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ADRIANA TAVARES JAPIASSU NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSOS FLORIANÓPOLIS – SC 2007

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ADRIANA TAVARES JAPIASSU

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSOS

FLORIANÓPOLIS – SC

2007

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA – UDESC

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO ESPORTE – CEFID

ADRIANA TAVARES JAPIASSU

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSOS

FLORIANÓPOLIS – SC

2007

Trabalho monográfico apresentado ao curso de Licenciatura em Educação Física do Centro de Ciências da Saúde e do Esporte – CEFID, da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado em Educação Física. Orientadora: Dra. Giovana Zarpellon Mazo

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ADRIANA TAVARES JAPIASSU

NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E APTIDÃO FUNCIONAL DE IDOSOS

Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciado no curso de

graduação em Educação Física da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC.

Banca Examinadora:

Orientador: _________________________________________________ Dra. Giovana Zarpellon Mazo Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC

Membro: _________________________________________________ Dra. Tânia Rosane Bertoldo Benedetti Universidade Federal de Santa Catarina – UDESC

Membro: _________________________________________________ Prof. Adilson Sant’Ana Cardoso Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC

Florianópolis, Outubro/ 2007.

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Dedico este trabalho à comunidade acadêmica com a esperança de que ele seja de alguma forma útil, e também a todos que sentirem a curiosidade de folheá-lo e compartilharem comigo o gosto por conhecer um pouco mais sobre aqueles que já viveram mais que muitos de nós.

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AGRADECIMENTOS

Este trabalho de conclusão de curso é o resultado de várias e imprescindíveis

colaborações, apoios e incentivos. Quero, portanto, expressar a minha gratidão e apreço a

todos aqueles que contribuíram para a sua realização.

Explicito primeiramente que esta monografia finaliza uma etapa de aprendizado

profissional e pessoal, do qual fizeram parte pessoas importantíssimas na minha vida e que

contribuíram para que fosse viável minha permanência nesta terra e nesta comunidade

acadêmica da forma mais feliz que poderia ter sido. Seria impossível chegar e continuar aqui

sem o apoio e contribuição dos todos segue, portanto uma longa lista de agradecimentos e

homenagens mais que merecidas.

Agradeço primeiramente à minha maravilhosa família. Aos meus indescritivelmente

queridos pais, José e Elizabeth, pois sem o seu amor, apoio, carinho e sem a força que me

deram teria sido muito dura esta caminhada até o fim. Obrigada por acreditarem em mim com

tanta solidez até mesmo em momentos quando nem eu mesma acreditava tanto, valeu pela

confiança. Às minhas irmãzinhas de sangue e eternas amigas, Ivana e Flávia, que me

incentivaram e muito me ajudaram. Obrigada pelo incentivo, carinho e amor e também pelos

conselhos. Às irmãs Morena Antunes e Manu Couto, pela amizade, e vivência em momentos

tão felizes e importantes e por partilharem uma amizade incondicional, tão proveitosa.

Morena, obrigada pela presteza e paciência em ler parte de meu trabalho e também corrigi-lo.

Obrigada aos amigos que me encorajaram nas fases difíceis e viveram comigo meus

momentos de alegria e angústia. Agradeço especialmente àqueles nos quais senti o carinho

verdadeiro durante a caminhada nesta universidade. Como a minha amiga-irmã Aninha

Moratelli, minha maior companheira nesta terra, dentro e fora da faculdade, minha também

orientadora, exemplo de determinação e inteligência, quando eu crescer quero ser sabida igual

a ela. Ao irmão Thomaz Moreno pelo aprendizado e companheirismo ao longo destes anos e

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por me emprestar sua família de vez em quando. Ao outro irmão João Maurício Frajmund,

pelos pensamentos inteligentes e exemplo de humildade e respeito.A Filipe Leal e Otávio

Morés pela amizade perturbadora e querida. A Júlia Böel pelo seu entusiasmo contagiante, a

Marcelinha Cardoso, Gui e Matheus pelo modelo de amor e amizade. A Gil pelo apoio nos

momentos finais de diversas formas. À família Remor que me acolheu tão carinhosamente

desde o primeiro contato, especialmente a João Remor que me ensinou mais do que imagina,

me incentivou e me deu um apoio importante antes e durante a confecção deste trabalho.

Ao Grupo de Estudos da Terceira Idade – GETI, e seus integrantes. Aos idosos que

me encantaram com sua alegria de viver e com seu carinho e sabedoria. À Profa. Dra. Giovana

Zarpellon Mazo por sua humanidade e por aceitar o desafio de minha orientação mesmo com

prazos apertados e tanto trabalho por fazer. E também ao Professor Adilson Sant’Ana pela

amizade e pelo seu empenho e paciência em me ensinar tudo que precisava, valeu mesmo a

orientação e pela ajuda, seria impossível sem você.

Aos professores do CEFID que se dispuseram a ensinar verdadeiramente dentro e fora

de sala de aula e que se empenharam em responder meus questionamentos, me ajudaram nos

trabalhos e pesquisas e me ensinaram um pouco mais sobre a Educação Física.

E, finalmente a todos aqueles que não citei nestas páginas, mas que de alguma forma

cruzaram o meu caminho e me ensinaram a compreender mais, a me doar mais, a ser mais

paciente, mais humilde, mais acessível, mais humana e, portanto mais professora, mas

principalmente, mais aprendiz.

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Peço-te o prazer legítimo E o movimento preciso Tempo tempo tempo tempo Quando o tempo for propício Tempo tempo tempo tempo De modo que o meu espírito Ganhe um brilho definido Tempo tempo tempo tempo E eu espalhe benefícios Tempo tempo tempo tempo E quando eu tiver saído Para fora do teu círculo Tempo tempo tempo tempo Não serei nem terás sido Tempo tempo tempo tempo Ainda assim acredito Ser possível reunirmo-nos Tempo tempo tempo tempo Num outro nível de vínculo Tempo tempo tempo tempo Caetano Veloso – Oração ao Tempo

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RESUMO

O envelhecimento mundial repercute em mudanças sociais que geram novas demandas marcadas pela necessidade de recursos de amparo ao idoso. Logo, é fundamental desenvolver novas pesquisas no intuito descobrir meios de manter a qualidade de vida e estender a produtividade e a autonomia deste público (WHO, 2002; MCARDLE, 2003). É sabido que a atividade física é um meio seguro e eficiente para a promoção de um envelhecimento ativo e saudável (CARVALHO, 2006). Portanto, este estudo buscou verificar a relação entre a atividade física e a aptidão funcional de idosas. A amostra, do tipo não-probabilística com seleção intencional dos idosos, foi composta por 50 idosas com 67,28 anos de idade (DP = 6,7), participantes de programas de exercícios físicos do Grupo de Estudos da Terceira Idade (GETI). Os dados foram coletados através do Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), versão 8, Forma longa e semana normal e pela Bateria de testes da American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD). O IPAQ avaliou o nível de atividade física em duas classificações de acordo com critérios mínimos de benefício à saúde. Foram consideradas “pouco ativas” aquelas idosas que praticavam ao menos 150 minutos por semana de atividade física e “muito ativas” as que superavam este valor. A AAHPERD classificou o Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG) utilizando os valores normativos propostos por Zago e Gobbi (2003) e Benedetti et al (2007). Os dados foram organizados e tratados no programa estatístico SPSS 11.0 para Windows, onde se utilizou o teste de Kolmogorov-Smirnov para análise da normalidade, análise univariada de variância (“one-way” ANOVA) com análises de Post-Hoc de Tuckey, correlação de Spearman, Teste “t” para amostras independentes e como uma alternativa não paramétrica a este, o Teste de Mann-Whitney. Em todas as análises foi adotado um nível de significância de p<0,05. Os resultados indicaram que as idosas tinham um IAFG regular (44%); nos testes específicos a força foi regular (28%); a coordenação foi fraca (28%) e a agilidade muito fraca (78%); a resistência aeróbia geral foi muito fraca para 30% e muito boa para 24%; na flexibilidade, os índices bom e muito bom tiveram igual valor (34%). Quanto ao nível de atividade física 96% são muito ativas. Dentre as categorias de atividade física avaliadas pelo IPAQ, as mais freqüentes são realizadas em casa (55%), seguidas do lazer (26%) e deslocamentos (10%). Após verificar se a classificação do IAFG apresenta relação com o nível de atividade física, obteve-se que não houve diferença entre as médias de AF total e a classificação do IAFG, entretanto foi verificado que a atividade física como lazer foi o domínio mais influente nos escores do IAFG (F(3)=1,287; p = 0,042). A agilidade, resistência aeróbia e coordenação apresentam diferenças significativas entre os muito e pouco ativos nas atividade físicas de lazer, e os testes motores correlacionaram-se com a classifição nas atividades físicas no lazer. Assim, apesar de as atividades no lazer não representarem grande participação no cotidiano das idosas, estas são as atividades que mais interferem de maneira positiva na capacidade funcional desta população. Palavras-chave: idosas. Atividade física. Capacidade funcional.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Distribuição da amostra segundo classificação do IAFG da Bateria de testes da AAHPERD

30

Figura 2 – Nível de atividade física de acordo com entrevista do IPAQ 31 Figura 3 – Contribuição de cada atividade física no índice total de prática de

atividade física 31

Figura 4 – Classificação do IPAQ x Classificação do IAFG 32 Figura 5 – Comparação da média e intervalo de confiança do tempo em AF no

lazer de acordo com a classificação no IAFG, e diagrama de dispersão da relação entre as duas variáveis.

32

Figura 6 – Médias das atividades avaliadas pelo IPAQ com a classificação da

AAHPERD correspondente. 33

Figura 7 - Testes Motores - AAHPERD X Atividade Física como Lazer - IPAQ 35 Figura 8 – Resistência aeróbia - AAHPERD X Atividade Física como Lazer –

IPAQ 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 60 e 69 anos.

28

Tabela 2 – Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no

cálculo de percentis, de mulheres entre 70 e 79 anos. 29

Tabela 3 – Classificação dos testes motores e do Índice de Aptidão Funcional

Geral (IAFG), referentes aos pontos obtidos em cada teste da bateria da AAHPERD, de mulheres ativas entre 60 e 69 e 70 e 79 anos.

29

Tabela 4 – Comparação das médias (ANOVA) do tempo gasto nos diferentes

domínios do IPAQ com a classificação no IAFG. 34

Tabela 5 – Comparação das médias (teste t) nos testes motores da AAHPERD de

acordo com a classificação em muito e pouco ativo nas atividades físicas de lazer.

35

Tabela 6 – Comparação das médias (Mann-Whitney) nos testes motores da

AAHPERD de acordo com a classificação em muito e pouco ativo nas atividades físicas de lazer.

