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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROJETO DE PESQUISA NÚCLEO DE ESTUDOS DA ESPETACULARIDADE (NESP) COORDENADOR / AUTOR: Profª JOLANTA REKAWEK 1

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Este é o projeto do NESP - Núcleo de Estudo da Espetacularidade, alocado no Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual de Feira de Santana.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROJETO DE PESQUISA

NÚCLEO DE ESTUDOS DA ESPETACULARIDADE (NESP)

COORDENADOR / AUTOR: Profª JOLANTA REKAWEK

UNIDADE / ÓRGÃO: DEPARTAMENTO DE LETRAS E ARTES

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Novembro / 2006

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FORMULÁRIO PADRÃO PARA APRESENTAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISA

I- IDENTIFICAÇÃO

1.Dados pessoais do solicitante

Nome: JOLANTA REKAWEK CPF: 781984375-68 Endereço residencial: Fazenda Ponto 42, Jauá (Camaçari) E-mail: yolandaion@ hotmail.comCEP: 42-843000 Cidade: Camaçari Fone: (71) 367 22 377 ou 88 45 06 642. Dados funcionais do solicitante

Instituição: Universidade Estadual de Feira de Santana Unidade / órgão: Departamento de Letras e Artes / Área de Estrangeiras Cargo/Função: Professora AdjuntaVínculo Empregatício : Situação: Ativo

Regime de Trabalho: Tempo Integral (DE) Endereço Institucional: UEFS, KM. 03 BR 116 Campus Universitário. CEP 44.031-460 Cidade: Feira de Santana Telefone: (75) 32248265 Ramal ______FAX _____________

3. Unidade executora (preencher se for diferente do ítem 2)Nome: _________________________________________________________________Endereço:_______________________________________________________________CEP: ____________________________________Telefone: ______________________

4. Dados do ProjetoTítulo: Núcleo de Estudos da Espetacularidade (NESP) e Laboratório de Práticas Espetaculares Organizadas (LAPEO) Área do conhecimento: Artes Subárea do conhecimento: Artes cenicas: teatro, cinema, performance, dança, práticas espetaculares organizadas Tipo de pesquisa : AplicadaNatureza: Interinstitucional Palavras-Chave: Artes Cênicas, Espetacularidade, Performance, Teatro, Etnocenologia Duração prevista: permanente Resumo (máximo 500 palavras): A implantação do Núcleo de Estudos da Espetacularidade (NESP) visa inserir a UEFS nas pesquisas pioneiras em busca de elaboração de novos paradigmas para a ciência na área das artes. As novas linhas de pesquisa no campo de artes cênicas desde a perspectiva trans- e interdisciplinares, como p. ex. a etnocenologia que opera com conceitos teóricos advindos de várias matrizes culturais também extra-européias, se coloca como uma vigorosa alternativa às perspectivas científicas tradicionais. O Núcleo de Estudos da Espetacularidade

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(NESP) e o Laboratório de Práticas Espetaculares Organizadas (LAPEO) criariam condições para aproveitar o talento dos artistas das regiões do semi-árido, recôncavo, etc., entre eles alunos da UEFS, é seria um passo prévio para consolidar as propostas para a posterior implantação na UEFS da Licenciatura em Interpretação e Direção de Teatro, Licenciatura em Artes Audiovisuais, Escola de Dança, e Bacharelato em Gestão Cultural. Por tanto o Núcleo de Estudos da Espetacularidade (NESP) e o Laboratório de Práticas Espetaculares Organizadas (LAPEO) se colocam como elementos fundamentais para a nova estratégia de crescimento da UEFS na área das artes.

II PROJETO

1. INTRODUÇÃO (Relevância e Justificativa)

Num mundo globalizado no qual se vislumbra como um fenômeno preocupante a homogeneização da cultura, emerge como um desafio para a sociedade civil a preservação, revitalização e divulgação da identidade cultural dos povos. O povo brasileiro formado pelas matrizes culturais híbridas e com a deslumbrante diversidade das práticas espetaculares organizadas atrai o interesse dos pesquisadores e pessoas comuns do mundo inteiro. O bom exemplo é a divulgação da cultura brasileira no âmbito internacional como, por exemplo, na França, que em 2005 organizou “Ano do Brasil na França” durante o qual vários artistas e instituições, entre elas a UEFS, foram convidados a participar de toda uma série de eventos e tiveram oportunidade de mostrar a mais espetacular das riquezas do Brasil – a cultura, dentro da qual se destacam vários saberes transmitidos através do corpo e da voz, e não a letra escrita, como o signo de saber.

Pode-se afirmar que a ciência abordou até agora este tipo de manifestações performáticas do campo das artes com métodos tradicionais, baseados nos conceitos teóricos operacionais da matriz cultural européia. Por isso, elaborar novos conceitos teóricos a partir das matrizes culturais extra-européias é o maior desafio para a pesquisa contemporânea no campo das artes cênicas. Nosso projeto de implantação do Núcleo de Estudos da Espetacularidade (NESP) visa inserir a UEFS nas pesquisas pioneiras em busca de elaboração de novos paradigmas para a ciência na área das artes.

