Neurofisiologia Da Lesao Osteopatica

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Pagina Web 1 de 7 N eurofisiologia da Lesao Osteopatica A lesao osteopatica manifesta-se essencialmente por: - Hiperestesia dos musculos e das vertebras; - Hiperinstabilidade: evidenciada pelas modificacoes da fisiologia muscular; - Modificacoes da textura do tecido muscular, conjuntivo e da pele; - Modificacoes das funcoes viscerais e outra funcoes vegetativas; - Uma perda de mobilidade. Como produzem-se esses fen omen os ? Quais sao osfatores re ponsdveis por ssas manifestaciies? Quais sao as perturbacoes fun cion ais e estruturais associadas? A atividade e 0 estado dos tecidos sao intemamente influenciados pelos nervos eferentes que seriam do sistema nervoso central e que conduzem os impulsos nervosos para esses tecidos e esses orgaos .. Essa atividade nervosa depende: - do numero das fibras envolvidas; - da quantidade de impulsos nervosos transportados ao longo de cada fibra eferente . . Se nenhum impulso e transmitido ao longo do nervo motor, 0 musculo esta em estado de repouso completo . . 0 grau de contracao muscular e proporcional ao numero de neuronios motores e a quantidade media de impulsos/segundo levados ate 0 musculo. Assim, uma hiper ou hipoatividade cronica dos nervos eferentes pode criar perturbacoes funcionais nos tecidos ou nos orgaos supridos por eles. Por exemplo, a hiperatividade prolongada de urn mu sc ulo pode pr ov ocar 0 desenvolvimento de uma fibrose, e assim, modificar 0 seu

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Neurofisiologia da LesaoOsteopatica

A lesao osteopatica manifesta-se essencialmente por:

- Hiperestesia dos musculos e das vertebras;

- Hiperinstabilidade: evidenciada pelas modificacoes da fisiologia muscular;

- Modificacoes da textura do tecido muscular, conjuntivo e da pele;

- Modificacoes das funcoes viscerais e outras funcoes vegetativas;

- Uma perda de mobilidade.

Como produzem-se esses fen omen os?Quais sao osfatores responsdveis por essas

manifestaciies? Quais sao as perturbacoes fun cion ais e estruturais associadas?

A atividade e 0 estado dos tecidos sao intemamente influenciados pelos nervos eferentes

que seriam do sistema nervoso central e que conduzem os impulsos nervosos para essestecidos e esses orgaos .. Essa atividade nervosa depende:

- do numero das fibras envolvidas;

- da quantidade de impulsos nervosos transportados ao longo de cada fibra eferente .

. Se nenhum impulso e transmitido ao longo do nervo motor, 0musculo esta em estado

de repouso completo .

. 0 grau de contracao muscular e proporcional ao numero de neuronios motores e a

quantidade media de impulsos/segundo levados ate 0musculo. Assim, uma hiper ou

hipoatividade cronica dos nervos eferentes pode criar perturbacoes funcionais nos tecidos

ou nos orgaos supridos por eles. Por exemplo, a hiperatividade prolongada de urnmusculo pode provocar 0 desenvolvimento de uma fibrose, e assim, modificar 0 seumetabolismo. Ao contrario, uma hipoatividade nervosa pode causar uma atrofia. Quais

sao os fatores que controlam a atividade nervosa? Sao dois fatores essenciais, dentro dos

principios fundamentais da neurofisiologia.

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hiperatividade vai levar a longo prazo a modificacoes morfologicas, clinicas e

metabolicas.

Os Proprioceptores e sen papel

Os proprioceptores sao receptores sensitivos que informam ao SNC sobre as

modificacoes mecanicas dos tecidos musculo-esqueleticos.

A - Os receptores intra-articulares:

Sao localizados dentro e ao redor das articulacces (por exemplo na capsula enos

ligamentos), e informam ao SNC e a medula sobre os movimentos da articulacao e a sua

posicao, As terminacoes de Ruffini, localizadas nas capsulas, indicam muito

precisamente a direcao e a velocidade do movimento, assim como a posicao doselementos da articulacao, 0 papel desses receptores e essencialmente ligado ao controle

da postura e da locomocao, sendo informadores articulares para os centros superiores,

mas nao possuem influencia direta sobre 0 controle muscular.

B - Os receptores tendinosos de Golgi:

Estao situados nos tendoes (proximo a juncao tendino-muscular), tecido relativamente

pouco extensivel. Sao sensiveis a variacao de forca e de tensao, Quando 0musculo se

contrai contra uma carga, uma resistencia ou contra a contracao dos musculos

antagonistas, a freqtiencia da descarga de impulsos se toma proporcional a tensao criada

por esse musculo, Esses impulsos originados nos receptores tendinosos caminham ate a

medula, passando pelas fibras das raizes posteriores; essas ultimas fazem sinapse, por

intermedio de urn neuronic inibidor, com os motoneuronios do mesmo musculo. Assim, a

estimulacao dos orgaos tendinosos de Golgi inibe 0motoneuronio do musculo, para

evitar urn tensao exagerada do mesmo.

