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Avaliação imobiliária é uma mais-valia para o País Jorge Ferreira Mendes e Jorge Pedro Ferreira Mendes, administradores da Mencovaz, empresa com sede no Taguspark, em Porto Salvo, sublinham a enorme importância para a sustentabilidade da economia e do sector imobiliário da avaliação imobiliária, onde a sua empresa distingue-se no concorrencial mercado português Nº 152 Mensal Maio 2015 2.20# (IVA incluído) Tawfiq Bin Fawzan Al-Rabiah Ministro do Comércio e Indústria da Arábia Saudita João Franco Presidente dos Portos de Sines e Algarve Ricardo Lobo Administrador do Grupo RLobo PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PORTUGUESAS PUXAM PELA NOSSA ECONOMIA

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1

Avaliação imobiliária é uma mais-valia para o PaísJorge Ferreira Mendes e Jorge Pedro Ferreira Mendes, administradores da Mencovaz, empresa com sede no Taguspark, em Porto Salvo, sublinham a enorme importância para a sustentabilidade da economia e do sector imobiliário da avaliação imobiliária, onde a sua empresa distingue-se no concorrencial mercado português

Nº 152 › Mensal › Maio 2015 › 2.20# (IVA incluído)

Tawfiq Bin Fawzan Al-RabiahMinistro do Comércio e Indústriada Arábia Saudita

João FrancoPresidente dos Portos de Sines e Algarve

Ricardo LoboAdministrador do Grupo RLobo

PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS PORTUGUESAS PUXAM PELA NOSSA ECONOMIA

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2 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015 Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3

Editorial

O mês de Abril ficou marcado pela vinda a Lisboa de importantes persona-lidades internacionais, e cuja agenda esteve marcada pelo tom económico e empresarial, sem prejuízo da afirmação e reforço das relações políticas com os países de cada um desses signatários. Do Brasil veio o Vice-Pre-sidente (Michel Temer) e o Governador de Goiás (Marconi Perillo), de Marrocos veio o Primeiro-Ministro (Abdelilah Benkiran), de França veio o Primeiro-Ministro (Manuel Valls) e da Arábia Saudita veio o Ministro do Comércio e Indústria (Tawfiq Bin Saad Al Rabiah).Com todas as personalidades foram celebrados acordos para desenvolver as relações económicas e empresariais e, em vários casos, também foram assinados memorandos nos domínios educacional, científico e tecnológi-co, além do turismo e saúde.Curiosamente, ou talvez não, apenas uma dessas personalidades interna-cionais (o primeiro-ministro francês) não veio de fora do continente eu-ropeu. Provavelmente aconteceu por mera circunstância, mas reflecte a necessidade de Portugal diversificar e ampliar o seu espaço internacional à escala global, pois se é certo que a Europa continua, e continuará, é preciso sublinhá-lo, a constituir o principal espaço de relacionamento económico do nosso país, também é certo que, cada vez mais, Portugal tem de se afir-mar em cada vez mais geografias internacionais, muitas delas bastante distantes entre si.No fundo, se há cerca de quinhentos anos fomos percursores da moderna internacionalização à escala global, a economia portuguesa precisa hoje de assumir esse legado de forma completa e partir em busca do seu espaço em cada uma das geografias do mundo, com a certeza de que se não lutar-mos pelo nosso espaço, se não formos capazes de competir e de vencer no mercado global, outros ocupação a posição que poderia ou deveria caber ao nosso país.Portugal está numa posição muito qualificada para ocupar um espaço in-comensuravelmente superior ao que presente ocupa na economia brasilei-ra, mas precisa que as nossas empresas e os nossos decisores económicos e políticos sejam muito mais activos do que têm sido. E é preciso encontrar de forma mais acentuada interlocutores que no mercado brasileiro pos-sam ajudar as nossas empresas a desempenharem um papel que deve ser positivo para o desenvolvimento da economia brasileira.No mundo árabe, são as nossas empresas que deverão ter uma atitude de maior proactividade, darem a conhecer as suas valências, produtos e serviços, no fundo, a mostrarem o melhor que possuem, e que em grande parte ainda é bastante desconhecido na região. Porque potencialidades, oportunidades e necessidades, existem muitas por lá.

JORGE GONÇALVES ALEGRIA

Portugal precisa de uma afirmação Global

Ficha TécnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.

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DistribuiçãoURBANOS PRESSRua 1º de MaioCentro Empresarial da Granja – Junqueira2625 – 717 VialongaInscrição no I.C.S. nº 124043

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 54 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

Grande Entrevista

ÍndiceJorge Ferreira Mendes, Administrador da

Mencovaz, não têm dúvidas em sublinhar

que a empresa que dirige desde o princi-

pal edifício do Taguspark é uma das prin-

cipais empresas de avaliação imobiliária

que existe em Portugal. Profundo conhe-

cedor do mercado desde 1972, fundou a

Mencovaz em 2008, e fruto do know how

e da experiência acumulada ao longo

de mais de quatro décadas de empenho

numa profissão altamente exigente, tem

merecido o reconhecimento do merca-

do nacional e de alguns dos principais

players portugueses, incluindo das princi-

pais instituições financeiras do país.

pág. 26 a 31

A vinda a Portugal do Ministro do Comércio e Indús-

tria da Arábia Saudita, Tawfiq Bin Fawzan Al Rabiah,

constituiu um momento importante numa etapa de de-

senvolvimento e crescimento das relações económicas e

empresariais entre os dois países, apostados em passar

para um patamar diferente de relacionamento, visto

que as potencialidades das duas economias configuram

todas as possibilidades de se aprofundarem as trocas

comerciais e de investimento entre Portugal e a Arábia

Saudita. Nesta edição, além do resumo das principais

conclusões da reunião da 2ª Comissão Mista, destaque

também para a entrevista de Osama Amin, CEO da em-

presa do Príncipe Turki Bin Saad Al-Saud, bem como de

Rodrigo Ryder, Presidente da CCILS.

pág. 06 a 23

Ainda nesta edição…

24 Aicep Global Parques tem nova administração

25 Reinaldo Teixeira e Luís Lima compraram a Preditur

25 Inaugurado o Ericeira Business

32 Vice-Presidente do Brasil esteve em Lisboa

33 Governador quer empresas portuguesas em Goiás

38 Cafés Negrita uma história de sucesso no café

42 Inovazul dá acesso à Internet a populações remotas

44 Vinhos do Dão com mais promoção

48 Vila Galé inaugurou hotel em Évora

50 Vivafit investe no Bahrain e na Polónia

50 Armando Cunha ganha obra em Cabo Verde

50 Vista Alegre cresce no Brasil e melhora resultados

Grande Plano

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 76 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› GRANDE PLANO

Vice Primeiro-Ministro português e Ministro do Comércio e Indústria saudita querem ligações aéreas directas entre os dois países e selaram acordo para evitar a dupla tributação

Portugal e Arábia Saudita querem ficar mais próximos

No final da reunião da 2ª Comissão Mista entre responsáveis governamentais e sectoriais

de Portugal e da Arábia Saudita, que se realizou em Lisboa, foram assinados um

conjunto de acordos entre os dois países, sendo de realçar o acordo que estabelece o

fim da dupla tributação no comércio entre os dois países, bem como o protocolo para o

estabelecimento no futuro de uma linha aérea directa entre Lisboa e Riade, condição

considerada fundamental para incrementar o relacionamento económico e turístico

entre Portugal e a Arábia Saudita. Paulo Portas, Vice Primeiro-Ministro português, e

Tawfiq Bin Fawzan Al Rabiah, Ministro do Comércio e Indústria saudita, chefiaram as

delegações dos respectivos países, tendo mostrado nas declarações finais um forte

optimismo quanto à existência de condições para incrementar de forma substancial o

relacionamento luso-saudita, não apenas na área económica e empresarial, mas também

nos sectores do turismo, cooperação científica e no ensino superior, bem como na saúde

e nas áreas culturais.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELO GABINETE DO VPM, DA EMBAIXADA DA ARÁBIA SAUDITA EM PORTUGAL,

BEM COMO PELA CORTESIA DA COMUNIDADE ISLÂMICA DE LISBOA

Uma delegação interministerial

saudita composta por cerca de

trinta membros e chefiada pelo

Ministro do Comércio e Indústria Tawfiq

Bin Fawzan Al Rabiah, esteve no início da

Abril em Portugal para participar na reu-

nião da 2ª Comissão Mista entre os dois

países, e cuja delegação portuguesa foi li-

derada pelo Vice Primeiro-Ministro Paulo

Portas. Esta reunião surgiu na sequência

do primeiro encontro formal que decor-

reu a 2 de Abril do ano passado em Riade,

e que foi então considerado um passo fun-

damental para o incremento das relações

económicas e empresariais entre Portugal

e a Arábia Saudita.

Depois do encontro que reuniu as duas

delegações no Palácio Foz em Lisboa,

registou-se a assinatura de diversos acor-

dos, o mais importante sem dúvida o que

acaba com a dupla tributação nas relações

comerciais entre empresas dos dois paí-

ses, acordo que foi assinado por Tawfiq

Bin Fawzan Al Rabiah pelo lado saudita,

e por Paulo Núncio, Secretário de Estado

dos Assuntos Fiscais, pela parte portugue-

sa. Este acordo protege também os inves-

timentos que os empresários de cada país

estabeleçam no outro, elemento de con-

fiança e considerado de importância ful-

cral para o desenvolvimento de negócios

e investimentos entre Portugal e a Arábia

Saudita.

Aliás, nesta matéria, Paulo Portas na oca-

sião do seu discurso lembrou que a Arábia

Saudita é uma das vinte maiores econo-

mias mundiais, sendo mesmo o maior

produtor mundial de petróleo, «pelo que

constitui uma economia com forte capa-

cidade de investimento no exterior, assim

como possui um mercado interno em

forte crescimento, situação propícia para

o aumento das exportações portuguesas

para aquele mercado», lembrou o Vice

Primeiro-Ministro.

Exportações portuguesas diminuíram em 2014No entanto, se verificarmos a evolução

recente das exportações portuguesas de

bens para a Arábia Saudita, elas atingi-

ram um pico máximo em 2013, quando

atingiram os 151,6 milhões de euros, mas

diminuíram para apenas 112,7 milhões de

euros em 2014.

Já nos dois primeiros meses do corrente

ano, as exportações nacionais para o mer-

cado saudita, atingiram os 17,1 milhões

de euros, uma queda de 17,1% face aos

24,2 milhões de euros exportados no mes-

mo período do ano passado. No entanto, é

preciso sublinhar a evolução muito positi-

va das exportações portuguesas de servi-

ços, que passaram de apenas 14,6 milhões

de euros em 2013 para um valor de 62,7

milhões de euros em 2014, um acréscimo

de 330,2%. O total exportado no ano pas-

sado pelas empresas portuguesas para o

mercado saudita foi de 175,5 milhões de

euros, um aumento de 5,6% face a 2013.

De referir que o principal sector exporta-

dor português foram os minérios e mi-

nerais, com uma quota de 31% do total

das exportações portuguesas. De referir,

ainda, que em 2013 eram 365 o número

de empresas portuguesas que exportaram

para a Arábia Saudita.

No que respeita às importações portugue-

sas de bens da Arábia Saudita, registaram

um crescimento em 2014 (785,4 milhões

de euros) face a 2013 (695,3 milhões de

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 98 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› GRANDE PLANO

euros), liderados pela importação de pe-

tróleo. Já a importação de serviços do

mercado saudita por empresas portugue-

sas atingiram no ano passado o valor de

121,6 milhões de euros. Ou seja, em 2014,

a Arábia Saudita exportou para Portugal

um total de bens e serviços na ordem dos

907 milhões de euros.

É ainda de mencionar que a Arábia

Saudita constitui o 13º fornecedor da

economia portuguesa, enquanto Portugal

é apenas o 44º fornecedor do Reino

liderado pelo Rei Salman Al-Saud.

É preciso ligação aérea directaReconhecendo esse défice da participação

portuguesa no comércio internacional da

economia interna saudita, que nesta 2ª Co-

missão Mista Luso-Saudita que decorreu

em Lisboa, foi assinado um memorando

tendente a iniciar um processo que leve

à implementação de uma ligação aérea

directa entre Lisboa e Riade, considera-

da por Paulo Portas e Tawfiq Bin Fawzan

Al Rabiah, como elemento fundamental

para o incremento dos negócios, das tro-

cas comerciais, bem como do intercâmbio

turístico, cultural, educacional, científico e

tecnológico entre os dois países.

Por outro lado, a questão não tenha sido

referida nas declarações finais da reunião

luso-saudita, a PAÍS €CONÓMICO sabe

que está também a ser debatida a possi-

bilidade de ser futuramente implementa-

da uma linha marítima directa entre um

porto português (provavelmente Setúbal

ou Sines) e um porto saudita (Jeddah ou

Damman), permitindo um reforço subs-

tancial da capacidade das trocas comer-

ciais entre os dois produtos, nomeada-

mente na área dos minérios e minerais,

materiais de construção, produtos indus-

triais e também a breve prazo pelo forte

incremento da exportação de produtos

agrícolas e agro-alimentares portugueses

para o mercado saudita.

Ainda no sentido do reforço das relações

empresariais entre os dois países, foi

igualmente assinado no Palácio Foz um

acordo de cooperação entre a CIP – Con-

federação da Indústria Portuguesa, e a sua

congénere saudita da CSC, que permitirá

o aprofundamento do diálogo entre as

confederações empresariais portuguesas

e sauditas visando o incremento das re-

lações comerciais e empresariais. Aliás,

depois da assinatura do acordo, os signa-

tários bem como alguns membros da dele-

gação saudita reuniram-se na sede da CIP,

onde estabeleceram um diálogo frutuoso

entre os agentes empresariais presentes.

Aicep vai fazer roadshow em RiadePor outro lado, Paulo Portas anunciou

igualmente que a Aicep Portugal Global

(esteve representada na reunião pelo seu

presidente, Miguel Frasquilho) vai estar

representada junto da embaixada portu-

guesa em Riade, e que promoverá ainda

no presente ano um roadshow empresa-

rial português na Arábia Saudita.

O Vice Primeiro-Ministro anunciou ainda

que o governo da Arábia Saudita estará

representado na Semana da Economia

Azul, que Portugal promoverá durante o

próximo mês de Junho.

Aliás, a PAÍS €CONÓMICO já tinha

anunciado que a ministra portuguesa

da Agricultura, Assunção Cristas, tinha

convidado o seu homólogo saudita para

estar presente nesse evento, por ocasião

da sua visita a Riade a 20 e 21 de Outubro

do ano passado. O número dois do gover-

no português discursando ao lado do mi-

nistro saudita, sublinhou que o processo

de consultas políticas entre os dois países

continuará ao nível dos ministérios dos

negócios estrangeirismo de ambos os paí-

ses, adiantando ainda que em Setembro

deste ano uma delegação cultural saudi-

ta deverá visitar Portugal. Paulo Portas

mostrou-se também convicto de que Por-

tugal possui todas as condições ao nível

das suas instituições de ensino superior

para acolher num futuro a breve prazo

um grande número de estudantes saudi-

tas, pois a Arábia Saudita envia todos os

anos para o exterior um assinalável nú-

mero de estudantes com bolsas atribuídas

pela Fundação Abdulaziz (o anterior rei

saudita), e «Portugal é um candidato ób-

vio a receber muitos desses estudantes»,

enfatizou Paulo Portas.

Tawfiq Bin Fawzan Al Rabiah, Ministro

do Comércio e Indústria da Arábia Sau-

dita sublinhou a reunião da 2ª Comissão

Mista permitiu reforçar claramente a von-

tade de desenvolver as relações entre os

dois países, sobretudo com uma vontade

inequívoca de aumentar as trocas comer-

ciais entre a Arábia Saudita e Portugal.

