nº 67 DIABETES - apdp.pt · A diabetes está a aumentar a uma enor-me velocidade. Dados do...

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DIABETES VIVER EM EQUILÍBRIO Nº 67 • € 3,99 (Cont.) EXERCÍCIO QUAIS OS LIMITES VENCER A DIABETES Técnica correta Erros a evitar ADMINISTRAR A INSULINA EXISTEM BOAS GORDURAS? Miguel, 12 anos, jogador de ténis: “É isto que eu quero!” HISTÓRIAS QUE INSPIRAM RETINOPATIA SAIBA PREVENI-LA FADIGA COMO COMBATÊ-LA R E C O M E N D A D A Revista Oficial

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MENSAGEM DO PRESIDENTEMENSAGEM DO PRESIDENTE

Diabetes 3

AAPDP deu mais um passo impor-tante no seu papel nacional e inter-nacional de instituição de referên-

cia na luta contra a diabetes. A APDP foi considerada em junho passado um Centro de Colaboração oficial com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Como tal, ini-ciou já projetos de âmbito europeu rela-cionados com a doença cardiovascular e a diabetes. Este facto tem para nós também um outro significado: o da visão integrada da diabetes que é cada vez mais necessária. A diabetes é um todo integrado pelas suas características de doença vascular, e só um envolvimento integral pode ser uma res-posta eficaz aos enormes custos humanos, sociais e económicos a ela associados.

A diabetes está a aumentar a uma enor-me velocidade. Dados do Observatório da Diabetes ultrapassam muito as previsões mais recentes. Em 2012 foram feitos mais de 75 mil novos registos de pessoas com diabetes ao nível dos Cuidados Primários em Portugal. Assim, torna-se necessário, para além de responder com eficácia a es-

tas pessoas recém-diagnosticadas, pro-curar os ainda não diagnosticados e, indo mais longe, desenvolver uma bem estrutu-rada campanha de prevenção da diabetes.

Foi-nos lançado este desafio! Sabemos não ser fácil desenvolver um programa eficaz de prevenção da diabetes. Exige-se um plano coordenado de múltiplos setores da sociedade, organização, algum inves-timento e, na base, uma grande vontade política. Temos a forte convicção de que teremos aqui todo o apoio das entidades oficiais, nomeadamente do Ministério da Saúde.

O desafio está lançado e estamos na disposição de o assumir! Desde logo ini-ciámos contactos com parceiros e tere-mos, desde o início, a Fundação Calouste Gulbenkian com toda a sua credibilidade e saber. De muitos mais parceiros necessita-mos, sabemos que irão aparecer e espera-mos que não nos falte o ânimo numa tarefa que sabemos não será fácil.

A Direção da APDP deseja a todos umas merecidas férias!

APDPnovos desafios

Luís Gardete Correia Presidente da aPdP

«A APDP foi consiDerADA um centro De colAborAção oficiAl com A orgAnizAção munDiAl De sAúDe.»

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80 Larry King – o entrevistador da América

4 Diabetes

ÍNDICE DE CONTEÚDOS

Receitas deliciosas e saudáveis

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Colaboram nesta edição

MARgARidA bARRAdAsDietista

joão nAbAisPresidente IDF Europa

LuRdes seRRAbuLho Coordenadora de enfermagem da aPDP

MARiA joão AfonsoNutricionista

AnA RAiMundo Dietista

Luís gARdetePresidente da aPDP

PedRo MAtosCardiologista e Editor da Revista

joão fiLiPe RAPoso Diretor clínico da aPDP

josÉ MAnueL boAVidAPresidente da FundaçãoErnesto Roma

LÚCiA nARCiso Dietista

AntÓnio foRtunAProfessor de EducaçãoFísica

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50 Cozinhar com azeite

24histórias de

vida de pessoas com diabetes

44entrevista a Pedro graça

40Como prevenira retinopatia diabética?

Diabetes 5

03 MENSaGEM DO PRESIDENTE

09 CORREIO DO LEITOR

10 aTUaLIDaDE Notícias de bem-estar, nutrição e exercício físico.

24 VIVER BEM COM a DIaBETESHistórias de vida de pessoas que lidam com a diabetes.

30 aPLICaÇÃO Da INSULINa Onde e como administrar.

34 CONSULTÓRIO Isenção de taxas moderadoras.alimentos sem açúcar e glicemia.Exercício físico e diabetes.

38 COMPLICaÇÕES VaSCULaRESO corpo humano por dentro.

40 COMO PREVENIR a RETINOPaTIa DIaBÉTICa?

42 GESTÃO Da DOENÇaEstratégias para combater a fadiga. a importância da hidratação. Contar hidratos de carbono.

44 ENTREVISTaPedro Graça explica a importânciadas competências nutricionais.

50 COZINHaR COM aZEITEO uso culinário de uma gordura saudável.

56 CULINÁRIaReceitas deliciosas selecionadas por dietistas.

66 aCONTECEU Na aPDPEspaço de notícias da aPDP.

67 NÚCLEO JOVEM Da aPDPIniciativas e atividades.

70 aNIVERSÁRIO Da aPDPOitenta e sete anos ao serviço da pessoa com diabetes.

72 FÓRUMa diabetes em foco no Portuguese Diabetes Leadership Forum.

76 ENTREVISTaHenrik Nedergaard, presidente da associação Dinamarquesa de Diabetes.

78 aGENDa Da aPDP

80 LaRRY KING – O ENTREVISTaDOR Da aMÉRICa

82 DESCODIFICaDOR CIENTÍFICO

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EDITORIAL

Diabetes 6

Adiabetes continua a crescer no mundo inteiro. Apesar das campanhas de sensibilização

para se mudar estilos de vida, de uma cada vez maior capacidade diagnóstica e de uma intervenção mais adequada e atempada para cada indivíduo. As instituições ligadas à diabetes têm tentado encontrar formas de reduzir o flagelo, mas o sucesso parece ainda estar longe. Porque mudar comporta-mentos é difícil e, também, o acesso à alimentação saudável pode não estar ao alcance de todos. Para além disso, as lições que resultam da denominada “geografia da diabetes” revelam assi-metrias marcadas entre os diferentes pontos do globo e estratos sociais, quase sempre com realidades menos risonhas para os mais desfavorecidos.

Também em Portugal esta assi-metria foi constatada num estudo de investigadores portugueses, apresen-tado recentemente na APDP. Em algu-mas regiões, a mortalidade associada à diabetes continua a subir, as compli-

cações não se conseguem evitar como desejaríamos, apesar de se ter avan-çado imenso nas formas de divulgar e combater a doença, e de o trabalho de equipa se ter implementado de forma mais consistente.

Fala-se hoje muito de medicina translacional, de uma investigação orientada para o que realmente pre-cisamos. As ferramentas que ainda não temos e que podem ser essenciais para mudar o curso das coisas. O que já existe é muito, mas não tem sido solução suficiente. Mas precisamos também de falar em medicina social, com a contextualização da inovação naquilo que é o nosso mundo real. Um mundo em convulsão, onde a exclusão e a pobreza grassam. E a acessibilida-de aos cuidados se torna mais difícil. É cada vez mais necessário estabelecer prioridades. Nos doentes e nas inter-venções. Tenho a certeza de que nestes desafios a nossa APDP continuará em-penhada. Liderando o processo, se as-sim o quiserem. Com a ajuda de todos.

DIABETES EM FOCO

Pedro Matos EditorPor opção do autor, o conteúdo da presente página não se encontra conforme as normas do Acordo Ortográfico.

DiabetesViVer em equilíbrio

Diretor Luís Gardete CorreiaeDitor Pedro MatosCoorDenação eDitorial Violante Assude

Conselho CientífiCo Luís Gardete Correia, João Filipe Raposo, João Nunes Corrêa, José Manuel Boavida, Pedro Matos, João Nabais, Ana Mesquita, Lurdes Serrabulho

seCretariaDo Carla Trincheiras, Cristina Silva e Sónia Silvatel. 213 816 112 > fax 213 859 371e-mail [email protected] www.apdp.ptProPrieDaDeAPDP – Associação Protectora dos Diabéticos de PortugalseDe soCial: Rua do Salitre, 118-120, 1250-203 LISBOA PerioDiCiDaDe Trimestral

eDiçãoGOODY S.A.Sede Social Avenida Infante D. Henrique, Nº 306, Lote 6, R/C – 1950-421 LisboaTEL. 218 621 530Diretor Geral António Nunesassessor Da Direção Geral Fernando Vasconcelos

Diretora PubliCaçÕes saÚDe Violante Assude e-mail [email protected] reDação Ana Margarida Marques, Rita Vassal.

reVisão Catarina Almeida, Liliana Rodrigues, Marta Pinho, Rita Santos

CoorDenaDor De ProDução externa António GalveiaCoorDenação De ProDução interna Paulo OliveiraCoorDenaDor De CirCulação Carlos Nunes

fotoGrafia L. Ribeiro, Mafalda Melo, Pedro Vilela, Ricardo Polónio

banCo De imaGens Dreamstime, Getty Images, Science Photo Library

eDitora De arte Sofia MarquesPaGinação Sofia Marques, Cláudia CorreiailustraçÕes Cláudia Correia, Raquel Pinheiro

PubliCiDaDeGooDY s.a.CoorDenaDora Geral ComerCial Luisa Primavera AlvesTel. 218 621 593 > Fax 218 621 495 E-mail [email protected] aCCount Fátima EirasTel. 218 621 491 > Fax 218 621 495 E-mail [email protected]

tiraGem e imPressãoTIRAGEM 22.000 exemplares PRé-IMPRESSãO E IMPRESSãO SogapalEstrada das Palmeiras, Queluz de Baixo2745-578 Barcarena.

insCrição na erC 101391DePósito leGal 101662/96issn 0873-45DX

DireçãoPresiDente: Luís Gardete Correia

Diretor ClíniCo: João Filipe Raposo

tesoureiro: José Alberto Ferraria Neto VoGais: João Valente Nabais, Luís Filipe Nazaré

seDe soCial Rua do Salitre, 118-120 - 1250-203 LISBOAtel.: 213 816 100 > fax: 213 859 371

e-mail: [email protected] internet: www.apdp.ptContribuinte n.º 500 851 875

aPDP

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CORREIO DO LEITOR

Diabetes 9 Diabetes 9

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) comemorou o 87.º aniversário no dia 13 de maio. Associados e profissionais de saúde formados na APDP não se esqueceram de assinalar a data e enviaram mensagens de felicitações para a Associação, estendendo as congratulações aos profissionais que trabalham na APDP.

ERRATA: A resposta à pergunta do Consultório da edição 66 “Taxas moderadoras na diabetes” foi novamente publicada na presente edição, não por estar incorreta, mas para uma maior clarificação da informação já que a citação em destaque poderia ser interpretada de forma dúbia.

Enviado por e-mail. Associado da APDP

Enviado por e-mail.

Enviado por e-mail

Enviado por e-mail. Associado da APDP

Enviado por e-mail. Associado da APDP

Enviado por e-mail. Associado da APDP

Direção da APDP,Não posso deixar de me regozijar por, de há uns bons anos a esta

parte, ser seguido na APDP.No início, tive a sorte de ser acompanhado pelo Dr. Sá Marques,

de quem tenho ótimas recordações pela sua delicadeza e afabilida-de. Mais tarde, comecei a ser seguido pelo Dr. João Filipe Raposo, que ainda me atura regularmente duas a três vezes por ano. Destaco também os bons serviços de Oftalmologia e de Podologia que regu-larmente consulto.

Durante estes últimos 25 anos, foi fantástico ter assistido às gran-des transformações havidas de ano para ano na nossa APDP! […] A vitalidade e a dimensão da Associação só são possíveis pelo trabalho que tem sido feito ao longo dos anos pela Direção e respetivo staff.

Parabéns e obrigado a todos!

Parabéns!Obrigada pelo contributo dado na minha formação profissional,

à qual tenho dado muita utilidade, marcando a diferença no desem-penho.

Na verdade, na infelicidade de necessitar dos vossos cuidados, tenho a sorte de desfrutar de um acompanhamento de excelência.

Bem-haja, todo o pessoal da APDP.PARABÉNS!

Muitos parabéns. É com o maior prazer que me associo a esta comemoração. Como profissional de saúde, médica de família, sempre pude contar com a APDP para ajudar a resolver os problemas de saú-de dos meus doentes e da minha própria formação. Desejo o maior sucesso no presente e no futuro.

Cumprimentos.

Parabéns pelo aniversário. A minha vida mudou quando vos conheci. Eu é que agradeço todo o apoio que me têm dado ao longo dos quase 30 anos.

Continuação do ótimo trabalho que têm vindo a desenvolver.

Com os meus cumprimentos.

Muitos parabéns e um bem-haja por existirem nas nossas vidas! Sem vós, seria bem mais difícil, senão impossível, termos uma vida com alguma qualidade.

Faço votos de que lhes seja permitido continuarem a fazer este trabalho tão honroso durante muitos e muitos anos.

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10 Diabetes

Investigadores do Instituto de Investigação em Ciências da Saú-de Germans Trias i Pujol, em Espanha, afirmam ter descober-to um novo tratamento para a diabetes do tipo 1, depois de te-rem alcançado resultados positivos em ratos de laboratório. Segundo noticiou a agência Lusa, o novo tratamento atua como uma vacina, extraindo as células dendríticas do sistema imunitário do pa-ciente e modificando-as in vitro para que, ao serem reintroduzidas no indivíduo, travem a destruição das células produtoras de insulina.Segundo os investigadores, este método pode prevenir a diabetes e outras doenças autoimunes.

Novo tratameNto paraa Diabetes tipo 1

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Diabetes 2012.

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Diabetes 11

Novo tratameNto paraa Diabetes tipo 1

O Massachusetts Institute of Technology desenvolveu nanopartículas injetáveis que, no futuro, podem eliminar a necessidade de as pessoas com diabetes tipo 1 monitorizarem os níveis de glicose e de injetarem insulina. A notícia, avançada pelo site EurekAlert, refere que as nanopartículas foram desenhadas para detetar os níveis de glicose no corpo e responder segregando a quantidade apropriada de insulina, substituindo assim a função de células de ilhéus pancreáticos, que es-tão destruídas em pacientes com diabetes tipo 1. Com este sistema de libertação prolongada, a quantidade de insulina segregada é proporcional às necessidades do corpo, evitando os incómodos e os possíveis erros da administração de insulina pela pessoa com diabetes do tipo 1.

As crianças que desenvolvem diabetes do tipo 2 correm mais riscos de de-senvolver problemas cardíacos, renais e oculares do que os indivíduos que desenvolvem a diabetes já em adultos. Foi esta a conclusão a que chegou um grupo de investigadores do Univer-sity of Texas Health Science Center, depois de terem acompanhado cerca de 700 crianças e jovens. Dos parti-cipantes, mais de um terço necessitou de terapêutica para a hipertensão ou doença renal quatro anos depois de ter entrado no estudo, publicado na Diabetes Care online. O aumento da obesidade entre a população mais jo-vem tem sido acompanhado pelo au-mento diabetes tipo 2, fazendo deste um verdadeiro problema de saúde pú-blica, dizem os investigadores.

NANOtecNOlOgiA NO tratameNto Da Diabetes tipo 1

CriaNças Com Diabetes tipo 2 Correm maiores risCos

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É a prevalência das pessoas com insuficiência renal crónica por diabetes em hemodiálise, segundo o Observatório Nacional

da Diabetes.

