Naturale 18a edição

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A simbologia universal e os círculos nas plantações. Os Diplomados e os 100 anos da UNIFEI. A importância do estudo dos problemas urbanos e suas soluções. E muitos outros assuntos de interesse.

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2 A simbologia universal e os círculos nas plantações

6 Natureza e deslumbramento: construindo nanoestruturas sintéticas biocompatíveis

8 Responsabilidade social: uma das premissas da Helibras

9 A vivência da arte

14 A participação dos Diplomados da UNIFEI nos 100 anos da Universidade

17 Alunos do G9 são medalhistas na Olimpíada Brasileira de Astronomia

18 Por que seguir doses e horários corretos no uso de medicamentos?

20 Refrigerantes podem corroer os dentes

22 Alimentação viva para todos

24 A importância do estudo dos problemas urbanos e suas soluções

28 Santa Rita do Sapucaí está habilitada e receberá o ICMS Turístico 2013

Naturale é uma publicação da DIAGRARTE Editora Ltda

CNPJ 12.010.935/0001-38 Itajubá/MG

Editora: Elaine Cristina Pereira (Mtb 15601/MG)

ColaboradoresArticulistas: Aline Chaves, Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Ana Carolina Antunes Haddad, Bill Souza, Dra. Gracia Costa Lopes, Herika Nogueira, José Acácio Arruda, Marcelo Lambert e Rubens Pinto Pinheiro.

Revisão: Marília Bustamante Abreu Marier

Projeto Gráfico: Elaine Cristina Pereira

Capa: “Rose” Galaxies (Hubble-Nasa) e Crop Circle de Wiltshire, 1996

Vendas: Diagrarte Editora Ltda

Impressão: Resolução Gráfica Ltda

Tiragem: 3.000 exemplares impressos e 10.000 eletrônico

Distribuição Gratuita em mídia impressa e eletrônica

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Caro leitorNesta edição trazemos uma reflexão sobre a simbologia

universal. Ao observarmos as formas geométricas verificamos que elas estão inseridas o tempo todo a nossa volta, não só nos materiais que utilizamos como também na natureza, no univer-so e nas antigas civilizações.

No estudo das proporções de formas geométricas chegou- se ao “número de ouro” ou “proporção áurea”, designado como um dos números mais misteriosos e enigmáticos, que apare-cem numa infinidade de elementos da natureza sob a forma de uma razão. Trata-se de uma constante real algébrica irracional e considerada, por muitos estudiosos do passado, como uma oferta de Deus ao mundo, pois está relacionada com a natureza do crescimento. Essa proporção aúrea aparece nas plantas, no DNA, no comportamento da refração da luz, dos átomos, nas vibrações sonoras, nas espirais das galáxias, nos marfins dos elefantes, nas ondas do oceano, nos furacões, no corpo huma-no, enfim, em toda constituição do universo.

Se passarmos agora a olhar para tudo que nos rodeia iden-tificando as formas geométricas e percebendo sua harmonia no que diz respeito às proporções, seja na folha de uma árvore, na anatomia do corpo humano ou de um animal, no formato de uma galáxia, em uma obra de arte ou de arquitetura, passamos a nos conectar com o sentido de “sagrado” e a despertar nosso interesse de como cada elemento repercute em nós.

Interessante que a partir da década de 1980 apareceram em plantações da Inglaterra e em outros pontos do planeta, inclusive no Brasil, desenhos enormes, alguns com até 300 m de diâmetro, todos feitos com perfeição e precisão, sem interrom-per o crescimento de nenhuma planta, apenas a curvando. Não temos o objetivo de dizer como foram feitos, mas convidar você leitor, a estar diante destas formas geométricas.

Perceber nossa ligação com o universo nos faz pensar que viver neste planeta transcende e muito a vida do nosso dia a dia. Chegamos ao fim de mais um ano, onde inconscientemente todos somos levados a refletir no que fizemos e no que quere-mos para o novo ano. Num momento da história em que nunca antes se falou tanto do final do mundo, talvez seja mais sensato considerarmos 2013 não só como o início de mais um ano, mas como o início de um período de maior clareza no que diz respei-to à condução do ser humano neste planeta e nos destinos que como humanidade pretendemos traçar.

Agradeço por poder trilhar este caminho com cada um de vocês, e que possamos juntos tornar realidade sonhos e proje-tos para um mundo de paz e harmonia. Feliz Ano Novo!

Boa leitura!

Elaine Pereira

Naturale18a edição Dezembro/Janeiro - 2013

ISSN 2237-986X

Wiltshire, jun 2008

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Naturaledezembro/janeiro - 2013

Caros leitores, tenho imenso prazer em trazer para vocês uma reflexão sobre os famosos círculos que constantemen- te aparecem em plantações, serras e em rochas por todo mundo, fato que se re-pete há muitas décadas e que sempre nos intriga. Afinal, quem são os verda-deiros autores desses círculos? E mais, qual o sentido agregado à sua confec-ção? E quais são as mensagens contidas em sua simbologia?

Vamos pensar um pouco sobre is-so...

É evidente que a proposta deste artigo não visa provar a origem desses símbolos. Não temos respostas objeti- vas ou provas contundentes quanto à procedência dos círculos, mas o inegá- vel é que cada um deles possui um vasto universo simbólico. Em muitos casos uma perfeição assustadora em

A simbologia universal e os círculos nas plantações

Por Marcelo Lambert

sua confecção e no seu resultado esté-tico.

Antes de pensarmos diretamente a questão, é fundamental lembrar que vá- rias civilizações antigas e grupos huma- nos sempre buscaram representar em forma de símbolos o seu cotidiano. Te-mos em quase todos os continentes esse tipo de manifestação e o que nos chama a atenção é o fato de que mui-tos desses círculos ou símbolos apenas podem ser vistos do céu, tornando a questão mais enigmática ainda, como o caso clássico do deserto de Nazca no Peru, onde observamos uma quantida-de imensa de símbolos representando animais, estradas, círculos e todos eles são vistos apenas do alto, trazendo a nós uma profunda reflexão quanto ao sentido e a utilização daquela estrutura representativa.

Relevante é a quantidade imensa de símbolos criados ao longo da história da humanidade para representar os anseios políticos, sociais, religiosos. Todos os dias a arqueologia encontra novos sítios que demonstram essas representações no solo, e na maioria das vezes, enten-der o sentido e o valor estético é muito complexo pois cada símbolo remete a uma mentalidade ou “universo” cultu-ral daquelas pessoas que o criaram ou àquela civilização. Mas o que hoje leva a surgir da noite para o dia esses círculos em propriedades rurais? E não apenas isso, quais as verdadeiras intenções? E quem os confecciona?

Ao que tudo indica e os registros demonstram, esses círculos em planta- ções começaram a aparecer a partir de 1980, tendo a Inglaterra a primeira in-dicação para o evento, seguida pela

Nazca no Peru

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Escócia, Canadá, Alemanha, Rússia, Aus- trália, Japão e Espanha. Os desenhos possuem formas esféricas, círculos con-cêntricos, espirais, linhas retas e uma mecânica muito complexa. Sem contar a impressionante técnica utilizada que não danifica as plantações. Para que os símbolos sejam feitos, as plantas não são arrancadas mas sim dobradas de tal maneira que além de formar símbo- los perfeitos nada é deteriorado, a plan- ta continua seu desenvolvimento nor-mal, incluindo também o fato que são feitos geralmente à noite.

Até hoje, mediante várias investi-gações e pesquisas não se sabe como o fenômeno se realiza. Muitos estudiosos de símbolos identificam representações diversas como mapas astrológicos, ma-pas astronômicos, representações do DNA humano, mapas e plantas de cida-des de antigas civilizações. O fato de que essas figuras representem manifesta- ções ufológicas, como uma tentativa de comunicação ou até mesmo sinais dei- xados como profecias, ou códigos cien- tíficos para o avanço de nossa civiliza-ção e como muitos já afirmaram que as figuras eram representações do pouso de naves espaciais, é claro que tudo não passa de especulação e tais argumentos nunca foram provados de forma consis-tente.

Em todo mundo, as pesquisas so- bre esta questão não param de cres-cer, podemos ressaltar inclusive que na

Inglaterra surgiu um grupo de pesquisa-dores chamados de cereologistas que pautam os seus trabalhos sobre esses círculos e símbolos que periodicamen-te são registrados em campos de todo mundo, principalmente na Europa.

Depois de alguns levantamentos estatísticos, os pesquisadores chega- ram a um número surpreendente. Em um prazo de 20 anos foi catalogado a incidência de mais de 10 mil círcu-los e símbolos espalhados pelo globo. Mediante essa imensa quantidade de representações, muitos testes foram feitos, inclusive em instituições extre- mamente respeitadas no meio acadê-mico e científico. Em Cambridge, foram estudadas amostras de grãos de trigo tiradas de campos que sofreram as in-fluências dessas manifestações e foram identificadas alterações celulares de grande relevância. Além disso, foram feitos testes eletromagnéticos e geoló-gicos para criar padrões de análise em relação a toda a área pesquisada. Po-demos afirmar que existe um número imenso de especulações sobre a ques- tão e nenhuma resposta científica é conclusiva, o que cria uma atmosfera de grande mistério em relação a esses fenômenos.

