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NATÁLIA GERBER HOSTELLING INTERNATIONAL – HI HOSTELS: UM ESTUDO DE CASO DO PORTO ALEGRE HOSTEL BOUTIQUE/RS CANOAS, 2012

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NATÁLIA GERBER

HOSTELLING INTERNATIONAL – HI HOSTELS: UM ESTUDO DE CASO DO

PORTO ALEGRE HOSTEL BOUTIQUE/RS

CANOAS, 2012

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NATÁLIA GERBER

HOSTELLING INTERNATIONAL – HI HOSTELS: UM ESTUDO DE CASO DO

PORTO ALEGRE HOSTEL BOUTIQUE/RS

Trabalho de Conclusão apresentado ao Curso de Turismo do Centro Universitário La Salle – Unilasalle, como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Turismo.

Orientação: Profa. Me. Silvana Lehn

CANOAS, 2012

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RESUMO

Esta pesquisa tem como tema central os albergues/hostels. Para isso, foi necessário

discorrer sobre o turismo, meios de hospedagem, segmentação do turismo e turismo

de mochileiros. Para aprofundar a pesquisa sobre os hostels, foi feito um estudo de

caso do Porto Alegre Hostel Boutique, localizado em Porto Alegre – Rio Grande do

Sul. Tem como objetivos caracterizar os hóspedes do mês de fevereiro

do hostel supracitado, identificar oportunidades e benefícios que os estes possuem

ao se hospedar no hostel e apresentar o conceito de hostel boutique. É uma

pesquisa quali-quantitativa de caráter exploratório-descritivo com aplicação de

entrevistas aos hóspedes, de questionário com a proprietária do empreendimento e

coleta de dados das fichas de recepção. O trabalho apresenta um segmento de

mercado inovador que hospeda pessoas das mais variadas nacionalidades.

Palavras-chave: Turismo de Mochileiros. Meios de Hospedagem. Albergues. Hostel

Boutique.

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ABSTRACT

This research has as the main subject-matter hostels. For such, it was necessary to

discourse about tourism, accommodation means, tourism segmentation and

backpacking tourism. To deepen the study about hostels, it was done a case study

about the Porto Alegre Hostel Boutique, localized at Porto Alegre/RS. It has as

purposes to characterize the guests of February of the aforementioned hostel, to

identify opportunities and benefits they get by hosting themselves at the hostel and to

present the concept of boutique hostel. The methods used were the quanti-qualitative

with exploratory descriptive disposition. There was the weighing of bibliographic data

and case study. In the case study, there was the application of interviews for the

guests and a questionnaire for the idealizer and owner of the Porto Alegre Hostel

Boutique. Through researches and questionnaires it was possible to characterize the

the guests of February of the hostel, explain the concept of the boutique hostel and to

evidence the benefits and opportunities the guests can enjoy during their staying in

the Porto Alegre Hostel Boutique.

Key word: Backpackers. Accommodation Meas. Hostel. Boutique Hostel.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Tempos/espaços da hospitalidade humana ............................................. 12

Figura 1 - Sistema de Turismo - Modelo Referencial ................................................ 18

Figura 2 – Organograma Hoteleiro ............................................................................ 24

Quadro 2 – Sistema Brasileiro de Classificação ........................................................ 26

Quadro 3 – Segmentos do Turismo ........................................................................... 29

Quadro 4 – Surgimento dos Albergues da Juventude no Mundo .............................. 40

Quadro 5 – Classificação de acordo com o tamanho dos Albergues ........................ 43

Figura 3 – Organograma de um hostel de médio e grande porte .............................. 44

Quadro 6 – Classificação Hostelling International ..................................................... 45

Figura 4 – Porto Alegre Hostel Boutique ................................................................... 48

Figura 5 – Cozinha disponibilizada para uso dos hóspedes ..................................... 49

Figura 6 – Bruschetteria e cafeteria .......................................................................... 49

Figura 7 – Quarto Feminino...................................................................................... 50

Quadro 7 – Tarifas do Porto Alegre Hostel Boutique ................................................. 51

Quadro 8 – Valores para Mensalista ......................................................................... 51

Gráfico 1 - Sexo ........................................................................................................ 53

Gráfico 2 – Data de nascimento ................................................................................ 54

Gráfico 3 – Carteira HI .............................................................................................. 55

Tabela 1 – Profissão .................................................................................................. 56

Tabela 2 – País .......................................................................................................... 57

Tabela 3 – Hóspedes Brasileiros ............................................................................... 58

Gráfico 4 – Divulgação do Porto Alegre Hostel Boutique .......................................... 58

Gráfico 5 – Motivo da viagem .................................................................................... 59

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2 O TURISMO E A HOSPITALIDADE ..................... ................................................. 11

2.1 Primórdios da atividade turística ............. ........................................................ 12

2.2 Turismo e Serviços ............................ ................................................................ 14

2.3 Sistema de Turismo: SISTUR .................... ....................................................... 16

3 OS MEIOS DE HOSPEDAGEM ............................................................................. 20

3.1 Meios de hospedagem hoteleiros ................ .................................................... 21

3.2 Meios de hospedagem extra-hoteleiros ou alterna tivos ................................ 22

3.3 Organização e funções hoteleiras .............. ..................................................... 23

3.4. Classificação dos Meios de Hospedagem ........ ............................................. 24

3.4.1 Classificação Oficial ......................................................................................... 25

3.4.2 Classificação Comercial ................................................................................... 26

3.4.3 Classificação Independente ............................................................................. 26

4 SEGMENTAÇÃO DO TURISMO: TURISMO DE BACK PACKER / MOCHILEIROS

.................................................................................................................................. 28

4.1 Motivações e formas de turismo ................ ...................................................... 30

4.2 Turismo de back packer/mochileiro ....................................... .......................... 31

4.3 Histórico ..................................... ........................................................................ 32

5 ESTUDO DE CASO ............................................................................................... 34

5.1 Metodologia ................................... .................................................................... 34

5.1.1 Método de Pesquisa Adotado ........................................................................... 34

5.1.2 Amostragem ..................................................................................................... 35

5.1.3 Instrumento de coleta de dados ....................................................................... 36

5.1.4 Análise dos dados ............................................................................................ 36

5.2 Albergues da Juventude – Hostelling Internation al ....................................... 37

5.2.1 Histórico HI Hostels .......................................................................................... 39

5.2.2 Albergues da Juventude no Brasil .................................................................... 41

5.2.3 Classificação Albergues da Juventude no Brasil .............................................. 43

5.2.4 Princípios da marca Hostelling International – HI Hostels ................................ 45

5.3 Porto Alegre Hostel Boutique .................. ......................................................... 47

5.3.1 Tarifário do Porto Alegre Hostel Boutique ......................................................... 50

6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA .................. 53

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8

6.1 Ficha de Recepção ............................. ............................................................... 53

6.2 Considerações dos Hóspedes .................... ..................................................... 60

6.3 Considerações da Gestora ...................... ......................................................... 61

6.4 Destaques do Capítulo ......................... ............................................................. 63

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................ ....................................................... 65

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 67

APÊNDICE A – Roteiro de entrevista proposta a propr ietária do porto alegre

hostel boutique ................................... ..................................................................... 69

APÊNDICE B – Roteiro de entrevista proposta aos usu ários do Porto Alegre

hostel boutique ........................................................................................................ 70

APÊNDICE C – Entrevista com hóspedes na língua ingl esa ............................... 71

ANEXO A – Ficha de recepção utilizada pelo hostel boutique ............................ 72

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente um dos grandes destaques do panorama do turismo mundial é o

segmento do turismo de mochileiros. A cada dia cresce o número de pessoas que

optam por esse tipo de turismo, seja pela economia ou pelas oportunidades que

esse nicho proporciona. Os turistas que praticam esse tipo de turismo preferem se

hospedar em albergues ou hostels (termo usado na língua inglesa) por diversos

fatores, que serão apresentados neste trabalho. Na maioria das vezes, esses

turistas viajam desacompanhados e acabam encontrando outras pessoas que

possuem o mesmo propósito de viagem. Desta forma, possuem uma boa prestação

de serviço, com preço econômico e maior liberdade durante sua viagem.

Esta pesquisa possui como objetivo geral estudar e descrever os albergues da

juventude, especificamente o segmento dos hostels boutique. Como objetivos

específicos foi proposto identificar oportunidades e benefícios que os turistas podem

obter, se hospedando no Porto Alegre Hostel Boutique. Caracterizar o turista que

busca este mesmo hostel e descrever o segmento do turismo de mochileiros.

O tema central deste trabalho surgiu a partir do interesse da pesquisadora em

estudar o segmento dos mochileiros e os meios de hospedagem alternativos

utilizados por este grupo. Esses equipamentos, bastante utilizados no exterior, estão

ganhando cada vez mais espaço no Brasil. Desta forma, surgiu o interesse em

pesquisar um albergue da juventude no Rio Grande do Sul. Foi escolhido o Porto

Alegre Hostel Boutique, pelo fato de possuir o conceito de hostel boutique.

Para que fosse possível discorrer sobre o turismo de mochileiros e os

albergues da juventude, foi necessário pesquisar diversos temas, dentre eles, o

turismo, os meios de hospedagem e segmentação do turismo. O segundo capítulo

deste trabalho versa sobre os conceitos do turismo, bem como seus primórdios e

origens. É descrito também o conceito de hospitalidade e sua extrema importância

para a atividade turística, já que é vista como um dos princípios básicos dessa

prática. Ainda no mesmo capítulo, é apresentado o SISTUR, o qual consiste no

Sistema de Turismo, nesta etapa suas funções e interdisciplinaridade serão

abordadas.

Já no terceiro capítulo, serão abordados os meios de hospedagem,

aprofundando nos seus conceitos e origens. Os meios de hospedagem hoteleiros e

extra-hoteleiros serão conceituados e explanados, assim como a organização

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hoteleira. A classificação oficial, comercial e independente também surgem ao longo

do terceiro capitulo, buscando informar as possíveis formas de classificar um

equipamento de hospedagem.

No quarto capítulo, veremos a segmentação do turismo, suas possibilidades e

conceitos. Na segmentação, é possível identificar as diversas formas e motivações

que podem impulsionar as pessoas a buscarem a prática do turismo. Após

aprofunda-se no segmento de turismo de back packer/mochileiros, explicando no

que consiste esse nicho e sua história. Esse tipo de turismo tem ligação com o

assunto do quinto capítulo, visto que os turistas mochileiros buscam se hospedar em

albergues.

Após versar sobre o segmento dos mochileiros, iremos para o estudo de caso

desta pesquisa. No quinto capítulo, será apresentado o Porto Alegre Hostel

Boutique, equipamento de meios de hospedagem alternativo escolhido como objeto

de estudo desta pesquisa. Irá apresentar o histórico, conceitos, organização

organizacional, estrutural, serviços oferecidos e imagens do local. A metodologia

utilizada para a pesquisa, também está contida neste ítem. Foi utilizado o método de

pesquisa quali-quantitativo com caráter exploratório-descritivo. Como forma de

coleta de dados para o referencial teórico, foi realizada uma revisão bibliográfica e

pesquisa em sites. Como instrumentos de coleta de dados foram aplicadas

entrevistas, questionários e utilizados alguns dados da ficha de recepção para

alcançar os objetivos deste trabalho.

No sexto capítulo, é possível visualizar os resultados da pesquisa realizada,

assim como a análise dos dados coletados. As entrevistas e questionários serão

descritos e analisados. Também no sexto capítulo, irá explanar o conceito de hostel

boutique, caracterizar o usuário e identificar oportunidades e benefícios que os

mesmos possuem ao se hospedar no Hostel Boutique.

Nas considerações finais, serão apresentados e destacados os principais

resultados alcançados com o trabalho. Espera-se que este trabalho seja de valor

para o turismo, para os meios de hospedagem alternativos e para o Porto Alegre

Hostel Boutique, pois tem como abordagem principal o turismo de mochileiro e os

albergues da juventude. 3

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2 O TURISMO E A HOSPITALIDADE

O princípio básico da hospitalidade vem do conceito da dádiva, que é saber

dar sem esperar uma retribuição. No turismo, esse conceito aplica-se no saber

prestar serviço com o máximo de qualidade sem garantia de retorno. A hospitalidade

deve ser um gesto de bem receber as pessoas e que para ser um ser humano

hospitaleiro basta ter gosto para receber esses convidados, não precisando de um

estudo especifico profissional. A hospitalidade deveria ser encarada com um foco

menos comercial com o objetivo de querer agradar os visitantes quando envolve

serviços turísticos. Há três diferentes tipos de hospitalidade em termos de espaço

social: doméstica, comercial, virtual e pública, que serão posteriormente

apresentados (CAMARGO, 2004).

Atualmente há dois estudos sobre hospitalidade. A hospitalidade francesa que

engloba hospitalidade doméstica e pública será apresentada no quadro 1. Nesse

conceito, ocorre o fenômeno de dar, receber e retribuir. A hospitalidade americana

aborda a hospitalidade comercial, como encontramos em alguns serviços turísticos,

nos contratos com agências de viagens, operadoras, companhias de transportes,

restaurantes e hotéis.

Hospitalidade pode ser definida como o ato humano, exercido em contexto doméstico, público e profissional, de recepcionar, hospedar, alimentar e entreter pessoas temporariamente deslocadas de seu hábitat natural (CAMARGO, 2004, p.52).

Há quatro processos fundamentais para que ocorra a hospitalidade. O receber,

que é acolher de maneira gentil aqueles que estão chegando, para que se sintam à

vontade no local que estão visitando. O hospedar, que visa oferecer uma moradia

temporária, sendo ela uma hospedagem doméstica ou comercial. O alimentar, que é

a etapa em que se deve oferecer um serviço de alimentos e bebidas para o

hóspede. E o entreter, que tem como objetivo proporcionar momentos de distração e

de lazer aos convidados, fazendo com que cada experiência seja marcante e

cativante durante o período fora de casa.

O quadro abaixo mostra as relações entre os processos e as ações que são

consideradas básicas para o conceito de hospitalidade.

