mais tarde, o islmico. Outra medida comum dos governos imperiais era a padronizao de pesos, medidas e horrios. Imprios bem-sucedidos foram capazes de absorver povos diversos e de aproveitar suas habilidades distintas. A Roma de antes e seus sucessores permitiram que cidados das provncias tivessem acesso ao Senado romano. Outros imprios foram rgidos na separao entre conquistadores superiores e povos conquistados inferiores. Tal distino mais evidente nos imprios coloniais modernos. No Novo Mundo, na frica e na sia, as potncias colonialistas raramente reconheceram que estavam lidando com gente na mesma condio. Quando se examina a histria de formao dos imprios, o que se revela um processo, ao mesmo tempo, enriquecedor e destrutivo. A formao de um imprio quase sempre implica em guerra e mortandades. Milhes e milhes de pessoas foram massacradas, violentadas e escravizadas na busca por territrio e por riqueza. A passagem dos mongis ficou assinalada pelas montanhas de crnios humanos; e dezenas de milhares de indivduos foram jogados do alto dos templos astecas. Os majestosos edifcios dos imperadores egpcios e chineses foram erguidos graas luta e morte de incontveis operrios; e, mais recentemente, os escravos africanos se esfalfaram nas grandes propriedades rurais das Amricas. Alm disso, em sua competio pela supremacia, os imprios desencadeiam conflitos em escala tremenda, como se constatou. De outro lado, os imprios tambm foram os motores de grandes mudanas ao longo da histria. Religies, tecnologias, artes e lnguas todas se difundiram graas s redes de estradas imperiais. Escravos vendidos em terras distantes enriqueceram as novas culturas com msicas, expresses idiomticas e alimentos. A beleza se espalhava pelos caminhos imperiais, como no caso dos requintados vasos Ming que chegaram s mesas europias ou a influncia da arquitetura rabe no sul da Espanha. Por vezes de maneira violenta, s vezes de modo gradual, os imprios foram cruciais na mistura das populaes. As palavras que pronunciamos, nossas refeies, nossas devees, as roupas que vestimos e muito mais podem ser explicado pelo fluxo e contrafluxo das potncias imperiais. At memsmo nossos cromossomos do testemunho, por exemplo, ficariam surpresos ao saber que carregam DNA mongol em seus genes. Neste sculo 21, no mais nos consideramos partes de imprios; afinal, o planeta est dividido em 194 pases. Mas foram os imprios criadores e destruidores, majestosos e cruis, brutais e benevolentes que moldaram o mundo atual.

MUNDO ANTIGO

O Primeiro Imprio do Mundo

IMPRIO ACADIANO

O rei Sargo, da Acdia, fundou o primeiro imprio do mundo, por volta do ano 2330 a.C., na Mesopotmia, a terra entre os rios Tigre e Eufrates, ao conquistar a Sumria, que ficava ao sul da Acdia. Um milnio antes, os sumrios criaram a primeira civilizao, construindo obras de irrigao, criando um sistema de escrita cuneiforme e erguendo cidades-Estado, como Ur e Uruk, centro urbanos dominados por impotentes templos, os zigurates.

Soberanos divinos Sargo e seus sucessores proporcionaram ao mundo uma concepo de poder mais abrangente que o mero poderio militar. Eles eram respeitados no s por vencerem as batalhas mas tambm porque impunham a ordem, distribuam a justia e serviam como representantes terrenos dos deuses.

A tomada do poder Sargo iniciou sua ascenso na cidade setentrional de Kish, onde cuidava do palcio do soberano, a quem derrubou. Em seguida, lanou suas tropas contra o governante rival mais ao sul, Lugalzagesi, que conseguira unificar toda a Sumria. A vitria de Sargo celebrada em uma inscrio que o exalta por ter vencido 50 governantes enquanto avanava at o golfo Prsico, onde se diz que lavou no mar suas armas. Ele instalou acadianos nas cidades sumrias e unificou seus domnios. Tambm promoveu o intercmbio comercial alm de suas fronteiras, cobrou impostos para financiar o exrcito e manteve escribas e artistas.

Fim de uma era Sargo governou por mais de 50 anos e fundou uma dinastia que se manteve no poder at o reinado de seu neto Naram-Sim. aps a morte dele, o poder foi retomado pelas cidades-Estado da Mesopotmia, cada qual sob a proteo de uma divindade venerada pelo governante. A poderosa cidade Ur, assim chamada por causa do rei sumrio Ur-Nammu, dominou a Sumria e a Acdia durante quase um sculo, mas acabou sendo eclipsada pela Babilnia, capital de um novo imprio que revalizaria com o de Sargo em termos de amplitude, e seria por muito tempo renomada pelo poderio e pela glria.

Enheduanna Aps conquistar a Sumria, Sargo fez de sua filha Enheduama a principal sacerdotisa da divindade lunar Nanna, em Ur. Tal posio era de suma importncia, uma vez que Nanna era a padroeira dessa cidade-Estado, e sua filha Inanna conhecida pelos acadianos como Ishtar era venerada como deusa do amor e da guerra. Enheduanna mandou entalhar hinos Ishtar, fazendo da sacerdotisa a primeira autora cujo nome chegou a ns. Em um dos hinos, ela exalta a deusa como essa mulher singular, a nica/que fala de palavras de dio aos odientos/que se move em meio a coisas brilhantes e luzentes/que se contrape s terras/e que, no crepsculo, assegura sozinha a beleza do firmamento.A deusa Inanna

Para erguer uma casa, para construir uma alcova feminina, para ter ferramentas, para beijar os lbios de uma criana, s graas a ti, Inanna. Para conceber a coroa, o trono e o cetro da realeza, s graas a ti, Inanna. - Hinos a Inanna, de Enheduanna

Ordem cronolgica 3500 a.C. surgem as cidades na Sumria, constituindo a base da civilizao mesopotmica. 2500 a.C. Sepultamentos rgios na cidade-Estado sumria de Ur incluem sacrifcios humanos. 2330 a.C Sargo da Acdia, conquista a Sumria e passa a expandir seus domnios. 2280 a.C. Morte de Sargo e controle do Imprio por seus herdeiros. 2250 a. C. Naram-Sin, neto de Sargo, assume o poder. 2220 a.C. Colapso do Imprio Acadiano aps a morte Naram-Sin. 2100 a.C. - Ur-Nammu, de Ur passa a governar a Sumria e a Acdia. 2000 a.C. A cidade de Ur destruda pelos elamitas. 1800 a.C. A Babilnia, uma cidade-Estado da Acdia, emerge como potencial imperial.

Olho Por Olho

IMPRIO BABILNICO

A riqueza das cidades-Estado acadianas fez com que elas se tornassem alvo das populaes nmades que viviam nos territrios prximos. Por volta de 1800 a.C., os amoritas do deserto Srio haviam se infiltrado na Acdia e na ascendente cidade-Estado da Babilnia, s margens do Eufrates. Os amoritas falavam uma lngua semita aparentada ao acadiano, e adotaram as culturas acadiana e sumria.

O Legislador Em 1792 a.C., o governante amorita Hamurabi foi coroado soberano da Babilnia. Ele era excelente guerreiro e administrador. Quando partiu para a conquista dos vizinhos, ele avanou primeiro ao sul, tal como fizer Sargo, e submeteu a Sumria antes de assumir o controle do norte da Mesopotmia. Embora fosse implacvel com os inimigos destruindo as cidades que o desafiavam, Hamurabi assegurou estabilidade aos sditos ao compilar um cdigo de leis que se aplicava a todos. O Cdigo de Hamurabi baseava-se em parte, nas leis sumrias, mas prescrevia penas mais rigorosas como a do olho por olho, dente por dente.

Ondas de Invasores A dinastia de Hamurabi durou algumas geraes. Em 1595 a.C., os hititas chegaram da sia Menor e saquearam a Babilnia. Mas logo abandonaram a Mesopotmia para outros invasores.

Renovao O poderio babilnico passou por renovao ao redor de 1100 a.C., no reinado de Nabucodonosor I. nos sculos seguintes, os rivais da Babilnia ao norte, os assrios, tomaram os territrios entre a Mesopotmia e o Egito. Contudo, os soberanos assrios, como o rei Senaqueribe, no tinham como manter por muito tempo um imprio to vasto. Os babilnios afastaram do poder os assrios no ano de 612 a.C. Mas tambm enfrentaram rebelies. Nabucodonosor II, por exemplo, sufocou um levante em Jerusalm e fez com que os judeus cativos fossem levados Babilnia. No fim, os babilnios acabariam sendo superados por Ciro, o Grande, o fundador do Imprio Persa. As Leis de Hamurabi O Cdigo de Hamurabi no tratava da mesma forma as pessoas de diferentes estratos sociais, mas incorporava um princpio que continua vlido na concepo moderna de Justia; a ideia de que as leis e as punies devem ser postas como os de seus acusadores e juzes. Que o oprimido, que tem demanda a ser julgada, venha e se apresente diante dessa imagem como soberano da probidade, proclamou Hamurabi no monumento. Leis e penalidades escritas eram benficas para quem no sabia ler, pois os juzes no podiam alter-las ao sabor de seus. Cdigo de HamurabiSe algum abrigar em sua casa um escravo, do sexo masculino ou feminino, originrio de residncia nobre ou plebeia, e no entreg-lo ao funcionrio responsvel pelos cativos condenados a trabalhos forados, o dono da casa ser condenado morte. - Cdigo de Hamurabi

Ordem cronolgica 1792 a.C. Hamurabi assume o trono da Babilnia e comea a forjar um imprio. 1750 a.C. Hamurabi morre, deixando como legado principal o cdigo de leis que leva seu nome. 1595 a.C. Oriundos do norte, os hititas conquistaram a Babilnia. 1120 a.C. Nabucodonosor I assume o poder e comanda um breve renascimento babilnico. 900 a.C. Os assrios emergem como fora dominante na Mesopotmia e nas reas circundantes. 689 a.C. O assrio Senaqueribe destri a cidade da Babilnia, que ser reconstruda mais tarde. 612 a.C. - Os babilnios derrotam os assrios e assumem o controle do imprio deles. 586 a.C. Jerusalm tomada pelo exrcito babilnico de Nabucodonosor II. 539 a.C. Ciro, o Grande, da Prsia, conquista a Babilnia.

Dez Mil Imortais

IMPRIO PERSA

Quando Ciro, o Grande nasceu, por volta de 585 a.C., os persas eram sditos do rei dos medos. Tanto os persas como os medos falavam lnguas indo-europeias e descendiam de povos arianos, que chegaram ao Ir vindos do Norte por volta de 1500 a.C. Os persas eram, sobretudo criadores de gado.

Rei de todos os Iranianos Pertencentes dinastia dos aquemnidas, Ciro subiu ao trono em 559 a.C., comandou uma bem-sucedida insurreio contra os medos e tornou-se o soberano dos iranianos. Em 546 a.C., ele investiu contra Creso, rei da Ldia na sia Menor, e marchou contra a Babilnia. Em 539 a.C., os babilnios renderam-se, e os persas entraram na cidade. Ciro permitiu que os exilados voltassem para casa. Quando morreu, em 529 a.C., era renomado como um soberano misericordioso na vitria.

Senhores do Oriente Mdio O filho do Ciro, Cambises II, ampliou o Imprio ao invadir o Egito em 525 a.C., o que fez dos persas os senhores de todo o Oriente Mdio. Cambises levou trs anos para consolidar o domnio sobre o Egito e chegou at a Nbia. Uma rebelio, possivelmente liderada por seu irmo Esmrdis, o chamou de volta Prsia em 522 a.C., mas acabou morrendo no caminho, assim como Esmrdis logo em seguida.