Entre os vários símbolos encontra-dos nessas representações, o círculo é o principal deles. Pela simbologia clássica, o círculo representa o Sol. Encontrado em todas as culturas, possui um sig-

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Naturaledezembro/janeiro - 2013

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nificado filosófico amplo, universal. O círculo representa o todo, o ser comple-to, a integridade, a iluminação, o ciclo da vida, o renascimento, a roda da vi-da, a Pedra Filosofal da alquimia e, em muitas tradições, ele é o que tudo vê, o olho que tudo sabe, determinando assim na sua simbologia os ciclos do mundo natural, como também a repre-sentação da igualdade. Para Carl Jung o círculo simbolizava o processo da natu-reza, o Cosmos e os ciclos do universo. Como está evidenciado aqui, o círculo traz um grande conteúdo de visões e in-terpretações, mas todas elas não estão apartadas da humanidade e de suas an-siedades. Dessa forma fica comprovada que uma das principais figuras represen-tadas nessas manifestações é carregada de simbolismos e de abstrações filosófi-cas e mentais.

Os círculos nas plantações, in-variavelmente, são acompanhados no seu interior por outro símbolo consi-derado sagrado e extremamente antigo que é a figura da espiral. Temos provas arqueológicas da utilização dessa repre-sentação a mais de 5.000 anos, como foi caracterizada em algumas construções de Creta e Tibete. A espiral no sentido horário, principalmente no ocidente, está relacionada à água e ao seu movi-mento constante, caracteriza mudança e a migração de pessoas. Identificamos também que em outras culturas a espi-ral simboliza o Sol, para os irlandeses e para os Celtas significa expansão e cres-cimento, bem como energia cósmica. Como é possível perceber através des- ses exemplos, símbolos que são univer- sais e que de alguma forma represen- tam o imaginário global, possuem de-finições e especificidades regionais e culturais, transformando assim a inter-pretação dos círculos nas plantações um grande desafio.

No Brasil, temos dados que re-

metem a situações semelhantes as da Europa, como os círculos encon-trados em Ipuaçu-SC, Riolândia-SP, Buritama-SP, Mauriti-CE, e em outras regiões brasileiras, mas não tivemos res-postas conclusivas sobre a questão. O que é fato e determinante é a incidência dessas manifestações em todo o globo.

Farei uma análise específica sobre os símbolos encontrados na cidade de Ipuaçu, onde é possível perceber uma relação direta simbólica com uma re-presentação radiônica, pois existe uma conexão entre os dois elementos re- presentados. Os 33 círculos menores ligados entre si abrigam em seu inte-rior mais um círculo, que objetivamente caracteriza o sentido hermético do se- gredo, como também a conexão da ener-gia cósmica e telúrica através dos ciclos.

Outro elemento simbólico relevan-te em Ipuaçu é a ideia de movimento que as figuras agregadas representam, tra-

zendo a nós a construção metafórica do movimento, que através do seu ritmo faz com que a natureza se manifeste na sua totalidade. Agora é fundamental citar aqui que a maioria das figuras são carre-gadas de grande subjetividade simbólica.

Quanto aos 33 círculos menores, podemos trazer à tona várias alegorias, afinal, desde a antiguidade existe uma problematização quanto ao valor mís- tico desse número. Ele é agregado a per-sonagens históricos, ordens iniciáticas, bem como ao seu “poder” energético de transformação, sabedoria e conheci-mento. Na outra extremidade o círculo menor possui um ponto no seu centro que remete diretamente à representação do Sol.

Temos documentos que provam que os alquimistas utilizavam em seus experimentos uma gama enorme de materiais, sendo que todos eles eram representados por símbolos. Muitos destes símbolos foram encontrados nos desenhos nas plantações, ou seja, são semelhantes às figuras utilizadas no processo alquímico.

Apesar da polêmica quanto à ve- racidade da confecção dos círculos, che- gamos a um ponto importante, indepen- dente das intenções escondidas por trás da realização dessas figuras, temos a manifestação notória e simbólica da história da humanidade. Percebemos que várias figuras são milenares e fun- damentadas em uma geometria sagra- da, que através do seu traçado, carre- gam uma gama de informações e có- digos que nos desafiam. Infelizmente, existe uma exploração mercadológica que acompanha esses fatos, inclusive muitas vezes, tira a seriedade das pes-quisas sobre os círculos, trazendo uma reflexão pautada no “achismo”, sem fun- damentação e interpretação baseada em experimentos e metodologias cientí-ficas para uma análise racional do fato.Ipuaçu-SC, Brasil

Ipuaçu-SC, Brasil

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Como historiador e pesquisador não tenho condições de fazer uma análise conclusiva sobre a questão, a não ser tra-zer a todos que privilegiam a leitura da revista Naturale, mais um grande mistério da história da humanidade, como tantos outros que, infelizmente, ficaram sem respostas ao longo de séculos. Temos inúmeras manifestações espalhadas pelo mundo que a ciência ainda não conseguiu entender, mas o mais importante é debater, discutir, constatar e pesquisar muito, sempre com seriedade e rigor. Não podemos, é claro, fechar os olhos, pois enquanto não tivermos respostas con-cretas, a nossa missão continua, no sentido de trazer à tona, as respostas mais próximas da possível verdade, pois afinal termino este artigo questionando: existe uma verdade???

Muita LUZ a todos, até a próxima edição.

Marcelo Lambert, Historiador, escritor e palestrante. www.marcelolambert.com

Fonte das imagens: As fotos que ilustram a matéria são provenientes de vários si-tes, entre eles: www.temporarytemples.co.uk; www.cropcircleconnector.com/anasazi/spiral.html; lucypringle.co.uk.

Com o objetivo de promover o fortalecimento e a união das mulheres empreendedoras, a ACIEI (Associação Comercial, Indus-trial e Empresarial de Itajubá) deu posse em novembro à primeira Diretoria da Câmara da Mulher Empreendedora de Itajubá (CMEI) que traz o slogan “Saltos em Negócios”.

Trata-se de um espaço dedicado ao desenvolvimento do ta-lento empreendedor e da capacidade administrativa das mulheres de Itajubá e região. Com a proposta de elaborar planos de consul-toria e educação gerencial, promover oportunidades que resultem em geração de emprego e renda, “serão realizados cursos e pales-tras para capacitar as empreendedoras”, afirma a presidente da Câmara da Mulher Empreendedora, Priscila Moraes de Carvalho.

O presidente da ACIEI, Remy de Andrade Filho, lembrou o papel de destaque que a mulher vem conquistando ao longo dos anos, “de acordo com o governo brasileiro, em 2010, as mulheres já representavam 49,3% dos empreendedores do Brasil. Em nú-meros absolutos, 10,4 milhões de mulheres no comando de suas empresas. Em 2012, podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que as mulheres já são maioria entre os empreendedores do país”, e chamou atenção para as conquistas a serem alcançadas: “Juntos, podemos mais. Já passou da hora de termos uma cooperação e participação mais efetiva de vocês mulheres em nossa entidade”.

Câmara da Mulher Empreendedora

O presidente da ACIEI e a Diretoria da Câmara da Mulher Empreendedora

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Natureza e deslumbramento: construindo nanoestruturas sintéticas biocompatíveis

A palavra religião vem do latim religare e significa “unir”, ligar coisas que foram separadas. No sentido de buscar as re-lações mais profundas entre coisas que na superfície da mente parecem dissociadas, que os objetivos da religião e da ciência quase se identificam, à exceção de suas diferenças no terreno das verdades declaradas e nos métodos de abordagem.

A melhor forma de deflagrar a sensação religiosa é olhar para o céu em uma noite clara (Fig. 1). É nesse momento de fascinação que questões antigas nos atormentam através dos tempos. A verdade absoluta de nossa existência e do manto da consciência que cobre nossa visão do mundo ainda permanece totalmente desconhecida. Talvez a verdade ainda seja demasia-do grande para que a mente humana a suporte.

“O verdadeiro devoto tem de superar o difícil caminho entre o precipício da ausência de Deus e o pântano da superstição” (Plutarco)

Figura 1. Nebulosa da águia (esquerda: adaptada de http://apod.nasa.gov/apod/ap090208.html) e ressonância magnética nuclear funcional (RMF) do amadurecimento do cérebro (direita: adaptada de http://www.loni.ucla.edu/~thompson/DEVEL/dynamic.html). Na imagem RMF as regiões em ver-melho indicam mais massa cinzenta e em azul, menos massa cinzenta.

Entretanto, não precisamos nos deslocar até galáxias dis- tantes para enxergar a grandiosidade da natureza. Uma estrutu-ra tão complexa quanto o universo que contemplamos com o auxílio de poderosos telescópios está dentro de nós, o cérebro humano (Fig. 1). Trata-se do mais complexo de todos os órgãos cuja base de funcionamento é a flexibilidade e a capacidade plástica que se manifesta mesmo nas idades mais avançadas, favorecendo assim constantes transformações. Estima-se que o número de neurônios no cérebro seja cerca de 86 bilhões, muito próximos dos 100 bilhões de estrelas que formam nossa galáxia, a Via Láctea. Todo um universo está em nós. Albert Eins-tein disse que o sentimento religioso cósmico é o motivo mais forte e mais nobre para a pesquisa científica. Voltando nossos olhos para uma estrutura biológica em escala mais reduzida, o mesocosmos, o mistério da vida nos causa uma forte emoção.

