NBR 14544 - Requisitos Basicos Para Protecao de Componentes Sensiveis as Descargas Eletrostaticas

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Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 28º andar CEP 20003-900 – Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro – RJ Tel.: PABX (21) 210-3122 Fax: (21) 220-1762/220-6436 Endereço eletrônico: www.abnt.org.br ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas Copyright © 2000, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados JUL 2000 NBR 14544 Requisitos básicos para proteção de componentes sensíveis às descargas eletrostáticas Origem: Projeto 03:113.01-003:1998 ABNT/CB-03 - Comitê Brasileiro de Eletricidade CE-03:113.01 - Comissão de Estudo de Descargas Eletrostáticas NBR14544 - Basic requirements for protection of eletrostatic discharge sensitive components Descriptor: Eletrostatic discharge Válida a partir de 31.08.2000 Palavra-chave: Descarga elétrostática 27 páginas Sumário Prefácio 1 Objetivo 2 Referências normativas 3 Definições 4 Requisitos gerais 5 Requisitos específicos 6 Compras, recebimento, armazenamento e manuseio 7 Treinamento 8 Responsabilidade da qualidade 9 Instruções para auditorias periódicas ANEXO A Tabelas B Bibliografia Prefácio A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros). Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública entre os associados da ABNT e demais interessados. Esta Norma possui o anexo A, de caráter normativo, e o anexo B, de caráter informativo. 1 Objetivo 1.1 Esta Norma especifica os requisitos gerais para a proteção de componentes sensíveis às descargas eletrostáticas (ESDS). Aplica-se somente aos componentes e aos conjuntos eletrônicos. 1.2 Para áreas com condutores expostos submetidos a potenciais maiores que 250 V.c.a. ou 100 V.c.c., não se aplicam os conceitos descritos nesta Norma. 1.3 Uma vez que esta Norma não inclui os procedimentos para segurança pessoal, é necessária atenção a todos os quesitos de atendimento às normas legais, com relação a saúde e segurança de todas as pessoas em todos os postos de trabalho, incluindo as cobertas por esta Norma (Atenção especial deve ser dada ao fato de que potenciais elétricos superiores a 250 V.c.a. ou 100 V.c.c. podem ser perigosos às pessoas).

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Copyright © 2000,ABNT–Associação Brasileirade Normas TécnicasPrinted in Brazil/Impresso no BrasilTodos os direitos reservados

JUL 2000 NBR 14544Requisitos básicos para proteção decomponentes sensíveis às descargaseletrostáticas

Origem: Projeto 03:113.01-003:1998ABNT/CB-03 - Comitê Brasileiro de EletricidadeCE-03:113.01 - Comissão de Estudo de Descargas EletrostáticasNBR14544 - Basic requirements for protection of eletrostatic discharge sensitivecomponentsDescriptor: Eletrostatic dischargeVálida a partir de 31.08.2000

Palavra-chave: Descarga elétrostática 27 páginas

SumárioPrefácio1 Objetivo2 Referências normativas3 Definições4 Requisitos gerais5 Requisitos específicos6 Compras, recebimento, armazenamento e manuseio7 Treinamento8 Responsabilidade da qualidade9 Instruções para auditorias periódicasANEXOA TabelasB Bibliografia

Prefácio

A ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é o Fórum Nacional de Normalização. As Normas Brasileiras, cujoconteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB) e dos Organismos de Normalização Setorial(ABNT/ONS), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores envolvidos, delasfazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).

Os Projetos de Norma Brasileira, elaborados no âmbito dos ABNT/CB e ABNT/ONS, circulam para Consulta Pública entreos associados da ABNT e demais interessados.

Esta Norma possui o anexo A, de caráter normativo, e o anexo B, de caráter informativo.

1 Objetivo

1.1 Esta Norma especifica os requisitos gerais para a proteção de componentes sensíveis às descargas eletrostáticas(ESDS). Aplica-se somente aos componentes e aos conjuntos eletrônicos.

1.2 Para áreas com condutores expostos submetidos a potenciais maiores que 250 V.c.a. ou 100 V.c.c., não se aplicam osconceitos descritos nesta Norma.

1.3 Uma vez que esta Norma não inclui os procedimentos para segurança pessoal, é necessária atenção a todos osquesitos de atendimento às normas legais, com relação a saúde e segurança de todas as pessoas em todos os postos detrabalho, incluindo as cobertas por esta Norma (Atenção especial deve ser dada ao fato de que potenciais elétricossuperiores a 250 V.c.a. ou 100 V.c.c. podem ser perigosos às pessoas).

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2 Referências normativas

As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem prescrições para estaNorma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação. Como toda norma está sujeita a revisão,recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que verifiquem a conveniência de se usarem as edições maisrecentes das normas citadas a seguir. A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.

NBR 5410:1997 - Instalações elétricas de baixa tensão

NBR 14163:1998 - Descargas eletrostáticas - Terminologia

NBR 14164:1998 - Símbolos gráficos utilizados no controle de descargas eletrostáticas

3 Definições

Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da NBR 14163.

4 Requisitos gerais

4.1 Considerações de projeto para minimizar os efeitos da ESD

Os danos causados pela descarga eletrostática podem ser minimizados pelo uso adequado de práticas de projeto em com-ponentes, módulos e equipamentos para torná-los menos suscetíveis aos danos pela ESD.

4.1.1 Identificação

Quando o equipamento inclui itens ESDS durante o projeto, deve ser indicada a presença destes em todos os estágios sub-seqüentes e incluindo layout, aquisição e uso. Os desenhos e listas de materiais devem ser anotados de acordo com aNBR 14164, e as instruções dadas para a seqüência de montagem conforme 5.1. Deve-se dar atenção particular aos dis-positivos de proteção; a remoção deles deixaria o item desprotegido.

4.1.1.1 Avisos de alerta

O projeto de equipamentos e seus subconjuntos deve permitir a colocação de avisos de alerta e símbolos.

NOTA - Esta informação é de particular importância para o pessoal de serviço e manutenção.

4.1.2 Projeto de componentes

Para os itens ESDS, deve ser incluído um aviso de alerta nas literaturas de vendas, especificações, notas aplicativas, em-balagens e manuais. O nível de sensibilidade do componente deve estar inserido nas literaturas de vendas do fabricante,especificações e sugestões de uso.

4.1.3 Projeto de módulos e equipamentos

4.1.3.1 Os conjuntos eletrônicos devem ser projetados para minimizar os danos devido à ESD.

4.1.3.2 Deve-se considerar o uso de componentes de menor sensibilidade, desde que atendam a todos os parâmetros doprojeto.

4.1.3.3 Deve-se considerar o uso de proteção onde são empregados itens ESDS.

4.1.3.4 Para prevenir a geração de cargas e tensões, deve-se considerar o uso de diodos de proteção e/ou resistores sobreconectores de placa (pente) e outros meios de conectar as entradas e as saídas dos conjuntos.

4.1.3.5 Deve-se considerar a conexão elétrica de todas as entradas de itens ESDS, direta ou indiretamente, para um pontodisponível, normalmente uma fonte de tensão apropriada ou terra, tão próximo quanto possível destes. Outras entradas esaídas devem utilizar esta proteção, quando apropriado.

4.1.3.6 As trilhas de conexão aos itens ESDS devem ser mantidas tão longe quanto possível das bordas das placas decircuito impresso, exceto onde elas ligam-se diretamente aos conectores de placa (pente) do cartão.

4.1.4 Projeto de embalagem

Deve-se considerar, no estágio de projeto, a embalagem dos itens ESDS de acordo com 5.2.

4.1.5 Projeto de sistemas

4.1.5.1 Projeto orientado para manutenção

Todos os sistemas que contêm itens ESDS e são passíveis de manutenção devem ser projetados de maneira tal quepossam sofrer manutenção de acordo com este documento. Sempre que possível, deve-se colocar um ponto de ligação deaterramento de ESD.

4.1.5.2 Blindagem eletrostática

Sempre que possível, deve-se incorporar uma blindagem eletrostática para minimizar os efeitos dos campos eletrostáticos.

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4.1.6 Procedimento de avaliação do projeto

4.1.6.1 O projeto deve ser formalmente avaliado com relação à ESD durante o seu desenvolvimento. Esta avaliação formaldeve incluir:

a) revisões de projeto;

b) avaliação do produto resultante do projeto;

c) avaliação do próprio procedimento de gerenciamento de projeto.

4.1.6.2 Devem ser mantidos os registros das revisões e avaliações de projeto.

4.2 Etiquetas, avisos e identificação

4.2.1 Etiquetas

4.2.1.1 Todas as embalagens contendo itens ESDS devem ser identificadas com aviso específico e apropriado conforme aNBR 14164.

4.2.1.2 Sempre que possível todos os itens ESDS devem estar identificados. A identificação deve ter o mesmo tempo devida que os itens ESDS.

NOTA - Os itens ESDS embalados e montados em conjuntos, na forma de módulos por exemplo, não necessitam ser individualmenteidentificados ou etiquetados, se o recipiente, estrutura ou embalagem onde ele está localizado estiver identificado.

4.2.1.3 A aplicação de etiquetas auto-adesivas e impressão pode gerar cargas eletrostáticas. Estas devem somente ser uti-lizadas sobre as embalagens intermediárias ou embalagens blindadas. As etiquetas auto-adesivas não devem ser apli-cadas em circunstâncias nas quais se tornariam um risco para os itens ESDS.

4.2.1.4 Cada etiqueta deve mostrar no mínimo o símbolo básico de alerta conforme a NBR 14164. Sempre que o espaçopermitir deve ser utilizada a etiqueta ou identificação conforme definido na NBR 14164. Podem ser inseridas informaçõesadicionais, desde que não se sobreponham ao símbolo de alerta.

