Negócios Rurais
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sexta-feira, 17 de aGOstO de 2012 1
Páginas 4 a 7
DiversificaçãoNovas culturas ganham
espaço na região dos Vales
sexta-feira, 17 De aGOstO De 20122
EXPEDIENTE
Informe Comercial - Negócios Rurais - Este caderno circula encartado em Zero Hora na tiragem regional dos Vales do Rio Pardo e Taquari. Editor colaborador, textos e revisão: Jansle Appel Junior MTB 15.066 - Diagramador colaborador: Douglas Rafael da Silva - Nakao Para anunciar ou sugestões, ligue: Comercial Santa Cruz do Sul. Fone: (51) 3715.7345
A 35ª Expointer, que
começa no próximo
dia 25 e segue até 2 de
setembro, no Parque
Estadual de Exposições Assis Brasil,
em Esteio, terá como destaque a
irrigação nas lavouras. O gover-
nador Tarso Genro quer associar
a edição de 2012 do evento com
a capacidade de reação da gestão
estadual à estiagem que prejudicou
as safras de 2011.
“Muitos disseram que não con-
seguiríamos nos recuperar e que
estávamos diante de uma tragédia.
Dialogamos com todos os setores,
tomamos uma série de medidas e
criamos o programa Mais Água,
Mais Renda”, falou o governador.
Com o tema “Rio Grande mais
sustentável, economia mais forte”,
a edição deste ano terá como foco
principal a promoção de tecnolo-
gias voltadas para a irrigação. Entre
outras atividades, haverá um semi-
nário voltado ao tema e assinatura
de nove convênios que promovam
o programa Mais Água, Mais Renda,
coordenado pela Secretaria da Agri-
cultura, Pecuária e Agronegócio.
O programa de incentivos para
alternativas de irrigação foi lan-
çado em janeiro em resposta ao
prejuízo de cerca de R$ 4 bilhões
na economia gaúcha, com a rigidez
da seca no estado. “A experiência
da última safra nos mostrou que
temos que ser mais previdentes e
responsáveis com as nossas lavou-
ras. Despertamos e agora temos re-
cursos disponíveis para pequenos,
médios e grandes produtores. Tam-
bém desburocratizamos as licenças
ambientais. Estamos conscientes
de que a irrigação dá estabilidade
à lavoura e o produtor também
já está consciente da necessidade
de guardar água quando chove”,
explicou o secretário de Agricul-
tura, Pecuária e Agronegócio, Luiz
Fernando Mainardi.
Nos pavilhões da feira haverá
uma área específica para maquiná-
rios agrícolas com tecnologia para
irrigação. O Sindicato das Indús-
trias de Máquinas e Implementos
Agrícolas no Rio Grande do Sul
(Simers) investiu R$ 1,6 milhões
para ampliação do espaço de ma-
quinário na Expointer.
CONTRA A ESTIAGEM
Irrigação será o foco da 35ª ExpointerAssessoriA de ComuniCAção expointer
O Vale do Rio Pardo também
foi afetado pelas últimas estiagens.
Por este motivo, ano a ano cresce a
procura por sistemas de irrigação. A
Agroner Irrigação e Acessórios Ltda.,
empresa localizada em Santa Cruz
do Sul, elabora projetos que buscam
aumentar os ganhos de produção,
trabalhando principalmente com
fumicultura, horticultura (produção
e mudas de hortigranjeiros), fruti-
cultura, floricultura e orizicultura,
entre outras.
Prova de que a irrigação é funda-
mental nas mais variadas culturas é
sua aplicação na produção de olivas,
como mostra o produtor Tales Altoé,
do Bosque Olivos, que procurou a
Agroner. “Na qualidade de produtor
de oliveiras, optamos por implantar
um sistema moderno de irrigação por
gotejamento, buscando não só um
aumento efetivo de produção, mas
principalmente ter a tranquilidade de
contar com tal recurso em períodos
de estiagem como o vivido neste
último verão”, revela.
A cultura da oliveira irrigada hoje
trabalha com uma estimativa de in-
cremento de produção de no mínimo
40%, bem como elimina o problema
da alternância produtiva, onde um
ano produz muito e o outro a árvore
entra em processo de recuperação.
Da mesma forma, é otimizado todo
o processo de adubação, que passa
a ser fornecido ao pomar via água.
Nas entregas e instalações, a
Agroner conta com uma equipe es-
pecializada para elaboração de pro-
jetos, orçamentos, vendas, demons-
trações, entregas técnicas, como
também na área de implementos
agrícolas de toda ordem, com linhas
de motores elétricos, a gasolina e
diesel, assim como motobombas em
todos os segmentos.
Atualmente a empresa trabalha
também com climatizadores de
aspersão de neblina industriais,
agrícolas e comerciais, plasticultura
em geral, sombreamento (sombrite) e
geomembrana PEAD para imperme-
abilização de reservatórios (açudes,
barragens e tanques de dejetos),
atendendo principalmente o Vale do
Rio Pardo, assim como também os
vales do Alto, Médio e Baixo Jacuí
e esporadicamente outras áreas do
Estado e até fora dele.