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Quadro 1 - Tempos/espaços da hospitalidade humana

Recepcionar Hospedar Alimentar Entreter Doméstica Receber

pessoas em casa de forma intencional ou

casual

Fornecer pouso e abrigo em casa para pessoas

Receber em casa para refeições e banquetes

Receber para recepções e

festas

Pública A recepção em espaços e

órgãos públicos de livre acesso

A hospedagem proporcionada pela cidade e

pelo país, incluindo

hospitais, casas de saúde, presídios

A gastronomia local

Espaços públicos de

lazer e eventos

Comercial Os serviços profissionais de

recepção

Meios de hospedagem

A restauração Eventos e espetáculos;

espaços privados de

lazer Virtual Folhetos,

cartazes, folders, internet,

telefone, e-mail

Sites e hospedeiros de

sites

Programas na mídia e sites

de gastronomia

Jogos e entretenimento

na mídia

Fonte: Camargo (2004, p. 84).

Os turistas precisam de acolhimento durante suas viagens, e a hospitalidade

é diretamente ligada a esse fator. Desde o principio da atividade turística, assunto

abordado no próximo item, a hospitalidade é um dos princípios do turismo

(CAMARGO, 2004).

2.1 Primórdios da atividade turística

Como aponta Barbosa (2002), desde os primórdios da humanidade há relatos

de deslocamentos em diferentes aspectos. No aspecto mítico-religioso, os primeiros

deslocamentos ocorreram na viagem em busca da sobrevivência. Esses relatos são

conhecidos na história da arca de Noé e também nos registros da viagem de Moisés

juntamente com a população de Israel para a Terra Prometida.

Na visão da antropologia, as viagens tiveram início na Idade da Pedra,

quando os homens eram nômades e se deslocavam por outros propósitos, como em

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busca de alimentos, abrigo e instrumentos para caça. Após esse período,

começaram a surgir as primeiras evidências de viagens com cunho comercial. Esse

fato deu-se na Idade do Ferro, quando o homem buscava encontrar metais e outras

matérias primas. Já a Era Moderna das viagens foi marcada quando a moeda foi

criada pelos babilônios, cerca de 4.000 a.C, pois foi quando os indivíduos podiam

pagar pelo transporte e alojamento na Idade Antiga. Fala-se muito que foi a

população da Babilônia que deu origem as primeiras atividades turísticas. Há

também a influência dos gregos no turismo, que viajavam a desejos dos deuses da

sua mitologia e para a participação nos Jogos Olímpicos. Mas quando mencionamos

cruzeiros, os egípcios foram os pioneiros, criando a modalidade de cruzeiros fluviais,

ou seja, em água doce.

Ainda sobre a origem do turismo, Ignarra (2001) escreveu que foi no Império

Romano que o turismo de saúde foi praticado pelas primeiras vezes, quando a

população se deslocava em busca das águas termais. Esse momento representa o

início do turismo de lazer, pois os romanos viajavam centenas de quilômetros por dia

em busca dos templos. O turismo cultural teve origem na Idade Média, quando as

famílias das classes sociais elevadas começaram a mandar seus filhos para estudar

no exterior com o objetivo de obter diferentes experiências culturais, sociais e

profissionais. Essas viagens eram chamadas de Grand Tour e eram uma espécie de

intercâmbio cultural.

O desenvolvimento de uma atividade depende de outras atividades, e o

turismo se desenvolveu juntamente com as estradas, ferrovias e barcos a vapor. Foi

a partir do século XIX que as ferrovias permitiram viagens mais longas em períodos

menores de tempo. O inglês Thomas Cook, em 1841, foi o pioneiro do turismo de

massa, pois organizou a primeira excursão, foi uma viagem de trem para mais de

550 pessoas entre duas cidades da Inglaterra. Como se esperou, a viagem foi bem

sucedida e fez com que ele continuasse organizando viagens para grupos. Ignarra

(2001) considera Cook como o inventor da primeira agência de viagens do mundo.

Com os barcos a vapor, as viagens intercontinentais começaram ser mais frequentes

e periódicas, porém foi com a aviação que ocorreu a popularização da prática do

turismo.

Segundo Barreto (2003), no século XIX, foi quando as viagens internacionais

de trem e de navio tomaram grandes proporções. Logo após, com o surgimento dos

automóveis, durante a primeira guerra mundial, o turismo sofreu um grande

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crescimento e os carros passaram a ser o principal meio de deslocamento. Porém,

somente após o término da primeira guerra mundial foi que o turismo tornou-se uma

prática possível para todas as classes sociais e não somente um privilégio da elite.

Após a segunda guerra mundial surgiram os aviões, diminuindo o tempo de

viagem entre as cidades, estados, países e continentes. Esse fato fez o turismo dar

um grande passo em seu desenvolvimento, já que se tornou possível conhecer

novos lugares gastando menos tempo de viagem. No século XXI, com a

globalização e o uso da internet foi quando a atividade turística sofreu grande

expansão e se tornou uma atividade popular para todos (BARRETO, 2003).

Após a apresentação do histórico do turismo, os conceitos e os serviços do

turismo serão abordados no próximo item.

2.2 Turismo e Serviços

Segundo a Organização Mundial de Turismo, (OMT, 2001) o turismo é o

deslocamento de pessoas a uma determinada localidade, motivadas por diversos

fatores. O turismo é composto por atividades desenvolvidas por visitantes ao longo

de viagens e estadias, em locais situados fora do seu local habitual, por um período

menor que um ano, para fins de lazer, de estudos, de negócios, entre outros. Por se

tratar de uma prestação de serviços, o turismo é considerado intangível, simultâneo

e perecível. “A intangibilidade, a simultaneidade, a perecibilidade e a residualidade

são algumas das particularidades, cuja compreensão é fundamental para todos que

atuam na área” (ALDRIGUI, p 14, 2007).

Os serviços turísticos não podem ser tocados, pois não se tratam de bens

materiais. O serviço vendido oferece uma experiência, e não há possibilidades de

troca após usufruir, por isso há uma grande preocupação na excelência no

atendimento aos turistas e visitantes. A experiência que vai determinar a qualidade

do serviço e influenciar a opinião do cliente que o está usufruindo, é o que se

denomina intangibilidade (FEIJÓ, 2001). O turismo é considerado o serviço mais

perecível do mundo, pois não há possibilidades de guardar em estoque o que não foi

utilizado, como por exemplo, não há como utilizar o quarto de um hotel que ficou

vazio durante uma noite na próxima noite. É a característica da perecibilidade

(FEIJÓ, 2001).

A simultaneidade é também conhecida como o momento da verdade, hora em

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que ocorre a prestação de serviço. Por ser intangível, o cliente presencia o processo

desde o início, juntamente com o profissional que está prestando o serviço

contratado. A produção acontece simultaneamente com o consumo, se houver

alguma falha, o cliente irá perceber, pois está presente no momento da construção

do produto. Por isso, Aldrigui (2007) considera importante que toda a equipe

envolvida esteja preparada para receber todo e qualquer tipo de cliente.

A residualidade é a etapa após a finalização dos serviços, o que resta para o

turista é a lembrança da experiência vivida, por esse motivo é de suma importância a

qualidade no atendimento para a satisfação dos contratantes dos serviços

(ALDRIGUI, 2007).

A oferta turística é formada pelos meios de hospedagem, meios de

transportes, serviços de alimentação, receptivo local, entretenimento, atrativos

turísticos, seguro-viagem, infraestrutura, saneamento básico, serviços de

comunicação, segurança, serviços de saúde, entre outros. São os produtos turísticos

ativos no mercado turístico. Os meios de hospedagem podem ser hoteleiros, no

caso de hotéis, resorts, hotéis fazenda, hotel SPA e etc., ou podem ser extra-

hoteleiros, que podem ser albergues, pensões, casa de família e etc. (TAVARES,

2002, ).

Os transportes são os meios utilizados para chegar até o local visitado e

também para o deslocamento entre os produtos turísticos incluídos no roteiro,

podem ser aéreos, rodoviários, ferroviários, fluviais e marítimos. Serviços de

alimentação são os serviços utilizados para refeições, podendo ser no equipamento

de hospedagem ou em restaurantes da cidade. O traslado do local de chegada do

turista até o equipamento de hospedagem e o passeio de apresentação da cidade

(city tour) são operados pelo serviço receptivo local. Os locais visitados durante a

estadia em outra cidade são considerados atrativos turísticos, podendo ser naturais,

artificiais, culturais, históricos e etc. Atrativo, por definição, é tudo o que exerce

poder de atração, estímulo e incentivo (TAVARES, 2002).

Dias e Aguiar (2002) apontam que para o desenvolvimento da oferta turística

em determinada localidade é preciso que iniciativas privadas, a comunidade local e

o governo se unam. Todos os locais que possuem potencial turístico podem investir

no desenvolvimento, desde que um planejamento tenha sido feito. Assim, sendo

possível atrair a demanda para a localidade.

A demanda trata-se da busca por serviços ou produtos. Esse conceito, no

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turismo, abrange as pessoas que procuram o consumo e experiências em novos

lugares. A demanda turística é, portanto, o total de pessoas envolvidas em

atividades turísticas. É o número de turistas chegando e partindo, quantidade de

dinheiro gasto em uma localidade, entre outros dados estatísticos. Os clientes e

os consumidores, na demanda turística, nem sempre são a mesma pessoa.

Como exemplo, pode-se citar as viagens corporativas, viagens de negócios, em

que o empresário viaja, porém, quem financia é a empresa. Neste caso, o

empresário é o consumidor, mas a empresa é o cliente. Ou seja, o cliente é quem

paga os custos de uma viagem e o consumidor é o quem executa a atividade

turística (PALHARES; PANOSSO NETTO, 2008).

Palhares e Panosso (2008) classificam a demanda turística em duas partes.

A primeira é a demanda real, que se trata de quem está viajando e compreende as

estatísticas do turismo. E a demanda reprimida ou suprimida, que se trata de quem

quer viajar, mas sofre influência de fatores que impossibilitam.

Os turistas, como demanda, sofrem influência de variados fatores na hora

de decidir qual a oferta será usufruída. Entre esses fatores estão disponibilidade

de tempo e dinheiro, fatores sociais, psicológicos e técnicos. A oferta e a

demanda turística são essenciais para a prática do turismo, por isso conciliar

esses dois pontos é fundamental no planejamento turístico (DIAS; AGUIAR,

2002).

2.3 Sistema de Turismo: SISTUR

Para que um serviço seja bem executado é necessário um sistema como

forma de organização dessa atividade. Um sistema é o conjunto de fatores que

determinam o funcionamento de uma atividade, assim como todos os serviços, o

turismo também possui um sistema de funcionamento que engloba fatores que

influenciam na atividade (OMT, 2001)

No turismo, o sistema mais comum e predominante é o Sistema de Turismo

(SISTUR). Segundo Beni (2007), o sistema do turismo é um sistema aberto,

permitindo a identificação de suas características que se tornam dados deste. O

turismo é uma atividade interdisciplinar e, desse jeito, torna-se mais fácil analisar

particularidades do turismo em um contexto multidisciplinar. Beni (2007) estudou o

Sistur relacionando funções que estão presentes na atividade turística. Tais como as

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motivações das viagens, deslocamentos no espaço-tempo, meios de transporte,

tempo de permanência no destino, equipamentos de hospedagem, serviços de

alimentação e bebidas, recreação e entretenimento, distribuição dos bens e serviços

e também o comportamento e gastos do turista. Há também presente, no Sistur, o

contexto em que essas funções acontecem, podendo ser em ambiente natural,

cultural, social e econômico. Pode-se visualizar três conjuntos, o das relações

ambientais, organização estrutural e o das ações operacionais.

Como objetivo geral do SISTUR, Beni (2007, p. 47) cita:

Organizar o plano de estudos da atividade de Turismo, levando em consideração a necessidade, há muito tempo demonstrada nas obras teóricas e pesquisas publicadas em diversos países, de fundamentar as hipóteses de trabalho, justificar posturas e princípios científicos, aperfeiçoar e padronizar conceitos e definições, e consolidar condutas de investigação para instrumentar análises e ampliar a pesquisa, com a consequente descoberta e desenvolvimento de novas áreas de conhecimento em Turismo.

Beni (2007) também aponta os objetivos específicos. Estão entre eles:

classificar e identificar as motivações que influenciam a escolha dos turistas,

inventariar os recursos naturais e culturais para o planejamento do turismo e

recreação, projetar a oferta turística existente, identificar deficiências entre a oferta e

a demanda, criar modelos formais de relações das funções e operadores, planejar e

executar o desenvolvimento do produto turístico, entre outros. Podemos visualizar a

figura (figura 1) que apresenta o Sistema de Turismo.

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Figura 1 - Sistema de Turismo - Modelo Referencial

Fonte: BENI, 2007, p.50

O SISTUR é um sistema aberto, pois influencia e também sofre influência

pelos outros sistemas que são relacionados a ele. O conjunto das relações

ambientais é formado pelos subsistemas cultural, social, ambiental e econômico. Se

esses quatro subsistemas forem analisados de forma individual, são maiores que o

próprio Sistur. Concluindo que, fora do Sistema de Turismo são sistemas isolados,

porém dentro do Sistur são controladores e influenciadores do turismo (LOHMANN;

PANOSSO NETTO, 2008).

O conjunto da organização estrutural é formado pelo subsistema da

superestrutura e da infraestrutura. A superestrutura é a organização pública e

privada, ou seja, as secretarias municipais e estaduais do turismo, Ministério do

Turismo, conselhos, associações e demais organizações que visam o

desenvolvimento do turismo. A infraestrutura refere-se aos serviços urbanos,

saneamento básico, sistema viário e de transporte, e organização territorial

(LOHMANN; PANOSSO NETTO, 2008)

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O conjunto das ações operacionais é formado pelos subsistemas de oferta,

mercado, demanda, produção, distribuição e consumo. E representa a dinâmica do

Sistur. Na oferta, estão os serviços e bens oferecidos aos turistas, já a demanda

inclui um número de pessoas em um determinado tempo, que possuem

possibilidades de consumir os bens e serviços turísticos. Na parte da produção,

entram as empresas que oferecem os serviços e bens. No consumo, há os

processos que possuem relação com a decisão de compra dos possíveis turistas. E

o subsistema de distribuição engloba as ações planejadas para levar o bem ou

serviço de quem produz ao consumidor (LOHMANN; PANOSSO NETTO, 2008)

Dessa forma, o Sistur serve como ponto de referência da atividade

turística. Orientando, auxiliando e organizando o desenvolvimento e prática do

turismo, e também com suas ligações interdisciplinares (BENI, 2007).

