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No 1330 - 22 de setembro de 2016

Menos Que0%

ZER

INTERSINDICAL DOS ELETRICITÁRIOS DE SC

Trabalhadores rejeitam proposta apresentada pela Diretoria da Celesc e

encaminham greve por tempo indeterminado a partir do dia 26/09

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CELESC

Linha Viva é uma publicação da Intersindical dos Eletricitáriosde Santa Catarina

Jornalista responsável: Paulo G. Horn (SRTE/SC 3489)Conselho Editorial: Mario Jorge Maia

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Trabalhadores rejeitam proposta apresentada pela Diretoria da Celesc

e encaminham greve por tempo indeterminado a partir do dia 26/090%Menos Que

A proposta da Diretoria da Celesc para o Acordo Co-letivo de Trabalho foi rejeitada por ampla maioria nas assembleias realizadas pelos sindicatos da Intercel. Com a rejeição da proposta, os trabalhadores entra-rão em greve por tempo indeterminado a partir da pró-xima segunda-feira, dia 26 de setembro.

A verdade é que nenhum outro re-sultado era possível nem esperado. O que a Celesc apresentou como pro-posta é um atentado contra os direitos dos trabalhadores. Se no ano passado a diretoria apresentou o reajuste zero para, durante a negociação chegar a 8%, desta vez a diretoria segurou a negociação com ataques aos direitos históricos dos trabalhadores, nova-mente apresentando o reajuste zero e uma compensação em forma de abo-no. A proposta acaba sendo menos que zero. Temos dito constantemente que ao não reajustar em nada o salá-rio dos trabalhadores, a Celesc acaba por reduzir a remuneração e impor perdas que serão carregadas por toda a carreira profissional dos celes-quianos. Mesmo a lógica do abono (a qual não con-cordamos) foi construída sobre a tentativa de rebaixar o ACT. Além de não "carregar" o reajuste, o Abono de

R$ 1200,00 é, pelo menos, três vezes inferior ao que deveria ser, considerando o reajuste da Parcela B.

Entretanto, os problemas do acordo são muito maio-res do que a mera questão econômica e financeira. O problema é a postura da Diretoria da Celesc e o cabresto que esta aceitou dos acionistas minoritários.

Com a ação cada vez mais invasiva do Conselho de Administração, fica a dúvida se esta convicção de levar a categoria ao movimento de greve é ordem do Governo do Estado? Afinal de contas, é ele o responsável e con-trolador da Celesc.

Da reprovação do ACT até o início da greve os trabalhadores anseiam pela retomada das negociações e por uma nova proposta, que respeite os direitos e valorize a categoria. A greve não é o objetivo de ninguém, mas ela é necessária quando a em-presa fecha as portas do diálogo, sendo submissa a interesses que

não são os da sociedade.Na segunda-feira, dia 26, os celesquianos estarão

unidos nos portões da empresa, lutando por um ACT justo, pela valorização de seu trabalho e contra a reti-rada de direitos.

TRIBUNA LIVRE

Direita, Esquerda e a terceira margem do ria

ENTRE OS MELHORES PARA A SOCIEDADEMas não valemos nada para a Diretoria

Os termos direita e esquerda nunca foram tão ouvidos nestes momentos de crise política que vive o pais. É quase como replicar os mo-vimentos que os militares executam com tanta destreza: direita volver, esquerda volver, des-cansar, marchar, sentido! De forma muitas ve-zes alienante, sem pensar, simples movimen-tos de mexer o corpo ora para lá, ora para cá.

Muito mais nocivos do que os simples mo-vimentos corporais são os mentais, os pensa-mentos, ora obtusos para a direita, ora agudos para a esquerda, com sentidos retilíneos e sem direito ao descanso. Está quase embutida no pensamento a marcha célebre do jargão “não pense, trabalhe!”.

Para quem não consegue, não quer, não pode optar entre direita e esquerda só sobra o triste: “não nade, se afogue!” Pois parece mes-mo não existir lugar para onde ir, nem no tempo e nem no espaço. Ser de direita ou de esquerda hoje em dia parece mais uma forma de marcar um território e determinar com unhas e dentes

uma verdade absoluta que só serve para si, mas que tem que ser aceita pelo outro de forma incontestável.

O discurso binário só acirra a intolerância pre-sente no espírito humano e aflora através do discurso do ódio ou da violência propriamente dita e sentida no corpo do outro, que quer ape-nas ser diferente, e que ainda sonha que é pos-sível alcançar a terceira margem do rio.

