Niilismo
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Niilismo: o
maior desafio
![Page 2: Niilismo](https://reader033.fdocumentos.com/reader033/viewer/2022042816/55974aa11a28ab3b1f8b47b8/html5/thumbnails/2.jpg)
Niilismo, nos dias de hoje, está relacionado à
“transparência”, causada pelo excesso de
informações dadas pelos canais midiáticos que
deixam o ser completamente inerte, paralisado.
Diferente do niilismo do fim do século XIX,
definido por Nietzsche, quando “anunciava a morte
de Deus”.
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O niilismo na modernidade é aquele carregado de
negatividade. Como o próprio texto estudado em sala diz “(...) o
niilismo não tem mais as cores sombrias e fuliginosas do fim
século XIX (...)”
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Já no mundo pós - moderno, esse niilismo ganha um tom
de desesperança e de acomodação devido ao “bombardeio” de
informações que a pessoa sofre por todos os cantos, como notou
o próprio Baudrillard. Parece que, de algum modo, esse excesso
torna – se uma “cadeia” invisível, que a própria pessoa não
percebe que fez e da qual não conseguir sair.
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“Hoje ele depara com o nada da indiferença, da discussão, da
„transparência‟ das imagens. Fala de um homem niilista que
perdeu o entusiasmo e o compromisso com qualquer convicção
ou „sentido‟ e adquiriu a indiferença e a acomodação na fruição
do prazer aqui e agora, dispondo daquilo que o sistema lhe
propõe”. Sua desenvolta indiferença se realiza na excessividade
caótica das imagens e dos objetos que fazem a orgia do
consumo.”
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“(...) por estar convencionado de que na época do „niilismo da
transparência‟ (p. 230) não há espaço para a luta política. Afinal,
o excesso de visibilidade, de transparência provocou mais do que
banalização da cena política, trouxe a sua implosão”
Entretanto, contrariando essa ideia, parece que as pessoas
desvencilharam – se dessa “cadeia” pessoal e acordaram do
profundo sono, quando, em todo o país uma grande parcela da
população foi às ruas reivindicar seus direitos.
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Acompanhe alguns trechos da entrevista de Michel Maffesoli
concedida ao jornal O Globo
“É um bom exemplo destas sublevações pós-modernas que se
desenvolvem em vários lugares. É uma revolta bastante
disseminada (...). É algo que pode ser comparado com o
exemplo turco(...) .Vivemos o fim de uma época, e umas das
manifestações disso é que algo cotidiano suscita um
movimento que questiona o sistema.”
“Vejo o Brasil como um laboratório da pós-modernidade. Algo
assim não vejo ocorrer na França, onde espírito, clima e
intelligentsia permanecem muito racionais. Não vejo surpresa
neste tipo de explosão, forte, mesmo brutal, num país como o
Brasil.
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“Arcaico são as tribos; desenvolvimento tecnológico, a internet.
Há mobilidade graças às redes sociais. As tribos urbanas se
tornam comunidades interativas.”
Também existem aquelas pessoas que ainda continuam no seu
mundo niilista e abominam qualquer tipo de tentativa de
“liberdade” das correntes que as amarram.
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É nesse contexto que o professor vai encarar a sala de aula. E ele,
na posição de docente, não pode se deixar levar pelo niilismo.
Devido a isso que o niilismo, no texto, é colocado como o
maior desafio do professor na atualidade, porque ele deve
saber educar essa geração altamente desprendida e paralisada
pelo excesso das informações.
Contudo, o desafio ainda maior está no próprio educador que
deve lutar para não permitir que essa estagnação também o
afete e com isso se perca toda a essência do “educar”, fazendo
do professor um fantoche humano.
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Não é aceitável ver a sociedade dar mais importância a uma
greve de lixeiros do que a uma de professores. Vimos, há
semanas atrás, “o gigante acordar”, e não podemos deixá –lo cair
novamente no sono profundo. Uma sociedade niilista
despertando, e é dentro da escola com plenos educadores,
sinalizadores de caminhos, que podemos dar continuidade a isso.
Até porque o niilismo não é tão - somente um vazio ou uma
indiferença a tudo, é mais que isso, é a possibilidade do novo.
“Se o professor perdeu ou perde o entusiasmo e o
compromisso com a convicção emancipatória da sua profissão,
não poderá acompanhar os passos de Nietzsche (...) tampouco
seguir Habermas na realização do sonho de uma Pedagogia da
ação comunicativa.”
![Page 14: Niilismo](https://reader033.fdocumentos.com/reader033/viewer/2022042816/55974aa11a28ab3b1f8b47b8/html5/thumbnails/14.jpg)
![Page 15: Niilismo](https://reader033.fdocumentos.com/reader033/viewer/2022042816/55974aa11a28ab3b1f8b47b8/html5/thumbnails/15.jpg)
Nesse momento entende – se a passagem tão intrigante e,
ao mesmo tempo, tão verídica exposta no texto:
“Nada se edifica sobre a pedra, tudo sobre a areia, mas nosso
dever é edificar com se fora pedra a areia.” (Julio Luis Borges)
E você, vai continuar preso nessa rocha?