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NOTA DO EDITOR

Depois do primeiro número da nossa Revista, que serviu para seu lançamento, aqui apresentamos o segundo, motivados, além de tudo, pela boa aceitação que tivemos, com comentários favoráveis, recebidos quanto às matérias técnicas e ao conteúdo tecnológico, que estamos tentando transmitir em bom nível.

Estamos mantendo a estrutura das matérias, com algumas melhorias, abrangendo reportagens, entrevistas, análises, recomendações e trabalhos científicos de pesquisa. Nossa seção “Como vai você” homenageia dois técnicos de grande valor.

Gradativamente, esperamos atender às expectativas do público da Coffea, técnicos e cafeicultores líderes. Agradecemos o patrocínio das empresas, que tem tornado possível a edição e distribuição da revista. Novos interessados podem enviar e-mail solicitando. A revista com fotos a cores também pode ser v isual izada a t ravés do s i te : www.fundacaoprocafe.com.br.

Neste número:

Capa: Cafeeiro Siriema, com 3,5 anos, na FEV.

REPORTAGEM

RECOMENDANDO

RESUMINDO

PANORAMA

ANÁLISE

ENTREVISTA

PRODUTOS E EQUIPAMENTOS

SÉRIE ESTATÍSTICA

PESQUISANDO

COMO VAI VOCÊ

- CEPEC: 10 anos apoiando a cafeicultura de montanha

- Cafeeiro conillon se adapta a podas anuais- Variedades de café: características para escolher

- Sete trabalhos de pesquisa cafeeira em diversos países

- Notícias da produção cafeeira

- Café arábica vai bem em regiões quentes- Doenças secundárias se tornam importantes

- O mestre da cafeicultura nos cerrados

- Inseticida fisiológico para bicho mineiro e equipamentos

- Efeito climático na safra cafeeira do Sul de Minas- Estimativa de custo de produção no Sul de Minas

- Crescimento de cafeeiros e correlação com produtividade/produção- Efeitos da irrigação por aspersão em Varginha- Maior vigor e resistência à seca em cafeeiros Siriema- Secagem de grãos de café após beneficiamento- Efeito do desbaste na linha em cafezal irrigado por pivô - Manejo de podas em cafezal adensado- Distribuição do sistema radicular de cafeeiros - Novo sistema de enxertia por encostia- Desempenho operacional de derriça mecanizada do café

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RESPONDE

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RACIONALIZAR E PRODUZIR BEM

Nossa mensagem, neste número, visa alertar os cafeicultores sobre a necessidade de continuar e reforçar o trabalho de racionalização dos gastos na propriedade cafeeira.Essa recomendação se prende a duas condições adversas. A primeira decorre do acréscimo nos custos de produção observados nesta safra, conforme pode ser visto na seção de estatística dessa Revista, e a segunda, pela falta de recuperação nos preços do café, que subiram mas caíram em seguida. Pelas nossas estimativas, os custos de produção de uma saca de café, mesmo em lavouras produtivas (30-40 scs/ha), estão na faixa de R$ 190,00 a R$ 220,00, isto considerando o custo real, onde estão computadas as depreciações do cafezal (custo de formação), as benfeitorias e equipamentos. Três grupos de despesas representam, em conjunto, cerca de 90% do custo. São eles: a mão-de-obra de colheita (30-35%), mão-de-obra/operação de maquinário nos tratos (20-22%) e os insumos (fertilizantes/defensivos) com 30-35%. Destaca-se a participação destes últimos, que subiram bastante, antes representando cerca de 20% dos custos, devendo, conforme previsões, continuar subindo.Racionalizar o uso não significa deixar de usar, mas sim, observar o melhor custo/benefício. Deve-se

observar os talhões, analisar as condições do solo, verificar as indicações de adubação conforme a necessidade, economizando onde se pode. Deve-se escolher as opções de controle adequadas a cada lavoura e adotar as mais racionais. Despesas menores e cafezais mais produtivos são a base para o lucro na lavoura cafeeira.

CARTA AO CAFEICULTOR

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTOSecretário de Produção e Comercialização: Lineu Carlos da Costa Lima.Chefe do Departamento de Café: Vilmondes Olegário da SilvaSecretário da SARC: Manoel V. F. da RochaDelegado da DFA/MG: João Vicente Diniz

FUNDAÇÃO PROCAFÉ / CONVÊNIO MAPA/FUNPROCAFÉ/UFLA Presidente da Fundação Procafé: José Edgard Pinto Paiva

UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRASReitor da UFLA: Antônio Nazareno Guimarães Mendes

REVISTA DE TECNOLOGIA CAFEEIRAAno 1: nº 2 julho-agosto/2004.

Conselho Editorial: José Braz Matiello (Editor Executivo); Rubens José Guimarães (Coordenador UFLA); Saulo Roque de Almeida, Leonardo Bíscaro Japiassú, Guilherme Borges Frota e Antônio Wander Rafael Garcia - MAPA/FUNPROCAFÉ e Carlos Henrique Siqueira de Carvalho - EMBRAPA CAFÉ.

Programação Visual e Impressão: Gráfica Editora Bom Pastor.

Composição: Rosiana de Oliveira Pederiva.

Tiragem: 2000 exemplares.

Endereços: Alameda do Café, 1000 - Bairro Jardim Andere37026-400 - Varginha/MG 35. [email protected]

e Av. Rodrigues Alves, 129 - 6º andar - Centro20081-250 - Rio de Janeiro/RJ21. [email protected]

É permitida a reprodução, desde que citada a fonte e autores.

www.fundacaoprocafe.com.br

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O Centro de Pesquisas Cafeeiras adoção de lavouras mais modernas e

(CEPEC) Eloy C.Heringer, localizado em produtivas por parte de milhares de

Martins Soares, na Zona da Mata mineira, cafeicultores dessas regiões.

completou 10 anos desde a sua criação em

1994. Parceria deu certo

Nesse período, prestou e continua Quando se imagina um Centro de

prestando um excelente trabalho de apoio à Pesquisas vem logo à mente a figura de uma

cafeicultura de montanha, abrangendo uma Instituição Governamental, uma EMBRAPA, um

vasta região da Zona da Mata de Minas Gerais, Instituto, uma Secretaria de Estado tomando

Espírito Santo e Rio de Janeiro, atuando no iniciativas e administrando esse Centro, muitas

desenvolvimento e difusão de tecnologia vezes com insucessos, devido à burocracia e à

cafeeira, com ótimos resultados, influindo na falta de recursos.

REPORTAGEM

CEPEC : 10 ANOS APOIANDO A CAFEICULTURA DE MONTANHA

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O CEPEC, ao contrário, partiu de uma Os estudos tem abrangido desde o

iniciativa privada, que veio do Grupo Heringer, melhoramento genético, com a introdução e

ligado à produção cafeeira, possuindo cerca de seleção das melhores variedades, passando

1600 ha de cafezais na região da Zona da Mata por espaçamentos, sistemas de plantio,

e Sul do Espírito Santo e, também, ligado à nutrição, controle de pragas e doenças e

fabricação de fertilizantes. Seu titular, o manejo das práticas culturais, até trabalhos de

Engenheiro Agrônomo Dalton Dias Heringer, colheita e pós-colheita. No melhoramento

cresceu suas empresas mas não se esqueceu destaca-se o material de Catucai 785/15,

da sua origem e a dos seus ancestrais, que resistente à ferrugem ao nematóide M.exigua e

começaram como colonos de café na região de o Acauã, introduzidos e selecionados no

Laranja da Terra. Ele quis criar um suporte para CEPEC, com a colaboração de Técnicos do

essa atividade agrícola que lhe deu origem e MAPA/PROCAFÉ, de Caratinga e Varginha e

assim, retornando benefícios para a sua que atualmente constituem variedades de elite

comunidade. para substituição de lavouras cafeeiras da

Em 1994, no dia 22/06/1994, o Grupo região. Também são executados ensaios nesse

Her inger cr iou o CEPEC, buscando campo, em colaboração com o IAC e a UFV.

colaboração no MAPA/PROCAFÉ, na época e As tecnologias de adensamento de

até hoje contando com a colaboração de 2 cafezais e de correção de solo, nutrição e

T é c n i c o s d a q u e l e P R O G R A M A , o s controle de pragas e doenças, que tem

Engenheiros Agrônomos Roberto Santinato e viabilizado a cafeicultura de montanha,

J.B.Matiello. predominantemente familiar, mantendo-a

Essa parceria deu certo. Contando o competitiva em relação à cafeicultura

CEPEC com uma boa Equipe de Engenheiros empresarial, mecanizada, teve e continuará

Agrônomos e Técnicos Agrícolas, e com tendo, de forma acompanhada, de modo

recursos adequados, muitos trabalhos de dinâmico, o suporte do CEPEC. Nesse sentido,

pesquisa foram realizados e publicados. Foram alguns trabalhos de combinação de cultivos em

250 trabalhos publicados nesses 10 anos, cafezais também estão em andamento para

abrangendo os principais campos de estudo da uma cafeicultura mais auto-sustentável.

lavoura cafeeira.

Pesquisas mais aplicadas

Os trabalhos de pesquisa no

CEPEC tem dado prioridade às

tecnologias mais aplicadas. Os

problemas são levantados nas

próprias lavouras da região,

dando origem, nos experimentos

de campo, à testagem das

soluções mais apropriadas,

t a m b é m a t e n d e n d o à s

características de solo, clima,

topografia, tipo de produtor e

outras condições típicas da

região.

REPORTAGEM04

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organizadas durante todo o ano, em Algumas tecnologias geradas no CEPEC

colaboração com os Órgãos de Extensão na tem, ainda, sido exportadas da região,

região de atuação do CEPEC. Grupos de atendendo a interesses da cafeicultura

Técnicos e/ou de cafeicultores passam um dia brasileira como um todo. São os casos de novas

no CEPEC, recebendo informações e variedades, a técnica de enxertia em cafeeiros,

verificando “in loco” os resultados de novas o manejo de podas em lavouras adensadas, as

técnicas de manejo dos cafezais.técnicas nutricionais, especialmente com o

Nesses 10 anos do CEPEC foram cobre, os novos métodos de controle de pragas

recebidas visitas de 670 grupos, com e doenças, entre outros, que se aplicam, com

atendimento a 18.410 pessoas interessadas, bom desempenho, também em outras áreas

entre produtores e Técnicos.cafeeiras. Sementes melhoradas vem sendo

enviadas, ultimamente, para produtores do

Tendências futurasTriângulo Mineiro, para o Sul de Minas e para a

A programação dos trabalhos no CEPEC Bahia.

segue uma orientação técnica que procura ser

O forte na difusão dinâmica, acompanhando as tendências

tecnológicas adequadas à cafeicultura de Um Centro de Pesquisas localizado no

montanha e, também, incorporando os avanços coração de uma grande área cafeeira, com

observados em outras regiões cafeeiras no cerca de 450 mil ha de cafezais, antes

país. Essa dinâmica presta atenção, ainda, à considerada com uma cafeicultura atrasada,

evolução dos problemas do setor cafeeiro, não podia, simplesmente, desenvolver novas

ligados aos custos e aspectos sócio-tecnologias. Tinha a obrigação de difundi-las,

econômicos envolvidos na produção de café.em proveito dos cafeicultores dessa região.

Diante da conjuntura atual, constituem Com essa f i losof ia , um grande

novos desafios, para o futuro da pesquisa, investimento tem sido feito na transferência de

adaptar sistemas de manejo para reduzir o tecnologias, através da promoção de visitas,

custo da colheita e para diminuir o risco da demonstrações, dias-de-campo, cursos e

monocultura, diversificando mais a pequena elaboração de boletins para distribuição.

propriedade cafeeira na região, muito Anualmente são organizados dias-de-campo,

dependente do café, que ocupa, em média, por ocasião do Seminário de Cafeicultura de

cerca de 20% da área mas representa mais de Montanha, realizado em Manhuaçu e também

80% da renda bruta desses imóveis.apoiado pelo Grupo Heringer. As visitas são

REPORTAGEM 05

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COMO VAI VOCÊem ótimos padrões tecnológicos. Ele dá seu contato: ADELSO: O PAI DAS MUDAS DE [email protected].

PROFESSOR MALAVOLTA: O MESTRE DA NUTRIÇÃO MINERAL DO CAFEEIRO.

Eurípedes Malavolta é Engenheiro Agrônomo formado pela ESALQ em 1948, nesse ano ingressando como professor e chegando diretor da mesma.

Professor Malavolta, como é mais conhecido, tem uma enorme contribuição científica à agricultura brasileira, na forma de pesquisas, ensino, direção e consultoria técnica. Publicou 150 trabalhos e 19 livros. Desde 1984 trabalha como pesquisador permissionário do CENA. Possui títulos de mestrado, doutorado e PHD, com especialização em nutrição de plantas. No

Adelso J. Paulino, Engenheiro Agrônomo, setor de café, os principais trabalhos de adubação formado pela UFV em 1969, pesquisou e desenvolveu, química, que viabilizam o cultivo de cafeeiros em solos na década de 80, toda a tecnologia aplicada à produção pobres, tem sua chancela. Seu livro “ nutrição mineral de mudas de estaca (clonais) de cafeeiros Conillon. Fez, do cafeeiro” permanece na cabeceira de todos os também, cruzamentos e seleções que deram origem a técnicos ligados à cafeicultura. Suas palestras e aulas novas variedades de café arábica. sempre prenderam a atenção dos alunos, técnicos e

Ele começou seu trabalho com o café em 1970, produtores, pelo seu profundo conhecimento e boa no setor de melhoramento genético do cafeeiro, junto didática. Alia esses conhecimentos à sua enorme ao Serviço Regional de Vitória e desenvolveu seus prática, também em campo. Possui títulos de mérito em trabalhos, em colaboração com outros técnicos do IBC, várias organizações científicas, no Brasil e no exterior.nas Fazendas Experimentais de Marilandia e Venda- Professor Malavolta se aposentou de suas Nova, no Espírito Santo, até a extinção do órgão em funções na vida pública. Com sua capacidade contínua, 1991/92, quando passou para o MAPA Ministério da agora, prestando consultorias a empresas e Agricultura, Pecuária e Abastecimento, até 1995, empreendimentos agrícolas. Continua sendo o grande quando se aposentou. mestre, por nós muito admirado e respeitado. Um

Adelso publicou cerca de 80 trabalhos exemplo para todos os técnicos.científicos e 4 boletins e livros (em colaboração) sobre o manejo da produção de cafeeiros, principalmente, da variedade Conillon.

A cafeicultura lhe deve um agradecimento pela grande contribuição técnica que deixou, especialmente, aquela de seleção e clonagem de cafeeiros Conillon, pela qual recebeu o título “ Destaque Agronômico no Espírito Santo, quinquênio 1981-86”, com o trabalho: Propagação vegetativa do cafeeiro Conillon. Em meados de 1970 efetuou cruzamentos entre Catimores e Catuaí e Mundo Novo, dando origem, após várias gerações de seleções, às variedades IBC-Palma 1 e 2 e ao material em desenvolvimento, no Procafé, em Varginha, chamado de Mormundo.

Adelso, pai de 4 filhos, se dedica agora à sua Fazenda em Colatina-ES, onde cultiva café Conillon

Adelso junto à sua paixão.

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dados de crescimento observados em anos consecutivos A Fazenda Experimental de Varginha, no Sul de

no cafeeiro, com os níveis de produtividade obtidos, Minas Gerais, do sistema MAPA/PROCAFÉ/Fundação

analisando-se essa combinação e a possibilidade de prever PROCAFÉ, vem acompanhando, no período de 1999-

as safras com base no critério de número de nós produtivos 2003, através da Estação de Avisos, o crescimento de

nos ramos.cafeeiros em variados tipos de lavoura, adensadas e

abertas, com alta, média e baixa carga.

Resultados e conclusõesNo presente trabalho objetivou-se correlacionar os

O Quadro 1 contém, de forma resumida, os dados

do número médio de nós, (máximo acumulado) avaliados

em cada ano (em agosto) e a produtividade média na

Fazenda Experimental de Varginha, de 1999 a 2003.

Verifica-se que um maior número de nós, em

determinado ano, corresponde a uma produtividade mais

elevada no ano seguinte. Não há uma correlação exata,

devido à interferência de outros fatores, como a condição

climática e o nível dos tratos dispensados às lavouras.

Quadro 1 - Crescimento lateral de cafeeiros, em

número de nós nos ramos produtivos e produtividades

na Fazenda Experimental de Varginha-MG, 2003.

PESQUISANDOCRESCIMENTO EM CAFEEIROS, AVALIADO NA FAZENDA E X P E R I M E N TA L D E VA R G I N H A , E C O R R E L A Ç Ã O C O M PRODUTIVIDADE/PRODUÇÃO.

A.W.R.Garcia e J.B.Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFE; L.B. Japiassú - Eng. Agr.FUNPROCAFÉ e R.A.Ferreira - Téc. Agr. MAPA/PROCAFE.

Foi analisado o crescimento, em nós por ramo produtivo, de cafeeiros conduzidos na Fazenda Experimental de Varginha e sua correlação com as safras colhidas no período 1999-2004. Verificou-se que o maior número de nós em um ano resultou em elevação da safra no ano seguinte e vice-versa. Na média obtida observou-se que nos anos de safra baixa cada nó de crescimento resultou em 4,2 sacas/ha no ano seguinte; já nos anos de safra alta, a projeção foi de 3,5 sacas/nó.Outros fatores, como condições climáticas e o nível das tratos também influem nessa projeção de produtividade.

199920002001200220032004

10,46,98,57,96,9-

11,634,920,345,029,526,3 *

AnosProdutividade

(sacas/ha)Número de nós por ramo

(Agosto)

* Previsão

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PESQUISANDOQuanto à condição climática, nos últimos anos A análise efetuada permitiu concluir-se que:

houve registro de balanços hídricos com déficit, chegando a) O número de internódios formados no ano

a 300mm em dez/99; em 2000 atingiu 217mm; em 2001 anterior influencia, diretamente, a safra futura e

atingiu 215mm; em 2002, 251,9mm. Em 2003, até vice- versa.

setembro, o déficit era de 172mm. O prejuízo com a falta b) As condições climáticas, associadas aos tratos

de água sobre a produtividade parece constante. Na média culturais, também contribuem no diferencial de

das 6 safras, a produtividade foi de 27,9 sacas/ha, crescimento e na variação de produtividade de

enquanto que no ensaio de irrigação, as parcelas irrigadas um ano para o outro.

atingiram produtividade de até 56 sacas/ha, com c) A contagem dos internódios, utilizando

acréscimo de até 83% sobre as não irrigadas. amostragens representativas, pode auxiliar na

Com a melhoria dos tratos e renovação por podas previsão de safra futura. Cada nó formado no ano tem-se evitado desfolhas mais graves e, ao mesmo tempo, de baixa safra projeta aproximadamente 4,2 promove-se a recuperação de lavouras mais velhas, o que sacas beneficiadas/ha no ano seguinte, enquanto tem resultado em menor oscilação e aumento gradativo na no de alta a projeção observada foi de produtividade na área da Fazenda Experimental. aproximadamente 3,5 sacas beneficiadas/ha.

