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Fotografando Festas Infantis DICAS E TÉCNICAS IMPERDÍVEIS Como lidar com as crianças • Equipamentos adequados Os convidados • Dicas e truques • Iluminação Galeria Envie sua foto e participe! REVELAÇÃO Dani Romanesi A linguagem de um novo talento na fotografia CARTÃO POSTAL Buenos Aires Os encantos da capital argentina foto mania COLECIONE! Curso prático de fotografia N o 04 • R$ 7,90

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FotografandoFestas Infantis

DICAS E TÉCNIC

AS

IMPERDÍV

EISComo lidar com as crianças • Equipamentos adequados

Os convidados • Dicas e truques • Iluminação

GaleriaEnvie sua foto

e participe!

REVELAÇÃO

Dani Romanesi A linguagem de um novo

talento na fotografia

CARTÃO POSTAL

Buenos AiresOs encantos da capital argentina

fotomaniaCOLECIONE! Curso prático de fotografia

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GaleriaImagens dos leitores ....................................................... 5

Buenos AiresAs cores e as luzes da capital argentina .................30

O Photoshop e o fotógrafoO tratamento digital nos dias de hoje ....................34

Dani RomanesiAs imagens e o olhar de um novo talento ............22

Festas infantis Crianças: conquistas e brincadeiras .........................10Eventos ...............................................................................13Parabéns ............................................................................14Bufês – Os convidados ..................................................15Imagens posadas e instantâneas ..............................16Equipamento / Iluminação .........................................18Trabalho final ...................................................................21

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DiretoresJoaquim CarqueijóMarco Provenzano

Coordenação

Vanusa G. Batista

AdministrativoWellington Nunes de Oliveira

Distribuição em Bancas

FC Comercial

Planejamento de CirculaçãoEDICASE

www.edicase.com.br

Operações de ManuseioFG PRESS

www.fgpress.com.br

ImpressãoGráfica Prol

ATENDIMENTO AO LEITOR

[email protected] (11) 3772-4303

Proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização da Editora. A Art&Cia, CNPJ 01.362.596/0001-32 que criou e produziu esta publicação tem inteira responsabilidade sobre seu conteúdo. Contato: [email protected]

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EDITORIAL P A I x ã O F O T O G R á F I C A

Acredito no poder de uma boa imagem. Pode valer mais do que mil palavras, assim o dizem. Não concordo integralmente com esta afirmação, pois imagens são imagens e palavras são palavras, cada qual com o seu valor. Mas é inegável a capacidade de uma (boa) imagem em transmitir uma sensação... Um pensamento... Ou até de contar uma história, mesmo que expondo apenas alguns de seus fragmentos.

Uma boa imagem pode ajudar a vender jornais... Pode elevar a audiência de um programa de televisão, aumentar as vendas de um determinado produto... Pode tornar alguém famoso da noite para o dia... E pode, simplesmente,

Paixão fotográficaencantar a gente e servir como ob-jeto de decoração em nossas casas.

Iniciei-me na prática fotográfica por conta das viagens que sempre gostei de fazer. Paisagens, Gente, Arquitetura... Não tenho um tema único, preferido. Gosto de fotogra-far, de compor, de registrar a luz. Sou apaixonado por todo o processo envolvido no ato de fotografar, des-de a escolha da câmera, da objetiva e do objeto a registrar. Gosto de guardar momentos que nunca vol-tarão, mesmo que estes assumam nuances especiais apenas para mim.

Fotografia é técnica... Fotografia é arte. Para alguns, é profissão. Para muitos, um hobby. No meu caso, é difícil separar essas duas atividades, pois me divirto mas às vezes tam-

bém consigo ganhar uns trocados com a fotografia.

Vou me apresentando aos pou-cos, pois estaremos juntos de agora em diante...Aqui, na Fotomania, uma revista feita por quem ama fotografar... Para quem ama foto-grafar! Simples assim...

Também quero saber um pouco sobre você, leitor. Por isso, aguardo suas cartas e emails... E, como não poderia deixar de ser, suas fotos! Q u e m s a b e a l g u m a n ã o acaba publica-da em alguma das páginas da revista. Prazer, nos vemos da-qui pra frente... [email protected]

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IMAGENS DOS LEITORES

GaleriaEnvie a sua foto e participe. As melhores

imagens serão selecionadas a cada edição.

[email protected]

Moinho Foto tirada em Holambra, interior de São Paulo, também conhecida como cidade das Flores. Câmera Canon EOS 5D mark II, objetiva Carl Zeiss Distagon 28mm 2.8. A exposição foi marcada em f/5.6 e 1/16s.

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BikesLocal: Estação da Luz, em São Paulo. Câmera Canon EOS 30, objetiva Tamron 24–135mm, exposição de 1/250s e abertura f/8. Filme Fuji Provia 100, digi-talizado e convertido para P&B.

CabanaLocal: Cunha, interior de São Paulo. Foto

registrada nas primeiras horas da manhã, com a neblina ainda presente ajudando o

clima da foto. Câmera Olympus OM2, obje-tiva Zuiko 24mm f/2, filme Fuji Sensia 100.

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CorujaLocal: Parque Zoológico de São Paulo. Um funcionário andava com a coruja sobre uma luva pelo parque quando o fotógrafo pediu para fazer o registro. Câmera Canon EOS 30D com uma objetiva de 50mm (f/1.8). A exposição foi marcada em f/2.8 e 1/250s.