O responsável governamental saudita su-

blinhou também o seu desejo de ver mais

empresas portuguesas a apostar no mer-

cado saudita, um mercado em forte cres-

cimento e desenvolvimento, bem como

referiu a esperança que mais empresas

sauditas também apostem em Portugal. O

ministro referiu ainda que o acordo que

estabelece o fim da dupla tributação en-

tre os dois países, é uma excelente notícia

para o incremento do relacionamento co-

mercial e empresarial entre a Arábia Sau-

dita e Portugal. ‹

O então Príncipe Salman Al-Saud (hoje Rei) a inaugurar a Rua da Mesquita, em Lisboa, no ano de 2001

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1110 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

Empresários sauditas dialogaram com empresários portugueses na sede da CGD

Empresas portuguesas querem ir para a Arábia Saudita

Numa realização conjunta da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e do Business Council

da Câmara de Comércio e Indústria Luso Saudita (CCILS), cerca de trinta empresas

portuguesas tiveram a oportunidade de se apresentarem e manifestarem perante altos

representantes de dois dos maiores conglomerados empresariais da Arábia Saudita,

o propósito de ganharem futuramente uma posição no mercado saudita, o maior e

mais rico país do Médio Oriente. Sectores da construção e obras públicas, engenharia,

agro-industrial, mobiliário, entre outros, querem aproveitar o potencial de um país em

grande crescimento e que possui reservas financeiras quase ilimitadas para suportar

financeiramente o seu crescimento.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA CGD

Abdulaziz M. Al-Babtain, Director-Geral do Grupo Nadec,

e Osama Amin, CEO da H.R.H. Prince Turki Bin Saad

Al-Saud Trade Co., foram os empresários sauditas que se

reuniram com cerca de trinta empresários portugueses na sede da

CGD, na sequência da vinda a Portugal do Ministro do Comércio

e Indústria da Arábia Saudita.

Provindos de sectores empresariais ligados às obras públicas e

construção civil, engenharia e arquitectura, mobiliário, agricul-

tura e agro-indústria, entre algumas outras, os empresários por-

tugueses intervieram para manifestarem o seu forte interesse

em abordarem o mercado da

Arábia Saudita, sublinhando

a sua abertura e interesse para

formar parcerias com empresas

sauditas, nomeadamente as re-

presentadas pelos dois conglo-

merados empresariais sauditas

presentes na CGD.

Luís Rego, responsável do De-

partamento Internacional da

CGD, sublinhou o esforço e a

abertura da sua instituição para

apoiar a internacionalização

das empresas portuguesas para

o mercado saudita, sublinhan-

do a parceria que a instituição

realizou com a CCILS para iden-

tificar potencialidades e oportu-

nidades no mercado da Arábia

Saudita, e que possam interes-

sar às empresas portuguesas.

Abdulaziz M. Al-Babtain, Direc-

tor-Geral do Grupo Nadec, um

dos maiores conglomerados sauditas no sector agro-industrial, sa-

lientou o forte interesse da Nadec em fomentar relacionamentos

mutuamente vantajosos com empresas portuguesas que actuem

no sector agro-industrial, sublinhando que «entrar sozinho no

mercado saudita poderá não ser muito fácil, apesar das muitas

oportunidades que lá existem, sendo bastante pertinente encon-

trar bons parceiros para ter sucesso no nosso país. A Nadec estará

naturalmente disponível para dialogar e formar boas parcerias

com empresas portuguesas no mercado da Arábia Saudita».

No mesmo sentido se referiu Osama Amin, CEO da H.R.H. Prince

Turki Bin Saad Al-Saud Trade

Co.,, referindo-se à pertinência

das empresas portugueses se

deslocarem directamente à Ará-

bia Saudita para conhecerem o

mercado e os potenciais inter-

locutores locais, sublinhando

que a empresa que estava ali a

representar já tinha no passa-

do estabelecido relações com

empresas portuguesas para

lhes possibilitar a sua entrada

no mercado saudita, e que no

presente e no futuro continua-

va com essa mesma disponibi-

lidade para apoiar a presença

de empresas portuguesas «num

mercado com imensas poten-

cialidades e oportunidades, mas

onde é preciso ter as melhores

vias de encaminhamento para

concretizar negócios com suces-

so». ‹

› GRANDE PLANO

Tem-se visto uma clara aposta de Portugal nos mercados

do Médio Oriente e Norte de África, uma tendência que

começou ainda no tempo de Luís Amado à frente do Mi-

nistério dos Negócios Estrangeiros do XVII e XVIII Go-

verno Constitucional, com a abertura de missões diplomá-

ticas bilaterais, e agora com Paulo Portas e Rui Manchete

que têm investido na realização de protocolos e medidas

concretas de aproximação.

A Arábia Saudita é um dos mercados árabes mais atra-

tivos. O maior exportador de petróleo do mundo, é uma

economia emergente e está a construir diversas infraes-

truturas para modernizar o reino, como uma rede de cami-

nho-de-ferro, metro e aeroportos nas principais cidades de

província, aos quais se junta a edificação de cidades uni-

versitárias, industriais, desportivas e de saúde. Apostando

no investimento estrangeiro e no sector privado, em 2000,

foi criada a Lei do Investimento Estrangeiro que oferece

vantagens financeiras, como a facilidade de transações

monetárias, baixos impostos e taxas governamentais. Ape-

sar das companhias americanas, britânicas, espanholas,

francesas, e até espanholas já estarem a laborar no reino,

algumas companhias portuguesas já estão instaladas, sen-

do de esperar que o número aumente nos próximos anos.

O sector dos serviços e dos recursos humanos também

está em franco crescimento, já que a Arábia Saudita está a

precisar de importar quadros altamente qualificados para

fazer face aos desafios a que se propôs. Embora o nível

de escolaridade no reino tenha aumentado de 10% para

80% desde a sua fundação, em 1932, e se terem construído

mais de vinte e oito universidades, criado um programa

nacional de escolaridade pública e uma rede nacional de

escolas e infantários, o reino ainda não tem profissionais

para satisfazer todas as suas necessidades. De Portugal,

têm emigrado engenheiros, arquitetos, médicos, enfermei-

ros e até treinadores desportivos, já que há uma grande

preocupação com o bem-estar da população, patente no

aumento da esperança média de vida que já ultrapassa os

75 anos e já acompanha a tendência europeia.

Para fazer face a esta escassez de recursos humanos qua-

lificados, o reino continua a apostar na formação qualifi-

cada dos seus jovens, celebrando protocolos académicos

com as melhores universidades do mundo, estando pre-

visto que, até ao fim do ano, estejam contempladas tam-

bém universidades portuguesas. O programa de bolsas de

estudo que o rei Abdullah bin Abdulaziz implementou,

SACM, é suportado diretamente pelo governo e, para além

das propinas pagas na totalidade, e antecipadamente, sub-

sidia ainda a estadia para o aluno e sua família, seguro de

saúde, viagens a casa com regularidade, e garante ainda

estágio e emprego numa das muitas empresas estatais.

Das grandes apostas de Portugal para o mercado saudita,

para além das rochas ornamentais, móveis, cortiça e até

calçado e vestuário, destaca-se o mercado agroalimentar,

com a exportação de hortícolas e frutas, já que o reino é

altamente deficitário na sua produção devido à sua gran-

de extensão de deserto, falta de água e clima compatível.

Acresce-se ainda a exportação de carne de frango e bor-

rego com abate halal, certificado pelo Instituto Halal de

Portugal, tutelado pela FIP, Fundação Islâmica de Palmela,

mostrando como este organismo é reconhecido por um

dos mercados mais exigentes do mundo neste sector.

Esta tardia descoberta dos nossos vizinhos do Sul e Este

do Mediterrâneo, atrasou-nos face a Espanha ou a França

que há muito beneficiam de laços económicos, políticos

com estes países, o que não se justifica face à longa tradi-

ção e património comum que temos com o mundo árabe

e islâmico. Falta-nos uma fundação como a Casa Árabe

de Madrid, ou o Institut du Monde Árabe em Paris para,

através da diplomacia cultural, incrementar os contactos

institucionais bilaterais. ‹

Portugal e a Arábia Saudita

MARIA JOÃO TOMÁS, PHD ISCTE-IUL

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1312 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› GRANDE PLANO

Osama Amin, CEO da H.R.H. Prince Turki Bin Saad Al-Saud Trade Co.

Mercado da Arábia Saudita é muito grande

Osama Amin é o CEO da H.R.H. Prince Turki Bin Saad Al-Saud Trade Co., um dos

maiores conglomerados empresariais da Arábia Saudita, presente em vários sectores

de actividade económica e empresarial. Há alguns anos que serve de ponte para a

entrada de empresas portuguesas no mercado saudita, mas aproveitando agora a vinda

a Portugal no início de Abril do Ministro do Comércio e Indústria do reino liderado pelo

Rei Salman Bin Al-Saud, o responsável da empresa do Príncipe Turki Bin Saad Al-Saud,

esteve em Portugal a convite do Business Council, onde teve a oportunidade de reunir

com várias empresas portuguesas e participar num seminário empresarial na Caixa

Geral de Depósitos, onde testemunhou o forte interesse de grandes, médias e pequenas

empresas portuguesas, de diferentes sectores de actividade, pelo mercado saudita.

Osama Amin, em entrevista exclusiva à PAÍS €CONÓMICO, sublinha que «existem

bastantes oportunidades em Portugal e muitas necessidades na Arábia Saudita»,

e sublinha a grande importância para o reforço das relações entre os dois países o

estabelecimento de uma rota marítima directa assim como uma ligação aérea directa

entre Lisboa e Riade.

TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA H.R.H. PRINCE TURKI BIN SAAD AL-SAUD TRADE CO.

Esteve recentemente em Portugal ao mesmo tempo da visita ao nosso país do Ministro do Comércio e Indústria da Arábia Saudita. Perante o que viu como avalia a importância da visita ministerial saudita para o reforço das relações económicas e empresariais entre os dois países?Tem uma grande importância tendo em conta a necessidade das

entidades e empresários de ambos os países se encontrarem. Exis-

tem bastantes oportunidades em Portugal e muitas necessidades

na Arábia Saudita. Por exemplo, o acordo de não dupla tributação

foi assinado, conhecemos algumas empresas portuguesas num

encontro que seguramente vai permitir iniciar a rota marítima de

transporte directo para Dammam ou Jeddah e a abertura de um

voo directo Lisboa-Riade. Estes dois factores são cruciais para o

desenrolar e estreitar as relações entre empresários.

Em Portugal contactou diversos empresários portugueses pro-venientes de sectores e diferentes actividades económicas. Que impressão ficou a respeito do interesse e das expectativas desse conjunto de empresas portuguesas a respeito do poten-cial e das oportunidades existentes no mercado da Arábia Sau-dita?Foi um encontro que correu muito bem, o Business Council e a

Caixa Geral de Depósitos souberam reunir um grupo de empre-

sas portuguesas que corresponde às necessidades que temos na

Arábia Saudita.

Mas precisamos que seja feito um “follow up” e sei que em bre-

ve virá uma missão do Business Council à Arábia Saudita onde

espero que possamos fechar alguns negócios e que entendam as

potencialidades que existem. E é muito importante termos este

tipo de empresas, pois as empresas portuguesas são normalmente

de pequena e média dimensão, mas o mercado é muito grande,

por isso é preciso compreender bem todos os factores antes de

arriscar. Por isso existe o Business Council e nós somos seus par-

ceiros.

Arábia Saudita tem necessidades em vários sectoresQuais são os sectores mais interessantes e promissores na Ará-bia Saudita para as empresas portuguesas?São vários, mas as maiores necessidades estão no sector da cons-

trução civil e obras públicas, agro-alimentar, novas tecnologias e

serviços técnicos especializados, mas neste momento de grande

crescimento que assistimos na Arábia Saudita todos são bem-

-vindos e todos podemos trabalhar em conjunto para o bem das

nossas empresas.

A empresa que lidera pode arranjar um conjunto de outros par-ceiros sauditas, incluindo na área financeira, que possam cons-tituir importantes elementos de apoio para as empresas portu-guesas no mercado do seu país?

Estamos já a preparar esse dossier em conjunto com o Business

Council e o seu parceiro financeiro a Caixa Geral de Depósitos.

Como define o papel e apoio do Business Council da Câmara de Comércio e Indústria Luso Saudita enquanto entidade parceira da sua empresa para ajudar as empresas portuguesas e saudi-tas a realizarem negócios mutuamente vantajosos?

É fundamental para todos, é a corda que qualquer empresa

necessita. As pessoas do Business Council são os únicos que

conhecem ambos os países, são bastante activos e fizeram a

aposta da forma mais correcta. Estamos muito envolvidos com

eles em todos os passos pois sabemos que todos sairão a ganhar

desta forma. ‹

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1514 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› GRANDE PLANO

Rodrigo Ryder, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso Saudita e do Business Council, deixa o alerta

Empresas portugueses devem ser bem acompanhados no mercado saudita

A Câmara de Comércio e Indústria Luso Saudita (CCILS) é a mais nova das câmaras de

comércio fundadas em Portugal e pretende apoiar o desenvolvimento das relações

empresariais, comerciais, industriais e turísticas entre Portugal e o Reino da Arábia

Saudita. Rodrigo Ryder é o Presidente da CCILS e do Business Council, o organismo

criado pela Câmara para operacionalizar a relação empresarial privada entre os dois

países. Em entrevista à PAÍS €CONÓMICO, o responsável da nova câmara de comércio

destacou os resultados positivos da recente visita do ministro saudita do comércio e

indústria a Portugal, acreditando que uma nova etapa se abriu no relacionamento entre

Portugal e a Arábia saudita. O empresário sublinha que existem muitas oportunidades

no mercado saudita, bem como estão a ser desenvolvidos intensos contactos para

aumentar o investimento saudita no nosso país. Sublinha que as empresas portuguesas

precisam de um acompanhamento muito forte na sua entrada no imenso e competitivo

mercado saudita, e «é esse o papel desempenhado pela CCILS e o Business Council, em

parceria com o nossos parceiros sauditas, pois erros de avaliação e passos mal dados na

Arábia saudita poderão ser muito difíceis para o sucesso naquele mercado, um mercado

onde se a entrada for feita de forma correcta, tem tudo para as empresas terem sucesso

e grandes vantagens empresariais e económicas», enfatizou Rodrigo Ryder.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

Como avalia os resultados da recente vi-sita do Ministro do Comércio e Indústria da Arábia Saudita a Portugal?Com grande optimismo e sentido de de-

ver cumprido. Portugal e o Reino da Ará-

bia Saudita estão a passar por uma fase

de grande aproximação, resultado de um

trabalho que tem sido desenvolvido pelas

autoridades de ambos os países com um

grande sentido prático e uma vontade de

efectivamente reequilibrar a balança co-

mercial entre ambos. Por isso temos um

grande caminho pela frente mas muito foi

feito, tanto pelo estado saudita, como pelo

lado português. As portas estão abertas,

agora compete aos empresários fazerem o

seu caminho em ambos os mercados.

As relações comerciais entre os dois paí-ses continuam bastante desequilibra-das, em desfavor de Portugal. O que será preciso fazer para que haja um caminho de maior equilíbrio no relacionamento comercial entre os dois países?Pode-se resumir a uma pequena chalaça:

Ir, vir, ir, ou seja, os empresários portugue-

ses tem de ir visitar o Reino e descobrir

que muitas das barreiras são psicológicas

e fruto de desconhecimento, e os empresá-

rios sauditas tem de vir a Portugal e perce-

ber as nossas capacidades e conhecimen-

tos técnicos que lhes são tão necessários.

Claro que só isso não é suficiente para

conhecerem a verdade os empresários

portugueses tem de abrir as mentalidades,

quebrar clichés e serem muito bem acom-

panhados, pois sendo um mercado tão

diferente a Arábia Saudita pode ser mal

abordada e isso levar a erros estratégicos

que conduzam ao fracasso quando existe

tudo para o sucesso. O mesmo em reverso

está a ser dito aos empresários sauditas.

Arábia Saudita é um país de grandes oportunidadesA CCILS tem tomado iniciativas para identificar oportunidades empresariais no mercado da Arábia Saudita para as empresas portuguesas? Quais os secto-res mais promissores para as empresas nacionais no mercado saudita?Sim esse é o pilar da CCILS. Nós nasce-

mos com projectos e clientes e não o con-

trário. Quando abordamos empresas por-

tuguesas estamos a fazer “procurement”

para o que temos em carteira.

