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ÍNDICE Apresentação 1 - Introdução 2 - Livro I - A Inveja na Cultura Brasileira O Exemplo 3 - O Que É 4 - O MAL RADICAL 5 - As Raízes Os Indígenas/Os Africanos 6 - A Minoria Dominante - 7 - QUEM INVEJA - O MALEDICENTE 8 - A Cultura Brasileira I - O Homem Cordial Atenção Projetiva/Emotividade 9 - A Cultura Brasileira II Adaptabilidade/Aprendizado 10 - Onde - O Pecado Brasileiro 11 - Porque entre Nós 12 - O Outro é o País Inteiro 13 - Como - Marcar e Destruir 14 - Para Que 15 - O Medo 16 - Consciência e4 Violência 17 - A Educação 18 - LIVRO II - ESTUDO De Onde Vem I 19 - De onde vem II - A Cultura e a Comunidade 20 - Porque ETC

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ÍNDICE

Apresentação1 - Introdução2 - Livro I - A Inveja na Cultura Brasileira O Exemplo3 - O Que É4 - O MAL RADICAL5 - As Raízes Os Indígenas/Os Africanos6 - A Minoria Dominante - 7 - QUEM INVEJA - O MALEDICENTE8 - A Cultura Brasileira I - O Homem Cordial

Atenção Projetiva/Emotividade

9 - A Cultura Brasileira II Adaptabilidade/Aprendizado 10 - Onde - O Pecado Brasileiro 11 - Porque entre Nós 12 - O Outro é o País Inteiro 13 - Como - Marcar e Destruir 14 - Para Que 15 - O Medo 16 - Consciência e4 Violência17 - A Educação18 - LIVRO II - ESTUDO De Onde Vem I19 - De onde vem II - A Cultura e a Comunidade20 - PorqueETC

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<INVEJA>/<NOEMI>

apresentação-ok

APRESENTAÇÃOConta-se sobre  dois homens, um que cobiçava e outro que invejava. O que cobiçava vivia a reclamar: Veja  quão amarga é a obra do criador! Faz com que os merecedores não obtenham seu

mérito. Porque sou pobre enquanto aquele homem, meu inimigo e vizinho, é rico?O que invejava implorava: Eterno, não escutes suas palavras e não lhe permitas tornar-se um príncipe entre os seus.

Deixa-me morrer se ele enriquecer...Um dia uma anjo lhes apareceu a eles e disse:  Eis que se ouviram seus lamentos e preces. Eu  vim realizar seus pedidos, e é isso que lhes

ofereço: vocês podem pedir o que quiserem que lhes será concedido imediatamente,. O dobro desse pedido, no entanto, será dado ao outro. Esse é nosso acordo e não poderá ser violado.

O que cobiçava, sonhando com um pedido duplo, disse: você primeiro. O invejoso reagiu: como posso pedir algo se ao final você emergirá mais forte ou rico do que

eu? E começam a brigar até que o invejoso diz: Deus, faz a teu servo o reverso de sua bondade! Cega-me de um olho e meu inimigo,

portanto,  os dois. Anestesia uma de minhas mãos e duplica a medida para meu inimigo. Assim foi feito e os dois, cegos e inválidos, permaneceram pateticamente como exemplo de

vexame e desgraça.

A Cabala da Inveja, pág 281

1 Esse é o aspecto trágico da inveja: o ataque a si mesmo.zv150

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INTRODUÇÃO - ok

INTRODUÇÃOO Brasil acredita que ultrapassou largamente o seu colonizador Portugal. Tivemos a corte portuguesa aqui, e depois da independência, nossos imperadores e corte

próprios. O tamanho do Brasil, de dimensões continentais, comparado ao pequeno pais "matriz",

acrescido da crença de sermos modernos e jovens, enquanto aquele país não o é, permite supor que já superamos nosso "pai" há muito. O gigantismo brasileiro diante do tamanho portugues oferece uma sensação de pacífica superioridade.

Como jovens donos do próprio nariz que consideram os pais ultrapassados, estamos afastados, certos que nos desenvolvemos mais, e que temos pouco em comum agora - até a língua, que era a mesma, mudou, falamos o português brasileiro.

Essas observações confirmam que:a) nação é uma unidade dotada de personalidade própria e sensibilidade semelhantes às que

caracterizam um indivíduo, único, e está sujeita aos sentimentos humanos comuns, inclusive insegurança e inveja.

b) não percebemos o quanto somos parecidos com nosso "pai', e somos muito mais parecidos do que pensamos, exatamente como pensa o indivíduo dentro dos padrões normais .

Além da semelhança somos também o fruto das ações e decisões, crenças e alianças que nos formaram, e as escolhas e caminhos que seguimos ate hoje são a memória dessa história - ser vivo único que é a nação brasileira.

Somos a união de 3 raças com suas dores e limitações, que trazem para formação do povo antagonismos, oposições, conflitos, mas a portuguesa é de longe a dominante, que estabeleceu a cultura, a maioria das informações sobre o que nos tornamos e porque.

Foi essa minoria que estabeleceu a ordem econômica que realmente definiu a cultura e o desenvolvimento.

Além da economia, outro fator, menos debatido, a espiritual idade, foi determinante na nossa formação , fundamental para a definição do Brasil.- os antagonismos judeu cristão novo X cristão velho, herege x Inquisição, Jesuíta X indígena, catolicismo x judaísmo e heresia, catolicismo x cultura africana e indígena.

Essa composição de contrários estabelece uma predominância cultural - a identificação/atenção projetiva, em que o sujeito se percebe através do olhar do outro. Vê o outro e se vê pelo olhar do outro, intui a proporção entre o seu comportamento e o do outro, agindo em função do que percebe. A informação comparativa entre o eu e o outro que tem como única finalidade sua adequação à situação do momento.Possivelmente a atitude de "tirar vantagem" é conseqüência dessa forma de perceber intuitivamente se o outro é amigo ou inimigo, se adaptar às regras do momento, de forma a decidir a situa ção a seu favor imediatamente.De facil identificação, a clareza com que nos vemos a nos mesmos diante do outro, por comparação. Certamente fruto de necessidade de auto-proteção para o índio, o negro, o português cristão novo

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<INVEJA>/<NOEMI> Uma função que decorre de uma sociedade de antagonismos, miscigenação, perseguição

religiosa, fuga da repressão, denuncia, dominação e violência, A identificação projetiva é também um dos aspectos principais da inveja, e a cultura que

privilegia uma também e inevitavelmente incluirá a outra. A comparação é a condição mais básica e necessária da inveja. Comparação e inveja se retroalimentam.

Se uma é dominante na sociedade, a outra o será também. Acresce-se a emotividade característica do brasileiro, a falta de uma educação que supere o

dano da perseguição religiosa e política, uma capacidade de adaptação específica ao meio em torno com eficiência imediata que não se preocupa com a preparação do futuro e temos um tipo de cultura característico, em que a inveja tem papel preponderante.

Inveja que é o desejo de que o objeto de inveja seja destruído, que é inata e constitutiva, como a gratidão. Seu oposto.

O personalismo seria o responsável por essas características a começar pela a falta de organização, racional idade, solidariedade e consciência social.

Ocorre que o personalismo brasileiro, herdado de Portugal e da península ibérica, junto ao catolicismo e sua cultura decorrente, tem especificidades de formação (raças diferentes, miscigenação), aqui esse personalismo que é causa é também conseqüência da inveja.

uma pesquisa publica do IBOPE constatou que a inveja é o pecado mais conhecido pelo brasileiro. Mais de 80% das pessoas percebe a inveja recebida, reconhecem o olhar invejoso. E o medo decorrente, contra o qual as sociedades sempre se protegeram no conformismo, na burocracia, na escolha de obrigar a não ser ou fazer diferente, não permitir ser diferente ou se destacar. E nós somos um país que não permitimos diferença. A força do medo da inveja é enorme e tremenda mente incapacitante

O problema é extenso. A inveja é o ódio, o querer que o outro não tenha/possa/seja capaz, e o medo que a

acompanha, expande-se pelo país inteiro. O outro é o país inteiro. Nessa questão pode ainda incluir a violência do povo, a dificuldade de aprendizado - e por

isso dificuldade de consciência e valor, que vem de relacionar signo e significado, algo que foi prejudicado em brasileiros e portugueses pela Inquisição

a racional idade não é uma qualidade forte na nossa cultura - e é a razão que nos diz o que é real e verdadeiramente bom para nós.

a consciência. Sem a razão, estamos condenados à submissão às paixões, à inveja, ao ataque a nós

mesmos, sem controle da nossa própria vida e destino, limitados a tentativa de superar o semelhante em detrimento dele e de nós mesmos, um destino triste e que leva a diminuição da capacidade de um povo, de uma nação, como tem sido desde a colonização, um país com capacidade restrita e auto-conservação limitada, que não alcança sua plena potência.