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TEMA F O T O G R A F A N D O F E S T A S

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F O T O G R A F A N D O F E S T A S TEMA

FotoMania 09

C

FOTOGRAFANDO

Festas InfantisSaiba como é fazer a festa com imagens em aniversários

e outros eventos destinados ao público infantil.

rianças são motivos fotográficos que atraem as lentes de muitos fotógrafos ama-dores e profissionais. Alguns levam a paixão à frente e transformam a atividade

em profissão. Fotografia de eventos infantis é um campo da fotografia social que vai da alegria à euforia em poucos cliques. Só a brincadeira de uma criança em um

belo registro fotográfico consegue verdadeiramente ensinar o que é diversão. A brincadeira em questão é levada à sério pelas fotógrafas Edith Schmidit e Rosana Cavalcante. Nessa reportagem, elas falam sobre como se aproxi-

mar e atrair a atenção dos pequenos modelos, mostram onde estão as melhores fotos e dão dicas precisas de equipamento e iluminação

para fotógrafos que têm curiosidade e interesse no tema.

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Edith e Rosana

Edith Schmidit é uma paulista que sempre foi apai-xonada por fotografia de natureza. A profissional de designer que transformou o hobby em profissão, trabalha com fotografia de eventos há quatro anos, sempre acom-panhada da sócia Rosana Ca-valcante, mas, quando surge uma oportunidade, retorna saudosa à natureza para mais alguns cliques. Ela decidiu trabalhar com eventos com o intuito de unir suas paixões por crianças, fotografia e de-signer em prol de um único resultado.

Rosana Cavalcante in-gressou na fotografia junto com Edith. Elas se conhe-ceram nos cursos da Escola Riguardare, onde cursaram os módulos de Fotografia Básica, Avançada e Fotografia de Eventos. Rosana trabalhava como secretária e, até o pri-meiro filho, nunca havia consi-derado a fotografia como uma possível profissão. O primeiro modelo fotográfico nasceu e, dali em diante, a prática se intensificou e ela decidiu estudar mais e se dedicar in-teiramente à fotografia.

Outras imagens de Edith e Rosana podem ser conferidas no site da Ponto 2 Fotografia (www.ponto2fotografia.car-bonmade.com).

“É um trabalho de intuição e sensibilidade onde, definitivamente, o mais importante é gostar de crianças”

TEMA F O T O G R A F A N D O F E S T A S

10 FotoMania

CriançasConquista

Toda a prática fotográfica, em fotografia de eventos infantis, fira ao redor do aniversariante e de seus coleguinhas. Edith e Rosana acredi-tam que seja um trabalho profundo de conquista e, para ganhar a aten-ção e a amizade deles, o fotógrafo precisa entrar na festa disposto a interagir e brincar com todos.

Rosana comenta que já aconte-ceu um caso em que pegou a câme-ra e a aniversariante disse: “Não!”. Obviamente, a fotógrafa ficou preocupada, pois não havia feito nenhum clique até o momento. Foi conversar com a mãe por alguns instantes, voltou e começou a inte-ragir na brincadeira com a menina. Minutos depois, a criança liberou as imagens e a festa transcorreu tranquilamente. Para Rosana, às vezes o fotógrafo precisa ter um momento assim, de descontração. Forçar uma foto é ruim porque, se a criança ficar aborrecida e pegar

raiva do fotógrafo, é quase impos-sível reverter a situação.

Para as fotógrafas, cada criança tem um processo diferente de con-quista. “É um trabalho de intuição e sensibilidade onde, definitivamen-te, o mais importante é gostar de crianças”, complementa Edith.

O fotógrafo aparece como um estranho e tem que se tornar ami-go em muito pouco tempo. Ajuda muito, nessa hora, a disposição para brincar, pedir para fazer care-tas ou poses engraçadas. Segundo as profissionais, se o fotógrafo não conquistar a confiança e despertar a empatia da meninada, fica difícil fazer um bom trabalho.

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A aproximação com as pessoas requer tato e confiança. Lembre-se de que um sorriso pode ser a melhor forma de obter autorização das pes-soas para fotografá-las. Em alguns casos, ofereça a possibilidade de enviar a foto pronta por e-mail. Além de ser uma gentileza, é uma forma de fazer amigos durante as viagens.

Por isso, gostar de crianças é o requisito fundamental para traba-lhar no mundo delas. “Tem situações em que o fotógrafo está agachado, tirando uma foto, e uma criança pula nas suas costas. Se ele não gostar e não estiver ali disposto a brincar, ele vai ter problemas”. Edith continua: “Em alguns casos, a criança fica tão amiga do fotógrafo que insiste para que ele brinque consigo. Puxa pela mão até algum brinquedo, pega a câmera e tenta fotografar ou come-ça a posar para as lentes”.

Brincadeiras Como, para as crianças, tudo ali

é festa, o fotógrafo precisa entrar na brincadeira de corpo e alma. “O fato de trabalharmos juntas ajuda muito nisso, pois, enquanto uma abrange os fatos que os pais

querem do evento como convida-dos e decoração, a outra fotógrafa vira criança e acompanha o dia do aniversariante”, relata Edith.

A fotografia de eventos infantis é um exercício físico completo, por isso a cobertura é feita sempre em revezamento. O profissional agacha, senta, levanta, se precisar, deita no chão, sobe nos brinquedos. Algu-mas crianças são muito elétricas e, para acompanhá-las, é preciso tra-balhar no mesmo ritmo. “Fazemos a maioria das fotos agachadas, na altura da criança. Não adianta tirar fotos de cima. A imagem precisa mostrar o olhar da criança na altura da câmera”, declara Edith.

