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Folha Diocesana de Guarulhos Outubro de 2020 02

Nesta EdiçãoVoz do PastorA diversidade de opinõese opções políticas

03

ExpedienteJornalista ResponsávelPE. MARCOS V. CLEMENTINO MTB 82732

Orientação PastoralPE. MARCELO DIAS SOARES

Editoração EletrônicaLUIZ MARCELO GONÇALVES

Tiragem: ON-LINE

CÚRIA DIOCESANA DE GUARULHOSAv. Gilberto Dini, 519 - Bom Clima, Guarulhos

CEP: 07122-210 | 11 2408-0403

www.diocesedeguarulhos.org.brfolhadiocesana@diocesedeguarulhos.org.br

05

12AconteceuRomaria Diocesana aAparecida -Virtual

EspecialMensagem do PapaDia Mundial das Missões

06

Editorial

Falando da Vida12 de OuturbroDia das Cranças

14Semana Diocesanade Formação - 2020

Enfoque Pastoral Pe. Marcelo Dias SoaresCoord. Diocesano

de Pastoral

DE OLHO NA URNA, DE OLHONO PROCESSO ELEITORAL !!!

08Vida PresbiteralPorque há padres que se suicidam?

“O Brasil vive uma grave crise – sanitária, eco-nômica, social e política – exigindo de todos, especialmente de governantes e representantes do povo, o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana, assentada no diálogo maduro, corres-ponsável, na busca de soluções conjuntas para o bem comum, particular mentedos mais pobres e vulneráveis.”

(Pacto pela Vida e pelo Brasil p. 1)

“Se a política é o meio mais nobre de fazer caridade”, como nos alerta o papa Francisco, é necessário acompanhar de perto o processo elei-toral. Já estamos em pleno período da propaganda eleitoral, após a homologação das candidaturas na justiça eleitoral. E, neste clima, segue nosso primei-ro comunicado às nossas paróquias, comunidades, pastorais, grupos e movimentos no desejo de ajudar nosso povo a viver este período com responsabili-dade e compromisso. Até o dia das eleições, mar-cadas para 15 de novembro – primeiro turno - e 29 de novembro – segundo turno em algumas cidades - vamos destacar ações com o intuito de contribuir para “votar e votar bem”, pois sabemos que “voto

não tem preço, voto tem consequência” A partir de agora, recomendamos intensificar a reflexão so-bre a importância das eleições municipais e de uma escolha consciente sobre em quem votar, assim como, apresentar critérios para que nossas irmãs e nossos irmãos possam discernir e fazer uma escolha consciente. Dentre algumas iniciativas importantes re-lembramos: examinar a atuação do partido político e a vida pregressa do/a candidato/a; orientar a não se manter alheio, indiferente, acomodado ao processo eleitoral; seguir o horário gratuito de modo a conhe-cer as posições e promessas de cada partido e de seus candidatos/as; combater a desinformação e a fake News–notícia falsa. Como Pastoral Fé e Política, Regional Sul I da CNBB, nos propomos a colaborar no indispensável processo da formação da consciên-cia crítica diante dos fatos sociopolíticos, e oferecer dicas úteis para o exercício de uma cidadania deste-mida, a serviço do humanismo integral e edificação de uma sociedade fraterna e pacífica. Pedimos a gentileza de disponibilizarem este e os próximos co-municados nas redes sociais da paróquia e comuni-dades – Facebook, Instagram, quadro de avisos etc. Certos da sua compreensão e ajuda, reiteramos nos-sos votos de elevada estima e distinta consideração. Até o próximo comunicado.

Dom Luiz Carlos Dias Bispo referencial da Pastoral Fé e Política do Regional

Su1 da CNBBPe. Antônio Carlos Frizzo

Assessor Eclesiástico da Pastoral Fé e Política do Regio-nal Sul 1 da CNBB

Mônica de Cássia Vieira Lopes Coordenadora Estadual da Pastoral Fé

Fonte: cnbbsul1.org.br/eleicoes-2020_pastoral-fe-e-politica

Enviados a anunciar (Conf. Mc 3,13-15)

O mês de outubro é tradi-cionalmente conhecido como mês missionário. A Missão ocupa um lugar central na razão de ser da Igreja. Os doze apóstolos escolhi-dos e enviados por Jesus para le-var o Evangelho “a toda as nações” (Mt 28,19) cumpriram sua missão e constituíram uma Igreja toda

missionária. “Enviada por Deus às nações para ser ‘o sacramento uni-versal da salvação.” (CIC 849). Aos poucos nossa Diocese retoma suas atividades nas paróquias, pastorais e movimentos diocesanos. A pan-demia do Covid-19 não paralisou a evangelização. Neste mês de outu-bro, entre tantas atividades, desta-co a Semana Diocesana de Forma-ção Online. Quero convidar todos a se organizarem em pequenos grupos presenciais (respeitando os

protocolos diocesanos) e também online para acompanhar e apro-fundar a temática proposta este ano: ‘Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Bra-sil 2019-2023’, que será base para nossa 11ª Assembleia Diocesana em 2021. Roguemos a Imaculada Conceição Aparecida que interceda por nós junto ao seu Filho Jesus e nos guarde sob a proteção de seu manto sagrado.

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03Outubro de 2020

Voz do Pastor+Edmilson Amador

Caetano, O.Cist.Bispo diocesano

Folha Diocesana de Guarulhos

Meses atrás fiz uma reflexão na “Voz do Pastor” sobre a riqueza do período de propaganda eleitoral e o discernimento e participação que nós, como cristãos, precisamos ter. Esta-mos neste mês de outubro em cam-panha eleitoral. Saibamos viver na fé este período. No entanto, desta vez, quero refletir sobre o interior das nos-sas comunidades. Tem acontecido nos últimos períodos de propaganda eleitoral -principalmente por causa da prati-camente recente ferramenta das redes sociais – di-visões em nossas comun idades . Acontecem até mesmo “fofocas” e criam-se inimi-zades e, logica-mente, fica em falta a fraternida-de e a caridade. A mesma coisa tem acontecido no interior das famílias. A diversidade de opiniões e op-ções políticas, que não ferem o ideal do Evangelho, longe de ser fraqueza, é riqueza. Respeitar a visão do outro, não significa concordar, mas dar espa-ço à liberdade e trabalhar para cons-truir fraternidade na diversidade. O importante é não distanciar-se do es-sencial: os valores do Reino de Deus e a verdade (ortodoxia) da nossa fé. Os irmãos da comunidade, enquanto comunidade dos discípulos de Jesus Cristo, comunidade eclesial missio-nária, não são adversários políticos e muito menos inimigos. Atualmente fala-se muito na si-nodalidade da Igreja: caminhar juntos. A Igreja é sinodal. Sempre foi na sua

essência. Caso contrário, os cristãos estariam ainda mais divididos. Os ca-rismas e expressões de vivência da vida cristã são os mais variados, mas sabemos que são frutos do mesmo Espírito. Precisamos também viver este espírito sinodal quando articula-mos fé e política. Não é fácil. Temos ainda muito que aprender. Quero partilhar um texto que recebi tempos atrás. É de um docu-mento que os bispos estão preparan-do sob a coordenação da Presidência da CNBB: “Em nossos dias, muito se tem falado da imagem das redes,

como tradução da sinodalidade. A rede é um con-junto de nós inter-conectados, nós que se articulam entre si através de fluxos e conexões. Ela possui carac-terísticas bem es-pecíficas: dinami-cidade, abertura, geometria variá-

vel, assimetria, capacidade de adap-tação , inovação e descentralização, entre outras. Não se trata de um nó imperando sobre os outros, mas di-versos nós que mantendo identidade própria, sabem que só sobrevivem se articulados com os outros nós, for-mando a rede.” A sinodalidade não é “desca-beçada”. No seu emaranhado positi-vo e articulado, os pastores da Igreja, que fazem presente o “Cristo Cabe-ça”, são chamados a fomentar a co-munhão, seja na colegialidade episco-pal, na comunhão do presbitério com seu bispo, na comunhão presbiteral e na comunhão das expressões laicais e da vida consagrada .