Considerando que o Departamento de Letras e Artes da UEFS possui um trabalho reconhecido no campo da literatura e lingüística, porém, não dispõe de uma estrutura para formar profissionais na área de artes, desejamos propor as estratégias de crescimento do DLA no campo das artes cênicas, audiovisuais e também da gestão cultural.

A mesma legislação nos ajuda a justificar o nosso projeto com a Lei de Diretrizes e Bases nº 9394 de 20 de dezembro de 1996 que no seu artigo 26, parágrafo 2, estipula o ensino da arte como componente obrigatório do currículo no ensino fundamental. Com isso desejamos assinalar que a mesma legislação cria a possibilidade de um grande mercado de trabalho que poderia absorver os alunos formados no futuro, na UEFS, na área de artes. A perspectiva de crescimento do DLA neste campo se faz necessária como uma estratégia de políticas públicas para suprir a óbvia carência da comunidade do semi-árido e outras, que para se formar no âmbito das artes precisa sair da região e procurar centros que, na maioria das vezes, são particulares. Como conseqüência, a formação em artes se transforma em exclusividade de certas camadas da população e deixa de ser o legal direito da comunidade em geral.

Pelo fato de a UEFS ser uma universidade pública fica justificado desde o nosso

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ponto de vista, a atuação desta instituição no campo das artes com a perspectiva de se consolidar no futuro como um centro de formação de profissionais de cultura (entendida no sentido amplo da nova perspectiva antropológica, ou seja, que preserva, reinstitui e cria a cultura num processo constante) acessível à comunidade de uma maneira democrática e plural. É preciso considerar este argumento junto com o fato de que a UEFS já dispõe de um espaço físico onde se poderiam realizar os projetos emergentes da estratégia do crescimento do DLA no campo das artes: o CUCA, que de fato já promove eventos neste sentido. O nosso projeto poderia aproveitar plenamente este espaço potenciando as diretrizes já marcadas pelos gestores atuais e propor novos campos de atuação.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Quando estamos falando de cultura nos referimos à noção da mesma apontada pela antropologia contemporânea que superou o antigo paradigma da cultura como um conjunto de normas, valores e costumes fixos, em benefício de uma perspectiva da cultura como uma estrutura emergente (Turner, Geertz, Bauman, Goffman), fruto da interpretação contínua dos atores sociais. Neste sentido, vários componentes culturais, entre eles as artes cênicas e especialmente as práticas e saberes transmitidos através da voz e do corpo como a performance se situam como “um nexo da tradição, da praxis e da emergência da realidade como inovação”.1 Desde estes parâmetros, é possível vislumbrar duas perspectivas principas da performance dentro do campo da antropologia contemporânea: por um lado se analisa a performance como um elemento do drama social (conforme a antropologia simbólica dos estudiosos como Turner e Geertz2, que estuda as relações entre os ritos, sociedade e transformação), e por outro, o estudo que se propõe conhecer as características e a produção de eventos performáticos (abordagem que surgiu no campo da etnografia da fala pesquisada por Goffman 3 - e evoluiu até estudos trans-disciplinares de filósofos, sociólogos o lingüistas).

As influências da etnografia da fala de Goffman, a colaboração com Schechner4

referida ao teatro, fizeram que Turner5 abordasse com os estudos realizados nos últimos anos da sua vida o campo da performance adotando a noção da performance cultural de Singer6 segundo a qual os atos performáticos incorporam também rezas, ritos, cerimónias, festivais ou casamentos sem se limitar ao teatro, shows ou palestras na visão tradicional ocidental. E. Jean Langdon lembra a definição de Singer dos gêneros performáticos como expressões artísticas e culturais que se caracterizam por um limite cultural, seqüência de atividades, programa de atividades organizado, conjunto de atores, público, um lugar e ocasião para a performance. Langdon destaca que além da fala estas atividades dispõem de outros recursos como dança, cantos, artes plásticas. “Performances são uma orquestração de meios simbólicos comunicativos e não expressões de um único meio”.7

1 E. Jean Langdon. “Performance e preocupações pós-modernas na antropologia”. In: O material didáctico da disciplina Etnocenologia, ministrada pelo Prof. Armindo Bião y Profª Lúcia Lobato, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1º semestre de 2006, p. 24. 2 Cliford Geertz. A interpretação das culturas. Río de Janeiro: Zahar, 1978.3 Irving Goffman. “The interaction order”. American Sociological Rewiev, 1983, nº 48, pp. 1-17.4 Richard Schechner. “Victor´s Turner last adventure”. In: The anthropology of performance, Nueva York: PAJ Publications, 1987, pp. 7-20.5 Victor Turner. “The antropology of performance”. In: The Anthropology of performance. Nueva York: PAJ Press, 1987, pp. 72-98. 6 Milton Singer. When a great tradiction modernizes. Nueva York, 1972.7 Langdon, op. cit., p. 25.