O ataque a si mesmo do invejoso é uma realidade individual e coletiva, que resulta de e em falta de consciência, agressividade e na cultura de tirar proveito do semelhante - que pode abarcar o país inteiro, e o faz.

Levantar todos esses pontos pressupõe também relacionar as soluções, propor caminhos de cura - sim, inveja tem cura.2

Pode começar com reconhecimento, como uma terapia - conhecer os próprios problemas, própria história esquecida em tantos aspectos, origem, espiritual idade, educação, seguida de recuperação que incluirá ações, e desculpas, a gratidão.

A Gratidão tornar-se rotina, se necessário por imitação dos países que já a praticam, alguns há milenios. Junto à gratidão está a reverência e o sagrado, recuperar ou construir uma espiritual idade, reconhecendo e respeitando as heranças dos povos que se amalgamaram .

A recuperação passa por modificar para um novo padrão de pensamento e atitude, individual e geral, como os países que conseguiram grandes mudanças em pouco tempo, e inclui respeito à

2 zuenir

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<INVEJA>/<NOEMI> educação.

Considerando que as reações emocionais são preparadas para evocar no outro a mesma emoção, e somos um povo emocional, encontrando a motivação verdadeira e adequada terá sido alcançado o âmago do processo.

Finalmente, a alegria, o remédio completo. Tudo cede lugar à alegria, senhora do melhor de nós. Não há espaço para tristeza quando estamos alegres.

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LIVRO I - A Inveja na Cultura Brasileira

LIVRO I - A Inveja na Cultura Brasileira

O EXEMPLO

Uma forma de expor a questão é iniciar através de um exemplo, o comportamento de um funcionário público, observado, por três décadas, em uma empresa pública de âmbito nacional:

O empregado que não vive uma vida real, mas um cotidiano de burocracia monotona e sem verdadeiro significado, disposto a sacrificar-se, mantendo-se doentiamente apagado,

Prefere ser insignificante, desprovido de importância e real utilidade; sua saúde é desgastada, é obeso, não cuida de si; não vive com sua familia, é separado, pouco fala e menos se expõe; não tem amigos,

apenas colegas, não é cativante, aparentemente não tem nada a oferecer.Cumpre uma rotina insípida e sem perspectivas. Constante, segura e regular. Repete ano

após ano uma mesma atitude, um mesmo comportamento. Nada faz de novo .E´ um exemplo de funcionário: Não dá problemas, não falta, não comete grandes erros. é o nivelador do conjunto. Por baixo. Não disputa, não compete, não incomoda,. Não faz nada diferente, não inova em nenhum procedimento, não desenvolve novas

habilidades, não muda.Não faz nenhuma ação individual além do determinado pelas regras. Sua atividade só muda quando a tecnologia a faz diferente no conjunto da mudança geral.Mantendo-se dessa forma, pétreo, garante ao sistema inteiro à sua volta o patamar para sua

manutenção: Do mesmo jeito, no mesmo nível, mínimo possível.

Nosso funcionário só expressou diferença de comportamento, relaxamento e postura de leve bem estar ao final de 25 anos de trabalho, quando todo o resto do ambiente de serviço estava reduzido à mesma posição/situação/comportamento, ou seja, todos os ouros funcionários e serviços reduzidos ao mínimo de expressão, criatividade, limitados uma rotina rígida, insípida, restrita, repetitiva, sem maior siginficado e sem perspectivas.

Passou então a haver expressão (no rosto antes apagado e inexpressivo) de relaxamento e agrado agir do nosso empregado.Todo o resto do ambiente assemelhava-se aquele em que vivera toda vida, sentia-se à vontade.

Esse não parece ser exemplo de uma pessoa invejosa que se prejudica em função de sua inveja, ao contrário, parece evitar causar inveja, até mesmo proteger-se dela.

Porem a Inveja é relacional, social, constituinte/inata, universal e funciona por comparação e confronto. É complexa, possui inúmeras expressões.

Muitas são coletivas e inconscientes, muitas são induzidas.

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para invejar é preciso não querer que o outro tenha algo que julgo diferente de mim e que julgo melhor .

Se escolho não ter nada, o outro sempre ter á, no meu julgamento, algo melhor, diferent e.Serei muito provavelmente ...invejoso.

Ao pensar que o outro tem algo diferente de mim, que julgo superior, vem o sentimento de menos valia, inferioridade, desvalorização, que não é suportável. O trabalho do invejoso é diminuir, ou mesmo destruir quem ou o que possa despertar esse sentimento.

Não oferecendo nada para a comparação com outro , o parâmetro entre nós será prejudicado a partir de mim, que aceito destruir-me , escolho manter-me vegetal, puxando para baixo o nível do conjunto todo a que pertenço.

Evito a inveja ao manter-me insignificante, mas ao fazer essa escolha a confirmo.E afasto qualquer ameaça, qualquer risco, qualquer perigo de

mudança/conscientizacão/comprometimento. O indivíduo que nos serve de exemplo não é responsável pela mudança externa, mas ao

manter-se imutável ajudou a estabelecer e manter, com esforço e auto-anulação, o parâmetro, em que toda diferença é rejeitada.

Esse comportamento é tanto individual quanto coletivo. "cuidar da própria vida" e se manter não comprometido é estar preso à inveja por

oposição, estar preso à servidão, conformismo, medo.Parafraseando Sartre: Uma sociedade invejosa é aquela em que o homem tem medo

de si próprio, de sua consciência, liberdade, instintos, da sua solidão, da responsabilidade de mudança da sociedade e do mundo.

Macro e micro se assemelham, o que quer dizer que essas relações pessoais e institucionais repetem, replicam, imitam as mais amplas.

Individuo, população e instituições agem de forma semelhante.3 A "norma" é esforçar-se para ser funcionário público. Burocracia segura, constante, de

padrão único. Alcançado através de um concurso, e a partir de então fazer parte do Sistema, seguro

Destacar-se é correr o risco do ódio do outro, perspectiva aterrorizante, sabendo que o o outro, o grupo está disposto a atacar a si próprio para causar sofrimento.

O comportamento individual repete o comportamento social mais amplo e seus pactos degenerativos, e vice-versa.

A instituição que incentiva/impõe a diminuição da criatividade, engessa iniciativa e responsabilidade é uma instituição comprometida e com seus membros regredindo, adoecendo.

Instituições públicas, empresas privadas, microempresas, lutam contra a morte,a estrutura inteira impedida de crescimento.

O processo é como o câncer, expande-se até a morte do hospedeiro.

3 outros exemplos semelhantes ou com pontos comuns garantem a validade da observação[(7invejas p18)]

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O QUE É

A INVEJA É UMA MERDA (anonimo)INVEJA - O QUE É, afinal, do que estamos tratando?Na Grécia antiga Aristóteles definiu inveja como "o pesar pelo sucesso em nossos iguais.4" Na Idade Média S. Tomas de Aquino estabeleceu que inveja é " tristita de alienis bônus" , a

tristeza em relação as coisas boas dos outros, Infelicidade por contemplar a felicidade alheia. A definição etimológica, inv ĭdia,ae  (no sentido definido), de inv ĭdus,a,um  no sentido de

'que tem ou lança mau-olhado, que tem inveja, invejoso', de invid ēre  no sentido de 'olhar de modo malévolo, lançar mau-olhado, donde invejar';.5

No dicionário Aurélio inveja é "desejar ter o que o outro tem acompanhado de ódio pelo possuidor"

O ódio, neste dicionário, está definido: substantivo masculino; sentimento de profunda inimizade; paixão que conduz ao mal que se

faz ou se deseja a outrem.

Afirma-se também que inveja é o ódio, acrescido do sentimento de inferioridade ante esse outro odiado que também é considerado superior por alguma razão.

Odeia-se, o que é mau, mas inveja-se o que é virtuoso.

Espinosa, filósofo do século XVII (1632-1677), vai bem mais além, acrescenta o efeito, a conseqüência do sentimento, da inveja , que é a diminuição da capacidade de pensar e agir.

Diminuição da capacidade de perseverar no seu próprio ser, ou seja, auto-conservar-se. Contraria o mais básico e fundamental instinto humano.

Para Espinosa a inveja é o próprio ódio , e o desejo do invejoso é se alegrar com o mal de outrem, e ao contr ário, se entristecer com seu bem" 6

4 Retórica das paixões 10 E evidente tambem por quais razöes se sente inveja, contra quem e em que estado de änimo, se e verdade que a inveja e certo pesar pelo sucesso evidente dos bens ja referidos, em aos nossos iguais, näo visando ao nosso interesse, mas por causa deles.5 Definição na Wikipedia sentimento de frustração e rancor gerado perante uma vontade não realizada de possuir os atributos ou qualidades de um outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência e limitação física, seja pela intelectual.6 Na sua teoria, o ódio é uma tristeza (um dos 3 afetos originais básicos, junto a alegria e o desejo; todos os outras sentimentos decorrem desses 3 fundamentais) acompanhada da idéia de uma causa exterior. A causa exterior é o fato, a pessoa, o objeto, aquilo que causa a idéia que gera o ódio/inveja

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A tristeza, ou afeto triste, inclui todos os sentimentos negativos, inveja, ódio, ira, desprezo,etc. é tudo o que diminui ou entrava a capacidade de pensar do homem, sua potência de se auto conservar, auto realizar; é a passagem de uma perfeição maior para uma perfeição menor.