35

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LISTA DE ABREVIATURAS

AAHPERD - American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance

AF - Atividade Física

AVD - Atividade de Vida Diária

IAFG - Índice de Atividade Física Geral

IPAQ - Questionário Internacional de Atividade Física

NAF - Nível de Atividade Física

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12

1.1 PROBLEMA.............................................................................................................. 12 1.2 JUSTIFICATIVA....................................................................................................... 14 1.3 OBJETIVOS .............................................................................................................. 15

1.3.1 Objetivo Geral ..................................................................................................... 15 1.3.2 Objetivos específicos ........................................................................................... 16

1.4 DEFINIÇÃO DE TERMOS ....................................................................................... 17 2 REVISÃO DE LITERATURA ....................................................................................... 18

2.1 DEMOGRAFIA DO ENVELHECIMENTO .............................................................. 18 2.2 ENVELHECIMENTO ............................................................................................... 20 2.3 CAPACIDADE FUNCIONAL E ATIVIDADE FÍSICA ............................................ 23

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 27

3.1 TIPO DE PESQUISA................................................................................................. 27 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA..................................................................................... 27 3.3 INSTRUMENTOS..................................................................................................... 27 3.4 COLETA DE DADOS ............................................................................................... 28 3.5 TRATAMENTO DOS DADOS ................................................................................. 28

4 RESULTADOS ............................................................................................................... 30

4.1 ÍNDICES DE APTIDÃO FUNCIONAL .................................................................... 30 4.2 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA.............................................................................. 30 4.3 RELAÇÃO NAF X IAFG...............................................................................................31

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS................................................................................ 37 6 CONCLUSÃO................................................................................................................. 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................43 ANEXOS..................................................................................................................................47

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1 INTRODUÇÃO 1.1 PROBLEMA

O aumento significativo da população com o extrato etário em torno e além dos 60

anos de idade tem voltado o foco das atenções a investigar meios de retardar as alterações

provocadas pelo processo de envelhecimento, na tentativa de detê-lo ou de garantir a

autonomia e a capacidade funcional durante o tempo que se estende para lá do início da

chamada terceira idade, ou seja, a partir dos 60 anos de idade (MATSUDO, 2001).

Os idosos vêm ocupando um espaço significativo na sociedade. Este é um fenômeno

global que vem se tornando gradativamente mais evidente e é atribuído aos avanços da

medicina, os quais promoveram um maior controle de endemias e redução das taxas de

natalidade e mortalidade, levando conseqüentemente a uma maior longevidade ou esperança

de vida da população (MATSUDO, 2001). A tendência ao envelhecimento mundial repercute

em mudanças sociais, as quais geram novas demandas marcadas principalmente pela

necessidade de recursos de amparo ao idoso devido às limitações provocadas, em parte, pela

própria senescência. Urge assim, a necessidade de novas pesquisas em diversas áreas, para

que seja possível a assistência ao público idoso no intuito de manutenção da sua qualidade de

vida e extensão da sua produtividade e independência (WHO, 2002; FRANCHI;

MONTENEGRO JUNIOR, 2005, MCARDLE, 2003).

O envelhecimento é um processo inerente ao ser humano que envolve alterações no

organismo. Estas, ocorrem progressivamente e abrangem aspectos biológicos, psíquicos e

sociais que se resumem num declínio físico e mental (MOREIRA, 2001). É parte do processo

vital e, precoce ou tardiamente, todos os organismos apresentarão um certo declínio na sua

capacidade funcional (HEIKKINEN, 1998). Não há um consenso a respeito de uma definição

sobre o envelhecimento, até mesmo porque os mecanismos que envolvem processos que

levam à senescência ainda não são totalmente conhecidos (HEIKKINEN, 1998; MATSUDO,

2001). Entretanto, é consensual que durante a terceira idade as doenças e limitações possuem

alta incidência e as dificuldades para realização de tarefas habituais e cotidianas é freqüente e

provocam dependência e empobrecimento da qualidade de vida desses cidadãos

(ANDREOTTI; OKUMA, 2001).

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Essas perdas ou debilidades inerentes ao envelhecimento são de certa forma

inevitáveis, e quando somadas a hábitos de vida desfavoráveis à saúde resultam em perdas

ainda maiores para os idosos. A inatividade física assume relevância neste ponto, uma vez que

mesmo em períodos de tempo relativamente curtos, gera efeitos negativos para a saúde e

provoca decadência dos sistemas corporais. Assim, adotar o sedentarismo durante toda vida

pode levar o indivíduo a uma condição de fragilidade intensa e dependência (SPIRDUSO,

2005).

Entretanto, segundo dados fornecidos pelo CDC (2004), sobre uma pesquisa em 35

estados americanos e no distrito de Columbia - USA, a inatividade física durante o tempo

livre ou tempo de lazer, apresenta índices relativamente altos, girando em torno dos 30% e

aumentando à medida que se amplia a faixa etária. Apesar disso, os dados mostram um

declínio dessa condição para população em geral, saindo ponto máximo (32%) atingido no

ano de 1989, decaindo para 25% em 6 anos. Para os idosos, esta inatividade, apesar de

também ter sofrido uma queda, é ainda mais alta. Para mulheres idosas entre 60-69 anos,

chega a 31% mesmo após a redução comentada anteriormente, e ainda mais inativas são as

mulheres com idade igual ou maior que 70 anos (39%) (CDC, 2004).

No Brasil, poucos são os dados sobre a prevalência desta conduta inativa ou pouco

ativa (BENEDETTI; MAZO; BARROS, 2004), mas pesquisas mostram que o tempo e/ou

freqüência de atividade física insuficiente ou abaixo do recomendado é verificado com uma

incidência de mais de 35% entre os idosos (TRIBESS, 2006; MAZO et al, 2005). Este é um

dado preocupante de risco à saúde, pois esta ocorrência facilita o acometimento de doenças

crônicas e acentua o processo de envelhecimento (HEIKKINEN, 1998; MATSUDO, 2001) e

a dependência física, a qual está também associada à renda mensal, ao sexo, e às relações

sociais (ROSA et al, 2003). Muitos autores corroboram o fato de o maior avanço etário está

intrinsecamente associado ao declínio da atividade física e conseqüentemente da aptidão

funcional (MATSUDO, 2001; ROSA et al, 2003; MASO et al, 2005).

À luz do que foi exposto, compreende-se que o envelhecimento somado ao

sedentarismo é um risco potencial à maior incidência de problemas de saúde e à redução da

independência. Pois leva, por exemplo, a alterações negativas da força muscular, do equilíbrio

e da resistência aeróbia, portanto influenciando amplamente na capacidade funcional do idoso

(MATSUDO, 2001), a qual é de suma importância na sua qualidade de vida e longevidade. Já

que a capacidade funcional revela no indivíduo o quanto apto este se encontra para realizar

tarefas básicas necessárias no seu dia-a-dia, ou seja, este conceito possui íntima relação com a

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autonomia e, portanto com a saúde, a aptidão física e o bem-estar (MATSUDO, 2001;

MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2004).

Desta maneira, adotar um estilo de vida ativo pode ajudar a prevenir efeitos negativos,

advindos com a evolução da idade, sobre a capacidade funcional e a saúde (HEIKKINEN,

1998). Já que há indícios de que se pode até reverter declínios físicos e funcionais, ratificando

assim a idéia de que a atividade física é um eficiente meio promotor de saúde e qualidade de

vida (MAZO et al, 2005) e quando realizada de forma orientada e regular promove o

melhoramento das funções vitais e funcionais dos idosos fornecendo assim meios suficientes

para que haja um envelhecimento ativo e saudável (MCARDLE, 2003; CARVALHO, 2006).

Diante do exposto, pode-se afirmar que os esforços antes direcionados para uma maior

longevidade da população, agora precisam voltar-se para acompanhar o incremento da saúde

da população envelhecida e em processo de envelhecimento (ANDREOTTI; OKUMA, 1999;

CARVALHO, 2006). Assim, nas pesquisas direcionadas à saúde e ao movimento humano é

essencial a busca por conhecimentos específicos como recurso primeiro para a manutenção e

melhoramento das funções fisiológicas do idoso e conseqüentemente da capacidade funcional

desta população especial de forma segura e eficiente.

Com base nesses fundamentos observa-se a necessidade de investigar um meio de

promoção de saúde que possa ser inserido no cotidiano dos idosos de forma simples e

abrangente facilitando a adesão desta população a um recurso que é certamente promotor de

saúde estar ligado às atividades físicas realizadas no dia-a-dia dos idosos, tais como as

caminhadas utilizadas como deslocamento ou lazer e as funções domésticas desenvolvidas

normalmente, a fim de buscar opções simples de ampliar a qualidade de vida dos idosos.

Desta maneira, este trabalho busca analisar a relação entre o nível de atividade física e

a aptidão funcional de mulheres idosas praticantes de atividades físicas.

1.2 JUSTIFICATIVA

Conservar adequadas as funções motoras para realização de atividades de vida diária

com eficácia contribui para uma vida confortável e independente na terceira idade. Torna-se,

portanto, imprescindível a manutenção das funções fisiológicas bem como da aptidão

funcional dos idosos em busca de conservar ou melhorar a sua qualidade de vida. Para tanto,

as avaliações têm papel fundamental no estudo das implicações da atividade física na saúde

desta população (MCARDLE, 2003).

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A criação de padrões, classificações e bancos de dados por meio de testes,

questionários e outras formas de avaliação, são indispensáveis para realização dos estudos e

pesquisas. A estimativa de resultados, a avaliação dos dados e a associação destes com

diversas variáveis são fundamentais para identificação de respostas aos problemas estudados.

Desta maneira, identificar os efeitos de uma intervenção e o acompanhamento do

desenvolvimento motor do idoso é apenas possível através de avaliações. Pois, estas

possibilitam a quantificação e qualificação dos níveis de aptidão física, a sua contribuição na

saúde do indivíduo e a resposta da saúde e das funções motoras ao exercício físico.

As avaliações são também um bom recurso na prevenção ao acometimento das

freqüentes incapacidades associadas ao envelhecimento, inclusive as provocadas por

enfermidades, doenças crônicas e pelo sedentarismo, (AVLUND; KREINER; SCHULTZ-

LARSEN, 1996; ANDREOTTI; OKUMA, 1999) que certamente prejudicam a aptidão

funcional do idoso.

Estas disfunções motoras que agravadas com o avanço da idade com freqüência

resultam em prejuízos motores de ordem generalizada ou mesmo pontual. E favorecem,

portanto um aumento progressivo na dependência para realização de tarefas cotidianas, ou

seja, na necessidade de auxílio para realização de atividades básicas da vida diária como

tomar banho, calçar um par de sapatos e mesmo caminhar (ANDREOTTI; OKUMA, 1999).

A luz do que foi exposto, parece interessante fazer uma relação entre a aptidão

funcional dos idosos e os esforços por eles realizados diariamente, com o intuito de identificar

as atividades que podem promover uma melhor capacidade física.

Pensou-se assim, em verificar o tempo despendido nas atividades físicas

desempenhadas pelos idosos no seu cotidiano, identificando as tarefas de vida diária que

exigem gasto energético e são executadas em casa, no trabalho, nos deslocamentos e no lazer

e descobrir dentre elas, qual ou quais apresentam uma real contribuição na melhoria no índice

de aptidão funcional geral do idoso.

1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral

- Analisar a relação do nível de atividade física com a aptidão funcional de mulheres

idosas.