A diversidade de opiniões e opções políticas não ferem o Evangelho

Agenda do Bispo - Outubro 2020

Respeitar a visão do outro, não significa concordar, mas dar espaço à liberdade

e trabalhar paraconstruir fraternidade

na diversidade.

0115h00 - Missa paróquia Santa TerezinhaAbertura do Mês missionário19h30 - Missa Par. São Francisco – Nações

0209h30 - Atendimento Cúria19h30 - Missa Par. São Francisco – Uirapuru

03 18h00 - Missa Paróquia Santa Mena

0407h30 - Missa Par. NS Aparecida - Bela Vista11h30 - Iniciação Cristã – Par. São Paulo18h00 – Missa Par. São Francisco - Gopouva

0609h00 – Gravação PASCOM20h00 – “LIVE” Novena NS do Rosário – Paró-quia NS Rosário

07 09h30 - Codipa e 14h30 - Atendimento Cúria

0812h00 - Missa na Catedral - Dia do Nascituro19h30 – Missa Paróquia São Francisco – Nações – Tríduo de NS Aparecida

0909-12h - Presidência do Regional20h00 - Missa Comunidade NS AparecidaParóquia Santo Alberto

11 10h00 - Iniciação cristã – Par. Santo Alberto

1207h30 - Missa Par. NS Aparecida - Cocaia11h00 - Missa Par. Sag. Cor. de Jesus - Normandia

1309h30 - Colégio de Consultores20h00 - Missa comunidade Santa TeresaParóquia Santo Alberto

1409-12h - Reunião Bispos do Regional Sul114h30 - Atendimento Cúria

1507h00 - Seminário Propedêutico09h30 - Formadores da Esc. Diaconal - Cúria20h00 - Missa Paróquia São Geraldo

16 09h30 - Atendimento Cúria17 19h - Iniciação Cristã - Santo Antônio Parque

1811h00 - Missa Catedral16h00 - Iniciação Cristã - Par. NS Fátima19h00 - Crisma Adultos – Par. Sto Antônio Maria Claret

20 a 23 às 20h - Semana Diocesana de Formação21 09h30 - Economato e 14h30 – Atend. Cúria22 09h30 - Reunião do Clero - Seminário Lavras23 15h00 - Seminário Lavras24 19h30 - Missa Par. Sagrada Família – Paraíso25 11h00 - Missa Catedral26 20h00 - Missa Com. São Judas – Par. S. Mena

28 10h00 - Missa Santuário São Judas14h30 – Atendimento Cúria

30 09h30 - Atendimento Cúria

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Folha Diocesana de Guarulhos Outubro de 2020 04

Liturgia

Educação dos Filhos: Missão e Direito dos Pais

Padre Fernando GonçalvesComissão Diocesana de Liturgia

Direito e Família CristãMarcos Antônio Favaro

Procurador Jurídico, pós-graduando em Teologia,mestre em Direito pela PUC-SP

Certa vez um dos alunos de Michelangelo, esco-lhendo com seu mestre, pedras a serem esculpidas nas montanhas, perguntou-lhe como que, de forma mágica, tais pedras se transformavam em santos, anjos, papas. Respondeu-lhe apontando uma pedra: “aí dentro tem um anjo, basta tirar os excessos que estão sobrando”. Eis a sublime missão de educar, que requerer paciência e amor, entregues no tempo, para eliminar os bons hábitos e descobrir as virtudes dos nossos filhos. Os governos civis podem e devem amparar nossas famílias para prover educação aos nossos filhos. Aliás, a Constituição Federal que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família (art. 225). Todavia não podemos delegar integralmente a educação de nossos filhos à escola, pois a ela cabe complementar os pais em sua missão, na qual são insubstituíveis. A Igreja nos recorda, na Encíclica Divi-ni Illius Magistri, que os pais, que transmitiram a vida aos filhos, têm uma gravíssima obrigação de prover a educação religiosa, moral e civil da sua prole, e, por

isso, devem ser reconhecidos como seus primeiros e principais educadores. Portanto, a primazia da educação dos filhos é dos pais. Nesse sentido é a Declaração Universal de Direitos Humanos que estabelece que os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instru-ção que será ministrada a seus filhos (art. XXVI) e o Código Civil brasileiro, que determina que cabe aos pais dirigir a educação dos seus filhos (art. 1.634). Por isso, em primeiro lugar, é necessário que cada família, em sua realidade, invista tempo em educar os filhos nas formação das virtudes e do bom caráter. Além disso, é necessário acompanhar com proximida-de a educação ministrada aos filhos na escola, que não tem o direito de, em desserviço à família, desconstruir os princípios e valores transmitidos no lar. Sabemos que nas últimas décadas, por di-versas razões históricas, o ambiente escolar viu-se invadido uma crescente hostilização à religião. Não apenas no Brasil. E o que se percebe, em verdade, é uma postura falsamente laica que, de um lado, proí-be manifestações religiosas, e, de outro, promove va-

lores que contrariam os princípios cristãos, que são os da maioria da população do nosso país. Sábias as palavras do Papa Pio XI, que ensi-nou que “a escola, considerada até nas suas origens históricas, é por sua natureza instituição subsidiária e complementar da família e da Igreja, e portanto, por lógica necessidade moral deve não somente não contraditar, mas harmonizar-se positivamente com os outros dois ambientes, na mais perfeita unidade mo-ral possível, a ponto de poder constituir juntamente com a família e com a Igreja, um único santuário, sa-cro para a educação cristã, sob pena de falir no seu escopo, e de converter-se, em caso contrário, em obra de destruição”. Nesse mês missionário peçamos, como pais, que Nosso Senhor Jesus, Mestre Divino, nos dê a ousa-dia de renunciar aos bens que passam, para abraçar os que não passam, entre eles, nossos filhos, criando-os e educando-os para a eternidade. E nos dê a coragem de, cumprindo fielmente essa missão, nos opormos com firmeza àqueles que pretendam roubá-los do caminho da virtuoso que os conduzirá ao Céu.