EFEITO DA IRRIGAÇÃO POR ASPERSÃO EM CAFEEIROS CULTIVADOS EM VARGINHA -MG.

J. .B. Matiello e A.W.R.Garcia - Eng. Agr. MAPA-PROCAFÉ eN. Fioravante - Téc. Agr. FUNPROCAFÈ.

Foi conduzido um ensaio de irrigação complementar em cafeeiros em Varginha-MG, em lavoura adulta de Catuaí, no espaçamento 3,5 x 1,5m. Foram testados 5 tratamentos, a testemunha (sem irrigação) e 4 níveis de água, sendo 100%, 75%, 50% e 25% do suprimento normal, calculado como 100mm, nos meses de maio e agosto. O suprimento de águia foi feito por aspersão. No período 2001-2003 foram efetuadas 3 colheitas no ensaio, a média indicando que houve respostas significativas, variando de 54 a 83% de acréscimos produtivos nas parcelas irrigadas em relação ao tratamento sem irrigação. O melhor desempenho foi para o tratamento com 75% de irrigação, ou seja, cerca de 80mm de água aplicados em maio e agosto em cada ano. A irrigação influenciou negativamente a maturação dos frutos de café, verificando-se maior percentual de verdes nas parcelas irrigadas.

A região do Sul de Minas Gerais é a principal área setembro de 2003), respectivamente, (Gráficos 1 e 2). Os cafeeira no Brasil e sua condição climática normal não estudos climáticos publicados pelo Instituto Brasileiro do mostra deficiências hídricas prejudiciais ao cafeeiro. Nos Café, contidos nos manuais “Cultura de Café no Brasil”, últimos 4 anos, entretanto, têm sido observadas com embasamento técnico nos trabalhos elaborados pelo deficiências hídricas que tem afetado o vigor e a Dr. Ângelo Paes de Camargo, mostram que déficits produtividade dos cafeeiros, cuja situação pode ser hídricos superiores a 150mm reduzem significativamente avaliada através dos dados climáticos levantados pela a produção do cafeeiro. Embora a irrigação em cafeeiros Estação de Avisos Fitossanitários do MAPA/PROCAFÉ, não seja uma prática tradicional no Sul de Minas Gerais, localizada na Fazenda Experimental de Varginha-MG, que um trabalho sobre efeito da irrigação em cafeeiros em mostraram baixa precipitação durante os meses de maio a formação (Garcia e outros, Anais do 26º CBPC, p. 292), setembro, resultando em déficits hídricos, nos anos de observaram ganhos de mais de 100% na produtividade, 2000 a 2003, de 217,0; 190,0; 251,9 e 172mm (30 de motivando a instalação de um novo experimento em

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PESQUISANDOlavoura adulta.

O objetivo do presente trabalho foi o de avaliar, para as condições de Varginha, a resposta do cafeeiro à irrigação complementar, durante o período de maio a setembro, de modo a simular as condições hídricas observadas em anos de precipitação normal na região.

Deste modo, observadas as condições da região, no mês de maio, ao final do período chuvoso, verificou-se que ocorre, em condições normais, excedentes de aproximadamente 100mm. Com a redução das chuvas, este excedente hídrico fica reduzido até se aproximar de zero no período de julho a setembro, quando então volta a subir com a entrada de outro período chuvoso. A estratégia adotada do estudo foi a de imitar esta situação dos anos normais, suprindo o cafeeiro com uma reserva de aproximadamente 100 mm de água no mês de maio, deixar que a disponibilidade de água seja reduzida até a um máximo de 100mm negativos, o que normalmente ocorre no mês de agosto, e irrigar novamente a fim de assegurar suprimento de água até o início do período chuvoso. Assim, a partir de maio de 2000 foi feita uma irrigação de 100%, 75%, 50% ou 25% da necessidade, conforme os tratamentos discriminados no Quadro 1, com o objetivo de fazer uma reserva de água no solo, para enfrentar o período de seca e em agosto, quando

tratamentos do ensaio constam no Quadro 1.o déficit hídrico chegava próximo a 100mm negativos, era feita uma nova irrigação.

Resultados e ConclusõesFoi usado o sistema de irrigação por aspersão, com Os resultados de produção das 3 primeiras colheitas aspersores Agropolo, modelo NY 30 ER, raio de 10m e

úteis do ensaio estão resumidas no Quadro 2. No Quadro 3 área de abrangência de 314m2. O abastecimento de água estão colocados os dados sobre o estágio de maturação dos foi através de bomba de recalque instalada em uma caixa frutos na colheita de 2003, nos vários tratamentos. Os de 1000 litros, graduada para o controle de vazão. Os gráficos 1 e 2 mostram os registros de chuva e de déficit aspersores, com aproximadamente 3m de altura, foram hídrico no local do ensaio.locados na linha no centro da parcela e fixados na planta

central da parcela. Utilizou-se a cultivar Catuaí Vermelho-Quadro 1 - Época e quantidade de água fornecida no 144, plantada no espaçamento de 3,50 x 1,50m, com um período 2000, 2001, 2002 e 2003 no ensaio de pé por cova. As adubações e os tratos culturais utilizados irrigação do cafeeiro. Varginha-MG, 2003.foram os usuais e idênticos para todos os tratamentos

Verificou-se que todos os tratamentos com estudados. A época e a quantidade de água irrigada nos 5

09

em mm. de água Tratamentos Set/00 Mai/01 Ago/01 Mai/02 Ago/02 Mai/03 Ago/03

1. Sem irrigação - - - - - - - 2. 25% 31 31 15 28 23 25 30 3. 50% 60 62 32 56 46 50 60 4. 75% 98 93 45 84 69 75 90 5. Irrigação Máxima 127 124 60 112 92 100 120

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PESQUISANDO10

Gráfico 2- Balanço Hídrico - Varginha-MG. Média, 2001, 2002 e 2003 Setembro.

Quadro 2 - Produção de café obtida em sacas beneficiadas/ha, em 3 safras (2001-03),com e sem irrigação do cafeeiro. Varginha-MG, 2003.

Quadro 3 - Maturação do café colhido no ensaio de irrigação, em julho de 2003. Varginha-MG, 2003.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA E DO ABASTECIMENTO

DFA/SSV - MG - PROCAFÉ

DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO (mm)

ESTAÇÃO DE AVISOS FITOSSANITÁRIOS - VARGINHA - MG

-300

-200

-100

0

100

200

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dezmm

Média 2001 2002 2003

Gráfico 1- Precipitações mensais na média histórica e nos anos de 2000, 2001, 2002 e 2003 (até setembro).

Precipitações Mensais

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

500

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

Pre

cip

ita

çã

om

m

Precipitações 74/02 Precipitações 00 Precipitações 01

Precipitações 02 Precipitações 03

Tratamentos 2001 2002 2003 Média % 1. Sem irrigação 3,7 68,8 19,0 30,5 100 2. 25% 30,5 55,6 55,5 47,2 154 3. 50% 43,0 59,3 76,7 51,3 168 4. 75% 24,5 102,1 41,8 56,1 183 5. Irrigação Máxima 29,5 75,1 43,9 49,5 162

% dos Frutos

Tratamentos Verdes Cereja Passa + Seco

1 - 40 60 2 14 43 43 3 35 33 32 4 7 43 50 5 12 50 39

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PESQUISANDO

MAIOR VIGOR E RESISTÊNCIA À SECA EM CAFEEIROS SIRIEMA.

J.B.Matiello, S.R.Almeida e M.B.Silva - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ; R.A.Ferreira - Téc.Agr. MAPA/PROCAFE e C.H.S.Carvalho - Eng. Agr. EMBRAPA Café.

No período agrícola 2002/2003 foram observadas novas características no material genético de café denominado Siriema, híbrido em gerações avançadas de C. arabica x C. racemosa, que apresenta resistência múltipla ao bicho-mineiro e à ferrugem. Foi verificado um maior vigor e tolerância à seca após um período de stress hídrico e nutricional. Nessa condição desfavorável, em ensaio em Varjão de Minas, foi verificado, para o material de Siriema, um vigor equivalente a notas 4 e 5, contra 1 a 3 no restante de material de arabica, como linhagens de Catuaí, Acauã e Palma II, esta últimas mais tolerantes que o Catuaí. A presença de maior vigor e resistência no Siriema pode somar vantagens para seu uso, mesmo quando progênies forem susceptíveis ao bicho-mineiro.

O vigor das plantas de café é uma característica genética muito importante, especialmente nas condições da cafeicultura brasileira, cultivada a pleno sol, onde a produtividade das plantas pode ser inteiramente manifestada, levando a planta ao desgaste, e comprometendo a capacidade de recuperação para as safras seguintes.

Nestas condições, o vigor e a resistência à seca são desejáveis, pois plantas que se mantém mais túrgidas e enfolhadas no período da pós-colheita, normalmente seco, são capazes de manter uma maior florada e bom pegamento dos frutos na safra seguinte.

Exemplos de materiais genéticos com bom vigor são os cultivares Mundo Novo e Icatu. A resistência à seca, associada ao vigor, é relatada para o cultivar Conillon de C. canephora.

No presente trabalho são apresentadas observações com Mundo Novo no IAC, selecionadas em Caratinga e de caráter preliminar que mostram essa associação de ali cruzadas com Catimor, para incorporar resistência à vigor e tolerância à seca em um novo material genético ferrugem, porte baixo e produtividade. A geração F2 foi denominado Siriema, híbrido, em gerações avançadas, do selecionada em Varginha, a F3 em Coromandel e a F4 (20 cruzamento entre C. racemosa e C. arábica. progênies) plantada em ensaio em Varjão de Minas e

Durante o ano agrícola 2002/03, foram feitas também em Coromandel, locais onde existe grande avaliações relativas à resistência múltipla, à ferrugem e ao pressão de ataque de bicho-mineiro. Esse material bicho-mineiro, no material Siriema, em ensaio conduzido genético recebeu o nome de Siriema. No mesmo ensaio por técnicos do MAPA/PROCAFÉ, em Varjão de Minas. estão plantadas seleções de Catucaí, Acauã, Palma e Trata-se de uma população oriunda do cruzamento entre linhagens de Catuaí e Acaiá. plantas de Blue Mountain e C. racemosa, retrocruzadas

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irrigação aumentaram a produtividade do cafeeiro, Em condições de anos anormais é possível obter com acréscimos médios de 54 a 83%. A melhor resposta ganhos expressivos de produtividade com a utilização da ocorreu com 75% da irrigação máxima, ou seja, irrigação em cafeeiros na região Sul de Minas Gerais.aproximadamente 80mm de água em maio e agosto. Este A irrigação retardou a floração e a maturação, resultado corrobora os dados da literatura, que indicam prolongando a presença de cafés verdes e cerejas no que o cafeeiro necessita de um período de déficit hídrico cafeeiro. durante sua fase de repouso.

Conclui-se que

Linha de cafeeiros Siriema (direita), ao lado de Catuaí.

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PESQUISANDOcolaboradora, sendo que neste último ano houve redução dos tratos, com adubação em menor nível e a irrigação foi suspensa nos últimos três meses.

Observando-se as plantas, verificou-se que o melhor estado vegetativo do material Siriema não estava relacionado à sua tolerância ao bicho mineiro ou à ferrugem, pois mesmo plantas susceptíveis ao bicho mineiro, existentes dentro deste material, também se apresentavam mais vigorosas e enfolhadas, sendo que o ataque da praga nesse período foi pequeno e as demais variedades do campo, como os Catuaís e outras, foram tratadas contra o bicho mineiro e a ferrugem.

A avaliação de vigor das plantas, por notas de 1 a 5, conferiu ao material de Siriema notas médias de 4 a 5 e o restante dos cultivares do campo receberam notas de 1 a 3, entre estes destacando-se as já conhecidas com maior tolerância à seca, sendo, em ordem: Acauã, Palma I e

Resultados e conclusões Palma II e HK 29/74No período de julho/agosto/2003 foi avaliada a O melhor vigor e tolerância à seca no material de

primeira colheita nesses ensaios, estando as plantas com Siriema deve estar relacionado à sua origem na espécie C. 2,5 anos de idade, obtendo-se, naquelas selecionadas, racemosa, cultivada em regiões secas e quentes da África. tolerantes ao bicho-mineiro e à ferrugem, produções As razões desse comportamento estão sendo analisadas variando de 9 a 16 l de café cereja/planta, mostrando em outro trabalho, com pesquisas relativas ao sistema seleções com bom potencial produtivo. radicular e à atividade das folhas, as quais se apresentam

Em agosto/setembro/03, em vistoria realizada no sempre mais espessas e coriáceas. campo de Varjão de Minas, foi possível observar outra A presença dessas novas características no material característica interessante presente em todas as progênies de Siriema encoraja o programa de sua seleção, que já se oriundas do material Siriema. Os cafeeiros dele derivados encontra bastante avançado. Dá indicações ainda que o se apresentavam bem vegetados, com plantas túrgidas, bom vigor e tolerância à seca do material pode somar enfolhadas e sem seca de ponteiros, mostrando-se vantagens e possibilitar o aproveitamento de progênies bastante destacadas em relação às plantas vizinhas, de mesmo quando susceptíveis ao bicho mineiro.variedades de arábica.

Este campo está situado em uma Fazenda

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SECAGEM DE GRÃOS DE CAFÉ APÓS BENEFICIAMENTO.

J.B.Matiello e A.W.R.Garcia - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ eG.B.Frota Eng. Agr. Bolsista PNP&D/Café.

Foi experimentada a secagem de grãos de café que se encontravam com umidade excessiva, após beneficiados. Foi conduzido um ensaio, em Varginha-MG, com grãos de café arábica que se encontravam com 14,5% de umidade. A secagem foi testada de 2 formas. Em camada fina, de 5cm, sobre lona plástica de ráfia, sobre terreiro (mexendo a cada 2 horas) e dentro dos próprios sacos de aniagem, também sobre terreiro. Acompanhou-se a evolução da umidade para atingir o ponto ideal de seca de 11,5% de umidade. Verificou-se que no terreiro o café atingiu, em camada fina, a umidade ideal com um dia, sendo impraticável a secagem dentro dos sacos. Foi efetuada, por dois classificadores, a prova da secagem e torração, que se mostraram regulares a boas, semelhantes ao do café que completou a seca em côco. Concluiu-se que é possível corrigir erros cometidos em beneficiamento de cafés com umidade excessiva através da secagem adicional dos grãos de café mesmo após beneficiados.

DetalhedasplantasSiriema(enfolhadas)

Detalhedas plantasCatuaí, sentindo osefeitos da seca.

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PESQUISANDO 13

A secagem do café é a operação mais importante no classificadores provadores, que avaliaram a secagem e a pós-colheita, pois ela pode influir, diretamente, na torração do café.qualidade e no preço dos cafés.

A secagem é feita, normalmente, com os frutos de Resultados e conclusõescafé em côco, ou despolpados, levando até 11,5 - 12% de O acompanhamento da secagem mostrou que o café umidade (cafés arábica) e 13% para conillon. Ai, então, o em grão (beneficiado) colocado no terreiro perdeu café está bom para o beneficiamento. Ocorre, algumas umidade rapidamente, e, já no primeiro dia, sua umidade vezes, que produtores beneficiam cafés mais úmidos, com foi baixada de 14,5% para 11,5%, ai, então, foi recolhido. 14-15% e estes cafés são depreciados no mercado. No tratamento com os sacos postos a secar não foi

Na presente nota relata-se experimento realizado possível, em tempo, secar os grãos.visando corrigir o problema de grãos beneficiados com O resultado da prova de seca e torração, umidade superior ao desejado. comparando a amostra onde a seca foi completada após o

Na Fazenda Experimental do MAPA / beneficiamento, em relação à mesma amostra que não foi FUNPROCAFÉ, em Varginha-MG., retirou-se uma secada e, ainda em relação à amostra que completou a seca amostra de café em côco, no terreiro, que estava com normal em côco, mostrou que a amostra beneficiada teve 14,5% de umidade. Esta amostra, de 6 sacas, foi uma seca considerada regular e torração boa, à beneficiada. Em seguida foram montados dois sistemas semelhança da amostra que foi seca até 11,5% em côco.para secar o café beneficiado, sendo: Os resultados obtidos mostram, de forma

a) despejando os grãos beneficiados, em camada preliminar, que é possível corrigir, no curto prazo, as fina (5 cm), sobre um pano de colheita, (ráfia plástica), falhas praticadas na secagem, mesmo após o sobre o terreiro de cimento, mexendo a cada duas horas. beneficiamento dos grãos, o que viabiliza a

b) colocando o café para secar dentro dos próprios comercialização dos cafés.sacos de aniagem, sobre o terreiro. Pode ser que esses cafés venham apresentar

Acompanhou-se a evolução da umidade do café nos maiores problemas a médio prazo, como branqueamento, grãos, levando, todos os dias, para determinação de no armazenamento. Este aspecto será objeto de novos umidade no laboratório. As amostras de café, após o estudos.término da secagem, foram examinadas por dois

EFEITO DO DESBASTE NA LINHA DE CAFEEIROS NAS CONDIÇÕES DE CAFEZAL IRRIGADO POR PIVÔ CENTRAL NO OESTE DA BAHIA.

R.Santinato - Eng. Agr MAPA/Procafé; J. E.Santo Eng. Agr. Agronol, A. L.T. Fernandes -Eng. Agr. Universidade de Uberaba; M. Alvarenga, E. Figueiredo e W.V. Moreira -Téc. Agr. AIBA.

Foi conduzido um ensaio, no Campo Experimental João Barata, na Agronol, em Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia, objetivando testar o desbaste de lavoura Catuaí irrigada no espaçamento de 4 x 0,5m, com tratamentos transformando as distâncias na linha para 1m, 1,5m e 2m. Esse desbaste foi efetuado após a 4ª safra na lavoura. Foi avaliada a produção na 1ª safra após o desbaste, verificando-se perdas de 60 a 75 sacas/ha em relação ao tratamento que foi mantido original 4x0,5m. A redução de produtividade esteve relacionada tanto à diminuição do stand de plantas como ao tombamento de cafeeiros observado onde houve desbaste que foi menor no tratamento onde ficaram 2 plantas juntas a cada 2m. O trabalho concluiu que não se deve desbastar cafeeiros, abrindo distâncias na linha, para as condições da cafeicultura do Oeste Baiano.

