Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNIArmando de Queiroz Monteiro NetoPresidente

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – SENAI

Conselho NacionalFernando Cirino GurgelPresidente

SENAI – Departamento NacionalJosé Manuel de Aguiar MartinsDiretor-Geral

Regina Maria de Fátima TorresDiretora de Operações

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SEGUNDA EDIÇÃO

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© 2007. SENAI – Departamento NacionalQualquer parte desta obra pode ser reproduzida, desde que citada a fonte.

SENAI/DN

Unidade de Educação Profissional – UNIEP

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SENAI

Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial

Departamento Nacional

FICHA CATALOGRÁFICA

S491c

Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Departamento

Nacional

Curso básico de segurança em instalações e serviços em

eletricidade : noções de primeiros socorros em serviços com

eletricidade / SENAI. DN. Brasília, 2007.

74 p. : il.

ISBN: 85-7519-150-0

1. Eletricidade 2. Primeiros Socorros 3. Segurança no Trabalho

I. Título

CDU: 331.483.1

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Sumário

Apresentação 7

Procedimentos para prestar os primeiros socorros 11

Legislação sobre o ato de prestar os primeiros socorros 23

Salvando vidas: como identificar o problema 25

Pulso ................................................................................................................................................ 27

Respiração ..................................................................................................................................... 28

Praticando os primeiros socorros:como agir em casos de emergência 31

Parada respiratória ..................................................................................................................... 31

Parada cardíaca ........................................................................................................................... 35

Choque elétrico ........................................................................................................................... 39

Noções sobre lesões .................................................................................................................. 48

Picadas e mordidas de animais ............................................................................................. 56

Técnicas para remoção e transporte de acidentados 65

Referências 71

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Apresentação

Quando se ajuda o outro sinceramente ajuda-se a si.

Essa é uma das mais belas recompensas da vida.

Waldo Ralph Emerson

Com esse pensamento iniciamos esta reflexão sobre primeiros socorros, reconhecendo e

valorizando o sentido da vida e a importância do respeito e solidariedade com as pesso-

as acidentadas. Estudos comprovam que as duas primeiras horas após um acidente são

fundamentais para garantir a sobrevida ou recuperação das vítimas. É nesse período que

um atendimento adequado pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Primeiros socorros são, portanto, os atendimentos preliminares prestados a uma vítima

de acidente ou portador de mal súbito, para mantê-los com vida e evitar complicações

imediatas ou tardias, até que recebam socorro especializado.

Quando aplicados corretamente, os primeiros socorros podem significar a diferença en-

tre a vida e a morte, ou a diferença entre uma recuperação rápida e uma hospitalização

prolongada, ou, ainda, a diferença entre uma incapacitação temporária ou permanente.

Nota

Mal súbito – estado ou sintoma característico que surge de forma

aguda e repentina.

Apesar das medidas de segurança comumente adotadas no ambiente de trabalho e dos

cuidados que as pessoas têm com suas próprias vidas, nem todos os acidentes podem

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ser evitados, porque nem todas as causas podem ser controladas. Assim, os riscos de

acidente fazem parte do nosso cotidiano, o que requer a presença de pessoas treinadas

para atuar de forma rápida.

Observe as cenas que podem ocorrer no dia-a-dia.

A rapidez na adoção das providências pode salvar uma vida: em cerca de 2 minutos (se-

gundo a OMS – Organização Mundial da Saúde) o cérebro de uma vítima de parada car-

díaca começa a apresentar lesões ou ainda uma hemorragia não controlada pode causar

o estado de choque e, por sua vez, uma parada cardíaca e a morte. Uma vez que a maioria

das pessoas desconhece as técnicas de primeiros socorros, conforme vimos nas cenas

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apresentadas, como elas podem ajudar? Como prepará-las para enfrentar uma situação

de emergência? Essas são algumas questões sobre as quais vamos refletir neste tema.

Prestar os primeiros socorros é uma atitude humana que requer coragem e conhecimento

das técnicas adequadas capazes de auxiliar numa emergência. O socorro imediato evita

que um simples ferimento se agrave, ou que uma simples fratura se complique, ou que

um simples desmaio resulte na morte do acidentado.

Importante

O conhecimento e a aplicação dos primeiros socorros têm como objetivo

fundamental salvar vidas.

Se você não tiver condições emocionais de prestar socorro direto à

vítima, procure por alguém que o auxilie no atendimento e, em seguida,

acione os serviços especializados: pronto-socorro, ambulâncias,

bombeiros ou polícia.

Não deixe uma pessoa acidentada sem uma palavra de apoio nem um

gesto de solidariedade, nem deixe de adotar os procedimentos cabíveis.

Nota

Acionar – pôr em ação, em movimento, fazer funcionar.

Cabível – que é aceito, que tem cabimento, o que é pertinente.

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Procedimentos para prestaros primeiros socorrosou APH – atendimento pré-hospitalar

Os leigos constituem o elo vital que liga a situação de emergência com o Sistema de

Serviços de Emergências Médicas. Em geral, o leigo é sempre quem intervém para ajudar a

vítima. Portanto, como leigo, você necessita saber como atuar de forma segura e adequada.

RECONHECER UMA EMERGÊNCIA – O primeiro passo é saber reconhecer uma emergên-

cia, ou seja, perceber que alguma coisa está errada, notando mudanças na aparência, ou

na atitude de alguém, ou de uma circunstância.

DECIDIR AJUDAR – Em algum momento você terá que decidir se irá ou não ajudar. Tomar

essa decisão durante a emergência é muito difícil. Portanto, o momento certo de decidir

tem que ser antes da emergência ocorrer. Decidir ajudar é um processo que envolve

vários fatores, como caráter, predisposição e capacidade de lidar com vítimas. Esses com-

ponentes são aspectos individuais que demandam tempo para se desenvolver.

CHAMAR O RESGATE – A maioria das pessoas têm dificuldade para decidir se deve chamar

o resgate. Ficam esperando para ter absoluta certeza de que a situação é grave, ou então

decidem levar a vítima para um hospital por seus próprios meios. Essas atitudes colocam

a vítima em risco. É muito importante saber se será necessário ou não chamar o resgate.

AVALIAR A VÍTIMA – Ao saber como e o quê avaliar, o leigo poderá concluir se existe

ameaça iminente à vida e também que tipo de ação será necessário tomar, além de cha-

mar o resgate.

AVALIAR O CENÁRIO – Se você presenciar uma emergência, avalie rapidamente o cená-

rio, procurando por três aspectos:

· Perigos iminentes que ameacem sua segurança ou a de outras pessoas presentes

no local;

· A causa do problema;

· Número de vítimas.

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Nota

Essa avaliação não deve demorar mais que 10 segundos.

A primeira consideração é não colocar de forma alguma sua própria segurança em risco,

assumindo chances de se transformar em mais uma vítima.

A segunda se refere à causa do problema, que pode ser trauma ou mal súbito. Tome nota

de tudo e repasse as informações para o pessoal do resgate.

Por último, determine quantas pessoas estão envolvidas na emergência. Poderá haver

mais de uma vítima; portanto, olhe ao redor e pergunte se há mais alguém que possa

estar necessitando de ajuda.

Quando chamar o resgate

Saber quando chamar o resgate é fundamental, por dois motivos:

Primeiro, para não desperdiçar o tempo do pessoal do resgate com problemas

que na verdade não necessitem desse tipo de assistência.

E segundo, para não deixar de chamar o resgate por supor que a situação não

iria demandar esse tipo de assistência e com isso demorar em tomar a decisão,

comprometendo as chances de sobrevivência da vítima. Se você estiver em

dúvida, chame sempre o resgate.

Por exemplo: Uma dor na parte superior do abdômen pode ser uma pequena

indigestão ou pode ser um sintoma de um ataque cardíaco que requer

atendimento imediato.

Sempre é melhor errar por exagero do que por omissão.

De acordo com as autoridades médicas, se para qualquer uma das questões abaixo sua

resposta for afirmativa ou se estiver em dúvida, chame logo o resgate:

· A condição da vítima oferece risco de morte?

· A condição da vítima poderá piorar e se transformar em risco de morte

no caminho para o hospital?

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· A condição da vítima requer algum tipo de equipamento que deve ser utilizado

por um médico?

· As condições de trânsito podem dificultar o acesso ao hospital, atrasando

o atendimento?

As autoridades médicas também definem como sinais e sintomas que demandam trans-

porte imediato para um hospital, em ambulância:

· Desmaio sucessivo;

· Dor ou pressão torácica ou abdominal;

· Tontura repentina, fraqueza ou alteração da visão;

· Dificuldade para respirar ou respiração curta e rápida;

· Vômito intenso e persistente;

· Dor repentina e forte em qualquer parte do corpo;

· Vontade repentina de suicidar ou de matar;

· Sangramento que não pare mesmo após 10-15 minutos de pressão direta;

· Ferimento com bordas que não retornam à posição original;

· Lesões que provocam alteração nos movimentos ou na sensibilidade;

· Lesões em órgãos funcionais como mãos, pés, face e genitália;

· Ferimentos penetrantes;

· Empalamentos;

· Mordida de animal ou ser humano;

· Alucinação ou perda de raciocínio lógico;

· Envenenamento;

· Lesão de coluna vertebral;

· Overdose por droga;

· Alteração comportamental acompanhada de febre alta que não abaixa

com antitérmico;

· Pescoço endurecido, associado com febre e dor de cabeça;

· Deformidade com inchaço ou depressão na fontanela (moleira) do bebê.

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Uma pessoa treinada está habilitada desde que conheça e domine os princípios básicos

de primeiros socorros e técnicas de atendimento à vítima, fundamentais para controlar

e prevenir o agravamento do seu estado. A seguir, observe alguns dos procedimentos

a serem adotados num atendimento emergencial.

N

EMERGÊNCIA => RISCO DE MORTE

URGÊNCIA => Não há risco de morte à vítima. Esta pode

aguardar atendimento da emergência em

primeira instância.

Perfil do socorrista:

· Bom senso;

· Liderança e iniciativa;

· Domínio da situação com segurança;

· Rapidez para improvisação com responsabilidade;

· Discreto nos comentários;

· Respeito pelo outro;

· Compromisso com a vida.

