Neurociências e Terapia Cognitivo-Comportamental

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Neurociências e terapia cognitivo - comportamental

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Neurociências e terapia cognitivo-comportamental

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Introdução

A interseção da psicologia com outras áreas doconhecimento é uma tendência crescente.

Rigor experimental alcançado pelo behaviorismo, apartir de então a aplicação da metodologia científica asteorias psicológicas começou a ser valorizada.

A terapia cognitivo-comportamental ( TCC), que temno behaviorismo suas bases filosóficas, também segue opreceito de que é necessário que uma área doconhecimento tenha suporte empírico e experimentalpara que se produza conhecimento científico.

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Bases biológicas que estariam envolvidas com respostasmedicamentosas.

Mudanças cerebrais envolvidas com o tratamentopsicológico bem-sucedido é de grande importância.

Discrepância entre os estudos publicados avaliandomudanças neurobiológicas devido a intervenções commedicação versus os estudos em psicoterapias.

Possivelmente, essa disparidade está relacionada à visãode ciências que estudam mente e cérebro como instânciasseparadas.

Podemos considerar que mente e cérebro são integrados einterdependentes.

A neurociência tem desenvolvido vários métodos paraanalisar a função cognitiva e potencializar a compreensãodo funcionamento mental de indivíduos saudáveis e comtranstornos Psiquiátricos.

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Utilização de técnicas de neuroimagem tem sido uma área de contínuo interesse nas pesquisas psiquiátricas.

A melhor compreensão dos mecanismos biológicos subjacentes à terapia , pode promover melhoras nas intervenções terapêuticas.

Descobrir de que maneira a TCC atua do ponto de vista fisiológico pode contribuir para aumentar a adesão ao tratamento com Terapia Cognitivo – Comportamental.

A TCC oferece um perspectiva interessante para a integração com o campo da neurociência, uma vez que qualquer intervenção está vinculada a um suporte de pesquisa experimental e empírico.

O que ocorre no corpo de um paciente que responde ao tratamento? A TCC é capaz de promover alterações biológicas? Qual a natureza dos problemas que estamos estudando?

om o intuito de incitar a reflexão sobre essas questões , este capítulo tem como objetivo apresentar resultados de estudos de neuroimagem e Terapia Cognitivo- Comportamental nos

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MUDANÇAS NEUROBIOLÓGICAS RELACIONADAS COM TCC E NEUROIMAGEM

Estudos com fobia de aranha

Paquete e colaboradores apontaram a colaboração do córtex pré-frontal dorsolateral e do giro para -hipocampal.

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Straube e colaboradores o aumento da ativação da ínsula e do córtex cingulado.

Goossens e colaboradores a redução da hiperativação da amígdala, do córtex cingulado anterior e da ínsula.

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Schienle e colaboradores o aumento da ativação do córtex orbito frontal medial após o tratamento.

LeDoux o aumento da ativação de áreas pré -frontais.

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Estudo com Fobia Social

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Segundo o dsm IV, a principal característica da fobia social é o medoacentuado de situações sociais ou de desempenho nas quais oindivíduo pode se sentir embaraçado. A tcc (terapia cognitivocomportamental),é eficaz no tratamento da fobia social.

Estudos realizados em pacientes submetidos ao tratamento por tcc ecitalopram foram investigados por furmark e colaboradores e concluique os sítios neurais de ativação com esse tratamento convergempara amígdala, hipocampo e áreas corticais adjacentes,representando possivelmente um caminho comum no tratamentobem – sucedido da ansiedade

Esse estudo diz que a amígdala e o hipocampo são estruturasrelacionadas ao condicionamento de estímulos aversivos emindivíduos com fobia social.

Redução da atividade nessa região e do córtex adjacente pode ser umimportante mecanismo através do qual ambos os tratamentosfarmacológico e psicoterápico poderiam exercer efeito ansiolítico.

Outros estudos confirmados por leichsenring confirma que otratamento através da tcc permite a habituação sistemática daatividade neural nessas estruturas cerebrais.