Técnica contempla diferentes culturas na região dos Vales
sexta-feira, 17 de aGOstO de 2012 3
A produção de grãos da
safra 2011/2012 bate
recorde e deve chegar
a 165,9 milhões de
toneladas ou o equivalente a 1,9%
a mais que a obtida no período
2010/2011, quando atingiu 162,8
milhões de toneladas. O resultado
representa um crescimento de 3,1
milhões de toneladas. A estimativa
é do 11º levantamento, divulgado
pela Companhia Nacional de Abas-
tecimento (Conab).
O destaque para a grande pro-
dução é do milho segunda-safra,
que teve condições favoráveis da
cultura nas áreas de maior produ-
ção, com um aumento de 71,7%
ou o equivalente a 16,10 milhões
de toneladas sobre a última safra,
alcançando 38,56 milhões de tone-
ladas. No ano passado foram co-
lhidas 22,46 milhões de toneladas.
Já a estimativa para as safras
consolidadas (primeira e segunda
safras) apresenta um crescimento
de 26,8%, o que corresponde a
15,37 milhões de toneladas, totali-
zando 72,78 milhões de toneladas
do cereal.
Por outro lado, houve grande
queda da soja (- 8,9 milhões de t)
e do arroz (- 2,01 milhões de t). A
redução se deve mais às condições
climáticas não favoráveis, princi-
palmente nas fases de desenvolvi-
mento das culturas, quando as mais
prejudicadas foram as lavouras de
milho e de soja nos estados da
região Sul, parte do Sudeste e no
sudoeste de Mato Grosso do Sul. A
forte estiagem nos estados nordes-
tinos que tiveram perda em todas
as culturas também contribuíram
para as perdas. A produção da safra
nordestina caiu 22% em relação à
safra passada, ou seja, 3,53 milhões
de toneladas de produtos.
ÁREA
A estimativa total de área plan-
tada é de 50,81 milhões de hecta-
res, com um crescimento de 1,9%
ou 935,8 mil hectares a mais que a
da safra 2010/11, quando atingiu de
49,87 milhões de hectares.
O milho segunda safra teve um
crescimento da área cultivada de
22,9% ou 1,41 milhão de hectares.
Em seguida vem a soja, com au-
mento de 3,4% ou 822,1 mil hecta-
res a mais. Já as culturas de arroz
e feijão apresentaram redução na
área devido a problemas na comer-
cialização, dificuldades climáticas
na região Nordeste, falta de água
nos reservatórios e aumento no
custo de produção.
A pesquisa de campo utilizou
52 técnicos que ouviram repre-
sentantes de instituições ligadas
ao meio agrícola, destacando-se
profissionais de cooperativas, se-
cretarias de agricultura e órgãos
oficiais e privados de assistência e
extensão rural das principais zonas
de produção, no período de 22 a
28 de julho.
RECORDE
Produção de grãos chega a 165,9 milhões de toneladasrAimundo estevAm/ConAb
sexta-feira, 17 De aGOstO De 20124
EUCALIPTO
Reflorestamento pode ser fonte de renda para pequenos e médios produtores
Pequenos e médios agri-
cultores encontram
no reflorestamento e
no plantio de novas
f lorestas uma importante fonte
de rendimentos. São produtores
rurais que adotaram a prática
plantando árvores, especialmente
eucalipto, em áreas improdutivas
ou até mesmo desenvolveram a
silvicultura em paralelo a outros
cultivos. Normalmente, a produ-
ção é destinada para a indústria
de celulose, madeira, carvão,
lenha para estufas, entre outros
fins comerciais.
Ex is te também a parcer ia
de pequenos produtores com
grandes empresas, por meio da
l iberação da área ociosa dos
produtores rurais para a prática
do reflorestamento, repartindo o
resultado da produção entre as
partes. Neste caso, a vantagem
é que os custos de produção e
técnicas em silvicultura ficam sob
responsabilidade das empresas.
Para o produtor fica apenas o
lucro pela locação da área.
O custo de plantio dos euca-
liptos varia de acordo com o ob-
jetivo de utilização da madeira, a
tecnologia e cuidados aplicados.
Quanto à lucratividade para se
ter uma ideia, uma produção de
eucalipto oferece até dez vezes
mais renda na mesma área da
pecuária e sem precisar reduzir
o rebanho. Segundo estimativas
do Ministério da Agricultura e
Abastecimento, um produtor que
investe R$ 5 mil por hectare ao
ano (valor médio) pode obter,
após os cinco anos de tempo de
cultivo, um lucro de três vezes ou
mais sobre o valor inicial.
Em Santa Cruz do Sul, a em-
presa TecniGen Tecnologia e
Genética Agrícola, líder regional
no beneficiamento, na produção
e fornecimento de mudas de eu-
calipto, defende que o sucesso na
implantação de uma floresta de
eucaliptos ou pinus depende, an-
tes de tudo, de mudas saudáveis.