Temos um entendimento mais por pilares

e não por sectores pois existe uma gran-

de transversalidade nas oportunidades e

esses pilares são essencialmente cinco: o

sector da construção civil e obras públicas,

o sector agrícola com o sector alimentar,

empresas de TI’s, empresas de serviços

com grande know how e onde os portu-

gueses são muito bons e reconhecidos in-

ternacionalmente nos mais variados sec-

tores e eu coloco sempre um vector muito

importante como um dos pilares, que é o

investimento em Portugal, aqui também

existe uma grande transversalidade.

É possível que Portugal possa vir a cons-tituir a breve prazo um destino com im-portância nos investimentos de empre-sas sauditas no exterior?Sim estamos a trabalhar arduamente para

isso e temos diversas iniciativas a decorrer

neste momento no Reino da Arábia Saudita

para fomentar isso mesmo. Já temos alguns

investimentos em fase final, mas muitos

mais se perspectivam. Neste sentido temos

de ser bastante cautelosos pois temos de

respeitar as escalas de ambos os países.

Qual é o papel primordial da CCILS no que respeita ao apoio às empresas portu-guesas no acesso e crescimento do mer-cado da Arábia Saudita?A CCILS tem como missão primordial fo-

mentar, orientar e acompanhar as empre-

sas nossas associadas no Reino da Arábia

Saudita e isso implica “procurement” local,

“lobbying” e aconselhamento pessoal a

cada um dos nossos associados com uma

abordagem muito directa e pragmática.

Temos sempre em paralelo os canais pró-

prios formais que uma entidade como o

Business Council tem, mas também tra-

balhamos em igual medida com canais

privados que complementam a oferta do

mercado. O mercado é imenso e as ofertas

também! ‹

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1716 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› GRANDE PLANO

Luís Câncio Martins, Administrador da JL Câncio Martins

Queremos continuar a participar na construção do país

A JL Câncio Martins foi fundada em 1963 pelo Professor José Luís Câncio Martins, pai do

nosso entrevistado, Luís Câncio Martins. Sucessor do fundador e actual administrador

da empresa com sede em Algés, Luís Câncio Martins mostra algum pessimismo com a

evolução da situação da construção de infraestruturas em Portugal. «Por isso, desde há

muitos anos, tivemos de nos internacionalizarmos e começarmos a elaborar projectos lá

fora. Hoje, essa situação é ainda mais premente», reconhece o administrador da empresa,

referindo que as principais apostas externas da JL Câncio Martins se centram na América

Latina e no Médio Oriente, sendo de sublinhar a participação da empresa na concepção

de várias pontes para a Arábia Saudita, país que o gestor considera muito importante e

que deseja por lá continuar e crescer. Mas não descurar voltar a dar maior atenção ao

país e alguns mercados europeus.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS E CEDIDAS PELA JL CÂNCIO MARTINS

A história da JL Câncio Martins é

polvilhada pela concepção e a

realização de muitos projectos

de obras, com particular realce para obras

em pontes e em obras marítimas. Algu-

mas pontes no litoral alentejano, como em

Odelouca e em Odemira tiveram em 1970

o cunho desta empresa então liderada por

José Luís Câncio Martins. Mas também

noutras partes do país, como Évora, Lis-

boa ou Aveiro, receberam o cunho desta

empresa com obras de pontes que ajuda-

ram a uma melhor circulação do trânsito

nas suas zonas de implantação. Já neste

século, realce em Portugal para concepção

da Ponte Salgueiro Maia, em Santarém,

vários viadutos e pontes da A2 entre Lis-

boa e o Algarve, ou da A8 entre Lisboa e

Leiria, foram marcadas pela pena do de-

senho dos técnicos da empresa com sede

em Algés.

Luís Câncio Martins adianta ainda como

ponte emblemática a Ponte Internacional

do Guadiana, entre a cidade espanhola

de Aiamonte e a portuguesa Vila Real

de Santo António, bem como sublinha a

enorme importância da participação da

sua empresa na designada Ponte da Ami-

zade, que liga Macau à ilha de Taipa.

Mas, se é verdade que durante muitos

anos a JL Câncio Martins marcou uma

posição muito forte na concepção de al-

gumas das mais importantes pontes que

se construíram em Portugal, e mesmo em

alguns projectos que nunca viram a luz

do dia, como o projecto da terceira pon-

te sobre o Tejo, ou a concepção de uma

outra terceira travessia do Tejo em túnel

entre a Trafaria na margem sul e Algés

na margem norte do estuário, também é

certo que no presente, fruto da grande tra-

vagem decorrida na construção de obras

públicas em Portugal, a empresa tem tido

pouco trabalho. Luís Câncio Martins até

refere o caso da paragem da obra do Tú-

nel do Marão, «uma obra que não fomos

nós que a concebemos, mas que parou

quando já estava construído em 80% da

sua dimensão. Isso foi incompreensível

e certamente apresentou custos mais ele-

vados com o retomar da obra, o que já

ocorreu e ainda bem», sublinha o admi-

nistrador da empresa, que refere que a JL

Câncio Martins esteve sim envolvida em

algumas obras de arte da designada auto-

-estrada Transmontana, que liga Vila Real

a Bragança e cujo tráfego foi afectado pela

não concretização do Túnel do Marão na

sua ligação ao Porto.

Mas, com o decréscimo acentuado de no-

vos projectos de infraestruturas em Portu-

gal nos últimos anos, começaram conse-

quentemente a minguar os projectos de

concepção de pontes rodoviárias ou de

pontes ferroviárias, bem como de projec-

tos em áreas marítimas, áreas onde a JL

Câncio Martins esteve bastante activa nas

zonas portuárias de Aveiro e de Sines, nes-

te caso com um projecto variante para a

primeira fase do Terminal de Contentores

(Terminal XXI).

Perante este cenário de escassez de projec-

tos em Portugal, «quês e mantém», subli-

nha Luís Câncio Martins, a empresa teve

de se virar já desde há vários anos para o

exterior.

A internacionalização é fundamental para

a sustentabilidade da engenharia portu-

guesa. A concepção da ponte que liga Ma-

cau à Ilha de Taipa constituiu um projecto

marcante e uma amostra internacional

da maior valia para realçar a capacidade

da JL Câncio Martins em participar em

projectos de elevada exigência e que era

capaz de corresponder com elevada quali-

dade e consistência.

Então, há cerca de dez anos, surgiu a

oportunidade da empresa participar num

primeiro projecto na Arábia Saudita, «um

mercado que há 10 anos era bastante mais

difícil do que é hoje, mas que constituiu

um grande desafio para a empresa e toda

a nossa estrutura técnica e comercial. Fe-

lizmente, nesse primeiro projecto respon-

demos de forma exemplar, e não foi sur-

preendente que depois, principalmente

no período entre 2008 e 2011 tenham sido

erigidas diversas obras, particularmente

na área das pontes rodoviárias, que foram

concebidas pela JL Câncio Martins e em

muitos casos acompanhadas pelos nossos

técnicos». Actualmente, o mercado saudi-

ta detém muitas oportunidades construti-

vas e «a JL Câncio Martins espera conti-

nuar muito activa naquele mercado, tanto

pelas nossas iniciativas bem como pelo

apoio da Câmara de Comércio e Indústria

Luso Saudita, que certamente nos apoiará

a abrir portas e possibilidades para estar-

mos no mercado das infraestruturas na

Arábia Saudita», sublinha o empresário.

Aliás, toda a região do Médio Oriente in-

teressa à empresa, sendo que a empresa

já participou na concepção de uma ponte

na auto-estrada que liga Aman a Zarqa, na

Jordânia. «Toda essa região nos interessa

pois assiste-se a um forte interesse cons-

trutivo em muitos países da região, sendo

que muitos deles, principalmente na zona

do Golfo, possuem dos recursos necessá-

rios para sustentar os seus ambiciosos pla-

nos de desenvolvimento infraestrutural

em diversas áreas das suas economias e

sociedades», aponta Luís Câncio Martins.

Outra área do globo com particular inte-

resse para a empresa portuguesa é a Amé-

rica Latina. O gestor refere que a empre-

sa já participou em obras no Brasil e no

Peru, existindo para breve a participação

de uma obra no Panamá. «A América La-

tina é uma mercado com bom potencial

e bastantes oportunidades, pelo que a

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 1918 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› EMPRESARIADO

Raul Maia, Administrador da Sport Design

Especialistas na construção de equipamentos desportivos

Localizada em Vila Verde, junto a Terrugem, no concelho de Sintra, a Sport Design

surgiu em 2005, mas foi mais recentemente pela mão de Raul Maia, um antigo oficial

do exército português, que a empresa especializada na produção de equipamentos

desportivos atingiu patamares mais significativos de organização e desenvolvimento. O

administrador da empresa realça a capacidade de inovação e desenvolvimento da equipa,

bem como «a excepcional qualidade dos nossos equipamentos que cada vez mais estão

presentes nos pavilhões e nos recintos desportivos portugueses». A aposta futura

passará também pela exportação.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA SPORT DESIGN

Toda a espécie de equipamen-

tos desportivos utilizados em

pavilhão ou em recintos des-

portivos ao ar livre são produzidos pela

Sport Design. Ainda recentemente, seis

pavilhões do concelho de Paredes (distrito

do Porto) receberam um vasto conjunto

de equipamentos produzidos na unidade

industrial da empresa em Vila Verde

(Sintra).

Raul Maia recebeu a PAÍS €CONÓMI-CO e depois de uma visita guiada pela

unidade industrial, apresentou-nos a téc-

nica Manuela Barbosa, especialista na

concepção e design dos equipamentos

produzidos pela Sport Design. Segundo

o administrador desta empresa, o facto

da Sport Design estar dotada de recursos

humanos altamente qualificados no sec-

tor da concepção e design «diz muito da

importância que prestamos à inovação,

desenvolvimento e segurança dos equipa-

mentos que aqui produzimos».

Os equipamentos produzidos na Sport

Design abrangem balizas (tanto de fute-

bol como de futsal e andebol, de râguebi,

tendo sido fornecidas as que o Belenenses

utiliza), carros e tabelas de basquetebol,

cabines para os suplentes das equipas,

além de variados equipamentos neces-

sários à prática desportiva. Por exemplo,

para a prática do fitness, actividade cada

vez mais desenvolvida nas sociedades mo-

dernas. Por outro lado, conforme adiantou

Raul Maia, «temos know how para produ-

zir mobiliário urbano de diversa ordem,

embora ainda não tenhamos essa compo-

nente desenvolvida pela empresa. Podere-

mos vir a entrar também nessa vertente

produtiva, embora a nossa prioridade

actual continue centrada na produção de

equipamentos desportivos. Para nós a se-

gurança das pessoas é uma grande priori-

dade e estamos a trabalhar intensamente

para desenvolver os nossos equipamentos

com altos padrões de qualidade e seguran-

ça assinalável».

No que respeita ao futuro, além da possi-

bilidade da entrada na produção genera-

lizada de equipamentos urbanos, a Sport

Design pretende também apostar na ex-

portação dos seus produtos «pois temos

a perfeita convicção de que poderemos

concorrer em qualquer parte do mundo,

pois a nossa qualidade está à altura do que

melhor se faz a nível internacional», fina-

lizou Raul Maia. ‹

› GRANDE PLANO

empresa está sempre atenta às possibili-

dades de poder participar em projectos

para os quais temos capacidades e know

how internacionalmente comprovados. A

engenharia portuguesa é bastante apre-

ciada por aquelas paragens, mas a con-

corrência também é grande, aliás como

em qualquer outra parte do mundo, mas

acreditamos e estamos confiantes de que

a JL Câncio Martins possui possibilidades

de marcar uma presença interessante na-

quele continente», sublinha Luís Câncio

Martins.

Quanto ao continente africano, e apesar

da empresa já ter perscrutado diversos

mercados, nomeadamente os mercados

angolano, moçambicano e argelino, «mas

a verdade é que não temos conseguido

obter alguma coisa nesse continente. Mas

continuaremos interessados em verificar

eventuais oportunidades que possam sur-

gir e em que possamos estar presentes

com participação de relevo», prometeu o

gestor.

Voltando a Portugal, Luís Câncio Martins

mostra alguma esperança que se venham

a concretizar alguns dos projectos ferro-

viários e portuários que se anunciam,

«pois são áreas em que o país manifesta-

mente ainda denota algumas carências,

pelo que julgo ser necessário completar

com obras novas algumas deficiências

que existem nas nossas malhas ferroviá-

ria e portuária. Caso assim aconteça, é ób-

vio que a JL Câncio Martins espera estar

presente em alguns desses projectos, pois

não temos a mais pequena dúvida de que

detemos as competências ao melhor que

existe neste país nas áreas onde intervi-

mos. Continuamos a ser uma pequena

empresa, mas somos muito especializa-

dos e flexíveis, capazes de responder aos

desafios e complexidades dos projectos

que se nos apresentem. O País pode conti-

nuar a contar connosco, tal como contou

nestes últimos 52 anos da existência da JL

Câncio Martins», finaliza o seu principal

responsável. ‹

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2120 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› GRANDE PLANO

Ricardo Lobo, Administrador do Grupo RLobo, empresa líder em Portugal na área da tramitação de vistos consulares

Vamos ampliar os serviços que prestamos aos clientes

O Grupo RLobo foi fundado em 2009, fruto da visão e empenho de Ricardo Lobo,

fundador e presidente do grupo. Com uma assinalável experiência de 15 anos na área

da obtenção de vistos consulares, o empresário decidiu há seis anos dar um passo em

frente com a constituição da Vistos Lobo, empresa especializada em fornecer serviços de

excelência aos seus clientes, permitindo-lhes de forma mais segura, célere e económica,

obterem um indispensável visto para viajarem. Entretanto, a empresa cresceu, abriu

uma filial na cidade do Porto, e depois ultrapassou as fronteiras do país, abrindo uma

delegação em Luanda, ao mesmo tempo que assegurava parcerias em Madrid e Paris,

de modo a prestar um serviço qualificado a todos os que necessitavam de obter um

visto para vários mercados que a Vistos Lobo assegura, nomeadamente Angola e

Moçambique. Mais tarde, o Grupo RLobo criou também a empresa LoboExpress e a Lobo

Seguros, com as quais complementa os serviços da Vistos Lobo e confere um serviço

global e qualificado a cada cliente. No futuro a curto e médio prazo, nesta entrevista à

PAÍS €CONÓMICO Ricardo Lobo sublinha que o grupo pretende desenvolver novos

negócios, nomeadamente através de uma empresa que possa prestar serviços de

consultoria «como por exemplo mudar de operador de electricidade ou de gás, entre

outros serviços em que possamos ajudar as pessoas a fazerem durante o dia o que tem

de fazer libertando-as de tarefas necessárias mas que lhes poderiam absorver muito

tempo e retirar-lhes do desempenho das suas funções profissionais ou empresariais»,

refere Ricardo Lobo, que adianta que a Vistos Lobo pretende igualmente reforçar a sua

lógica internacional, tanto em África como na Europa.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA VISTOS LOBO

Em 2009, depois de praticamente

uma dezena de anos a trabalhar

na área a obtenção de vistos con-

sulares, Ricardo Lobo considerou que es-

tava na altura de constituir a sua própria

empresa de modo a conferir um estatuto

empresarial mais sólido à sua actividade

e conseguir dessa forma uma organização

capaz de prestar ainda melhores serviços

aos seus clientes e abarcar um conjunto

de actividades complementares e indis-

pensáveis a quem pretende obter um vis-

to para viajar para outro país.

Constituiu na altura a Vistos Lobo, em-

presa especializada na obtenção de vis-

tos consulares, e que, reconhece Ricardo

Lobo, «fruto do extraordinário desenvolvi-

mento das relações económicas e empre-

sariais entre Portugal e Angola, nos per-

mitiu trabalhar afincadamente e de forma

muito profissional para conseguirmos

marcar uma posição ímpar no quadro das

empresas que em Portugal actuam nesta

área empresarial da obtenção de vistos de

viajem para os nossos clientes».

Quem são geralmente esses clientes, ques-

tionámos? Ricardo Lobo sublinha que em-

bora a Vistos Lobo trabalhe naturalmente

com clientes individuais, «o grosso dos

nossos clientes são as agências e alguns

clientes empresariais. No que respeita às

agências de viagem, os nossos principais

clientes são, respectivamente, a GeoStar,

Bestravel, Go4Travel, Travelstore, Via-

gens El Corte Inglés e o Grupo Airmet»,

sublinhou o empresário.