Então:A inveja é o próprio ódio, isto é uma tristeza,(paixão, o que se sente) pela qual a

capacidade de agir do homem, ou o seu esforço, é reduzido. 7 /diminu ído.

Essa teoria é bastante adequada para análise da realidade brasileira ao longo dos séculos. Um país com seu desenvolvimento restringido, até proibido, e mantido por longos períodos atendendo a "interesses personalistas8", construído sobre oposições, antagonismos, perseguição religiosa, dor, crueldade e morte, exploração e pouco amor do colonizador pela terra;

desde a Colônia quando "tudo queriam levar para Portugal", os afetos tristes, a inveja que é ódio, que alegra-se com o mal do outro (ás vezes sob comando do Santo Ofício) ocupam lugar destacado na alma nacional.

A auto conservação, o desejo de viver, a auto preservação é o fundamento mais básico da vida, ou seja, "Esforçar-se para conservar a capacidade de pensar e agir da alma é sua própria essência", porém as paixões tristes (o que sofremos) diminuem o esforço inato de se preservar, a capacidade de viver.

Quando os afetos tristes dominam a capacidade de pensar e agir, são superiores à razão, temos a servidão, a incapacidade de dominar as paixões.

A emo ção sem controle se sobrepõe à razão , quando o individuo, (grupo, sociedade) contrariam a função mais fundamental da existência, a auto conservação, (nações apresentaram esse comportamento desde a aurora dos tempos,"perder a razão") resultando num "ataque a si mesmo" e ao outro.

No Brasil a inveja aparece muitas vezes ao contrário, no receio, temor, na atenção de todos em evitá-la, proteger-se contra ela. É um sentimento que mais de 70% das pessoas identifica : a consciência (e o temor) da inveja alheia.

O comportamento de se proteger da inveja é tão profundo na cultura que é ato reflexo, muitas vezes inconsciente, geral, em qualquer idade, em qualquer classe social. E a confirma.

Decorre da identificação e medo do outro, seu ódio/inveja, instintivo e histórico - soma morticínio, perseguição religiosa, escravidão, miscigenação, aos muitos antagonismos (senhores e escravos, perseguidos e perseguidores, acusadores e vítimas, explorados e privilegiados, etc).

Não se vendo como semelhantes, povos e pessoas que ao mesmo tempo em que se misturam e se miscigenam , n ão se reconhecem iguais mas sim inimigos .

Aquele que não é visto como semelhante (mesmo que o seja na realidade) é

rejeitado/odiado, razão da dificuldade de associação entre nós, o individualismo olímpico, o indiferente distanciamento do brasileiro com aquele que é o outro, e que ele não vê como íntimo, pessoal, semelhante. Indiferença que tangencia crueldade e violência com o outro que é irmão/vizinho/compatriota.

No Brasil, "por mais que se julgue achar o contrário, a verdadeira solidariedade só se pode sustentar nos círculos restritos"9( apenas e somente onde e quando há intimidade/proximidade, ").

que afeta/atinge o indivíduo.(ou grupo, sociedade: o Estado tem corpo, sentimentos, limites, unidade, alma) E tudo que afeta a alma afeta o corpo, aumentando ou diminuindo seu poder.7 PROPOSIÇÃO 23 ÉTICA 38 SBH rapizes9 Raízes, SBH, O homem Cordial

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<INVEJA>/<NOEMI> A inveja, inimizade, falta de solidariedade, irracional idade, os afetos tristes sobressaem -

razão de uma nação de capacidade e potência de desenvolvimento diminuído, "inca paz de fazer e manter um pacto10"

A dificuldade com a ordenação do trabalho, com o aprendizado, estudo e ciência, a cultura do segredo/inveja,o conformismo e medo, a crueldade e indiferença são causa e conseqüência dos afetos tristes, num círculo vicioso que se repete décadas a fio.

O que no Brasil foi classificado de preguiça e "invencível incapacidade para toda cultura centrado no trabalho", decorrente da escravidão e do catolicismo, tem também a participação da servidão, da diminuição de potência da tristeza da formação.

O contraste é a emotividade do povo, a "cordial idade", onde o que realmente importa é o que

toca e vem do coração. Só o que é próximo é amigo, só o que é íntimo é semelhante. Ódio e amor, as emoções são dominantes.

A Alegria (afetos alegres) é tudo o que aumenta a capacidade de agir e pensar do homem, (o seu conatus,11); é a passagem do homem de uma perfeição menor para uma maior.12 Isso é o amor.

Esse amor-alegria é o amor do presente, que aumenta a potência, a alegria que aumenta a capacidade ativa, é o que transforma.O brasileiro é um povo alegre. "You are cheerful people" (vocês são um povo alegre/exuberante) é a opinião de um jovem inglês em Londres,1996.

A Alegria é oposto da impotência, da incapacidade de auto-preservação, da servidão das emoções negativas, que aqui entre nós ainda são dominantes.

Alegria e cri atividade oriundas da miscigenação, entre nós exuberantes, mas sem o devido aproveitamento.

Importa esclarecer porque Inveja é diferente de Ciúme e principalmente de Cobiça, muito freqüente na nossa história:

no ciúme, a pessoa não quer perder o que tem. O ciúme está baseado em amor ou afeição por uma pessoa: se não há terceira pessoa não é

ciúme. No ciúme há sempre 3 protagonistas: quem ama, o objeto do amor e o rival - o ciúme se

refere tanto ao objeto do amor quanto ao rival.Na inveja não há objeto amoroso.Quem tem ciúme é Otelo, quem tem inveja é Iago, na famosa peça de Shakespeare : Yago,

um oficial, inveja seu comandante mouro Otelo, general de Veneza, casado com a linda Desdêmona . Por não ter sido promovido e sim Cassio, braço direito do general, Yago envenena o espírito de Otelo com ciúme, sugerindo a infidelidade de Desdêmona com Cassio, até que Otelo mata a esposa por ciúme, e depois se mata ao verificar sua inocência.

A inveja não ama.E o amor não inveja.

Já a cobiça ou ganância é um sentimento humano que se caracteriza pela vontade de possuir para si próprio tudo o que admira. É a vontade exagerada de possuir qualquer coisa. Deseja a posse de toda a riqueza do objeto, mas qualquer dano a ele é acidental.

Eu posso matar para ficar com o que o outro tem, mas a última coisa que vou fazer é destruir, quebrar ou prejudicar o que é objeto do meu desejo.

Na inveja o objetivo é inutilizar os atributos do objeto - não há porque possuí-lo. A inveja é o ódio ao que é bom - por idealização invejosa, melhor - e o desejo que esse

bom/melhor seja destruído para que o sentimento de ódio/inveja/inferioridade desapareça. A cobiça

10 Florentino Gomes, setembro/2015 noMidrash11 O conatus pode se referir ao instintivo "desejo de viver" de organismos vivos ou às várias teorias de movimento e inércia.12 O esforço da alma ou a sua potência é a própria essência da alma...afirma só o que a alma é e pode.

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<INVEJA>/<NOEMI> não é verdadeiramente parte da inveja.

Inveja é o grande mecanismo que freia, absorve todos aqueles que procuram emergir, destacar-se: vizinhos, pessoas da mesma classe, aqueles que tem as mesmas possibilidades de ação. Na pirâmide social, cada nível procura segurar seus componentes para evitar que subam para o nível acima. O mesmo acontece em qualquer outro agrupamento social, desde a família, a corporação, a igreja, o partido. "Do ponto de vista social, a inveja é um mecanismo inerte, que tende a conservar a estrutura como ela13 está", isto é, imóvel. É a resistência fundamental, biológica, primordial que os indivíduos , em todas as sociedades, opõem a quem quer que procure elevar-se.14

13 .Alberoni , invejosos, 125

14 Alberoni

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O MAL RADICAL

O MAL RADICAL

Kant,(1724-1804) filosofo alemão definiu "O fundamento do mal está entretecido na humanidade, radicado nela(...) pode ser denominada um mal radical inato(....)" "(...) mas muito antes pervers ão do coração, o qual, portanto, denomina-se também um cora ção mau. 15 "

Mal radical traduz perfeitamente a inveja, que é dirigida à virtude, bondade e a capacidade de vida no objeto invejado : a inveja é sempre daquilo que disponibiliza a bondade, que é generoso, que permite crescimento.

sem usar a palavra mal, a Psicologia tem uma definição que harmoniza com as Espinosa e Kant : "Inveja é a mais primitiva externalização da pulsão de morte, pois, individualmente ou somada a outros sentimentos, ataca a vida e as experiências boas".16

A analise de Espinosa não admite pulsão de morte ou mal inato no homem, já que o impulso absoluto do ser é conserva-se, o "desejo de viver", a alegria que o acompanha - porém na servidão, a razão

sob influência da paixão, há sim o mal, o ódio e outros afetos tristes, at é ser superado . Ou não - quando a paixão prevalece, diminui a potência de viver, "ataca a vida e as

experiências boas" e pode faze-lo até o máximo. Alegrar-se com o sofrimento do outro: a inveja já dirigiu guerras, e participou do fim de nações e de civilizações inteiras.