“Precisam ter bom diâmetro de
colo, raízes bem formadas, rela-
ção adequada entre a parte aérea
e o sistema radicular e nutrição
de forma correta”, afirma o enge-
nheiro agrônomo Sergio Bremm,
diretor executivo da empresa.
Seguindo estes critérios se
obtém o melhor índice de so-
brevivência no plantio, maior
resistência a estresses ambien-
tais e maior crescimento inicial,
inf luenciando diretamente na
qualidade final da f loresta. A
utilização de mudas sadias tam-
bém é uma das condições para
evitar a disseminação de doenças
e pragas.
Mudas certificadas e respeito ao meio ambienteA utilização de sementes se-
lecionadas e peletizadas para a
produção de mudas de eucalipto
homogêneas e geneticamente
superiores é a base tecnológica
da TecniGen, de Santa Cruz do
Sul. A TecniGen mantém toda a
sua produção acompanhada por
técnicos f lorestais e engenhei-
ros agrônomos que garantem a
produção de mudas com os mais
altos padrões de qualidade e
sanidade. As mudas produzidas
pela empresa oferecem garantia
quanto às melhores caracterís-
t icas genéticas, fitotécnicas e
fitossanitárias. Todas as sementes
são submetidas a um inspeção
laboratorial e só então são apro-
vadas e liberadas para o bene-
ficiamento e peletização sendo
posteriormente liberadas para o
plantio e comercialização.
Conforme seu diretor executi-
vo, engenheiro agrônomo Sergio
Bremm, a TecniGen nasceu para
inovar, quebrar tabus e apresen-
tar o que de melhor existe na
produção de mudas. “O material
que usamos nas embalagens já
é biodegradável, uma inovação
impar no processo de produção
de mudas”, diz Bremm.
O viveiro florestal da Tecni-
Gen é uma área especialmente
preparada e delimitada, com
instalações próprias adequadas,
que não agridem o meio ambien-
te em seu processo de produção
de mudas. O aproveitamento da
água das chuvas, bem como as
coletas do excedente das águas
das irrigações, são exemplos da
consciência de preservação am-
biental da empresa, localizada no
Distrito Industrial do município.
sexta-feira, 17 de aGOstO de 2012 5
• Atualmente, as plantações
de eucalipto no Brasil ocupam
cerca de 4 milhões de hectares. O
setor florestal responde por 3,5%
do Produto Interno Bruto (PIB)
e gera 4,6 milhões de empregos
diretos e indiretos. Toda essa
cadeia é responsável por pro-
dutos que vão desde papel para
livros, cadernos, higiene pessoal
e embalagens até madeira para
fabricação de móveis, geração
de energia, carvão vegetal e
construção civil, além de óleos
essenciais com os quais são fa-
bricados alimentos, produtos de
limpeza, perfumes e remédios,
entre outras aplicações.
• As florestas plantadas ocu-
pam apenas 0,6% da superfície
terrestre do Brasil, que, nesse
parâmetro, fica atrás de países
como China, Turquia, Japão e
EUA, entre outros.
• O Brasil é o terceiro maior
consumidor de madeira do mun-
do e, segundo a Sociedade
Brasileira de Silvicultura (SBS),
apenas um terço dos 300 milhões
de metros cúbicos de madeira
consumidos por ano, no País,
provém de áreas plantadas.
• Há potencial de uso do
sistema agroflorestal (SAF) para
garantir melhor aproveitamento
das áreas utilizadas na produção
de eucalipto com outras diferen-
tes culturas, a exemplo de soja,
feijão, mandioca e amendoim,
entre outras, além de pastagens.
Dessa forma, o pequeno agri-
cultor consegue diversificar sua
atividade e ter um rendimento
sustentável ao longo do tempo.
• São muitos os benefícios
ambientais, sociais e econômicos
que os plantios de eucalipto tra-
zem para o Brasil. E eles poderão
ser ainda maiores. Estima-se que
ainda exista uma fronteira agríco-
la considerável a ser desenvolvida
no País – cerca de 90 milhões
de hectares, de acordo com o
Ministério da Agricultura –, o que
representa uma boa oportunida-
de de crescimento para o setor.
Ocorre que a área do cultivo de
eucalipto no Brasil é muito infe-
rior às extensões plantadas com
grandes culturas agrícolas.
Saiba mais
sexta-feira, 17 De aGOstO De 20126
DIVERSIFICAÇÃO
Lucratividade da noz pecan atrai investimentos para a cultura na regiãoO
potencial de ren-
tabilidade da noz
pecan vem sendo
muito valorizado
por produtores da região que
buscam alternativas de diversifi-
cação. Quando a cultura atinge a
estabilidade de produção é capaz
de gerar uma renda média de R$
18 mil por hectare. A noz pecan
supera em até mais de R$ 11 mil a
produtividade de uma mesma área
cultivada com fumo. Na compara-
ção com outras culturas, como a
soja e o arroz, a diferença fica ain-
da maior. O milho, por exemplo,
garante uma rentabilidade quase
20 vezes menor.