4.2.1.5 Deve-se identificar um conjunto eletrônico ou estrutura que contenha um ou mais itens ESDS, utilizando aidentificação de itens ESDS, de maneira que o alerta possa ser claramente visto antes de se colocar em risco, devido aocontato, um item ESDS.

4.2.1.6 O maior nível de identificação ou etiquetagem deve ser sobre a estrutura que contém o item ESDS e sobre suaembalagem íntima.

4.2.1.7 O menor nível de identificação em subconjuntos deve ser baseado na probabilidade do item ESDS deste sub-conjunto sofrer manutenção.

4.2.1.8 A identificação ou etiquetagem especificada deve aparecer no mínimo sobre a embalagem intermediária ou emqualquer forma de embalagem para itens ESDS.

A identificação pode tomar a forma de etiquetas, fitas adesivas, impressão, estampagem etc.

4.2.1.9 A identificação de alerta especificada deve aparecer sobre as caixas (bins), bandejas, canaletas e em todorecipiente destinado ao armazenamento.

4.2.2 Avisos para áreas protegidas contra ESD (APESD)

4.2.2.1 Avisos para APESD devem estar claramente visíveis ao pessoal antes da entrada. No mínimo, um aviso deve estarvisível em todas as posições normais de trabalho dentro da APESD.

4.2.2.2 Os avisos devem conter no mínimo os elementos mostrados na NBR 14164. Podem ser inseridas informações adi-cionais, desde que não se sobreponham ao aviso de alerta.

4.2.2.3 Os avisos devem ter uma dimensão mínima de 250 mm x 150 mm.

4.2.3 Identificação de pontos de ligação ao terra, pontos de aterramento e instalações de terra para ESD

Todos os pontos de ligação ao terra, pontos de aterramento e todas as instalações de terra para ESD projetados para usodentro da APESD devem estar identificados. A identificação deve conter no mínimo os elementos mostrados naNBR 14164. Podem ser inseridas informações adicionais, desde que não se sobreponham ao aviso básico.

4.2.4 Identificação de documentos

Todos os documentos relacionados ao uso, aquisição, especificação, projeto e transporte de itens ESDS devem conter de-talhes para avisar ou alertar que o local contém materiais sujeitos aos efeitos da descarga eletrostática, devendo sermanuseados de acordo com esta Norma.

5 Requisitos específicos

5.1 Áreas de trabalho protegidas contra ESD (APESD)

5.1.1 Configuração

5.1.1.1 Geral

5.1.1.1.1 A APESD deve ser projetada para assegurar que os itens ESDS possam ser manuseados com um mínimo derisco de danos causados por descargas ou campos eletrostáticos.

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5.1.1.1.2 A APESD deve ser construída para assegurar que os equipamentos utilizados para controlar a carga eletrostáticanão proporcionem nenhum risco adicional de choques elétricos às pessoas, mesmo que ela tenha condutores energizadosaté o nível de 250 Vc.a. ou 100 Vc.c.

5.1.1.1.3 Atenção: O risco de choques elétricos não é eliminado pelo uso dos dispositivos de proteção da APESD.

NOTA - As APESDs podem tomar muitas formas, incluindo as seguintes:

a) uma prateleira;

b) um almoxarifado;

c) uma área de trabalho;

d) uma área de serviço de campo;

e) uma estação de trabalho e equipamento.

5.1.2 Limites de controle

Toda APESD deve ter fronteiras definidas de forma que, na sua configuração, sejam mantidos os requisitos desta Norma.

5.1.3 Requisitos básicos de materiais

5.1.3.1 Geral

Todos os materiais utilizados dentro de uma APESD devem ter as características determinadas para (25 ± 5)% de umidaderelativa. Os materiais devem ser aclimatados por um mínimo de 24 h.

5.1.3.2 Superfícies de trabalho

Todas as superfícies de trabalho devem ser capazes de ser levadas ao potencial de terra e devem ter uma resistividadesuperficial entre 1 x 105 Ω/! e 1 x 109 Ω/!.

5.1.3.3 Pisos

5.1.3.3.1 Todos os materiais de revestimento de pisos utilizados para aterramento pessoal devem ser capazes de serlevados ao potencial de terra e devem ter uma resistividade superficial entre 1 x 105 Ω/! e 1 x 109 Ω/!.

5.1.3.3.2 Todos os materiais de revestimento de pisos não utilizados para aterramento pessoal devem ser capazes de serlevados ao potencial de terra e devem ter uma resistividade superficial entre 1 x 105 Ω/! e 1 x 1012 Ω/! (ver tabela A.1).

5.1.3.3.3 Quando uma APESD tiver piso para aterramento pessoal, as fronteiras entre os tipos de pisos devem ser iden-tificadas.

5.1.3.4 Cadeiras

As cadeiras devem ser feitas de material com propriedades antiestáticas. Devem ter o encosto, o assento e os braçosfeitos, ou revestidos, com materiais que tenham uma resistividade superficial entre 1 x 105 Ω/! e 1 x 1012 Ω/!, e umaresistência medida do encosto, assento e braços para a instalação de terra de ESD entre 7,5 x 105 Ω e 1 x 1012 Ω. Devehaver um caminho condutivo do encosto, assento e braços para no mínimo de um pé da cadeira ou para um ponto deconexão de terra com resistência entre 7,5 x 105 Ω e 1 x 109 Ω (ver tabela A.1).

5.1.3.5 Vestimentas

5.1.3.5.1 Os casacos, jalecos, aventais e sobretudos devem ser projetados para cobrir completamente todos as roupas ex-ternas nas áreas do braço e tórax, no mínimo. Estas vestimentas devem ter capacidade de não gerar cargas eletrostáticas.

5.1.3.5.2 As toucas e capuzes devem ser projetados para conter completamente o cabelo do usuário, que pode, caso con-trário, fazer contato com os itens ESDS.

5.1.3.5.3 O material da vestimenta deve ter uma resistividade superficial em ambas as faces, interna e externa, entre7,5 x 105 Ω/! e 1 x 1012 Ω/! e ter capacidade para ser aterrado. Adicionalmente, os materiais devem possuir as caracte-rísticas de decaimento como definido na tabela A.1.

5.1.3.5.4 As vestimentas que estejam de acordo com esta Norma devem ter um rótulo visível indicando a conformidade.

NOTA - Recomenda-se o uso do símbolo de ESD mostrado na NBR 14164.

5.1.3.6 Luvas e dedeiras

5.1.3.6.1 As luvas e dedeiras devem ser feitas de materiais volumetricamente dissipativos, tendo uma resistividadesuperficial máxima de 1 x 1012 Ω/! e uma resistividade volumétrica máxima de 1 x 1011 Ω.cm (ver tabela A.1).

5.1.3.6.2 Os cremes de proteção para as mãos devem estar de acordo com os mesmos requisitos. Os usuários devemcumprir as recomendações dos fabricantes e estabelecer arranjos que evitem a contaminação do produto. Os cremes de-verão estar inequivocamente identificados e dentro do prazo de validade.

NOTA - Os usuários de cremes devem estar cientes das possibilidades de contaminação do produto.

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5.1.3.7 Pulseiras de aterramento pessoal

5.1.3.7.1 Uma pulseira de aterramento pessoal deve consistir em um bracelete que se ajusta perfeitamente ao redor dopulso do usuário e um cordão para conectar o bracelete a um ponto de ligação ao terra.

5.1.3.7.2 A pulseira de aterramento deve ser feita com uma conexão de liberação rápida, com preferência para liberarprimeiramente o pulso, no evento de uma emergência.

5.1.3.7.3 O bracelete deve ser feito de materiais que proporcionem para a superfície interior (próxima à pele) umaresistividade superficial inferior a 1 x 106 Ω/!, com a intenção de fazer contato permanente e completo com o pulso (vertabela A.1). O bracelete deve ser feito de maneira que haja um meio de conectar a superfície interior (de contato) ao cabo.As partes condutoras de interligação devem estar recobertas por materiais isolantes quando em uso. As superfícies visíveisexternas do bracelete e os cantos vivos devem ser isolantes.

5.1.3.7.4 O cabo de conexão deve ser feito de um cabo condutor coberto com material isolante e provido com um meiocompatível para ser conectado ao ponto de ligação ao terra (ver 5.1.6.3). O cordão deve incorporar no mínimo um resistorde limitação de corrente, isolado, de 1 x 106 Ω (mínimo de 9 x 105 Ω e máximo 5 x 106 Ω) na extremidade que se conectaao bracelete, e a resistência total, ponta-a-ponta, não deve ser maior que 5 x 106 Ω (ver tabela A.1). Este resistor deve sercapaz de dissipar no mínimo uma potência de 0,25 W para cada 1 x 106 Ω. O cordão completo deve suportar uma tensãode ensaio de 250 V.c.a. ou 100 V.c.c., entre as extremidades para cada 1 x 106 Ω, durante 20 s. Os materiais que de-pendem do próprio comprimento para proporcionar a resistência mínima necessária não devem ser utilizados.

5.1.3.7.5 A resistência total de uma mão até a extremidade remota do cordão (incluindo o bracelete e o cabo) deve ser deno mínimo 9 x 105 Ω e de no máximo 1 x 107 Ω. Quando o cordão utilizar o mesmo tipo de conector para o bracelete e oponto de ligação ao terra, a extremidade que contém o resistor limitador de corrente deverá estar identificada, devendoesta extremidade ser conectada ao bracelete.

5.1.3.8 Calcanheiras e calçados dissipativos eletrostáticos

5.1.3.8.1 Calcanheiras e calçados dissipativos eletrostáticos devem ser construídos de forma a permitir o contato elétricoentre o corpo humano e o piso, em ambos os pés.