É o número de pessoas a viver com diabetes na china, o país com a maior prevalência mundial,

segundo a international Diabetes Federation.

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12 Diabetes

São da autoria do médico português Armando Mansilha, especialista em Angio-logia e Cirurgia Vascular e investigador da Faculdade de Medicina da Universi-dade do Porto, as recomendações europeias para o tratamento do pé diabético. As linhas orientadoras para esta condição, que pode afetar entre 12 e 25% das pessoas com diabetes, foram publicadas em abril no Journal of Cardiovascular Surgery e determinam a necessidade de adotar uma abordagem multidisciplinar para tratar este problema e evitar a amputação. A prioridade, para o especialista, deve ser a prevenção, sendo para tal necessário educar o doente e a família para a importância das medidas de higiene, de hidratação, inspeção regular do pé e uso de calçado adequado, lê-se no portal da Universidade do Porto.

Médico português é autor de recoMendações para o pé diabético

Segundo um estudo publicado na revista Cell Metabolism, a diabetes tipo 1 parece aumen-tar o risco de desenvolvimento de doença cardíaca, devido à estimulação da produção de uma proteína, a calprotectina. Esta prote-ína está envolvida no processo inflamatório que induz a acumulação das placas de gordu-ra nas artérias, o processo responsável pelo aparecimento da aterosclerose. Com este trabalho dos investigadores do Columbia University Medical Center, que acompanhou 290 doentes, ficou claro que são os níveis elevados de glicose os causadores da estimu-lação dos neutrófilos, um tipo de leucócitos inflamatórios que produz a proteína calpro-tectina, avança o site Alert.

diabetes tipo 1 aumenta doença cardíaca

De acordo com um estudo levado a cabo por investigadores do Centro de Neuro-ciências e Biologia Celular da Faculdade de Medicina, da Universidade de Coim-bra, a diabetes tipo 2 pode desencadear o aparecimento da doença de Alzheimer. De acordo com a notícia da agência Lusa, a equipa estudou, durante três anos, modelos animais e concluiu que as mitocôndrias do cérebro destes animais apresentavam uma alteração drástica da sua função, provocando um défice ener-gético e um aumento do stress oxidativo. O estudo, publicado no Journal of Al-zheimer Diseases, permitiu perceber que os animais com diabetes, à semelhança do que acontece nos cérebros das pessoas com diabetes, também revelavam um aumento dos níveis da proteína beta-amiloide, que potencia a deposição das placas senis.

diabetes tipo 2 pode desencadear doença de alzheiMer

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5,3%É a prevalência registada

da diabetes nos cuidados de saúde primários, segundo o

observatório nacional da diabetes 2012.

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14 | Diabetes

Nos adultos com diabetes, a ocorrência do primeiro episódio de hi-poglicemia e a repetição de episódios foram associados a quadros depressivos. Estes foram os resultados de um estudo publicado na revista Annals of Family Medicine em que se analisou a ligação entre o risco de episódios severos de hipoglicemia, que necessitaram de tratamento nos serviços de urgência ou levaram a hospitalizações, e a depressão. Os investigadores do Departamento de Psiquiatria da University of Washington Medical School, autores deste trabalho, concluíram que os doentes diagnosticados com depressão tinham um risco significativamente superior de passarem por episódios se-veros de hipoglicemia e de terem mais recorrências dessas situações que os doentes que não tinham depressão, noticiou o site Healio.

Hipoglicemia associada à depressão

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6,7

1.456

É o número de dias que dura, em média, o internamento de uma pessoa com diabetes, segundo o

Observatório Nacional da Diabetes 2012.

É o número total de amputações dos membros inferiores causadas pela diabetes, segundo

o Observatório Nacional da Diabetes 2012.

ATUALIDADE BEM-ESTAR

«De uma forma simples e acessível, des-mistifica algumas ideias pré-concebidas sobre a diabetes e proporciona toda a informação em matéria de alimentação, do papel dos vários nutrientes na dieta, do exercício físico, da terapêutica medi-camentosa e do estilo de vida em geral, respondendo às dúvidas mais frequentes e resolvendo questões quotidianas.» 100 % Sem Diabetes, Eduarda Alves Editorial Presença

Nos adultos com diabetes, a ocorrência do primeiro episódio de hipoglicemia e a repetição de episódios foram associados a quadros depressivos. Estes foram os resultados de um estudo publicado na revista Annals of Family Medicine o risco de episódios severos de hipoglicemia, que necessitaram de tratamento nos serviços de urgência ou levaram a hospitalizações, e a depressão. Os investigadores do Departamento de Psiquiatria da University of Washington Medical School, autores deste trabalho, concluíram que os doentes diagnosticados com depressão tinham um risco significativamente superior de passarem por episódios severos de hipoglicemia e de terem mais recorrências dessas situações que os doentes que não tinham depressão, noticiou o site Healio.

Hipoglicemiaassociada à depressão

«De uma forma simples e acessível, des-

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Diabetes 15

1.456

As meninas filhas de mães fumadoras estão mais predispostas a, quan-do engravidarem, sofrerem de diabetes gestacional e de obesidade. Esta foi a conclusão de um estudo realizado por uma equipa da Lund Uni-versity, na Suécia, que analisou os dados de mais de 80 mil gravidezes desde 1982, altura em que o país começou a fazer registos do estatuto de fumadora das grávidas. Com os dados disponíveis, os investigado-res concluíram que as meninas que foram expostas ao fumo durante a vida fetal têm mais hipóteses de vir a sofrer de diabetes e de obesidade quando engravidam, comparativamente às filhas de mulheres não fu-madoras, noticiou o site Daily RX.

Fumo aFeta a Futuragravidez das bebés

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3,7

26,5%

Número médio de consultas de diabetes por utente com a doença nos cuidados de saúde primários, segundo o Observatório Nacional

da Diabetes 2012.

É a prevalência da pré-diabetes, segundo o Observatório Nacional da Diabetes 2012.

«A maioria das opções que tomamos parecem-nos resultado de decisões muito bem pensadas, mas não. São hábitos. E se cada hábito isoladamente parece pouco relevante, com o passar do tempo os alimentos que comemos, o que dizemos aos filhos, as decisões que tomamos de poupar ou gastar, a frequência com que fazemos exercício e a forma como organizamos os nossos dias, acabam por ter um impacto enorme sobre a saúde, produtividade, bem-estar económico e felicidade.» A Força do Hábito, de Charles Duhigg, Dom Quixote

As meninas filhas de mães fumadoras estão mais predispostas a, quando engravidarem, sofrerem de diabetes gestacional e de obesidade. Esta foi a conclusão de um estudo realizado por uma equipa da Lund University, na Suécia, que analisou os dados de mais de 80 mil gravidezes desde 1982, altura em que o país começou a fazer registos do estatuto de fumadora das grávidas. Com os dados disponíveis, os investigadores concluíram que as meninas que foram expostas ao fumo durante a vida fetal têm mais hipóteses de vir a sofrer de diabetes e de obesidade quando engravidam, comparativamente às filhas de mulheres não fumadoras, noticiou o site Daily RX.

Fumo agravidez das bebés

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«A maioria das opções que tomamos

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16 Diabetes

As mulheres são mais atentas ao que está escrito nos rótulos das embalagens e são quem mais vezes lê essa informação alimentar. Quem o diz são os in-vestigadores da University of Alabama, que acompanharam 573 homens e 809 mulheres entre os 19 e os 70 anos e notaram como são elas quem mais rege as compras e as escolhas alimentares pela informação que retiram dos rótulos das embalagens. O estudo, publicado no Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics, também apurou que são os homens e as mulheres na faixa etá-ria dos 51 aos 70 anos os mais atentos à informação dos rótulos, diz a notícia publicada no portal Foodbev.

Mulheres leeM Mais os rótulos 1.816

milhões

204 milhões de euros

É o peso em euros da diabetes nos custos da saúde no SNS,

segundo o Observatório Nacional da Diabetes 2012.

É quanto foi gasto pelo SNS em insulinas, antidiabéticos orais e tiras de teste de glicemia,

segundo o Observatório Nacional da Diabetes 2012.

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Aproveitar que o bom tempo está aí para apanhar uns bons banhos de sol, moderadamente, claro. É que, segundo um estudo desenvolvido por inves-tigadores da University of Edinburgh, no Reino Unido, a exposição à luz solar poderá ajudar a diminuir a pressão arterial, o risco de enfarte agudo do miocárdio, de acidente vascular cerebral e mesmo aumentar a longevi-dade. A investigação, que foi publicada no Journal of Investigative Derma-tology, acompanhou 24 voluntários e demonstrou que a luz solar conduz à produção de óxido nítrico, um composto capaz de baixar a pressão arterial, sendo que já era conhecida a ação da luz solar no aumento da produção da vitamina D, conhecida por diminuir o risco de doença cardiovascular, noti-ciou o site Alert.

EXPERIMENTE

ATUALIDADE BEM-ESTAR

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Diabetes 17

De acordo com uma investigação realizada na Harvard School of Public Health, nos EUA, os suplementos de óleo de peixe, também conhecidos por cápsulas de ácidos gordos ómega-3, aumentam moderadamente a quantidade de uma hormona associada a um menor risco de desenvolvimento da diabetes e de do-enças cardíacas, a adiponectina. O estudo, publicado no Journal of Clinical En-docrinology & Metabolism, verificou que os 682 indivíduos que tomaram óleo de peixe aumentaram os níveis sanguíneos da adiponectina, ficando assim mais protegidos do desenvolvimento da diabetes, publicou o portal Alert.

óleo de Peixe cOMbaTE a DIabETES

693É o número de bombas

infusoras de insulina comparticipadas pelo SNS,

segundo o Observatório Nacional da Diabetes

2012.

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«Uma das descobertas mais impor-tantes prende-se com o facto de o fígado, órgão supremo do metabo-lismo, ser muitas vezes esquecido por médicos e terapeutas, o que está na origem de indesejáveis con-sequências para a saúde.»

Emagreça com Saúde, Sandra Cabot, Editorial Presença

Comer nozes para prevenir as doenças cardio-vasculares. Segundo um estudo publicado no Journal of Nutrition, o consumo de nozes ou do seu óleo reduz o risco cardiovascular através da diminuição da pressão arterial. Estudos anterio-res já tinham comprovado os benefícios deste fruto seco na redução do colesterol, mas os in-vestigadores da Penn State University, nos EUA, comprovaram com este trabalho os efeitos be-néficos do ácido alfa-linolénico, da gama-toco-ferol e dos fitoesteróis das nozes na diminuição da pressão arterial e no aumento do colesterol HDL, o “bom” colesterol”, noticia o portal Alert.

exPeriMeNte

«Uma das descobertas mais impor

ATUALIDADE NUTRIÇÃO

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18 Diabetes

Incorporar o gengibre na alimentação para diminuir os sintomas da asma. Uma equipa de investigadores da Co-lumbia University, nos EUA, realizou um estudo para averiguar se os com-ponentes do gengibre poderiam ajudar a aumentar os efeitos dos fármacos broncodilatadores usados para dimi-nuir o estreitamento dos brônquios que transportam o ar para dentro e fora dos pulmões que caracteriza a asma.O estudo apurou que os tecidos tra-tados com a combinação dos com-ponentes de gengibre e com o bron-codilatador apresentaram um maior relaxamento, comparativamente com aqueles tratados apenas com o fárma-co. A investigação verificou ainda que os componentes do gengibre inibiam a produção de uma proteína que afeta o relaxamento do músculo liso das vias aéreas, noticia o portal Alert.

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EXPERIMENTE

ATUALIDADE NUTRIÇÃO

34,6%É a percentagem de

doentes com retinopatia diabética saídos dos

internamentos causados pela diabetes, segundo

o Observatório Nacional da Diabetes 2012

Um estudo publicado na revista Diabetes Care demonstrou que o adoçante artificial sucralose pode modificar o modo como o organismo reage à glucose. Os investigadores estudaram um grupo de obesos sem diabetes, uma popula-ção frequentemente aconselhada a utilizar os adoçantes artificiais para perder peso, a quem pediram para beber água ou sucralose antes de os submeter a um teste de glucose. Nos resultados ficou demonstrado que, quando os partici-pantes beberam sucralose, os seus níveis de glucose atingiram um maior pico do que quando beberam água antes da glucose. Todavia, o trabalho, levado a cabo por uma equipa da Washington University School of Medicine, não conseguiu apurar os mecanismos por trás desta ação, sendo necessário realizar mais investigação, noticia o portal Alert.

adoçaNTE aRTIfIcIal EM EsTudo

cauTEla No coNsuMo dE bagas gojI

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O Observatório de Interações Planta-Medicamento, da Faculdade de Far-mácia da Universidade de Coimbra, aconselhou as pessoas que tomam me-dicação a terem cautela com o consumo de bagas goji. O alerta foi dei-xado pelo Observatório no âmbito da campanha Aprender Saúde entre as Plantas e os Medicamentos, uma vez que ainda não existem estudos que comprovem os benefícios antioxidantes deste produto.

Nessa medida, os especialistas do Observatório aconselham a que o consumo de bagas goji não ultrapasse os 45 gramas por dia, noticiou a agência Lusa.

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Afinal, quanto menos encorajamento melhor. Esta é a conclusão de um estudo realizado por investigadores do College of Human Ecology da Kansas State University, nos EUA, em conjunto com a Michigan State University.O objetivo da investigação era determinar qual seria a melhor forma de aumentar a motivação durante a prática de exercício físico e os in-vestigadores concluíram que o melhor parceiro para fazer desporto é aquele que está em melhor forma, mas que não faz uso excessivo de frases de incentivo. A equipa ficou surpreendida com os resultados, pois esperava que quem tivesse um parceiro de prática desportiva mais ativo no encorajamento tivesse melhores resultados, mas, afinal, estar constantemente a ouvir frases como “tu consegues” soa a demasiado paternalismo e tem um efeito desmotivador.

Parceiros de exercício devem moderar incentivos

«Este livro é para ti, rapaz ou rapariga, que tens entre 12 e 25 anos e queres ter um estilo de vida saudável. SerFit ‘Bora Lá! dá-te as melhores di-cas para conseguires controlar o teu peso e a tua saúde, independentemente de o teu objetivo ser o aumento, a perda ou a manutenção do peso. Ser Fit ‘Bora Lá! é também para todos aqueles que vivem, trabalham e se relacionam com jo-vens e adolescentes. O controlo do peso nesta fase da vida depende de múltiplos fatores e va-riáveis, e o envolvimento dos pais, professores, avós e amigos é essencial.»

Ser Fit ‘Bora Lá!, Teresa Branco, Guerra e Paz

27,1%

6.094

É a prevalência da diabetes na população com idades entre os 60 e os 79 anos, segundo

o Observatório Nacional da Diabetes 2012.

É o número de chamadas sobre questões relacionadas com a diabetes realizadas para

a Linha de Atendimento SAÚDE 24, segundo o Observatório Nacional da Diabetes de 2012.

ATUALIDADE EXERCÍCIO

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Afinal, quanto menos encorajamento melhor. Esta é a conclusão de um estudo realizado por investigadores do College of Human Ecology da Kansas State University, nos EUA, em conjunto com a Michigan State University.O objetivo da investigação era determinar qual seria a melhor forma de aumentar a motivação durante a prática de exercício físico e os investigadores concluíram que o melhor parceiro para fazer desporto é aquele que está em melhor forma, mas que não faz uso excessivo de frases de incentivo. A equipa ficou surpreendida com os resultados, pois esperava que quem tivesse um parceiro de prática desportiva mais ativo no encorajamento tivesse melhores resultados, mas, afinal, estar constantemente a ouvir frases como “tu consegues” soa a demasiado paternalismo e tem um efeito desmotivador.