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Em quanto a teoria central da performance na antropologia (Turner, Singer, Schechner) se centra no estudo das relações entre a cultura, sociedade e performance, a perspectiva performática surgida no campo da etnografia da fala analisa os processos através dos quais as culturas constroem seus gêneros particulares da performance. Esta perspectiva examina a performance como uma experiência humana contextualizada abalizando a situação da performance como evento artístico e também pretendendo compreender o processo da realização do ato artístico que constitui a performance.

As duas perspectivas que constituem uma nova corrente na antropologia, a performance analisada dentro do contexto da sociedade e da cultura ou a performance analisada desde a ótica dos processos que a configuram situados num contexto, apontam os mesmos questionamentos sobre a vida social. Elas têm pontos em comum na medida em que percebem a performance como o fator de uma cultura emergente, que nos seus momentos liminais e transformativos permite a inversão e a refletividade.

Dentro do campo da pesquisa da performance como parte das artes cênicas é preciso lembrar a perspectiva da performance de Richard Schechner que destaca no ato performático o seu caráter do comportamento comunicativo inserido em várias formas rituais, ceremoniais, de costumes ou de troca de informação8 nos quais a particularidade de cada evento está constituída a partir de sua interatividade e não tanto da sua materialidade. De modo que a performance acontece entre a ação, interação e relação: a performance não está em “nada” mas “entre”

Nesta ampla perspectiva da cultura, e especialmente da performance, recobram uma importância singular, abordada até então pela ciência com métodos tradicionais a partir da matriz cultural européia, os saberes de várias ordens: festivos, celebratórios, rituais, estabelecidos através da voz e do corpo. Este tipo de saberes performáticos estão inseridos na cadeia da memória transmitida pelos povos e formam parte dos ambientes de memória (milieux de mémoire) distinguidos dos lugares de memória (lieux de mémoire) por Pierre Nora.9 O estudioso entende por lugares de memória, por exemplo, as bibliotecas, os arquivos, os parques temáticos relacionados com a palavra escrita como signo do saber; no entanto os ambientes de memória são o espaço onde se reinstituem os saberes performáticos que restabelecem, transformam e projetam a memória dos povos num processo constante caracterizado pelas fissuras da lembrança e do esquecimento. “Esses acervos que nos instituem partituras já conhecidas, demandam de nós um novo olhar”10. Este é o maior desafio para a ciência contemporânea no campo das artes: elaborar os conceitos teóricos operacionais baseados nas matrizes culturais e metafísicas não consideradas até então como, por exemplo a africana, asiática ou pré-colombina. Na tentativa da construção de um novo olhar até a área de artes cênicas a etnocenologia, uma disciplina pioneira ideada por Jean-Marie Pradier (França), Chérif Khaznadar (França) e Armindo Bião (Brasil) no último qüinqüênio do século XX, se vislumbra como uma disciplina pioneira que pode apontar novos paradigmas conforme as últimas tendências científicas, entre elas a interdisciplinaridade, e o diálogo

8 “It’s a kind of comunicative behaviour that is part of, or continous with, more formal ritual, ceremonies, public gatherings and various means of exchanging information, goods and customs” (Richard Schechner. “What is performance studies anyway?”. In: Berghaus, Günter (ed.). New approaches to the theatre studies and perfomance analysis. Tübingen: Niemeyer, 2001, pp.2-3)9 Pierre Nora. “Between memory and history: les lieux de mémoire”. In: FABRE, Geneviève, O´MEALLY, Robert (edts). History and memory in African and american culture. Nueva York, Oxford: University Press, 1994. Para fazer estas considerações aproveitei a palestra da Profª Leda Martins no painel sobre Memoria y referencia Cultural (Identidade e Negritude) promovido pelo Núcleo de Referência Cultural da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Salvador, 12 de junho de 2006. Martins citou também Diana Taylor que distingue neste mesmo sentido o arquivo de memória do repertório de memória. Diana Taylor. “Encenando a memória social: Yayachkani”. In: RAVETTI, Graciela, ARBEX, Márcia (orgz.) Performances, exílios e fronteiras. Belo Horizonte: FALE/POSLIT/UFMG, 2002, pp. 13-45. 10 Ibidem.

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imprescindível entre a ciência e a arte

3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVOS GERAIS

Implantar na UEFS uma linha de pesquisa no campo de artes cênicas desde a perspectivas multi-, trans- e interdisciplinares propostas por Diana Taylor, Leda Martins, Richard Schechner, Eugenio Barba, a etnocenologia liderada por Jean-Marie Pradier e Armindo Bião, a etnopoesia ideada por Jerome Rothenberg, entre outros, operando com conceitos teóricos advindos de várias matrizes culturais, também extra-européias, e se colocando como uma vigorosa alternativa às perspectivas científicas tradicionais.

Consolidar as propostas para a posterior implantação da Licenciatura em Interpretação e Direção de Teatro, Licenciatura em Artes Audiovisuais, Escola de Dança, e Bacharelato em Gestão Cultural (junto com o Departamento de Administração).