Não parece haver no mesocosmos estruturas que che-guem sequer perto da complexidade dos sistemas biológicos de macromoléculas e células existentes no organismo humano. Várias evidências científicas demonstram que a superfície celu-lar é dotada de tamanha especificidade que permite às células do organismo humano se reconhecer mutuamente e estabele-cerem certos tipos de relacionamento. Mergulhando um pouco

Por Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz

mais nesse mesocosmos, na estrutura biológica celular, com o auxílio do microscópio eletrônico de transmissão (MET) desco-bre-se uma estrutura fantástica que confere às células o papel de reconhecimento, o glicocálice (Fig. 2).

Figura 2. Estrutura do glicocálice capilar do miocárdio (esquerda: adaptado de van den Berg B.M., Vink H., Spaan J.A. The endothelial glycocalyx pro-tects against myocardial edema. Circulation Research 2003, 92: 592-594) revelada por microscópio eletrônico de transmissão (direita).

O glicocálice é uma extensão da própria membrana ce-lular, rica em polissacarídeos que se projeta da superfície fosfolipídica formando uma cobertura externa cujas funções são de reconhecimento celular, formação de aderências in-tracelulares e absorção de moléculas para a superfície celular desempenhando uma importante função na manutenção da integridade do tecido biológico, em especial as artérias e consequentemente da saúde humana (Fig. 3). Quando o glico- cálice é alterado, desencadeia uma série de efeitos biológicos nocivos, entre eles, a aterosclerose e o infarto agudo do mio-cárdio.

Figura 3. Influência da estrutura do glicocálice (GC) no bom funcionamento do organismo humano. O glicocálice existente nas paredes de artérias, vasos ou capilares mantém o organismo saudável (esquerda). Quando o glicocálice é destruído, eventos indesejáveis “perturbam” a saúde. As siglas referem-se a várias células que coexistem em equilíbrio no glicocálice: MC = monócitos (leucócitos, defesa), PG = proteoglicanos (estrutural e transporte), SDE = enzima superóxido dismutase (defesa antioxidante da célula), PP = proteínas do plasma (transporte), vWF = fator de von Willebrand (fatores associados ao mecanismo da coagulação do sangue), PT = plaquetas (coagulação), TFPI = ativador tecidual do plasminogênio (coagulação), AT = antitrombina (enzi-mas desativadoras do processo da coagulação), ICAM = moléculas de adesão (promove a adesão celular). Adaptado de van Golen R.F., van Gulik T.M., Heger M. Free Radical Biology and Medicine 2012, 52: 1382-1402.

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Os pesquisadores do Centro de Estudos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados (CEIMBA) da UNIFEI sintetizaram sob coordenação do Prof. Dr. Alvaro A. Alencar de Queiroz, estruturas poliméricas que mimetizam o glicocálice (Fig. 4). As estruturas poliméricas correspondem ao polímero poli (metacrilato de 2-hidroxietila) (PHEMA) enxertadas na superfície do polietileno. A síntese foi efetuada utilizando raios gama de uma fonte de cobalto-60 multipropósito em colaboração com o Insti-tuto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN/SP). Tais estruturas, denominadas de polímeros com topologia tipo escova (polymer brushes) apresentam elevada compati-bilidade com o tecido sanguíneo, similarmente à estrutura de um glicocálice biológico.

Figura 4. Fonte multipropósito de 60Co do IPEN/USP (esquerda) utilizado para a síntese de nanoes-truturas sintéticas que imitam o glicocálice celular (direita). As micrografias à direita são referentes à microscopia eletrônica de varredura que ilustram as estruturas de glicocálice sintetizados na UNIFEI no CEIMBA.

A obtenção das estruturas de polí-meros tipo escova utilizando a radiação ionizante tem uma finalidade específica. Esta técnica pode ser apontada como um procedimento de Química Verde ou Química Limpa, já que não são usados catalisadores ou solventes na reação. A técnica elimina a necessidade de reciclar, descartar e manipular um solvente orgâ-nico (muitas vezes tóxico, inflamável e/ou ataca a camada de ozônio). Ao mes-mo tempo, as reações de polimerização conduzidas pela radiação ionizante mos-traram grande vantagem em termos de rendimento, tempo e menor formação de subprodutos. A ausência de resíduos de catalisadores no produto final confere ao material a característica de biocom-patibilidade com o organismo humano.

Dois tipos de polímeros com topo- logia escova foram sintetizados: o polí- mero com topologia esférica e com to- pologia plana (Fig. 4). Agora os pesqui- sadores estão projetando com as estru-

turas obtidas, revestimentos compatí- veis com o sangue e biossensores im- plantáveis para a monitoração da den- gue. Os revestimentos biocompatíveis com o sangue poderão num futuro pró- ximo contribuir para a medicina cardio- vascular, minimizando as interações en-tre esse fluído biológico e a superfície sintética (Fig. 5). Tais materiais poderão

Figura 5. Superfícies sintéticas após contato com sangue humano: superfície sintética não revesti-da (esquerda) e revestida pelos pesquisadores do CEIMBA/UNIFEI com glicocálice artificial (direi-ta). Observa-se na superfície não revestida com o glicocálice uma grande quantidade de hemá-cias e plaquetas sanguíneas ativadas formando os temíveis trombos. A superfície revestida com o glicocálice artificial não apresenta adesão de trombos, o que a torna hemocompatível. A superfície sintética é o polietileno de baixa den-sidade. O glicocálice artificial é o PHEMA.

ser utilizados na fabricação de máquinas de diálise, cateteres e revestimentos que minimizam a formação de coágulos na superfície sintética.

A descoberta das estruturas do gli- cocálice se deve a avanços tecnológicos que revelam maravilhosas formas de vi-da biológica. Por sua incansável busca pela verdade de nossa existência, a bio-logia merece uma declaração de amor. A teoria da evolução permeia também a geologia e a cosmologia. É oriunda da biologia a grandiosidade da visão de vi-da que, enquanto a Terra gira, de acordo com a lei imutável da gravidade, houve um começo muito simples onde formas de vida infindáveis, as mais belas e per-feitas, evoluíram e ainda evoluem.

A biologia demonstra que toda a vida na Terra está intimamente interliga- da cuja evolução é um fato, não uma teo- ria. O conhecimento que emerge dos avanços tecnológicos aplicados ao estu- do da estrutura celular (entre eles o mi-croscópio eletrônico de transmissão) são ainda profundamente limitados. A evo- lução da estrutura do glicocálice e seu papel biológico não são compreensíveis em sua totalidade. E a incompreensão frustra e inquieta nossa mente. Mas, res- ta o consolo de que a verdade que emer-ge da biologia demonstra-se a si mesma no amor pela ciência. Nunca é proprie-dade nossa, um produto nosso, como também o amor nunca se pode produ-zir, mas só receber e transmitir como dom. Talvez não devamos perguntar por que a mente humana se inquieta com a extensão dos segredos da natureza. As diversidades de seus fenômenos são tão vastas e seus tesouros escondidos na vi-da biológica tão ricos, para que a mente humana nunca tenha falta de alimento.

Dr. Alvaro Antonio Alencar de Queiroz, Coordenador Científico do Centro de Estu- dos e Inovação em Materiais Biofuncionais Avançados, UNIFEI.

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Responsabilidade Social:

uma das premissas da Helibras

O Instituto Helibras realizou diversas ações de Responsabilidade Social ao longo deste ano, com destaque para alguns programas que se estenderão para o futuro, além de eventos específicos para este final de 2012.

Uma delas é o projeto Adote uma Criança, com mais de 10 anos de tradição na empresa e doa no Natal, um kit com roupas, itens de higiene pessoal e brinquedos para crianças de uma creche da cidade. “Todo ano escolhemos uma institui-ção e um bairro diferentes e, desta vez, a entidade selecionada foi a creche ‘Os Pequeninos’, situada no bairro Rebourgeon. Estamos contando com a participação de 70 funcionários para montar as sacolinhas de Natal das crianças”, explica Lia Maciel, gerente de Responsabilidade Social da Helibras. Durante a entrega, as crianças receberão os presentes das mãos do Papai Noel.

Além dos kits para a creche, a empresa também recebe doações extras de brinquedos para serem doados a outras crianças carentes.

Outro projeto social elaborado em 2012 para ser colocado em prática no ano que vem é o Programa de Voluntariado, batizado de HeliAção. O Instituto Helibras procurou ouvir seus funcionários, por meio de uma pes-quisa, para conhecer o perfil e disponibilidade deles e de seus familiares para participarem da iniciativa.