5.1.3.8.2 A resistência entre a mão, em uma placa metálica, sobre a qual ambos os pés estão colocados, deve ser menorque 1 x 107 Ω.

5.1.4 Ionização

5.1.4.1 Os ionizadores de ar devem ser considerados como um método adicional para neutralização de cargas em casosonde consegue-se neutralização insuficiente pelo aterramento dos equipamentos.

5.1.4.2 Os ionizadores de ar utilizados para neutralizar cargas eletrostáticas sobre itens isolantes devem suprir constante eigual fluxo de íons positivos e negativos.

5.1.4.3 A ionização não deve ser utilizada na intenção de eliminar o uso de pulseiras de aterramento ou de superfícies detrabalho e pisos de proteção.

5.1.4.4 Qualquer tipo de ionizador de ar, com exceção dos nucleares, deve atender os requisitos de segurança segundonormas nacionais apropriadas e, na falta destas, por normas regionais ou internacionais.

5.1.4.5 O limite de ozônio de qualquer ionizador de ar não deve exceder 0,1 ppm (0,2 mg/m3) ou como definido pelos re-quisitos nacionais para doses toleráveis.

5.1.4.6 Os ionizadores nucleares devem ser manufaturados e controlados em seu uso de acordo com a legislaçãonacional.

5.1.4.7 Dentro de uma APESD a ionização de ar deve permitir a neutralização de superfícies para valores inferiores a100 V em no máximo 20 s.

5.1.4.8 Dentro de uma APESD, a concentração volumétrica de íons positivos ou negativos deve ser mantida sufi-cientemente balanceada, para que o máximo potencial gerado no espaço seja menor que 100 V dentro de 20 s.

5.1.4.9 Dentro de uma APESD, o equipamento de ionização e as suas conexões não devem gerar campos elétricoscontínuos ou pulsados para fora do equipamento maiores que o equivalente aos campos gerados por uma superfície detrabalho que gere um campo elétrico de 100 V/pol. (medido por sensor de estática).

5.1.5 Umidade

5.1.5.1 A umidade relativa deve ser mantida acima de 20%. Para áreas com umidade abaixo de 20% não se aplicamimediatamente os itens citados nesta norma, devendo ser feita uma analise adicional.

5.1.5.2 Não deve ser utilizada a geração de alta umidade relativa nos ambientes, como meio de controle de ESD.

NOTAS

1 O aumento da umidade relativa no ambiente pode reduzir o risco de danos devido às descargas eletrostáticas pelo aumento da mobili-dade das cargas.

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2 A umidade excessiva pode causar problemas tais como corrosão, possíveis correntes de fuga em altas tensões e contaminação por umi-dade dentro do equipamento.

3 A baixa umidade reduz fortemente a capacidade de dissipação de cargas em superfícies de trabalho, embalagens e vestimentas.

5.1.6 Construção de uma área protegida contra ESD (APESD)

NOTA - Um exemplo de uma APESD com suas instalações típicas é mostrado na figura 2.

5.1.6.1 Critérios de aterramento

5.1.6.1.1 A proteção de itens susceptíveis a descargas eletrostáticas é realizada através de um sistema que envolva ma-teriais dissipativos e condutivos que permitam o escoamento de cargas eletrostáticas à terra de forma segura.

5.1.6.1.2 O aterramento deve minimizar condições elétricas perigosas para as pessoas. Assim, devem ser criados ca-minhos, à terra, para descargas eletrostáticas que não causem desconforto às pessoas que estejam em contato com itenssusceptíveis à descarga eletrostática.

5.1.6.1.3 Os requisitos elétricos de um aterramento efetivo para descarga eletrostática nunca reduzirão ou comprometerãoqualquer especificação de segurança da ABNT, ou requisitos locais da legislação específica e, na falta desta, recomen-dações em normas nacionais, regionais ou internacionais.

5.1.6.1.4 O terra de proteção da instalação elétrica deve atender as prescrições da NBR 5410.

5.1.6.1.5 Em hipótese alguma deve ser utilizado aterramento independente (desconectado do terra de proteção da ins-talação elétrica), devido à possibilidade de surgirem diferenças de potencial entre os distintos terras, em condições de falhaà terra, descargas atmosféricas e outros. Em instalações que não disponham do terra de proteção, este deverá serprovidenciado de acordo com a NBR 5410.

5.1.6.1.6 O sistema elétrico de veículos, tais como barcos, aviões e veículos de superfície, possui um barramento de terra econdutores de aterramento que propiciam uma referência eqüipotencial. Este sistema de aterramento é aceitável para ocontrole de descargas eletrostáticas.

5.1.6.1.7 Os critérios de aterramento não se aplicam a dispositivos explosivos iniciados eletricamente.

5.1.6.1.8 Os métodos de aterramento e as especificações de materiais são válidos para freqüências até 400 Hz, podendonão ser adequados para freqüências superiores.

5.1.6.2 Instalação de terra para uma área protegida contra ESD (APESD)

5.1.6.2.1 Cada elemento que requeira aterramento em uma APESD deve ser conectado a um mesmo ponto de aterramentocomum. Ver figuras 5 e 6.

5.1.6.2.2 O ponto de aterramento comum deve ser conectado ao terra de proteção da instalação. Ver figuras 7 e 8.

5.1.6.2.3 Toda estrutura da APESD deve possuir uma instalação de terra para ESD. A referida instalação deve evitarmudanças repentinas no potencial dentro da APESD. Tais variações de potencial, aplicadas aos itens ESDS, podem causartensões ou descargas inaceitáveis nos referidos itens.

5.1.6.2.4 A instalação de terra para ESD deve ser conectada ao terra de proteção através de um caminho de baixa im-pedância (< 2 Ω).

5.1.6.2.5 A linha de terra para ESD (distribuída) deve, onde visível, ser provida por um condutor isolado, preferencialmenteencapado na cor verde/amarelo.

5.1.6.2.6 O ponto de acesso as instalações de terra para ESD, onde se fará a conexão das instalações da APESD deve seridentificado de acordo com a NBR 14164.

5.1.6.2.7 A tomada elétrica não deve ser empregada na função de terra para ESD.

5.1.6.2.8 O condutor da linha de terra de ESD deve ter resistência mecânica suficiente para não ser rompido oudesconectado. O referido condutor deve ser isolado e mecanicamente amparado por estruturas físicas que previnam danosmecânicos.

NOTA - Se um resistor em série for empregado no circuito, ou seja, desde o ponto de aterramento comum até qualquer ponto de aterra-mento na APESD, ou desde o ponto de aterramento comum na APESD, até o barramento de terra principal da instalação, a resistênciatotal deverá incluir o valor de resistência deste resistor.

5.1.6.2.9 Quando não for necessário o emprego de um resistor entre o ponto de aterramento comum e uma superfície detrabalho, piso ou prateleira, deve ser feita uma conexão direta.

5.1.6.2.10 Todas as estruturas da APESD devem ser construídas de maneira que os materiais utilizados sejam eletri-camente ligados e tenham um valor mínimo de resistência ao terra que limite a corrente produzida pelas tensões acessíveisao operador em 0,5 mA nominais e 0,67 mA máximos.

NOTA - O movimento de pessoas em contato com as superfícies de trabalho e pisos pode resultar em caminhos paralelos ao terra. Osreferidos caminhos podem vir a reduzir a resistência equivalente de operadores, em relação ao terra, a níveis inseguros. Assim, cuidadosdevem ser observados na resultante de caminhos paralelos ao terra.

5.1.6.2.11 A configuração básica de construção, utilizando os requisitos mínimos especificados para valores de resistênciaao terra e corrente limitada ao terra, deve estar de acordo com o mostrado na figura 1. Na referida figura a maior tensãoacessível de 250 V.c.a. ou 100 V.c.c.

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5.1.6.2.12 A resistência ao terra, mostrada na figura 1, para superfícies de trabalho e materiais de piso, é consideradacomo sendo inerente ao material utilizado na construção, ou adicionada como uma resistência discreta, em série, com asuperfície de trabalho ou peso. Caso seja necessário um resistor adicional, para limitar a corrente a valores seguros, ovalor da resistência do resistor discreto deve ser aumentado como indicado em 5.1.6.2.10.

5.1.6.2.13 Nos pisos utilizados em todas as superfícies de trabalho e para aterramento de pessoas, a resistência ao terradeve estar entre 7,5 x 105 Ω e 1 x 109 Ω. Nos pisos que não sejam utilizados para aterramento de pessoas, a resistência aoterra deve estar entre 7,5 x 105 Ω e 1 x 1012 Ω (ver tabela A.1).

NOTA - Recomenda-se que os pisos adjacentes à APESD tenham os mesmos requisitos dos pisos que não são utilizados para ater-ramento dentro da APESD.

5.1.6.2.14 As cadeiras, dentro dos limites declarados da APESD, não devem ser consideradas como um meio primário deaterramento do operador.

5.1.6.2.15 As vestimentas adequadas devem estar disponíveis para todas as pessoas, incluindo os visitantes (ver 5.1.3.5 e5.1.11.6).

5.1.6.2.16 Nos locais onde utilizam-se calcanheiras ou calçados dissipativos eletrostáticos como meio principal de aterra-mento pessoal, o piso deve ser adequado para aterramento pessoal e deve estar dentro dos limites controlados da APESD(ver tabela A.1).

5.1.6.2.17 Na APESD, cada superfície de trabalho deve estar individualmente aterrada ou conectadaem em um condutor deterra de proteção de ESD.

5.1.6.3 Ponto de aterramento de pulseiras

5.1.6.3.1 Deve-se ter um ponto próprio para aterramento das pulseiras. Este ponto deve ser adjacente a cada estação detrabalho ou superfície de trabalho. O referido ponto deve ser de fácil acesso e não deve obstruir o trabalho manual nemapresentar possível perigo no ambiente de trabalho.

