Newsletter Oil & Gas #26

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hays.com.br 2013 A FORÇA DO MERCADO DE PETRÓLEO & GÁS Newsletter Oil & Gas #26 Julho 2013 BRASIL

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A FORÇA DO MERCADO DE PETRÓLEO & GÁS

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hays.com.br

2013A FORÇA DO MERCADO DE pEtRólEO & Gás

Newsletter Oil & Gas #26 Julho 2013

BRAsIl

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05 2013A força do mercado de trabalho

06 FOCO NAs pMEsSaiba mais sobre o início das rodadas de licitações anuais específicas.

07 INDústRIA NAvAlRevitalização no Brasil

09 MApA DE OpORtuNIDADEsPosições aquecidas no País

10 ENtREvIstAKeith Jones - Head de Petróleo e Gás da HAYS Brasil

pEtRólEO & Gás

A FORÇA DO MERCADO EM 2013

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A EquIpE

Raphael Falcão

Keith Jones

Gerente da expertise Hays Oil & Gas no Rio de Janeiro

Diretor de Operações no Rio de Janeiro

A HAYS Recruiting experts worldwide lançou mais uma edição semestral do Hays Journal. A publicação oferece aos seus leitores maté-rias voltadas à atualidade, tendências e percepções sobre temas que exercem impacto no mundo do trabalho. Confira!

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Após uma série de ciclos econômicos históricos – ouro, borracha, café, cana -, o Brasil aposta no crescimento de uma área importante para todo o mundo: Petróleo e Gás. Desde 1997 o país presen-cia a abertura do setor do petróleo associada à descoberta do pré-sal e ao fato de que as reservas naturais são gigantescas. Isso marca o início do mais importante ciclo de industrialização da his-tória econômica brasileira, de acordo com espe-cialistas. Como isso afeta o mercado de trabalho e quais as consequências dessa explosão do setor são temas que a Newsletter Hays Oil & Gas 2013 aborda.

As descobertas brasileiras são tão relevantes que farão a atual produção de petróleo no país triplicar. Em estimativas conservadoras, poderá chegar a 35 bilhões de barris, segundo Marco Antônio Almeida, secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia (só em um dos blocos descobertos na bacia de Santos pode haver reservas de até um bi-lhão de barris). E, até 2021, a extração deve saltar de pouco acima da faixa dos dois milhões de barris por dia (bpd), para 5,43 milhões de bpd, segundo estudo que foi colocado em consulta pública no Ministério de Minas e Energia.

Com a perspectiva de aumento na produção, mais profissionais serão demandados, movimentando o já insuficiente mercado brasileiro de especialistas em Oil & Gas. De acordo com o HAYS Global Skills Index 2012, estudo sobre escassez de talentos, o Brasil tem grandes universidades, mas não forma

pessoas suficientes com as qualificaçõessolicitadas para o setor. Outro fato que prejudica os processos de contratação, segundo a publicação, é a emigra-ção de brasileiros para outros países.

Entre os projetos que os novos profissionais po-derão participar estão os que deverão atender às projeções do aumento da produção. É previsto, por exemplo, a necessidade de 90 novas platafor-mas do tipo FPSO (floating production, storage and offloading), incluindo a conversão de navios existentes, além de investimentos em estaleiros, portos, refinarias e centros de distribuição por todo o país.

Outro assunto abordado na Newsletter é a força das pequenas empresas no setor de Oil & Gas. De acordo com o Sebrae-SP, 85,2% das pequenas e médias empresas entrevistadas têm interesse em fornecer para a cadeia petroquímica, mas apenas 45% se consideram fornecedoras efetivamente. No entanto, esse panorama poderá mudar, alavancado principalmente devido às parcerias entre Sebrae e Petrobras.

A publicação traz, ainda, um retrato de como a imigração de profissionais se tornou cada vez mais constante e um mapa de oportunidades no setor. Destaque, também, para entrevista com Keith Jo-nes, gerente da expertise Hays Oil & Gas no Rio de Janeiro, que fala dos novos rumos do mercado de Petróleo e Gás e sobre sua carreira neste setor.