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Estudo com Transtorno de estresse pós-traumático

O TEPT é um transtorno causado por um trauma. Devido o evento traumático, o individuo passa a reexperimentar a sensação do evento traumático, a evitar estímulos a ele associados e a apresentar sintomas de hiperestimulaçãoautonômica.

A TCC é indicada para tratamento de pacientes com TEPT.

Estudos apontam que as técnicas cognitivo – comportamentais mostram uma taxa de melhora em torno de 90% ao fim do tratamento e 85% em seis meses.

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Estudos com transtorno obsessivo - compulsivo

As principais característica do TOC são as obsessões ou compulsões recorrentes que causam sofrimento acentuado, consomem tempo e interferem na rotina do individuo.

As regiões relacionadas a sintomatologia do TOC são : O giro cingulado anterior e caudado Direito; córtex orbito frontal e o tálamo;

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Quais o efeitos neurobiológicos da TCC em pacientes com TOC?

Baxter e colaboradores(1922) :- Mudanças no metabolismo com TCC e fluoxetina;-Concluíram que o metabolismo de glicose da cabeça do núcleo

caudado direito mudou nos pacientes tratados com sucesso tantocom TC quanto com fluoxetina;

- Houve uma correlação da atividade do córtex orbital com onúcleo caudado e o tálamo antes do tratamento em sujeitos queresponderam, desaparecendo depois do sucesso do tratamento. Em estudos posteriores o mesmo grupo de pesquisa

investigou pacientes antes e depois da TC. Os resultadosencontrados corroboram com ideia de que os pensamentos fixose repetitivos e os comportamentos ritualizados seriam resultadoda atividade patológica do circuito córtico-estriado-talâmico;

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Nakao e colaboradores(2005) :-Avaliaram mudanças regionais cerebrais através do RNMF

antes e depois do tratamento com TC e com medicações.-Concluíram que a hiperativação dos circuitos envolvidos na

expressão sintomática do TOC pode diminua com a melhora dossintomas Saxena e colaboradores(2009) Observaram que após o termino

do tratamento com TC houve uma redução da ativação dotálamo e um aumento no ativação do córtex cingulado anteriordireito dorsal, o que demonstra que TCC pode promover efeitosna atividade cerebral de forma mais rápida.- Indicando também uma via diferente da atuação da TCC em

comparação com tratamento farmacológico. Yamanishi e colaboradores observaram que pacientes

resistentes aos inibidores seletivos de recaptação de serotoninaque responderam a TCC uma redução na ativação do córtexpré-frontal medial esquerdo.

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Ainda não se tem um modela de ativação definido;

As áreas relacionados a sintomatologia do TOCapresentaram suas ativações regularizadas após otratamento.

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Estudos com Transtorno de Pânico

Segundo o DSM-IV, o transtorno de pânico secaracteriza pela presença de ataques de pânicorecorrentes e inesperados.

Seguidos por preocupações sobre suasconsequências ou mudanças comportamentaisrelevantes relacionada aos ataques.

A TCC é eficaz no tratamento do transtorno dopânico ( Rangé e Bernik, 2001.). entretanto hámudanças cerebrais quando o paciente respondeao TCC.

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ESTUDOS FEITOS

Prasko e colaboradores ( 2004 ) utilizaram o método FDG-PET, e avaliaram as mudanças no metabolismo cerebralregional decorrentes do tratamento com TCC ouANTIDEPRESSIVO.

Neste estudo de Prasko e colaboradores, os sujeitos foramsubmetidos ao exame PET antes e depois, chegaram aconclusão queambos os tratamentos foram eficaz no manejodos sintomas de pânico.

No estudo feito com o método FDG-PET, houve o aumento daatividade do metabolismo no hemisfério esquerdo , e adiminuição predominante na região frontal do hemisférioesquerdo.