Para sua atuação nas condutas:

· EPIs (equipamentos de proteção individual);

· Caderneta de vacina em dia (preservação de futuros incidentes);

· Preservar sua própria integridade.

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Importante

Você só tem apenas 4 minutos para salvar a vida de uma pessoa e neces-

sita conhecer os três órgãos vitais: cérebro, coração e pulmões, pois para

toda anormalidade ocorre a homeostase (equilíbrio do nosso organismo

para restabelecer o controle).

Mantenha-se calmo e inspire confiança ao acidentado

O socorrista deve manter-se calmo e conduzir o socorro com serenidade, compreensão e

segurança. Portanto, a primeira providência é controlar a si mesmo.

Nesse momento, o socorrista enfrenta um problema bastante delicado, ou seja, informar

à vítima o que está ocorrendo: manter-se em silêncio pode aumentar o seu medo e ansi-

edade, mas se falar em demasia pode alarmá-la e causar desespero. Lembre-se de que as

ações falam mais do que as palavras e que um tom de voz tranqüilo e seguro dá à vítima

o conforto de estar em boas mãos; porém, cuidado com as palavras para não piorar ainda

mais o quadro já existente.

A eficácia e a qualidade do primeiro atendimento dependem muito de quem o realiza.

Embora toda pessoa treinada esteja apta a prestar os primeiros socorros, o socorrista

deve apresentar as seguintes características:

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· ter bom senso – fazer uma análise da situação, pensar antes de agir;

· ter iniciativa para chamar socorro através de um telefone e habilidade para

estancar uma hemorragia, fazer massagem cardíaca, etc.;

· saber fazer respiração boca a boca e, principalmente, acalmar e dar segurança e

amparo à vitima;

· não ter interesse e querer fazer alguma coisa, pois quando se presta primeiros

socorros não se pede nada em troca, é pura solidariedade.

· ter autocontrole (calma, tolerância, paciência);

· ter iniciativa e liderança;

· ter conhecimento e avaliação técnica;

· ter capacidade de improvisação.

Observe os procedimentos que você, socorrista, deve adotar:

Sinalize o local para evitar outros acidentes e peça ajuda aos curiosos

É preciso proteger e controlar o local do acidente: isolando-o e sinalizando-o;

iluminando-o, se for noite ou se a região for pouco iluminada; arejando-o, para que

a vítima receba ventilação.

Importante

Utilize os EPIs (luva, óculos e máscaras).

Avalie o estado geral da vítima

Sempre que for atender uma vítima, em primeiro lugar avalie o cenário. Uma avaliação

cuidadosa poderá oferecer informações preciosas, como a segurança do local, a causa do

trauma ou a natureza do mal súbito e o número de vítimas.

Após fazer a avaliação do cenário, você deverá fazer uma avaliação inicial da vítima.

Durante esta avaliação, você deverá procurar por problemas que ameacem

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iminentemente a vida da vítima, como obstrução das vias aéreas, falta de respiração

e circulação. Se mais de uma vítima necessitar de atendimento, atenda em primeiro

lugar a que estiver quieta e imóvel. Vítima que esteja quieta poderá ter parado de

respirar. A vítima que grita ou chora, ou que simplesmente esteja falando, significa

obviamente que está respirando.

Verifique os sinais de vida

Nível de consciência, temperatura, cor da pele, sensibilidade do corpo, etc.

Se houver mais de uma vítima envolvida, o socorrista deve fazer uma avaliação geral

do estado delas e proceder a uma triagem, atendendo em primeiro lugar os casos mais

graves que, do ponto de vista dos primeiros socorros, são:

· obstrução das vias aéreas e/ou parada respiratória;

· parada cardíaca;

· hemorragias graves; amputações completas ou incompletas de extremidades

superiores ou inferiores;

· feridas (úlceras) abertas no abdômen e/ou tórax;

· traumatismo craniano;

· envenenamento;

· estado de choque;

· queimaduras;

· fraturas (principalmente de pelve e bilateral de fêmur);

· hematomas.

Observe cuidadosamente como você deverá verificar os sinais de vida.

Exame rápido (exame primário)

Tem por finalidade avaliar o nível de consciência (A = alerta, V = voz, D = dor e I = incons-

ciência); A = abertura de via aérea, B = retirada de corpos estranhos e VER-OUVIR-SENTIR

a respiração, C = circulação e D = desfibrilador e descobrir as lesões ocultas, avaliando a

vítima da cabeça aos pés (cefálico-caudal) para melhor definir as intervenções necessárias.

Este procedimento deve ser realizado no local, e no máximo em 2 minutos.

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Avaliação do nível de consciência

Ajoelhe-se junto à vítima, próximo ao ombro desta (vítima em decúbito dorsal –

deitada de costas). Primeiro olhe para vítima e verifique se está alerta/consciente,

depois firme suas mãos sobre seus ombros, firmando-os ao chão (sem chacoalhar).

Identifique-se e peça autorização para atuar. Chame por ela. Caso não obtenha

resposta, neste momento a cervical da vítima deverá ser imobilizada pelo segundo

socorrista. Proceda ao estímulo de dor, realizando uma pressão com a mão

fechada e com os ossos (articulações) dos dedos no esterno. Se continuar sem

resposta verbal e dolorosa, isso significa vítima irresponsiva (vítima inconsciente).

Avaliando ABCD

A – Airway – Via aérea

A cabeça e o pescoço deverão ser mantidos em alinhamento e somente o queixo e

o maxilar deverão ser deslocados para a frente. A cabeça e o pescoço deverão ser

mantidos em alinhamento.

B – Breathing – Ventilação e oxigenação

Verifique se existe algum corpo estranho na cavidade oral, retirando-o e realizando

varredura digital (somente se a vítima estiver inconsciente), somente para casos

aparentes. Para isso, perceba se a vítima se encontra cianótica (boca arroxeada),

palidez cutânea.

Verifique se ela respira, VER-OUVIR-SENTIR; se negativo, faça respiração boca-

máscara (máscara de bioproteção), e se a respiração estiver presente, auxilie com a

ajuda de oxigênio em alto fluxo (12 a 15 L/min).

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Nota

Caso tenha que se fazer a respiração, insufle o ar suficiente para movi-

mentar o tórax da vítima; dê um intervalo de 5 segundos e insufle o ar

novamente; este intervalo tem a finalidade de evitar situações como baro-

trauma, que inverteria a posição do diafragma e impediria a movimenta-

ção torácica, ou que a vítima vomite.

C – Circulation – circulação

Verifique o pulso radial (se presente, a vítima apresenta 80 X…de pressão arterial;

se ausente, verifique o pulso carotídeo [no pescoço]).

Pulso presente – verifique se está lento/rápido.

Pulso ausente – indica cessação dos movimentos cardíacos. INICIAR compressão

cardíaca.

D – Desfibrilation – Desfibrilação ventricular

Por estar a fibrilação ventricular (FV) presente em muitas vítimas por parada

cardíaca súbita e principalmente por choque elétrico, o desfibrilador (cardioversor

elétrico) deverá ser utilizado quando a causa da parada cardíaca for por FV, a fim

de estabelecer o ritmo cardíaco. Para fibrilação, somente o cardioconversor elétrico

poderá reverter o quadro, a necessidade de se executar a RCP é para fins jurídicos,

é preconizado mundialmente, porém,dificilmente reverterá.

Importante

O exame rápido (primário) deverá ser interrompido quando a vítima apre-

sentar obstrução de vias aéreas e parada cardiorrespiratória.

O socorrista deve priorizar a desobstrução das vias aéreas, o restabeleci-

mento e manutenção da respiração, que é de vital importância para

o cérebro, e o restabelecimento e manutenção da circulação.

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N

Triagem – seleção, escolha, separação.

Desobstrução – desimpedimento, liberação.

Efetue as técnicas de primeiros socorros de acordo com cada caso

Antes de adotar qualquer procedimento, o socorrista deve avaliar se o local onde a víti-

ma se encontra é seguro para a entrada do socorrista, o estado geral da vítima e efetuar

a técnica específica para o caso, que será analisada no capítulo Praticando os Primeiros

Socorros: Como Agir em Casos de Emergência. Porém, algumas técnicas são válidas e

podem ser aplicadas em todos os casos.

Importante

Ainda que a vítima apresente estar em bom estado, não confie nas apa-

rências. Encaminhe-a para ser examinada por um profissional de saúde,

pois só um exame detalhado pode definir o seu estado físico e psíquico.

Ao prestar os primeiros socorros, é preciso que se utilizem materiais e

instrumentos que facilitem a realização dos procedimentos necessários e

impeçam o agravamento do estado da vítima – a caixa de primeiros so-

corros deve conter os itens essenciais ao atendimento. É preciso que se

tenha em casa ou no automóvel pelo menos o essencial, pois acidentes

podem ocorrer quando menos se espera.

Uma caixa de primeiros socorros para o atendimento de ferimentos leves e moderados

deve conter, pelo menos, os seguintes materiais:

· compressa de gaze esterilizada (5 envelopes);

· ataduras de gaze em três tamanhos (2 rolos de cada);

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· esparadrapo (1 rolo de 25 mm x 4,5 cm);

· curativo adesivo (1 caixa);

· soro fisiológico (2 frascos

de 250 mL);

· tesoura limpa, ponta curva,

média, sem ferrugem;

· sacos plásticos brancos

e de outra cor;

· lanterna;

· luvas de borracha;

· talas de papelão, infláveis ou de alumínio;

· máscara de respiração descartável;

· luvas descartáveis.

Observação

Logo após a ocorrência do acidente, peça ajuda ao corpo de bombeiros,

polícia civil, ou pronto-socorro: esses serviços são especializados no aten-

dimento a emergências e podem adotar os procedimentos necessários; a

demora no pedido de socorro pode depender que uma vida seja salva ou

a qualidade de vida advinda de seu socorro: por exemplo, se o acidente

tiver ocorrido numa estrada, em local de difícil comunicação, peça aos

motoristas que avisem a polícia e entrem em contato imediatamente com

o serviço especializado (hospital ou pronto-socorro) mais próximo; pres-

tar socorro à vítima de um acidente é um dever de todo cidadão.