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Entre os objetivos específicos do nosso projeto visamos criar o Núcleo de Estudos da Espetacularidade (NESP) e também Laboratório de Práticas Espetaculares Organizadas (LAPEO).

O Núcleo de Estudos da Espetacularidade (NESP) tem como objetivo criar um grupo de pesquisa formado por alunos da UEFS, profissionais das artes e representantes da sociedade civil que preservam e incentivam vários repertórios de memória na Bahia, estão interessados em pesquisas e ações relacionadas com o corpo, o olhar e a cena que compreende teatro, dança, cinema, circo, performance e também varias formas de transmissão de saber a través do corpo. Os campos prioritários da atuação do NESP seriam os seguintes:

1. Mapeamento, preservação e revitalização dos ambientes de memória, que implicaria a promoção de pesquisas sobre as práticas e comportamentos espetaculares organizados desde as perspectivas trans- e interdisciplinares com a base metodológica da etnopoesia, teoria da performance, teatro antropológico, etnocenologia que apontan novas perspectivas de pesquisa em artes cênicas derivadas de várias matrizes culturais, também extra-européias, visando constituir novos paradigmas científicos na área das artes.

2. Divulgação – criação de uma publicação científica própria do campo das artes, participação e organização de congressos, seminários, festivais de artes, etc. no âmbito nacional e internacional.

3. Organização de debates, palestras, encontros, work-shops, oficinas relacionados com a área de artes cênicas, audiovisuais, gestão cultural, políticas públicas de cultura.

4. Criação de um vínculo entre a UEFS e os que preservam e revigoram os repertórios da memória repletos de saberes performáticos, reinstituídos a partir da voz e do corpo, contemplado no orçamento anual da UEFS como Incentivo à Preservação e

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Revitalização dos Ambientes de Memória (IPRAM).

Na tarefa de construir um novo olhar na pesquisa em artes cênicas que incorpore as perspectivas das múltiplas matrizes culturais do povo brasileiro e consolide, por outro lado, o chamado saber popular como um instrumento metodológico válido desde o ponto de vista da ciência, poderiamos contar com a colaboração dos reconhecidos profissionais de artes cênicas vinculados a outras instituições de ensino dentro e fora do Brasil como, por exemplo: Prof. Armindo Bião, Profª Suzana Martins, UFBA (Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas); Profª Leda Martins, Universidade Federal de Minas Gerais; Prof. Paulo Tarcísio Andretti Michelatto, Universidade Federal de Pernambuco; Prof. Ricardo Malveira, Universidade Estadual de Montes Claras (Minas Gerais); Prof. Makários Maia Barbosa, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Departamento de Artes); Profª Scheila Maçaneiro, Profª. Rosane Torres, Profª Cinthia Andrade, Profª Rosemeri Rocha, Faculdade de Artes do Paraná; Prof. Adailton dos Santos, Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Prof Arailton Públio, mestre em Literatura e Diversidade Cultural pela UEFS.

O Laboratório de Práticas Espetaculares Organizadas (LAPEO) estaria formado pelos profissionais das artes cênicas e estudiosos da área escolhidos através de concurso para projetos bi-anuais promulgado através da edital da UEFS que visariam as seguintes atividades:

- criação das práticas espetaculares organizadas (teatro, dança, performances, cinema, etc.) apresentadas para a comunidade dentro e fora da UEFS;

- organização de oficinas, mini-cursos, work-shops sobre as artes debatendo os processos de criação, destinados aos alunos da UEFS e à comunidade;

O Laboratório de Práticas Espetaculares Organizadas (LAPEO) seria uma atuação prática (de encenação de peças de teatro, performances de toda ordem, análise e elaboração dos processos de criação, exposições ambulantes, etc., proporcionando o maior acesso às manifestações artísticas para a comunidade universitária e para a população da região que seriam oferecidas através das rotas culturais tendo como referências os trabalhos de campo de Mário de Andrade e Nelson Araújo. O LAPEO aproveitaria os espaços apropriados para a encenação como Teatro Municipal de Feira de Santana, o CUCA e outros, revigorando o seu funcionamento e divulgando o nome da UEFS no campo da cultura.

Como já mencionamos anteriormente, estas estratégias seriam um passo prévio à implantação da Licenciatura em Interpretação e Direção de Teatro, Licenciatura em Artes Audiovisuais, Escola de Dança, e também Bacharelato em Gestão Cultural.

4. METODOLOGIA

As novas perspectivas para o estudo da performance dentro e fora do campo das artes cênicas como também as práticas teatrais ou para-teatrais de Jerzy Grotowski, Eugenio Barba, Peter Brook, Ariane Mnouchkine, Julian Beck e outros destacados representantes da vanguarda da segunda metade do século passado não somente desafiaram as fronteiras do teatro mas também colocou ao debate os limites das ciências que intentavam abordar os fenômenos relacionados com as artes cênicas. Por

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isso entre as diversas formas de teatro e performance inspiradas em fontes ancestrais com dimensões trans-culturais, transpareceu como evidente a necessidade de uma nova disciplina científica que pudesse abordar com métodos de trabalho novos as formas espetaculares não-convencionais e muitas vezes não-ocidentais.