A partir do estudo, serão desenvolvidos três projetos para 2013:

Agenda Anual do Voluntariado, com uma programação das ações sociais que ocorrerão durante o período em es-colas públicas e entidades, atendendo o interesse dos fun-cionários em atuar nos campos educacional e esportivo;

Família Voluntária, projeto de incentivo à participação voluntária dos familiares de funcionários em projetos so-ciais da comunidade;

Campanhas, que compreendem as ações pontuais já realizadas, entre elas a do Agasalho, do Dia das Crianças, de Natal, etc.

“Sabemos da importância dessas atividades em co-munidades como as de Itajubá, e promover o trabalho voluntário de forma estruturada, com certeza trará óti- mos resultados, além da satisfação em sermos facilitado-res dessas ações”, conclui Lia.

Inclusão: o exemplo vindo de dentro

A Helibras mantém abertas as oportunidades para Pessoas com Deficiência (PcD) que querem trabalhar na empresa. Porém, acredita que não basta contratá-las; é preciso criar uma cultura de inclusão dentro da fábrica, e também proporcionar um ambiente harmônico de convi-vência, por meio de orientação sobre como se relacionar com as diferentes necessidades destas pessoas. Para tan-to, criou o programa Inclusão HB.

A iniciativa visa criar oportunidades de inclusão e tra-balho para PcDs, o que significa proporcionar a elas o desenvolvimento e a participação na busca por resultados pessoais e profissionais, além da possibilidade de convívio e aprendizado entre todos os funcionários.

O projeto contempla três ações principais, entre elas a Campanha de Inclusão HB e a Semana da Inclusão, que será realizada em dezembro com atividades lúdicas para os funcionários. Outra meta do programa é eleger ‘padrinhos’ em cada área da empresa, pois estes pode-rão acompanhar o desenvolvimento e auxiliar os recém- contratados.

A segunda iniciativa, em 2013, é o estabelecimento de uma parceria com o SENAI de Itu (SP), especializado em serviços de treinamento, conscientização e adaptabili-dade, a fim de estruturar a Helibras para receber os pro-fissionais com deficiência e integrá-los da melhor maneira possível.

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A vivência da arteA capacidade do ser humano de se reinventar através da

arte e a busca de superação por quaisquer que sejam os limi-tes impostos pela vida, faz da expressão artística algo muito mais valioso.

Em 1956, foi fundada em Liechtenstein (Europa Central), por Erich Stegmann, a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés. Atualmente, em mais de 70 países, tem proporciona-do a 800 artistas que não têm o uso de suas mãos, uma vida independente. No Brasil, a sede fica em São Paulo/SP e conta com 48 pintores.

Estes pintores são beneficiados com a satisfação de po-der ganhar seu próprio sustento independente de caridade. Seu trabalho é avaliado e deve ter um padrão que possa com-petir em estética e base comercial com trabalhos de artistas convencionais. Uma vez aceitos como “membros”, é garantida a eles uma renda substancial por toda a vida, mesmo se forem incapacitados de continuar a pintar. Esta renda é proveniente da venda de seus trabalhos que são transformados em car-tões e calendários.

O sucesso das vendas dos produtos num mercado alta- mente competitivo ajuda a assegurar também bolsas de estu-do para pintores que ainda não atingiram os padrões exigidos de um “membro”, assim, suas habilidades podem ser desen-volvidas e encorajadas. Além disso, subvenções são feitas para equipamentos especiais e tratamentos em alguns casos.

A Associação é gerenciada e administrada sob o controle e supervisão de seus membros, todos, artistas sem o uso de suas mãos, que a entendem como um negócio e não como entidade filantrópica. Através do trabalho e da independência financeira a Associação abre portas para os artistas mostrarem sua arte no Brasil e no exterior, em exposições internacionais. Muitos ganham medalhas e outras honras por realizações ar-tísticas e acadêmicas. Todos têm a oportunidade de uma vida digna e construtiva, com trabalho, estudos e esforço pessoal.

Dr. Richard Hiepe, um eminente historiador da arte, disse uma vez: “Pela virtude do seu trabalho, os artistas se tornam seres novos e integrados... A Associação faz com que eles sejam independentes de toda a miséria da caridade publica-mente conduzida. Mas, mais significante que isso, os inspira com a consciência de uma vida construtiva adquirida através do esforço pessoal e da construção de uma existência in-dependente. Eles realizam isso através da sua arte – tendo novamente a condução de suas vidas em suas próprias mãos”.

Para fazer parte ou conhecer a Associação dos Pintores com a Boca e os Pés, acesse www.apbp.com.br ou entre em contato pelo telefone (11) 5051-1008.

Luisa Potl Gonçalo Borges Maria Goret Chagas

Claudette CorpoJosé Marcos dos Santos

Eliana Zagui

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Pessoas com deficiência e o mercado de trabalho

A inclusão no mercado de trabalho é almejada também por pes-soas com deficiência e políticas públicas estimulam que isso aconteça. A Lei 8213/91, Lei de Cotas para Deficientes e Pessoas com Deficiên-cia, dispõe no artigo 93 que “a empresa com 100 ou mais funcionários está obrigada a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com benefi- ciários reabilitados, ou pessoas portadoras de deficiência, na seguinte proporção: até 200 funcionários: 2%; de 201 a 500 funcionários: 3%; de 501 a 1000 funcionários: 4%; e acima de 1001 funcionários: 5%”.

Este sistema de cotas abriu muitas vagas de emprego, mas elas não estão preenchidas devido à falta de qualificação da mão de obra e pelo medo que os beneficiários do BCP têm de perder o benefício e não obtê-lo novamente caso o trabalho não dê certo.

O Benefício de Prestação Continuada (BPC) faz parte da Política de Assistência Social, que integra a Proteção Social Básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (Suas), e assegura um salário mínimo mensal (R$ 622,00) aos idosos, a partir dos 65 anos, e às pes-soas com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial.

O benefício é individual, não vitalício e intransferível e, para acessá-lo, não é necessário ter contribuído com a Previdência Social. Deve ser comprovada mediante avaliação do serviço social e de perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a incapacidade de garantir o próprio sustento. A renda mensal familiar per capita deve ser inferior a um quarto de salário mínimo, ou seja, cerca de R$ 155,00. Segundo o Censo do IBGE de 2010, existem 45,6 milhões de brasilei-ros com algum tipo de deficiência.

O Programa BPC Trabalho, lançado este ano, oferece acesso ao trabalho e a programas de aprendizagem e qualificação profissional às pessoas com deficiência. Ele intermediará a oferta e demanda da mão de obra dos profissionais com deficiência, levando em conta suas habilidades e interesses, e incentivando os trabalhadores autônomos, empreendedores e cooperativas por meio do acesso ao microcrédito. Os cursos de qualificação serão oferecidos pela rede federal de educa-ção profissional e pelo Senai, Sesi e Senac.

Segundo a portaria, os municípios e o Distrito Federal serão os responsáveis por executar o programa e deverão buscar e orientar

beneficiários interessados em participar, designar servidores, fazer o registro de encaminhamentos no âmbito do programa e garantir o acesso às pessoas com deficiência a serviços e benefícios.

A proposta do BPC Trabalho é quebrar o paradigma de que pessoas com deficiência são incapazes de trabalhar. Segundo Elyria Credidio, coordenadora-geral de Acompanhamento dos Beneficiários do Departamento de Benefícios Assistenciais, a ação divide-se em duas etapas: a primeira, de responsabilidade do Ministério do Desen-volvimento Social e Combate à Fome (MDS), prevê visitas domiciliares com objetivo de fazer um diagnóstico social dos beneficiários e de suas famílias. “Nessa fase, deixamos claro que participar dos cursos e trabalhar não é uma condição, mas uma opção, e que, ao fazer os cur-sos, as pessoas não perdem o benefício”. A partir dessa abordagem, os beneficiários interessados na qualificação são encaminhados a va-gas em cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O encaminhamento ao mercado de trabalho após o curso será responsabilidade do Ministério do Trabalho e Emprego.

Elyria avalia que o trabalho dos profissionais de assistência social na abordagem domiciliar é importante “Primeiro porque são pessoas que já têm a segurança da renda mensal e que, em geral, não costumam procurar essa qualificação. Segundo, porque é preciso dei-xar claro como devem proceder para ter acesso aos cursos e o que acontece se arranjarem emprego. Muitos receiam perder o benefício, mas, na verdade, ele fica apenas suspenso quando a pessoa comunica ao INSS que está trabalhando. Se ela perder o emprego, volta a rece-ber o BPC sem necessidade de novo registro”. A garantia de retorno ao BPC se ampara em mudanças na Lei Orgânica da Assistência Social (Loas). As pessoas com deficiência também podem ser contratadas como aprendizes, independentemente da idade. Caso isso ocorra, elas podem acumular o salário e o BPC por um período de até dois anos.

Além dos cursos ofertados pelo governo, lembramos que mui-tas Associações há anos trabalham para a inclusão de pessoas com deficiência, tanto no mercado de trabalho como na sua socialização. Hoje, contamos não só com pessoas que nasceram com alguma defi- ciência mas também com as que adquiriram já na fase adulta e preci-sam aprender a se locomover e adaptar-se a nova realidade.