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Legislação sobre o atode prestar os primeiros socorros

Devido à importância do ato de prestar os primeiros socorros, há artigos específicos na

legislação brasileira acerca do assunto. Para o Código Penal Brasileiro, por exemplo, todo

indivíduo tem o dever de ajudar um acidentado ou chamar o serviço especializado para

atendê-lo; a omissão de socorro constitui crime previsto no artigo 135.

N

Omissão – ausência de ação; ato ou efeito de não fazer aquilo que moral

ou juridicamente se deveria fazer.

Na CLT, o artigo 181 prescreve a necessidade dos que trabalham com eletricidade de

conhecerem os métodos de socorro a acidentados por choque elétrico. Por isso, a NR-10,

ao tratar de situações de emergência, reforça, em seu item 10.12.2, uma exigência, bem

como inclui um conteúdo básico de treinamento em primeiros socorros para os traba-

lhadores que venham a ser autorizados a intervir em situações de emergência por oca-

sião de atividades em instalações elétricas.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Importante

Código penal – Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível

fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pes-

soa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo;

ou pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.

Pena – detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa.

Parágrafo único – A pena é aumentada de metade, se a omissão resulta

lesão corporal ou de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

CLT – Art. 181 – Os que trabalham em serviços de eletricidade ou instala-

ções elétricas devem estar familiarizados com os métodos de socorro

a acidentados por choque elétrico.

N

Iminente – que está a ponto de acontecer.

Observação

É preciso que cada um de nós exerça a cidadania e trabalhe para que as

leis dêem certo. Para isso é fundamental desenvolver uma mentalidade

voltada ao respeito ao próximo e a si mesmo e colaborar para reduzir os

acidentes e auxiliar adequadamente as vítimas, seja no ambiente de tra-

balho, na comunidade, na rua, na praia, etc.

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Salvando vidas:como identificar o problema

O pulso ainda pulsa

O pulso ainda pulsa

O corpo ainda é pouco

O corpo ainda é pouco

Arnaldo Antunes,

Marcelo Fromer e Tony Belotto

Sabemos que o socorrista, no atendimento às vítimas de um acidente, deve estar apto

a identificar e priorizar os casos de maior gravidade: procedendo ao seu exame físico

e verificando os sinais de vida (SSVV) e os sinais de apoio. Agora vamos aprender a

reconhecer esses sinais e saber o modo mais adequado de agir até a chegada do serviço

especializado.

Importante

Sinais vitais (SSVV) – são sinais orgânicos ou sintomas que podem ser

alterados quando um ou mais sistemas vitais responsáveis pela manu-

tenção da homeostase não funcionam perfeitamente. A modificação ou

alteração de um sinal característico permite concluir sobre o estado ge-

ral da vítima e proceder de forma correta no desempenho de prestar os

primeiros socorros.

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Assim, antes de aplicar qualquer medida, o socorrista deve verificar os sinais de vida

(sinais vitais – SSVV) e de apoio, que fornecem informações valiosas para o diagnóstico

do estado geral da vítima e permitem que se implementem as técnicas emergenciais

mais apropriadas.

N

Priorizar – colocar em primeiro lugar; atender primeiramente.

Homeostase – que regula a manutenção e equilíbrio das funções

fisiológicas entre os sistemas vivos.

Proceder – agir; fazer; efetuar; realizar.

Diagnóstico – o conjunto de dados em que se baseia uma avaliação.

Implementar – executar; praticar.

Os sinais de vida:

· respiração;

· pulso;

· pupilas;

· temperatura.

A seguir, observe de que forma o socorrista pode verificar alguns desses sinais nasvítimas de acidente.

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Page 27: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

27

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

PulsoA paralisação de uma função vital como a do coração neutraliza a circulação do sangue e

pode provocar a morte em 4 minutos. A contração do coração, necessária ao bombea-

mento do sangue, se repete com regularidade e se propaga em ondas pelas artérias.

Há pontos do corpo onde algumas grandes artérias estão próximas à superfície que quan-

do pressionados de leve, nos fazem sentir o coração bombear o sangue – a isso chama-

mos pulso ou pulsação.

O pulso pode ser achado nos pontos onde as artérias estão próximas à superfície e

podem ser apalpadas: o lado externo do punho (artéria radial), em cada lado do pescoço

(artéria carótida), na região inguinal (artéria femoral), na têmpora (artéria temporal), no

meio do braço (artéria braquial).

O socorrista verifica o pulso da vítima colo-

cando os dedos indicador, médio e anular na

artéria, mas jamais deve utilizar o polegar,

pois este apresenta pulsação própria.

Quando a pulsação radial está muito fraca, a

verificação do pulso pode ser feita com

mais facilidade na região do pescoço (artéri-

as carótidas).

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Page 28: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

28

RespiraçãoA respiração é indispensável aos seres, portanto ela é o sinal de vida mais evidente deuma vítima acidentada.

É o primeiro item a ser avaliado, pois se há respiração, existe circulação sangüínea. Caso

não haja respiração, estaremos diante de duas situações: parada cardíaca ou quadro de

OVACE (obstrução de vias aéreas por corpos estranhos).

Importante

Uma vez que a respiração é uma das funções vitais dos seres,

sua interrupção ocasiona a morte da vítima. É por meio da respiração que

o organismo capta o oxigênio necessário à obtenção de energia celular

e elimina o gás carbônico proveniente do metabolismo respiratório.

N

Proveniente – que tem origem.

Como a respiração pode ser verificada?

Para verificar a freqüência respiratória, são observados os movimentos de inspiração

(quando o ar se introduz nas vias aéreas superiores e chega aos pulmões) e expiração

(quando a musculatura respiratória relaxa e o ar é expulso dos pulmões), que ocorrem no

intervalo de 1 minuto. Em seguida, costuma-se fazer a verificação da pulsação segundo a

elevação do tórax – a vítima mulher expande o tórax; o homem, o abdômen.

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Page 29: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

29

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Sinais de apoio

Há diversos sinais que auxiliam ou apóiam o diagnóstico do estado de uma vítima

de acidente:

• aspecto da pele (cútis);

• nível de consciência;

• motilidade e sensibilidade.

N

Motilidade – faculdade de se mover.

Conheça mais algumas informações sobre os sinais de apoio.

Aspecto da pele (cutânea)

O socorrista também deve observar o aspecto da pele, que pode apresentar alterações

de origem fisiológica e patológica de acordo com as especificações a seguir:

· Cianose – ocorre em virtude da insuficiência de oxigênio no organismo e se

caracteriza por uma coloração arroxeada (ausência de oxigênio nas extremidades,

lábios, pontas dos dedos das mãos e pés).

· Palidez cutânea – ocorre devido à vasoconstrição periférica nos estados de

necessidade de aporte sangüíneo às porções mais nobres do organismo ou para a

manutenção da temperatura corporal. Hemorragias, parada cardiorrespiratória e

exposição ao frio são causas de palidez cutânea.

· Pele fria e viscosa – ocorre nos casos de estado de choque.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

30

N

Cutânea – da pele.

Nível de consciência

É possível caracterizar o nível de consciência observando-se o estado psicológico e físico

da vítima, que pode estar inconsciente em virtude de desmaio (síncope), choque, coma,

convulsão, intoxicação ou óbito.

Uma pessoa pode estar consciente mas desorientada no tempo e no espaço em virtude

de um violento choque emocional ou traumático.

N

Síncope – estado de inconsciência resultante de queda brusca de

pressão arterial.

Traumático – resultante de um choque violento.

Motilidade e sensibilidade

Motilidade e sensibilidade são a capacidade de

as pessoas se moverem. Assim, o socorrista deve

estar atento para o fato de o acidentado demons-

trar dificuldade de realizar um determinado mo-

vimento. Esse fato pode indicar lesão importante.

Também devem ser observados os casos em

que a vítima apresenta ausência de sensibilida-

de em alguma parte do corpo e que também é

forte indicação de uma lesão importante,

e diante desta situação nada deve retardar

a avaliação do socorro especializado.

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Page 31: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

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Praticando os primeiros socorros:como agir em casos de emergência

Sempre há esperança quando há vida humana.

Simone Weil

A pessoa que se dispõe a prestar os primeiros socorros deve começar por analisar ascondições em que ocorreu o acidente e o estado físico e mental do(s) envolvido(s);após identificar o(s) caso(s) de gravidade, deve adotar as técnicas de primeirossocorros, algumas das quais são bastante simples e podem diminuir o sofrimentodas vítimas, evitar complicações futuras e até salvar suas vidas. Numa emergênciaé fundamental que a pessoa mantenha a calma e transmita confiança até a chega-da do socorro especializado; mas deve agir com extremo rigor, pois do contrário oatendimento pode comprometer a saúde da vítima.

A seguir apresentamos alguns casos graves que requerem pronto atendimento do so-

corrista, e chamamos a atenção para as técnicas adequadas de atendimento e os erros a

serem evitados.

Nesta seção vamos identificar os sinais indicativos de parada cardíaca e respiratória,e adotar o procedimento de primeiros socorros adequado a cada caso.

Parada respiratóriaA parada respiratória se caracteriza pela interrupção da respiração, da entrada e saída de

ar nos pulmões.

O aparelho respiratório é constituído de pulmões, via aérea superior: iniciando pelo

nariz e boca e via aérea inferior, constituída por: faringe, laringe, traquéia, brônquios e

bronquíolos, que umedecem, aquecem, purificam e filtram o ar para que ele chegue em

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Page 32: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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boas condições ao interior dos alvéolos pulmonares, onde o oxigênio é retirado e trans-

ferido para o sangue. Assim, todo acidente que perturba esse mecanismo coloca em ris-

co a oxigenação dos tecidos, porque provoca a morte celular e, em conseqüência, da

própria vítima.

Como verificar a respiração da vítima

O socorrista deve aproximar-se do rosto da

vítima, observar se há movimento do tórax,

se há saída de ar do nariz ou boca e se há sons

de respiração: se não houver nenhum movi-

mento respiratório e os lábios, língua e unhas

estiverem azulados (cianose), o socorrista

pode concluir que ela sofreu uma parada

respiratória.