NOTAS

1 O cordão de aterramento da pulseira pode ser conectado ao terra através do elemento condutivo proporcionado pela superfície detrabalho. A resistência total ao terra, assim constituído, não deve exceder 1 x 107 Ω.

2 O ponto de aterramento das pulseiras pode ser conectado ao terra através do ponto de aterramento da superfície de trabalho.

5.1.6.3.2 Deve ser proporcionado, para cada usuário, um ponto de aterramento para as pulseiras. Devem-se prever naAPESD outros pontos de aterramento para pulseiras adicionais a serem utilizados por visitantes. Não devem serconectados mais do que dois pontos de aterramento de pulseiras através do mesmo terminal de aterramento da superfíciede trabalho.

5.1.6.3.3 O ponto de aterramento de pulseiras é formado por um sistema de conexão elétrica ao cordão de aterramento dapulseira. O conjunto assim constituído deve proporcionar um caminho eletricamente contínuo ao condutor de terra deproteção de ESD, respeitados os valores mínimos de resistência conforme definido em 5.1.6.2.10 (ver figura 1).

5.1.6.3.4 A interface do sistema de conexão entre o cordão de aterramento da pulseira e o caminho subseqüente para alinha de terra para ESD deve ser tal que as partes de conexão do cordão de aterramento da pulseira e a conexão do pontode aterramento ao terra da pulseira sejam mecanicamente e totalmente compatíveis por projeto e intenção.

5.1.6.3.5 O sistema de aterramento da pulseira não deve ser compatível com qualquer outro sistema de conexão utilizadopara qualquer outro objetivo que não o aterramento na APESD.

5.1.6.3.6 As partes eletricamente condutoras da interface de conexão devem ser tais que estejam envolvidas por materiaisisolantes quando o cordão estiver conectado ao ponto de ligação ao terra e em uso.

5.1.6.3.7 A interface de conexão deve possuir resistência mecânica à tração (desconexão) suficiente para minimizar apossibilidade de desconexões inadvertidas.

5.1.6.3.8 O ponto de aterramento da pulseira deve estar claramente identificado, de acordo com a NBR 14164.

NOTA - Recomenda-se o uso de conectores de engate rápido e soquetes miniaturizados. Não se recomenda a utilização de garras tipo“jacaré”.

5.1.6.4 Cabos de aterramento

5.1.6.4.1 As conexões do cordão de aterramento das superfícies de trabalho ou pisos, para a linha de terra para ESD (oponto de aterramento comum), contendo ou não um resistor discreto, devem ser contínuas, podendo ser permanentes oudesconectáveis.

5.1.6.4.2 Qualquer resistência discreta necessária no cordão de aterramento deve estar localizada sobre ou próxima aoponto de contato com a superfície de trabalho e do piso. A especificação elétrica dos resistores e a identificação da tensãodo cabo devem ser as mesmas daquela especificada em 5.1.3.7.

NOTA - Recomenda-se o uso de conectores de engate rápido e soquetes miniaturizados. Não se recomenda a utilização de garras tipo“jacaré”.

5.1.6.4.3 A interface de conexão deve ser de resistência mecânica à tração (desconexão) suficiente para minimizar a pos-sibilidade de desconexão inadvertida.

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5.1.6.5 Terminais de aterramento

5.1.6.5.1 Deve-se estabelecer um terminal de aterramento em todas as superfícies de trabalho e pisos não permanentescomo, por exemplo, tapetes.

NOTAS

1 Não é necessário um terminal de aterramento separado para pisos permanentes que tenham a resistência ao terra dentro dos limitesespecificados em 5.1.6.2.10.

2 Não é necessário que a interface de conexão entre o cabo de aterramento e a linha de terra para ESD seja isolada.

5.1.6.5.2 O terminal de aterramento deve estar claramente identificado, de acordo com a NBR 14164.

5.1.6.5.3 Nos materiais de superfícies de trabalho ou pisos que tiverem uma subcamada ou camada interior (materiais comduas ou mais camadas) mais condutora que a camada da superfície, o terminal de aterramento deve estar conectado nestacamada mais condutora.

5.1.6.5.4 Nos materiais de superfícies de trabalho ou pisos homogêneos nos seus atributos resistivos, o cabo de aterra-mento deve estar conectado no corpo e através do corpo do material.

5.1.6.5.5 Nos casos onde utilizam-se materiais homogêneos como pisos permanentes, o piso deve estar conectado aoterra, não sendo necessário o cabo de aterramento e o terminal de aterramento.

5.1.6.5.6 Em todos os casos, os materiais utilizados devem estar em conformidade com os requisitos da tabela A.1.

5.1.6.5.7 Quando utilizam-se materiais com subcamadas ou camadas interiores mais condutoras que a camada de su-perfície, esta camada mais condutora não deve contactar qualquer vestimenta ou acessório na APESD que tenha um ca-minho direto ao terra.

NOTA - Tais contatos podem curto-circuitar qualquer resistência adicional utilizada dentro do cordão de aterramento.

5.1.6.6 Pisos e superfícies de trabalho temporários

Para superfície de trabalho e piso temporários, os requisitos para o ponto de aterramento, cabos de aterramento e terminaisde aterramento dados em 5.1.6.2.17 a 5.1.6.4 devem ser aplicados juntamente com as seguintes adições:

a) o terminal de conexão ao terra deve ser fixado na superfície de trabalho ou piso temporário de maneira que o cordãode aterramento seja conectado ao topo da superfície de trabalho;

b) o material para as superfícies de trabalho e pisos temporários deve ser tal que a resistividade superficial e a resis-tência ao terra sejam aquelas dadas na tabela A.1.

5.1.6.7 Campos eletrostáticos

Os campos eletrostáticos gerados dentro ou fora de uma APESD devem ser tais que o potencial máximo de qualquer pontodesprotegido dentro da APESD seja de 100 V, medido com voltímetro eletrostático sem contato (sensor de estática).

5.1.6.8 Testes no sistema de aterramento

O pessoal que conduz estes testes deve estar familiarizado com as precauções de segurança quando usar equipamentoselétricos.

5.1.6.8.1 Equipamentos

5.1.6.8.1.1 Ohmímetro de corrente contínua com capacidade de medir uma resistência de corrente contínua de(1 Ω a 1 MΩ) ± 10% com uma tensão de circuito aberto maior que 1,5 V.

5.1.6.8.1.2 Os procedimentos e equipamentos de medição de grandezas devem ser aqueles definidos na NBR 5410.

5.1.6.8.2 Testes de aterramento da APESD

5.1.6.8.2.1 Os testes a seguir têm a finalidade de verificar a integridade e a adequação do sistema de aterramento daárea de proteção contra descarga eletrostática (ver figura 7).

5.1.6.8.2.2 Conectar o ohmímetro entre o ponto de aterramento comum, na estação de proteção contra descarga ele-trostática, e o terra de proteção devidamente testado. As pontas de prova de medida devem ser posicionadas incluindo aresistência de aterramento de todos os dispositivos de interconexão. O valor máximo não deve ser maior que 1 Ω.

5.1.6.8.2.3 Conectar o ohmímetro entre o ponto de aterramento comum na estação de trabalho e cada ponto de ater-ramento dos dispositivos de descargas eletrostáticas (manta, pulseiras, etc). O valor máximo não deve ser maior que 1 Ω.Se um resistor em série é empregado no circuito, o valor da resistência deve incluir o valor do resistor em série.

5.1.7 Serviços de campo

5.1.7.1 Nos locais onde uma APESD não puder ser delineada, todos os trabalhos de manuseio de itens ESDS sem pro-teção devem ser considerados como serviço de campo. Neste contexto, o serviço de campo deve incluir atividades deserviço e manutenção, instalação, inspeções de áreas e comissionamento de componentes e montagens de itens clas-sificados como ESDS, junto com as atividades de embalagem e desembalagem associadas com tais funções.

5.1.7.2 Todo trabalho de campo deve obedecer aos requisitos especificados para as APESDs com respeito à qualidadedo material e responsabilidades pessoais, treinamento, etiquetamento e embalagem.

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5.1.7.3 Onde for necessário, devem ser utilizadas superfícies de trabalho e pisos temporários. Deve-se utilizar um meio deligar eqüipotencialmente o operador, toda superfície de trabalho e piso ao terra.

5.1.7.4 A superfície de trabalho e a pulseira devem ser ligadas a um dos seguintes locais:

a) no ponto de aterramento de pulseiras;

b) no equipamento onde o serviço estiver sendo executado (ver figura 3).

5.1.7.5 Equipamentos imóveis que necessitam de manutenção e serviço e que contenham itens ESDS devem prover pontode ligação de terra para ESD.

5.1.7.6 O operador deve delimitar a área de serviço no campo de maneira que haja uma fronteira temporária controlada, deno mínimo 1 m a partir dos componentes desprotegidos, para preservar os requisitos de APESD.

5.1.7.7 Todos os operadores trabalhando dentro de uma APESD temporária devem seguir os requisitos de vestimentas deacordo com 5.1.3.5.

5.1.7.8 Quando for necessário o transporte de itens ESDS para fora da APESD, este transporte deve ser feito em emba-lagens de proteção (ver figura 4).

5.1.7.9 Superfícies de trabalho e pisos para trabalho de campo devem estar de acordo com 5.1.6.5.

5.1.8 Ferramentas

5.1.8.1 Todas as ferramentas para uso em uma APESD, sempre que possível, devem ser construídas de maneira a nãogerar ou manter uma carga eletrostática.