A Eucaristia está de tal modo ligada à Missão que o final da celebração constitui o início da Missão. O Jesus que convida para a Eucaristia é o mesmo que convoca para a Missão. O Jesus que alimenta com o Pão é o mesmo que alenta para a Missão. O “fazei isto em me-mória de Mim” (1Cor 11, 24) e o “ide por todo o mundo” (Mc 16, 15) são, por isso, indissociáveis. Como sabemos, em Latim, a celebração termina com “ite, missa est” (ide, a Missa acabou). Acontece que este “ide” do celebrante retoma o “ide” de Jesus (cf. Mc 16, 15). Trata-se de um envio, não de uma despedida. O “ide”, além de uma fórmula de envio, é uma forma de presença. E tal como Jesus está presente na missão dos Seus enviados, a Euca-ristia continua presente na vida dos seus participan-tes. Esta ligação entre Missa e Missão sinaliza que nunca deixamos de estar em Eucaristia. A Eucaristia é geradora da Missão. O Papa Bento XVI também abordou essas

palavras na sua encíclica Sacramentum Caritatis, confirmando este envio missionário num profundo significado espiritual. Ele escreveu: “Depois da bênção, o diácono ou o sacer-dote despede o povo com as palavras “Ide em paz e o Senhor vos acompanhe”, tradução aproximada da fórmula latina: Ite, missa est. Nesta saudação, pode-mos identificar a relação entre a Missa celebrada e a missão cristã no mundo. Na antiguidade, ‘missa’ sig-nificava simplesmente ‘despedida’. No uso cristão, porém, adquiriu gradualmente um significado mais profundo. A palavra ‘despedida’ chegou a envolver o sentido de ‘missão’. Estas poucas palavras expres-sam, sucintamente, o caráter missionário da Igreja. O Povo de Deus pode ser ajudado a compreender mais claramente esta dimensão essencial da vida da Igreja entendendo a despedida como ponto de partida”. Em vez de ver nas palavras do sacerdote ou do diácono uma conclusão da celebração, portan-to, o nosso Papa Emérito as vê como um começo.

Quando termina a Missa, começa a Missão. E a Mis-são consiste precisamente no testemunho do que vivenciamos na Missa. O Pão que nos alimenta na Missa continua a alimentar-nos na Missão. Os parti-cipantes da missa são enviados ao mundo, sustenta-dos pela Eucaristia que acabam de receber. A missa é um ponto de partida para a jornada vital do testemunho cristão. O sacerdote, represen-tando a Cristo, envia os fiéis ao mundo para serem faróis de luz na presença de todos. À semelhança do envio após a Ressurreição, também o envio no final da celebração é marcado pela bênção (cf. Lc 24, 50). Os fiéis recebem a bênção para levarem a bênção, são receptores da bênção para serem portadores de bênçãos.

Ite, missa est – Termina a missa,começa a missão

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Folha Diocesana de Guarulhos 05Outubro de 2020

Falando da Vida Romildo R. AlmeidaPsicólogo Clínico

12 de Outubro - Dia das CriançasEstamos em outubro, mês muito importan-te para igreja católica visto que é dedicado às missões e também se festeja o dia da pa-droeira do Brasil. Infelizmente esse mês tão importante no calendário da igreja, fica ofus-cado pelo dia da criança comemorado em 12 de outubro. Não quero dizer que comemorar o dia da criança não seja importante, mas o problema é a questão comercial que envolve essa data. O objetivo principal da data é sim-plesmente vender, o que dá muito resultado, pois por mais que o país esteja passando por uma situação difícil em termos econômicos, ninguém vai deixar de comprar um brinquedo.Por que comemoramos o dia das crianças em 12 de outubro? Tudo começou com uma campanha comercial da antiga Fábrica de

Brinquedos Estrela juntamente com a John-son & Johnson que em 1960 resolveram lan-çar uma campanha de vendas chamada “se-mana do bebê robusto”. A campanha foi um sucesso para as empresas e desde então se instituiu esse dia para presentear crianças. No entanto para a maioria dos países o dia das crianças é o dia 20 de novembro, data em que foi aprovada na ONU – Organização da Na-ções Unidas, a Declaração dos direitos das Crianças onde todas elas, independente de raça, credo, cor ou sexo têm direito a receber afeto, amor, compreensão, alimentação, cui-dados com a saúde, educação gratuita e con-tra toda forma de exploração das mesmas. No dia 12 de outubro somos conven-cidos a deixar de lado nossa inteligência refle-xiva, nossa consciência e somos jogados no

modo padrão de sentimento e emoção. Tudo o que vemos são apelos comerciais carregados de mensagens subliminares que nos induzem a comprar presentes para crianças. Se dei-xássemos o clima emocional e usássemos a consciência, perceberíamos a situação da in-fância em nosso país. Basta ler os relatórios da Unicef para ver que o que há de robusto são os altos índices de crianças fora da escola, crianças que vivem na rua, gravidez na ado-lescência, trabalho infantil, enfim números que deveriam envergonhar nossos governantes. Concluindo, padroeira significa aque-la que protege, que defende. Lancemos com Nossa Senhora nosso olhar protetor para a in-fância no Brasil, para que possamos entender que nossas crianças estão precisando muito mais de respeito do que de brinquedos.

Bíblia Padre Antônio BoscoPároco da Catedral Nossa Senhora da Conceição

“Lancei raízes no meio de um povo glorioso, cuja herança está na partilha de meu Deus; e fixei

minha morada na assembleia dos santos.”

A passagem bíblica acima (Eclesiástico 24, 16) está no contexto do discurso da Sabedoria personi-ficada, pleno de imagens muito viva e sugestivas. Ela sai da boca do Altíssimo, antes de toda criatura, ha-bita nos lugares mais altos, anda sobre as ondas do mar, penetra nas profundezas dos abismos, percor-re toda a terra, lança sobre o universo uma luz sem defeito, procurando um lugar para repousar. Deus, então ordena: “Habita em Jacó, possui tua herança em Israel, estende tuas raízes entre os eleitos” (v.13). A vivacidade da Sabedoria é expressa em imagens de árvores e plantas de inigualável beleza, exuberância e nobreza: como o cedro do Líbano, as palmeiras frutíferas do deserto, o cipreste no mon-te Sião, as roseiras de Jericó, a formosa oliveira nos campos, um plátano no caminho à beira das águas. Cresce como a vinha de frutos de agradável odor, e suas flores são frutos de glória e abundância. As de-lícias da Sabedoria aparecem simbolizadas pelo per-fume de canela, bálsamo e mirra escolhida, como a

gota de incenso que escorre das árvores. Na Sabe-doria se acha toda a graça do caminho e da verdade, toda a esperança da vida e da virtude. “Tudo isso é o livro da vida, a aliança do Altíssimo, e o conhecimento da verdade.” (v.32) A lei do Senhor faz a sabedoria transbordar como os rios vivificantes: “Eu, a sabedoria, fiz correr os rios. Sou como o curso de água imensa de um rio, como o canal de uma ribeira, e como um aqueduto saindo do paraíso. Eu disse: Regarei as plantas do meu jardim, darei de beber aos frutos de meu prado; e eis que meu curso de água tornou-se abundante, e meu rio tornou-se um mar. (v. 41-43) A Sabedoria convida para a participação na sua mesa, e adverte: “Aqueles que me comem te-rão ainda fome, e aqueles que me bebem terão ainda sede.” (v.30) Numa perspectiva cristã, a Sabedoria que vem da boca do Altíssimo e fez sua habitação em meio ao povo de Deus, é imagem de Cristo, Palavra eterna do Pai, que faz sua tenda em meio as nossas (cfr João 1,14: O Verbo se fez carne e habitou entre nós). A Palavra estava com Deus, a Palavra era Deus.

O que já era inigualavelmente belo, revela-se defini-tivo em Jesus, que sacia definitivamente a sede do ser humano: “... Jesus de pé e clamava: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva” (João 7, 37-38). Quem beber da água que ele der, nunca mais terá sede, como revelara à Sama-ritana (cfr Jo 4, 13-14). O Senhor Jesus também nos assegura: “Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede.” (Jo 6,35) Nós cristãos, aceitando a Escritura como fonte de Sabedoria, não somos, ,porém, uma religião do Livro, mas sim da Palavra viva de Deus, o próprio Cristo, Sabedoria eterna, que, habitando entre nós e em nós, nos associa a si, transformando-nos em santuários vivos da Palavra: “Se alguém me ama, guardará a minha palavra e meu Pai o amará, e nós viremos a ele e nele faremos nossa morada.” (Jo 14,23) Dedico essa reflexão a todos os grupos de reflexão da Palavra de Deus, especialmente aos grupos das Comunidades Eclesiais de Base com quem aprendi a ter familiaridade com a Sa-grada Escritura.