Parceiros de exercício devem moderar incentivos

«Este livro é para ti, rapaz ou rapariga, que tens

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coMPREENDER A DiAbETES

EM REPoRTAGEM Histórias de vida de pessoas que lidam com a diabetes

No coNSulTóRioIsenção das taxas moderadorasAlimentos sem açúcar e glicemiaExercício físico e diabetes

PARA SAbER Complicações vascularesComo posso prevenir a retinopatia diabética?Estratégias para ultrapassar a fadigaContar hidratos de carbono

E A ENTREviSTA A... Pedro Graça, um especialista que nos fala sobre competências nutricionais

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coMPREENDER A DiAbETES

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24 Diabetes

A surpresa do diagnóstico deu lugar à preocupação sobre o futuro, sobre as complicações, sobre os cuidados que a

diabetes exige. Contudo, passado o susto inicial, estas quatro pessoas decidiram que a diabetes não ia condicionar os sonhos e as metas que queriam atingir.

Voar atrás da VidaA conversa é interrompida várias vezes pelo som dos aviões da Base Aérea de Sintra ou pela gargalhada de João Milheiro. O antigo piloto e navegador conta que se alistou na Força Aérea em 1973 como voluntário. Voar era um sonho, mesmo sabendo que a guerra colonial seria o destino, não fosse a Revolução do 25 de Abril ter acontecido poucos meses depois de iniciar a formação.

Concluiu o curso de piloto, casou e já estava colocado como piloto na Base Aérea das Lages quando, aos 27 anos, recebeu o diagnóstico de diabetes mellitus tipo 1. «Não estava à espera, porque não tinha ninguém na família com diabetes», confessa, lembrando os momentos difíceis vividos na altura. «Nunca fui de ter medo, sempre fui corajoso, mas durante uns dias andei a bater mal», reconhece. E não era para menos, pois sabia as consequências do diagnóstico. «A primeira reação foi esconder a diabetes da Força Aérea, estava a concorrer para entrar no quadro permanente e se na

inspeção médica me detetassem diabetes, tinha fortes possibilidades de não entrar.» E assim foi nos primeiros dois a três anos. Quando ia às inspeções médicas anuais controlava a glicemia com a insulina rápida para realizar as análises no momento em que tinha os valores normalizados.

Até ao dia em que, já no quadro da Força Aérea, e depois de deixar os comandos dos aviões para ser navegador, numa consulta de rotina detetaram-lhe uma retinopatia diabética e foi descoberto o segredo. A Força Aérea pediu um relatório clínico à Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), onde era seguido desde o diagnóstico. Afinal, João Milheiro tinha inúmeras horas voo sem registo de uma única hipoglicemia. «Uma pessoa diabética, mesmo que tome insulina, só tem uma hipoglicemia se se descuidar», e João Milheiro nunca foi para o ar sem se preparar em terra, levando sempre pacotes de açúcar no fato de navegador.

Assim continuou a ser durante os restantes anos que passou na Força Aérea, apenas com

REPORTAGEM

ViVer bem Com a diabetesAo diagnóstico responderam com a vontade de levar uma vida preenchida. Estas são quatro histórias de quem não se deixou vencer pela diabetes.

«Quis Continuar a Voar na Força aérea e Continuei, Fiz tudo o Que Queria Fazer.»

João milheiro segue as regras de controlo da diabetes, mas não

é «escravo» delas.

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Diabetes 25

w Texto de Rita Vassal Fotos de L. Ribeiro w

PerFilNOME: João Milheiro

IDADE: 57 anos

LOCALIDADE: Odivelas

ATIVIDADE: Ex-piloto e navegador da Força Aérea

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26 Diabetes

uma exigência dos médicos militares: em vez da vigilância obrigatória anual, era alvo de uma inspeção médica semestral.

Hoje, fora da vida militar, continua a voar com o filho, também ele piloto, em voos de recreio, mas tem pena que a legislação não permita aos insulinodependentes ter licenças de voo, mesmo a ele que tem mais de três mil horas feitas depois do diagnóstico.

Nestes 31 anos em que convive com a diabetes, João Milheiro reconhece que teve de se «adaptar», mas garante que a diabetes não lhe condicionou os objetivos: «Quis continuar a voar na Força Aérea e continuei, quis continuar a fazer desporto e continuei, tive dois filhos, fiz tudo o que queria fazer.» O segredo está na disciplina. Pratica desporto diariamente, tem uma alimentação equilibrada e não descura a vigilância e a medicação. Segue as regras, mas não é «escravo» delas e até se permite «pecar» de vez em quando.

Juntar desPorto e diabetesA timidez de Miguel Parrança só é quebrada quando fala no ídolo Rafael Nadal para explicar que a sua raquete é igual à do tenista espanhol, mas na medida juvenil.

Falar da diabetes tipo 1 que lhe foi diagnosticada em janeiro do ano passado não o entusiasma tanto como comentar a vitória de Andy Murray em Wimbledon. O desporto ocupa o espírito deste jovem com 12 anos, que já jogou futebol e praticou windsurf com o pai, que também lhe pegou o bichinho do ténis.

A diabetes não era desconhecida desta família, já que a irmã gémea de Isabel Parrança, mãe de Miguel, tem diabetes tipo 1 desde os 15 anos. Contudo, reconhecem os pais, nunca se está à espera do diagnóstico e até se desvaloriza os sinais. Assim aconteceu com o Miguel. A sede constante e o aumento das idas à casa de banho deviam ter soado como alarme, mas só depois de alguns episódios é que os pais se convenceram de que algo

REPORTAGEM

a diabetes «aumenta o níVel de exigênCia dos Pais».

migue! Parrança ainda está a

aprender a lidar com a diabetes.

PerFil

NOME: Miguel Parrança

IDADE: 12 anos

LOCALIDADE: Charneca da Caparica

ATIVIDADE: Estudante e jogador de ténis

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Diabetes 27

não estava bem.Tinham tiras de teste em casa e

numa manhã mediram a glicemia ao Miguel. Os valores estavam muito acima do normal e seguiram logo para o Hospital Garcia de Orta. «Os médicos disseram até que já tínhamos feito o diagnóstico em casa», conta o pai, Sandro Parrança.

O jovem diz que não ficou assustado com o diagnóstico, nem teve medo dos dispositivos para a administração de insulina que passaram a fazer parte da sua vida, mas admite que a semana passada no hospital para normalizar os valores «foi difícil», por estar longe dos pais e do irmão mais novo.

CresCer mais dePressaIsabel garante que a família não teve «grandes problemas» de adaptação à nova condição do Miguel. Mas tanto a mãe como o pai reconhecem que a diabetes «aumenta o nível de exigência dos pais» e a vigilância para evitar os quadros de hipoglicemia.

Aos jovens a diabetes obriga-os a crescer mais depressa e a «elevar o nível de disciplina», o que não é fácil nos mais novos. Se de manhã e à noite tem o acompanhamento dos pais, durante o dia o Miguel está por sua conta. Os professores e os treinadores têm sido fundamentais, mas cabe ao jovem cuidar de si e tomar decisões. Como há dias, quando, durante uma palestra do treinador, sentiu «tremores e o coração a bater mais rápido», contou o jovem. Identificados os sintomas de uma hipoglicemia, alertou o treinador e comeu a barrita que anda

sempre com ele. Ainda se está a habituar às

obrigações da diabetes, exigentes para alguém com apenas 12 anos, mas Isabel diz que o filho «sabe que tem de ter cuidado» para conseguir cumprir obrigações do ténis. Ainda mais agora que está, a começar a competir em torneios. E fala-se em ténis e o rosto ilumina-se de novo. «É isto que eu quero», diz Miguel antes de começar mais um treino.

noVa Vida dePois dos 50António Vieira da Silva é a prova de que nunca é tarde para se mudar de vida. «Ao fim de 50 anos de vida faço finalmente aquilo que me dá gozo», diz o responsável pela Edições Vieira da Silva, criada em março deste ano.

O antigo técnico oficial de contas esteve sempre ligado às cobranças até ter ido parar à Editora D. Quixote, onde começou «o bichinho dos livros». Foi também na editora que há dez anos a equipa da Medicina do Trabalho lhe deu a notícia de que tinha diabetes tipo 2. Embora sendo um «guloso» confesso, António Vieira da Silva não estava à espera do diagnóstico. «Fiquei sem pinga de sangue», lembra.

«não deVemos esQueCer Que temos diabetes, mas não deVemos Pensar aPenas na doença.»

PerFil

NOME: António Vieira da Silva

IDADE: 53 anos

LOCALIDADE: Lisboa

ATIVIDADE: Editor

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28 Diabetes

O cenário foi-se desanuviando e, com as mudanças na alimentação e a toma de antidiabéticos orais, tem conseguido controlar a situação.

Mas se durante a semana a alimentação em casa é cuidada, aos fins de semana, quando viaja pelo país para o lançamento de livros, nem sempre resiste à gastronomia regional. Só na segunda-feira é que «as coisas entram novamente nos eixos».

A atividade física é que tem sido descurada. Foi escuteiro e fazia longas caminhadas por Alfama para fotografar as gentes do bairro, mas a editora toma-lhe agora o tempo e a energia. «Não devemos esquecer que temos diabetes, mas não devemos pensar apenas na doença», remata António Vieira da Silva.

mudança de VidaTiago Esteves conta a sua história num fim de tarde regado com Coca-Cola Zero. A aposta da indústria alimentar em produtos mais saudáveis foi uma bênção para este «viciado» em refrigerantes.

Talvez tenham mesmo sido os refrigerantes, em conjunto com a «gulodice e a preguiça», a despoletar o quadro clínico de Tiago Esteves. Diabetes tipo 1 ou tipo 2? Ainda está em estudo. «No meu caso a diabetes comporta-se como de tipo 2, mas foram-me detetados os anticorpos da diabetes tipo 1», explica, enquanto lembra as emoções vividas com o diagnóstico. «Lidei bastante mal, porque a diabetes significava coisas muito negativas» para um jovem

com vinte e poucos anos, a começar um relacionamento e a carreira profissional. Sobretudo porque Tiago tinha visto numa das avós os efeitos das complicações da doença e estava a lidar com o também recente diagnóstico de diabetes tipo 2 do pai. Aliás, foi o pai que o alertou para os sintomas que ele desvalorizava - a sede e fome constantes e as frequentes idas à casa de banho – e lhe fez o primeiro teste com as tiras de medição de glicemia. O primeiro ano foi de mudança radical. A diabetes serviu para o tirar do sofá.

REPORTAGEM

dePois do diagnóstiCo, tiago Passou a Fazer Caminhadas diárias.

PerFil

NOME: Tiago Esteves

IDADE: 29 anos

LOCALIDADE: Lisboa

ATIVIDADE: Responsável de backoffice

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Novo Nordiskmudar o futuro da diabetesMudar o futuro da Diabetes é o compromisso da Novo Nordisk. Queremos estar mais atentos, queremos aprender e queremos olhar para além do tratamento e, assim, ir ao encontro das necessidades das pessoas e das famílias que vivem com diabetes.

Changing Diabetes® é a nossa forma de apoiar as pessoas a gerir e a viver com a diabetes. Hoje e amanhã.

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30 Diabetes

COMPREENDER A DIABETES

Músculo

Tecido subcuTâneo

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Diabetes 31

A técnica de administração de insulina é muito importante para a boa compensação da diabetes.

A especificidade da administração da insulina varia de acordo com as características individuais do corpo de cada pessoa. Esta avaliação é mais fácil de realizar junto de um técnico de saúde, pois a técnica poderá variar em função da espessura do tecido adiposo (gordura). É de salientar que as pessoas magras também têm tecido adiposo.

coMo inJeTAr A insulinAAs recomendações de como se deve injetar a insulina mudaram consideravelmente ao longo dos anos. Nesta fase, e atendendo aos resultados das investigações que têm sido

feitas, as pessoas estão a ser novamente aconselhadas a fazer uma prega de pele quando administram a insulina, para evitar injeções no músculo, exceto em pessoas obesas ou quando se utilizam agulhas muito curtas (5 ou 6 mm).

A insulina deve ser administrada por injeção subcutânea, isto é, no tecido adiposo debaixo da pele, e não no músculo. Por isso, é muito importante adequar o tamanho da agulha à estrutura da pele de cada pessoa.

riscos nA AdMinisTrAção dA insulinANo caso de a insulina ser administrada no músculo, o risco está relacionado com o facto de poder acelerar a absorção da insulina e provocar hipoglicemias.

AdMinisTrAr A insulinASaiba mais sobre a técnica de administração de insulina para uma correta compensação da diabetes.

A pele constitui-se por camadas. A insulina deve ser administrada no tecido subcutâneo e não no músculo.

w Texto de lurdes serrabulho, Enfermeira da APDP w

núMerosSaiba como escolher o tamanho de agulha e a técnica de administração a utilizar no seu caso específico:

espessurA do Tecido subcuTâneoe disTânciA MédiA dA derMe Ao Músculo

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Mulheres 15 mm 23 mm 14 mm

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32 Diabetes

No caso de a insulina ser administrada intradérmica pode produzir gotejo de insulina, dor ou reação imunológica (alergia).

Os três fatores-chave para a absorção de insulina são: espessura do tecido subcutâneo, locais de injeção e técnica de injeção.

locAis onde AdMinisTrAr A insulinARelativamente aos locais de administração de insulina, é recomendado que seja realizada uma boa variação para facilitar a ação da insulina e evitar as lipo-hipertrofias (alteração na camada de gordura da

COMPREENDER A DIABETES

locais recomendados

para a administração

de insulina.

evite administrar insulina em determinadas zonas

com muita frequência.

ideiAs-chAve

Espessura do tecido subcutâneo

Locais de injeção

Técnica de injeção

Os três fatores‑chave para a absorção de insulina são:

FrenTe cosTAs

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Diabetes 33

pele quando é utilizada determinada zona com muita frequência, traduzindo-se num aumento de volume da gordura naquele local, dificultando a absorção da insulina).

O abdómen é a zona mais recomendada para a administração de insulinas de ação rápida por ser a zona de melhor e mais fácil absorção. As coxas e as nádegas são mais recomendadas para a administração de insulinas de ação intermédia e lenta. Os braços são menos recomendados por terem menor camada de tecido subcutâneo.

No caso de ir fazer exercício físico, é conveniente evitar administrar a insulina na região do corpo que vai exercitar mais.

TécnicA correTA dA AdMinisTrAção dA insulinAQuanto à técnica de administração de insulina, a agulha deve atingir a gordura por baixo da pele. Por isso, convém ter em conta o tamanho da agulha e a espessura do tecido subcutâneo, para evitar injeção no músculo ou demasiado superficial.

Para assegurar uma injeção subcutânea, é conveniente fazer a prega na pele e injetar. A prega realiza-se com os dedos indicador, médio e polegar, apertando a derme e o tecido subcutâneo sem tocar no músculo.

«é de sAlienTAr que As pessoAs MAgrAs TAMbéM TêM Tecido Adiposo.»

A prega realiza-se com os dedos indicador,

médio e polegar, apertando a derme

e o tecido subcutâneo sem tocar no músculo.

reFerênciAs bibliográFicAsAmerican Diabetes Association – ADA (2012). Standards of medical care in diabetes ‑2012. Diabetes Care, 35 (1).