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1.3.2 Objetivos específicos

- Identificar o nível de atividade física e o Índice de Aptidão Funcional Geral

(IAFG) de idosas praticantes de atividade física do Grupo de Estudos da Terceira

Idade – GETI;

- Descrever os níveis de atividade física, específicos dos domínios avaliados pelo

IPAQ, bem como a classificação nos testes motores das aptidões funcionais.

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1.4 DEFINIÇÃO DE TERMOS Aptidão física: “Atributos relacionados à maneira pela qual se executa uma

atividade física”. (MCARDLE, 2003, P. 895)

Atividade Física: Qualquer movimento voluntário produzido pelos músculos esqueléticos com algum gasto energético (CASPERSEN et al., 1985).

Exercício Físico: “Atividade física planejada, estruturada, repetitiva e intencional”. (MCARDLE, 2003, p. 895)

Capacidade Funcional: Desempenho para a realização das atividades do cotidiano ou

atividades da vida diária . (ANDREOTTI, 1999.)

Idoso: Pessoas com idade cronológica igual ou maior que 60 anos

(IBGE, 2000).

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2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 DEMOGRAFIA DO ENVELHECIMENTO

A população mundial apresenta-se progressivamente caminhando para o

envelhecimento. Este fenômeno vem acontecendo não apenas em países desenvolvidos, mas

em todo o mundo. Ao longo dos anos a população mundial cresce de forma acelerada e mais

acentuadamente ocorre o crescimento da população idosa. O aumento deste segmento da

população acontece devido às mudanças sociais e aos avanços científicos presentes no

decorrer da história. A redução nas taxas de fertilidade e mortalidade, associadas ao controle

de doenças, assegura uma maior longevidade, ou seja, um aumento da esperança de vida que

modifica diretamente a dinâmica epidemiológica mundial (ANDREOTTI; OKUMA, 1999;

BUREAU OF CENSUS, 2002; WHO, 2002; MELO; GIAVONI, 2004). Hoje, existem 69

milhões de pessoas no mundo com mais de 80 anos sendo esta, a faixa etária da população

que cresce mais rapidamente. Esta alteração marca um aumento rápido na demanda por

serviços de saúde devido a grande incidência de doenças crônicas e limitações encontradas

neste segmento da população (CALDAS, 2003).

Os dados revelam que o mundo vem sofrendo esta grande modificação na sua

composição demográfica. Tal mudança transforma uma população mundial relativamente

jovem em um mundo com uma sociedade eminentemente idosa. Este fato é comprovado

através de levantamentos, os quais constatam que já em 2002 existiam 440 milhões de

pessoas com 65 anos de idade ou mais, o que correspondia a 7% da população de todo o

mundo (BUREAU OF CENSUS, 2002). Estima-se que em 2025 existirá cerca de 1,2 bilhões

de pessoas com mais de 60 anos, e em 2050, serão 2 bilhões, destes, 80 por cento nos países

em desenvolvimento (WHO, 2002). Assim, a proporção estimada de idosos na população

latino americana, em meados do século XXI (2050), terá valor igual ou maior que 10%, em

torno 30 milhões de idosos, especialmente em nações como Brasil, Chile, Argentina e

Uruguai. Estas mudanças levarão a morfologia da pirâmide populacional brasileira à

semelhança das de países desenvolvidos e a terceira idade ganhará uma representatividade

cada vez evidente na população do país. (BUREAU OF CENSUS, 2002; DELLAROZA,

PIMENTA, MATSUDO, 2007).

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O cenário brasileiro de mortes precoces e altos índices de natalidade, presente desde o

século XIX até os anos 40, tem ao longo dos anos experimentado evoluções gradativas, e

recentemente, no Brasil houve ganhos significativos sobre estes fatores que consecutivamente

promoveram e ainda promovem o aumento da longevidade. Primeiramente, com a descoberta

de antibióticos difundidos no pós-guerra obtiveram-se resultados positivos nos índices de

mortalidade. Mais tarde, com a disseminação do uso de contraceptivos (1960), seguidos da

propagação da esterilização feminina (entre 80 e 90) cai também a taxa de natalidade

brasileira. Estas mudanças tiveram implicação direta na composição etária do país, a qual

pode ser observada pelo aumento da expectativa de vida brasileira. Entre os anos 60 e 80,

houve um acréscimo de oito anos na longevidade, a qual na década de 90 já correspondia a

66,93 anos de idade, e em 2005 alcançou os 72,05 anos (IBGE). Para 2025 e 2050, tem-se

uma estimativa de 76 anos e 80 anos de idade, respectivamente (BUREAU OF CENSUS,

2002). Um fator interessante que também colaborou para o declínio da mortalidade foi a

redução do acometimento de doenças relacionadas ao sistema cardiovascular nos últimos

vinte anos, o que está associado a mudanças no estilo de vida da população, a um maior

cuidado com a saúde (MATSUDO, 2001).

Cabe comentar que, curiosamente, existem grandes diferenças na expectativa de vida

no Brasil, as quais são conferidas de acordo com a região do país. A saber, entre a região sul e

a região nordeste, por exemplo, tem-se um distanciamento maior de 11 anos na longevidade.

O que acontece entre os estados citados que apresentam a maior e menor longevidade no país,

Santa Catarina e Alagoas, respectivamente. As projeções indicam que os catarinenses

continuarão com a maior esperança de vida do Brasil chegando aos 77,08 anos em 2015, o

mesmo estado permanecerá na liderança até o final das projeções, ano de 2030, quando a

longevidade dos catarinenses se aproxima ainda mais dos 80 anos (79,76 anos de idade).

Quanto à disparidade na esperança de vida entre as regiões do país, estas tendem a

permanecer até 2030, embora de forma atenuada. Apenas 3 anos diferenciarão as regiões sul e

nordeste quanto a longevidade e menos de 5 anos será a diferença entre a expectativa de vida

dos estados de Santa Catarina e Alagoas, nova e respectivamente, o primeiro e o último em

expectativa de vida. (IBGE, 2006).

Conforme foi mencionado anteriormente, o aumento expectativa de vida é

acompanhado pela expansão do número de idosos dentro da sociedade. Este fato traz consigo

uma maior demanda dos serviços que envolvem prevenção, monitoração, recuperação e

aprimoramento da saúde das pessoas que alcançam faixas etárias elevadas. Pois, é necessário

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não apenas ampliar os limites etários, mas fornecer subsídios para que estes sejam atingidos

de forma salutar.

Como se pode observar essa mudança na composição da sociedade também revela

novas exigências e transformações na dinâmica da sociedade. São diferentes necessidades que

remetem a um arranjo infra-estrutural distinto no que tange as prioridades econômicas e

institucionais (UNITED NATIONS, 2004 apud IBGE, 2006). Cabe frisar a importância da

organização de políticas públicas e demais iniciativas que promovam descobertas e ações que

desvelem minuciosamente o universo do idoso, fazendo com que as pessoas que atingem

idades avançadas tenham acesso a subsídios fortemente alicerçados que tornem possível um

envelhecimento saudável. (OMS, 2002).

2.2 ENVELHECIMENTO

“O envelhecimento é uma extensão lógica dos processos fisiológicos do crescimento e

desenvolvimento, começando com o nascimento e terminando com a morte” (SPIRDUSO,

2001, p.6). Ele acontece devido a alterações biológicas que provocam declínios fisiológicos,

representados por deteriorações das funções vitais que se apresentam com o avanço da idade,

estas, no entanto não acontecem de forma simultânea (SHEPHARD, 2003; MCARDLE,

2003). As mudanças fisiológicas, sociais e psicológicas que acompanham esta fase da vida

estão associadas a modificações na composição corporal, atrofia muscular, perda mineral

óssea, além da perda da mobilidade articular (SHEPHARD, 2003). Algumas destas

modificações delineiam aspectos morfológicos do idoso e por vezes funcionais, em virtude

das transformações que ocorrem nas proporções corpóreas em conseqüência da aquisição de

gordura corporal e da distribuição dessa adiposidade, e da redução da estatura em virtude

principalmente da degeneração e achatamento das vértebras (MATSUDO, 2001) e da

compressão dos discos intervertebrais causando um desalinhamento compensatório das

vértebras torácicas e cervicais e gradual aumento das curvaturas fisiológicas da coluna

vertebral. A aquisição de uma nova silhueta em conseqüência dos fatores supracitados implica

em uma postura insalubre para o idoso, podendo resultar em dor e conseqüente resistência do

idoso em movimentar-se, um fator agravante para o quadro. (SPIRDUSO, 2005).

Além da dor existem outros fatores que tornam menos veloz a mobilidade dos

indivíduos com idade avançada. A deambulação desacelerada é uma característica bem

marcada na terceira idade especialmente na velhice avançada. Além da velocidade, são

constatadas mudanças nos padrões de marcha, cadência mais alta da passada, passos mais

curtos, largura do passo ampliada, tornozelos mais flexionados e postura inclinada para frente.

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Estes, são artifícios utilizados devido ao receio de cair, pois esta postura adotada reflete numa

maior estabilidade, e as alterações na marcha ampliam o período de apoio duplo oferecendo

assim maior equilíbrio. Cabe também colocar que as modificações mencionadas também são

resultado de articulações com menor amplitude de movimento, equilíbrio precário, maior

tempo de reação, além da fraqueza muscular (SPIRDUSO, 2005). Sendo o último,

conseqüência de alterações neuromusculares que têm causas multifatoriais, são por exemplo,

resultado da redução da produção hormonal (GH), baixo nível de atividade física realizado e

dentre outros fatores uma nutrição inadequada, levando a uma redução de massa muscular

(sarcopenia); também pode acontecer a perda de fibras musculares devido ao contato ineficaz

entre o tecido nervoso e o muscular. Estas modificações também têm sua origem em algumas

disfunções enzimáticas e bioquímicas presentes no metabolismo de contração da musculatura

(GEIS, 2003; SHEPHARD, 2003) e chegam a gerar um declínio 20% na força muscular entre

os 22 e 65 anos, resultando em queda do tônus, diminuição da velocidade de contração e

aparecimento de fadiga precoce (MOREIRA, 2001), além de uma redução de 10 a 15% na

força muscular por década (MATSUDO, 2001).

Este declínio da musculatura esquelética, a sarcopenia, é característico do

envelhecimento e pode ser observado através da redução da secção transversa do músculo, ou

seja, perda de massa muscular, a qual é acompanhada de um decréscimo da força e potência

musculares. Entretanto, há uma maior preservação da resistência muscular quando comparada

a força muscular máxima, assim, a capacidade de gerar potência também é mais afetada que a

capacidade de gerar força máxima. Estas perdas decorrem de perdas de fibras musculares

mudanças bioquímicas que alteram as características de contração muscular (MCARDLE,

2003; SHEPHARD, 2003, SUITOR, C. W.; KRAAK, 2007). Entretanto, segundo Shephard

(2003), as perdas de fibras de contração rápida podem acontecer por simples desuso, já que os

idosos muito pouco desferem ações com contrações musculares fortes. McArdle (2003),

ratifica o exposto, afirmando que o declínio da capacidade de gerar força muscular está

intimamente ligado a pouca mobilidade e a baixa aptidão física dos idosos (MCARDLE,

2003). É importante destacar que a perda de força apresenta conseqüências importantes, já

que leva a uma deambulação precária e influencia negativamente o equilíbrio e a massa óssea

aumentando potencialmente o risco de quedas (GEIS, 2003, MCARDLE, 2003; SHEPHARD,

2003).

