NEUROLOGIA EM GERIATRIA · 2020. 7. 21. · Apoio Digital NEUROLOGIA EM GERIATRIA Sofia Figueiredo,...
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
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Sofia Figueiredo, MDEspecialista em Neurologia – Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho
As afirmações expressas pelo Palestrante são da sua inteira responsabilidade.As referências bibliográficas constantes da apresentação são igualmente da responsabilidade do Palestrante.
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
OBJECTIVOS:
• Défice Cognitivo Ligeiro e Perturbações de Memória
• Demências e controlo sintomático
• Exame neurológico em idosos
• Parkinsonismo e Doença de Parkinson
• Meios Complementares prévios à referenciação a Neurologia
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência ( d i s t ú r b i o n e u ro c o g n i t i v o m a j o r ( D S M - V ) )
1. Declínio cognitivo
2. Que envolve um ou mais domínios cognitivos
3. Com interferência nas atividades de vida diárias básicas
4. Com início insidioso e evidência de progressão ao longo do tempo
5. Não exclusivamente coincidente com períodos de delirium
6. Na ausência de um diagnóstico alternativo
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Défice cognit ivo l igeiro ( d i s t ú r b i o n e u r o c o g n i t i v o l i g e i r o ( D S M - V ) )
1. Estadio intermédio
2. Autonomia preservada
3. Associado a maior risco de demência (10-15% risco anual)
4. Prevalência na população idosa (70-89 anos) : 16%
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1. Declínio cognitivo ligeiro (Formas amnésicas e Formas não amnésicas)
Maior risco de progressão:
• Redução volume hipocampo em RM
• Baixos níveis de Aß42 no LCR; Níveis elevados t-tau e p-tau
• Alelo APOE ε4
• FDG-PET com hipometabolismo temporo-parietal
• Evidência de deposição Aß em PETscan
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CASO CLÍNICO #1
Homem, 73 anos. Hipertenso. Sem outros antecedentes patológicos conhecidos.
Observado em CE Neurologia por ‘esquecimentos’ e apatia, com 2 anos
de evolução, estável.
Mantinha autonomia nas AVDs, excepto nas compras, onde errava
esporadicamente nos produtos que queria comprar.
• MOCA: 24/30 (erros no ‘trail marking’ e evocação verbal)
• Estudo analítico inicial sem alterações relevantes para além de
dislipidemia.
• RM cerebral : 6 pequenas micro-hemorragias, sem evidência de
atrofia cortical
Que diagnóstico permite fazer a primeira avaliação clínica?
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CASO CLÍNICO #1
Homem, 73 anos. Hipertenso. Sem outros antecedentes patológicos conhecidos.
Observado em CE Neurologia por ‘esquecimentos’ e apatia, com 2 anos de evolução, estável.
Mantinha autonomia nas AVDs, excepto nas compras, onde errava esporadicamente nos produtos que queria comprar.
• MOCA: 24/30 (erros no ‘trail marking’ e evocação verbal)
Que diagnóstico permite fazer a primeira avaliação clínica?
a. Demência em estadio moderado
b. Demência em estadio grave
c. Depressão
d. Défice cognitivo ligeiro
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CASO CLÍNICO #1
Homem, 73 anos. Hipertenso. Sem outros antecedentes patológicos conhecidos.
Observado em CE Neurologia por ‘esquecimentos’ e apatia, com 2 anos de evolução, estável.
Mantinha autonomia nas AVDs, excepto nas compras, onde errava esporadicamente nos produtos que queria comprar.
• MOCA: 24/30 (erros no ‘trail marking’ e evocação verbal)
Que diagnóstico permite fazer a primeira avaliação clínica?
MOCA com pontuação <26
Mantém autonomia nas AVDs
a. Demência em estadio moderado
b. Demência em estadio grave
c. Depressão
d. Défice cognitivo ligeiro
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Cognitivos Motores Autonómicos Sono Comportamento
Memória Curto Prazo(questões e afirmações repetitivas, esquece compromissos, perde objectos facilmente)
TremorMioclonias
Disfunção esfincteriana
Distúrbio do Sono REM (RBD)
Alterações da personalidade
Comportamento Social inapropriado
Linguagem (dificuldades na compreensão, expressão verbal, nomeação)
Disfagia
Disartria
Hipotensão ortostática Sonolência diurna
ApatiaPerda de empatiaPerda de interesse na família, hobbies...