No próximo capítulo, será abordado o histórico, conceito e classificações dos

meios de hospedagem.

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3 OS MEIOS DE HOSPEDAGEM

De acordo com Aldrigui (2007), há relatos de que os meios de hospedagem

são originários das civilizações persa, grega e romana, porém com características

muito diferentes das que temos conhecimentos atualmente. Eram hospedagem na

casa de amigos, parentes, ou até mesmo de estranhos, para descansar das viagens

e se alimentar sem custos. Nessas civilizações, esse gesto era visto, principalmente,

como um bom costume, um gesto de caridade e generosidade. Com o passar dos

anos esse conceito foi sendo transformado em função da mudança das motivações

das viagens, que atualmente incluem motivos de negócios, estudos e lazer.

Aldrigui (2007) diz que a evolução dos meios de hospedagem deu-se

juntamente com a evolução dos meios de transportes, assim como o turismo. Na

Europa, os hotéis e as hospedarias começaram a se instalar perto das ferrovias de

trem, aguardando ter os passageiros do trem como hóspedes. Contudo, com o

desenvolvimento que trouxe o aumento da velocidade dos trens e melhorias nas

estradas, as viagens tiveram seu tempo reduzido, fazendo assim com que os

viajantes não tivessem necessidade de interromper a viagem para descansar em um

hotel. A partir desse fator, os hotéis começaram a aumentar sua capacidade e se

instalar perto dos grandes terminais, onde até hoje é possível vê-los nas grandes

metrópoles.

O Artigo 23 da Lei Geral do Turismo nº 11.771/2008 cita que:

Os empreendimentos e estabelecimento independentemente de sua forma de constituição, destinados a prestar serviços de alojamento temporário, ofertados em unidades de frequência individual e de uso exclusivo do hóspede, bem como outros serviços necessários aos usuários, denominados de serviços de hospedagem, mediante adoção de instrumento contratual, tácito ou expresso, e cobrança de diária (BRASIL, 2011).

O turismo e os meios de hospedagem fazem parte do setor terciário da

economia, ou seja, o setor de prestação de serviços. De acordo com Aldrigui (2007),

os meios de hospedagem são essenciais para que ocorra o fenômeno do turismo.

Economicamente falando, os equipamentos de hospedagem são a base do turismo,

pois é o setor onde os visitantes investem mais dinheiro durante uma viagem e

também o que oportuniza mais gerações de empregos diretos e indiretos. Os meios

de hospedagem são capazes de influenciar toda a viagem de um turista, começando

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21

pelo nível de conforto do equipamento até o atendimento dos colaboradores de um

estabelecimento, pois para o viajante todo o conjunto da viagem deve suprir as suas

expectativas.

Atualmente pode-se encontrar uma ampla tipologia dos meios de

hospedagem, apesar de o hotel ser um clássico equipamento de hospedagem e um

dos mais conhecidos, há outros empreendimentos do ramo da hospedagem. Há

uma grande porcentagem de turistas que tem tido preferência em se hospedar em

imóveis alugados, casa de amigos, parentes ou meios de hospedagem alternativos.

Os meios de hospedagens são divididos em dois distintos grupos, os equipamentos

hoteleiros e os equipamentos extra-hoteleiros, também considerados alternativos

(ALDRIGUI, 2007).

3.1 Meios de hospedagem hoteleiros

Hotel Padrão: possui UH’s1 com mobília apropriada, banheiro próprio e

serviço de alimentos e bebidas.

Hotel de Lazer: está localizado em locais de belezas cênicas, oferece serviço

de recreação e lazer.

Hotel Residência: ao contrário do hotel normal, esse cobra um determinado

valor semanal, dispõe de serviço de alimentos e bebidas, porém parcial.

Hotel Clube: possui um público-alvo específico, equipamentos de recreação

e lazer, geralmente são credenciados por clubes ou organizações associativas.

Hotel SPA (de Saúde): hotel destinado a pessoas enfermas e em tratamentos

estéticos e/ou contra a obesidade e possui equipamentos e serviços hospitalares.

Hotel Fazenda: hotel instalado em uma área rural com atividades de cunho

campestre.

Eco-hotel: estabelecimento sustentável, localizado em áreas de preservação

ambiental. Geralmente esse tipo de hotel é construído adaptando-se à realidade do

local escolhido, para não interferir no meio ambiente.

Hotel em Terminal de Transporte: localizado perto ou dentro de terminais, o

público-alvo são os passageiros em transporte.

Lodge: hospedagem específica para o turismo de aventura, caça e pesca,

1 ALDRIGUI, 2007, p. 93.

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são construções individuais em forma de cabanas e chalés.

Motel: localizado fora da área urbana, geralmente em estradas e

rodovias, possui quartos mobiliados e serviços de alimentos e bebidas e

garagem coletiva.

Timeshare: faz parte do timeshare, hotel comercial que vende títulos de

propriedade. O sócio pagante possui direito de usufruir dos equipamentos de um

determinado hotel em um determinado período pré-estabelecido.

3.2 Meios de hospedagem extra-hoteleiros ou altern ativos

Giaretta (2005) definiu os meios de hospedagem extra-hoteleiros ou

alternativos como um meio não convencional e mais atrativo, economicamente

falando, porém não possuem um serviço padrão como os meios de hospedagem

hoteleiros. A hospedagem alternativa faz parte dos meios de hospedagem extra-

hoteleiros, mas geralmente possui um grau de serviço menor do que os

equipamentos citados anteriormente. Beni (2000) conceitua alguns tipos de

empreendimentos extra-hoteleiros ou alternativos:

Pensão: l ocal familiar com caráter de alojamento, onde são locados quartos

individuais com serviço de alimentação, cujo banheiro é compartilhado com os

demais hóspedes.

Pensionato: pensão para estudantes e profissionais, onde se hospedam por

um longo período.

Colônia de férias: empreendimento que oferece equipamentos de lazer e

recreação para o período de férias dos hóspedes, podendo pertencer a associações

públicas ou privadas.

Pousada: estabelecimento de pequeno porte, muitas vezes de administração

familiar, oferece conforto e comodidade, porém não oferece um ambiente muito luxuoso.

Acampamento: local destinado a crianças e jovens para a prática de

atividades físicas, de lazer e recreação. Possui dormitórios coletivos separados por

gênero e procura estar situado em campos ou praias.

Imóvel de locação temporária: imóvel privado, onde o proprietário loca por

um determinado período, estabelecendo um valor por dia, podendo variar de acordo

com o número de hóspedes.

Já Giaretta (2005) apresenta as seguintes tipologias:

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Residência secundária: imóvel de temporadas, seja de veraneio, de férias,

feriados e finais de semana.

Alojamento de turismo rural: empreendimento em área rural, podendo ser

classificada como pousada, pensão, camping, albergue ou imóveis de locação.

Bed and breakfast: hospedagem em casa de família, onde é oferecido um

quarto individual ou compartilhado e refeições pré-estabelecidas entre hóspede e

anfitrião. É muito comum na Europa e nas viagens de intercâmbio.

Campings: espaço em meio à natureza, onde o hóspede leva a sua barraca

ou tem a opção de hospedar-se em chalés ou cabanas. Tem como característica um

ambiente descontraído e informal.

Albergue da Juventude ( HI2 Hostels): faz parte da associação internacional

e nacional de albergues, com um padrão de conforto e comodidade. Apresenta

tarifas relativamente baixa por diária para acomodação de curta duração.

Geralmente os dormitórios são separados por sexo, não possuindo banheiros

individuais, somente por quarto.

3.3 Organização e funções hoteleiras

Entre os meios de hospedagem vistos anteriormente, o mais comumente

utilizado é o hotel. Todos os equipamentos de hospedagem nomeados como hotéis

podem apresentar dois setores básicos: hospedagem e alimentos e bebidas

(ALDRIGUI, 2007).

O setor da hospedagem é o responsável pela experiência do hóspede. Esse

setor engloba as reservas, recepção, acomodação e estrutura do hotel. A recepção

mantém contato direto com o hóspede. Administram as chaves, mensagens, faturas,

informações e solicitações especiais. É também encarregada de fazer a entrada e a

saída do hóspede. Os serviços uniformizados são os porteiros, manobristas,

mensageiros e concierges3. Housekeeping ou governança é o setor que atua na

limpeza, arrumação, controle dos apartamentos, áreas em comum e lavanderia

(ALDRIGUI, 2007).

O departamento de alimentos e bebidas, também chamado de A&B, fica

2 Hostelling International (Será abordado no capítulo 6) 3 Concierge – Funcionário responsável para orientar e oferecer serviços personalizados em um hotel. (ALDRIGUI, 2007, p. 62)

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responsável pelo serviço de alimentação de um hotel. Cuida dos restaurantes,

eventos, bares, cozinhas e serviço de quarto. Há também os setores de

administração financeira, marketing, vendas, eventos, lazer e recreação,

manutenção, segurança, recursos humanos e tecnologia. Depende do porte,

localização e serviços que o hotel possui (ALDRIGUI, 2007).

Segundo Aldrigui (2007), não existe um modelo de organização padrão para a

hotelaria, porém há alguns modelos que são frequentemente utilizados. Pode-se

visualizar abaixo um dos organogramas citados pela autora:

Figura 2 – Organograma Hoteleiro

Fonte: Powers & Barrows (2004, apud ALDRIGUI, 2007, p. 57)

Neste modelo, um mesmo setor é responsável por diversas tarefas, pois,

como afirma a autora citada anteriormente, em um contexto de funcionários

qualificados, há uma diminuição de funcionários, levando a multifunção dos

colaboradores, podendo atuar em diferentes funções em um mesmo organograma

(ALDRIGUI, 2007).

3.4. Classificação dos Meios de Hospedagem

Aldrigui (2007) aponta que há três diferentes tipos de classificação dos

meios de hospedagem, sendo eles divididos entre oficial, comercial e

Gerente Geral

Divisão de Quartos

Departamentos Diversos

Departamento de

alimentos e bebidas

Produção de Alimentos

Recepção Servicos de funcionários

uniformizados

HouseKeeping

Restaurantes Banquetes Salão de Coquetéis

Serviço de Quarto

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independente.

3.4.1 Classificação Oficial

O Mtur (2011) define a classificação oficial dos meios de hospedagem

como um fator importante e essencial para orientar e guiar os turistas no

momento de escolher um equipamento para hospedarem-se. O Ministério do

Turismo também aponta a classificação como uma forma de oferecer uma

concorrência justa aos empreendedores do ramo hoteleiro. A classificação é

baseada em oito princípios estabelecidos pelo Sistema Brasileiro de Classificação

dos Meios de Hospedagem:

Legalidade: cumprimento das legalidades por parte dos equipamentos de

hospedagem.

Consistência: o estabelecimento deve seguir a coerência do processo para o

crescimento da competitividade do turismo nacional.

Transparência: o sistema brasileiro de classificação dos meios de

hospedagem deve transmitir uma informação transparente e precisa, fornecida aos

turistas.

Simplicidade: deve-se usar uma linguagem de fácil entendimento aos que

procuram a informação.

Agregação de Valor: o sistema de classificação deve agregar valores

positivos para os meios de hospedagem.

Imparcialidade: a classificação deve ser aplicada com base nas avaliações

do local.

Melhoria Contínua : há uma parceria entre o setor público e privado para

avaliar os requisitos, através de um processo de análise crítica.

Flexibilidade: devido à imensa variedade de equipamentos de hospedagem,

o sistema brasileiro de classificação é considerado flexível.

Há alguns requisitos que os avaliadores levam em consideração ao avaliar os

meios de hospedagem que buscam adequar-se ao Sistema Brasileiro de

Classificação. Itens avaliados: infraestrutura (instalações e equipamentos), serviços

e sustentabilidade (uso social e responsável dos recursos para a preservação do

meio ambiente). Para a classificação, um profissional do Inmetro vai ao local e avalia

os requisitos. Após o resultado, o equipamento será visitado periodicamente para

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verificação de manutenção dos itens levados em consideração. A classificação é

indicada por estrelas, variando de 1 estrela até 5 estrelas, dependendo da categoria

(SBCLASS, 2011).

Quadro 2 – Sistema Brasileiro de Classificação

Categoria Estrelas

Hotel De 1 a 5

Resort De 4 a 5

Hotel Fazenda De 1 a 5

Flat/Apart-Hotel De 3 a 5

Cama e Café De 1 a 4

Hotel Histórico De 3 a 5

Pousada De 1 a 5

Fonte: SBClass, 2011.

3.4.2 Classificação Comercial

A classificação comercial é definida pelo mercado consumidor. Pode-se

encontrar modelos dessa classificação nos guias de viagens e turismo. Geralmente

essa conceituação é feita a partir de avaliações gratuitas, por exemplo, o Guia

Quatro Rodas. Esse modelo de classificação avalia o conforto dos locais, usando

símbolos diversos que variam entre 1 e 5, de acordo com o nível de cada

estabelecimento. Esses fatores tornam os guias de viagem, instrumentos úteis e

confiáveis para o usuário que busca tais informações (ALDRIGUI, 2007).

3.4.3 Classificação Independente

Como pontua Aldrigui (2007), são classificações que os meios de

hospedagem criam. Na maioria dos casos, são redes ou grupos hoteleiros que

buscam essa denominação como forma de orientar a escolha dos usuários do

serviço de hospedagem. Usam essa classificação para identificar o nível de serviço

e luxo oferecido pelo hotel. Pode-se usar como exemplo os hotéis da Rede Accor

que possuem as seguintes bandeiras hoteleiras internacionais (ACCOR, 2012):

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Sofitel – hotéis de luxo da Rede Accor, possuem localização privilegiada,

gastronomia requintada e alto padrão de serviços.

Pullman – hotéis de alto nível, foco em viagens de negócios e eventos.