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Os resultados apontam que tanto o tratamento com TCC,quanto com ANTIDEPRESSIVO podem ativar o processotemporal cortical na discussão, ele apresenta que essa áreaparalímbica faz parte do sistema de alarme que informa sobreperigo externo.

Já Sakai e colaboradores (2006 ), investigaram as mudanças nautilização de glicose cerebral regional associada com reduçãoda ansiedade após o tratamento com TCC.

Segundo Sakai e colaboradores os achados de Neuroimagemapós a TCC revelaram a diminuição do metabolismo nohipocampo direito no córtex cingulado anterior.

É o aumento do metabolismo de glicose cerebral regional pré-frontal medial bilateralmente.

Os achados são compatíveis com a hipótese de que regiõesacima da amígdala podem ser moduladas adaptativamente nospacientes que respondem a TCC.

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Predição de RespostasA predição de resposta de tratamento é de grande importância

clínica, pois o conhecimento do metabolismo cerebral pré-tratamento poderá no futuro auxiliar na escolha da intervençãomais indicada para determinado paciente.

Estudos feitos por Brody e colaboradores (1998), concluiu que ummetabolismo pré-tratamento mais alto no córtex orbitofrontalesquerdo estava associado com melhor resposta ao tratamento comTC. E uma atividade metabólica mais baixa no córtex orbitofrontalesquerdo estava associada com melhor resposta ao tratamento comfluoxetina.

O córtex orbitofrontal é importante para mediar respostascomportamentais em situações nas quais o valor afetivo do estimulomuda. Essa área parece ter importante papel na mediação daextinção. No tratamento bem-sucedido com TC, os pacientesexperimentam mudanças no valor afetivo que eles atribuíam aoestímulo e, assim, extinguem as compulsões.

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Bryant e colaboradores utilizaram RNMF para verificar se o cérebro de indivíduos com TEPT, que responde ao tratamento com TCC é ativado de maneira diferente ao cérebro dos que continuam apresentando sintomas do transtorno após o tratamento. Os autores observaram que os que não responderam ao tratamento apresentavam maior ativação da amígdala bilateral e do córtex cingulado anterior direito ventral.

Não só a ativação, mas também o tamanho de determinadas regiões cerebrais podem estar envolvidas na resposta ao tratamento com TCC. Bryant e colaboradores (2008b) observaram que pacientes com TEPT com maior volume do córtex cingulado anterior rostral tinham melhor resposta ao tratamento, parecendo estar mais aptos a regular o medo, facilitando o processo ao longo da TCC.

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Conclusão

Após serem observados os resultados de várias pesquisasque estudaram as mudanças neurobiológicas por estudosde neuroimagem em pessoas com diversos transtornos,notou-se que a TCC tem grande porcentagem de eficáciaem todos eles, alguns paralelamente a uso de medicaçãoapropriada, outros apenas com uso da terapia

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ÁREAS ATIVADAS

TOC

TEPT

amígadala

FOBIAS

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As pesquisas concluíram que para os diversos transtornos apresentadosa TCC mostrou-se positiva. No caso do TOC por exemplo os sujeitoscom metabolismo mais alto pré-tratamento no córtex-orbitofrontalteriam maior capacidade para mudar a atribuição do valor afetivo doestímulo e, logo, seriam mais capazes de extinguir as respostascompulsivas. Dessa forma, essas habilidades possibilitariam melhorresposta à TCC.

Já em relação ao TEPT existem algumas divergências entrepesquisadores. Soares e Lima (2003) apresentaram em seus estudosevidências de uma melhora entre 85% a 90% em pacientes com TEPTapós TCC durante um período de 6 meses. Contudo Bryant ecolaboradores (2008), concluíram em seus estudos que se oprocessamento do medo realizado pela amígadala é excessivo, pode sermais difícil regularizar a ansiedade durante a TCC, dificultando osucesso terapêutico. Bryant ainda descobriu em suas pesquisas que nãosó a ativação de algumas regiões do cérebro estão relacionadas aosucesso da terapia, como também o tamanho dessas regiões, poispacientes que responderam ao tratamento tinham maior volume docórtex cingulado anterior rostral do que pacientes que não obtiverammelhora dos sintomas.