O problema é quando o fotó-grafo agacha para fazer uma foto no mesmo plano da criança e ela agacha também. Rosana declara

que as crianças mais novas sempre agem assim. Quando isso acontece, segundo a fotógrafa, o jeito é deitar no chão e continuar fotografando.

As fotografias dentro dos brin-quedos surpreendem porque são si-tuações que os pais não presenciam. Na maioria das festas, eles ficam com os convidados e não testemunham a diversão do filho. Em alguns casos, os pais e convidados viram crianças e se divertem nos brinquedos, propor-cionando fotos muito interessantes.

O fotógrafo consegue enquadra-mentos interessantes dentro de tu-bos e piscinas de bolinhas; em cima de pontes e escorregadores. São situações que trazem dificuldades para a realização fotográfica, mas ajudam o fotógrafo a se aproximar ainda mais de algumas crianças, especialmente das mais tímidas.

“Fazemos a maioria das fotos agachadas, na altura da criança. Não adianta tirar fotos de cima. A imagem precisa mostrar o olhar da

criança na altura da câmera”, – declara Edith.

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F O T O G R A F A N D O F E S T A S TEMA

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As formas desta belíssima obra arquitetônica foram muito bem exploradas pelo fotógrafo, transmitindo as sensações de modernidade e movimento que o arquiteto propositalmente imprimiu à sua obra.

TEMA F O T O G R A F A N D O V I A G E N S

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TEMA F O T O G R A F A N D O F E S T A S

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Preparação Para os fotógrafos de eventos

infantis, o trabalho sempre co-meça antes da festa. Em alguns casos, dias antes. Edith e Rosana acreditam que é muito importante conhecer o local para confirmar o endereço, realizar medições de luz e pré-visualizar possíveis imagens que podem surgir no dia do evento.

Elas se preparam e gostam de já estar no local, no dia do evento, sempre uma hora antes do horário agendado com os clientes. Che-gam mais cedo para fazer amizade com os monitores, guardar as mo-chilas em segurança e fotografar a decoração com o ambiente vazio, sem ter que pedir licença para nenhum convidado.

O primeiro momento importan-te é a chegada do aniversariante. Na maioria dos casos, eles chegam cedo também para recepcionar os primeiros convidados. A criança aparece sempre mais tranquila e ainda não se mostra tão eufórica com os brinquedos. O instante em que ela ainda está conhecendo o lugar pode criar oportunidades para belos registros. Para Rosana, essa é a hora certa para se familia-rizar com os pequeninos, os mais ariscos, ou fazer fotos que não po-dem faltar no trabalho final, como as imagens da criança na mesa do bolo, com os pais e os irmãos.

Assim que os primos e amigos chegam, o aniversariante parte para a folia e fica mais difícil ter sua

atenção. “Tem que deixar a criança à vontade. Se o fotógrafo puxar, vem aquele sorrisinho sem-graça e não é isso que queremos. Quere-mos mostrar alegria, a criança natu-ral, divertindo-se”. Rosana continua: “Não dá para fazer fotos posadas o tempo todo, porque a criança se entedia. Principalmente porque existem muitos brinquedos. Ela vai querer brincar com os amigos. Se o fotógrafo quiser entrar no mundo dela e correr atrás da fotografia, terá que deixar ela brincar”.

Pequenas pausas na brincadeira sempre ocorrem. Quando os avós chegam, por exemplo, eles se diri-gem até o aniversariante e o fotó-grafo pode interferir e aproveitar o momento para uma imagem.

Eventos

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(...) O instante de se reunir e cantar os parabéns é o momento mais importante do evento (...)

Parabéns Disparos em sequência para o momento mais especial da festa.

O instante de se reunir e cantar os parabéns é o momento mais importante do evento e o único momento em que o fotógrafo não pode errar. Nessa hora, Edith e Rosana se colocam em ângulos diferentes. Enquanto uma toma posição para enquadrar o bolo, o aniversariante e os pais, a outra fica um pouco mais afastada, para conseguir uma visão geral da cena.

Em algumas festas, muitas pes-soas fotografam ao mesmo tempo. Portanto, a dica das fotógrafas é fazer vários cliques. Algumas com-pactas jogam uma luz vermelha no rosto da pessoa antes de fazer o disparo e não há como evitar que

fotos assim apareçam, mas a ideia é ter registros de sobra para poder selecionar as melhores depois. “Não dá para driblar todas as câ-meras e celulares dos convidados.

O ‘parabéns’ é muito rápido, uma ou outra foto é comum perder e por isso é preciso clicar um pouco mais para garantir boas fotos desse momento especial”, explica Rosana.

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FotoMania 15

O acesso é livre para fotógrafos nos bufês. Sempre que Rosana e Edith chegam, procuram logo o dono ou o profissional responsá-vel, conversam com eles e trocam cartões. “Muitos pedem para en-viarmos fotos de alguns ambientes. É legal agradar porque eles podem indicar nosso trabalho para novos clientes”, relata Edith.

Certos bufês cobram comissão por trabalhos que eles indicam, outros não. Depende da adminis-

tração de cada estabelecimento. Porém, as fotógrafas ressaltam que o relacionamento é fácil. Tanto os empresários como os monitores são sempre educados e receptivos.