O Imprio no auge O sucessor de Cambises, Drio I, venceu nove levantes nos trs anos iniciais de seu reinado. Com a ajuda da guarda imperial, os Dez Mil Imortais, ele expandiu seus domnios at o rio Indo e para alm do Bsforo. Mas importante ainda, organizou o imprio, dividindo-o em cerca de 20 provncias, as satrapias, governadas sob o olhar de sues espies. A cunhagem de moedas e uma rede de estradas com mais de 1600 quilmetros facilitavam a cobrana de impostos e o comrcio. Mas Drio se excedeu ao enfrentar os gregos, sendo derrotado na Batalha de Maratona, em 490 a.C. Xerxes, o sucessor de Drio, voltou a atacar os gregos, mais foi derrotado em Salamina, em 480 a.C. Embora, a partir da, o imprio tenha comeado a decair, boa parte da regio permaneceria sob a influncia persa ao longo de um milnio.

O guarda imortal O exrcito persa era conduzido por um corpo de elite, conhecido como os Dez Mil Imortais, pois assim que um deles tombava era imediatamente substitudo, de modo que seu nmero ficasse constante. Eles desfrutavam de privilgios e eram bem pagos. Todo homem reluzia com o ouro que trazia sobre o corpo em quantidade ilimitada, escreveu Herdoto, ao relatar as guerras entre gregos e persas. Eles eram acompanhados por mulheres e criados em carruagens cobertas, vestidos com requinte. Iguarias especiais, diferentes dos alimentos servidos ao exrcito, eram trazidos a eles no lombo de dromedrios e mulas.Guardas Imortais

Marduk, O Grande Senhor, rejubilou-se com (meus bons atos, e lanou doce beno sobre mim, Ciro, o rei que o teme, e sobre Cambises, o filho (que tive), (e sobre) todas as minhas tropas, a fim de que todos possamos viver felizes em sua presena, com boa sade.- Cilindro de Ciro

Ordem cronolgica 559 a.C. Ciro, o Grande torna-se rei dos persas, liderando-os na revolta contra os medos. 546 a.C. Ciro derrota o rei Creso, da Ldia. 539 a.C. Ciro toma a Babilnia e torna-se o senhor da Mesopotmia. 529 a.C. Ciro morre em combate e sucedido por Cambises. 525 a.C. Tropas persas sob o comando de Cambises conquistam o Egito. 522 a.C. Drio I sobe ao trono com a morte de Cambises. 490 a.C. Os grupos recebem as tropas persas em Maratona. 480 a.C. A frota persa sob o comando de Xerxes, o sucessor de Drio, derrotada pelos gregos em Salamina. 330 a.C. Alexandre, O Grande, derrota o Imprio Persa.

Pirmides no Poder

MDIO IMPRIO NO EGITO

A grandeza do Egito no estava na extenso das conquistas, mas na extraordinria estabilidade do Estado. Os faras reinavam como reis divinos e raras foram as rebelies. As dinastias sucederam-se com poucas mudanas. Uma sociedade preocupada em alcanar a imortalidade, o Egito foi um dos reinos da Antiguidade que mais se aproximaram da imagem de que eram eternos.

Duas Terras No incio, o Egito no era um pas, mas dois: o Baixo Egito, formado pelo pantanoso delta do Nilo, e o Alto Egito, regio desrtica, com exceo da plancie inundvel ao longo do Nilo. Por volta de 3100 a.C., o rei Narmer, do Alto Egito, tornou-se o senhor das Duas Terras, que estendam do Mediterrneo Primeira Catarata do Nilo.

O Antigo Imprio Ao redor de 2700 a.C., o Egito deixou para trs os primrdios de sua formao e entrou em uma era de ouro, o Antigo Imprio. Embora nessa altura ainda no estivessem frente de um imprio, os faras egpcios haviam estabelecido o conceito de soberania e reivindicado sua imortalidade por meio da construo de imensos tmulos para guardar seus restos mortais mumificados. A Grande Pirmides de Quops (Khufu) erguida por volta de 2550 a.C. em Giz uma escada pela qual o esprito do fara poderia ascender aos cus. Os operrios egpcios que construram esses monumentos funerrios eram trabalhadores recrutados, e no escravos. O Antigo Imprio chegou ao fim por volta de 2150 a.C., possivelmente em conseqncia de secas persistentes que causaram fomes e turbulncias. Aps um intervalo no qual governantes locais disputaram a supremacia o fara Mentuhotep II promoveu fora a reunificao do Egito por volta do ano 2050 a.C. Mdio Imprio O Egito tornou-se uma potncia imperial sob Mentuhotep II e seus sucessores, que enviaram exrcitos ao sul, at a Nbia, para a captura de ouro, marfim, bano e outros tesouros. L mantiveram presena militar permanente, construindo fortalezas junto Segunda Catarata do Nilo. Grande parte da Nbia passou a ficar sob controle direto do Egito. Alguns nbios foram escravizados; outros permaneceram livres. Mais tarde, os nbios se afastariam do domnio egpcio e construram suas prprias pirmides. Por volta de 1650 a.C., invasores de origem asitica, conhecidos por hicsos, ocuparam o Baixo Egito, estabeleceram uma capital em Avris e exigiram tributos do Alto Egito. A supremacia militar dos hicsos devia-se a seus carros de combate e armas de bronze, que os egpcios adotaram para derrotar os invasores. A campanha foi liderada pelo fara Kams, de Tebas, que morreu antes de completar a tarefa. O sucessor foi seu irmo mais jovem, Amsis, que, com a ajuda de Ahhotep, a me de ambos, expulsou os hicsos por volta de 1500 a.C. Esse triunfo assinalou o incio do Novo Imprio.

Imhotep Imhotep, o vizir (principal conselheiro) do fara Djoser, da 3 Dinastia, era dotado de muitos talentos. Embora,ele alcanou renome como erudito, sacerdote e mdico. No entanto, mais lembrado como o arquiteto do magnfico tmulo de Djoser a Pirmide de Degraus em Sakkara, concluda por volta de 2600 a.C. Os tmulos reais, as mastabas, eram edificaes baixas de tijolos de adobe. Imhotep projetou uma estrutura de pedra com seis nveis, cada um deles menor que o inferior. Como a pirmide descrita em uma inscrio, ele era uma escada para o soberano, de modo que seu esprito por meio dela pudesse alcanar o cu. Mais tarde, os arquitetos egpcios aperfeioaram o desenho de Imhotep at chegar s pirmides de paredes lisas. To grande era a reputao de Imhotep como mdico e curandeiro que acabou sendo endeusado e venerado em templos uma honra extraordinria para um egpcio comum.

Fale a verdade, aja de modo verdadeiro: pois isso grande, poderoso, algo que perdura. Isso vai lhe trazer mrito e vai conduzi-lo venerao.- Relato do Lavrador Eloquente, 1800 a.C.

Ordem cronolgica 3100 a.C. Unificao do Egito por Narmer. 2600 a.C. Djoser, da 3 Dinastia, enterrado na Pirmide de Degraus de Sakkara. 2550 a.C. Na 4 Dinastia, Quops ergue a Grande Pirmide Giz. 2150 a.C. Derrocada do Antigo Imprio e fragmentao do Egito. 2050 a.C. Menturohep II, de Tebas, reunifica o Egito, inaugurando o Mdio Imprio. 1650 a.C. A invaso dos hicsos encerra o Mdio Imprio.

Mulher no Comando

NOVO IMPRIO DO EGITO

Os soberanos do Novo Imprio consideravam-se descendentes da divindade suprema do Egito, Amon, o deus padroeiro de Tebas, cujo culto incorporava o da divindade solar Ra, dominante no Antigo Imprio. No conjunto de templos em Karnak e nos templos prximos das sepulturas regias, escavados em encostas s margens do Nilo, os sacerdotes faziam oferendas a Amon-R e os faras o veneravam. Ao contrrio das pirmides, esses tmulos ficavam ocultos, em uma tentativa de impedir que os saqueadores levassem os tesouros ali depositados para garantir aos faras uma existncia luxuosa aps a morte. Senhores da Guerra Por volta de 1457 a.C., o fara Tutms III mobilizou o exrcito contra rebeldes na Palestina e na Sria. Seu av, Tutms I, havia invadido essas regies e obrigado as populaes locais a pagar tributos. Declarando sua f em Amon-R, Tutms III cercou a cidade de Megido, na Palestina. Os lderes insurgentes capitularam diante do fara, que parecia demonstrar o poder do patrono Amon-R sobre todas as terras estrangeiras. Em seguida o fara humilhou o rei Mitani ao expulsar da Sria as tropas dele mas ainda faltava aos egpcios encarar os formidveis hititas. O confronto entre as duas potncias culminou por volta de 1275 a.C., quando tropas egpcias, lideradas por Ramss I, enfrentaram os hititas na Batalha de Kadesh, na Sria. Na poca, Ramss recuou aps aceitar a oferta de uma princesa hitita para seu harm. A filha do fara Tutms I, Hatshepsut, tornou-se regente em favor do herdeiro ainda criana, o futuro Tutms III. Ela desafiou a tradio ao manter-se no poder mesmo quando o herdeiro alcanou a idade necessria, declarando-se prpria, fara. Enviou expedies terra de Punt, no mar Vermelho, que retornaram carregadas de tesouros e animais exticos. Duas dcadas depois, Tutms III, ento com cerca de 30 anos, assumiu o poder e seguiu os passos do av. Porm, o Novo Imprio teve sua derrocada por volta de 1070 a.C.

A Pedra de roseta As antigas inscries egpcias permaneceram ilegveis at que, em 1799, durante a invaso do Egito por Napoleo, a Pedra de Roseta foi descoberta e, duas dcadas depois, decifrada. O bloco de pedra entalhado em 196 a.C., quando o Egito era governado por Ptolomeu V contm trs verses do mesmo texto: em grego (a lngua oficial da dinastia ptolomaica), em hierglifos (a antiga escrita egpcia) e em demtico (uma escrita cursiva baseada nos hierglifos). O ingls Thomas Young encontrou a chave da decifrao ao reconhecer o nome de Ptolomeu circundado por cartuchos (molduras ovais que separavam um conjunto de hierglifos). Depois, o linguista francs Jean-Franois Champollion notou que alguns hierglifos representavam objetos ou conceitos, e outros eram fonticos, ou seja, representavam silabas na linguagem falada.

Vejam! Bem me conhece o deus Amon, Senhor dos Tronos das Duas Terras; graas a ele, governei a Terra Negra e a Terra Vermelha com proveito; todas as terras estrangeiras esto submetidas a mim.- Inscrio da Rainha Hatshepsut em Karnak

Ordem cronolgica 1550 a.C. Amsis I, de Tebas, expulsa os hicsos, reunifica o Egito e inaugura o Novo Imprio. 1479 a.C. A rainha Hatshepsut torna-se regente durante a menoridade do fara Tutms III e acaba se demorando no trono. 1457 a.C. Aps acender ao poder, Tutms III incorpora a Palestina e a Sria ao Egito. 1350 a.C. Amenhotep IV, ou Akhenaton, dedicou-se ao deus Aton. 1275 a. C. Ramss II comanda as foras egpcias contra os hititas na grande batalha de carros travada em Kadesh. 1156 a. C. A morte de Ramss III assinala a o fim do Novo Imprio. 1070 a.C. Fragmentao do Novo Imprio. 750 a.C. Os nbios de Kush assumem o poder no Egito. 667 a.C. Os assrios invadem o Egito e encerram o domnio nbio.

Cultura nos Confins do Mundo

IMPRIO DE ALEXANDRE Por volta de 340 a.C., o inquieto Filipe II, da Macednia, conquistou a Grcia e deixou-a de herana ao filho Alexandre. Aps o assassinato do pai, em 336 a.C., e j comandante no exrcito macednio, Alexandre ascendeu ao trono com 20 anos de idade. Quando os gregos se rebelaram, o jovem monarca no hesitou em esmagar o levante na cidade de Tebas.