5.1.8.2 Todas as ferramentas, incluindo elétricas, mecânicas e pneumáticas, devem ser construídas de maneira que qual-quer parte que venha a tocar um item ESDS esteja no potencial de terra utilizando os métodos apresentados em 5.1.

5.1.8.3 Todos os ferros de solda elétricos utilizados dentro da APESD devem ter pontas aterradas. A resistência entre aponta e o terra não deve ser maior que 5 x 106 Ω. Os ferros de solda elétricos de temperatura não controlada devem ser re-gularmente checados para assegurar que a ponta está adequadamente aterrada.

NOTA - O uso de ferros de solda elétricos com temperatura controlada é particularmente perigoso, pois o chaveamento da corrente para aponta pode gerar altas cargas induzidas. O uso de ferros de solda com controle eletrônico baseado em chaveamento de corrente zero érecomendado.

5.1.8.4 É essencial que a tensão de ensaio para a determinação da resistência entre a ponta e o terra seja de aproxima-damente 10 V.c.c., pois a isolação por óxido entre a ponta e o elemento de aquecimento se rompe entre 5 V e 10 V. Se aponta estiver aterrada através do elemento de aquecimento, não ocorrerão cargas eletrostáticas ou campos transientes demais que 10 V.c.c. sobre a ponta se a resistência for verificada desta maneira.

5.1.9 Acessórios

5.1.9.1 Suportes

As superfícies de prateleiras, carrosséis e aplicadores que são utilizados para suportar os itens ESDS desprotegidos de-vem estar de acordo com os requisitos de materiais de superfície de trabalho, como especificado na tabela A.1 e devemestar aterradas.

5.1.9.2 Carrinhos

5.1.9.2.1 As plataformas e prateleiras dos carrinhos devem ser construídas de um material de acordo com 5.1.3.2 eapresentado na tabela A.1.

5.1.9.2.2 A estrutura principal dos carrinhos deve ser manufaturada de materiais tendo uma resistência da superfície até oterra entre 7,5 x 105 e 1 x 109 Ω. A resistência entre a plataforma ou prateleiras para o terra deve estar entre 7,5 x 105 e1 x 1010 Ω. Deve haver um mínimo de dois pontos de contato do carrinho ao piso, que podem ser através das rodas ou cor-rentes, conforme a tabela A.1.

5.1.9.2.3 Com exceção de peças de pequenas proporções, os carrinhos devem ser construídos sem o uso de plásticos eacabamentos isolantes.

5.1.9.2.4 Os carrinhos para uso sobre pisos não aterrados devem adicionalmente conter um ponto de aterramento quepossa ser ligado ao terra enquanto estacionado para carregamento, descarregamento ou sendo utilizado como umasuperfície de trabalho.

5.1.10 Equipamentos de processo e teste

Os equipamentos de processo e teste que geram cargas eletrostáticas devem ser selecionados para prevenir danos aoscomponentes ESDS.

NOTA - Os seguintes exemplos de equipamentos são conhecidos como geradores de cargas eletrostáticas e é essencial que precauçõessejam tomadas para assegurar o atendimento de 5.1.6.6 desta Norma:

a) látex e materiais similares utilizados em processos de vácuo;

b) ar comprimido ou outros gases utilizados para movimentar dispositivos ESDS;

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c) câmaras de circulação de ar utilizadas para processar e testar componentes ESDS.

d) equipamento de solda a fluxo e cadinho de solda.

e) correias transportadoras e sistemas de transporte similares.

f) telas de vídeo.

5.1.11 Práticas de trabalho na APESD

5.1.11.1 Não se deve permitir a entrada de materiais geradores de cargas em uma APESD, tais como bins não tratados,copos, embalagens de cosméticos e caixas comuns.

5.1.11.2 O consumo de alimentos e bebidas, fumo ou troca de vestimentas não deve ser permitido dentro de uma APESD.

5.1.11.3 Os papéis dentro de uma APESD devem ser feitos de materiais antiestáticos ou ser mantidos dentro de recipientesantiestáticos.

5.1.11.4 As superfícies de trabalho e os pisos devem ser mantidos limpos e arrumados. Somente materiais de limpeza quenão afeam as propriedades de superfícies de trabalho e piso, como dado na tabela A.1, devem ser usados.

5.1.11.5 Pulseiras de aterramento (5.1.3.7) conectadas em um ponto de aterramento (5.1.6.2.17) ou calçados aprovados(5.1.3.8) com um piso aprovado (5.1.3.3) devem ser usados só se forem manuseados componentes sensíveis despro-tegidos.

5.1.11.6 As vestimentas especificadas em 5.1.3.5 devem ser usadas em uma APESD em todos os instantes. As ves-timentas devem estar corretamente fechadas para assegurar que outros tecidos não entrem em contato com componentessensíveis desprotegidos. Pessoas com cabelos compridos devem evitar que eles toquem os componentes ESDS.

5.1.11.7 Componentes ESDS encontrados falhos devem ser protegidos da mesma maneira que qualquer outro componentesensível, a fim de que possam ser submetidos a análises de falhas.

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Onde:

1 Sistema de ligação do bracelete da pulseira

2 Superfície de trabalho

3 Cordão de aterramento da pulseira

4 Resistor discreto

5 Ligação do piso

6 Cabo de aterramento

7 Terra da instalação

8 Terra

EBP é o ponto de aterramento de pulseira

EGP é o ponto de aterramento

Rs é a resistividade superficial

Rg é a resistência da superfície ao terra

* Piso projetado para aterramento pessoal

+ Piso não projetado para aterramento pessoal, mas dentro dos limitescontrolados da APESD

NOTA - Os valores das resistências mostrados não substituem os regulamentos nacionais de segurança.

Figura 1 - Esquema de uma APESD típica

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Legenda das instalações mostradas na figura

A1 Rodízios de aterramento 5.1.9.2A2 Corrente de aterramento 5.1.9.2A3 Superfície de aterramento 5.1.9.2B1 Verificador de pulseirasB2 Verificador de aterramento de calçadosB3 Placa de verificação de calçadosC1 Pulseira de aterramento 5.1.3.7C2 Cabo de aterramento 5.1.6.3C3 Linha de terra 5.1.6.1C4 Terra 5.1.6.1C5 Ponto de aterramento 5.1.6.3

Figura 2 - Exemplo de uma APESD ilustrando as instalações típicas

C6 Terminal de aterramento 5.1.6.5C7 Luvas protetoras 5.1.3.6C8 Dispositivo de aterramento de calçados 5.1.3.8D1 Ionizador de ar 5.1.4E1 Superfície de trabalho 5.1.3.2F1 Assento de proteção 5.1.3.4G1 Piso de proteção 5.1.3.3H1 Avental de proteção 5.1.3.5H2 Touca de proteção 5.1.3.5I1 Prateleira com superfície aterrada 5.1.9I2 Estrutura aterrada 5.1.9

J1 Aviso da APESD

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NOTA - Somente manusear componentes ESDS desprotegidos quando ligados ao sistema de aterramento. Ligar a superfície de trabalhoao sistema de aterramento, assim como a pulseira. Somente colocar os componentes ESDS sobre a superfície aterrada.

Figura 3 - Implementação de uma APESD para trabalho no campo

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Figura 4 - Implementação de uma APESD para trabalho no campo com bancada

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Figura 5 - Barra de conexão típica

Figura 6 - Barramento típico

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Figura 7 - Sistema de aterramento típico da estação de proteção contra ESD

Figura 8 - Sistema de alimentação de serviço

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5.2 Embalagens protetoras e identificação para ESD

5.2.1 Embalagem

5.2.1.1 Dissipação de carga e prevenção do carregamento triboelétrico

As embalagens que estão em contato íntimo com componentes ESDS devem ter propriedades antiestáticas e dissipativas(ver tabela A.2).

5.2.1.2 Blindagem eletrostática

Os componentes ESDS devem estar blindados contra campos eletrostáticos, pelo envolvimento em uma embalagem deblindagem eletrostática durante o transporte ou armazenamento em condições não controladas.

5.2.1.3 Aterramento de embalagens

Todas as embalagens intermediárias que envolvem um componente ESDS devem ser capazes de dissipar cargas eletros-táticas e proporcionar um caminho ao terra.

NOTA - As embalagens podem ser construídas de maneira a atender simultaneamente os requisitos de 5.2.1.1, 5.2.1.2 e 5.2.1.3 ou utilizarmais de uma embalagem para que o conjunto atenda a estes requisitos mínimos.

5.2.1.4 Manutenção das propriedades antiestáticas, resistivas e de blindagem

As embalagens devem manter suas propriedades antiestáticas, resistivas e de blindagem durante o armazenamento, trans-porte, distribuição, aplicação ou uso da embalagem até o ponto de sua reutilização ou descarte.

5.2.1.5 Restrições para uso

5.2.1.5.1 Todos os geradores de cargas eletrostáticas tais como filmes plásticos não tratados, espumas, fibras sintéticas,fitas adesivas etc. devem ser proibidos para uso como materiais de embalagem íntima ou intermediária e devem serexcluídos da APESD.

5.2.1.5.2 Lâminas metálicas expostas, laminados e outros materiais de embalagem com uma resistividade superficialmenor que 1 x 103 Ω/! não devem ser usados como embalagem íntima nem entrar em contato com os componentessensíveis.

5.2.1.5.3 Os materiais de embalagem íntima dependentes da umidade não devem ser usados como parte de uma emba-lagem que contenha dessecantes (por exemplo, sílica-gel).

NOTA - O tempo de vida de materiais dependentes da umidade pode variar. Estes materiais podem ser utilizados, desde que sejam testa-dos e estejam de acordo com os requisitos deste documento durante a sua utilização.