Capacidades Visuo-espaciais (perde-se facilmente, dificuldades de leitura, dificuldade em reconhecer familiares)
Alteração da marcha
Quedas
Disfunção sexual Apneia do sono
Alteração preferências alimentaresComportamentos obssessivos
Disfunção executiva/atenção(dificuldade decisão, atenção, cálculo)
Cãimbras, atrofia muscular, fasciculações
Alteração da sudorese
Estridor nocturnoDescuido apresentação e higiene
Demência – Diagnóst ico - S intomas
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• Explorar background (idade, educação, profissão) e interferência nas AVDs
• Identificar primeiros sintomas, forma de instalação, duração, ritmo de progressão
1. Ex #1: Causas Neurodegenerativas – início insidioso, ritmo de progressão lento.
2. Ex #2: Causas Vasculares, iatrogénicas, psiquiátricas – início súbito
3. Ex #3: Etiologia Priónica/ Inflamatória– início subagudo (semanas, meses), progressão
rápida
• História familiar (causas genéticas); Medicação Habitual, História Neuropsiquiátrica
Demência – Diagnóst ico – His tór ia Cl ín ica
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• Hemograma
• Ionograma
• Bioquimica (glicose, TGO/TGP, função renal)
• Serologia sífilis
• Vitamina B12 , Ácido Fólico
• Função Tiroideia
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Demênc ia – Diagnós t i co - E s tudo Laborator ia l I n i c ia l
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Demência – Diagnóst ico – Neuroimagem in ic ial
• TC cerebral - Identificar/excluir causas potencialmente tratáveis de demência
• Hematoma subdural
• Hidrocefalia
• Neoplasia cerebral
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• Red Flags !
1. Declínio rápido e inexplicado
2. Sintomas com início em idade jovem
3. Flutuações proeminentes
4. História de exposição de risco
5. Comportamentos de risco
6. Alterações não esperadas no exame neurológico
7. Performance escalas de avaliação cognitiva incongruente com história clínica
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
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1. Declínio rápido e inexplicado
• Iatrogenia
• Infeção
• Lesão estrutural (vascular, neoplásica, inflamatória)
• Encefalite auto-imune
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
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2. Sintomas com início em idade jovem
• Causas auto-imunes
• Infeções
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
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3. Flutuações proeminentes
• Etiologia toxico-metabólica
• (Demência Corpos Lewy)
• Hipotensão LCR
• Etiologia auto-imune
• Doença Psiquiátrica
• Etiologia epilética
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
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4. História de exposição de risco
• Benzodiazepinas, anticolinérgicos, anti-epiléticos, opióides
• Etanol
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
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5. Comportamentos de risco
• HIV
• Neurossífilis
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
6. Alterações não esperadas no exame neurológico
Alteração do campo visual
Parésia Facial
Disartria
Assimetrias motoras
Alterações das sensibilidades
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
• Hidrocefalia Pressão Normal
• Hematoma sub-dural
• AVC (isquémico e hemorrágico)
• Outras lesões estruturais
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
7. Performance escalas de avaliação cognitiva incongruente com história clínica
• Doença psiquiátrica – perturbações do humor
• Distúrbios do sono (SAOS)
• Privação neurossensorial (hipoacusia, hipovisão)
• (Demência Fronto-Temporal)
Demênc ia – Diagnós t i co - Causas Potenc ia lmente Revers íve i s
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Mini Mental State Examination (MMSE)
1. 11 questões
2. Vários domínios cognitivos (orientação, memória, linguagem, cálculo, habilidade
construtiva)
3. Rápida aplicação- 5 a 10 minutos
4. Pode ser utilizada de forma sistemática, permite avaliação ao longo do tempo e
monitorizar progressão
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Mini Mental State Examination (MMSE)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Mini Mental State Examination (MMSE)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Mini Mental State Examination (MMSE)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Mini Mental State Examination (MMSE)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Mini Mental State Examination (MMSE)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Mini Mental State Examination (MMSE)
1. Orientação- 10 pontos
2. Retenção - 3 pontos
3. Atenção e Cálculo – 5 pontos
4. Evocação - 3 pontos
5. Linguagem – 8 pontos
6. Habilidade construtiva – 1 ponto
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Montreal Cognitive Assessment (MOCA)
1. Sensibilidade, Epecificidade, VPP e VPN, precisão classificatória superior ao MMSE
na população portuguesa.