A Palavra de Deus perto de nós

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Folha Diocesana de Guarulhos Outubro de 2020 06

Especial

Queridos irmãos e irmãs!

Desejo manifestar a minha gratidão a Deus pelo empenho com que, em outu-bro passado, foi vivido o Mês Missioná-rio Extraordinário em toda a Igreja. Estou convencido de que isso contribuiu para estimular a conversão missionária em muitas comunidades pela senda indicada no tema «Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo».

Neste ano, marcado pelas tribulações e desafios causados pela pandemia do co-vid-19, este caminho missionário de toda a Igreja continua à luz da palavra que en-contramos na narração da vocação do profeta Isaías: «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). É a resposta, sempre nova, à pergunta do Senhor: «Quem enviarei?» (Ibid.). Esta chamada provém do coração de Deus, da sua misericórdia, que inter-pela quer a Igreja quer a humanidade na crise mundial atual. «À semelhança dos discípulos do Evangelho, fomos surpre-endidos por uma tempestade inesperada e furibunda. Demo-nos conta de estar no mesmo barco, todos frágeis e desorienta-dos mas, ao mesmo tempo, importantes e necessários: todos chamados a remar juntos, todos carecidos de mútuo enco-rajamento. E, neste barco, estamos to-

dos. Tal como os discípulos que, falando a uma só voz, dizem angustiados “vamos perecer” (cf. Mc 4, 38), assim também nós nos apercebemos de que não podemos continuar estrada cada qual por conta própria, mas só o conseguiremos juntos» (Francisco, Meditação na Praça de São Pedro, 27/III/2020). Estamos verdadeira-mente assustados, desorientados e teme-rosos. O sofrimento e a morte fazem-nos experimentar a nossa fragilidade humana; mas, ao mesmo tempo, todos nos reco-nhecemos participantes dum forte dese-jo de vida e de libertação do mal. Neste contexto, a chamada à missão, o convite a sair de si mesmo por amor de Deus e do próximo aparece como oportunidade de partilha, serviço, intercessão. A missão que Deus confia a cada um faz passar do «eu» medroso e fechado ao «eu» resoluto e renovado pelo dom de si.

No sacrifício da cruz, onde se realiza a missão de Jesus (cf. Jo 19, 28-30), Deus revela que o seu amor é por todos e cada um (cf. Jo 19, 26-27). E pede-nos a nossa disponibilidade pessoal para ser envia-dos, porque Ele é Amor em perene movi-mento de missão, sempre em saída de Si mesmo para dar vida. Por amor dos ho-mens, Deus Pai enviou o Filho Jesus (cf. Jo 3, 16). Jesus é o Missionário do Pai: a sua Pessoa e a sua obra são, inteira-

mente, obediência à vontade do Pai (cf. Jo 4, 34; 6, 38; 8, 12-30; Heb 10, 5-10). Por sua vez, Jesus – crucificado e ressus-citado por nós –, no seu movimento de amor atrai-nos com o seu próprio Espírito, que anima a Igreja, torna-nos discípulos de Cristo e envia-nos em missão ao mun-do e às nações.

«A missão, a “Igreja em saída” não é um programa, um intuito concretizável por um esforço de vontade. É Cristo que faz sair a Igreja de si mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, moves-te porque o Espírito te impele e conduz (Francisco, Sem Ele nada podemos fazer, 2019, 16-17). Deus é sempre o primeiro a amar-nos e, com este amor, vem ao nosso encontro e chama-nos. A nossa vocação pessoal provém do facto de sermos filhos e filhas de Deus na Igreja, sua família, irmãos e irmãs naquela caridade que Jesus nos testemunhou. Mas, todos têm uma digni-dade humana fundada na vocação divina a ser filhos de Deus, a tornar-se, no sacra-mento do Batismo e na liberdade da fé, aquilo que são desde sempre no coração de Deus.

Já o facto de ter recebido gratuitamente a vida constitui um convite implícito para entrar na dinâmica do dom de si mesmo: uma semente que, nos batizados, ganha-

18 de outubro de 2020

«Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8)

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Especial

Folha Diocesana de Guarulhos 07Outubro de 2020

rá forma madura como resposta de amor no matrimónio e na virgindade pelo Reino de Deus. A vida humana nasce do amor de Deus, cresce no amor e tende para o amor. Ninguém está excluído do amor de Deus e, no santo sacrifício de seu Filho Jesus na cruz, Deus venceu o pecado e a morte (cf. Rom 8, 31-39). Para Deus, o mal – incluindo o próprio pecado – torna--se um desafio para amar, e amar cada vez mais (cf. Mt 5, 38-48; Lc 23, 33-34). Por isso, no Mistério Pascal, a misericór-dia divina cura a ferida primordial da hu-manidade e derrama-se sobre o universo inteiro. A Igreja, sacramento universal do amor de Deus pelo mundo, prolonga na história a missão de Jesus e envia-nos por toda a parte para que, através do nosso testemunho da fé e do anúncio do Evangelho, Deus continue a manifestar o seu amor e possa tocar e transformar corações, mentes, corpos, sociedades e culturas em todo o tempo e lugar.

A missão é resposta, livre e consciente, à chamada de Deus. Mas esta chamada só a podemos sentir, quando vivemos numa relação pessoal de amor com Jesus vivo na sua Igreja. Perguntemo-nos: estamos prontos a acolher a presença do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir a chamada à missão quer no caminho do matrimónio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado e, em todo o caso, na vida comum de todos os dias? Esta-mos dispostos a ser enviados para qual-quer lugar a fim de testemunhar a nossa fé em Deus Pai misericordioso, proclamar o Evangelho da salvação de Jesus Cristo, partilhar a vida divina do Espírito Santo edificando a Igreja? Como Maria, a Mãe de Jesus, estamos prontos a permane-cer sem reservas ao serviço da vontade de Deus (cf. Lc 1, 38)? Esta disponibili-dade interior é muito importante para se conseguir responder a Deus: Eis-me aqui, Senhor, envia-me (cf. Is 6, 8). E isto res-pondido não em abstrato, mas no hoje da Igreja e da história.

A compreensão daquilo que Deus nos está a dizer nestes tempos de pandemia torna--se um desafio também para a missão da

Igreja. Desafia-nos a doença, a tribulação, o medo, o isolamento. Interpela-nos a po-breza de quem morre sozinho, de quem está abandonado a si mesmo, de quem perde o emprego e o salário, de quem não tem abrigo e comida. Obrigados à distân-cia física e a permanecer em casa, somos convidados a redescobrir que precisamos das relações sociais e também da relação comunitária com Deus. Longe de aumen-tar a desconfiança e a indiferença, esta condição deveria tornar-nos mais atentos à nossa maneira de nos relacionarmos com os outros. E a oração, na qual Deus toca e move o nosso coração, abre-nos às carências de amor, dignidade e liber-dade dos nossos irmãos, bem como ao cuidado por toda a criação. A impossibi-lidade de nos reunirmos como Igreja para celebrar a Eu-caristia fez-nos partilhar a con-dição de muitas comunidades cristãs que não podem celebrar a Missa todos os domingos. Neste contex-to, é-nos dirigi-da novamente a pergunta de Deus – «quem enviarei?» – e aguarda, de nós, uma res-posta genero-sa e convicta:

«Eis-me aqui, envia-me» (Is 6, 8). Deus continua a procurar pessoas para enviar ao mundo e às nações, a fim de testemu-nhar o seu amor, a sua salvação do peca-do e da morte, a sua libertação do mal (cf. Mt 9, 35-38; Lc 10, 1-11).