Em Itajubá (MG) o CAIDI (Centro de Apoio e Integração dos Deficientes de Itajubá), atende 50 pessoas entre deficientes visuais, intelectuais, auditivos e físicos, oferecendo cursos como: Braille e informática para deficientes visuais; orientação e mobilidade; boas maneiras e higiene pessoal; oficina de culinária; canto coral; dança; artesanato e promovem debates para estimular a formação de opinião, com o objetivo de dar mais independência a todos eles.

Muitas pessoas com deficiência já abriram caminho no mercado de trabalho, mostraram que são capazes, superaram o preconceito e são reconhecidas. Hoje, a gama de oportunidades para aprender um ofício, um esporte e desenvolver um dom artístico está aberta. Sabe-mos que a questão da inclusão ainda tem um caminho a percorrer, mas a clareza na informação e a formação de todas as pessoas, deficientes ou não, se faz premente para que a inclusão seja uma realidade.

(Com dados do MSD)

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Alunos do G9 são medalhistas na Olimpíada Brasileira de Astronomia

Dois alunos do Ensino Médio do Curso G9 são medalhistas da edição 2012 da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica), organizada anualmente pela Sociedade Astronômi-ca Brasileira (SAB) em parceria com a Agência Espacial Brasileira (AEB) e com a Eletrobrás/Furnas. São eles Mateus Fi-gueiredo da Silva, do 2º ano (turma M21) e Jonas de Souza Faria Floriano, do 1º ano (M11). Mateus conquistou Medalha de Ouro – a primeira do G9 na olimpíada – e Jonas de Souza, a de Bronze.

Mateus Figueiredo também foi cha-mado para participar de uma pré-seleção que irá garantir vagas a duas olimpíadas internacionais de astronomia: uma é a Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica (IOAA) e, a outra, a Olimpíada Latino Americana de Astronomia e As-tronáutica (OLAA). “Eu estou muito feliz com esse resultado. A prova não é difícil, mas é muito trabalhosa”, comemora Ma-

teus. Ele diz ainda que a pré-seleção será um desafio ainda maior e vai exigir uma dedicação enorme.

“Disputar uma olimpíada internacio-nal será, com certeza, uma experiência única e muito interessante”, completa o aluno. Esta é a quinta vez que Mateus Figueiredo participa da OBA. Foi Meda- lha de Prata nos três anos do Ensino Fun-damental (2008, 2009 e 2010) e Bronze no 1º ano do Ensino Médio, em 2011.

Jonas Floriano também se diz sur-preso com sua classificação, embora também seja um “veterano” em olim-píadas. “A prova estava muito difícil e complexa”, ressalta. Ele também con-quistou a Medalha de Bronze quando estava no 6º ano (em 2008). Já as me-dalhas de prata vieram nas edições de 2009, 2010 e 2011.

Para a professora Estela Maria de Oliveira, coordenadora do Ensino Fun- damental II e das provas da OBA no G9, “um aluno que se propõe a partici-par de uma Olimpíada está buscando a avaliação de seu conhecimento, prin-cipalmente numa área em que tem interesse”. “A cada ano, a cada nova prova, busca-se a superação por me-lhores resultados. Ele é seu próprio adversário. Isso contribui para a forma- ção de competências que serão deci- sivas no momento de tomadas de de- cisões na sua vida”, explica.

Por Bill Souza

Jonas de Souza e Mateus Figueiredo da Silva

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A revolta de Atlas

Escrito a mais de 50 anos “A Revolta de Atlas” continua mais atual do que nunca.

Na mitologia grega, o titã Atlas recebe de Zeus o castigo eterno de carregar nos ombros o peso dos céus. Neste romance de Ayn Rand, os pensadores, os inovadores e os indivíduos criativos suportam o peso de um mundo decadente enquan-to são explorados por governantes que não reconhecem o valor do tra-balho e da produtividade e que se valem da corrupção, da mediocrida-de e da burocracia para impedir o progresso individual e da sociedade.

Dividido em três volumes, a autora apresenta os princípios de sua filosofia e valores segundo os quais o ser humano deveria viver: honestidade, justiça, independên- cia, integridade, racionalidade e pro-dutividade.

Com a construção de persona-gens marcantes e um enredo que faz com que o leitor se envolva na trama, Ayn Rand reforça sua mensa-gem transformadora e sempre em pauta: de que cada indivíduo deve ser responsável por suas ações e por buscar a liberdade e a felicidade co-mo valores supremos.

Dica de leitura Lume Cultural Por que seguir doses e horários corretos no uso de medicamentos?

É muito comum, ao sairmos do con-sultório médico, surgirem dúvidas sobre como tomar os medicamentos prescritos na receita. Isso acontece, pois prestamos mais atenção no que o médico tem a dizer sobre a nossa doença do que na receita.

Ao passarmos na farmácia para com- prar os medicamentos, temos a oportuni-dade para esclarecer nossas dúvidas com o farmacêutico, afinal, ele é o profissional que conhece bem os remédios e pode nos explicar sobre cada item da receita.

Por que é tão importante seguir as orientações médicas, quanto ao uso dos medicamentos? Por que devemos seguir ri-gorosamente horários e doses corretas?

Os medicamentos são formados por substâncias químicas que foram testadas antes de serem utilizadas. Cada uma tem um comportamento diferente e passa por diversas etapas no nosso corpo, desde quando é absorvido, até fazer o efeito de-sejado e por fim, ser eliminado. São estas etapas que definem qual dose devemos tomar e qual espaço de tempo ela deve ser repetida. Por exemplo, alguns medica-mentos são metabolizados lentamente e demoram para serem eliminados do orga-nismo. Outros, ao contrário, são eliminados mais rapidamente e por isso, o intervalo en-tre uma dose e outra pode variar.

Os antibióticos utilizados para in-

Por Ana Carolina Antunes Haddad

fecções bacterianas devem ser tomados na hora certa, pois se houver intervalo de tempo superior ao indicado, as bactérias voltam a crescer e se tornam mais resis-tentes, dificultando o processo de cura. Os anticoncepcionais também exigem horário rigoroso, se um dia for esquecido, a eficiên-cia não é mais a mesma. As concentrações hormonais do corpo da mulher se alteram e ela tem mais chances de engravidar. Os anti-hipertensivos, muito utilizados atual-mente, se ingeridos fora da hora, podem causar alterações na pressão arterial.

Uma dica para lembrar-se de tomar o medicamento na hora certa é adaptar o tratamento à rotina diária, ao acordar ou na hora do almoço, dependendo da pres-crição. Lembre-se que alguns alimentos in- terferem no efeito dos remédios, por isso, converse com seu médico antes de iniciar o tratamento, ele irá dizer se devem ser toma-dos junto ou separado das refeições. Anote na caixa os horários e dosagens.

Uma prescrição médica poderá ser em vão se não seguirmos corretamente suas orientações. Esse pode ser um dos motivos do insucesso no tratamento. Precisamos estar atentos e seguir o modo indicado para tomar os medicamentos e assim contribuir para o restabelecimento de nossa saúde.

Ana Carolina Antunes Haddad, Farmacêutica, CRF-MG 24.310

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Refrigerantes podem corroer os dentes

Pela Dra. Gracia Costa Lopes

O consumo de refrigerantes pela população brasileira aumenta em pro-porções alarmantes com consequentes efeitos drásticos sobre a dentição.

Os nossos dentes, quando em con-tato frequente com ácidos através de fatores intrínsecos como a xerotomia (diminuição da saliva), regurgitações, vômitos e fatores extrínsecos como o vinagre, água aromatizada com limão, suco de laranja, fanta laranja, coca-cola, bebida isotônica, pepsi e vinho branco sofrem EROSÃO.

A erosão é a perda irreversível da superfície do dente devido a um proces-so químico decorrente da atuação de

ácidos cujo pH é inferior a 4,5 causan-do dissolução da camada de esmalte do dente.

Ácidos são os principais desmine- ralizantes, enquanto que a saliva é a maior remineralizadora dos dentes: por conter propriedade protetora, dilui, re-move e neutraliza os ácidos e fornece cálcio e fosfato, mas seu efeito é limita-do.

Assim, o ideal é fazer o uso racional das bebidas ácidas, através da diminuição

Abrasão por bebida carbonada e atrição por bruxismo. Desgaste provocado por consumo

excessivo de refrigerante à base de cola.

de sua ingestão entre refeições. Além disso, deve-se ingerir bebidas em canu-dos, para diminuir o contato do ácido com o esmalte dentário.

Outra medida é a estimulação da salivação pelo uso de chicletes ou in- gestão de alimentos alcalinos e ricos em cálcio (queijo e leite), após o consumo de bebidas ácidas e vômitos.

Também, é aconselhável esperar pelo menos uma hora para escovar os dentes, após a ingestão de bebidas áci- das e ocorrência de vômitos, permitindo que a saliva possa remineralizar a lesão de erosão e assim minimizar a ação so-matória da erosão e abrasão.

Caso você já apresente erosão em seu dente, procure tratamento com um dentista, pois elas podem provocar dor e fratura do dente.

