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    NE VARIETUR Jder Geissler de Moura, M. .M. .Confederao Manica do Brasil COMABGrande Oriente de Santa Catarina GOSCARLS Fraternidade Serrana, 57So Joaquim, 19/10/2010

    1. INTRODUOEm minhas andanas manicas, principalmente em companhia do nosso Venervel Ir. . Veltere dos IIr. . Hilo, Ilton, Iran Oliveira e outros, tenho notado quando das iniciaes a

    disparidade que ocorre na fala dos Venerveis Mestres quando se dirigem ao Mestrede Cerimnias e solicitam que acompanhem o nefito at o Ir. . Chanceler para que assin

    e o Livro ou folha de presena.S para reavivar a memria dos IIr. . e tomando por base o nosso Ritual de Iniciao, onde

    consta: Ir. . Mestre de Cerimnias convidai os nossos IIr. . a gravarem na Tbua da Loj.o seu ne varietur, e depois fazei-os sentar no topo da Col. . do Norte.

    No resta a dvida que se trata de um detalhe e que nunca afetou a nenhuma sesso ou invalidou a cerimnia de iniciao de nenhum irmo, mas bom trazer o assunto tona, no par

    que venhamos criticar, mas para necessria autocrtica.

    2. OS USOS E COSTUMESSabemos que no s em na nossa Ordem que os usos e costumes acabam por assumir ou desempenhar o papel de lei, embora no devesse.

    Todas as instituies tm suas normas, seus regulamentos, seus regimentos internos que, em ltima anlise, ditam as vias de acesso s prprias finalidades. Organizaes multisseculares, como a Maonaria, por fora da ausncia de dados mais objetivos a respeito das

    suas verdadeiras origens no tempo e no espao, enveredam, vez ou outra, para o terreno dos Usos e Costumes.O grande escritor e pesquisador manico, de saudosa memria, nosso querido Ir. . Nicola

    Aslan, na sua obra "Comentrios ao Ritual do Aprendiz "Vademecum Iniciativo" escreveu com muita propriedade um capitulo inteiro sobre "A Loja - Sua Organizao, Usos

    e Costumes".Da conclui-se que, em Maonaria, tudo aquilo que no consta especificamente de Leis,regulamentos, regimentos internos, constituies, etc., pode ter respaldo nessa legislao paralela sem livros e sem cdigos, que podemos chamar de usos e costumes, gerando desta forma uma norma de direito por consentimento.

    Existe uma lacuna muito grande em toda a literatura manica, e de modo especial aqui no Brasil, sobre a explicao racional de muita coisa que ns fazemos em loja, simplesmente porque aprendemos oralmente dos outros, num ciclo tradicional e tambm perigoso de informaes que passam de pessoa para pessoa, de gerao para gerao, o que no deia de ensejar deturpaes aqui e acol.Tendo como fonte A Verdade , edio de Julho e Agosto de 1990, publicada no Portal Manico

    onde encontrei que, ao Irmo Chanceler, cabe conferir os documentos dos visitantes, ou seja: Quando um Irmo visitante vai a uma Loja qualquer, que no a sua, ele faz a entrega, a quem de direito, do seu documento manico, comprovante da Loja a que

    pertence e tambm da sua regularidade manica. Feito isso o Ir. . ser convidado a assinar o livro de visitantes da Loja.O documento do Ir. . visitante e o Livro de Presenas que assinou, feita a sua caminhada regulamentar, vo parar no altar do Irmo Chanceler que, entre outras providncia

    s, dever conferir a assinatura do documento apresentado pelo Ir. ., com aquela queele acabou de apor no Livro de Presena.Dentro dos Usos e Costumes, isto nada mais que um reconhecimento de firma, dadoo significado das palavras latinas - "Ne Varietur" - cuja traduo livre mais adequada ao presente caso, salvo melhor juzo, - "para que no seja diferente".

    3. O SIGNIFICADO DE "NE VARIETUR"Ne varietur, como bem observa AURLIO BUARQUE DE HOLANDA FERREIRA, trata-se de uma

    locuo latina que significa: Para que nada seja mudado ; usada para indicar reproduo muito fiel (Pequeno Dicionrio Brasileiro de Lngua Portuguesa, 11 Ed., Ed. GAMA).