Importantes alterações que acompanham o envelhecimento também são observadas no

sistema cárdio-respiratório. A perda da potência aeróbica, por exemplo, é provocada em parte

pela perda da elasticidade do tecido pulmonar e pela diminuição da ventilação respiratória

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máxima (MATSUDO, 2001). Já a freqüência cardíaca (FC) em repouso, pouco se altera com

a idade. No exercício submáximo não existe muita diferença entre idosos e adultos jovens

quanto à FC e ao consumo de oxigênio. Já a FC máxima diminui substancialmente como o

avanço da idade, possivelmente provocada pelo metabolismo alterado das catecolaminas e o

endurecimento da parede cardíaca. Outro fator que pouco sofre alteração é o volume de

ejeção, o que nas atividades moderadas se conserva com índices similares ao de adultos

jovens, caindo ao se aproximar de um esforço máximo (SHEPHARD, 2003). A queda do

débito cardíaco e da massa muscular associados a hereditariedade e ao condicionamento físico

contribuem definitivamente para a queda na captação máxima de oxigênio (VO2máx.)

(MOREIRA, 2001). Tem-se ainda, que após os 30 anos de idade e mais aceleradamente após

os 50 anos, ocorre uma progressiva redução da função da cadeia de transporte de oxigênio

devido a redução da ventilação pulmonar máxima, menor captação de O2, menor capacidade

de transporte de O2, diminuição da utilização de O2 pelos músculos e vasodilatação periférica

restringida. (MOREIRA, 2001). Vale também acrescentar que a capacidade aeróbia tem um

declínio de 1% ao ano após os 30 anos (Astrand, 1960; Fleg et al., 2005 apud SUITOR;

KRAAK, 2007). Há evidências que este declínio é independente da participação em

atividades físicas regulares e que este pode ocorrer mais rapidamente na velhice avançada

(FLEG and COLLEAGUES, 2005). A mudança é intimamente associada à idade, a redução

da contração máxima do coração paralela, ao declínio da capacidade oxidativa do músculo

esquelético pela redução do numero de mitocôndrias. Apesar do declínio da capacidade

aeróbia, idosos treinados com atividades aeróbicas têm capacidade de consumo de oxigênio

semelhante a jovens sedentários (SUITOR; KRAAK, 2007).

Estas degenerações do corpo humano têm intensidade e momento de incidência

intimamente relacionados ao comportamento e ao estilo de vida adotados pelo indivíduo. Ou

seja, permanecer com uma postura passiva, com pouca mobilidade e baixa atividade física,

provoca implicações determinantes nas degenerações advindas do envelhecimento e leva a um

comprometimento progressivo das ações motoras, o qual é acentuado com o avanço etário e

resulta num declínio no desempenho da execução das atividades de vida diária e, apesar de

nem sempre causar dependência, pode levar a redução da longevidade (ANDREOTTI;

OKUMA, 1999; MCARDLE, 2003; CARVALHO, 2006). Esta perda progressiva das

habilidades motoras determina queda no desempenho das funções necessárias para garantir

uma boa capacidade funcional, a qual é determinante nos efeitos deletérios do

envelhecimento.

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2.3 CAPACIDADE FUNCIONAL E ATIVIDADE FÍSICA

Também chamada de estado funcional, a capacidade funcional é uma referência mais

decisiva nos efeitos do envelhecimento do que a idade cronológica do indivíduo

(MATSUDO, 2001). É um parâmetro largamente avaliado e utilizado como preditor da

qualidade de vida do idoso (PARAHYBA; SIMÕES, 2006). Ela pode ser definida como a

competência que um indivíduo tem para desempenhar suas atividades diárias, adaptando-se às

necessidades do cotidiano, como os auto-cuidados de higiene e as demais atividades que

fazem parte da rotina, a saber: deslocar-se de forma independente, alimentar-se, fazer

compras, entre outras (MATSUDO 2001, SHEPHARD 2003, CALDAS, 2003), ou seja, é a

habilidade de desempenhar atividades necessárias ao próprio bem-estar. Freqüentemente está

relacionada com a facilidade com que o indivíduo pensa, sente, age, ou se adapta ao seu meio

e despende sua energia, tem portanto a ver com os domínios biológico, psicológico (cognitivo

e afetivo) e social e as suas inter-relações incluindo a forma como as mesmas contribuem para

um comportamento funcional e completo (HEIKKINEN, 1998).

Estudos indicam que a capacidade funcional de idosos sofre influência de fatores

sócio-demográficos. O aumento da faixa etária e a baixa escolaridade, por exemplo, tendem a

levar a quadros de incapacidade ou a níveis de atividade física insuficientes para obtenção de

benefícios a saúde (ROSA et al, 2003; MAZO et al, 2005; PARAHYBA; SIMÕES, 2006).

Entretanto, esta não é uma condição inevitável, pois há indicativos de que as taxas de

incapacidade funcional dos idosos vêm se reduzindo ao longo dos anos. O que em parte, é

resultado de um maior acesso aos serviços de saúde pública, ao desenvolvimento da medicina,

ao aumento da escolarização e às mudanças comportamentais que levam a hábitos mais

saudáveis. A manutenção da capacidade funcional pode ser alcançada através do acesso a

saúde, de uma dieta regular e especialmente da prática de atividade física (PARAHYBA;

SIMÕES, 2006). Pois, a aptidão funcional depende de diversas valências físicas como, por

exemplo, a força muscular, a flexibilidade, a agilidade, o equilíbrio, a capacidade aeróbia e a

coordenação (BENEDETTI et al, 2007). Assim, a prática da atividade física regular parece ser

meio eficaz de prevenção e melhoramento da saúde do idoso, independente da sua idade,

garantindo a manutenção das suas funções e da autonomia (MATSUDO et al,2003). Com

efeito, vale acrescentar que adotar um estilo de vida ativo mantendo uma boa aptidão física

reduz os riscos de doenças cardiovasculares e aumentam a longevidade, além de promoverem

benefícios para o controle da pressão arterial, do aumento de lipoproteínas, e da intolerância a

glicose (MATSUDO, 2001). Fatores também decisivos na incidência de doenças crônico-

degenerativas que afetam sobremaneira a capacidade funcional.

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A luz do que foi exposto, podem ser ratificados os benefícios da atividade física em

diversos aspectos da saúde do idoso. Alguns efeitos positivos alcançados através da prática

regular de atividade física na terceira idade são o declínio da taxa de metabolismo em

repouso, a redução do acúmulo de gordura corporal, aumento da massa magra, melhor

equilíbrio, maior velocidade de andar, manutenção ou aumento da força muscular, melhor

mobilidade, aumento da flexibilidade, aumento do VO2máx, melhoramento da função cardíaca,

controle da depressão e da ansiedade, além da promoção do bem-estar (MATSUDO, 2001).

Como se pode observar existe uma longa relação de benefícios possíveis de serem alcançados

e mesmo com um nível de atividade física baixo pode-se conseguir grandes vantagens para a

saúde. Segundo McArcle (2003), o treinamento moderado pode reduzir seguramente as

perdas massa magra e a redução da força muscular, decorrentes da baixa mobilidade e do

baixo nível de aptidão física comumente adotados pela população idosa, prolongando assim a

sua capacidade funcional, melhorando o padrão de caminhada, o equilíbrio e reduzindo assim,

o risco de lesões ortopédicas como as quedas (MCARDLE, 2003, SHEPHARD, 2003). É

interessante ainda comentar, que realizando apenas uma caminhada de 45 a 75 minutos por

semana é possível reduzir os ricos de doenças cardiovasculares (Nelson, 2007). O mesmo

exercício pode também melhorar capacidade muscular e cárdio-respiratória, bem como

auxiliar na sustentação corporal devido ao fortalecimento muscular e a maior eficiência

articular adquirida (MAZO; LOPES; BENEDETTI, 2004).

Não há dúvidas portanto, a respeito dos benefícios que a atividade física pode

promover ao idoso. Entretanto, muitos são os eventos que envolvem a saúde desta população

e em virtude da grande importância da capacidade funcional na manutenção da mesma e da

complexidade que permeia sua conservação e aprimoramento, é mister que estudos sejam

desenvolvidos nesta área para possibilitar a identificação dos fatores que influenciam este

domínio, desvelando assim as virtudes e potencialidades da senescência, adiando os

comprometimentos gerados pelos declínios funcionais advindos do envelhecimento do corpo.

Torna-se, portanto fundamental que sejam realizadas avaliações desta importante

referência nos efeitos do envelhecimento, a capacidade funcional, a fim de verificar a aptidão

funcional global do idoso e especificamente o desempenho de cada valência física a ela

relacionada, para que assim seja possível indicar programas de atividade física que dêem

ênfase às necessidades especiais do público em questão de modo pontual e eficaz

(BENEDETTI et al, 2007).

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Para avaliação da aptidão funcional de idosos pode-se utilizar “técnicas de auto-

avaliação, entrevistas, observação, e testes de habilidade funcional e de desempenho e

capacidade física” (SPIRDUSO, 2005, p.377).

De acordo com Benedetti (2004), a classificação do nível de atividade física foi um

marco na Educação Física. Proposta inicialmente por Paffenbarger (1988), o nível de

atividade física de um indivíduo tinha como parâmetros os níveis calóricos por ele

despendidos em suas atividades por semana, assim o individuo era classificado como pouco

ativo, moderadamente ativo ou muito ativo, em ordem crescente de uso de energia, a saber:

abaixo de 500 kcal/sem, entre 501 a 1999kcal/sem e acima de 2000 kcal/sem. Mais tarde

Paffenbarger em conjunto com Lee e Hsieh (1995) atualizaram as classificações anteriores,

utilizando novos parâmetros de dispêndio energético para atingir os mesmos níveis

classificatórios, menos de 1000; entre 1000 e 2500; e acima de 2500 kcal/sem. Marshal e

Bauman (2001) utilizaram o corte em METs gastos por semana com a mesma classificação

citada anteriormente. Para alcançar um sistema de classificação para a intensidade da

atividade física, foi definido por Salli e Owen (1999) e Ainsworth et al (2000), que as

atividades leves exigiriam 60% FCmáx, as moderadas entre 60 e 80%, enquanto as atividades

consideradas vigorosas atingiriam uma FCmáx acima de 80%. Em 1995, as recomendações do

colégio americano (ACSM) indicaram como parâmetro o tempo de atividade física realizada,

em minutos por semana, com intensidade moderada e vigorosa, para classificar o indivíduo.

Assim, definiu-se como menos ativo o indivíduo que pratica menos de 150 minutos por

semana de atividade física moderada ou vigorosa, e mais ativo o que realiza uma prática

acima deste tempo (BENEDETTI, 2004).