Convidados

Antes de fazer qualquer ima-gem, o fotógrafo precisa pedir permissão aos convidados. É raro algum se recusar a ser fotografado. No entanto, existem sempre aque-les que têm seus motivos para não se deixarem fotografar.

Nas fotos posadas que geral-

mente agrupam várias pessoas em uma mesma composição, a atenção precisa ser proporcional à quantidade de pessoas enquadra-das. Quanto maior o grupo, maior é a possibilidade de alguém piscar, ocultar-se ou desviar os olhos da câmera. Como pedir para refazer a imagem compromete a credibili-dade na eficiência do profissional, as fotógrafas acham interessante fazer mais de um clique. Até porque muitas vezes não dá para analisar as imagens e notar falhas e imper-feições naquele mesmo instante.

F O T O G R A F A N D O F E S T A S TEMA

Bufês

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Imagens Boas fotos

As boas fotos em eventos são as que transmitem emoção, alegria, sinceridade. É o que os clientes esperam e vão procurar no álbum, depois do evento.

A alegria se manifesta de diver-sas formas nas crianças. Pode ser um sentimento expressado tanto por uma careta como por um sorri-so largo ou um abraço espontâneo em um amiguinho. Edith e Rosana procuram muito por esses mo-mentos. Para elas, são coisas que acontecem uma vez e não voltam mais daquele mesmo jeito.

A busca por esse tipo de ima-gem deve ser constante. “Já tive-mos situações em que, durante o ‘parabéns’, a criança ficou assus-tada, pulou no colo da mãe e se escondeu. Até que ela apareceu, olhou para a câmera e foi assoprar as velinhas do bolo”, expõe Rosana.

Crianças de até um ano de ida-de não olham diretamente para a câmera. A dica, então, é sempre procurar alguém que esteja fazen-do graça e abaixar na frente para tentar um enquadramento melhor. “Elas são muito rápidas. O fotógrafo até consegue chamar a atenção de uma criança de um ano. Ela olha, mas, quando o fotógrafo vai clicar, ela já desviou o olhar para o outro

lado. Não tem o que fazer além de prestar atenção para não perder esses momentos”, conta Rosana.

Em eventos infantis, um fotógra-fo precisa ficar ao lado das crianças o tempo todo para conseguir cap-turar momentos únicos e especiais que, na avaliação final dos clientes, vão fazer uma diferença perene.

Posadas e espontâneas

Algumas fotos posadas são clássicas em álbuns de aniversários como, por exemplo, o sanduíche carinhoso, aquele beijo simultâneo dos pais nas faces do aniversarian-te. No entanto, o conteúdo das imagens de eventos infantis tende a ser sempre mais espontâneo e imprevisível. Para Edith, uma das grandes metas do fotógrafo é dei-xar todos muito à vontade e con-fortáveis. Câmeras reflex intimidam um pouco por causa do tamanho. Com o flash em cima, então, a má-quina fica ainda mais assustadora, mas nada que o profissional não consiga contornar e transmitir segurança tanto em adultos como nas crianças.

“A relação que o fotógrafo tem com as pessoas interfere muito na imagem. Precisamos de sensibili-dade, carisma e descontração para captar a tranquilidade do fotogra-fado e, assim, a emoção passará naturalmente para a fotografia”, analisa Edith.

TEMA F O T O G R A F A N D O F E S T A S

As fotógrafas tentam interferir o menos possível na festa. “Deixamos o evento acontecer e vamos regis-trando tudo” declara Rosana. Ter uma proximidade com os convida-dos e se envolver com o evento aca-ba resultando em novos trabalhos.

Algumas imagens são impor-tantes e não podem ficar de fora na pré-seleção do trabalho. Durante a cobertura, as fotógrafas permane-cem muito atentas para descobrir quem ainda não saiu na fotogra-fia. Pais, irmãos e padrinhos são entes queridos que têm presença obrigatória. “Alguns clientes não ligam, mas outros querem fotos do filho com vários convidados. Isso vai muito da idade da criança também. Com crianças de um ou dois anos, o fotógrafo consegue fazer tudo, mas a partir dos três não é aconselhável insistir, senão a criança se fecha e pode até ficar brava”, declara Rosana.

Saber quem são as pessoas mais importantes é uma questão de observação, mas o fotógrafo pode perguntar e pedir que os pais as apontem.

Como o contato com a família ocorre antes do evento, por ocasião das tratativas, amostragem do tra-balho e apresentação dos serviços oferecidos, o fotógrafo já conhece algumas pessoas da família e por antecipação consegue ter uma ideia das tomadas indispensáveis.

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Equipamento Filme ou sensor?

Edith começou a fotografar com câmera de filme e resistiu mais a mudar para a tecnologia digital. A fotógrafa não esconde que gosta das ampliações em película, mas, em fotografia de festas infantis, o trabalho precisa ser prático e rápido.

O primeiro evento foi registrado em negativos coloridos e P&Bs, mas não demorou muito para ela se entregar às DSLRs da Canon.

Outra característica que ajuda é a instantaneidade das digitais. “As crianças sempre pedem para ver as fotos. Nas câmeras de filme, como o fotógrafo explica que não dá para ver? Elas nasceram vendo a fotografia. Na cabeça delas, não existe isso.”, declara Edith.