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Trabalhos anteriores dos autores mostraram que em espaço original (0,5m) constam do quadro 1. Verificou-se, lavoura irrigada nas condições do Oeste da Bahia, o de forma significativa, que a eliminação de plantas desbaste 1:1, 1:2 e 1:4, transformando o espaçamento efetuada reduziu a produtividade do ano seguinte, com 0,5m original, entre plantas, para 1,0; 1,5 e 2,0m foram perdas de 60-75 sacas/ha.prejudiciais com redução significativa da produtividade Essas perdas estão relacionadas tanto à redução do quando o desbaste foi realizado após as 1a, 2a ou 3a safras. stand/ha como ao tombamento que ocorre após a abertura

Dando prosseguimento a estes trabalhos, no das distâncias na linha. Com 2m e 2 plantas juntas houve presente são apresentados dados da transformação de menor perda, pois elas ficaram escoradas. 0,5m para 1m; 1,5m e 2 m entre plantas após a 4a safra. Conclui-se que o desbaste de plantas, no sistema Com 2 metros ficaram 2 plantas próximas como se fosse 2 renque (0,5m), não deve ser feito mesmo após a 4ª safra na plantas por cova. lavoura de café nas condições do Oeste da Bahia.

O ensaio está instalado no Campo Experimental João Barata, Fazenda Agronol, em Luís Eduardo Quadro 1 - Efeito do desbaste da linha do cafeeiro Magalhães BA, com o cultivar Catuaí Vermelho IAC 144, após a 4a safra, nas condições do Oeste da Bahia. espaçamento 4,0m x 0,5m. L.E.Magalhães, 2003.

Os tratamentos foram efetuados após a 4a safra em 2002, utilizando-se do delineamento experimental em blocos ao acaso, com 4 repetições e parcelas de 36m, sendo considerados úteis os 10m centrais das linhas de cafeeiros.

Resultados e conclusõesOs resultados da primeira safra após o desbaste de

cafeeiros na linha, abrindo a distância de 0,5m entre plantas para 1m, 1,5m ou 2m, em comparação com o

O sistema de plantio de café adensado é o mais problemas, ao longo dos anos, com o fechamento das adequado para a cafeicultura de montanha, onde a plantas, dificultando os tratos e a colheita.mecanização não pode ser praticada. O adensamento Nas lavouras em fechamento a produção vai, resulta em altas produtividades por área, porém leva a gradativamente, ficando restrita aos ponteiros. Em

Tratamentos Produtividade (sc.beneficiadas/ha)

95,5 a 25,8 b 19,3 b

30,9 b

1) 4,0 x 0,5 m 2) 4,0 x 0,5 m ð 4,0 x 1,0 m 3) 4,0 x 0,5 m ð 4,0 x 1,5 m 4) 4,0 x 0,5 m ð 4,0 x 2,0 m

C.V.% 20,14

MANEJO DE PODAS EM CAFEZAL ADENSADO (2 x 1m) NA ZONA DA MATA DE MINAS.

J.B.Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ, A.S.Amaral e S. Mendonça - Eng. Agr. eS.L.Filho e A. Louback - Tec. Agr. CEPEC-Heringer.

Foi estudada a condução de hastes após a recepa em cafezal adensado no espaçamento 2 x 1m, em Manhuaçu, na Zona da Mata de Minas Gerais.A poda foi efetuada após a 12ª safra, sendo conduzidos 4 tratamentos: com uma, duas e quatro hastes por planta e um adicional com arranquio e substituição da lavoura por uma nova, esta no espaçamento 1,8 x 0,75m.Após 4 safras computadas, uma catação e 3 produções normais, avaliadas de 2000 a 2003, verificou-se que a produção acumulada foi superior no tratamento com 2 hastes por planta. Com 4 hastes já ocorreu problemas de fechamento. A substituição não resultou favorável no curto prazo, representando 40% a menos na acumulada em relação ao tratamento com 2 hastes/planta na lavoura podada.

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PESQUISANDO

Enxerto por borbulhia em cafeeiro jovem.

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trabalho anterior os autores (Barros et alli, Anais Resultados e conclusões26º CBPC, p.53-54, 2000), mostraram que é possível No quadro 1 estão colocados os dados das conduzir o cafezal 2 x 1m a prazo mais longo (14 safras), produções (catação e 1ª, 2ª e 3ªsafras) obtidas de 2000 a totalmente fechado. 2003. Verifica-se que, na condução da brotação, houve

Em 1998 (setembro), após a colheita da 12ª safra, melhor retorno produtivo, no curto prazo, para 2 foram introduzidos novos tratamentos, de poda por hastes/planta, nos cafeeiros podados. A condução com recepa, em parte da área até então sem poda, visando apenas 1 haste ou com número excessivo delas (4 hastes) estudar a condução da brotação. O ensaio constou de comportou-se de forma inferior. A substituição da área parcelas com área de 100 m2 cada, onde foi feita a recepa com novo plantio (trat. 4), em espaçamento mais baixa (40 cm) e conduzidos de 1 a 4 brotos por planta. Um adensado, apesar de não alcançar, ainda, a mesma tratamento constou do arranquio e novo plantio capacidade produtiva das brotações dos cafeeiros (dezembro/98), agora no espaçamento de 1,8 x 0,75m. O recepados, pode melhorar seu desempenho a médio prazo.trabalho encontra-se instalado nas Fazendas Heringer, em Manhuaçu - MG. Em 2002 foram publicados os dados das Quadro 1 - Produções iniciais, a 1,5 ano, 2,5 anos, 3,5 duas primeiras colheitas significativas pós recepa e 4,5 anos pós recepa, em cafeeiros 2 x 1m conduzidos (Matiello et alli Anais 28º CBPC, p. 7-8). No presente sob diferentes números de brotos/planta.trabalho apresenta-se a evolução no ensaio até a 3ª safra. Manhuaçu - MG - 2003.

Produção (scs/ha) Tratamentos

2000 2001 2002 2003 Acumulada 4 anos 1 haste/planta 2 hastes/planta 4 hastes/planta Substituição

2,0 7,0 10,0

0

36,3 b 56,4 a 46,3 ab 12,4 c

80,5 ab 90,6 a

73,0 bc 80,0 ab

41,9 b 56,9 a 22,6 c 56,9 a

160,7 210,9 186,2 115,0

Os resultados obtidos e as observações de campo significativamente a produtividade. No caso de 4 permitiram concluir que: no curto prazo (até a 3ª safra) foi brotos/planta os problemas de fechamento já estão sendo vantajoso o aproveitamento da brotação pós-poda na maiores. A continuidade, por mais duas safras, fornecerá condução dos cafeeiros (espaçamento 2 x 1m) recepados, resultados conclusivos sobre o manejo adequado a médio sendo o melhor manejo com 2 brotos/tronco. A condução prazo e vantagens ou não da substituição (tratamento 4).com menos ou mais brotos /p lanta reduziu

Condução de 1 haste/planta 2 hastes/planta (melhor tratamento).

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PESQUISANDO

O conhecimento da distribuição do sistema as raízes expostas com jatos de água com o auxílio de radicular do cafeeiro é de grande importância para auxiliar um pulverizador acoplado a um trator. Em todas as na tomada de decisão de várias práticas culturais. Embora lavouras foram coletadas amostras de solo, a cada 15 diversos trabalhos já tenham sido feitos para estudar o cm, até a profundidade de 180cm, para análise de assunto, pouco se conhece sobre a distribuição das raízes fertilidade.de café na região do Sul de Minas, a qual responde por aproximadamente 30% da produção de café do Brasil. Resultados e discussãoEste trabalho procurou estudar a distribuição do sistema radicular do cafeeiro em latossolo vermelho amarelo, na Localização das raízes em relação à saia do cafeeiroregião de Varginha, sul de Minas Gerais. Nas três lavouras estudadas a grande maioria das

Três lavouras foram estudadas: raízes encontrava-se debaixo da saia dos cafeeiros. Na a) Lavoura de Catuaí com 2 anos de idade e lavoura de 2,0 anos de idade, 100% das raízes encontrava-

espaçamentos de 3,5 x 0,25m e 3,5 x 0,75m; se debaixo da projeção da copa dos cafeeiros, próximas b) Lavoura de Catuaí, com 4,0 anos de idade, aos troncos. Nos cafeeiros de 4 anos, mais de 90% das

espaçamento de 3,8 x 0,8m, e 0,75m de saia. Nesta raízes finas encontravam-se sob a saia e, na lavoura adulta, lavoura foram coletadas amostras de raízes entre 30 e de 11 anos de idade, a maior parte das raízes também 45cm do tronco do cafeeiro, e do lado de dentro e do encontrava-se debaixo da saia dos cafeeiros, em forma de lado de fora da projeção da extremidade da saia um manto contínuo formado pelo entrelaçamento das (“pingadeira”), a cada 15 cm, até uma profundidade raízes. Nesta lavoura, embora algumas raízes laterais de 1,60m, com o auxílio de um cilindro de aço de pudessem ser observadas fora da saia, em profundidades 2.650 cm3. Estas amostras foram utilizadas para de até 2m, estimou-se que mais de 85% das raízes quantificação do peso da matéria seca das raízes finas encontrava-se debaixo da saia. Estes resultados são (raízes com diâmetro inferior a 1mm). semelhantes ao de outros trabalhos publicados na

c) Lavoura de Catuaí de 11 anos de idade, espaçamento literatura em diferentes regiões cafeeiras. A maior de 4,0 x 1,0m. Nestas lavouras foram feitas trincheiras concentração de raízes sob a saia do cafeeiro deve-se ao de 2m de profundidade por 2 a 4m de comprimento e fato de que as raízes crescem mais onde as condições de

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DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA RADICULAR DE CAFEEIROS CULTIVADOS EM LATOSSOLO VERMELHO AMARELO NA REGIÃO DO SUL DE MINAS.

C.H.S.Carvalho - Eng. Agr. Embrapa/Café; G.B.Frota - Eng. Agr. Bolsista PNP&D/Café;T.Souza - Téc. Agr. FUNPROCAFÉ; R.A.Ferreira - Téc. Agr. MAPA/PROCAFÉ.

Foi analisada a distribuição do sistema radicular de cafeeiros e a condição da fertilidade do solo em 3 lavouras cafeeiras na Fazenda Experimental de Varginha, em solo latossolo vermelho amarelo, com a cultivar Catuaí com 2, 4 e 11 anos de idade. Foram tomadas amostras através de trados e com a abertura de trincheiras, sendo quantificadas a presença de raízes finas e o teor de potássio ao longo do perfil do solo. Tomou-se um solo ainda não cultivado como comparativo para os teores nutricionais. Verificou-se que a maior parte (até 85%) das raízes se encontravam até a projeção e sob a saia dos cafeeiros. Quanto a profundidade, observou-se significativa quantidade de raízes finas até 1m de profundidade e, mesmo, muitas raízes chegando a mais de 1,8m. A distribuição das raízes em profundidade variou com a idade das plantas, evidenciando que o cafeeiro é capaz de explorar camadas mais profundas de solo, buscando água e nutrientes. Quanto à fertilidade do solo, verificou-se que os teores de Ca, Mg e, especialmente, de K eram mais altos nas camadas mais profundas quando comparados ao mesmo solo sem cultivo. Conclui-se que a adubação deve ser feita sob a saia do cafeeiro e que a análise de solo efetuada de 0-20cm, subestima a disponibilidade de nutrientes para o cafeeiro, já que ele explora camadas profundas.

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profundas do solo em busca de água e nutrientes. umidade, fertilidade de solo e aeração, são mais Analisados em conjunto, estes resultados sugerem propícias ao crescimento.

que cafeeiros cultivados em latossolo vermelho amarelo, Distribuição das raízes no perfil do solo de boa estrutura e profundos, apresentam raízes mais

profundas e com melhor distribuição no perfil que Nos cafeeiros de 2 anos, a profundidade máxima do cafeeiros cultivados em outras regiões cafeeiras, como sistema radicular dos cafeeiros era de, aproximadamente, por exemplo, em algumas regiões da Zona da Mata de 2,0m. Na lavoura de 4,0 anos a distribuição das raízes no Minas. perfil do solo variou de planta para planta. Por exemplo, a

Além das características físicas favoráveis, o planta 02 (Figura 1) apresentou maior quantidade de aumento da fertilidade do solo parece ter contribuído ao raízes absorventes nos primeiros 60 cm de profundidade, aprofundamento das raízes. Em todas as trincheiras decrescendo nas camadas mais profundas. Por outro lado, estudadas, os teores de Ca, Mg, e especialmente do K, a planta 01 (Figura 1) apresentou distribuição mais eram mais altos nas camadas mais profundas que os teores uniforme nos primeiros 100cm de profundidade, encontrados em solo não cultivado. Os teores de K decrescendo nas camadas inferiores. As outras plantas da podiam ser considerados satisfatórios em camadas trincheira apresentavam também boa distribuição de relativamente profundas, as quais não são usualmente raízes a até 60 cm de profundidade, mas com algumas consideradas para recomendação de adubação. Por raízes penetrando a mais de 180cm de profundidade e com exemplo, nas lavouras de 2 e de 4 anos de idade, os teores grande volume de raízes finas. de K a 60cm de profundidade eram próximos a 60 Nos cafeeiros adultos, de 11 anos observou-se mg/dm3, nível considerado médio, bem acima dos teores presença de raízes em todo o perfil do solo. Na camada de próximos a 30 mg/dm3 de solos áreas virgens (Figura 1). 0-20cm de profundidade, as raízes formavam uma malha Na lavoura de 11 anos, o teor de potássio permanecia densa, com grande número de raízes laterais com diâmetro acima de 60 mg/dm3 mesmo a 90cm de profundidade. É variando entre 2 e 5mm, e também grande número de importante ressaltar que nenhuma das lavouras estudas foi raízes finas, com diâmetro inferior a 1mm. Entre 20 e adubada com gesso. 80cm de profundidade, observou-se grande número de

A única fonte de gesso foi a do superfosfato simples raízes com diâmetro entre 1 e 3mm, dando suporte a raízes usado para adição de P. É possível que o K e outros mais finas. Nas camadas inferiores a 80cm, a cátions tenham sido carreados para camadas mais concentração de raízes decrescia com o aumento da profundas ligados ao Cl, proveniente do KCl. profundidade. Várias raízes penetravam no piso da

Estes resultados permitem sugerir algumas trincheira indicando que o sistema radicular era mais recomendações de ordem prática:profundo que 2m. Foi interessante notar a presença de

A adubação deve ser feita sob a saia do cafeeiro, raízes finas em todo a extensão da trincheira indicando a pois aí se localizam mais de 90% das raízes.capacidade do cafeeiro de explorar camadas mais

Distribuição das raízes de cafeeiros (aos 2 e 11 anos de idade) ao longo do perfil do solo.

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A análise do solo realizada somente na camada de disponíveis para o cafeeiro, porque este explora camadas 0-20cm de profundidade, subestima o total de nutrientes bem mais profundas.

NOVO SISTEMA DE ENXERTIA, POR ENCOSTIA, EM MUDAS DE CAFÉ E POTENCIAL DE USO NA MELHORIA DO DESENVOLVIMENTO DAS PLANTAS.

J.B. Matiello - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ e A.S. Amaral - Eng. Agr. e A.S. Louback eS.L. Filho - Tecs. Agrs. CEPEC - Heringer e U.V. Barros - Eng. Agr. e C.M.Barbosa -Tec. Agr.

Foi desenvolvido um novo sistema de enxertia em mudas de café, através da encostia direta em 2 mudinhas plantadas na mesma sacola. O trabalho foi feito no CEPEC, em Martins Soares-MG, em 2001-2002. Foi testada a técnica em mudas a partir de orelha-de-onça e verificou-se que o melhor estágio foi entre o 1º e o 2º par de folhas definitivas, quando o caule das mudinhas já é flexível e lenhoso. Foi estudado o período necessário para “desmame” do enxerto, ou seja, para o corte da parte aérea do cavalo e da parte baixa do cavaleiro, após a encostia. Verificou-se que o pegamento foi bom após 20-30 dias para o “desmame”. A condução das mudas enxertadas foi feita em 3 condições: a) Uma parte aérea e uma raiz; b) Duas partes aéreas e uma raiz; e c) Uma parte aérea e 2 raízes.Após 7 meses de plantio, em vasos, arrancou-se as plantas para avaliar o seu crescimento, aéreo e radicular. Verificou-se que o crescimento das mudas enxertadas foi normal, com ligeira superioridade daquelas com 2 sistemas radiculares. Concluiu-se que a técnica de encostia é simples, barata e não exige ambiente especial. Com a manutenção do sistema radicular não houve stress pós-corte e as combinações da parte aérea com 1 a 2 sistemas radiculares pode agregar vantagens às mudas enxertadas por encostia.

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Planta 1

Figura 1. Distribuição percentualdas raízes finas em função

da profundidade do solo emcafeeiros de 4 anos de idade.

Profundidade (cm)

0

50

100

150

200

250

300

0-15 15-

30

30-

45

45-

60

60-

75

75-

90

90-

105

105-

120

120-

135

135-

150

K(m

g/d

m3

)

Área Virgem

2 anos

4 anos

11 anos

Figura 2. Teores de K no solo emfunção da idade da lavoura de café

e em área virgem,em diferentes profundidades.

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A enxertia em mudas de café é uma prática indicada para reduzir problemas com nematóides no cafezal, através da combinação de um porta enxerto (raiz) tolerante à praga ao enxerto (parte aérea) de uma variedade com boas características produtivas.