Em seguida o socorrista deve verificar se há alguma obstrução na via aérea da vítima,

que pode ser provocada por:

• Corpo estranho – prótese dentária, moeda, pedaço graúdo de alimento,

espinha de peixe, osso de ave, etc.;

• Base da língua – caída para trás – em vítimas inconscientes;

• Substância aspirada para os pulmões (broncoaspiração).

Conheça a seguir os métodos para desobstruir a via aérea (VAS)

O método para desobstruir a via aérea (VAS) varia de acordo com a gravidade e a causa

da obstrução, mas em geral os procedimentos devem ser adotados numa seqüência, até

que esta tenha sido devidamente desobstruída.

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33

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Socorrendo

Varredura digital, igualmente falando,

limpeza manual – Em vista da suspeita

de aspiração de corpos estranhos, o so-

corrista introduz um ou dois dedos na boca

e faringe da vítima; essa remoção pode ser

facilitada se os dedos passarem pela

bochecha e voltarem pelo céu da boca.

N

Escápula – osso irregular, localizado no dorso superior, próximo

à clavícula.

Uma parada respiratória pode ter como causas:

• queda da língua por inconsciência;

• espasmo da laringe;

• obstrução das vias aéreas (superior ou inferior);

• choque elétrico;

• traumatismo craniano com lesões dos centros respiratórios;

• pneumotórax bilateral.

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Page 34: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

34

N

Pneumotórax bilateral – entrada ou saída de ar ou gás nos dois pulmões.

Importante

Mesmo em vista de uma parada respiratória é possível ao socorrista

restabelecer a respiração da vítima e salvar sua vida se aplicar de imedi-

ato o método boca-máscara, forçando a entrada e saída de ar dos pul-

mões alternada e ritmadamente até a respiração natural se restabelecer.

Socorrendo

Aplicação de respiração artificial

Método boca-máscara

· Afrouxe as roupas da vítima, principalmente

em volta do pescoço, tórax e cintura, para

facilitar a circulação.

· Com a vítima deitada em decúbito dorsal

(de costas) em superfície plana, rígida e com

a cabeça no mesmo nível do tronco, abra

a via aérea (VAS) e eleve o queixo.

· Abra a boca da vítima com os dedos cruzados e realize a varredura

digital, removendo com cuidado qualquer

corpo estranho que encontrar na cavidade

oral como: restos alimentares, próteses den-

tárias, coágulos de sangue, caso apresente

quadro de obstrução da VAS, etc.

· Verifique agora se a vítima está respirando

(ver, ouvir e sentir).

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Page 35: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

35

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

· Caso negativo, realize respiração boca-más-

cara, fechando bem as narinas da

vítima com o polegar e o indicador e sopran-

do o ar para dentro dos pulmões (usando um

protetor de biossegurança), num intervalo de

1 segundo de duração para cada 2 respira-

ções. Na ausência da barreira de proteção,

realize somente compressão cardíaca.

· Toda vez que o ar for soprado para dentro dos

pulmões, retire sua boca da máscara para que

o ar saia e, ao mesmo tempo, verifique os

movimentos do tórax.

Este método deve ser aplicado enquanto a vítima não respirar. Somente deve ser inter-

rompido quando chegar um profissional de saúde. Há casos em que não é possível apli-

car este método: por exemplo, quando a vítima apresentar traumatismo na boca. Neste

caso, o socorrista pode fechar a boca e soprar pelo nariz.

No quadro de afogamento, não se pode fazer a insuflação, pois o líquido pode ser levado

à traquéia e ocorrer broncoaspiração. Neste caso, o socorrista deve fazer somente as com-

pressões, com a vítima de cabeça lateralizada para expelir o líquido ingerido.

Parada cardíaca

Como verificar se o coração está batendo?

Verifique o pulso carotídeo colocando os dedos indicador e médio bem no meio do

pescoço da vítima, deslizando-os para o lado até encontrar o vão entre a traquéia e o

músculo do pescoço.

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Page 36: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Socorrendo

Se a vítima tiver pulso, faça a insuflação soprando o ar para dentro do

pulmão a cada 2 respirações com 1 segundo de duração para cada respi-

ração e mantendo uma freqüência de 10 a 12 sopros por minuto.

Se se tratar de criança, envolva a boca e o nariz dela com a sua própria

boca, introduzindo ar no pulmão com muito cuidado, pois neste caso o

ritmo deve ser de 1 sopro a cada 3 segundos; o ar insuflado em bebês

deve ser somente o que está na bochecha do socorrista, para não causar

hiperventilação. Na criança o ar deve ser soprado sem muita força, para

que ela possa expulsá-lo.

E se a vítima não apresentar pulso algum?

Se mesmo com a aplicação da respiração artificial o coração da vítima parar de bater,

o socorrista deve aplicar simultaneamente a respiração e a compressão cardíaca.

Quando há uma parada cardíaca, a respiração também se interrompe; ao passo que quan-

do a respiração é interrompida, é possível o coração continuar a bater. Neste caso, se a

vítima não for socorrida a tempo, a falta de oxigênio pode levá-la à morte ou causar

lesões permanentes.

A parada cardíaca pode ser ocasionada pelos seguintes fatores:

• isquemia cardíaca;

• choque elétrico;

• envenenamento;

• afogamento;

• infarto agudo do miocárdio;

• consumo excessivo de drogas (overdose);

• engasgamento.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

N

Isquemia – obstrução e contração muscular.

Portanto, uma vez confirmadas as paradas cardíaca e respiratória, o socorrista deve apli-

car de imediato a RCP (reanimação cardiorrespiratória).

Os casos de parada cardíaca exigem ação imediata, e podem ser constatados pela obser-

vação dos seguintes sintomas:

• inconsciência;

• ausência de pulso;

• palidez intensa;

• extremidades frias;

• dilatação das pupilas (midríase).

Socorrendo

Compressão Cardíaca

· Posicione-se em um dos lados da vítima.

· Localize o osso esterno e na junção com o apêndice xifóide posicione

dois dedos, e logo acima destes posicione a palma da mão (região

hipotenar) e sobreponha a outra mão e realize a compressão cardíaca.

· Faça pressão com bastante vigor, empurrando o esterno para baixo,

cerca de 3 centímetros, a fim de comprimir o coração de encontro à

coluna vertebral e, depois, descomprima.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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· Repita a manobra de 30 compressões para 2 insuflações por 5 ciclos,

checando os SSVV (sinais vitais). Caso a vítima não reaja, retome a

manobra quantas vezes forem necessárias, ou até a exaustão dos

socorristas ou até a chegada de outros profissionais para dar segui-

mento à conduta (cerca de 100 por minuto). Jamais interrompa as

compressões.

O socorrista deve estar atento para as seguintes observações:

· Nos adultos, aplique a compressão utilizando o peso do corpo e não

apenas a força dos braços, para evitar a fadiga. (Atenção: essa pres-

são deve ser realizada com os braços retos, evitando assim a fadiga e

fratura do osso esterno.)

· Nas crianças pequenas, comprima o esterno apenas com uma das

mãos, e nos bebês, apenas com as pontas dos dedos médio e anular,

pois o indicador possui muita força e pode ocasionar fratura de costelas.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

· É importante que tenha recebido bom treinamento, de modo a evitar

as complicações decorrentes de uma compressão mal realizada, como

fratura do esterno e costela ou perfuração de órgãos pelos ossos das

costelas, principalmente os pulmões.

· Uma vez que a compressão cardíaca externa não produz boa ventila-

ção, se for verificada também parada respiratória, o procedimento deve

ser acompanhado de ventilação artificial.

· Se o socorrista estiver sozinho, deve fazer 2 insuflações pulmonares

(sopro) para cada 30 compressões cardíacas, numa média de 100

compressões por minuto.

Importante

Além do controle das vias aéreas, o desenvolvimento das compressões

cardíacas tornou possível que uma pessoa treinada dê início a uma inver-

são de morte clínica mesmo fora do hospital. Mas é importante que o

socorrista tenha recebido bom treinamento na aplicação dessa compres-

são, de modo a evitar as complicações decorrentes de uma compressão

mal realizada, como fratura do esterno e costela ou perfuração de órgãos

pelos ossos das costelas, principalmente os pulmões: nos adultos ele deve

aplicá-la utilizando o peso do corpo e não apenas os músculos do braço;

nas crianças pequenas, apenas com uma das mãos; e nos bebês, apenas

com as pontas dos dedos médio e anular.

Choque elétricoVamos identificar os fatores de gravidade de um choque elétrico e os seus efeitos, para

adotar o procedimento de primeiros socorros (APH – atendimento pré-hospitalar)

adequados a cada caso.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

40

Qualquer pessoa desavisada pode ser vítima de um acidente com eletricidade.

Observe a cena:

Quem já não ouviu falar de alguém que próximo a uma árvore foi

atingido por um raio e morreu instantaneamente? As árvores atraem as

descargas elétricas dos raios e o corpo humano é condutor de eletricidade.

Todos estamos sujeitos a acidentes deste tipo.

Há diversos fatores que determinam a gravidade do choque elétrico:

Trajeto da corrente elétrica

Se uma corrente de intensidade elevada circula de uma perna a outra, pode resultar só

em queimaduras locais, sem lesões mais sérias; mas se ela circula de um braço a outro,

pode levar à fibrilação do coração, parada cardíaca ou paralisia da musculatura respira-

tória, ocasionando a asfixia da vítima.

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Page 41: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

N

Fibrilação – movimento descoordenado do coração (arritmia) causando

a perda da capacidade de bombear o sangue. É um fenômeno gravíssi-

mo, pois é irreversível naturalmente, e requer a utilização de um desfibri-

lador elétrico (cardioversor elétrico) para a reanimação da vítima.

Intensidade da corrente elétrica

Outro fator importante na determinação da gravidade do choque elétrico é a intensidadeda corrente. Por exemplo:

• 10 mA – intensidade de corrente elétrica a partir da qual a vítima não

consegue se livrar do ponto energizado que está em contato.

• 30 mA – intensidade de corrente elétrica a partir da qual a vítima estará sujeita

a efeitos graves, como parada cardiorrespiratória e fibrilação ventricular (FV).