Essa interação entre o fotógrafo e as crianças é um bom momento para se aproximar e ganhar a con-fiança delas. Dependendo do caso, elas podem entrar no clima e brin-

car de fazer poses para a câmera. Quando a criança é retraída, Rosana acredita que a estratégia dá certo. “O fotógrafo mostra algumas imagens e fala que apaga se ela não gostar. O feedback é ali na hora”, alega.

A situação pode atrapalhar se após mostrar para uma criança, aparecerem outras querendo ver as imagens também. O segredo, segundo as fotógrafas, é disfarçar e continuar fotografando. Do con-trário, o profissional pode perder muito tempo apenas reexibindo as imagens, com o risco de perder, as-sim, registros importantes da festa.

Câmeras e técnicas

Fotografia de eventos infantis podem ser registradas com equi-pamentos simples. Se a intenção do fotógrafo é registrar momentos descontraídos, interferindo pouco na cena, ele pode aderir ao uso de uma teleobjetiva de distância focal entre 100 e 200mm. Porém, não é um equipamento essencial. Como diz Rosana, “uso uma lente

de alcance médio e busco esses momentos descontraídos me po-sicionando de forma estratégica atrás de um brinquedo, assim não interfiro na cena”.

Como as melhores fotos estão bem perto dos modelos, uma lente específica para retratos pode ser uma ótima opção. Edith usa uma 50mm (f/1.8) em algumas fotos de decoração para dar um desfo-que mais forte no pano de fundo de alguns registros. Na maioria das fotos, o diafragma da câmera precisa ser ajustado em aberturas maiores como f/5.6 e f/8 para não correr o risco de desviar o foco dos olhos e desfocar algumas outras pessoas que se aproximam para posar junto com o aniversariante. É importante considerar também que as crianças são mais rápidas do que os fotógrafos em muitos momentos. Devido a isso, trabalhar com velocidades (obturador) mais rápidas transmite mais segurança e evita imagens que captem movi-mentos indesejáveis.

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Fotografia de eventos infantis podem ser registradas com equipamentos simples.

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F O T O G R A F A N D O F E S T A S TEMA

Iluminação e flash A iluminação ambiente pode

ser um problema se a festa ocorrer à noite. Alguns espaços de eventos possuem painéis de vidro para iluminação natural. De manhã ou

à tarde, esse é um tipo de luz que pode ser muito bem explorada.

O flash é importante tanto para sutis preenchimentos como para compensar a iluminação ambiente rebatendo no teto ou em uma das pa-

redes. Se ele for disparado diretamen-te no rosto dos modelos, o registro pode parecer artificial. Porém, uma regulagem correta e o uso de um difusor imprimem mais segurança e qualidade no resultado do trabalho.

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(...) A fotografia de eventos infantis é um exercício físico completo (...)

20 FotoMania

Edith lembra que tudo é muito rápido em fotografia de eventos e o melhor mesmo é deixar o flash sem-pre ajustado para TTL. “No manual é mais difícil de trabalhar, o TTL foi criado para não nos preocuparmos com isto, faço a compensação ne-cessária na própria câmera. Deter-minados momentos, para mim, são muito mais importantes do que a luz perfeita. Pegar um sorriso ou um olhar diferenciado de uma criança de um ano, por exemplo, é algo que não é tão fácil de conseguir, mas é facílimo de perder”.

Dificuldades fotográficas

Por mais que o contato com os pais e os profissionais do bufê seja

feito antecipadamente, há sempre alguns acontecimentos inesperados nas festas. Podem surgir em brinca-deiras espontâneas dos convidados ou ser organizados por empresas e profissionais especializados sem a prévia ciência do fotógrafo.

Edith e Rosana contam que já foram surpreendidas várias vezes. Em alguns casos, as luzes se apa-gam e surgem tochas coloridas que deixam tudo de uma cor só. Ou, então, uma máquina começa a lançar fumaça nos ambientes. O problema fotográfico é grande porque a câmera não consegue focar direito, os rostos ficam lava-dos e o flash estoura no meio da fumaça. O jeito é aproveitar para

fazer outro tipo de registro até a fumaça baixar.

Os enfoques dentro de brin-quedos também apresentam certa dificuldade. Como se destinam a crianças, os ambientes são aper-tados e não oferecem nenhuma possibilidade para rebater o flash. São espaços como tubos, casas de boneca gigantes e trenzinhos que deixam pouca luz entrar e desafiam a experiência técnica do fotógrafo.

Fotografia de eventos infantis é um trabalho que exige grande mobilidade do profissional. Por isso, as fotógrafas optam por não andar com colete ou bolsa a tiracolo, para não esbarrar em nenhum convidado e facilitar o acesso aos brinquedos.

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TEMA F O T O G R A F A N D O F E S T A S

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Trabalho final Tratamento e edição

O tratamento das imagens da cobertura tem que ser suave. Para as fotógrafas, a preocupação maior ocorre durante a festa. Elas se es-forçam para fazer boas imagens e economizar tempo no tratamento. Como grande parte da linguagem da fotografia de eventos se inspira no fotojornalismo e pressupõe cer-ta fidelidade ao real, tratamentos exagerados nunca são uma práti-ca bem-vista. A fotografia precisa narrar o evento como um espelho da realidade filtrado pelo ponto-de-vista do fotógrafo.

A edição do álbum segue um roteiro que sempre conta a história do evento. Começa com as pessoas chegando, apresentando o aniver-sariante, passa pelas brincadeiras e a recepção dos amigos e termina com o “parabéns a você” ou com as lembrancinhas que os convidados geralmente levam para casa.

