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A Uefa amadureceu. Ao menos é isso que se percebe se for levado em con- sideração o que a entidade está proporcionando a milhares de turistas que invadiram Madri para a final da Champions League. A partida entre Tottenham e Liverpool será neste sábado (1°), no Estádio Wanda Metropolitano. Criado em 2006 como uma forma de atender os torcedores sem ingressos para o jogo final e também os patrocinadores da competição, o Champions League Festival, espaço que concentra as ações fora do campo de jogo, pela primeira vez não está restrito a um único lugar, como acontecia desde sua primeira realização. Num ponto mais central da Europa, numa cidade que respira futebol e com a expectativa de receber mais de 100 mil torcedores, a Uefa pulverizou as ações. Em 2016/2017 e 2017/2018, as cidades escolhidas para a decisão foram Cardiff (País O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR WAGNER GIANNELLA, DE MADRI* Uefa pulveriza ações em Madri para final 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1257 - SEXTA-FEIRA, 31 / MAIO / 2019 de dólares (R$ 70 bi) geraram de receita os clubes das cinco maiores ligas europeias em 2018, afirma estudo da Deloitte 17,4 bi

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A Uefa amadureceu. Ao menos é isso que se percebe se for levado em con-sideração o que a entidade está proporcionando a milhares de turistas que invadiram Madri para a final da Champions League. A partida entre

Tottenham e Liverpool será neste sábado (1°), no Estádio Wanda Metropolitano.Criado em 2006 como uma forma de atender os torcedores sem ingressos para

o jogo final e também os patrocinadores da competição, o Champions League Festival, espaço que concentra as ações fora do campo de jogo, pela primeira vez não está restrito a um único lugar, como acontecia desde sua primeira realização.

Num ponto mais central da Europa, numa cidade que respira futebol e com a expectativa de receber mais de 100 mil torcedores, a Uefa pulverizou as ações. Em 2016/2017 e 2017/2018, as cidades escolhidas para a decisão foram Cardiff (País

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR WAGNER GIANNELLA, DE MADRI*

Uefa pulveriza ações em Madri para final

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N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1257 - SEXTA-FEIRA, 31 / MAIO / 2019

de dólares (R$ 70 bi) geraram de receita os clubes das cinco maiores ligas europeias em 2018, afirma estudo da Deloitte17,4bi

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de Gales) e Kiev (Ucrânia). A Máquina do Esporte esteve presente nas duas e viu que a Uefa concentrou em praticamente um único local as ações para a final.

Na capital ucraniana, a única atração um pouco distante do festival era a "Ore-lhuda", réplica infável gigante da taça da Champions League. Mesmo assim, ela estava a cerca de 700m do local onde ocorriam as celebrações para os torcedores.

Para Madri este ano, a estratégia foi espalhar turistas por diversos pontos da capital espanhola. Na Plaza de la Puerta del Sol, a entidade montou o Champions Festival, com palco repleto de atrações musicais, além de uma galeria com uma ex-posição de itens históricos da competição. Ali também há uma pequena loja com produtos da final, como bolas, camisas, chaveiros e bonés, e ativações de metade dos patrocinadores (Heineken, a marca da PepsiCo Lay’s, MasterCard e Nissan).

É preciso andar um pouquinho para um lado, até a Plaza del Callao, para chegar a uma loja muito maior e com mais opções de produtos da final. E para o outro se encontra a outra metade dos patrocinadores. Na Plaza Mayor, estão as ativações de Gazprom, Hotels.com, Santander e Sony, além de um minicampo de futebol.

Por último, a Plaza de Oriente, onde fica o Palácio Real de Madri, a alguns quilô-metros dali, foi o local escolhido para a “Orelhuda” inflável. Além disso, por toda a cidade há cartazes e lembretes da final, com o logotipo da Uefa e os escudos de Tottenham e Liverpool fazendo parte da decoração da capital espanhola.

Se a nova estratégia está dando certo? É quase possível tropeçar em turistas em diversas partes da cidade. Eles estão empolgados. Felizes. Com mapas nas mãos. Essa parece ser uma resposta mais do que convincente para a pergunta.