O conquistador Dois anos depois, Alexandre partiu para dominar o Imprio Persa, que, embora no fosse to poderoso quanto antes, eram bem maior que a Grcia. Alexandre contava com cerca de 40 mil homens. Movimentando com percia essas tropas, logo conquistou a devoo de seu exrcito. Os pesas, por outro lado, dependiam de mercenrios pouco convincentes no campo de batalha. Aps cruzar o Bsforo e passar sia Menor, Alexandre Menor desbaratou uma fora persa constituda em boa parte, de mercenrios gregos. Embora no demonstrasse misericrdia nas guerras, ele se via como um libertador das cidades gregas. No golfo de Isso, o imperador persa Drio III investiu contra Alexandre, mas teve de recuar aps humilhante derrota. Alexandre rumou ento para o sul, na direo do Egito, comprometendo-se a derrotar a frota persa em terra, conquistando todos os portos nos quais as naus inimigas poderiam bloquear seu avano. O porto de Tiro, no Lbano, no se rendeu, mas acabou conquistado em sete meses. No Egito, foi recebido como um soberano divino por ter libertado do domnio persa.

Batalha Crucial Aps dominar a costa do Mediterrneo, Alexandre avanou sobre a Mesopotmia onde, em 331 a.C., Drio o esperava, na plancie de Gaugameia, com foras renovadas. Destemido, Alexandre comprovou que um pequeno exrcito bem coordenado podia ser mais eficiente que outro maior, porm desarticulado. Uma brecha nas fileiras persas permitiu que ele e sua cavalaria dividissem e derrotassem as tropas inimigas. Drio acabaria assassinado por um de seus sditos um ano depois. Ao acrescentar a Prsia a seus domnios. Alexandre forjou um imprio eurasiano de dimenses sem precedentes. Ele capturou a Bctria, no atual Afeganisto, e casou-se com Roxana, filha do lder bctrio. Em 327 a.C., cruzou o rio Indo e invadiu a ndia. Surpreendidos pelas chuvas de mono, que os deixaram imobilizados, seus exaustos soldados tornaram-se inquietos, fazendo com que, em 325 a.C., ele afinal, ordenasse o retorno.

Legado Grego O talento de Alexandre era de natureza estratgica, e no diplomtica. Para organizar seus domnios, recorreu competncia administrativa de funcionrios persas contratados. Quando morreu de maneira repentina, em 323 a.C., no demorou para que o imprio se fragmentasse. Mesmo assim, as dinastias macednias fundadas por seus generais Ptolomeu no Egito, e Seleuco e Antgono em outras partes do Oriente Prximo impactaram a regio com esprito e a cultura do mundo helnico, trazidos luz por Alexandre.

Parmnio O general macednio Parmnio tornou-se padrinho e protetor de Alexandre quando ele, aos 20 anos, perdeu o pai. Cerca de 30 anos mais velho, Parmnio aconselhou o jovem soberano a casar-se e gerar um herdeiro antes de enfrentar os persas. Era um bom conselho, pois, mais tarde, Alexandre iria morrer sem deixar descendente macednio, dando origem a uma acirrada disputa pelo poder entre seus generais, o que levou diviso do Imprio. Nas batalhas, Parmnio comandava a cavalaria em uma ala de apoio, e Alexandre liderava uma segunda ala, que fazia investidas ousadas. Alexandre era incapaz de tolerar qualquer rival, e at mesmo a posio de Parmnio, como principal auxiliar do conquistador, era arriscada. Aps a derrota dos persas, o filho de Parmnio, Filotas, foi acusado de conspirao contra Alexandre, e acabou executado. E Parmnio, que fora um segundo pai para o jovem, foi considerado culpado por associao, e condenado morte.

O exrcito de Alexandre Alexandre era hbil no uso conjugado de infantaria e cavalaria? ...disposta em falanges, a infantaria pesada era equipada com escudos e lanas? ...a clssica falange macednia consistia de 16 fileiras de 16 homens em um grupo slido? ...as falanges podiam mudar de forma (de quadrado para retngulo ou cunha) a fim de tomar ofensiva? ...se os soldados na borda de uma falange eram atingidos outros logo os substituam? ...com freqncia cabia infantaria a tarefa de sustentar o centro da linha de frente? ...enquanto a infantaria bloqueava o avano do inimigo, a cavalaria investia em ambos os flancos? ...montando o confivel Bucfalo, o prprio Alexandre liderava os ataques de uma das alas de cavaleiros?

Ordem cronolgica 356 a.C. Nasce Alexandre, filho do rei Filipe II, da Macednia. 342 a.C. O filsofo grego Aristteles tutor de Alexandre. 340 a.C. Filipe II conquista a Grcia. 336 a.C. Com o assassinato do pai, Alexandre torna-se rei. 334 a.C. Alexandre inicia campanha contra o Imprio Persa. 331 a.C. As tropas de Alexandre derrotam os persas, comandados por Drio III, em Gaugameia. 327 a.C. Invaso da ndia por Alexandre. 325 a.C. Alexandre inicia o retorno a ndia. 323 a.C. Alexandre morre febril, desencadeando uma disputa entre os principais generais que acabam por dividir o imprio.

Senhores do Mediterrneo

IMPRIO ROMANO

No segundo sculo antes de Cristo, os romanos adotaram o conceito de cidadania e reforaram seu poderio militar. At 146 a.C., haviam derrotado Cartago, conquistado a Grcia e a Macednia. Na pennsula Itlica, os etruscos detinham o domnio, desde 800 a.C. at cerca de 500 a.C., quando os romanos derrubaram seu ltimo soberano, Tarqunio, o Soberbo. Aps conquistar a independncia, em 509 a.C., Roma tornou-se uma repblica. A sociedade dividia-se entre os patrcios (os aristocratas) e a plebe (as pessoas comuns), dando motivo a repetidos levantes, at que, em 88 a.C., eclodiu uma guerra civil.

Triunvirato O sangrento conflito quase provocou a runa de Roma. Mas um general, Jlio Csar, formou um triunvirato com Crasso, um dos mais ricos romanos e com Pompeu que vencera campanhas militares na pennsula Ibrica, sia Menor, Sria e Judeia. Embora o mais jovem, Csar insistiu em reformas que beneficiassem os cidados sem terra, ganhando o apoio dos plebeus. Ele assumiu o comando das legies para combater os gauleses revoltados e retornou como heri em 51 a.C. Enquanto isso, Crasso havia falecido, e o poder passou a ser exercido e disputado por Pompeu e Csar. Em 49 a.C., em um ato de rebeldia, Csar atravessou o rio Rubico, alm do qual nenhum general podia legalmente se manter no comando das tropas. Ainda que pressionado pelo Senado para fazer respeitar a lei, Pompeu fracassou, pois no contava com o apoio da populao. Em seguida, fugiu e foi morto no Egito. Csar proclamou-se ditador vitalcio, mas acabou assassinado por um grupo de conspiradores, em 44 a.C. Seu herdeiro, Otaviano, formou um segundo triunvirato, com Marco Antnio e Marco Emlio Lpido. A convivncia de Marco Antnio e Otaviano deteriorou-se quando o primeiro se casou com a rainha Clepatra, do Egito. A guerra ento desencadeada por Otaviano levou ao suicdio do casal, em 31 a.C. Sob o nome de Augusto, Otaviano tornou-se imperador, inaugurando uma era, em grande parte pacfica, a Pax Romana, que se estenderia por quase dois sculos.

Monarcas Absolutos O imperador seguinte foi Tibrio. Dentre seus sucessores, apenas um se destacou como governante, Cludio. Mas as conquistas foram ofuscadas pelos excessos de Calgula e de Nero. O suicdio dele, em 69 d.C., desencadeou um guerra civil, da qual Vespasiano saiu vitorioso. Trajano, da Espanha, o primeiro nascido fora da pennsula Itlica a governar o imprio, ampliou-o com a conquista da Dcia (atual Romnia) e a Mesopotmia. Nessa altura, o Imprio Romano alcanou sua maior extenso, do Mediterrneo s Ilhas Britnicas.

O Colapso O declnio comeou no sculo 3, com as investidas das tribos nmades. A queda de Roma em 476 a.C., porm, no significou o fim do imprio, pois ainda restava a poro oriental, que se separava de Roma. Nesse imprio Romano do Oriente, Constantino fundou a nova capital em 330; Bizncio atual Istambul -, ponto de encontro da Europa e da sia.

Comes e Bebes Ao contrrio dos gregos, cujos banquetes eram quase sempre reunies masculinas, as refeies festivas dos romanos muitas vezes juntavam homens, mulheres e crianas. Reclinados em sofs, os convivas regalavam-se com iguarias, como ostras, peixes e aves. O vinho era abundante com freqncia misturado com gua e mel, permitindo que as pessoas bebessem sem ficassem embriagadas. s vezes, as mulheres e crianas e recolhiam mais cedo, enquanto os homens eram entretidos por cortess. Entre os romanos, no havia consenso a respeito desses banquetes. Para alguns, eram sinal de que a sociedade se tornara requintada demais, o que contribua para a debilidade de Roma. J outros adotavam a filosofia de comer, beber e se divertir, pois amanh estaremos mortos. Porm, os romanos valorizavam o autocontrole e se compadeciam de quem ficava escravizado aos prprios apetites ou paixes.

O exrcito romano Voc sabia que... ...durante a repblica, apenas os proprietrios de terras eram convocados a servir? ...os soldados tinham de fornecer o prprio equipamento: capacete de ferro, escudo, armadura e espada? ...os cidados mais ricos no confiavam nas classes inferiores para a defesa do pas? ...Mrio fez com que os soldados carregassem nas costas tudo de que precisavam? ...Caio Mrio criou um exrcito profissional no qual eram aceitos todos os que eram cidados romanos? ...to carregados eram os soldados de infantaria que eram chamados de as mulas de Mrio? ...os romanos pobres acorreram para se alistar, e receberam armas e salrios? ...se o exrcito fosse vitorioso, todos os soldados podiam partilhar dos despojos de guerra?

Ordem cronolgica 509 a.C. Roma liberta-se dos etruscos e tornar-se uma repblica. 275 a.C. O sul da pennsula Itlica cai, sob o domnio romano. 146 a.C. Os romanos arrasam Cartago e concluem a conquista da Grcia e da Macednia. 49 a.C. Julio Cesar cruza o Rubico frente de suas tropas e torna-se ditador de Roma. 44 a.C. O assassinato de Cesar leva a guerra civil. 31 a.C. Otaviano (Augusto Cesar) derrota Marco Antonio e Clepatra, a rainha do Egito, e assume o ttulo de Imperador. 117 d.C. Morre o imperador Trajano com o Imprio Romano em sua maior extenso. 212 d.C. A cidadania concedida a todos os habitantes do Imprio que no sejam escravos. 476 d.C. Roma conquistado por invasores germnicos.

FORA E ESPIRITUALIDADE

Imprios Muria e Gupta

O norte da ndia tem terras propicias agricultura, e foi povoado por migrantes arianos, que introduziram uma lngua sagrada, o snscrito, e uma sociedade hierarquizada em castas. O controle do frtil vale do rio Ganges foi disputado por mais de uma dzia de pequenos Estados.