2. Desempenho Normal > 26 pontos em 30 na versão completa
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Montreal Cognitive Assessment (MOCA)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Montreal Cognitive Assessment (MOCA)
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Montreal Cognitive Assessment (MOCA)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Montreal Cognitive Assessment (MOCA)
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Demência – Diagnóst ico – Escalas de Aval iação Cogni t iva
Montreal Cognitive Assessment (MOCA)
Pontuação máxima 30/30
1. Capacidades visuo-espaciais e executivas- 5 pontos
2. Nomeação- 3 pontos
3. Memória (evocação diferida) – 5 pontos
4. Atenção – 5 pontos
5. Linguagem – 3 pontos
6. Abstração – 2 pontos
7. Orientação – 6 pontos
Normal > 26Atribuir +1 ponto se escolaridade <12 anos
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Demência
Demência de Alzheimer
Demência Corpos de
Lewy
Demência D. Parkinson
Demência Fronto-
temporalDemência Vascular
Outras
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Demência de Alzheimer
• Causa neurodegenerativa mais frequente de demência
• Factores de risco:
• Idade
• Hipertensão Arterial Sistólica
• Dislipidemia
• Diabetes Mellitus
• Traumatismo Crânio-encefálico
• Tabagismo
• Obesidade
• Doença cerebrovascular
• Obesidade
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência de Alzheimer
• Causa neurodegenerativa mais frequente de demência
• Fatores protetores:
•Participação em actividades cognitivas e de lazer (leitura, dança, música, jogos de tabuleiro…
•Exercício físico aeróbico e exercícios de relaxamento (yoga, atenção plena, meditação)
•Dieta equilibrada (mediterrânea)
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Demência de Alzheimer
• Apresentação Inicial
- Alteração memória episódica recente (lobo temporal medial)
- > 65 anos
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CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO DEMÊNCIA DE ALZHEIMER – DSM-VEvidência de declínio cognitivo significativo em um ou mais domínios cognitivos (história clínica, escalas avaliação cognitiva, testes neuropsicológicos):• Aprendizagem e memória• Linguagem• Função executiva• Atenção complexa• Perceptual-motor• Cognição social
Interferência com as AVDs
Défices não ocorrem exclusivamente no contexto de delírio
Ausência de etiologia alternativa (ex: doença psiquiátrica major)
Início lento e progressão gradual em pelo menos dois domínios
Um dos seguintes : • Evidência de causa genética (teste genético/história familiar)• As 3 seguintes:
• Evidência clara de distúrbio da memória e aprendizagem e pelo menos mais um domínio cognitivo• Progressão estável, com declínio progressivo gradual, sem plateaus• Sem evidência de etiologia mista para o declínio cognitivo (outras causas neurodegenerativas, cerebrovasculares,
sistémicas)
Demência de Alzheimer
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Demência de Alzheimer
• Padrão de Progressão
- Declínio cognitivo heterogéneo (córtex associativo, lobos temporais anteriores, lobos frontais, lobos occipitais)
DA típica estadio ligeiro:
alteração da memória recente, perguntas
repetitivas, perda interesse em hobbies
habituais, perda de fluência verbal/ anomia,
alteração AVDs instrumentais, disfunção
executiva ligeira, disfunção capacidades visuo-
espaciais,...
DA típica estadio
moderado:
afasia, disfunção executiva
ligeira, dependência parcial
nas AVDs
DA típica estadio avançado:
agitação, apraxia,
dependência total nas AVDs,
perturbação sono
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Demência de Alzheimer
- DA Atípica
- Atrofia Cortical Posterior (Disfunção visuo-espacial, alexia, apraxia oculomotora,
ataxia óptica, simultaneoagnosia, confusão direito-esquerdo, agrafia, acalculia,
agnosia dedos; hemineglet, apraxia do vestir, Memória preservada) - Atrofia parieto-
occipital
- Afasia Primária Progressiva – Variante Logopénica (alteração nomeação e
repetição, parafasias literais) - Atrofia temporo-parietal esquerda
- DA Variante Frontal (perda de fluência verbal, alteração do comportamento e
personalidade) – Atrofia frontal
- ...