Tamanha prosperidade, com o
quilo da noz pecan variando entre
R$ 5,00 e R$ 6,00, tem atraído in-
vestimentos no melhoramento das
mudas e técnicas de implantação,
em busca de produtividade ainda
maior. Em Cachoeira do Sul, o
Condomínio Agropecuário Parale-
lo 30 Sul atua no aperfeiçoamento
das tecnologias para o setor.
A empresa foi criada por seis
empreendedores que desejavam
implantar um projeto na área ru-
ral que garantisse rentabilidade
e lucratividade. Todas as etapas
foram planejadas e executadas nos
mínimos detalhes. O preparo do
solo foi realizado de acordo com
as modernas técnicas de implanta-
ção de pomares, com subsolagem,
adubação, aplicação de calcário e
outros nutrientes, com tutores e
protetores de mudas, exatamente
nos padrões de pomares chilenos,
europeus e norte-americanos.
Para dar vida ao projeto, a
infraestrutura da propriedade foi
toda adaptada para a cultura da
noz pecan e pastagens, visando a
um futuro consórcio com pecuária.
“Pesquisamos toda a genética à
disposição no Sul do Brasil sele-
cionando os melhores indivíduos,
seguindo os critérios de produtivi-
dade, fitossanidade, precocidade,
rendimento da fruta, ausência de
alternância e longevidade”, explica
o engenheiro agrícola Jorge Alber-
to Porto, coordenador técnico da
iniciativa.
No momento em que a Paralelo
30 identificou a possibilidade de
reproduzir esta genética em seu
pomar, construiu toda a infraes-
trutura necessária e contratou uma
equipe técnica de viveiristas expe-
rientes em nogueiras. A disponibi-
lização de mudas para o mercado
iniciou em 2010. Segundo Porto, o
cultivo de noz pecan é opção de
renda segura para os produtores
rurais. Lembra que se trata de
uma planta perene, que fornece
garantia de estabilidade. A pecani-
cultura também se apresenta como
um segmento promissor devido às
propriedades nutricionais das fru-
tas, muito valorizadas no mercado.
Atualmente o mercado brasilei-
ro importa 90% de todas as nozes
que consome, produzindo somente
2 mil toneladas, sendo a metade
sem qualidade adequada para a
indústria alimentícia. Com isso, a
produção brasileira não atende à
necessidade das indústrias, o que
diminui os produtos derivados de
noz pecan oferecidos no varejo
e desestimula a criação de novos
produtos. “Grande parte dos po-
mares brasileiros são de baixa pro-
dutividade em razão de terem sido
formados por genética inadequada
e com problemas de implantação.
Com a orientação correta, teremos
as condições de formar pomares
altamente produtivos e rentáveis”,
afirma Porto.
O mercado chinês hoje se
destaca com comprador da fruta,
segundo o The Wall Street Journal.
Em 2005 a China comprou 1 % da
produção dos Estados Unidos, em
2008 ultrapassava 25% e hoje con-
some 50% da produção americana.
sexta-feira, 17 de aGOstO de 2012 7
No interior de Cachoeira do Sul,
a Paralelo 30 tem hoje 100 hectares
de noz pecan implantados e outros
30 em fase de implantação. As mu-
das plantadas em 2008 começam a
produzir os primeiros frutos, mas
a expectativa é de que a colheita
somente se torne comercial a partir
de 2014. Na fase adulta, a produção
fica em torno de 3 toneladas por
hectare, tornando a pecanicultura
um investimento recordista em lu-
cratividade.
O projeto consta com um viveiro
com mais de 150 mil plantas, e capa-
cidade de produzir 50 mil mudas en-
xertadas por atendendo produtores.
O custo de implantação depende
diretamente das análises do solo,
variando de R$ 6.000 a R$ 7.000,00
por há. O Banco do Brasil dispõe de
financiamentos na linha ABC – com
prazo de 12 anos e carência de até 8
anos para produtores interessados.
Área ainda deve crescer
sexta-feira, 17 De aGOstO De 20128
O uso da tecnolo -
gia tem se tornado
cada vez mais co-
mum para apro -
ximar relações em seus diversos
níveis. Além de facilitar o rela-
cionamento pessoal, os veículos
vi r tuais disponibi l izam ainda
maneiras mais fáceis para tran-
sações comerciais. Um dos novos
mercados que se abre é a compra e
venda de gado pela internet.
Pelo próprio portal eletrônico,
o pecuarista pode checar as infor-
mações do lote de seu interesse
e, por intermediação, efetuar a
compra de sua casa, conectado à
rede mundial de computadores.
Buscando este mercado cada vez
maior, a empresa Boinaweb, com
sede em Rio Pardo, no Vale do Rio
Pardo, tem voltado seus negócios
para o ramo.