Conforme comentado anteriormente, é interessante avaliar e observar o

comprometimento das funções motoras dos idosos e aspectos a elas relacionados para que se

possa desta forma identificar ou intervir diretamente sobre as causas de suas debilidades e

promover um eficiente trabalho que revigore e transforme a inaptidão funcional em qualidade

de vida e satisfação. Assim, para realização deste trabalho foram escolhidas duas formas de

avaliação, as quais são descritas brevemente a seguir e que consistem na checagem da aptidão

funcional e do nível de atividade física dos idosos.

A avaliação da aptidão funcional das idosas foi verificada através da Bateria de testes

da AAHPERD a qual é composta por cinco testes motores, que exigem esforços semelhantes

às atividades de vida diária (AVDs) (ZAGO; GOOBI, 2003). Inclui avaliações de resistência

muscular e aeróbia, coordenação, flexibilidade e agilidade (SPIRDUSO, 2005).

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A força e a resistência muscular podem ser medidas através da flexão e extensão

resistida do cotovelo durante 30 segundos. Já a variável agilidade e equilíbrio dinâmico é

medida através do teste de cadeira, que consiste em percorrer um trajeto cíclico pré-

determinado, sentando-se e elevando-se de uma cadeira a cada ciclo no menor tempo possível,

duas vezes. A coordenação é avaliada por meio de um teste de deslocar seguidamente uma

latinha de refrigerante para pontos pré-definidos invertendo sua posição a cada deslocamento,

também é um teste contra o tempo. E, por último, a flexibilidade é verificada medindo o

quanto o indivíduo consegue flexionar seu tronco sobre seus membros inferiores a partir da

posição sentada com pernas estendidas. (SPIRDUSO, 2005).

Para verificar o nível de atividade física foi utilizado o questionário internacional de

atividade física (IPAQ) que consiste na estimativa do tempo gasto semanalmente com

atividades físicas em diferentes âmbitos do cotidiano, seja nas tarefas domésticas, atividades

de lazer, deslocamentos, dentre outros. E, permite portanto, identificar o índice de atividade

física total e o tempo gasto, em minutos por semana, dependido em quatro diferentes

domínios da atividade física: trabalho, transporte, lazer e atividades domésticas (MAZO;

BARROS, 2004).

Com o envelhecimento há uma necessidade progressiva de auxílios para a realização

das atividades de vida diária em decorrência da perda da capacidade funcional (Andreotti &

Okuma, 1999). A avaliação dos idosos é portanto, necessária para se determinar o risco ou

nível de dependência, os cuidados institucionais necessários, e ainda mensurar a eficiência de

programas de atividade física ou tratamentos utilizados (SPIRDUSO, 2005). Assim, é

importante salientar que para que haja uma expansão da saúde do idoso através de um alcance

significativo no número de pessoas contempladas por políticas públicas que enfoquem e

promovam, dentre outras ações, a estruturação programas de atividade física bem

direcionados, com assistência profissional especializada (FRANCHI, K. M. B.;

MONTENEGRO JUNIOR, 2005).

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3 METODOLOGIA 3.1 TIPO DE PESQUISA

Este estudo caracteriza-se como sendo descritivo correlacional, por estar baseado na

premissa de que os problemas podem ser resolvidos e as práticas melhoradas por meio da

observação, análise e descrição objetivas e completas (THOMAS; NELSON, 2002).

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A população deste estudo é composta por 201 idosos participantes do programa de

atividades físicas do Grupo de Estudos da Terceira Idade – GETI um projeto da Universidade

do Estado de Santa Catarina – UDESC de extensão à comunidade.

A amostra foi do tipo não-probabilística, com a técnica de seleção intencional de

idosos que participam das atividades físicas promovidas pelo GETI, na cidade de

Florianópolis, SC, Brasil.

Os critérios para inclusão na amostra foram: ser do sexo feminino – em virtude dos

valores normativos da bateria da AAHPERD terem sido desenvolvidos apenas para mulheres

idosas entre 60 e 79 anos (ZAGO; GOBBI, 2003; BENEDETTI et al., 2007) –; terem entre 60

e 79 anos; participarem do programa por pelo menos seis meses; e terem realizado as

avaliações em março de 2007.

Assim, a amostra foi composta por 50 idosas, com média de idade igual a 67,28 anos

(SD = 6,7) praticantes das atividades físicas: hidroginástica, natação e dança.

3.3 INSTRUMENTOS

- Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), Forma longa e semana

normal, que avalia o nível de atividade física (ANEXO B); (ZAGO, A. S.; GOBBI, 2003;

BENEDETTI et al, 2007).

- Bateria de testes da American Alliance for Health, Physical Education, Recreation

and Dance (AAHPERD) (OSNESS et al., 1990) (ANEXO C).

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3.4 COLETA DE DADOS

Foi utilizado para realização deste estudo o banco de dados da pesquisa intitulada

“Postura corporal, dor e atividade física de crianças, adolescentes e idosos”, da qual este

estudo é derivado.

A coleta de dados realizada em março de 2007 foi aprovada no ano anterior pelo

comitê de ética da UDESC (ANEXO A) e os dados foram coletados por alunos do

CEFID/UDESC previamente treinados.

Inicialmente, realizou-se um contato pessoal com as idosas do Programa

GETI/UDESC, com o fim de elucidar o objetivo da pesquisa e solicitar a participação das

mesmas. Em seguida, foram agendados data, horário e local para aplicação dos Testes da

bateria da AHHPERD e das entrevistas do IPAQ.

No dia da aplicação da bateria de testes, foi explicado às idosas como deveriam

proceder para realização dos testes. Ao concordarem em participar da pesquisa, as idosas

assinaram o termo de consentimento em duas vias, ficando uma delas em posse da idosa e a

outra com o programa GETI.

3.5 TRATAMENTO DOS DADOS

Para melhor análise e interpretação do nível de atividade física das idosas através do

IPAQ, foi utilizado o critério baseado em recomendações de limiares de atividades físicas que

resultam em benefícios para a saúde, classificando como “ativos” os indivíduos que praticam,

pelo menos, 150 minutos por semana (min/sem) de atividade física, no mínimo moderada

(MARSHALL; BAUMAN, 2001). A partir deste critério, a amostra deste estudo foi dividida

em dois níveis: pouco ativo (<150 min/sem) e muito ativo (≥150 min/sem).

A classificação do Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG) (Tabela 3), avaliado por

meio da Bateria de testes motores da AAHPERD, segue os valores normativos propostos por

Zago e Gobbi (2003) para mulheres entre 60 e 69 anos (Tabela 1), e por Benedetti et al.

(2007) para mulheres entre 70 e 79 anos (Tabela 3). Tabela 1. Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 60 e 69 anos. Classificação Percentil Coordenação

(seg) Força (repetições)

Flexibilidade (cm)

Agilidade (seg) Resist. Aeróbia (seg)

Muito fraco 0-19 25,3 - 14,6 10 - 17 11,5 - 24,0 44,4 - 26,5 727 – 547 Fraco 20-39 14,5 - 12,8 18 - 21 24,5 - 44,5 26,4 - 23,7 546 – 509 Regular 40-59 12,7 - 11,7 22 - 24 45,0 - 53,5 23,6 - 21,5 508 – 491 Bom 60-79 11,6 - 10,1 25 - 28 54,0 - 61,5 21,4 - 19,6 490 – 463 Muito bom 80-100 10,0 - 7,7 29 - 43 62,0 - 82,5 19,5 - 10,3 462 – 393 Fonte: Zago e Gobbi (2003)

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Tabela 2. Valores normativos da bateria de testes da AAHPERD, baseados no cálculo de percentis, de mulheres entre 70 e 79 anos. Classificação Percentil Coordenação

(seg) Força (repetições)

Flexibilidade (cm)

Agilidade (seg) Resist. Aeróbia (seg)

Muito fraco 0-19 >14,5 < 17 < 49,0 > 28,9 > 601 Fraco 20-39 14,4 - 12,1 18 -19 49,1 - 56,0 28,8 - 26,3 600 – 546 Regular 40-59 12,0 - 11,1 20 - 21 57,0 - 62,9 26,2 - 24,4 545 – 525 Bom 60-79 11,0 - 10,2 22 - 24 63,0 - 70,0 24,3 - 22,8 524 – 505 Muito bom 80-100 < 10,1 > 25 >71,0 < 22,7 < 504 Fonte: Benedetti et al. (2007). Tabela 3. Classificação dos testes motores e do Índice de Aptidão Funcional Geral (IAFG), referentes aos pontos obtidos em cada teste da bateria da AAHPERD, de mulheres ativas entre 60 e 69 e 70 e 79 anos. Testes motores Categoria RAG IAFG 0-19 Muito fraco 0-99 20-39 Fraco 100-199 40-59 Regular 200-299 60-79 Bom 300-399 80-100 Muito bom 400-500 Fonte: Benedetti et al. (2007).

Os dados foram organizados e tratados no programa estatístico SPSS 11.0 para

Windows. A análise estatística descritiva utilizada ocorreu por meio das medidas de

tendência central (média), de dispersão (desvio padrão) e de freqüências simples e

percentuais.

Inicialmente, realizou-se a verificação da normalidade dos dados deste estudo por

meio do teste de Kolmogorov-Smirnov. Procedeu-se então com a análise de hipótese de que a

classificação do IAFG dos idosos poderia apresentar relação com o NAF, a qual ocorreu por

meio da análise univariada de variância (“one-way” ANOVA), com análises de Post-Hoc de

Tuckey. Essa análise também foi utilizada para verificar se a classificação do IAFG das idosas

poderia ser influenciada pelo NAF específico de algum domínio do IPAQ. Neste caso após a

análise de variância realizou-se a análise de correlação de Spearman.

Finalmente, procedeu-se com os testes de comparação de médias, onde foram

adotados: o Teste “t” para amostras independentes, e como uma alternativa não paramétrica a

este o Teste de Mann-Whitney. A comparação de médias foi adotada para verificar quais

testes específicos da bateria de testes da AAHPHERD são influenciados pelo NAF específico

de algum domínio do IPAQ, sendo também empregada a análise de correlação de Spearman.

Em todas as análises foi adotado um nível de significância de p<0,05.

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30

4 RESULTADOS 4.1 ÍNDICES DE APTIDÃO FUNCIONAL

As idosas que fizeram parte da amostra obtiveram em sua maioria um Índice de

Aptidão Funcional Geral (IAFG) classificado como regular, sendo que das cinqüenta idosas

avaliadas, 22 (44%) apresentaram desempenho regular, enquanto 16 delas (32%) tiveram

resultado classificado como fraco, e apenas 8 alcançaram o índice bom, nenhuma obteve um

IAFG considerado muito bom. O que pode ser verificado no gráfico abaixo (figura 1).