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Demência de Alzheimer
- Sintomas Neuropsiquiátricos
- Apatia (72%)
- Agitação (60%)
- Ansiedade (48%)
- Delírio (paranóide, de ciúme... )
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Demência de Alzheimer – Tratamento Sintomas Cogni t ivos
Grupo Fármaco (posologia) Estadio E.Laterais
Inibidores ACh-EDonepezilo
Rivastigmina
Galantamina
Todos
DiarreiaNáuseaSonhos vívidosBAV, bradicardia
Antagonista NMDA-R Memantina Moderado-GraveTonturasConfusão mentalAlucinações
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Demência de Alzheimer - Tratamento S in tomasNeurops iqu iá t r i cos
• Depressão:
• Evitar antidepressivos tricíclicos , preferir SSRIs
• Agitação:
• Preferir abordagem não farmacológica
• evitar precipitantes ambientais, exercício regular, ‘shifting atention’
• Evitar antipsicóticos – associam-se a maior mortalidade
• Se utilizados, usar na dose mais baixa eficaz e por um curto período de tempo.
• Benzodiazepinas de curta duração de ação – apenas em situações pontuais de maior ansiedade
(risco de efeito paradoxal e dependência)
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Demência de Alzheimer
• Inibição Condução ?
• MMSE<24
• Avaliação insatisfatória dos familiares
• História recente de acidentes ou violação das regras básicas de trânsito
• Supervisão da Medicação
• Domicílios seguros - adaptação do ambiente domiciliário
• Pulseiras identificadoras – Associações
• Supervisão financeira – evitar erros e exploração
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CASO CLÍNICO #2
Homem, 63 anos, técnico de informática, reformado há um mês.
Observado em CE Neurologia por declínio cognitivo progressivo e sintomas motores:
- Início do quadro há 2 anos: começou a perder-se quando conduzia, iniciou dificuldade da marcha, com
pequenos passos e postura curvada, tremor postural e dificuldade em utilizar as teclas do computador
(motivo pelo qual se reformou).
- Teve 1 pequeno acidente de viação no último ano e mais recentemente foi notada perda de memória a
curto prazo. Também recentemente, a esposa teve que começar a tomar conta das contas da casa.
- Refere alucinações visuais (vê crianças, principalmente à noite) e maior sonolência diurna (passou a ter por
hábito fazer 1 sesta de pelo menos 2 horas por esse motivo).
- Segundo a esposa mexe-se muito durante a noite- ‘parece que está a lutar com alguém’ e está mais apático,
até deixou de ter interesse nos programas de televisão de que costumava gostar muito.
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CASO CLÍNICO #2
Ao exame objectivo:
• MOCA 21/30 (memória a curto prazo, capacidades visuo-espaciais)
• EN : Parkinsonismo (hipomímia, rigidez axial, disdiadococinesia, tremor postural; Marcha lenta, com
diminuição do balanceio dos braços, dificuldade nas mudanças de direcção e voltas)
• Estudo analítico normal
• RM com atrofia cortical difusa, ligeira. Sem carga lesional vascular significativa.
• PET com hipometabolismo temporal, parietal e occipital
Que etiologia parece mais provável, com base na história clínica, exame objectivo e exames auxiliares de diagnóstico?
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CASO CLÍNICO #2
Ao exame objectivo:
• MOCA 21/30 (memória a curto prazo, capacidades visuo-espaciais)
• EN : Parkinsonismo (hipomímia, rigidez axial, disdiadococinesia, tremor postural; Marcha lenta, com diminuição do balanceio dos braços,
dificuldade nas mudanças de direcção e voltas)
• Estudo analítico normal
• RM com atrofia cortical difusa, ligeira. Sem carga lesional vascular significativa.
• PET com hipometabolismo temporal, parietal e occipital
Que etiologia parece mais provável, com base na história clínica, exame objectivo e exames auxiliares de diagnóstico?
a. Demência de Alzheimer
b. Défice Cognitivo Ligeiro, qualquer etiologiac. Demência de Corpos de Lewyd. Demência associada à Doença de Parkinson
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CASO CLÍNICO #2
Ao exame objectivo:
• MOCA 21/30 (memória a curto prazo, capacidades visuo-espaciais)
• EN : Parkinsonismo (hipomímia, rigidez axial, disdiadococinesia, tremor postural; Marcha lenta, com diminuição do balanceio dos braços,
dificuldade nas mudanças de direcção e voltas)
• Estudo analítico normal
• RM com atrofia cortical difusa, ligeira. Sem carga lesional vascular significativa.
• PET com hipometabolismo temporal, parietal e occipital
Que etiologia parece mais provável, com base na história clínica, exame objectivo e exames auxiliares de diagnóstico?