O objetivo da empresa é justa-
mente ligar o comprador ao vende-
dor em todas as partes do Brasil e
do mundo com poucos cliques do
mouse. Entende que desta forma
surge como uma grande ferramen-
ta de gestão rural para a nova fase
da pecuária brasileira, que torna o
produtor mais evoluído e envolvi-
do ao agronegócio.
A Boinaweb foi fundada em
setembro de 2010, antenada na
mudança de perspectivas do agro-
negócio brasileiro, que vem ino-
vando a cada dia. É através desta
inovação que a iniciativa busca
a facilidade de poder propor aos
clientes a possibilidade de comprar
e vender com maior confiabilidade
e segurança, tornando-se assim a
primeira opção de investimento
por parte do comprador e do ven-
dedor já no primeiro contato.
“A empresa tem como objetivo
passar para seus clientes possibili-
dades de investimentos que sejam
atrativos e confiáveis, ao mesmo
tempo em que tenham segurança
e agilidade em seus processos”,
resume o sócio-presidente Tiago
Rocha Nunes, administrador de
empresas, produtor rural e criador
de cavalos crioulos que se uniu
a Francisco Wunderlich Ferreira,
que trabalha com agronegócio há
mais de 30 anos, para criar a Boi-
naweb. Wunderlich é sócio-diretor
comercial.
A equipe da empresa ainda
é composta por mais três cola-
boradores diretos e, atuantes no
escritório e no campo, e mais 27
parceiros do ramo do agronegó-
cio em todo o Rio Grande do Sul
e demais Estados brasileiros. De
acordo com Nunes, a meta é con-
solidar a Boinaweb no mercado
da pecuária futura, como uma das
melhores opções do agronegócio
brasileiro.
No site são disponibilizadas as
ofertas de lotes de animais com
fotos e descrição detalhada. O
visitante pode filtrar a busca por
Estado, por categoria (terneiros,
terneiras, novilhos, novilhas/va-
quilhas, vacas prenhas, com cria
e de invernar, bois, touros, gado
de leite, búfalos e ovinos/caprinos)
e ainda por peso. O endereço é
www.boinaweb.com.br.
TECNOLOGIA
Internet aproxima pecuaristas e compradores de gado com segurança
sexta-feira, 17 de aGOstO de 2012 9
ARTIGO
A cultura do milho é a
que oferece maiores
possibilidades de res-
posta ao uso de tec-
nologia. Como resultado da adoção
de tecnologia, o agricultor au-
menta a possibilidade de alcançar
maior produtividade, estabilidade
e conseqüentemente melhora a
rentabilidade com menores riscos.
Tecnologia é o conjunto de
técnicas, conhecimentos, práticas
de manejo, processos, ferramentas,
máquinas, matéria-prima, insumos
que visam a solucionar problemas,
reduzir riscos e aumentar as pos-
sibilidades de sucesso. Portanto,
tecnologia não é sinônimo apenas
de colocar mais adubo, usar mais
defensivo ou usar mais insumos.
Tecnologia é antes de tudo usar
de maneira correta os recursos
disponíveis, incluindo os recursos
humanos.
Todas as vezes que se fala em
uso de tecnologia é feita uma cor-
relação direta com investimentos.
Quando falamos em investimentos
fica intrínseco que haverá um be-
nefício claro e mensurável. Quan-
do não há, ele passa a ser uma
despesa. Nem sempre o tamanho
e nem a complexidade do investi-
mento tem uma ligação direta com
os resultados alcançados.
Os investimentos podem ser
pequenos e simples e com grandes
reflexos no aumento da produtivi-
dade e na rentabilidade da ativida-
de como é o caso de investimentos
na manutenção de uma máquina
de plantio ou colheita ou até mes-
mo no treinamento da mão-de-
-obra da propriedade. Os ganhos
podem ser em tempo, qualidade,
eficiência no plantio ou colheita
ou controle de pragas ou plantas
daninhas. Eles podem garantir
que o calendário agrícola e o pla-
nejamento do sistema produtivo
seja cumprido ou que a lavoura
não sofra nenhum estresse, possi-
bilitando ganhos de rendimento e
rentabilidade pela maior resposta
da cultura aos insumos aplicados.
Mas os investimentos podem
ser maiores e mais complexos
como aumento de adubação e seus
reflexos no rendimento serem pe-
quenos devido ao uso inadequado
da tecnologia. Os investimentos
devem ser planejados e visam
aumentar a eficiência, garantir
benefícios e reduzir riscos.
Nós temos o que chamamos de
tecnologia custo zero. As tecnolo-
gias custo zero são todas aquelas
que não alteram o custo ou in-
vestimento feito. Não dependem
da produtividade, mas podem e
interferem de maneira significativa
na produtividade e rentabilidade
da cultura. Por exemplo - Plantio
em época inadequada. Plantio sem
qualidade com muitas falhas. Apli-
cação de uréia em condições e de
forma inadequada que implicará
em perdas. Pulverização com va-
zão e pontas inadequadas. O que
queremos dizer é que os investi-
mentos custo zero só dependem
de você. A maior parte das perdas
de eficiência é decorrente do uso
inadequado das tecnologias.