De natureza inquestionavelmente negativa para vida, a inveja tem o mesmo desenvolvimento do câncer:

afeta o crescimento emocional, autonomia social, capacidade estética e a barreira ética.

Em tradução livre: a inveja inibe o amadurecimento e a capacidade de fazer boas escolhas, a liberdade e a

auto-liderança, a capacidade de avaliar e escolher entre o agradável do desagradável, o bom e ruim, certo e errado. Atrapalha toda experiência de crescimento bom e para o bem.

Resumindo: infantiliza, isola, limita, produz pensamentos e atos maus e feios.Quanto piores, mais feios.

Passar de maior para menor perfeição dominado pelo afeto triste, agir apenas conforme o pr óprio querer (de acordo com seu desejo) e considerar-se correto, isso é o mal.

Publicação na internet da experiência de um norte-americano que viveu no Brasil por 3 anos2 – Os brasileiros são agressivos e oportunistas, e, geralmente, à custa de outras pessoas. É

como um "instinto de sobrevivência" em alta velocidade, o tempo todo. O melhor exemplo é o transporte público. Se eles veem uma maneira de passar por você e furar a fila, eles o farão, mesmo

15 Kant, metafísica dos costumes16 7inveja

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<INVEJA>/<NOEMI> que isso signifique quase matá-lo, e mesmo se eles não estiverem com pressa. Então, por que eles fazem isso? É só porque eles podem, porque eles veem a oportunidade, por que eles querem ganhar vantagem em tudo. Eles sentem que precisam sempre de tomar tudo o que podem, sempre que possível, independentemente de quem é prejudicado como resulta17do.

17 .ago 27, 2016

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AS RAÍZES - Indígenas corpo de dor/Africanos inveja desenvolvida entre ele e irmãos,etc(MELHORAR)

AS RAÍZES

O povo brasileiro é formado por índios, portugueses e negros. Cada um desses povos traz para a criação da cultura brasileira uma história, uma

contribuição e uma indelével marca de dor e tragédia que permanece afetando o comportamento coletivo quer claramente identificadas ou não. .

OS INDÍGENASA população indígena do continente americano sofreu um genocídio (entre os maiores,

senão o maior da história da humanidade).18

Essa população indígena foi amplamente exterminada pelos conquistadores diretamente e pelas doenças que eles trouxeram, caindo de uma população de possíveis 10 milhões, no Brasil à época do descobrimento, para cerca de 150 mil em meados do século XX,19 ou seja, apenas 0,2% da população.

Um processo de despovoamento, degradação e degeneração dramático , com a participação ativa dos jesuítas e suas Missões ou Reduções, em que o nome define a atividade.

O vencedor impos ao povo submetido a sua cultura moral inteira, maciça, sem transigência que suavizasse a imposição.

Mesmo quando defendeu-se o indígena foi vegetal na agressão, quase mero auxiliar da floresta.p 12620

Ao ataque que sofreu, respondeu com uma "resistência vegetal", nas palavras de Gilberto Freire.

 Porém houve tempo para miscigenação, transferência de cultura: O indígenas ensinaram ao colonizador alimentos, linguagem, objetos e estrutura de casa, como por exemplo: a rede, a tapioca, o banho, o cuidado com crianças, os remédios, e muito mais.

Melhoraram o hábito de comer, de dormir, de morar, de vestir e de se higienizar do colonizador. Participaram ativamente da expansão do território, com os Bandeirantes, lutando ao lado do português contra inimigos e invasores. Acompanharam o colonizador para guia-lo , defende-lo e trabalhar com ele na terra e na expansão do território , contribuição do indígena

18 As descobertas arqueológicas e os primeiros censos levam a estimativas acima de 57 milhões. Dobyns (1966)

estimou uma população pré-contato de 90-112 milhões.- wikipedia

19 Impedia povos indígenas do brasil20 também foi argumentado que o genocídio ocorreu durante a era moderna com a destruição permanente dos Jivaro, Yanomami e de outras tribos.[48][49] Mais de 80 tribos indígenas desapareceram entre 1900 e 1957, e de uma população de mais de um milhão durante este período 80% tinha sido assassinada por meio da desculturalização, doenças ou homicídio. [

Page 15: Web viewInveja que é o desejo de que o objeto de inveja seja destruído, que é inata e constitutiva, ... no receio, temor, na atenção de todos em evitá-la,

<INVEJA>/<NOEMI> homem - na conquista dos sertões ele foi guia, canoeiro, guerreiro, caçador, pescador.21

O índio guerreiro, não adaptado ao trabalho na lavoura açucareiro pela sua característica de guerreiro e nômade, era quem defendia a terra e os engenhos dos ataques dos corsários e dos inimigos.

A mulher indígena batizada tomada por esposa e mãe de familia foi a base da sociedade: "Sobre ela desenvolveu-se nos séculos 16 e 17 o grosso da sociedade colonial, num largo e

profundo mestiçamento" .22

A mulher india é a base da família brasileira, que nela se apoiou. Ela multiplicou o número dos europeus e enriqueceu sua cultura, com sua

alimentação, medicação, educação das crianças, cuidados da casa e animais domésticos e higiene.

A mulher ind ígena é a primeira mãe da sociedade brasileira.

Ainda assim, ao longo do tempo, e agora, no século XX o morticínio permaneceu. O relatório Figueiredo, documento de 7 mil páginas, registra os crimes de genocídio contra

os povos indígenas do Brasil, incluindo assassinatos em massa, tortura e guerra bacteriológica e química, relatava escravidão e abuso sexual.

O relatório mostra que o Serviço de Proteção ao Índio (órgão público de 1910 a 1967, substituído pela FUNAI) havia escravizado povos indígenas, torturado crianças e roubado terras.

afirma que latifundiários e membros do SPI, teriam entrado em aldeias isoladas e deliberadamente introduzido varíola. O relatório também detalha casos de assassinatos em massa, estupros e tortura,

Em 1969, baseado no relatório, o escritor Norman Lewis publicou o artigo "Genocídio" no jornal Sunday Times. O artigo motivou a criação da organização em defesa dos povos indígenas, chamada Survival International no mesmo ano23. O dominador não cessou de executar o genocídio.

A informação que originou uma organização internacional importante e atuante, entre nós não é mais lembrada. A luta dos índios por sobrevivência continua, e a indiferença da sociedade e do governo só é rompida ocasionalmente por manifestações nacionais e internacionais.

Pessoas e entidades de proteção aos índios e à floresta sofrem ameaças ainda no século XXI, como Irmã Dorothy Stang, assassinada com seis tiros, um na cabeça e cinco ao redor do corpo, aos 73 anos de idade, no dia 12 de fevereiro de 2005, às sete horas e trinta minutos da manhã, num local de difícil acesso no meio da floresta, a 53 quilômetros da sede do município de Anapu, no Estado do Pará.24

Aqui a morte não é lembrada, não tem sentido maior. Então a vida também não tem. Se a morte não dá sentido á vida, nada dará.

"Socialmente nada se fez da dor, nada vindo dos mortos se prolongou na nossa vida coletiva.A vida aqui n ão comporta a verdadeira tragédia. Se a morte não aconteceu, se n ão há

morte trágica , nenhum outro acontecimento conseguir á realmente produzir sentido . É preciso e necessário tornar real esses mortos no mundo dos vivos, de maneira a tornarem-

se antepassados, que darão aos vivos força; se não forem devida mente honrados , não deixarão de ser a sombra que são, ante os homens" 25

O morticínio dos índios e suas civilizações cobrou seu preço: a Península Ibérica iniciou o processo de decadência paralelo à destruição em massa dos indígenas, e não voltou mais a ter o esplendor da época do descobrimento. A busca do El Dorado custou milhões de vidas de índios e

21 13022 Freire 12823 Impedia relatório figueiredo24 Impedia dorothy25 José Gil Pag 21

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<INVEJA>/<NOEMI> milhares de espanhóis(no final do século XVII Madrid tinha 150 mil pessoas das 400 mil do começo do se´cu lo XVI).

As Missões Jesuítas exterminaram milhares de índios reduzindo seus costumes aos dos conquistadores.

As riquezas produzidas e encontradas nas Américas não foram investidos em agricultura ou outro empreendimento produtivo, ao contrário, arruinaram-se propriedades e populações foram embora pela perseguição do Santo Ofício e para buscar riquezas fora de Portugal e Espanha.