Demência numa fase precoce do quadroAlucinações visuaisParkinsonismo RBD
a. Demência de Alzheimer
b. Défice Cognitivo Ligeiro, qualquer etiologiac. Demência de Corpos de Lewyd. Demência associada à Doença de Parkinson
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Demência de Corpos Lewy
Sintoma principal Manifestação
Demência Défice de atenção, executivo/frontal, visuo-espacial
Memória episódica relativamente bem preservada
Precede Parkinsonismo
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência de Corpos Lewy
Características Clínicas ‘Core’
Manifestação
Flutuação Grande flutuação do nível de atenção, sem predomínio
vespertino
Alucinações Visuais Recorrentes
Envolvem objectos animados
Insight variável
Parkinsonismo Espontâneo, rigidez e bradicinesia principalmente
Tremor de acção mais frequente do que de repouso
Marcha de pequenos passos, postura curvada
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Demência de Corpos Lewy
Características Clínicas ‘Sugestivas’
Manifestação Frequência
Distúrbio do sono REM Perda de atonia durante a fase REM
Actuação dos sonhos
25-76%
Sensibilidade aos neurolépticos
Reacções adversas motoras e cognitivas frequentes
Relacionados com aumento da mortalidade
50-80%
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Demência de Corpos Lewy - TratamentoFármaco Efeito
RivastigminaMelhoria do delírio, alucinações, apatia e depressão.
Donepezilo
Levodopa/carbidopa Melhoria parcial dos sintomas parkinsónicos(Introdução em dose baixa e titulação lenta pelo risco de exacerbação dos sintomas neuropsiquiátricos).
SSRIs Preferidos para tratamento de sintomas de depressão associados.
Antipsicóticos HipersensibilidadeSe benefício > risco- preferir quetiapina e clozapina - Utilizar na dose eficaz mais baixa e pelo menor período de tempo possível!
Melatonina e Clonazepam Melhoria distúrbio do sono REM.
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Demência na D. Park inson
Tremor de repouso assimétrico
Diminuição balanceio braço e dor no ombro
Tremor postural
Bradicinésia e Rigidez
Amimia/Ausência de expressão facial
Dificuldade da marcha e desequilíbrio
Postura flectida
Sintomas motores
Perda de neuróniosdopaminérgicos da substancia nigra
Dificuldades comunicação e alimentação
Alterações comportamento e do sono
Demência
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência da Doença de Park inson- TratamentoFármaco Efeito
RivastigminaMelhoria do delírio, alucinações, apatia e depressão.
Donepezilo
Levodopa/carbidopaMelhoria parcial dos sintomas parkinsónicos(titulação lenta -risco de exacerbação dos sintomas neuropsiquiátricos).
SSRIs Preferidos para tratamento de sintomas de depressão associados.
Antipsicóticos
AP típicos estão contraindicados!AP atípicos estão associados a maior mortalidade!Se benefício > risco- preferir quetiapina e clozapina (menor risco de agravar parkinsonismo)- Utilizar na dose eficaz mais baixa e pelo menor período de tempo possível!
Melatonina e Clonazepam Melhoria distúrbio do sono REM.
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CASO CLÍNICO #3
Homem, 54 anos. Bancário, desempregado actualmente.
Observado no serviço de urgência de Psiquiatria por comportamento bizarro- diz repetidamente que ganhou
o euromilhões. Segundo familiares, desde há 6 anos que está mais desorganizado, principalmente no que diz
respeito às suas finanças – deixou de pagar as contas e tem dívidas de crédito graves. Perdeu o emprego
porque começou a pedir dinheiro emprestado aos clientes. Compra todos os dias várias ‘raspadinhas’ e
recentemente comprou uma Harley-Davidson, apesar das suas dívidas. Sem história familiar de doenças
neurodegenerativas
• Ao exame objectivo: apático, sem alteração da linguagem, sem parkinsonismo, com disfunção executiva;
MMSE 26/30 e MOCA 14/30 (atenção e concentração, memória de trabalho, trail marking)
• RM atrofia frontal e parietal bilateral
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CASO CLÍNICO #3Homem, 54 anos. Bancário, desempregado actualmente.
Observado no serviço de urgência de Psiquiatria por comportamento bizarro- diz repetidamente que ganhou o euromilhões.