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BOAs vINDAs

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Em fevereiro deste ano, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) anunciou, por meio de publicação no Diário Oficial, o início das rodadas de licitações anuais específicas para pequenas e médias empresas, que de-verão ser realizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). A ideia é incluir essas companhias na cadeia produtiva brasileira de petróleo e gás promovendo uma maior participação na exploração, produção e desenvolvimento desses recursos naturais. A medida implica que as licitações deverão ser voltadas para blocos em bacias maduras e áreas inativas com acumulações marginais, excluindo locais onde possa haver recursos não convencionais como, por exemplo, a produção de óleo e gás de xisto.

O anúncio veio em um momento de aquecimento no setor nacional de Oil & Gas, que cada vez mais chama a atenção das empresas, independentemente do porte. De acordo com o Sebrae-SP 85,2% das pequenas e médias empresas entrevistadas têm interesse em fornecer para a cadeia petroquímica, mas apenas 45% delas se con-sideram fornecedoras. “Para que companhias menores entrem na cadeia de produção de petróleo no Brasil, é importante que haja menos burocracia na liberação de crédito para novos fornecedores e menos exigências para a captação de recursos junto aos bancos de fomento. Além disso, diante do protagonismo da Petrobras, é cada vez mais necessário que se crie canais de compras diretas da estatal”, ressalta Keith Jones, gerente da expertise Hays Oil & Gas no Rio de Janeiro.

Atualmente, as pequenas e médias empresas brasileiras atuam em 39 campos terrestres, com extração de 3,6 mil barris por dia. Importante ressaltar que a melhora neste índice implica no desenvolvimento das regiões onde os produtores se instalam. Quando, por exemplo, uma em-presa investe em locais com baixo IDH, há o consequente aumento nos empregos, melhora nas instalações de energia elétrica, reparos em estradas que levam a áreas

distantes, entre outros benefícios estruturais.

Mercado de trabalho

Especialistas da HAYS que atuam no setor de Oil & Gas perceberam que as pequenas e médias empresas têm alto potencial para contribuir com a cadeia produtiva de petróleo. “A maior parte do recrutamento da HAYS ainda é voltada a grandes empresas, aproximadamente 80%. Os outros 20% têm como foco os pequenos e médios produ-tores brasileiros e estrangeiros. Notamos que as empresas estão se profissionalizando cada vez mais e a tendência é que as contratações, principalmente de brasileiros e expatriados ingleses e norte-americanos, aumentem nos próximos anos”, afirma Raphael Falcão, diretor da HAYS no Rio de Janeiro.

A atração que o potencial brasileiro na área de Oil & Gas já exercia no mundo, muito por causa das recentes descobertas do pré-sal, ganhou mais alguns motivos: o baixo nível das represas brasileiras exige o consumo de diesel na geração de energia elétrica, o que aumenta a demanda. Além disso, um relatório divulgado em janeiro deste ano pela Associação Internacional de Energia (AIE) apontou que o Brasil se tornou, embora provisoriamente, o sexto maior consumidor global de petróleo, ficando atrás de Estados Unidos, China, Japão, Índia e Rússia. O país passou a Arábia Saudita, após crescimento de 9,3% no consumo em 2012.

Diante de um cenário tão favorável, a medida do governo de beneficiar pequenas e médias empresas deve incre-mentar positivamente a cadeia produtiva de petróleo no Brasil. A estimativa é que haja um aumento na demanda por profissionais no Rio Grande do Norte, Ceará, Sergipe, Alagoas, Bahia e Espírito Santo. “Agora, cabe à ANP definir os critérios para a escolha dos pequenos e médios produtores que deverão ingressar no promissor mercado de Oil & Gas brasileiro”, finaliza Falcão.

FOCO NAs pMEs

sEBRAE E pEtROBRAs pARCERIA AJuDA pEquENAs E MéDIAs EMpREsAs A INGREssAREM NO sEtORUm convênio entre Sebrae e Petrobras, firmado no âm-bito do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), do Ministério de Minas e Energia, prevê o repasse total de R$ 78 milhões para pequenas e médias empresas que se interessam em atuar no setor de Oil & Gas brasileiro. A ideia do projeto é mos-trar que mesmo as grandes companhias que atuam nessa cadeia necessitam dos pequenos e médios produtores para gerir seus negócios.

Entre as principais demandas, que as cooperativas formadas por pequenos empreendedorespodem ajudar, podemos citar o fornecimento de uniformes para técnicos de plataformas de petróleo ea produção de materiais para a construção de equipamentos de alta tecnologia, como navios de última geração e robôs marinhos, entre outros. Estima-se que o convênio, firmado em 2004 e com previsão de vigorar até 2014, já incluiu mais de 11 mil pequenas e médias empresas na cadeia do petróleo e gás brasileiro.