Era de devoo Depois de se aliar com lderes locais no Punjab e derrubar os governantes nandas de Magadha, Chandragupta Muria, um jovem de origem modesta, assumiu o poder da regio por volta de 321 a.C. O imprio que ele fundou iria se estender por uma rea desde a divisa com a Prsia, no oeste, at Bengala e Assam, no leste; e do Himalaia, ao norte, at o planalto do Deco no sul. Na poca, o hindusmo j estava consolidado, e comeavam a se difundir as novas doutrinas do budismo e do jainismo. As rgidas prticas de simplicidade e de autonegao do jainismo atraram a ateno do imperador. Por volta de 297 a.C., aps transferir o poder ao filho Bindusara, Chandragupta recolheu-se a um mosteiro jainista, onde permaneceria at morrer. Neto de Chandragupta, Asoka revigorou o Imprio Muria ao assumir o poder, em 268 a.C., unificando quase todo o subcontinente indiano, a partir da capital Pataliputra. Ele adotou os princpios budistas da generosidade, justia e misericrdia. Os sucessores de Asoka no mantiveram o imprio. At 185 a.C., as provncias sunas se separaram, e os bctrios helenizados invadiram o noroeste do imprio. E at o aparecimento de uma nova dinastia haveria um intervalo de cinco sculos.

poca de Prosperidade Apenas em 308 d.C., formou-se na regio um novo imprio, o Gupta, quando um soberano de Magadha, Chandragupta I, se casou com uma princesa da poderosa dinastia Licchavi. Por volta de 320, ele j dominava parte do nordeste indiano. Seu filho Samudra Gupta continuou ampliar o imprio, o qual, durante o reinado do prprio filho, Chandragupta II, passou a incluir a costa oeste da ndia. Por volta de 510, contudo, os guptas no tinham fora militar suficiente para impedir a invaso dos hunos, que destruram o imprio.

Kautilya Conselheiro de Chandragupta Muria, Kautilya tido como responsvel pelo xito do imperador. Mas pouco se sabe a respeito dele. Nascido por volta de 350 a.C., Kautilya, tambm conhecido como Chanakya, tornou-se professor e ministro do imperador. Segundo a lenda, Kautilya descobriu uma maneira de derrotar o imprio de Nanda depois de ver um menino mordiscando as bordas de um po de chapati. E foi assim que Chandragupta comeou a debilitar o poderoso inimio: atacando primeiro os reinos que dele dependiam. A magistral seo 15 do tratado Arthashastra (A cincia do ganho material) atribuda a Kautilya, ainda, que em seu formato atual, ela tenha sido alterada por outros autores.

Aqui (em meus domnios), nenhum vivente ser abatido ou sacrificado em oferendas. Tampouco sero realizadas festas, pois o Amado-dos-Deuses, o rei Piyadas (Asoka), faz muitas objees a tais festividades.- Imperador Asoka, n o primeiro dos 14 ditos de Pedra

Ordem Cronolgica 325 a.C. As tropas de Alexandre Magno deixam a ndia. 321 a.C. A dinastia muria tem incio com a ascenso ao trono de Chandragupta Muria. 300 a.C. 100 d.C. Difuso do budismo no subcontinente indiano. 268 a.C.-232 a.C. Asoka a frente do imprio Muria. 200 a.C. 650 d.C. As grutas de Ajanta so decoradas por artesos budistas. 185 a.C. Fim da dinastia muria. 320 d.C. Dinastia Gupta fundada por Chandra Gupta I. 380 d.C. Chandragupta II entronizado. 550 d.C. Fim da dinastia Gupta.

PRIMEIRAS DINASTIAS IMPERIAIS DA CHINA

Dinastias Qin e Han Entre os sculos 5 e 3 a.C., no chamado Perodo dos Estados Combatentes, pelo menos sete reinos disputavam a supremacia na regio leste-central da China. O vitorioso foi o Estado de Qin, em 221 a.C., sob a liderana de Zheng, entitulado por si mesmo como Qin Shi Huangdi, Primeiro Imperador de Qin. Exrcito de Argila O imperador empenhou-se em moldar os diversos territrios em um domnio unificado. Aps dividir as terras dominadas em 36 areas, ele obrigou milhares de famlias influentes a se mudar para a capital Xianyang, a fim de mant-las sob vigilncia. Tambm confiscou e derreteu armas, cunhou nova moeda, padronizou pesos e medidas, e unificou a escrita em chins, de modo que todas as palavras de mesmo significado, nas diversas lnguas do imprio, fossem representadas com os mesmos caracteres. Os exrcitos de Qin contavam com centenas de milhares de homens, que lutaram contra os Xiongnu, os nmades do norte, e outras tribos do sul. Milhares de sditos foram empregados na construo de palcios, canais e estradas. Eles tambm ergueram sistemas defensivos, que se estenderam por cerca de 5 mil quilmetros constituindo o princpio do que seria a Grande Muralha. Mas o projeto mais megalomanaco de Qin Shi Huangdi foi seu imenso tmulo, cuja construo exigiu a mobilizao de 700 mil homens. Junto com o imperador, foram enterrados milhares de soldados, armamentos, cavalos e msicos de terracota e em tamanho natural.

Ascenso da Burocracia Aps a morte de Shi Huangdi, em 210 a.C., eclodiu a rivalidade entre seus herdeiros. S em 202 a.C., um general de origem camponesa, Liu Bang, e conhecido como Han Gaozu, saiu vencedor dessa disputa, fundando uma dinastia que iria durar mais de 400 anos. os Han governavam de acordo com os princpios confucianos, que se arraigaram na China 300 anos depois da morte de Confcio. Segundo ele, cada pessoa tinha uma funo na sociedade: O governante deve governar, e o sdito, se submeter.

Espritos Blicos e Inventivos Em 124 a.C., o imperador Wudi (o Imperador Marcial) criou a primeira universidade. Sexto imperador da dinastia Han, ele assumiu o poder em 141 a.C., e comandaria por mais de meio sculo o imprio que consolidou por meio de agressivas campanhas militares. Suas tropas conquistaram novos territrios no sul da China, no Vietn e na Coreia. Os exemplares mais antigos de papel datam do reinado de Wudi; da mesma poca a inveno de um leme de navio, que facilitou a navegao. Aps a morte de Wudi, em 87 a.C., houve uma seqncia de dbeis governantes at que o imperador Guangwu restaurasse o domnio Han, em 25 a.C. A estabilidade do Imprio foi mantida graas a seus sucessores. Um sculo depois, contudo, as sublevaes tornaram-se corriqueiras. Em 220 d.C., o ltimo governante Han abdicou, e o imprio dividiu-se em trs reinos.

Guerreiros de terracota Em 1974, trabalhadores que escavavam um poo nos arredores da cidade de Xina, na provncia chinesa de Shaansxi, toparam com uma estatua com mais de 2 mil anos de idade: um soldado de terracota me tamanho natural. Logo as autoridades desenterraram milhares de soldados, cavalos e carruagens de argila. Dispostos em formao militar, prontos para o combate, os solados ainda exibiam resqucios da pintura original. Embora constitudas de peas padronizadas, era evidente que as esttuas haviam sido finalizadas a mo, a fim de que ficassem diferentes. O antigo exrcito estava a leste de uma necrpole, que circundava o tmulo de Qin Shi Hunagdi, e tinha a funo de proteger o Imperador aps a morte.

Os homens que possuem aspiraes e os que possuem benevolncia no sacrificam a benevolncia para continuar vivos, mas sacrificam a si mesmos pela benevolncia.- Jen (Benevolncia) XV. B, Confcio, Anacletos

Ordem Cronolgica 551-470 a.C. A volta de Confcio (Kong Fuzi). 221-210 a.C. Consolidao do Imprio Qin por Shi Huangdi. 206 a.C.-9 d.C. A dinastia Han Ocidental governa desde Changan. 124 a.C. O imperador funda a primeira universidade imperial. 85 a.C. Sima Qin escreve Os Anais do Grande Imperador. 9-23 d.C. Em um interregno, o reformador Wang Mang assume o poder. 25-220 d.C. A dinastia Han Oriental governa de Luoyang. 184-208 d.C. A rebelio dos lenos amarelos abala o governo Han. 189 d.C. O massacre dos eunucos palacianos.

IDADE MDIA

IMPRIO DE CONSTANTINOPLA

Imprio Bizantino

Embora Constantino tenha reunificado o Imprio Romano, seus domnios dividiram-se nas partes ocidental e oriental. Ao converter-se ao cristianismo, ele deixou Roma e, em 330, fundou nova capital margem do Bsforo, que chamou de Nova Roma. Mais tarde conhecida por Constantinopla, tornou-se a capital do Imprio Bizantino tempos depois de Roma cair nas mos dos invasores germnicos.

Retomando o Territrio Perdido Em 527, Justiniano consagrou-se imperador em Bizncio, e ficou na histria por ter codificado as leis do direito romano que mais tarde serviriam de base jurdica em muitas sociedades europias. Aps a revolta em 532, quando teve de reconstituir Constantinopla, Justiniano mandou erguer a Baslica de Santa Sofia (Hagia Sophia), que se tornou a glria do cristianismo bizantino, ou ortodoxo. Os cristos de Bizncio criaram rituais prprios e reconheciam o imperador e o patriarca de Constantinopla como lderes espirituais. A fim de retomar regies do antigo Imprio Romano. Justiniano enviou o general Belisrio para atacar os vndalos na costa das atuais Tunsia e Arglia. Em uma campanha de poucos meses, Belisrio venceu e prossegui, em 540, contra os ostrogodos na Itlia. Na morte de Justiniano, em 565, o Imprio Bizantino estendia-se por quase toda a volta do Mediterrneo. Mas seus sucessores no reuniram foras suficientes para defender provncias to remotas.

Perigo por Todos os Lados Os lombardos cruzaram os Alpes em 568 e ocuparam a Itlia, restando apenas um corredor entre Roma e Ravena como baluarte bizantino. Porm, no Oriente Prximo, havia uma ameaa maior: os persas sassnidas, que, no incio do sculo 7, conseguiram tomar do controle bizantino as regies da Sria, Palestina e Egito. O perigo somente seria afastado com a ascenso ao trono bizantino de Herclito, em 610, que iria derrubar o soberano persa, em 628. Em 718, o imperador Leo III, o Isurio, repeliu os muulmanos de Constantinopla, Baslio II, Imperador 976, restabeleceu o rio Danbio como a fronteira norte do Imprio. E estendeu a influncia bizantina Rssia ao casar sua irm com Vladimir I, o Grande, prncipe de Kiev, convertido ao cristianismo como condio do pacto nupcial. Crepsculo do Imprio O declnio comeou em 1025, com a morte de Baslio II, Roma e Ravena se separaram da Igreja Ortodoxa, formando os Estados Pontifcios. O relacionamento entre os lderes dos catlicos romanos e os dos ortodoxos pioraram e eles os excomungaram no Cisma de 1054. Os turcos seldjcidas muulmanos que tomaram Bagd e avanaram sobre a Anatlia ameaavam tanto a Igreja Romana como a Ortodoxa. E, em vez de ajudar Bizncio, o papa Urbano II preferiu lanar uma campanha para reconquistar Jerusalm. Durante as Cruzadas subseqentes, os soldados catlicos saquearam Constantinopla, em 1204, abrindo caminho para que os turcos do emergente Imprio Otomano tomassem a cidade em 1453.

O mosteiro de Santa Catarina Erguido entre os anos de 527 e 561, por ordem do imperador Justiniano, o Mosteiro de Santa Catarina uma das instituies monsticas crists h mais tempo ocupadas de modo ininterrupto. O devoto imperador mandou construir o mosteiro aos ps do monte Sinai, no Egito. Relquias de Santa Catarina de Alexandria, cujos restos mortais teriam sido achados no topo do monte, esto guardados no mosteiro, assim como os de mais 170 santos. O mosteiro sobreviveu s convulses religiosas e aos exrcitos de passagem, sobretudo, devido aos muros macios de granito, com at 35 metros de altura. Eles tambm abrigam um arbusto que se considera sendo a sara original, assim como Igrejas e at uma mesquita. Nos edifcios esto, talvez, os maiores tesouros: obras de arte religiosas, incluindo mosaicos, cones, clices e relicrios, assim como uma enorme coleo de manuscritos iluminados, o maior repositrio desse tipo fora do Vaticano.