Tempo de contato com a corrente elétrica

O tempo de contato é outro fator determinante na gravidade dos acidentes com corrente

elétrica, uma vez que determinadas intensidades de corrente produzem contrações

musculares que levam à asfixia, num prazo de 2 minutos, e à fibrilação ventricular, em

0,25 segundo. Assim, conclui-se que a passagem da corrente elétrica pelo corpo desen-

cadeia efeitos diretos e indiretos, como mostrado no quadro.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Efeitos diretos e efeitos indiretos

Paralisia da musculatura respiratória, com queimaduras térmicas, ocasionando asfixia

e morte antes de 4 minutos, desprendimento de calor na passagem da corrente.

Queimaduras eletrotérmicas ocasionadas pelo desprendimento de calor na passagem

da corrente causam, ao contrário das demais queimaduras, destruição da pele e de teci-

dos profundos. Em geral são indolores em virtude da destruição das terminações nervo-

sas, com regeneração muito lenta – a queimadura de terceiro grau não se regenera, ficando

seqüelas na epiderme (pele). Quedas, pancadas, fraturas, ferimentos, etc.

Importante

Os choques elétricos são uma das principais causas de parada cardior-

respiratória em ambientes de trabalho. O atendimento à vítima deve ser

feito nos primeiros 4 minutos, para que haja chance de sobrevida e recu-

peração do acidentado.

Socorrendo

Como prestar os primeiros socorros a uma vítima de choque elétrico

• Antes de tocar na vítima, certifique-se de que ela não esteja em con-

tato com a corrente elétrica. Em caso positivo, desligue imediatamen-

te a eletricidade. Se não for possível, interrompa o contato utilizando

material isolante (bastão isolante, luva de borracha e botina). Jamais

utilize objeto metálico ou úmido.

• Se as roupas estiverem em chamas, deite-a no chão e cubra-a com

tecido bem grosso, para apagar o fogo.

• Localize as partes do corpo comprometidas e resfrie-as somente com

água corrente na temperatura ambiente (cuidado com a temperatura

ambiente, pois em regiões extremas temos temperaturas também

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

extremas, agravando ainda mais o quadro; a água deve ser tépida,

35,5ºC a 36ºC, suportável ao punho) ou panos umedecidos; não apli-

que manteiga, gelo, pomada nem creme dental nos ferimentos.

• Verifique se há parada cardiorrespiratória por meio da avaliação dos

sinais vitais; em caso positivo, deite-a em decúbito dorsal (de costas)

e inicie a RCP (reanimação cardiopulmonar). Após retirada da corren-

te elétrica, devemos tocar na vítima, haja vista que ela não retém

corrente, pois não é capacitor.

Leia atentamente o artigo da revista IstoÉ.

IstoÉ – Estado de choque: Menino sobrevive a 68 mil volts

Dizer que alguém nasceu de novo, ao sobreviver a uma situação limite

entre a vida e a morte, é uma expressão batida. Mas não há outra, absoluta-

mente não há outra, para definir o que aconteceu no sábado, 17, com o

menino paulista Thiago Santos, de 13 anos. Thiago entrou numa Estação

Transformadora de Distribuição da Eletropaulo Metropolitana para apanhar

sua pipa que ali havia caído. Ao subir numa das antenas, o garoto recebeu

uma descarga elétrica de 68 mil volts (um condenado à morte na cadeira

elétrica recebe um choque de 2.300 volts). Thiago sofreu parada cardíaca e

teve 80% do corpo queimado. Está consciente e nenhum órgão foi afetado.

O pai do menino, Francisco de Almeida Cunha Júnior, disse que foi um milagre.

IstoÉ – O senhor viu seu filho e o local do acidente. O que sentiu?

Francisco – Entrei em desespero, pensei que ele estivesse morto.

O Thiago tinha o corpo em chamas, estava preto e soltava fumaça pela boca

e pelo nariz. Foi milagre ele ter sobrevivido.

Por conta da variedade no uso da energia elétrica em nosso dia-a-dia e

pelo fato de sua propriedade física ser invisível, qualquer pessoa menos

avisada poderá vir a ser vítima de um acidente envolvendo energia elétrica.

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Page 44: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Diversos fatores influenciam a gravidade do choque elétrico:

• trajeto da corrente elétrica;

• intensidade da corrente elétrica;

• tempo de contato com a corrente elétrica.

O trajeto da corrente elétrica no corpo humano, que funciona como um condutor de

eletricidade, tem grande influência na gravidade do choque elétrico.

Uma corrente de intensidade elevada que circule de uma perna para a outra, pode

resultar só em queimaduras locais, sem outras lesões mais sérias. No entanto, se esta

mesma intensidade de corrente circular de um braço para o outro da vítima, poderá

levar à fibrilação do coração, à parada cardíaca ou mesmo a uma paralisia da muscula-

tura respiratória, levando à asfixia.

Outro fator muito importante para determinar a gravidade do choque elétrico é a inten-

sidade da corrente que circula pelo corpo.

O tempo de contato com a corrente é outro fator determinante na gravidade dos aci-

dentes causados por corrente elétrica. Determinadas intensidades de corrente que cir-

culam pelo corpo produzem contrações musculares que levam à asfixia e à fibrilação

ventricular. Estima-se em 2 minutos de contato o tempo para que as contrações mus-

culares levem à asfixia e 0,25 segundo para produzir fibrilação cardíaca.

O conhecimento do fenômeno da fibrilação ventricular do coração por meio do choque

elétrico é importante para conscientizar a população e os técnicos das empresas dos

riscos provenientes dos trabalhos envolvendo eletricidade.

Quando a corrente elétrica alternada passa pelo coração, as camadas dos tecidos

respondem vibrando de maneira distinta, provocando um batimento cardíaco distorci-

do. Este estado caótico de polarização é irreversível, com perda total do sincronismo

das contrações.

Devido à heterogeneidade dos tecidos da parede do coração, todos os mamíferos e ani-

mais superiores sofrem o efeito da fibrilação ventricular em conseqüência do choque

elétrico. Portanto, para correntes de choques grandes, os efeitos mais drásticos são as

queimaduras, e para correntes pequenas, o maior perigo é a fibrilação ventricular.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Sintomas da fibrilação ventricular

Se o coração, quando uma pessoa recebe uma descarga elétrica, entrar em fibrilação

ventricular, a pressão cai a zero.

Devido a estas ocorrências, os sintomas externos básicos são:

• vítima desfalecida;

• palidez;

• não há pulso;

• não há respiração.

Causas da fibrilação ventricular

• choque elétrico;

• choque mecânico;

• choque térmico;

• estrangulamento;

• afogamento;

• cirurgia;

• trauma torácico;

• cateterismo cardíaco;

• hipotermia artificial (< 28°C);

• choque químico (K+, Ca++, H+, etc.);

• drogas;

• origem clínica.

Como a fibrilação ventricular é irreversível naturalmente, faz-se necessário o emprego de

técnicas práticas, de modo a fazer o coração retomar o seu ritmo normal.

Muitas técnicas e medicamentos foram utilizados, mas o método que obteve sucessofoi o desfibrilador elétrico (cardioversor elétrico), que na verdade é um capaci-tor a ser descarregado no acidentado.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

46

Hoje está à venda no mercado o Desfibrilador Automático Externo, um equipamento

portátil com tecnologia de onda bifásica para uso em qualquer ambiente. O aparelho é

utilizado em unidades de resgate aéreo e terrestre e fornece suporte avançado à vida.

O Desfribilador Automático Externo oferece a possibilidade de ser utilizado por leigos

(acesso público à desfibrilação), após treinamento mínimo e sob supervisão médica.

Dispõe de operacionalidade simples, com alta sensibilidade e especificidade no diag-

nóstico de arritmias malignas. A segurança é enfatizada, e o risco de acidentes com o

paciente e o operador é mínimo. A utilização do aparelho aumenta a taxa de sobrevida

humana em uma parada cardiorrespiratória.

Observe outro caso de choque elétrico publicado no jornal O Globo.

O Globo (1997) – Temporal derruba árvore e causa mais uma morte

O vendedor de medicamentos Agostinho de Araújo Ramos, de 53 anos,

morreu após sofrer uma descarga elétrica e ficar desacordado na Rua do

Catete, durante um temporal. Os fios da rede elétrica estavam soltos na cal-

çada. A comerciante Fátima R. Rocha contou que, na noite anterior, várias

pessoas tomaram choque no mesmo lugar onde Ramos morreu. A causa da

morte de Ramos, segundo o IML, consta que ele morreu de “broncoaspira-

ção”, sufocação direta por obstrução das vias aéreas superiores.

A passagem da corrente elétrica percorrendo o corpo pode desencadear efeitos diretos

e indiretos.

Conclusão

Os efeitos do choque elétrico são:

• Paralisia da musculatura respiratória, levando à asfixia e morte da ví-

tima em cerca de 4 minutos.

• Fibrilação cardíaca com ausência de circulação do sangue nos teci-

dos, o que ocasiona falta de oxigenação, provocando a morte em cer-

ca de 4 minutos. O cérebro, o coração e os rins são os órgãos mais

afetados.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

• Queimaduras eletrotérmicas ocasionadas pelo calor desprendido pela

passagem de corrente elétrica. As queimaduras elétricas diferem de

outros tipos de queimadura por serem profundas, causando destruição

da pele e de tecidos profundos. Em geral são indolores devido à des-

truição das terminações nervosas e sua regeneração é muito lenta.

• Queimaduras térmicas pelo desprendimento de calor durante a pas

sagem da corrente.

• Conjuntivite, irritação das conjuntivas oculares pela liberação da

radiação ultravioleta durante o fluxo da corrente.

• Quedas, batidas, fraturas, ferimentos, entre outros.

Importante

Os choques elétricos são uma das principais causas de parada cardior-

respiratória nos locais de trabalho. Portanto, os primeiros socorros devem

ser prestados nos primeiros 4 minutos após o acidente, para que exista

uma chance de sobrevida e recuperação do acidentado.

Observação

A fibrilação ventricular do coração pode ocorrer de vários modos, mas,

neste caso, a preocupação é a relacionada com o choque elétrico.

Como a fibrilação ventricular é irreversível naturalmente, faz-se neces-

sário o emprego de técnicas práticas, de modo a fazer o coração reto-

mar o seu ritmo normal.