C - Os fusos neuromusculares (FNM):

Situados no ventre dos musculos, eles sao cercados de fibras musculares e se situam

paralelamente a essas fibras. Quando 0musculo e estirado, 0FNM e tambem estirado. 0

encurtamento do musculo relaxa 0FNM. Cada fuso contem fibras proprias em cada

extremidade, chamadas fibras intrafusais. Essas fibras intrafusais sao inervadas por

motoneuronios gama, originados no como anterior da medula. No centro do FNM se

situa a parte sensivel formada de terminacoes primarias, anulo-espiraladas e secundarias,

chamadas fibras em bouquet. Essas duas terminacoes nervosas sao sensiveis ao

estiramento da parte central do fuso. Os impulsos aferentes, vindos do fuso, excitam osmotoneuronios alfa.

Assim, quando urn musculo e estirado brusquamente, 0 fuso e estirado e por via reflexa 0

musculo protege-se contraindo. Ao contrario, 0 encurtamento do musculo diminui a

descarga aferente, reduz a excitacao dos motoneuronios alfa, favorecendo assim 0

relaxamento do musculo.

Podemos conc1uir que a funcao do FNM e regular toda variacao de comprimento, nas

diversas direcoes. 0 FNM e 0 elemento sensitivo dos reflexos de estiramento ou reflexo

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miotatico. E urn mecanismo importante para manter a postura. Os rnusculos espinhais por

exemplo, sao sempre solicitados contra a gravidade, e adaptam-se pelo reflexo miotatico,

o equilibrio estatico e manti do por oscilacoes de contracao/relaxamento dos musculos

extensores da coluna. A contracao das fibras intrafusais provoca 0 alongamento da parte

central do FNM, excitando as terminacoes sensitivas. 0 sistema gama permite controlar 0

grau de contracao/relaxamento das fibras intrafusais. Quando urn musculo encurta em

resposta a urn impulso alfa, os motoneuronios gama excitam as fibras intrafusais para

manter a mesma tensao do fuso - is so permite mandar informacoes de tensao global do

musculo ao SNC, qualquer que seja 0 comprimento do musculo, decorrente das

contracoes ou dos movimentos.

Explicaeao Neurofisiolegica da Lesao Osteopatica

Admite-se hoj e que a lesao osteopatica esta associada a urn segmento facilitado da

medula, mantido neste estado pelos impulsos endogenos que chegam a medula pela raiz

dorsal correspondente. Todas as estruturas que recebem fibras eferentes oriundas deste

myel facilitado sao, por consequencia, submetidas a uma inibicao ou a urna excitacao

excessiva. Os FNM sao elementos chave da lesao: eles sao sensiveis ao alongamento

muscular, nao adaptativos, e continuam descarregando durante todo 0 tempo em que sao

estimulados mecanicamente. Por exemplo, em caso de aproximacao brusca e imprevista

das insercoes musculares de uma vertebra (urn movimento em falso), os FNM vao se

tomar repentinamente silenciosos - 0 SNC vai adaptar mandando impulsos excitatoriospara as fibras intrafusais atraves dos motoneuronios gama, ate que os fusos se tomem

novamente emissores de sinais. Isso vai manter 0 encurtamento muscular, impedindo a

volta da vertebra a posicao inicial. Secundariamente, a necessidade de equilibrio

antigravitario, de simetria, tendera a restaurar 0 comprimento inicial do musculo

espasmado. Isso sera impossivel devido a descarga continua dos fusos.

Assim, cria-se urn espasmo que fixa a lesao. Quanto mais tentarmos estirar 0musculo,

mais ele resistira, pelo aurnento da atividade alfa.

Conclusao

Certamente por causa da sua incompleta adaptacao a posicao ereta, 0 organismo hurnano

e particularmente predisposto a problemas articulares e periarticulares, em particular nas

articulacoes vertebrais e pelvicas. Esses problemas articulares constituem as lesoes

osteopaticas, que associam:

1. Sensibilidade ou hiperestesia dos tecidos paravertebrais e dos tecidos infrajacentes(pele, musculo, tecidos conjuntivos);

2. Modificacoes do comportamento muscular - rigidez, contracoes prolongadas, limiares

reflexos mais baixos.

3. Perturbacoes neurovegetativas, com modificacoes da textura dos tecidos

supraespinhosos, perturbacoes da vasomotricidade, alteracao das funcoes viscerais.

4. Dor local ou projetada, em funcao do dermatome e do miotomo correspondente.

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5. Restricao de mobilidade articular.