Fonte: Arquivos Int. Otorrinolaringol. Vol.16 no.1, São Paulo Feb./Mar. 2012

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Por Aline Chaves

Na década de 80, surgiu na Califórnia, um movimento de retorno aos primeiros ciclos alimentares huma-nos... A vida como ela é: quando ainda não havia o fogo, comia-se tudo cru. Aliás, tirando os seres humanos e os ani-mais domésticos, a regra universal é que todo mundo come cru! Não é mesmo?

Sob a orientação da pesquisadora e dona de casa Ann Wigmore, teve iní-cio um movimento pela vida e para a vida, que mais tarde inspirou o trabalho de descobertas científicas sobre o fun-cionamento do corpo humano como a leucocitose digestiva e a substância acrilamida (neurotoxina presente nos amidos cozidos), além da transmutação biológica, o poder da clorofila e a im-portância dos alimentos biogênicos para uma vida mais saudável.

O princípio básico da Alimentação Viva é considerar alimento tudo o que ir-radia vida: ambientes saudáveis, contato com a terra, sol, ar e água pura, relações construtivas, atividades criativas...

A Alimentação Viva é um movimen-to de reconstrução de estilos de vida, uma combinação de hábitos e práticas alimentares que valorizam o alimento do modo como é oferecido pela natureza: sementes germinadas, brotos e vegetais crus in natura se organizam em uma com-binação de cores, afetos e sabores.

Hipócrates, o pai da Medicina, já recomendava alimentos crus para a limpeza do organismo pelo controle da acidez na manutenção do equilíbrio vital humano. Há 2.500 anos, suas sá-bias palavras permanecem atuais: “Que teu alimento seja teu remédio e teu

remédio seja teu alimento”. Hoje, há de-poimentos de pessoas do mundo inteiro confirmando que o uso da Alimentação Viva é uma fonte inesgotável de saúde, força física, claridade e concentração mental e alegria de viver.

Na culinária viva são dispensados o cozimento e o resfriamento, pois estes provocam a perda da vitalidade contida no alimento, de modo a eliminar enzimas digestivas necessárias à assimilação pelo organismo humano.

Cada vegetal é um ser vivo compos-to por fótons (LUZ) armazenados durante a fotossíntese. Nosso corpo é um siste-ma vivo que se conecta, reconhece e assimila internamente esta corrente de biofótons como verdadeira fonte de vi-talidade. Da luz do sol para o centro do nosso corpo, sucessivamente em uma comunicação ancestral... estamos todos ligados na Grande Teia da Vida.

Alimentamo-nos da força reconhe-cida pelos biofísicos como energia vital, presente em cada vegetal: vivo, cru, fres-co, sempre que possível diverso e, de preferência, orgânico.

Muito mais do que uma dieta, a Alimentação Viva traduz uma escolha pessoal de entrar em consonância com os ritmos ecológicos e devolver legiti-midade aos nossos instintos corporais. Vitalidade é a palavra mais expressiva que esta escolha reflete no sistema cor-poral humano.

A força vital é encontrada em maior quantidade nas sementes, es-pecificamente quando estão no início do processo de crescimento. Passado, presente e futuro seguem juntos como

fragmentos do tempo na memória viva da natureza. As sementes germinadas e os brotos concentram em si todo mate-rial disponível para se tornar uma planta adulta. Estes reservatórios de sabedoria e eternidade trazem consigo as infor-mações necessárias para completar a cadeia que rompe o ciclo da vida.

Como germinar sementes no ar

O ideal é germinar 1 xícara de se-mentes por pessoa. O planejamento da germinação orienta o cardápio do dia se-guinte, pois este processo demora, em média 24 horas, dependendo do clima e da temperatura. Quanto mais frio, mais tempo leva.Passo 1 - Pela manhã, coloque as se-mentes dentro de um vidro. Tampe a boca do vidro com filó e elástico. Lave- as bem, pelo menos 5 vezes...

Encha o vidro com água e deixe as sementes de molho, por 8 horas.Passo 2 - Ao anoitecer, passado o pe-ríodo do molho, escorra a água e lave as sementes novamente, pelo menos 5 vezes. Coloque o vidro de cabeça para baixo no ângulo de 90º em um escorre-dor de pratos, por mais 8 horas (está na hora de respirar e escorrer o excesso de água que ficou no fundo do vidro).Passo 3 - Na manhã seguinte, lave a se-mente e a deixe durante mais algumas horas no escorredor de pratos... Veja se

Alimentação viva para todos

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as sementes estão germinadas e, prin-cipalmente, se estão saudáveis e com um cheiro agradável. O ponto ideal é quando a semente coloca para fora um narizinho chamado radícula. Lave bem antes de consumir!Sugestões de sementes para germi-nação no ar: trigo em grão, centeio em grão, gergelim, amendoim cru, grão de bico, lentilha, girassol, alpiste, senha, feijão azuki (atenção: as demais varieda-des de feijão são tóxicas).

Observe sempre o resultado de sua germinação. O melhor lugar para germi-nar é bem longe do forno micro-ondas e da geladeira. É importante que seja um lugar à sombra, coberto, arejado e com claridade. Não precisa ser um espaço muito grande para receber um vidro de sementes e um escorredor de louças. Que tal a pia da cozinha?

A prática da Alimentação Viva nos orienta a germinar sementes diariamen- te. Não produzimos para colocar na ge- ladeira, nem para comer amanhã. Nossa escolha é o presente, germinamos se-mentes suficientes para saciar a nossa fome. O gesto de produzir um alimento de cultivo biológico e orgânico dentro da própria casa é revolucionário, a ponto de considerar que as sementes são por- tadoras da mensagem que nos reconec- ta a um antigo referencial da humanida-de, perdido há mais de 10.000 anos.

Suco de Clorofila: primeira receita da Alimentação Viva

Para quem não sabe, a Clorofila é o sangue das plantas e está presente em qualquer folha verde comestível.

Quando ingerido em jejum, este suco colabora para a desintoxicação das funções corporais, regeneração dos tecidos, liberação de radicais livres, o que favorece nossos estados de saúde e bem-estar. Proporciona vitalidade, dis-posição física e alegria de viver.

Como fazer?

Tudo depende do seu planejamen-to, se você quer tomar suco pela manhã, comece germinando sementes na manhã do dia anterior...

Ingredientes: 2 maçãs, folhas verdes co- mestíveis, 1 xíc. sementes germinadas.

As folhas verdes comestíveis são aquelas que você encontra no mercado ou hortifruti: alface, acelga, brócolis, chi-cória, couve. Quanto mais verde, mais clorofila tem.

É interessante usar folhas aromá- ticas em pouca quantidade, pois são medicinais: hortelã, salsa, alecrim, men-ta, capim limão, entre outras.

1. Germine 1 xícara de sementes (as mais indicadas para o suco são as se-mentes com casca, pois serão coadas: girassol, alpiste, painço, senha...)

2. Corte as maçãs em quadrados peque-nos. Tire as sementes.

3. A medida de folhas é 1 copo de li-quidificador cheio por pessoa. Lave e rasgue as folhas.

4. Bata as maçãs no liquidificador com o auxilio de um pepino ou uma cenoura. Soque o pepino no liquidificador com as maçãs no fundo, como se fosse um pilão (o pepino não é um ingrediente). À medida que as maçãs forem se dissol-vendo, junte as folhas e soque-as com o pepino.

5. Com o auxílio de uma bacia, despeje a mistura batida no liquidificador em um coador de voal. O objetivo é espremer o coador para retirar a água de dentro dos vegetais frescos.

6. Com o líquido obtido pelo coador, bata as sementes germinadas no liquidi-ficador e coe novamente. Está pronto! Experimente fazer todos os dias...

Por que o suco não leva água? Pesquisadores descobriram que a

clorofila das plantas consiste em uma composição química muito semelhante à nossa hemoglobina. Esta composição se desestrutura quando adicionada água ou qualquer fruta que não seja a maçã (possui pH neutro).

Desse modo, um suco de clorofila emite a mesma resposta que uma carga de hemoglobina sendo ingerida pelo or-ganismo humano.

Por que tomar o suco pela manhã? Absorvemos os alimentos que con-

sumimos entre 10h e 18h. Metaboliza-mos, das 18h às 5h. Eliminamos entre 5h e 10h. Durante a manhã, portanto, devemos equilibrar os nossos ritmos in-ternos, canalizando-os para eliminação, o que o Suco de Clorofila colabora e muito!!! (Dr. Soleil, 2006).

Por que se chama suco da Luz do Sol? O processo de fotossintetizar a

Luz do Sol (fotossíntese) é traduzido na planta pela produção de clorofilatra. Por isso, o suco também é conhecido como Suco da Luz do Sol.

Por que devemos germinar sementes para o suco?

O suco de Clorofila é altamente desintoxicante, porém, não basta desin- toxicar, é preciso se alimentar. Nesse caso, as sementes germinadas corres- pondem ao alimento que dará susten- tação e permitirá que o suco seja ingeri-do e mantido no nosso corpo em jejum durante a manhã.

Aline Chaves, educadora ambiental, pes-quisadora do estilo de vida ecológico com a Alimentação Viva e coordenadora dos Progra-mas de Estágio e Imersão Agroecológica da Reserva Bom Retiro. Aldeia Velha-RJ.