Mgallery – hotéis de alto padrão presentes em todos os continentes.

Grand Mercure – hotéis com consciência cultural refinada, são considerados

de alto padrão.

Suíte Novotel – hotéis com suítes de 30m², equipadas com pacote de

internet, telefone, filmes e músicas.

Novotel – hotéis planejados para receber turistas de lazer e negócios

possuem ambientes modernos e descontraídos.

Mercure – hotéis com boa qualidade de conforto e oferta de serviços da

hotelaria.

Íbis – hotéis de categoria econômica, padrão de qualidade internacional,

ambientes modernos e compactos.

Ibis Styles all seasons – hotéis confortáveis com café da manhã e acesso à

internet grátis.

Ibis Budget – hotéis modernos com tarifa econômica.

F1 – hotéis de baixo custo, com acomodações confortáveis.

Formule 1 – hotéis de categoria supereconômica. Possuem um

funcionamento prático, com padrão de qualidade internacional e preços justos.

No próximo capítulo, será apresentado a segmentação do turismo. Será

abordado também o segmento do turismo de mochileiros, suas origens e

conceitos.

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4 SEGMENTAÇÃO DO TURISMO: TURISMO DE BACK PACKER /

MOCHILEIROS

A segmentação é uma divisão de um grande grupo em pequenos grupos,

separados por interesses. Segundo Ansarah (2005), a segmentação do turismo é a

identificação de grupos de usuário de serviços turísticos, segundo suas

características e preferências. A segmentação ocorre para que as necessidades de

cada grupo possam ser atendidas conforme as peculiaridades e particularidades de

cada segmento.

Os mercados são compostos de compradores que diferem entre si em um ou mais aspectos, empresas que estão optando por segmentar em grupos de pessoas nas suas preferências e necessidades, e compradores com comportamento de compra homogênea quanto a gostos e preferências. As principais bases da segmentação dizem respeito à natureza dos fatores de homogeneidade que permitem considerar vários consumidores como pertencendo ao mesmo grupo (ANSARAH, 2005, p. 286).

Conforme Lohmann e Neto (2008), são utilizados critérios demográficos,

geográficos, psicológicos e econômicas para que a segmentação do mercado do

turismo seja possível. Atualmente, conta-se com inúmeros nichos. Apresentamos na

próxima página um quadro com os principais segmentos do turismo.

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Quadro 3 – Segmentos do Turismo

Critérios de segmentação Segmentos Idade Turismo infantil

Turismo juvenil Turismo de meia-idade

Nível de renda Turismo popular Turismo de classe média

Turismo de luxo Meio de transporte Turismo aéreo

Turismo rodoviário Turismo ferroviário Turismo marítimo

Turismo fluvial/lacustre Duração da permanência Turismo de curta duração

Turismo de média duração Turismo de longa duração

Distância do mercado consumidor Turismo local Turismo regional Turismo nacional

Turismo continental Turismo intercontinental

Tipo de grupo

Turismo individual Turismo de casais

Turismo de famílias Turismo de grupos

Sentido do fluxo turístico Turismo emissivo Turismo receptivo

Condição geográfica da destinação turística

Turismo de praia Turismo de montanha

Turismo de campo Turismo de neve

Aspecto cultural Turismo étnico Turismo religioso Turismo histórico

Grau de urbanização da destinação turística

Turismo de grandes metrópoles Turismo de pequenas cidades

Turismo rural Turismo de áreas naturais

Motivação da viagem Turismo de negócios Turismo de eventos

Turismo de lazer Turismo de saúde

Turismo de educacional Turismo esportivo Turismo de pesca

Fonte: Ignarra (2003, p. 120)

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Neste quadro, é possível observar que, para cada critério de segmentação há

diferentes tipos de atividade turística que podem ser praticadas. Dentro da

segmentação há diversas motivações para que um viajante busque por uma

determinada localidade e forma de turismo (LOHMANN e NETO, 2008).

A seguir, podemos visualizar as motivações e forma do turismo.

4.1 Motivações e formas de turismo

Como supracitado, no turismo, há diversos fatores que levam o viajante a

determinado local. De acordo com Dias (2003), existem seis principais motivações

que podem influenciar os indivíduos a deslocarem-se do seu local de residência

habitual, entre eles estão:

Visitas a parentes e amigos – trata-se de uma forma de turismo que há uma

responsabilidade familiar e social em visitar os amigos e parentes, pode ser também

quando os estudantes que moram durante o ano letivo em outras cidades voltem

para suas casas.

Negócios e motivos profissionais – viagem com cunho profissional, para

assinar contratos, fechar negócios, concluir compras de equipamentos, etc.

Tratamentos de saúde – é o turismo que tem como objetivo o tratamento

estético e de doenças, geralmente praticado em SPA, balneários e águas

termais.

Religião – turismo praticado com o objetivo de participar de eventos religiosos

ou com destino a cidades religiosas.

Outros motivos – equipes que trabalham em aeronaves, navios ou no

trânsito.

Lazer, recreação e férias – turismo destinado para o descanso e

divertimento.

Além das motivações, também existem diferentes formas de turismo. Cada

visitante busca a forma de turismo que possa suprir suas expectativas pessoais e

expectativa de viagem, buscando a segmentação que mais se adapta ao seu tempo,

espaço e âmbito de interesse. (LOHMANN; PANOSSO NETO, 2008).

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31

4.2 Turismo de back packer/mochileiro

Dentro da segmentação do turismo, entre outros grupos, existe o grupo dos

Mochileiros, também chamados como Back Packer. Atualmente, Back Packer é o

termo utilizado internacionalmente para identificar os turistas que viajam procurando

serviços econômicos com programação flexível e por conta própria. No Brasil, esse

segmento do turismo é conhecido como Turismo de Mochileiros. Esses viajantes

buscam conhecer variados pontos, que podem ser cidades, estados e países, em

uma única viagem, geralmente buscam interagir com a população local e não

procuram por luxo nos seus destinos (OLIVEIRA, 2005).

O propósito desse nicho é conhecer o máximo de locais possíveis com

preços acessíveis. Um dos princípios básicos dos mochileiros é a independência,

poder hospedar-se, visitar e conhecer pontos e pessoas (estrangeiras ou locais)

sem seguir um roteiro pré-determinado, pois o próprio viajante determina o seu

itinerário. Uma característica muito forte desse segmento é a interação com a

localidade, pois a maioria dos turistas mochileiros busca se mesclar com a

população e conhecer profundamente a cultura, hábitos e locais que os outros

turistas não buscam.

Quase sempre os back packers/mochileiros buscam se hospedar em

albergues da juventude, pela virtude da economia e de conhecer outros turistas que

estão viajando com o mesmo propósito: conhecer lugares e pessoas de forma

espontânea (OLIVEIRA, 2005).

Os back packers/mochileiros caracterizam-se por visitar, além dos principais atrativos turísticos, lugares pouco explorados, manter intenso contato entre os viajantes para troca de informações, hospedagens em locais econômicos como albergues da juventude, utilização de transporte público, consulta de guias de viagens internacionais e Internet, prática de atividades de entretenimento junto à natureza e desejo de conhecer mais e mais regiões do mundo (OLIVEIRA, 2005, p. 401).

Portanto, como cita Oliveira, 2005, são considerados mochileiros os turistas

que fazem um roteiro próprio e econômico, na maioria das vezes, sem

acompanhantes. Adaptando os lugares almejados ao seu tempo e orçamento.

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4.3 Histórico

O Turismo de Mochileiros é considerado umas das práticas mais antigas do

mundo do turismo. Há duas versões sobre a origem desse segmento. A primeira

versão, conforme Cohen (apud OLIVEIRA, 2005, p. 401), deu-se nos séculos XVII e

XVIII na Europa, quando esse tipo de deslocamento era denominado Grand Tour.

O Grand Tour eram viagens realizadas por jovens com alto poder aquisitivo

com o objetivo de estudar e obter experiências variadas, esses jovens eram sempre

acompanhados de professores. Ao passar do tempo, esse estilo de viagem foi se

adaptando conforme a classe social dos interessados, passando a ser um turismo

econômico e abrangente.

A segunda versão, segundo Adler (1985 apud OLIVEIRA, 2005, p. 401), é que

esse tipo de turismo flexível e econômico teve início durante as peregrinações da

classe trabalhadora e religiosa nos séculos XVII e XVIII, também no Continente

Europeu. Esse era o Grand Tour das classes com menor poder aquisitivo, pois os

viajantes e trabalhadores iam de vilarejo em vilarejo onde era possível obter

conhecimento, aprendizado e experiência de vida. Ao longo dos anos, essas viagens

começaram a ser cobiçadas também pelos jovens de classes sociais mais elevadas,

porém com o objetivo de praticar o turismo de lazer, de conhecer lugares e pessoas

sempre com baixo orçamento.

Após o descobrimento desse tipo de viagem, as escolas das vilas começaram

a transformar-se em dormitórios e alojamentos de férias. Foi também nessa época

que foi criada a Associação dos Albergues da Juventude da Alemanha. Após oito

anos da inauguração do primeiro albergue na Alemanha, já havia em média de 700

albergues no país, o que comprova o sucesso dos albergues da juventude na

Europa.

Ainda de acordo com Oliveira (2005), a década de 60 foi a impulsora do

turismo de mochileiros na América do Norte, durante a época hippie, quando os

turistas eram considerados marginais. Riley (apud OLIVEIRA, 2005, p.403)

apresentou na sua pesquisa que os mochileiros não eram marginais, e sim

pessoas que preferiam viajar sozinhas. Pessoas de classe média, bem

educadas, solteiras, graduadas e em fase de transição entre a adolescência e a

fase adulta.

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Conforme Oliveira (2005), a partir da década de 90, os mochileiros

começaram a ser vistos como turistas alternativos, que gostam de ter um contato

mais profundo com o seu destino e a população local, explorando o diferente e o

pouco conhecido. Na visão de um backpacker, cada cidade visitada é como se fosse

mais um item para a sua coleção de experiências. Nos dias de hoje, há uma

expansão nesse segmento devido à internet e a facilitação de acesso a informações

dos destinos, e com o crescimento dos turistas, cresceu também a oferta turística

dos locais. Atualmente, é possível encontrar albergues em quase todos os lugares,

principalmente da rede Hostelling International, que é também conhecida como HI

Hostels. A maioria dos mochileiros hospeda-se em albergues da juventude da Rede

HI Hostels, pelos fatores da qualidade dos serviços, economia, integração e

indicações dos guias turísticos.

O perfil demográfico dos mochileiros internacionais que visitam o Brasil foi

traçado em 2003 e aponta que a idade média desses turistas é de 27,8 anos,

maioria do sexo masculino, solteiros, e recém graduados dos estudos universitários.

Os mochileiros viajam, na maioria das vezes, sozinhos, pois é difícil arrumar um

companheiro (a) com a mesma disponibilidade de tempo, dinheiro e desejos de

conhecer as mesmas localidades (OLIVEIRA, 2005).

Outros pontos interessantes dessa modalidade de turismo é que os

mochileiros são totalmente independentes, pois os albergues possuem estrutura de

lavanderia, cozinha e sala de jantar que os hóspedes podem usufruir. O turismo back

packer/mochileiro vem crescendo nos últimos anos e apresentando uma grande

importância para o turismo mundial. Destaca-se o fato de que esse turista demonstra

uma preocupação econômica, sociocultural e ambiental (OLIVEIRA, 2005).

No capítulo 5, será apresentado o estudo de caso realizado durante esta

pesquisa.

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34

5 ESTUDO DE CASO

Este capítulo possui como objetivo apresentar a metodologia utilizada e o

Porto Alegre Hostel Boutique, o qual é o objeto de estudo deste trabalho de

conclusão.

5.1 Metodologia

O conhecimento é a base fundamental para a elaboração de planos, projetos

e pesquisas. O método cria um roteiro do que fazer, como uma orientação geral, e a

técnica estabelece o modo de como fazer. O método é um instrumento de controle. A

pesquisa fundamentada nos procedimentos de metodologia cientifica é a base para

entender a realidade e sua dinâmica. Toda e qualquer pesquisa possui um objetivo,

que consiste na busca de respostas para determinadas dúvidas e perguntas.

A pesquisa é um elemento estratégico indispensável para a liderança dos mercados e a determinação de futuros. Pesquisa é toda atividade voltada à solução de problemas. É a busca, indagação e investigação da realidade. A pesquisa baseia-se na observação dos fatos, que é à base de toda a investigação. A observação torna-se cientifica na medida em que serve a um objetivo formulado da pesquisa. (DENCKER, 1998, p. 24)

No turismo, essa procura de informações e conhecimento tem relação com

o contexto histórico e sociológico. O método determina o caráter científico da

pesquisa e é utilizado como uma ferramenta de controle para a pesquisa.

(DENCKER, 1998).

5.1.1 Método de Pesquisa Adotado

Este trabalho apresenta uma pesquisa quali-quantitativa. Conforme Gil (2002),

uma pesquisa quali-quantitativa é a fusão dos métodos de pesquisa qualitativos e

quantitativos. Na pesquisa qualitativa, as teorias são formadas através de análises

de dados de natureza geral sobre determinada questão. Na pesquisa quantitativa, o

pesquisador busca afirmar teorias com base em dados numéricos.

O caráter dessa pesquisa é descritivo-exploratório, pois tem como

finalidade analisar as características de uma organização, bem como os

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35

indivíduos que usufruem de seus serviços. Uma pesquisa exploratória

proporciona uma maior explanação sobre o objeto de estudo. Segundo Dencker

(1998), a pesquisa bibliográfica requer uma revisão da literatura já existente para

conceituação dos assuntos abordados. Nesta pesquisa, houve levantamento de

dados bibliográficos em livros e sites. Também foi realizado um estudo de caso,

que segundo Dencker 1998, é o estudo mais profundo do objeto de pesquisa.

Permite conhecimento e informações detalhadas. Abrange a verificação de

registros, entrevistas ou questionários e observação dos fatos em torno do objeto

de estudo.