O sistema de enxertia que vem sendo utilizado, em larga escala, é a hipocotiledonar, onde são utilizadas mudinhas no estágio palito-de-fósforo ou orelha-de-onça e a enxertia é feita por garfagem em fenda. Esse sistema exige operador treinado, e cuidados especiais (câmara úmida) para controle de umidade, que deve ser mantida alta

ainda em orelha-de-onça as mudinhas ficam quebradiças e no 1º mês, para evitar morte das dificultam a encostia. O melhor estágio, para facilitar a mudas. Uma pessoa consegue efetuar somente cerca de operação, foi entre o 1º e o 2º par de folhas, as mudinhas, 200 enxertos por dia e muitas vezes ocorrem problemas de nesse estágio, estando ainda tenras, porém flexíveis (já pegamento.lenhosas).Com o objetivo de tornar mais fácil e econômica a

Observou-se que a área de encostia não deve ficar prática da enxertia em mudas de café, desenvolveu-se um muito próxima ao chão, pois o porta enxerto tende a emitir sistema de enxertia, com trabalhos efetuados no ciclo raízes em sua parte baixa.agrícola 2001-2002, no Centro de Pesquisas de Café

Dominada a técnica da encostia a fase seguinte foi a ( C E P E C ) E l o y H e r i n g e r ( C o n v ê n i o testagem do período necessário para permanência das MAPA/PROCAFÉ/Grupo Heringer) em Martins Soares-mudas juntas, a partir do qual efetuava-se o corte inverso, MG.cortando a parte abaixo da encostia da muda que servia O sistema constou do semeio de 2 sementes (do como cavaleiro e da parte acima do porta-enxerto. Foram cavalo e cavaleiro) por sacolinha e quando as 2 mudinhas testados 4 períodos, variando de 5 dias. Os resultados se encontravam crescidas efetuou-se o corte, cerca de constam do quadro 1.1,5cm, lateralmente, em cada uma, nas quais era feito a

encostia das partes cortadas e realizado o amarrio com fita Quadro 1 - Percentagem de pegamento de enxertos própria de enxertia.por encostia em mudas de café variando o período de Os testes de enxertia foram efetuados em mudas no corte das mudas pós enxerto. Martins Soares-MG, estágio inicial, a partir do estágio de orelha-de-onça, até o 2002.estágio de 2º - 3º par de folhas, verificando-se que quando

PESQUISANDO 19

Período de corte das mudas pós enxertia (em dias)

% de pegamento

5 0 10 7,6 20 85,0 25 100,0

Verificou-se que a partir de 20-30 dias pós-enxertia já foi Um lote de mudas enxertadas foi mantido até o 6possível efetuar o corte das mudas, sem perdas Par de folhas em viveiro e depois plantado no significativas, indicando-se, na prática, adotar 1 mês campo, para avaliação do desenvolvimento inicial das como prazo adequado, quando se obtém 100% de plantas, verificando-se seu crescimento normal com pegamento. perfeita junção do tronco do cavalo e do cavaleiro, sem

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PESQUISANDO20

quaisquer lesões ou quebras de mudas.

Com a facilidade encontrada na técnica da enxertia por encostia foi possível realizar testes com a produção de vários tipos de mudas ou combinações, sendo:a) Mudas enxertadas normais, com corte inverso,

deixando 1 parte aérea e 1 radicular;b) Mudas com 1 sistema radicular e 2 partes aéreas;c) Mudas com 1 parte aérea e 2 sistemas radiculares;d) Mudas com 2 partes aéreas e 2 sistemas radiculares.

Esses tipos de mudas foram plantadas no campo e em vaso na estufa. Aos 7 meses pós-plantio avaliou-se o crescimento das mudas nos vasos, após arranquio analisou-se, também, o sistema radicular. Os resultados obtidos nas avaliações dessas mudas enxertadas constam do quadro 2.

Quadro 2 - Parâmetros de crescimento da parte aérea e do sistema radicular em mudas de café enxertadas, aos 7 meses pós-plantio em vasos. Martins Soares-MG, 2002.

Tipos de mudas Altura (cm)

Diâmetro do caule

Peso verde total (g/muda)

Peso verde raízes (g/muda)

1. 1 parte aérea / 1 raiz 36,0 5 73,6 25,9 2. 2 partes aéreas / 1 raiz 31,9 4,7 67,3 22,7 3. 1 parte aérea / 2 raiz 42,0 4,7 80,3 23,5

café, não exigindo cuidados ou ambiente especial;Verifica-se que o crescimento das mudas b) A manutenção do sistema radicular suprindo as mudas

enxertadas foi normal, com ligeira superioridade das durante o processo de enxertia condiciona o mudas com 2 sistemas radiculares e uma só parte aérea. crescimento normal das mudas, sem o “stress” e o Esse melhor desempenho pode estar ligado ao menor retardamento que ocorre no sistema de garfagem “stress” das mudas sem a descontinuidade do fluxo da usual;seiva nesse tipo de muda. A observação do sistema c) As facilidades que a técnica de enxertia de mudas radicular obtido das mudas em vasos mostra que o peso oferece abre grande potencial para explorar das raízes foi semelhante nas mudas que tiveram o melhor combinações de partes aéreas e sistemas radiculares desenvolvimento aéreo. Efetuando-se a separação das adequados, não só para tolerância a pragas do solo, raízes das 2 mudas que foram encostadas observou-se que mas, também, para agregar vantagens no volume e o sistema radicular da muda que não sofreu corte superior distribuição do sistema radicular, na absorção manteve-se maior que aquele onde a planta recebeu corte diferencial de nutrientes, etc.na parte aérea.

Os resultados e as observações nos testes efetuados Os trabalhos de pesquisa estão em andamento para permitiram concluir que: avaliar novas opções de uso da encostia visando melhorar a) A encostia constitui um sistema simples, eficiente e de o desempenho vegetativo e produtivo do cafeeiro no

baixo custo para a produção de mudas enxertadas de campo.

Muda de café, em ponto de plantio, obtida por enxertia de encostia. (CEPEC)

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PESQUISANDO 21

DESEMPENHO OPERACIONAL DA DERRIÇA MECANIZADA DO CAFÉ COM A DERRIÇADORA LATERAL VERSÁTII.

F. M. Silva - Prof. Dr. Depto Engenharia/UFLA., R. Wellington - Depto TécnicoTECPLUS; E. Olieira e R. C. Silva - Acadêmicos de Eng. Agrícola/UFLA.

Este trabalho foi desenvolvido no município de Nepomuceno - MG, na safra de 2003 em lavoura plantada com espaçamento de 3,0 x 1,0 metros e 2,7 metros de altura. Os ensaios foram realizados com três repetições, em parcelas contendo 5 plantas em linha. Os tratamentos constaram da interação das seguintes variáveis: estágio de maturação, freqüência de vibração e velocidade operacional, para os períodos de começo, meio e fim de colheita. Foi utilizada a derriçadora lateral modelos Dragão VERSATI, acoplada e tracionada por um trator Valmet 785. O período intermediário de colheita, com 10 a 15% de verdes, mostrou-se mais adequado para a colheita, com eficiência de derriça de 80,3%, na velocidade de 576 m/h., vibrações de 1000 e 1100 ciclos/min, e desfolha máxima de 437 g/planta, 31,7% menor que a desfolha na derriça manual.

Desde 1996 a colheita mecanizada do café vem parcelas contendo 5 plantas em linha. Os tratamentos apresentando expressivo crescimento na região do Sul de constaram da interação das seguintes variáveis: estágio de Minas Gerais, sendo uma região em que a derriça maturação, freqüência de vibração e velocidade mecanizada sobre o chão ou panos é bastante emprega, operacional. O período de colheita foi definido em função principalmente entre os pequenos e médios produtores. do índice de maturação, considerado-se de 20 a 25% de Segundo Silva et al (1998), a colheita do café com verdes para o início de colheita, 10 a 15% de verdes para o colhedoras na região, apresenta boas condições de meio de colheita e menos que 5% para fim de colheita.expansão, superando as primeiras expectativas, devido à Foi utilizada a derriçadora lateral modelos Dragão necessidade dos produtores de fazerem uma colheita rápida Versati, acoplada e tracionada por um trator Valmet 785, com menor custo operacional e com café de melhor com tração dianteira auxiliar e redutor de velocidade. As qualidade final. Kashima (1990) já considerava a velocidades operacionais foram definidas para a 1a, 2a e 3a possibilidade de mecanização da colheita como a grande marchas, superreduzidas, com o motor em 1700 rpm, saída para o país continuar com a liderança mundial de café, equivalendo respectivamente a 576, 947 e 2057 m/h. A através da competitividade nos custos e na qualidade do derriçadora de acionamento hidráulico e mecânico, através produto. da TDP do trator, opera lateralmente à linha dos cafeeiros,

O ponto limitante da colheita de café com a derriça tendo um cilindro derriçador com 3,10 metros de altura, no chão, constava da dificuldade e custo das operações de contendo 42 anéis com 16 varetas de 55cm, que vibram com varrição e levantamento, limitações que foram superadas amplitude de 50 a 58 mm e freqüência variada, sendo que com o surgimento das máquinas enleiradoras e nos ensaios foram empregados de 800 a 1100 recolhedoras, que tornaram mais viável o uso das ciclos/minuto. As avaliações foram feitas, passando a derriçadoras laterais tracionadas. Neste contexto, este derriçadora nos dois lados da linha dos cafeeiros de cada trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho parcela, no sentido de ida e volta, determinando-se para operacional da derriça mecanizada do café, utilizando a cada parcela, a carga pendente média, o volume de café derriçadora lateral modelo Dragão Versati, com diferentes derriçado, a porcentagem de verde, cereja, passa ou seco e a velocidades e vibrações operacionais, em três diferentes desfolha. O café derriçado sob panos foi medido em litros e épocas: começo meio e fim de safra, comparativamente a desfolha em peso de folhas e ramos.com a derriça manual.

ResultadosMaterial e Métodos A Tabela 1 mostra os resultados do desempenho

Este trabalho foi desenvolvido no município de operacional da derriçadora com diferentes velocidades e Nepomuceno - MG, na Fazenda Morro Alto em lavoura de vibrações operacionais, para as distintas épocas de colheita. variedade Acaiá de 6 anos, plantada com espaçamento de Como se observa o início de colheita ocorreu em 1/7/03, 3,0 x 1,0 metros, com população média de 3333 pl/ha e 2,7 com carga pendente média dos cafeeiros de 7,85 metros de altura. litros/planta, com 24,3% de verdes.

Os ensaios foram realizados com três repetições, em

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PESQUISANDO22

Tabela 1. Desempenho operacional da derriça mecânica. O período final de colheita foi em 19/8/03, com carga pendente média de 6,35 l/planta, com apenas 1,3% de verdes, condição em que para a vibração de 900 ciclos/min., a eficiência de derriça variou de 81,9 a 69,3% respectivamente para as velocidades de 576 a 2057m/h., para a vibração de 1000 ciclos/min., a eficiência de derriça variou de 83,5 a 63,0%, para as mesmas variações de velocidade. Sendo que a maior eficiência de derriça ocorreu para o tratamento T24 de 83,5%, obtida para a velocidade de 576 m/h. e vibração de 1000 ciclos/min.

Em todos os períodos de colheita observa-se uma relação direta entre a desfolha e o nível de vibração e inversa com a velocidade operacional, destacando que em todas as situações avaliadas, a desfolha causada pela derriçadora foi pelo menos 13,6% menor que a desfolha na derriça manual.

Os resultados também mostram que quanto menor o índice de verdes maior é a eficiência de derriça, devendo-se observar que para o período de fim de colheita, a queda de frutos no chão antes da operação de derriça, chegou a 0,25 l/planta.

Nesta condição, mantendo-se a vibração em 800 Conclusõesciclos/min., a eficiência de derriça variou de 53,5 a 44,6%, Os resultados obtidos levam a concluir que no início respectivamente para as velocidades de 576 a 2057 m/h., de colheita, com 20 a 25% de verdes, a maior eficiência de para a vibração de 900 ciclos/min., a eficiência de derriça derriça foi de 59,8% da carga pendente, com velocidade variou de 58,6 a 45,8%, dentro das mesmas variações de operacional de 576 m/h, vibração de 1000 ciclos/min e velocidades e para a vibração de 1000 ciclos/min., a desfolha 56,6% menor que na derriça manual.eficiência de derriça variou de 59,8 a 47,1%. Para a O período intermediário de colheita, com 10 a 15% condição de início de colheita, o tratamento T7 apresentou de verdes, mostrou-se mais adequado para a colheita, com maior eficiência de derriça de 59,8%, obtida com eficiência de derriça de 80,3%, na velocidade de 576 m/h., velocidade operacional de 576 m/h. e vibração de 1000 vibrações de 1000 e 1100 ciclos/min, e desfolha máxima de ciclos/min, com desfolha de 365 g/planta, ou seja 56,6% 437 g/planta, 31,7% menor que a desfolha na derriça menor que a desfolha na derriça manual, em média de 840 manual.g/planta. Para o período final de colheita com menos de 5% de

Para o período considerado de início de colheita, não verdes, obteve-se a maior eficiência de derriça 83.5%, se utilizou vibrações maiores que 1000 ciclos/min., no porém deve ser considerado o volume de frutos caído no sentido de evitar a colheita de maior porcentagem de chão que chegou a 0,25 litros/planta, ou seja, 3,9% da carga verdes. Sendo que no tratamento T7 a porcentagem de pendente.cereja colhido foi de 51%. De modo geral a maior eficiência de colheita ocorreu

O período intermediário de colheita ocorreu em com velocidade operacional de 576 metros/hora e vibração 22/7/03, com carga pendente média de 6,6 l/planta, com de 1000 ciclos/minuto, sendo que a desfolha máxima 13,0% de verdes, condição em que para a vibração de 900 causada pela derriçadora lateral, foi 13,6% menor que a ciclos/min., a eficiência de derriça variou de 78,8 a 53,0%, desfolha na derriça manual.para as velocidades de 576 a 2057 m/h.; para a vibração de 1000 ciclos/min., a eficiência de derriça variou de 80,3 a Referências Bibliográficas68,2%, para a mesma variação de velocidades e para a KASHIMA, T. A colheita mecanizada do café: Produtos, desempenho, e

custos. In. CICLO DE ESTUDOS SOBRE MECANIZAÇÃO vibração de 1100 ciclos/min., a eficiência de derriça variou AGRÍCOLA, 4 Fundação CARGILL, Campinas, 1990.de 80,3 a 72,7%. Sendo que a maior eficiência de derriça

ocorreu nos tratamentos T14 e T17 com 80,3%, obtida na SILVA, F. M., SALVAROR, N., RODRIGUES, R. F. e ABREU, E.M.

velocidade de 576 m/h. em vibrações de 1000 e 1100 Desempenho operacional da colhedoras automotrizes de café na região ciclos/min., com desfolha de 437 g/planta, na vibração de do sul de Minas. In CONGRESSO BRASILEIRO DE PESQUISAS

CAFEEIRA 24, Poços de Caldas-MG, SDR/PROCAFE/PNFC, 1998. 1100 ciclos/min., ou seja 31,7% menor que a desfolha na p.223-34.derriça manual que foi de 640 g/planta.

Tratam. Velocid. m/hora

Vibração cicl/min.

Café colhido l/pl %

Maturação % V C P/S

Desfolha g/planta

Colheita em 1/7/03, carga pendente média de 7,85 l/pl. e 24,3% de verdes. T1 576 800 4,2 53,5 9 39 52 350 T2 947 800 4,0 51,0 4 45 44 294 T3 2057 800 3,5 44,6 5 29 66 258 T4 576 900 4,6 58,6 14 37 49 370 T5 947 900 4,2 53,5 16 26 58 332 T6 2057 900 3,6 45,8 8 37 55 270 T7 576 1000 4,7 59,8 17 51 32 365 T8 947 1000 4,6 58,6 13 40 47 335 T9 2057 1000 3,7 47,1 13 45 42 312

T10 Manual - 7,8 100,0 24 59 17 840 Colheita em 22/7/03, carga pendente média de 6,60 l/pl. e 13,0% de verdes.

T11 576 900 5,2 78,8 3 21 76 375 T12 947 900 4,2 62,1 4 12 84 325 T13 2057 900 3,5 53,0 5 9 86 300 T14 576 1000 5,3 80,3 5 15 80 427 T15 947 1000 4,6 69,7 6 12 82 375 T16 2057 1000 4,5 68,2 3 12 85 299 T17 576 1100 5,3 80,3 4 19 77 437

T18 947 1100 5/1 77,3 3 18 79 412 T19 2057 1100 4,8 72,7 3 17 80 337 T20 Manual - 6,6 100,0 13 34 53 640

Colheita em 19/8/03, carga pendente média de 6,35 l/pl. e 1,3% de verdes. T21 576 900 5,2 81,9 0,0 7,0 93 312 T22 947 900 4,6 72,4 0,6 9,4 90 275 T23 2057 900 4,4 69,3 0,0 13 87 225 T24 576 1000 5,3 83,5 0,7 6,3 93 475 T25 947 1000 5,0 78,7 0,5 8,5 91 351 T26 2057 1000 4,0 63,0 0,0 10 90 287 T27 Manual - 6,35 100,0 1,3 14,7 84 550

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caso, deveria ser usada uma adubação de 250 a 300kg

de N e K2O/ha, ou seja, de 1000 a 1200kg de uma

fórmula 25-00-25/ha, ou 300 a 350g de adubo por Pergunta: “Plantei café em terra pobre.

planta, parcelando em 3-4 vezes no período Adubei bem a cova e dei cobertura no primeiro ano.

outubro/novembro a fevereiro/março. Ficaria, As plantas estão com 1,5 ano e prometem boa safra

então, cerca de 80 a 110g de adubo/planta/vez, para 2005. O espaçamento é de 3 x 1m. Qual a

respectivamente.adubação que devo usar?” José Stockl Marechal

A análise de solo feita com amostras retiradas Floriano-ES.

na projeção da saia (dos 2 lados do declive) pode

auxiliar no ajuste dessa adubação. Pode ser reduzido

o potássio caso o nível estiver acima de 120ppm, o Prezado José,

que é improvável, por se tratar de solo pobre, só agora

entrando na fertilização.A adubação dos cafeeiros no segundo ano de

Outra coisa que a análise indicará é a campo é muito importante, pois as plantas ainda

necessidade complementar de calagem. Como sua jovens possuem um sistema radicular pequeno e,

área é montanhosa e o calcário só é colocado na cova, também, sua parte aérea, a folhagem (área foliar) é

pode ser preciso iniciar a calagem em pequenas doses desequilibrada em relação à alta carga de frutos que

anuais em cobertura.normalmente é produzida na primeira safra, aos 2,5

Caso não tenha colocado micronutrientes no anos de campo. Isso ocorre porque, como você fez, a

solo (cova), observe os sintomas de deficiência e correção e a adubação do solo na cova de plantio são

aplique zinco, boro e cobre via foliar, em 2-3 bem adequadas, dando um rápido desenvolvimento

pulverizações de novembro a março, acoplados às às plantas. Ocorre, ainda, uma precocidade produtiva

aplicações de defensivos para controle de pragas e das variedades hoje cultivadas, que podem dar uma

doenças.carga de 4 a 10 litros por planta já na primeira safra.

Assim, qualquer falha na

nutrição pode levar a uma seca de

ramos e desfolha no pós-

colheita.

V a m o s , e n t ã o , à

r e c o m e n d a ç ã o : C o m o a

adubação na cova já supriu o

fósforo e o cálcio e magnésio, a

adubação no segundo ano é

normalmente feita com NK

nitrogênio e potássio. É preciso

avaliar a safra futura, por

exemplo, se é esperada uma

carga de 5 l. de café por planta,

teríamos 33 sacas/ha. Nesse

RESPONDE Consulte pelo E-mail:[email protected]

23

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RECOMENDANDO

CAFEEIRO CONILLON SE ADAPTA APODAS ANUAIS

A lavoura de café robusta no Brasil, da variedade Conillon, ocupa, atualmente, cerca de 530 mil

hectares, com um parque aproximado de 1,2 bilhão de cafeeiros, sendo cultivada em regiões mais baixas e

quentes, principalmente, no Espírito Santo, Rondônia, Sul da Bahia e Vale do Rio Doce em Minas. A

produção brasileira de robusta já atinge 8-9 milhões de sacas ao ano.