Todos (...) abandonaram seus postos e viram que agora estavam livres para percorrer caminhos antes nem sequer pareciam existir (...) O governo era como uma rainha rodeada de crianas turbulentas.- Procpio, a Histria Secreta

Ordem cronolgica 330 O Imperador Constantino funda a cidade de Constantinopla. 527-565 Governo de Justiniano, ao lado da Imperatriz Teodora. 537 Inaugurao da Baslica de Santa Catarina, por Justiniano. Dc. de 550 Incio da produo de seda aps obteno de segredo da China. 717-741 Leo III reina como imperador. 726-843 Polmica sobre cones divide Bizncio. 976-1025 Reinado de Baslio II, o Matador de Blgaros. 1054 O Grande Cisma separa as igrejas Catlica e Ortodoxa. 1453 Constantinopla tomada pelos otomanos.

SEGUNDA GERAO ISLMICA

Imprio Abssida

Desde a origem, o Isl foi um movimento, ao mesmo tempo, poltico e religioso. Nascido em torno de 570, em Meca, na Arbia, Maom teve uma revelao, na qual reconheceu Al como a divindade suprema. Aceito como profeta, ele insistiu para que os rabes venerassem apenas Al, e nenhum outro deus, o que o colocou em conflito com as lideranas de Meca. Para preservar sua vida, precisou fugir para a cidade de Medina. Em 630, Maom e seus seguidores tomaram Meca e retiraram os dolos pagos da Caaba, que se tornou o principal santurio do mundo islmico.

A difuso da F Ao morrer, em 632, Maom no deixara sucessor. Aqueles que apoiavam a liderana dos califas passaram a seguir o sogro de Maom, Abu Bakr, j outros defendiam que a linha de sucesso passava pela linhagem de Maom, ou seja, por seu genro Ali. O desentendimento originou duas principais seitas islmicas: sunitas e os xiitas, respectivamente. Abu Bakr unificou as tribos da Arbia sob o Isl. Tropas muulmanas avanaram pelo Oriente Mdio, sia Central e norte da ndia; tambm pelo norte da frica e pennsula Ibrica. No incio do sculo 8, a conquista em nome de Al havia chegado ao fim.

poca de Alta Cultura Em 750, Abu al-Abbas assumiu o poder, fundando a dinastia dos abssidas, com sede em Bagd. As artes e a cincia floresceram nas universidades. Houve expanso do comrcio e barcos equipados com astrolbios singravam os oceanos. Contudo, na pennsula Ibrica, formou-se um Estado Islmico separado. O Egito caiu nas mos de uma dinastia xiita, os fatmidas, chamados em homenagem a Ftima, filha de Maom, casada com Ali. Esse movimento ganhou fora aps o califa Al-Mamun reconciliar os xiitas com o domnio dos abssidas. Para tanto, nomeou como sucessor um descendente de Ali. Porm, sua morte por envenenamento afastou os xiitas. No sculo 11, os califas atuavam como figurantes. E os turcos seldjcidas da sia Central eram os senhores de Bagd, formando o novo Imprio Romano.

A Batalha do Rio TalasUm confronto crucial entre foras muulmanas e chinesas na sia Central, a Batalha do Rio Talas teve importantes conseqncias culturais na Europa. Em julho de 751, exrcitos chineses e islmicos se enfrentaram junto ao Talas, no atual Cazaquisto. Aps cinco dias de embates, a China foi derrotada. Alguns cativos chineses faziam papel e transmitiam a tcnica aos islmicos. Assim, o uso do papel difundiu-se por Prsia, Egito e Europa. O papel substituiu o pergaminho nos livros e contribuiu para a circulao de informaes e conhecimentos por todo o mundo ocidental.

Em um tempo muito breve, Saladino conquistou quase todo o reino de Jerusalm.- Annimo, a Captura da Terra Santa por Saladino

Ordem Cronolgica 570 Nascimento em Meca, do profeta Maom, que morrer em Medina, em 632. 661-750 O Isl se expande sob a dinastia omada. 750-1258 A dinastia abssida governa de Bagd. 756 Abd al-Rahman faz de Crdoba, na Espanha, sua capital. 786-809 O califa Harun al- Rashid ocupa o trono em Bagd. 969 Os fatmidas, uma dinastia xiita, tomam o Egito. 1055 Os turcos seljcidas expulsam os xiitas de Bagd. 1187 Saladino reconquista Jerusalm e expulsa os cruzados cristos. 1258 Invaso mongol e fim da dinastia abssida.

TEMPLOS IMENSOS NO SUDOESTE ASITICO

Imprio Khmer

No sculo 1 d.C., influncias indianas contriburam para moldar a cultura do reino de Funan, s margens do baixo rio Mekong. No sculo 6, invasores vindos do sul, da ilha de Java, passaram a controlar toda a regio. Montanhas Sagradas Depois de Jayavarman (770-850), que talvez tenha sido prisioneiro na corte hindusta de Java, os khmer se impuseram. No prazo de dois anos, Jayavarman tornou-se soberano por graa divina. Sua capital, Hariharalaya, exibia templos hindustas com a forma de pirmides escalonadas no Tonle Sap, o grande lago do Camboja. Em 877, seu sucessor, Indravarman I, erigiu o Bakong, um templo-montanha ainda maior. Alm disso, construiu extensos sistemas de irrigao garantindo assim abundantes safras de arroz. No fim do sculo 9, Yasovarman I fundou Angkor Thom, a cidade que tornou famoso o imprio. Erguida beira do rio Siem Reap, possvel que no auge a metrpole tenha sido abrigado at 750 mil habitantes. Mais de mil templos foram construdos de modo a refletir a ordem do mundo, segundo o hindusmo. Um fosso simbolizando os oceanos rodeava as muralhas. No centro, o sagrado monte Meru era representado pelo templo Phnom. Bakheng, com a altura de um prdio de cinco andares e nada menos que 109 torres.

Expanso no Sudoeste Asitico Os khmer foram pacficos e prsperos sob os sucessores de Yasovarman. No sculo 11, Suryavarman I conquistou regies da Tailndia, a oeste. Um sculo depois, Suryavarman II iniciou a construo do magnfico Angkor Wat. Tal como Meru, com quilmetros de baixos-relevos ilustrando cenas de batalhas e textos sagrados hindustas. Em seu pice, o Imprio Khmer incluiu, alm do Camboja, partes da Tailndia, Birmnia, Malsia, Vietn e Laos. Invasores de Champa destruram partes de Angkor no sculo 12, e no sculo 14 comeo o declnio. Os povos siameses, ou tais, empurrados para o sul pelos mongis, invadiram a regio e, em 1432, expulsaram os khmer e estabeleceram a nova capital mais a cidade.

Angkor Wat O misterioso Angkor Wat, sufocado pela floresta, virou um smbolo romntico das civilizaes perdidas. Porm, ele nunca esteve perdido: peregrinos budistas e exploradores europeus vm visitando o conjunto de templos h sculos. Cercado por uma muralha de 3500 metros e fossos largos, o templo o maior complexo religioso do mundo. Grande parte dele virou runa desde o fim do Imprio Khmer, mas, no fim do sculo 19, arquelogos franceses comearam a restaurar os edifcios desmoronados e, em 1992, o stio foi includo como patrimnio da humanidade pela Unesco. Hoje, pesquisadores colaboram para a preservao dos templos e a exumao de artefatos produzidos pela antiga cultura khmer.

Como se temesse a seca, ele instilou no corao de todas as criaturas a ambrosia de seu encanto, que os olhos das mulheres sorviam sem cessar.- Homem Santo Hindu, Sobre Indravarman I

Ordem Cronolgica Sculos 1-6 A cultura hindu difunde-se no Camboja pelos mercadores. 802-835 Reinado do primeiro soberano khmer, Jayavarman II. 877-890 Indravarman I ocupa o trono. 881 O templo-montanha de Bakong consagrado em Angkor. 890-910 Yasovarman I assume o poder e constri Angkor Thom. 1004-1050 Reinado de Suryavarman, que amplia o imprio at a atual Tailndia. 1113-1150 Angkor Wat construdo no reinado de Suryavarman II. 1177 Jayavarman VII reconquista o Camboja e difunde o budismo. 1432 Os khmer so derrotados pelos tais.

CONQUISTADORES A CAVALO

Mongis Os cls da Monglia partilhavam as estepes com as tribos turcomanas a oeste e com os trtaros a leste. Esses povos de lngua altaica eram formados por grupos rivais sob o comando de chefes, ou cs. Por volta de 1162, um desses chefes, Temujin, conseguiu reunir diversos grupos e formou um forte exrcito.

Conquistador e Legislador Em 1206, Temujin j dominava as estepes monglicas. Em um conclave de cs, ele foi nomeado Gngis Khan, ou Chefe Supremo. Ao promover os soldados por mrito e obrig-los a responder diretamente a ele, e no aos cs, Gngis acabou por romper com a tendncia divisiva dos grupos tribais. O exrcito durante seu auge, formando por no mais que 125 mil mongis foi dividido em unidades de 10 mil, mil e 100 combatentes. Mais ainda, Gngis tambm moldou a sociedade mongol por meio da Grande Yassa, um cdigo de regras que dispunha sobre o comportamento adequado e o respeito que se deveria ter pelo aprendizado alm de promover tolerncia religiosa.

Hordas Furiosas Aps unificar as prprias foras, os mongis passaram a visar os vizinhos prsperos e romperam a Grande Muralha da China. Especialistas eram capturados e forados a trabalhar para eles. Com os chineses, aprenderam a fazer novos mandamentos. Em 1215, os mongis arrasaram Jurchen, a capital de Zhongdu. Em 1218, avanaram sobre a Prsia, depois, a Armnia, a Ucrnia e a Crimeia; a leste, conquistaram os tanguts no Tibet. Quando Gngis morreu, em 1227, seus domnios foram divididos por quatro herdeiros, que construram os canados da sia Central, Prsia, Rssia e China. Dentre eles destacava-se Ogodei, cujos exrcitos tomaram Moscou e Kiev, e entraram pela Hungria. Quando iriam seguir para Viena, Ogodei morrreu.

Palcio de Prazeres Em 1271, o sucessor de Ogodei, Kublai Khan, declarou-se imperador da China e fundador da dinastia Yuan. Ele ergueu um luxuoso palcio na capital Khanbalik, perto do rio Amarelo a futura Pequim. Kublai teve dificuldades para administrar as imensas regies agrcolas e tambm no conseguiu ampliar seus domnios. Em 1368, 74 anos depois de sua morte, insurgentes chineses capturaram a capital do imprio, obrigando os mongis a retornar s estepes. No pice, o Imprio Mongol controlava um territrio com cerca de 30 milhes de quilmetros quadrados. Embora fossem combatentes implacveis, os mongis no tinham habilidades necessrias para governar as terras conquistadas. No entanto, eles contriburam muito para a integrao das culturas orientais e ocidentais por meio de suas rotas mercantis. Talvez o legado mais duradouro dos mongis seja gentico. Pesquisas revelaram um elo direto com o cl mongol e cerca de 8% dos homens do antigo Imprio Mongol o que significa que cerca de 0,5% da populao mundial pode ser descendente do conquistador Gngis Khan.

O Tmulo de Gngis Khan Em vida, ele foi um conquistador que sacudiu o mundo; na morte, um mistrio. Gngis Khan morreu em 1227, mas seu tmulo jamais foi achado. Para os estudiosos, seus restos mortais foram levados de volta Monglia. Os responsveis guardaram segredo do local, e conta-se que teriam apagado os sinais do enterro com as patas de cavalos. Em 2008, o pesquisador Albert Yu-Min-Lin, da Universidade da Califrnia em San Diego, retomou a busca. Utilizando algoritmos de anlise de dados para escanear mapas, obtidos por satlites, Lin e sua equipe esto em busca de formas geomtricas incomuns e outros indcios na paisagem mongol que possam revelar o tmulo sem revolver o terreno.