* O repórter viaja a convite da Nissan

H E I N E K E N P E D E M A I S T V A B E R TA PA R A T O R N E I O

C O N T R A B R I G A S , E N T I D A D E C R I A FA N Z O N E S D I S T I N T O S

Maior patrocinador da Champi-ons League, a Heineken "pressionou" a Uefa publicamente para aumentar os jogos da competição exibidos em TV aberta. Em entrevista ao "Sport-Business", Hans Erik Tuijt, head de patrocínios da cervejaria, disse que os patrocinadores precisam ser "nutridos" com mais jogos para todos no torneio.

A crítica do executivo não é novi-dade. Em 2017 ele já havia dito que os jogos em TV aberta asseguram que a competição consiga manter-se popular para todos os torcedores no mundo.

No Brasil, como a final será exibida de graça só no Facebook, a marca fará exibições públicas em alguns lugares.

A preocupação com a violência dos torcedores fez a Uefa se precaver. A entidade criou dois pontos de encon-tro em lugares distintos de Madri para evitar conflito de torcedores de Tottenham e Liverpool antes do jogo.

Os londrinos se reunirão na Avenida Felipe II e us-arão a linha 2 do metrô até o estádio. Já os torcedores de Liverpool se reúnem na Plaza de Colon e, dali, vão até o metrô para pegar a linha 5. Em 2013, torcedores de Bay-ern e Borussia se enfrentarem antes da final em Londres.

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O P I N I Ã O

Final dá força para a Liga dos Campeões

No sábado (1), Liverpool e Tottenham entrarão em campo para disputar a decisão da Liga dos Campeões. A final certamente confundiu apos-tadores; era difícil de imaginar esse cenário no mais importante torneio

de futebol do mundo. Mas, para a competição, essa é uma vitória, com a quebra do domínio de três times nos últimos anos. E desequilíbrio técnico é péssimo negócio.

Nas últimas dez finais da Liga dos Campeões, sempre esteve em campo um dos três times que dominaram o futebol nesse período: Real Madrid, Barcelona ou Bayern de Munique. Os dois times espanhóis levaram sete dessas dez disputas. Isso tornou a competição uma competição de cartas quase marcadas, um pesadelo para o esporte.

A magia do futebol e de qualquer outra modalidade popular é a sensação de que todos podem almejar o posto mais alto. Da maneira que estava, o caminho natural

era por um maior desinteresse de torcedo-res que são chave para a popularidade do torneio. Não é o fã do time de várzea, mas aquele que acompanha as outras grandes e médias equipes do continente europeu.

É o caso dos atuais finalistas. Liverpool e Tottenham estão longe de

serem zebras na competição. O primeiro foi vice-campeão na última temporada e conta com um badalado trio de ataque. O segundo vive um momento especial: aca-bou de inaugurar aquela que é provavel-

mente a mais moderna arena de futebol do mundo. Não é por acaso. Segundo a De-loitte Football Money League, os dois estão entre as dez equipes mais ricas do planeta.

E esse é um ponto importante: a Liga dos Campeões não pode ser um objeto distante de, por exemplo, uma das maiores torcidas de Londres. O ideal, claro, é que houvesse um sistema de distribuição que qualquer time de elite pudesse em algum momento sonhar com o título, como fazem os americanos em suas principais ligas esportivas. Mas já é um avanço se a luta ficar restrita a pelo menos uma dúzia de agre-miações, e não uma constante briga contra três equipes que são dominantes.

A final surpreendente da Liga dos Campeões dá força ao torneio e também é um golpe contra a esdrúxula ideia da Superliga, um torneio fechado de equipes europeias. Provavelmente, Liverpool e Tottenham estariam dentro deste grupo, mas a própria existência dele apenas reforçaria as diferenças econômicas do topo da elite do futebol.

Esporte conta histórias graças ao tom ‘aspiracional’; é o que faz os grandes produ-tos serem especiais. A Liga dos Campeões não pode perder isso.

Torneio europeu conviveu com o

desequilíbrio nos últimos anos, o que

é um péssimo negócio para a Uefa

POR DUDA LOPES

diretor de novos negócios da Máquina do Esporte

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Sem atratividade, Red Bull decide

encerrar Air Race

A Visa anunciou um acordo de patrocínio inédito com a Federação Americana de Futebol (US Soccer).

Para ser patrocinadora dos times americanos de futebol, a empresa exige que pelo menos 50% da verba do patrocínio seja direcionada para as seleções de futebol feminino.

O acordo prevê que essa verba seja usada para as seleções femini-nas, desenvolvimento das categorias de base e iniciativas de marketing.