Um destes nadadores em busca de uma ter-ceira margem era o filósofo Richard Rorty que combateu em sua vida intelectual a pretensão da filosofia de encontrar uma verdade absoluta e incontestável. Questionou a ideia de um sujei-to de pensamento autônomo que faz da própria razão o fundamento da verdade e da objetivi-dade. O filósofo argumentou que tanto a direita quanto a esquerda partem do pressuposto de que existe uma íntima relação entre a verdade e a liberdade. A principal diferença é que os te-óricos de direita priorizam a busca da verdade, argumentando que conhecê-la garante a liber-

dade, ao passo que os teóricos de esquerda alegam que a verdade está oculta, sufocada pelas estruturas de dominação, e que é preciso promover primeiramente a liberdade para que a verdade possa vir à tona. Rorty conclui afirman-do que a verdade não é dada de antemão, nem é algo oculto esperando para ser desvendado.

É claro que com tantas verdades relativas vo-ando soltas por aí, quem está de um lado ou de outro do rio sempre enxergará através de seu horizonte, de seu ponto de vista. O que é re-almente absoluto é a estranheza do olhar dos ocupantes de ambas as margens para aquele que ainda não sabe para onde ir, que ainda procura um porto seguro, um ancoradouro que lhe garanta tanto sua liberdade de expressão, quanto a exposição de sua verdade, a verda-de de quem está se afogando no meio de tan-tos olhares perdidos. A verdade de quem não consegue se identificar nem com os portos da "suposta esquerda" e nem com os portos da "suposta direita".

POR VIVIAN CELESTINO

Vivian da Silva Celestino é Trabalhadora/Eletrosul; diretora/Sinergia

Uma das áreas que mais recebeu atenção da Diretoria da Ce-lesc é o marketing. Utilizando não só boletins internos, mas tam-bém constantes artigos no jornal assinados pelo Presidente, a Celesc não se furtou em utilizar o bom desempenho dos trabalha-dores para fazer propaganda de sua gestão.

Afinal de contas, a Celesc voltou à figurar no pódio da Associa-ção Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica (ABRADEE) para as melhores empresas na qualidade do serviço prestado, segundo avaliação dos clientes. O resultado é fruto do esforço de todos os celesquianos, que tem se doado para atingir as me-tas e índices da concessão e manter a empresa pública, mesmo em situações adversas. O Linha Viva Especial - Diagnóstico das Regionais nos permite um exercício: como seria a qualidade do atendimento da Celesc se os problemas listados tivessem solu-ção? Se eles fossem realmente levados à sério e tratados com respeito? O trabalho que hoje já é bom melhoraria muito. Por que os celesquianos são ótimos profissionais. São a alma da empre-sa. Mas só valem para o marketing pessoal do presidente...

A MÍDIA, O GOVERNO E O DIREITO DE GREVEMidía já reproduz ataque ao direito de greve

CELESC

"Da reprovação do ACT até o

início da greve os trabalhadores

anseiam pela retomada das

negociações e por uma nova proposta,

que respeite os direitos e valorize a

categoria"

Durante a negociação um recorte da coluna de Estela Benetti, do Diário Catarinense trazia um dos primeiros ataques ao direito dos trabalhadores realizarem um movimento grevista. Citando o atual Se-cretário da Fazenda do Estado e ex-presidente da Celesc, Antonio Gavazzoni, a nota tratava do início da greve dos trabalhadores da UDESC e trazia a seguinte frase, atribuída à Gavazonni: "precisamos instalar a meritocracia e acabar por completo com o direito de greve". Agora, após mais de 10 anos, os celesquianos novamente estarão nos portões da empresa, em greve. E o recado está dado: mais do que nunca a mídia catarinense estará contra os trabalhadores. Para eles, não basta impor perdas e retirar direitos. A tentativa é crimina-lizar um movimento justo e pacífico. Não é à toa que a Diretoria da Empresa já se apressou em construir os malfadados "interditos proi-bitórios". Também não foi à toa que, durante a paralisação da PLR os trabalhadores de Joinville tiveram a "visita" da polícia Militar. Esta luta desigual precisará ser feita com união e paciência. O pleito justo dos celesquianos o direito de todos os trabalhadores não pode ser tratado com um mero inconveniente para quem governa. O direito de greve é a única arma da categoria contra uma gestão que insiste em reduzir os direitos dos trabalhadores.

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