Muitas técnicas e medicamentos foram utilizados, mas o método que ob-

teve sucesso foi o desfribilador elétrico (cardioversor elétrico), que, na

verdade, é um capacitor a ser descarregado no acidentado, como vimos.

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Page 48: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Noções sobre lesões

Queimaduras

São lesões causadas quando a pele entra em contato com temperaturas extremas e subs-

tâncias químicas corrosivas.

O grau de lesão varia de acordo com a intensidade e a extensão de pele atingida: quanto

maior a área, mais grave é o caso. De acordo com a profundidade da lesão dos tecidos, as

queimaduras são classificadas em:

• 1º grau – atinge somente a epiderme. Dor e vermelhidão local.

• 2º grau – é caracterizada por vermelhidão e formação de bolhas (com líquido

cítrico). Existem três tipos de bolhas: vesículas, bolhas e flictenas, que diferenciam

de tamanhos – pequenas, médias e grandes, dolorosas.

• 3º grau – atinge camadas profundas da pele, ocasionando a destruição das

terminações nervosas e sensitivas do tecido.

O socorrista pode avaliar a relação gravidade-extensão utilizando a regra dos nove, bas-

tante útil e de fácil memorização, cujos valores são definidos em porcentagem (%) da

superfície corporal de acordo com a seguinte especificação:

• cabeça – 9%;

• pescoço – 1%;

• membro superior – 9% cada;

• dorso – 18%;

• tórax – 18%;

• membro inferior – 18% cada;

• genitália – 1%.

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Page 49: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

49

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Importante

Assim, a extensão e a gravidade de uma queimadura determinam o procedimento que o socorrista deve adotar. Observe a seguir a classificaçãodas queimaduras segundo a sua extensão e gravidade e os procedimen-tos de primeiros socorros a serem adotados.

Gravidade quanto à extensão

• pequena queimadura – menos de 10% da área corpórea;

• grande queimadura – mais de 10% da área corpórea.

N

O risco de morte ou risco de continuar com vida está mais relacionado

com a extensão do que com a profundidade da lesão.

São consideradas graves as seguintes queimaduras:

• elétrica;

• em períneo;

• com mais de 10% da área corpórea;

• com lesão das vias aéreas.

Conduta

• prevenir o estado de choque;

• evitar infecções na área queimada;

• controlar a dor.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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As conseqüências dos acidentes com queimaduras de 1º e 2º graus de grande extensãoou de 3º grau são:

• Estado de choque – a necrose de uma vasta área de tecido impede a circulação

sangüínea.

• Insuficiência renal – as células destruídas pela queimadura entram na corrente

sangüínea e impedem a formação da urina.

• Septicemia – a área queimada é atingida por microorganismos e tem início um

violento processo infeccioso, choque séptico.

N

Septicemia – processo infeccioso generalizado em que microorganismos

patogênicos penetram na corrente sangüínea e nela se multiplicam, cho-

que séptico.

Socorrendo

Em queimaduras de pequena extensão, deve-se:

• Lavar o local com água (tépida, temperatura de 35,5ºC a 36ºC)

por 2 a 5 minutos;

• Não aplicar iodo, mercúrio ou pomada no local do ferimento, para não

encobrir a lesão.

Em queimaduras térmicas, deve-se:

• Apagar o fogo da vítima com água (tépida, temperatura de 35,

5ºC a 36ºC);

• Verificar vias aéreas, respiração, circulação e nível de consciência

(especial atenção para as VAS em queimados de face);

• Retirar partes de roupas não queimadas; e as queimadas aderidas

ao local, recortar em volta;

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Page 51: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

• Retirar pulseiras, anéis, relógios, etc.;

• Estabelecer extensão e profundidade das queimaduras;

• Quando de 1º grau, banhar o local com água (tépida, temperatura de

35,5ºC a 36ºC). Não passar nada no local, não furar as bolhas.

• Cobrir regiões queimadas com manta aluminizada ou papel alumínio;

• Quando em olhos, cobrir com gaze embebida em soro.

Em queimaduras químicas, deve-se:

Em primeiro lugar deve-se saber qual é o produto químico que causou a

queimadura.

• Verificar as VAS (vias aéreas superiores), respiração, circulação e ní-

vel de consciência e evitar choque;

• Retirar as roupas da vítima;

• Lavar com água ou soro, sem pressão ou fricção;

• Identificar o agente químico: ácido – lavar por 5 minutos; álcali – lavar

por 15 minutos; na dúvida, lavar por 15 minutos.

• Se álcali seco, não lavar: retirar manualmente (exemplo: soda cáustica)

em peles íntegras. Quando se tratar de mucosas, retirar o excesso e

lavar abundantemente, sem esfregaço.

Em queimaduras de grande extensão, deve-se:

• Prevenir o estado de choque – o estado de choque é uma das conse-

qüências comuns nos casos de grandes queimaduras, quando então

o socorrista deve acomodar a vítima.

• Controlar a dor – de acordo com a área atingida, a dor associada a

queimaduras de 2º e 3º graus é insuportável.

• Evitar a contaminação – se houver formação de bolhas, o socorrista

não deve irritá-las nem furá-las, pois elas podem romper e deixar uma

ferida (úlcera) aberta, sujeita à entrada de microorganismos patogêni-

cos que podem ocasionar infecção.

E mais:

• Lavar a área queimada com água corrente em temperatura ambiente

(tépida, temperatura de 35,5ºC a 36ºC);

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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• Se as roupas da vítima tiverem aderido à queimadura, não as remova;

• Não aplicar iodo, mercúrio ou pomada no local do ferimento;

• Não lhe dar água;

• Mantê-la aquecida;

• Manter os sinais vitais, e no caso de parada cardiorrespiratória,

aplicar o método de reanimação mais adequado;

• Encaminhá-la ao hospital.

Concluindo

Nos acidentes provocados por choque elétrico há, em geral, duas

(úlceras) feridas cutâneas: uma na entrada e outra na saída da corrente.

Embora elas costumem parecer pequenas, uma quantidade considerável

de tecido abaixo delas é destruída. Nestes casos, os procedimentos a

serem adotados são os mesmos para outros tipos de queimadura. Quan-

do o choque ocasiona a paralisação da respiração, em virtude da contra-

ção dos músculos respiratórios, o socorrista deve efetuar as manobras de

respiração já estudadas sobre reanimação cardiorrespiratória.

Importante

O socorrista deve adotar todos os procedimentos ao seu alcance, mas os

seus cuidados não substituem os do profissional de saúde (enfermeiro ou

médico). Uma vez que a gravidade das lesões pode exigir recursos

adequados para lidar com os danos na pele e problemas de insuficiência

circulatória e renal e de infecção, ele deve acionar de imediato os recur-

sos hospitalares.

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Page 53: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Úlceras (feridas)

São lesões que acometem a epiderme (camada mais externa) e/ou derme (camada mais

profunda da pele), facilitando as infecções.

A pele atua como barreira mecânica entre o corpo e o mundo externo, impedindo a

entrada de microorganismos no corpo e fazendo a termorregulação e a manutenção dos

fluidos no organismo.

Na presença de ferimentos, a conduta inicial, sempre que possível, deve ser lavar o local

com água corrente.

Quando se tratar de lesões com grandes áreas atingidas e com sangramentos intensos,

deve-se neste caso comprimir o local com pano limpo e fazer a compressão nas grandes

veias e artérias (dígito/pressão) a fim de diminuir o fluxo local (sempre acima da lesão).

Nos casos de amputação total e/ou esmagamento, deve-se proceder como indicado aci-

ma e realizar garroteamento acima da lesão. A parte amputada deve ser recolhida e colo-

cada em um saco plástico limpo. Este saco plástico deve ser colocado dentro de um

recipiente com água, sendo este recipiente com água colocado dentro de outro com

gelo e levado com a vítima para o hospital a fim de se tentar o reimplante. A parte ampu-

tada deve estar resfriada e não congelada nem encharcada, o que irá facilitar o trabalho

do médico-cirurgião.

Nas lesões onde existir um material preso à pele, este não deverá ser retirado,devendo ser protegido durante o transporte a fim de não haver deslocamentoou saída deste.

Lesão traumato-ortopédica

Nesta seção, vamos identificar os diversos tipos de lesão traumato-ortopédica que

afetam o aparelho locomotor e comprometem as articulações, ossos e músculos, assim

como os procedimentos de primeiros socorros a serem adotados para aliviar o sofrimento

da vítima.

Entorse

Na entorse há distensão dos ligamentos articulares, ocasionando a separação momen-

tânea das superfícies ósseas da articulação e provocando edema e dor local, que se

acentua com a movimentação.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Luxação

Na luxação há distensão ou rompimento dos ligamentos articulares, ocasionando sepa-

ração das superfícies ósseas da articulação.

SOCORRENDO

Neste caso, o socorrista deve adotar os seguintes procedimentos:

• Evitar movimentar a articulação afetada.

• Aplicar bolsa de gelo sobre o local a fim de reduzir o edema e a dor.

Fraturas e lesões de articulação

É o rompimento total ou parcial de um osso ou cartilagem.

As fraturas podem ser fechadas, quando a pele não é rompida pelo osso fraturado, e

expostas ou abertas, quando o osso atravessa a pele e fica exposto.

Todas as supostas fraturas e lesões de articulação devem ser imobilizadas.

Nas indústrias, a fratura pode ocorrer em razão de quedas e movimentos bruscos do

empregado, batidas contra objetos, ferramentas, maquinário, assim como quedas destes

sobre o empregado.

Suspeita-se de uma fratura ou lesão articular quando houver sido constatado pelo

menos dois itens abaixo mencionados:

• dor intensa no local, que aumenta ao menor movimento ou toque na região;

• edema local (inchaço);

• crepitação ao movimento (som parecido com o amassar de papel);

• hematoma (rompimento de vaso com acúmulo de sangue no local)

ou equimose (mancha de coloração azulada na pele), que aparece horas

após a fratura;

• paralisia (lesão dos nervos).

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55

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Observação

Nunca se deve tentar colocar o osso no lugar. Isso deverá ser feito em

local e por profissional qualificado.