Os trtaros Voc sabia que... ...os trtaros eram um conjunto de tribos turcomanas nmades? ...no incio do sculo 13, foram conquistados e assimilados pelos mongis? ...conhecidos como a Horda de Ouro, os trtaros chegaram a controlar por um tempo a regio oeste da Rssia? ...no sculo 14, haviam se dividido em canados distintos no leste e no oeste da Rssia? ...ao contrrio de outros povos mongis, eles se estabeleceram em sociedades estveis? ...os trtaros da Crimeia foram perseguidos e deslocados por Stlin? ...hoje, mais de 2 milhes de trtaros vivem na Sibria e em outras repblicas? ...o minarete da Mesquita de Kul Sharif, em Kazan, no Tartaristo, atrai devotos?

Ordem cronolgica 1206-1227 Reinado de Gngis Khan o primeiro lder supremo dos mongis. 1211-1234 Os mongis conquistam o norte da China. 1219-1221 A Prsia tomada pelos mongis. 1237-1241 A Rssia dominada pelos mongis. 1258 Os mongis tomam Bagd depois de um cerco brutal. 1264-1294 Kublai Khan governa a China. 1275 Marco Polo chega corte de Kublai Khan. 1279-1368 A dinastia Yuan governa a China. 1295 Converso ao Isl de Ghazan, soberano do Ilcanado.

O IMPRIO DO ESPLENDOR

Dinastia Ming Por volta do sculo 14, a sociedade chinesa estava se desintegrando sob a fome, a peste e a incompetncia do governo mongol. Ento, o monge budista Zhu Yuan-zhang, frente do grupo rebelde Turbantes Roxos, tomou a cidade de Nanquim, em 1355. As tropas de Zhu avanaram sobre a capital Pequim, e os mongis fugiram para a Monglia Interior, em 1367. Em seguida, Zhu declarou-se fundador de uma nova dinastia a Ming (Brilhante) Consolidando os Domnios Zhu, conhecido como Hongwu, governava de Nanquim, em torno da qual ergueu 50 quilometros de muralhas. Incansvel, ele ampliou os domnios Ming por todos os antigos territrios mongis e pelas regies tribais no sudoeste.

Grandes Expectativas Filho de Hongwu, Yongle lanou extravagantes projetos, como a construo da Cidade Proibida, e as restauraes do Grande Canal (com 1800 quilmetros) e da arruinada Grande Muralha. Sua faanha mais extraordinria, foi enviar uma frota de navios em sete expedies, que chegaram ao golfo Prsico e ao Qunia, na frica. Durante a era Ming, os chineses produziram os famosos objetos de cermica, exportados com o ch e a seda. Tambm foi uma poca favorvel pintura, caligrafia e impresso de livros.

Ameaa Vinda do Norte No sculo 17, o Imprio estava beira do colapso econmico. E essa fragilidade serviu aos invasores do norte, os jurchens. O lder, Huang Taiji, rebatizou seu povo como Manchu e declarou-se chefe de uma nova linhagem de soberanos chineses, a dinastia de Qing. Depois de aberta uma brecha na Grande Muralha para o avano dos manchus, eles chegaram a Pequim, em 1644, nos quase trs sculos da dinastia Ming no poder.

A cidade proibida Antes acessvel a poucos eleitos, a Cidade Proibida hoje o Museu do Palcio e um dos locais mais visitados do mundo. O complexo de palcios fica no centro de Pequim, em uma rea de 75 hectares, rodeada por um fosso e muros com 10 metros de altura. Projetada conforme os princpios do feng shui, est disposta no sentido norte-sul, com os edifcios mais importantes ao longo de um eixo central. Na era Ming, a poro norte constitua a corte interna, as residncias particulares do Imperador. No sul, a corte externa tinha carter pblico, exibindo uma praa grande o suficiente para abrigar os desfiles de tropas e os imponentes edifcios administrativos, como o Salo da Harmonia Suprema. Na poro nordeste, a Galeria dos Tesouros guarda objetos de materiais preciosos.

A simplicidade da impresso chinesa o que explica a quantidade muito grande de livros em circulao por aqui e os preos ridiculamente baixos pelos quais so vendidos.- Padre Matteo Ricci, Dirio Pessoal

Ordem Cronolgica 1368 Zhu Yuan-zhang, o imperador Hongwu, funda a dinastia Ming. 1402-1424 Reinado do imperador Yongle. 1405-1433 Viagens de Zheng He. 1406-1420 Construo da Cidade Proibida. 1420 Pequim volta a tornar-se capital do Imprio. 1572-1620 O Imperador Wanli governa sob o controle de cortesos. 1592-1598 Os japoneses invadem a Coreia e l enfrentam os chineses. 1627 Rebelies camponesas comeam a eclodir. 1644 - Rebelies da dinastia Ming.

DOMNIO SOBRE A CRISTANDADE

Sacro Imprio Romano-Germnico

No Natal do ano 800, o rei dos francos, Carlos Magno, foi coroado imperador do Sacro Imprio pelo papa Leo III, em uma cerimnia que mesclava o poderio terreno e a autoridade espiritual. Novo Domnio Franco A ascenso franca comeara em 481, com a unificao das tribos germnicas por Clvis. Com a derrocada do Imprio Romano do Ocidente, em 476, os francos avanaram at a antiga provncia romana da Glia. Ali, persistia a Igreja Catlica, e Clvis converteu-se ao catolicismo. Quando morreu, em 511, o reino foi dividido entre seus filhos. No incio do sculo 8, um administrador da corte, Carlos Martel, reunificou os reinos francos. E ganhou fama ao derrotar os muulmanos, que investiram desde a Espanha, mas foram contidos na Batalha de Tours, em 732.

Coroado por Deus O reino herdado por Carlos Magno, neto de Carlos Martel, abrangia quase todo o atual territrio da Frana, dos Pases Baixos e da Alemanha. Alm da fronteira, viviam tribos guerreiras, como a dos saxes. Eles foram esmagados por Carlos Magno, que tambm conquistou a Bavria, derrotou os lombardos e tornou-se protetor de Roma. Em 814, ele foi sucedido pelo filho Lus, o Piedoso, cuja morte em 840 voltou a assinalar o desmembramento do Imprio, com Carlos, o Calvo reivindicando a Frana; Lotrio, os Pases Baixos e o norte da Itlia; e Lus, a Alemanha. Esses reinos, por sua vez, foram atacados por invasores, como os magiares da Hungria e os vikings da Escandinvia. Em 955, Oto I, da Saxnia, venceu os magiares e, em 962, subiu ao trono do imprio reconstitudo. Durante o sculo 13, a Alemanha fragmentou-se em pequenos Estados, enquanto outras regies passavam por processos de consolidao pelas mos de reis poderosos. Na ustria, os Habsburgo emergiram como soberanos e reivindicaram o que restava do Sacro Imprio Romano-Germnico.

As Cruzadas No sculo 11, a Europa crist combateu com vigor o Isl no Oriente Mdio, em uma srie de Cruzadas, que se estendeu por dois sculos. Cristo quem ordena isso, afirmou o papa Urbano II em 1095, ao convocar os cavaleiros para tomarem a Terra Santa dos muulmanos. Esses conflitos religiosos tiveram fim em 1291, com a queda da cidade crist de Acre, no atual territrio de Israel. Alm das dcadas de combates, as Cruzadas serviram de pretexto a duradouras discusses. Alguns argumentam que os cruzados eram motivados pelo fervor religioso; outros sustentam que mais relevantes eram as foras polticas e econmicas. Tampouco h consumo quanto ao papel das Cruzadas no encerramento da Idade Mdia na Europa e importncia da linguagem e do legado da Guerra Santa no posterior relacionamento entre o Ocidente e o Oriente.

O melhor homem do mundo e o mais corajoso era Carlos, que estabelecia e mantinha a verdade e a boa-f.- Jules Sylvain Zeller, Histria da Alemanha, II, 32

Ordem Cronolgica 481 Clvis torna-se rei dos francos. 511 Com a morte de Clvis, o reino dividido entre seus quatro filhos. 732 Carlos Martel vence a batalha de Tours e funda a dinastia carolngia. 771 Carlos Magno reunifica os francos e sobe ao trono. 800 O papa Leo III coroa Carlos Magno na Baslica de So Pedro, em Roma. 844 Carlos, o Calvo divide o comando do imprio com Lotrio e com Lus, o Germnico. 962 Oto sagrado imperador, pelo papa Joo XII. 1077 Descalo e contrito, o imperador Henrique IV implora por sua reintegrao na Igreja. 1273 Rodolfo I torna-se imperador, o primeiro da dinastia dos Habsburgo. 1519 1556 Carlos V fica frente do Sacro-Imprio.

FRICA ISLMICA

Imprio Mali Os reinos no oeste da frica foram afetados pela expanso do Isl, que, a partir da Arbia, avanou no norte africano e tambm na direo sul, atravs do Saara. Os primeiros muulmanos a chegar regio foram mercadores com caravanas em busca do ouro, marfim e outros bens ao longo dos rios Nger e Senegal, onde hoje esto o Senegal, a Mauritnia, o Mali e as terras mais ao sul.

O Isl Contra os Ritos Pagos At o sculo 10, os governantes de Gana estavam convertidos ao Isl, mas sem impor a religio a seus sditos. A atitude tolerante e a riqueza fizeram deles um alvo dos almorvidas do Marrocos, que, em 1076, tomaram a capital do reino, Kumbi. Quando viu seus domnios no trecho superior do Nger invadidos pelo chefe vizinho Sumanguru, o rgulo Sundiata mobilizou um exrcito, derrotou o rival, em 1235, e em seguida estendeu sua soberania a todo o territrio de Gana. Foi entre a elite abastada desse recm-unificado Imprio do Mali que se enraizou o islamismo. O sucessor e sobrinho-neto dele, Mansa Musa, realizou a peregrinao a Meca, em 1324, acompanhado de milhares de sditos e com fabulosa quantidade de ouro. Musa atraiu estudiosos rabes para sua capital, que contava com mesquitas, uma universidade e uma biblioteca com obras em rabe.

Rotas pelo Saara Timbuktu escapou das garras dos soberanos do Mali ao ser invadida pelos tuaregues, berberes que viviam no deserto. Os moradores da cidade ento pediram ajuda a Sunni Ali, rei do Imprio Songhai. Os guerreiros dele expulsaram os tuaregues, em 1468, mas se apoderaram de todo o Mali. Em 1493, Askia Muhammad I afastou do trono o filho de Sunni Ali e consolidou o imprio. Administrador astuto, ele recorreu aos tuaregues para que, com seus camelos, vigiassem a fronteira setentrional do Imprio. Aps a expulso dos muulmanos da Espanha em 1492, o Marrocos tornou-se importante potncia militar dotada de armas de fogo. Em 1591, foras marroquinas cruzaram o Saara e usaram esse poderio blico para destruir o Imprio Songhai.

A Mesquita de Sankore A Mesquita de Sankore, em Timbuktu, no Mali, foi ser um renomado centro de saber do mundo islmico na Idade Mdia. Alm do Coro, as aulas incluam temas seculares, como matemtica e astronomia. A mesquita e outros locais histricos em Timbuktu esto hoje ameaados pela desertificao ocasionada por mudanas climticas. Hoje, h programas para preservar as edificaes e os manuscritos.