"Queremos que a Visa nos aju-de a cumprir nossa missão de de-senolver jogadores de nível mun-dial, treinadores e árbitros, além de aumentar o engajamento dos torce-dores", disse em nota Jay Berhalter, diretor comercial da US Soccer.

V I S A F E C H A C O M E U A E E X I G E Q U E 5 0 % D A V E R B A VÁ PA R A M U L H E R E S

O DAZN anunciou um acordo exclusivo para o território alemão que

vai levar para o streaming a trans-missão das partidas da seleção local na Copa do Mundo feminina, que

começa no próximo mês.A empresa fechou um acordo de

sublicenciamento de direitos com a agência SportA. Com o negócio, o

DAZN exibirá ao vivo 26 partidas da competição, entre elas todos os jogos

da Alemanha e todas as partidas a partir das quartas de final.

DAZN COMPRA NA ALEMANHA

OS D IREITOS DO MUNDIAL

FEMININO

POR REDAÇÃO

A Red Bull decidiu colocar fim a um projeto de ativação de marca que durava mais de 15 anos. Em um comunicado, a empresa de bebida energética anunciou que após este ano não será mais realizada a Red Bull Air Race, corrida de avi-ões em baixa altitude que acontecia em diversas cidades. O motivo alegado pela marca para o fim do evento é curioso.

"A Red Bull Air Race provia um entretenimento esportivo de alta qualidade, mas não atraía mais o interesse do público como outros eventos da Red Bull pelo mundo", diz a marca.

Ainda serão realizadas três etapas neste ano. Nos próximos dias 15 e 16 de junho em Kazan, na Rússia, nos dias 13 e 14 de julho em Lake Balaton, na Hungria, e a derradeira etapa em Chiba, no Japão, nos dias 7 e 8 de setembro.

Inicialmente, a temporada de 2019 seria composta de oito etapas. A empresa já havia deixado de fazer um evento na Europa antes da disputa agora em junho na Rússia. Além dis-so, desistiu de fazer mais três etapas após o Japão.

No comunicado, a marca agradeceu aos pilotos, times, par-ceiros comerciais, às cidades-sedes e a seus funcionários por terem "ajudado a proporcionar esses eventos memoráveis".

Desde 2003, a Red Bull Air Race realizou mais de 90 cor-ridas de aviões, que reforçavam o conceito de "dar asas", que caracteriza as campanhas da Red Bull. O Brasil abrigou duas etapas, em 2007 e 2010, ambas no Rio de Janeiro. A primeira delas recebeu 1 milhão de pessoas. Já a segunda teve apenas a etapa de classificação devido ao mau tempo.

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POR ERICH BETING

O futebol brasileiro vai ganhar uma feira de negócios anual, que terá sua primeira edição entre os dias 4 e 8 de setembro próximos. A Brasil Fu-tebol Expo foi anunciada na noite de quarta-feira em São Paulo com um

coquetel no Pro Magno Centro de Eventos fechado para convidados. Organizado pela CBF, o encontro pretende reunir, num mesmo ambiente, di-

versos segmentos da indústria e, ao mesmo tempo, estudantes interessados em ingressar no mercado. Num formato multidisciplinar, a BFE poderá realizar simulta-neamente dez seminários para 150 pessoas cada, além de uma feira de exposições para prestadores de serviços do mercado e para interessados em geral por futebol.

"A BFE será uma oportunidade excelente para nos aproximarmos e oferecermos ao público universitário a oportunidade de acesso irrestrito a conteúdo teórico e prático sobre os vários temas que envolvem a indústria do futebol. Entendemos que só através da educação é que evoluiremos para a melhoria do nosso esporte", afirma Walter Feldman, secretário-geral da CBF, que esteve no lançamento.

A expectativa é de que o evento atraia cerca de 45 mil visitantes ao longo dos cinco dias, entre profissionais do mercado, estudantes e fãs de futebol. Os organi-zadores do evento, atualmente, trabalham na procura de expositores, patrocina-dores e também no desenvolvimento da curadoria de conteúdo dos debates.

"A Brasil Futebol Expo é mais uma iniciativa da CBF que tem como missão ajudar a desenvolver o futebol brasileiro através da capacitação dos profissionais do meio e da aproximação de um novo público, ávido por colaborar com idéias inovadoras para o progresso da indústria", resume Gustavo Herbetta, diretor geral da BFE.

CBF cria feira para os negócios do futebol

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POR ERICH BETING