Fruto da estratégia assumida e do cami-

nho empreendido, nestes seis anos de ac-

tividade crescente no nosso país, a Vistos

Lobo é presentemente e de forma indis-

cutível, a empresa líder em Portugal no

trabalho da obtenção de vistos consulares.

Ricardo Lobo sublinha a importância de

«termos formado uma equipa altamente

qualificada e competente, capacitada para

prestar o melhor serviço na nossa área

que existe em Portugal. Neste ponto, devo

sublinhar que não só mudámos as nossas

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› GRANDE PLANO

instalações em Lisboa, com a mudança

para a rua Alfredo da Silva, bem como

abrimos uma delegação na cidade do Por-

to, pois cada vez mais nos faziam pedidos

de obtenção de vistos junto do consulado

de Angola na Invicta, e por isso decidimos

avançar com esse investimento. Aliás,

desde o recente dia 29 de Abril que temos

novas instalações no Porto, agora na rua

Oliveira Monteiro, uma localização no

centro da cidade e que dispõe de todas

as condições de acolhimento dos clientes

e para a prestar de um serviço altamente

qualificado, como é, aliás, apanágio da Vis-

tos Lobo», enfatiza o empresário.

Crescer em ÁfricaMas, se a empresa cresceu e se moderni-

zou em Portugal para atingir o já referido

estatuto de liderança do sector, entendeu

também dar passos na direcção da in-

ternacionalização, tendo criado também

uma delegação em Luanda, capital de An-

gola, bem como «criámos parcerias para

também estarmos representados e com

uma posição nas cidades de Madrid e de

Paris, pois cada vez mais existem cidadãos

e empresários desses países que preten-

dem se relacionar economicamente com

países como Angola e Moçambique, e será

mais fácil trabalharem com a Vistos Lobo

para obterem vistos para viajarem para

estes países de língua portuguesa», expli-

ca Ricardo Lobo.

Mas, como foi referido, a abertura de uma

delegação em Luanda constituiu um pas-

so considerado da maior importância na

consolidação e crescimento da actividade

da Vistos Lobo.

«Como é reconhecido, nesta última dé-

cada as relações económicas e empresa-

riais entre Portugal e Angola registaram

um crescimento muito forte, não sendo

por acaso que no presente estão pratica-

mente 200 mil portugueses naquele país

africano, além de que mais de nove mil

empresas portuguesas exportam para

Angola, e muitas pessoas ligadas a essas

empresas têm de se deslocar ao país para

concretizar esses negócios. Então, devido

ao forte crescimento anual do relaciona-

mento bilateral, a decisão da abertura de

uma delegação em Luanda constituiu um

passo normal e racional para podermos

estar mais próximos dos nossos clientes

angolanos e portugueses, e assim poder-

mos prestar-lhes um melhor e mais eficaz

serviço», acentuou Ricardo Lobo.

Apesar das recentes dificuldades financei-

ras existentes em Angola, fruto da baixa

do preço do petróleo, Ricardo Lobo conti-

nua optimista não apenas quanto ao rela-

cionamento entre os dois países, como ao

próprio desenvolvimento interno da eco-

nomia e da sociedade angolana. Salienta

que a empresa tem trabalhado muito com

clientes angolanos e portugueses, mas nos

últimos anos também tem sido procurada

pela comunidade chinesa em Angola, pois

a presença de empresas e trabalhadores

chineses em Angola é bastante forte, e

«como o nosso know how é conhecido e

reconhecido, fomos procurados por em-

presas chinesas para prestarmos serviços

a elas próprias e aos seus trabalhadores.

Pretendemos naturalmente reforçar os

serviços prestados em Angola à comuni-

dade chinesa que ali trabalha, o que per-

mitirá à Vistos Lobo atingir também uma

posição de forte liderança no nosso sector

em Angola», refere Ricardo Lobo.

Chegar mais rápido aos clientesMas, obter um visto é muitas vezes muito

mais de um simples trabalho burocráti-

co. A vida moderna decorre a um ritmo

muito elevado, e muitas vezes as pessoas

e as próprias empresas precisam de obter

um visto de forma muito rápida. Por isso

o Grupo RLobo criou a LoboExpress, que

entrega o visto a quem dele precisa de

forma célere em qualquer lugar da região

da Grande Lisboa, «um serviço que tem

sido muito importante e útil em diversas

ocasiões para muitos dos nossos clientes.

Estamos preparados para corresponder a

qualquer solicitação nesta região, de modo

a que qualquer pessoa que requisite um

visto por intermédio da Vistos Lobo pos-

sa ter esse documento entregue de forma

urgente e possa em consequência obter

o documento para poder seguir viagem

para o seu destino», adiante Ricardo Lobo.

De forma a complementar os serviços

prestados a quem necessita de obter um

visto para viajar, o Grupo RLobo criou

também a Seguros Lobo, onde através de

uma parceria firmada com a conhecida

corretora PAS, o grupo assegura por essa

via um serviço qualificado na mediação

de todo o tipo de seguros, assegurando as

melhores soluções e em condições econó-

micas vantajosas

que permita a

quem viaja que o

faça com a maior

tranquilidade e

segurança possí-

veis.

A par do apro-

fundamento do

processo de in-

ternacionalização

que deverá acon-

tecer até ao final

do corrente ano,

nomeadamente

em Espanha, França, Moçambique e São

Tomé e Príncipe, o Grupo RLobo também

vai apostar brevemente num novo leque

de serviços aos clientes, sobretudo na re-

solução de situações do dia-a-dia, «como

seja, por exemplo, e até está neste momen-

to muito em voga, de que muitas pessoas

precisam de mudar de operador fornece-

dor de electricidade e de gás, ou, a outro

nível, pessoas que precisam de requisitar

serviços de limpeza, de notariado ou de

qualquer outro tipo de serviços, que mui-

tas vezes obrigam a quem deles precisa a

perder horas, ou mesmo dias, da sua ac-

tividade profissional ou empresarial, para

resolvê-los, e que a partir de agora pode-

rão obtê-los com todo o rigor e profissio-

nalismo por parte do Grupo RLobo, e de

forma muito qualificada e competitiva»,

finaliza Ricardo Lobo. ‹

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2524 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

PAULO PORTASO Vice Primeiro-Ministro continua num ritmo frenético para ajudar o País a aumentar as suas exportações e conseguir captar mais investimento. Em Lisboa, recebeu todos os líderes internacionais que vieram a Portugal, com eles estabelecendo acordos e protocolos que visam aumentar a presença das empresas portuguesas. Em Nova Iorque, não só mostrou alguns dos produtos e serviços que o país dispõe como apresentou Portugal com um país que é novamente bom para investir. ‹

NUNO AMADOO Presidente do Millennium bcp começa a mostrar resultados consistentes na sua liderança do maior banco privado português, tanto numa clara melhoria de resultados referentes a 2014, bem como na performance alcançada no primeiro trimestre do corrente ano. E os resultados do Millennium Bank na Polónia são também muito positivos. Agora falta a fusão com o BPI. Vai acontecer? ‹

ANTONIO VIÑALO advogado galego que comanda o escritório Antonio Viñal & Co. Abogados em Lisboa e em Kuala Lumpur na Malásia, está a desempenhar um papel muito importante na promoção do nosso país (e da sua Espanha, naturalmente) naquele que é um dos mais importantes países do sudeste asiático, mostrando que Portugal possui condições para o desenvolvimento de negócios e realização de investimentos de excelente nível. ‹

› A ABRIR

Daniel TraçaÉ o novo Diretor da Nova School Business

and Economics (Nova SBE), sendo assim

o primeiro aluno da escola a tornar-se

seu diretor. O novo responsável prometeu

«trabalhar com a qualidade e determinação

que nos são reconhecidas para transformar

o projeto do novo Campus num elemento de

transformação da economia e da sociedade

portuguesas». ‹

António Calçada de SáO CEO da Repsol Portuguesa participou

num seminário da AESE Business School,

e defendeu que «a estratégia da empresa

está no coração das pessoas que a

compõem». O responsável da petrolífera

espanhola em Portugal salientou a

estratégia assente na formulação de

missões internas na empresa e do sentido

de cumprimento das mesmas. ‹

Caetano Costa MacedoÉ o novo Business Manager da Mind Source,

empresa especializada em consultoria de

Projetos de base tecnológica, considerada

uma das 10 melhores empresas para

trabalhar em Portugal. O novo responsável

fará a gestão de talentos e a relação

com clientes nas áreas da Distribuição e

Logística, Indústria, Retalho e Utilities. ‹

Subindo na Pirâmide

› NOTÍCIAS

Aicep Global Parques tem nova administração e já participou em Badajoz no “Fórum Extremadura em clave logística”

Portos portuguesas são importantes para a Plataforma Logística de BadajozEm Março deste ano foi eleita a nova administração da Aicep Global Parques, cuja admi-

nistração executiva é liderada por Francisco Mendes Palma, sendo ainda composta pe-

los administradores Paulo Calado e Silvino Rodrigues. O novo presidente do organismo

português que gere a ZILS – Zona Industrial e Logística de Sines e o BlueBiz – Parque

Empresarial da Península de Setúbal, assim como um pólo empresarial em Albarraque

(Sintra), representou a Aicep Global Parques em Badajoz no âmbito do “Fórum Extrema-

dura em clave logística».

A realização deste fórum precedeu a assinatura de um acordo celebrado pela Plataforma

Logística de Badajoz e os portos portugueses de Sines, Setúbal e Lisboa, tendo como

objectivo darem um forte impulso ao transporte intermodal e ao comércio no sudoeste

da União Europeia.

Francisco Mendes Palma, presidente executivo da Aicep Global Parques, aproveitou a sua

intervenção no fórum em Badajoz para sublinhar o papel que as zonas de acolhimento

empresarial e logístico têm para o alargamento do hinterland dos portos, nomeadamente

a ZILS em Sines e o BlueBiz em Setúbal, zonas que incentivam e promovem actividades

complementares aos portos de Sines e de Setúbal. «E essencial uma articulação conjunta

e contínua para que estejamos aptos a disponibilizar condições competitivas de acesso

aos mercados, com serviços de qualidade, adiantando os planos de negócio dos investido-

res que nos escolhem», referiu o presidente do organismo português. ‹

Ferreira do Alentejo é o concelho com maior investimentoNo âmbito do PRODER, eixo 3, até ao final de 2013, foi no concelho de Ferreira do Alen-

tejo, que se registou a maior taxa de investimento. A informação foi obtida com base

numa parceria estabelecida com a ESDIME – Agência para o Desenvolvimento Local no

Alentejo Sudoeste, que apurou que o investimento registado no concelho de Ferreira do

Alentejo atingiu os 24,4% do total registado no âmbito do PRODER, seguindo-se o conce-

lho de Aljustrel com uma quota de 23,8%.

Em Ferreira do Alentejo destacou-se a criação e desenvolvimento de microempresas, mas

também se fixaram seis projectos de turismo rural, respectivamente, na Herdade das Ses-

marias em Alfundão; Monte da Azinheira Grande e o Agroturismo Hortopalmeiras em Fi-

gueira dos Cavaleiros; Herdade da Chaminé, Casa de Campo Retrato da Memória e Monte

Chalaça em Ferreira do Alentejo, representando a criação de 114 camas no concelho. ‹

Ericeira Business Factory inauguradoNo passado dia 28 de Abril foi inaugurado o Ericeira Business Factory, uma nova incu-

badora como espaço para a localização de negócios relacionados com o mar. Situada na

antiga Escola Primária da Ericeira, a incubadora disponibilizará a todos os empreendedo-

res um conjunto de serviços de apoio bem como formação e mentoria. Prevê-se que nos

últimos meses do corrente ano seja também inaugurado uma nova incubadora empresa-

rial em Mafra. ‹

Garvetur e a Formal compraram uma das mais antigas marcas do setor imobiliário português

Preditur adquirida para voltar a crescerA Preditur, uma das mais reconhecidas marcas do setor imobiliário a operar no mercado

de Lisboa foi adquirida pelo consórcio formado pelas mediadoras Garvetur e Formal,

propriedades respectivamente de Reinaldo Teixeira e Luís Lima.

A nova imagem da marca e o reforço da equipa de consultores imobiliários vai ser apre-

sentada em breve, e o objectivo dos atuais proprietários com a aquisição da Preditur, é o

de criar uma boutique de propriedades na área da consultoria em investimento, compra,

venda e arrendamento e conferir ao mercado maior dimensão ao trabalhar o país de

Norte a Sul, já que a Garvetur está sedeada no Algarve, enquanto a Formal tem a sede no

Porto.

Por sua vez, com sede em Lisboa, a Preditur permitirá uma abordagem mais extensiva a

praticamente todo o território nacional, fazendo uma forte aposta na promoção do mer-

cado imobiliário português além-fronteiras.

Para Reinaldo Teixeira, administrador da Garvetur, «através das respetivas marcas, este

consórcio passa a abranger todo o país, e vai dedicar-se estrategicamente à captação dos

nichos de investidores estrangeiros da gama média alta e luxo, oriundos dos vários merca-

dos tradicionais e emergentes, interessados no setor imobiliário de Portugal e nos vários

produtos da carteira das três empresas, do investimento ao arrendamento habitacional,

passando pelo mercado de espaços comerciais e escritórios». ‹

A nova Comissão Executiva da aicep Global Parques. Ao centro o Presidente, Francisco Mendes Palma, à esquerda o Administrador Paulo Mateus Calado e à direita o Administrador, Silvino Malho Rodrigues.

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2726 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› GRANDE ENTREVISTA

Jorge Ferreira Mendes, Administrador da MENCOVAZ

«Somos um símbolo de excelência na área da Avaliação Imobiliária»

Jorge Ferreira Mendes é considerado um dos mais experientes e qualificados peritos

avaliadores imobiliários portugueses, e é ele quem gere hoje os destinos da MENCOVAZ,

no mercado desde 2008, uma empresa especialista em avaliações imobiliárias de todo o

tipo, estudos do mercado imobiliário e viabilidade económico-financeira de investimentos

imobiliários. Em entrevista à PAÍS €CONÓMICO, Jorge Ferreira Mendes assegura que

a MENCOVAZ quer manter uma posição relevante nas áreas que domina e que todos

os dias trabalha para conseguir manter o grau de excelência necessário ao sucesso

da sua atividade. «Temos uma rede de peritos–avaliadores certificados, e qualificados

(PQ´S 1 e 2) que se estende de Valença à Ilha do Corvo (R. A. Açores). Contamos na

nossa estrutura empresarial com mais de 200 colaboradores, entre peritos avaliadores

imobiliários, peritos qualificados e técnicos especializados, e o nosso percurso pessoal de

mais de duas décadas tem-se pautado por elevados padrões de qualidade, experiência,

profissionalismo, rigor, ética, independência, competência, imparcialidade, compromisso,

isenção e objetividade. É em obediência rigorosa a estas regras comportamentais

que a MENCOVAZ tem traçado o seu percurso», sublinhou Jorge Ferreira Mendes,

Administrador de uma empresa certificada pela CMVM e pelo Sistema de Gestão de

Qualidade, pela norma ISO 9001:2008 no âmbito da avaliação e consultoria imobiliária, e

da Certificação Energética de Edifícios, com Certificação emitida pela APCER.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Jorge Ferreira Mendes é perito ava-

liador imobiliário desde 1972 e é ele

quem hoje gere os destinos da Men-

covaz, empresa criada em 2008 e que já

se assume como uma das empresas de

referência nas áreas da avaliação imobi-

liária de todo o tipo, estudos do mercado

imobiliário e da viabilidade económico-

-financeira de projetos de investimento

imobiliário e da Certificação Energética

de Edifícios, alguns de elevada complexi-

dade. «A criação da Mencovaz resultou do

agrupamento de três empresas com mais

de duas décadas de experiência no mer-

cado da avaliação imobiliária. Assumiu-se

de imediato no mercado, dada a série de

bons contactos que tínhamos com clien-

tes potenciais nestes ramos, que nos co-

nheciam profissionalmente de longa data,

como eram os casos dos Bancos Fonsecas

& Burnay, Milleniumbcp, o BII e o BES.