APDP (2005). Como usar a insulina. Lisboa: Lidel – Edições Técnicas.

Correia, L.G. Raposo, J. F. & Boavida, J.M. (coords.) (2012). Viver com a diabetes, 3ª edição. Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. Lisboa: Climepsi Editores.

Duarte, R. (1997). Diabetologia Clínica. Lisboa: Lidel – Edições Técnicas.

Dunning, T. (2003). Care of people with diabetes. Oxford: Blackwell Publishing.

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Guia BD Becton Dickinson – Guia de administração de insulina para profissionais de saúde

Hanas, R. (2007). Diabetes tipo 1 em crianças, adolescentes e jovens adultos, 3ª ed. Lisboa: Lidel – Edições Técnicas.

Pera, M. (2001). Curso Diana de Enfermagem. Barcelona.

As ilustrações foram criadas a partir da fonte: Guia de administração de insulina – BD /Becton Dickinson

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34 Diabetes

CONSULTÓRIO

Para responder a esta pergunta, antes deve ser feita uma clara distinção entre a isenção e a dispensa

do pagamento de taxas moderadoras. Na isenção, estão em causa certas características ou estados do utente, desconsiderando a doença de que padece. O que fundamenta a isenção não é a doença em si a justificar os cuidados de saúde que vai receber, mas antes uma condição que é prévia à própria necessidade desses cuidados e que, em muitos casos, não é sequer do foro clínico. Estão nesse grupo, por exemplo, as grávidas e parturientes, as crianças até aos 12 anos de idade, entre outros. Os utentes que beneficiem de isenção estão isentos da obrigação de pagar taxas moderadoras, seja qual for o cuidado de saúde de que beneficiem.

A dispensa do pagamento de taxas moderadoras deve a sua razão de ser precisamente à específica condição de que padece o utente. Nesses casos, assistimos a uma discriminação positiva dos cuidados de saúde prestados no contexto de doenças específicas e previamente indicadas, os quais estão, assim, dispensados de pagamento. Pode dizer-se que a isenção recai sobre o utente, independentemente dos cuidados de que necessite, ao passo que a dispensa recai sobre a doença, e apenas para os cuidados com ela relacionados.

No contexto da diabetes, esta distinção é particularmente relevante, na medida em que a partir de 1 de janeiro de 2012 a pessoa com diabetes deixou de beneficiar de isenção para passar a beneficiar de dispensa. Quer isto dizer que, desde essa data, a pessoa com diabetes não está isenta do pagamento de taxas moderadoras para todo e qualquer cuidado de saúde de que necessite no âmbito do SNS, embora esteja dispensada desse pagamento para os cuidados relacionados com a diabetes. Esses cuidados são as consultas e as sessões de hospital de dia, bem como os atos complementares prescritos no decurso destas, no âmbito da diabetes.

Em resumo, a pessoa com diabetes não está isenta do pagamento de taxas moderadoras, mas beneficia de dispensa desse pagamento em todas as consultas e sessões de hospital de dia, bem como em todos os atos complementares prescritos no decurso destas, no âmbito da diabetes. Resta acrescentar que a dispensa do pagamento de taxas moderadoras vem prevista no artigo 8.º do decreto-lei n.º 113/2011, de 29 de novembro, e aplica-se às prestações de saúde cujos encargos sejam suportados pelo orçamento do SNS, o que inclui, evidentemente, os centros de saúde, os hospitais e as entidades públicas ou privadas convencionadas.

«Em que circunstâncias se tem direito a isenção das taxas moderadoras?»

taxas modEradoras na diabEtEs

Ana Paula Escaleira, via e-mail

david Coelho, advogado da Pedro raposo & associados responde:

«a PEssoa Com diabEtEs Está disPEnsada do PaGamEnto dE taxas modEradoras Para os Cuidados rElaCionados Com a diabEtEs.»

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Diabetes 35

Nem todos os alimentos sem açúcar atuam como laxantes. Esta questão prende-se

com o facto de alguns produtos sem açúcar adicionado conterem um tipo específico de edulcorantes/adoçantes – os poliálcoois ou polióis.

Estes polióis são apenas parcialmente absorvidos pelo organismo, a nível do intestino delgado, pelo que o seu valor energético é inferior ao do açúcar (apresentam, em média, metade do valor calórico comparativamente ao açúcar, ou seja, cerca de 2 kcal/g).

Dado que a sua velocidade de absorção é muito lenta, geralmente não têm um efeito significativo nos níveis de glicose sanguínea.

A quantidade de polióis não absorvida no intestino delgado é fermentada pelas bactérias do cólon – chamada flora bacteriana intestinal – para produzir ácidos gordos de cadeia curta.

Devido a estes produtos resultantes da fermentação, o consumo de quantidades elevadas de polióis pode levar a um desconforto abdominal, como flatulência e diarreia. Os sintomas não surgem sempre, dependem da sensibilidade de cada

pessoa, da quantidade ingerida e de outros alimentos consumidos juntamente.

De forma a prevenir este efeito laxante, recomenda-se a ingestão diária não superior a 10 g de polióis.

Estes edulcorantes podem ser encontrados em muitos produtos como, por exemplo, pastilhas elásticas, rebuçados, gelados, bolachas e biscoitos, cereais de pequeno-almoço, compotas e chocolates.

Convém ter em atenção que, mesmo não contendo açúcar, geralmente

estes produtos contêm outros ingredientes que afetam a glicemia e que contribuem para o aumento do peso.

«Qual a razão de os alimentos sem açúcar atuarem como laxantes?»

alimEntos sEm açúCar E GliCEmia

Pergunta enviada por e-mail

ana raimundo, dietista da aPdP, responde:

«os EdulCorantEs Contêm inGrEdiEntEs QuE afEtam a GliCEmia.»

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36 Diabetes

CONSULTÓRIO

Alguns dos grandes problemas de saúde pública, tal como a obesidade e a dibetes tipo 2,

surgem por atividade física a menos e não o contrário. Neste sentido, o grande desafio é assegurar que a generalidade da população é capaz de identificar o tipo e a quantidade de exercício físico que deve realizar, para melhorar a sua saúde e prevenir o aparecimento destas doenças.

Evidências indicam que um acumulado de 1000 kcal de actividade física semanal resulta em benefícios para a saúde. Este dispêndio energético é aproximadamente igual a 150 minutos semanais de exercício físico

aeróbio de intensidade moderada (por exemplo caminhada, bicicleta, hidroginástica), que pode ser realizado de forma contínua ou acumulada em períodos mínimos de 10 minutos. Pode também controlar a quantidade de exercício físico através do número de passos realizados diariamente. Para ser fisicamente ativo deve-se realizar um total diário de 10000 passos, sendo que uma caminhada de 30 minutos corresponde a aproximadamente 3500 passos. Contudo, o aumento da quantidade de exercício físico para as 2000 kcal (250/300 minutos) semanais trará benefícios acrescidos para a saúde e

melhorias ao nível da aptidão física. Não se sabe ao certo o limite a partir

do qual o exercício físico deixa de ser seguro para a saúde. No entanto, pensa-se que dispêndios energéticos semanais superiores a 4000 kcal deverão ser planeados de forma criteriosa, visto poderem aumentar o risco de lesão e não estarem relatados benefícios acrescidos de saúde a partir deste patamar.

Para aqueles que apresentam complicações de saúde associadas à diabetes (doença cardíaca, neuropatia periférica ou autonómica), poderão ser necessários ajustes às recomendações referidas, de acordo com a sua condição.

Antes de iniciar ou modificar a sua prática de exercício físico, aconselhe-se com um profissional para uma prescrição mais segura e individualizada e a eventual necessidade de realizar exames adicionais prévios.

«Posso estar a fazer demasiado exercício?»

ExErCíCio físiCo E diabEtEs

Pergunta enviada por e-mail

antónio fortuna, Professor de Educação física da aPdP, responde:

«aConsElhE-sE Com um Profissional Para uma PrEsCrição mais sEGura E individualizada.»

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Nas doenças mais frequentes que afetam o sistema circulatório encontram-se as causadas pela obstrução de vasos sanguíneos. A acumulação de gordura nas artérias pode levar à aterosclerose, diminuindo a irrigação sanguínea dos tecidos. Em muitos casos, como no enfarte do miocárdio, tal pode originar a morte do tecido. Alguns medicamentos permitem minimizar as complicações cardíacas.

LIVRE Sem a formação de placas de gordura, o sangue flui apropriadamente.

1 COM pLaCa dE atEROMa acumulam-se colesterol e outras substâncias.

2 bLOquEIO a parede arterial engrossa e a artéria pode ficar bloqueada.

3

aORtaÉ o vaso sanguíneo mais

comprido do corpo, com um diâmetro interno médio de 2,5 centímetros. transporta

sangue oxigenado para todas as partes do corpo.

COMpLICaÇÕES VaSCuLaRES

VEIa CaVaa veia cava superior transporta o sangue

utilizado pela cabeça e pelos braços até à aurícula direita. a veia cava inferior conduz à aurícula direita o sangue desoxigenado que regressa da parte inferior do tronco e dos membros

inferiores.

LOCaL da LESãO

paRa OS puLMÕES dOS

puLMÕES

O avanço da aterosclerose pode ser muito perigoso se não for tratado. ao  dete-riorarem-se as artérias pela presença da acumulação excessiva de colesterol, os órgãos podem ver-se privados da quantidade de sangue necessária para funcionarem. Se o canal arterial ficar com-pletamente tapado, algum órgão pode deixar de receber sangue e, em conse-quência, perder definitivamente a sua funcionalidade. quando isto sucede no coração, deve recorrer-se, por exemplo, a uma angioplastia para ampliar novamente o vaso e melhorar a irrigação do tecido.

dEtERIORaÇãOpLaCa dE atEROMa

CanaL aRtERIaL EStREItadO

CaMada fIbROSa

atEROSCLEROSEa aterosclerose das artérias do cora-ção que se manifesta como doença coronária é causada pelo estreita-mento destes vasos devido à acu-mulação e depósito de colesterol, de células e de outras substâncias no revestimento destes vasos. a obs-trução arterial é gradual e começa com a acumulação de gordura e

colesterol excessivos no sangue. Estas substâncias infiltram-se no revestimen-to das artérias e em sítios com lesões microscópicas. formam-se os atero-mas que, por sua vez, desenvolvem massas lipídicas denominadas placas. O crescimento destas placas impede a passagem do sangue, diminuindo o fluxo sanguíneo.

COMPREENDER A DIABETES COMPLICAÇÕES

38 Diabetes

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ataquE dE CORaÇãOO enfarte pode ocorrer de repente, sem aviso prévio. a dor na zona do peito pode ser semelhante à da angina, mas normalmente é mais severa e não desaparece com repou-so. quem sofre um ataque pode sentir suor excessivo, debilidade e, em alguns casos, desmaios. Esta pode ser uma consequência direta

da falta de fluxo de sangue. Se a artéria começa a acumular gordura, a obstrução parcial de um vaso por placas de ateroma pode produzir uma lesão na sua parede, formando--se um trombo que pode fechar o vaso, privando de oxigénio uma parte do miocárdio, dando origem a um enfarte.

angIna dE pEItOas dores no peito podem ser um sinal de alerta de que o músculo cardíaco não está a receber o sangue necessário para cumprir com os requerimentos desencadeados pelo esforço realizado. na angina de peito, aparecem dores muito fortes. Isto deve-se a artérias obstruídas por aterosclerose.

tROMbO na aRtÉRIaforma-se quando as pla-quetas sanguíneas entram em contacto com o cola-génio do revestimento da artéria. aparecem fila-mentos fibrosos que inte-ragem com as plaquetas e o tamanho do coágulo aumenta. a artéria fica ocluída.

aRtÉRIapuLMOnaR

Ramifica-se assim que sai do ventrículo direito. Cada ramificação leva sangue desoxigenado aos pulmões. a artéria

pulmonar é a única artéria que transporte sangue desoxigenado.

LOCaL da LESãO

ÁREa SEM IRRIgaÇãO SanguínEa

fIbRaS MuSCuLaRES

dO CORaÇãO

EnzIMaS permitem diagnosticar o ataque e o grau de lesão.

aLaRgaMEntO dE VaSOSpara restabelecer a circulação sanguínea podem ser usados medicamentos como a nitroglicerina. Os vasos estreitados dilatam-se e o coração não faz tanto esforço.

MOLÉCuLa dE nItROgLICERIna

OxIgÉnIO

hIdROgÉnIOCaRbOnO

azOtO

Enquanto numa ferida de um vaso sanguíneo se forma um coágulo natural para evitar a perda de sangue, na aterosclerose os vasos estão previamente danificados, o que ocasiona uma predisposição para a formação de trombos quando ocorre a rutura de uma placa de ateroma. ao contrário do que acontece na aterosclerose, na trombose formam-se coágulos que podem migrar pela corrente circulatória e instalar-se em sítios diferentes do local de origem.

tRataMEntO para aliviar os efeitos da angina de peito pode utilizar-se nitroglicerina, um medicamento que dilata os vasos sanguíneos.

LESãO MuSCuLaR ISquÉMICa

antESOs vasos sanguíneos estreitados não fornecem ao coração a irrigação adequada.

1

dEpOISadministrados os medicamentos, as paredes dos vasos relaxam e alargam.

2

atEROMa a parede interior da artéria acumula gordura, produzindo um ateroma.

1

EnfaRtEforma-se um coágulo. O miocárdio deixa de receber sangue. Essa zona morre.

2

COMO SE pROduza obstrução de uma artéria coronária impede a chegada de sangue ao músculo. Se o bloqueio da artéria for total, o músculo morre.

dEtEÇãOquando ocorre um ataque de coração, as fibras musculares libertam enzimas para a corrente sanguínea.

COÁguLO

atEROMa

tROMbOSECOÁguLO quE bLOquEIa a aRtÉRIa

paREdE aRtERIaL

fILaMEntOS fIbROSOS

©So

l 90

Imag

es

Diabetes 39

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COMPREENDER A DIABETES CONTROLO E VIGILÂNCIA

40 Diabetes

Como posso prevenir a retinopatia diabétiCa?A retinopatia é a complicação ocular mais frequente entre as pessoas com diabetes e a principal causa de cegueira. Contudo, esta condição é evitável com um bom controlo dos níveis glicémicos e com visitas anuais ao oftalmologista.

relação Com a diabetesA retinopatia aparece quando a retina é afetada por muitos anos de glicemias elevadas. Pode ser causada por hemorragias dos vasos sanguíneos da retina ou por passagem de sangue dos capilares – vasos mais pequenos – para o exterior, causando um inchaço na retina. Quando ocorre uma destas lesões, a retina não consegue enviar mensagens para o cérebro, compro-metendo a visão.

prinCipais sintomasA retinopatia começa por ser uma condição "silencio-sa" em que a pessoa com diabetes não tem qualquer sinal de alteração visual. No entanto, com a progressão da doença, podem surgir os seguintes sintomas:

Visão enevoada ou com manchas

Cegueira noturna

Visão dupla

Perda de visão periférica

"Moscas volantes" e "flashes"

Perda súbita de visão por hemorragia dentro

do olho

possibilidades de tratamentoAs medidas de tratamento da retinopatia diabética dependem do grau de evolução da condição e podem passar por:

Tratamentos a laser

Corticoides locais

Medicamentos anti-VEGF (abreviatura inglesa para fatores de crescimento do endotélio vascular)

Cirurgia do vítreo

Cirurgia da retina

medidas de prevençãoA história da diabetes leva naturalmente ao apareci-mento de problemas de visão, mas alguns compor-tamentos conseguem prevenir a retinopatia e evitar a perda de visão. As pessoas com diabetes devem:

Consultar um oftalmologista. Se não houver lesões poderá ser vigiado com uma retinografia anual.