O cafeeiro Conillon é uma planta mais alta, mais vigorosa e esgalhada. Ele emite um grande número de

hastes ortotrópicas (troncos). Assim, a condução e a poda das plantas devem ser realizadas de modo

diferenciado.

As pesquisas e a prática tem mostrado que nos sistemas atuais de cultivo, com maior adensamento, o

cafeeiro Conillon se adapta bem às podas, normalmente feitas todos os anos, pós-colheita, resultando em altas

produtividades e constância nas safras.

Condução das Plantas

O conceito de poda em

café Conillon é bastante

diferente daquele usado para

variedades de café arábica, em

função de 2 características

básicas do cafeeiro Conillon: a)

as plantas apresentam uma

intensa ramificação ortotrópica

(multi-caule) ficando sem saia

e a produção fica restrita à parte

alta das plantas; b) o manejo

t radicional é fe i to sem

desbrota, só ultimamente, em

plantios mais adensados, se

adota um menor número de

hastes/planta.quais são continuamente renovadas. Em conseqüência dessas características é

Deste modo, o problema de fechamento no normal um cafeeiro Conillon adulto possuir de 30-café Conillon não é grave como nos cafezais de 50 hastes ortotrópicas. A planta, assim, cresce em arábica, nos quais a condução é feita com poucas forma de uma taça (moita), não mantém saia e a hastes (1-2 / planta) e onde a produção deve ocorrer produção fica restrita à parte superior das hastes, as

J.B. Matiello - Engº Agrº - MAPA / PROCAFÉ

24

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RECOMENDANDO 25

em toda a superfície da copa cilíndrica, de alto e) Eliminação de ramos improdutivos;

a baixo. O fechamento nos cafezais Conillon f) Facilidade no controle de broca, ferrugem e na

atrapalha a mecanização dos tratos e favorece o colheita;

ataque de broca e de ferrugem, além de dificultar seu g) Viabilidade na mecanização e no manejo da

controle. Porém, o fechamento facilita bastante o lavoura;

controle do mato, o que é desejado pelos produtores h) Melhoria da relação galho/folhas.

de áreas não mecanizáveis.

Existem poucos trabalhos de pesquisa sobre

Uso das Podas tipo de podas em cafezais Conillon. Um

experimento realizado em Marilandia pelos técnicos

Até a década de 80, praticamente não se usava do ex-IBC, comparou os tipos: recepa baixa total,

podas em Conillon. De lá para cá, novas lavouras, recepa baixa parcial, desbaste lateral e decote. Após

mais empresariais, foram implantadas, muitas com 4 safras, os melhores resultados de produção média

mecanização e o trabalho de poda vem sendo foram com desbaste lateral (30 scs/ha/ano) e com a

incrementado, com bons resultados. recepa parcial (22 scs/ha/ano) onde se deixou 3-5

A poda em cafeeiros Conillon pode ser usada hastes, eliminadas 2 anos após, ficando a recepa

para uma ou mais das seguintes finalidades: total com 15 sacas, e a testemunha (sem poda) com

28 scs/ha, confirmando a expectativa de que o

a) Renovação das plantas; f e c h a m e n t o n ã o e s t a v a r e s t r i n g i n d o

b) Regularização da produção anual; significativamente a produção, no período estudado.

c) Redução do tamanho das plantas; Na prática, três tipos de podas vêm sendo

d) Eliminação do excesso de brotos e ramos; usadas:

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RECOMENDANDO26

serra de poda ou podão. Os ramos esgotados

a) a recepa baixa total, à semelhança do que se usa (emponteirados) devem ser cortados deixando-se o

em café arábica, em todo lote ou em linhas melhor broto existente, mais abaixo, para renovar a

alternadas; copa. Pode-se combinar essa poda com a eliminação

b) a eliminação anual de ramos velhos, esgotados, do excesso de brotos existentes na planta,

chamada de poda de produção; possibilitando uma melhor entrada de luz dentro da

c) a desbrota do excesso de brotos. mesma. Não existem, entretanto, dados que

permitam afirmar se essa desbrota favorece ou não a

Recomendações produtividade, sendo comum aplicar a poda de

produção continuadamente, sem a desbrota. Quanto

Observando os resultados de ensaios e as antes essa poda é realizada (após a colheita, a partir

experiências práticas realizadas com o café Conillon de abril/maio) melhor.

no Brasil, pode-se indicar o seguinte procedimento

relativo à poda das lavouras: Número de hastes por cafeeiro

a) Fazer desbaste lateral, após a colheita, dos ramos Uma nova alternativa de condução de

vergados para o meio da rua, facilitando os tratos cafeeiros Conillon vem sendo adotada por

e prolongando o período de abertura da lavoura. produtores de Rondônia. Trata-se do plantio mais

b) Em áreas pequenas ou onde houver bastante junto na linha (1m), com a condução de uma só

disponibilidade de mão-de-obra, aplicar a poda haste, que assim forma uma planta cilíndrica,

de produção, de forma preventiva, a partir da 3ª - semelhante à de café arábica. O problema é que nas

4ª safra, eliminando, a cada ano, logo após a regiões mais secas as plantas costumam cinturar e,

colheita, os ramos que produziam muito e que se também, com o tempo, a saia fica muito larga,

encontram esgotados (com poucos ramos exigindo desponte. Outra observação curiosa é que

laterais enfolhados). logo os ramos plagiotrópicos se engrossam e

c) A renovação da planta pode ser feita através da começam a emitir ramos ortotrópicos. Os estudos

recepa baixa ou da aplicação da poda de feitos sobre essa alternativa mostram que uma só

produção de forma mais drástica, deixando haste reduz a produtividade e que o ideal para esse

menos hastes por planta, nesse caso podendo ser sistema de condução é deixar 3 hastes/planta, como

usada mais tardiamente, a partir da 6ª - 8ª safras. se pode ver no quadro 1. Para apenas uma haste está

d) Em lavouras mais adensadas (2 a 2,5m x 1m) sendo testada uma distância menor, de 0,5m entre

conduzir 2-3 hastes por planta e iniciar sua plantas.

renovação, por poda de produção anual, após a 2ª

ou 3ª safra. Quadro 1 - Produção de cafeeiros Conillon, no

espaçamento 2 x 1m, conduzidos com diferentes

A poda de produção pode ser feita com facão, números de haste/planta. Itamarajú-BA, 2001.

Tratamentos 1ª safra 2ª safra 3ª safra Média Uma haste / planta 116,7 101,3 110,3 109,4 Duas hastes / planta 140,3 129,7 111,7 127,2 Três hastes / planta 140,1 173,1 110,4 141,2 Quatro hastes / planta 135,1 115,5 104,7 118,4 Livre crescimento 77,9 112,2 104,7 98,2 Caldas e Matiello. Anais 27º CBPC, p. 60 - 61.

- em sacas/ha.

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RECOMENDANDO 27

AS VARIEDADES DE CAFÉ:CARACTERÍSTICAS PARA ESCOLHERE MODO DE PLANTIO.

J.B. Matiello e S.R. Almeida - Eng. Agr. MAPA/PROCAFÉ e C.H.S. Carvalho -Eng. Agr. EMBRAPA/CAFÉ.

A escolha de uma ou mais variedades de café para condições do local, o modo de plantio e a condução plantio é muito importante, pois tratando-se de uma futura da lavoura são importantes: o clima, a cultura perene, a influência permanece por longo fertilidade/tipo de solo, o sistema de plantio período. Uma opção errada vai significar perdas por (espaçamento) e o manejo a ser adotado. Para regiões muitos anos e, ainda, uma necessidade eventual de mais quentes são importantes variedades mais substituição representa custos elevados, na vigorosas, com maturação mais tardia e com implantação de uma nova lavoura. tolerância à ferrugem, bicho-mineiro (se possível) e à A escolha da(s) variedade(s) mais apropriada(s) seca. Para regiões mais frias são prioritárias depende, de um lado, das suas características e, de variedades de maturação precoce, plantadas em outro, das condições em que será (ão) plantada(s). espaçamentos mais largos e, se possível, com Existe, portanto, uma interação com o ambiente, que tolerância à Phoma/Ascochyta. Para plantios deve ser observada. adensados são importantes as características de As características de uma variedade podem ser arquitetura mais aberta da ramagem, menor diâmetro separadas em 2 grupos: as vegetativas e as da saia, maturação precoce e boa tolerância à produtivas. Como aspectos vegetativos são ferrugem.importantes: o porte e a arquitetura das plantas, o Na tabela aqui apresentada são colocadas as vigor, a capacidade de resistência e de retenção foliar. principais características e a indicação para as Como características produtivas são mais variedades de café disponíveis. Cabe ao técnico importantes: a produtividade, o tamanho e formato recomendante, além de observar esses aspectos, dos frutos e grãos e a maturação. verificar o desempenho/adaptação da variedade em Na interação entre essas características e as sua região.

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RECOMENDANDO28

Cultivar

Mundo Novo IACCruzamento entre Sumatra e Bourbon Vermelho

IAC: 376/4, 388/17, 515/20, 379/19 e464/12

Plantas abertas com grandediâmetro de saia.

Cônica com menordiâmetro de saia.

Compacta

Aberta, menor diâmetrode saia.

Compacta

Compacta

Compacta

Compacta

Compacta

Compacta

Compacta

Compacta

Compacta

Compacta

Copa aberta

Multicaule, caraçterístico docafé robusta(Coffea canephora)

Plantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.

Plantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.

Plantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.

Plantas cônicas,ramificação secundáriaabundante.

Multicaule, Maior diâmetro decopa, característico de robusta

Compacta, menor diâmetrode saia.

Compacta, menor diâmetrode saia.

Compacta, plantas cônicascom menor diâmetro de saia

Aberta, maior diâmetrode saia

Muito compacta

Aberta, maior diâmetrode saia

Aberta, planta cônica,semelhante ao Acaiá

Compacta no Palma I,cônica e menor diâmetro desaia no Palma II

Compacta, plantas com menordiâmetro de saia e cônicas

Alto Verde e bronze

Verde e bronze

Verde e bronze

Verde e bronze

Verde e bronze

Verde ou bronze

Bronze ou verde

Bronze e verde

Bronze escuro

Bronze

Bronze

Bronze

Verde

Verde

Verde

Verde

Verde

Verde

Bronze

Verde

Verde

Verde

Verde

Verde

Verde

Verde

Bronze (MG-1) ebronze clara (MG-2)

Bronze

Bronze

Verde no Palma I ebronze no Palma II

Alto

Alto

Alto

Alto

Alto

Alto

Alto

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo

Baixo Cilíndrica Verde

Baixo ou alto

Baixo a médio

Baixo a médio

Baixo

Porte Arquitetura Brotaçãoterminal

IAC: 474/19, 474/4, 474/19-10 e 474/1(Acaiá Cerrado)

IAC: 32, 39, 62, 66, 74 e 86

LCJ 2, LC 19, LCJ 10, LCJ 22e LCJ 24

IAC: H5010-5, 4925 (vermelhos) e 4397 (amarelo)

MG 6851

MG H 419-1

IAC 1669-33

IAPAR 59

36/6, 20/15, 19/8 e 785/15

P 363

P 398

P 500

Eparrey

Katipó

IAC 2258

MG - 1

MG - 1 e MG - 2

MG - 1

MG - 1

IPR 98

Clones: EMCAPA 8111, 8121, 8131, 8141 (Robustão Capixaba) e deempresas privadas.Variedade: EMCAPER 8151 (RobustaTropical) , Comum e Conilon Vitória,(Encaper 8142)

Clone amarelo

Clone vermelho

Bem-te-vi Amarelo eBem-te-vi Vermelho

Palma IPalma II

Vermeho: IAC 4040, 4045 e 2945

Amarelo: IAC 2944-6 e 2944859

Precoce: IAC 3282

24/137, 20/15, 2 SL, 3 SM e multilinha F5

IAC 1669-20 (vermelho)IAC 4739 (amarelo)

MG 1192

MG 1190 e MG 1194

IAC: 44, 51, 81, 99 e 144

IACCruzamento entre Sumatra e Bourbon Vermelho

IACCruzamento entre Mundo Novo e Caturra

IACCruzamento entre Mundo Novo e Caturra

EPAMIGCruzamento entre Catuaí e Mundo Novo

IACCruzamento entre Catuaí e Mundo Novo

IACSarchimor 1669

IACCruzamento entre Sarchimor e Catuaí

IAPARSarchimor 1669

IBC/PROCAFÉCruzamento entre Icatu e Catuaí

IACCruzamento entre Robusta e Arábica

IBC/PROCAFÉ Cruzamento Catimor e Acaiá

IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Sarchimore Mundo Novo

IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Híbridode Timor e Catuaí Amarelo

IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Catimore Catuaí

IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Icatu e Acaiá

IBC/PROCAFÉ Catimor

IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Catimor eCatuaí Amarelo 74

IACRobusta (Coffea canephora)

Introdução da África, seleção massal e clonagem(Coffea canephora)

UFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 86 e H.Timor 446.08 (H 516-2-1-1-18, Geração F6)

UFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 86 e H.Timor 440.10(H 514-7-14-2 e H 514-7-16-3, Geração F4)

UFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Vermelho IAC 81 eH. Timor 43852 (H 505-9-2-2-1, Geração F5)

UFV/EPAMIGCruzamento entre Catuaí Vermelho IAC 141 eH. Timor 442-34 (H 518-2-10-6-13, Geração F5)

IAPARSeleção de Sarchimor 1969

IAC/IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre C.Racemosa, Blue Montain e Catimor

IBC/PROCAFÉ Cruzamento entre Icatu e Catuaí

EPAMIG Cruzamento entre Catuaí e Mundo Novo

IACMutação de Bourbon Vermelho ou cruzamentoentre Bourbon Vermelho e Amarelo de Botucatu

EPAMIG/UFVCruzamento entre Catuaí Amarelo IAC 30 eHíbrido de Timor CIFC 2570

EPAMIG/UFV Cruzamento entre Caturra Vermelho e Híbridode Timor CIFC 832/1

Acaiá

Catuaí Vermelho

Catuaí Amarelo

Bourbon Amarelo

Rubi

Topázio

Ouro Verde

Oeiras

Paraíso

Tupi

Obatã Vermelho / Amarelo

Catucaí Amarelo

Catucaí Vermelho

Acauã

Sabiá

Canário

Eparrey

Katipó

Bem-te-vi

Siriema

Apoatã

Conilon

Araponga

Catiguá

Sacramento

Pau-Brasil

IPR - 98

IBC – Palma I e II

Icatu Vermelho,Icatu Amareloe Icatu Precoce

IAPAR 59

OrigemLinhagensindicadas

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RECOMENDANDO 29

AltoMenor tolerância à ferrugem, à secae à deficiência de zinco e magnésio.

Média a precoce Frutos vermelhos, sementesde tamanho médio. Boa

Indicada para espaçamentos largos, regiões e solos melhores oupara áreas sujeitas a geadas e onde se pratica o controle químicoda ferrugem.Indicado para espaçamentos menores, regiões e solos melhoresou para áreas sujeitas a geadas e onde se pratica o controlequímico da ferrugem.

Mais vantajoso para áreas secas, mais quentes e para regiõesmontanhosas ou onde os tratos e a colheita precisam serfacilitados e para produtores com menor nível tecnológico

Mais indicado para áreas secas, mais quentes e para regiõesmontanhosas ou onde os tratos e a colheita precisam serfacilitados e para produtores com menor nível tecnológico

Indicado para regiões frias, de difícil maturação e paraprodutores de cafés especiais.

Indicado para as mesmas condições do Catuaí, comprioridade para condições de difícil controle de ferrugem.

Indicado para as mesmas condições do Catuaí, com prioridadepara condições de difícil controle de ferrugem.

Indicado pa plantios adensados ou em renque. Não indicadopara regiões com déficit hídrico.

Indicado para plantios adensados, regiões de clima amenoe com boa nutrição.

Recomendação semelhante à do Catuaí, porém apresentaresistência à ferrugem.

Indicadas para espaçamentos largos. Não indicadas para áreascom problemas de déficit hídrico. Menos adequado à colheitamecânica pela dificuldade de derriça dos frutos. Usar boacorreção de solo e nutrição adequada de K.

Indicada para regiões mais quentes e secas e para áreas comM. exigua.

Indicada para regiões frias, pela sua precocidade de maturaçãoe como alternativa para o Icatu 3282, para cafés especiais.

Segue as indicações feitas para a Acaiá, porém, não necessitacontrole sistemático da ferrugem.

Indicado como porta-enxerto visando controle de M. Incognitaem solo do tipo arenito

Indicado para regiões quentes e baixas. Pode produzir bem emáreas próprias para C. arabica.

Prioritária para onde é difícil o controle da ferrugem.

Prioritária para onde é difícil o controle da ferrugem.

Prioritária para onde é difícil o controle da ferrugem.

Prioritária para onde é difícil o controle da ferrugem.

Plantios adensados.

Em fase de desenvolvimento via semente e clonagemna geração F5

Indicada para plantios em regiões mais frias e sombreadas,como a Zona da Mata de Minas Gerais.

Em fase de seleção na geração F4

Indicada para qualquer região, especialmente para áreas maissujeitas à seca e quentes. A Palma II se adapta bem a plantiosadensados.

Indicada para áreas com boa correção de solo e nutrição adequada.

Recomendação semelhante à do Catuaí, porém apresentaresistência à ferrugem. O Catucaí 785-15 é pouco tolerante à seca.

Indicado para plantios adensados.

Indicado para as mesmas condições do Catuaí.

Indicado para as mesmas condições do Catuaí.

Indicado para as mesmas condições do Catuaí.

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa

Média a boa

Média a boa

Média a boa

Boa, semelhante à do Catuaí

Boa

Boa

Boa

Alta, principalmente inicial

Boa e com menorvariação bienal

Boa

Boa

Boa

Boa

Boa, inicial

Média a boa

Média a boa.Menor produção inicial.

Boa, inicial.

Boa, inicial.

Média

Média

Frutos vermelhos,sementes graúdas.

Frutos vermelhos, sementesde tamanho médio.

Frutos amarelos, sementesde tamanho médio

Frutos vermelhos

Frutos vermelhos

Frutos amarelos

Frutos vermelhosou amarelos

Frutos amarelos, sementesgraúdas.

Frutos vermelhos, altoíndice de concha.

Frutos vermelhosou amarelos

Frutos vermelhos

Frutos amarelos, sementemédia a grande

Frutos vermelhos, sementemédia a grande

Frutos vermelhos ouamarelos, semente maisarredondada no 2944 emenores no 3282

Fruto vermelho escuro,semente alongada,maior % de mocas.