O que fazer:

• estancar eventual hemorragia em casos de fraturas expostas ou abertas;

• imobilizar as articulações mais próximas do local com suspeita de fratura, a fim de

impedir a movimentação, utilizando jornais, revistas, tábuas, papelão, etc.; convém

acolchoar com algodão, lã ou trapos os pontos onde os ossos ficarão em contato

com a tala, fixando-os acima e abaixo da lesão;

• não deslocar ou arrastar a vítima antes de imobilizar os segmentos fraturados;

• encaminhar a vítima ao serviço de saúde para diagnóstico e tratamento precisos.

Em caso de lesão articular (entorses e contusões):

• colocar a vítima deitada ou sentada em posição confortável;

• nas primeiras 24 horas, aplicar frio intenso no local com bolsa de gelo ou

compressas frias úmidas; posteriormente, aplicar calor local;

• imobilizar a região afetada com faixas ou panos para impedir os movimentos,

diminuindo assim a dor;

• após decorridas as primeiras 24 horas, pode-se aplicar calor no local

e imobilizá-lo, mantendo a região aquecida;

• encaminhar a vítima ao serviço de saúde para diagnóstico e tratamento precisos.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Observação

Não massagear ou friccionar o local afetado.

Picadas e mordidas de animaisSão riscos adicionais causados por acidentes com cobras e serpentes, escorpiões, ara-

nhas, vespas, abelhas e algumas formas marinhas de vida animal que se constituem em

um tipo de envenenamento, cujo veículo de introdução, no corpo humano, se faz através

de presas, ferrões. Existem diferenças importantes que devem ser consideradas entre

animais venenosos e animais peçonhentos.

Animais venenosos produzem veneno, mas não possuem um aparelho inoculador –

dentes ou ferrões, provocando envenenamento passivo por contato – taturana, por com-

pressão – sapo, ou por ingestão – peixe baiacu.

Animais peçonhentos possuem glândulas de veneno que se comunicam com dentes

ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno passa ativamente, como serpentes,

aranhas, escorpiões, abelhas e arraias.

Um socorrista não precisa ser capaz de classificar insetos, aranhas, escorpiões e ofídios

em gênero e espécie. Tal atividade é reservada aos estudiosos desta área, mas existe co-

nhecimento indispensável sobre animais peçonhentos para que se possa utilizar uma

técnica adequada a cada situação.

Envenenamento por ofídios

No Brasil, há cerca de 260 espécies catalogadas de serpentes, das quais cerca de 40 são

peçonhentas. Os principais grupos de serpentes peçonhentas existentes no nosso país

são as espécies jararaca, surucucu, cascavel e coral. O termo jararaca, por exemplo, refere-

se a mais de 20 espécies de serpentes com características semelhantes, como a forma da

cabeça e do corpo.

O veneno de cada grupo de serpentes peçonhentas tem uma composição diferente,

provocando sintomas distintos. A peçonha do grupo jararaca, por exemplo, encontrado

em todo o país, tem efeito local: causa inchaço e hemorragia; além disso, destrói os

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Page 57: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

músculos da região onde é injetada. A ação do veneno das serpentes do grupo surucucu,

que vivem na Mata Atlântica e Amazônia, produz sintomas semelhantes aos gerados

pela peçonha do grupo jararaca.

Já a toxina do grupo cascavel provoca visão dupla, paralisa os músculos, impedindo os

movimentos. Serpentes desse grupo podem ser encontradas em todo o país, exceto na

Mata Atlântica e na Amazônia. O veneno do grupo das corais, por sua vez, mata por para-

da respiratória ao bloquear os movimentos de um músculo chamado diafragma, que é

responsável pela respiração. O diafragma se contrai e relaxa. Graças a esse movimento,

ocorre a entrada de ar nos pulmões, chamada inspiração, e a saída de ar, a expiração.

Se o diafragma não se movimenta, não há respiração.

A toxicidade do veneno varia em função do tamanho e estado de nutrição do animal

agressor, da quantidade de veneno inoculado, do peso e estado de saúde da vítima.

A cada ano, cerca de 20 mil pessoas são picadas por cobra no Brasil. Acidentes com ser-

pentes do grupo jararaca são os mais freqüentes e acontecem geralmente no campo.

O socorro precisa ser rápido. O médico determina qual grupo de cobra picou a pessoa

por meio dos sintomas que esta apresenta. Afinal, cada grupo de serpentes peçonhentas

apresenta um veneno específico, que provoca sintomas diferentes.

De maneira prática, podemos classificar as serpentes peçonhentas no Brasil em quatro

grandes gêneros, conforme tabela abaixo:

GÊNERO REGIÃO DO PAÍS ONDE SÃO ENCONTRADAS

Micrurus – Corais Centro, Sul e Nordeste

Crotalus – Cascavéis Centro e Sul

Lachesis – Surucucu ou Surucutinga Sul, Região Amazônica e Zona da Mata Nordestina

Bothrops – Jararacas, Urutu-Cruzeiro, Todas as regiõesJararacuçu

Serpentes peçonhentas e não peçonhentas

Existem alguns critérios básicos para distinguir serpentes peçonhentas de não peçonhen-

tas a uma distância segura. O primeiro deles é a presença de um orifício entre o olho e a

narina da serpente, denominado fosseta loreal. Toda serpente brasileira que possui esse

orifício é peçonhenta. Ele é utilizado para perceber a presença de calor, o que permite à

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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serpente caçar no escuro presas que tenham corpo quente (homeotérmicas), tais como

mamíferos e aves. A única exceção para essa regra é a cobra-coral (cujo nome científico é

Micrurus). Porém, as corais possuem um padrão característico de anéis pretos, vermelhos

e brancos ou amarelos, que não permitem nenhuma confusão. Na Amazônia existem

corais pretas e brancas ou marrons. Desse modo, deve-se considerar toda serpente com

essa coloração como perigosa, apesar da existência de serpentes que imitam as corais

verdadeiras, denominadas corais falsas. As corais verdadeiras não dão bote e normal-

mente se abrigam debaixo de troncos de árvores, folhas ou outros locais úmidos em

todas as regiões do país.

Outra característica importante na distinção das serpentes peçonhentas é o tipo de

cauda. Algumas serpentes com fosseta loreal apresentam um chocalho na ponta da

cauda, que emite um som característico de alerta quando são perturbadas. Essas são as

cascavéis (cujo nome científico é Crotalus), facilmente encontradas em áreas abertas e

secas, mesmo em áreas agriculturáveis de grande parte do Brasil, excluindo-se áreas

de vegetação mais densa.

As serpentes com fosseta loreal cuja cauda é lisa até a extremidade pertencem à família

das jararacas (cujo nome científico é Bothrops). São encontradas, em sua grande maioria,

em áreas mais limitadas, como as áreas de mata, apesar de alguns tipos habitarem tam-

bém zonas de caatinga e cerrado.

Algumas serpentes com fosseta loreal apresentam a extremidade da cauda com as esca-

mas eriçadas como uma escova. Essas são as chamadas surucucus ou pico-de-jaca (cujo

nome científico é Lachesis). O nome pico-de-jaca foi dado em virtude do aspecto da pele

desse animal se parecer muito com a fruta. Elas são encontradas apenas em áreas de

floresta tropical densa, tais como na Amazônia ou alguns pontos da Mata Atlântica.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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PRINCIPAIS SINTOMAS EM PICADOS POR SERPENTES NO BRASIL

Sintomas Crotalus – Cascavéis Bothrops – Jararacas Micrurus – Corais

Sinal no local Duas perfurações Duas perfurações Duas perfuraçõesda picada correspondentes correspondentes correspondentes

às presas às presas às presas inoculadorasinoculadoras inoculadoras e outras menores

Inchaço, vermelhidão,arroxeamento, febre, _______ Forte _______bolhas de água nolocal da picada

Dor no local da picada Fraca Forte Fraca

Expressão facial Queda das Normal Fracapálpebras superiores

Dores generalizadas Dor intensa na nuca Às vezes, dores(pode aparecer em de cabeça _______outras regiões do corpo)

Urina Grande diminuição Turva Normaldo volume. Cor: Cor: Vermelhacastanho-avermelhado

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Primeiros socorros em caso de picada

É muito importante evitar situações de risco de acidentes ofídicos. Não ande descalço.

Ao caminhar na mata ou em plantações, use botas que o protejam até os joelhos. Não

coloque a mão em buracos e, acima de tudo, não manipule serpentes, por mais inofensi-

vas que elas possam parecer. Mantenha os quintais limpos, assim como as áreas ao redor

de residências. Não acumule detritos ou material que sirva de alimento para ratos, pois

estes podem atrair serpentes, que se alimentam destes. Em caso de acidente, não faça

qualquer tipo de atendimento caseiro, não corte nem perfure o local da mordida e não

faça torniquete. Procure imediatamente um posto médico, porque somente o soro an-

tiofídico cura. Ele é distribuído gratuitamente a hospitais, casas de saúde e postos de

atendimento médico por todo o país pelo Ministério da Saúde. Em São Paulo, o Hospital

Vital Brazil, que pertence ao Instituto Butantan, realiza esse tipo de atendimento

24 horas por dia.

Soros antiofídicos produzidos pelo Instituto Butantan(http://www.butantan.gov.br/)

· Antibotrópico: para acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu, cotiara.

· Anticrotálico: para acidentes com cascavel.

· Antilaquético: para acidentes com surucucu.

· Antielapídico: para acidentes com coral.

· Antibotrópico-laquético: para acidentes com jararaca, jararacuçu, urutu,

caiçaca, cotiara ou surucucu.

· Antiaracnídico: para acidentes com aranhas do gênero Phoneutria (armadeira),

Loxosceles (aranha-marrom) e escorpiões brasileiros do gênero Tityus.

· Antiescorpiônico: para acidentes com escorpiões brasileiros do gênero Tityus.

· Antilonomia: para acidentes com taturanas do gênero Lonomia.

Procedimentos a serem adotados em caso de picada

· Deitar a vítima o mais rápido possível.

· Não deixar a vítima fazer qualquer esforço, pois o estímulo da circulação

sangüínea difunde o veneno pelo corpo.

· Colocar compressa de álcool sobre o local da picada no caso de: escorpiões,

lacraias, centopéias e aranhas.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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· Aplicar gelo ou compressas frias e anestesia no caso de picada de lacraias,

centopéias e lagartas.

· Aplicar compressas quentes e anestesia no caso de picada de escorpiões,

e aranhas.