Segundo familiares, desde há 6 anos que está mais desorganizado, principalmente no que diz respeito às suas finanças –
deixou de pagar as contas e tem dívidas de crédito graves. Perdeu o emprego porque começou a pedir dinheiro emprestado
aos clientes. Compra todos os dias várias ‘raspadinhas’ e recentemente comprou uma Harley-Davidson, apesar das suas
dívidas. Sem história familiar de doenças neurodegenerativas.
• Ao exame objectivo: apático, com disfunção executiva; MMSE 26/30 e MOCA 14/30 (atenção e concentração, memória de
trabalho, trail marking); RM atrofia frontal e parietal bilateral
Que diagnóstico parece mais provável?
a. Demência de Alzheimer
b. Demência Fronto-temporal, variante semântica
c. Demência Vascular
d. Demência Fronto-temporal, variante comportamental
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CASO CLÍNICO #3Homem, 54 anos. Bancário, desempregado atualmente.
Observado no serviço de urgência de Psiquiatria por comportamento bizarro- diz repetidamente que ganhou o euromilhões.
Segundo familiares, desde há 6 anos que está mais desorganizado, principalmente no que diz respeito às suas finanças – deixou
de pagar as contas e tem dívidas de crédito graves. Perdeu o emprego porque começou a pedir dinheiro emprestado aos
clientes. Compra todos os dias várias ‘raspadinhas’ e recentemente comprou uma Harley-Davidson, apesar das suas dívidas.
Sem história familiar de doenças neurodegenerativas.
• Ao exame objetivo: apático, com disfunção executiva; MMSE 26/30 e MOCA 14/30 (atenção e concentração, memória de
trabalho, trail marking); RM atrofia frontal e parietal bilateral
Que diagnóstico parece mais provável?
a. Demência de Alzheimer
b. Demência Fronto-temporal, variante semântica
c. Demência Vascular
d. Demência Fronto-temporal, variante comportamental
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência Fronto-Temporal• Idade média : 50-70 anos, mais frequente entre os 45 e os 64 anos; M=F.
• Quadro cognitivo com início gradual e progressão ao longo de vários anos
Demência Fronto-Temporal
DFT- Variante Comportamental
Afasia Primária Progressiva- Variante Semântica
Afasia Primária Progressiva- Variante Não-fluente
DFT associada a Doença do Neurónio Motor
Doenças relacionadas com DFT – Degenerescência Cortico-basal e Paralisia Supranuclear Progressiva
50% dos casos
40% dos casos tem padrão AD
60% esporádicos
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Demência Fronto-TemporalDFT- Variante Comportamental 50% dos casos
• Alteração comportamento e funções executivas:
• Desinibição, comportamentos socialmente inadequados
• Apatia, perda de empatia
• Hiperoralidade
• Comportamentos obssessivos, maior impulsividade
• Movimentos simples repetitivos
• Psicose, alucinações e delírio (gene C9ORF72)
• Memória episódica e capacidades visuo-espaciais preservadas
Neuroimagem
(TC, RM, PET, SPECT)
Atrofia focal, hipometabolismo
ou hipoperfusão com
localização fronto-temporal
direita
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Demência Fronto-Temporal
• Tratamento Sintomático:
• SSRIs (citalopram, trazodona, fluoxetina, sertralina) – controlo alterações do
comportamento
• Neurolépticos (risperidona, aripiprazole, quetiapina, olanzapina) – se psicose e
agressividade
• Levodopa-carbidopa- uma pequena percentagem dos doentes pode beneficiar
• Inibidores da Ach-E não estão indicados (pode fazer-se prova terapêutica se estiverem
presentes défices mnésicos).
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CASO CLÍNICO #1
Homem, 73 anos. Hipertenso. Sem outros antecedentes patológicos conhecidos.
Observado em CE Neurologia por ‘esquecimentos’ e apatia, com 2 anos
de evolução.
Mantinha autonomia nas AVDs, excepto nas compras, onde errava
esporadicamente nos produtos que queria comprar.
• MOCA: 24/30 (erros no ‘trail marking’ e evocação verbal)
• Estudo analítico inicial sem alterações relevantes para além de
dislipidemia.
• RM cerebral : 6 pequenas micro-hemorragias e múltiplas
hiperintensidades da substância branca.
Que etiologia parece mais provável?
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CASO CLÍNICO #1
Homem, 73 anos. Hipertenso. Sem outros antecedentes patológicos conhecidos.
Observado em CE Neurologia por ‘esquecimentos’ e apatia, com 2 anos de evolução, estável.