A falta de respeito pela vida (e pela morte que define a vida), pelo futuro, pela necessidade de convivência entre civilizações, entre conquistador e conquistado, teve o custo de milhões de vidas, dizimadas por violência ou por doenças;

custou guerras fratricidas e contra invasores externos, e por fim a exploração de Portugal e Espanha por outros países mais poderosos, drenando para eles as riquezas recebidas, no final.

O CORPO DE DOR

As emoções afetam o corpo, O que é uma emoção negativa/afeto triste ? É aquela que é tóxica para o corpo e interfere no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso. Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor ou desgosto intenso, ciúme, inveja - tudo isso perturba o fluxo da energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a digestão, a produção de hormônios, e assim por diante.

(a diminuição do esforço para conservar o ser acontece fisicamente)Até mesmo a medicina tradicional, que ainda sabe muito pouco sobre como a psique funciona, está começando a reconhecer a ligação entre os estados emocionais negativos e as doenças físicas. Uma emo ção que prejudica nosso corpo também contamina as pessoas com quem temos contato e, indiretamente, por um processo de reação em cadeia - a percepção de sinais de um estado emocional é automaticamente talhada para despertar a mesma emoção na pessoa que os percebe - a mesma emo ção atinge um incontável número de indivíduos com quem nunca nos encontramos.      Existe um termo genérico para todas as emoções negativas:  infelicidade. (ou tristeza)

Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todos carregam no seu campo energético um ac úmulo de antigas dores emocionais, que chamamos de "corpo de dor". Grandes corpos como nações tem seu próprio corpo de dor.

O "corpo de dor" não consegue digerir um pensamento feliz.   Ele só tem capacidade para consumir os pensamentos negativos porque apenas esses são compatíveis com seu próprio campo de energia. (á prisão da servidão)

Não é que sejamos incapazes de deter os pensamentos negativos - o mais provável é que nos falte vontade de interromper seu curso.         Isso acontece porque, nesse ponto, o "corpo de dor" está vivendo por nosso intermédio, fingindo ser nós.         E, para ele, a dor é prazer.        Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.

O começo da nossa libertação do "corpo de dor" está primeiramente na compreensão de que o temos. É nossa consciência que rompe a identificação com o "corpo de dor".   

    Ao pedir desculpas e fazer reparações, nações saem do círculo de repetição da dor, re vitalizam-se. 

Quando não nos identificamos mais com ele, o "corpo de dor" torna-se incapaz de controlar nossa mente e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles. 26     Quando temos clareza da paixão que nos afeta ela deixa de ser paixão, e não há nenhuma

26 eckart Tolhe o poder do agora

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<INVEJA>/<NOEMI> paixão sobre a qual não possamos fazer um juízo claro

É necessário que deixemos de ignorar o erro que está diante nós (e que os estrangeiros veem imediatamente) que precisa ser reconhecido, impedido - pois continua - e reparado. Sem isso esses muitos milhões "não deixarão de ser a sombra que são ante os homens"

O processo terap êutico é necessário, para ter condições de identificar/reconhecer o que dá sentido à vida, sair do congelamento ético e estético , retomar crescimento emocional de uma nação com passado e antepassados, tragédias e dor, vitórias e alegrias.

Texto do pedido de desculpas de veteranos americanos aos seus anciãos índios.É belo,

comovente, terapêutico, significante e nobre. https://www.facebook.com/PoliticalRevolution/videos/1330615996990613/

"We fought you. We took your land. We signed treaties that we broke. We stole minerals from your sacred hills. We blasted the faces of our presidents onto your sacred mountain... We didn't respect you, we polluted your Earth, we've hurt you in so many ways but we've come to say that we are sorry. We are at your service and we beg for your forgiveness." -Wes Clark, Jr.

"Nós guerreamos vocês. Nós tomamos sua terra. Assassinamos tratados que nós quebramos. Nós roubamos minerais de suas montanhas sagradas. Nós esculpimos as faces de nossos presidentes em suas montanhas sagradas. Nós não respeitamos vocês, nós poluímos sua Terra, nós ferimos vocês de tantos modos mas nós viemos dizer que nós pedimos desculpas. Nós estamos a seu serviço e imploramos pelo seu perdão.-Wes Clark, Jr

 No censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística de 2010, menos de 900 mil pessoas se declaram indígenas, embora muitas dezenas de milhões tenham sangue índio em suas veias - inclusive os que determinam as políticas.

OS AFRICANOS

Com o desaparecimento dos indígenas foi preciso incrementar o trafico de escravos para as lavouras de açúcar, a exploração do ouro, e todas as atividades econômicas e sociais do período colonial.

Pela escravidão, o país alcançou o lugar de maior produtor mundial de açúcar e depois o maior produtor de café.

para o Brasil foram trazidos mais de 40% do total de escravos negros oriundos da África em todos os séculos de escravidão. Estima-se um número em torno de 5.42779.583 de africanos embarcados para o Brasil , de um total geral de mais ou menos 12 .500.000 no mundo todo. No site Slavevoyagers é possível ter-se um panorama do trafico negreiro.

Desse total de embarcados chegam no destino e desembarcam 5.099.816, ou seja, quase 400 mil pessoas morreram apenas nessa travessia.28

O Brasil tornou-se uma segunda África: além do sistema econômico e de trabalho no Brasil os portugueses foram os mais numeroso traficantes. Em contraste, noutros países da América Latina a presença negra é pouca ou quase nenhuma.

Gilberto Freire considera que foi o sistema econômico que definiu a estrutura do país, mais do que qualquer outro fator, raça ou religião.

O escravo, presente nas casas, famílias, cultura, miscigena-se, produz riqueza, ocupa

27 Sitie slavevoyagers28 Do total geral registrado de 12.milhões e 500 mil que saem da África, chegam ao destino 10 milhões e 700 mil. Dois milhões de pessoas morreram no tráfico negreiro.

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<INVEJA>/<NOEMI> espaço econômico, social e cultural. A influência dos negros escravos está na arte e na literatura, religião, alimentação, vida familiar, na história, economia, em cada pedaço da construção do país.

Com poucos portugueses para o exercício do trabalho, não só na agricultura e mineração mas em quase todas as profissões, os serviços passaram a ser desempenhados e prestados por escravos,

"Resultando num costume quase invencível de desdouro do trabalho manual, particularmente no campo.29 A vida dos aristocratas do açúcar foi lânguida, morosa. Vida de rede. Rede parada com o senhor descansando. Rede andando com o senhor em viagem ou a passeio.30"

Esse costume pode ser visto nas pinturas do período colonial, junto com o grande número de escravos nas diferentes atividades. Há quadros em que é preciso procurar por uma figura branca.

É verdade que muitos colonos que aqui se tornaram grandes proprietários rurais não tinham pela terra nenhum amor nem gosto pela sua cultura.(esse talvez o verdadeiro problema do nascimento da nação brasileira, e sua infância problemática)

Por séculos prevaleceu a relação de desamor do portugu ês pela terra, lavoura e pelo trabalho agrícola com o sistema de escravidão aliada à "repulsa a toda moral fundada no culto ao trabalho" , a economia onde "todos queriam extrair do solo excessivos benéficios sem grandes sacrifícios".31 Sérgio Buarque de Holanda relata que a colônia era de exploração comercial , simples lugar de passagem. "Tudo querem levar para Portugal."

Autores relatam que o interesse de Portugal estava voltado para a Índia e o Brasil não tinha muita importância então, além de exploração econômica, ao que o sistema escravocrata se adequava muito bem: grande produção agrícola ou mineradora, com um número mínimo de portugueses no comando.

Quando a família imperial chegou ao Brasil, recebeu para morar o Palácio de São Cristóvão, presente de Elias Antonio Lopes, um portugues mercador de escravos que o construiu para sua própria moradia, o que demonstra o poder econômico do tráfico.

Estima-se que chegou com D. João VI uma corte de 15 a 20 mil pessoas; após sua chegada, entre 1800 e 1850, dois milhões de escravos foram traficados para o Brasil

No censo de 1817 a população no Brasil era de 3.596.132 pessoas, sendo o no. de escravos de 1107389.

a escravidão aqui foi tão grande que corresponde em quantidade a quase todos os outros lugares juntos. - em nenhum outro lugar teve a dimens ão, extensão, tamanho que teve aqui

Apesar da crueldade da escravidão e dos senhores de engenho e coronéis, historiadores como Gilberto Freire e Sérgio Buarque concordam que as relações entre escravos e portugueses era muitas vezes de proximidade familiar e intimidade sexual.

A influencia dos escravos se estende por toda a colônia, em todas as áreas, adaptando-se à realidade do trabalho e vida no Brasil e mesclando-se com o branco. Ambos autores concordam com uma intensa miscigenação (que não extingue o antagonismo senhor-escravo).