Manter um bom controlo da glicose

Reduzir a pressão arterial

Não fumar

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COMPREENDER A DIABETES GESTÃO DA DOENÇA

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ESTRATÉGIAS PARA COMBATER A FADIGA

COnTAR hIDRATOS DE CARBOnO

A hIDRATAçãO É uM BEM ESSEnCIAl nO COnTROlO DA DIABETES

Organize-se no “caos” que por vezes a doença poderá parecer causar e que conduz muitas vezes a um estado de fadiga.

Mantenha as relações familiares e sociais de qualidade, por forma a evitar o isolamento.

Procure grupos organizados de pessoas com diabetes (nas associações) para minimizar o impacto da doença através da identificação das mesmas situações de stress nos outros e para aprendizagem de novas formas de resolução das mesmas.

Cuide de si e aumente a sua autoestima.

Aprenda a reconhecer os sinais de alerta das situações de stresse, de falta de sono e de fadiga, por forma a não se deixar dominar pelas mesmas.

Mantenha ou recupere rotinas prazenteiras, como hobbies, entre muitas outras.

1

2

3

4

5

6

A TER EM COnTA

A água deve ser sempre a bebida de primeira escolha.

Os refrigerantes não se aconselham, porque têm grande quantidade de açúcar que induz uma subida rápida e acentuada dos níveis da glicemia.

Os hidratos de carbono (HC) são a principal fonte de energia do corpo e devem ser contabilizados, pois influenciam a glicemia. Um nutricionista/dietista poderá ajudar a determinar qual o número de por-ções de HC diários recomendados em cada caso.

2 batatas (140g) + 6 colheres* de ervilhas  = 3 porções de hC

6 colheres* de grão + 2 colheres* de massa  = 3 porções de hC

4 colheres* de arroz + 3 colheres* de feijão  = 3 porções de hC

1,5 lBeba água diariamente

60%

O nosso corpo é constituído por

água num total de

1

2

Grãocommassa

Arrozcom feijão

Batatascomervilhas

+

+

+* colheres = colheres de sopa

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44 Diabetes

ENTREVISTA

Pedro Graça é o diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS). Durante a conversa, realizada a

propósito da conferência que proferiu na Escola da Diabetes, o responsável explica a relação entre a obesidade e as carências económicas e fala das necessidades de formação da população na compra, confeção e aproveitamento dos alimentos. Recuperar hábitos do tempo dos avós pode ser a estratégia ideal para levar uma alimentação saudável.

Na conferência que realizou na Escola da Diabetes disse que a fome causa obesidade. Como se explica esta coexistência tão improvável?Não é uma frase minha, mas uma interrogação de um artigo publicado na revista Pediatrics. O trabalho chamou a atenção para este facto porque as

condições de carência em que vivem muitas famílias podem potenciar o aparecimento da obesidade.

As condições de carência têm vários graus, desde a insegurança alimentar à fome. Quando se fala em insegurança alimentar fala-se da segurança de ter acesso a alimentos. Há famílias com menos dinheiro, mas com capacidade de ter acesso ao alimento.

A relação entre pobreza e obesidade existe, mas a relação entre a obesidade e desigualdade social é mais forte e mais preditiva de obesidade do que a pobreza.

Quando se fala em famílias desfavorecidas, apenas se tem em conta a capacidade económica ou também ou também se pensa no grau educacional?As áreas importantes são o rendimento, a

«A AlimentAção sAudável deve ser sinónimo de imenso prAzer»Pedro Graça explica como a carência económica e a falta de competências nutricionais e culinárias são dois dos fatores que mais influenciam a alimentação.

«O conhecimento culinário foi

externamente minorado.»

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w Texto de Rita Vassal, Fotografias de L. Ribeiro w

Texto de Rita VassalFotografias de L. Ribeiro

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capacidade de relacionamento com a sociedade e com as âncoras que permitem à pessoa ter acesso ao alimento e a educação. Porque o rendimento pode variar, a escolaridade também, assim como o conhecimento que as pessoas têm para produzir refeições saudáveis a um determinado custo. Por exemplo, quando falta a proteína animal, juntamos proteína de baixo custo e de qualidade como os ovos. Se lhe juntarmos ervilhas, um pouco de chouriço para dar sabor e arroz estamos a fazer um prato do ponto de vista nutricional completo e económico.

Apesar dessas refeições equilibradas e de menor custo, como é que as famílias desfavorecidas acabam por ser onde se registam os maiores números de obesidade?Esse é um dos paradoxos que neste momento estamos a viver. O catálogo de boas escolhas era tradicionalmente transmitido de avós para pais e depois para os filhos. Esse catálogo de boas escolhas sofreu uma quebra no ciclo da passagem da informação.

Por outro lado, o conhecimento culinário foi externamente minorado. Ultimamente, os chefes de cozinha ganharam um protagonismo extraordinário, mas, durante algum tempo, saber fazer isto ou aquilo não era valorizado numa reunião social.

Em que medida é que as competências culinárias ajudam a ter uma alimentação mais saudável? É um desafio tremendo para os profissionais de saúde, para quem

faz a formação a este nível, conseguir conciliar duas coisas: as competências de nutrição e alimentação saudável com o gosto e o prazer de cozinhar. Durante muitos anos, associou-se a gestão e a confeção culinária à proibição e ao normativo. Por exemplo, existem normas para a pessoa com diabetes, mas são apenas a base para se recriar muita coisa. Ainda se diz, muita vez, o que deve e o que não deve ser feito, quando a alimentação saudável deve ser também sinónimo de imenso prazer.

Também disse, na conferência, que vai saber cozinhar quem tem tempo e dinheiro?Exatamente. Tempo, dinheiro, paciência e treino. Quando adiciono sal, açúcar e gordura, estes são ingredientes que muito rapidamente fazem com que o cérebro entre em delírio. Esses três produtos são uma tentação para qualquer pessoa que cozinha. Fazer algo sem estes três ingredientes obriga àquilo que algumas pessoas podem não ter: tempo, conhecimento, capacidade de adquirir determinada matéria-prima.

O sal, o açúcar e a gordura também estão associados à redução do preço dos alimentos...Quando são introduzidos na cadeia alimentar, permitem conservar melhor a matéria-prima. A conservação permite ter mais tempo de prateleira e isso implica ter menos gente para manter, comparando com um produto que é fresco e que obriga a uma gestão quase diária, que se estraga com muita facilidade e se transporta com muita dificuldade, por causa da refrigeração.

ENTREVISTA

46 Diabetes

«existem normAs pArA A pessoA com diAbetes, mAs são ApenAs A bAse pArA se recriAr muitA coisA.»

«As competênciAs nutricionAis que erAm ensinAdAs nA fAmíliA desApArecerAm.»

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«O ideal era cada pessoa ter o seu personal trainer e seu personal nutricionista que a acompanhassem.»

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Quando o produto fresco chega à banca, é mais caro e ninguém gosta de o ter lá porque se estraga com facilidade.

Quem quer adquirir competências nutricionais e culinárias onde pode obter essa formação?Há agora um espaço muito grande para a sociedade civil nesta matéria. É um espaço onde há caminho para muitas coisas: aquisição de competências para comprar, cozinhar, armazenar, reutilizar. Estas competências que eram ensinadas o seio da família desapareceram e tem de haver um espaço novo que as preencha, por exemplo por autarquias e clubes desportivos.

O número de nutricionistas é suficiente para fazer reeducação necessária?O ideal era cada pessoa ter o seu personal trainer e seu personal nutricionista que a acompanhassem, pois hoje sabemos que os dois principais determinantes da nossa saúde e do aparecimento de doenças crónicas como a diabetes são a atividade física e a alimentação.

As famílias devem ter a possibilidade de ter aconselhamento presencial e não presencial, aproveitando as potencialidades das novas tecnologias para o aconselhamento.

Contudo, é preciso saber distinguir a

informação de qualidade. É necessário identificar com clareza os espaços que produzem informação de qualidade – como o Ministério da Saúde, a Direção-Geral de Saúde, a APDP – e em relação a tudo o resto ter muito cuidado.

Quais são os principais objetivos a atingir com PNPAS? O programa tem cinco áreas prioritárias. Uma é o conhecimento da situação alimentar nacional, sabermos o que comemos e quantos obesos temos. Esperamos arrancar muito em breve com o inquérito alimentar nacional.

A segunda e terceira áreas dizem respeito à intervenção de qualidade, dando mais informação e conhecimento às famílias e modificando a disponibilidade dos alimentos. A quarta área diz respeito à intersetorialidade, pois a alimentação não vive se não tivermos pontes com outros setores. Trabalhamos com o Ministério da Educação e modificámos a oferta dos alimentos nas escolas.

Trabalhamos ainda na candidatura da dieta mediterrânica a património imaterial da humanidade, com o objetivo de transformar a comida não só numa questão de saúde, mas numa questão de cultura. Em último lugar, continuamos a apostar na formação dos profissionais para darem respostas a estes problemas.

«sAbemos que os principAis determinAntes de sAúde são A AtividAde físicA e A AlimentAção.»

perfilPedro Graça é licenciado

em Ciências da Nutrição pela Universidade do Porto e fez o mestrado em Saúde Comunitária na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Lisboa e o doutoramento em Nutrição Humana na Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto.

A par do cargo de responsável pela política alimentar e nutricional, Pedro Graça continua ligado à vida académica como professor universitário e orientador de teses de mestrado e doutoramento na Universidade do Porto.

Assumiu, em março de 2012, a direção do Programa Nacional para uma Alimentação Saudável, integrado na estrutura da Direção‑Geral da Saúde.

A alimentação saudável foi considerada pelo Ministério da Saúde como uma das oito áreas prioritárias de ação.

O PNPAS pretende melhorar o estado nutricional da população, com o incentivo à disponibilidade e consumo de alimentos saudáveis. O objetivo será, com esta política, ter um impacto direto na prevenção de doenças crónicas, como a diabetes e a obesidade, de doenças cardiovasculares e oncológicas.

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comer bem

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comer bem

aprenda a... Cozinhar com azeite

para saborear MinitapasWrap de frango e legumesAspic de salmãoMousse de gelatina

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50 Diabetes

NUTRIÇÃO

O Azeite existem bOAs gOrdurAs? É hoje do consenso dos especialistas que o azeite é das gorduras mais saudáveis que fazem parte da tradição portuguesa. Saiba porquê e quais as vantagens do uso desta gordura para a pessoa com diabetes.

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O azeite é uma gordura proveniente do fruto da oliveira – a azeitona – obtido através de processos físicos, sem

recurso a qualquer produto químico, e tem feito desde sempre parte da cultura das regiões do Mediterrâneo. Ao longo das últimas décadas, tem‑se investido em Portugal na sua produção, com plantação de novos olivais e recurso a tecnologias mais avançadas. Existem diversas variedades de azeitonas em várias regiões do país, que dão origem a variedades distintas de azeite, com diferentes cores, sabores e odores. Através da análise sensorial, é possível determinar as diferentes características organoléticas do azeite, como o amargo, doce, frutado, entre outras. Para um azeite de boa qualidade, são determinantes fatores como o clima, o solo e a qualidade da azeitona, mas também o método da apanha da azeitona, seu transporte para o lagar, e os cuidados na elaboração e no armazenamento do azeite.

O Azeite nA rOdA dOs AlimentOsO azeite faz parte do grupo das gorduras e óleos, representado na Roda dos Alimentos Portuguesa. As gorduras (ou lípidos) devem fazer parte da alimentação saudável, contribuindo com uma parte da energia que o organismo necessita – cerca de um terço da energia total –, mas são também fundamentais para o fornecimento de ácidos gordos essenciais (que o organismo não é capaz de sintetizar), para o aporte e absorção das

vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, E e K), para a estrutura das membranas celulares, para a formação de hormonas e regulação de processos como a coagulação sanguínea, a inflamação, entre outros.

Devido ao seu elevado valor energético (9 Kcal por cada grama de gordura ingerida), o controlo da quantidade é importante para manter um peso saudável, mas, por outro lado, saber escolher as gorduras de melhor qualidade é determinante na redução do risco de doença cardiovascular, diabetes tipo 2 e alguns tipos de cancro.

entãO As gOrdurAs nãO sãO tOdAs iguAis?Existem diferentes tipos de gordura, determinados pelo tipo de ácidos gordos que predominam. São iguais sob o ponto de vista energético, mas são diferentes quanto à sua estrutura e efeitos no organismo. Os ácidos gordos podem dividir‑se em dois grandes grupos: os saturados (predominantes em alimentos de origem animal, exceto o peixe) e os insaturados (predominantes em alimentos de origem

O Azeite existem bOAs gOrdurAs?

O Azeite virgem extrA é O mAis ricO nOs seus cOmpOnentes AntiOxidAntes.

saber escolher as gorduras de melhor qualidade é determinante na redução do risco de doença cardiovascular, diabetes tipo 2 e alguns tipos de cancro.

w por maria João Afonso, Nutricionista APDP w

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vegetal, exceto óleo de coco e de palma). Dos insaturados ainda fazem parte os monoinsaturados e os polinsaturados (ómega 6 e ómega 3).

O Azeite e O cOlesterOlVários estudos demonstraram haver nos países do Mediterrâneo uma menor taxa de mortalidade por doença cardiovascular do que em outras regiões, o que parece relacionar‑se fundamentalmente com a qualidade da gordura predominante na dieta tradicional dessas regiões. Fazem parte desse padrão alimentar os vegetais e fruta fresca, as leguminosas e cereais, frutos oleaginosos, peixe, laticínios moderadamente, pouca carne e o uso do azeite como principal gordura de adição, uma gordura composta fundamentalmente por ácidos gordos monoinsaturados. Na prática, mais de metade da gordura consumida na dieta mediterrânica deriva dos ácidos gordos monoinsaturados do azeite.

É reconhecido que a qualidade das gorduras na alimentação influencia os níveis de colesterol no sangue e o risco de doença cardiovascular. O azeite é rico em ácidos gordos monoinsaturados,

dos quais se destaca o ácido oleico, que constitui 55% a 80% dos seus ácidos gordos e é responsável por alguns dos benefícios do azeite para a saúde. Ingerir menos gordura saturada substituindo‑a por gordura monoinsaturada tem dois efeitos importantes no controlo dos lípidos no sangue: reduz os níveis sanguíneos de LDL‑colesterol (fator de risco para a doença cardiovascular) e aumenta os níveis de HDL‑colesterol (protetor da doença cardiovascular e muitas vezes denominado «bom colesterol»). Desta forma, o consumo regular de azeite contribui para reduzir o risco de doença cardiovascular.

Por outro lado, quando os níveis de triglicéridos no sangue estão elevados, ingerir menos hidratos de carbono refinados e açúcares, que poderão substituir‑se por gordura monoinsaturada, reduz esses níveis, contribuindo para partículas de LDL menos aterogénicas e menor risco de doença cardiovascular.