Gil (2002) cita que as pesquisas descritivas têm como objetivo a descrição

das características do objeto de estudo. Utilizam-se técnicas de observação,

questionários e entrevistas na etapa descritiva. A entrevista é uma técnica de

interrogação que proporciona a obtenção de dados para a análise da pesquisa. Na

entrevista, o pesquisador conversa pessoalmente com o indivíduo. Já no

questionário, as pessoas respondem a perguntas abertas e fechadas diretamente no

papel, não conversando com o pesquisador.

Por isso, achou-se necessário propor uma entrevista semiestruturada aos

hóspedes do Porto Alegre Hostel Boutique, o qual é o objeto de estudo. E também

enviar um questionário estruturado com perguntas abertas e fechadas via e-mail

para a gestora do estabelecimento. Foram também utilizados dados da ficha de

recepção do Porto Alegre Hostel Boutique, a fim de levantar dados importantes e

essenciais para o andamento da pesquisa.

5.1.2 Amostragem

Quatro hóspedes do hostel em questão foram entrevistados no dia 18 de abril

de 2012. Responderam a entrevista os hóspedes que estavam disponíveis no salão

do café da manhã no momento da coleta de dados. Já o questionário foi enviado e

respondido pela gestora do hostel, via e-mail, no dia 05 de maio de 2012. Sobre as

fichas da recepção, foram utilizadas cento e duas fichas de usuários que estavam

hospedados no hostel entre o dia 01 e 29 de fevereiro de 2012.

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5.1.3 Instrumento de coleta de dados

O instrumento de coleta de dados consiste em uma ferramenta que o

pesquisador utiliza para impetrar informações necessárias e essenciais para a

análise (DENCKER, 1998). Visando a obtenção de informações necessárias para

alcançar os objetivos propostos, foi criado um questionário estruturado com

perguntas abertas e fechadas (conforme Apêndice A), este foi respondido pela

proprietária do estabelecimento. Também foram propostas aos hóspedes entrevistas

semiestruturadas com perguntas abertas e fechadas (conforme Apêndice B) com o

objetivo de obter dados sobre a hospedagem no Porto Alegre Hostel Boutique.

Pensando na possibilidade de entrevistar um hóspede de outro país, a mesma

entrevista foi criada também em inglês (conforme Apêndice C).

A ficha da recepção (conforme Anexo A) também foi utilizada e foi

disponibilizada pela gestora do hostel. Porém somente alguns campos da ficha

foram usados, pois não se achou necessário extrair as demais informações contidas

no formulário. O objetivo da utilização das fichas foi de impetrar dados que

caracterizassem o hóspede do período supracitado.

5.1.4 Análise dos dados

Os dados obtidos serão tabulados e apresentados em tabelas e gráficos,

construídos através do software Excel. Os gráficos irão apresentar os resultados

obtidos através das fichas de recepção, das entrevistas aplicadas e o questionário

enviado. A análise será construída pela autora desta pesquisa. As análises serão

subdivididas da seguinte forma:

- Ficha da recepção: apresentará os resultados obtidos através dos dados contidos

na ficha da recepção e sua análise.

- Considerações dos hóspedes: resultados das entrevistas com os hóspedes.

- Considerações da gestora do hostel: resultados obtidos através do questionário

enviado à administradora.

- Destaques do capítulo: irá pontuar os destaques apresentados com os resultados e

análises de pesquisa.

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5.2 Albergues da Juventude – Hostelling Internation al

Entre os muitos tipos de equipamentos de hospedagem, encontram-se os

albergues da juventude, que são conceituados da seguinte forma:

Albergue da Juventude é um meio de hospedagem econômico, que tem como objetivo reduzir custos de hospedagem em viagens, oferecendo padrões mínimos de qualidade a todos os participantes do sistema mundial (SEBRAE, 2011, p.1).

Os hostels são considerados um caso de sucesso entre os meios de

hospedagem, porque, apesar da globalização e padronização, conseguem se

adaptar à realidade e às peculiaridades de cada cidade em que se instala

(GIARETTA, 2005).

Hostelling International é uma associação de albergues da juventude que foi

fundada no ano de 1909 na Alemanha, quando seu nome era Youth Hostel, com o

objetivo de formar uma rede de hospedagem para jovens. Essa rede foi criada com o

intuito de ajudar e apoiar os jovens com poucos recursos econômicos a viajar e

conhecer o mundo (HOSTEL, 2011).

Como informa Hostel (2011), a média de arrecadação dos albergues é de 1,4

bilhões de dólares por ano. Desde o ano em que surgiram os hostels, o movimento é

considerado uma das maiores organizações associativas para a juventude mundial,

com um número de associados de cerca de 3 milhões. Através da Hostelling

International, os jovens têm a oportunidade de descobrir novos lugares, conhecer

pessoas de diferentes partes do mundo com culturas peculiares e uma troca de

experiências sociais.

A Rede HI, como é conhecida a Hostelling International, tem como objetivo

promover a educação da população jovem de todas as nações, mas especialmente

a população jovem com limites financeiros. Encorajando-os a obter conhecimento,

amor e cuidado com as localidades e apreciar os valores culturais e cidades no

mundo inteiro. Oferecer hostels ou outras acomodações onde não há distinção de

raça, nacionalidade, cor, religião, sexo, classe ou opiniões políticas e desenvolver

um melhor entendimento dos seus semelhantes em casa e fora de casa. Sua visão é

tornarem-se os mais recomendados hostels do mundo (PANORAMA HI, 2010,

tradução nossa).

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38

De acordo com Panorama HI (2010, tradução nossa), a atual presidente da

Rede HI é Edith Amoult-Brill. Ela foi reeleita em maio de 2010. Na sua declaração

para o relatório anual de 2010, a presidente citou que os albergues da Rede HI são

muito mais do que um lugar para ficar, eles são a base perfeita para descobrir novos

lugares, aprender diferentes culturas e fazer amizades duradouras. A Rede HI está

sempre aberta a mudanças para que possa melhorar e atingir as expectativas dos

hóspedes e membros. A rede também implantou a sua nova carta de

sustentabilidade em 2010, assim, como novas regras de ética e estratégia de

negócios.

O chefe executivo da Hostelling International, Mikael Hansson, mencionou

que em 2010 houve um aumento de 7% nos turistas internacionais buscando

acomodação nos estabelecimentos da rede, enquanto em 2009 houve aumento de

4%. A ferramenta de reservas online auxiliou o grande crescimento da ocupação dos

hotels, proporcionando cerca de um milhão e meio de pernoites reservadas através

do site. O número de visitas ao website cresceu 7.5% em comparação ao ano de

2009, e resultou em um crescimento de 22% na ocupação dos albergues,

principalmente nas Américas.

Em 2010, a Rede HI inaugurou um hostel dentro de um avião jumbo, próximo

ao aeroporto de Estocolmo, na Suécia. Inaugurou também um hostel dentro da

estação de trem na Escócia e um hostel em uma antiga igreja em Colônia, na

Alemanha. Assim, mostrando a inovação e criatividade que a rede está propondo ao

seus hóspedes (PANORAMA HI, 2010, tradução nossa).

O chefe executivo também citou os slogans que foram implementados no ano

de 2010 pela equipe de marketing e promoção: ‘Descubra a real experiência de um

albergue’ e ‘Diga olá para o mundo’. A qualidade, sustentabilidade, desenvolvimento

e membros são componentes que fazem a rede ser única. O time do marketing

também aplicou uma pesquisa de satisfação entre os hóspedes e os colaboradores

da Hostelling International e obteve a média de 87% de satisfação (PANORAMA HI,

2010, tradução nossa).

Conforme Panorama HI (2010, tradução nossa), os destinos mais procurados

em 2010 foram: França, Estados Unidos, Inglaterra, Argentina e Itália. Enquanto, os

que mais se hospedaram em hostels foram franceses, alemães, espanhóis,

americanos e brasileiros. Os melhores albergues de 2010 estavam situados em

Paris, São Francisco e Nova Iorque. Estados Unidos, Argentina, França, Noruega e

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39

Canadá estão entre os países em que a Hostelling International mais se

desenvolveu em 2010. Um hostel da Tailândia ganhou premiação como o melhor

hostel, votado pelos hóspedes. O albergue mais amigável e o mais eficiente estão

nos Estados Unidos. Sendo que o albergue mais confortável está na Austrália e o

mais limpo está no Japão.

5.2.1 Histórico HI Hostels

A história dos albergues da juventude teve seu início com Richard Schirmann,

que era um professor da Alemanha, país onde nasceu. O professor começou a

pensar sobre criar um meio de hospedagem alternativo quando estava viajando com

um grupo de alunos e foi pego de surpresa por uma tempestade inesperada. Isso fez

com que ele procurasse um local seguro para se proteger, e ele encontrou uma

escola na estrada. Três anos após esse acontecimento, foi inaugurado o primeiro

albergue na Alemanha. Com o surgimento desse novo equipamento de

hospedagem, a Europa notou uma grande oportunidade socioeconômica cultural, e

no ano de 1929 já era possível encontrar albergues em quase todos os países do

continente Europeu (HOSTEL, 2011).

Porém, nos anos seguintes, devido a Segunda Guerra Mundial, a maioria dos

albergues foi destruído e somente no fim da guerra, em 1945, o movimento dos

albergues da juventude retomou suas atividades, sendo uma forma de reintegrar a

população jovem da Europa. Quando se trata do Continente Americano, Giaretta

(2005) cita que somente em meados de 1930 é que esse novo estilo de

hospedagem foi implantado no continente. Já na América do Sul, a Argentina e o

Uruguai foram os pioneiros, ao abrir as portas dos albergues da juventude na

década de 1950, depois disso os países vizinhos também começaram a aderir à

ideia da Rede HI Hostels.

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40

O quadro abaixo apresenta o ano de surgimento e expansão dos Hostels pelo

mundo.

Quadro 4 – Surgimento dos Albergues da Juventude no Mundo

Ano País

1930 Inglaterra, Noruega e França

1931 Irlanda, Bélgica e Escócia

1932 Nova Zelândia

1934 Estados Unidos

1938

Canadá

1940

Austrália

1946

Marrocos e Tunísia

1949

Índia

1951

Paquistão e Japão

1954

Egito e África do Sul

1956

Argentina

1957

Quênia

1958

Uruguai

1959 Sri Lanka e Tailândia

1961

Brasil

1967 Coréia do Sul

1969

México, Chile, Peru, Colômbia, Costa Rica e Bolívia

Fonte: Hostel, 2011

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41

De acordo com Giaretta (2005), no início, os albergues não tinham

funcionários contratados, apenas voluntários. Mas, em meados da década de 1970,

essa situação foi sendo modificada e os voluntários deram espaço aos profissionais

do ramo, a fim de oportunizar melhorias para os albergues no mundo todo. A década

de 1980 marcou o início da sistematização do padrão mundial da marca Youth

Hostel, que posteriormente se tornou Hostelling International. Foi quando os líderes

do movimento começaram a pensar na questão tecnológica de criar um sistema de

reservas globalizado, a fim de facilitar as reservas.

Já na década de 1990 veio a preocupação com a satisfação dos clientes, o

meio ambiente, o marketing mundial, o planejamento estratégico da rede e a troca

de nome da marca Youth Hostel para Hostelling International. Foi também nessa

década que o sistema de reserva online foi ao ar pela primeira vez, desde então

trazendo comodidade, agilidade e eficiência para os turistas mochileiros. Nos anos

2000, foi estipulado o padrão de qualidade dos albergues e instituído o nome de Hi

Hostels para os albergues integrantes da rede (GIARETTA 2005).

Atualmente a rede gera 35 milhões de pernoites por ano em mais de quatro

mil hostels em cerca de 60 países em todos os continentes do mundo, em um

sistema de associação. Há três modalidades de associação, a primeira é a

carteirinha nacional que custa R$ 20,00 pela adesão, que é válida por um ano. A

segunda modalidade é a carteirinha internacional, que custa R$ 40,00 e vale por um

ano. A terceira opção é a carteirinha família que custa R$ 30,00 a nacional, válida

por um ano somente no Brasil e oportuniza aos associados a possibilidade de

hospedar-se juntamente com seu companheiro (a) e até dois filhos com idade

máxima de 18 anos. Com essas carteirinhas, o hóspede economiza em média 10%

do valor da diária com a associação (HOSTEL, 2011).

5.2.2 Albergues da Juventude no Brasil

Na década de 1960, Joaquim Trotta e Ione Trotta trouxeram a ideia dos

albergues da juventude para o Brasil. A ideia do casal surgiu durante uma viagem

para a França, onde eles fizeram uma visita a um hostel. A primeira fase de

implantação dos hostels foi teórica, quando o casal realizava palestras sobre os

albergues da juventude.

No ano de 1965, foi inaugurado o primeiro albergue da juventude no Brasil,

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42

localizado na cidade do Rio de Janeiro. Foi nomeado "Residência Ramos", pois era

situado no bairro de Ramos, e ficou aberto por oito anos. Durante esses anos,

também foram inaugurados outros dois albergues no país, os dois no estado de São

Paulo, um na capital e outro na cidade de Campos de Jordão. Porém esses

estabelecimentos foram fechados durante o regime militar pelo governo, que

alegava que os albergues eram locais para reuniões de jovens universitários

(HOSTEL, 2011).

Giaretta (2005) escreveu que no ano de 1966, foi criada a Associação

Brasileira de Albergues da Juventude (ABAJ). Na década de 1970, mais

precisamente no ano de 1971, foi inaugurada a Federação Brasileira de Albergues

da Juventude (FBAJ), que tinha sua sede localizada no Rio de Janeiro. Em 1974, a

associação Hostelling International notificou a Federação Brasileira que o Brasil teria

que fazer adaptações para se adequar ao padrão internacional.

Já em 1984, a Associação Paulista de Albergues da Juventude (APAJ) foi

inaugurada. Nesse período, a APAJ recebeu doação de quatro imóveis para dar

continuidade ao desenvolvimento do movimento alberguista. A década de 1980

oportunizou um grande impulso para os albergues no Brasil, momento em que João

Dória Júnior, na época presidente da Embratur, criou o Plano Nacional de Albergues

da Juventude. O presidente da Embratur, na época, contou com uma equipe

especializada em implantação de albergues e divulgação desse meio de

hospedagem (GIARETTA 2005).