Celebrar o Dia Mundial das Missões signi-fica também reiterar que a oração, a refle-xão e a ajuda material das vossas ofertas são oportunidades para participar ativa-mente na missão de Jesus na sua Igreja. A caridade manifestada nas coletas das celebrações litúrgicas do terceiro domin-go de outubro tem por objetivo sustentar o trabalho missionário, realizado em meu nome pelas Obras Missionárias Pontifí-cias, que acodem às necessidades espi-rituais e materiais dos povos e das Igrejas de todo o mundo para a salvação de to-dos.

A Santíssima Virgem Maria, Estrela da Evangelização e Consoladora dos Aflitos, discípula missionária do seu Filho Jesus, continue a amparar-nos e a interceder por nós.

Roma, em São João de Latrão, na Sole-nidade de Pentecostes, 31 de maio de 2020.

Francisco

A caridade manifestada nas coletas das

celebrações litúrgicas do terceiro domingo de outubro tem por objetivo sustentar o

trabalho missionário.

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Querido Povo de Deus, como é fácil escan-dalizarmo-nos diante das mínimas falhas dos nossos Padres, vos peço de coração sincero: amem mais os vossos Padres.

Neste mês em que no Brasil se celebra o Setembro Amarelo, em prevenção ao suicí-dio, eis que nos deparamos com a notícia de dois sacerdotes franceses que tiraram a pró-pria vida. Triste realidade que nos circunda e que pode acontecer a qualquer instante em realidades onde menos esperamos. Em meu percurso de Mestrado, escre-vi sobre o tema: «Sacerdócio: do encanto ao suicídio». Este tema nasceu diante da inquie-tude gerada em mim ao saber da notícia dos 17 sacerdotes que entre os anos de 2017 e 2018 tiraram suas próprias vidas no Brasil. Aquele que segue a Jesus de modo pleno, sem reservas, nunca se arrepende. Aquele que foi chamado ao sacerdócio (de modo geral acontece assim) no dia da orde-nação não consegue se conter de alegria. É o cumprimento de uma etapa de sua vocação. Agora se sente pronto para viver a pastoral, para doar-se na realidade vivencial da paró-quia, junto ao povo que a ele será confiado, desenvolvendo o Ministério a ele confiado por Cristo. Jesus é sempre fiel, mas, infelizmen-te, nos caminhos humanos tantas vezes são

inúmeras as tentações e, basta por um ins-tante não haver os olhos fixos nele, que tudo pode começar a perder o verdadeiro sentido da chamada e resposta vocacional. Aquele que aceitou seguir a chama-da vocacional e se encantou por este Jesus pode, nos anos de formação, experimentar de modo contínuo o sonho do ideal: a espiritua-lidade ideal, a paróquia ideal, os fiéis ideais, o clero ideal, e, ao deparar-se com a realidade que oscila entre o espiritual e as realidades vi-venciais quotidianas, entra em choque diante daquilo que sonhou e aquilo que a realidade é. Tantas vezes, ao longo do seu minis-tério, aquele jovem que aceitou seguir Jesus com tanto entusiasmo e encantamento, vai se frustrando com a impossibilidade de realizar os projetos que sonhou. Além disso, ainda há a possibilidade de se frustrar com as es-colhas pastorais da diocese, com a falta de fraternidade de seu clero e até mesmo uma possível falta de paternidade por parte de seu Bispo ou Superior. Aqui entra a grande duali-dade e a dificuldade de compreender que a singularidade do ser humano perpassa pelo fato de compreender o grande paradoxo do ser carnal e ao mesmo tempo espiritual. Ao se dar conta desta dicotomia, a lis-ta dos problemas encontrados pode ser in-comensurável: o sacerdote é inundado pelo cansaço físico e psicológico contínuo, além

de poder começar a desenvolver uma frieza no confronto do ministério que anteriormente exercia com tanto zelo. Na entrevista feita a Dom Marc Sten-ger (Bispo de Troyes), ele diz que ao saber da notícia do suicídio dos padres franceses se perguntou: «O que eu não fiz? Será que ouvimos o seu grito?’ (…) O que me leva à pergunta seguinte: não estamos tão preocu-pados com os problemas de administração da Igreja que já não estamos prestar atenção suficiente às pessoas?”. Diante das perguntas geradas por ele gostaria de refletir três pontos com vocês: primeiro mais diretamente voltado aos se-nhores Bispos, o segundo aos Sacerdotes e o terceiro ao Povo de Deus: Caros e amados Bispos, antes de mais nada devemos recordar que quem se suicida não deseja matar a si mesmo, dese-ja apenas matar a dor que o sufoca, porém, diante da impossibilidade de matar esta dor, não encontrando outra alternativa, ele tira a sua própria vida, resolvendo definitivamen-te aquilo que seria um problema passageiro. Mas antes de fazer isto ele com certeza pediu ajuda! Deu indícios, e é muito provável senhor Bispo, que quem se encontrava ao seu redor não soube entender os sinais e estes padres encontraram no suicídio o único modo para se libertar daquilo que os matava aos poucos interiormente. Portanto faz-se necessário recordar uma coisa fundamental que infelizmente ao longo dos meus estudos pude detectar como lamento de muitos Sacerdotes: Os sacerdo-tes não conseguem se sentir filhos, na grande maioria das vezes são tratados como empre-gados do Sagrado. E aqui creio que respon-demos a segunda pergunta do senhor bispo. Tantas vezes a administração tem importado mais que a vida das pessoas! No dia da ordenação Sacerdotal são belíssimas as palavras com que a Igreja nos convida a dirigirmo-nos ao Bispo para a elei-ção do candidato: «Reverendíssimo Pai, a Santa Mãe Igreja pede que ordenes para a função de Presbítero este nosso irmão». Ve-jam, caríssimos, a Igreja exorta a chamar-vos

Vida PresbiteralPor que há Padres que se suicidam?

Folha Diocesana de Guarulhos Outubro de 2020 08

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de Pai, não de administradores ou algo do tipo. Por isto a primeira coisa que os sacerdo-tes esperam de seus Bispos é a Paternidade!Quantas vezes nos últimos tempo o senhor ligou para os padres da sua Diocese e per-guntou-lhes como ele estavam, de maneira despretensiosa? Creio que não existe algo mais belo para um Padre que receber a li-gação ou a visita de um Bispo e antes de o escutar perguntar como estão as finanças da paróquia, ouvi-lo perguntar com sinceridade e não de maneira pró forme: Meu filho como você está? Tens rezado? Como vai a saúde? Tens se alimentado bem? Como vai o povo de Deus a ti confiado? E a pastoral? E só então depois chegar as finanças… Triste, mas real. Esta é a verdadeira si-tuação de grande parte do Clero, que precisa, não apenas ser pastor de almas, mas pastor de negócios. Que se vê obrigado a produzir números. Caríssimos, os vossos sacerdotes não deixaram suas casas para serem admi-nistradores, mas para serem Pastores de al-mas. No número 1592 do catecismo diz: « Os ministros ordenados exercem o seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munus docendi), pelo culto divino (munus liturgicum) e pelo governo pastoral (munus regendi). Sendo assim administrar finanças é algo a mais que eles fazem, não desejem que esteja em primeiro lugar na dimensão da vida de um Sacerdote. Caros irmãos Sacerdotes, é muito fácil colocar a culpa nos superiores e retirar a nos-sa ou fazer de conta que não temos nenhu-ma uma parcela de culpa. Justamente neste ano em que a campanha da fraternidade nos trazia como lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10, 33-34) nós somos cha-mados a nos perguntarmos: Quem é o meu próximo? Com certeza muitos se perguntam como é possível analisar os casos do suicídio sacerdotal, uma vez que os padres deveriam ter uma consciência maior do ato suicida, das consequências que geram o fato de tirar a própria a vida. Deste pressuposto surgem inúmeros comentários e juízos. No entanto somos todos convida-dos a recordar que ninguém há o direito de condenar o fato de alguém que tenha come-tido suicídio, até mesmo porque aquele que