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A importância do estudo dos problemas urbanos e suas soluções

Por José Acácio Arruda

A urbanização é um fenômeno mo-derno gerado pela revolução industrial. A substituição da economia agrária pela economia industrial provocou o êxodo rural e fez as cidades se expandirem. O Brasil viu essa mudança no século XX. Antes de 1940 havia 30% da população vivendo nas cidades e 70% no campo. Depois veio o êxodo rural e esse percen-tual se inverteu. Após 1980, passamos a ter 70% da população nas cidades e 30% no campo. Ao contrário dos países desenvolvidos, a urbanização do Brasil não acompanhou o desenvolvimento e o país se urbanizou antes de se desenvol-ver. Com isso, a urbanização se tornou um problema. As cidades cresceram de-sordenadamente e o ambiente urbano foi deteriorado, provocando desorga-nização social, carência de habitação, desemprego, problemas de higiene e de saneamento básico, mudanças na utili-zação do solo e modificações insalubres na paisagem urbana.

Quando se fala em melhorar a zona urbana de uma cidade para aumentar a qualidade de vida da população, a maio-ria das pessoas pensa em asfaltar ruas, construir mais praças e áreas de lazer, aumentar a iluminação pública, diminuir o número de veículos transitando nas ruas, obras que evitem inundações, etc. Essas e outras ideias semelhantes são uma noção superficial do que sejam me-lhorias na zona urbana de uma cidade. Para uma maior compreensão, é neces-sário o conhecimento de dois conceitos aplicáveis ao urbanismo.

O primeiro é o de adensamento. Este termo deriva de “densidade” que corresponde à quantidade de alguma coisa em uma área determinada. Por exemplo: a densidade populacional indi-ca quantas pessoas vivem numa área. Já o adensamento corresponde ao aumen-to do número de pessoas que residem em determinado bairro; o aumento de estabelecimentos comerciais em deter-minada rua; o aumento do número de indústrias em determinada região.

Nas áreas urbanas, o adensamento, seja de pessoas, de estabelecimentos comerciais, de indústrias, de veículos, causa impactos no ambiente urbano.

Procuremos entender isso com um exemplo simples. Imaginemos um lote urbano de 400 m² no qual é edificada uma casa residencial para morar uma família formada por um casal e dois fi-lhos, e na qual trabalhe um empregado doméstico. Nessa área viverão cinco pessoas. A demanda de suprimentos (água, luz elétrica, gás) e serviços (esgo-tos, coleta de lixo) será pequena. Para essa área convergirão dois veículos e cinco pessoas diariamente, com peque-no impacto no trânsito.

Agora tomemos esse mesmo lote de 400 m² e vamos construir nele um edifício com 10 andares, com dois apar-tamentos por andar. Nessa área irão viver 80 pessoas em média e para ela convergirão diariamente 40 veículos e mais de 100 pessoas. A demanda por suprimentos e serviços será 20 vezes maior do que a da casa residencial. O impacto no ambiente urbano será sig- nificativamente maior.

Assim, quando se constrói um edi-fício de apartamentos no lugar de uma casa residencial, se diz que a área está adensando, isto é, está aumentando a densidade de habitantes daquela área.

O adensamento populacional é um fenômeno a que estão sujeitas todas as cidades. No Brasil, cujo crescimento vegetativo da população ainda não se estabilizou (a previsão é de que isso só ocorra após 2020), a tendência é de que quase todas as cidades cresçam. O que irá diferir de uma cidade para outra é a taxa de crescimento anual. Grandes ci-dades terão um novo bairro a cada ano, as pequenas só algumas casas a mais por ano. E mesmo quando o crescimento populacional se estabilizar, não se pode esquecer que a migração e a imigração poderão afetar o seu crescimento.

O adensamento provoca impacto na zona urbana, afetando a demanda por suprimentos, serviços, tráfego de pessoas e veículos e afeta até mesmo parte do ciclo hidrológico. Por esse moti-vo é uma questão para a qual não podem ficar alheios os administradores públicos

“O ambiente urbano

também é protegido por Lei,

até porque é nas cidades que

vive a maioria da população.”

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e privados, porque deverão saber plane-jar corretamente os empreendimentos para que não causem impactos prejudi-ciais à qualidade de vida; e à população porque ela será afetada pelos impactos.

Um bairro originariamente plane-jado para ter residências unifamiliares (casas residenciais), não pode sofrer um processo de verticalização (construção de edifícios de apartamentos) de forma desordenada, de acordo com a demanda do mercado imobiliário. Se isso ocorrer o processo de adensamento causará im- pacto negativo, em que a demanda por suprimentos, serviços e corredores de tráfego, será maior que a capacidade instalada. Uma só região da cidade não pode concentrar todo o setor de comér- cio de produtos e serviços, senão diaria-mente convergirá para ela grande parte da população, congestionando as ruas.

Tomemos como exemplo a cidade de Itajubá (MG).

O adensamento da área central é causador de impacto negativo no tráfe-go de veículos por quase toda a cidade. A zona central concentra tudo aquilo que atrai pessoas, e por consequência, veículos. Nela estão instaladas as agên-cias bancárias, lojas de grandes redes, farmácias, órgãos públicos e seu cen-tro comercial. No entorno estão os dois maiores hospitais da cidade e as lojas das redes de supermercados.

Para piorar a situação, a cidade es- tá dividida em duas partes pelo Rio Sapucaí, e os locais que atraem pessoas em busca de produtos e serviços ficam no lado da margem direita. Quem mo-ra no lado da margem esquerda do rio tem de atravessá-lo, e para isso existem poucas pontes. Por isso em determina-dos horários dos dias úteis, o trânsito de veículos não flui com rapidez e Itaju- bá adquire uma “cara” de metrópole.

Este problema nos remete direta-mente ao segundo problema: falta de simetria no traçado urbano.

Se observarmos o mapa de Itajubá veremos que seu traçado urbano é assi-métrico. Para perceber essa assimetria basta atentar para o número elevado de ruas sem saída que a cidade possui e para a maneira como uma rua muda de direção abruptamente num ponto em que poderia continuar reta. Isso fica claro no traçado do bairro da Medicina. Há muitas ruas que terminam ou mu-dam de direção sem que exista um fator

topográfico que impeça o seu prossegui-mento.

Na expansão da zona urbana da cidade não houve preocupação com os problemas do adensamento e da falta de simetria de seu traçado. A zona ur-bana se expandiu atendendo somente às exigências do momento, sem qualquer previsão para o futuro. Os bairros da pe-riferia foram surgindo e sendo agregados segundo a conveniência do incorporador imobiliário, e não segundo a conveniên-cia urbana. Não houve preocupação de instituir a obrigatoriedade de vias cole-toras amplas para atender a cada novo bairro, ligando-os até ao centro da ci-dade. Um exemplo claro são os bairros Santa Luzia, Santa Helena, Jardim Ber-nadete e Rebourgeon, que dependem de ruas com uma só pista de mão dupla. Por elas tem de passar todo o fluxo de veícu-los e pessoas vindas desses bairros em busca de produtos e serviços disponibi-lizados no centro e do outro lado do rio.

A impermeabilização do solo é uma questão a ser considerada na expansão da zona urbana. Nas áreas construídas, o solo fica impermeabilizado e a água da chuva não se infiltra, mas escoa pa-ra as galerias pluviais e por elas até os rios e córregos. Com isso se aumenta os riscos de inundações. Exemplo claro é o Ribeirão José Pereira, que atravessa o bairro Pinheirinho e o centro da cidade até desaguar no Rio Sapucaí. A contí-nua impermeabilização ao longo de suas margens, a montante, aumentará a va-zão na época das cheias, tornando mais frequente seu transbordamento ao lon-go da Av. BPS. Sua canalização no trecho entre as ruas Olavo Bilac e Cel. Carneiro Júnior, subdimensionada, é outro fato de impacto negativo.

Esses são alguns dos problemas que os administradores públicos e priva-dos e a população vão se deparar. Não são apenas problemas de engenharia e de urbanismo, mas também político e legal, porque a expansão urbana, o uso e parcelamento do solo urbano e o direi-to de construir são regulamentados por leis que impõem diretrizes e restrições à incorporação imobiliária, ao direito de construir, ao direito de instalação e loca-lização de equipamentos urbanos.

O ambiente urbano também é pro-tegido, até porque é na cidade que vive a maioria da população, afastando a ideia de que a proteção legal ao ambien-

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te é só para as florestas, para os animais silvestres, rios, lagos, etc.

A Constituição Federal dispõe no artigo 182 que a política de desenvolvi-mento urbano será executada pelo Poder Público Municipal, conforme diretrizes fi- xadas em lei, com objetivo de ordenar o pleno desenvolvimento das funções so- ciais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes, e estabelece que o Pla- no Diretor, aprovado pela Câmara Muni-cipal, obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes, seja o instrumento básico da política e da expansão urbana.

O Plano Diretor também é exigido para as cidades turísticas, mesmo que não tenham mais de 20 mil habitantes. Não é concebível pensar numa cidade turística crescendo desordenadamente, sem cuidados com a estética urbana e com equipamentos urbanos adequados para a sustentação do turismo.