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Devido à descoberta de novos poços de petróleo na área do pré-sal, a indústria naval de todo o mundo, princi-palmente os fabricantes de equipamentos, têm muito interesse em um dos mercados que mais tem se desen-volvido nos últimos anos: o brasileiro. Tanto a construção de navios quanto as encomendas de sondas e de plata-formas de exploração em alto-mar movimentam muito o setor, aumentando a procura por profissionais.

Em 2003, a indústria naval era responsável por três mil vagas de emprego no Brasil. No último mês de setembro, o setor contava com 62 mil trabalhadores atuando no país. A previsão é de que até 2015 sejam criadas, aproxi-madamente, 24 mil novas vagas, de acordo com estima-tivas do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

As principais demandas para carreiras de nível superior são voltadas para engenheiros (naval, mecânico, elétrico, metalúrgico, de automação, químico, civil, ambiental e de telecomunicações). Administradores, contadores e profis-sionais da área de Logística, Sustentabilidade e Market-ing também encontrarão campo de atuação em função dos grandes investimentos. “Com o enfraquecimento da indústria naval nacional, esses profissionais acabaram migrando para setores bem diferentes. Essa indústria, em particular, é mais uma das que enfrentam um dos grandes desafios do país: qualificar mão de obra”, aponta Keith Jones, gerente da expertise Hays Oil & Gas no Rio de Janeiro.

Mesmo com esse déficit profissional, números da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) mostram que o Brasil tem hoje a quarta maior frota de navios do mundo e é o terceiro mercado que mais produz equi-pamento para o setor. “Esses resultados são frutos da estabilidade financeira e da decisão política de recuperar a indústria naval no país, segmento que ficou estagnado nas décadas de 80 e 90”, complementa Jones.

A retomada dessa indústria pode ser percebida pelo aumento da frota brasileira que hoje contabiliza 397 embarcações (navios de longo curso, de cabotagem e de navegação interior), com a estimativa de demanda para mil barcos até 2020, segundo a Antaq. É necessário, portanto, serem produzidas mais 600 embarcações, que serão voltadas principalmente para atender à exploração marítima de petróleo e gás. Esse processo exigirá inves-timentos de aproximadamente R$ 55 bilhões, de acordo com as estimativas do Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES).

A proliferação do setor pós-retomada oferece mais benefícios, entre eles o aumento nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. “É preciso atender às novas necessidades dos clientes que, durante muito tempo,

foram saneadas por projetos e equipamentos de alto conteúdo tecnológico de fornecedores internacionais”, comenta o gerente da HAYS.

Outro ponto importante é que, com mais investimento, o parque naval nacional deverá atingir uma capacidade de processamento de aço superior a 850 mil toneladas por ano. Grande parte dessa demanda é concentrada no reparo e construção de estaleiros de médio porte, que atendem embarcações de tamanho médio, mais frequen-tes nos mares brasileiros. Com isso, há a possibilidade de aumentar o número de vagas para profissionais com experiência e senioridade para fazerem a gestão desses equipamentos.

INDústRIA NAvAlREvItAlIzAÇãO NO BRAsIl

MulhEREs EM OIl & GAsO número de mulheres trabalhando e prosperando na indústria de petróleo e gás no mundo está crescendo. Atualmente, elas trabalham em todas as posições executi-vas, no escritório ou em campo, em altos cargos ou áreas mais técnicas. Esse crescimento também é ocasionado por maior abundância de projetos disponíveis para incentivar as mulheres a atuarem no segmento.

Segundo o Oil & Gas Global Salary Guide 2013 da HAYS, elaborado em parceria com o site Oil & Gas Job Search,na América do Sul, 10,3% do total da força de trabalho no setor era formado por mulheres. Assim, houve um aumento em relação ao índice de 7,8%, verificado no ano anterior. Porém, o estudo ressalta que, com esta taxa de cresci-mento ainda levarão 30 anos para igualar os números de atuação no setor, entre homens e mulheres, já que a mão de obra masculina ainda é de 89,7%. A pesquisa deste ano envolveu 53 países e coletou mais de 25 mil respostas.