Segundo Hostel (2011), os anos 1990 foram os mais importantes para o

desenvolvimento do turismo de mochileiros e dos albergues da juventude para o

Brasil. Foi nesse período que ocorreu a elaboração da matriz de controle de

qualidade dos albergues, implantação do sistema internacional de reservas online, a

preocupação com o meio ambiente, a oferta de cursos de capacitação profissional e

o manual de abertura e operação de Albergues da Juventude. Nos anos 2000, foi

quando o sistema de reservas online e o padrão das carteirinhas dos sócios

começaram a ser utilizados no nosso país.

Com base nos dados de Hostel (2011), atualmente o Brasil conta com mais

de 90 albergues credenciados pela Federação Brasileira de Albergues da

Juventude, que estabelece padrões, metas e diretrizes de desenvolvimento e

mantém contatos com as demais federações do mundo.

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43

5.2.3 Classificação Albergues da Juventude no Brasil

Conforme Giaretta (2005), que elaborou o quadro abaixo, pode-se ver a

classificação de acordo com o tamanho e a capacidade do estabelecimento.

Quadro 5 – Classificação de acordo com o tamanho dos Albergues

Albergue Brasil Internacional

Pequeno Porte Até 40 leitos Até 100 leitos

Médio Porte De 41 a 100 leitos De 101 a 300 leitos

Grande Porte Acima de 100 leitos Acima de 300 leitos

Fonte: Giaretta (2005, p. 434)

Os albergues de grande porte possuem uma estrutura mais formalizada,

com um quadro de colaboradores que apresenta cargos bem definidos e

distintos, possuem cerca de treze funcionários, entre eles estão seguranças,

camareiras, recepcionistas, auxiliar de alimentos e bebidas e colaboradores

administrativos.

Os estabelecimentos de médio porte apresentam uma média de oito

funcionários, entre camareiras, recepcionistas, segurança e pessoal de alimento

e bebidas. Os locais de pequeno porte possuem de dois a cinco colaboradores,

que se dividem entre as tarefas diárias de um albergue da juventude. É

apresentado, a seguir, um modelo de estrutura organizacional de um hostel que é

considerado de médio e grande porte.

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Figura 3 – Organograma de um hostel de médio e grande porte

Fonte: Giaretta (2005, p.435)

Conforme o site do Sebrae (2011), para um albergue da juventude fazer parte

da rede Hostelling International há algumas exigências que devem constar no hostel,

entre elas estão requisitos básicos:

-O imóvel deve estar situado em município de interesse turístico, em local de fácil acesso, próximo a um ponto de parada de transporte coletivo; -Poderá ser adaptado ou construído especificamente para uso permanente e exclusivo como albergue; -O albergue deve oferecer, no mínimo, 40 leitos, acomodação para guias acompanhantes e motoristas, quartos de família e de casal; -Deve ter um sistema organizado, higiene, limpeza, segurança, privacidade conforto.

E deve ofertar os seguintes serviços:

-Café da manhã servido pelo albergue; -Roupa de cama e banho; -Serviço de cofre; -Serviço de guarda de bagagens; -Ficha de registro de hóspedes e/ou livro; -Lavanderia; -Cozinha aberta para o alberguista; -Mural com informações sobre o albergue, quadros de horários de transporte local, etc.; -Quadro de chaves; -Recepção aberta 24 horas; -Participar do sistema de reserva das Associações; -Ter caixa de primeiros socorros; -Fornecer informações turísticas da região.

Diretoria

Supervisão de recepção

Supervisão de administração

Supervisão de manuntenção

Recepcionistas Recursos humanos e administração

financeira

Pessoal de manutenção

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As informações também apontam o seguimento das normas:

Todo Albergue da Juventude deve oferecer boa comodidade aos usuários do sistema, assim como higiene, segurança e privacidade. Além da garantia da oferta de padrões mínimos, todo albergue deve cumprir a carta do meio ambiente da IYHF - Federação Internacional de Albergues da Juventude - a qual estabelecer critérios para o consumo e conservação dos recursos naturais, política de reciclagem, conservação e proteção do meio ambiente. Todo albergue deve receber os inspetores de qualidade credenciados pela Federação Brasileira de Albergues da Juventude e fornecer-lhes todas as informações que forem solicitadas. Todo albergue, como franqueado da marca Hostelling International, Albergue da Juventude e derivação, deve cumprir todas as resoluções adotadas pela Federação Brasileira de Albergues da Juventude, caso contrário será desvinculado do sistema (SEBRAE, 2001).

De acordo com Giaretta (2005, p. 435): “A classificação dos hostels do

Brasil é feita pelo sistema de classificação privada, estabelecida e realizada

pela FBAJ (Federação Brasileira de Albergues da Juventude).” Ainda conforme

a autora, há três diferentes categorias de classificação que são definidas de

acordo com a pontuação que o estabelecimento alcança durante a vistoria no

processo de credenciamento do albergue, junto com a rede oficial da Hostelling

International (Hi hostels). Os fatores avaliados são: conforto, estrutura física,

atendimento, recepção, princípios filosóficos e prestação de serviços. Podemos

ver as categorias, suas pontuações necessárias e sua classificação no quadro

que será apresentado a seguir:

Quadro 6 – Classificação Hostelling International

Categoria Pontos Estrelas

Muito bom 380 a 476 * * * * *

Bom 285 a 379 pontos * * *

Regular 95 a 284 pontos * *

Fonte: Hostel, 2011

5.2.4 Princípios da marca Hostelling International – HI Hostels

A Rede Hi Hostels tem como filosofia principal que jovens possam

conhecer locais e culturas diferentes e aprendam a respeitar as peculiaridades da

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população local e a conviver em sociedade, contribuindo para formação do

indivíduo (HOSTEL, 2011).

Os hostels prezam pelo espírito de amizade, o sentimento de solidariedade e o desejo de viajar. Ser alberguista é, sobretudo, amar a liberdade, dignificar a convivência humana e o respeito. O sucesso do alberguismo repousa na Missão e na filosofia que estão enraizadas no movimento (HOSTEL, 2011).

A missão do Hi Hostels é fomentar a educação dos jovens, proporcionando

conhecimentos dos valores culturais dos locais visitados, afeto e cuidado com a

natureza, oferecer alojamento sem distinções de raça, nacionalidade, cor,

religião, sexo e classe social, para melhor entendimento entre os jovens do

mundo. A meta da Hostelling International é expandir a rede de albergues a

novos locais, para que os jovens do mundo tenham mais possibilidades de

descobrir o mundo. Uma porcentagem das receitas da Rede Hi Hostels é

direcionada para albergues que precisam de uma ajuda econômica para poder

continuar oferecendo seus serviços, o que demonstra uma preocupação social.

Uma parte das receitas também é destinada aos programas de sensibilização

ambiental nos albergues. A Hostelling International faz parcerias com os

governos e organizações beneficentes para conseguir fazer o turismo possível

para todos (HOSTEL, 2011).

Para promover a sustentabilidade e a boa convivência com o meio ambiente,

a Hostelling International criou sete principais normas que os albergues associados

devem seguir (HOSTEL, 2011):

Conservação da Energia: as associações devem controlar o consumo de

energia, deverão economizar a energia, deverão buscar fontes de energia

renováveis sempre que possível.

Reciclagem: os albergues deverão utilizar o maior número possível de

produtos reciclados. A separação de resíduos deve ser feita para demonstrar aos

usuários dos albergues da juventude o cuidado do hostel com a utilização dos

recursos do planeta.

Contaminação: os hostels deverão tomar medidas junto a órgãos públicos e

privados para diminuir o risco de contaminações devido aos lixos. A eliminação dos

resíduos deve ser ecologicamente correta.

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Transporte: as associações incentivarão o uso dos transportes públicos e

que os alberguistas compartilhem do mesmo automóvel, quando assim for. Os

albergues da juventude deverão fornecer informações sobre os transportes públicos

disponíveis no local e estacionamentos.

Natureza: os albergues irão colaborar com as reservas naturais e parques

nacionais criados para proteger o habitat dos animais e plantas e oferecer lugares

para descanso para pessoas. Se for possível, os albergues deverão cultivar um

jardim com plantas e árvores no seu território.

Educação meio ambiental: os albergues deverão ter material para

promover o cuidado com o meio ambiente e sempre fomentar as iniciativas como

mesmo cunho.

Consumo: as associações deverão considerar a quantidade do que

compra para consumo, sempre buscando produtos ecologicamente corretos e

eficazes para a promoção da sustentabilidade e diminuição do desperdício.

Sempre que for possível, se deverá utilizar: papel reciclado, alimentos locais,

materiais de construção apropriados, se possível de indústrias locais e

quantidades mínimas de produtos de limpeza químicos, a fim de proteger a saúde

e garantir a higiene dos hóspedes.

5.3 Porto Alegre Hostel Boutique

O Porto Alegre Hostel Boutique é o objeto de estudo desta pesquisa. Foi

inaugurado em novembro de 2011, está credenciado a Rede Hostelling International.

É um dos primeiros hostel boutique no Brasil e possui um conceito diferenciado: une

ao mesmo tempo conforto e tarifas econômicas. Hostel Boutique é um hostel com

um toque diferenciado na sua decoração interna, infraestrutura e no seu enxoval.

Encontra-se localizado na Rua São Carlos, número 545, no Bairro Floresta, da

cidade de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (H.BOUTIQUE, 2012).

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Figura 4 – Porto Alegre Hostel Boutique

Fonte: H.Boutique, 2012

Teve sua origem com o atual presidente da Hostelling International no Brasil e

a sua filha, que é a gestora do hostel. Eles foram os idealizadores e são os sócios

proprietários do Porto Alegre Hostel Boutique. O propósito é oferecer um serviço de

qualidade, com conforto e tarifas econômicas. No hostel, são oferecidos diversos

serviços entre: café da manha, bruschetteria4, cafeteria, cozinha (figura 5), e

lavanderia para uso comunitários dos hóspedes.

Conforme Oliveira (2005), os hóspedes possuem independência, pois os

albergues possuem estrutura de lavanderia, cozinha e sala de jantar, que os

hóspedes podem usufruir. Toalhas e roupa de cama são disponibilizadas sem

custos. Há também acesso gratuito à internet.

4 Bruschetteria – local onde é servido o prato italiano chamado Bruschetta (SABOR, 2012).

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Figura 5 – Cozinha disponibilizada para uso dos hóspedes

Fonte: H.Boutique, 2012

O mesmo salão de café onde é servido o café da manhã durante a noite

passa a ser um ambiente para descontração. Esse ambiente é chamado como

cafeteria e também bruschetteria, como se pode ver na figura 6.

Figura 6 – Bruschetteria e cafeteria

Fonte: H.Boutique, 2012

O estabelecimento também oferece passeios turísticos gratuitos. Pela parte

da manhã, propõe um passeio guiado pelo bairro Floresta, bairro onde está

localizado o hostel. E à tarde é oferecido um passeio guiado pelas ruas do centro

histórico da cidade de Porto Alegre. Ambos são guiados por profissionais

credenciados junto ao Ministério do Turismo (H.BOUTIQUE, 2012).

Conforme a classificação sobre o tamanho do hostel, que varia de acordo com

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50

o número de leitos, citado por Giaretta (2005), o Porto Alegre Hostel Boutique é

considerado um albergue de porte médio, pois possui quarenta e oito leitos que se

encontram divididos entre onze diferentes unidades habitacionais. Metade dos

apartamentos é destinado para casais ou famílias, oferecendo uma proposta

diferente de hospedagem em Hostel. São seis quartos privativos para famílias e

casais, três quartos com capacidade para seis pessoas e dois quartos com

capacidade para quatro pessoas (H.BOUTIQUE, 2012).

É um prédio que possui estrutura física de três andares, onde no primeiro

andar fica localizada a recepção, a bruschetteria e também a cafeteria. Já no

segundo piso da construção, é o local onde está instalada a ala feminina do

albergue. E no terceiro e último andar do casarão, está a ala masculina do hostel.

Pode-se, na próxima página, ver a imagem de um dos quartos da ala feminina

(H.BOUTIQUE, 2012).

Figura 7 – Quarto Feminino

Fonte: H.Boutique, 2012

5.3.1 Tarifário do Porto Alegre Hostel Boutique

As tarifas oferecidas pelo Porto Alegre Hostel Boutique variam de acordo com

o tipo de quarto e com a capacidade deste. O valor é cobrado em reais e em sistema

de diárias, ou seja, é cobrado por dia. O hostel também oferece serviço de

hospedagem para mensalistas, devido a grande procura. Os quartos dos

mensalistas estão estabelecidos em uma casa anexa ao hostel. O check in para os

hóspedes pode ser realizado a partir das 14 horas e o check out até às 11 horas na

recepção do hostel.

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O quadro 7, da próxima página, apresenta o tarifário completo (H.BOUTIQUE,

2012).

Quadro 7 – Tarifas do Porto Alegre Hostel Boutique

Apartamento Diária para

associados à Rede

HI

Diária para não

associados à Rede HI

6 camas sem ar condicionado

e com banheiro anexo

R$ 35,00 por pessoa R$ 45,00 por pessoa

6 camas com ar condicionado

e banheiro anexo

R$ 40,00 por pessoa R$ 50,00 por pessoa

4 camas com ar condicionado

e banheiro anexo

R$ 45,00 por pessoa R$ 55,00 por pessoa

Suíte com 2 camas e ar

condicionado

R$ 110,00 R$ 130,00

Suíte com 3 camas e ar

condicionado

R$ 135,00 R$ 150,00

Suíte com 4 camas e ar

condicionado

R$ 160,00 R$ 180,00

Fonte: H.Boutique, 2012

No quadro acima, podemos ver que o hóspede economiza em média 10% do

valor da diária sendo associado à Rede HI, conforme Hostel (2011).

Quadro 8 – Valores para Mensalista

Tipo de Apartamento Valor mensal por pessoa

Individual R$ 900,00

Duplo R$ 600,00

Triplo R$ 450,00

Fonte: H.Boutique, 2012

No quadro acima se observa os valores especiais para mensalistas. Os

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52

valores são individuais e variam de acordo com a capacidade do quarto. Neste valor,

há também café da manhã incluído. (H. BOUTIQUE, 2012).