5.2.1.6 Outras precauções

Quaisquer embalagens, equipamentos ou ferramentas que não sejam antiestáticos, dissipativos ou condutivos, incluindo oscomponentes não sensíveis, devem ser embalados em materiais antiestáticos ou dissipativos antes de entrarem em umaAPESD.

5.2.2 Embalagem íntima

5.2.2.1 Componentes sensíveis desenergizados

Os componentes sensíveis devem ser embalados de acordo com a tabela A.2.

NOTAS

1 Os componentes sensíveis podem ser montados sobre espumas condutivas, visando equalizar a tensão nos terminais (curto-circuitar ospinos).

2 Deve-se tomar cuidado quando se utilizam ligações longas que podem causar tensões induzidas.

5.2.2.2 Componentes sensíveis energizados

5.2.2.2.1 Dispositivos contendo baterias, capacitores carregados ou outras fontes de energia devem ser embalados utili-zando um dos seguintes métodos:

a) embalagem íntima com superfícies antiestáticas e dissipativas;

b) recipiente protetor especialmente projetado para evitar contato com os terminais individuais ou com o traçado docircuito impresso.

5.2.2.2.2 Os componentes energizados não devem ser embalados em contato direto com superfícies ou materiais quetenham uma resistividade superficial menor que 1 x 108 Ω/!.

5.2.3 Embalagem intermediária

5.2.3.1 Transporte e armazenamento interno

O aterramento de embalagens protetoras eletrostáticas deve estar de acordo com 5.2.1.3.

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5.2.3.2 Embalagem de transporte externo em condições não controladas

5.2.3.2.1 Os componentes ESDS devem estar contidos em embalagens eletrostaticamente blindadas ou feitas de materiaiscondutivos, de acordo com a sua sensibilidade, como mostrado na tabela A.2.

5.2.3.2.2 Enchimento, se necessário, deve ser feito com materiais antiestáticos e dissipativos.

5.2.4 Embalagem externa

As embalagens externas devem ser selecionadas para incluir todas os requisitos de embalagens adicionais, para proteçãomecânica etc.

NOTA - As propriedades elétricas não são as principais considerações, visto que estas são proporcionadas pelas embalagens íntimas eintermediárias de acordo com 5.2.1 e não devem ser levadas para dentro da APESD onde as condições ambientais são controladas.

5.2.5 Identificação

5.2.5.1 Símbolos de alerta

A embalagem deve ser identificada de acordo com a NBR 14164.

5.2.5.2 Identificação

5.2.5.2.1 As embalagens devem contar com as seguintes informações:

a) natureza, isto é, antiestática, blindada eletrostaticamente, condutivo ou dissipativo;

b) nome ou logotipo do fabricante;

c) número do lote de fabricação;

d) data de fabricação (mês e ano).

5.2.5.2.2 Onde o espaço ou outras limitações não permitirem que algumas ou todas as informações listadas sejammarcadas sobre as embalagens individualmente, a prioridade da informação deve estar na ordem dada acima. Quandotodas as informações não estiverem assinaladas sobre cada embalagem individualmente, um certificado de conformidadedeve acompanhar cada lote dando os detalhes requeridos.

5.2.6 Compatibilidade embalagem/componente

Na seleção de embalagem para assegurar que seja mantida a proteção eletrostática, o usuário e/ou fornecedor deve as-segurar que a integridade do componente não seja comprometida.

6 Compras, recebimento, armazenamento e manuseio

6.1 Geral

6.1.1 O controle de ESD requer precauções de manuseio que devem ser aplicadas em todos os estágios, desde a chegadada mercadoria até o despacho final.

6.1.2 Nas rotinas de controle das tarefas e monitoração do almoxarifado de componentes ESDS, o coordenador local (8.2),deve assegurar que:

a) os requisitos da seção 6 estão sendo cumpridos;

b) os requisitos de 8.7 sejam respeitados.

6.1.3 Em adição, os requisitos de recebimento de materiais (8.4) e de auditorias periódicas (seção 9) devem se aplicar atodas as áreas de armazenamento e instalações de componentes ESDS.

6.1.4 Os equipamentos de armazenamento devem estar de acordo com 5.1.9.

NOTA - Qualquer desvio dos requisitos desta Norma pode causar danos aos componentes e afetar seriamente a confiabilidade dos pro-dutos finais.

6.2 Compras

Todas as ordens de compra para componentes e itens relacionados às atividades especiais de manuseio de itens ESDSdevem atender aos requisitos desta Norma. Tanto as embalagens como as ações de embalar devem estar cobertas porestes requisitos. Todo o pessoal de compras deve receber treinamento apropriado (ver 7.2).

6.3 Recebimento

6.3.1 Todo recebimento na APESD deve estar de acordo com os requisitos de 5.1.

6.3.2 Todos os componentes ESDS sem estar embalados de acordo com esta Norma, incluindo etiquetas de alerta, devemser tratados como não conformes e ações apropriadas devem ser tomadas.

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6.3.3 As embalagens externas devem ser removidas na área de recebimento. Este material não deve ser levado para aAPESD (ver tabela A.2).

6.3.4 As embalagens mostrando os avisos de alerta de componentes ESDS devem ser levadas para uma APESD antes daremoção de seu conteúdo.

6.4 Desembalagem na área protegida

6.4.1 Em adição aos requisitos de treinamento da seção 7, todo o pessoal de recebimento de mercadorias deve ser ins-truído para reconhecer e manusear os componentes ESDS. Etiquetas e avisos referentes à ESD devem ser conhecidos portodo o pessoal.

6.4.2 Onde utilizou-se fita adesiva para fechamento das embalagens, estas devem ser cortadas para abrir a caixa ou sacoe não retiradas.

NOTA - A retirada de fitas ou etiquetas adesivas pode gerar potenciais eletrostáticos severos.

6.4.3 Avisos de alerta devem ser usados sobre todas as embalagens contendo componentes ESDS. Onde estes foram re-movidos (por corte) para ganhar o acesso ao conteúdo, outras etiquetas de alerta devem ser utilizadas para fechamento daembalagem.

6.5 Inspeção de recebimento de mercadorias

6.5.1 Os componentes ESDS devem ser mantidos em sua embalagem protetora original até que o conteúdo individual sejainspecionado. Os pacotes devem então ser abertos dentro da APESD com inspetores e pessoal aterrado como definido em5.1.11.5.

6.5.2 Onde houver a necessidade de compor lotes de componentes sensíveis, assegurar que todos os componentes per-maneçam individualmente protegidos.

6.5.3 As canaletas antiestáticas somente devem ser utilizadas onde estejam de acordo com os requisitos deste documentoe não devem ser cortadas e reutilizadas sob quaisquer circunstâncias. As canaletas antiestáticas têm uma vida limitada,devido ao envelhecimento e uso, e devem ser testadas em intervalos regulares para conformidade.

6.5.4 As canaletas condutivas ou dissipativas podem ser cortadas quando vazias e fechadas com um cavilha disponível. Asfitas adesivas não devem ser usadas.

6.5.5 Os componentes ESDS não devem ser deixados desprotegidos.

6.5.6 Os componentes ESDS que são recebidos para armazenamento devem ser embalados em recipientes de blin-dagem, condutivos ou dissipativos, como definido na tabela A.2.

6.5.7 Se for necessário colocar o componente sensível sobre uma superfície de trabalho, é recomendável que ele seja co-locado sobre a superfície especificada de maneira que todos os terminais estejam em contato com o topo desta superfície.As conexões de curto (espumas e protetor de placas), onde usadas, devem ser recolocadas nos componentes sensíveissob inspeção antes de estes dispositivos serem removidos de uma APESD.

6.6 Transporte e manuseio

6.6.1 As precauções, como as dadas em 6.5.2, 6.5.3 e 6.6.8, devem ser observadas para o manuseio ou transporte internode embalagens.

6.6.2 As caixas, racks, bandejas, sacos etc., condutivos ou dissipativos, devem ser usados para transportar componentessensíveis e proporcionar proteção contra contaminação e danos mecânicos, bem como proteção eletrostática. Tais re-cipientes devem estar identificados de acordo com a NBR 14164.

6.6.3 Quando possível, os componentes ESDS devem ser transportados internamente em sua embalagem protetora ori-ginal.

6.6.4 Os recipientes especificados, como em 6.6.2, devem ser carregados e descarregados dentro de uma APESD. Osmateriais condutivos ou dissipativos disponíveis devem ser usados para prevenir que componentes sensíveis se choquemuns com os outros.

6.6.5 Quando não estiverem sob trabalho ativo, os componentes ESDS devem ser armazenados em recipientes queestejam de acordo com este documento, protegidos contra a poeira ou em sacos fechados.

6.6.6 Se um componente sensível desprotegido é derrubado, ele deve ser considerado danificado.

6.6.7 Todos os componentes dentro de canaletas antiestáticas de tratamento superficial devem ser considerados comocomponentes sensíveis desprotegidos e fornecida proteção adicional como definido na tabela A.2.

6.6.8 Os componentes ESDS devem ser transportados entre seções (recebimento de mercadorias, inspeção, almoxarifado,seleção, montagem, teste etc.) na embalagem protetora original ou em outros recipientes apropriados.

NOTA - É essencial que o manuseio de componentes ESDS seja mantido a um número mínimo e feita somente em uma APESD compessoal aterrado.

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7 Treinamento

7.1 Mesmo a mais elaborada e sofisticada APESD, com proteção blindada e procedimentos documentados, não funcionaráse as pessoas não estiverem conscientizadas e corretamente treinadas no seu uso.

7.2 Um treinamento estruturado deve ser proporcionado para todo pessoal que especifica, adquire, projeta, inspeciona,identifica ou manuseia componentes ESDS, incluindo aqueles que gerenciam ou supervisionam. Deve-se enfatizar espe-cialmente o treinamento de pessoal encarregado do trabalho de campo.