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PESQUISAS RECENTESO psiquiatra Neil Roberts, pesquisador de TEPT do HospitalUniversitário de Cardif, no Reino Unido, a busca de novas estratégiasque combatam o transtorno é cada vez mais urgente. No ano passado,ele liderou um estudo sobre a eficácia da terapia cognitiva comoprevenção, logo após a ocorrência de um trauma. Entre quase 100participantes, Roberts constatou que apenas essa abordagem éinsuficiente para evitar o surgimento dos sintomas no futuro.“Em alguns casos, a terapia precoce até piorou a intensidade do TEPT”,conta. “Embora esse tipo de tratamento tenha efeitos positivos empacientes já diagnosticados, verificamos que ainda não há opçõespara a prevenção do transtorno na sequência de um trauma, e issoprecisa ser solucionado”,afirma.

FONTE: Paloma Oliveto - Correio BrasilienzePublicação:13/06/2013 09:25Atualização:13/06/2013 09:58

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A Tcc tem se mostrado eficaz no tratamento de vários transtornos metais, embora os efeitos neurobiológicos de sua atuação ainda sejam pouco conhecidos.

A TCC favorece a reestruturação dos pensamentos e a modificação dos sentimentos e comportamentos e promove novos aprendizados.

É capaz de modificar a atividade neural disfuncional relacionada aos transtornos de ansiedade nos pacientes que responderam ao tratamento.

Estudos envolvendo o TOC e TEPT demonstram haver relação entre o tamanho e a ativação de áreas cerebrais anteriores ao tratamento e a resposta a Tcc, são características neurais tanto morfológicas quanto funcionais podem indicar previamente ao tratamento se há mais chance de resposta terapêutica.

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Alguns aspectos interessantes diz respeito sobre os achados daneuroimagem decorrentes do tratamento com o tcc versusmedicação, relevando um caminho comum de modificaçãocerebral. Esses achados sugerem que a psicoterapia com tcc e afarmacoterapia em alguns casos, podem ter atuaçõessemelhantes. Os resultados mostraram que a tcc regularizou oscircuitos neurais disfuncionais envolvidos com regulação deemoções negativas e a extinção. No entanto esses achados nãoforam homogêneos.

Muitos transtornos mentais estão envolvidos com aincapacidade de controlar o medo e dificuldade regularemoções negativas. Os circuitos neurais da extinção temimportante implicação CLINICA, porque os transtornos deansiedade são em partes caracterizados pela resistência aextinção de reações emocionais aprendidas a estímulosansiogênicos e por comportamentos de evitação.

Tcc abrange técnicas especificas que permitem tanto a extinçãodo medo condicionado quanto a regulação cognitiva deemoções que são as técnicas de exposição, distração ereestruturação.

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A reestruturação cognitiva possibilita ao paciente questionar osfundamentos de seus pensamentos, é considerada comoestratégia de regulação cognitiva da emoção.

A técnica de distração utilizada no tratamento com Tccfavorece que o paciente mude o fluxo de seu pensamento. Adistração leva a redução dos sintomas de ansiedade, uma vezque auxilia o paciente a focalizar a atenção em outrosestímulos que não estejam causando desconforto físico.

A técnica da exposição favorece a extinção do medocondicionado. Durante as exposições, o paciente fortalece seusenso de controle reduzindo expectativas futuras de dano eaumenta seu senso de autoeficácia.

A memória do medo uma vez estabelecida é relativamentepermanente. Portanto a Tcc é capaz de promover mudançasneurobiológicas associadas aos benefícios terapêuticos jáamplamente demonstrados

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Obrigado pela atenção!Alunos : Bruna Francioli

Deisy CarlaJessica AlvesJucivânia SilvaJuliana CristinaMarcos Henrique S.MoreiraMaria Thereza GuimaraesRosilene AlexandreWanessa Faria