Frutos vermelhos,sementes menores

Frutos amarelos, sementesmédias, boa bebida

Frutos vermelhos

Frutos vermelhos,sementes graúdas

Frutos vermelhos,sementes graúdas

Frutos vermelhose amarelos

Frtuos vermelhosou amarelos

Frutos vermelhos. Pouca mucilagem, maiorrendimento

Vermelhos e rosa, com ousem estrias.Sementes de tamanhosvariados, com maioresteores de sólidos solúveise cafeína.

Frutos vermelhos

Frutos vermelhos graúdos

Frutos vermelhos

Frutos vermelhos

Frutos vermelhos média

Frutos amarelos, sementesde tamanho médio e boabebida.

Média a precoce

Tardia e desigual

Tardia e desigual

Precoce

Precoce

Precoce

Média

Tardia

Tardia

Tardia

Tardia

Média

Média

Média a precoce

Tardia

Tardia

Tardia

Tardia

Precoce e média

Precoce a média

Precoce

Precoce

Tardia

Média

Média

Média

Média

Média

Precoces: 8111 e 8151Média: 8121 Tardia: 8131

Precoce (785/15) a média

Menor tolerância à ferrugem, à secae à deficiência de zinco e magnésio

Menos prejudicado pela ferrugem,ácaro e seca. Menor tolerânciaà deficiência de boro.

Menos prejudicado pela ferrugem,ácaro e seca. Menor tolerânciaà deficiência de boro.

Muito atacado por ferrugeme cercosporiose.

Susceptibilidade à ferrugemsemelhante ao Mundo Novo.

Susceptibilidade à ferrugemsemelhante ao Mundo Novo.

Susceptibilidade à ferrugemsemelhante ao Mundo Novo.

Resistente à ferrugem

Resistente à ferrugem

Resistente à ferrugem, susceptívelà cercosporiose.

Resistente à ferrugem.Baixa tolerância à secaResistente à ferrugem e aonematóide M. exigua, menortolerância à cercosporiose

Resistente à ferrugem. A linhagem2 SL apresenta tolerância à Phoma

Resistente à ferrugem . A linhagem785/15 apresenta resistênciaao M. exigua

Resistente à ferrugem e toleranteao M. exigua e à seca.

Resistente à ferrugem, masexigente em nutrição

Resistente à ferrugem

Tolerante à ferrugem

Resistente à ferrugem

Resistente à ferrugem, maisatacado por cercóspora

Resistência à ferrugem, aobicho mineiro e à seca

Tolerância a M. incognita.Mais susceptível à seca

Resistente às raças predominantesde ferrugem.

Resistente às raças predominantesde ferrugem.

Resistente às raças predominantesde ferrugem.

Resistente às raças predominantesde ferrugem.

Resistência à ferrugem.

Tolerância ao M. exigua e menosprejudicado pela ferrugem ebicho mineiro.Boa tolerância à seca, em particularo Robustão Capixaba.Maior susceptibilidade ao ácarovermelho, broca e cochonilha de fruto.

Resistente à ferrugem etolerante à seca

Tolerância à ferrugem, susceptívelà seca (em geral), sensível àdeficiência de magnésio e potássio.Maior tolerância ao frio.

Alto

Bom

Bom

Bom

Bom

Bom

Bom

Bom

Alto

Bom

Bom

Bom

Bom

Alto

Alto

Alto

Alto

Alto

Bom

Bom

Bom

Bom

Bom

Médio abaixo

Alto

Médio:IAC 3282

Baixo

Baixo

Médio

Médio

Médio

MaturaçãoVigor Resistência Frutos e sementes Produtividade

RecomendaçãoPRODUTIVASCARACTERÍSTICAS

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RESUMINDOExtratos de Revistas Científicas nacionais e estrangeiras.

A cafeicultura em Cuba compreende uma produção anual ocorreu recentemente sendo restrita à região oriental do de cerca de 400 mil sacas, sendo cultivada em regiões país. As doenças mais importantes são a antracnose, a montanhosas e sistemas agroflorestais, com cercosporiose, a mancha de olho de galo e a chaga sombreamento temporário de bananeiras e arbóreo com macana. A ferrugem ocorreu a partir de 1990 mas não tem Gliricídea, Eritrina e outras plantas, simulando condições sido muito problemática. Os nematóides ocorrem com 4 de bosque natural. A maioria dos cafezais é de Coffea espécies: Meloidogyne arenaria, M. incognita, M. arabica, variedades Typica, Caturra, Catuaí e Villalobos e, javanica e M. maiaguensis. O controle é praticado através mais recentemente, Catimores e, nos últimos anos do manejo, envolvendo práticas agronômicas, também introduziu-se lavouras de robusta. composição varietal, conservação de inimigos naturais e

A praga mais importante é o bicho-mineiro, uso de praguicidas biológicos (Verticillium lecanii, existindo ainda, com menor ataque, cochonilhas Beauveria bassiana, Paecilongces lilacinus, Trichoderma (Phanococcus minor, P. angelicus, P. albi e Coccus harziamum e Metarhizium anisopliae).viridis), e as brocas de tronco (Xyleborus sp,

(L.L. Vasquez Moreno. In: Boletim Promecafé, nº 97, mar-Ambrosiodmuns lecontei e Xylosandrus compactus) mais jun/2003).problemáticos em cafeeiros robusta. A broca de café

A poda de café é a prática mais usada no manejo de um recepa feita no Brasil. Os resultados obtidos mostraram cafezal na Costa Rica, sendo, talvez, o mais importante, que nas regiões de altitude mais baixas foram superiores: a porque é o meio adequado para desenvolver tecido poda sistemática a ciclos de 3 anos e a poda total por lote produtivo, que irá sustentar as produções futuras. A poda complementar por poda alta após 4 anos. Em altitude também permite eliminar tecido esgotado ou doente, média foram melhores: a poda por lote a cada 4 anos e a permite a entrada de luz e a aeração na plantação, com que poda por lote seguida de poda alta (decote ou se baixa a umidade relativa, reduzindo problemas com esqueletamento). Em altitude mais elevada foram doenças fúngicas. Foi realizado estudo de vários tipos ou superiores: as podas totais cada 5 anos e a poda total por ciclos de podas em 3 regiões agroclimáticas diferentes da lote cada 7 anos, esta última complementada por poda alta Costa Rica, em altitudes de 700 a 1.100 metros. A poda e esqueletamento aos 4 anos.tradicional é aquela feita de forma sistemática, em ciclos, todos os anos cortando uma linha. A poda por lote é feita

(E. Campos, C. Fonseca, G. Ramirez e H. Jimenez. in: Boletim em toda a área ou lote, a cada número de safras, como a Promecafé, nº 91-92, set-dez, 2001, p. 24).

A eficiência nutricional de mudas enxertadas de C. arabica enxerto/porta-enxerto tiveram um efeito variável na L. foi avaliada em cultivo hidropônico, em condições de eficiência nutricional das plantas jovens em hidroponia casa-de-vegetação, para estudar o efeito de diferentes em relação às respectivas plantas não enxertadas; b) Os porta-enxertos. Foram utilizados como enxertos os porta-enxertos Mundo Novo e Apoatã tiveram melhor cultivares Catuaí Vermelho IAC 15 e Oeiras MG 6851 e as comportamento; c) A enxertia não melhorou o linhagens H 419-10-3-1-5, H 514-5-5-3 de C. arabica, comportamento das cultivares Oeiras MG 6851 e H 419-sendo as três últimas resistentes à H. vastatrix. Como 10-3-1-5, indicando serem vigorosos e com grande porta-enxertos foram empregados três genótipos de C. eficiência na utilização de nutrientes, d) Os porta-enxertos canephora: Apoatã LC 2258, Conilon e Robustão Conilon e Robustão Capixaba não influenciaram Capixaba e um genótipo de C. arabica (Mundo Novo IAC positivamente a eficiência nutricional das copas testadas.376-4). Foram avaliados, com base do conteúdo de

(MA Tomaz, N S Sakiyama, HEP Martinez, CD Cruz, L Zambolim, matéria seca das plantas, os seguintes índices: eficiência A.A Pereira. Crop Breeding and Applied Biotechnology, 4:92-97. no uso, na absorção e na translocação de nutrientes. 2004).

Conclui-se que: a) Diferentes combinações de

PRAGAS E DOENÇAS DE IMPORTÂNCIA NA CAFEICULTURA EM CUBA.

ESTUDO SOBRE SISTEMA DE PODA DE CAFEEIROS POR LOTE, NA COSTA RICA.

COMPARAÇÃO DA EFICIÊNCIA NUTRICIONAL PARA N, P E K ENTRE MUDAS ENXERTADAS DE CAFEEEIRO SOB CULTIVO HIDROPÔNICO.

30

Page 33: Neste número - Fundação Procafé sua origem e a dos seus ancestrais, que resistente à ferrugem ao nematóide M.exigua e começaram como colonos de café na região de o Acauã,

RESUMINDO

O trabalho foi feito durante 2 anos, em El Salvador, em 15 de broca, sendo que em uma propriedade foram propriedades. Foram delimitadas 2 parcelas (de 6 capturadas, em média, 76 mil fêmeas de broca por “manzanas” cada) em cada propriedade, uma com armadilha em 20 dias.armadilhas (12 por “manzana” = 0,7 ha) e outra Nas áreas onde as armadilhas foram aplicadas testemunha. O uso da armadilha começou no início das corretamente no 1º ano foi alcançada a redução de 84% na chuvas (março), coincidindo com o início da migração da infestação, em comparação com as parcelas testemunha. broca residual do pós-colheita, sendo feitas coletas até o No 2º ano a redução foi de 87%. A armadilha usa como final do período de migração. Foram feitas amostragens líquido atraente uma mistura de álcoois (metanol + etanol) de frutos brocados antes de colocar as armadilhas e foram e como líquido de captura água + sabão, para afogar as avaliadas, depois: a quantidade de brocas capturadas e a % brocas.de frutos infestados. Os resultados mostraram que a

B. Dufour, M. O. Gonzalez, J. J. Maurício, B. A. Chavez e R. R. armadilha teve a capacidade de capturar altas quantidades Amador. in: Boletim Promecafé, nº 97, mar-jun/2003, p.21).

Foram recolhidas amostras, totalizando 600 litros de cafés de xícara). Verificou-se que a lixiviação de potássio, a de chão (varrição) em cafezal Mundo Novo, em Cássia- condutividade elétrica e a acidez titulável aumentaram MG. Esse café foi seco em terreiro de cimento até a enquanto o teor de fenólicos totais, a massa dos grãos, a umidade de 11-12%, em seguida foi beneficiado e cafeína e a atividade da pofilenoloxidase diminuiram com separados os grãos brocados dos sadios. Com esses grãos aumento da percentagem de grãos brocados em meio aos foram compostos 6 grupos (tratamentos), contendo, sadios, indicando perda de qualidade. Na prova de xícara respectivamente, 100%, 80%, 60%, 50%, 20% e 0% de os grãos com até 50% brocados mantiveram a mesma grãos brocados e os complementos com grãos sadios. bebida (dura) e aqueles com 80 a 100% brocados Amostras de 2kg de cada tratamento foram analisadas resultaram bebida riada.quanto à sua qualidade, por métodos físico-químicos

(C.J.Pimenta e K.M. da Cunha. in: Revista Brasileira Armaz, nº 7, (lixiviação de potássio, condutividade elétrica, atividade p.14-20, 2003). da polifenoloxidade, etc.) e pela análise sensorial (prova

A doença olho de galo é uma das mais importantes na hidróxido de cálcio e hidróxido de sódio. Todos os Costa Rica, causando problemas em zonas de altitude tratamentos que receberam alguma fonte alcalinizante elevada, com alta pluviosidade, alta umidade relativa e foram superiores no controle. Os mais eficientes foram baixa luminosidade. com tetraborato de sódio e hidróxido de cálcio, que Foi conduzido um ensaio a 1.600m de altitude, em mostraram bom controle da doença e maior número de Catimor T5175, utilizando o Triazol Cyproconazole na folhas remanescentes.calda, puro, e com a calda alterada (alcalina) usando

(Orlando Mora Alfavo. in: Boletim Promecafé, nº 93, 2002, p. 27).poliboro (Tetraborato de sódio), carbonato de cálcio,

Foi caracterizada a diversidade de espécies de nematóides tipos de nematóides. Foram determinados 7 fenótipos do gênero Meloidogyne das zonas cafeeiras de El diferentes com 8 bandas esterásicas. Meloidogyne hapla Salvador, mediante estudos de fenotopicos enzimáticos apresentou fenótipo H1; M. arenaria apresentou fenótipo das inosoesterases através de eletroforese, sobre 35 cepas esterásico F2 e S2M1. M. incognita foi a mais freqüente e coletadas em diversas propriedades. O diagnóstico foi apresentava fenótipo M1, S1F2 e S2F2.complementado pela observação das placas perineais das

(A. Hermandez. in: Boletim Promecafé, nº 97, mar-jun/2003, p.24).femeas. Os resultados mostraram a grande utilidade das enzimas esterases na identificação das espécies e novos

VALIDAÇÃO DA CAPTURA DA BROCA DO CAFÉ COM A ARMADILHA BROCAP.

QUALIDADE DO CAFÉ DE CHÃO COM DIFERENTES PERCENTAGENS DE GRÃOS BROCADOS.

UTILIZAÇÃO DE FONTES ALCALINAS PARA O CONTROLE DE OLHO DE GALO (Mycena citricolor) EM MISTURA COM Cyproconazole.

CARACTERIZAÇÃO BIOQUÍMICA E MORFOLÓGICA DE NEMATÓIDES DO GÊNERO MELOIDOGYNE ASSOCIADOS EM CAFEZAIS EM EL SALVADOR.

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PANORAMA

TOXIDEZ DE ZINCO EMCAFEEIROS JOVENS.

CHUVA DE PEDRA E LAGARTASABREM CAMINHO PARA

ATAQUE DE PHOMAForam observados, neste último ano, problemas de falta de crescimento, amarelecimento e até morte de cafeeiros jovens em lavouras extensivas, plantadas na Zona da Mata de Minas Gerais e Sul do Espírito Santo. Os sintomas foram constatados em plantas com 6 meses a 2 anos de campo, ocorrendo , em certas áreas, à razão de 20% do total plantado. Ao arrancar as plantas com problemas verificou-se que o sistema radicular era pequeno, com raízes laterais curtas, grossas e super-brotadas a partir da principal. Desconfiou-se, a princípio, da qualidade das mudas e de toxidez por herbicida, mas, depois, verificou-se que o problema ocorria também em plantios diretos, por semente.

Outra observação foi que o problema ocorria em áreas de renovação, sobre áreas cultivadas com café por 15-20 anos. Foram feitas análises de solo da terra retirada dentro da cova, em plantas com e sem problemas e verificou-se teores elevados (40-50 ppm) de zinco. A partir daí fez-se correlação com dados de ensaio em vasos, realizado em 2000, na estufa do CEPEC, onde a redução de crescimento das plantas ocorreu na dose de 1,5g de sulfato de zinco/vaso de 2 litros, que correspondeu a teores no solo de 45-65ppm de zinco. A ocorrência da toxidez deveu-se, provavelmente, ao acúmulo de zinco na superfície do solo na lavoura velha, sendo essa camada colocada em mistura nas covas abertas para o novo plantio, aí sendo absorvida pelas raízes das plantas jovens.

Aguardado todos os anos, desde sua 1ª edição várias regiões cafeeiras e pelas facilidades oferecidas na em 1973, o Congresso Brasileiro de Pesquisas organização do evento. Brevemente serão preparados os Cafeeiras acaba de ser definido, em sua 30ª edição, materiais de divulgação. A remessa de trabalhos deverá ser estando marcado para 9-12 de novembro/04, em São feita até 08/10/04. Maiores informações na home-page Lourenço-MG (Hotel Primus). específica, www.maiscafe.com.br ou no site da Fundação

A comissão coordenadora, vinculada ao Procafé, www.fundacaoprocafe.com.br. Contatos pelos e-MAPA/PROCAFÉ, contando ainda com a mai ls [email protected] ou procafe-colaboração da UFLA e UNIUBE, escolheu São [email protected]. Esperamos vê-lo em São Lourenço. Lá Lourenço pela sua boa infra-estrutura, hoteleira e estaremos tomando um gostoso cafezinho juntos.turística, pela sua condição central em relação às

Ferimentos nas folhas de cafeeiros são porta de entrada para fungos, como os do complexo P h o m a / A s c o c h y t a , q u e c a u s a m d a n o s significativos. É bem conhecido o efeito mecânico dos ventos facilitando esse ataque. No último ano verificou-se a ação importante de chuva de pedra na Fazenda Experimental de Varginha causando grave ataque de Phoma/Ascochyta, mesmo não sendo área de clima úmido, conforme o ideal para a evolução dessa doença.

Outra constatação confirmou, em diversas regiões, o que se observava no Triângulo Mineiro, onde lagartas do tipo mede-palmo (Oxidia), fazendo pequenos furos ou cortes nas folhas de cafeeiros, logo davam origem a lesões de Phoma.

Uma nova lagarta, tipo taturana, está atacando nesse ano, de modo diferenciado, raspando a superfície superior das folhas. Ali, também, ocorre, imediatamente, ataque de fungos. Essa lagarta vem atacando na Bahia e Norte de Minas. Esse novo tipo de ataque de lagartas parece, à primeira vista, com o ataque de bicho-mineiro, sendo semelhante, ainda, à ação de um pequeno besouro, chamado de “fusquinha”.

CONGRESSO DE PESQUISAS ESTÁ DEFINIDO.

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PANORAMA 33

O material genético de café denominado Siriema, interessam nesse tipo de planta.Os trabalhos de clonagem visam adiantar a um híbrido em gerações avançadas entre Coffea arabica

introdução comercial do material de Siriema. A seleção e C. racemosa, apresentando resistência múltipla, ao e o avanço em gerações, para obter plantas capazes de bicho-mineiro e à ferrugem e, ainda, mais tolerante à transmitir suas características via sementes, continua seca, está sendo reproduzido por clonagem com boas perspectivas.(embriogenese em meio líquido) pelo sistema

MAPA/FUNDAÇÃO PROCAFÉ, através de Laboratório contratado. Dez plantas matrizes de uma geração F5, que durante 4 anos se comportaram com boa resistência em campo, foram selecionadas para compor clones com variadas características agronômicas, porém todos com a característica de resistência, vigor e produtividade. Dentro de cerca de 1,5 ano, 20 mil mudas oriundas das plantas matrizes estarão disponíveis para os testes de campo e formação dos jardins clonais. As variedades clonais programadas poderão ser compostas por plantas de frutos amarelos ou vermelhos, sendo predominantemente de porte baixo. Um só clone terá plantas de porte alto para atender produtores que se

INICIADA A CLONAGEM DO SIRIEMA.