8%

32%

44%

16%muito fracofracoregularbom

Figura 1 – Distribuição da amostra segundo classificação do IAFG da Bateria de testes da AAHPERD

Nos testes específicos que compõem o IAFG, os idosos apresentaram desempenhos

distintos entre os domínios. A força foi classificada como regular para a maioria dos idosos

(28%), seguidos dos índices bom (22%) e muito bom (20%); a coordenação foi fraca para a

maior parte (28%) e os escores muito fraco e regular tiveram igual percentagem neste teste

(22%); a variável agilidade e equilíbrio dinâmico foi o domínio de pior resultado tendo uma

marca de 78% dos idosos com a classificação mínima, ou seja, muito fraco; a resistência

aeróbia geral teve um resultado bem diversificado entre as classificações, enquanto 30% dos

idosos tiveram um índice muito fraco, 24% atingiram o índice muito bom e 26% deles foram

classificados como fraco; no item flexibilidade, os idosos se distribuíram majoritariamente

entre as classificações bom e muito bom com igual incidência, 34%.

4.2 NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA

De acordo com o Questionário Internacional de Atividades Físicas - IPAQ,

instrumento utilizado para quantificar o tempo despendido por semana em atividades físicas

relacionadas a quatro diferentes atividades - trabalho, transporte, lazer, atividades domésticas,

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as mesmas idosas apresentaram, quase em sua totalidade (96%), índice máximo de atividade

física, ou seja, das 50 avaliadas, 48 são muito ativas.

96%

4%

muito ativaspouco ativas

Figura 2 – Nível de atividade física de acordo com entrevista do IPAQ

Ao buscar, dentre as categorias de atividades física avaliadas pelo IPAQ, as mais

desempenhadas pelas idosas, contatou-se que as atividades físicas realizadas em casa foram as

mais representativas contando com 55% do total, seguidas das atividades de lazer (26%), dos

deslocamentos (10%) e do trabalho (9%).

26%

9%

10%

55%

lazertrabalhodeslocamentocasa

Figura 3 - contribuição de cada atividade física no índice total de prática de atividade física.

4.3 RELAÇÃO NAF X IAFG

Para analisar se a classificação do indivíduo no IPAQ estaria relacionada com a

classificação do mesmo no IAFG, foram utilizadas análises de comparação de médias e de

correlação. Procedeu-se então com o cruzamento dos resultados do Questionário Internacional

de Atividades Físicas (IPAQ) com a classificação do IAFG obtida por meio da Bateria de

testes da AAHPERD, porém não foi encontrada relação significativa (F(3) = 1,291; p = 0,289)

entre o tempo total de atividade física por semana (AF total) e o Índice de Aptidão Física

Geral (IAFG).

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32

0

200

400

600

800

1000

1200

1400

min

utos

/sem

ana

(IPAQ

)

muito fraco fraco regular bom

Classificação da AAHPERD Figura 4 – Classificação do IPAQ x Classificação do IAFG

Apesar de não haver diferença entre as médias de AF total e a classificação do IAFG,

pôde ser observado que as médias aumentaram (não significativamente) acompanhando as

melhores classificações no IAFG (FIGURA 4). Assim sendo, buscou-se avaliar o desempenho

nos domínios avaliados pelo IPAQ de acordo com a classificação do IAFG, a fim de verificar

a influência da AF nos domínios no IAFG.

Desta forma, ao fazer as comparações do tempo de atividade física realizada por

semana nos domínios do IPAQ de acordo com a classificação no IAFG (TABELA 4),

observou-se que a atividade física como lazer foi o domínio que mais influenciou nos escores

do IAFG (F(3)=1,287; p = 0,042), apresentando uma relação linear (p = 0,013), a qual foi

confirmada como uma correlação moderada pela correlação de Spearmann (rho = 0,434; p =

0,002) (FIGURA 5). Observou-se ainda que 18,8% (R2 = 0,188) da variância nas médias do

domínio do Lazer foram explicadas pelo IAFG.

IAFGbomregularfracomuito fraco

95%

CI L

AZE

R T

OTA

L

600

500

400

300

200

100

0

IAFG no.4003002001000

LAZE

R T

OTA

L

1000

800

600

400

200

0R Sq Linear =

0.158

Figura 5 – Comparação da média e intervalo de confiança do tempo em AF no lazer de acordo com a classificação no IAFG, e diagrama de dispersão da relação entre as duas variáveis.

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Algumas das demais variáveis parecem apresentar alguma tendência a se relacionarem

com o IAFG, como no caso da “atividade física como meio de transporte” e do “tempo

sentado durante a semana”, entretanto não possuem significância estatística (Figura 6).

Tabela 4 – Comparação das médias (ANOVA) do tempo gasto nos diferentes domínios do IPAQ com a classificação no IAFG.

ANOVA DOMÍNIO IPAQ IAFG N X (DP) F gl p muito fraco 4 75,00 (150,00) fraco 16 0,00 (0,00) regular 22 207,27 (571,83)

ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO - TOTAL

bom 8 2,5 (7,07)

1,087 3 0,364

muito fraco 4 70,00 (73,93) fraco 16 80,31 (99,57) regular 22 104,09 (110,21)

ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE

(DESLOCAMENTO) bom 8 153,13 (210,69)

0,684 3 0,566

muito fraco 4 510,00 (422,84) fraco 16 549,38 (381,86) regular 22 570,45 (532,62)

ATIVIDADES FÍSICAS DOMÉSTICAS

bom 8 712,5 (715,01)

0,221 3 0,881

muito fraco 4 120,00 (40,00) fraco 16 195,00 (162,51) regular 22 308,64 (226,55)

ATIVIDADES FÍSICAS NO LAZER

bom 8 396,88 (205,96)

2,949 3 0,042

muito fraco 4 1402,50 (1200,34) fraco 16 1275,00 (561,91) regular 22 1046,59 (527,96)

TEMPO SENTADO (DURANTE A SEMANA)

bom 8 871,88 (326,32)

1,287 3 0,290

Como se pode observar nos gráficos que seguem, os quais ilustram cada atividade

avaliada pelo IPAQ e a classificação da AAHPERD correspondente ao IAFG, a maioria das

atividades parece apresentar certa tendência a se corresponderem com a classificação da

AAHPERD, no entanto não possuem relação estatisticamente significativa, excetuando-se a

“atividade física como lazer”.

0

50

100

150

200

250

min

utos

/sem

ana

muito fraco fraco regular bom

ATIVIDADE FÍSICA NO TRABALHO - TOTAL

0

50

100

150

200

min

utos

/sem

ana

muito fraco fraco regular bom

ATIVIDADE FÍSICA COMO MEIO DE TRANSPORTE (DESLOCAMENTO) - TOTAL

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0200400600800

1000120014001600

min

utos

/sem

ana

muito fraco fraco regular bom

TEMPO SENTADO (DURANTE A SEMANA)

Figura 6 – Médias das atividades avaliadas pelo IPAQ com a classificação da AAHPERD correspondente.

Em vista dos resultados, buscou-se então relacionar os dados referentes à “atividade

física no lazer” (classificando os indivíduos em muito e pouco ativos neste domínio), com as

médias dos testes das diferentes aptidões motoras avaliadas pela bateria de testes de

AAHPERD (TABELAS 5 e 6). Observou-se que as seguintes aptidões: agilidade e equilíbrio

dinâmico (t(48) = -2,646; p = 0,011), resistência aeróbia (t(48) = -3,192; p = 0,02) e

coordenação (Z = -2,476; p = 0,013) apresentam diferenças significativas entre os muito e

pouco ativos fisicamente nas atividade físicas de lazer. Observou-se também, que estes testes

motores correlacionam-se com a classifição nas AF no lazer, sendo que a variável agilidade e

equilíbrio dinâmico apresenta uma correlação moderada (rho=0,403; p=0,004), e as outras

duas aptidões, coordenação e resistência aeróbia, apresentam correlações fracas (rho=0,354;

p=0,012 e rho=0,360; p=0,010 respectivamente). Também, a variância nos testes de agilidade,

resistência aeróbia e coordenação são explicadas pela participação em atividades físicas de

lazer em 12,9%, 16,2% e 12,5% respectivamente.

É válido salientar que os testes de agilidade e resistência são medidos em segundos e

apresentam uma relação inversa dos demais, assim quanto maior o resultado, pior será o

desempenho.

0100200300400500600700800

min

utos

/sem

ana

muito fraco fraco regular bom

ATIVIDADES FÍSICAS DOMÉSTICAS - TOTAL

050

100150200250300350400

min

utos

/sem

ana

muito fraco fraco regular bom

ATIVIDADES FÍSICAS NO LAZER - TOTAL

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Tabela 5 – Comparação das médias (teste t) nos testes motores da AAHPERD de acordo com a classificação em muito e pouco ativo nas atividades físicas de lazer.

TESTE T TESTE NÍVEL DE AF NO LAZER N X (DP) T gl p

muito ativo 32 29,56 (4,86) AGILIDADE

pouco ativo 18 33,88 (6,59) - 2,64 48 0,01

muito ativo 32 508,21 (61,22) RESISTÊNCIA AERÓBIA pouco ativo 18 575,72 (87,83)

- 3,19 48 0,02

muito ativo 32 61,93 (10,17) FLEXIBILIDADE

pouco ativo 18 56,74 (11,97) 1,55 30,82 0,11

Tabela 6 – Comparação das médias (Mann-Whitney) nos testes motores da AAHPERD de acordo com a classificação em muito e pouco ativo nas atividades físicas de lazer.

MANN-WHITNEY TESTE NÍVEL DE AF NO LAZER N X (DP)

Z p muito ativo 32 22,72 (0,85) FORÇA pouco ativo 18 22,94 (0,87)

- 0,355 0,72

muito ativo 32 12,49 (0,48) COORDENAÇÃO pouco ativo 18 14,72 (0,83)

- 2,47

0,01

Para melhor ilustrar as diferenças encontradas, os resultados da comparação entre as

médias dos testes motores da bateria de testes da AAHPERD e a classificação em muito e

pouco ativo nas atividades físicas de lazer serão expressos graficamente nas figuras 7 e 8

abaixo.

0

10

20

30

40

50

60

70

AGILIDADE FLEXIBILIDADE FORÇA COORDENAÇÃO

muito ativo pouco ativo Figura 7 - Testes Motores - AAHPERD X Atividade Física como Lazer - IPAQ * Significativo ao nível de P < 0,05

*

*

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36

460

480

500

520

540

560

580

RESISTÊNCIA AERÓBIA

muito ativo pouco ativo

Figura 8 – Resistência aeróbia - AAHPERD X Atividade Física como Lazer – IPAQ * Significativo ao nível de P < 0,05

Neste estudo, as atividades físicas de lazer mais executadas foram a caminhada com

média de 114 minutos por semana (DP = 132,972), as atividades físicas moderadas 148,90

minutos por semana (DP = 141,390), e as atividades físicas vigorosas 12 minutos por semana

(DP = 37,198). Sendo considerada atividade física moderada (IPAQ) pedalar em ritmo

moderado, praticar hidroginástica, natação, ginástica e dança, voleibol recreativo; e atividade

física vigorosa: correr, nadar rápido, pedalar rápido, canoagem, remo, musculação, esportes

em geral.