Neste sentido, em 1975 durante o Colóquio de Fundação do Centro Internacional de Etnocenologia, organizado sob a iniciativa da UNESCO em Paris, foi lançado oficialmente o manifesto escrito por Jean-Marie Pradier que colocava os estudos da entocenologia como uma disciplina emergente visando a explorar e a divulgar as manifestações culturais do mundo com enfoque nas práticas e comportamentos humanos espetaculares organizados (PCHEO), inclusive aquelas que não foram contempladas até então como a arte.11

Cabe sinalar que a jovem etnocenologia nasce com uma clara vocação trans-disciplinar respondendo à necessidade da ciência contemporânea de dialogar com a arte para se tornar mais compreensível e, por outra parte, assume a atitude relativista na medida em que admite a existência do intangível, incompreensível. Pode se afirmar que a etnocenologia é uma disciplina científica em construção, em fase pré-paradigmática considerando a teoria de Thomas Kuhn que descreve o desenvolvimento científico como a sucessão se seqüências configuradas pela fase pré-paradigmática, o estabelecimento de um paradigma e as crises periódicas de estes paradigmas.12 Nesta fase pré-paradigmática, qualquer modelo híbrido de metodologia pode se consolidar como paradigma para a etnocenologia13 ou seja que a o caráter interdisciplinar da etnocenologia permite a pluralidade de paradigmas e provoca discussões não tanto ao respeito de um paradigma consolidado mais sobre os conceitos e objetos do seu estudo.

De fato, a etimologia do neologismo etno-ceno-logia desvela uma significativa polissemia se baseando na palavra da origem grega: skéne que abrange a dimensão orgânica da atividade simbólica.14

Analisando esta raiz etimologicamente podemos entender melhor as dificuldades na construção dos conceitos fundamentais para a etnocenologia, de caráter eminentemente emergente, que tende já a prescindir da raiz etno- se inclinando nitidamente até o estudo dos grupos e comunidades culturais (em lugar de etnias) em função de uma cenologia geral.15

Na fase de emergência que vive a etnocenologia, quando não tem ainda paradigmas consolidados, o principal debate se centra na definição do objeto do seu estudo e no estabelecimento de conceitos chaves. O próprio manifesto de Pradier determina como objeto de estudo da etnocenologia as práticas e comportamentos espetaculares organizados (PCHEO) que deixam as suas acepções funcionalista e behaviorista e, espetaculares e organizados significam aquilo que está exposto à vista de uma maneira intencionada e se abstrai da banalidade cotidiana.

11 Armindo Bião. “Etnocenologia, uma introdução”. In: Armindo Bião (org.). Etnocenologia: textos selecionados. São Paulo: Annablume, 1998, p.17. 12 Thomas S. Kuhn. A Estrutura das revoluções científicas. San Paulo: Perspectiva, 1962. O trabalho de Kuhn aborda em princípio as ciências naturais como astronomia, biologia, física y química.13Adailton Silva dos Santos. Nos pequenos mundos da Bahia. Uma aproximação entre a obra de Nelson de Araújo e a etnocenologia. Tesie de mestrado. Salvador: Programa de pós-graduação em Artes Cênicas, UFBA. 1998, p. 48.

14 Jean-Marie Pradier. “Etnocenologia, Manifesto”. Material didáctico da disciplina Etnocenologia, ministrada pelo Prof. Armindo Bião y a Profª Lúcia Lobato na Universidade Federal da Bahia, Salvador, 1º semestre de 2006, p. 1. Originariamente skéne significava una construção provisional, um barraco, mas logo depois adotou o significado do templo o do palco teatral. Igualmente skéne podia se referir à um lugar coberto, escondido do público, onde os atores se prepararam colocando as máscaras. Devido à sua acepção de um lugar coberto skéne também passou a significar um banquete, comida num espaço coberta y skenós se referia ao corpo humano como abrigo temporário da anima, como o corpo humano na sua dimensão puramente carnal (skenoma) ou designando alguém que se valia do corpo como mímico, malabarista, acrobata, etc. (skennomata). 15 Um dos fundadores da etnocenologia, Armindo Bião da Universidade Federal da Bahia (Brasil), prevê que a etnocenologia vai evoluir até uma cenologia geral.

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No entanto, devido à polissemia da raiz skéne e também à multiplicidade das práticas espetaculares dos grupos e comunidades no mundo relacionados à transmissão de diversos signos de transmissão de saber e que estimularão sentidos diferentes de percepção, o objeto de estudo que se propõe a etnocenologia não pode ser um campo nítido. Em princípio podemos diferenciar três matrizes: duas francesas (Jean-Marie Pradier, Chérif Khaznadar) e uma brasileira (Armindo Bião), que intentam delimitar o objeto de estúdio da etnocenologia.