Mantinha autonomia nas AVDs, exceto nas compras, onde errava esporadicamente nos produtos que queria comprar.
• MOCA: 24/30 (erros no ‘trail marking’ e evocação verbal) ; RM com micro-hemorragias e hiperintensidades subcorticais.
Dislipidemia.
a. Défice cognitivo ligeiro devido a Demência de Alzheimer
b. Demência Fronto-temporal
c. Demência de Corpos de Lewy
d. Défice cognitivo ligeiro de causa Vascular
Que etiologia parece mais provável?
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CASO CLÍNICO #1
Homem, 73 anos. Hipertenso. Sem outros antecedentes patológicos conhecidos.
Observado em CE Neurologia por ‘esquecimentos’ e apatia, com 2 anos de evolução, estável.
Mantinha autonomia nas AVDs, exceto nas compras, onde errava esporadicamente nos produtos que queria comprar.
• MOCA: 24/30 (erros no ‘trail marking’ e evocação verbal) ; RM com micro-hemorragias e hiperintensidades subcorticais.
Dislipidemia.
a. Défice cognitivo ligeiro devido a Demência de Alzheimer
b. Demência Fronto-temporal
c. Demência de Corpos de Lewy
d. Défice cognitivo ligeiro de causa Vascular
Que etiologia parece mais provável?
RM com Micro-hemorragias e evidência de
doença de pequenos vasos subcortical, sem
atrofia cortical significativa.
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência Vascu lar
DV Pós-AVC agudo sintomático DV Não relacionada com evento cerebrovascular agudo
• DIAGNÓSTICO
• MOCA é a escala de avaliação sensitiva mais sensível
• Neuroimagem (TC, RM) : importante para identificação, localização e quantificação da carga
vascular lesional – suficiente para causar as alterações cognitivas identificadas?
- Declínio cognitivo após AVC (hemorrágico ou isquémico)
- Declínio cognitivo e défices focais ao exame neurológico
- Declínio cognitivo - Evidência de doença cerebrovascular em neuroimagem
(evidência de doença de pequenos vasos, AVCslacunares, micro-hemorragias, etc..)
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência Vascu lar
• Localização estratégica das lesões e declínio cognitivo
• Lesões hemisfério esquerdo, região perisilviana
• Tálamo
• Mesencéfalo
• Lobo temporal medial
• Lobo frontal medial
• Multi-enfartes
• Lesão de pequenos vasos subcortical
DÉFICE DE
ATENÇÃO,
MEMÓRIA,
EXECUTIVO E
LINGUAGEM
Controlo de factores de risco vascular pode impedir progressão
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência- Tratamento transversal
Abordagemsintomática
Prevenção de complicações
Reabilitar
Prevenir/abrandar a
progressão
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência- Tratamento transversal
Abordagemsintomática
Prevenção de complicações
Reabilitar
Prevenir/abrandar a
progressão
• Fármacos
– Inibidores da AchE (donepezilo, rivastigmina,
Galantamina)
• benefício sintomático modesto/ligeiro
– Antagonista R-NMDA (Memantina)
• Benefício sintomático ligeiro na DA moderada-
grave;
• Pode ser benéfico na DA em estadio inicial e na
demência vascular
• Neuroprotecção
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência- Tratamento transversal
Abordagemsintomática
Prevenção de complicações
Reabilitar
Prevenir/abrandar a
progressão
• Fármacos
– Antipsicóticos e antidepressivos
– Delírio
– Alucinações
– Depressão
– Agitação psicomotora
– Distúrbios do sono
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência- Tratamento transversal
Abordagemsintomática
Prevenção de complicações
Reabilitar
Prevenir/abrandar a
progressão
• Nutrição
– A subnutrição/nutrição desadequada é muitofrequente na demência
– Suplementos alimentares
– Auxílio/supervisão na alimentação
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Demência- Tratamento transversal
Abordagemsintomática
Prevenção de complicações
Reabilitar
Prevenir/abrandar a
progressão
• Reabilitação
– Estimulação cognitiva
– Exercício físico/fisioterapia
– Terapia ocupacional
• Abordagem de factores de risco
cardiovascular
– Diminui a incidência de demência
– Atrasa a progressão do declínio cognitivo
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Demência- Tratamento transversal
Abordagemsintomática
Prevenção de complicações
Reabilitar
Prevenir/abrandar a
progressão
• Segurança do doente
– Condução– Gestão financeira– Sair sozinho à rua– Viver sozinho
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Demência- Tratamento transversal
Abordagemsintomática
Prevenção de complicações
Reabilitar
Prevenir/abrandar a
progressão
• Prevenir complicações (comorbilidades +
vulnerabilidade)
– Pneumonia bacteriana
– Insuficiência cardíaca
– Desidratação
– Úlceras duodenais
– Infecções urinárias
– Desidratação e desnutrição
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência- Tratamento transversal
• Tratar co-morbilidades (FRV, patologia AO, hipoacusia, patologia
oftalmológica...)