Investimentos em tecnologias e seus benefíciosClAudio de mirAndA peixoto*
Uma antiga discussão é quanto
à relação custo-benefício no uso
de determinadas tecnologias. Seria
quase que um balanço entre riscos
e garantias. Estes questionamentos
sempre ocorrem sob a alegação
de que a resposta ao uso de tec-
nologias está sob a condicionante
que tudo de correto deve ocorrer,
para que a resultado seja como o
planejado. Então, se ocorrer uma
seca ou outro problema qualquer,
os investimentos foram jogados
pelo ralo. Mas não é bem assim.
A primeira coisa que temos
que pensar é que o conjunto de
tecnologia atualmente disponível
foi desenvolvido exatamente para
solucionar ou amenizar estes
problemas. Vejamos o exemplo
dos híbridos de milho, que atu-
almente são o maior veículo de
tecnologia e que apresentam a
maior capacidade de resposta ao
uso de práticas de manejo. As se-
mentes respondem ao aumento do
nível de adubação, população de
plantas, redução de espaçamento
e a uma gama de outras práticas
de manejo. Elas também concen-
tram a maior fonte de tolerância
às doenças, tolerância à seca,
adaptação a diferentes regiões,
tipo de solo e época de plantio.
Os híbridos são muito seguros,
estáveis, principalmente quando
combinados e manejados adequa-
damente, respeitando-se as suas
características e posicionamento.
Ou então o exemplo da bio-
tecnologia. O agricultor hoje no
Brasil tem a sua disposição as
tecnologias mais modernas na área
da biotecnologia. Uma delas é o
milho Bt. Esta tecnologia veio
como uma forte ferramenta no au-
xílio ao combate às principais pra-
gas da cultura do milho. No Brasil,
só na safra passada foram mais de
5 milhões de hectares plantados
com esta tecnologia. Ela foi testa-
da e aprovada pelos agricultores.
É sem dúvida a tecnologia com a
maior taxa de adoção nos últimos
anos. Entretanto, ao contrário do
que muitos pensam, a tecnologia
Bt exige monitoramento constante
da lavoura, pois, caso pragas não
alvo da tecnologia ocorram ou
mesmo pragas alvo se apresentem
em nível de dano, torna-se obriga-
tório o controle com inseticidas.
As tecnologias disponíveis atu-
almente e no futuro são e serão
cada vez mais seguras como tam-
bém são e serão as responsáveis
pelo aumento da possibilidade
de sucesso na atividade, princi-
palmente pela menor exposição a
riscos ou geradoras de maior nível
de estabilidade. Isso já vem acon-
tecendo e, um bom exemplo disto,
é a própria tecnologia Bt que vem
proporcionando excelente nível de
controle às principais pragas do
milho gerando segurança.
Entretanto, as tecnologias cada
vez mais serão complementares e
deverão ser adotadas de maneira
integrada. Assim, não adiantará
nada optar por um híbrido de
alta qualidade se não adubá-lo, ou
não garantir a população final de
plantas por meio de um adequado
controle de pragas, ou respeitar a
época ideal de plantio do híbrido
para a região, por exemplo.
As tecnologias irão funcionar
mais ou menos como itens de
segurança na condução de um
veículo. Não se consegue tirar
o maior proveito da segurança
existente nos veículos atualmente
como ABS, tecnologia existente
nos pneus, facilidade no acesso
aos controles do veículo, air bag e
outras tecnologias, se o condutor
não mantiver o carro em dia com
pneus em condições, andar dentro
do limite de velocidade, respeitar
as leis de trânsito, estar com a sua
saúde em dia como por exemplo
exame de vista e se precisar, usar
óculos, etc.
O que queremos dizer e afirmar
é que as tecnologias deverão andar
sempre alinhadas e combinadas de
maneira coerente com a região,
agricultor, fatores limitantes, his-
tórico da região, etc. A adoção de
tecnologia hoje é a maneira mais
eficiente de melhorar os processos
dentro da propriedade, reduzir
riscos e assegurar maiores possibi-
lidades de sucesso, transformando
seus investimentos em resultados
e não em despesas.
A relação custo-benefício
* ClAudio de mirAndA peixoto é engenheiro
Agrônomo, diretor de mArketing CorporAtivo e
regulAmentAção dA biogene sementes
sexta-feira, 17 De aGOstO De 201210
O governo federal vai
anunciar nas próxi-
mas semanas um pa-
cote de investimentos
voltado à infraestrutura logística, afir-
mou o presidente do Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), Luciano Coutinho,
durante o Congresso Brasileiro do
Agronegócio.