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    Por ser expresso no verncula, vem causando certa confuso quanto a sua pronncia. Parasanarmos a questo de forma cientfica e definitiva, pois o dever do Maom a busca incessante da verdade, apoiamo-nos na obra do PE. JLIO COMBA, intitulada Gramtica Latina, 4 Ed., Ed. Salesiana Dom Bosco, SP, 1991. A princpio, informa Pe. Jlio, ser imossvel determinar com exatido qual seria a pronncia da lngua latina no tempo dos romanos , todavia, utilizando-se de regras gramaticais precisas, chega-se satisfatoriamente pronncia mais acertada.Como o Latim uma lngua sinttica, as tradues dos seus textos para outras lnguas tm umaelasticidade muito grande, pois sendo um idioma de uma preciso quase matemtica nasua infra-estrutura, pode oferecer ao tradutor as interpretaes mais variadas, desde que no deturpe, obviamente, o pensamento do escritor.Dentro desta filosofia, admitindo-se um relacionamento semntico filosfico em todapalavra, em toda frase, em todo texto, ns podemos, afirma o Pe. Jlio, sem medo deengano, conferir ao conjunto "ne varietur" vrios significados, como por exemplo:Para queno seja diferente; para que no mude; para que no varie; para no mudar; parano diferir etc...Muitos irmos julgam, por falta de um esclarecimento melhor, que estas duas palavras so da lngua francesa e at pronunciam "n-varit"; mas eu e o Ir. . Velter j ouvimosatur , por coincidncia nome de uma empresa de nibus que opera em nossa Regio.Ne Varietur, temos a a terceira pessoa do singular do subjuntivo presente, na forma negativa e na voz passiva do verbo latino variar (na voz ativa tem-se variare), processando-se sua conjugao da seguinte maneira: Ne varier (eu); Ne varieris (tu); Ne varietur (ele); Ne variemur (ns); Ne variemini (vs); Ne varientur (eles).

    4. CONCLUSO muito comum na literatura manica o uso de lemas que designam preceitos, emblemas,sentenas, tanto no mbito das Lojas, como das Obedincias. O lema define a finalidade

    da corporao, ou o ideal perseguido atravs de seu trabalho e, de maneira geral, umafrase latina ou de idioma estrangeiro, acompanhada ou no de alegorias grficas; po

    r exemplo: AD-HOC (pronncia: adc) - indica o que designado ou arranjado especialmente para executar determinada tarefa. Exemplos: "Orador ad-hoc, Secretrio ad-hoc,

    etc...; DATA VNIA Locuo adverbial, que significa dada permisso . Trata-se de uma expso respeitosa, com que se inicia argumentao discordante da de outrem. Alm de ser utilizada nos meios jurdicos, tambm, usada em Loja e outros Corpos simblicos, durantedebates, por Maons eruditos (ou pseudo eruditos).Palavras e expresses inglesas:

    MASTER- significa "mestre". Aplicado maonicamente, em alguns Ritos, para designaro Venervel Mestre de uma Oficina, embora isso devesse ocorrer apenas nos Ritos de origem inglesa, o termo tem sido utilizado por outros Ritos.PAST-MASTER - expresso aplicada, nos Ritos de origem inglesa, ao Venervel Mestre que deixou o cargo, no importando quanto tempo faa; para o Venervel recm-sado do veneralato, usa-se a expresso Imediate Past Master.Palavras e expresses francesas:

    PLACET - Significa "memorial", "lembrana", "rol de coisas memorveis". Designa, emMaonaria, o documento entregue ao Obreiro, quando este deixa a Loja, para se filiar a outra (ou mesmo para afastamento definitivo). Esse documento contm o memorial - as coisas que devem ser lembradas - do Obreiro: data de Iniciao, de Elevao, de Exaltao, de Filiao, etc. Normalmente, o placet acompanhado de prova de quitao dos dbi

    do Obreiro para com a Oficina.QUITTE significa "quite, livre, liberto". Em Maonaria, usada juntamente com o vocbulo "placet", para designar o documento em que, alm do memorial do Obreiro, h a prova de que ele deixa a Oficina com todos os seus pagamentos em dia.Palavras e expresses hebraicas:ADONAI Nome de Deus. Significa meu Senhor . Usado como substituto do nome hebraicode Deus formado pelo tetragrama iod-he-vav-he, que impronuncivel.BOAZ (pronncia boas, ou bos) Antepassado de Salomo, filho de Salmon e esposo de Ruth.Em Maonaria, na instruo do Ir. . Joaquim Gervsio de Figueiredo, 33, ne varietur vem den

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