Desde 2012 que a empresa é detida pela

Família Ferreira Mendes, e aqui quero

destacar a ajuda que me é dada pelo meu

filho Jorge Pedro Ferreira Mendes (que,

com outros que connosco colaboram na

Back Office da Empresa, constituem os

meu braço direito e esquerdo) e que, entre

outras tarefas, tem à sua responsabilidade

exclusiva a área da Certificação Energética

e toda a área de apoio técnico á obtenção

de documentação necessária obter junto

das entidades licenciadoras para legaliza-

ção dos imóveis (como são os casos dos

Alvarás de Licenças de Utilização e de

Habitação, das FTH-Ficha Técnica de Ha-

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 2928 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

bitação) e o sector de fiscalização de obras

que é outra área forte e de grande futuro

previsível para a Mencovaz», destacou Jor-

ge Ferreira Mendes, que querendo fixar-se

nas razões que levaram ao aparecimento

da Mencovaz na ribalta da avaliação imo-

biliária, adiantar-nos-ia alguns elementos

muito interessantes.

«A determinada altura da minha vida

(1978), apareceu a empresa que era a re-

presentante para Portugal das marcas

Audi/Volskwagen – a Sociedade Comer-

cial Guerin – que me pediu que avaliasse

todo o seu património imobiliário desde

Valença até Faro, e sobretudo em Lisboa

onde possuía edifícios e terrenos grandio-

sos e valiosíssimos no Rossio, nos Restau-

radores no Chiado, em Pedrouços e em

Cascais.

Parte da zona da Baixa (Restauradores

e Rossio) e Pedrouços era praticamen-

te pertença da Guerin, que tinha nessa

altura dos melhores imóveis da zona da

grande Lisboa, nomeadamente a Ganda-

rinha em Cascais e a Quinta do Barril na

Ericeira. Perante este pedido da Guerin

e vendo que sozinho não conseguia le-

var por diante esta incumbência, decidi

chamar três colegas para constituirmos

uma poule de avaliadores e levarmos esta

tarefa por diante. Com a conclusão dessa

tarefa essa poule extinguiu-se, mas desse

trabalho conjunto e intenso ficou o gos-

to pelo acto de avaliar- (“…esta Alquimia

em que se transformam Construções e

terrenos de todo o tipo urbano ou rústico

em Euros…”), que me levou muito mais

tarde a entrar na criação de 2 Empresas

de avaliação – A Consulaval (em 2006) e a

Mencovaz (em 2008), sendo agora eu que,

como gerente único desta, conduzo os

destinos da empresa», recorda Jorge Fer-

reira Mendes, que assegura que a avalia-

ção imobiliária que se fazia há vinte/trinta

anos atrás, nada tem a ver com a que se

faz hoje. «É como passar de um Citroen

de dois cavalos para um Rolls Royce»,

exemplifica.

Jorge Ferreira Mendes lembra que, outro-

ra, as avaliações eram feitas basicamente

com recurso, apenas, ao método compara-

tivo de mercado, um dos 3 métodos clás-

sicos de avaliação «Mediam-se as plantas

de todos os pisos a régua e esquadro, com

contas feitas à mão, porque na altura não

existia no desenho técnico o formato dwg

- AutoCAD, e essa tarefa consumia-nos

dias e noites. Também não havia cálculo

informático nem bases de dados, nem os

estudos de mercado como há hoje, que

tanto ajudam e simplificam a nossa vida»,

sublinha o administrador da Mencovaz,

para incidir depois o seu diálogo numa

viagem que realizou a Londres, viagem

que viria de certo modo a alterar o modo

como até então desenvolvia as suas ava-

liações.

“Avaliação Imobiliária – Os 5 métodos”«Em Londres conheci uma pessoa que

guardava consigo uma verdadeira relí-

quia. Tratava-se de um livro “ Property

Valuation- The 5 Methods”-“Avaliação

Imobiliária – Os Cinco Métodos”. Na al-

tura (1988) só conhecia, praticamente o

método comparativo do mercado. Foi um

encontro que me marcou pela positiva,

porque esse livro falava de cinco métodos

de avaliação imobiliária e eu só conhecia

o método comparativo de mercado, que

a vida depois me ensinou que para o de-

sempenho cabal da minha atividade era

muito insuficiente», reconheceu Jorge

Ferreira Mendes, que lembraria em segui-

da um novo marco importante no sector

da avaliação imobiliária. «Em 1991 foi

fundada a APAE – Associação Portuguesa

de Peritos Avaliadores de Engenharia, a

que pertenço desde a sua fundação, como

membro efectivo.”

Há cerca de um ano, a Mencovaz foi con-

vidada a integrar a Direcção da ASAVAL

- “Associação Profissional das Socieda-

des de Avaliação“, afiliada para Portugal

da TEGOVA – The European Group of

Valuer’s Associations, associação que reú-

ne todas as empresas de avaliação e suas

associações, com sede em Londres, e que

edita o “Blue Book”, com as “European Va-

luation Standards”, que contém todas as

normas e procedimentos europeus asso-

ciados ao acto de avaliar imóveis de todo

o tipo, natureza ou dimensão e que vigora

em 26 países e congrega 46 associações do

tipo da Asaval nesses países, onde têm lu-

gar encontros anuais, para troca de novas

experiências e de conhecimento.

“As avaliações de todo o tipo referidas,

vão desde um simples apartamento, a

condomínios de fracções autónomas de

moradias, lares, residências assistidas, clí-

nicas, complexos turísticos de lazer, com

golfes, hotéis e apartamentos turísticos,

pedreiras, postos de abastecimento de

combustíveis, hospitais e edifícios pú-

› GRANDE ENTREVISTA

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3130 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

blicos, armazéns e fábricas, herdades e

quintas de produção de vinho, montado,

de sobro, produção de azeite ou terrenos

rústicos com plantações agroflorestais,

terrenos com potencialidade construtiva,

etc, e isto para todo País Continental e R.

Autónomas.”

Jorge Ferreira Mendes não tem dificulda-

des em assumir que a decisão que tomou

em chamar a si o futuro da Mencovaz, «foi

uma decisão pensada e amadurecida para

um homem que já está neste ramo desde

1972 – há 43 anos», referiu, sem esconder

que «continuo a gostar muito do que faço,

embora já esteja a preparar o meu filho

Jorge Pedro para um dia me substituir e

dar continuidade ao projeto Mencovaz».

A importância da formação no seio da MencovazAs pessoas que, diariamente, colaboram

com a Mencovaz, são peritos avaliadores

e consultores de avaliação de reconheci-

do mérito, que actuam de acordo com as

normas internacionais de avaliação em

vigor, nomeadamente, as normas TEGO-

VA (“Blue Book”), IVS e Basileia III, os

avisos nº5/2006 e 2007 e a carta circular

nº11/2013/DSP do Banco de Portugal.

Para o efeito, a Mencovaz ministra aos

seus colaboradores cursos de formação

contínua, incluindo matemática financei-

ra “discounted cash-flow”, análises dinâ-

micas de fluxos de rendimentos futuros e

análises de sensibilidade, recorrendo tam-

bém à estatística matemática e à inferên-

cia estatística. «Assiste-nos a preocupação

da formação e da actualização permanen-

te dos nossos membros e colaboradores,

com vista a uma elevada qualidade e ri-

gor do acto de avaliar. Este é um aspeto

que nunca descurámos, porque sabemos

como é importante o grau de evolução

na formação de um perito de mediação.

Só deste modo saberemos desempenhar

cabalmente e dentro dos padrões mais

atuais uma atividade que obedece a muito

rigor, muita isenção, padrões elevados de

ética, compromisso e objetividade, e que é

rigidamente fiscalizada pela CMVM, pelo

Banco de Portugal e pelo ISP. E será tam-

bém com esta postura que a Mencovaz al-

cançará o grau de Excelência porque luta

todos os dias», salientou Jorge Ferreira

Mendes.

Ter clientes de grande prestígioO Administrador da Mencovaz diz-se

muito honrado com o crescimento susten-

tável que a sua empresa tem tido ao lon-

go da sua existência, e lembrou que esse

crescimento só tem sido possível pela con-

fiança pública que os clientes nela deposi-

tam. «Temos como clientes algumas das

principais instituições financeiras nacio-

nais, Fundos de Investimento Imobiliário,

promotores imobiliários e proprietários

de imóveis institucionais ou privados, e

esta presença honra-nos bastante e dá-nos

ânimo para prosseguir e evoluir cada vez

mais», enfatizou o fundador da Menco-

vaz, que não tem dúvida de que, hoje em

dia, a avaliação imobiliária influencia uma

grande parte das decisões financeiras nas

chamadas economias modernas. «Dentro

de um contexto global, as crises financei-

ras passadas e recentes provam que os

perigos de colapso financeiro são reais,

não se descurando o seu contágio a outros

mercados e a outras economias», alertou

Jorge Ferreira Mendes.

Nesta entrevista com a PAÍS €CONÓ-MICO o administrador da Mencovaz

mostrou-se otimista quanto às oportuni-

dades que poderão advir da Reabilitação

Urbana, em termos da avaliação dos imó-

veis e consultoria de apoio técnico e admi-

nistrativo ao dono da obra e investidores.

A Mencovaz presta já este tipo de assesso-

ria e consultoria imobiliária em regime de

parceria técnica com investidores estran-

geiros.

«A Reabilitação Urbana parece estar a

florescer, com exemplos vivos em cidades

como o Porto e Lisboa. O que se passa ac-

tualmente a este nível, na Baixa do Porto –

principalmente nesta cidade – é a meu ver

um bom exemplo daquilo que este sector

pode proporcionar.

Na verdade, o que se passou e está pas-

sar a este nível na Baixa do Porto prova

que a zona deixou de ser apenas para uso

de escritórios de empresas, verdadeiros

desertos nocturnos para dar lugar tam-

bém ao comércio e a zonas de habitação

preferenciais, sobretudo dirigida para a

habitação jovem. E o exemplo do Porto

pode estender-se a Lisboa (veja-se o caso

da “Parque Expo”, onde nasceu uma cida-

de nova habitada, maioritariamente, por

jovens e outras grandes cidades, e isso é

positivo até para o nosso sector.

Mas há que esperar para ver como as coi-

sas vão evoluir», disse a finalizar Jorge

Ferreira Mendes, que um dia teve Gonda-

rém (Vila Nova de Cerveira) como berço

e que nos arredores de Lisboa, ergueu a

Mencovaz e está a fazer dela das grandes

referências nacionais no ramo da avalia-

ção imobiliária. ‹

› GRANDE ENTREVISTA

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3332 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› LUSOFONIA › Brasil

Marconi Perillo veio a Lisboa para captar mais investidores portugueses para o Centro Oeste brasileiro

Goiás é o celeiro do BrasilRealmente, o estado de Goiás, localizado no Centro Oeste brasileiro, cuja capital, Goiânia,

dista menos de 200 quilómetros de Brasília, a capital federal brasileira, é um dos mais

importantes na produção alimentar e agro-alimentar no Brasil, mas já é muito mais

do que isso, apresentando-se como uma economia diversificada, onde os sectores

da indústria e dos serviços cresceram imenso nesta última década. Marconi Perillo,

Governador de Goiás, esteve em Lisboa a convite do Vice Primeiro-Ministro Paulo Portas,

e depois falou a empresários portugueses num seminário organizado pela Fundação AIP. TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › ARQUIVO

O estado brasileiro de Goiás é con-

siderado geralmente o “celeiro do

Brasil”, onde a produção agrícola

e mineral são das mais elevadas em toda a

federação brasileira. Marconi Perillo veio

recentemente a Lisboa a convite de Pau-

lo Portas, e destacou que o seu estado é

dos que mais crescem em todo o território

brasileiro, mas apresenta hoje uma econo-

mia mais diversificada e não apenas cen-

trada nos setores primários da economia.

O governador recordou que em 15 anos o

PIB de Goiás passou de 17 biliões de reais

para 140 biliões de reais (2014), onde as

exportações assumem um papel prepon-

derante, tendo atingido no ano passado

cerca de 7 biliões de dólares. No entanto,

Marconi Perillo reconheceu que as trocas

comerciais entre Goiás e Portugal ainda

são muito baixas, mas salientou que exis-

tem potencial para crescerem exponen-

cialmente. Em declarações exclusivas à

PAÍS €CONÓMICO, Marconi Perillo re-

cordou que a introdução de um voo direto

e diário entre Brasília e Lisboa permitiu

que muitos mais brasileiros em geral e

cidadãos de Goiás em particular visitas-

sem Portugal, com repercussões diretas

num maior conhecimento da realidade

portuguesa bem como do seu potencial

económico, cultural, turístico e científico.

O governador salientou que a economia

do seu estado é muito forte no sector agro-

-alimentar, mas nesta última década tem

progredido bastante nas áreas da indús-

tria e dos serviços, além de registar igual-

mente um assinalável desenvolvimento

nas áreas das infraestruturas de transpor-

te e de energia. Em todos estes sectores,

salientou Marconi Perillo, «existem fortes

potencialidades e grandes oportunidades

que podem e devem ser aproveitas pelas

empresas portuguesas. Temos a firme

convicção de que o Centro Oeste brasi-

leiro em geral, e Goiás em particular, po-

dem constituir excelentes oportunidades

para a internacionalização das empresas

portuguesas, particularmente nas áreas

das infraestruturas e da energia. Temos

muitos projectos de investimento nes-

sas áreas, e sabemos que existem muitas

empresas portuguesas com capacidade e

experiência para poderem ter sucesso no

nosso estado», salientou o governador de

Goiás. Particularmente na zona de Anápo-

lis, a cerca de 170 quilómetros de Brasí-

lia, onde se cruzam as linhas ferroviárias

Norte-Sul e Este-Oeste, o potencial para

a cooperação empresarial possui imenso

potencial. ‹

Vice-Presidente do Brasil visitou Portugal

Cimeira Luso-Brasileira ainda no primeiro semestreO Vice-Presidente do Brasil, Michel Temer, esteve em Abril

em visita oficial a Portugal, tendo realizado reuniões com

o português Cavaco Silva, o Primeiro-Ministro Pedro Pas-

sos Coelho, e o Vice Primeiro-Ministro Paulo Portas, além da pre-

sença num seminário empresarial que juntou várias dezenas de

empresários dos dois países de língua portuguesa.

Na reunião que manteve com Paulo Portas foram discutidas diver-

sas questões das relações bilaterais, assim como temas do relacio-

namento entre a União Europeia e o Mercosul.

Michel Temer aproveitou a sua vinda a Lisboa para entregar

uma carta da presidente brasileira Dilma Rousseff convidado o

Primeiro-Ministro Pedro Passos Coelho para se deslocar ainda no

primeiro semestre do corrente ano a Brasília, de modo a realizar a

XII Cimeira Luso-brasileira.

Estando em Lisboa numa ocasião em que ocorria os 15 anos do

Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta entre Portugal e o

Brasil, ambos os responsáveis governamentais português e bra-

sileiro manifestaram o interesse e disponibilidade para aprofun-

darem o relacionamento sobretudo nos setores da ciência, ensino

superior, tecnologia e inovação, energia, ambiente, saúde, agro-

-alimentar e indústrias culturais.

No decorrer das reuniões realizadas em Lisboa, Michel Temer

e Paulo Portas assistiram à assinatura de acordos entre os dois

países, nomeadamente o memorando de entendimento entre o

Ministério da Economia português e a Secretaria dos Portos brasi-

leiro sobre Cooperação nas Áreas de Portos Marítimos e Logística,

ao memorando de Entendimento entre a Aicep Portugal Global e

a Apex Brasil, assim como no domínio da saúde com um proto-

colo entre o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e a So-

ciedade Beneficente Israelita Brasileira Hospital Albert Einstein.

Portugal apresentou também uma proposta de memorando de

entendimento entre o Ministério do Ambiente, ordenamento do

Território e Energia e o Ministério de Minas e Energia no domínio

das Energia e dos Recursos Geológicos.