Considerando o ser humano como um ser orgânico no qual se complementam suas dimensões biológica, física, emocional e espiritual, Jean Marie Pradier considera a etnocenologia como um estudo de um grupo social, etnia, povo nas suas complexas relações entre o pensamento, relações sociais, ética e linguagem. A diferença de Khaznadar y Bião, Jean Marie- Pradier opta por um estudo generalizado das práticas espetaculares.16

A sua vez, Chérif Khaznadar vê a etnocenologia como uma ampliação dos estudos teatrais e inclusive coloca o uso do termo etnoteatrologia limitando o seu estudo às manifestações espetaculares originadas desde a matriz teatral, configuradas pelo imaginário da memória coletiva, organizadas y repetidas.

Por sua vez, Armindo Bião parte da específica realidade baiana no sentido da sua diversidade espetacular e sua disposição de reconciliar as formas tradicionais com as novas tecnologias e estabelece para a etnocenologia três possíveis objetos de estudo: a espectacularidade como categoria filosófica e consequentemente, como objeto de debate puramente teórico; as praticas sociais que abrangem “todas as práticas cotidianas desde os grandes eventos esportivos aos programas de propaganda política passando por toda espécie de ritual mágico e/ou religioso até chegar aos artifícios utilizadas pelos atores diariamente”17, (de maneira diferente aos postulados de Khaznadar); e, finalmente, todo tipo de espetáculos configurados nos seus respectivos espaços: teatro, dança, música, etc. (visão próxima à de Khaznadar).

Estas três matrizes que intentam determinar o objeto de estudo da etnocenologia situam esta disciplina como um instrumento especialmente apto para pesquisar de forma trans-disciplinar os fenômenos baseados na noção da espetacularidade, ou seja intencionados, expostos à vista, organizados e repetidos conforme regras estabelecidas. Cabe assinalar que o povo brasileiro formado por matrizes híbridas y marcado por uma visível encruzilhada de culturas é especialmente rico neste tipo de práticas. Pode-se afirmar também que pelo seu caráter trans-disciplinar a etnoecenologia aporta uma nova perspectiva dos ambientes ou repertórios de memória que transmitem a memória social, conforme entendem Pierre Nora ou Diana Taylor.

A metodologia de pesquisa adotada e divulgada através do Núcleo de Estudos da Espetacularidade (NESP) seria aquela que emerge da etnocenologia visando a consolidar conceitos teóricos operacionais advindos das matrizes culturais do povo

16 Pradier especifica os campos de estudo da etnocenologia como os seguintes:1. estudo (etno)lingüístico do campo lexical das práticas espectaculares; também do campo semântico daquilo

que é espetacular;2. estudo das representações eruditas e no eruditas do corpo / espírito;3. estudo dos tipos de práticas espetaculares conforme as definem os autóctonos (do mais global até o mais

analítico)4. o aprendizado dos performers e dos participantes e/o espectadores;5. a função e/o o status dos performers; 6. os usos e as funções das práticas espetaculares;7. os materiais adicionais: maquiagem, ornamentos, acessórios;8. as práticas associadas;9. a criação espetacular

Jean-Marie Pradier. “Etnocenologia: A carne do espírito”. Repertório Teatro&Dança, Salvador, Universidade Federal de Bahia, Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas, 1998, v.1, nº 1, p. 16.

17 Adailton Silva dos Santos, op. cit., p. 75.10

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brasileiro até então pouco considerados pela ciência: a africana e a indígena. Cabe esclarecer finalmente, que a etnocenologia funcionaria dentro do NESP

como apenas uma opção de método que contracenaria com outras perspectivas cientificas voltadas para às artes, como o discurso cinematográfico, estudos teatrais, teoria da performance e outras.

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5 . CRONOGRAMA FÍSICO

ANO I ANO II

ITEM ATIVIDADES 1 2 2 4 1 2 3 4 INDICADORES DE PROGRESSO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

1 Organização, estruturação e

apresentação do Núcleo à

comunidade. Criação do Grupo de

Trabalho para a Implantação de

Licenciatura em Artes Cênicas na

UEFS.

2 Identificação dos pesquisadores

colaboradores do Núcleo e

elaboração de projetos de

pesquisa coordenados pelo

Núcleo.

3 Mapeamento e estabelecimento

de vínculos com os representantes

da classe artística e

representantes da comunidade

participantes das práticas

espetaculares organizadas da

região

4 Iniciação de pesquisas prioritárias

para o Núcleo

5 Preparação do seminário “Bahia

de Todas as Artes”

6 Apresentação do Projeto da

Implantação da Licenciatura em

Artes Cênicas

7 Iniciação dos trabalhos do

Laboratório de Práticas

Espetaculares Organizadas

(LAPEO).

8 Lançamento da publicação

científica especializada na área de

artes

12

Page 13: NESP - projeto

9 Convocação do primeiro concurso

de Laboratório das Prácticas

Organizadas para encenação de

peças, teatro, dança, e

performances de todas ordens.