Os resultados e análises das pesquisas realizadas podem ser visualizadas no

próximo capítulo.

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53

6 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA

Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos com os dados da

ficha de recepção, do questionário e entrevistas aplicadas com os sujeitos da

pesquisa.

6.1 Ficha de Recepção

Obtivemos os dados de 102 fichas de recepção, das hospedagens do dia 01

ao dia 29 de fevereiro de 2012. Os resultados serão expostos em gráficos e tabelas,

juntamente com a análise e descrição dos resultados.

Utilizou-se apenas alguns campos de informações da ficha de recepção,

pois não se achou relevante utilizar algumas das informações contidas na ficha

para caracterizar o hóspede. Foram utilizados os campos: sexo, data de

nascimento, carteira HI, profissão, país, como soube do hostel e motivo da

viagem.

Gráfico 1 - Sexo

Sexo

36%

64%

Feminino

Masculino

Fonte: Autoria Própria (2012)

De acordo com o gráfico 1, o segundo campo da ficha era sobre o gênero do

hóspede, sendo uma pergunta fechada. Sobre os resultados, 64% eram do sexo

masculino e 36% feminino. Assim, afirmando o que disse Oliveira (2005). O autor

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citou que quando foi traçado o perfil demográfico dos turistas de mochileiros, o sexo

masculino predominava.

Gráfico 2 – Data de nascimento

Data de nascimento

56%25%

12%

5%

2%

De 18 a 29 anos

de 30 a 39 anos

de 40 a 49 anos

de 50 a 65 anos

Mais de 65 anos

Fonte: Autoria Própria (2012)

O terceiro campo perguntava a data de nascimento em uma questão aberta.

Esses dados foram analisados e tabulados de forma que fosse possível visualizar a

faixa etária dos hóspedes. Conforme o gráfico 2, a maioria possui entre 18 e 29

anos, totalizando 56% dos hóspedes do mês de fevereiro de 2012. 25% têm idade

entre 30 a 39 anos, 12% de 40 a 49 anos, 5% de 50 a 65 anos e 2% possuem mais

de 65 anos de idade.

No capítulo 4 deste trabalho, foi destacado que o perfil demográfico do

turismo de mochileiros possuía algumas características próprias, conforme o autor

Oliveira (2005). Dentre essas características, podemos encontrar a idade média, que

é de 27,8 anos. O resultado que obtivemos no campo data de nascimento da ficha

de recepção confirma a teoria do autor, quando a maioria dos hóspedes de fevereiro

está na faixa etária entre 18 e 29 anos. Portanto, o público que frequenta o local é

predominantemente jovem.

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Gráfico 3 – Carteira HI

Carteira HI

42%

58%

Sim

Não

Fonte: Autoria Própria (2012)

O quarto campo consistia em uma questão fechada e perguntava se o usuário

possui a carteira de membro da Hostelling International. Do montante, 42%

responderam sim e 58% responderam que não são membros da Rede, o que pode

ser observado no gráfico 3. Segundo Giaretta (2005), os membros da Rede HI

possuem descontos na hospedagem em albergues credenciados à Rede. Porém, no

hostel estudado, o predomínio dos hóspedes de fevereiro não são membros da

Rede HI.

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56

Tabela 1 – Profissão

Fonte: Autoria Própria (2012)

O sétimo campo era uma questão aberta e tinha como objetivo obter

informações sobre a profissão. Entre as profissões citadas pelos usuários do hostel,

estavam, em sua maioria, estudantes, com 31%. Outras profissões como bancário,

farmacêutico, tradutor, analista de sistema, empresário, servidor público,

aposentado, diplomata, professor, contador, jornalista, garçom, músico, enfermeira,

Profissão

Quantidade em % por profissão

Estudante 31

Professor 8

Aposentado e Empresário 7

Não respondeu 5

Servidor Público 4

Jornalista 4

Garçom 4

Bancário 3

Analista de sistema 3

Consultor de Viagem 3

Farmacêutico 2

Tradutor 2

Contador 2

Músico 2

Enfermeira 2

Agente de vendas, 2

Personal Trainner 2

Agente administrativo 2

Aeronauta 2

Diplomata 1

Advogado 1

Publicitário 1

Bibliotecário 1

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57

agente administrativo, consultor de viagens, aeronauta, advogado, vendedor,

publicitário, personal trainner, bibliotecário também foram dadas como resposta a

essa questão. Uma porcentagem de 5% não respondeu a sua profissão.

Foi apontado por Oliveira (2005) que o perfil demográfico do turismo de

mochileiro observava a maioria estudante ou recém graduado dos estudos

universitários. Essa observação destaca o resultado obtido e exposto na tabela 1,

em que os estudantes representam a maioria.

Tabela 2 – País

Fonte: Autoria Própria (2012)

No décimo primeiro campo, era questionado o país de residência e consistia

em uma questão aberta. Conforme a tabela 2, o Brasil foi o país mais citado,

totalizando 74% dos hóspedes do mês de fevereiro. Austrália foi citada por 4%, a

Alemanha por 3%. França, Chile, Estados Unidos e Colômbia foram respostas de

2%. Seguidos pela Espanha, Áustria, Canadá, Suíça, Bélgica e Costa Rica, que

foram citados por 1% dos hóspedes. Em torno de 5% das fichas não possuíam

resposta sobre o país. Apesar do predomínio de hóspedes brasileiros, o público

estrangeiro também está presente, pelo fato do albergue ser credenciado a uma

País Quantidade em % por país

Brasil 74

Austrália 4

Alemanha 3

França 2

Chile 2

Estados Unidos 2

Colômbia 2

Espanha 1

Áustria 1

Canadá 1

Costa Rica 1

Suíça 1

Bélgica 1

Não respondeu 5

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rede internacional.

Tabela 3 – Hóspedes Brasileiros

Estado de origem Quantidade em % por estado

São Paulo 22

Rio de Janeiro 21

Minas Gerais 15

Distrito Federal 6

Rio Grande do Sul 5

Amazonas 2

Ceará 1

Paraná 1

Pernambuco 1

Fonte: Autoria Própria (2012)

Dentre os hóspedes que responderam ser residentes no Brasil, foram citados

como estado de origem Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará,

Pernambuco, Distrito federal, Curitiba, Rio Grande do sul e Amazonas. Conforme os

resultados da Tabela 3, pode-se concluir que a maioria dos turistas brasileiros que

buscam o Porto Alegre Hostel Boutique são oriundos da região Sudeste.

Gráfico 4 – Divulgação do Porto Alegre Hostel Boutique

Divulgação do Porto Alegre Hostel Boutique

Internet55%

Amigos12%

Guia4%

Já conhecia4%

Não respondeu25% Internet

Amigos

Guia

Já conhecia

Não respondeu

Fonte: Autoria Própria (2012)

O décimo sexto campo buscava obter a informação de como o usuário tomou

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conhecimento do Porto Alegre Hostel Boutique. Era uma questão fechada que

possuía quatro diferentes opções. Entre elas: internet, amigos, guias e já conhecia. A

maioria, com 55% ficou sabendo do estabelecimento via internet, 25% não

responderam, 12% por amigos, 4% por guias turísticos e 4% já haviam se

hospedado anteriormente no local, de acordo com o gráfico 4. O resultado deste

campo confirma e reforça que a internet e o sistema de reservas online

impulsionaram o crescimento dos hostels no Brasil. Assim como atesta a teoria de

Oliveira (2005), em que a maioria dos mochileiros hospeda-se em albergues da

juventude da Rede HI Hostels, pela facilidade de informações e reservas através da

internet e indicações dos guias turísticos.

Gráfico 5 – Motivo da viagem

Motivo da viagem

Estudos8%

Turismo54%Negócios

5%

Outros7%

Não respondeu26% Estudos

Turismo

Negócios

Outros

Não respondeu

Fonte: Autoria Própria (2012)

O décimo sétimo campo visava obter a informação da motivação principal da

hospedagem. Era uma pergunta fechada com quatro opções. Entre elas: turismo,

estudos, negócios e outros. Como esperado, a maioria, 54% responderam Turismo.

26% não responderam, 8% marcaram a opção de estudos, 7% vieram a negócios e

5% por outros motivos não citados, conforme gráfico 5. A motivação respondida

pela maioria dos hóspedes foi o turismo, que pode ser considerado o turismo de

lazer. Essa informação encontra o que citou Oliveira (2005), que esse tipo de turista

busca conhecer lugares nos seus períodos de lazer.

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60

6.2 Considerações dos Hóspedes

No dia 18 de abril de 2012, foi aplicada uma entrevista a quatro hóspedes do

Hostel Boutique. Foram entrevistados os hóspedes que estavam disponíveis no

salão de café da manhã e aceitaram participar da pesquisa. Durante a entrevista

(Apêndice B), foram feitas dez perguntas.

Entre os entrevistados, dois eram do sexo masculino e dois do sexo feminino.

Os participantes tinham idade entre 18 e 65 anos. Três dos entrevistados possuíam

o ensino superior completo e apenas um possuía o ensino superior incompleto. Essa

etapa da entrevista caracterizou os hóspedes que aceitaram responder as

perguntas. Diferentemente do que apresentou Oliveira (2005), e o resultado da ficha

de recepção, a maioria dos entrevistados possuía idade superior a 50 anos.

Sobre o país de origem, três responderam ser residentes no Brasil e um na

Argentina. Indicando o que foi apresentado nos resultados da ficha de recepção, que

a maioria dos hóspedes são brasileiros e reforçando que o Porto Alegre Hostel

Boutique também é procurado por estrangeiros. Quando perguntados se

costumavam se hospedar em hostels com frequência, dois dos entrevistados

responderam que sim e dois responderam que não. Dois participantes citaram que

era a primeira vez que estava se hospedando em um hostel. Enquanto um dos

entrevistados citou que costuma se hospedar neste tipo de meio de hospedagem de

uma a três vezes por ano. Esses dados apontam que há hóspedes que buscam

hospedar-se em hostel, sempre que possível nas suas viagens. Indicando que, o

turista que se hospeda em hostel tem tendência a sempre procurar esse tipo de

equipamento para ficar.

Do total do número de hóspedes que responderam à entrevista, três são

associados à Rede HI e um ainda não possuía a carteira de sócio, porém comentou

que pretende se associar. De acordo com Oliveira (2005), os associados

economizam cerca de 10% do valor da diária com a associação. De acordo com o

quadro 7, os hóspedes do Porto Alegre Hostel Boutique economizam de R$ 20 a

R$10,00 do valor total da diária quando são sócios da Rede HI.

Sobre a motivação da viagem e hospedagem no Porto Alegre Hostel

Boutique, foram obtidas diferentes respostas. Entre elas pode-se destacar a

localização e a tarifa econômica do estabelecimento. Como já havia citado Giaretta

(2005), os albergues oferecem acomodações confortáveis e tarifas econômicas. Os

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hóspedes citaram a localização, pois o hostel fica na aérea central da cidade,

próximo a lojas de conveniências, shopping center, estação de trem e terminais de

ônibus, assim facilitando a locomoção e respeitando as normas da Hostelling

International, que incentiva o uso dos transportes coletivos.

Na questão sobre os benefícios e oportunidades oferecidos pelo Hostel

Boutique, foram citados diversos pontos. O preço acessível que condiz sobre as

tarifas econômicas é um fator importante na visão da Hostelling International, pois

proporciona a oportunidade de viajar e conhecer novos lugares com baixo

orçamento. A possibilidade de conhecer novas pessoas e fazer amizades também foi

um dos pontos citados. Isso porque, como diz Oliveira (2005), o turista que se

hospeda em hoste, geralmente viaja sozinho, assim ficando disponível para

conhecer pessoas com o mesmo propósito de viagem.

Ainda na mesma pergunta, obtivemos como resposta o ambiente agradável, a

facilidade de comunicação, a organização, o bom atendimento, a praticidade e o

padrão de hospedagem com qualidade internacional como resposta. Esses

apontamentos são sobre a estrutura física interna e o comportamento organizacional

dos colaboradores do Porto Alegre Hostel Boutique. A partir da opinião dos

hóspedes, pode-se analisar que o Hostel Boutique possui uma boa qualidade de

atendimento, assim como de hospedagem.

Por fim, dois participantes fizeram comentários com assuntos relacionados ao

hostel. Um dos participantes da entrevista fez o seguinte comentário: “O hostel é

limpo, bem estruturado e possui padrão de bons hotéis”. O outro entrevistado

comentou que foi influenciado a buscar o Porto Alegre Hostel Boutique pelo seu

filho, que é universitário, e gostou muito da estadia. Complementando também que

albergue não é um meio de hospedagem somente para pessoas jovens, e que

sempre que vir a Porto Alegre, irá se hospedar no Hostel Boutique.

6.3 Considerações da Gestora

No dia 05 de maio de 2012, foi enviado e respondido um questionário via e-

mail para a gestora do Porto Alegre Hostel Boutique (Apêndice A). Neste

questionário, haviam questões sobre o Porto Alegre Hostel Boutique, sua

organização, funcionamento e origem.

Primeiramente foram questionados dados sobre a gestora. A administradora e

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62

idealizadora do hostel tem 28 anos de idade e é Bacharel em Administração. Antes

de abrir o estabelecimento, ela já possuía experiência na área de hostel por

aproximadamente sete anos.

Logo após, havia a questão sobre a diferença de conceito entre hostel e

hostel boutique. A gestora respondeu citando que, atualmente, o mercado dos

hostels está muito grande, e que um hostel boutique diferencia-se no design interior,

material diferenciado das roupas de cama e banho, espelhos, abajures e etc. Os

hostels boutique funcionam como albergues, porém com muito mais requinte.

Geralmente possuem mais segurança, conforto e design interior refinado. E, quase

sempre, há exposições de objetos, que podem ser adquiridos (HOSTEL-BOUTIQUE,

2012). Quando questionada sobre a idealização do hostel, a gestora respondeu que

trabalhou com hostels por algum tempo. Durante este período, ela percebeu o

crescimento da demanda por albergue em Porto Alegre, o que fez a administradora

pensar sobre a instalação de um novo equipamento deste tipo na cidade. Contudo, a

ideia principal surgiu quando o sócio dela fez uma viagem à China e hospedou-se

em diversos hotels boutique e gostou do toque diferencial e inovador.