7.3 O treinamento deve ser orientado para as instalações e métodos, tipos de materiais e equipamentos de proteção queforam definidos para aplicações específicas.

7.4 O pessoal deve ser treinado para empregar efetivamente os materiais, equipamentos e procedimentos estabelecidos deacordo com este documento e para entender porque as precauções eletrostáticas são necessárias.

7.5 O treinamento deve ser parte do curso introdutório de empregados. O treinamento deve ser dado sobre o uso de equi-pamentos aos empregados e clientes.

7.6 O treinamento deve incluir os requisitos de segurança pessoal apropriados, a identificação de componentes sensíveisem equipamentos, conceitos básicos de descarga eletrostática, precauções de manuseio e a necessidade de uso das em-balagens de proteção.

7.7 O treinamento deve ser proporcionado para o pessoal de limpeza que atua na APESD.

7.8 Deve-se reciclar o pessoal em intervalos não superiores a 12 meses para manter a conscientização, atualizar as técni-cas desenvolvidas e manter os procedimentos de proteção especificados.

7.9 Deve ser mantido um registro das pessoas que foram treinadas de acordo com os requisitos deste documento.

7.10 O treinamento deve ser suplementado por guias, apostilas, audiovisuais ou procedimentos documentados.

8 Responsabilidades da qualidade

8.1 Responsabilidades do pessoal

8.1.1 No ambiente de trabalho, as pessoas são as maiores fontes de geração eletrostática e por isto todo o pessoaldeve ter como primeira responsabilidade a tomada das precauções citadas nesta Norma.

8.1.2 É responsabilidade de todos os envolvidos com componentes ESDS tomar precauções contra descargas eletros-táticas para garantir a confiabilidade dos produtos. Eles devem notificar o coordenador local (ver 8.2), de qualquer aspectode manuseio que for considerado insatisfatório, e quando apropriado fazer sugestões para ações corretivas.

8.1.3 Deve ser mantida uma proteção de no mínimo os requisitos deste documento, consistente e contínua para os com-ponentes ESDS.

8.1.4 Deve haver uma cópia disponível deste documento ou procedimentos internos relativos aos requisitos deste para to-dos os envolvidos.

8.2 Coordenador local

Deve haver um coordenador local nomeado e responsável por todos os assuntos relacionados à proteção de componentesESDS e pela implementação desta Norma.

8.3 Seleção de materiais de proteção contra ESD

8.3.1 Os responsáveis pela definição dos critérios de seleção de materiais de proteção devem considerar que:

a) todos os materiais e produtos de proteção contra ESD previstos para uso devem estar de acordo com os requisitosdesta Norma;

b) os materiais recebidos estejam em conformidade com os requisitos desta Norma e sejam capazes de satisfazê-losdentro de uma dada instalação;

c) os produtos em uso continuam a satisfazer os requisitos desta Norma durante o tempo de vida esperado.

8.3.2 Os materiais podem ser qualificados pelo comprador, por terceiros ou por fornecedores, desde que se utilizem delaboratórios credenciados ou laboratórios reconhecidos pelo próprio comprador que utilizem instrumentos calibrados eaferidos, reconhecidos por órgãos credenciados da Rede Brasileira de Calibração, e efetuem ensaios de acordo com nor-mas nacionais ou internacionais pertinentes.

NOTA - Os produtos que possuírem a marca nacional de conformidade estarão automaticamente qualificados.

8.4 Registros de compras

O comprador deve manter um registro atualizado dos fornecedores de materiais de proteção para componentes ESDS. Osmateriais devem ser selecionados pelo processo descrito em 8.3 antes da inclusão neste registro.

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8.5 Aquisição de componentes ESDS e trabalhos subcontratados

8.5.1 Os responsáveis pela aquisição de componentes ESDS devem assegurar que:

a) os requisitos desta Norma estejam incorporados em todas as aquisições inclusive no tocante ao manuseio de todosos componentes ESDS;

b) todos os subcontratados e fornecedores de componentes ESDS devem estar conformes, nas áreas de suas respon-sabilidades individuais, com os requisitos desta Norma.

8.6 Projeto

Devem ser seguidas as revisões, avaliações e procedimentos descritos em 4.1.6.

8.7 Verificação das precauções eletrostáticas

8.7.1 As verificações mínimas dadas em 8.8 a 8.12 devem ser feitas na periodicidade especificada.

8.7.2 Estabelecendo-se o monitoração e rotina de controle do ambiente de trabalho, deve ser designada uma pessoatreinada para assegurar que os requisitos de 8.8 a 8.12 sejam mantidos com os respectivos registros.

8.7.3 Qualquer não conformidade com estes requisitos que não puder ser corrigida imediatamente através dos recursosdisponíveis para a(s) pessoa(s) responsável(eis) por esta rotina de monitoração e controle deve ser relatada aocoordenador local (8.2) que deve assegurar que sejam tomadas ações corretivas.

8.7.4 As verificações devem ser feitas de acordo com os requisitos de 8.8 a 8.12, por monitoração constante ou por técni-cas de controle estatístico de processos.

8.8 Verificações freqüentes

Quando a umidade relativa for especificada, deve ser feita uma conferencia, a fim de verificar se ela está de acordo com5.1.5. Isto deve ser executado no início de cada período de trabalho, ou então a cada intervalo estabelecido.

8.9 Verificações diárias

8.9.1 Todas as pessoas devem estar em conformidade com os requisitos de aterramento pessoal.

8.9.2 Cada usuário deve conferir sua pulseira de aterramento de acordo com os requisitos de 5.1.3.7. Quando em usodiário, a conferência deve ser feita antes do uso. Cada verificação deve ser feita com a pulseira vestida no pulso do usuárioe em contato com a sua pele. Deve-se manter um registro de cada conferência e o seu resultado.

8.9.3 A periodicidade pode ser alterada em função de estudos estatísticos que comprovem a integridade da pulseira du-rante os intervalos entre os testes. Também poderá ser empregada a monitoração contínua que dispensa o registro.

8.9.4 A resistência entre o pé e a superfície do dispositivo de aterramento que faz contato com o piso deve estar de acordocom 5.1.3.

8.9.5 O usuário deve verificar cada dispositivo diariamente, ou antes do uso se não for de uso diário, e deve-se manter umregistro de cada conferência. Toda conferência deve ser feita com o dispositivo sendo usado pelo usuário.

8.9.6 A periodicidade pode ser alterada em função de estudos estatísticos que comprovem a integridade dos dispositivosdurante os intervalos entre os testes. Também poderá ser empregado o monitoramento contínuo que dispensa o registro.

8.9.7 As vestimentas devem ser verificadas para determinar se estão de acordo com 5.1.3.5 e 5.1.3.6, e em caso de nãoconformidade, ser substituídas.

8.9.8 Se utilizados, os ionizadores e sistemas de ionização devem estar conforme os requisitos de 5.1.4.

8.9.9 As superfícies de trabalho devem estar limpas, arrumadas e livres de materiais de embalagem desnecessários.

8.9.10 Todos os pisos devem estar limpos e livres de contaminações.

8.9.11 Uma verificação visual deve ser feita para conferir se as instalações de armazenamento estão corretamente ligadas,de acordo com 4.9.

8.9.12 Os componentes ESDS rejeitados/falhos devem ser adequadamente segregados.

8.9.13 Uma conferência visual deve ser feita em todos os carrinhos para verificar se possuem um sistema de ligação com oterra e se todas as conexões estão de acordo com 5.1.9.2.

8.9.14 Todo medidor de pulseira de aterramento e de dispositivo de aterramento para calçados deve estar calibrado.

8.9.15 Os materiais geradores de eletricidade estática não essenciais não devem estar presentes na APESD.

8.9.16 Uma inspeção visual deve ser feita para verificar se as prateleiras estão com os pontos de aterramento para ESDíntegros e identificados.

8.10 Conferências semanais

8.10.1 Não deve haver campos eletrostáticos maiores que os definidos em 5.1.6.6.

8.10.2 O sistema de ligação ao terra deve ser verificado quanto à integridade física e elétrica.

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8.10.3 A continuidade elétrica da ligação ao terra de prateleiras, pisos, cadeiras, carrinhos, kit de serviço de campo,mantas, estações de trabalho, racks (estruturas), equipamentos separadamente aterrados ou qualquer coisa que aterre osoperadores permanentemente ou temporariamente deve ser verificada.

8.10.4 Se qualquer destes itens estiver sujeito a mudanças (configuração), ele deve ser verificado imediatamente apóscada mudança.

8.11 Verificações mensais

8.11.1 Verificar se os avisos e etiquetas são dos tipos e estão nos locais especificados.

8.11.2 Verificar se a APESD, incluindo os limites, entradas e saídas, está claramente identificada pelos avisos especifi-cados.

8.11.3 Verificar se os sistemas de aterramento das bancadas estão satisfatórios.

8.12 Verificações semestrais

8.12.1 Deve-se manter um registro atualizado do pessoal treinado e verificar a aplicação de reciclagens de acordo com 7.7.

8.12.2 Devem estar disponíveis para a área de trabalho os guias de componentes ESDS, manuais e esta Norma.

9 Instruções para auditorias periódicas

9.1 Auditorias periódicas de instalações, procedimentos e práticas de acordo com as instruções dadas em 9.2 a 9.24 e emconjunto com as verificações periódicas da seção 8 devem ser conduzidos por um responsável nomeado ou equipe,utilizando equipamentos de medição adequados sempre que necessário. Todos os registros devem ser verificados. Quandonecessário, podem ser realizados ensaios aleatórios.

9.2Todas as medições da auditoria devem ser feitas sob condições normais do ambiente operacional.