OutrOs benefíciOs dO AzeiteO ácido oleico é muito resistente à oxidação e, por isso, tem a capacidade

NUTRIÇÃO

O cOnsumO de ácidOs gOrdOs mOnOinsAturAdOs nO Azeite AssOciA‑se A um melhOr cOntrOlO dOs lípidOs nO sAngue.

ingerir menos gordura saturada

substituindo‑a por gordura

monoinsaturada reduz os níveis

sanguíneos de ldl‑colesterol e aumenta os níveis de hdl‑colesterol.

benefíciOs dO Azeite nA sAúdeEvita o envelhecimento e a destruição celular precoce;Reduz a agregação de substâncias indutoras de aterosclerose nos vasos sanguíneos; Confere proteção contra as doenças cardiovasculares;Confere proteção contra o desenvolvimento de alguns tumores.

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de tornar as membranas das células também mais resistentes a alterações da sua estrutura e assim evitar o envelhecimento e a destruição celular precoce.

Para além do ácido oleico, o azeite tem outros componentes com benefícios para a saúde: os esteróis vegetais que, ao diminuírem a absorção do colesterol dos alimentos, reduzem os níveis de colesterol total e LDL‑colesterol no sangue; a vitamina E, um antioxidante que também protege a estrutura das membranas celulares; e os compostos fenólicos, que têm propriedades antioxidantes e reduzem ao nível dos vasos sanguíneos a agregação de compostos indutores de aterosclerose. No conjunto, estes componentes têm efeitos que conferem proteção contra as doenças cardiovasculares, mas também contra o desenvolvimento de alguns tumores.

O azeite virgem extra (cujo grau de acidez não pode ser superior a 0,8%) é o mais recomendado porque, conservando todas as propriedades da azeitona, é o mais rico nos seus componentes antioxidantes.

O Azeite e A diAbetesPara as pessoas com diabetes, é fundamental atingir e manter os níveis de glicose próximos dos níveis normais e evitar o excesso de peso e a obesidade. No entanto, também é importante o controlo dos níveis de colesterol, de triglicéridos e da pressão arterial, para reduzir o risco de complicações cardiovasculares, um objetivo particularmente importante para as pessoas com diabetes.

O facto de o consumo de ácidos gordos monoinsaturados no azeite se associar a um melhor controlo dos lípidos no sangue torna a gordura monoinsaturada tão importante na alimentação diária das pessoas com diabetes, devendo representar 10% a 20% das calorias totais, enquanto, pelo contrário, se recomenda reduzir o consumo de gorduras saturadas para menos de 7% das calorias totais e minimizar a ingestão de gordura trans (decorrentes da transformação industrial de gorduras insaturadas). Tem sido relatada também a influência da gordura monoinsaturada no melhor controlo da pressão arterial e dos níveis de glicose no sangue. A proteção conferida pelos outros componentes do azeite (vitamina E e polifenóis) também tem para as pessoas com diabetes elevados benefícios a nível cardiovascular.

Embora em menor concentração, os ácidos gordos monoinsaturados também existem no óleo de amendoim, nas amêndoas, amendoins, avelãs e no abacate.

Os esteróis vegetAis, A vitAminA e e Os cOmpOstOs fenólicOs presentes nO Azeite ApresentAm benefíciOs pArA A sAúde.

pOrque precisAmOs de cOnsumir gOrdurAsContribuem com parte da energia que o organismo requer – cerca de um terço da energia total; Fornecem ácidos gordos essenciais, que o organismo não é capaz de sintetizar;Contribuem para o aporte e absorção das vitaminas lipossolúveis A, D, E e K;Fazem parte da estrutura das membranas celulares;São essenciais na formação de hormonas;Contribuem para a regulação de processos como a coagulação sanguínea e a inflamação, entre outros.

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O Azeite nA cOzinhAPara além de benefícios para a saúde, o azeite confere cor, sabor e aroma especiais aos alimentos, tanto no verão como no inverno. Devido aos seus componentes, em comparação com outras gorduras, o azeite é mais resistente à oxidação (sofre menos modificações estruturais) e à formação de substâncias nocivas, permitindo qualquer tipo de utilização, para temperar ou cozinhar. Diferentes aromas e sabores deverão ser escolhidos de acordo com o gosto ou tipo de alimentos. Para temperar ou em doçaria, aconselha‑se o azeite virgem extra de sabor mais suave, enquanto para alimentos de sabor mais pronunciado, será melhor um azeite de aroma e sabor mais intenso.

Utilizações possíveis do azeite:Em cru, como tempero de saladas,

peixes ou legumes cozidos, mas também em preparação de molhos (vinagreta) ou como entrada de uma refeição (pão com azeite). Nas sopas, quando adicionado no final da cozedura, o azeite mantém as suas propriedades (aroma e sabor).

No tacho, como ingrediente em escabeches, açordas, pratos de peixe ou de carne estufados (bacalhau, caldeirada, jardineira). Ou umas gotas de azeite na água de cozedura das massas, para ficarem soltas.

Nos assados e em fritos, sendo a gordura mais indicada para este tipo de confeção em que as temperaturas são elevadas.

Em grelhados, em doçaria ou como agente conservador (enchidos, queijo).

O oxigénio do ar, a luz e o calor facilitam a degradação por oxidação das gorduras. Por este motivo, o azeite deve ser mantido no recipiente original sempre

fechado, em local escuro e à temperatura ambiente, e consumido até dois anos após a sua produção. É hoje do consenso dos especialistas que o azeite é das gorduras mais saudáveis e por isso em quantidades moderadas (porque apesar de saudável, é rico em calorias) deve continuar a ser uma tradição à nossa mesa.

NUTRIÇÃO

A proteção conferida pela vitamina e e pelos polifenóis, presentes no azeite tem para as pessoas com diabetes elevados benefícios a nível cardiovascular.

estudOs prOvAm que nOs pAíses dO mediterrâneO existe umA menOr tAxA demOrtAlidAde pOrdOençA cArdiOvAsculAr.

Onde pOdemOs usAr O AzeiteTempero de saladas, peixes, sopas e legumes cozidos; Preparação de molhos (vinagreta);Como entrada de uma refeição (pão com azeite);Em escabeches, açordas, pratos de peixe ou de carne estufados; Nos assados, fritos e grelhados;Na doçaria;Como agente conservador de enchidos e queijos.

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CULINÁRIA

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MINITAPAS

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24 minitostas 1 tomate maduro 1 dente de alho 5 ml de azeite Rúcula qb. 8 fatias de fiambre de peru muito finas 8 azeitonas sem caroçob 8 tomates cherry 40 g de requeijão light Hortelã q.b.

IngredIentes (4 pessoas)

preparaçãoRetire a pele e o interior ao tomate maduro e corte-o em cubos. Numa frigideira, salteie o tomate com o azeite e o alho já picado. Distribua o tomate por oito minitostas e coloque uma folha de rúcula por cima. Reserve.

Prenda uma azeitona a um palito e enrole uma fatia de fiambre de modo a estaficar entre a minitosta e a azeitona. Repita o processo em oito minitostas e reserve.

Faça uma pasta com o requeijão e as folhas de hortelã, utilizando um liquidificador,por exemplo. Barre oito minitostas com esta pasta e coloque um tomate cherry emcada minitosta.

Sirva as minitapas.

ComposIção nutrICIonal[média por pessoa]

Calorias 104 kcal

H. Carbono 11 g

proteínas 6 g

gordura 4 g

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w por Lúcia Narciso, Dietista APDP w

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4 wraps (de 40 g) 200 g de peito de frango sem pele 250 g de pimento vermelho 1 cenoura média 120 g de folhas de alho francês 1 cebola média 3 dentes de alho 1 colher de sopa de azeite Caril, Cravinho, Louro, Canela, Gengibre, Noz moscada, Pimentão vermelho, Limão, Coentros

para o Creme: 100 g de Philadelphia Light Coentros, Pimenta

para o molHo: Vinagre balsâmico 1 colher de sopa de ketchup

IngredIentes

preparaçãoCorte às tiras o frango, o pimento vermelho e as folhas de alho francês. Rale a cenoura. Numa frigideira antiaderente ou wok, coloque o azeite, a cebola e o alho picados, e um pouco de sal. Adicione o pimento e o alho francês e depois de alourar, junte o frango. Vá mexendo sempre, enquanto adiciona as especiarias e deixe estufar.

Junte a cenoura ralada e pouco antes de desligar o lume, regue com umas gotas de limão e adicione os coentros picados grosseiramente. Deixe arrefecer.

Barre bem cada wrap com o creme feito com queijo Philadelphia Light, coentros picados e pimenta. Por cima coloque o recheio, mas apenas até metade do wrap, para que seja mais fácil enrolar. Depois de enrolados, dê-lhes um corte na diagonal, disponha as duas metades em forma de V e regue com o molho de vinagre balsâmico e ketchup.

Sirva com uma salada.

ComposIção nutrICIonal[média por pessoa] Calorias 335 kcal

H. Carbono 26 g

proteínas 24 g

gordura 15 g

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WRAP DE FRANGO

E LEGuMES

w por Margarida Barradas, Dietista APDP w

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CULINÁRIA

ASPIC DE

SALMãO

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200 g de salmão 120 g de camarão 40 g de azeitonas pretas às rodelas 240 g de pimento amarelo 240 g de pimento verde 300 g de tomate 12 folhas de gelatina

140 g de esparguete preto Aipo Manjericão Louro Oregãos Oregãos em pó 1 colher de sopa de azeite Alho

IngredIentes (4 doses IndIvIduaIs)

preparaçãoCoza o salmão com alho, cebola, salsa, coentros, orégãos, aipo e sal. Cinco minutos antes de desligar o lume, junte os camarões. Reserve o caldo.

Tire as sementes do tomate e dos pimentos e corte-o às tiras. Numa frigideira antiaderente coloque umas gotas de azeite e salteie durante dez minutos, com sal, louro e orégãos em pó. Separe o pimento amarelo do pimento verde e do tomate.e deixe a escorrer enquanto arrefecem.

Coloque a gelatina a demolhar em água fria. Retire o salmão e desfie-o às lascas. Misture metade do salmão com talos de aipo cortado aos bocadinhos e separe da outra metade que deve ser misturada com manjericão fresco picado. Misture os camarões com azeitonas pretas e pimenta preta. Reserve enquanto arrefecem.

Passe o caldo de peixe por um pano limpo, e leve 250 ml a aquecer num tacho. Depois de desligar o lume junte a gelatina escorrida, mexa bem e deixe arrefecer.

Em quatro formas pequenas, deite um pouco do caldo com a gelatina. Distribua os camarões pelas formas e leve ao frio até começar a solidificar. Depois coloque mais um pouco de caldo com gelatina e uma camada de pimento amarelo em cada forma, levando novamente ao frio. Repita este procedimento com os restantes ingredientes – caldo + ingrediente + levar ao frio – pela seguinte ordem: salmão com manjericão, pimento verde, salmão com aipo e para terminar o tomate que ficará na base, vertendo na forma o resto de caldo. Reserve no frio.

Antes de desenformar, mergulhe a forma em água morna. Sirva com o esparguete preto, cozido com o restante caldo de peixe que sobrou, e salteado em azeite, com o alho e uma pitada de sal. Decore o prato com tomate cereja e cebolinho.

ComposIção nutrICIonal [média por pessoa]

Calorias 335 kcal H. Carbono 28 g

proteínas 22 g gordura 15 g

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w por Margarida Barradas, Dietista APDP w

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CULINÁRIA

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MOuSSE DE

GELATINAR

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1 embalagem de gelatina light de frutos vermelhos 1 l de água 245 g de Queijo Fresco Ricotta Pau de canela qb. 16 g de coco ralado Hortelã qb.

IngredIentes (8 pessoas)

PREPARAÇãO

Confecione toda a gelatina conforme é descrito na embalagem e coloque no frio.Depois de ganhar consistência, coloque a gelatina no liquidificador até ver algumaespuma. Junte o queijo e volte a misturar.Distribua a mousse por oito taças pequenas e decore com o pau de canela, o cocoe a folha de hortelã.Sirva frio.

ComposIção nutrICIonal[média por pessoa]

Calorias 110 kcal

H. Carbono 14 g

proteínas 6 g

gordura 4 g

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MOuSSE DE

GELATINA

w por Lúcia Narciso, Dietista APDP w

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a sua apdpaCONTECEu Na apdp Visita da Embaixada da Dinamarca à APDPLançamento do livro Ser Jovem com DiabetesSeminário «As Alimentações e a Diabetes»Aniversário da APDPFórum internacional de diabetes em LisboaEntrevista a Henrik Nedergaard

NúClEO jOvEmPresença no congresso da IDFEquipa de futebol com novo treinadorEstágio do NJA na IDF

agENdaEventos de formação

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No dia 22 de maio, véspera do Portuguese Diabetes Leadership Forum, o presidente da Associação Dinamarquesa de Diabetes, Henrik Nedergaard, esteve de visita às instalações da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) acompanhado pelo embaixador da Dinamarca em Portugal, Hans Michael Kofoed-Hansen.

A delegação do Reino da Dinamarca foi recebida por Luís Gardete Correia, presidente da APDP, e por João Raposo, diretor clínico da Associação.

A visita iniciou-se com uma passagem pelo Museu da APDP, onde os visitantes tomaram contacto com a história da associação de pessoas com diabetes mais antiga do Mundo e com o trabalho do seu mentor, Ernesto Roma.

Seguiu-se uma reunião entre os representantes portugueses e dinamarqueses para discutir as realidades de ambos os países e as políticas nacionais de abordagem à questão da diabetes, com a perspetiva de possíveis parcerias e trocas de experiências entre as duas associações.

A terminar a visita à APDP, os anfitriões nacionais mostraram as instalações da Associação à delegação dinamarquesa, dando a conhecer o trabalho realizado pela instituição na assistência à pessoa com diabetes.

No dia 23 de abril, a Escola da Diabetes recebeu a apresentação do livro Ser Jovem com Diabetes. A obra, da autoria de Lurdes Serrabulho, coordenadora de Enfermagem e de Formação da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), junta testemunhos de 37 jovens com diabetes tipo 1, que falam da angústia dos momentos seguintes ao do diagnóstico, mas também da forma positiva como decidiram encarar a condição.

A principal mensagem a reter é a forma como, apesar de muito novos, os jovens conseguem lidar com a diabetes de uma forma adulta, sem nunca deixarem de fazer as atividades tradicionais das outras pessoas da mesma idade.

O livro Ser Jovem com Diabetes está disponível na APDP.

Pedro Graça, diretor do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, foi o terceiro convidado do Ciclo de Conferências «Diabetes Séc. XXI: O Desafio», promovido em conjunto pelo Programa Nacional para a Diabetes, pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

A conferência, que decorreu no dia 25 de junho na Escola da Diabetes, teve como tema «As Alimentações e a Diabetes – As desigualdades sociais e o risco de diabetes». Pedro Graça apresentou vários estudos nacionais e internacionais que têm comprovado nos últimos anos a estreita ligação entre «os grupos economicamente mais vulneráveis» e a obesidade, considerado um dos principais fatores de risco para o aparecimento da diabetes.

No encontro, estiveram presentes Francisco George, diretor-geral da Saúde, José Manuel Boavida, diretor do Programa Nacional para a Diabetes, e Luís Gardete Correia, presidente da APDP, e a fase de debate contou com a participação de vários profissionais da APDP.