Foi questionado também sobre os processos para que o albergue torne-se um

membro da Rede HI. A proprietária respondeu que há um manual explanando todos

os padrões da Rede HI, que devem ser cumpridos por todos os albergues. Após o

hostel estar pronto para funcionamento, um funcionário da HI visita o local para

verificação das normas especificadas no manual. Em seguida à visita, é verificado

se o local possui todas as adequações e padrões necessários. Caso o hostel possua

todos os pontos, enfim, torna-se um membro da Hostelling International.

O Porto Alegre Hostel Boutique possui quarenta e oito leitos e uma taxa de

ocupação média mensal de 50%. A média de noites que o hóspede costuma ficar no

Hostel Boutique é de uma noite. O tarifário do hostel segue os padrões da

Federação Brasileira dos Albergues da Juventude, que mantém normas e regras

sobre este quesito, com o objetivo de padronizar os albergues.

O Porto Alegre Hostel Boutique está instalado em uma estrutura de três

andares, com onze quartos. Há também um bar, cozinha, bruschetteria, lavanderia,

área de internet e área somente para os funcionários. A estrutura organizacional do

estabelecimento em questão é composta por dez funcionários e dois sócios

proprietários. O Hostel Boutique é considerado de porte médio pela quantidade de

funcionários e leitos, de acordo com o que escreveu a autora Giaretta (2005).

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Na questão sobre os benefícios e oportunidades que os hóspedes possuem

ao se hospedar no Porto Alegre Hostel Boutique, a administradora respondeu que

não possuem convênios ou parcerias, somente com a Rede HI, a qual tem preços

diferenciados para associados e não associados, proporcionando economia para

membros.

6.4 Destaques do Capítulo

Neste capítulo, observamos os resultados da pesquisa realizada durante este

trabalho. Primeiramente, foram apresentados os dados obtidos com a ficha de

recepção disponibilizada pelo Porto Alegre Hostel Boutique. Logo após,

apresentamos os resultados e análises das entrevistas aplicadas aos hóspedes e do

questionário respondido pela gestora do hostel. Nesta etapa, podemos destacar que

os resultados das pesquisas reforçam e destacam o que foi citado no referencial

teórico.

O autor Oliveira (2005) aponta que o perfil demográfico dos mochileiros

internacionais que visitam o Brasil foi traçado em 2003 e indica que a idade média

desses turistas é de 27,8 anos, maioria do sexo masculino, solteiros, estudantes ou

recém graduados dos estudos universitários. Nesta pesquisa, foram caracterizados

os hóspedes do mês de fevereiro, de 2012, do Porto Alegre Hostel Boutique. Nessa

caracterização, a maioria dos turistas possui idade entre 18 e 29 anos, são do sexo

masculino e estudantes. Também pode-se observar que a maioria dos hóspedes

reside no Brasil, totalizando grande parte da região Sudeste. Nos resultados, grande

parte dos usuários do mês de fevereiro ainda não é credenciada a Rede HI e

souberam do hostel através da internet e estavam em Porto Alegre motivados pelo

turismo de lazer.

Na entrevista aplicada aos hóspedes, pode-se observar algumas

considerações que estão conectadas com a parte teórica citada por Oliveira (2005).

O autor e os entrevistados destacaram que grande parte dos mochileiros hospeda-

se em albergues da juventude da Rede HI, por diferentes fatores: qualidade dos

serviços, economia, integração, facilidade de informações, reservas através da

internet e indicações dos guias turísticos, assim como a virtude de conhecer outros

turistas que estão viajando com o mesmo propósito de conhecer lugares e pessoas

de forma espontânea.

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64

No questionário proposto à gestora do Porto Alegre Hostel Boutique, pode-se

observar que o local possui cerca de dez funcionários. De acordo com Giaretta

(2005), um hostel que tem, em média, de oito a dez colaboradores é considerado de

médio porte.

Também foi descrito o conceito de hostel boutique. Estes possuem as

mesmas características de um albergue, mas atuam com um forte conceito de

decoração e design interior, preocupados em dar um toque de estilo ao hostel. E,

quase sempre, há a possibilidade de comprar os objetos expostos. (HOSTEL-

BOUTIQUE, 2012).

Portanto, podemos destacar positivamente este tipo de equipamento de

hospedagem, já que possuem um conceito inovador e boa qualidade nos serviços

prestados.

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65

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das pesquisas realizadas e apresentadas ao longo deste trabalho, foi

possível perceber que o turismo de mochileiros vem ganhando força e destaque no

panorama do turismo mundial e nacional. Essa prática está ganhando popularidade

no Brasil, principalmente entre os jovens, porque torna possível conhecer novas

localidades com valores acessíveis. Esse baixo custo está relacionado com o

principal meio de hospedagem utilizado pelos mochileiros que são os albergues,

também conhecidos como hostels na língua inglesa. Os albergues possibilitam que

grande parte da população possa viajar, oferecendo preços acessíveis de

hospedagem nos mais variados destinos no mundo. O valor da diária é mais baixo

quando o hóspede possui a carteirinha de associação da Rede Hostelling

International.

A Rede HI criou um novo conceito de hostel a partir da oferta do hostel

boutique. Os estabelecimentos que fazem parte desse conceito possuem

características de um albergue, porém com um forte traço de design interior,

decoração e diferencial de material utilizado no enxoval de cama e de banho. Há

também a possibilidade de adquirir objetos que se encontram expostos no local, que

muitas vezes, estão relacionados à cultural local.

Durante essa pesquisa foram também identificados os benefícios e

oportunidades que os hóspedes do Porto Alegre Hostel Boutique usufruem ao se

hospedar neste. Dentre esses benefícios e oportunidades estão a localização, a

praticidade, tarifas econômicas, qualidade de serviços, sistema de reservas online,

possibilidade de fazer novas amizades, ambiente agradável e arrojado. Também

podemos citar os passeios turísticos gratuitos oferecidos pela cidade, sempre

acompanhados por guias de turismo credenciados junto ao Ministério do Turismo.

A maioria dos praticantes do turismo de mochileiro e hóspedes de albergues

da juventude são jovens estudantes do sexo masculino que viajam a lazer. Através

das considerações dos hóspedes, foi possível obter dados que comprovam a boa

prestação de serviços prestados pelo Porto Alegre Hostel Boutique, suas tarifas

acessíveis que se tornam atraentes para os hóspedes, entre outros pontos. Nas

entrevistas, também foi possível obter dados sobre a motivação principal dos

hóspedes, que na sua maioria observou a localização como influenciadora na hora

da escolha. A maioria dos entrevistados respondeu que um albergue é um ambiente

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66

propício para conhecer novas pessoas e fazer amizades.

Diante das pesquisas realizadas, conclui-se que os albergues no Brasil estão

ganhando cada vez mais espaço nas viagens realizadas, tanto dos turistas

brasileiros, como de turistas estrangeiros. E que não são apenas os mochileiros que

optam por se hospedar em albergues, assim como não são apenas os visitantes

jovens e estudantes que ficam neste tipo de equipamento, apesar de representarem

uma grande porcentagem. De acordo com os dados coletados, foi possível identificar

hóspedes das mais diversas faixas etárias, bem como de países, profissões e

motivações de viagem diferentes.

Pode-se observar que os albergues da juventude da Rede HI são

considerados uma forma de hospedagem econômica e com boa qualidade nos

serviços prestados, pois seguem as normas e padrões estabelecidos pela Hostelling

International. A Rede HI tem como missão oportunizar aos jovens conhecimentos

dos valores culturais dos locais visitados, o cuidado com o meio ambiente,

oferecendo pouso em um local onde não há distinção entre raça, cor, nacionalidade,

religião, opção sexual ou classe social. Essa missão tem como intenção melhorar o

entendimento entre os jovens do mundo, colaborando de forma positiva no

desenvolvimento do turismo, dos meios de hospedagem e proporcionando

oportunidade de viajar com preços acessíveis.

Acredita-se que esse trabalho tenha apresentado um novo nicho de mercado,

inovador e com forte atratividade. Contudo, o estudo da temática não esgota as

problemáticas dos assuntos abordados no conteúdo desse trabalho, deixando

espaço para futuras pesquisas relacionadas ao assunto.

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67

REFERÊNCIAS

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DIAS, Reinaldo; AGUIAR, Mariana Rodrigues de. Fundamentos do turismo. Campinas, SP: Alínea, 2002. DIAS, Reinaldo. Planejamento do Turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. São Paulo, Atlas, 2003. FEIJÓ, Fernando Carrazedo. Marketing do Turismo : aumente sua bagagem. Santos : SENAC, 2001. GIARETTA, Maria José. Hospedagem Alternativa. In: TRIGO, L. G. G. et al. (orgs). Análises regionais e globais do turismo brasileiro . São Paulo: Roca, 2005, p. 797-803. GIARETTA, Maria José.Albergues da Juventude – Hi Hostels. In: TRIGO, L. G. G. et al. (orgs). Análises regionais e globais do turismo brasileiro . São Paulo: Roca, 2005, p. 422-436. H.BOUTIQUE. Disponível em:<http://www.hostel.tur.br>. Acesso em: 10 mar. 2012. HISTÓRICO. Disponível em: <http://www.hostel.org.br>. Acesso em: 25 nov. 2011.

Page 67: NATÁLIA GERBER - biblioteca.unilasalle.edu.br

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TAVARES, Adriana de Menezes. City tour. São Paulo: Aleph, 2002.

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69

APÊNDICE A – Roteiro de entrevista proposta a propr ietária do porto alegre

hostel boutique

Instrumento de Coleta de Dados - Roteiro de Entrevi sta: Este questionário faz parte de uma Pesquisa Acadêmica da Disciplina

Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de Turismo do Unilasalle e tem como

objetivo estudar o Porto Alegre Hostel Boutique. Suas informações são muito

importantes para o estudo supracitado. Portanto, contamos com sua colaboração

para responder as questões da entrevista proposta.

1. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade:

3. Formação:

4. Qual a diferença entre hostel e hostel boutique?

5. Como surgiu a ideia do Porto Alegre Hostel Boutique?

6. Você possui experiência na área da hotelaria?

7. Quais foram os processos para se tornar membro da Rede Hostelling

International?

8. Qual o número de UH’s?

9. Qual a taxa média de ocupação mensal do hostel?

10. Qual é a média de dias que seu hóspede fica no hostel?

11. Qual o valor da diária? Ela segue um padrão internacional?

12. Como é a estrutura física do hostel?

13. Como é a estrutura organizacional? Qual o número de funcionários?

14. Quais os benefícios e as oportunidades que os hóspedes possuem ao se

hospedar no Porto Alegre Hostel Boutique? Possui convênios e/ou parcerias com

outras empresas?

15. Espaço para comentários e/ou sugestões.

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APÊNDICE B – Roteiro de entrevista proposta aos usu ários do porto alegre

hostel boutique

Instrumento de Coleta de dados – Roteiro de entrevista com hóspedes do Porto

Alegre Hostel Boutique.

Prezado (a) Senhor (a):

Esta entrevista faz parte de uma Pesquisa Acadêmica da Disciplina Trabalho

de Conclusão de Curso, do Curso de Turismo do Unilasalle e tem como objetivo

estudar o Porto Alegre Hostel Boutique. Sua opinião é muito importante para a

realização deste trabalho. Observa-se que não é preciso a sua identificação.

Portanto, contamos com sua colaboração para responder a entrevista abaixo.

1. Gênero: ( ) Masculino ( ) Feminino

2. Idade:

( ) Menor de 18 anos ( ) De 40 anos a 49 anos

( ) De 18 anos a 29 anos ( ) De 50 anos a 65 anos

( ) De 30 anos a 39 anos ( ) Mais de 65 anos

3. Qual sua formação?

( )Ensino médio ( ) Ensino Superior Incompleto ( ) Ensino Superior Completo

4. Qual o seu país/estado de origem?

5. Você costuma se hospedar em hostels e com que frequência?

( ) sim ( ) não

6. Se respondeu sim na questão seis, assinale a frequência com que se hospeda em

hostels. Caso responda não, pule para a questão 7.

( ) Primeira Vez ( ) 1 a 3 vezes por ano ( ) 4 a 7 vezes por ano

( ) mais de 8 vezes ao ano

7. Você é associado à rede Hostelling International?

( ) Sim ( ) Não

8. Por qual motivo você escolheu o Porto Alegre Hostel Boutique para se hospedar?

( ) Localização ( ) Tarifas ( ) Serviços

9. Quais os benefícios que um hóspede possui ao se hospedar em um hostel?

10. Espaço para comentários e/ou sugestões.

Data:

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APÊNDICE C – Entrevista com hóspedes na língua ingl esa

Dear Guest:

This interview is part of an Academic Research for the End of Course Work

from Unilasalle and it has as the objective studying the Porto Alegre Hostel Boutique.

Your opinion is very important for the accomplishment of this work. You don’t need to

identify yourself. Therefore, we count with you collaboration answering this

questionnaire below.

1. Gender: ( ) Male ( ) Female

2. Age:

( ) Less than 18 ( ) 40 to 49

( ) 18 to 29 ( ) 50 to 65

( ) 30 to 39 ( ) More than 65

3. Graduations?

( )High School ( ) Coursing Bachelor’s Degree ( ) Complete Bachelor’s Degree

4. Where are you from?

5. Do you usually stay in hostels?

( ) Yes ( ) No

6. If you’ve answered YES for Question 5, Mark the best answer for how many times

have you been to hostels. If you’ve answered NO, answer Question 7 instead.

( ) First time ( ) 1 to 3 times/year ( ) 4 to 7 times/year

( ) More than 8 times/year

7. Are you a member of Hostelling International?

( ) yes ( ) no

8. Why did you choose Porto Alegre Hostel Boutique to stay?

( ) Location ( ) Prices ( ) Services

11. Which benefits a guest has staying in a hostel?

12. Comments and/or suggestions.

Date:

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ANEXO A – Ficha de recepção utilizada pelo hostel boutique