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L HISTÓRIA 60 Nature IMAGENS: SHUTTERSTOCK DISCÓRDIA O FÓSSIL DA Metades de um animal de 47 milhões de anos, que ficaram décadas separadas e chegaram a ser adulteradas por colecionadores, dividem opinião de cientistas, que não sabem se classificam a espécie como antropoide ou lemuroide Por LUCAS LAURSEN/ Tradução de NILZA LAIZ NASCIMENTO DA SILVA P aleontólogos identificaram uma nova espécie de primata ao juntar duas metades de um fóssil incomum, que estiveram separadas durante décadas devido às excentricidades das pessoas que atuam no ramo dos fósseis. Uma das metades do fóssil – que alguns veículos de comunicação se apressaram em rotular de “o elo perdido” – foi até mesmo adulterada por um antigo dono para tornar sua apa- rência mais impressionante. A relação da nova espécie, denomina- da Darwinius Masillae, com outros prima- tas primitivos deu origem a uma contro- vérsia acadêmica, a uma entrevista coleti- va no Museu de História Natural de Nova York e à divulgação de um documentário de TV na terceira semana de maio (de 17 a 23) de 2009. A ausência de certas carac- terísticas-chave – escreveram os autores do estudo – associa o espécime Darwinius encontrado, de 47 milhões de anos, com os primitivos haplorrinos, ancestrais de antropoides como os macacos, símios e humanos. Entretanto, no mesmo parágra- fo eles escrevem: “não interpretamos o Darwinius como um antropoide”. Essa nuance havia sido retirada do anúncio feito na semana anterior (10 a 16 de maio), que declarou em letras garra- fais que tal achado “mudaria tudo”, antes mesmo da publicação formal do estudo. O jornal Daily Mail relatou a existência do fóssil no dia 10 de maio de 2009, quando anunciou o documentário sobre o acha- do, e o The Wall Street Journal seguiu a mesma linha com um artigo, no dia 15 de maio, destacando que esse achado tinha o potencial de gerar conflito entre os cientistas criacionistas e evolucionistas. ÁRVORE FAMILIAR Esse fóssil é “principalmente notável por sua quase perfeita integralidade”, afirmou Christopher Beard, curador do Museu Car- negie de História Natural, em Pittsburgh, NATURE 2.indd 60 12/8/2009 10:06:48 matérias issu.indd 5 5/10/2010 18:01:03

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Leituaras da História

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DISCÓRDIAO FÓSSIL DA

Metades de um animal de 47 milhões de anos, que � caram

décadas separadas e chegaram a ser adulteradas por colecionadores,

dividem opinião de cientistas, que não sabem se classi� cam a espécie como

antropoide ou lemuroidePor LUCAS LAURSEN/ Tradução de NILZA LAIZ NASCIMENTO DA SILVA

Paleontólogos identi� caram uma nova espécie de primata ao juntar duas metades de um fóssil incomum,

que estiveram separadas durante décadas devido às excentricidades das pessoas que atuam no ramo dos fósseis. Uma das metades do fóssil – que alguns veículos de comunicação se apressaram em rotular de “o elo perdido” – foi até mesmo adulterada por um antigo dono para tornar sua apa-rência mais impressionante.

A relação da nova espécie, denomina-da Darwinius Masillae, com outros prima-tas primitivos deu origem a uma contro-vérsia acadêmica, a uma entrevista coleti-va no Museu de História Natural de Nova York e à divulgação de um documentário de TV na terceira semana de maio (de 17 a 23) de 2009. A ausência de certas carac-terísticas-chave – escreveram os autores do estudo – associa o espécime Darwinius encontrado, de 47 milhões de anos, com os primitivos haplorrinos, ancestrais de

antropoides como os macacos, símios e humanos. Entretanto, no mesmo parágra-fo eles escrevem: “não interpretamos o Darwinius como um antropoide”.

Essa nuance havia sido retirada do anúncio feito na semana anterior (10 a 16 de maio), que declarou em letras garra-fais que tal achado “mudaria tudo”, antes mesmo da publicação formal do estudo. O jornal Daily Mail relatou a existência do fóssil no dia 10 de maio de 2009, quando anunciou o documentário sobre o acha-do, e o The Wall Street Journal seguiu a mesma linha com um artigo, no dia 15 de maio, destacando que esse achado tinha o potencial de gerar con� ito entre os cientistas criacionistas e evolucionistas.