De acordo com Raphael Falcão, diretor da HAYS no Rio de Janeiro, “o volume de mão de obra feminina ainda é pequeno em relação às oportunidades da área, que oferece média salarial anual de US$ 111.000,00 no país. Um au-mento das mulheres na força de trabalho poderia ajudar a reduzir a carência de profissionais especializados no Brasil”. Para o executivo, trata-se de grande oportunidade para o público feminino, já que, entre 2011 e 2012,cerca de 15% dos profissionais alocados pela HAYS no mercado para atuarem no setor de Oil & Gas eram estrangeiros.

Para as mulheres entrarem nesse mercado, as habilidades mais exigidas são competências de gestão de projetos, boa capacidade de resolução de problemas e organização. “Conhecimentos multifuncionais sobre o setor, gerencia-mento de dados, além de habilidades técnicas de engen-haria, também são fundamentais neste papel”, orienta Keith Jones, gerente da expertise Hays Oil & Gas no Rio de Janeiro.

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Atualmente, as maiores demandas no Brasil para cargos no setor de Oil & Gas são voltadas para Gerentes de Conta e de Desenvolvimento de Negócios. Isso acontece porque diversas empresas do exterior desejam entrar no mercado de energia brasileiro e fazer negócios com as promissoras indústrias locais, o que exige a atuação de profissionais de alta gerência para administrar as transações.

Em 2012, a área mais movimentada no setor para a HAYS foi a de Desenvolvimento de Negócios, que recebeu uma demanda grande por profissionais, especialmente para projetos na capital carioca e em Macaé, no Rio de Janeiro.

Em geral, os salários do ramo estão crescendo em todos os países. Segundo o Oil & Gas Global Salary Guide 2013 da HAYS, a remuneração média permanente dos trabalhadores no Brasil é de U$ 131,400 por ano, para a mão de obra importada, e de U$ 111,000 por ano, para brasileiros. Essa é uma das dez maiores médias do ranking da HAYS, que avaliou 53 países.

MApA DE OpORtuNIDADEs

RIO DE JANEIRO•Gerente de conta•Gerente de Desenvolvimento

de Negócios

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ENtREvIstAKEIth JONEs

hAYs: Por que você aceitou o desafio de entrar na HAYS Brasil?

Keith Jones: A HAYS é uma organização inter-nacional respeitável, o que dá grande vantagem competitiva para recrutar em um campo tão global como o de petróleo e gás.

hAYs: Quais são os maiores desafios que você tem no país?

Keith Jones: O idioma pode ser um obstáculo, mas estou aprendendo. Felizmente, a indústria de Petróleo e Gás tem muitos termos em inglês, que facilitam o meu trabalho na área. No entanto, para ser totalmente aceito, é culturalmente importante que eu entenda português. Outro desafio inclui a compreensão da “cultura de negócios” aqui no Brasil, que é muito diferente da cultura no Reino Unido. É importante me adaptar tão rapidamente quanto possível, mantendo alguns conhecimentos comerciais úteis que captei em outros países.

hAYs: Quais as principais características compor-tamentais que um profissional de Oil & Gas deve ter?

Keith Jones: Os candidatos devem ser flexíveis e capazes de se adaptarem a diferentes ambientes de trabalho. O setor expõe os trabalhadores a perspectivas de atuação variáveis (em platafor-mas, navios, projetos de pesquisa, laboratórios,

estaleiros e outras tantas opções). Então, o profis-sional precisa ser capaz de lidar com novas situ-ações e condições de mercado.

hAYs: Quais são os principais problemas que po-dem ser enfrentados neste setor?

Keith Jones: Falta incentivo para entrar nesse seg-mento. Como é uma área já consolidada e comple-xa, as empresas exigem profissionais experientes, deixando pouco espaço para os iniciantes ou espe-cialistas de outras áreas que estejam interessados em migrar. Isso quer dizer que, para profissionais com pouco ou nenhum conhecimento anterior, há muitas dificuldades para começar.

hAYs: Como está o mercado de Oil & Gas atual-mente, no mundo e no Brasil?

Keith Jones: No Brasil, os players dos setores de energia e petróleo estão ansiosos pelas no-vas rodadas de licitações e, com isso, a volta dos investimentos. O setor de estaleiros no país, por outro lado, está aquecido e sempre fazendo con-tratações. Já o mercado mundial não está tão aquecido como a mídia sugere, pois há vários países enfrentando problemas econômicos. Com isso, vemos que profissionais experientes ainda são necessários. Mas, como o risco de formação e desenvolvimento desses especialistas é alto, empresas e governos muitas vezes preferem não investir na qualificação desses especialistas.