*

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5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

O objetivo central desta investigação foi analisar se o tempo despendido em atividades

físicas relacionadas a diversos âmbitos do cotidiano de idosas, como o trabalho doméstico, os

deslocamentos e as atividades de lazer, tem influência significativa no desempenho de

realização das tarefas da vida diária, ou seja, na sua aptidão funcional. Desta forma, pretende-

se com esta análise de resultados verificar as relações entre as atividades avaliadas pelo

Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e as aptidões funcionais avaliadas pela

Bateria de Testes da AAHPERD.

Através da aplicação da bateria de testes da AAHPERD, contatou-se um índice de

aptidão funcional geral relativamente baixo entre as idosas da amostra, pois 76% delas se

distribuíram entre as classificações regular e fraca. Entretanto, em estudo anterior, com 52

idosas também praticantes de hidroginástica (40) e natação (12) e pertencentes ao mesmo

programa de exercícios, com idade semelhante (68,62 anos, DP = 4,98) a das idosas desta

pesquisa, Mazo et al (2006), obteve um resultado ainda mais desfavorável quanto ao IAFG

dessas mulheres, pois 90,4% delas tinham um IAFG fraco, nesta pesquisa a autora fez a

relação do resultado com o índice de massa corporal (IMC) da amostra estudada, e constata

que a maior parte dela apresentava um o índice acima da normalidade, 86,5%, estavam com

sobrepeso.

Ao verificar as valências físicas isoladamente, constatou-se que as idosas possuíam

desempenhos díspares entre os domínios, o que reflete certa heterogeneidade da condição

física do grupo, indicando que se deve dar ênfase a certas aptidões específicas, como por

exemplo, a agilidade que teve um desempenho muito fraco para a grande maioria.

Por outro lado, a força parece responder relativamente bem aos estímulos das

atividades nas quais as idosas estão envolvidas, já que foi verificado que nesta valência física

poucas idosas se classificaram como fracas ou muito fracas. Pelo contrário, neste estudo a

classificação da força se distribuiu de forma semelhante, entre escores bom e muito bom (em

torno dos 20%), mas a maioria foi regular (28%). Na pesquisa realizada por Zago e Gobbi

(2003) com 175 mulheres idosas de 64,9 anos de idade (DP = 3,2), praticantes de atividade

física regular, a força teve um resultado muito bom.

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Vale, Novaes e Dantas (2005) realizaram um estudo inserindo treinamento de força

para 18 mulheres (64,17 anos de idade, SD = 4,18) e treinamento de flexibilidade para outras

18 (65,78 anos de idade, DP = 6,87), ambos os grupos com IMC indicando sobrepeso. Após o

treinamento que durou dezesseis semanas, com freqüência de duas vezes por semana, os dois

grupos apresentaram melhoras significativas na autonomia funcional para as atividades de

vida diária, sendo que o grupo de treinamento de força obteve melhores resultados.

Vale et al (2006), corroboram os resultados do treinamento de força e flexibilidade

sobre a autonomia funcional de idosas. Pois, verificaram os efeitos de treinamento de força,

com uma freqüência de apenas duas vezes na semana durante 16 semanas, na autonomia

funcional e na flexibilidade, em um grupo de 11 idosas com 66,3 anos de idade (DP = 7,84).

De acordo com os autores houve um ganho significativo na força (30% a 75%), na

flexibilidade e também na aptidão funcional das idosas, resultados justificados pelos autores

através dos benefícios inerentes ao treinamento de força como aumento da amplitude de

movimentos (ADM), e alteração das propriedades viscoelásticas do músculo esquelético.

Entretanto, o ganho de força parece ter realmente melhoras significativas apenas

quando realizado de forma específica. Pois, em um treinamento generalizado que aconteceu

durante 6 meses com freqüência de 2 vezes por semana, avaliado por Carvalho et al (2007),

não houve alterações significativas na força muscular de idosos.

Com relação à flexibilidade, as idosas deste estudo se distribuíram majoritariamente

entre as classificações bom e muito bom. Já na pesquisa de Zago e Gobbi (2003), citada

anteriormente, a flexibilidade da sua amostra também foi boa.

A análise da flexibilidade torna-se bastante relevante na medida em que influencia na

realização das tarefas diárias (DIAS; GURJÃO; MARUCCI, 2006), na deambulação, na

transição entre deixar a posição de decúbito ou a posição sentada para ficar de pé

(MATSUDO, 2001), ou seja, em importantes movimentos que integram as tarefas motoras

funcionais. Além da ligação com a aptidão funcional, a flexibilidade pode estar associada ao

risco de quedas. Há indícios de que problemas de visão, uso de medicamentos diuréticos e

psicoativos, associados a flexibilidade reduzida de quadril e tornozelos têm influência na

ocorrência de quedas (GUIMARÃES; FARINATTI, 2005).

A flexibilidade pode ser trabalhada através do exercício resistido e de exercícios

específicos para esta valência física. O primeiro garante elasticidade dos componentes

articulares e o segundo melhora a amplitude de movimento. Em um treinamento com pesos

para idosos, durante 8 semanas, houve resultados positivos na flexibilidade, os autores

associam os efeitos alcançados à mobilização de colágeno no sistema músculo-esquelético

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proveniente do estresse mecânico próprio do treinamento (GONÇALVES; GURJÃO;

GOBBI, 2007). Um outro estudo com programa de alongamento e resistência progressiva

com idosos entre 63 e 88 anos de idade gerou resultados semelhantes aos de indivíduos entre

15 e 19 anos submetidos ao mesmo treinamento. (SPIRDUSO, 2005).

A avaliação da coordenação verificou um índice fraco para as idosas deste estudo, e a

agilidade foi classificada como muito fraca para a grande maioria delas. Zago e Gobbi (2003),

encontraram um índice bom para coordenação e para agilidade. Em estudo realizado com

idosas entre 62 e 70 anos de idade durante 4 anos, foi verificado que mesmo em um programa

de atividades não específicas para coordenação motora esta pode ser beneficiada, já que os

dados indicaram a manutenção ou mesmo a melhoria dessa valência física ao longo do estudo

(DIAS; DUARTE, 2005).

A resistência aeróbia geral teve resultado inusitado com a maior parte das idosas

(30%) com um índice muito fraco, enquanto 24% atingiram o índice muito bom. Em estudo

citado por Matsudo (2001), Morey et al (1998) verificaram que o consumo máximo de

oxigênio é o fator que apresenta maior correlação com a capacidade funcional, dentre os

fatores analisados estavam a idade, o sexo, o índice de massa corporal e a depressão, dentre

outros.

Segundo Spirduso (2005) o decréscimo da capacidade aeróbia, indicado pelo VO2máx,

com o envelhecimento, é conseqüência da redução da freqüência cardíaca máxima, mas

também em função das perdas de massa magra. O exercício físico não pode prevenir este

decréscimo, mas pode alterar bastante os níveis de uso de oxigênio com ganhos similares aos

de indivíduos mais jovens, mas para obter tais benefícios é de grande importância que seja

mantida uma rotina de treinamentos regulares durante a vida (SPIRDUSO, 2005). A

recomendação é que a atividade aeróbica deve ser realizada no mínimo 5 vezes na semana se

tiver uma intensidade moderada, e deve acumular ao menos 30 minutos, podendo ser feito um

treinamento intervalado de 10 minutos cada. Na escolha de um treino vigoroso são 3

dias/semana com atividade continua de 20 minutos. Ainda a flexibilidade e o equilíbrio

devem ser realizados 2 vezes por semana no mínimo (NELSON et al, 2007).

De acordo com os índices obtidos através do Questionário Internacional de Atividades

Físicas - IPAQ, 96% das idosas deste estudo eram muito ativas. O que acontece

provavelmente porque as idosas da amostra fazem parte de um programa no qual se tem como

principal meta a realização de exercícios físicos como meio de promoção de saúde e bem-

estar. Sendo a maior parte das participantes da pesquisa praticantes de hidroginástica (76%) e

natação (20%), atividades realizadas duas vezes por semana, durante 50 minutos a sessão.

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Diferentemente dos resultados encontrados neste estudo verificou-se em 3 diferentes

pesquisas um menor índice de atividade física. Tribess (2006) que acompanhou 265 idosas

com 71,15 ± 7,44 anos de idade, verificou que apenas 64,5% delas eram muito ativas, fato

semelhante incidiu no estudo de Mazo et al (2005) no qual participaram 198 mulheres, com

média de idade igual 73,6 anos (DP = 5,9), e apenas 66,2% da amostra muito ativa. Um outro

estudo com 256 idosos, sendo 85,5% mulheres, com idade média de 70,05 anos (DP = 6,7)

teve como resultado 59% dos idosos classificados como muito ativos (CARDOSO, 2005).

Apesar de apresentarem resultados inferiores aos do presente estudo, observa-se que a

maioria dos idosos foi classificada como muito ativa, o que pode estar relacionada a

participação destes em grupos de convivência, pois segundo Cardoso (2005) há uma

tendência de um envelhecimento mais ativo quando os idosos estão inseridos nestes grupos.

Quanto a apresentar um resultado inferior ao do presente estudo acontece provavelmente

porque a exercício físico não é prioridade dentro dos grupos de convivência.

Algumas pesquisas apontam que o nível de atividade física costuma ter uma relação

inversa com a idade, ou seja, decresce ao passo que a faixa etária aumenta (MAZO et al,

2005; TRIBESS, 2006). Também foi verificado em pesquisa, que o nível de atividade física

também está associado às condições sócio-econômicas e a percepção de saúde dos idosos, e

ambas remetem a maiores índices de atividade física quando apresentam uma percepção de

saúde positiva e melhores condições sócio-econômicas. (ROSA et al, 2003; MAZO; MOTA;

GONÇALVES, 2005).

Quanto as atividades físicas avaliadas pelo IPAQ, as mais desempenhadas pelas idosas

foram as atividades domésticas com 55% do total, seguidas das atividades de lazer (26%).

Dados díspares foram encontrados em um estudo com 30 idosos fisicamente ativos com idade

média de 68,7 anos (DP = 4,04), semelhante a da amostra deste estudo (67,28 ± 6,7 anos de

idade). Avaliada por uma bateria de testes para idosos fisicamente independentes, a amostra

apresentou os deslocamentos como atividade mais desempenhada, com freqüência de 43,28%

do total, as atividades domésticas foram a segunda categoria de atividades mais realizadas

somando 20,9% e as atividades de lazer chegaram a 16,04% das atividades realizadas durante

a semana, (ANDREOTTI; OKUMA,1999). A diferença entre resultados talvez esteja

relacionada com a composição da amostra, da qual faziam parte 14 homens e 16 mulheres.

Entretanto no estudo de Tribess (2006) citado anteriormente, verificou-se que as

atividades físicas realizadas em casa também foram as mais freqüentes (54,6%), mas as

atividades físicas desempenhadas como deslocamento e lazer também registraram dados

divergentes em comparação do presente estudo, 26,1% e 15,6% respectivamente.

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Mazo et al (2005) num estudo que relaciona atividade física e perfil sócio-

demográfico, com uma amostra de 198 mulheres com idade média de 73,6 anos, encontraram

a seguinte percentagem de atividades físicas na atividade física total, casa 40%, lazer 35%,

transporte 22% e trabalho 3%, resultado semelhante ao deste trabalho apesar da diferença na

proporção de idosas muito ativas (66,2%).