Lesfies Osteopaticas e Facilitacao Medular

Na lesao osteopatica, havera comprometimento dos elementos que compoem 0

metamero:

a) dermatome - dermalgias reflexas: locais ou a distancia. Para diagnostico, utilizamos a

tecnica de "rolamento".

b) esclerotomo (articulacao) - dor em periosteo: local ou a distancia. Palpacao das facetase processos espinhosos.

c) miotomo: alteracao da tonicidade - sistema agonistalantagonista desequilibrado.Musculos hipertonicos ® encontramos ponto gatilho e cordoes fibrosos. Musculos

hipotonicos ®fraqueza.

Atenciio: Tres pariimetros do metiimero permitem diagnosticar a lesiio osteopdtica:

10 - dor na espinhosa (esclerotomo);

r-ermalgia reflexa no territorio (dermatome);

30 - alteraeao no tonus muscular (miotomo),

d) angiotomo (ortossimpatica) - congestao local. Edema reacional =edema do forame de

conjugacao,

Disfuncao somatica, Hernia discal. Os angiotomos tam bern possuem representacoes em

faixas. Nao e a hernia de disco que comprime a raiz nervosa. 0 edema e que cria os

sintomas.

e) Viscerotome - alteracoes viscerais. A lesao osteopatica pode ser definida como uma

disfuncao tridimensional de mobilidade. Uma lesao osteopatica da coluna esta associada

a : - sensibilidade dos tecidos vertebrais; - perturbacao do SN vegetativo (funcao

visceral): aumento de adrenalina; - perturbacao neurovascular: dores difusas, irradiantes

ou a distancia.

A Lesao osteopatica

As lesoes osteopaticas so sao diagnosticadas com os testes de movimento. E essa nocaode movimento que distingue 0 diagnostico osteopatico de outros diagnosticos e

tratamentos. A lesao osteopatica afeta sempre 0movimento antes de provocar dor, antes

de perturbar os orgaos, antes de atingir uma regiao, antes de multiplica-se e expandir-se,

Inclui toda modificacao anormal das posicoes e dos movimentos das estruturas.

Esta presente desde quando os elementos estruturais comecam a mover-se de uma forma

ligeiramente anormal, sem que haja inicialmente alteracao dos tecidos. Os ossos nao

estao deslocados, os musculos nao estao rompidos, e no entanto, a lesao osteopatica esta

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presente, e na maior parte do tempo, secretarnente presente.

A Lesao osteopatica vertebral

A coluna vertebral esta em estado de stress permanente, a partir do momento em que 0

hom em adquiriu a postura ereta. A atitude postural esta submetida a toda sorte de

agressoes que levam as lesoes osteopaticas vertebrais. A lesao vertebral engloba 0

estrutural, 0 nervoso, 0 circulatorio e 0 visceral. As vertebras formam 0 conduto protetor

da medula espinhal, que e 0 prolongamento do cerebro e de onde partern todos os nervos

motores, sensitivos, simpaticos, A importancia dessas estruturas nervosas (medula,

ganglios simpaticos, raizes nervosas, etc.) protegidas pelas vertebras faz sup or a

importancia de urn desajuste articular vertebral. E suficiente saber que urna falta de

paralelismo no movimento de duas facetas vertebrais provoca, como em qualquer

articulacao, uma reacao de protecao de pequenos musculos paravertebrais. Os tendoes, osligamentos, os tecidos moles, contraem e se espasmam, a vertebra perde a sua

mobilidade, e os tecidos em volta da vertebra seguem 0 esquema da Iesao: infiltracao,

inflamacao e fibrose.

E , fmalmente, 0 conjunto dos desajustes osseos e dos tecidos infiltrados ou fibrosados

que atinge os nervos e os ganglios, e perturb a sua nutricao, provo cando inibicao ou, ao

contrario, hiperexcitacao dos nervos e dos ganglios, causando: « dores; « perturbacoesmotoras; « disturbios viscerais. Com 0passar do tempo, a lesao vertebral comprime urn

nervo, urn ganglio simpatico, urn capilar venoso e Iinfatico, provocando diminuicao dadrenagem, diminuicao de nutricao para as celulas nervosas, estases e edemas, tendo como

efeito a compressao ainda maior do nervo: dor; disfuncao visceral; fibrose.

ESQUEMA TIZA<;AO DA LESAO OSTEOP ATICA

A lesao osteopatica vertebral pode desencadear:

• Lesao visceral por estimulacao ortossimpatica

• Angioespasmo• Baixa pressao venosa

• Dilatacao capilar

• Aumento da permeabilidade copilar

• Edema• Compressao do forame de conjugacao

• Alteracao do ph do nervo - modificacao da condutibilidade nervosa - reacao do

nervo

Alteracoes motoras

• 1: hipertonia muscular

• 2: hipotonia muscular

• 3: deficit motor - paralisia

Alteracoes Sensitivas:

• 1: hiperalgia

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