Segundo Coutinho, este conjunto
de medidas será dedicado a melhorar
as condições de estradas, ferrovias,
hidrovias, com o objetivo de facilitar
o escoamento da produção agrope-
cuária. “O agro brasileiro é precioso,
gerador de riqueza, emprego e renda,
e melhorar a infraestrutura é um com-
promisso do governo”, disse.
A deficiente infraestrutura logís-
tica é um dos principais gargalos
do setor, senão o maior, conforme
ressaltou o presidente da Associação
Brasileira do Agribusiness (Abag),
Luiz Carlos Corrêa Carvalho. “O
Brasil não vive um apagão logístico,
a logística já está apagada.” Por sua
vez, para o presidente da Cocamar,
Luiz Lourenço, a solução só virá por
meio de parcerias-público-privadas.
Coutinho falou também sobre os
investimentos feitos pelo BNDES em
grandes empresas brasileiras do setor
de proteínas. “O objetivo é fortalecer
a internacionalização delas”, justifi-
cou-se, acrescentando que o banco
também tem interesse em investir em
pequenas e médias agroindústrias,
mas observou que a aproximação
com estas empresas é mais difícil por-
que não são companhias de capital
aberto. “A participação de fundos de
investimentos nestas empresas seria
benéfica, a fim de prepará-las para
o ingresso no mercado de capitais.”
O presidente do BNDES pontuou,
ainda, que o avanço do agro brasilei-
ro passa por quatro elementos-chave:
inovação, produtividade, criação e
desenvolvimento de marcas e interna-
cionalização. No que diz respeito ao
tema compra de terras por estrangei-
ros, Coutinho assinalou que é preciso
encontrar uma solução equilibrada
para a questão, que preserve a sobe-
rania do País, dê segurança jurídica
aos investidores estrangeiros e atraia
capital internacional para o agro e
outros setores da economia brasileira.
Na análise de Corrêa Carvalho,
a falta de coordenação no governo
federal para o desenho de políticas
públicas integradas para o agro é um
grave problema. Segundo ele, muitas
decisões relativas ao setor rural es-
tão fora da alçada do Ministério da
Agricultura, espalhadas por diversas
outras pastas.
INVESTIMENTOS
Governo vai anunciar pacote para infraestrutura logística ronAldo luiz/sou Agro
sexta-feira, 17 de aGOstO de 2012 11
SUSTENTABILIDADE
A geração de eletrici-
dade através da uti-
l ização da energia
solar é uma forma
limpa e ecologicamente correta,
pois não agride o meio ambiente.
Além disso, é uma alternativa de
baixo custo, que apresenta muitas
vantagens, tanto para a utilização
nas cidades quanto no campo. E
é justamente no meio rural que
sua aplicação vem aos poucos se
expandindo, de acordo com dados
do Ministério de Minas e Energia.
O ministro titular da pasta,
Édison Lobão, destacou que, mais
do que uma alternativa, esta mo-
dalidade de geração de energia
ganha cada vez mais contornos
de obrigação no Brasil. “Preci-
samos reforçar a importância da
energia limpa. Há a necessidade
de construir uma mentalidade
social voltada para a eficiência
energética”, afirmou.
Em áreas rurais, fazendas, ca-
sas de campo, sítios ou chácaras,
muitas vezes não há disponibilida-
de de eletricidade da rede pública,
fazendo com que a geração de
energia na própria propriedade
seja vital. E, mesmo que haja dis-
ponibilidade da rede tradicional, a
utilização da energia fotovoltaica
pode representar uma sensível
redução de custos.
A energia solar fotovoltaica é
a eletricidade gerada a partir da
luz do sol. Diferentemente dos
coletores de energia solar térmi-
ca (cuja única função é aquecer
água através da captação do calor
do sol), os painéis fotovoltaicos
promovem uma transformação da
luz solar em energia elétrica, cujo
resultado é comprovadamente
aplicável a todas as utilidades da
energia elétrica convencional.
Além do investimento inicial,
com compra e instalação do equi-
pamento, a energia elétrica gerada
pelo sistema fotovoltaico não tem
outros custos. A energia também
é autossuficiente e, portanto, mais
segura em termos de abastecimen-
to. No campo e na agroindústria,
a geração de eletricidade pelo
sol, além de reduzir custos e não
agredir o meio ambiente, pode
ser utilizada em muitas atividades,
como na produção avícola, pisci-
cultura, bovinocultura de corte
e leite, criação de cavalos, em
mini-indústrias, em sistemas de
hidroponia, irrigação e em todas
as dependências da propriedade,
como galpões e na própria resi-
dências.
Estudos realizados por diversos
Instituições afirmam que a quan-
tidade de energia que o planeta
recebe todos os dias , isto consi-
derando somente as áreas emersas
tais como ilhas e continentes , é
duas mil vezes a produção total de
todas as usinas nucleares, termoe-
létricas e hidrelétricas . “No Brasil,
o potencial de energia fotovoltaica
é imenso, dados seus altos índi-
ces de radiação solar”, afirma o
empresário do setor de energia
sustentável Josué Lopes Farias.