"a relação dos escravos com seus donos "mudavam de dependente para protegido e deste para afim." 32

"Na hierarquia da escravatura brasileira das grandes fazendas o status do escravo ia desde o de quase pessoa da família ao de quase animal ou quase bicho. Donde a necessidade dos anunciantes de jornal de distinguirem cabra-escravo de cabra-animal.33"

A mistura de raças e os hábitos decorrentes se justificam também pela "quase ausência de

29 Freire P 102

30 Freire 44631 Sérgio Buarque Pag 4632 SBH, raizes33 Casa grande página 489

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<INVEJA>/<NOEMI> orgulho de raça"34 do português, do que resultou "Grossa multidão de filhos ilegítimos, mulatinhos criados muitas vezes com a prole legítima, dentro do liberal patriarcalismo das casas grandes.35"

A sociedade inteira se organiza pelo sistema familiar escravocrata patriarcal, todas as relações sociais estabelecidas pelo modelo da casa-grande/senzala: nas cidades, nas profissões, na administração governamental. Os escravos fazem parte do círculo familiar da casa grande, "como na antiguidade em que a palavra família deriva de famulus, servo, escravo, e os filhos são apenas os membros livres subordinados ao patriarca.36"

A escravid ão foi a base a partir da qual se fundou uma civilização...assim se formalizou um projeto excludente, em que o objetivo das elites é manter a diferença com relação ao restante da população . O tr áfico foi o maior negócio de importação brasileiro até 1859. "Comprar pessoas para estabelecer diferenças foi o empreendimento deste país . 37 "

A FAMÍLIAO concubinato era permitido entre os escravos para aumentar inúmero de crias, como

consideram os criadores de gado.Sílvio Jorge de Andrade,38 um gentleman negro dos dias de hoje, considera que a

escravidão "acabou com a fam ília do negro" - as mulheres tem filhos um de cada pai, os pais negros não ligam pra os filhos.

A família branca também foi profundamente alterada pela escravidão, pois o filho do senhor é irmão do filho da escrava, ambos obedecendo ao pai/senhor de engenho, ambos cuidados e amamentados pela mesma ama negra, mas separados por suas classes, iguais e antagônicos. Situação perfeita para inveja, entre outros diversos problemas.

A Escravid ão (incluindo indígenas) legou-nos uma insensibilidade, um descompromisso com a sorte da maioria que está na raiz da estratégia das classes sociais mais favorecidas, hoje, de se isolar, criar um mundo só para elas, onde a segurança está privatizada, a escola está privatizada e a saúde tamb ém. 39 " 40

Considerado o Holocausto Africano por alguns autores41 o cortejo de problemas da escravidão é enorme e profundo .

a UNESCO, em 1997 a França em 2006, a Inglaterra em 2007 e os Estados Unidos em 2008 pediram desculpas pelas 'fundamentais injustiças,crueldades, brutalidades e desmandardes da escravidão."

No país que teve o maior número de escravos, pelo maior período de tempo, falta essa atitude na diplomacia, no entendimento e no sentimento.

A escravid ão foi e ainda é sistema econômico vigente do Brasil , um povo miscigenado com menos intolerancia racial e mais preconceito por ser a favor de privilégios, escravocrata, seja esse escravo branco, negro ou índio.

Sérgio Buarque escreve que o a cultura brasileira foi estabelecida pelo colonizador

34 SBH raízes35 Freire 45836 SBH Pag 81

37 manolo Garcia Florentino arquivo nacional38 auditor de um grande banco nacional/Rio de Janeiro/2015

39 http://www.areliquia.com.br/artigos%20anteriores/41escrav.htm/40 Luiz Felipe Lancaste41 ImpediaComércio atlântico de escravos

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<INVEJA>/<NOEMI> português, e os demais povos sempre que tiveram possibilidade procuram imitar a cultura dominante.

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<INVEJA>/<NOEMI>

A MINORIA DOMINANTE - O Portugues

A MINORIA DOMINANTE - O PORTUGUES

O português, minoria colonizadora e senhor da terra, escravocrata, traficante de escravos e caçador de bugres. (indígenas) é o responsável pela maioria das características da nossa cultura. Um povo sensual que se miscigena, se mistura, se adapta. Veio em busca de riqueza fácil, sem amor à terra, ao trabalho, desleixado, sem planejar o futuro . Sem orgulho de raça, sensual, personalista e aristocrático, patriarcal e cordial. Dirigido pela religião.

Sérgio B de Holanda afirma em Raízes do Brasil que " ainda nos associa a Portugal uma tradi ção tão longa e viva bastante para nutrir até hoje uma alma comum, a despeito de tudo quanto nos separa. De lá veio a forma de nossa cultura, o resto foi matéria que se sujeitou mal ou bem a essa forma ." 42

A tragédia que marca o povo português é a perseguição religiosa e racial, a Inquisição, Dominou a vida de Portugal e do Brasil, acusou e prendeu sem restrição . Conduziu a vida

nos 2 países por .283 anos, até 1821. Marcou suas almas definitivamente. A conversão em Portugal de todos os judeus que moravam naquele país (13% da

população de 1262376 pessoas em 1523) ao Catolicismo (1497) seguida do estabelecimento de uma Corte de Justiça, a Inquisição (1536), para vigiar e punir os hereges e os cristãos novos (judeus forçados à conversão) suspeitos de praticarem o Judaísmo, dividiu a sociedade portuguesa em "puros" e "impuros" com seu Estatuto da Pureza de Sangue , determinando que para todos os cargos e posições oficiais seria preciso apresentar ascendentes sem mistura com sangue negro, judeu ou muçulmano até 4 gerações . Obrigação estendida ao Brasil.

Uma sociedade de opostos e às vezes adversáros (onde antes havia convivência pacífica de diversos povos e por isso o crescimento único da península ibérica)

A Inquisição é a causa e o efeito do declínio português e do tipo de desenvolvimento brasileiro. Em Portugal queimou ao todo, em 3 séculos, mais de 1800 pessoas, processou mais de 40 mil e condenou quase 30 mil.43 pessoas, as do Brasil tendo sido enviadas para autos de f é em Portugal .

O medo da Inquisição impôs em todo português( lá ou aqui) uma auto censura e a "cultura do segredo".

Durante 3 séculos a Inquisição perseguiu a população considerada herege , estimulando e

42 a MINORIA portuguesa ou européia em geral, foi decisiva na formação da sociedade (brasileira),

tornada aristocrática e até feudal em suas relações com o resto da população, que, sempre que

pode ascender socialmente, procura imitar os estilos de vida daquela minoria influente.

43 ANITA, Inquisição

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<INVEJA>/<NOEMI> premiando a delação e a espionarem, prendendo , torturando, penitenciando e enviando á morte na fogueira os condenados.

Infiltrou-se em cada aspecto da vida e alcançou a autoridades, reis, jovens, velhos, homens e mulheres, famílias inteiras, negros, índios, incluindo o próprio clero. Todos os denunciados no Brasil tinham família em Portugal, e mesmo residindo no Brasil várias gerações, conheciam perfeitamente o que se passava lá, a insegurança de sua posição aqui.44

Quem se interessava em embarcar para o Novo Mundo era quem não estava bem em Portugal, os com a vida em perigo - os cristãos novos (os "puros" fidalgos, nobres, clero, não se interessavam em ir para a América) .

No Rio de Janeiro de 1713 o viajante francês François Froger escreve que 3/4 da população branca é descendente de judeus.(ANITA45 )

Projetando para o dia de hoje, equivale a um pa ís com mais de 70 milh ões de pessoas com sangue e ascendência judaica.

Comunidades de judeus ou descendentes de judeus se constituiram em in úmeras pequenas cidades, do interior do Nordeste, principalmente, evitando a perseguição religiosa, e seus descendentes se espalham pelo Brasil inteiro. Há informação técnica segura que toda família antiga no Nordeste tem ascendência judaica, é de descendente de ju deus 46 .

V ários bandeirantes paulistas são judeus, a formação de São Paulo e a expansão do território brasileiro tem participação expressiva de judeus

Existem dezenas de milhões de brasileiros com sangue judeu que não o sabem (os próprios judeus de hoje também não conhecem a quantidade de descendentes de cristãos novos).

A estrutura da Inquisição no Brasil contava com escritório, funcionários, os Visita dores (Inquisidores visitantes), Comissários (inquisidores locais permanente) e os "Familiares" , os servidores "civis" locais do Santo Oficio que recebiam gratificações pelas diligências/denuncias, e tinham privilégios como isenção de pagamentos de impostos e contribuições47 . Estavam acima de critica ou censura, podendo negar-se a cumprir deveres civis em função dos seus privilégios pelo serviço ao Santo Oficio48 . Relacionados nos processos, os fidalgos eram ate 81% dos denunciantes registrados49 nos autos: prefeitos, vereadores e procuradores das cidades, oficiais militares,

Toda a população foi influenciada de algum modo pela Inquisição, em Portugal e no Brasil . Quando os arquivos da Inquisição na Torre do Tombo em Lisboa foram abertos ao público, na segunda metade do século XX, mais de 120 anos após sua finalização, foi possível ver os registros do processos de cada um dos acusados e suas famílias. Encontram-se ali praticamente todos os sobrenomes portuguêses e brasileiros .