“O momento em que a criança abre os presentes é muito especial e pode gerar belas imagens. A criança fica eufórica e extravasa alegria. Se o fotógrafo ficar atento ao aniversariante, ele encontra es-sas poses em outros momentos do evento também”, diz Rosana.

Serviços e pacotes

As fotógrafas oferecem tanto pa-cotes simples como sofisticados, de acordo com o que espera cada cliente.

Entre os serviços oferecidos estão o álbum fotográfico tradi-cional, a cobertura fotográfica, a retrospectiva, os brindes com fotos (imã de geladeira, caixinhas, cane-cas, livro ou quadro de assinatura e outros objetos), os banners que são produzidos antes e decoram o ambiente no dia do evento, as apre-sentações de slides e os fotolivros.

Os fotolivros, aliás, são o grande sucesso do momento. Por serem

produzidos por empresas de gráfi-ca rápida, eles apresentam preços mais acessíveis e uma qualidade similiar à ampliação de álbuns, em papel fotográfico. “O fotolivro está em alta porque o custo benefício é muito bom. Neste tipo de trabalho, uso minha experiência de designer para criar efeitos e personalizar o álbum com o tema da festa. Uso a criatividade com o objetivo de valorizar o trabalho e criar um tra-balho único, exclusivo. Em alguns modelos de fotolivros temos a abertura total das páginas possi-bilitando o uso da foto em duas páginas. Essas possibilidades não

encontro no álbum tradicional., declara Edith.

A diagramação dos fotolivros é executada pelas próprias fotó-grafas e segue o tema da festa de cada aniversariante. Segundo elas, algumas fotos da decoração do ambiente ajudam na diagramação das páginas e montagem dos tem-plates (modelos).

No final, elas sempre entregam um CD com as imagens em alta resolução, no caso de o cliente querer alguma cópia extra para presentear um parente ou enviar por e-mail para um ente que não pôde comparecer.

F O T O G R A F A N D O F E S T A S TEMA

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scar Wilde afirmou uma vez que “o natural também é uma pose”. Frase que com-

bina perfeitamente com o trabalho de Daniela Romanesi. A fotógrafa paulista expõe a naturalidade de seus cliques ao silêncio das formas e das cores de suas escolhas e enqua-dramentos fotográficos.

Fotografar nunca é apenas acio-nar o disparador para ver o que queima o filme ou toca o sensor. A fotografia, segundo a própria biogra-fia da fotógrafa, traduz-se como uma atividade que revela a personalidade e a experiência de vida de cada pes-soa que espia pelo visor da câmera.

É impossível precisar quanto há do modelo ou do motivo e qual a parcela de contribuição pessoal do fotógrafo na criação fotográfica. Não há dúvida, porém, de que toda fotografia, independentemente do objeto, estará sempre impregnada pela essência do fotógrafo.

A nova linguagem de uma nova fotógrafa.

Dani RomanesiO T A L E N T O D E

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Daniela Romanesi traba-lha como designer e fotógrafa em São Paulo. Ela descobriu a paixão por design gráfico ainda na infância. A prática fotográ-fica surgiu aos 17 anos, mas apenas 10 anos depois decidiu assumir a atividade como sua profissão. “A fotografia se re-velou naturalmente em minha vida de um jeito que era impos-sível negar”, explica.

No início, Daniela prestava atenção sempre que encontrava alguém fotografando. A curio-sidade cresceu ao ingressar no curso de Publicidade e Propa-ganda e teve sua primeira aula de fotografia. A luz vermelha do laboratório misturada com a mágica da imagem surgindo no papel fotossensível foi a

experiência que faltava para ela realmente se declarar apaixona-da por fotografia.

Daniela mergulhou mais na área. Os estudos continuaram com alguns workshops e muita pesquisa até que a resistência ao novo foi rompida e ela acei-tou realizar os primeiros traba-lhos profissionais.

“Eu gostava de fotografia, mas nunca pensei em trans-formar isso em trabalho. Foi acontecendo naturalmente. Fotografava muito por hobby e fui sentindo cada vez mais na pele o prazer que a atividade fotográfica proporciona... Acho que a era das câmeras digitais tem tudo para profissionalizar a atividade e revelar ainda mais talentos”, relata a fotógrafa.

Autorretrato Para Daniela, a fotografia é uma

ponte entre a natureza do que ela fotografa e a essência do que ela re-almente é como pessoa. A fotógrafa considera o ato como o momen-to mágico em que pode ignorar seus medos e inseguranças e se concentrar na imagem que deseja registrar. “Minhas fotos mostram como eu vejo o mundo e como me comunico com ele. Não deixa de ser uma forma de me conhecer melhor e trazer à tona traços reais da minha personalidade”. Muitas pessoas que a conhecem, aliás, declaram ver sua assinatura em seus trabalhos.

Suas fotos seguem sempre uma identidade visual que brinca com linhas insinuantes, composições definidas e cores fortes. Embora tenha certa tendência publicitária, ela gosta mesmo é de se aventurar na fotografia autoral. A idéia central de seu portfolio passa por ângulos inexplorados, desfoques propositais, visões peculiares e originais sobre motivos simples e cotidianos. Talvez o seu timbre visual surja do principal preceito que rege seu trabalho quan-do segura a câmera: ““meu objetivo é sempre me divertir e quem sabe emo-cionar as pessoas com a minha arte”.