ÁRVORE FAMILIAREsse fóssil é “principalmente notável por

sua quase perfeita integralidade”, a� rmou Christopher Beard, curador do Museu Car-negie de História Natural, em Pittsburgh,

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Traduções da revista Nature com exclusividade para o veículo revista no Brasil

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INCÓGNITA DA PALEONTOLOGIA O fóssil da nova espécie, denominada Darwinius Masillae, gera con� itos entre os cientistas, uma vez que as características do esqueleto encontrado são reconhecidas tanto em lêmures como em primatas

na Pensilvânia, que não participou desse trabalho. Além dos ossos, o fóssil apresenta um esboço do tecido mole do animal, in-cluindo impressões parciais de seu pelo e de seu trato digestivo. Mas a interpretação do autor, classi� cando-o como um ancestral haplorrino, tem menos probabilidade de obter ampla aceitação cientí� ca, ele disse. “É muito fácil alocar esse fóssil no grupo adapiforme”, que inclui ancestrais dos atuais lêmures, e lemuroides, a� rmou Beard.

A questão sobre onde a espécie se encaixa na árvore familiar dos primatas pro-vavelmente não será resolvida entre a pu-blicação do estudo na revista cientí� ca PLoS ONE e sua aparição no documentário da TV na terceira semana de maio. [Opinião do articulista em 20 de maio, quando escreveu este texto]. “É o tipo de assunto cientí� co que, suponho, terá de ser revisto nos pró-ximos meses à medida que mais pessoas terão acesso ao espécime”, disse Beard.

“Há quatro visões distintas sobre a rela-ção entre os diferentes tipos de primatas”, a� rmou Colin Tudge, autor de The link [O elo], livro que foi produzido para acompa-nhar o documentário de mesmo nome. A maioria dos cientistas que estudam fósseis de primatas desse período – o Eoceno – associa os Adapidae aos lêmures dos dias atuais, ele a� rmou. Estes, ao contrário dos atuais antropoides, possuem nariz úmido e dentes e garras especiais utilizados para os cuidados corporais. O espécime Darwinius não apresenta tais características modernas, detalhe que os autores do estudo a� rmam que ajuda a colocá-lo entre os primitivos ha-plorrinos, mas que Beard diz que poderia ser apenas devido ao espécime ser mais velho do que os lêmures dos dias atuais.

FUROR FÓSSILO esqueleto foi encontrado nos se-

dimentos do lago Messel, sítio fossilífero

localizado na Alemanha. Tudge disse que o autor do estudo, John Hurum, da Universidade de Oslo, na Noruega, batizou-o de “Ida”, com o mesmo nome de sua � lha.

Os sedimentos eram de uma � ores-ta paratropical do período em que Ida viveu, mas faziam parte de uma mina de xisto quando o local foi escavado, nas décadas de 1970 e 1980. Lâminas de xisto contendo fósseis eram frequentemente retiradas, relataram os autores, e muitos desses fósseis foram parar em mãos de colecionadores particulares nos anos subsequentes.

Uma metade de Ida apareceu em um museu privado do Wyoming, em 1991, e uma análise realizada por Jens Franzen do Museu de História Natural da Basileia, na Suíça, revelou que o fóssil continha partes falsi� cadas. A segunda metade de Ida, segundo foi apurado, apareceu no mercado aberto na Alemanha, em 2007, onde Hurum comprou-a em nome do Museu de História Natural da Universida-de de Oslo.

Basicamente, ela se parece com um animal atropelado na autoestrada – por-que as camadas de sedimento compri-miram lentamente o fóssil, que � cou no fundo de um lago tóxico que pode ter liberado periodicamente metano, matan-do os animais da redondeza e fornecendo um excelente registro fóssil da vida do período Eoceno. Os autores do trabalho sugerem que Ida morreu jovem, talvez com apenas nove meses, e deveria pesar entre 600 e 900 gramas se tivesse chegado à idade adulta. A ausência do osso báculo, encontrado na genitália mas-culina de muitos mamíferos, sugere que o fóssil seria de uma fêmea.

Beard a� rmou que fósseis assim, tão bem preservados, são de grande interes-se para a comunidade de paleontologia, e esse, em especial, porque era de um espécime jovem e de gênero conhecido. “Isso permite que se estude o crescimen-to e desenvolvimento de um primata que viveu há quase 50 milhões de anos”. Uma das questões que os pesquisadores deba-tem, por exemplo, é quando os primatas começaram a mostrar sinais de dimor� s-mo sexual – diferenças identi� cadas entre machos e fêmeas. “Isso é comumente encontrado entre primatas antropoides vivos, mas não entre lêmures”, a� rma Beard. “O que precisamos agora é de espécimes machos (do sítio fossilífero de Messel) a � m de chegar a uma conclu-são”, diz o curador. “É sempre bom ter mais indicações de como era a anatomia deles”, completa Beard. “Já quanto à ori-gem familiar e grau de parentesco”, disse Tudge, “é uma discussão que continuará inde� nidamente”.