O denunciante, privilegiado, podia acusar "de ouvir dizer" em um enorme contraste com o denunciado, totalmente à mercê da Inquisição, sem poder saber do que era acusado, quem o acusou e o porque.

jamais eram inocenta dos, as condenações alcançavam gerações à frente, tanto da vítima como sua familia

Todos os bens dos acusados eram confisca dos imediatamente após a acusação A grande maioria dos acusados era rica, e todos os cristãos novos eram instruídos.(Entre

1579 e 1620, 32% dos donos de engenhos de cana-de-açúcar em Pernambuco eram de origem judaica).50 O confisco era útil para igreja e estado, mas arruinou numerosas firmas e impediu

44 anita45 P146 Judeus que construíram o Brasil

46 Estrela oculta sertão47 noemi, 21/10/2016 04:45:00Anota Novenas, Cristãos novos na Bahia., paga 10648 (ANOTA/BAHIA

49 (cristãos na bahia, página 185,

50 IMPEDIA, IMIGRAÇÃO PORUGUESA[

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<INVEJA>/<NOEMI> desenvolvimento econômico e industrial, provocou fuga de pessoas e capital, de Portugal e do Brasil. Em uma relação de 150 pessoas na Bahia 1624, 45% ricos e 35% classe média.

Tão grande e sistemático foi esse confisco que o próprio rei D. João IV foi excomungado, após a morte, porque durante seu reinado isentou os comerciantes denunciados do confisco dos seus bens, para que pudessem continuar a navegar para o Brasil,(Em 1649, a Companhia Geral de Comércio do Brasil foi criada por João IV,, após a separação de Portugal da Espanha, em aberta oposição do Santo Ofício)51

Os perseguidos, presos, vitimados, eram em geral ricos e por isso a capacidade empreendedora deixou de ser valor positivos e admir ável, e riqueza e dinheiro passaram a ser associados ao mal, ao errado e impróprio

.Marx Weber escreve que no mundo dominado pelo catolicismo, as pessoas viviam de acordo com a cultura oriunda dele, em que a usura era condenada e a salvação viria pela confissão, pagamento das indulgências e participação nos cultos. Desse modo, para os católicos (pelo menos a maioria), o trabalho n ão era nada além de uma forma de manter o próprio sustento, não fonte de riqueza e empreendedorismo, estes, tornados censur áveis . Em contraste, os calvinistas/protestantes tem a cultura do trabalho e crescimento da propriedade para o engradecimento de Deus52.

A Inquisição desvalorizou o estudo e proíbiu o conhecimento do novo, censurando, queimando e divulgando as listas de livros proibidos, os Index (que incluiu nomes como Galileu, Copérnico, o próprio Espinosa, Descartes, Kant, etc., etc., etc.)

 Por muitos anos, em áreas tão diversas como Quebec, Portugal, Brasil ou Polônia, era muito difícil de encontrar cópias de livros banidos, especialmente fora das grandes cidades53.

. Como todos os acusados cristãos novos eram instruídos, até mesmo os mais humildes, pescadores ou artesãos, e entre eles estavam as grandes bibliotecas do país, algumas com centenas de volumes, a instrução não foi vista como premio, mas sim castigo.

Os 2 países foram impedidos de aprimoramento intelectual e de acompanhar o progresso científico, as idéias iluministas francesas e liberais da independência americana, as grandes mudanças do Renascimento, o que transforma portugueses e brasileiros em iletrados, limitados, conservadores.

A Inquisição influenciou a mentalidade do português e do brasileiro , entre outros aspectos,- na cultura de propina e privilégios, pagos e concedido aos Familiares/elite pelos seus

serviços;- no menosprezo ao cumprimento de deveres civis e responsabilidade social, já que aos

Familiares era permitido , como privilegio, o afastamento do trabalho regular/instituições ( como a maioria de Familiares era da elite, militares, prefeitos e vereadores, houve algumas vezes perigo de colapso da ordem social),

- no aparelhamento político, - incapacidade ou desinteresse pelo empreendimento, pelo estudo e pelo raciocínio- no fanatismo da pureza da fé, na desimportância da espiritual idade e no ódio ao herege

( embora seu semelhante), - na "cultura do segredo" - falar era perigoso e as pessoas se auto censuravam durante as

conversações na própria família. Os acusados presos eram obrigados a, primeiramente, denunciar seus próprios familiares. O Padre Ant ônio Vieira , por exemplo, foi denunciado à Inquisição por um companheiro jesuíta.54 Seu crime foi defender índios e judeus. Nos registros da inquisição brasileira, vêem-se filhos delatando pais, mães a filhos, irmãos, avos, tios, sobrinhos e netos acusando-se.55 Sabe-se que essas delações não eram espontâneas, mas conseguidas por tortura.

- no estímulo à intriga, calúnia, corrupção, inveja.

51 Impedi, d. João vi de portugal52 Impedia, weber53 Impedia, índice dos livros proibidos54 Vieira foi contrário ao resgate do projeto, pois defendia o Acordo da Haia. 1649 é, aliás, o ano da primeira denúncia contra Vieira, junto ao Santo Ofício. Nos anos de 1660, ele seria encarcerado.55 Cristãos novos bahia

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<INVEJA>/<NOEMI>

' Foi a ortodoxia religiosa a unidade pol ítica brasileira . Em vez de ser o sangue foi a f é q ue se defendeu a todo custo da infecção ou contaminação com os hereges".56 As guerras sempre foram contra o herege ou infiel (seja ele índio, holandês, inglês, francês)"

Em cada navio que chegava ao porto havia uma inspeção, não para tratar da higiene, saúde ou contágio de doenças, mas para verificar a religião dos que chegavam , verificar a crença de cada um. O semelhante n ão era o que tinha a mesma pele, mas o que acreditava nas mesmas coisas.

O povo sentia-se ameaçado por qualquer coisa que possa abalar seus valores e crenças, qualquer expressão de dúvida/questionamento alheio em relação àquilo em que acredita.

o terror religioso prejudicou profundamente a fé , restringiu o conhecimento, trouxe pobreza, medo e ódio, impunidade, calúnia, maledicência e inveja, a alma dos 2 países sem espiritual idade real, corrupta e indiferente, limitada intelectual e moralmente; formou uma sociedade preconceituosa, conservadora, com uma cultura do segredo, de não chamar atenção, por medo da inveja, do ódio do outro, das instituições sociais,

Também a inversão de valores da paixão que domina a razão em função do interesse da intriga/má-fé, pode ter seu berço na inversão de valores da perseguição/tortura/morte na fogueira em nome da fé em um Deus cujo Filho morreu humilde em sacrifício para salvar o homem mandando-o amar ao outro como a si mesmo.

À diminuição da capacidade de pensar e agir, sentida e imposta ao Brasil restrito à mono cultura e ao trafico negreiro, proibido de desenvolvimento, conhecimento, espiritualidade, soma-se a prisão da servidão de paixões tristes, medo, ódio, traição, inveja, opressão vivida pelo português e replicada no escravo e no índio.

Com a vinda da corte portuguesa, em 1808, o Brasil recebe uma injeção de crescimento e modernidade, que começa com a abertura dos portos as nações amigas, confirma a primazia já existente do senhor de engenho e traficante de escravo, o segredo, mantido, agora tem a maçonaria ; poucos anos depois a inquisição encerra suas atividades, em 1821. A extensão dos seus trabalhos ainda não é suficientemente conhecida, os arquivos foram mantidos em segredo até a década de 60 do século 20

a inveja a partir daqui se desenvolve tamb ém nas intrigas da corte, O Brasil é o único país do continente americano que teve um rei europeu com a corte em suas terras, e que tornou-se um império independente, com imperadores e nobreza. É outra importante forma de consolidação da cultura dominante, com seus antagonismos, características, virtudes e limitações . Consolidou o poder dos senhores de engenho e traficantes de escravos, e por isso fomos o último país a abolir a escravidão, o que afinal acabou com a monarquia.

Na corte, "a conduta social pessoal é um ato público, a superficial idade chega a ser senha de

identidade de todo mundo. O comportamento geral se reduz a formalidades, todos se contentam em atuar segundo convenções.... Engano e mentira são o único resultado. Ásperas e impossíveis de maleabilidade, a autenticidade e a verdade são sempre incômodos... Portanto, a verdade é o grande inimigo da época barroca. A impostura ocupa seu lugar em toda parte, única lógica possível do momento histórico, mesmo sendo fatal. A prática da regra social de civil idade barroca, a aparência, máscara engenhosa que à primeira vista tem utilidade... mas que pode enganar em relação ao mais intrínseco e verdadeiro, que ...muitas vezes é diverso do que se apresenta aos olhos."57;

"uma roupa elegante serve ao seu propósito de elegância não só por ser cara mas também por símbolo de lazer. Ela mostra que o usuário é capaz de consumir um valor relativamente grande, e, ao mesmo tempo, que ele consome e não produz.58". (o status)

56 Casa Grande página 225

57 scielo58 Inveja nas organizações paga 39

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<INVEJA>/<NOEMI> Após a República, o país está afastado da autoridade portuguesa. Mas é interessante

observar que os dois países tiveram longas ditaduras, nenhum dos dois cresceu e superou efetivamente limitações antigas.