Experiências

Os exercícios que ajudaram mui-to em seu aprendizado foram as experiências fotográficas inusitadas. Daniela gosta do desafio de explorar materiais atípicos como alfinetes, gar-fos e plásticos circunstancialmente encontrados. “Sempre olho ao redor para ver se algo me desafia a ser transformado em arte”, revela.

Para ela, a criatividade não tem limites e tudo pode ser explorado no campo da arte quando o fotógrafo procura o novo enquanto aprimora sua capacidade de captar o festival de luzes em permanente suspensão na realidade das coisas e da vida.

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Design da Natureza Daniela aponta suas lentes para

a área de still life, fotografia publici-tária, macrofotografia e landscape. Sua inspiração advém da natureza (mesmo que o tema não seja ne-cessariamente esse).

Para ela, a natureza se mostra da forma mais bela e harmoniosa possível. Tentar imitá-la em suas pe-ças de design ou retratá-la em seus registros fotográficos favorece o de-senvolvimento como profissional.

“Abstraio-me e fico em outro planeta quando estou observando o design da natureza. Gosto de ver como ela se expressa em folhas, galhos, paisagens”, expõe.

A fotógrafa acredita que o co-nhecimento como designer ajuda muito em suas composições foto-gráficas. A tendência a compor equi-líbrios através de formas certamente provém dessa atividade que estuda e à qual se dedica há décadas.

“Gosto da macrofotografia por-que ela me aproxima da natureza e faz com que eu esqueça as preo-cupações e desfrute dos momentos de grande diversão e alegria. É nessa hora que eu sou verdadeira-mente eu”, declara Daniela.

Contudo, fotografar não é ape-nas uma forma de driblar os proble-mas e se render ao que é belo. Para ela, uma cabeça feliz e descansada não arranja problemas, inventa soluções.

Fotografia Consciente

A permuta com a natureza acontece o tempo todo. Não ape-nas na fotografia, mas em todas as áreas de atividade e conhecimento. “A natureza segue bem quando o ser humano não cria um obstáculo ou interfere de maneira nociva no meio ambiente”, diz.

A fotografia não deixa de ser uma atividade mental extrativa, mas adverte que fotógrafos cons-cientes são aqueles que operam sem provocar interferências. O im-portante, para Daniela, é não tocar e não retirar nada para fotografar. Os motivos precisam continuar naturais depois do clique. É um trabalho bem mais difícil, pois, para conseguir o melhor ângulo, às vezes, o fotógrafo se depara com obstáculos, esbarra em espinhos, trabalha em posições desconfor-táveis. Mas, no final, a mensagem adquire um sentido ainda maior.

Afinal, registrar a natureza com respeito ajuda a conscientizar o mundo sobre a necessidade que o homem tem de se reciclar e me-lhorar seus hábitos. É isso que, na opinião da fotógrafa, as imagens de natureza devem expor.

Escolhas fotográficas

Daniela se aborrece com notí-cias de destruição e imprudência contra a natureza. Sabe que não é uma foto que vai mudar o mundo, mas, mesmo assim, não abre mão de apenas fazer a sua parte.

“Cada pessoa é responsável por suas escolhas. Apesar de sentir muito por algumas coisas que vejo, tento manter minha atenção volta-da para o que há de bom. Eu quero saber onde estão nascendo novas plantações, quantos animais amea-çados de extinção foram devolvidos ao meio ambiente. Escolho sempre as boas notícias. Tudo em nossa vida é baseado em escolhas, assim como ocorre na fotografia, com as composições fotográficas”, enfatiza.

Para a fotógrafa, a melhor forma de espalhar ou semear o bem co-meça em se estar bem por dentro. Ela questiona: “Quantas pessoas à

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nossa volta se beneficiam quando estamos felizes?”. Com a fotografia é a mesma coisa. Alegria e felici-dade são estados de espírito que tocam o sensor da câmera e inter-ferem no resultado.

Sonhos

Além de levar seu trabalho a um número cada vez maior de pesso-as, Daniela sonha em viver para a fotografia. Ela planeja viajar pelo mundo dos seus sonhos e se aven-turar em projetos que permitam explorar paisagens deslumbran-tes e transformá-las em registros maravilhosos. No entanto, como nem tudo cabe no planejamento e as coisas geralmente acontecem de forma natural em sua vida, ela bem que poderia parodiar aquela conhecida canção do Zeca Pago-dinho: “Deixo a foto me levar. Foto, leva eu”.

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A mais européia das cidades latino-americanas está

cheia de encantos, prontos para seduzir os olhares

atentos de fotógrafos ávidos por boas imagens.

Buenos AiresC A R T ã O - P O S T A L

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Nos arredores de Bue-nos Aires também há ótimos lugares para passear e, como não poderia deixar de ser, para “caçar” boas fotografias.

Um passeio fora do conven-cional e que vale a pena conhe-cer é El Tigre, uma pequena ci-dade próxima à capital. Indo de trem, no meio do caminho você pode parar em uma simpática feira local de antiguidades, um local muito rico em oportunida-des fotográficas.

Chegando a El Tigre, embora a primeira impressão não seja lá grandes coisas – principalmen-te por causa da conservação da estação local –, algumas atrações aguardam bons regis-

tros: um agradável parque de diversões, um cassino e uma grande feira ao ar livre são ape-nas alguns dos assuntos que merecem destaque em El Tigre.