· Lavar o local da picada com água abundante e de preferência com água

e sabão.

· Quando a picada for nos membros superiores ou nos inferiores, manter estes

em posição mais elevada.

· Não se deve fazer torniquete, pois isso impede a circulação sangüínea,

podendo causar gangrena ou necrose.

· Não se deve furar, cortar, queimar, espremer, fazer sucção no local do ferimento

nem aplicar folhas, pó de café ou terra, para não provocar infecção.

· Levar o acidentado imediatamente ao serviço de saúde mais próximo.

· Se possível levar o animal peçonhento junto, mesmo que morto. Isso facilita

o diagnóstico e a detecção de qual soro será o mais apropriado para ser

ministrado ao paciente.

Lembre-se!Nenhum remédio caseiro substitui o soro antipeçonhento!

Reconhecendo aranhas perigosas

O filo dos artrópodes corresponde a mais de 80% das espécies animais existentes.

Entre os principais grupos deste filo estão os aracnídeos (subfilo Chelicerata – classe

Arachnida), dos quais fazem parte as aranhas (ordem Araneae) e os escorpiões (ordem

Scorpiones). Os aracnídeos são caracterizados por apresentarem o corpo dividido em duas

partes (cefalotórax e abdômen), quatro pares de pernas, um par de pedipalpos e um par

de quelíceras (apêndices bucais).

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Page 63: Noções básicas de primeiros socorros em serviços com eletric

63

NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

As aranhas compõem a ordem mais numerosa dos aracnídeos, sendo consideradas váli-

das cerca de 35.000 espécies em todo o mundo, porém somente cerca de 20 a 30 espéci-

es são consideradas perigosas para o homem. Habitam praticamente todas as regiões do

planeta, incluindo uma espécie aquática. Muitas espécies vivem próximas, e até mesmo

dentro de habitações humanas, favorecendo a ocorrência de acidentes.

O veneno, produzido por duas glândulas situadas na região das quelíceras, pode ser uti-

lizado na captura de presas e como defesa. Poucas espécies podem causar acidentes

com envenenamento humano importante. No Brasil, as espécies mais representativas

pertencem aos gêneros Phoneutria, Loxosceles e Latrodectus.

CARACTERÍSTICAS DAS PRINCIPAIS ARANHAS PERIGOSAS DO BRASIL

Características Gênero Gênero Gênero GêneroPhoneutria Loxosceles Lycosa Latrodectus“armadeira” “aranha-marrom” “tarântula” “viúva-negra”

Agressividade Muito grande Mínima Pequena Mínima

Principais locais Bananeiras e Pilhas de tijolos, Gramados e Sob arbustos e emonde são outras folhagens telhas e beira de beira de barracos campos cultivadosencontradas e também nas barracos e também e também e também

residências. em residências. em residências. em residências.

Acidentes Muito freqüentes Pouco freqüentes Freqüentes Pouco freqüentes

Hábitos Vespertinos Noturnos; Diurnos; Vespertinose noturnos; aranha sedentária. aranha errante e noturnos;aranhas errantes. e sedentária. aranha sedentária.

Teia Inexistente Irregular Inexistente Irregular

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Animais raivosos e insetos

Mordidas de animais raivosos

Qualquer animal pode contrair a raiva e se tornar um transmissor. Quem for mordido por

um animal deve suspeitar de raiva e mantê-lo em observação até prova em contrário.

Mesmo vacinado, o animal pode apresentar a doença. Todas as mordidas por animais

devem ser vistas por um médico.

Picadas e ferroadas de insetos

Há pessoas alérgicas que sofrem reações graves e/ou generalizadas devido a picadas de

insetos. Tais pessoas devem receber um tratamento médico imediato. Picada de inseto

pode ser um risco de vida para pessoa sensível.

Como proceder:

· Retirar os ferrões do inseto, através de técnicas adequadas.

· Lavar com água o local da picada.

· Procurar socorro médico o mais rápido possível.

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NO

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EIROS SO

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RR

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OS C

OM ELETR

ICIDAD

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Técnicas para remoçãoe transporte de acidentados

Hoje auxiliamos, amanhã seremos

os necessitados de auxílio.

Francisco Cândido Xavier

O transporte da vítima de acidente merece um tema especial. Nesse momento, as lesõesjá existentes podem ser agravadas, por isso o socorrista somente deve fazer o transportese for absolutamente necessário; caso contrário, deve aguardar atendimento do profis-sional de saúde.

Procedimentos adequados para transportar vítimas que merecem cuidados especiais.

• Controlar as hemorragias, para evitar sangramento abundante e exposição ao riscode a vítima entrar em choque.

• Se houver suspeita de fratura, principalmente no caso de atropelamento,imobilizar o local fraturado, sem no entanto tentar colocar o osso no lugar, mexerdemasiado no local da fratura.

• Se houver parada cardiorrespiratória, iniciar imediatamente a respiração artificial ea compressão cardíaca.

Devem ser transportados os que estiverem:

• inconscientes;

• em estado de choque;

• gravemente queimados;

• com hemorragia;

• envenenados;

• com fratura nos membros inferiores, pelve e coluna vertebral.

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Importante

Acidentados com fratura no pescoço e suspeita de lesão da medula nãodevem ser removidos antes do atendimento ser feito por profissional desaúde. Um erro de movimento pode ocasionar numerosas lesões.

Socorrendo

• Se a vítima tiver que ser erguida para verificação das lesões, cada

parte do corpo deve ser apoiada. Não deixar o corpo se dobrar,

mantenha-o em linha reta.

• Ao transportá-la, puxar pela dire-

ção da cabeça ou pés, nunca pe-

los lados, e proteger o corpo com

toalha ou outro material, principal-

mente a cabeça.

• Se não houver prancha para removê-la, adotar o método do auxílio de

três pessoas, de acordo com a ilustração., somente para mal súbito

ou outro acometimento sem

TRAUMA de coluna.

O socorrista também pode impro-

visar uma maca amarrando um

cobertor ou colcha em duas va-

ras resistentes (nunca utilizar ca-

bos de vassoura), de acordo com

a ilustração.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

As técnicas acima só poderão ser utilizadas se não houver suspeita de lesão cervical e/ou

vertebral; do contrário, a prancha longa e o colar cervical deverão ser utilizados, assim

como o apoio de cabeça.

A vítima deverá ser virada em bloco, a fim de manter a coluna reta. Para esta conduta

são necessários 4 socorristas (3 atuando no corpo e 1 na cabeça. O socorrista que

estiver posicionado no meio da vítima será responsável em puxar a prancha junto

à vítima).

O socorrista pode estar sozinho ao prestar auxílio à vítima e precisar removê-la em

virtude de um perigo iminente, como desabamento, incêndio, etc., ou pode contar

com o auxílio de uma ou mais pessoas. Conheça a seguir outros métodos de trans-

porte a serem aplicados em situações especiais, desde que o socorrista esteja certo

de sua adequação.

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CURSO BÁSICO DE SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E SERVIÇOS EM ELETRICIDADE

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Socorrendo

Transporte de apoio

Se a vítima estiver consciente e com

leves ferimentos, o socorrista deve se

posicionar ao lado, passar o braço dela

pela sua própria nuca e segurá-la com

o outro braço.

Transporte em cadeira improvisada

Dois socorristas podem improvisar uma

cadeira segurando os braços e punhos

um do outro; a vítima senta e passa os

braços ao redor dos seus pescoços.

Transporte em cadeira

No transporte da vítima numa

cadeira, que tem a vantagem de

manter o corpo ereto e desse

modo impedir o possível agrava-

mento das lesões, deve-se incli-

ná-la para trás.

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NOÇÕES DE PRIMEIROS SOCORROS EM SERVIÇOS COM ELETRICIDADE

Transporte em braços

O socorrista pode levantar e transpor-

tar a vítima no colo, desde que agüen-

te o peso.

Transporte nas costas

A vítima passa os braços por cima dos

ombros do socorrista e se apóia nele.

Transporte pela extremidade

Dois socorristas carregam uma

vítima: um agarra com os braços

o tronco da vítima e os passa por

baixo das axilas enquanto o

outro, de costas para o primeiro,

segura as pernas.

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Importante

O transporte de vítimas de acidente em veículos automotores também

merece cuidados especiais: o socorrista deve pedir ao motorista que não

exceda o limite de velocidade, o que, em lugar de salvar uma vida, pode

ocasionar um acidente com novas vítimas; além disso, as freadas e

solavancos do carro podem agravar o estado da vítima.

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EIROS SO

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ICIDAD

E

Referências

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Belo Horizonte, 2004.

PEREIRA, Dimas Sales. Orientação aos candidatos a motoristas e motociclistas. 3ª ed.

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SENAI. RJ. Primeiros socorros. caderno do docente. Rio de Janeiro, 2001.

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Endereços eletrônicos

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SENAI/DNUnidade de Educação Profissional – UNIEP

Alberto Borges de AraújoCoordenador

Paulo RechGerente de Certificação Profissional

Equipe técnica

Avelino Moureira Lourenço SENAI/RJClaudia Caputo (consultora) SENAI/RJMaria de Fátima Rodrigues de Lemos SENAI/RSConteúdistas

Comitê Técnico NR-10 – Departamento Nacional:Fernando da Silva Pinto SENAI/RJRicardo Mattos SESI/RJRosemary Lomelino de Souza Xavier SENAI/RJPaulo de Tarso do Nascimento SENAI/BAJader de Oliveira SENAI/ESAnderson R. Paschoal SENAI/MGJosé Luiz Chagas Quirino SENAI/SPGeovane Medeiros Álvaro SENAI/RSSandro Portela Ormond SENAI/SPFernando Schirmbeck SENAI/RSRevisão técnica

Edvania Soares da Silva SESI/RJIsabel Cristina Michailoff Araújo (consultora) SENAI/RSRevisão técnica da validação

Rosemary Lomelino de Souza Xavier SENAI/RJRevisão pedagógica

Superintendência de Serviços Compartilhados – SSCÁrea Compartilhada de Informação e Documentação – ACIND

Fernando OuriquesNormalização

Roberto AzulRevisão gramatical

Geferson Gomes CoutinhoProjeto gráfico

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