10 Iniciação do trabalho dos equipes

artísticos ganhadores de concurso

11 Exibição do resultado de trabalho

de Laboratório de Práticas

Espetaculares no CUCA, Teatro

Municipal de Feira e outros

espaços aptos para tal evento.

12 Iniciação das rotas culturais na

região do semi-árido.

TOTAL

Obs.: Vide verso

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7. BENEFICIÁRIOS E BENEFÍCIOS SOCIAIS PREVISTOS

1. Os principais beneficiários do projeto seriam os alunos da UEFS que poderiam encontrar na instituição pública do ensino superior condições apropriadas para desenvolver os seus talentos e a pesquisa no campo de artes e se inserir posteriormente no amplo mercado de trabalho como professores de artes, artistas ou gestores culturais.

2. Os artistas profissionais do semi-árido, recôncavo e outros, que encontrariam o incentivo imprescindível para o desenvolvimento da sua labor.

3. Os artistas ainda não profissionalizados que através do projeto poderiam divulgar o seu trabalho.

4. Também a população do semi-árido, recôncavo e outras regiões, que poderia contemplar os resultados de projeto assistindo as peças de teatro, participando de eventos culturais como debates e seminários e de práticas espetaculares e performances de várias ordens divulgadas através do projeto. Desta maneira a população de semi-árido teria a oportunidade de ser inserida num projeto de construção de uma sociedade civil com mais oportunidades de crescimento e mais justa.

8. PRODUTOS

1. Pesquisas divulgadas em publicações científicas, congressos, seminários, palestras e painéis.

2. Criação da publicação científica da UEFS especializada em artes cênicas.

3. Encenação de peças de teatro e performances de várias ordens apresentados na UEFS, nos espaços culturais e improvisados em Feira de Santana e também através de rotas culturais que penetrariam no interior do estado.

4. Revitalização dos espaços culturais já existentes em Feira de Santana e na região como Teatro Municipal, CUCA, e outros.

5. Criação de Incentivo à Preservação e Revitalização dos Ambientes de Memória (IPRAM) como uma contribuição da UEFS a uma política pública cultural que contemplaria as práticas espetaculares organizadas das camadas mais pobres da população.

6. Organização eventos, como p. ex. o seminário “Bahia de Todas as Artes”.

7. Rotas culturais através da região do semi-árido, recôncavo e outras com peças de teatro, dança, performances, seminários e mostras de cinema.

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9. EQUIPE TÉCNICA

REGIME DE TRABALHO CLASSIFICAÇÃO PART. NO APOIO DE OU- ENVOLVIMENTO

NOME COD. INSTITUIÇÃ

O

PROJETO TITULAÇÃO (Pesquisador CNPq) PROJETO ATIVIDADES NO PROJETO TRAS FONTES EM OUTROS

TI TP TI TP (MESES) PÚLICAS PROJETOS

Jolanta Rekawek doutora Coordenadora

Edson Oliveira mestre 6 Pesquisador

Mavis Kaiper mestra 1 Pesquisadora

Vinicius Carmezi gradua

ndo

12 Bolsista de iniciação

cientifica

Alisson Nogueira gradua

ndo

12 Bolsista de iniciação

cientifica

Fatima Nery 12 Voluntaria

Frank Haelender mestre 8 Professor pesquisador

colaborador

Adailton Santos doutor 32 Consultor

Makarios Maia Barbosa mestre 40 Consultor

Amarino Queiroz doutor 40 Consultor

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Page 16: NESP - projeto

TI = tempo intergral

TP= tempo parcial

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10 - EXPERIÊNCIA DA EQUIPE (Anexar Curriculum Vitae de cada integrante)

CURRICULUM VITAE

Plataforma Lattes: http://lattes.cnpq.br/6023314722229902

11 . ORÇAMENTO ANALÍTICO - ELEMENTOS DE DESPESA

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Page 18: NESP - projeto

1. Pessoal

Especificação quantidade valor(R$)unitário total

Diárias - professor 30 89,00 2.670,00Diarias - estudantes 60 64,00 3.840,00

Subtotal 6.510,00

2. Material de Consumo

Especificação quantidade valor(R$)unitário total

Produtos químicos, material de expediente, material para registro fotográfico, combustível, materiais e acessórios de máquinas, matéria primas, etc.

Subtotal

3. Remuneração de Serviços PessoaisEspecificação quantidade valor(R$)

unitário totalRemuneração de Serviços eventuais prestados por pessoas físicas sem vínculo empregatício. Inclui prestação de serviço por estudante na condição de estagiários ou monitores.

0401

2.000,00350,00

8.000,00350,00

Subtotal

4. Outros Serviços e Encargos

Especificação quantidade valor(R$)unitário total

Serviços de comunicação (correios, telefone, fax,), de divulgação, de impressão, de encadernação, despesa de pronto pagamento, locação de veículo, etc.