Atualmente, os governos e as
concessionárias de serviços públi-
cos são os principais investidores,
utilizando painéis fotovoltaicos
em sinal ização e f iscal ização
rodoviárias, iluminação pública,
telecomunicações e outros. Já
existem empresas privadas que
desenvolvem projetos de sistemas
fotovoltáicos, buscando as melho-
res alternativas do mercado tanto
para sistemas conectados à rede
quanto sistemas autônomos.
Um sistema fotovoltaico puro
é aquele que não possui outra
forma de geração de eletricidade.
Devido ao fato de o sistema só
gerar eletricidade nas horas de
sol, os sistemas autônomos são
dotados de acumuladores que
armazenam a energia para os
períodos sem sol, o que acontece
todas as noites, e também nos pe-
ríodos chuvosos ou nublados. Os
acumuladores são dimensionados
de acordo com a autonomia que
o sistema deve ter, e essa varia
conforme as condições climato-
lógicas da localidade onde será
implantado o sistema fotovoltaico.
Energia solar pode ser aplicada em propriedades rurais
sexta-feira, 17 De aGOstO De 201212
A Cooperativa Agropecuária de
Cachoeira do Sul – Coompanny
promove no dia 27 de setembro o
3º Seminário Perspectivas para o
Agronegócio. O evento será pro-
movido no auditório da Sociedade
Rio Branco, em Cachoeira do Sul.
Podem participar agricultores,
técnicos e demais profissionais
que atuam nas áreas de interesse.
A programação inicia às 8h30 e
será recheada com cinco palestras
ao longo de todo o dia. O primei-
ro painel será Mercado de soja e
milho, com o palestrante Antonio
Sartori. Na sequência, serão pro-
movidas as palestras Mercado de
arroz, com Carlos Cogo; Controle
de invasoras, com Sylvio Dornelles;
Altas produtividades, com Antonio
Luiz Fancelli; Clima, com Stael Sias;
e Manejo de soja em várzea, com
Rafael Ramos.
A previsão é de que a agen-
da do 3º Seminário Perspectivas
para o Agronegócio se estenda
até as 19 horas. A expectativa dos
organizadores é de que o evento
atraia um número de participantes
superior à edição do ano passado,
considerada satisfatória, quando
cerca de 300 pessoas assistiram às
palestras. Inscrições e informações
podem ser obtidas pelo telefone
(51) 3723.6624.
Seminário vai debater a tendência dos mercados agrícolas
EVENTO PECUÁRIA
• Mercado de Soja e Milho - Antônio Sartori, diretor da Brasoja
• Mercado de Arroz - Carlos Cogo, diretor da Carlos Cogo Consultoria
• Controle de Invasoras - Sylvio Dornelles, professor e pesquisador
UFSM
• Altas Produtividades - Antonio Fancelli, professor e pesquisador
USP/SP
• Clima - Estael Sias, meteorologista da MetSul
• Manejo de Soja em Várzea - Rafael Ramos, consultor Técnico
em Uruguaiana
PALESTRAS
O presidente do Fórum Nacio-
nal Permanente de Pecuária de
Corte da Confederação da Agri-
cultura e Pecuária do Brasil (CNA),
Antenor Nogueira, defendeu a
participação de todos os elos da
cadeia produtiva da carne bovina
para discutir, de forma homogê-
nea, alternativas para solucionar
os gargalos do setor. Neste con-
texto, ele informou que uma das
iniciativas para avançar no diálogo
será a criação do Conselho dos
Preços do Boi (Consebov), que
terá a participação de pecuaristas,
representantes da indústria, varejo
e academia. A instalação está sen-
do discutida.
“Hoje temos uma cadeia com-
pletamente heterogênea e chegou
a hora de aprendermos a discutir
assuntos que impactam os preços
pagos ao produtor. Todos os elos
da cadeia querem lucro e o pro-
dutor também precisa ter renda
para continuar investindo na sua
propriedade e fornecer matéria-
-prima”, enfatizou. Um dos temas
debatidos na última audiência
pública promovida pela CNA foi a
concessão de crédito aos frigorífi-
cos pelo BNDES.
Sobre este ponto, Nogueira
mostrou preocupação com o fato
de a instituição conceder financia-
mentos apenas às grandes indús-
trias, o que acaba prejudicando os
pequenos e médios frigoríficos,
reforçando a concentração do se-
tor, além de restringir o poder de
comercialização do produtor. “O
BNDES não precisa parar de em-
prestar para os grandes, mas as pe-
quenas e médias empresas também
têm o direito de crescer”, afirmou.
A partir da criação do Consebov,
destacou Antenor Nogueira, os
elos da cadeia produtiva terão uma
relação mais transparente para
discutir pontos como a formação
dos preços pagos ao produtor e a
desoneração tributária.
CNA defende união da cadeia produtiva da carne