o cometeu poderia acreditar que tenha feito a coisa correta, acreditando que seu ato era justo; talvez porque estivesse passando por uma situação de extrema angústia moral que somente Deus pode conhecer e compreender o que se passava no coração daquele que o cometeu. Em nossas realidades sacerdotais precisamos estar mais atentos a nós mesmos e aos nossos irmãos. Também a nós foi dada a missão de cuidar do próximo. E quem é o meu próximo? Perguntou certa vez um doutor da lei para colocar Jesus à prova (Cf Lc 10, 29-37). Hoje também nós somos chamados à retomar às páginas do Evangelho e nos ques-tionarmos, “quem é o meu próximo?” Somos chamados a viver a cada dia em nosso ministério a dinâmica do Bom Sa-maritano. Vivê-la com o nosso povo, mas em modo especial vive-la com nossos irmãos de ministério. Quantos irmãos abandonados, que não encontram apoio e estão fadados à soli-dão de seu ministério. Tantas vezes rodeados de pessoas, mas tão sós em seu mundo de anseios e angústias sacerdotais. Somos mais que nunca convocados a nos tornamos humanos, a reconhecer nossas necessidades reais e acolher as necessida-des dos nossos irmãos. Precisamos sair de nossos mundos vazios e caminhar com o Ou-tro que é tão diferente, compreendendo que apesar de tudo, é ele que é o meu próximo que Jesus tanto fala nos Evangelhos. Em um mundo tão vazio, com imensa perda de significado, com relações tão efê-meras, como posso dar significado à minha vida? Parece simples, mas verdadeiramente sabemos que não é. Faz-se necessário viver a dimensão da união sacerdotal, vivermos e lutarmos por ideais em comum. Até quando precisaremos chorar a perda de irmãos que tiraram a própria vida? Que sentido há em esperar que o próximo se mate para que voltemos outra vez a cho-rar e nos lamentar enquanto em um cortejo belíssimo e doloroso levamos seu caixão ao cemitério, nutridos de perguntas, de imensos porquês que talvez jamais serão respondidos. É chegada a hora de rever as nossas vidas e nos perguntarmos: Qual o sentido da minha vida? Onde e como posso reencontrar

o sentido de viver? Como ajudar o meu próxi-mo que perdeu o sentido de viver? Querido Povo de Deus, como é fácil escandalizarmo-nos diante das mínimas fa-lhas dos nossos Padres, vos peço de coração sincero: amem mais os vossos Padres, rezem por eles e ao invés de julgá-los procure enten-dê-los. Os sacerdotes não são anjos, não são seres apenas espirituais. Eles necessitam ex-perimentar o afeto, a acolhida e o companhei-rismo. Nem de mais nem de menos, tudo na justa medida. Não será necessário nada além de uma acolhida verdadeiramente humana. Irmãos, que todos nós possamos despertar o quanto antes e enxergar com os olhos do coração, com os olhos da fé, do amor gratuito e da misericórdia aqueles que estão ao nosso redor. Sejamos sensíveis ao grito silencioso daqueles que tantas vezes se encontram ao nosso lado, mas que a nossa insensibilidade não nos permite perceber. Fa-z-se necessário ajudarmo-nos, antes que seja tarde demais. É de suma importância que nos torne-mos mais humanos, que saiamos mais de nós mesmos e encontremos o sentido de nos-sas vidas nos humanizando cada vez mais à exemplo do verdadeiro humano por exce-lência, Jesus Cristo, que chorou ao saber da morte de seu amigo Lázaro e o ressuscitou (Cf. Jo 11,35). Nós não temos o poder de ressusci-tar a ninguém que tenha morrido fisicamente, mas sem sombra de dúvidas temos o poder de com a nossa amizade e amor sincero, res-suscitar tantos corações que ainda vivem fi-sicamente, porém que já morreram porque perderam o sentido de viver, que vivem como se já não mais existissem. Que possamos chorar com os que choram e alegrarmo-nos com os que se alegram (cf. Rm 12,15). Que nossas vidas possam ser agradáveis perfumes que con-seguem, junto com os nossos irmãos mais necessitados, reencontrar o sentido das suas vidas. É ajudando o outro a encontrar o senti-do da sua vida que encontraremos o real sen-tido das nossas.

Pe. Deivide Marcklai Rocha Cerqueira

Vida Presbiteral

Folha Diocesana de Guarulhos 09Outubro de 2020

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Folha Diocesana de Guarulhos Outubro de 2020 10

Missão

A Igreja católica no Brasil é feliz por realizar, es-pecificamente todos os anos no mês de outubro, uma forte animação e conscientização missionária em todo o território nacional, de modo que torna a identidade das comunidades mais amadurecida e compromissada com o Evangelho vivo de Cristo! Com muitíssimo apreço escrevo este artigo para partilhar, em sintonia com os leitores da nossa Fo-lha Diocesana um pouco da atual conjuntura, onde estamos realizando a nossa missão e um pouco do duro calvário que se multiplica ao nosso povo daqui. O essencial que nós não podemos deixar de com-preender é que, independentemente de como as coisas estão, nunca devemos cruzar os braços e de-sistir; para se evangelizar com firmeza, é necessário que se tenham três motivações bem claras dentro de nós: gratidão, responsabilidade e preocupação pelos outros! Pois a Missão deve acontecer dentro da vida. Neste momento, a nossa realidade missionária está acontecendo dentro de um cenário “complexo e mis-terioso”, além das realidades próprias que já eram um desafio enorme. A luz de Deus não pode estar apagada no coração do missionário, porque senão, ele não terá olhos abertos, e assim, poderá vir a cair nos escombros das armadilhas, daquelas situações que geram somente a morte. Dentro da minha realidade específica de missão, neste momento, tenho me deparado com tantas situações de doenças que muitas vezes, não tenho outra coisa a fazer, a não ser, alguma coisa ten-tar fazer, pois se Deus os trouxe até a mim, certamen-te, Ele deve me usar como um tipo de instrumento qualquer por mais ineficiente que seja eu, diante de