DIA DE CAMPO EM VARGINHA FOI SUCESSO.

cafeicultura regional, sendo destacados o presidente do CNC Osvaldo Henrique Paiva Ribeiro, o Delegado do MAPA/MG, João Vicente Diniz e o novo Reitor da UFLA, Antonio Nazareno Guimarães Mendes. Homenagem póstuma foi prestada ao cafeicultor Walter Palmeira. O Diretor do Departamento de Café do MAPA, Vilmondes Olegário da Silva e o Assessor especial do Ministro, José de Paula Motta estiveram presentes representando o apoio governamental às ações de difusão de tecnologia cafeeira.O dia de campo realizado em 08/06/04, pelo

A revista Coffea foi oficialmente lançada no MAPA e Fundação Procafé, na Fazenda Experimental dia-de-campo, onde todos os participantes receberam em Varginha superou as expectativas, com presença exemplares do nº 1 (maio-junho).recorde, com 865 participantes, técnicos, produtores,

Foram parceiros na organização do dia-de-lideranças e autoridades.campo, a Embrapa-Café, a Prefeitura de Varginha e as O programa apresentado nas estações de campo Cooperativas de Cafeicultores da região.constou de novas variedades com resistência à

ferrugem, sistemas de poda safra-zero e maquinário para debulha de galhos, espaçamentos e suprimento de zinco, crescimento do sistema radicular de cafeeiros e combinação de cultivos na lavoura cafeeira.

Também foram apresentadas novas tecnologias de controle de pragas e doenças e de proteção individual do operador na aplicação de defensivos, a cargo de 2 empresas, a BASF e a SYNGENTA, que foram as patrocinadoras de um gostoso almoço ao final do dia-de-campo. Na ocasião foram feitas homenagens a pessoas que tem contribuído para melhoria da

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ANÁLISECAFÉ ARÁBICA VAI BEM EM REGIÕES QUENTES.

Os estudos de zoneamento agroclimático para Arábicas x robustavariedades de café arábica preconizam seu cultivo Na cafeicultura mundial e também no Brasil em regiões de temperaturas amenas, com média cultiva-se comercialmente variedades de duas anual na faixa de 19 21ºC. Com menos calor espécies, a Coffea arabica e Coffea canephora. Esta procura-se evitar abortamento de florada (com a última tem crescido sua participação, principalmente formação de estrelinhas) e, consequentemente, com a expansão verificada nos países asiáticos. Hoje alcançar maior produtividade. em dia o café robusta ocupa cerca de 35% do mercado

Mas, os próprios exemplos do passado, onde mundial.áreas quentes foram grandes produtoras de café No Brasil, as duas espécies de café foram se arábica, como ocorreu nas regiões do norte do adaptando às diferentes regiões climáticas, sempre Espírito Santo e do Estado do Rio de Janeiro, até a com predominância dos cafés arábica, estes década de 1960, mostram a possibilidade de produzindo cerca de 75% da safra anual no país.produção desses cafés a temperaturas mais altas. Os cafeeiros robusta são mais vigorosos e

Com base em novos trabalhos de pesquisa, resistentes, suportam mais os desgastes por seca e por alguns projetos de grande porte em andamento estão calor e seus custos de produção são cerca de 30% demonstrando ser viável, sob condições adequadas menores do que aos arábicas. Ocorre que devido ao de manejo, produzir bem cultivando cafezais arábica excesso de oferta, os preços dos cafés robuista tem se em áreas teoricamente consideradas aptas apenas situado em cerca de 70-80% abaixo daqueles dos para os cafeeiros robusta, cujo zoneamento considera arábicas.apropriada a faixa de temperatura média anual de 24- Assim, a procura de sistemas que viabilizem o 26ºC. cultivo de variedades arábica em regiões aptas para o

robusta se justifica pela margem vantajosa dos Evolução das áreas de cultivo preços.

Ao longo da história, a cultura do café no Brasil foi itinerante caminhando por várias regiões, desde que foi introduzida no país, há 277 anos atrás. Do Pará veio em direção ao Sul para o Rio de Janeiro, daí para São Paulo, Espírito Santo, Minas Gerais e Paraná. Nas décadas de 1970 e 1980, n o v a m e n t e o s c a f e z a i s v o l t a r a m , c o m m a i o r crescimento de áreas nos cerrados em Minas Gerais e em regiões vizinhas, na Bahia e Espírito Santo. A Amazônia retornou para o café, com lavouras em Rondônia, Pará e Acre.

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pulverizações com produtos cúpricos, que Sucesso nas pesquisas e em projetosreduzem a escaldadura.As pesquisas realizadas nos últimos anos para

d) O plantio próximo das plantas na linha reduzindo comparar o desempenho de variedades arábica e a produção por planta e dando melhor equilíbrio robusta em duas condições climáticas no Leste de entre o sistema radicular e a parte aérea.Minas Gerais, em Mutum, a 250m de altitude e em

e) A boa proteção contra pragas e doenças, Martins Soares a 740m mostraram que na média de 4 combinando sistemas via solo e foliar, para evitar safras, os cafeeiros Catuaí produziram 39 sacas/ha desfolhas prejudiciais.em Mutum (baixa altitude) e 43 sacas/ha na região

Deste modo, o manejo adequado atenua as alta. Já o robusta-Conillon produziu 102 sacas e 66 condições adversas de temperatura.sacas/ha nas mesmas áreas.

Diversos projetos que vem sendo Na evolução das pesquisas para melhor acompanhados na região norte/nordeste e no alto-

adaptação de cafeeiros arábica em regiões quentes médio São Francisco em Minas Gerais, nas regiões encontra-se em execução, vários estudos para: de Urucuia e Pirapora (460-510m de altitude) tem arborizar lavouras; adensar o plantio para auto-resultado em altas produtividades.sombreamento; proteção inicial com culturas O exemplo da Agropecuária São Thomé, em intercalares; plantios direcionados; novos híbridos Pirapora, cuja temperatura média anual é de 24,5°C e mais tolerantes ao bicho-mineiro e ao calor. Para isso, onde vem sendo cultivados 3 pivôs com 80 ha cada, a Agropecuária São Thomé com a colaboração da com a variedade Catuaí, mostra uma produtividade Fundação Procafé e, futuramente, com o apoio do na primeira safra na faixa de 90-100 scs/ha e uma BNB está conduzindo um campo experimental com produção semelhante sendo esperada para a segunda.vários ensaios já instalados.

Diferencial da irrigaçãoDesde que se implantou, em grande escala, a

prática da irrigação tecnológica em cafezais, ela tem sido o diferencial principal para o aproveitamento de região marginais ou inaptas.

A grande parte do Triangulo Mineiro e Alto Paranaíba, em Minas Gerais, a região de Barreiras no Oeste bahiano e, mais recentemente, o Norte de Minas só são viáveis para café pela irrigação.

Em Seminário recente e em dia-de-campo realizado em 21/06/04 na Agropecuária São Thomé, em Pirapora, técnicos e cafeicultores de regiões tradicionais puderam receber informações e observar “in loco” o bom potencial das lavouras de arábica naquela área.

Foram indicadas as condições básicas para o bom comportamento produtivo, sendo:a) A irrigação sistemática que permite o suprimento

de água aos tecidos do cafeeiro evitando seu aquecimento e, assim, garantindo bom pegamento da florada. O número de frutos por roseta, observado na média de 14, atesta esse pegamento.

b) A variedade de porte baixo, compacta e maturação tardia, que reduz o stress por calor.

c) A nutrição em níveis maiores de Nitrogênio e as

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ANÁLISE36

DOENÇAS SECUNDÁRIAS SE TORNAMIMPORTANTES NO CAFEEIRO.

A Ferrugem do cafeeiro é, sem dúvida, a doença principal e mais importante nos cafezais do Brasil, pela extensão do seu ataque, pelos prejuízos que causa e pelo adicional de custo que seu controle representa no custo total de produção de café.

Outras doenças que ocorrem de forma secundária nos cafezais são a Cercosporiose, a Phoma/Ascochyta e a Leprose, consideradas de menor importância, mas que, nos últimos anos, vem se to rnando mais g raves , necessitando , assim, maiores cuidados de controle.

Condições favoráveis

pelo período de umidade contínua na lavoura no As condições para a ocorrência e gravidade de presente ano agrícola. A leprose vem sendo agravada

uma doença estão ligadas a 4 grupos de fatores: por desequilíbrios, por estiagem, ou por uso de a) da doença, em si, sua virulência, raças, capacidade alguns defensivos que aumentam a população do

de disseminação, etc; ácaro vetor.b) da planta, sua susceptibilidade; c) do ambiente, influindo sobre o patógeno e sobre a CERCOSPORIOSE

planta; d) do manejo, do controle praticado. A cercosporiose é uma doença de controle mais

fácil, devendo-se combinar práticas culturais ao Para as doenças secundárias do cafeeiro estão controle químico.

influindo as condições do ambiente e do manejo, Cafeeiros bem nutridos, especialmente em atuando no favorecimento do ataque, ao mesmo nitrogênio, são a base para evitar danos por tempo em que tornam as plantas mais susceptíveis. O cercospora. O controle químico é eficiente e deve ser mal-trato dispensado às lavouras nos últimos anos, praticado de forma preventiva, sendo muito devido aos baixos preços do café, com a redução das importante a época de tratamento, que deve iniciar adubações e pulverizações, agravaram os problemas em novembro a dezembro e ir até fevereiro a março, com a cercosporiose, doença favorecida pela cobrindo o período de formação dos frutos, quando as fraqueza das plantas. Os períodos de falta ou excesso reservas das folhas são transferidas para a carga. O de chuva e, no geral, as variações de elevação de ataque, que se inicia nas folhas, que logo caem, é temperatura, tem tornado mais graves o ataque da mais notado nos frutos. Nessa época já é tarde para leprose e da Phoma/Ascochyta, esta última facilitada um bom controle.

Sintomas de leprose em frutos.

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ANÁLISE 37

(2 a 4 ao ano), podem resultar em 60-70% de eficiência.

LEPROSE

A leprose passou a ser problemática para a lavoura cafeeira a partir de 1993/94, no Alto-Paranaíba e Triângulo Mineiro, pelas condições de umidade baixa e seca, que provocam desequilíbrio para o ácaro vetor da doença. Com temperaturas mais altas, a multiplicação do vírus no cafeeiro é maior e aumenta a sua sistemicidade nos tecidos da planta.

Nos últimos anos a doença passou a atacar, em níveis prejudiciais, também em outras regiões em Minas Gerais, estando bastante disseminada no Sul de Minas e O controle associado é uma prática muito

em lavouras da Zona da Mata.indicada, devendo-se usar tratamentos com sistemas Trabalhos recentes de pesquisa mostraram e/ou produtos fungicidas que combinem ativos

maior ataque da leprose em cafeeiros mais batidos eficientes contra a ferrugem e, ao mesmo tempo, pelo sol, especialmente nas faces voltadas para o contra a cercosporiose. Para isso é importante contar poente. Foi observado ataque diferencial em com fungicidas cúpricos e/ou estrubirulinas, ambos algumas variedades, parecendo o Mundo- Novo e o eficazes contra a cercosporiose, combinados aos Icatu mais afetados.fungicidas triazóis, mais eficientes contra a

Quanto ao controle químico, a doença só pode ferrugem.ser tratada através da redução na população do ácaro vetor. Esse controle é dificultado pelo hábito do ácaro PHOMA / ASCOCHYTAde se esconder dentro do cafeeiro, nos ramos e na frutificação. A época de controle, o volume de calda e O complexo de fungos que causa seca de a tecnologia de aplicação são importantes, existindo ponteiros e desfolha nas regiões mais úmidas e em acaricidas bastante eficientes. Normalmente, nas épocas frias tem seu controle dificultado exatamente áreas-problema, são necessárias 2-3 pulverizações, pela sua imprevisibilidade.no pós-colheita e em fevereiro-março.A ocorrência de frentes frias, umidade

constante, ventos e chuva de granizo, levam rapidamente a ataques severos de Phoma/Ascochyta, que ocorrem nas folhas, ramos, inflorescências e frutos novos.

Em regiões-problema, que coincidem em chapadas ou bacias de altitude elevada, deve-se proteger com quebra-ventos ou arborização. Devem-se usar adubações equilibradas, com menos N e mais K.

Para o controle químico existem produtos fungicidas eficientes, porém, muito dependentes do acerto na época. São programas de controle que, efetuados dentro de um número prático de aplicações

Sintomas de phoma em folhas novas.

Sintomas de cercosporiose em folhas e frutos.

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ENTREVISTA

O MESTRE DA CAFEICULTURA NOS CERRADOS

Nosso colega, Eng. Agr. Roberto Santinato, é MAPA, atuando nas atividades do PROCAFÉ.um profissional de enorme qualidade em seus Nesse período, de quase 36 anos dedicados ao trabalhos de apoio técnico à cafeicultura, café, Santinato publicou mais de 500 trabalhos de especialmente dedicado àquela desenvolvida nas pesquisa, além de livros e boletins técnicos. Seus 2 regiões de cerrados, em Minas Gerais e Bahia. Vem livros mais recentes versam sobre Irrigação em liderando campos experimentais, prestando Cafezais, outra de suas tantas especialidades que tem assistência técnica e orientando a implantação de nele o principal motivador.milhares de hectares de lavouras de café. Como vocês poderão ver da entrevista,

A larga experiência adquirida por Santinato, Santinato fala com franqueza e, pela sua origem, de aliando conhecimentos de pesquisas ao trabalho de italianos, e palmeirenses, fala muito. Por isso o texto campo na área, lhe dá, com mérito, o título de mestre ficou longo.em cafeicultura nos cerrados.

É importante, por isso, conhecermos as Revista Coffea: Santinato, conhecendo bem a opiniões, sabidamente objetivas e práticas, desse cafeicultura brasileira, como você avalia as mestre. diversas regiões produtoras, as mais novas e as

Inicialmente, vamos dar um 'curriculum' tradicionais?simplificado de nosso entrevistado: Santinato Santinato: A mais nova cafeicultura de café arabica formou-se pela ESALQ, em 1967, especializado em do Brasil é a irrigada tecnicamente, ou seja, aquela fitotecnia. Entrou para o IBC em 1968, logo se em que a irrigação é praticada quase o ano todo, e não dedicando ao serviço de fotointerpretação, com a irrigada por “socorro”. Esta cafeicultura se instalou curso no CEPERN. Já em 1969 e até 1978 trabalhou em áreas marginais, onde o déficit hídrico é superior na Assistência Técnica à cafeicultura na Regional do a 150 mm/ano.IBC de Caratinga, Zona da Mata Mineira. De 1979 a Sua maior vantagem é a alta produtividade 1982 trabalhou em pesquisa e AT no IBC em Belo (55/60 scs/ha), conseqüência da condição de uso de Horizonte, iniciando sua dedicação à região dos alta tecnologia, quanto aos tratos nutricionais, cerrados e do Jequitinhonha. De 1983 a 1993 fitossanitários e culturais. Nesta cafeicultura, ainda trabalhou no Núcleo Técnico do IBC-GERCA em jovem, tem-se colhido cerca de 300 a 400 sacas Campinas, e, com a extinção do Órgão, passou ao beneficiadas na soma das seis primeiras colheitas,

Roberto Santinato, engenheiro agrônomo,

pesquisador e extensionista especializado

em cafeicultura, possui larga experiência,

adquirida nos trabalhos experimentais e

na prática junto aos produtores de café,

especialmente na cafeicultura dos

cerrados com irrigação tecnológica.

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ENTREVISTA

contra 180 a 220 das boas lavouras dos se que se houver uma geada de grande intensidade, cerrados no mesmo período. Outra vantagem, sem somente se ela atingir o Sul de Minas é que haverá dúvida, é a quase total mecanização, além da reflexos significativos nos preços.utilização da água como veículo de fertilização e Como problemas gerais, inerentes a todos os controle de pragas e doenças. Também por estar tipos de cafeicultura, podemos enumerar:situada em regiões de inverno seco é pouco exigente a) Falta de Assistência Técnica: Que é tanto em infra-estrutura de preparo pós-colheita e ótima menor quanto menor e mais distante esteja o produtora de cafés de boa qualidade ( tipo cerrado). produtor. Há completa ausência do governo. Restam

Como desvantagem, provavelmente, exigirá apenas os trabalhos das cooperativas e associações podas mais freqüentes ( 9 a 10 safras) e o custo mais nas regiões mais desenvolvidas como Sul de Minas e elevado de formação. É uma cafeicultura que cresce e Cerrados.por estar em regiões com outras opções, como a soja, b) Falta de controle no mercado: algodão, etc, o café não será uma monocultura. Internamente comercializa-se até a palha de café,

Por outro lado, a mais velha cafeicultura, sem falar nos demais resíduos, e, externamente denominada tradicional e implantada a décadas atrás destaca-se somente a qualidade “gourmet”, para um em solos de arenito, praticamente está desaparecida. mercado de 5 a 10% do total exportado. Referente às É o que acontece no Paraná e S.Paulo, com previsões de safras , aquelas feitas pelos aproveitamento das áreas com cana, laranja, etc... “compradores” tem maior peso que as do governo.

Outra cafeicultura que se destaca é a do c) Falta de crédito: O pouco existente fica pequeno produtor, como da Zona da Mata, Espírito restrito aos “ de sempre”, ou seja, a 5 a 10% dos Santo, Mogiana de São Paulo, Nordeste, Norte do produtores que conseguem obter linhas de crédito. O Paraná. Esta cafeicultura sobrevive em todas as pequeno produtor simplesmente é esquecido ou crises devido ser tipicamente familiar, na qual o nível isolado.de tecnologia é baixo, exceto a do Nordeste, que tem d) Falta de experimentação e pesquisa problemas de irrigação e a de São Paulo e Paraná com dirigida a problemas regionais: Exemplo: estuda-risco de geada, essa cafeicultura é a única opção se irrigação em casa de vegetação no Sudeste, agrícola para regiões como a Zona da Mata e Espírito enquanto no Nordeste nada se faz. O dinheiro Santo. Ela apresenta uma grande vantagem que é o existente é prioritariamente aplicado nas social, retendo o pequeno produtor na zona rural. Universidades, com pouco ou nenhum retorno de uso Como desvantagens tem-se a ausência de direto aos produtores ou na criação de novos mecanização, encarecendo os custos e a qualidade profissionais da cafeicultura. Está na hora de se criar (bebida) inferior. um órgão regulador de atividades cafeeiras com

Contrariamente, a qualidade da cafeicultura Técnicos e líderes de cada região, a fim de definir a dos cerrados é boa, sendo sua grande vantagem aliada AT, o Crédito, a Pesquisa e até mesmo regras de ao bom nível de mecanização. Como desvantagens, mercado, caso contrário está fadada ao boa parte da área tem risco de secas (muito ativa desaparecimento a cafeicultura familiar, com nestes últimos 8 anos), exigindo, por vezes, a crescimento do êxodo rural em regiões como Zona da irrigação de “socorro”, além da predominante baixa Mata, Espírito Santo, Baixa Mogiana, Nordeste, fertilidade, exigente de corretivos e adubos em escala etc...maior.