0804

80,00600,00

640,002.400,00

Subtotal 3.040,00

5. Obra e Instalações

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Page 19: NESP - projeto

Especificação quantidade valor(R$)unitário total

Subtotal

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6. Equipamentos e Material Permanente

Especificação quantidade valor(R$)unitário total

01 computador 01 impressora 01 mesa para computador01 mesa para impressora 01 cadeira giratória para computador01 escrivaninha01 cadeira giratória para escrivaninha01 mesa oval para reuniões 06 cadeiras simples para mesa de reuniões03 estantes para livros01 armário de aço com chave 01 máquina fotográfica digital (com função de filmadora)01 microsystem com gravador01 gravador portátil para gravação de entrevistas01 aparelho telefônicoLivros

010101010101010106030101

01010150

115,00135,00

50,00

2.200,00550,00180,00120,00130,00250,00130,00250,00690,00405,00300,00800,00

450,00250,0035,00

2.500,00

Subtotal 9.240,00

OBS: Elaborar Justificativa para os itens 5 e 6 do orçamento.

Resumo do Orçamento

nº de ordem Especificação Valor (R$)01 Pessoal 6.510,0002 Material de Consumo -03 Remuneração de Serviço Pessoais 10.800,0004 Outros Serviços e Encargos 3.040,0005 Obras e Instalações -06 Equipamentos e Material Permanente 9.240,00

TOTAL 29.590,00

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Page 21: NESP - projeto

12. MÉMORIA DE CÁLCULO

Diárias:

30 diárias x 01 = 30 x 89,00 = 2.670,00

- 01 professor – 30 diárias de viagem de campo pelo interior do estado

30 diárias x 02 = 60 x 64,00 = 3.840,00

- 02 estudantes pesquisadores – 30 diárias de viagem de campo

Remuneração de Serviços Pessoais:

Consultoria especializada – professores pesquisadores – para intercâmbio

cultural e troca de experiência na linha de pesquisa contemporânea na área de

artes cênicas.

04 pesquisadores a serem convidados durante o ano de 2007

04 pesquisador x 02 dias de atividade x R$ 1.000,00 = 8.000,00

Hospedagens:

04 pesquisadores visitantes x 02 diárias = 08 dias de hospedagens

Obs: Vide verso

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Page 22: NESP - projeto

13. CONTRAPARTIDA

- Pesquisas e produção cientifica.- Incentivo a preservação e revitalização da cultura das comunidades e individuas na região.- Criação de pecas teatrais.- Contribuição para o crescimento da UEFS na área de artes, com a perspectiva da implementação de licenciatura na área de artes cênicas e audiovisuais.- Elaboração de projetos para captação de recursos externos.- Organização de eventos.- Divulgação das varias manifestações artísticas e culturais.

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMENGUAL, Barthélemy. Chaves do cinema. Río de Janeiro: Civilização Brasileira, 1973.ANDREW, J. Dudlay. As principais teorias do cinema. Uma introdução. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1989.

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BIÃO, Armindo (org.) Etnocenologia: textos selecionados. São Paulo: Annablume, 1998. BIÃO, Armindo, PEREIRA, Antônia, CAJAÍBA Luiz Cláudio, PITOMBO, Renata (orgz.). Temas em contemporaneidade, imaginário e teatralidade. São Paulo: Annablume, Salvador: GIPE-CIT, 2000. DURAND, Gilbert: As estruturas antropológicas do imaginário. São Paulo: Martins Fontes, 1997.DUVIGNAUD, Jean. “Dwa fragmenty (Dos fragmentos)”. Dialog, Varsovia, 1971, nº 12 pp. 116- 123.FERNANDES, Ciane. “Escrevendançando: teoría e práctica na pesquisa em artes cênicas”. In: BIÃO, Armindo, PEREIRA, Antônia, CAJAÍBA, Luiz Cláudio, PITOMBO, Renata (orgz.), 2000, op. cit., pp. 229-246.____. “Em algum lugar do presente: performance, performance art ou práctica espectacular ?”, Repertório Teatro&Dança, Salvador, Programa de Pós-graduação em Artes Cênicas, Universidade Federal da Bahia, 2001, ano 4, nº 5, p. 3.FERNANDES, Florestan, A Integração do negro na sociedade de classe. São Paulo: Ática, 1978. FRIGERIO, Alejandro. “Artes negras: uma perspectiva afrocéntirca”. O Percevejo.

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Page 23: NESP - projeto

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15 - CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO (Trimestral) - 199__

ÍTENS DE

DISPÊNDIO

TRIMESTRE

TRIMESTRE

TRIMESTRE

TRIMESTRE

TOTAL GERAL

DESPESAS

CORRENTES

1. Pessoal

2. Diárias 6.510,00 6.510,00

3. Material de

Consumo

4. Rem. Serviços

Pessoais

2.700,00. 5.050,00 3.050,00 10.800,00

5. Outros serviços e

encargos

760,00 1.520,00 760,00 3.040,00

SUBTOTAL 20.350,00

DESPESAS DE

CAPITAL

1. Equip. e Material

Permanente

9.240,00 9.240,00

SUBTOTAL 9.240,00

TOTAL

GERAL

29.590,00

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