situações que nossos olhos nunca viram. Mesmo com essa pandemia, nunca deixei de atender tantas crianças e também alguns adultos, em tratamentos de diversas situações de feridas gravíssimas, que somente pela força de Deus se pode encarar com fé! Muitas crianças sem ter aonde buscar socorro para tratamentos, muitas mortes de crianças doen-tes, desnutridas, por anemias ora por não ter remédio adequado para combater suas doenças. Outra cha-ga com que diariamente convivo é a falta de água em minha região, nesta época já acabou; tem três furos de água próximos para a população; nesta al-tura a fila permanece o dia inteiro no sol e muita briga por causa de água, e nesta fila interminável nós tam-bém entramos, porque na casa paroquial da nossa missão de Mazeze ainda não conseguimos abrir um poço porque é muito caro, custa $12. 500, 00 (doze mil e quinhentos dólares). E para fazer este tratamen-to com as nossas crianças usa-se bastante água, porque a primeira coisa é lavar as cabeças que estão tomadas de infecções para poder aplicar antibióti-cos. Mas com todos esses desafios, Deus tem me concedido fé e forças para cumprir minha missão, à qual tenho sentido o chamado. A fome neste tempo tem se multiplicado por todos os lados; como eu moro dentro das aldeias, é muito penoso de se ver no dia a dia; o coração da gente “sangra” muitas vezes, diante dessas misérias. Recentemente, eu estava voltando do terreno da missão e passei entre umas casas por volta das 12h, o sol muito quente, e um grupinho de seis crianças estavam em rodas e no meio, uma tigelinha pequena com um pouquinho de chima, somente isso, (farinha de milho escaldada) e elas ao me verem disserem: “Karibu”, que significa: servido? Meu Deus, eu as agradeci e segui meu caminho contemplando aquela gratidão advinda daquele grupinho de crianças po-bres, e com um quase nada de comida, e ainda me oferecerem. A fome realmente é uma “doença tam-bém”, que pouco a pouco vai encurtando os dias de vida das pessoas aqui! E, por fim, creio que todos vocês estejam acompanhando a questão do terrorismo aqui em nossa província; além dos sofrimentos que já se fa-ziam presentes, agora é o dobro. O terrorismo islâ-mico, praticamente até o momento já dominou uma parte de toda a província. No momento são mais de 08 paróquias fechadas porque as autoridades ainda não conseguiram controlar. Muitos mortos, inclusive soldados. Milhares e milhares de deslocados e so-

breviventes, histórias terríveis de passarem noites dentro das matas fugindo, sendo mordidos por co-bras e picados por todos os tipos de insetos, mu-lheres que deram a luz dentro do mato, doentes que foram carregados e que morreram. Familiares que até agora não encontraram o resto da família, crian-ças perdidas nas matas. Vivemos a missão em um terreno conflituoso em todos os sentidos. Não sa-bemos ainda a origem e os objetivos claros de tudo isso. Contudo, a fome esmaga as pessoas por toda a província; os missionários, juntamente com a dioce-se e a Cáritas são, na maioria das vezes, referências para muitas pessoas. Na minha região, embora o povo esteja também nesta época comendo mandio-ca seca, eles doaram certa quantidade de mandioca seca para Caritas ajudar os deslocados na província; foi uma experiência forte; eu fui dentro das comuni-dades pobres e mesmo assim, cada uma doou um saco de mandioca seca para os deslocados pilarem e comerem, ou seja, pra nossa realidade, um sinal forte de caridade cristã evangélica. A única certeza e conclusão que tenho é que a Igreja é o coração de Deus para às nações, que dá vida ao mundo; en-quanto esta Igreja estiver no mundo, o coração de Deus estará pulsando sangue, dando vida. Se a Igre-ja desaparece, o coração deixa de existir, então não haverá mais vida. Deus abençoe a todos que rezam e fazem a missão de Deus acontecer no mundo e na histó-ria! Cada um de nós neste momento pode fazer uma oração, seja pedindo perdão pelo nosso orgulho e vaidade fazendo uma ação de graças a Ele. Província de Cabo Delgado, Diocese de Pemba - Missão de Mazeze

Pe. Salvador Maria Rodrigues de Brito

24 de Setembro de 2020 Memória de Nossa Senhora das Mercês!

“Fiz-me fraco com os fracos, com o fim de ganhar os fracos”.

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Aconteceu15º Viva a Vida - 2020

No dia 06 de setembro, vivenciamos o 15o VIVA A VIDA. Desta vez de uma maneira inovadora, totalmente onli-ne. Foi um momento de grande cele-bração no qual pudemos nos recordar da importância das vocações. Nossa programação contou com entrevistas, animação, muita diversão, e oração. Ti-vemos a presença de padres, diácono, consagrados, consagradas, seminaris-tas, membros de novas comunidades,

e fiéis leigos, também contamos com a presença de nosso bispo Dom Edmil-son, que presidiu para nós a Santa Mis-sa, e logo após nos presenteou com um lindo musical que ainda pode ser aces-sado em nossa página no Facebook. Louvamos a Deus que nos per-mitiu vivenciar mais uma edição do VIVA A VIVA. Que a alegria que tomou conta de nossos corações neste ano possa germinar e nos motivar para que no pró-ximo ano celebremos com grande júbilo o 16o VIVA A VIDA!

Folha Diocesana de Guarulhos 11Outubro de 2020

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Folha Diocesana de Guarulhos Outubro de 202012

AconteceuRomaria Virtual Diocesana

O título desta matéria traduz a realidade que jamais esperáva-mos vivenciar e que marcou o dia 19 de setembro de 2020, a ro-maria diocesana exclusivamente virtual, que significou um convite para que os fiéis acompanhassem em casa, pelas redes sociais, a santa missa, algo que jamais faríamos nos anos anteriores, pois a motivação de participação presencial era o coração da romaria, com a mobilização de dezenas de ônibus e mais de quinze mil pessoas no santuário da Mãe Aparecida. De forma alguma, essa reflexão é para lamentação, pelo contrário, confirma que mesmo diante de toda situação de pandemia e desolação, Deus demons-trou o seu consolo e permitiu a romaria diocesana, de um novo modo, com a presença apenas do bispo, padres e alguns fieis na casa da Mãe. Alimentar a gratidão a Imaculada Conceição e a esperança em Deus, foram mais uma vez, as grandes motivações da Romaria deste ano tão complexo. Que venha 2021, e o normal seja a superação do anormal de 2020. Viva a Mãe Aparecida! Viva a Romaria Diocesana de Guarulhos, que mesmo virtual, não deixou de acontecer pelo poder da fé do povo de Deus.

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AconteceuPela Pátria e Grito dos Excluídos

Folha Diocesana de Guarulhos 13Outubro de 2020

No dia 07 de setembro às 12h, Dom Edmilson Amador Ca-etano, reuniu na Catedral Imaculada Conceição, sacerdotes e fiéis para refletirem sobre o Grito dos Excluídos que tem por lema permanente “Vida em primeiro lugar”. Neste ano, o lema: “Basta de Miséria, Preconceito e Repressão! Queremos Tra-balho, Terra, Teto e Participação!”, e logo em seguida presidiu a Santa Missa.

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Vai Acontecer N.SRA.DA CONCEIÇÃO R$ 1,693.00