O mercado livre é muito mo-vimentado, uma grande opor-tunidade para quem gosta de fazer fotos de pessoas. Jovens, adultos, idosos, homens e mu-lheres... Todos circulando pelos ínumeros corredores e bancas de comida e artesanato neste simpático lugar. Vale o passeio!

Bem-vindo... E boa viagem! A partir da presente edição,

dedicaremos um espaço para falar de destinos propícios à fotografia. Para estrear, nada menos que a bela capital porteña, um lugar re-cheado de assuntos, cores e luzes pra lá de encantadores.

Buenos Aires é uma cidade cheia de vida, com um intenso movimento de pessoas e veículos para todos os lados. Para quem gosta de retratos de rua (street photography), é um prato cheio. E, por falar nisso, a gastronomia é um dos pontos altos da cidade e que pode render bons registros.

O Centro é um local rico em muitos aspectos fotográficos e

onde estão localizados muitos dos cartões-postais obrigatórios de Buenos Aires: Plaza de Mayo, Casa Rosada, Calle Florida, Café Tortoni, Teatro Colon, Obelisco, entre tantas outras atrações.

El Caminito, localizado no bairro de Boca, é um dos lugares mais pi-torescos e fotogênicos de Buenos Aires, com suas casas multicolori-das, feitas em chapa de zinco.

Outro bairro imperdível para fotografar é San Telmo, com seu casario antigo, ruas de pedra e antiquários, além de uma vasta opção de bares e restaurantes típicos. Aos domingos, acontece uma interessante e movimentada feira de antiguidades, uma ótima oportunidade para os cliques.

Puerto Madero, Recoleta, Paler-mo... São muitos os lugares e bair-ros que valem a visita não só pela sua beleza, como também pelo aspecto cultural que oferecem.

Além de lugares, muitos temas específicos, como o tango, a co-mida, a arquitetura etc, podem e devem ser explorados por quem deseja voltar com o babagem cheia de boas imagens e recordações de um lugar que merece ser visitado e revisitado sempre! Boa viagem...

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ARTIGO O P h O T O S h O P E O F O T ó G R A F O

eleza é um tema rela-tivo e muito pessoal. O belo para uma pessoa

pode não ser tão interessante assim para outra. No entanto, não há ninguém que não se preocupe em sair bem na foto quando tem uma câmera ajustando o foco em seu rosto.

A sociedade contempo-rânea sustenta uma busca insaciável pela superficiali-dade. É impossível dizer onde nascem certos valores sociais, porém, muitos deles acabam entrando e sendo revelados pela prática fotográfica.

A questão problemática é que grande parte das pes-soas se molda sempre com base nos mesmos estereó-tipos. Não sei, por exemplo, quem falou que ter cabelo liso é mais bonito. Contudo, adoro fotografar cabelos ondulados, cacheados e cres-pos. Dependendo do estilo de cada modelo, eles podem ficar lindos e levar o ensaio a uma linha diferente de disparos.

A sociedade faz o mundo girar em torno da estética. Parece brinca-deira, mas passo mais tempo com o Photoshop do que com a máquina fotográfica. Dedico mais tempo ao tratamento de imagens do que a minha namorada (espero que ela não leia isso e resolva desinstalar o software do meu computador).

Isso porque o monitor não é exatamente o meu tipo, mas são tantos pedidos de retoques e alte-rações que o tempo vai passando e as camadas vão sendo empilhadas até sumir de vista na janela.

O engraçado é que, em muitos casos, o pedido vem antes do registro. Enquanto o fotógrafo pensa na luz, no enquadramento, na condução da modelo; ela já está solicitando os famosos ajustes.

– Vai ter Photoshop depois?– Você pode tirar a barriga, di-

minuir o nariz e limpar as marcas de expressão do meu rosto?

Respondo com naturalidade, mas sempre fico com medo que ela peça também uma nova identidade e um passaporte falso. Vai saber!

São horas de produção para ar-rumar o cabelo, fazer a maquiagem e ajustar o figurino do ensaio ao corpo. Assim que a modelo entra

B no estúdio, ela já é uma mulher diferente.

É como se uma nova mulher fosse nascendo paulatinamente. Acredi-to que seja isso que, in-conscientemente, algumas pessoas procuram na fo-tografia. Elas querem uma vida nova, uma aparência diferente para tentar tudo pela segunda vez. Nes-se ponto, também queria passar despercebido pelos credores. Já tentei deixar a barba crescer, colocar ócu-los de sol entre o chapéu e a gravata. Entretanto, não deu certo e os juros conti-nuaram correndo.

Voltando ao assunto principal, o trabalho do fotó-grafo está ficando cada vez mais complexo. Dominar a luz já não é suficiente. Daqui a pouco, vai ser necessário virar cabeleireiro, maquia-dor e cirurgião plástico para

saber como fazer intervenções discretas e verossímeis nas imagens.

Sonho com o dia em que algu-ma modelo vai me surpreender e provar que estou errado. Quem sabe, após um ensaio, ela caminhe em minha direção, olhe nos meus olhos e diga:

– Edu, capricha no tratamento. Eu quero ficar parecida com a Amy Winehouse. Se possível, com o nariz do Marilyn Manson, o cabelo da Courtney Love e as bochechas do Iggy Pop. É possível?

Perfeito, não acham? Afinal, a maior vantagem do feio é que, quando ele não sai bonito na foto, ninguém nota a diferença.

por Eduardo Oliveira, texto e fotos.

O PhOTOShOP E O FOTóGRAFO

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* Fotografia premiada pela National Geographic

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