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Metades de um animal de 47 milhões de anos, que � caram

décadas separadas e chegaram a ser adulteradas por colecionadores,

dividem opinião de cientistas, que não sabem se classi� cam a espécie como

antropoide ou lemuroidePor LUCAS LAURSEN/ Tradução de NILZA LAIZ NASCIMENTO DA SILVA

Paleontólogos identi� caram uma nova espécie de primata ao juntar duas metades de um fóssil incomum,

que estiveram separadas durante décadas devido às excentricidades das pessoas que atuam no ramo dos fósseis. Uma das metades do fóssil – que alguns veículos de comunicação se apressaram em rotular de “o elo perdido” – foi até mesmo adulterada por um antigo dono para tornar sua apa-rência mais impressionante.

A relação da nova espécie, denomina-da Darwinius Masillae, com outros prima-tas primitivos deu origem a uma contro-vérsia acadêmica, a uma entrevista coleti-va no Museu de História Natural de Nova York e à divulgação de um documentário de TV na terceira semana de maio (de 17 a 23) de 2009. A ausência de certas carac-terísticas-chave – escreveram os autores do estudo – associa o espécime Darwinius encontrado, de 47 milhões de anos, com os primitivos haplorrinos, ancestrais de

antropoides como os macacos, símios e humanos. Entretanto, no mesmo parágra-fo eles escrevem: “não interpretamos o Darwinius como um antropoide”.

Essa nuance havia sido retirada do anúncio feito na semana anterior (10 a 16 de maio), que declarou em letras garra-fais que tal achado “mudaria tudo”, antes mesmo da publicação formal do estudo. O jornal Daily Mail relatou a existência do fóssil no dia 10 de maio de 2009, quando anunciou o documentário sobre o acha-do, e o The Wall Street Journal seguiu a mesma linha com um artigo, no dia 15 de maio, destacando que esse achado tinha o potencial de gerar con� ito entre os cientistas criacionistas e evolucionistas.

ÁRVORE FAMILIAREsse fóssil é “principalmente notável por

sua quase perfeita integralidade”, a� rmou Christopher Beard, curador do Museu Car-negie de História Natural, em Pittsburgh,

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Traduções da revista Nature com exclusividade para o veículo revista no Brasil

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INCÓGNITA DA PALEONTOLOGIA O fóssil da nova espécie, denominada Darwinius Masillae, gera con� itos entre os cientistas, uma vez que as características do esqueleto encontrado são reconhecidas tanto em lêmures como em primatas

na Pensilvânia, que não participou desse trabalho. Além dos ossos, o fóssil apresenta um esboço do tecido mole do animal, in-cluindo impressões parciais de seu pelo e de seu trato digestivo. Mas a interpretação do autor, classi� cando-o como um ancestral haplorrino, tem menos probabilidade de obter ampla aceitação cientí� ca, ele disse. “É muito fácil alocar esse fóssil no grupo adapiforme”, que inclui ancestrais dos atuais lêmures, e lemuroides, a� rmou Beard.

A questão sobre onde a espécie se encaixa na árvore familiar dos primatas pro-vavelmente não será resolvida entre a pu-blicação do estudo na revista cientí� ca PLoS ONE e sua aparição no documentário da TV na terceira semana de maio. [Opinião do articulista em 20 de maio, quando escreveu este texto]. “É o tipo de assunto cientí� co que, suponho, terá de ser revisto nos pró-ximos meses à medida que mais pessoas terão acesso ao espécime”, disse Beard.

“Há quatro visões distintas sobre a rela-ção entre os diferentes tipos de primatas”, a� rmou Colin Tudge, autor de The link [O elo], livro que foi produzido para acompa-nhar o documentário de mesmo nome. A maioria dos cientistas que estudam fósseis de primatas desse período – o Eoceno – associa os Adapidae aos lêmures dos dias atuais, ele a� rmou. Estes, ao contrário dos atuais antropoides, possuem nariz úmido e dentes e garras especiais utilizados para os cuidados corporais. O espécime Darwinius não apresenta tais características modernas, detalhe que os autores do estudo a� rmam que ajuda a colocá-lo entre os primitivos ha-plorrinos, mas que Beard diz que poderia ser apenas devido ao espécime ser mais velho do que os lêmures dos dias atuais.