N.SRA.DO BONSUCESSO R$ 573.20

SÃO PEDRO APOSTOLO R$ 850.00

SÃO GERALDO R$ 598.60

S.FRANCISCO DE ASSIS- GOPOUVA R$ 2,476.85

STO.ANTONIO.MARIA CLARET R$ 245.90

NSRA.DE FATIMA V.FATIMA R$ 1,906.30

STO.ANTONIO V.AUGUSTA R$ 2,353.40

NSRA..APARECIDA - COCAIA R$ 950.00

NSRA.APARECIDA-JD.V.GALVAO R$ 320.00

N.S.LOURDES - ITAPEGICA R$ 300.00

SÃO JUDAS TADEU-T.TIBAGI R$ 2,161.05

STO.ANTONIO-PQ.STO.ANTONIO R$ 1,627.00

NSRA .ROSÁRIO - V.ROSALIA R$ 883.55

SANTA MENA R$ 1,042.00

NSRA.DE FATIMA-JD.TRANQUILIDADE R$ 1,022.70

STO.ANTONIO-GOPOUVA R$ 800.00

S.TEREZINHA - CUMBICA R$ 2,805.25

SÃO ROQUE - CECAP R$ 910.00

STA.RITA DE CÁSSIA -JD. PALMIRA R$ 450.00

SANTO ALBERTO MAGNO R$ 1,651.10

SÃO JOSÉ - J.PAULISTA. R$ 2,725.00

STO.ANTONIO - PIMENTAS R$ 2,163.60

STA.CRUZ - TABOÃO R$ 1,020.55

S.FRANCISCO DE ASSIS-UIRAPURU R$ 410.00

SÃO JOÃO BATISTA R$ 1,640.00

S.FRANCISCO ASSIS - PQ.NAÇÕES R$ 385.00

STA.CRUZ NSRA.APARECIDA -P.DUTRA R$ 1,677.95

S.RITA DE CÁSSIA – J.CUMBICA R$ 1,390.15

NSRA.DE FATIMA-JD.ARACILIA R$ 350.45

SÃO VICENTE DE PAULO R$ 620.00

NSRA.DO LORETO R$ 736.00

SANTA LUZIA – PQ.MIKAIL R$ 711.45

SANTA LUZIA –PQ. ALVORADA R$ 812.50

S.JUDAS TADEU – JD.ALICE R$ 1,100.00

SANTA ROSA DE LIMA R$ 786.90

SAG. CORAÇÃO DE JESUS-S.DUMONT R$ 550.35

SAGRADA FAMILIA-JD.PARAISO R$ 354.00

NSRA.DE GUADALUPE R$ 549.60

NSRA.APARECIDA-JD.AMERICA R$ 380.00

SAG. CORAÇÃO DE JESUS-JD.NORMANDIA R$ 1,045.95

SAGRADA FAMILIA-JD.CARMELA R$ 379.00

N. SRA. APARECIDA INOCOP R$ 1,367.50

SÃO PAULO APÓSTOLO R$ 2,117.35

SANTO ANDRÉ APÓSTOLO R$ 581.25

CAPELANIA STELLA MARIS R$ -

TOTAL ARRECADADO R$ 49,474.45

Coleta Terra Santa

Nascimento01 (1951) Pe. Valdocir Aparecido Raphael06 (1988) Pe. Marcos José Pinto Correia08 (1974) Pe. Francisco G. dos Santos12 (1968) Pe. Jair Oliveira Costa12 (1084) Pe. Cristiano Ap. de Sousa26 (1977) Pe. Marcelo Dias Soares

Ordenação07 (1973) Pe. René Lima19 (1986) Pe. Aparecido Gonçalves19 (1986) Pe. Valdocir Ap. Raphael25 (2013) Pe. Pedro Nacélio S. dos Santos25 (2013) Pe. Cássio Fernando A. Farias

Padres AniversariantesOutubro 2020

Folha Diocesana de Guarulhos Outubro de 202014

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“As feridas causadas à nossa mãe terra são feridas que também sangram em nós.(Papa Francisco – Mensagem do presidente da Colômbia, por ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente).

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil acompanha indignada a devastação causada pe-las queimadas nos biomas Amazônia, Cerrado e Pantanal. Une-se às diversas manifestações de entidades católicas feitas nos últimos dias e enal-tece todos que cuidam, com esmero, da Casa Comum, de modo especial os que bravamente combatem os focos de incêndio e trabalham pela preservação da vida nas áreas afetadas. A CNBB se solidariza com todos os voluntários que arris-cam a própria vida, atuando com poucos recur-sos no combate ao crime socioambiental que está ocorrendo e na tentativa de salvar a fauna restante que não foi consumida pelo fogo. Mesmo diante de tamanha destruição, o Governo Federal paradoxalmente insiste em dizer que o Brasil está de parabéns com a proteção de seu meio ambiente. Esta atitude encontra-se em nítida contramão da consciência social e ambien-tal, na verdade beneficiando apenas grandes con-glomerados econômicos que atuam na mineração e no agronegócio. O Ministério Público mostrou ao Gover-

no Federal os lugares mais sensíveis onde o des-matamento e a queimada aconteceriam de forma mais evidente. Até mesmo ações judiciais foram propostas. Nada, entretanto, surtiu efeito que evi-tasse essa tragédia socioambiental. Não é possível permanecer em silêncio diante, por exemplo, dos cortes orçamentários no Ibama e no ICMBio, bem como do sucateamento dos órgãos de combate e fiscalização. O orçamen-to liberado para fiscalização do desmatamento no ano de 2019 foi de 102 milhões de reais e ainda sofreu um bloqueio de 15,6 milhões. Neste ano de 2020, o recurso foi ainda menor: conforme o Pro-jeto de Lei Orçamentária (PLOA), aprovado, foram previstos 76,8 milhões para as ações de controle e fiscalização ambiental do Ibama. Isso significa ter 25,2 milhões de reais a menos! De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza – WWF-Brasil, apesar da criação do Conselho da Amazônia, com a promessa de me-lhor controle no bioma por parte das Forças Arma-das, agosto deste ano repetiu e mesmo superou a tragédia vivida em 2019, com um pico assustador no número de focos de incêndio. Essa agressão à Casa Comum, teve como resultado, nos anos de 2019 e 2020, recordes na quantidade de focos de queimadas no Cerrado (50.524 e 41.674), no Pantanal (6.052 e 15.973) e na Amazônia (66.749 e 71.499), totalizando, segundo dados do INPE, 123.325 focos em 2019 e 129.146 até 20 de se-

tembro de 2020, correspondendo a um aumento de 5.821, destruindo grande parte da biodiversi-dade nestes biomas, ameaçando povos originá-rios e tradicionais. Tudo isso se constitui num pro-cesso de verdadeiro desmonte das leis e sistemas de proteção do meio ambiente brasileiro. Em meio a toda essa devastação – cujas consequências chegam aos países vizinhos – também o bom senso é agredido tanto pelo o negacionismo explícito e reincidente por parte de nossas lideranças governamentais, quanto pela acusação de que povos e grupos seriam os res-ponsáveis por algumas das queimadas. Esta cri-minalização, feita perante o mundo, camufla, na fumaça das fake-news, o esforço desses povos por sobrevivência, além de trazer o caos da desin-formação. Não basta, porém, apenas constatar com tristeza a destruição ambiental e o desrespeito ao ser humano. Por isso, a CNBB convoca a socie-dade brasileira a se unir ainda mais em torno do Pacto pela Vida e pelo Brasil, reforçando a voz dos que desejam um país mais justo e solidário, em-penhados na proteção da Casa Comum, partindo dos mais vulneráveis. A efetiva superação dessa caótica situação só se dará por meio de forte fis-calização, investigação e responsabilização dos culpados, obrigação de reflorestamento, recupe-ração integral da natureza devastada e reorgani-zação da estrutura econômica. Em meio a nossas diferenças, permaneça-mos firmes na esperança e na união, solidificados na certeza de que a vida, em especial a vida huma-na, é o valor maior que nos cumpre preservar.

Brasília, DF, 23 de setembro de 2020

Walmor Oliveira de AzevedoArcebispo de Belo Horizonte, MG

Presidente

Jaime SpenglerArcebispo de Porto Alegre, RS

1º Vice-Presidente

Mário Antônio da SilvaBispo de Roraima, RR

2º Vice-Presidente

Joel Portella AmadoBispo auxiliar do Rio de Janeiro, RJ

Secretário-Geral

CNBBMensagem sobre as queimadas em território brasileiro

Folha Diocesana de Guarulhos 15Outubro de 2020