No ano passado, as relações comerciais entre os dois países volta-

ram a crescer, com Portugal a exportar para o Brasil cerca de 1,1

biliões de dólares, e importando deste país cerca de um bilião de

dólares. ‹

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3534 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› PORTOS

João Franco, Presidente do Conselho de Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS)

Porto de Sines é um dos mais competitivos a nível internacional

Até ao final do presente ano, o Terminal de Contentores do Porto de Sines crescerá

para uma capacidade de 2.5 milhões de TEUS. Mesmo assim, com o aumento do tráfego

mundial de contentores, dentro de dois ou três anos já estará esgotado. João Franco,

Presidente do Conselho de Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS),

refere em entrevista à País€conómico que será preciso continuar a crescer na carga

contentorizada em Sines, e há que construir novas infraestruturas nessa área. Falta

saber em que moldes jurídicos. O líder da administração portuária sineense assegura

também que em 2019 estará finalmente construída a nova linha ferroviária que

ligará o porto de Sines ao interior da Península Ibérica, «aumentando fortemente a

competitividade do nosso porto no contexto económico ibérico». João Franco anuncia

também nesta entrevista que existem duas empresas interessadas para se instalarem na

zona logística dentro da zona portuária.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

O Terminal de Contentores (mais conhe-cido por Terminal XXI) ganhou no ano passado mais um espaço e já este ano a PSA decidiu um novo investimento, cuja obra deverá estar pronta até ao final deste ano. Como avalia a evolução deste terminal tanto do ponto de vista infraes-trutural como ao nível dos resultados alcançados?Espero que me deixe falar também dos

outros terminais (risos), mas realmente o

Terminal XXI é o mais mediático do nosso

porto.

O Porto de Sines possui cinco terminais,

embora seja verdade que o designado

Terminal XXI é o que mais é referencia-

do publicamente, e de facto é também o

que mais tem crescido percentualmente

nos últimos anos. Em 2014, este terminal

registou um sucesso assinalável porque

ultrapassou pela primeira vez a fasquia

do milhão de TEUS, mais concretamen-

te, atingiu a marca de 1.227 milhões de

TEUS. De referir que no ano anterior ul-

trapassámos os 900 mil TEUS, mas ficou-

-se bastante distante da marca atingida no

ano passado. O Terminal de Contentores

movimenta cerca de 38% do total das

mercadorias movimentadas em Sines,

pelo que constitui um terminal que absor-

veu importantes investimentos por parte

da PSA e que se concluíram já em Janei-

ro do corrente ano, que vão permitir au-

mentar a capacidade do terminal para 1.7

milhões de TEUS. Como o investimento

adicional de 40 milhões de euros já decidi-

do pela PSA e que estará concluído até ao

final do presente ano, o Terminal XXI pas-

sará a dispor de uma capacidade global

para movimentar 2.5 milhões de TEUS.

Este aumento em curso representará, sem

dúvida, um ganho muito significativo,

não apenas para o próprio terminal, mas

também para o porto de Sines e para o

país, visto que existe mercado para corres-

ponder a este investimento e consequente

aumento da capacidade portuária ins-

talada. Mas, dentro de dois ou três anos,

mesmo este aumento do terminal estará

já esgotado, pelo que teremos de avaliar

soluções para o crescimento dos contento-

res no porto de Sines.

Existem já conversas entre a APS, a PSA e o Governo português, para poder exis-tir novos investimentos futuros nesse segmento portuário em Sines?Obviamente que estamos muito atentos a

essa situação. É de salientar que o actual

investimento na área dos contentores é da

responsabilidade da PSA. Este último que

se construirá este ano será de 40 milhões

de euros e criará 150 postos de trabalho.

Realmente temos de perspectivar o futu-

ro. Certamente que dentro de um ano, ano

e meio, terá de se tomar uma decisão a res-

peito do futuro desenvolvimento dos con-

tentores no porto de Sines. Nessa altura

terá de ser tomada uma decisão se esse de-

senvolvimento acontecerá pela expansão

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3736 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› PORTOS

feita pela própria PSA para sul do actual

cais, e para isso poderá ser necessário uma

solução de prorrogação do prazo da con-

cessão actualmente em vigor, ou se preva-

lecerá a lógica das decisões tomadas em

matérias de prorrogação de concessões

pelo Tribunal de Contas, e que têm sido

contrárias a esse mesmo prolongamento.

Se a situação não se alterar, talvez haja a

necessidade de se abrir um novo concur-

so público para a construção de um novo

cais de contentores no porto de Sines.

Poderá ser o tal Terminal Vasco da Gama de que já se fala há alguns anos?Em Sines muitas coisas se chamam Vasco

da Gama, portanto, esse futuro terminal

também poderá ter esse nome, ou não.

Não existe nenhuma decisão tomada nes-

sa matéria.

Contentores precisam de continuar a crescerSe houver necessidade de se abrir um novo concurso público para a construção de um novo terminal poderá concorrer (e ganhar) um outro operador que não a PSA?Em teoria, obviamente que sim. Na práti-

ca, tenho algumas dúvidas que isso venha

a acontecer, pois dificilmente um grande

operador mundial de terminais portuários

pode concorrer com a PSA, que é o maior

operador mundial de terminais portuá-

rios. Repito, na teoria isso pode acontecer,

mas na prática tenho as maiores dúvidas

que venha a acontecer, pois considero que

num porto com a dimensão internacional

como o de Sines, só um grande operador

mundial poderá estabelecer-se aqui, com

uma forte ligação aos armadores. E como

já cá está a PSA, não será fácil vir um se-

gundo. Vamos ver o que o futuro nos re-

servará.

Para que continue a existir crescimento dos contentores em Sines, é necessário implementar novas rotas, além de mais empresas a fazerem transportar merca-dorias por Sines. Esse é um trabalho que tem dado resultados?Naturalmente que a existência de novas

rotas e, consequentemente, a chegada de

mais carga é positivo para o porto. Mas,

é justo dizê-lo que não é à administração

portuária a quem compete encontrar essas

novas rotas, mas é evidente que tentamos

criar as melhores condições e ajudamos

para que isso aconteça. São os agentes

económicos, aqueles que arriscam, que

investem, que criam postos de trabalho

e pagam impostos, que trabalham para

abrir novas rotas e fazer crescer a carga

no nosso porto.

Qual é a importância dos restantes ter-minais existentes no porto de Sines?O terminal que movimenta mais merca-

dorias em Sines é o Terminal de Granéis

Líquidos, representando quase 50% do to-

tal da tonelagem movimentada no porto.

Basicamente, o terminal serve para impor-

tar o crude que chega de navio, seguindo

depois por pipeline para a refinaria de

Sines onde é refinado, e volta depois tam-

bém por pipeline ao terminal entrando

de seguida no navio para ir para outras

partes do território nacional ou para a

exportação. Como sabe, no ano passado,

devido a uma paragem mais prolongada

do que a inicialmente previsto da refina-

ria de Sines, registou-se uma diminuição

da produção da própria refinaria e conse-

quentemente da carga global movimenta-

da no respectivo terminal.

Outro importante terminal que temos é o

que se designa por Multipurpouse e que

recebe basicamente carvão com destino

à central termoeléctrica do Pego (vai por

comboio) e da própria central da EDP em

Sines, sendo esta abastecida a partir do

terminal por uma passadeira rolante fe-

chada para não causar qualquer impacto

ambiental na atmosfera. O Terminal Mul-

tipurpouse representa cerca de 14% do

movimento do porto de Sines.

Um quarto terminal de grande importân-

cia é o Terminal Petroquímico, que apesar

de representar apenas 1,4% do movimen-

to portuário, é deveras importante devi-

do à sua ligação à unidade industrial da

Repsol.

Finalmente, ainda em Sines, é de destacar

o Terminal de Gás Natural Liquefeito, que

apesar de também não representar uma

quota muito elevada do movimento por-

tuário, é uma infraestrutura estratégica

para Portugal, visto que nos permite abas-

tecer cerca de 50% do consumo de gás

natural no país.

Essa questão é muito pertinente, porque está neste momento em debate a pos-sibilidade dos terminais de gás natural liquefeito na Península Ibérica poderem constituir um elemento fundamental para aumentar a autonomia estraté-gica em termos energéticos da Europa Ocidental face à actua dependência do gás natural vindo do leste europeu. Qual poderá ser nessa matéria o papel do ter-minal de Sines?A esse propósito, é de referir que há al-

guns anos a REN construiu um terceiro

depósito receptor de gás aqui em Sines,

pelo que existe uma forte capacidade de

armazenamento de gás natural. É eviden-

te que os terminais da Península Ibérica,

caso também sejam construídas novas

ligações através dos Pirenéus, poderão

constituir um activo estratégico muito im-

portante no futuro em termos de autono-

mia energética da Europa Ocidental.

Terminais do Algarve são acarinhados pela APSAntes de falarmos das ligações ferroviá-rias a partir do porto de Sines, gostaria ainda que abordasse a importância es-tratégica dos portos do Algarve – Faro e Portimão – para a APS?

Quanto ao porto de Faro está a receber

alguns investimentos para tornar o porto

mais competitivo e melhorar as condições

logísticas e de funcionamento. Gostaria de

referir a extrema importância deste porto

para assegurar as exportações de cimento

da cimenteira de Loulé, uma unidade de

grande importância económica para o Al-

garve e que assegura cerca de 200 postos

de trabalho. No que respeita ao Terminal

de Cruzeiros de Portimão, também cons-

titui uma unidade de grande importância

económica para a região, estando a ser

estudadas as soluções para melhorar a

sua capacidade de poder receber navios

de cruzeiros de maior dimensão do que

aqueles que pode ser na actualidade.

Nova linha ferroviária será uma realidade em 2019Para as mercadorias que chegam a Sines poderem seguir mais rapidamente e em condições mais competitivas para o hin-terland natural do porto, que no fundo vai até à região da capital espanhola, são precisas melhores ligações ferro-viárias do que as que existem presen-temente. Desde há vários anos que se fala na construção de uma nova ligação ferroviária a partir de Sines, mas os anos passam e nada acontece. Até quando?Pode parecer para quem está de fora de

que está tudo na mesma desde há vários

anos, mas realmente não está. A APS tem

desenvolvido um grande esforço de con-

vencimento do governo português, o que

felizmente foi conseguido, e depois este

a própria Comissão Europeia, no sentido

de garantir a importância da prossecução

do investimento na ferrovia e consequen-

temente da obtenção dos financiamentos

da União Europeia para suportar os cus-

tos da construção de uma nova e moderna

via ferroviária a partir de Sines.

Essa decisão a nível europeia está tomada,

e vamos com certeza ter uma nova ligação

ferroviária a Espanha, e daqui certamente

para o restante espaço europeu.

A futura linha deverá estar construída até

2019 e permitirá reduzir em cerca de 200

quilómetros o actual percurso até ao nos-

so hinterland em Espanha, além de possi-

bilitar, e esta é uma questão competitiva

fundamental, de passar dos actuais com-

boios com 450 metros de comprimento

para comboios com 700 metros e compri-

mento. É uma diferença que fará toda a

diferença em termos de custo e competi-

tividade.

Neste ponto, se me permite, gostaria ainda

de sublinhar que cerca de 20% das merca-

dorias que chegam a Sines seguem para

o resto do país e para Espanha, e dessas

mercadorias que saem daqui apenas 3%

seguem por via rodoviária, ou seja, 97%

seguem através da ferrovia. Desejamos

que esta proporção continue no futuro e

com certeza de que a nova linha ferroviá-

ria ajudar nessa matéria.

Concerteza de que ajudará como ajuda-rá a atrair novas empresas para Sines. Perspectiva-se alguma novidade a breve prazo?A APS possui uma zona logística no in-

terior da área portuária, zona para onde

estamos em conversações com dois po-

tenciais investidores interessados em lá se

instalarem.

De que sectores de actividade são essas empresas?São da área do frio, que constitui um seg-

mento que está a crescer bastante na área

dos contentores refrigerados em Sines.

Existem também perspectivas de rece-ber novas empresas para as áreas de ap-tidão industrial em redor de Sines e que são geridas pela Aicep?Sem dúvida que sim. São zonas com ca-

pacidade de recepção industrial e comer-

cial quase ilimitada e aliás posso adian-

tar-lhe que temos mantido conversações

com a administração da Aicep Global

Parques no sentido de avaliarmos a possi-

bilidade de reduzirmos os preços de ins-

talação e uso dessas zonas, justamente de

forma a adequar os valores ao mercado

da actualidade e assim termos condições

mais competitivas para receber novas

empresas. ‹

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 3938 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› EMPRESARIADO

<Carlos Pina, Administrador de Cafés Negrita, SA

«Um compromisso com a qualidade que já tem mais de noventa anos»

Carlos Pina, administrador de Café Negrita, SA já trabalha nesta empresa há quase

67 anos, e é a pessoa que mais de perto acompanhou o crescimento desta que é

considerada uma das torrefacções mais antigas do país. De facto, com os seus 91 anos

de vida, a Cafés Negrita, SA é uma das grandes referências nesta área de atividade,

que para além de trabalhar com as marcas próprias “Negrita” e “Carioca”, está sobretudo

vocacionada para o fabrico e empacotamento de blends para outras marcas. Em

entrevista à PAÍS €CONÓMICO, Carlos Pina não escondeu a preocupação pelo facto

da sua empresa ter tido em 2014 uma quebra no seu crescimento de cerca de 20%,

mas nem por isso deixa de acreditar no futuro. «Estou habituado a crises como esta

que constituem ciclos na vida das empresas mas, aqui na Negrita estamos preparados

as enfrentar», referiu Carlos Pina, que instantes antes de ter concedido esta entrevista

recebera mais uma distinção: o galardão “PME Líder 2014”.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

Momentos antes de ser entre-

vistado para a P€, Carlos Pina

não escondia a sua satisfação

por os Cafés Negrita acabar de receber

o galardão de “PME Líder 2014”. «Não

foi a primeira vez que nos distinguiram

com este prémio, começa até a ser para

nós um hábito, mas sabe bem porque é

o reconhecimento do bom trabalho que

continuamos a realizar em prol do setor»,

comentou Carlos Pina, administrador des-

ta empresa familiar, nascida em 1924 no

centro de Lisboa na forma de sociedade

limitada, que durante anos foi armazém

de mercearias, torrefação de cafés, cevada,

chicória, amendoim e armazém de espe-

ciarias.

«Tornámo-nos sociedade anónima em

1995», lembra o nosso entrevistado, que

embora em breve complete 89 primave-

ras, não deixa, contudo, de patentear uma

lucidez e uma vitalidade invejáveis.

Referindo-se concretamente aos 67 anos

que conhece do percurso dos Cafés Negri-

ta, Carlos Pina não esconde que não tem

sido nada fácil. «Houve de facto um pe-

ríodo de crescimento, mas no momento

atual eu diria que estamos a passar por

momento de alguma estagnação, para não

dizer que estamos um bocadinho abaixo

daquilo que seriam os nossos desejos.

Porque estamos localizados no centro da

cidade de Lisboa e muito limitados em es-

paço, não nos podemos expandir, e irmos

para outro lado com a minha idade é qua-

se impensável. O melhor neste momento

é deixar as coisas como estão», referiu

Carlos Pina, que tem a trabalhar consigo,

preparando-se para ser sua continuado-

ra, sua filha Helena Pina, engenheira do

Ambiente e de quem teceria comentários

muito elogiosos.

«É o meu braço direito, a pessoa a quem

deposito fundadas esperanças na conti-

nuação dos negócios dos Cafés Negrita.

Já está muito por dentro de todos estes

meandros, é muito dedicada e muito tra-

balhadora e, não tenho dúvidas, é a ges-

tora ideal para dar continuidade a um ne-

gócio que não é fácil de administrar», não

hesitou a responder Carlos Pina.

Como qualquer empresa que quer ser

competitiva e ter uma forte presença no

mercado, a Cafés Negrita passou ao longo

da sua história por alguns ciclos evoluti-

vos, e um deles foi a substituição da lenha

pelo gás natural nas torras, isto nos anos

90.

De facto, inicialmente as torras faziam-se

a lenha, em torradores de bola e em má-

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4140 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› EMPRESARIADO

quinas de ar quente Probat, prática

que mais tarde foi substituída pelo

gás natural. «Este foi um período

em que nos tivemos de adaptar às

novas realidades. Não fazia sentido

continuarmos a trabalhar a lenha,

porque era um trabalha mais sujo e

menos ecológico. Na altura a Com-

panhia do Gás teve de construir

um ramal próprio para nós, já que

o ramal que aqui existia não tinha

capacidade para nos fornecer o gás

natural que necessitávamos para

as nossas operações de torrefação.