9.3 Verificar se a APESD está identificada.

9.4 Verificar se as normas disciplinares para a pulseira de aterramento estão sendo seguidas.

9.5 Verificar se pulseiras, cabos e dispositivos de aterramento de calçados sem defeitos estão disponíveis.

9.6 Deve-se fazer ensaios aleatórios nas pulseiras dos operadores.

9.7 Os registros dos treinamentos devem ser conferidos para verificar se todo os envolvidos foram treinados de acordo comos requisitos desta Norma.

9.8 Verificar se os requisitos especificados de 8.8 a 8.12 têm sido realizados e registrados, e que qualquer ação corretivanecessária tenha sido prontamente tomada e registrada.

9.9 Verificar se todos os medidores/testadores estão calibrados e aferidos.

9.10 Verificar visualmente a integridade dos sistemas e ligações de aterramento na APESD.

9.11 Devem ser feitas medidas de resistência e resistividade sobre materiais relevantes nas superfícies de trabalhos, pisos,assentos ou vestimentas, para verificação de conformidade com 5.1.

9.12 Devem ser feitos testes de resistividade em materiais de embalagens, caixas de transporte e qualquer outro rack ouprateleira de proteção, para verificação de conformidade com 5.1.

9.13 Verificar se os tipos e o emprego de todos os materiais de proteção eletrostática e equipamentos estão de acordo comos requisitos deste documento.

9.14 Verificar se as embalagens descartadas e qualquer outro material que pode não ser eletrostaticamente protetor sãoretirados de maneira a não colocar em risco os componentes ESDS.

9.15 Verificar as tensões eletrostáticas de acordo com o especificado em 5.1.6.6.

9.16 Verificar se a umidade relativa, se aplicável, está de acordo com 5.1.5.

9.17 Verificar se o controle de ionização, se aplicável, está de acordo com 5.1.4.

9.18 Verificar se as ferramentas estão de acordo com 5.1.8.

9.19 Verificar se controle de projetos foi aplicado (4.1.6).

9.20 Verificar se os procedimentos de seleção de produtos (8.3) foram aplicados.

9.21 Verificar se os registros de aquisição (8.4) foram mantidos.

9.22 Emitir e circular um relatório da auditoria (ver tabelas A.3 e A.4 como guia). O relatório da auditoria deve incluir aidentificação de todas as não-conformidades e solicitar plano de ações corretivas relativas às mesmas e quaisquer outrosriscos observados.

9.23 Deve-se fazer um acompanhamento da auditoria para verificar a efetividade de qualquer ação corretiva propostadestes planos de ações (9.22) e um relatório apropriado deve ser emitido e circulado.

9.24 Verificar se os dispositivos auxiliares de produção atendem a 8.3 e/ou se não representam riscos aos itens ESDS.

_________________/ANEXO A

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Anexo A (normativo)Tabelas

Tabela A.1 - Guia para resistência, resistividade e decaimento de carga na APESD

ItemResistividadesuperficial 1)

Resistividadevolumétrica 1) Resistência ao terra

Decaimento decarga

Superfícies de trabalho(incluindo rack dearmazenamento e piso(para aterramentopessoal)

> 1 x 104 Ω/!

< 1 x 109 Ω/!

> 1 x 103 Ω.cm

< 1 x 108 Ω.cm

> 7,5 x 105 Ω

< 1 x 109 Ω

Piso (não utilizado paraaterramento pessoal)

> 1 x 104 Ω/!

< 1 x 1012 Ω/!

> 1 x 103 Ω.cm

< 1 x 1011 Ω.cm

> 7,5 x 105 Ω

< 1 x 1012 Ω

1 000 V a 50 V emmenos de 2 s 2)

Carrinhos

> 1 x 104 Ω/!

< 1 x 1012 Ω/!

(somenteplataforma)

> 1 x 103 Ω.cm

< 1 x 108 Ω.cm

(somenteplataforma)

> 7,5 x 105 Ω

< 1 x 109 Ω(estrutura)

< 1 x 1010 Ω(plataforma)

Cadeiras> 1 x 104 Ω/!

< 1 x 109 Ω/!

> 1 x 103 Ω.cm

< 1 x 108 Ω.cm

> 7,5 x 105 Ω

< 1 x 1012 Ω3)

1 000 V a 50 V emmenos de 2 s 2)

Vestimentas> 7,5 x 105 Ω/!

< 1 x 1012 Ω/!

1 000 V a 50 V emmenos de 2 s 2)

Luvas e dedeiras < 1 x 1012 Ω/! < 1 x 1011 Ω.cm1 000 V a 50 V emmenos de 2 s 2)

Braceletes < 1 x 106 Ω/!

Cordões

> 9 x 105 Ω

< 1 x 106 Ω

(ponta a ponta)

Mão até extremidade docordão

> 9 x 105 Ω

< 1 x 107 Ω

Calçados e similares(para aterramentopessoal)

< 1 x 107 Ω

1) Dependendo do tipo de material, utilizar a resistividade superficial ou a resistividade volumétrica. As resistividades superficial evolumétricas devem ser determinadas em (25 ± 5)% de umidade relativa.

2) Somente mandatório quando a resistividade superficial for > 1010 Ω/! ou a resistividade volumétrica for > 109 Ω.cm ou a resistênciaao terra for > 1010 Ω.

3) < 109 Ω do encosto e do braço até no mínimo a um dos pés.

Esta tabela deve ser utilizada em conjunto com 5.1.

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Tabela A.2 - Guia para materiais de embalagens

Resistividade superficial Ω/! (Resistividade volumétrica Ω.cm)

Material de embalagem íntima 1) Material de embalagem intermediária 1)Sensibilidade

V Componentesdesenergizados

Componentesenergizados

Dentro da APESDCondições não

controladas

0 a 3 999

Antiestático

103 a 1012

(102 a 1011)

Antiestático

108 a 1012

(107 a 1011)

Blindagemeletrostática ou

103 a 106

(102 a 105)

Blindagemeletrostática

4 000 a 14 999 2) 2)103 a 1012

(102 a 1011)

103 a 106

(102 a 105)

≥ 15 000 Antiestático Antiestático

Material de embalagem externa

Os materiais de embalagem externa, incluindo loose fill, não necessitam ter requisitos especiais, desde que:

a) os componentes ESDS permaneçam na embalagem íntima quando colocados ou retirados da embalagemexterna;

b) as embalagem externas não sejam levadas para a APESD.

Se uma das condições acima não for satisfeita, devem ser utilizados materiais de embalagem externa antiestáticos.

NOTAS

1 A menos que seja especificado pelo fabricante do componente, a sensibilidade do componente ESDS de 0 - 3 999 V deve serutilizada.

2 Estes são os requisitos mínimos, podendo ser melhorados, se necessário. Em particular, podem ser utilizadas embalagensapropriadas para componentes mais sensíveis.

3 As resistividades superficial e volumétrica devem ser determinadas com (25 ± 5)% de umidade relativa.

Esta tabela deve ser utilizada em conjunto com 5.2.

1) Pode ser utilizado somente um saco de blindagem, com camada interna antiestática ou dissipativa de estática, como em-balagem íntima e intermediária, desde que a superfície externa não seja capaz de manter uma carga estática e que seja providenciadauma caixa para proteção física que não gere uma carga eletrostática.

2) Quando se utilizam materiais com resistividade superficial > 1010 Ω/! ou resistividade volumétrica > 109 Ω.cm estes materiaisdevem ter uma característica de decaimento de carga de 1 000 V até 50 V menor que 2 s.

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Tabela A.3 - Formulário sugerido para relatório (frente)

Relatório de Auditoria nas Instalações de Proteção contra ESD

Empresa:

Local:

Operação:

Data:

No relatório:

No relatório anterior:

Data da auditoria:

Próxima auditoria:

Geral

Foram auditados os procedimentos e práticas de proteção para componentes ESDS, como exigido pela recomendaçãoABNT.

Auditor:

Auditado:

Status

Satisfatório Insatisfatório Não aplicável

S 1 - Crítico 2 - Grave 3 - Leve N/A

Itens (ver seção 9) Status Número darecomendação

1. Identificação da APESD

2. Piso

3. Medidores/testadores de pulseiras e dispositivos

4. Bracelete, cordões, cabos, acessórios e seu uso

5. Armazenamento

6. Embalagens, recipientes e caixas de componentes/subconjutos

7. APESD

7.1. Superfície de trabalho

7.2. Aterramento

7.3. Terminais de aterramento

7.4. Cadeiras e assemelhados

8. Transporte

9. Campos eletrostáticos

10. Umidade

11. Ionização

12. Vestimentas

13. Dispositivos auxiliares de produção

14. Equipamentos e máquinas de inspeção, teste e produção

15. Limpeza e arrumação

16. Registros de treinamento

17. Ferramentas

18. Controle de projetos

19. Seleção de produtos

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Tabela A.4 - Formato sugerido para relatório (verso)

Página:No Relatório:

Executado

No Recomendação Recomendação Item Data Iniciais

________________

/ANEXO B

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NBR 14544:2000 27

Anexo B (informativo)Bibliografia

NBR 5403:1983 - Materiais isolantes elétricos sólidos - Determinação da resistividade volumétrica e superficial - Métodode ensaio

NBR 5456:1987 - Eletricidade geral - Terminologia

NBR 5462:1994 - Confiabilidade e mantenabilidade - Terminologia

NBR 5464:1981 - Eletrotécnica e eletrônica - Interferências eletromagnéticas - Terminologia

NBR 6510:1981 - Eletrotécnica e eletrônica - Detecção e medição, por meios elétricos, das radiações ionizantes -Terminologia

NBR 10292:1988 - Compostos de borracha, anti-estáticos e semicondutores - Determinação da resistividadevolumétrica - Método de ensaio

__________________