Delegação Dinamarquesa visita aPDP

testemunhos De jovens em livro

ConferênCia alimentação, obesiDaDe e Diabetes

ACONTECEU NA APDP

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Diabetes 67

Melbourne recebe encontro da IDF

NJA pArticipA em coNgresso muNdiAl

ArmANdo sá treiNA NJA

estágio do NJA NA idF

Dois membros do Núcleo Jovem da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal vão participar naquele que é considerado o maior encontro mundial sobre diabetes.

O Núcleo Jovem (NJA) da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal

vai marcar presença no Congresso Mundial de Diabetes organizado pela International Diabetes Federation (IDF).

Este ano, o encontro terá lugar entre 2 e 6 de dezembro em Melbourne, na Austrália, e será uma oportunidade para discutir as questões mais importantes relacionadas com a diabetes a nível mundial. A participação do NJA terá lugar no âmbito do Programa Young Leaders in Diabetes da Federação Internacional de Diabetes. Este programa tem como principal objetivo melhorar a vida dos jovens com diabetes em todo o mundo, através da formação de futuros líderes na comunidade da diabetes.

De todos os candidatos ao programa

a nível mundial, apenas alguns são aceites enquanto representantes não só da associação-membro que representam, mas também enquanto porta-vozes do país de origem. Este ano, por Portugal, foram selecionados a Alexandra Costa e o Manuel Gonçalves, ambos do NJA, para fazerem parte do Young Leaders in Diabetes. Os dois jovens juntam-se assim a Júlia Silveira, também membro do NJA, que já é Jovem Líder na Diabetes desde 2011.

testemuNho portuguêsO NJA também marca presença no programa oficial do congresso da International Diabetes Federation. Alexandra Costa participará na sessão «Perspetiva da Pessoa com Diabetes», onde irá proferir uma palestra sobre o tema «Como construir relações com a equipa de saúde».

Armando Sá, antigo jogador profissional de futebol que representou clubes como o Benfica e o Villareal de Espanha, aceitou o convite para ser treinador da equipa de futebol do NJA. Na tarefa, terá a companhia de outro antigo jogador profissional, Ricardo Ramires, que passou por clubes como o Sporting e o Vitória de Guimarães. Os dois treinadores vão preparar a equipa do NJA para a presença no torneio DIAEURO 2013, um campeonato de futebol só para pessoas com diabetes, que irá decorrer de 7 a 31 de agosto em Zadar, na Croácia. Estarão presentes equipas de Espanha, Itália, Bulgária, Bélgica, Eslováquia, Croácia, Ucrânia, Polónia, Sérvia, Roménia e Hungria.

A coordenadora do NJA, Alexandra Costa, foi selecionada para realizar um estágio na equipa da International Diabetes Federation (IDF) em Bruxelas entre os meses de agosto e novembro. O estágio faz parte do programa de intercâmbio da IDF com associações-membro e tem como principal objetivo formar o candidato para ações de esclarecimento, sensibilização e de alerta para a diabetes, mas também é uma oportunidade para a IDF fortalecer a colaboração com as associações de pessoas com diabetes de cada país.

JOVENS

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PROJETO D2fit

Venha fazer exercício na aPDPO exercício físico deve fazer parte do dia a dia da pessoa com diabetes, como forma de controlar a doença. Uma parceria vai ajudar os associados da APDP a atingirem os resultados pretendidos.

A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) associou-se à Faculdade de Medicina de Lisboa e à Faculdade de Motricidade Humana para fazer nascer o projeto D2fit.

Esta iniciativa pretende ser um programa de exercício físico para os sócios da APDP com o objetivo de avaliar a eficácia de diferentes tipos de exercício em vários biomarcadores e na qualidade de vida de pessoas com diabetes tipo 2.

A ideia será envolver um total de 105 participantes com diabetes

tipo 2 há menos de cinco anos, que não façam uso de insulina e não tenham complicações da diabetes. Os participantes serão distribuídos de forma aleatória por três grupos, cada um com programas de exercício diferentes. Um grupo será submetido a um programa multicomponente, envolvendo trabalho de força e exercício contínuo de intensidade moderada, e outro grupo será submetido também a um programa multicomponente envolvendo trabalho de força e exercício contínuo de intensidade

PROJETO

a quem se Dirige?Podem participar no Projeto D2fit pessoas que tenham diabetes tipo 2 há cinco ou menos anos, que não façam uso de insulina, que não tenham limitações motoras e que não tenham complicações próprias da diabetes, como problemas cardiovasculares.

como ParticiPar?Para participar neste projeto, basta telefonar para o número 914 555 500 e fazer a inscrição.

onDe Decorre?No ginásio da APDP que está situado na Escola da Diabetes, na Rua do Sol, no Rato.

moderada, intervalado com trabalho de alta intensidade. O terceiro grupo servirá de controlo e será envolvido num processo de aconselhamento para a prática de exercício diário de forma não formal.

Os programas de exercício físico dos dois primeiros grupos decorrerão no ginásio da Escola da Diabetes, na Rua do Sol ao Rato, mas os três grupos de participantes terão acompanhamento profissional especializado e personalizado com os profissionais das instituições envolvidas nesta parceria.

O projeto, que terá a duração de um ano, inclui a realização de um conjunto extenso de avaliações clínicas e laboratoriais no início e no final do programa de exercício físico, as quais darão informações relevantes acerca da saúde dos participantes antes de se submeterem ao programa e dos ganhos obtidos no fim da participação.

A participação no D2fit é gratuita.

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N o dia 13 de maio a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) assinalou

o 87.º aniversário. A sala de espera da sede da instituição recebeu a cerimónia comemorativa, que foi conduzida por Luís Gardete Correia, presidente da APDP.

O dirigente aproveitou a ocasião para recordar a história da instituição, fundada em 1926 por Ernesto Roma, depois de o médico ter regressado

de Boston, onde assistiu ao que chamou de “milagre do nascimento da insulina”.

Desde então, a APDP cresceu e desenvolveu novas valências, tentando adaptar-se às necessidades sentidas pelas pessoas com diabetes e à natural evolução do tratamento e gestão da doença. Passou a ter consultas de cardiologia, oftalmologia, podologia, hemodiálise, planeamento da gravidez, cozinha dietética, equipa

dedicada à colocação de bombas de insulina e bloco operatório.

O que continua a ser “ponto fundamental da atividade da associação, disse o presidente, é a componente formativa, com a realização de cursos durante todo o ano na Escola da Diabetes dirigidos a pessoas com diabetes, familiares e profissionais de saúde.

Olhando para o futuro, o presidente da associação frisa que a APDP

APDP assinalou o 87.º aniversário

MAis uM Ano A cuiDAr DA PessoA coM DiAbetesA APDP comemorou mais um aniversário e a cerimónia serviu para lembrar a já longa história da instituição no apoio e assistência à pessoa com diabetes.

a sua apDp

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continuará a “colaborar de forma muito estreita com o SNS” e aguarda para os próximos meses o reconhecimento como centro colaborador da Organização Mundial de Saúde.

DADos DA AtiviDADeDia de aniversário é também dia de balanço e de apresentação de resultados. Em 2012, a APDP realizou mais de 50.300 consultas médicas nas diversas especialidades, sendo que só na diabetologia foram contabilizadas 27.883 consultas. Ao todo, no ano passado foram observados nas consultas da associação um total de 18.787 indivíduos.

Uma das especialidades que mais cresceu em 2012 foi a consulta de pé diabético (podologia) que seguiu mais de 7.500 pessoas no tratamento e prevenção de lesões.

Já a especialidade de oftalmologia seguiu mais de 12 mil utentes da APDP.

APoio à APDPQuem também marcou presença na cerimónia foi José Manuel Boavida, diretor do Programa Nacional de Diabetes. O dirigente aproveitou a comemoração para reforçar “todo o apoio e empenho da Direção-Geral da Saúde” às ações da APDP. José Manuel Boavida trouxe da Direção-Geral da Saúde (DGS) “o reconhecimento ao trabalho que a associação tem feito ao longo destes muitos anos” e reiterou a disponibilidade da DGS e do Programa Nacional “para continuar a colaborar” com a associação no trabalho de prevenção e acompanhamento da pessoa com diabetes.

HoMenAgeM Aos utentesComo acontece em todos os aniversários, a APDP aproveitou a cerimónia para homenagear os sócios mais antigos da instituição, distinguindo-os com a medalha de 50 anos de associados. Este ano receberam a distinção das bodas de ouro os sócios António Sebastião, Maria Patrocínio Saraiva, João Esteves, Maria Celeste Lourenço, Julieta Almeida, Ivone Carvalho e António Cortinhal.

APDP continuArá A “colAborAr De forMA Muito estreitA coM o sns”.

50.335 18.787 7.565 12.185Número de consultas realizadas em 2012

Total de pessoas seguidas no ano

passado

Número de pessoas seguidas na especialidade

de podologia

Total de pessoas seguidas em oftalmologia

A APDP aguarda o reconhecimento como centro colaborador da organização Mundial de saúde.

50 Anos A viver coM DiAbetes

António Sebastião foi um dos sócios da APDP que recebeu a medalha pelos 50 anos de associado na cerimónia de aniversário da associação. Atualmente com 78 anos, António Sebastião vive com diabetes do tipo 1 desde os 27 anos. A seguir ao diagnóstico, teve de passar um mês internado no Hospital dos Capuchos para regularizar os valores. No início, reconhece, “não foi fácil” aceitar a nova condição. Conta que chegou a pedir ao médico que o seguia, o Dr. Sá Marques, que lhe desse “um comprimido” que o curasse de vez.Entretanto, passou a ser seguido na APDP, a fazer as formações e a participar nas palestras organizadas pela associação, importantes para o ajudar a lidar com a doença de forma mais positiva.Passados 50 anos, é o próprio António Sebastião a dizer que “muita coisa mudou” desde a altura em que tinha de pôr as agulhas em álcool. “Era muito difícil, hoje com a caneta é mais prático”, conta o sócio da APDP.

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72 Diabetes

A Fundação Calouste Gulbenkian recebeu a 23 de maio o encontro Portuguese Diabetes Leadership

Forum, organizado em conjunto pela Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), a Embaixada da Dinamarca em Portugal e a Fundação Calouste Gulbenkian.

Sob o lema “Today, we can change

tomorrow”, o fórum constituiu uma oportunidade para reunir especialistas nacionais e internacionais com o objetivo de discutir as questões mais prementes relacionadas com esta patologia.

Os trabalhos iniciaram-se com o reconhecimento do secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde,

Portuguese Diabetes Leadership Forum decorreu em Lisboa

Diabetes precisa De combate mais ativo

Especialistas reuniram-se num fórum para discutir as várias realidades da diabetes. No encontro, as entidades governamentais assumiram o compromisso de combate aos números crescentes da diabetes e ouviram apelos a um maior apoio às associações de doentes.

“precisamos que as pessoas se preocupem mais com a sua saúDe.” Leal da costa

FÓRUM

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Diabetes 73

Fernando Leal da Costa, do impacto da diabetes: “Temos a noção clara de que a diabetes é hoje um dos principais problemas de saúde pública que tem merecido atenção sucessiva, mas sentimos no Governo que é necessário tornar este combate ainda mais ativo e consequente.” Afinal, recordou o governante, a diabetes tem uma prevalência nacional de 12,7%, sendo que a incidência da doença, ou seja, o número dos novos casos, aumentou 80% nos últimos dez anos.

Fernando Leal da Costa sublinhou o peso do envelhecimento da população e do aumento da obesidade no crescimento destes números, e deu particular ênfase às medidas nacionais para tentar travar os fatores modificáveis que contribuem para o aparecimento da doença. Entre elas mencionou medidas direcionadas à população mais jovem,

como estratégia de prevenção a longo prazo, nomeadamente a aposta no alargamento das aulas de educação física a todos os anos do primeiro ciclo e o alargamento do programa nacional de fruta escolar.

Para o Secretário de Estado, para além do papel das entidades oficiais, cada cidadão também deve procurar ter um papel ativo na prevenção de doenças crónicas como a diabetes. “Precisamos que as pessoas se preocupem mais com a sua saúde, procurem mais os cuidados médicos, meçam a sua glicemia, a sua tensão arterial, vigiem o seu peso, procurem e aceitem os conselhos dos profissionais de saúde”, sublinhou o responsável.

papeL Do ciDaDãoA ideia de dar mais poder aos doentes e mais responsabilização ao cidadão no cuidado da sua saúde atravessou todo o encontro. Francisco George, Diretor-Geral da Saúde, foi um dos que defendeu este princípio, com especial enfoque no cidadão que ainda não é afetado por qualquer condição crónica. “Vamos ter de trabalhar mais pelo lado

“temos a noção cLara De que a Diabetes é hoje um Dos principais probLemas De saúDe púbLica.” Leal da costa

a ideia de dar mais poder às pessoas no cuidado da sua saúde atravessou todo o encontro.

prevenir supõe eDucarO presidente do Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, fez o discurso de abertura do encontro, começando por questionar: “Como lidar com um problema que tem um elevadíssimo custo económico e social, que consome recursos muitas vezes inexistentes e tantas vezes insuficientes?”

O responsável máximo da instituição deu também particular destaque ao papel do cidadão na prevenção da diabetes, pois, sublinhou, “provavelmente nenhuma outra patologia crónica beneficiará tanto de hábitos e de padrões de comportamento que permitem viver melhor com a doença ou mesmo evitá-la”.

Contudo, ressalvou que prevenir as doenças crónicas como a diabetes pressupõe “uma população mais informada”, mas, para isso, é necessário “incrementar a literacia sobre saúde” de forma a fazer a população acreditar “na responsabilidade social do seu comportamento individual”.

A encerrar a intervenção, Artur Santos Silva enalteceu a importância de profissionais de saúde, da indústria farmacêutica, das associações de doentes e dos decisores políticos se juntarem no compromisso de fazer reduzir o peso da diabetes no panorama nacional.

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dos cidadãos, de quem ainda não está doente, e, em especial, de quem tem o risco acrescido de ficar doente”, frisou, explicando que esta será a forma mais eficiente de travar a curva epidémica da diabetes, que ainda continua numa fase “ascendente e descontrolada”.

Também João Nabais, dirigente da International Diabetes Federation (IDF) na Europa, comungou deste princípio, enfatizando o papel que as associações de doentes devem ter na garantia de melhor tratamento. “Muitas das vezes o Estado esquece-se de apoiar essas instituições [associações de doentes], que são a charneira do tratamento da diabetes e são elas que garantem que o Estado poupa muitos euros em menos hospitalizações, menos amputações, menos cegueiras”, afirmou, acrescentando que “o sistema de saúde tem de estar virado para a pessoa, mas a pessoa com diabetes tem também de estar dentro do círculo de decisão”.

a importância Das instituiçõesNo encontro também ficou assente a importância que as instituições governativas têm no combate ao aumento dos números da diabetes. Disso deu testemunho Maria Antónia Almeida Santos, presidente da Comissão Parlamentar de Saúde da Assembleia da República, que salientou o papel daquele órgão no acompanhamento das políticas do setor da saúde – nomeadamente do acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde e das questões das taxas moderadoras –, tendo anunciado a intenção da

Comissão de formar um grupo de trabalho dedicado exclusivamente à problemática da diabetes.

Da parte dos órgãos governativos internacionais, esteve presente Marisa Matias, deputada no Parlamento Europeu que participou na elaboração da resolução europeia sobre diabetes. Marisa Matias explicou que a iniciativa tem como principais objetivos “reduzir assimetrias” entre Estados-membros, mas também dentro dos próprios países, no que diz respeito ao acesso ao tratamento, ao diagnóstico e prevenção da diabetes, e incentivar os países da União Europeia a criarem planos de combate à diabetes. Das 27 nações da União Europeia, apenas 16 possuem documentos estratégicos dedicados a esta temática.