Por fim, tem-se a cafeicultura do Sul de Minas, Revista Coffea: Quais as tendências na irrigação a chamada Café com Leite, com predomínio de de cafezais e quais os sistemas que tem maior médios produtores. Sua grande vantagem é a boa potencial e qual sua visão de futuro desta prática?qualidade da bebida aliada a solos de média Santinato: Estima-se em cerca de 200 mil ha de fertilidade. Como desvantagem tem-se a cafezais irrigados no Brasil, no entanto, de forma mecanização parcial e riscos de geada. Esta é a maior tecnológica não ultrapassa a 80 mil ha. O restante cafeicultura do Brasil, com mais de 700 mil ha., e, constituiu-se de irrigação de “socorro” ou temporal. portanto, ditadora do caminho da cafeicultura. Veja- Dentro desta ótica a tendência é de aumento de áreas,

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ENTREVISTA40

com tecnologia apurada para áreas com Outro aspecto, notadamente em regiões de marginalidade climática, quanto ao déficit hídrico baixa umidade relativa do ar no período de abril a superior a 150 mm/ano. São áreas novas em que a agosto é que a infra estrutura pode ser altamente irrigação é fator essencial. Também a irrigação reduzida, raramente exigindo secadores, lavadores, tecnificada tende a crescer em áreas tradicionais dos etc... Exemplo disto é o Oeste da Bahia com seca cerrados mais antigos e no nordeste, em cafezais já praticada em terreiro em apenas 6 a 10 dias.instalados e em pequena proporção para novos Outra coisa é o produtor não sair investindo na plantios. Entre os sistemas, o plantio sob pivô central tal alta qualidade para CD e despolpados, sem ter com emissor Lepa (Plantio Circular) é o de maior garantido o mercado para estes cafés. Nos últimos potencial, seguido do sistema de gotejo três a quatro anos a sobra destes cafés tem atingido autocompensante. Sistemas como a tripa ou similares cerca de 800 mil a um milhão de sacas e inúmeros tem sua utilização para áreas menores e nas regiões produtores ficaram endividados devido à instalação em que a irrigação não é obrigatória por todo o de equipamentos específicos. Nos cerrados, acima de inverno, ou em veranicos. tudo devemos aproveitar a natureza, ou a natural boa

Detalhadamente com o pivô-lepa obtém-se a qualidade do café dos cerrados.maior eficiência da irrigação (95 a 98%) além da Outros pontos também importantes prendem-redução de custos em mecanização, pois através do se ao manejo como: a nutrição equilibrada e o sistema somente nas pulverizações e na aplicação de controle das pragas e doenças de forma regional. herbicidas utiliza-se de tratores e implementos. Sempre que o preço cai, o produtor mexe na nutrição

De forma geral, acredito que a cafeicultura e no controle das pragas e doenças, com isso as irrigada, seja a tecnificada, seja a de “socorro”, deva lavouras pioram e ao invés da redução de custos tem-crescer entre 50 a 100 mil ha nos próximos 5 anos, se aumento. Sob este ponto devemos ser racionais, ou com a tendência de alta de preços de café, visto seja, só cuidar das lavouras que apresentem potencial estarem nestas áreas marginalizadas as terras mais de retorno produtivo, erradicando ou recuperando as baratas além do risco zero de geadas. demais.

Revista Coffea: Quais são os pontos importantes Revista Coffea: Que linhas de pesquisa devem ser na redução de custos para o produtor de café nos melhor trabalhadas para a cafeicultura dos cerrados? cerrados?Santinato: Sem dúvida, a colheita e o preparo do Santinato: Sem dúvida, apesar dos bons trabalhos café são as práticas principais na composição de que estão sendo desenvolvidos pelo MAPA-Procafé custos de produção do café (cerca de 40%) que e outras entidades no Triângulo e Alto Paranaíba, podem ser melhoradas, ou seja, pode-se reduzir os Nordeste e Noroeste de Minas, Oeste de Goiás e custos. Para isso basta otimizar a colheita mecânica, Oeste da Bahia, estes três últimos locais com a com 2 passadas, associando a derriça por metro cafeicultura irrigada, é necessário ampliar e (manual) e a rastelação, levantamento e abanação concentrar mais em projetos específicos para:mecânica. Assim o chamado trem da colheita: 1 a) Genética: Com estudos de genética aplicada colhetadeira + 1 rastelador + 2 levantadores r e g i o n a l m e n t e o b j e t i v a n d o s e l e ç ã o d e abanadores e com mais 50 trabalhadores pode-se dar variedades/linhagens, que além de produtividade conta de 200 a 250 ha de café de média a alta atendam ao controle de pragas e doenças com a produtividade. tolerância ou resistência a ferrugem, bicho mineiro,

Esse sistema, próprio das grandes propriedades cercosporiose, etc. De todas as variedades/linhagens ou alugado para médios, é bastante funcional e tem que foram afoitamente implantadas nos cerrados, reduzido entre 30 e 40% o custo da colheita (cerca de exceto as comerciais de Mundo Novo, Acaiá e 12,00 reais/saca contra 23 a 27,00). No preparo, sem Catuaí, esses com 30 a 40 anos de experimentação e dívidas, o uso de rodadores mecânicos e esteiras e pesquisa, as demais oriundas de Sarchimores e coletores mecânicos reduzem em mais de 60% a mão Catimores apresentam problemas de adaptação, de obra de preparo. notadamente quanto ao vigor. As mais promissoras

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ENTREVISTA 41

são os Catucaí(s), destacando-se 36/6, o 785- garantia (mercado) de compra. O que se vê hoje é a 15, o 20/15 e o 2 SL. sobra de CD e queima dos residuais como o café

b) Nutrição: Sob o aspecto de nutrição do verde, ou, mesmo o CD, como “bica”, pelo cafeeiro, quer na cafeicultura irrigada ou não, em desmerecimento após 6 a 10 meses.vista da variabilidade, principalmente da textura (areia e argila pesada) são necessários trabalhos com Revista Coffea: Que medidas sugere para micronutrientes via solo (fontes, doses e modo) e melhorar a A.T. dos vários tipos de produtores de com os macronutrientes (fontes e comportamento ao café?parcelamento), especialmente ao N, K e S. Também a Santinato: Considerando os tipos de produtores, nutrição x variedade deve ser estudada em vista de como empresário ou grande produtor, médio variações significativas das exigências de produtor e pequeno produtor nossa sugestão é a determinados nutrientes, como o Boro para o seguinte: Para o empresário a consultoria particular, Catuaí(s), o Magnésio para os Acaiá(s), etc. aliada à contratação de agrônomos e ou técnicos Especificamente para a cafeicultura irrigada são como gerentes. Para o médio produtor acredito que a necessários estudos de fontes x parcelamento x A.T. via cooperativa ainda é a melhor solução, aliada sistemas de irrigação x tipo de solo. à promoção de eventos (palestras, dia de campo, etc.)

c) Manejo - Podas: Por último, sugerimos dirigidos regionalmente, com o cuidado em não trabalhos a nível regional de Podas (drásticas ou precipitar informações técnicas incompletas ou leves) como recepa, esqueletamento, decote, etc. x incorretas. Para o médio, também em regiões mais variedades e sistemas de plantio. É do conhecimento desenvolvidas, é comum a A.T. particular em grupos geral que a Poda do cafeeiro pode ter sucesso ou não e, a contratação de técnicos-gerentes, que tem em função das condições da lavoura,como: evidenciado melhor eficiência. Por último, o variedade, espaçamento, estágio vegetativo, etc. bem pequeno produtor, que hoje acha-se “vendido”, como das condições de clima e irrigação. praticamente nas mãos de comerciantes,

O grande defeito é generalizar a poda, como notadamente em regiões menos privilegiadas, recentemente foi a tal safra zero. Ela, a safra zero, deveria ter uma A.T. nos moldes do antigo IBC, que realmente existe, porém a tal safra 100 às vezes vira na época era denominada “Insistência Técnica” e foi 30, 40 ou menos. Outro aspecto a considerar é o responsável pela grande renovação de cafezais tamanho do lote a podar, bem como a disponibilidade (PRRC) na Zona da Mata, Sul de Minas, Espírito e conhecimento da mão de obra regional, em relação Santo, Mogiana, Nordeste, etc. hoje regiões aos custos das desbrotas. correspondentes a cerca de 70% da cafeicultura

d) Manejo - colheita: Sem dúvida, como nacional. Uma sugestão, acredito viável, seria a falamos anteriormente, na cafeicultura de cerrado incrementação de associações de cafeicultores, sem (irrigada ou não), devido à predominância da fins lucrativos ou políticos, com a contratação de mecanização o manejo da colheita assume vital agrônomos e técnicos para prestação de AT completa importância na redução de custos. Em que se em forma grupal e individual. Evidentemente que considere a grande evolução das colhetadeiras estes profissionais deveriam ser treinados e associadas aos rasteladores e levantadores adequados para cada região cafeeira típica de cada mecânicos (dragão, urso, etc.), muito ainda deve ser sistema de condução.estudado. Sugerimos estudos de colheita mecânica x número de passadas x velocidades e vibrações diferenciadas, além de investimento em novas máquinas de derriça final (máquinas leves) associadas a levantadores e rasteladores objetivando eliminar ou reduzir ao máximo a mão de obra.

Referente a equipamentos e máquinas para qualidade de café (os famosos CD e despolpados), na maioria dos cerrados, seu uso deve ser atrelado a

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O controle do mato em cafezais mecanizáveis emprega, normalmente, uma combinação de uso de roçada das ervas com aplicações de herbicidas.A roçadeira é um implemento muito útil pois reduz a altura do mato sem desproteger o solo. Ela pode ser centralizada (para o meio da rua) ou descentralizada, nesse caso roçando também a lateral próxima à linha de cafeeiros.Um novo tipo de roçadeira, com 2 eixos com 4 facas cada (dupla), está disponível para a roçada, permitindo operar com características diferenciadas. Pela sua largura, com modelos variáveis de 2,28 a 2,98m pode roçar em uma só passada por rua. Suas laterais, baixas, permitem passar sob a saia dos cafeeiros e possui opções de posicionar o mato roçado para o centro enleirado ou para as laterais da rua do cafezal (junto à linha de cafeeiros). O fabricante desse equipamento é a Kamaq (www.kamaq.com.br).

A separação normal de frutos de café é feita através da água, separando o bóia da fração pesada (verdes e cereja). Os verdes só são separados quando o café é despolpado, saindo no cilindro ou gaiola separadora, colocada na parte alta do despolpador.

Uma separadora de frutos, os verdes dos maduros, foi desenvolvida recentemente pela empresa HCG Equipamentos Ltda (www.hcgtecnologia.com.br) que trabalha de forma eletrônica, com base em células fotoelétricas. A máquina possui um conjunto de peneiras (rotativas horizontais) que separa grãos miúdos, folhas e outras impurezas. Os frutos (verdes e maduros) vão por uma correia elevatória até o silo de entrada no conjunto separador de grãos. Ali os grãos são examinados eletronicamente, pela sua cor (com 4 regulagens) e são separados por jatos de ar, de forma semelhante à catadeira eletrônica de grãos beneficiados. A capacidade nominal da máquina é separar 1,25 milhão de frutos por hora, o que corresponde a 20-30 medidas (60 l) por hora. A máquina permite boa separação porém seu rendimento é baixo e seu custo ainda é alto.

PRODUTOS E EQUIPAMENTOSINSETICIDAS FISIOLÓGICOS CONTRA O BICHO-MINEIRO

Dois sistemas são usuais no controle químico do bicho- (Rimon e Galaxie), o Teflubenzuron (Nomolt) e o mineiro na lavoura cafeeira. As aplicações via-solo, Lufenuron (Met) + Curacron. Esses produtos são das empregando produtos via líquida ou via granulos e as empresas Milenia, Syngenta, Du Pont e Basf. As doses aplicações foliares, em pulverização. Nesse último são testadas são as seguintes: Rimon e Galaxie -300ml/ha e utilizados inseticidas organofosforados, piretróides e Nomolt 250ml/ha e Curion 0,8 a 1 litro/ha.

A indicação de uso deve priorizar o início do ataque pois a carbamatos, visando mortalidade principalmente sobre as redução da infestação é gradual, levando a equilíbrios. lagartas, dentro das minas nas folhas.

Nos últimos anos vem sendo mostrada a eficiência, Alguns produtos vem sendo usados com emulsão prévia também, de produtos fisiológicos, que interferem no ciclo em óleo para facilitar sua penetração nas minas. Deve-se do inseto. Quatro produtos estão disponíveis, o Rimon, o observar as questões de registro.Galaxie, o Nomolt e o Curion, cujos ativos são: Novaluron

ROÇADEIRA DUPLA, CAFEEIRA, REVERSÍVEL

SEPARADORA DE FRUTOS DE CAFÉ

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DISPONIBILIDADE DE ÁGUA NO SOLO (mm)

-300

-200

-100

0

100

200

jan jan fev mar abr mai jun jun jul ago set out nov nov dez

mm

Ano típico para a região 2003 2004

Os dados de clima e de crescimento de lavouras de 1,5 mês no início da colheita e grande quantidade de café são acompanhados pela Estação de Avisos frutos verdes colhidos inicialmente. Também o fim da Fitossanitários do MAPA/Fundação Procafé, em colheita vai ficar atrasado.Varginha, Sul de Minas Gerais. b) Ocorrência de fermentação nos frutos, na árvore e no

Uma análise do que ocorreu no último ano agrícola chão, havendo germinação e maior incidência de grãos (2003/2004) pode ser feita através dos gráficos de ardidos e pretos.temperatura, chuvas e disponibilidade de água no solo, c) Mais mato na lavoura prejudicando o levantamento do comparando-se a média normal (1974-2003), com o que café de chão.ocorreu em 2003 e em 2004 (até julho). d) Menor quantidade de grãos maduros colhidos

Houve certo atraso na retomada das chuvas no reduzindo a preparação de cafés cereja-descascados.final de 2003, quando foi observado um deficit hídrico, e) Favorecimento à infecção de ferrugem tardia e de em torno de 180mm, em out-nov. Depois as chuvas se Phoma/Ascochyta e Cercosporiose com significativa normalizaram e no início de 2004 até o presente elas foram desfolha das lavouras.acima da média. As temperaturas, ao contrário, foram 1 a f) Atraso nos tratos para a próxima safra.2ºC abaixo do normal. Assim, o inverno tem sido mais úmido. Como resultado, haverá perda na qualidade e,

Em decorrência dessas condições climáticas têm- também, na quantidade do café, na safra 2004, com se verificado: reflexos, ainda, na safra futura, prevista em menor volume a) Maturação irregular e atrasada, provocando atraso de que a atual.

EFEITO CLIMÁTICO NA SAFRA CAFEEIRA DO SUL DE MINAS

GERAIS.

SÉRIE CLIMÁTICA

Temperaturas Médias Mensais

15

16

17

18

19

20

21

22

23

24

25

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

Média 1974 a 2003 Temperatura 2003 Temperatura 2004

Precipitações Mensais

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Meses

Média 1974 a 2003 Precipitações 2003 Precipitações 2004

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SÉRIE ESTATÍSTICA

Foi estimado o custo de produção de café, para A produtividade média estimada para a região

as condições do Sul de Minas na safra cafeeira atual Sul de Minas, na presente safra, é de 19,6 sacas/ha

(2004/05). A estimativa foi feita através de uma (CONAB) o que corresponde a um custo médio em

planilha contendo índices normais de uso de insumos torno de R$ 227,00/saca.

e rendimentos operacionais, para 4 níveis de Conclui-se, portanto, que os custos de

produtividade de lavoura. Sobre esses índices foram produção de café na safra atual, mesmo em lavouras

aplicados os preços / custos atualizados (junho/julho produtivas (30-40 sacas/ha) estão muito próximas ou

2004), dos vários produtos, mão-de-obra, etc., até superiores aos preços de mercado, deixando a

chegando-se às despesas totais por hectare e o custo atividade de produção cafeeira sem rentabilidade.

de produção calculado por saca, conforme o quadro

incluído.

Verifica-se que as despesas por hectare

variaram de R$ 3.000,00 a R$ 7.600,00, conforme a

produtividade das lavouras, correspondendo a custos

por saca de R$ 191,00 a R$ 303,00.

Verifica-se, ainda, que o item insumos foi o que

mais subiu no último ano. A mão-de-obra pouco se

elevou.

ESTIMATIVA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE CAFÉ - REGIÃO

SUL DE MINAS

Item 40 sacas/ha 30 sacas/ha 20 sacas/ha 10 sacas/ha

R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca % R$/ha R$/saca %

1 – Formação 290,90 7,27 3,8 290,90 9,70 4,6 290,90 14,55 6,5 290,90 29,09 9,6

2 – Benfeitorias 183,00 4,58 2,4 183,00 6,10 2,9 183,00 9,15 4,1 183,00 18,30 6,0

3 – Equipamentos 129,00 3,23 1,7 116,00 3,87 1,8 103,00 5,15 2,3 90,00 9,00 3,0

4 – Insumos 2621,60 65,54 34,2 1933,99 64,47 30,4 1063,68 53,18 23,8 494,65 49,46 16,3

5 – Mão de Obras/Tratos 1607,45 40,19 21,0 1452,74 48,42 22,8 1005,16 50,26 22,5 733,29 73,33 24,2

6 – Mão de Obra/Colheita 2415,60 60,39 31,5 2035,77 67,86 32,0 1542,75 77,14 34,5 1050,23 105,02 34,6

7 – Energia, contabilidade e outros

285,00 7,13 3,7 233,00 7,77 3,7 169,00 8,45 3,8 107,00 10,70 3,5

8 – Utensílios Diversos 140,00 3,50 1,8 126,00 4,20 2,0 112,00 5,60 2,5 84,00 8,40 2,8

Total 7672,55 191,81 100,0 6371,40 212,38 100,0 4469,49 223,47 100,0 3033,06 303,31 100,0

Fonte: A.W.R. Garcia, maio 2004 (MAPA / Fundação Procafé).

Observação: Não foram computados os juros sobre o capital circulante nem a remuneração ao produtor.

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Quadro 1 - Estimativa do custo de produção de

café por saca para diferentes níveis de

produtividades nas lavouras.

Varginha-MG, Safra 2004-05:

Produtividade x Custo/saca

150

200

250

300

350

10 20 30 40Sacas beneficiadas/ha

R$

/sa

ca

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