FUROR FÓSSILO esqueleto foi encontrado nos se-

dimentos do lago Messel, sítio fossilífero

localizado na Alemanha. Tudge disse que o autor do estudo, John Hurum, da Universidade de Oslo, na Noruega, batizou-o de “Ida”, com o mesmo nome de sua � lha.

Os sedimentos eram de uma � ores-ta paratropical do período em que Ida viveu, mas faziam parte de uma mina de xisto quando o local foi escavado, nas décadas de 1970 e 1980. Lâminas de xisto contendo fósseis eram frequentemente retiradas, relataram os autores, e muitos desses fósseis foram parar em mãos de colecionadores particulares nos anos subsequentes.

Uma metade de Ida apareceu em um museu privado do Wyoming, em 1991, e uma análise realizada por Jens Franzen do Museu de História Natural da Basileia, na Suíça, revelou que o fóssil continha partes falsi� cadas. A segunda metade de Ida, segundo foi apurado, apareceu no mercado aberto na Alemanha, em 2007, onde Hurum comprou-a em nome do Museu de História Natural da Universida-de de Oslo.

Basicamente, ela se parece com um animal atropelado na autoestrada – por-que as camadas de sedimento compri-miram lentamente o fóssil, que � cou no fundo de um lago tóxico que pode ter liberado periodicamente metano, matan-do os animais da redondeza e fornecendo um excelente registro fóssil da vida do período Eoceno. Os autores do trabalho sugerem que Ida morreu jovem, talvez com apenas nove meses, e deveria pesar entre 600 e 900 gramas se tivesse chegado à idade adulta. A ausência do osso báculo, encontrado na genitália mas-culina de muitos mamíferos, sugere que o fóssil seria de uma fêmea.

Beard a� rmou que fósseis assim, tão bem preservados, são de grande interes-se para a comunidade de paleontologia, e esse, em especial, porque era de um espécime jovem e de gênero conhecido. “Isso permite que se estude o crescimen-to e desenvolvimento de um primata que viveu há quase 50 milhões de anos”. Uma das questões que os pesquisadores deba-tem, por exemplo, é quando os primatas começaram a mostrar sinais de dimor� s-mo sexual – diferenças identi� cadas entre machos e fêmeas. “Isso é comumente encontrado entre primatas antropoides vivos, mas não entre lêmures”, a� rma Beard. “O que precisamos agora é de espécimes machos (do sítio fossilífero de Messel) a � m de chegar a uma conclu-são”, diz o curador. “É sempre bom ter mais indicações de como era a anatomia deles”, completa Beard. “Já quanto à ori-gem familiar e grau de parentesco”, disse Tudge, “é uma discussão que continuará inde� nidamente”.

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Paleontólogos identi� caram uma nova espécie de primata ao juntar duas metades de um fóssil incomum,

que estiveram separadas durante décadas devido às excentricidades das pessoas que atuam no ramo dos fósseis. Uma das metades do fóssil – que alguns veículos de comunicação se apressaram em rotular de “o elo perdido” – foi até mesmo adulterada por um antigo dono para tornar sua apa-rência mais impressionante.

A relação da nova espécie, denomina-da Darwinius Masillae, com outros prima-tas primitivos deu origem a uma contro-vérsia acadêmica, a uma entrevista coleti-va no Museu de História Natural de Nova York e à divulgação de um documentário de TV na terceira semana de maio (de 17 a 23) de 2009. A ausência de certas carac-terísticas-chave – escreveram os autores do estudo – associa o espécime Darwinius encontrado, de 47 milhões de anos, com os primitivos haplorrinos, ancestrais de

antropoides como os macacos, símios e humanos. Entretanto, no mesmo parágra-fo eles escrevem: “não interpretamos o Darwinius como um antropoide”.

Essa nuance havia sido retirada do anúncio feito na semana anterior (10 a 16 de maio), que declarou em letras garra-fais que tal achado “mudaria tudo”, antes mesmo da publicação formal do estudo. O jornal Daily Mail relatou a existência do fóssil no dia 10 de maio de 2009, quando anunciou o documentário sobre o acha-do, e o The Wall Street Journal seguiu a mesma linha com um artigo, no dia 15 de maio, destacando que esse achado tinha o potencial de gerar con� ito entre os cientistas criacionistas e evolucionistas.

ÁRVORE FAMILIAREsse fóssil é “principalmente notável por

sua quase perfeita integralidade”, a� rmou Christopher Beard, curador do Museu Car-negie de História Natural, em Pittsburgh,

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