Portugal é um dos países que tem um Plano Nacional da Diabetes e o responsável máximo pela execução do documento, José Manuel Boavida, reconheceu no encontro a necessidade de “fazer planos locais e regionais para a diabetes” adaptados às necessidades e características de cada região. José Manuel Boavida deu nota dos objetivos já alcançados com o programa nacional, nomeadamente a reorganização dos cuidados à pessoa com diabetes e a

FÓRUM

a resoLução europeia sobre Diabetes tem como principais objetivos “reDuzir assimetrias”.marisa matias

“o sistema De saúDe tem De estar viraDo para a pessoa.”joão nabais

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publicação de orientações clínicas para o tratamento da doença.

moDeLo De cuiDaDos Da apDpA história e atividade da APDP estiveram em destaque no fórum, enquanto modelo para a prestação de cuidados à pessoa com diabetes. Luís Gardete Correia lembrou no encontro que a associação nasceu “emanada das pessoas” e da dificuldade que, há 87 anos, a população tinha em aceder à insulina. De tal forma que o presidente da APDP afirmou que “a associação foi o Serviço Nacional de Saúde durante décadas” e hoje continua a ser uma referência nos cuidados à pessoa com diabetes, na formação de profissionais de saúde e é uma voz ativa na defesa dos interesses da pessoa com diabetes.

O testemunho do diretor clínico da instituição, João Raposo, foi na mesma linha de pensamento, reforçando que a APDP continuará a lutar pela formação de profissionais de saúde na área da diabetes e de pessoas com diabetes, para fomentar mais autonomia. Aliás, para o diretor clínico, o “paradigma de cuidados da diabetes”, com a responsabilização do indivíduo no autocuidado, devia ser aplicado ao cuidado de outras doenças crónicas.

presenças internacionaisA par das participações nacionais, o encontro contou igualmente com a presença de várias entidades internacionais.

O cenário da diabetes no mundo foi abordado pelo presidente eleito da Internacional Diabetes Federation (IDF), Shaukat Sadikot.

O dirigente lembrou as recentes estimativas da IDF sobre a prevalência da diabetes, segundo as quais, em 2030, a patologia pode afetar 552 milhões de pessoas. Razão para que Shaukat Sadikot tenha afirmado que “é tempo de fazer alguma coisa no que diz respeito à diabetes”, caso contrário, mais uma vez, os números serão atingidos antes do esperado, como tem acontecido com as previsões dos últimos anos.

Henrik Nedergaard, presidente da Associação de Diabetes Dinamarquesa, explicou no fórum como a associação conseguiu colocar a diabetes no centro das preocupações do setor da saúde daquele país.

Antonio Nicolucci, do Barometer Diabetes Observatory, em Itália, contou como no país se organizou uma estrutura para fornecer dados estatísticos fidedignos sobre a doença, à semelhança do que o Observatório Nacional da Diabetes faz em Portugal.

O conferencista Peter Rossing deu a conhecer o trabalho do Steno Diabetes Center, na Dinamarca, considerado um dos centros de referência a nível mundial da investigação sobre diabetes.

Diabetes 75

a apDp “foi o serviço nacionaL De saúDe Durante DécaDas”.Luís Gardete correia

“é tempo De fazer aLGuma coisa em reLação à Diabetes.”shaukat sadikot

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Para Henrik Nedergaard, presidente da Associação Dinamarquesa de Diabetes, as associações de doentes devem serem olhadas como parceiros pelos organismos políticos para o desenvolvimento das estratégias de saúde.

Qual é a história da Associação Dinamarquesa de Diabetes?A associação foi fundada em 1940

para facilitar cursos para crianças com diabetes do tipo 1. Desde então, a organização tem vindo a desenvolver‑se e, nos dias de hoje, somos muito mais estratégicos. Os objetivos que queremos atingir são, na sua grande maioria, políticos, pois queremos ser parceiros sérios do Ministério da Saúde, no sentido de melhorar as condições para as pessoas com diabetes.

Entrevista ao presidente da Associação Dinamarquesa de Diabetes

AssociAçõEs DEvEm sEr pArcEiros políticosDe visita para o portuguese Diabetes leadership Forum, Henrik Nedergaard falou do trabalho desenvolvido pela Associação Dinamarquesa de Diabetes e das diferenças face ao cenário português e elogiou o trabalho da ApDp.

«portugal precisa de concordar em alguns compromissos de saúde.»

ENTREVISTA

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Que trabalho é desenvolvido pela Associação?A diferença mais significativa entre a associação dinamarquesa e a associação portuguesa [Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal] é que nós não prestamos cuidados aos doentes. O nosso papel é oferecer aconselhamento a profissionais e doentes sobre a dieta, assuntos sociais, assuntos legais, tudo o que interessa ao indivíduo na sua vida diária.

Queremos assegurar que o tratamento dado ao doente é o melhor, mas ao mesmo tempo tentamos alertar os políticos para o facto de não ser aceitável desenvolver um modelo geral de cuidados para todas as doenças crónicas. Têm de investir em políticas de prevenção primária e secundária direcionadas para a diabetes.

O que está a Associação a fazer nesse aspeto da prevenção?Estamos a comunicar com a população em geral, no que diz respeito à dieta, aos hábitos tabágicos e de álcool, ao exercício e ao stress.

Para além disso, a Associação, foca‑se também, enquanto parceiro político do Ministério da Saúde, na prevenção secundária, isto é, em garantir que todos os doentes têm o melhor tratamento e o mais individualizado.

Que objetivos a Associação pretende alcançar nessa relação com o Ministério da Saúde?Esta tem sido uma longa jornada de quase seis anos para conseguirmos ser respeitados pelo nosso profissionalismo. Hoje, as entidades

governamentais já procuram o nosso aconselhamento para tomarem decisões políticas. Temos um plano nacional da diabetes em Dinamarca, mas tem dez anos e estamos a trabalhar para o rever e os políticos concordaram em fazê‑lo.

Todavia, tão importante como o que acontece a nível político nacional é o que acontece a nível mundial e europeu. Muito do que é decidido na Saúde em Portugal e na Dinamarca vem de Bruxelas. Por esse motivo, andamos há dois anos a estabelecer uma rede em Bruxelas – no Parlamento Europeu e na Comissão Europeia – e tentamos fazer lobbying para garantir o melhor tratamento da pessoa com diabetes.

Qual é o cenário da diabetes na Dinamarca?É um pouco melhor que o de Portugal, mas, tal como em todo o mundo, temos a necessidade de tomar medidas no que diz respeito à prevenção primária e secundária, e também no que diz respeito à comunicação e adaptação da mensagem a cada público.

Visitou as instalações da APDP, o que pensa do trabalho desenvolvido pela Associação?É algo de que se podem orgulhar. Fiquei muito impressionado por terem muitas competências e o meu conselho é para continuarem o bom trabalho. Mas, ao mesmo tempo, devem estabelecer relações formais com as autoridades para passarem a ser vistos como parceiros políticos.

Usem essa competência profissional como plataforma para estabelecer objetivos políticos. A nação precisa de

«o meu conselho é continuarem o bom trabalho.»

«hoje, as entidades governamentais já procuram o nosso aconselhamento para tomarem decisões políticas.»

concordar em alguns compromissos relacionados com a saúde, sem se focar na cor política. A epidemia da diabetes é demasiado séria para fazer parte de uma campanha eleitoral.

Qual é o papel do cidadão no combate à diabetes?É cuidar da sua saúde. Todos sabemos o que devemos fazer (não fumar nem beber) e mesmo assim há quem o faça, pois é muito difícil mudar hábitos.

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insulinoterapia na diabetes tipo 2

iMpleMentar proGraMas de saÚdeProfissionais de saúde

No dia 4, decorre esta formação avançada para profissionais de saúde sobre formas de implementar programas dedicados à prevenção da diabetes tipo 2 nos vários grupos da população.

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seteMbrosÁbados desportiVosPessoas com diabetesOs sábados passados no Parque da Quinta das Conchas servem para pessoas com diabetes e seus acompanhantes dedicarem umas horas à atividade desportiva.

Profissionais

O curso dirige-se a profissionais de saúde e pretende fazer a atualização de conhecimentos sobre a administração de insulina em indivíduos com diabetes tipo 2. A formação tem lugar em Lisboa e no Porto, a 14 e 15.

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Cuidados às Crianças CoM diabetes tipo 1 Cuidadores

No dia 10, realiza-se a sessão educativa dedicada aos cuidados às crianças e jovens com diabetes tipo. Esta formação destina-se a educadores de infância, professores e profissionais de ação educativa que lidam com esta população.

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ConFerÊnCia internaCional sobre CoMuniCaçÃo eM saÚde Profissionais de Saúde

A American Academy on Communication in Healthcare organiza de 29 de setembro a 2 de outubro em Montreal, no Canadá, uma conferência dedicada à comunicação entre profissionais de saúde e entre profissionais e doentes.

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18.ª ConFerÊnCia anual da FendProfissionais de saúde

A 20 e 21 de setembro, decorre em Barcelona a conferência anual que junta os profissionais da enfermagem da Europa que se dedicam ao cuidado da pessoa com diabetes. A organização está a cargo da Foundation of European Nurses in Diabetes (FEND).

seteMbro49.ª reuniÃo anual da easdProfissionais de saúde

De 23 a 27 de setembro, Barcelona vai receber aquele que é considerado o grande evento europeu dedicado à diabetes, organizado pela European Association for the Study of Diabetes (EASD).

seteMbro

seteMbro

ContaCtoS ESCola diabEtESDepartamento de FormaçãoRua do Sol ao Rato, 111250-261 Lisboa

tel.: 213 816 140 tlm.: 936 186 340E-mail: [email protected]

ConVersas para pessoas CoM diabetes tipo 2 Profissionais de saúde

A formação dirige-se a pessoas com diabetes tipo 2 e tem por objetivo promover um melhor conhecimento da doença e uma maior autonomia do indivíduo.

outubro

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DIABÉTICO ILUSTRE

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Larry King é um dos mais famosos jornalistas da televisão e da rádio dos Estados

Unidos da América, conhecido no mundo inteiro pelas suas entrevistas no canal internacional da CNN. Filho de pais judeus emigrados da Bielorrússia, Larry nasceu em 1933, no bairro de Brooklyn, em Nova Iorque.

Começou a sua atividade na comunicação social, na Florida, nos anos 1950, numa pequena estação de rádio onde tinha que realizar todas as tarefas, desde abrir a porta e limpar a colocar os equipamentos a funcionar. Mudou então o seu nome de origem de Lawrence Harvey Zeiger, por ser demasiado étnico e difícil de fixar, para Larry King.

A partir daí, passa por várias estações de TV e de rádio e torna-se o mais conceituado entrevistador dos tempos modernos, com milhares de entrevistas feitas a políticos, atletas, atores e jornalistas no programa

Larry King Live, que manteve na CNN entre 1985 e 2010.

Ganhou um Emmy Award, dois Peabody Awards e dez Cable ACE Awards.

Em fevereiro de 1987, sofreu um ataque cardíaco e teve que colocar um quíntuplo bypass. Fumador obsessivo, iniciou desde logo um programa de desabituação do cigarro. Este percalço na sua vida deu-lhe oportunidade de escrever dois livros, com os títulos How a Heart Attack and Bypass Surgery Changed My Life e Taking On Heart Disease: Famous Personalities Recall How They Triumphed over the Nation’s Killer and How You Can, Too.

Após o ataque cardíaco, funda a Larry King Cardiac Foundation, destinada a contribuir para a divulgação da educação e prevenção da doença cardiovascular.

Larry King casou oito vezes com sete mulheres diferentes e teve cinco filhos.

Diabetes 81

larry king, O entrevistadOr da américa é o jornalista mais reconhecido dos estados Unidos da américa, em particular pelas suas entrevistas no canal internacional da cnn.w por luís gardete correia w

Começou a sua atividade na ComuniCação soCial, na florida, nos anos 1950.

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MITOSMITO: “A aplicação de insulina provoca dependência química.” FACTO: A administração de insulina não promove dependência química ou psíquica. Aliás, o nosso organismo produz naturalmente insulina e se não somos dependentes dela, também não o seremos da insulina injetada. A pessoa com diabetes insulinodependente administra a insulina pois o seu pâncreas não a produz e o nosso corpo necessita da insulina porque é essa hormona que permite a entrada de glicose nas células, que depois se tornará na fonte de energia para o funcionamento do organismo.

MITO: “Diabetes é genética e não é possível preveni-la.”FACTO: A diabetes do tipo 1 tem uma forte componente genética. Quem tem o pai ou a mãe com diabetes tem mais hipóteses de desenvolver a doença. Nestes casos, as pessoas herdam um erro genético em que os anticorpos que as protegem dos agentes agressores responsáveis pelas infeções acabam por se virar contra elas.

Na diabetes do tipo 2, o estilo de vida desempenha um papel importante e, se a pessoa tiver cuidado com a alimentação e praticar exercício físico, pode nunca chegar a ter diabetes, mesmo com historial genético.

MITO: “As pessoas com diabetes ficam cegas.”FACTO: O indivíduo com diabetes que não controle a doença, não tenha uma alimentação saudável, não controle os níveis de tensão arterial nem o peso corre o risco de, com o evoluir da história natural da diabetes, desenvolver lesões oculares que, se não forem tratadas a tempo, podem levar à cegueira.

Contudo, um controlo eficaz dos níveis de glicemia, da tensão arterial, uma alimentação correta e a prática de exercício físico ajudam a evitar o surgimento de complicações e a viver uma vida longa e saudável mesmo com diabetes.

BulIMIADoença psiquiátrica caracterizada pela ingestão de grandes quantidades de comida, seguida, por vezes, da indução do vómito.

COrTISOnA/COrTISOlHormona de stress produzida na glândula suprarrenal.

DIABeTeS SeCunDárIATermo utilizado para descrever as situações em que a diabetes resulta de outra doença, de uma medicação ou de uma substância tóxica.

FOTOCOAgulAçãOUso de laser para tratamento da doença dos olhos na diabetes (retinopatia).

gluCAgOnHormona que faz subir o nível de glicemia no sangue e que é produzida nas células do ilhéus de Langerhans.

HIDrATOS De CArBOnOTodos os compostos que são constituídos por diferentes tipos de açúcar, como os amidos e os açúcares mais simples (maltose, frutose, sacarose, etc.).

InSulInA BASAlinsulina que cobre as necessidades do organismo entre as refeições e durante a noite. É uma insulina de ação lenta ou intermédia.

MICrOAneurISMA Pequena protuberância dos vasos da retina. Primeiro sinal de lesão ocular, causada por muitos anos de valores elevados de glicemia. Os microaneurismas são reversíveis se um bom controlo glicémico for conseguido.

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A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal está a promover uma campanha de angariação de sócios. Paula Moura Pinheiro, Luís Suspiro, Maria de Lourdes Modesto, Rui David, Débora Monteiro, Paulo Bento e Maria Lurdes Rodrigues são as personalidades que dão a cara pela diabetes.

Junte-se a esta causa.Faça-se sócio pelo telefone 213 816 107 ou vá a www.apdp.ptSeja amigo da APDP em www.facebook.com/apdp.pt

1 MILHÃO DE PORTUGUESES TEM DIABETES. 400 MIL TÊM E NÃO SABEM.

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