Como se pôde observar, as atividades de lazer não costumam representar uma grande

participação no cotidiano dos idosos, entretanto estas atividades são justamente as que

interferem de maneira positiva na capacidade funcional desta população. Pois foi verificado

neste estudo, que após buscar o desempenho nos domínios avaliados pelo IPAQ de acordo

com a classificação do IAFG, a fim de verificar a influência da AF nos domínios no IAFG, o

lazer foi o domínio mais influente nos escores do IAFG e as aptidões agilidade, resistência

aeróbia e coordenação foram as que apresentaram diferenças significativas.

No presente estudo a caminhada e as atividades vigorosas e moderadas foram as mais

freqüentes. O que pode ser relacionado a participação das idosas no projeto de atividades

físicas do GETI. Vale lembrar que dentre as atividades físicas moderadas estão: andar de

bicicleta em ritmo moderado, praticar hidroginástica, natação, ginástica, dentre outras; e a

atividade física vigorosa é representada por exercícios como correr, nadar rápido, pedalar

rápido, canoagem, remo, musculação e esportes em geral.

Segundo McArdle (2003), o treinamento físico gera efeitos positivos muito relevantes

para a saúde e a capacidade funcional da população idosa. Apesar do declínio funcional

natural que ocorre em virtude do envelhecimento, a prática do exercício regular é capaz de

compensá-lo. Assim, preservar a aptidão funcional através da prática regular de atividade

física em todas as idades pode ser um importante aliado na prevenção das incapacidades na

velhice além de prolongar os anos de independência e, portanto melhorar a qualidade de vida

em idades avançadas. (HILLSDON, 2005).

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6 CONCLUSÃO

Fundamentado nos resultados obtidos, pôde-se ratificar conclusões de estudos

anteriores, os quais fazem alusão ao efeito positivo da atividade física na preservação da

aptidão física funcional de idosas ou mesmo na contribuição para uma melhor perspectiva de

saúde e qualidade de vida.

A partir dos dados analisados verificou-se para as idosas deste estudo um índice de

aptidão funcional geral majoritariamente regular e um nível de atividade física classificado

como muito ativo.

No que se refere à prática de atividade física habitual se observou um maior dispêndio

de tempo com atividades domésticas. Entretanto, foi verificado que a atividade física na forma

de lazer, na qual se incluem esportes e exercícios físicos, é a que mais contribui para um

benefício real na aptidão funcional dessa população, pois se relaciona positivamente com

escores dos testes motores do Índice de Aptidão Funcional Geral.

Dos testes motores utilizados para obtenção da classificação da aptidão funcional das

idosas, os resultados obtidos na coordenação, na resistência aeróbia e na agilidade e equilíbrio

dinâmico foram os que se correlacionaram com tempo dependido semanalmente nas

atividades físicas de lazer, indicando um impacto positivo dessas atividades com domínios

importantes para a aptidão funcional da mulher idosa.

À luz dessas observações e com base na literatura consultada considera-se bastante

relevante, a prática regular exercício físico pelo idoso como meio de prolongar sua saúde

física e mental e com o fim de se alcançar um envelhecimento ativo e com efeitos deletérios

prorrogados e atenuados.

Entretanto, é conveniente afirmar que devem ser realizadas novas pesquisas abordando

o tema deste estudo com o fim de elucidar cada vez mais os meandros da prática da atividade

física orientada para a população idosa. É também importante frisar que o exercício físico tem

para o idoso um significado que vai além da manutenção da sua saúde, pois é também uma

possibilidade de expansão do seu convívio social, da descoberta dos limites e transformações

do seu corpo, da sua auto-valorização, da melhor compreensão da velhice e enfim da

conservação do seu gosto por viver bem.

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ANEXOS

ANEXO A – APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA

ANEXO B – QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADED FÍSICA (IPAQ)

ANEXO C – BATERIA DE TESTES DA AAHPERD

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ANEXO A – APROVAÇÃO NO COMITÊ DE ÉTICA

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ANEXO B – QUESTIONÁRIO INTERNACIONAL DE ATIVIDADED FÍSICA (IPAQ)

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ANEXO C – BATERIA DE TESTES DA AAHPERD

Protocolo de aplicação dos testes físicos

1. Teste de flexibilidade (FLEX): Instrumentos: Fita adesiva e régua de metal maior de 63 cm. Organização do teste: Uma fita adesiva de 50,8 cm foi afixada no solo e uma fita métrica de metal também foi afixada no solo perpendicularmente, com a marca de 63,5 cm diretamente colocada sobre a fita adesiva. Foram feitas duas marcas eqüidistantes 15,2 cm do centro da fita métrica (figura 4). Posição do avaliado: O participante, descalço, senta-se no solo com as pernas estendidas, os pés afastados 30,4 cm entre si, os artelhos apontando para cima e os calcanhares centrados nas marcas feitas na fita adesiva. O zero da fita métrica aponta para o participante. Posição do avaliador: ao lado do avaliado, segurando o joelho do avaliado para não permitir que o mesmo se flexione. Procedimento: Com as mãos uma sobre a outra, o participante vagarosamente desliza as mãos sobre a fita métrica tão distante quanto pode, permanecendo na posição final no mínimo por 2 segundos. São oferecidas duas tentativas de prática, seguidas de duas tentativas de teste. O resultado final é dado pela melhor das duas tentativas anotadas.

15 cm

15 cm 63,5 cm0 cm

FIGURA 1 - Ilustração do teste de flexibilidade (adaptada de OSNESS et al., 1990).

2. Teste de coordenação (COO):

Instrumentos: Fita adesiva, mesa, cadeira e 3 latas de refrigerante cheias.

Organização do teste: Um pedaço de fita adesiva com 76,2 cm de comprimento foi fixado

sobre uma mesa. Sobre a fita, foram feitas 6 marcas com 12,7 cm eqüidistantes entre si,

com a primeira e última marca a 6,35 cm de distância das extremidades da fita. Sobre

cada uma das 6 marcas foi afixado, perpendicularmente à fita, um outro pedaço de fita

adesiva com 7,6 cm de comprimento (Figura 3). Se a mão dominante for a direita, uma

lata de refrigerante é colocada na posição 1, a lata dois na posição 3 e a lata três na

posição 5. A mão direita é colocada na lata 1, com o polegar para cima, estando o

cotovelo flexionado num ângulo de 100 a 120 graus.

Posição do avaliado: O participante senta-se de frente para a mesa e usa sua mão dominante para realizar o teste.

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Posição do avaliador: Próximo ao avaliado com cronômetro na mão. Procedimento: Quando o avaliador sinalizar, o cronômetro é acionado e o participante vira a lata invertendo a sua base de apoio, de forma que a lata 1 será colocada na posição 2; a lata 2 na posição 4 e; a lata 3 na posição 6. Sem perda de tempo, o avaliado, estando agora com o polegar apontado para baixo, apanha a lata 1 e inverte novamente sua base, recolocando-a na posição 1 e, da mesma forma como procedeu colocando a lata 2 na posição 3 e a lata 3 na posição 5, completando assim um circuito. Uma tentativa equivale a realização do circuito duas vezes, sem interrupções. No caso do participante ser canhoto, o mesmo procedimento é adotado, exceto que as latas são colocadas a partir da esquerda, invertendo-se as posições. Para cada participante, são concedidas duas tentativas de prática, seguidas por outras duas válidas para avaliação, sendo estas últimas anotadas até décimos de segundo, e considerado como resultado final o menor dos tempos obtidos. Observação: Inverter a posição das latas no caso de ser canhoto.

FIGURA 2 - Ilustração do teste de coordenação (adaptada de OSNESS et al., 1990).

3. Teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (AGIL): Instrumentos: Cadeira com braços, fita métrica, 2 cones e cronômetro. Organização do teste: cadeira em local demarcado e local para os pés tocarem o solo. Dois cones posicionados a 1,50m para trás e 1,80m para cada lado (Figura 2). Posição do avaliado: sentado na cadeira com os pés (calcanhares) tocando o solo Posição do avaliador: próximo ao avaliado Procedimento: Ao sinal de “pronto, já”, move-se para a direita e circunda o cone que está posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e senta-se, levantando levemente os pés. Em seguida (imediatamente), o participante se levanta e move-se para a esquerda e circunda o segundo cone posicionado neste sentido, retornando para a cadeira e sentando-se novamente. Isto completou um circuito. O avaliado deverá concluir dois circuitos completos. Observação: demonstrar o teste e o idoso deverá repetir sem contar o tempo (caminhando o mais rápido possível). São realizadas duas tentativas, conta-se o melhor tempo (o menor). Anota-se em segundos como o resultado final.

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3,60 m

Início / Fim

1,50 m 1,50m

1,80m 1,80m FIGURA 3 - Ilustração do teste de agilidade e equilíbrio dinâmico (adaptada de OSNESS et al., 1990).

4. Teste de força e endurance de membros superiores (RESISFOR):

Instrumentos: Halteres de 1,814 Kg (mulheres) e para homens de 3,6 Kg, cadeira sem braços. Organização do teste: cadeira num local confortável e halteres próximos à cadeira. Posição do avaliado: sentado em uma cadeira sem braços, apoiando as costas no encosto da cadeira, com o tronco ereto, olhando diretamente para frente e com a planta dos pés completamente apoiadas no solo. O braço dominante deve permanecer relaxado e estendido ao longo do corpo (mão voltado para o corpo), enquanto a mão não dominante apoiada sobre a coxa. O halter deve estar paralelamente ao solo, com uma de suas extremidades voltadas para frente. Posição do avaliador: Dois avaliadores. O primeiro avaliador se posiciona ao lado do avaliado, colocando uma mão sobre o bíceps e outra tríceps do mesmo e a outro avaliador segura o halter que foi colocado na mão dominante do participante, com o cronômetro na mão. Procedimento: o segundo avaliador, responsável pelo cronômetro, sinaliza o comando

“vai”, o participante contrai o bíceps, realizando uma flexão do cotovelo até que o

antebraço toque na mão do primeiro avaliador, que está posicionada no bíceps do

avaliado. Quando esta prática de tentativa for completada, o halter deve ser colocado no

chão e 1 minuto de descanso é permitido ao avaliado. Após este tempo, o teste é iniciado,

repetindo-se o mesmo procedimento, mas desta vez o avaliado realiza o maior número

de repetições no tempo de 30 segundos, que é anotado como resultado final do teste.

5. Teste de resistência aeróbia geral e habilidade de andar (RAG): Instrumentos: pista demarcada e cronômetro. Organização do teste: em uma pista de atletismo. Posição do avaliado: em pé, no local de saída. Posição do avaliador: próximo ao avaliado, com cronômetro em mãos. Procedimento: ao sinal de “já”, o participante começa a caminhar (sem correr) 804,67 metros na pista de atletismo de 400 m, o mais rápido possível. É anotado o tempo gasto para realizar tal tarefa em minutos e segundos, e posteriormente transformado para segundos.

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