Estive em Timbuktu, situada alm da Barbria, em uma regio bastante rida. Muitos negcios so ali realizados com a venda de panos, sarja e tecidos grosseiros, como os produzidos na Lombardia.- Benedetto Dei, viajante florentino

Ordem Cronolgica 1076 Foras almorvidas invadem Kumbi, capital do Imprio de Gana. 1235 Sundiata derrota Sumanguru e funda o imprio do Mali. 1324 O sobrinho-neto Mansa Musa, faz a peregrinao a Meca. 1468 Timbuktu tomada por Sunni Ali, o fundador do Imprio Songhai. 1473 Sunni Ali conquista o centro mercantil de Djenn. 1493 Askia Muhammad I derruba o filho de Ali. 1591 Tropas marroquinas cruzam o Saara e destroem o Imprio Songhai.

SACRIFCIOS AOS DEUSES

Imprio Asteca

Os astecas afirmavam que suas origens estavam Aztlan, noroeste do Mxico. Durante o sculo 13, eles migraram para o sul, liderados por Huitzilopochili, mais tarde divinizado. Durante a viagem, os astecas se assombraram com as runas dos monumentos antes erguidos pelos toltecas.

Sacrifcios Cruentos Parte dos toltecas havia se estabelecido em Culhuacan, prximo ao lago Texcoco, e foi ali que, por volta de 1300, os astecas acharam seus descendentes. Logo, eles ficaram sob a proteo dos toltecas, absorvendo a cultura local, at que cometeram um erro; aps convidarem uma jovem de Culhuacan para se tornar, em uma cerimnia, a esposa de Huitzilopocochtli, eles a sacrificaram a esse mesmo deus. Furioso, o pai dela desencadeou uma guerra contra os astecas e os expulsou para o lago Texcoco, onde se refugiaram em uma ilha.

Cidade-Ilha A ilha mostrou-se um abrigo propcio. Os astecas abriram canais de drenagem e cultivaram campos flutuantes. Em 1325, ergueram um templo que se transformara na Grande Pirmide. Com o tempo, passaram a comercializar e a se casar com outros povos. Em 1371, Tezozomac, soberano dos vizinhos tepanecs, recorreu aos astecas para derrotar os rivais. Quando morreu, em 1426, os astecas haviam alcanado a supremacia aps alianas com as cidades-Estados de Texcoco e Tlacopan.

Guerras de Coroao O Imprio Asteca foi fundado por Itzcoati, que reinou de 1428 a 1440. Coube a Montezuma I expandir os domnios at o litoral do golfo. E, quando seus sucessores chegaram ao Pacfico, o imprio contava 200 mil quilmetros quadrados de terras e 6 milhes de habitantes. Tlatelolco, prxima da capital Tenochtitlan, tornou-se um dos mercados mais movimentados do mundo, por onde passavam produtos de toda a Mesoamrica. Assim que era coroado, cada novo soberano asteca lanava-se em uma guerra. No alto da Grande Pirmide, os sacerdotes dilaceravam o peito dos inimigos e arrancavam deles o corao. Quando desembarcaram no Mxico em 1519, Hernn Corts e seus companheiros foram bem recebidos por Montezuma II, que os presenteou com um disco de ouro to grande quanto a roda de uma carroa. Em seguida, os espanhis o prenderam e o mantiveram como refm. Desonrado, Montezuma foi deposto pelos astecas. Corts ento organizou uma campanha de longo alcance, recrutando no s os inimigos dos astecas como tambm os aliados insatisfeitos. Quando Tenochtitlan caiu, em 1521, isso no se deveu apenas a algumas centenas de espanhis bem armados mas tambm ao esforo de milhares de guerreiros nativos.

Templo Mayor Um dos mais importantes stios astecas est oculto bem no centro de uma das maiores metrpoles do planeta. Aps derrotar os astecas, os espanhis ergueram uma cidade, a atual Cidade do Mxico, sobre as runas da capital asteca de Tenochtitlan. E removeram todos os sinais de localizao do Templo Mayor, uma enorme estrutura piramidal com os santurios no topo. Ao longo dos sculos, operrios de construo e arquelogos fizeram descobertas ocasionais de esttuas e outros objetos o suficiente para proporcionar indcios conclusivos a respeito do local do templo. Em 1978, operrios que escavavam para uma empresa pblica toparam com antigas esculturas perto de Zcalo, a principal praa da capital mexicana. Graas a uma meticulosa escavao, arquelogos trouxeram luz o Templo Mayor, com 60 metros de altura. Parte dos restos desenterrados inclui muros com pinturas da poca e acessveis a visitantes.

Essa grande cidade de Temixtitlan (Mxico) (...) to extensa quanto Sevilha ou Crdoba; suas ruas, eu falo das principais, so bem largas e retas.- Hernando Corts, carta ao Imperador Carlos V, 1520

Ordem Cronolgica 1325 Fundada pelos astecas, Temochtitlan viria a se tornar a capital asteca. 1426-1428 Itzcoati conquista o vale do Mxico e funda o Imprio Asteca. 1487 Conta-se que Ahuitzolti sacrificou 20 mil cativos na Grande Pirmide em Tenochtitlan. 1502 Montezuma II sucede a Ahuitzolti. 1519 Hernn Corts chega a Tenochtitlan. 1520 Montezuma II morre aps ter sido feito prisioneiro por Corts. 1521 Corts e aliados indgenas derrubam o Imprio Asteca.

FILHOS DO SOL

Imprio Inca

Os incas viraram potncia imperial no sculo 15, pouco antes de os colonizadores espanhis desembarcarem no Novo Mundo. Eles viviam nas altitudes dos Andes peruanos, onde as chuvas eram escassas, as safras insuficientes e os conflitos freqentes devido disputa de grupos vizinhos pelo acesso a terras mais produtivas.

Terra no Litoral A expanso dos domnios incas deu-se, a partir de 1438, sob a liderana de Pachacuti Inca Yupanqui. Ele comeou pondo fim a uma guerra civil e, ao mesmo tempo, repetindo os vizinhos chancas. Mais tarde seus filhos conquistaram a populosa bacia Titicaca ao sul e avanaram no nordeste, enfrentaram os chimus em Chan Chan ampliando o imprio desde os Andes at o oceano Pacfico. Os incas dominavam uma rea que chegou a ser habitada por 12 milhes de pessoas, e a administravam com mo de ferro. Em vez de tributos, exigiam trabalho e servio militar. Quem resistisse era transferido para outras regies e mantido sob vigilncia. Inspetores compilavam relatrios para os censos, usando quipos, conjuntos de cordes com ns e de cores variadas. Um sistema de vias, com duas artrias principais uma ao longo da costa e outra nos Andes -, facilitava os deslocamentos. Cusco era uma cidade magnfica, repleta de templos, praas e residncias palacianas, habitada por mais de 100 mil habitantes.

Divindades Solares Identificados com muita proximidade ao deus solar Inti e ao deus criador Viracocha, os governantes incas eram exaltados como os filhos do Sol. Quando morriam, eram mumificados e sepultados com tesouros. Os incas veneraram os deuses, faziam oferendas e sacrifcios. Embora, s vezes, oferecessem s divindades os chefes inimigos capturados, era comum que as vitimas fossem membros notveis da prpria sociedade. Em 1493, Huayna Capac, neto do Pachacuti Inca Yupanqui, estendeu as fronteiras setentrionais do imprio at as atuais divisas do Equador e da Colmbia. Aps a morte de Huayna Capac, em 1520, uma disputa entre seus dois filhos enfraqueceria os incas. Em 1532, Francisco Pizarro chegou regio. Apesar de Pizarro se apresentar como amigo, o soberano inca Atahualpa foi feito prisioneiro. O conquistador espanhol props poupar-lhe a vida em troca de ouro, mas, depois, no honrou a promessa, e mandou executar o inca. Em 1536, os espanhis e seus aliados indgenas j havia tomado Cusco e destrudo o imprio.

Machu Picchu Alguns visitantes de Machu Picchu falam de espiritualidade; outros mencionam o desafio fsico da caminhada em altitude. Mas todos ressaltam o assombro ao ver a cidade inca, erguida no sculo 15, nas alturas dos Andes. Machu Picchu fica a cerca de 80 quilmetros de Cusco, antiga capital do Imprio Inca. Os edifcios e terraos de pedra do testemunho de uma avanada civilizao. Hoje, ela pode ser visitada aps uma viagem de quatro horas de trem, a partir de Cusco. Os conquistadores espanhis que puseram fim ao Imprio Inca jamais viram Machu Picchu. O local apenas seria redescoberto em 1911 pelo explorador americano Hiram Bingham, e at hoje no sabemos quando e por que foi abandonado pelos incas.

Todos os moradores de Cusco saram s ruas (...) sentaram-se nos bancos e passaram o dia a comer e beber, divertindo-se; e danaram o tanqui (...) com blusas roxas.- Cristbal de Molina, Fbulas e Ritos dos Incas Ordem Cronolgica 1300 Os incas assumem o controle do vale de Cusco. 1438 Pachacuti Inca Yupanqui assume o poder e funda o Imprio Inca. 1471 Topa Inca Yupanqui toma o lugar de seu pai, Pachacuti, frente do Imprio. 1493 Com a morte de Topa, sobe ao trono Huayna Capac. 1525 Huayna Capac uma das vitimas da epidemia que devasta Cusco, capital Inca. 1532 Atahualpa derrota Huascar, seu irmo e rival ao trono. 1533 Atahualpa executado pelos espanhis que, com a ajuda de aliados indgenas, capturam Cusco.

IMPRIOS MODERNOS

O GRANDE JOGO

Imprio Britnico

A Inglaterra embarcou em uma expanso imperial durante o reinado de Isabel I, de 1558 a 1603, perodo em que as tropas inglesas esmagaram as revoltas dos catlicos na Irlanda e deles confiscaram as terras para entreg-las a colonos protestantes.

Espritos Livres Nas colnias americanas, os ingleses no tentaram impor uniformidade religiosa. No entanto, os soberanos britnicos no abriam mo de nomear os soberanos e estabelecer restries mercantis. Ainda assim, os colonos tinham representantes prprios, que se reuniam em assembleias, e com isso preservavam o esprito de independncia. At 1700, cerca de 250 mil colonos ingleses haviam migrado para a Amrica do Norte.

Velhos Inimigos Aps se unir Esccia, em 1707 quando passou a ser chamada de Gr-Bretanha -, a Inglaterra empenhou-se em um confronto pico com a Frana. Velhos rivais agora competiam pela supremacia imperial, a comear com a Guerra da Sucesso Espanhola (1701-1713), na qual os britnicos impediram que Felipe V, da Espanha, membro da dinastia Bourbon e nascido na Frana, herdasse tambm o trono francs. A Frana foi derrotada e saiu-se pior na Guerra Franco-Indgena (1756-1763). A queda comeou em 1759, quando o general James Wolfe lhes tomou o Qubec. No fim da guerra, a Frana cedeu a Louisiana para a Espanha, e abdicou do Canad e de suas pretenses ao Mississipi em favor da Gr-Bretanha.

Rumo Independncia A vitria custou caro aos britnicos, forados a impor novos impostos s colnias americanas para saldar dvidas da guerra. Foi o estopim da revolta dos colonos. A Guerra de Independncia dos Estados Unidos comeou em Massachusetts, em 1775, e tornou-se oficial quando uma reunio de colonos na Filadlfia decidiu pela separao da Gr-Bretanha, em 1776. Depois, o Canad se tornaria domnio britnico autnomo. E outras colnias obtiveram autonomia, como a Austrlia, fundada como colnia penal em 1788, e a Nova Zelndia, ocupada pelos britnicos no incio do sculo 18. Nenhuma colnia foi mais importante para o Imprio Britnico que a ndia, adquirida no pela fora militar, mas pela Companhia Britnica das ndias Orientais, que assumiu o controle da regio do sculo 18. Aps a Revolta dos Sipaios, em 1857, as tropas britnicas impuseram o domnio sobre a ndia, um importante fornecedor de algodo e de outras matrias-primas. Os interesses britnicos levaram colonizao de pases na sia e na frica, entre eles o Egito, onde foi necessria uma interveno militar em 1882 para assegurar o controle do canal de Suez. Os britnicos aboliram a escravido em 1833, mas seu legado perdurou em algumas colnias, como a frica do Sul. Em 1910, ela tornou-se outro dos domnios autnomos do imprio, mas permitiu a segregao racial. As reformas visando o governo autnomo no puseram fim ao arraigado desejo de dominao dos mais fortes sobre os mais fracos.