A diretriz constitucional foi regula-mentada pela Lei Federal nº 10.257, de 10/07/2001, conhecida como Estatuto das Cidades. Esta Lei fixa os parâmetros gerais para a política urbana e para a expansão urbana, determinando que os Municípios estabeleçam seus Planos Di-retores, com participação da população na sua elaboração.

O projeto de lei que cria o Plano Diretor Municipal deve ser debatido em audiências públicas com a população. E mesmo depois de instituído, deve ser revisto a cada 10 anos, também com participação da população.

Outro instrumento preconizado pe-lo Estatuto das Cidades, e que deve ser regulamentado pelo Município, é o Estu-do de Impacto de Vizinhança (EIV), que deverá ser obrigatório para todo empre-endimento urbano gerador de impacto. Este instrumento veio se alinhar aos já conhecidos EIA (Estudo de Impacto Am-biental) e RIMA (Relatório de Impacto no Meio Ambiente). Enquanto o EIA e

o RIMA se aplicam a empreendimentos potencialmente danosos ao meio am-biente, o EIV se aplica na zona urbana a todo empreendimento, ainda que não poluidor. A razão disso é determinar qual impacto, positivo ou negativo, um em-preendimento terá na sua vizinhança.

Tomemos como exemplo o no-vo prédio da Caixa Econômica Federal, ninguém afirmará que esse empreendi-mento é poluidor, e de fato ele não é. Mas causou um impacto na vizinhança, onde já existe o Fórum Wenceslau Braz, o Fórum da Justiça do Trabalho, o Edifício Athenas (comercial). Estes três estabe-lecimentos atraem centenas de pessoas diariamente e o número de pessoas que convergem para aquele ponto da cidade dobrou e a procura de vagas de estacio-namento aumentou proporcionalmente. Os carros passaram a estacionar por vá-rias quadras ao redor deste núcleo, o que gerou um impacto negativo para aquela área que é predominantemente residen-cial, provocando um adensamento que a capacidade instalada não suporta. Um prévio estudo de impacto de vizinhança teria previsto isto.

O EIV deve analisar: adensamento populacional; equipamentos urbanos e comunitários; uso e ocupação do solo; valorização imobiliária; geração de trá-fego e demanda por transporte público; ventilação e iluminação; paisagem urba-na e patrimônio natural e cultural.

Itajubá já tem seu Plano Diretor estabelecido pela Lei Complementar Municipal nº 8, de 30/12/2003. Esta Lei fixa o perímetro urbano, as áreas de ex-pansão urbana, o macrozoneamento, as zonas urbanas e as diretrizes de cada uma delas, o sistema viário, e outras re-gras que se aplicam diretamente sobre a expansão urbana, loteamentos, edifica-ções, localização de empreendimentos e equipamentos urbanos, etc. Porém o município não cumpriu com a obrigação

de regulamentar o Estudo de Impacto de Vizinhança, com o que está desa-tendendo ao direito da população a um ambiente urbano equilibrado e saudável.

O arquiteto e urbanista francês Gaston Bardet (1907-1989) usou o termo urbanificação para designar a aplicação dos princípios do urbanismo, advertindo que a urbanização é o mal e a urbanificação é o remédio. Itajubá não está conseguin-do superar os desafios impostos pela urbanização e não avançou no proces-so da urbanificação. Em 2013, o Plano Diretor Municipal deverá ser revisto. É a oportunidade de atualizá-lo e melhorá- lo, inclusive de regulamentar o Estudo de Impacto de Vizinhança. A questão do adensamento é primordial, porque sem resolvê-la não se avançará na solução dos problemas do tráfego e a questão da expansão urbana deverá ter atenção especial porque os futuros bairros peri-féricos não poderão ficar dependentes da centralização comercial atual. É certo que a topografia local não ajuda. Itajubá cresceu comprimida no vale do Rio Sa-pucaí e a cidade se rendeu à montanha. Isso seria desculpa válida nos meados no século XX, mas no XXI, com tecnolo-gias à disposição para um planejamento bem feito, não há razão para a expansão urbana da cidade não incorporar os va-lores urbanísticos da integração social e da qualidade de vida urbana.

A revisão do plano diretor será uma ocasião de conflito entre os interesses de melhorar a cidade e os interesses da especulação imobiliária, que visa so- mente o lucro. Caberá à população par- ticipar ativamente das audiências públi-cas, fazendo pressão sobre os poderes Legislativo e Executivo para que não ce- dam aos interesses da especulação imo- biliária. Será isso ou o que já é ruim, fi- cará pior.

José Acácio Arruda, Promotor de Justiça, área criminal e defesa do meio ambiente.

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Santa Rita do Sapucaí está habilitada

e receberá o ICMS Turístico 2013

Santa Rita do Sapucaí, município integrado ao Circuito Turístico Caminhos do Sul de Minas (CTCSM) está habilitada e receberá o ICMS Turístico com base na arrecadação estadual de 2013.

O município é o primeiro do CTCSM a conquistar o ICMS Turístico, tendo cumprido todos os requisitos para a ha-bilitação, sendo eles: Participar de uma Associação de Circuito Turístico reco-nhecida pela SETUR/MG, nos termos do Programa de Regionalização do Turismo no Estado de Minas Gerais; ter elabo-rada e em implementação uma Política Municipal de Turismo; possuir Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) e Fundo Municipal de Turismo (FUMTUR) ambos em funcionamento. Também é desejável que o município participe nos critérios ICMS Meio Ambiente e Patrimônio Cul-tural da Lei Robin Hood.

“Com o recebimento dos recursos oriundos do ICMS Turístico, o COMTUR, em parce-ria com a Divisão de Turismo e Lazer, poderá elaborar o plano de aplicação, visando o desen-volvimento do turismo. Este plano deverá ser elaborado de acordo com os objetivos propostos no Plano Municipal de Turismo, consolidando objetivo proposto, ação prevista e ação realizada. Estes recursos poderão ser investidos em progra-mas e projetos voltados para o desenvolvimento turístico do Município, promover melhorias nos serviços, aumentar o potencial turístico e para oferecer mais atrações, assim, conseguir manter os visitantes por mais tempo na cidade”, co- mentou a Secretária Municipal de Espor-te, Cultura, Lazer e Turismo, Rosângela Vilela da Costa.

Por Herika Nogueira

Santa Rita do Sapucaí desenvolveu um trabalho conjunto entre Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Es-porte, Cultura, Lazer e Turismo, COMTUR e membros da comunidade. As ações contaram com apoio técnico do CTCSM para a estruturação do turismo no muni-cípio com a realização de uma Oficina de Planejamento Estratégico em outubro de 2009, envolvendo a comunidade.

As ações de estruturação do sis-tema turístico tiveram continuidade em 2010. O resultado foi a elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Turismo Municipal 2010-2013, rees-truturação do COMTUR e planejamento das Leis para o FUMTUR e Política Muni-cipal de Turismo. Neste processo, houve a revisão do Plano e dos resultados ob-tidos, alinhando-os para o exercício no ano seguinte. Em 2011, com o COMTUR em plena atividade, as ações integradas dos representantes da comunidade e do poder público resultaram na operacio-nalização e fortalecimento do FUMTUR, nova revisão do Plano e alinhamento das diretrizes. Esta dinâmica de trabalho se repetiu em 2012, com a orientação permanente do CTCSM, fortalecendo e consolidando o sistema de organização do desenvolvimento sustentável do tu-rismo (COMTUR – FUMTUR – Política Municipal de Turismo e Plano Municipal de Desenvolvimento Sustentável do Tu-rismo).

“Maior que a conquista do ICMS Turístico é o sucesso alcançado por todos na or-ganização do município para o desenvolvimento

do setor, com destaque para o envolvimento da comunidade neste processo. A equipe enten-deu a importância do sistema organizacional para o desenvolvimento da atividade turística, aprendeu a planejar e a colocar em prática o que foi planejado. Parabéns a todos!”, expres-sou o Gestor do CTCSM, Walter Santos de Alvarenga, que orientou e apoiou o processo.

O CTCSM trabalha ativamente pa-ra que todos os municípios associados implantem o sistema de organização pa- ra o desenvolvimento sustentável do tu-rismo. Várias oficinas e consultorias já foram realizadas e nos meses de outu-bro e novembro deste ano, mais cinco municípios receberam as Oficinas de Pla-nejamento Estratégico.

“Destaco e parabenizo o pioneirismo de Santa Rita do Sapucaí, primeiro município de nossa microrregião que galgou todos os passos e alcançou esta vitória com o envolvimento da equipe da Secretaria de Turismo, Esporte e La-zer, com o protagonismo do Conselho Municipal de Turismo e com total apoio e consultoria do CTCSM. Com certeza, Santa Rita do Sapucaí será referência e estímulo aos demais municí-pios integrantes do CTCSM para alcançarem os mesmos resultados de sucesso”, falou o Presi-dente do CTCSM, José Maurício Carneiro da Silva.

Neste ano, 119 municípios estão habilitados a receber o repasse em 2013, no ano passado foram 63 cidades, o que demonstra um crescimento de mais de 88%, segundo informou o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Turismo.