Este foi na altura um investimento

digno de registo», recorda Carlos

Pina.

Das maiores torrefações do paísA Cafés Negrita é considerada

uma das mais antigas torrefações

do país, e manter durante mais de

nove décadas uma empresa com estas ca-

racterísticas mereceu da parte de Carlos

Pina o seguinte comentário. «Manter a

empresa viva através dos tempos não foi

nada fácil. Implicou muito esforço, muita

dedicação, termos de relegar para plano

secundário muitas coisas da nossa vida

privada e significou também muita co-

ragem», sublinhou o nosso entrevistado,

que adiantaria um exemplo curioso para

ajudar melhor a definir o que acabara de

dizer. «Sabe, isto é como a carroça: atrela-

-se o burro e ele tem de andar…», revelou

Carlos Pina, administrador desta empresa,

cujo capital é detido na sua totalidade por

familiares e que emprega cerca de vinte

pessoas.

Para além de passar a utilizar o gás natu-

ral nas operações de torra, a Cafés Negrita

tem feito ao longo dos seus mais de no-

venta anos de vida, outros investimentos

decisivos para o futuro da empresa. Para

além de um queimador de fumos que foi

instalado para a limpeza dos efluentes

gasosos, a Cafés Negrita implementou

também o sistema de armazenamento

de cafés torrados em silos, com gestão e

execução de blends computorizados, e,

em 2008 deu entrada em funcionamento

um novo software na área da produção e

ligação ao sistema de gestão comercial/

faturação, e foram garantidos todos os

requisitos para o cumprimento da rastrea-

bilização.

Carlos Pina é pai de duas filhas, e uma de-

las, Helena Pina, é desde há alguns anos o

seu braço direito e o garante da continui-

dade de uma boa gestão no seio da Cafés

Negrita. «A minha filha Helena Pina é en-

genheira de formação na área do Ambien-

te, trabalhou na Caixa Geral de Depósitos

e adaptou-se rapidamente e na perfeição

a toda a orgânica da empresa. O seu espí-

rito inovador e a sua veia empreendedora

dão-me a certeza de que a continuidade

da empresa está garantida», vislumbrou

Carlos Pina.

Marcas “Negrita“ e “Carioca”Referir que a Cafés Negrita trabalha com

marcas próprias – “Negrita” (esta durante

toda a existência da empresa) e “Carioca”

(desde 1993) – e está sobretudo vocacio-

nada para o fabrico e empacotamento de

blends para outras marcas, dando-lhes a

garantia de qualidade que o seu passado

e o moderno equipamento que dispõe lhe

conferem.

Carlos Pina considerou um «salto

qualificativo muito grande» o que

foi dado pela sua empresa aquan-

do da introdução do sistema de

armazenamento de cafés torrados

em silos, com gestão e execução de

blends computorizados. «Com este

sistema computorizámos os blends,

temos os silos independentes para

cada realidade e o empacotamento

também é automático. Já no seu

tempo, e estamos a falar de uma

dezena ou duas de anos, este já foi

um investimento considerável para

a época. Mas a minha política é vi-

ver, dar o suficiente aos meus tra-

balhadores para viverem e o resto

é investido no desenvolvimento da

empresa, Tem sido sempre assim ao

longo da minha vida…», sublinhou

o proprietário de Cafés Negrita.

Carlos Pina reconhece que o cres-

cimento da sua empresa tem sido

sustentável ao longo de todos estes anos.

E comenta. «A Cafés Negrita não neces-

sita de crédito bancário, fazemos tudo

ao ritmo daquilo que vamos ganhando e

sempre debaixo de uma boa gestão, uma

gestão equilibrada. Somos uma empresa

com grande idoneidade. Não fazia sentido

que ao fim de noventa anos ainda estivés-

semos a precisar de dinheiro, significaria

que não tinha valido a pena tanto tempo

e tanto esforço», reforçou o administrador

de Cafés Negrita.

Como dissemos, a Cafés Negrita é deten-

tora de duas marcas muito prestigiadas:

“Negrita” e “Carioca“ e, segundo nos con-

fiou Carlos Pina «não precisamos de mais

marcas».

«O que estamos a fazer são blends para

clientes. Aproveitando o facto de termos

a linha toda montada, o cliente fornece a

embalagem e nós fazemos os blends que

eles querem, obedecendo aos lotes que

nós dispomos. Temos cinco lotes com

marca pobre e para além disto temos

mais meia ou uma dúzia de clientes que

fazem aqui as suas blends», esclareceu

Carlos Pina, que apesar dos seus 89 anos,

continua a ser o grande cérebro e o grande

impulsionador de Cafés Negrita. ‹

Teixeira Duarte melhorou resultados em 2014A Teixeira Duarte registou em 2014 um

lucro de 70,28 milhões de euros, uma

melhoria de 9,9% face aos 63,9 milhões

obtidos no ano anterior. De referir que o

volume de negócios da empresa aumen-

tou 6,2% para 1,67 mil milhões de euros.

O grupo português sublinhou em comu-

nicado enviado à CMVM que “a quebra

de 26,1% registada em Portugal foi com-

pensada pelo incremento de 13,8% nos

outros mercados, os quais passaram a

representar 86,9% do total do volume de

negócios do grupo Teixeira Duarte”.

Olhando para o desempenho do grupo

nas diversas geografias onde está pre-

sente, o grupo Teixeira Duarte informou

que “o volume de negócios da construção

subiu no Brasil, em Moçambique e na Ve-

nezuela e desceu em Portugal e Angola,

sendo que globalmente registou uma di-

minuição de 2,7% face a 2013”.

Já na área das concessões e serviços, o vo-

lume de negócios cresceu 24,1% face ao

período homólogo, e no imobiliário subiu

44% face a 2013. O EBITDA da constru-

tora subiu 12,1% para 239,7 milhões de

euros, enquanto a margem de EBITDA

passou de 13,5% em 2013 para 14,3% no

ano passado. ‹

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4342 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› EMPRESARIADO

Paulo Fonseca, Administrador da Inovazul

Tecnologia ajuda a interligar populações distantes

A Inovazul – Consultadoria e suporte em TIC, é uma das maiores especialistas nacionais

em integradores de rede. Paulo Fonseca, Administrador da Inovazul, salienta as

soluções desenvolvidas pela empresa com sede em Alfragide (Amadora) para fazer

aceder populações do interior do país, distantes das sedes dos seus concelhos à rede

de Internet. Isso aconteceu primeiro no concelho do Alandroal, e mais recentemente

no concelho de Palmela. A Inovazul é também um dos mais importantes parceiros da

EDP.ON para a manutenção de software no canal corporativo da distribuidora eléctrica

portuguesa.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA INOVAZUL

A integração de sistemas dos seus

clientes, constitui a actividade

principal desenvolvida pela

Inovazul, empresa localizada em Alfra-

gide e que é liderada pelo empresário

Paulo Fonseca. Abrangendo sobretudo o

universo de PME’s e micro empresas, a

Inovazul destaca-se essencialmente pela

sua estrutura ágil e flexível, «mas sempre

disponíveis em qualquer momento e em

qualquer lugar para servir e responder a

quaisquer dificuldades e necessidades dos

nossos clientes», sublinha Paulo Fonseca.

Uma área em que a empresa se tem es-

pecializado prende-se com o desenvolvi-

mento de soluções que permitem levar o

acesso à Internet por parte de populações

distantes das sedes dos seus respectivos

concelhos, introduzindo soluções via wi-

reless a partir da sede concelhia e que

permite receber o sinal da web em boas

condições por populações situadas a dis-

tâncias até 35 quilómetros. Foi assim em

2005 no concelho alentejano do Alandroal,

que abrangeu onze freguesias, bem como

mais recentemente foi implementado na

freguesia de Águas de Moura, concelho

de Palmela, e que constituiu a freguesia

mais distantes deste concelho. «Desse

modo, conseguimos que essas populações

tenham acesso aos meios modernos de

comunicação, com valores perfeitamen-

te acessíveis e de qualidade».

Decorrente da implementação

deste sistema, a Inovazul foi

requisitada pela Tecnilab para

proceder à gestão da mono-

torização e automatismos em

diversos sistemas de gestão

de abastecimento de água em

Portugal. «É um projecto muito

interessante e que nos permite

desenvolver o nosso know how

e aplicá-lo em áreas de grande

relevância social e económica»,

sublinha Paulo Fonseca.

No futuro a breve prazo, a Ino-

vazul espera poder vir a estar

envolvida num processo de

análise do tráfego em “zonas

quentes” (mais percorridas por

pessoas) dentro de seis centros

comerciais que uma empresa

de origem francesa poderá adquirir em

Portugal, adianta o responsável da tecno-

lógica nacional.

Olhando para além-fronteiras, a Inovazul

espera igualmente poder vir no futuro a

trabalhar no projecto em São Tomé e Prín-

cipe, uma iniciativa da empresa nacional

de comunicações daquele país africano

de língua portuguesa referente a equipar

22 escolas do país com soluções wireless,

mas cujo financiamento está dependente

do apoio financeiro da União Europeia. ‹

DR. HÉLDER FLOR

Como uma medicina milenar pode aumentar a produtividade da sua empresaSaiba o que a Acupuntura, Moxibustão, Massagem TuiNa, Ventosaterapia e a Fitoterapia podem fazer pela sua empresa.Aumentar o nível de produtividade das empresas é uma

meta almejada por praticamente todos os empresários.

Através do aumento da produtividade consegue-se reduzir

o tempo gasto para executar um serviço, aumentar a quali-

dade dos produtos elaborados, mantendo os níveis de qua-

lidade associados à empresa. Isto tudo sem o acréscimo de

mão-de-obra e sem o aumento dos recursos necessários.

No entanto, para aumentar a produtividade da empresa é

necessário descobrir onde o trabalho está a ser mal feito,

é necessário investir em formação, é necessário criar um

bom ambiente de trabalho, interagir com clientes, manter

os canais de comunicação internos abertos, repensar estra-

tégias e, acima de tudo, estimular os colaboradores. Estes,

além de seres humanos, são o veículo que lhe vai permi-

tir aumentar os seus ganhos. Se for um líder ameaçador

e odiado estará a convidar o seu colaborador a produzir

menos, a dar menos de si, a faltar com frequência. Isto é

meio caminho andado para ele se demitir ou fazer com

que você o despeça porque acha que não é o trabalhador

ideal para a sua empresa. Se demonstrar preocupação e

procurar estimulá-lo, ele vestirá a “camisola da empresa” e

produzirá mais e melhor para si.

Será a Medicina Tradicional Chinesa uma ferramenta útil

para a sua empresa? Conseguirá a Medicina Tradicional

Chinesa ajudá-lo a aumentar os níveis de produtividade

da sua empresa?

Para além da criação de ambientes de trabalho confortá-

veis e agradáveis, é necessário manter o trabalhador livre

de descontentamento, de stress e de doenças ocupacionais.

De acordo com o inquérito europeu sobre condições de tra-

balho (realizado periodicamente pela Fundação Europeia

para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho),

admite-se que o stress esteja na origem de grande parte

do absentismo por doença em Portugal. As perturbações

músculo-esqueléticas e o stress são as duas maiores quei-

xas dos trabalhadores portugueses.

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC), que engloba

várias técnicas, entre elas a Acupuntura, tem vindo a

impor-se como uma poderosa aliada na manutenção das

condições de trabalho, de saúde e na satisfação dos traba-

lhadores. É eficaz no tratamento e na prevenção das lesões

por esforço repetitivo e no combate ao stress e suas diver-

sas manifestações (e.g. fadiga, dores de cabeça, problemas

cardiovasculares, depressão, perturbações de ansiedade,

entre outros).

Através das suas técnicas, a MTC promove a analgesia da

dor, a libertação de serotonina e de endorfinas, a elimina-

ção de contraturas musculares, a promoção da circulação

sanguínea local, o aumento da mobilidade e lubrificação

articular, entre outros.

Ao aumentar a qualidade de vida do trabalhador, este

sentir-se-á mais seguro, mais confiante, mais empenhado,

menos stressado.

Tal facto, reflectir-se-á na sua empresa: aumento da moti-

vação pessoal está directamente correlacionado ao aumen-

to dos níveis de criatividade, eficácia, eficiência, rentabili-

dade e, consequentemente, da produtividade com maiores

lucros associados para a empresa.

Um trabalhador livre de dor e de stress, é a melhor fer-

ramenta para uma empresa crescer. A Medicina Chinesa

pode ajudar a sua empresa a crescer.

Para mais informações contacte-nos:

Clínicas Helder Flor - Medicina Chinesa e Osteopatia

www.clinicashelderflor.pt

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4544 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› AGRO-INDÚSTRIA

Arlindo Cunha, Presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão

«Produtores dos vinhos do Dão estão a desenvolver um trabalho de excelência»

Depois de se ter formado em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade do

Porto e obter uma pós-graduação em Economia Agrária pela Universidade de Reading,

Reino Unido, Arlindo Cunha teve uma passagem muito marcante na vida política: foi

secretário de Estado da Agricultura entre 1986 e 1990 e ministro da Agricultura entre

1990 e 1994, ambas as vezes em governos chefiados por Cavaco Silva. Foi também

colaborador da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e agora é professor

associado convidado da Universidade Católica Portuguesa. Mas Arlindo Cunha, natural

de Tábua, é ainda viticultor na Região Demarcada do Dão e já vai no seu segundo

mandato como presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão. Em entrevista que

concedeu à PAÍS €CONÓMICO, Arlindo Cunha diz que aceitou este cargo com espírito

de missão e que a CVR do Dão tudo tem feito para dignificar os Vinhos da Região do

Dão em Portugal e nos mercados internacionais. «E não devemos esquecer o trabalho de

excelência que está a ser desenvolvido pelos produtores de vinhos da Região do Dão»,

sublinhou Arlindo Cunha.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › RUI ROCHA REIS

«O meu aparecimento como

presidente da CVR do

Dão tem as suas razões

de ser. Eu sempre estive ligado à terra e

até andei na política por ser reconhecido

como um especialista em questões de Polí-

tica Agrícola e desde 1997 (há quase vinte

anos) que sou produtor de vinho do Dão

na terra onde sou natural: Tábua. Com a

legislação que foi aprovada em 2004 as

Comissões Vitivinícolas tiveram um pe-

ríodo para se adaptar a essa nova legisla-

ção e, nesse contexto, passaram a ser elei-

tas por produtores e não nomeadas pelo

governo. Eu e a minha Direção fomos dos

primeiros a ser eleitos pelos produtores, e

isso foi visto por mim como uma prova

de confiança que aceitei como mais um

desafio, que encaro com muito gosto»,

esclareceu Arlindo Cunha, presidente da

CVR do Dão.

Como é que a CVR do Dão encara os no-

vos desafios? Arlindo Cunha predispôs-se

a explicar-nos. «A CVR do Dão, tal com

as outras Comissões Vitivinícolas, é uma

entidade certificadora e a sua principal

função é certificar os vinhos e também

promover os vinhos do Dão e organizar o

setor e os produtores que podem vender

vinho com o rótulo do Dão. Houve um

período de alguma dificuldade no final

dos anos 80, princípio dos anos 90, quan-

do surgiram no mercado novas regiões

que antes não produziam vinho. Estou a

falar especialmente do Alentejo, que teve

um período de adaptação e que hoje está

a responder muito bem, tem vinhos de

facto muito bons, diferentes dos que são

produzidos noutras regiões. Nós, enquan-

to Comissão Vitivinícola representamos

os produtores e sentimos da parte deles

muita confiança em relação ao presente e

futuro».

CVR do Dão forte aliada dos produtoresArlindo Cunha não hesitou em afirma

que para si esta tem sido uma experiên-

cia muito saudável. «Tem sido uma expe-

riência muito interessante, mas acho que

ainda temos muito trabalho a desenvolver

aqui no Dão. E estamos conscientes desse

trabalho. Temos procurado simplificar os

procedimentos da certificação para que

os nossos agentes económicos tenham

menores custos para poderem certificar

os seus vinhos e tenham respostas mais

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4746 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

Marisa Cerqueira, Gerente do Restaurante Teng

A verdadeira gastronomia chinesa em Lisboa

Marisa Cerqueira licenciou-se em línguas, mas pouco depois quis experimentar a

aprendizagem de mandarim e partiu para a China. Aí conheceu o homem com quem

casou e depois tomaram a decisão de virem para Portugal. O que fazer constituiu a

questão que ambos colocaram. Decidiram então concretizar um projecto ambicioso de

criar um restaurante de gastronomia chinesa em Lisboa, que consagrasse o verdadeiro

ambiente de um restaurante chinês bem como a assunção de uma gastronomia autêntica

do país asiático. E, se assim o pensaram, melhor o executaram. O Restaurante Teng,

localizado na Rua do Açúcar, ali para os lados de Xabregas, na zona oriental de Lisboa, é

um verdadeiro ícone da cultura arquitectónica e gastronómica da China em Portugal.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELO RESTAURANTE TENG

O Restaurante Teng comemora amanhã (9 de Maio) um

ano de actividade. Localizado na Rua do Açúcar, na zona

de Xabregas, em Lisboa, o restaurante é propriedade da

portuguesa Marisa Cerqueira e do chinês Binlu, o casal que depois

de vir para Portugal decidiu realizar este ambicioso investimento

na criação de “verdadeiro templo” da genuína gastronomia chine-

sa na capital portuguesa.

Em primeiro lugar, informa-nos Marisa Cerqueira, «na cozinha

todos são chineses, exceptuando o copeiro, pois desde o início

deste projecto pre-

tendemos apresentar

aos nossos clientes

um leque gastronó-

mico genuinamente

chinês, onde vários

dos produtos utiliza-

dos são importados

da própria China. A

gastronomia que ser-

vimos, para além da

sua autenticidade, é

também de elevada

qualidade, não so-

mente pela forma

forma como é con-

feccionada, assim

como pelo elevado

valor das matérias-

-primas e condimentos empregues nos pratos que criarmos e ser-

vimos aos nossos clientes», sublinha a empresária.

Num investimento global de cerca de meio milhão de euros, o

Restaurante Teng permite ao cliente respirar numa verdadeira

atmosfera da restauração chinesa típica. Não falta inclusivamente

uma sala privada, que tem sido utilizada por famílias chinesas

que reservam essa parte do restaurante, mas também por enti-

dades portuguesas em ocasiões em que recebem os seus parcei-

ros chineses em Portugal. Nas áreas comuns, o requinte e o bom

gosto da decoração é

assinalável, não fal-

tando numa área do

Teng a possibilidade

do cliente ter uma vi-

sibilidade para o Tejo

enquanto degusta a

refeição.

De referir que várias

empresas portugue-

sas que nos últimos

anos têm recebido

capitais chineses no

âmbito de proces-

sos de privatização,

como são a REN, EDP

e Fidelidade (adquiri-

da pela Fosun), tem escolhido o Restaurante Teng para almoços e

jantares de carácter empresarial. Aliás, no rés-de-chão do edifício

(o restaurante funciona no primeiro andar) os empresários dispõe

de um salão capacitado para a realização de eventos, tanto de ca-

rácter empresarial como social, o que qual tem sido regularmente

utilizado por famílias, sobretudo de origem chinesa. ‹

› AGRO-INDÚSTRIA

céleres e mais rápidas. Queremos tam-

bém melhorar as respostas em termos

administrativos, procuramos facilitar-lhes

a vida para eles tratarem de tudo ou quase

tudo através do seu computador, e para

isso criámos uma plataforma informáti-

ca através da qual os produtores podem

tratar de todos os assuntos que tenham a

ver com a CVR do Dão, pedir selos, pedir

a certificação, pedir análises, etc. Portanto,

procurámos por um lado racionalizar os

nossos meios aqui, simplificar os procedi-

mentos, reduzir custos e também investir

bastante na promoção dos vinhos do Dão,

quer em Portugal quer no estrangeiro»,

sublinhou o presidente da CVR do Dão,

que aproveitaria o ensejo para salientar

que «cerca de um terço do vinho do Dão

é exportado, e é um bocadinho nesse con-

texto que nós temos de fazer promoção

dos nossos vinhos».

Arlindo Cunha reconhece que os vinhos

do Dão estão em ascendência, embora não

esconda que eles viveram alguns períodos

difíceis por volta dos anos 80. «Eu penso

que em determinada altura o Dão não ti-

nha concorrência na produção de vinhos

maduros tintos e, como tal, não traba-

lhou como devia a vertente da qualidade.

Quando começou a surgir concorrência

de novas regiões (como os casos do Alen-

tejo e do Douro) o Dão ressentiu-se dessa

concorrência, acordou, e voltou a produzir

em excelente qualidade», recordou Arlin-

do Cunha.

Crítica reconhece qualidade dos vinhos do Dão.A propósito, o presidente da CVR do Dão

lembrou também que houve um determi-

nado tempo em que vinhos do Dão eram

vistos como um certo cepticismo, situação

que hoje já não acontece. «Reconhecemos

que existe hoje uma boa aceitação por

parte da crítica especializada em relação

aos vinhos do Dão, e que não foi sempre

assim. Hoje em dia há um consenso total e

isso foi conseguido porque os produtores

investiram muito na viticultura (como se

sabe sem voas vinhas não há bons vinhos)

e hoje em dia os vinhos do Dão são o re-

sultado de novas vinhas que foram plan-

tadas a partir de finais dos anos 80 e início

dos anos 90, também alguma vinha velhas

ainda, houve um investimento forte nas

vinhas e o cenário melhorou considera-

velmente. O trabalho desenvolvido pelos

produtores da região do Dão tem sido de

excelência. E houve também uma aposta

muito grande em novas adegas com a im-

plementação de novas tecnologias. Hoje

em dia temos vinhos do Dão que deslum-

bram sobretudo pela sua complexidade e

elegância, e isto a crítica reconhece», enfa-

tizou Arlindo Cunha.

O presidente da CVR do Dão aproveitou

para lembrar que o Enoturismo é um

produto importante nas grandes regiões

vinhateiras.

«O vinho é sempre um forte atrativo tu-

rístico e sobretudo nas regiões históricas

como é o caso da região do Dão, que foi

demarcada em 1908, o Enoturismo tem

enorme importância. Nós queremos ti-

rar partido dessa história e é por isso que

temos agora em fase final de implemen-

tação a Rota dos Vinhos do Dão que será

inaugurada a 27 de Abril», vincou Arlindo

Cunha.

Boa presença no mercado externoO presidente da CVR do Dão diz que cada

vez mais os vinhos provenientes do Dão

têm mercados externos interessados na

sua aquisição. «Os nossos principais mer-

cados coincidem bastante com os merca-

dos dos vinhos portugueses em geral. O

nosso principal mercado nesta altura é o

da diáspora portuguesa espalhada pelo

mundo, mas estamos também a surgir

com força em mercados emergentes onde

não há diáspora. Por exemplo, estamos a

crescer com muita força no mercado da

China e da Polónia, mas os nossos princi-

pais mercados continuam a ser os EUA, o

Canadá, o Brasil, a África do Sul, Angola.

E depois a União Europeia, com a Alema-

nha, França, Bélgica e Holanda».

Nesta entrevista Arlindo Cunha voltaria a

focar a sua atenção na Rota doa Vinhos do

Dão como fator de atracão turística para

a Região do Dão. «Hoje em dia a Região

Centro em termos de turismo é uma re-

gião muito grande, vai desde Fátima até à

Serra da Estrela e, portanto, nós queremos

que esses turistas que cada vez em maior

quantidade anda a circular pela Região

Centro vão às adegas, possam provar os

vinhos e comprá-los. ‹

› RESTAURAÇÃO

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Maio 2015 | PAÍS €CONÓMICO › 4948 › PAÍS €CONÓMICO | Maio 2015

› TURISMO

Antes de abrir o seu primeiro hotel no Douro em finais de Maio

Vila Galé chegou a ÉvoraO dia 25 de Abril é conhecido como o Dia da Liberdade. Mas, é também o dia de

aniversário de Jorge Rebelo de Almeida, presidente do Grupo Vila Galé, data que foi

aproveitada pela terceira vez para o aniversariante inaugurar uma nova unidade

hoteleira do segundo maior grupo do setor em Portugal. No passado dia 25 de Abril,

abriu portas o Vila Galé Évora, a décima nona unidade em Portugal, antecedendo já a

abertura do vigésimo hotel Vila Galé no nosso país, o que acontecerá no próximo dia

30 de Maio, em plena região do Douro, num investimento de 2,5 milhões de euros. Na

capital do Alentejo, o grupo investiu 15 milhões de euros e criou 45 postos de trabalho,

um contributo inestimável para a consolidação e desenvolvimento do turismo em Évora

e no próprio Alentejo, «um destino fantástico, de grande potencial, mas que precisa

naturalmente de ser desenvolvido», sublinhou Jorge Rebelo de Almeida.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELO GRUPO VILA GALÉ

Ao chegar à principal entrada de

Évora, encontra-se logo impo-

nente o Hotel Vila Galé Évora,

um quatro estrelas superior e que é a

mais recente unidade do segundo maior

grupo hoteleiro português. É a décima

nona unidade do grupo liderado por Jorge

Rebelo de Almeida, que já no dia 30 de

Maio, inaugurará a sua vigésima unidade

em Portugal, o Vila Galé Douro, a que se

juntam naturalmente as sete unidades

que o grupo mantém no Brasil, a última

das quais foi inaugurada em Dezembro

último na cidade do Rio de Janeiro.

O Vila Galé Évora constituiu um investi-

mento de 15 milhões de euros e criou 45

postos de trabalho, na sua maioria oriun-

dos da própria região. A unidade possui

185 quartos além dos restaurantes Ine-

vitável, com serviço à la carte ao jantar,

e Versátil, onde encontrará um serviço

de buffet no pequeno-almoço e nas duas

principais refeições do dia. É de salientar

também a excelência do SPA Satsanga,

que detém uma piscina interior aquecida,

ginásio, sauna, jacuzzi e 6 salas para trata-

mentos e massagens. No exterior, o hotel

possui uma esplêndida piscina com um

bar de apoio, sendo envolvida por amplos

e agradáveis espaços ajardinado.

Com o objectivo de absorver uma impor-

tante fatia do segmento de negócios que

caracteriza o turismo empresarial da ci-

dade de Évora, a nova unidade do grupo

Vila Galé possui igualmente um Centro

de Convenções constituído por 4 salas,

todas com luz natural, totalmente equipa-

das e com condições para a realização de

reuniões, conferências e outros tipos de

eventos.

No evento da inauguração, Jorge Rebelo

de Almeida sublinhou o seu «grande pra-

zer em fazer coisas, em investir e depois

inaugurar unidades hoteleiras como esta

que estamos a abrir hoje em Évora, e que é

a nossa segunda unidade no Alentejo, de-

pois de termos inaugurado há vários anos

o Vila Galé Clube de Campo, em Beja».

O líder do segundo maior grupo hotelei-

ro nacional, que tinha a escutá-lo o líder

do maior grupo nacional (Dionísio Pesta-

na), bem como o secretário de Estado do

Turismo, Adolfo Mesquita Nunes, o pre-

sidente da Região de Turismo do Alente-

jo, António Ceia da Silva, e o presidente

da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá,

sublinhou também que «o Alentejo é

um destino fabuloso, e deve procurar o

seu próprio caminho», lembrando que a

cidade de Évora, considerada Património

Cultural da Humanidade, e com uma forte

actividade cultural, deve apostar cada vez

mais na animação e desenvolvimento de

uma simbiose entre a cultura e o turismo.

Antes, já o presidente da Região de Tu-

rismo do Alentejo tinha referido que o

«Alentejo é a região que mais cresce a ní-

vel nacional, e com a inauguração do Vila

Galé Évora, a região ganha mais força e

mais capacidade de se promover no país e

a nível internacional». Aliás, o presidente

da Câmara de Évora, sublinhou a impor-

tância, já sublinhada pelo presidente do

grupo Vila Galé, de se promover a simbio-

se entre a cultura e o turismo, «devido ao

centro histórico único que Évora possui»,

adiantando ainda que a cidade precisa de

incrementar ainda mais a organização de

eventos e de «reganhar o prestígio que

tinha em épocas anteriores». Adolfo Mes-

quita Nunes, agradeceu ao grupo Vila Galé

por ter acreditado em Portugal e aqui con-

tinuasse a fazer investimentos no sector

turístico, como são casos paradigmáticos

este «novo hotel em Évora, e a próxima

abertura do Vila Galé Douro», enfatizou o

responsável pelo turismo português. ‹

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› A FECHAR

Armando Cunha ganha obra em Cabo VerdeA construtora portuguesa Armando Cunha vai executar nos próxi-

mos 24 meses, as obras de ampliação da placa de estacionamento

do aeroporto da Cidade da Praia, orçadas em 2,26 milhões de euros.

Segundo Fernandes Pimenta, responsável pela Área Internacional

da Armando Cunha, referiu que «esta obra é importantíssima para

nós, porque vem na sequência dos vários aeroportos em que já inter-

vimos em Cabo Verde. A Armando Cunha fez, de raiz, o aeroporto

internacional de São Vicente – concepção, financiamento e constru-

ção, entre 2005 e 2008 – e a ampliação do aeródromo do Maio». Com

a nova placa de estacionamento, a capacidade de estacionamento de

aviões no aeroporto passará dos actuais cinco para nove. ‹

Cimeira Luso-Marroquina em Lisboa amplia relações económicas bilaterais

Criação de Observatório do InvestimentoA principal medida decidida

na 12ª Cimeira Luso-Marro-

quina, que decorreu em Abril

na capital portuguesa, cujas

delegações foram lideradas

pelos respectivos primeiros-

-ministros, decidiu a criação

de um Observatório do Inves-

timento, onde serão estudadas

formas de aprofundar as rela-

ções económicas e comerciais

entre os dois países.

De realçar que entre os países africanos, Marrocos já é o 2º des-

tino das exportações portuguesas e o 4º destino considerando os

países fora da União Europeia. O próprio primeiro-ministro mar-

roquino expressou no final da cimeira que «existe margem para

aprofundar as relações entre

os dois países», sublinhando

que «é tempo de recuperar o

tempo perdido. As portas es-

tão abertas».

O primeiro-Ministro portu-

guês, Pedro Passos Coelho,

além de realçar a criação do

Observatório do Investimen-

to, adiantou que estão a ser

estudadas ligações na área da

energia. Esperando também o

reforço no relacionamento turístico entre os dois países, o chefe

do governo português sublinhou esperar que as exportações por-

tuguesas para Marrocos possam passar dos actuais 600 milhões

de euros para atingir no futuro os mil milhões de euros. ‹

Vista Alegre Atlantis cresce no BrasilA Vista Alegre Atlantis fechou as contas no ano passado com

um volume de vendas no Brasil em linha com o ano anterior,

registando mesmo um crescimento de 3% face a 2013. A marca

portuguesa registou uma faturação no Brasil de 3,14 milhões de

euros. Estas vendas resultaram sobretudo de peças de porcela-

na, que gerou uma faturação de 2,7 milhões de euros. A empre-

sa também vende no mercado brasileiro peças de forno, faiança

e objetos de cristal. O Brasil constituiu o sexto principal merca-

do internacional da Vista Alegre Atlantis, depois dos mercados

espanhol, alemão, holandês, francês e inglês.

No Brasil a empresa abriu em Dezembro último uma loja em

São Paulo, e pretende durante este ano uma plataforma de co-

mércio electrónico para o mercado brasileiro. ‹

Vivafit chega ao Bahrain e à PolóniaO CEO da Vivafit, Pedro Ruiz, assinou em meados de Abril dois contratos referen-

tes à abertura de três ginásios no Bahrain. Num investimento somado de meio

milhão de euros, o acordo foi estabelecido com o empresário local Salah Mustafa,

líder da sociedade Bahraini, detida em parte por um dos sócios do Vivafit Dubai.

A chegada ao Bahrain reforça a presença da marca portuguesa no Golfo Arábico,

depois de já ter chegado aos Emirados Árabes Unidos e Omã, estando também

prevista para breve a abertura do primeiro ginásio da Vivafit na Arábia Saudita.

Já no final de Abril, a Vivafit assinou o acordo com o primeiro Master Franchising

Europeu, o que aconteceu na Polónia. O acordo contempla um investimento de

cerca de dois milhões de euros para a construção de 22 ginásios até 2018. ‹

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