Mosquetes revolucionrios O mosquete foi a arma de fogo usada pelos que lutavam pela independncia dos Estados Unidos e pelos adversrios do exrcito britnico. Criados pelos espanhis no sculo 16, os mosquetes foram as armas individuais mais comuns at a disseminao dos fuzis no sculo 19. Desde o incio, apresentavam evidente vantagem sobre seu predecessor, o canho manual, que era de manejo difcil e menor eficcia. O mosquete era carregado pela boca, a extremidade aberta do cano, com a plvora e a bola do chumbo. Nos mosquetes mais primitivos, a plvora era incendiada quando uma alavanca metlica curva, a serpentina introduzia a mecha por um orifcio na culatra. Modelos posteriores usavam uma fasca para detonar a plvora. Os mosquetes levavam tanto tempo para ser recarregados que um indgena hbil com um arco podia lanar vrias flechas no intervalo. Com o mosquete, porm, quando o alvo era atingido, o resultado era fatal.

J abandonamos a Esperana e a Honra, longe estamos do Amor e da Verdade, Estamos descendo degrau por degrau a escada, E a medida do nosso tormento a da nossa prpria juventude. Deus nos acuda, pois vimos o pior cedo demais!- Rudyard Kipling, Recrutas-Cavalheiros, 1892

Ordem Cronolgica Sc. 17 Catlicos, quacres, anglicanos e puritanos colonizam a Amrica do Norte. 1664 Os ingleses tomam Nova Amsterd e a rebatizam de Nova York. 1707 A unio da Inglaterra com a Esccia d origem a Gr-Bretanha. 1759 O general James Wolfe toma o Qubec. 1776 As colnias americanas declaram-se independentes da Gr-Bretanha. 1781 George Washington alcana vitria decisiva em Yorktown. 1788 A Inglaterra ocupada como colnia penal. 1857 Foras britnicas impem o domnio imperial sobre a ndia. 1910 A Gr-Bretanha concede frica do Sul o status de domnio autnomo.

GUERREIROS A CAVALO

Tribos da Amrica do Norte A histria revela exemplos de grupos tribais que alcanaram a glria imperial. Mas nenhum imprio indgena, com sistema poltico centralizado, surgiu na poro da Amrica ao norte do Mxico. No entanto, diversas sociedades de indgenas americanos exerceram poder imperial de outras maneiras.

A liderana de Powhatan Os colonos ingleses que se estabeleceram em Jamestown, na Virgnia, no princpio do sculo 17, tiveram de se confrontar com o chefe Powhatan, cuja autoridade se estendia a cerca de 30 tribos na regio. Sem jamais aceitar a presena dos colonos, Powhatan legou a coligao tribal a seu irmo, que travou uma guerra incessante contra os ingleses at ser derrotado na dcada de 1640.

Atacantes e Mercadores A Confederao dos Iorqueses formou-se no norte do estado de Nova York durante o sculo 17. Constavam de cinco tribos Seneca, Cayuga, Onondaga, Oneida e Mohawk. Mais tarde, vieram os Tuscaroras. A confederao negociava peles por armas de fogo com os holandeses e os ingleses. Tais trocas levaram aliana com os britnicos; e resultaram em conflitos armados com os franceses e seus aliados indgenas. durante a Guerra de Independncia, duas das Seis Naes apoiaram os rebeldes, enquanto as outras permaneceram leais Gr-Bretanha. Foi o fim da confederao.

Guerreiros das Plancies Nenhum grupo tribal controlou um territrio to extenso quanto os comanches, que dominavam a regio sul das Grandes Plancies. Ali eles se estabeleceram no incio do sculo 18, depois que os ndios pueblos se rebelaram contra os espanhis no Novo Mxico, e foram os primeiros a usar os cavalos espanhis em combates. At meados daquele sculo, haviam derrotado os apaches e dominado terras onde viviam bfalos em abundncia. Embora fossem apenas 15 mil, os comanches incomodaram muito a ocupao espanhola do Texas. Alternando entre conflitos e negcios, eles conquistaram o respeito por parte dos pioneiros espanhis. S aps a Guerra da Sucesso, no sculo 19, os comanches foram obrigados a viver em reservas.

Nao Comanche Durante parte de sua histria, kiowas, comanches e apaches foram tratados pelas autoridades americanas como se fossem uma nica etnia. Mas, em 1966, os comanches se separaram, formando a Nao Comanche, com Constituio prpria. Hoje, ela conta com cerca de 14600 membros, dos quais 7800 vivem em Lawton-Fort Sill, no estado de Oklahoma.

Era um espetculo inesquecvel (...) Tanto os cavalos como os cavaleiros, recobertos de adornos (...) Fitas roxas ondeando do rabos dos cavalos medida que passavam a toda velocidade por ns (...) Realizando faanhas de montaria e coragem (...) de que s um comanche era capaz.- John Holland Jenkins, Plum Creek

Ordem Cronolgica Sc. 17 O chefe Powhatan consolida sua autoridade sobre trs dezenas de tribos na Virgnia. Dc. de 1840 Opechancanough, o sucessor de Powhatan, derrotado por colonos ingleses. Fim do sc. 17 A Confederao dos iroqueses torna-se poderosa graas a guerras e alianas. Meados do sc. 18 Comanches vencem os apaches e dominam as Grandes Plancies. 1786 O governador do Novo Mxico firma um acordo com o chefe comanche. 1821 O territrio do Texas passa a pertencer ao Mxico, recm-independente. 1845 O Texas anexado aos Estados Unidos e as autoridades tentam confinar os comanches. 1867 O Tratado de Medicine Lodge aceito entre governo e tribos das Grandes Plancies., Dc. 1870 O general Sherman obriga os indgenas a viver nas reservas.

PONTE ENTRE A SIA E A FRICA

Imprio Otomano

A dinastia otomana teve incio com Osman, um chefe turcomano cujo povo migrara da sia Central para a Anatlia. Por volta de 1300, os otomanos comearam a se apoderar dos domnios bizantinos. Em 1453, o sulto Mehmed II capturou Constantinopla, pondo fim aos 1100 anos do Imprio Bizantino. Mais tarde em 1517, Selim I, atravs da Sria, conquistou o Egito e ocupou os lugares santos muulmanos na Arbia. Soberanos em trs continentes O imprio teve seu auge sob a liderana de Solimo I; em meados do sculo 16, estendia-se da bacia do Danbio at a Mesopotmia e o norte da frica. No fim do sculo 17 comearia o declnio. At o final do sculo 19, revoltas nos Balcs e incurses das potncias europias levaram a perdas de territrios no norte da frica, na Europa e na Crimeia. Apenas em 1908, reformadores tentaram interromperam a decadncia por meio de um governo constitucional. Os seis sculos de domnio otomano chegaram ao fim durante a Primeira Guerra Mundial. E de seus escombros emergiu uma nova nao, a Turquia, que estabeleceu laos estreitos com o Ocidente.

Ordem cronolgica 1300 Osman, um chefe otomano, funda a dinastia otomana. 1453 O imperador otomano Mehmed II conquista o Imprio Bizantino ao tomar Constantinopla. 1501 Ismail I torna-se x da Prsia e lidera os xiitas contra os otomanos sunitas. 1514 Tropas otomanas vencem o exrcito do x Ismail em Chaldiran. 1520 Incio do reinado do sulto Solimo I, no pice do Imprio Bizantino. 1683 Os otomanos so derrotados em Viena, na ustria. 1807 Oficiais conservadores do corpo de janssaros derrubam o sulto Selim III. 1908 Os Jovens Turcos impem um regime constitucional restringindo o poder do sulto.

CONQUISTADORES DA NDIA

Imprio Mogul Desde o sculo 13, o Punjab, no norte indiano, era governado pelos sultes de Dlhi, muulmanos de ascendncia turcomana. Quando Babur tambm seguidor do isl e descendente de Tamerlo e de Gngis Khan iniciou a dinastia mogul e invadiu a ndia, em 1526, ele atendia ao pedido de um governador do Punjav em conflito com o sulto.

Mosquetes e Canhes O exrcito de Babur era menor que o do sulto que contava com 100 mil homens e mil elefantes de guerra. No entanto, as foras de Babur dispunham de armas de fogo, ao contrrio do oponente. Graas a elas, venceram as batalhas em Panipat, e, em 1529, Babur era o senhor do norte da ndia. Akbar, neto de Babur, ampliou os domnios moguls por meio de conquistas militares e acordos diplomticos. Apoiando-se em cls nobres hindus, em 1562, casou-se com a filha de um rajput, o qual, em seguida, lhe jurou lealdade. Akber no s tolerava adeptos de outras crenas como favoreceu o poder dos clrigos muulmanos ao se declarar como autoridade final nas questes islmicas. Dois dos maiores monumentos da ndia foram erguidos por Sha Janan, neto de Akbar: o Taj Mahal e o Forte Vermelho. Quando Shah Janan caiu doente, o terceiro filho, Aurangzeb, ascendeu ao trono aps derrotar irmos e rivais. Intolerante, ele perseguiu hindustas e siques; demoliu templos; e acabou provocando divises no imprio.

A jia da coroa O declnio da dinastia mogul criou uma oportunidade para a Companhia das ndias Orientais, que fez de Calcut a base da expanso dos interesses britnicos. Uma revolta em 1857 levou as tropas britnicas a impor o controle colonial, que se prolongou at 1947. E, quando veio a independncia, houve um custo dramtico, o da partilha do subcontinente entre a ndia de predominncia hindusta e o Paquisto muulmano.

Nur Jahar Casada com um soberano dbil, Nur Jahan (1577-1646) tornou-se uma das mulheres mais influentes na histria da ndia. Nascida Mehrunnisa, em uma famlia de nobre persas, era viva e tinha uma filha quando passou a fazer parte do harm imperial mogul. Em 1611, quando estava com 34 anos, o imperador Jahangir apaixonou-se e a adotou como sua 20 e ltima esposa. Foi ele que lhe deu o nome de Nur Jahan, Luz do Mundo. Enquanto Jahangir era viciado em pio e lcool, sua nova esposa era bela, inteligente e ambiciosa. Do harm em Agra, ela foi capaz de manipular com sagacidade a poltica tanto interna quanto externa. Aps a morte de Jahangir, em 1627, porm, acabou aliando-se a uma faco perdedora entre os filhos do imperador e morreu no exlio.

Por Deus, que eu no veja nosso imprio virar o brinquedo de um principie devasso! Mann Singh, retire o vu do amor de sua me que lhe cobre a cabea. Leve-o daqui e faa com que aprenda a sensatez nos escaldantes desertos da guerra. Hoje, confio em tuas mos o futuro dos moguls.- Imperador Akbar, O Grande, aps ver o mau comportamento do filho Ordem Cronolgica 1526 Babur invade a ndia e funda dinastia mogul. 1530 Morte de Babur, que sucedido por seu filho Humayun. 1555 Humayun reconquista Dlhi e retoma o poder. 1562 Akbar, herdeiro de Humayun, amplia seu poder ao casar-se com uma princesa hindu. c. 1632 O imperador Shah Jahan manda erguer o Taj Mahal, em memria da falecida esposa. 1658 Aurangzeb detm o pai, Shah Jahna, condena parentes morte e apodera-se do trono. 1739 Invasores originrios do Isl saqueiam Dlhi. 1757 Os britnicos afastam o rebelde nabado de Bengala e assumem o controle da reg