Graduado em Sociologia pela Universidade de Surrey, no Reino Unido, Keith Jones - o gerente da área de Oil & Gas da HAYS Rio de Janeiro - iniciou sua carreira em Media Sales na Haymarket Publishing. Em 2000, Jones migrou para o mercado de recrutamento, passando por empresas como Glotel, The Synergy Group e Antal International. Mudou-se para o Brasil em 2011, atuando como gerente nacional para a Antal. Assumiu a área de Petróleo e Gás na HAYS no início de 2013 e aqui fala um pouco mais sobre sua percepção do mercado e como o país pode crescer ainda mais no segmento.

10 | Julho 2013 | #26 | Newsletter Oil & Gas

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hAYs: Quais as expectativas para o mercado bra-sileiro de Oil & Gas nos próximos anos?

Keith Jones: Com a próxima rodada de licitações da ANP, novos projetos devem começar. Espera-se também que a Petrobras se acostume com as mu-danças, como a legislação de conteúdo nacional e a aplicabilidade dos royalties, passando a oferecer para prestadores de serviços algumas demandas mais complexas.

hAYs: Como está posicionado o segmento no Bra-sil em relação ao resto do mundo?

Keith Jones: O Brasil é um desenvolvedor de novas tecnologias, especialmente por causa dos desafios de extração no pré-sal, com difícil acesso e prospecção. Equipamentos voltados para a pesquisa do solo, navios-plataformas e o sistema de separação entre o petróleo, o gás e a água são constantemente atualizados. A Petrobras é conhecida mundialmente por seu conhecimento técnico e tem, de fato, a maior universidade cor-porativa voltada para o mercado de Petróleo e Gas do mundo, o Parque Tecnológico Rio, na Ilha do Fundão.

hAYs: Há talentos nacionais atuando fora do Brasil? Como está o gerenciamento e a ascensão desses profissionais?

Keith Jones: Sim, existem. Antes, os brasileiros eram procurados para oportunidades em todo o mundo. Atualmente, vemos o contrário: mais brasileiros voltam para o país, principalmente pelo excelente pacote de compensações, que é tão bom quanto os oferecidos pelos estrangeiros, além do mercado estar mais estável.

hAYs: O Brasil ainda importa profissionais para esse setor? Para quais cargos?

Keith Jones: Sim, principalmente para posições mais sênior. Como o mercado foi aberto para a atuação de empresas privadas (tanto nacionais quanto internacionais), há cerca de uma década, é difícil encontrar brasileiros com mais de 10 anos de experiência de trabalho fora da Petrobras. A maneira mais rápida de resolver este problema é trazer pessoas de fora do país. Mas, esses proces-sos estão diminuindo por causa das leis de con-teúdo local, ou seja, uma maior participação de profissionais e empresas nacionais.

hAYs: Como está o mercado de contratações de profissionais estrangeiros?

Keith Jones: Diminuindo. Devido às leis de con-teúdo local, os departamentos de RH acabam tentando preencher as posições com candidatos brasileiros. Além disso, a contratação de estrangei-ros custa muito dinheiro para as empresas (por causa dos pacotes de expatriação). No final, a contratação de estrangeiros só acontece depois de todas as outras opções terem se esgotado.

hAYs: Como a próxima rodada de licitações da ANP pode afetar o setor?

Keith Jones: Com as novas áreas (289 blocos, em 23 setores, totalizando 155,6 mil quilômetros qua-drados, distribuídos em 11 bacias sedimentares nos oceanos brasileiros), as empresas investirão nova-mente e a economia do setor deve crescer. Esses blocos são o novo “material a granel” da indústria de Petróleo & Gás, que sempre tem demanda cres-cente.

hAYs: Como você vê a ascensão das mulheres a altos cargos no segmento?

Keith Jones: Segundo pesquisa do Boston Consulting Group, o número de mulheres que trabalham em posições de chefia aumenta em to-dos os setores. Temos clientes internacionais com campanhas para ampliaro número de mulheres contratadas. Mesmo com o crescimento, ainda vemos que os cargos mais altos são preenchidos com candidatos do sexo masculino.

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