• Cuidados Paliativos e de fim de vida
• Educação e suporte aos doentes e cuidadores
• Referenciação a S. Apoio Social e organizações e apoio
• Envolver os cuidadores e doentes no planeamento terapêutico
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Demência – Em Resumo
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência – Em Resumo• A história clínica, adjuvada com informação de um familiar ou cuidador, o
exame físico geral e o exame neurológico, devem ser realizados em todos os
doentes com suspeita de declínio cognitivo ou demência.
• As alterações nas atividades de vida diária devidas a declínio cognitivo são um
aspeto essencial no quadro clínico da demência e devem fazer parte da
avaliação diagnóstica.
• A avaliação cognitiva, deve ser efetuada, em consulta especializada, em todos
os doentes com suspeita de declínio cognitivo ou demência
• A avaliação das alterações psicológicas e comportamentais da demência deve,
também, ser efetuada em todos os doentes com suspeita de declínio cognitivo
ou demência
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência – Em Resumo• A procura de comorbilidades é muito importante em todos os doentes com
suspeita de declínio cognitivo ou demência, e deve ser efetuada, quer na altura
do diagnóstico, quer no decurso da doença, em caso de agravamento inesperado
ou emergência de alterações psicológicas e comportamentais da demência
• Deve ser feita revisão da medicação em curso, no sentido de identificar fármacos
com potenciais efeitos prejudiciais na esfera cognitiva, em particular com efeito
anticolinérgico significativo.
• Quando da avaliação inicial devem ser pedidas análises laboratoriais no sangue,
incluindo hemograma, glicemia, cálcémia, ionograma sérico, função hepática,
renal, tiroideia, vitamina B12, ácido fólico e teste sorológico para a sífilis
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência – Em Resumo
• O doente deve fazer um estudo de imagem estrutural, no sentido de se excluírem
causas tratáveis de declínio cognitivo e de fornecer informação para um
diagnóstico etiológico específico
• Na demência vascular, recomenda-se o tratamento das condições médicas
subjacentes, como hipertensão arterial, diabetes e doença cardíaca, de acordo
com as normas aceites para essas condições, na expectativa que assim se possa
reduzir o risco de novas lesões cerebrais e consequente deterioração cognitiva
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Demência – Em Resumo
• Não existe, presentemente, evidência que suporte a utilização de outros
medicamentos, como anti-inflamatórios,, vasodilatadores, selegilina, terapêutica
hormonal, estatinas, vitaminas, extractos cerebrais ou de plantas, na prevenção
ou tratamento do declínio cognitivo ou demência. Estes medicamentos não
devem ser prescritos com esta indicação.
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Demência – Em Resumo
• No controlo das alterações psicológicas e comportamentais da demênciadeverão procurar-se fatores desencadeantes ou fatores causais responsáveispor essas alterações e potencialmente modificáveis ou tratáveis:
a) o uso de antipsicóticos, nestes doentes, foi associado a efeitosextrapiramidais, risco acrescido de acidente vascular cerebral eaumento da mortalidade. Os antipsicóticos devem, pois, ser reservadospara alterações psicológicas e comportamentais da demênciamoderadas a graves, que não respondem a outras intervenções, esituações de emergência.
b) os neurolépticos atípicos apresentam menos efeitos secundáriosextrapiramidais e devem ser preferidos em relação aos neurolépticosconvencionais.
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Referências bibliográficas:
• Bradley's Neurology in Clinical Practice 7th ed. Elsevier.
• Continuum Neurology - www.ContinuumJournal.com
• Norma da Direção Geral de Saúde – Abordagem terapêutica das alterações cognitivas - Norma no 053/2011
de 27/12/2011
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NEUROLOGIA EM GERIATRIA
Sofia Figueiredo, MDEspecialista em Neurologia – Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho