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Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 1
Nº 176 › Mensal › Junho 2017 › 2.20# (IVA incluído)
CEARÁ AFIRMAR-SE COMO PRINCIPAL DESTINO TURÍSTICO NO NORDESTE BRASILEIRO
Aníbal Reis CostaPresidente da Câmara de Ferreira do Alentejo
Arialdo PinhoSecretário do Turismo do Ceará
Joaquim PeresCEO da Atlanticeagle Shipbuilding
Antiguidades em AltaAntónio Luís Reis Gomes, Administrador da Antiquoeste, empresa com sede em Torres Vedras, é um dos maiores símbolos em Portugal no comércio de antiguidades, um negócio marcado pelo profissionalismo, mas também pela elegância e bom gosto. Com clientes em todo o território português, a empresa vende cada vez mais a estrangeiros rendidos à antiga arte portuguesa.
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2 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017 Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 3
Editorial
A divulgação dos resultados obtidos por Portugal no primeiro trimestre
de 2017, com o PIB a crescer 2,8%, um valor muito superior ao que o
país estava acostumado desde há praticamente uma década, levou a que
muitos tenham passado quase a um estado de euforia. Julgo que a situa-
ção da economia portuguesa não deverá dar azo a estados de euforia,
longe disso, mas sem duvida que os números alcançados são dignos de
registo e são para serem sublinhados pela sua importância e pelo sinal
de confiança que dão a todos os que pretende ou admitem vir a investir
em Portugal.
As razões apontadas como tendo sido de maior relevância para o núme-
ro alcançado quanto ao crescimento da economia portuguesa, mostram
a importância fundamental das exportações e do investimento privado,
sendo de sublinhar, no que às exportações diz respeito, tanto para a pro-
gressão das exportações de bens, mas essencialmente das exportações
de serviços. Aqui, com um papel preponderante e liderante do turismo,
que se revela hoje como o verdadeiro motor da economia portuguesa, e
talvez seja um case study que outros países devem olhar e estudar com
atenção, sobretudo alguns países de língua portuguesa.
Como sublinhámos acima, para além do lado tangível, e isso é muito
importante, dos números alcançados, é igualmente relevante sublinhar
o sinal de confiança no progresso sustentado da economia portuguesa,
até por uma série de revisões que estão a ser feitas por várias instâncias
nacionais e internacionais, que admitem inclusivamente, embora seja
um cenário difícil, que a economia portuguesa possa vir a crescer no
final de 2017 um valor superior a três por cento.
Portugal precisa de mais investimento, seja nacional, seja estrangeiro, e
para além do fundamental clima de segurança de que felizmente o país
está a viver, os números e a robustez do crescimento económico são fun-
damentais para que os investidores se sintam seguros a investir em Por-
tugal. Esta é a altura certa para se investir em Portugal, tanto para quem
quer vir para aqui viver, bem como para muitos que olham o nosso país
como um país de oportunidades concretas e onde se poderão fazer bons
negócios, com vantagens e rentabilidades apreciáveis.
JORGE GONÇALVES ALEGRIA
Um crescimento que dá mais confiança
Ficha TécnicaPropriedadeEconomipress – Edição de Publicações e Marketing, Lda.
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Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 54 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
Grande Entrevista
ÍndiceAntónio Luís Gomes, é o Administrador da An-
tiquoeste, uma das mais prestigiadas empresas
portuguesas na área da aquisição e comerciali-
zação de antiguidades e de peças mais modernas
e atuais. Localizado na cidade de Torres Vedras,
onde possui duas lojas de apreciáveis dimensões,
a empresa é fruto do empenho, dedicação e «mui-
to trabalho de um conjunto de pessoas que vivem
esta atividade com grande paixão e entusiasmo»,
salienta o principal responsável da Antiquoeste,
que é coadjuvado pela sua filha, Leila Gomes, cuja
energia e jovialidade transborda no atendimento
ao cliente e que contribui para o sucesso desta
empresa do Oeste.
Pág. 16 a 20
Recentemente, o primeiro-Ministro
António Costa esteve em Cantanhe-
de para inaugurar mais uma fase do
projeto Biocant, o já célebre Parque de
Biotecnologia de Cantanhede. A PAÍS €CONÓMICO entrevistou o presi-
dente da Associação Empresarial de
Cantanhede, bem como uma das mais
importantes e históricas empresas loca-
lizadas na zona industrial daquele con-
celho do distrito de Coimbra, a Sobrais,
uma empresa moderna e cada vez mais
moderna, atualizada, e que encontrou
no mercado espanhol uma porta muito
importante em termos de exportação.
Pág. 6 a 11
Ainda nesta edição…
12 Transportes Malau crescem em importância na economia portuguesa
34 Vila Galé cresce no Ceará
36 Pará mira empresas industriais portuguesas
38 Câmara de Ferreira do Alentejo quer fazer crescer parque empresarial
42 Cotesi está cada vez mais internacionalizada
46 Estaleiros do Mondego na Figueira da Foz construíram embarcação para Timor
50 Vila Velha de Rodão atrai nova indústria papeleira
50 Paínhas cresce em França
Grande Plano
Nesta edição voltamos a apresentar um dossier especial sobre o estado brasileiro do Ceará,
um dos maiores expoentes do turismo no Nordeste do País. Destaque para a entrevista do
Secretário de Estado do Turismo e do Presidente da Associação da Rota das Falésias, uma
zona do litoral cearense em grande destaque e que, em tempos já teve marcas da hotelaria
portuguesa lá a operar. Poderá ser tempo de voltar e aproveitar esse grande potencial.
Pág. 21 a 35
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 76 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› GRANDE PLANO
Luís Roque, Presidente da Associação Empresarial de Cantanhede
«Promovemos o desenvolvimento económico do concelho»
Criada a 17 de Maio de 1994, a Associação Empresarial de Cantanhede tem como
principal missão promover o desenvolvimento económico do concelho. Mas em entrevista
que concedeu à PAÍS €CONÓMICO, Luís Roque, presidente da AEC referiu que as
vertentes social, técnica e cultural são também importantes na vida da sua associação.
«É a AEC que realiza o interface entre o tecido empresarial e os diversos órgãos da
administração pública, contribuindo deste modo para a resolução dos problemas dos
empresários do concelho de Cantanhede», sublinhou Luís Roque.
TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › CEDIDA PELA AEC
O presidente da AEC está satisfeito com o apoio que a sua
associação tem conseguido prestar até agora, e deu como
exemplo os sistemas de incentivos regionais, que segun-
do Luís Roque constituiram a primeira grande medida levada a
cabo pela AEC, mas que não abrangiam o concelho de Cantanhe-
de.
«Fomos a Lisboa, pressionámos as instâncias e estas medidas
passaram a abranger Cantanhede, como foi o caso do programa
PME investimento. Mas estas foram
medidas antigas, conduzidas pela AEC
há cerca de vinte anos atrás», referiu
Luís Roque.
Numa alusão ao tecido empresarial do
concelho de Cantanhede, Luís Roque
foi direto à questão.
«Não vou dizer que no período entre
2008 e 2011, em que uma boa parte das
empresas portuguesas viveu períodos
de grandes dificuldades, não se regista-
ram insolvências. Houve insolvências,
sim, mas nada que se compare àquilo
que se passou à escala nacional», refe-
riu o presidente da AEC para adiantar
a propósito um esclarecimento impor-
tante.
«Cantanhede tem um tecido empre-
sarial que está bem organizado, que é
forte, que tem sabido modernizar-se, que se tornar competitivo
em Portugal e internacionalmente e que tem alguma solidez. E
como já na altura da crise tinha alguma solidez conseguiu supor-
tar melhor os seus efeitos», sublinhou Luís Roque, que chamaria
a atenção para um outro facto importante.
«Esta vontade de vencer as dificuldades e enfrentar os desafios
que permitiriam o regresso a melhores dias, foi uma decisão to-
mada pelos empresários da região com o apoio incondicional da
AEC, nomeadamente ao nível da informação», sublinhou Luuís
Roque, lembrando as dificuldades por que passou o comércio tra-
dicional.
«Na altura da crise, aquele comércio tradicional que não estava or-
ganizado, que não se modernizou e, como tal, não estava prepara-
do para o que aí vinha, sofreu bastante
e uma parte desse mercado tradicional,
mesmo o de características familiares,
teve de fechar portas…», não esconde
Luís Roque. Para além do programa
Formação PME, a AEC em colaboração
com o Município de Cantanhede tem
em marcha o Cantanhede Go, uma apli-
cação para telemóvel que ajuda quem
visite o concelho, «a conhecer e viver
Cantanhede. «Através desta aplicação
ficamos a saber o que visitar, onde co-
mer e beber, onde dormir, onde com-
prar e ter acesso a outras informações
úteis, esclareceu o presidente da AEC.
A Associação Empresarial de Canta-
nhede tem ainda nos seus objetivos
promover o fácil acesso das empresas
à informação, nos mais diversos domí-
nios, e sensibiliza-as para as oportunidades e ameaças com que se
depara.Além do mais é ela que realiza o interface entre o mtecido
empresarial e os diversos órgãos da administração pública, contri-
buindo deste modo para a resolução dos problemas dos empresá-
rios do concelho de Cantanhede. ‹
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 98 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› GRANDE PLANO
Henrique Sobral, Administrador da SOBRAIS – Fábrica de Radiadores e Componentes Termicos, Lda.
«Os nossos serviços dão prioridade à excelência»
A SOBRAIS está situada na Zona Industrial de Cantanhede, é uma empresa de raíz
familiar de grande prestígio que se dedica em particular ao fabrico e construção de
radiadores para automóveis, camiões, máquinas e outros usos, e que ao longo dos
seus anos de vida se especializou no fabrico de radiadores e permutadores para fins
industriais e maquinaria pesada, incluindo sistemas de refrigeração de óleos e outros
fluídos, área onde é líder nacional. Em entrevista que concedeu à PAÍS €CONÓMICO,
Henrique Sobral, administrador da empresa e que se fez acompanhar de seu filho André
Sobral, também administrador e que representa a terceira geração, deixou claro que
«atingir índices de elevada qualidade e serviços de excelência» são objetivos que se
procuram no dia-a-dia da vida da empresa. «Uma das prioridades é prestarmos serviços
de excelência», sublinhou Henrique Sobrais, cuja empresa de que é administrador é
também especialista em ninhos de radiadores para veículos e máquinas agrícolas.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA SOBRAIS
A SOBRAIS – Fábrica de Radia-
dores e Componentes Térmicos,
Lda foi criada em 1978, mas a
sua história começou vinte e nove anos
mais cedo, em 1949, quando Henrique
Sobral, pai do nosso entrevistado, e seu
tio Carlos Sobral, ambos com um passado
muito ligado à indústria de latoaria, resol-
veram tornarem-se sócios e criarem uma
pequena oficina na qual já reparavam ra-
diadores para soldar roturas de metal.
Foi nesta área que concentraram a sua
atividade, inicialmente apenas como re-
paradores, mas com o objetivo de um dia
poderem vir a fabricar.
Segundo nos confidenciou Henrique
Sobral, sendo os seus familiares pessoas
com um vastíssimo know-how nesta área
de atividade, «já naquele tempo e através
de sistemas perfeitamente artesanais con-
seguiram a proeza de fabricar o ninho de
radiador, que constituiu uma grande vitó-
ria se levarmos em conta a época em que
tudo isto se passou…», realça Henrique
Sobral.
E pretendendo valorizar ainda mais o es-
pírito inovador dos seus familiares, Hen-
rique Sobral lembra que estes ninhos que
o seu pai e o seu tio fabricavam de ma-
neira artesanal, já eram fabricados com
maquinaria importada por um fabricante
de renome – a J.Deus -, que já teve sede
em Lisboa e que hoje ainda está em Sa-
mora Correia», salienta o nosso entrevis-
tado, para lembrar logo de seguida que o
pioneirismo dos seus familiares não foi
só em dedicarem-se a produzir uma peça
que não existia, mas enveredarem por um
sistema que era o mais evoluído na altura.
Com as mortes prematuras do pai de Hen-
rique Sobral e de seu tio Carlos Sobral, o
atual aministrador da Sobrais chamou a
si a responsabilidade do projeto, passan-
do a contar desde 2003 com a preciosa
colaboração de seu filho André Sobral,
ele também administrador da empresa,
e que veio assegurar o trabalho até agora
desenvolvido e procurar manter a Sobrais
numa referência neste setor de atividade
a nível nacional. Com a entrada de André
Sobral a Sobrais entrava na terceira gera-
ção.
«Os protagonistas de toda esta inovação
eram conhecidos pelos Sobrais, e foi a par-
tir do trabalho desenvolvido nesta mesma
oficina criada em 1949 (curiosamente o
ano em que nasci) que em 1978 nasceu
a SOBRAIS, uma empresa genuinamen-
te familiar. Eu, o meu irmão e na altura
um cunhado meu, com o apoio do meu
pai (porque nós não tínhamos meios),
arrancámos para a formação da Sobrais,
iniciando-se quase em simultâneo a cons-
trução do edifício localizado na ZI de Can-
tanhede e onde estão instaladas a sede e
toda a parte produtiva da empresa», lem-
brou Henrique Sobral.
Complexidade na aquisição de matéria-primaNo início da Sobrais muita coisa houve
que levar por diante. E Henrique Sobral
ajuda-nos nesse esclarecimento.
«Tivemos em simultâneo que dar início
ao desenvolvimento do projeto de aqui-
sição de equipamentos e à aquisição de
matérias-primas», revive o administrador
da Sobrais, lembrando também que hoje
existem dois ou três fabricantes a nível
nacional, quando já chegaram a haver dez.
«Esta é uma área muito específica, até
porque se eu pretender comprar uma má-
quina para fabricar qualquer elemento de
um radiador, essa máquina não existe em
stock em nenhuma parte do mundo. Há
fabricantes, mas que só fabricam por en-
comenda. E no que respeita à matéria-pri-
ma a situação é idêntica. Neste momento
só existem dois produtores de matéria-pri-
ma para esta indústria na Europa, e se pre-
cisarmos de uma bobine de fita de cobre
para utilizarmos na produção (e nós com-
pramos essa matéria-prima às toneladas)
não há nenhum fabricante ou até armaze-
nista europeu que tenha uma bobine em
stock. E isto porque cada fabricante tem
as suas especificidades. Portanto, cada vez
que necessitamos de importar matéria-
-prima, temos de programar essa compra
com três meses de antecedência, ou seja:
fazemos hoje a encomenda e só três me-
ses depois é que ela entra na nossa fábri-
ca…», pormenorizou Henrique Sobral.
Hoje em dia o principal objetivo da pro-
dução da Sobrais são as máquinas agríco-
las, modelos automóveis e de camiões da
década de 2000 para trás e a maquinaria
pesada de construção civil (por exemplo
máquinas de terraplanagem), setor que
no entender de Henrique Sobral foi sem-
pre uma aposta e uma prioridade dentro
da empresa, aproveitando o período áureo
das obras públicas em Portugal.
Líder nos radiadores de maquinaria pesada«Esta foi uma área em que a Sobrais se
vocacionou desde o seu início e que aca-
bou por ser o grande sustentáculo do seu
desenvolvimento, e ainda hoje continua
a ser…», salientou Henrique Sobral, para
a este propósito fazer um breve reparo:
«Como na altura ninguém teve a coragem
André Sobral e Henrique Sobral, administradores da Sobrais.
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 1110 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› GRANDE PLANO
Crioestaminal investiu 2,8 milhões em CantanhedeA Crioestaminal, localizada no
Parque Biotecnológico de Can-
tanhede, anunciou que nos últi-
mos 12 anos realizou um investimento de
2,8 milhões de euros em nove projetos na
área de Investigação & Desenvolvimen-
to. Desses, três evoluíram para registo de
quatro patentes em três mercados (Euro-
pa, EUA e China). O investimento realiza-
do contou em 68% com o apoio da União
Europeia.
Fundada em 2003, a Crioestaminal conta
com mais de 80 colaboradores e tem pre-
sença em Portugal, Espanha, Itália e Suíça.
Constituiu o primeiro banco de criopre-
servação em Portugal, e já é o maior na
Península Ibérica e o quarto mais impor-
tante a nível europeu.
Neste momento, a empresa de Cantanhe-
de possui mais de 70 mil amostras reco-
lhidas e criopreservadas desde a sua fun-
dação, sendo o player em Portugal com
maior número de amostras resgatadas e
transplantes realizados, com 13 utiliza-
ções em oito crianças.
A Crioestaminal promove um trabalho de
referência na terapêutica com células esta-
minais, com duas patentes internacionais
registadas e vários projetos de investiga-
ção em curso. Investe, ainda anualmente,
cerca de 10% do seu volume de negócios
em Investigação & Desenvolvimento.
Segundo Carla Cardoso, diretora do depar-
tamento de I&D, «a Crioestaminal nasceu
como um banco de armazenamento de
células estaminais, no entanto, temos vin-
do a diversificar a nossa atividade e, atual-
mente, além do armazenamento, estamos
também focados no desenvolvimento de
produtos de terapia celular avançada. A
este nível já temos quatro metodologias
patenteadas, três das quais referentes a
produtos que advêm de células estami-
nais do sangue do cordão umbilical. Estes
resultados só são possíveis graças ao forte
compromisso da empresa no investimen-
to em I&D». ‹
de investir nesta área, a Sobrais fê-lo e acabaria por chamar a si
a liderança do mercado de radiadores para maquinaria pesada»,
justificou Henrique Sobral.
Referindo-se concretamente ao percurso da Sobrais, o nosso en-
trevistado disse:
«O nosso “São João” foi o período das autoestradas, porque to-
das as grandes construtoras já se tinham equipado com grandes
máquinas para fazer face às empreitadas, mas não conseguiam o
apoio da parte da principais marcas mundiais de sobressalentes
na área dos radiadores.
E estamos a falar do período entre 80 e 90», recorda o adminis-
trador da Sobrais, acrescentando que atenta a estas dificuldades, a
empresa desenvolveu um fabrico exclusivocom aquela finalidade
que, na opinião de Henrique Sobral «tinha de ter uma certa ro-
bustez e a que muito valeu o grande know-how que adquirimos
ao longos dos anos».
Bem posicionada em EspanhaDentro da Sobrais há um preocupação constante em crescer de
uma forma sustentável. E isso tem sido conseguído com o em-
penho de todos os que trabalham na empresa e é fruto também
da grande veia inovadora que existiu desde sempre na Sobrais
dentro das áreas onde opera. E como não podia deixar de ser, esta
empresa de Cantanhede não esquece a internacionalização, tendo
já realizado muitas exportações para o mercado externo, nomea-
damente para Espanha.
É o próprio administrador Henrique Sobral a lembrar que a So-
brais já tinha em Espanha um cliente que funconava quase como
um distribuidor, quando foi abordada por aquele que é o maior
fabricante de radiadores espanhol.
«Hoje, dizemos com orgulho, satisfazemos diariamente pedidos
de produtos produzidos pela Sobrais para aquele país vizinho, e
que ali são colocados com a máxima rapidez», sublinha.
Certificada com a ISO 9001:2000, a Sobrais é uma empresa que
procura estar prevenida em relação ao futuro.
«Temos tido essa preocupação ao longo dos anos, porque sabe-
mos que para continuarmos a ser a empresa competitiva que
hoje somos, temos de estar atentos a tudo o que se passa no setor,
temos que nos preocupar com a vertente da qualidade e de for-
necermos aos nossos clientes produtos de excelência. Queremos
com isto honrar o nome da Sobrais e aqueles que, embora tendo
partido, criaram as raízes que permitiram que a Sobrais seja a
referência que é hoje a níval nacional e internacionalmente», con-
clui Henrique Sobral. ‹
André Gomes, presidente da Crioestaminal
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 1312 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› GRANDE PLANO
Manuel Águeda e Laurinda Águeda, Administradores da Transportes Malau
«O nosso sucesso foi construído com muito trabalho»
A Transportes Malau comemorou a 7 de Setembro de 2016 os seus primeiros 25 anos
de vida. Referência nacional nos transportes de carga geral, contentores, manuseamento
de carga, armazenagem e logística, esta empresa com sede em Crestins, Maia, tem
tido ao longo dos anos um crescimento sustentável. Em entrevista que concedeu à
PAÍS €CONÓMICO, Manuel Águeda, Administrador dos Transportes Malau, que se
fez acompanhar de sua mulher Laurinda Águeda, também Administradora e de uma
das suas três filhas, Marta Águeda, Gestora Informática, fez questão de referiu que
o trabalho e o muito sacrifício têm sido os pilares fundamentais que permitiram aos
Transportes Malau atingirem o estatuto de excelência que granjeia hoje. «O trabalho,
o sacrifício, e a dedicação de todos os que diariamente dão o seu contributo precioso à
empresa, são elementos que quero destacar, porque são eles que têm contribuído para
a sua sustentabilidade dos Transportes Malau», sublinhou este conhecido empresário
nortenho.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELOS TRANSPORTES MALAU
Quem como nós teve a oportuni-
dade de conhecer e falar com
Manuel Águeda, facilmente se
apercebe que estamos na presença de um
empresário com grande know-how na
área dos transportes de carga geral e ou-
tras áreas ligadas a este core business. E
apercebe-se também que se trata de uma
figura com carisma, que em devido tempo
soube traçar e implementar a estratégia
mais adequada para tornar a Transportes
Malau numa empresa familiar de grande
prestígio no setor e fazer dela uma refe-
rência nacional indiscutível.
Questionado sobre os argumentos que
têm proporcionado todo o sucesso que a
Transportes Malau já granjou nestes mais
de vinte e cinco anos de percurso, Manuel
Águeda é perentório:
«Tudo o que até agora permitiu o sucesso
da nossa empresa é fruto de muito traba-
lho, de muito sacrifício e da muita entrega
da parte das cerca de 100 pessoas que dia-
riamente dão o seu contributo para que a
empresa cresça e se afirme no mercado
pelos serviços de qualidade que ofere-
ce aos seus clientes», sublinhou Manuel
Águeda, que fez questão de sublinhar o
reconhecimento que os Transportes Ma-
lau têm tido nestes 26 anos de existência.
Orgulhosa no seu percurso«Por cinco vezes consecutivas fomos elei-
tos PME Excelência e já por várias vezes
fomos distinguidos com o Prémio PME
Líder», frisou.
De facto, a Transportes Malau recebeu de
2012 a 2016 a distinção de PME Excelên-
cia e no que respeita ao prémio PME Lí-
der, recebeu-o em 2010, 2011 e volta a ser
novamente distinguido com este galardão
em 2017.
«É um percurso que nos enche de orgulho,
que testemunha bem o sucesso da visão
estratégica que temos vindo a implemen-
tar na empresa. Mas estes são sucessos
coletivos, que passam obviamente pelo
valoroso contributo e empenhamento que
recebemos diariamente das pessoas que
trabalham connosco», enfatizou Manuel
Águeda, aproveitando para relembrar nes-
ta entrevista que «Entre os cerca de traba-
lhadores que aqui temos, mesmo assim te-
mos um número interessante de pessoas
que estão connosco desde o primeiro dia,
e isso tem um significado muito especial
para nós», revelou o Administrador dos
Transportes Malau.
Muita atenta à conversa, Laurinda Águe-
da, interveio para salientar «o espírito de
Família» que se construiu ao longo dos
anos nesta empresa da Maia.
«Procuramos que todos os que aqui traba-
lham, o façam com o objetivo de construir
uma empresa cada vez mais próspera,
mais dinâmica, sempre com grande es-
pírito de cumplicidade e responsabilida-
de. E o que nos anima é que este nosso
desejo tem sido possível concretizar com
a colaboração e ajuda de todos que aqui
trabalham, sem excluir os nossos clientes.
Damos particular importância às questões
que dizem respeito ao estreitamento das
boas relações entre colaboradores e res-
ponsáveis pela empresa. E dentro dos pos-
síveis procuramos alimentar um clima de
amizade entre todos. Datas como o Natal,
Páscoa e outras que tenham um simbolis-
mo particular, são encaradas pela Trans-
portes Malau como oportunidades para
confraternizarmos e criarmos um clima
de forte ligação e amizade entre todos»,
esclareceu Laurinda Águeda, também ela
uma pedra fundamental na implemen-
tação da estratégia em curso no seio da
Transportes Malau.
Garantia de continuidadeManuel e Laurinda Águeda têm três fi-
lhas: Ana Águeda, que estuda Economia;
Cristiana Filipe Águeda, que é Médica
Dentária; e Marta Águeda, Engenheira
Informática e que faz parte dos quadros
superiores da empresa.
«Estou perfeitamente integrada na orgâ-
nica da empresa e muito motivada nas
funções que aqui desempenho na área in-
formática. E satisfaz-me saber que, com o
meu trabalho, estou a contribuir para que
a Transportes Malau inove e acompanhe
tecnologias que a tornem uma empresa
mais moderna, mais eficaz e mais com-
petitiva», observou Marta Águeda, que já
representa a segunda geração da empresa.
Frota com 90 viaturasNesta entrevista à P€, Manuel Águeda
lembrou também que uma empresa com
› GRANDE PLANO
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 1514 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› GRANDE PLANO
as características da Trasportes Malau tem
de dar alguma prioridade aos investimen-
tos que realiza na sua frota de camiões.
«Quando iniciámos a nossa atividade,
fizemo-lo com uma só viatura, em 2008 a
nossa frota já tinha atingido as 60 viatu-
ras e hoje ela é composta por 90 viaturas.
Crescemos de uma maneira harmoniosa,
nunca demos passos maiores que as per-
nas, sempre nos preocupámos com o fu-
turo dos nossos colaboradores, e sempre
tivemos bem presente que a sustentabili-
dade deste projeto também está interliga-
do às apostas que fizermos tanto ao nível
da segurança, da formação dos nossos mo-
toristas, das nossas tecnologias de infor-
mação e de gestão, da segurança das nos-
sas viaturas, preservando acima de tudo
o serviço de excelência que diariamente
oferecemos aos nossos clientes, a preços
justos», justificou Manuel Águeda, para a
este propósito dizer: «Houve um tempo
para investirmos na frota, e um tempo
para desviarmos parte desse investimen-
to para as nossas instalações, tornando-
-as mais modernas, mais atrativas e mais
operacionais», sublinhou o fundador da
Transportes Malau.
A Transportes Malau – já o dissemos – é
uma empresa que na sua área procura
distinguir-se da concorrência, proporcio-
nando serviços de elevada qualidade.
«Atuamos estrategicamente no espaço na-
cional – este é o nosso core business – mas
já temos tido experiência no mercado ex-
terno, com maior frequência em Espanha
e esporadicamente em França. Queremos
que o mercado nacional seja o nosso cam-
po de ação, mas sempre atentos a solicita-
ções que possam vir a ser oportunidades
para a empresa. Mas tudo com conta, peso
e medida», resumiu Marta Águeda.
No início da sua atividade a Transportes
Malau funcionou em instalações situadas
em Águas Santas, mais tarde passou a
funcionar em Ermesinde e, só mais tarde,
instalou-se em Crestins, Maia em terrenos
com uma área de 14 mil metros quadra-
dos, onde funcionam os armazéns e escri-
tórios.
«O investimento que realizámos com as
nossas instalações pretende ir ao encon-
tro dos desejos de tornarmos a Transpor-
tes Malau uma empresa cada vez mais
moderna e operacional. Vivemos num
mundo global e temos de estar prepara-
dos para enfrentarmos esses desafios»,
chamou a atenção Manuel Águeda, para
terminar este diálogo com a P€, com um
desejo. «Queremos, como sempre fize-
mos, que a Qualidade e o Serviço conti-
nuem a ser fatores que nos distinguem da
concorrência…». ‹
Hilti eleita empresa mais feliz em PortugalA Hilti Portugal foi a vencedora da edição de 2017 do ranking Happiness Works, ganhando o título de Empresa Mais Feliz em Portugal.
A filial portuguesa, que se dedica ao fabrico de ferramentas e soluções para o setor da construção, foi a mais bem colocada num ranking
que avalia o nível de felicidade na função e na organização dos profissionais das 150 empresas inquiridas.
A Happiness Works é um projeto desenvolvido com base em investigação realizada por universidades em Portugal e Espanha e, desde
2011, data em que arrancou, já inquiriu mais de 12 mil profissionais em Portugal, Espanha e Brasil.
«É com enorme satisfação que verificamos que o esforço que fazemos em manter os nossos colaboradores motivados está a dar frutos.
Esta é a filosofia da Hilti e o nosso objetivo é que quem trabalha conosco se sinta plenamente realizado como profissional e como indi-
víduo», realçou António Raab, diretor-geral da empresa. ‹
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 1716 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› GRANDE ENTREVISTA
António Luís Reis Gomes, Administrador da Antiquoeste
«Esta atividade é para mim um mundo de Paixão»
Fundada há vinte anos atrás, a Antiquoeste tem a sua sede em Torres Vedras, e dispõe
de duas lojas e armazéns de antiguidades que, ao ocuparem uma área superior a 30 mil
metros quadrados são, sem dúvida, um dos maiores espaços do seu género existentes
em Portugal. Em entrevista que concedeu à PAÍS €CONÓMICO, António Luís Reis
Gomes, administrador da Antiquoeste, que se fez acompanhar por Leila Gomes, sua filha
e também administradora desta empresa, reconheceu que que esta atividade é para ele
«um mundo de Paixão» e que o sucesso da Antiquoeste tem sido construído com muito
trabalho, muito empenho, seriedade e também através de uma política de proximidade
com os seus Clientes. «É assim que gosto de estar na vida e é deste modo que pretendo
continuar», sublinhou António Luís Reis Gomes.TEXTO › VALDEMAR BONACHO | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA ANTIQUOESTE
Há 34 anos atrás e com apenas
20 anos de idade, António Luís
Reis Gomes já despertava em si
o gosto e a paixão por antiguidades. Mas
a sua vida como empresário não começou
por esta área. Iniciou-se na venda de pes-
cado porta a porta e já na altura se interes-
sava em adquirir aos seus clientes alguns
objetos antigos que eles tinham em suas
casas e que queriam vender.
«Eu comprava essas antiguidades e vendi-
-as a comerciantes da área», recorda An-
tónio Luís Reis Gomes, fazendo questão
de deixar bem claro que este interesse por
coisas antigas já vem de há muito tempo
e que sempre abraçou este negócio com
muita paixão.
«De manhã fazia a volta e vendia o pesca-
do e horas mais tarde procedia à recolha
dos objetos que adquiria para os vender a
comerciantes especializados na matéria»,
recordou António Luís Reis Gomes, que
aproveitaria o ensejo para sublinhar que
embora gostasse muito de vender peixe e
com isso manter uma proximidade saudá-
vel com os seus clientes, houve um clique
que muito cedo o chamou para o ramo
das antiguidades.
«Todas as velharias que comprava, no
outro dia eram vendidas rapidamente, já
que existia muita gente interessada em
adquirí-las…», sublinha o fundador da An-
tiquoeste, que embora esteja ligado a esta
atividade há cerca de 34 anos, constituíu
a sua empresa há pouco mais de 20 anos.
Antiguidades para todos os gostosA Antiquoeste dispõe de duas lojas onde
expõe para venda antiguidades, velharias,
curiosidades, artigos “Vintage”, pintura,
ferramentas e cantarias, e segundo Antó-
nio Luís Reis Gomes o percurso da empre-
sa tem sido fácil e sempre sustentável.
«É uma área de atividade muito do meu
agrado, direi mesmo que é uma paixão, e
os negócios vão-se fazendo com normali-
dade já que cada vez há mais gente inte-
ressada na aquisição ou venda deste tipo
de artigos.
Os portugueses interessam-se muito por
antiguidades, mas a Antiquoeste também
tem um leque muito apreciável de clien-
tes estrangeiros que procuram nas nossas
lojas o tipo de artigos que vão ao encon-
tro das suas necessidades», revela o nosso
entrevistado, sublinhando logo a seguir
que é variadíssimo o stock de artigos que
a Antiquoeste tem à disposição da sua
clientela.
«É quase impossível falar em número de
peças, mas é um número muito considerá-
vel e muito variável», refere.
A Antiquoeste é dentro do seu ramo de
atividade uma empresa de referência, que
procura diferenciar-se pela qualidade dos
artigos e pelo serviço personalizado que
presta aos seus inúmeros clientes, quer
nacionais, quer estrangeiros.
Clientes em Portugal e no Mundo«Para além de vendermos muito em Portu-
gal, também temos clientes em Espanha,
França, Bélgica, Itália, Argélia, Marrocos
e mesmo para a China», realça António
Luís Reis Gomes», referindo que a boa
localização de todas as instalações da An-
tiquoeste, de fácil acesso, servem na per-
feição quer os seus clientes que venham
do centro, os do norte e os do sul do País.
«Estamos localizados em zonas estratégi-
cas e de fácil acesso, o que satisfaz quem
nos visita», reforça o nosso entrevistado.
«A Antiquoeste é visitada por clientes
que vêm de todas as partes do país, saben-
do que aqui encontram todo o tipo de ar-
tigos que procuram», deixou bem vincado
Leila Gomes, filha do fundador da Anti-
quoeste e que também é administradora
e continuadora legítima dos negócios des-
ta empresa de Torres Vedras, que conta
nos seus quadros com 11 colaboradores,
pessoas que são profundas conhecedoras
deste ramo de atividade e que com a sua
indesmentível simpatia e elevado grau de
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 1918 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
profissionalismo estão sempre prontas
a ajudar e a esclarecer aqueles que esco-
lhem a Antiquoeste para uma visita ou até
para adquirem alguns seus artigos.
O crescimento da Antiquoeste ao longo
dos anos tem sido sempre de uma forma
visível e sustentável, e António Luís Reis
Gomes alia uma boa parte deste sucesso
ao facto de o cliente encontrar sempre ou
quase sempre nos seus espaços aquilo que
procura. «Temos uma enorme diversida-
de de peças, que faz da Antiquoeste uma
das maiores empresas do seu género em
Portugal», lembrou o fundador da Anti-
quoeste.
Segundo o nosso entrevistado este negó-
cio vive da informação que existe em seu
redor. «É através desse tipo de informação
que tomamos conhecimento de pessoas
interessadas em vender peças que guar-
dam há muitos anos e do seu interesse
em vendê-las. Mediante essa mesma
informação, fazemos questão de nos en-
contrármos com essas mesmas pessoas e
negociar com elas. E em muitas das vezes
são essas mesmas pessoas a virem ao nos-
so encontro, pretendendo vender-nos arti-
gos que guardam há muitos anos em suas
casas», realça António Luís Reis Gomes,
que apontaria um outro fator que facilita
a vida da Antiquoeste.
Antiquoeste com abundância de espaço«Nós aqui na Antiquoeste dispomos de
muito espaço, e isso é importante num
ramo de atividade como este. Nós temos
essa facilidade, mas há outras empresas
que não a têm. E tendo nós espaço sufi-
ciente, com mais facilidade poderemos
adquirir e manter stocks mais elevados a
aguardarem oportunidades de negócio»,
esclareceu o fundador da Antiquoeste.
Quem visita a Antiquoeste ficará certa-
mente admirado com a diversidade, qua-
lidade e quantidade de artigos que esta
empresa tem em exposição e stock.
Diríamos que o mais difícil é não encon-
trarem aquilo que procuram, tamanha é
a diversidade. Desde imagens diversas
que marcam épocas distintas, a orató-
rios, retábulos, pinturas, azulejos, altares,
algumas peças de arte-sacra, faianças,
passando até por instrumentos musicais,
louças, mobiliário diverso, espelhos, can-
tarias de grande significado, e até mesmo
caixas registadoras antigas, máquinas de
café e brinquedos. «Ao longo dos anos te-
mos sabido enriquecer cada vez mais os
nossos espaços, tudo com a finalidade de
irmos ao encontro das necessidades dos
nossos clientes», ilustra António Luís Reis
Gomes, para sublinhar que dá uma parti-
cular importância a tudo o que tem a ver
com peças de mobiliário, algumas quase
únicas e que são muito apreciadas por
quem visita a Antiquoeste.
«Como tenho muito espaço, faço questão
de dar particular destaque a este tipo de
peças, algumas de beleza ímpar e por isso
muito apreciadas por quem nos visita»,
justificou.
Distinguida como “Empresa Aplauso 2016”O fundador da Antiquoeste diz que o
passa-palavra é uma prática que se tem
traduzido numa mais-valia determinante
na vida da Antiquoeste, e explica porquê.
«São os próprios clientes que nos visitam
que protagonizam esse passa-palavra.
Visitam-nos, gostam do que observam, a
maior parte das vezes ficam compradores
e, depois, aconselham a quem goste des-
tas coisas uma visita aos nossos espaços»,
refere, para acrescentar ainda que este
passa-palavra também funciona quando
se trata de ser ele próprio o hipotético
comprador. «Por vezes falam comigo e
informam-me que determinadas pessoas
têm peças antigas para vender e que tal-
vez me interessem. Vou vê-las e muitas
das vezes compro-as…», esclareceu Antó-
nio Luís Reis Gomes.
Este empresário de antiguidades diz estar
muito atento a tudo o que se passa em
redor do seu setor de atividade. «A An-
tiquoeste está muito atenta a leilões de
insolvência e acompanha-os muito de per-
to. Nestes leilões encontram-se por vezes
boas oportunidades, e depois há que levar
em conta alguns colecionadores que tam-
bém temos como clientes, que procuram
peças especiais e até quase únicas e que
muitas das vezes acabam por as encontrar
nos nossos espaços», observou o funda-
dor da Antiquoeste, empresa que o ano
passado foi distinguida pelo Millennium
BCP Empresas na categoria de “Empresa
Aplauso 2016”.
António Luís Reis Gomes fez questão de
salientar que embora seja também um ad-
› GRANDE ENTREVISTA
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 2120 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
mirador de Arte Sacra, raríssimas são as
vezes que tem à venda nas suas lojas este
tipo de antiguidades. «Uma ou outra vez
posso ter para venda uma ou outra peça
de Arte Sacra, mas é raríssimo. O que ven-
do mais é mobiliário e para este tipo de
peças temos um mercado em crescimen-
to», deixou vincado.
Atenta à conversa, Leila Gomes, filha do
nosso entrevistado e também administra-
dora da Antiquoeste sublinha que entre os
produtos mais procurados destacaria os
móveis, os produtos “Vintage” «que agora
estão muito na moda», pinturas, pedras e
cantaria. E as mercearias antigas também
têm agora muita procura e é uma área em
que estamos igualmente atentos», referiu
Leila Gomes, esclarecendo ainda que «há
muitos jovens que procuram na Anti-
quoeste parte do recheio das suas casas.
Esses jovens encontram nos nossos espa-
ços uma grande variedade desse material,
e o seu interesse por esta procura é cada
vez maior», salientou Leila Gomes.
A nossa entrevista aos administradores da
Antiquoeste estava praticamente no fim,
mas ainda com tempo para registármos
do seu fundador a promessa de que tudo
fará para que a sua empresa continue a
ser uma referência no setor das antigui-
dades.
«Nada se faz sem trabalho, muito empe-
nho e muita dedicação. E é isso que ire-
mos continuar a fazer para continuar a
elevar o nome da Antiquoeste ao lugar
que já ocupa, privilegiando sempre a qua-
lidade e a diversidade», concluiu António
Luís Reis Gomes. ‹
› GRANDE ENTREVISTA ESPECIAL CEARÁ
Ceará é a princesa turística do Nordeste brasileiro
Secretário Arialdo Pinho sublinha os investimentos no turismo cearense
Darlan Leite destaca as belezas e oportunidades turísticas do litoral leste do Ceará
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 2322 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› ESPECIAL CEARÁ
Arialdo Pinho, Secretário do Turismo do Governo do Ceará
O Ceará é o principal destino turístico no Nordeste brasileiro
O Ceará é um dos principais destinos turísticos de Verão no Nordeste brasileiro para
muitos portugueses e europeus. Arialdo Pinho, Secretário de Estado do Turismo
do Governo do Ceará, em entrevista à País Económico, menciona os importantes
investimentos realizado pelo Governo do Ceará para melhorar as infraestruturas
turísticas do estado, destacando a importância dos novos aeroportos de Jericoacoara
e de Aracati. Sublinha a confiança de que Fortaleza venha a ser escolhida para a
implementação do futuro HUB da Latam no Nordeste, e menciona também a grande
importância da futura Escola de Gastronomia e Hotelaria, já em construção, na
qualificação dos serviços turísticos do Ceará. Por última, destaque natural para o recente
acordo estabelecido pelo governo cearense com um grupo turístico espanhol para a
realização de um grande investimento turístico em Paracuru, e que se eleva a cerca de
670 milhões de reais (cerca de 182 milhões de euros).TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELA SETUR/CE
Como decorreu a recente época alta no turismo do Ceará? Quais os principais indicadores registrados pelo Estado nes-tes primeiros quatro meses de 2017?Ainda não temos dados referentes a 2017.
Mas o número de turistas do Ceará – via
Fortaleza – aumentou 2,5% de 2014 para
2015 e se manteve em 2016, quando o Es-
tado recebeu 3,2 milhões de turistas. Ti-
vemos também bons índices de ocupação
hoteleira (cerca de 70%) apesar da crise
no Brasil.
No período referido, como se comportou a demanda ao Ceará de turistas nacio-nais e internacionais?O número de turistas internacionais se
manteve em torno dos 10% do total. Esse
índice é considerado bom porque vem se
mantendo desde 2014, quando recebemos
a Copa do Mundo de futebol.
Temos oito voos internacionais diretos
(Portugal, Argentina, Colômbia, Alema-
nha, Itália, Estados Unidos, Guiana Fran-
cesa, Cabo Verde). Isso é muito importan-
te para trazer turistas estrangeiros. Temos
um grande atrativo que são nossos ventos
constantes, principal motivo de muitos
europeus escolherem o Ceará como des-
tino.
O turismo internacional do Ceará tem
como principais mercados Itália, Espa-
nha, Portugal, Alemanha e Argentina.
Além de continuar o trabalho com foco
nesses mercados, o Ceará aposta também
na Colômbia, Estados Unidos, Rússia,
Peru, França e Reino Unido.
No segundo semestre do ano passado o trade turístico do Ceará reclamou da es-cassez de promoção governamental do Ceará no interior e no exterior do país. Essa situação já mudou em 2017? Em que medida o Governo do Ceará retomou as ações de promoção do estado visando captar mais turistas para o estado?Nossa estratégia, desde o início desta
gestão, tem sido ampliar a presença nos
eventos do trade turístico e fortalecer a
promoção do destino, tanto no mercado
nacional, como no internacional. A Setur
está trabalhando fortemente nas feiras e
também apoiando as operadoras e inves-
tindo em publicidade para o público final.
Nossa campanha Descubra Ceará – que
teve início no segundo semestre de 2015 –
tem sido veiculada nas principais mídias
(TV, jornais, revistas e internet). Temos
feito ações em aeroportos e shoppings na-
cionais e internacionais.
Acreditamos que Fortaleza será escolhida para o HUB da LatamAinda no primeiro trimestre do ano, aconteceu a decisão da concessão do Aeroporto Pinto Martins, à empresa alemã Fraport, esperando-se que a par-tir de julho a empresa germânica entre decisivamente na gestão da operação do aeroporto da capital cearense. Quais serão os benefícios e repercussões para o turismo no Ceará da entrada da Fraport na gestão do vosso principal aeroporto?
O principal benefício com a chegada da
Fraport é dinamizar o turismo no Estado.
A projeção da Agência Nacional de Avia-
ção (Anac) é de que a movimentação pelo
Aeroporto Pinto Martins suba dos atuais
6,3 milhões de passageiros por ano para
mais de 27,6 milhões em 2046. Mas a
modernização deve impulsionar outras
áreas também, como exportação de frutas,
flores e pescado, que são materiais mais
perecíveis. Outros aeroportos, como o
de Jericoacoara podem ser beneficiados.
A intenção é que a gente comece a fazer
uma interligação maior com Frankfurt. Já
temos um voo semanal com a Condor e
estamos trabalhando para ter o segundo.
A entrada da Fraport poderá acelerar em
benefício do aeroporto de Fortaleza, a escolha pela Latam do seu futuro HUB no Nordeste brasileiro?Logicamente que, com a chegada da Fra-
port, a gente espera subir o patamar de
Fortaleza na disputa pelo HUB da Latam
no Nordeste. A expectativa se justifica
pelo histórico da empresa alemã na admi-
nistração de aeroportos. Ele é responsável
por 24 unidades, distribuídas por Europa,
Ásia e América do Sul (Peru). A empresa é
responsável por um dos melhores equipa-
mentos para aviação no mundo – aeropor-
to de Frankfurt, o 10º no ranking geral.
Além disso, a localização geográfica é algo
que Fortaleza já conta como vantagem im-
portante. Se Fortaleza receber o HUB da
Latam, a instalação do centro de conexão
significará um investimento de 4 biliões
de reais e deve promover a geração de 10
mil empregos diretos e indiretos. Com a
modernização da infraestrutura do aero-
porto, mais companhias aéreas devem ser
atraídas.
Aeroporto de Jericoacoara inaugurado em junhoAinda a nível aeroportuário no Ceará também tem acontecido desenvolvi-mentos com investimentos noutros aeroportos regionais. Que aeroportos foram beneficiados e que impactos isso já está a ter no turismo dessas regiões cearenses?
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 2524 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› ESPECIAL CEARÁ
O Aeroporto de Jericoacoara deve ser
inaugurado e aberto a voos comerciais em
junho. Essa nova etapa tem uma impor-
tância fundamental para o turismo do Li-
toral Oeste, alavancando a economia local,
não apenas de Jericoacoara, mas de outras
praias e destinos da região. O acesso via
Fortaleza também será facilitado, já que
o tempo de viagem vai passar de 4 horas
de carro para 35 minutos de voo. Também
estamos buscando negociar voos para o
Aeroporto de Aracati.
O Governador Camilo Santana declarou recentemente que entre os equipamen-tos do estado do Ceará a concessionar, estará também o projeto ainda inacaba-do do Acquário. Qual é a previsão para a concretização desse processo? Continua a acreditar no potencial de dinamização turístico para Fortaleza e para o Ceará do futuro Acquário?O Acquário Ceará foi incluído no paco-
te de concessões do Governo do Ceará e
deve ficar pronto em 2019. O processo
de concessão está em andamento. A obra
está com 75% das obras de infraestrutura
prontas e cerca de 30% da parte de equi-
pamentos concluída. Será um diferencial
único para divulgar a cidade de Fortaleza.
Vai ser um equipamento com fortíssimo
potencial de incremento no afluxo turísti-
co para o Estado.
Vai aumentar o raio de captação de tu-
ristas, alongando o período de estadia e,
como consequência, os gastos dos visitan-
tes no mercado local. A expectativa é que
o equipamento receba cerca de 1,2 milhão
de visitantes por ano.
Outro importante equipamento a con-cessionar será o do Centro de Eventos do Ceará. Acredita que com essa solução, o estado vai conseguir angariar mais eventos de grande porte para o Ceará? Nesta fase, como avalia o impacto dos eventos que têm sido realizados no Cen-tro para o reforço do turismo cearense?Este ano, o Centro de Eventos já recebeu
30 eventos e um público de cerca de 550
mil pessoas. Há outros 74 eventos confir-
mados para o restante do ano. O número
é equivalente ao total de 2016, apesar da
crise no Brasil. O CEC é o mais moderno
e mais bem equipado centro de eventos
da América Latina, com capacidade para a
realização de 44 eventos simultaneamen-
te e para receber mais de 30 mil pessoas.
São 176.899 metros quadrados de área to-
tal. Já temos eventos agendados até 2020.
Ele é um equipamento essencial para o
turismo.
Primeiro porque permite que haja uma
boa ocupação hoteleira durante o ano
todo, e não apenas durante a alta estação.
Segundo porque o turista de negócios gas-
ta três vezes mais que o turista de lazer
e ainda programa voltar ao local com a
família. A concessão permitirá que uma
empresa conceituada na captação e rea-
lização de eventos possa alavancar ainda
mais esse equipamento de fundamental
importância para o Ceará.
Escola de Gastronomia e Hotelaria em construçãoQue projetos e medidas serão desenvol-vidas ainda no presente ano pela Setur e pelo Governo do Ceará para consolidar o desenvolvimento turístico do estado?Uma ação pensada para o futuro é a Es-
cola de Gastronomia e Hotelaria, que está
em construção pelo Governo do Estado.
A Secretaria do Turismo do Ceará (Setur)
está estudando e avaliando opções para
mudar o patamar de qualidade dos servi-
ços em hotelaria e gastronomia por meio
da administração da escola. Já visitámos
escolas de referência em Portugal e na Suí-
ça com o intuito de realizarmos convênios
com uma delas e mudarmos o padrão de
serviço no Ceará.
Estamos buscando parcerias para termos
uma escola de alto padrão no início do seu
funcionamento, que será em 2018. Este
ano, também daremos início à licitação do
hotel que funcionará ligado à escola.
Ultimamente tem surgido notícias que apontam para a intenção de implemen-tar novos projetos de investimento ho-
teleiro no Ceará. Espera que ainda no decorrer do presente ano sejam concre-tizados, ou pelo menos iniciados, alguns desses projetos hoteleiros?Nós fechamos uma parceria no último dia
11 de maio com a empresa Inversiones
Teneria Empreendimentos do Brasil, de
origem espanhola, para a construção do
complexo turístico-hoteleiro Dunas do Pa-
racuru. O investimento inicial é de 668,5
milhões de reais e o empreendimento vai
contar com dois hotéis âncoras e um par-
que temático. Nosso esforço para atrair
esse empreendimento é para ampliar o
aproveitamento do nosso potencial turís-
tico.
Esse complexo vai incrementar a econo-
mia não só da região de Paracuru, mas de
todo o Estado, pela atração de um maior
número de turistas. Isso sem falar na
quantidade de empregos que vai gerar.
O Dunas do Paracuru abrange uma área
de quase 700 hectares. Serão construídos
resorts turísticos de diferentes tipologias
(hotéis, apart-hotéis e pousadas) com
capacidade estimada em até 5 mil quar-
tos. O complexo contará ainda com uma
ampla oferta residencial turística e áreas
comerciais, esportivas, além de outros
equipamentos de lazer. As obras devem
começar em um ano. ‹
Centro Eventos Ceará
Praia da Lagoinha
Cumbuco
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 2928 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› ESPECIAL CEARÁ
Darlan Leite, Presidente da Arfit – Associação da Rota das Falésias da Indústria do Turismo, além de proprietário dos hotéis Parque das Fontes e Coliseum Beach Resort
O litoral leste do Ceará deslumbra os turistas
Darlan Leite é um dos mais conhecidos rostos do turismo do Ceará e do próprio Brasil.
Já foi presidente e agora é vice-presidente da ABIH-Ceará, e mais recentemente foi
um dos grandes impulsionadores e dinamizadores da criação da Arfit – Associação da
Rota das Falésias da Indústria do Turismo. Em entrevista exclusiva à País Económico,
o presidente da Arfit manifesta o desejo de que o turismo mereça uma atenção e um
desenvolvimento muito superiores do governo brasileiro, mas regista a aposta que o
Ceará tem feito para consolidar o estado como um dos principais destinos no Nordeste
brasileiro. E o litoral leste, onde atua a Arfit, quer ser o destino privilegiado de todos os
que pretendem visitar o Ceará e estender a sua estadia para além da capital do estado
– Fortaleza. Como empresário, Darlan Leite, é proprietário dos maiores hotéis do litoral
leste do Ceará – Hotel Parque das Fontes e Coliseum Beach Resort, unidades com marca
de qualidade e excelência no turismo cearense e brasileiro.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › CEDIDAS PELOS HOTÉIS PARQUE DAS FONTES E COLLISEUM
O turismo deveria constituir a grande aposta do Brasil
como fator fundamental para assegura o seu desen-
volvimento económico de forma sustentável, defende
Darlan Leite, presidente da Arfit, sublinhando que o Ceará, um
dos principais estados turísticos do Nordeste brasileiro é dos que
mais apostam desde há décadas no turismo. «É preciso conti-
nuar e reforçar essa aposta no Ceará, mas entendo que deve-
ria ser o próprio país, através das nossas autoridades governa-
mentais a nível federal, que deveriam apostar muito mais no
turismo do que acontece no presente. Repare, no ano de 2016,
tendo recebido eventos do nível dos Jogos Olímpicos e dos Jogos
Paraolímpicos, recebemos 6,2 milhões de turistas estrangeiros. É
um número irrisório em comparação com
o que recebem outros países, pois o Brasil
dispõe de incomparáveis belezas e magní-
ficas riquezas ambientais, paisagísticas e ar-
quitetónicas, logo, deveríamos receber mui-
to mais turistas do que recebemos. O País
precisa de apostar decisivamente no turis-
mo enquanto alavanca de desenvolvimento,
criação de riqueza e geração de emprego»,
enfatiza Darlan Leite.
Passando das palavras aos atos, entidades
empresariais de cinco municípios do litoral
leste do Ceará – Cascavel, Beberibe, Fortim,
Aracati e Icapuí - juntaram-se para criar a
Associação da Rota das Falésias da Indústria do Turismo (Arfit),
tendo precisamente como elemento central e comum a toda a re-
gião, as falésias, as praias a perder de vista e o sol que encanta os
muitos turistas que demandam a região.
Darlan Leite salienta nesta entrevista à País Económico que a Ar-
fit está a trabalhar em conjunto com as secretarias municipais das
cinco prefeituras da região, bem como com a Secretaria de Turis-
mo do Governo do Ceará, não só para promover a região como
um novo e estruturado destino turístico no estado, mas também
para apontar a necessidade de se encontrarem soluções para faci-
litar a chegada dos turistas à região e na melhoria das infraestru-
turas turísticas de toda a área territorial que vai de Cascavel até ao
limite da fronteira entre o Ceará e o vizinho
estado do Rio Grande do Norte.
A título de exemplo, o líder da Arfit, que é
também Vice-Presidente da ABIH-Ceará, su-
blinhou as negociações encetadas com a em-
presa Guanabara, precisamente para facilitar
o transporte de turistas desde o aeroporto
de Fortaleza até cada um dos referidos cinco
municípios do litoral leste do Ceará. Por ou-
tro lado, Darlan Leite está também confiante
de que o novo aeroporto de Aracati dará um
contributo assinalável para sustentar e con-
solidar a demanda turística em toda a Rota
das Falésias. ‹
Hotéis símbolos do Ceará no Litoral LesteDarlan Leite é o Diretor-Presidente da empresa proprietária dos renomados hotéis Parque das Fontes e Coliseum, este o único de
toda a região que utiliza o sistema de alojamento All Inclusive.
O Hotel Parque das Fontes é o maior e considerado o mais belo da costa leste do Ceará, onde as suas instalações se distinguem
pelo conforto e romantismo, além de uma admirável beleza rústica que encantam todos os visitantes. É um empreendimento em
estilo horizontal, com dois setores, respetivamente, o Atlantis, com 253 acomodações, e o Parque, com 210 acomodações, além de
dispor de 20 salões e 3 salas de apoio a eventos, a maior das quais com capacidade para 1.500 pessoas. O hotel está localizado de
forma estratégica na Praia das Fontes, no município de Beberibe. A praia é banhada pelo Oceano Atlântico e fica próximo à Praia
de Morro Branco, estando a 85 quilómetros do aeroporto de Fortaleza, a capital do Ceará.
Por sua vez, o Coliseum Beach Resort, localizado a pouca distância do Parque das Fontes, é desde há alguns anos uma unidade com
o sistema All Inclusive. Inspirado no famoso Coliseu de Roma, o Coliseum cearense possui 150 apartamentos, distribuídos em
suites Imperial, Superior Plus, Superior e Standard. O hotel conta com 4 salões para eventos com capacidade para 50, 70 e 500 pes-
soas em formato de auditório. De destacar a área de 120 metros quadrados de varanda destinados à realização de coffee break. ‹
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 3130 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› ESPECIAL CEARÁ
As falésias são um presente da natureza que dão ao Ceará
um novo roteiro para atrair e encantar os turistas com
uma variedade de cores, originalidade e beleza. São for-
mas geográficas que resultam do encontro do mar com a terra.
Este fenômeno se apresenta no litoral leste e se enfileira nos mu-
nicípios de Cascavel, Beberibe, Fortim, Aracati e Icapuí, que rece-
bem a denominação de Rota das Falésias e estão preparados para
bem receber os visitantes.
As falésias se apresentam em paredões rochosos de areias colo-
ridas com formas que aguçam nossa imaginação e despertam
os empreendedores locais para desenvolver o turismo, distribuir
renda, gerar empregos e aquecer a economia do Estado. Diante
desta particularidade, o Ceará se redescobre com ações para atrair
turistas com produtos de qualidade e com a integração do visitan-
te com as comunidades e os costumes da região.
Adormecido pelo tempo, este fenômeno da natureza despertou
como elemento básico para a criação da Rota das Falésias, proje-
to que nasceu da iniciativa dos empresários do setor de turismo
de cada município, ganhou forma através do Sebrae/CE e está
recebendo apoio da SETUR – Secretaria de Turismo do Estado
do Ceará, que tem à frente o Secretário Arialdo Pinho, que vê na
interiorização do turismo uma das formas de democratizá-lo, para
As cores do Ceará na Rota das Falésias
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 3332 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› ESPECIAL CEARÁ
as diversas regiões do estado, desta maneira tudo de bom que a in-
dústria turística pode proporcionar, daí a grande aposta e incenti-
vo do secretário à Rota das Falésias. Um dos objetivos do roteiro é
fazer com que o turista permaneça mais tempo no Ceará, conheça
novos lugares e descubra a exuberância da natureza.
Estamos fazendo também parceria com a empresa Guanabara
para viabilizarmos mais uma maneira de transporte de turistas, o
rodoviário, que é mais barato, e passa a ser uma das opções para
diminuirmos os preços dos pacotes e enfrentarmos melhor a crise
que ora vivenciamos.
Cada município tem a sua peculiaridade neste universo de beleza
diferenciada, que se destaca pela existência de outros fenômenos
como dunas, tios, mangues, coqueiros, lagoas, grutas, mar e praias
a perder de vista. Este conjunto de elementos naturais as mais
belas paisagens do Ceará com opções de lazer, conforto e oferta
de esportes náuticos.
Para quem sai de Fortaleza, a Rota das Falésias começa em Cas-
cavel, onde os visitantes encontram as praias de Caponga, Águas
Belas e Barra Nova e se deslumbram no passeio de buggy, que
passa pelo encontro do Rio Mal Cozinhado com o mar, na praia
Águas Belas. As praias contam com pontos de apoio para os turis-
tas, com 22 meios de hospedagem e 42 pontos de alimentação, en-
tre barracas e restaurantes, com opções como a Pousada Jangadas
da Caponga e o Restaurante Delícias das Jangadas.
As praias de Cascavel
têm tradição pesqueira
e oferecem uma boa
gastronomia com pei-
xes e frutos do mar.
Um diferencial deste
município é a sardi-
nha, peixe que deu
origem a um festival
gastronômico no mês
de novembro.
O município seguinte
é Beberibe, que tem a
maior concentração de
falésias nas praias de
Morro Branco e Praia
das Fontes e diversifica
os atrativos em outras
paisagens litorâneas. É
o caso de Uruaú, que
além da praia, conta
com a lagoa do mesmo nome em harmonia com o mar. É um
recanto de muita paz que está sendo descoberto pelos amantes
do kitesurf de vários países, onde inclusive, existe uma escola de
kitesurf e uma pousada de charme (Zebra Beach) de propriedade
do empresário italiano Kicco Rissi.
Morro Branco ganhou da natureza um agrupamento de formas
rochosas, denominadas oficialmente de Monumento Natural das
Falésias. O espaço é Área de Proteção Ambiental (APA) e uma
referência na rota, com 12 cores de areia encontradas num pas-
seio guiado por caminhos estreitos, num labirinto entre paredões
rochosos que desafiam o tempo e despertam a imaginação. A gas-
tronomia se apresenta nas barracas instaladas à beira-mar e nos
pequenos hotéis. Uma boa oferta de peixes e frutos do mar (lagos-
ta e camarão) o turista encontra na Barraca Areias Coloridas, onde
você será atendido pelo proprietário Luziano Batalha.
A Praia das Fontes tem a maior rede hoteleira da região e se defi-
ne pelas fontes de água doce que descem das falésias. A variedade
de atrativos é formada de dunas, lagoas e grutas no meio de uma
paisagem que já foi cenário de novela e de outros programas de
TV. A estrutura hoteleira do município junta simplicidade e con-
forto em grandes e pequenos hotéis e pousadas. São 42 estabele-
cimentos de alimentação e 34 meios de hospedagem. Esta praia
abriga o Coliseum Beach Resort, o único hotel com o sistema All
Inclusive na região, e o Hotel Parques das Fontes, com amplas
instalações e um parque aquático com brinquedos infantis.
O município seguinte é Fortim, instalado à margem do Rio Jua-
guaribe, que se encontra com o mar nesta localidade. O rio guarda
muitas histórias das populações ribeirinhas e está sendo usado
para passeios em meio a uma vegetação rica em fauna. Um dos
atrativos do passeio no rio é o Canal do Amor. As praias entram
no roteiro do turista nesta bela vila de pescadores. Fortim tem 32
pontos de alimentação e 11 meios de hospedagem, entre outros,
o Vila Selvagem Hotel.
Beleza, história e encantamento estão na parada seguinte, no
município de Aracati, que abriga a famosa Canoa Quebrada, di-
ferenciada por sua vida noturna na rua principal – “Broadway”
– e pelas praias com cenário de dunas e falésias. A cidade tem
edificações do século XVIII, herança da colonização portuguesa.
O visitante encontra 65 meios de hospedagem e 54 pontos de ali-
mentação. Em Canoa Quebrada estão vários hotéis, como o Falé-
sia Praia Hotel, e a barraca Chega Mais Beach.
A Rota das Falésias chega a Icapuí, na divisa do Ceará com o es-
tado do Rio Grande do Norte. O litoral é formado por praias de
águas calmas e tem uma culinária rica pela pesca da lagosta. São
várias praias estruturadas para receber o turista. A força das falé-
sias está na praia de Ponta Grossa. São 32 meios de hospedagem
e 44 estabelecimentos de alimentação. Uma boa pedida é o Hotel
Casa do Mar.
Dotada de belas praias e boa estrutura de serviços, a Rota das
Falésias despertou o interesse da operadora CVC, que está co-
mercializando o destino em todo o Brasil. Para unir forças em
sua operacionalização e promover a região, criamos a Associa-
ção da Rota das Falésias da Indústria do Turismo (Arfit), que
tenho a honra de presidir. Dezenas de associações e cooperati-
vas congregam várias categorias profissionais: barracas de praia,
empreendedores turísticos, bugueiros, taxistas e moto taxistas,
todos empenhados em oferecer um bom serviço para encantar e
fidelizar os visitantes. ‹
Canoa Quebrada
Praia de Icapuí
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 3534 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› ESPECIAL CEARÁ
Vila Galé continua a consolidar presença no Ceará
A principal bandeira hoteleira portuguesa no CearáEm outubro de 2001 foi inaugurado
o Hotel Vila Galé Fortaleza, a pri-
meira unidade hoteleira do grupo
Vila Galé em território brasileiro. A par-
tir da beira da Praia do Futuro, na capital
do Ceará, o grupo hoteleiro liderado por
Jorge Rebelo de Almeida começava a sua
aventura empresarial no Ceará e no Bra-
sil. A partir dessa data, já lá vão 16 anos,
a marca progrediu no próprio Ceará e em
vários outros estados brasileiros.
Depois do Vila Galé Fortaleza, o grupo in-
vestiu em Salvador e Guarajuba, na Bahia,
passou depois por Angra dos Reis (estado
do Rio de Janeiro) e Cabo de Santo Agos-
tinho (Pernambuco), mas voltou já nesta
década ao Ceará para investir no Hotel
Vila Galé Cumbuco, um All Inclusive de
alta categoria e que rapidamente se trans-
formou um must no turismo cearense e
em todo o Nordeste brasileiro. Após o in-
vestimento na unidade hoteleira do Cum-
buco, a Vila Galé colocou a sua marca na
própria cidade do Rio de Janeiro, e cons-
trói neste momento um grande resort em
Touros, no Rio Grande do Norte.
No Ceará, depois do Vila Galé Fortaleza e
do Vila Galé Cumbuco, o grupo inaugurou
no final de novembro do ano passado o
projeto VG Sun, um condomínio residen-
cial em forma de aparthotel com oito blo-
cos tendo sido construídos 352 unidades
residenciais, tanto para primeira como
para segunda habitação. Estas residências
variam entre os 99 metros quadrados e os
39 metros quadrados, além de bengalôs
com 26 apartamentos, de 70 a 139 metros
quadrados. O VG Sun também possui
uma ampla área de lazer, restaurante, bar,
quadra de ténis e polidesportiva, fitness,
piscinas de adulto e infantil, além de um
clube de crianças.
Na zona do Cumbuco, o grupo Vila Galé
ainda possui mais áreas para o desenvol-
vimento de outras estruturas turísticas,
estando a avaliar a oportunidade de reali-
zar um novo investimento, igualmente na
área residencial-turística.
Por outro lado, o grupo continua poten-
cialmente interessado em que alguma
outra marca hoteleira de reconhecida ca-
pacidade e qualidade se possam instalar
futuramente na zona de que dispõe no
Cumbuco, pois dessa forma se poderão
conjugar forças de promoção para atrair
mais turistas para uma região de exce-
lência para o turismo de sol e praia, mas
igualmente para a prática de desportos
como é o caso do Kitsurf, muito procura-
do por turistas europeus. ‹
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 3736 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› LUSOFONIA › Brasil
Feira da Indústria do Pará (Fipa) constituiu um sucesso no maior evento da Amazônia
Indústria paraense mostrou criatividade, inovação e novos investimentos
Referência no Norte do Brasil do Brasil, a Feira da Indústria do Pará (Fipa), a principal
vitrine da força e eficiência do setor, recebeu cerca de 25 mil visitantes no moderno
Centro de Feiras e Convenções da Amazônia, em Belém. O espaço foi construído para
receber grandes eventos nos segmentos de negócios, culturais e científicos na maior
capital da região. A XIII Feira da Indústria do Pará (Fipa), realizada de 3 a 6 de maio,
mostrou em 60 estandes de exposições produtos que o setor produz na tentativa de
superar o atual cenário de dificuldades econômicas do Brasil. A carteira de investimentos
do estado, prevê atingir os 180 biliões de reais em investimentos, já em marcha,
até 2020, o que poderá gerar 190 mil novos postos de trabalho, diretos e indiretos,
reconhece o presidente da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), José Conrado.TEXTO › DOUGLAS DINELLY | FOTOGRAFIA › ISRAEL PEGADO/ASTOM-SETUR
Apenas a título de exemplo da força do setor, em 2016 o
Pará foi o único estado brasileiro a registrar crescimento
da ordem dos 9,5% na produção industrial, de acordo
com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ca (IBGE), lembra o presidente do Sistema Fiepa. O presidente
da poderosa Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson
Andrade, participou do evento e reconheceu o papel da indús-
tria paraense na economia do Brasil com a força da mineração,
agronegócio, cosmético e outros. Áreas com possibilidades de
atrair mais investimentos em um «ambiente de negócios onde
se discute atualmente as reformas trabalhistas e previdenciária»,
ressaltou o presidente da CNI.
Programação – para atender ao interesse dos expositores e expe-
tativa do público visitante, a programação planejada se diversifica
a cada edição bianual. Neste ano, o tema central convergiu para
a importância da “Indústria Criativa” e seus produtos no estado.
Neste contexto, nos três dias do evento houve palestras, rodadas
de negócios, oficinas de capacitação para qualificar mão de obra
e apresentação de cases de sucesso de empresas locais, apresen-
tando as mudanças e vantagens competitivas de seus negócios.
Investidor – o governo do Pará apresentou, entre outros produtos
na feira, o “Manual do Investidor”, instrumento elaborado pela
equipe da Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará
(Codec), com as práticas de atração de negócios e as regras que
facilitam a vida das empresas decididas a se instalar no estado.
O governo também lançou o “Inova Pará”, ferramenta que permi-
te a busca de pesquisa e informações direcionadas às 14 cadeias
produtivas do plano estratégico “Pará 2030”, de acordo com o se-
cretário do Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia,
Adnan Demachki, representante do governador do Pará, Simão
Jatene, na Fipa.
Mineração – outro setor de grande destaque na economia do Pará
e do Brasil, a atividade mineral, tem forte rebatimento positivo na
Balança Comercial do país. O estado exporta Ferro, Cobre, Níquel,
Bauxita, Caulim, Manganês, Silício e Ouro para a China, Japão e
Estados Unidos. Por sua relevância, o segmento se apresenta na
feira com amostras de seus produtos, os projetos de responsabi-
lidade social e ambiental feitos nas comunidades da floresta e da
beira dos rios.
O Sindicato da Indústria Mineral do Estado do Pará (Simineral),
que reúne 17 empresas associadas, comemorou na Fipa dez anos
de criação e atuação em defesa do desenvolvimento sustentável
da mineração com respeito ao meio ambiente e ao homem ama-
zônico.
A direção da entidade também levou à feira a primeira edição do
Prêmio Estadual de Inovação na Indústria Mineral. «O prêmio
é um justo reconhecimento às iniciativas, atividades e projetos
que desenvolvem a mineração no Pará atualmente», comemora o
presidente do Simineral, José Fernando Gomes Júnior.
Rios – já a Secretaria de Turismo do Pará (Setur), em parceria com
a Marinha do Brasil e a Sociedade Amigos da Marinha (Soamar),
apresentou na Fipa o projeto “Rios da Amazônia Livres de Lixo”,
iniciativa de conscientização e promoção de ações socioeducati-
vas e econômicas com as populações ribeirinhas e fortalecer a
Rota Gastronômica da Comida Ribeirinha.
«Neste sentido, estaremos muito brevemente lançando com vá-
rios parceiros a Rota da Comida Ribeirinha, que reúne os restau-
rantes que oferecem os serviços de gastronomia ao longo dos rios,
ilhas e entorno de Belém», revela Adenauer Góes, secretário de
Turismo do Pará. Em relação ao projeto de limpeza dos rios, en-
tende que é preciso saber lidar com a produção do lixo. «É um
projeto singelo que pretende funcionar como uma engrenagem
que vai se desdobrando e passando para as comunidades ribei-
rinhas, que é que mais utiliza o transporte fluvial, a necessidade
de controle do lixo não só na superfície, mas nas profundezas
também», conclui Adenauer Góes. ‹
José Conrado, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Adnan Demachki, secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) do Governo do Pará, José Fernando Júnior, presidente do Simineral, Raul Porto, gerente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), e José Mendonça, vice-presidente da Fiepa
Vice-almirante Alípio Jorge, Sônia Guedes, presidente da Soamar-PA, e secretário do Turismo do Pará, Adenauer Góes
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 3938 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
ra do Alentejo e de vários outros conce-
lhos da região.
Por outro lado, foi também a existência
em quantidade apreciável deste recurso
que é a água que possibilitou a atração de
outras agroindústrias, como foi o exem-
plo muito significativo da instalação no
nosso parque de empresas de Ferreira do
Alentejo de uma empresa de descasque
de amêndoa, que se está transformando
numa outra grande cultura nesta região
do Alentejo. Com a entrada em laboração
dessa empresa, a cultura da produção da
amêndoa passou a ter uma maior sus-
tentabilidade na região, além de que esse
investimento de cerca de 800 mil euros
na referida unidade industrial também
permitiu criar vários novos postos de tra-
balho.
Referiu a importância da instalação de unidades agroindustriais no concelho de Ferreira do Alentejo, mas sabemos que um dos principais espaços de acolhimen-to de empresas ligadas à transformação industrial de produtos saídos das produ-ções agrícolas, precisamente o Parque Agro-Industrial de Penique, está com a sua lotação praticamente esgotada. O Município pretende alargar a breve pra-zo a capacidade de instalação de empre-sas do Parque de Penique?Na verdade, no perímetro do atual Parque
Agro-Industrial de Penique, só temos um
lote disponível, e que aliás tentaremos
alienar brevemente.
Essa é uma zona muito procurada por
investidores para ali instalarem novas
empresas agroindustriais. O Parque cons-
tituiu uma criação ao abrigo de uma le-
gislação criada a título experimental há
vários anos, proporcionando condições
mais rápidas e expeditas de instalação das
empresas nesse tipo de zonas de acolhi-
mento industrial.
Consideramos que será da maior impor-
tância conseguirmos alargar o Parque
Agro-Industrial de Penique, pelo que es-
tamos a desenvolver contatos, tanto com
proprietários de terrenos contíguos ao
atual parque, bem como continuamos a
dialogar com o Ministério da Agricultura
no sentido de assegurar que esse regime
que facilitou essa instalação agroindus-
trial no atual perímetro do parque, possa
se estender quando o próprio parque tam-
bém se estender e tornar maior, podendo
ultrapassar as limitações impostas pela
Reserva Agrícola Nacional e pela Reser-
va Ecológica Nacional. Posso adiantar-lhe
que existe muito interesse empresarial
em investir nessa zona do nosso concelho.
Alargar Parque de Empresas de Ferreira do Alentejo é estratégicoReferia-nos antes de começar esta en-trevista, de que o atual Parque Empre-sarial de Ferreira do Alentejo está tam-bém quase esgotado e que se alguma empresa de grande dimensão se quiser aqui instalar, já não dispõe de uma área contígua no parque para poder acolhê--la. Está previsto o alargamento desse espaço de acolhimento empresarial de Ferreira do Alentejo?
Como sabe, estamos praticamente no fi-
nal do terceiro e nosso último mandato
autárquico à frente do Município de Fer-
reira do Alentejo. Considero que desen-
volver o projeto e as respetivas condições
para o alargamento do Parque Empresa-
rial de Ferreira do Alentejo, constituirá o
maior desígnio deste final de mandato,
não porque isso seja para qualquer espé-
cie de auto satisfação, mas fundamental-
mente porque acreditamos que Ferreira
do Alentejo deverá continuar a apostar de-
cisivamente na atração de empresas para
desenvolver a economia do concelho e da
região, possibilitando com a instalação de
novas empresas igualmente a criação de
emprego, sobretudo emprego mais sus-
tentado e mais qualificado.
Da mesma forma que referimos a respeito
da necessidade de se alargar a área do Par-
que Agro-Industrial de Penique, é essen-
cial alargar o Parque Empresarial de Fer-
reira do Alentejo. Esse é o nosso grande
› AUTARQUIAS
Aníbal Reis Costa, Presidente da Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo
É preciso continuar a atrair novas empresas para Ferreira do Alentejo
A poucos dias de começar uma nova edição da Feira Nacional da Água e do Regadio,
e de concluir o terceiro e último mandato à frente dos destinos da Câmara de Ferreira
do Alentejo, Aníbal Reis Costa, presidente do município, concedeu uma entrevista à
PAÍS €CONÓMICO, onde sublinha a importância da água e do regadio na mudança
do paradigma económico, empresarial e social do concelho e da região, sublinhando que
a atração de mais empresas para o concelho é, e deverá constituir, a grande prioridade
de Ferreira do Alentejo. Por isso, o presidente da Câmara de Ferreira do Alentejo coloca
uma forte tónica na necessidade e importância de proceder ao alargamento do Parque
Empresarial de Ferreira do Alentejo bem como do Parque Agro-Industrial de Penique.
O edil acredita que será pela instalação de novas empresas, que criam riqueza e geram
emprego sustentável e qualificado, que será possível ter uma sociedade mais equilibrada
e socialmente mais justa. Quanto às finanças municipais, «estão equilibradas e já
temos condições para investir, questão fundamental para qualificar o nosso território e
aproveitarmos o atual quadro comunitário para realizar os investimentos necessários ao
desenvolvimento do concelho de Ferreira do Alentejo», finalizou Aníbal Reis Costa.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › ARQUIVO
De 23 a 26 de junho, decorrerá em Fer-reira do Alentejo mais uma edição da Feira Nacional da Água e do Regadio, que além do seu valor intrínseco de mos-tra de produtos e serviços do concelho e da região, também constitui um símbolo da mudança do paradigma económico e produtivo do Baixo Alentejo. Em que me-dida o Alqueva e a água que irriga toda esta região mudaram a paisagem e a economia?Recordo que, quando muitos manifesta-
vam dúvidas e até opiniões contrárias à
concretização do projeto da Barragem do
Alqueva e dos consequentes sistemas de
irrigação, houve quem tivesse a visão e a
determinação de seguir em frente e tenha
concretizado esse grande empreendimen-
to. É evidente que hoje é fácil dizer que
o Alqueva foi uma grande obra e tem de-
sempenhado um papel fundamental na
modernização da agricultura portuguesa,
que não apenas do Baixo Alentejo, e que
tem dado um contributo fundamental
para aumentar a produção agrícola do
Alentejo e do país, possibilitando mesmo
que Portugal tenha passado a exportar
muitos produtos agroalimentares, em
grande medida produzidos e saídos des-
tas terras.
Mostrar o quanto a água e as culturas do
regadio permitiram mudar a economia
e influenciar fortemente a sociedade de
toda esta região, é um objetivo central
da Feira Nacional da Água e do Regadio,
mostrando que Ferreira do Alentejo está
realmente no centro do que é importante,
como é timbre do nosso próprio slogan,
que corresponde a uma realidade visível
e palpável e não a uma qualquer frase pu-
blicitária sem conteúdo.
Os investimentos que o concelho de Fer-
reira do Alentejo tem recebido nesta úl-
tima década, mostram claramente que o
Alqueva demonstrou na realidade uma
grande importância e que possibilitou
uma autêntica revolução na economia re-
gional.
A água trouxe um forte investimento na
cultura do olival, onde o concelho de Fer-
reira do Alentejo ocupa uma posição cen-
tral e determinante, com a existência de
cinco grandes lagares que transformam
no próprio concelho a produção de Ferrei-
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 4140 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› AUTARQUIAS
desafio e o nosso grande objetivo até ao
final deste mandato autárquico, ou seja,
estabelecer todas as condições que permi-
tam que isso venha a suceder no futuro a
curto prazo.
Ao longo dos anos sempre foi defenden-do que o desenvolvimento económico do concelho e da região, deveriam, em certa medida, ser alavancados pela constru-ção da autoestrada do Baixo Alentejo e pelo aeroporto de Beja. A primeira vai finalmente ser concluída, embora num espaço mais reduzido, e o aeroporto de Beja vai finalmente receber a insta-lação da primeira empresa na área da manutenção aeronáutica. Neste final de mandato, como encara o ponto a que chegaram, tanto a autoestrada como o aeroporto?O Município de Ferreira do Alentejo em-
penhou-se muito intensamente para que
o projeto da autoestrada (A26) que deve-
ria ligar o nó de Grândola Sul da A2 até
à rotunda que dá acesso ao aeroporto de
Beja, fosse realmente concretizada. As pe-
ripécias que levaram à não concretização
desse projeto, que reputávamos de enor-
me importância para o desenvolvimento
económico e social de toda esta região, e
cuja visão mantemos, são conhecidas, mas
também relevo que foi por causa da inter-
venção insistente e consistente da Câmara
Municipal de Ferreira do Alentejo, inclusi-
ve ao nível judicial, que vingou a tese, com
a consequente realização da obra, do troço
entre o já referido nó de Grândola Sul da
A2, até uma zona já dentro do concelho de
Ferreira do Alentejo, permitindo que todo
o trânsito que hoje circula no interior da
localidade de Santa Margarida do Sado,
passe pela nova via.
No fundo, não é o que acreditávamos ser
necessário e desejável, mas, ainda assim,
é muito melhor do que a situação que es-
tava recentemente, onde tínhamos obras
não finalizadas, com riscos para a segu-
rança das populações e limitações ao de-
senvolvimento de áreas de culturas que
anteriormente estavam abrangidas pelo
percurso da via prevista até aos arredores
de Beja.
Aeroporto de Beja deve ter um papel importante no paísE quanto ao aeroporto de Beja, será ago-ra que vai descolar?Apesar de se situar noutro município,
ainda assim, Ferreira do Alentejo tentou
sempre dar um contributo para que o ae-
roporto fosse construído, numa primeira
fase, e depois tivesse uma atividade rele-
vante e dessa forma tivesse assegurado a
sua viabilidade.
Neste momento, o aeroporto está cons-
truído e em funcionamento. A questão
de construir ou não construir, está ultra-
passada. A verdadeira questão, é como
aproveitar a infraestrutura em operação.
A instalação da empresa que referiu e
que se destinará ao desmantelamento de
aeronaves, é muito importante, tanto pela
atividade que vai desenvolver, mas sobre-
tudo pelo sinal que poderão dar a outras
empresas, de que é possível e interessante
se instalar no aeroporto de Beja.
Todavia, somos dos que acreditamos que
o aeroporto de Beja tem todas as condi-
ções para constituir uma solução para o
país em termos aeronáuticos e que pode-
ria ser mesmo a alternativa ao aeroporto
de Lisboa em termos de acolhimento dos
voos de várias companhias aéreas, embo-
ra muitos responsáveis deste país digam
que é muito longe de Lisboa. Acreditamos
que não é tanto assim e que Beja deveria
ser um ponto aeroportuário estratégico
neste país.
Do ponto de vista das infraestruturas municipais, o que é que ainda gostaria de fazer?Destacaria, em primeiro lugar, a impor-
tância da construção da nova ETAR de
Ferreira do Alentejo, um investimento de
um milhão de euros e que deverá estar
concluída em 2018. Por outro lado, desta-
co igualmente os investimentos que têm
sido realizados e que vão continuar a ser
realizados na requalificação do parque
escolar do concelho, bem como da rea-
bilitação de vários edifícios no concelho,
a reabilitação e melhoramento de vários
espaços públicos, como são duas rotundas
na entrada de Ferreira do Alentejo, além
das obras que vamos avançar no estádio
municipal, sobretudo ao nível dos balneá-
rios.
Parte de três mandatos na presidência da Câmara de Ferreira do Alentejo com a certeza de que contribuiu para o desen-volvimento deste concelho?Concerteza. Pode não me ficar bem fazer
elogios à nossa atuação, pois quem tem de
a julgar é a própria população, mas gosta-
ria, se me permite, destacar alguns pontos
que considero relevantes. Em primeiro
lugar, ter avançado decididamente com
a estratégia da importância do desenvol-
vimento económico como fator funda-
mental na sustentação económica e social
do concelho. Sem empresas e criação de
riqueza não é possível existir distribuição
de benefícios sociais, e acreditamos na im-
portância de termos uma sociedade social-
mente equilibrada e cultural e economica-
mente desenvolvida. “Ferreira do Alentejo
no centro do que é importante”, ou “Fer-
reira do Alentejo – Capital do Azeite”,
não constituíram meros slogans, antes se
traduziram em realidades que ajudaram
a melhorar exemplarmente a economia e
a sociedade do concelho. É preciso pros-
seguir nesse caminho, e por isso temos
como objetivo fundamental, tal como já
aqui expliquei, o processo tendente ao de-
senvolvimento e alargamento do Parque
de Empresas de Ferreira do Alentejo.
Por outro lado, a par das imensas obras
que realizámos ao longo destes 12 anos
e que contribuíram para a melhoria das
condições de vida das populações do con-
celho, gostaria de destacar a importância
do saneamento e equilíbrio financeiro
da própria autarquia, que nos permitiu
reganhar novamente as condições de in-
vestimento e aproveitarmos devidamente
esta nova fase de aplicação dos fundos co-
munitários. Só com uma autarquia finan-
ceiramente saudável, é possível investir e
contribuir para atrair novas empresas e
atividades económicas para o concelho e
a região. ‹
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 4342 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› EMPRESARIADO
Luís Teixeira, COO da Cotesi, e Carlos Silva, CFO da Cotesi, empresa de Grijó que comemorou meio século de existência
Cotesi é líder mundial na indústria de fios agrícolas sintéticos
Visão, empreendorismo, determinação, tenacidade, trabalho, palavras que poderão ser
endereçadas na perfeição ao empresário Manuel de Oliveira Violas, fundador do Grupo
Violas em 1943, na cidade de Espinho, e que em 13 de março de 1967 fundaria a Cotesi,
o gigante da produção de têxteis sintéticos em Portugal, localizado em Grijó, no vizinho
concelho de Vila Nova de Gaia. Quando acabaram de passar 50 anos sobre o marco
fundador da empresa, a PAÍS €CONÓMICO entrevistou Luís Teixeira, Chief Operating
Officer, e Carlos Silva, Chief Finantial Officer, da Cotesi. Na longa conversa mantida nas
instalações da empresa em Grijó passámos em revista o percurso de uma empresa
industrial que marcou, e continua a marcar, o desenvolvimento industrial do país, bem
como a projeção da nossa indústria no exterior. Luís Teixeira e Carlos Silva destacaram
o percurso empreendido já neste milénio para a diversificação e a internacionalização da
Cotesi, transformando a empresa numa marca global presente em todos os continentes,
mas com Portugal a continuar a ser o epicentro estratégico e de produção industrial,
incluindo a sua forte capacidade inovadora. Os próximos anos, salientaram os dois
responsáveis da Cotesi, ficarão marcados pelo reforço da presença da Cotesi no mundo,
mas também por continuar a investir na modernização industrial em Grijó, aproveitando
todo o potencial aqui construído e desenvolvido.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › PAÍS€CONÓMICO E CEDIDAS PELA COTESI
A A história da Cotesi começou
formalmente a 13 de março
de 1967, quando o empresário
Manuel de Oliveira Violas, fundador do
Grupo Violas, decidiu criar a empresa e
a respetiva unidade fabril em Grijó, con-
celho de Vila Nova de Gaia. Entretanto, a
Cotesi – Companhia de Têxteis Sintéticos,
SA, trazia consigo uma grande tradição in-
dustrial ligada ao fabrico de fios e cordas,
que Manuel Violas tinha desenvolvido a
partir de 1943, ano em que fundou a Corfi,
na cidade de Espinho.
Segundo Carlos Silva, Chief Finantial Offi-
cer, a Corfi desenvolveu desde o início da
sua atividade um forte know how na área
da produção de cordas e fios de sisal, ten-
do ao longo dessas primeiras décadas da
sua existência mostrado uma forte capa-
cidade de produção e exportado os seus
produtos para várias partes do mundo,
com especial saliência, «já nessa altura, as
exportações para o mercado norte-ameri-
cano».
No entanto, adiantou o mesmo responsá-
vel da empresa, «o Comendador Manuel
Violas, que era um homem muito bem
informado e com uma visão muito apura-
da da evolução do mundo e dos negócios,
reparou no grande potencial da produção
de fios sintéticos a partir de matérias-
-primas relacionadas com os produtos
petrolíferos, e se bem o pensou. Melhor
o executou. Criou a Cotesi em março de
1967, que cedo se transformou na princi-
pal empresa do país e uma das principais
a nível mundial na produção de fios sinté-
ticos, além de que completou a sua gama
de produtos com outros ao nível de sacos
e de telas, podendo, dessa forma, apre-
sentar um conjunto de soluções globais
para responder às necessidades dos nos-
sos clientes em todo o mundo», salientou
Carlos Silva.
Entretanto, se é verdade que as duas pri-
meiras décadas da vida da Cotesi decorre-
ram de forma a registar um crescimento
quase ininterrupto, o final dos anos oiten-
ta e depois a década de noventa, vieram
provocar a erosão na competitividade da
empresa, sobretudo porque os produtos
que produzia começaram a ser menos
competitivos e a sofrerem com a forte
concorrência da produção realizada nou-
tras partes do mundo.
Chegados à viragem do século e do milé-
nio, a Cotesi deparou-se com resultados
operacionais negativos ao longo dos úl-
timos anos, e que só eram amortecidos
pelos proventos de participações finan-
ceiras que a empresa detinha noutras
sociedades, como eram os casos do BPI e
da Unicer. Não era, no entanto, possível
prolongar por muito mais tempo essa
situação, pelo que os responsáveis da Co-
tesi entenderam encomendar um estudo
estratégico que permitisse desenhar um
novo quadro estratégico e um recentrar
do posicionamento da empresa em Portu-
gal e no mundo.
2003 marcou um novo tempo na CotesiPartindo da análise de uma empresa que
então faturava anualmente cerca de 50
milhões de euros e empregava 1650 pes-
soas, o resultado desse estudo foi apre-
sentado em 2003, e assumia como vetores
estratégicos uma profunda reorganização
tanto dos produtos que saiam das linhas
de fabricação da unidade de Grijó, com o
fim da produção de alguns produtos, no-
meadamente de sacos e telas sintéticos, e
sobretudo na aposta em novos produtos,
mas fundamentalmente em apostar em
dois novos e fundamentais vetores: inter-
nacionalização e distribuição comercial
direta no exterior.
Lembrando que a assunção do novo po-
sicionamento estratégico da Cotesi coin-
cidiu com a ascensão de Pedro Violas,
Luís Teixeira, COO da Cotesi, e Carlos Silva, CFO da Cotesi
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 4544 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
neto do fundador da empresa, ao cargo
de CEO – Chief Executive Officer, Luís
Teixeira nesta entrevista à PAÍS €CO-NÓMICO adianta que o primeiro passo
significativo dessa nova etapa da vida da
empresa consistiu no investimento na Co-
tesi Brasil, onde passara a deter uma uni-
dade industrial de transformação do sisal,
uma cultura tradicional daquele estado
brasileiro, e a partir da qual passaram a
abastecer de fio de sisal todo o mercado
norte-americano.
A seguir, recorda o COO da Cotesi, a em-
presa decidiu investir também nos pró-
prios Estados Unidos com a aquisição da
Polyexcel, empresa produtora de fios agrí-
colas, que permitiu começar a criar uma
estrutura local, com parceiros americanos,
aportando desde o início resultados posi-
tivos «e muito importantes para a susten-
tação e desenvolvimento dos nossos negó-
cios naquele país, sublinha Luís Teixeira.
Já em 2005, o grupo decide avançar para
a criação de uma start up no estado norte-
-americano do Kansas, no centro do país,
onde em sociedade com três parceiros
norte-americanos, permitiu dessa forma
reforçar a capacidade global de distribui-
ção na América do Norte dos produtos
que o grupo produz em Portugal e no
Brasil, e que distribui outros produtos
de compra e venda, de varias origens no
globo.
No ano seguinte, informa Luís Teixeira,
a Cotesi adquiriu a AMJAY –Ropes and
Twines no Canadá, a maior empresa ca-
nadiana especializada na distribuição de
produtos similares aos quais a empresa
portuguesa já produzia.
A aposta na EuropaA par desta forte expansão em toda a área
da América do Norte, a Cotesi desenvolvia
igualmente a sua estratégia de dominar
os circuitos de distribuição comercial dos
seus produtos no mercado europeu. Luís
Teixeira sublinha que a empresa decidiu
em 2008 realizar um forte investimento
em França, o principal mercado agrícola
europeu e um dos mais importantes a
nível mundial para a Cotesi, tendo então
«adquirido um anterior cliente de há 25
anos da própria Cotesi, mas que, natural-
mente, é diferente entre ser um cliente e
outra é sermos nós próprios a determos o
negócio e a assegurarmos a gestão dessa
mesma distribuição. Foi uma decisão que
se revelou muito acertada e estratégica
para o desenvolvimento da Cotesi nos
mercados francês e europeu», remata o
COO da empresa portuguesa.
Chegados a este ponto, tendo percorrido
um profundo processo de reestruturação
interna, e encetado uma estratégia conso-
lidada de internacionalização e distribui-
ção comercial direta em vários pontos do
globo, a Cotesi aposta agora cada vez mais
na inovação e na capacidade de surpreen-
der o mercado com produtos mais sofis-
ticados e adequados às necessidades dos
clientes. Clientes que eram em 2003 em
número de cerca de 50, e que no presente
já se elevam a mais de 10 mil, enquanto
nessa altura o volume de negócios atingia
apenas os 50 milhões de euros, e em 2015
ultrapassou os 200 milhões de euros. Em
termos globais, o Grupo Cotesi, que abar-
ca 17 empresas, possui cerca de mil e 300
funcionários.
Investir, inovar e desenvolver capacidades própriasNeste momento, adiantam os dois respon-
sáveis que receberam a PAÍS €CONÓ-MICO na fábrica da Cotesi em Grijó, o
principal objetivo do grupo passa por con-
tinuar a investir na modernização tecno-
lógica da unidade industrial em Portugal,
com investimentos previstos de cerca de
11 milhões de euros, de modo a garantir
um crescimento sustentável da empresa.
Mas também para assegurar que a capa-
cidade de inovação da empresa «que é
muito atuante e está a ajudar a Cotesi a
desenvolver produtos e soluções de maior
valor acrescentado, e que tem inclusiva-
mente ajudado os setores mais tradicio-
nais e substanciais na base dos negócios
da empresa a também se desenvolverem,
modernizarem e inovarem», referiu Luís
Teixeira.
Por outro lado, a par dos investimentos
para assegurar que Portugal continue a
constituir o elemento central e funda-
mental no progresso do grupo a nível
mundial, a Cotesi aposta igualmente e de
forma crescente nas capacidades dos cen-
tros de distribuição que o grupo possui a
nível internacional, «não apenas para as-
segurarmos que toda a nossa capacidade
de produção – em Portugal, Brasil e EUA
– consegue ser distribuída e escoada, mas
igualmente com a possibilidade, o que
aliás já acontece, de podermos distribuir
produtos de parceiros nossos, podendo
dessa forma rentabilizar as infraestrutu-
ras e equipamentos que possuímos em
várias partes do mundo e que fazem com
que a Cotesi chegue a todos os continen-
tes do globo», finaliza Luís Teixeira.‹
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Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 4746 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
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Mondego Shipyards, concluiu construção de navio para Timor-Leste
Indústria de construção naval renasceu na Figueira da Foz
O título parece excessivo, mas realmente não é. Depois de anos de dificuldades e de
diminuição da atividade de construção e reparação naval, o ano de 2012 ficou marcado
por uma nova era para os Estaleiros Navais do Mondego, localizados na margem sul
da cidade da Figueira da Foz, precisamente através da concessão da sua gestão e
operação a um conjunto de investidores que acreditaram que poderiam inverter o ciclo
de decadência dos estaleiros fundados em 1944. A nova concessionária – Atlanticeagle
Shipbuilding meteu mão à obra, dotou-se de mais mão-de-obra especializada, traçou
a estratégia de privilegiar contatos com os países de língua portuguesa, e começou a
propor a possibilidade de construir embarcações de que esses países necessitam. O navio
“Haksolok”, destinado a Timor-Leste, é o primeiro exemplar de grande porte construídos
nos estaleiros da Figueira da Foz, mas segundo Joaquim Peres, CEO da Atlanticeagle
Shipbuilding, referiu que novas construções estão a caminho e que os estaleiros agora
denominados “Mondego Shipyards” vão expandir-se e colocar a Figueira da Foz como um
ponto incontornável na construção e reparação naval em Portugal.TEXTO › JORGE ALEGRIA | FOTOGRAFIA › PAÍS€CONÓMICO
Fundados em 1944, refundados em 2012Os Estaleiros Navais do Mondego foram fundados em 1944. Em
1947 saiu dos estaleiros localizados ao sul da cidade da Figueira
da Foz a sua primeira embarcação, no caso um barco destinado
à pesca. Curiosamente, tal como o agora lançado à água “Hakso-
lok”, tinha 71,43 metros de comprimento.
Depois, os estaleiros figueirenses assumiram-se como os princi-
pais construtores em Portugal de navios para a pesca, mas igual-
mente de arrastões, atuneiros, rebocadores, navios de carga geral
e catamarãs de passageiros para clientes nacionais e internacio-
nais. Entretanto, os tempos passaram e a atividade dos estaleiros
foram paulatinamente diminuindo colocando em causa a sua
sobrevivência a longo prazo.
A solução encontrada foi a da aquisição foi a constituição da
Atlanticeagle Shibuilding por um conjunto de quadros da in-
dústria de construção naval portuguesa, que avançaram para
um processo de aquisição dos ativos e concessão das instalações
dos Estaleiros Navais do Mondego.
A operação é integrada num programa mais amplo de investi-
mentos em estaleiros de construção e reparação naval no espaço
da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
A Atlanticeagle Shipbuilding é especializada nas áreas de
construção naval, em alumínio e aço, reparação e conversão de
embarcações e construção de estruturas metálicas de grande
porte. ‹
O passado dia 26 de maio ficou
marcado na já longa história de
73 anos dos estaleiros navais do
Mondego, agora rebatizados de “Mondego
Shipyards”, ao lançar à água o navio ferry
“Haksolok”, cujo destino será Timor-Leste,
o mais recente país de língua oficial por-
tuguesa. Geridos desde 2012 através de
um contrato de concessão pela empre-
sa Atlanticeagle Shipbuilding, este foi o
primeiro grande navio construído desde
então nos históricos estaleiros da Figueira
de Foz, permitindo à empresa portuguesa
um encaixe de cerca de 13,3 milhões de
euros.
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 4948 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
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A cerimónia de batismo e lançamento à
água do “Haksolok”, que em tétum signi-
fica felicidade, teve um forte simbolismo,
com a bênção a ser realizada pelo antigo
bispo de Díli, D. Ximenes Belo, e tendo
como madrinha da embarcação a freira
timorense, Irmã Guilhermina Marchal,
que é madre superiora das Canossianas
Missionárias naquele país do extremo
oriente.
O “Haksolok” foi encomendado pela Auto-
ridade da Região Administrativa Especial
Oé-Cusse Ambeno, um enclave da Re-
pública Democrática de Timor-Leste em
território indonésio, visando melhorar as
ligações marítimas entre a capital do país,
Díli, a ilha de Ataúro e as principais loca-
lidades da costa norte do país, sobretudo
Pante Macassar, a mais povoada dessa re-
gião timorense.
A embarcação possui 71,30 metros de
comprimento, e 12,60 metros de casco,
podendo atingir uma velocidade de 15
nós, ou seja, quase 28 quilómetros por
hora. Desse modo, o “Haksolok” permitirá
ligar Díli a Oé-Cusse em apenas seis horas,
quando o tempo atualmente gasto pelas
embarcações empregues nesse percurso
demoram entre 13 a 14 horas. De referir
que a nova embarcação terá uma tripula-
ção de 22 pessoas, e terá como armador
a própria Autoridade da Região Adminis-
trativa Especial de Oé-Cusse Ambeno. O
navio possui uma capacidade para trans-
portar 377 passageiros e 25 viaturas.
Presente na cerimónia esteve Mari Alkati-
ri, antigo primeiro-ministro do governo de
Timor-Leste, e atual presidente da Autori-
dade da Região Administrativa Especial
de Oé-Cusse Ambeno e das Zonas Espe-
ciais de Economia de Mercado de Timor-
-Leste, referiu que o lançamento à água do
“Haksolok” «é duplamente simbólica. Para
nós, timorenses, porque estamos a lançar
à água um barco que vai melhorar consi-
deravelmente a mobilidade inter-ilhas e
acelerar o desenvolvimento de Oé-Cusse
Ambeno. Para Portugal, porque confirma
o relançamento da construção naval na
Figueira da Foz e demonstra a qualidade
do trabalho que se faz nestes estaleiros». ‹
Joaquim Peres, CEO da Atlanticeagle Shipbuilding
Temos mais navios para construirQual foi o significado da construção do “Haksolok”, hoje lan-çado à água, para a Atlanticeagle Shipbuilding?Uma importância muito grande, não apenas para a Atlanti-
ceagle Shipbuilding, mas igualmente para a Figueira da Foz e
para o próprio setor da construção naval em Portugal.
Qual o valor financeiro que a construção deste navio aporta para a vossa empresa?Cerca de 13,3 milhões de euros.
Vimos aqui muitos trabalhadores jovens vestidos com equipa-
mentos destes estaleiros. Isso significa que depois da entrada
da Atlanticeagle Shipbuilding nos Estaleiros Navais do Mon-
dego, em 2012, tiveram de contratar novos trabalhadores para
aqui laborarem?
Naturalmente que sim. Aliás, nós funcionamos aqui como
um autêntico centro de formação para a indústria naval por-
tuguesa, temos protocolos de colaboração com várias entida-
des, entre as quais a Universidade de Coimbra, o que permite
desenvolver a formação e a qualificação contínua dos nossos
trabalhadores. E veja a alegria com que eles estão celebrando
o lançamento deste navio para Timor-Leste, precisamente por-
que sentiram o quanto importante constituiu a sua interven-
ção e dedicação neste projeto.
Estão previstos novos contratos para Timor-Leste?No “Mondego Shipyards”, nome que agora designamos estes
estaleiros da Figueira da Foz, realizámos a construção de um
navio de grande qualidade. Se me permite, gostava de acen-
tuar e sublinhar esse ponto. Por outro lado, posso adiantar que
estamos, neste momento, a construir dois pontões e respetivos
passadiços. Evidentemente que, no futuro, poderemos, e de-
sejamos que tal possa acontecer, em voltar a construir novas
embarcações para Timor-Leste.
Estes estaleiros possui uma estratégica muito voltada para os mercados dos países de língua portuguesa. Como estão a decorrer os contatos para assegurar contratos de constru-ção e/ou reparação naval nesses países?Efetivamente, uma estratégia essencial para o desenvolvimen-
to da Atlanticeagle Shipbuilding, consiste na aposta nos países
de língua portuguesa, onde acreditamos existirem necessida-
des e oportunidades várias para a construção de embarcações
aos mais diversos níveis. Posso adiantar que existem contatos
muito adiantados em vários desses países e muito brevemen-
te poderemos vir a anunciar a celebração de contratos para
a construção na Figueira da Foz de estruturas e embarcações
para alguns desses países.
Acredita que a construção naval tem futuro em Portugal, e particularmente, aqui, na Figueira da Foz?Sem dúvida nenhuma. No “Mondego Shipyards” temos pes-
soal altamente especializado, temos infraestruturas com capa-
cidade para desenvolver e construir projetos complexos e de
alta qualidade, e que poderão ser de natureza muito diferente,
tanto na construção de ferries, como este que agora finalizá-
mos, como embarcações de pesca, rebocadores, navios de na-
tureza militar ou até grandes estruturas e equipamentos de
diversa natureza.
Para atingir os nossos objetivos estamos a ponderar o alarga-
mento destes estaleiros e a introduzir capacidade para abarcar
outras áreas de construção naval que atualmente ainda não
desenvolvemos.
A indústria de construção naval em Portugal tem presente e
nós da Atlanticeagle Shipbuilding estamos a dar um contri-
buto para desenvolver esta atividade de grande importância
para o país. ‹
Ao centro, Mari Alkatiri, presidente da Autoridade da Região Administrativa Especial de Oé-Cusse Ambeno
Junho 2017 | PAÍS €CONÓMICO › 5150 › PAÍS €CONÓMICO | Junho 2017
› A FECHAR
Embaixador do Brasil visitou ZILS e BlueBizO Embaixador do Brasil, Luiz Albero Figueiredo, visi-
tou no passado dia 16 de maio, a ZILS – Zona Industrial
e Logística de Sines, bem como o próprio Porto de Si-
nes, tendo depois visitado o BlueBiz – Parque Empre-
sarial da Península de Setúbal, bem como igualmente
o Porto de Setúbal.
O diplomata brasileiro que está em Portugal desde ou-
tubro do ano passado, teve a oportunidade de visitar
demoradamente as duas zonas empresariais sob a res-
ponsabilidade da Aicep Global Parques, assim como os
respetivos portos que lhes dão apoio e suporte. De re-
ferir que em Setúbal, o embaixador brasileiro e a comi-
tiva que o acompanhou ainda visitou outros terminais
portuários bem como a área logística Sapec Bay. ‹
Paínhas ganha contrato em FrançaA Paínhas, empresa com sede em Viana do Castelo, ganhou no último ano
contratos para a instalação de 1,7 milhões de contadores inteligentes de ele-
tricidade em território francês no valor de 63 milhões de euros. A empresa
portuguesa conseguiu uma posição importante no projeto Linky, o maior
projeto em curso na Europa na área das “smart grids” (redes de energia in-
teligentes). Segundo Helena Paínhas, «depois de termos conseguido, no ano
passado, sete diferentes contratos para a instalação de 700 mil contadores,
ganhamos agora mais 12 contratos, que correspondem à instalação de cerca
de um milhão de unidades». Ainda segundo a gestora da empresa, «a Paí-
nhas foi a única empresa portuguesa vencedora nestes concursos».
Tendo como objetivo o cumprimento destes contratos, a empresa de Viana
do Castelo pretende duplicar o número de trabalhadores em França, passan-
do dos atuais 100 para 200, além de contratar mais 30 em Portugal, onde pos-
sui no presente 20 apenas dedicados ao mercado francês. No total, a Paínhas
emprega atualmente cerca de 450 pessoas em Portugal e 250 em Angola. ‹
TAP reforça voos para Belém do ParáA TAP vai reforçar os voos entre Lisboa e a cidade de Belém, capital do
estado brasileiro do Pará, passando dos atuais dois voos semanais para três
voos, o que ocorrerá a partir de 6 de julho. No entanto, segundo informação
obtida junta da Infraero, também o transporte de carga aérea entre Lisboa e
a capital do Pará está a aumentar, como comprova a recente carga transpor-
tada de equipamentos destinados à empresa Mineração Rio do Norte/Vale
(MRN), mineradora que atua no Município de Oriximiná, na região oeste do
Pará. Segundo Fábio Rodrigues, diretor da Infraero, «a TAP desembarcou
no Aeroporto de Val-de-Cans, dez toneladas de carga importada, um recorde
para um único voo». ‹
Nova fábrica de papel em Vila Velha de RodãoUma nova fábrica de papel plastificado vai nascer em
Vila Velha de Rodão, na sequência de um investimento
de 10 milhões de euros, anunciou recentemente Luís
Pereira, presidente da Câmara de Vila Velha de Rodão,
concelho do distrito de Castelo Branco. Ainda segundo
o autarca, «a expetativa é a de que a nova unidade fabril
comece a ser construída em setembro deste ano, e que
redundará na criação de 40 postos de trabalho». Luís
Pereira, salientou ainda que presentemente «Vila Velha
de Rodão é uma referência, quer ao nível do investi-
mento, quer da criação de postos de trabalho». ‹