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<INVEJA>/<NOEMI>

QUEM INVEJA - O MALEDICENTE

SUCESSO NO BRASIL É OFENSA PESSOAL (TOM JOBIM)

QUEM INVEJA - O MALEDICENTE (para desqualificar e destruir)

Nilton Bonder escreve que o repassador de histórias é o grande vilão. A Inquisição existiu graças a ele. É de natureza perversa. Usa uma falsa imparcialidade que dissimula seus interesses. Passa adiante fatos que deixa pra seus ouvintes julgarem sem ser suspeito de ter qualquer interesse em seu relato, cuja essência é a transmissão de ódio , não importa se a informação é verdadeira ou falsa, de elogio ou censura.

O ouvinte acredita que é sua a opinao, seu o julgamento que já veio aderido à informação. A intriga não esta no que é dito, mas em como é dito ou transmitido . Muitas grandes ofensas são realizadas de forma não verbal. A capacidade de transportar, transferir ódio e rancor do repasse de história e da desqualificação são impressionantes.

As conseqüências atuais da calúnia/fofoca/maledicência não são mais a fogueira da Inquisi ção , (embora os danos sejam similares aqueles) mas o aprendizado desse período tornou-se parte da alma do povo, se estabeleceu como hábito, cultura.

A cultura do segredo estimula e é estimulada pela intriga, ambas intimamente associadas, se retroalimentando, tornadas característica, h ábito do brasileiro, algo que a sociedade dedica tempo, é parte da sua natureza : "Não conta nada disso pra ninguém", "não comente com nenhuma pessoa" é observação que habitualmente segue a comunicação de um projeto, relato, decisão, seja o relato bom ou mal.

No exemplo acima, solicitar segredo não é só precaução, é também razão da diminuição da potência - a expansão da energia da realização é cortada pela retração, encoberta pelo receio; a nossa cultura não incentiva e estimula iniciativas, aquele que vence por si, com exceções, o "self made man" não é maioria e não tem incentivo do Estado.

A outra face dessa conduta é a crítica, fofoca, o "falar mal pelas costas".Maledicência e crítica são características da inveja. A conduta invejosa está baseada na mentira e na má fé59. Mentir é dizer algo a alguém

sabendo que não é verdade, porém má fé é a mentira para si mesmo, manipulação interna para encobrir uma verdade desagradável ou apresentar a si mesma uma mentira agradável como verdade.

Má fé é m á intenção , ação em que o conhecimento/intelecto é um meio para descobrir, evidenciar aquilo que serve a um objetivo, e ao contr ário, não ver, negar o que não serve a esse objeti vo . 60

N ão se trata de ação individual, apenas;

59 Alberoni60 Alberoni, inejosos

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<INVEJA>/<NOEMI> em empresas, decis ões operacionais, instituições, propaganda e marketing, mídia, partidos

políticos, mídias sociais, etc., pode-se observá-la, em maior ou menor grau; a prática é comum, geral e constante entre nós.

Essa é a estrutura para construção das mentiras, as premissas falsas. Sair do processo racional , em que o outro/objeto tem valor reconhecido e voltar-se para o caminho escolhido de refutar esse valor - mentir para si, ter a razão subjugada pela paixão, conforme o interesse do invejoso.

a inveja pode ser encontrada na raiz, na base de qualquer processo de desqualificação injuriosa (maledicência, cr ítica , intriga, calúnia)

paixão em que o ódio é uma fé61(má fé). Almeja desqualificar para excluir e depois destruir.

Entre outros, um modo é através do uso de um rótulo, preconceituoso e desqualificador, tal como característica genética, escola ideológica, (negro, marxista, freudiano, etc.)etc. Com o uso de apenas uma palavra o indivíduo é destituído de sua função e de sua história. Desqualificado . estigmatizado. Daí a se dizer que o que faz não tem valor ou é ruim( calúnia e destruição) é um passo pequeno.

Outra forma de intriga: "Homem que louva seu vizinho porém com intuito maldoso, sempre apõe um "mas" no final, e a fala elogiosa é seguida por outra de uma reprovação maior do que a pessoa merece62..." Procedimento costumeiro nos elogios a pessoas públicas ou em posição social superior.

Desconhecimento e desqualifica ção eliminam as diferenças e assimetrias necessárias à interação nas relações pessoais, das instituições e sociedades como um tod o. 63

Desqualificação e desconhecimento do outro (pessoa, grupo, instituição)fazem com que a relação seja aquela que não é. A "verdadeira" é a que está "oculta" , não a que está ocorrendo: esse é o repasse da intriga64, a dupla mensagem em que a mais importante, a que carrega a intriga, é a que não é dita.

é a distorção de valores sociais do discurso invejoso. Se excluida a violência física, ainda são capazes de marcar o objeto do rancor de um modo quase tão destrutivo quanto a acusação na Inquisição.

Mais ainda, aquilo que no indivíduo sozinho é má-fé, porque sabe que mente para si mesmo, quando repetido e amplificado pela propaganda, sustentado por ataques constantes, acusações e perseguições acaba sendo acreditado pelas massas. Torna-se "ideologia" ou fundamentalismo . O conjunto das afirmações induz a população a ter "certezas". Um conjunto de publicitários de má-fé são capazes de produzir um povo de crentes65.como nas propagandas Nazista, Stalinista, etc.

Entre nós as propagandas políticas, a ação midiática que substitui a educação. Exemplos tristes, que trazem mortes em seu bojo.

Somos um país que não permite diferenças. A inveja e o medo tem ação tão vasta que constituem um sistema. Então toda uma nação considera ser funcionário público, (trabalho sem vocação, por definição - Chrispim Lima, psiquiatra), um objetivo de vida e segurança.

dentro do funcionalismo público o sistema se repete: medo, nivelamento, inveja que domina as relações institucionais - aparente na má qualidade do que é feito, produzido, apresentado.

o país onde todos querem ser funcionários públicos marca e exclui todo aquele que cria, produz, se sobressai.

61 sartre62 Melanie, Inveja e Gratidão, notas63 7invejas64 7invejas paga 47

65 Alberoni, os invejosos

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A CULTURA BRASILEIRA I - O HOMEM CORDIAL

A CULTURA BRASILEIRA I - O HOMEM CORDIAL

Desses povos, suas histórias e miscigenação, os contrastes e oposições, vem a cultura da inveja que se desenvolveu silenciosa e sempre presente. Individualmente, essa estrutura influi no caráter. Socialmente, na cultura.

"Inveja é uma força que se situa no coração do homem como ser social, se manifesta assim que dois ou mais sujeitos(sociais) estão em condição de estabelecer comparação.66recíproca.67 "

"HOMEM CORDIAL" é uma classificação de Sérgio Buarque de Holanda no livro Raízes para o brasileiro simpático, emotivo e cordial, ou seja, tudo o que toca o coração por intimidade, proximidade. Raiva é cordial. Inveja É cordial. "Engano supor que possam significar boas maneiras., civil idade. Nossa forma ordinária de convívio social é o contrario da polidez, que é um triunfo do espírito sobre a vida. Cordial, do coração, procede da esfera do privado, intimo, familiar. Inimizade pode ser tão cordial como a amizade."68

A estrutura pode ser a seguinte:

- ATEN ÇÃO PROJETIVA Num país que teve na sua formação as três principais raças que o compõem comprometidas

com grandes tragédias causadas pelo outro, tornou-se natural para a população olhar para o outro para proteção - outro é referência para si próprio, por contraste.

O cristão novo oposto ao cristão velho, vítima e perseguidor, o escravo da senzala ao que está na Casa Grande, o impuro ao puro, senhor de engenho e escravo, filho herdeiro e filho bastardo, bandeirante e índio, o outro é oposição e espelho.

Dar, intuitivamente, atenção ao que o outro espera mim, e do mesmo modo, agir na expectativa do que eu quero em determinado retorno , é uma habilidade natural existente e necessária na condição humana. A projeção e identificação projetiva permite, por exemplo, a simbiose do bebe com a mãe, que é a estrutura que permite mais tarde estabelecer laços íntimos.

Entre nós se desenvolve aqui como característica essencial a partir da necessidade. O mais influente dentre os povos formadores de nossa cultura, o português judeu cristão-novo, traz consigo essa característica de se reconhecer através do olhar do outro.

Conforme diz Sartre, em Reflexões sobre o Racismo,69

66 Inveja nas organizações p867 Helmut Schoeck

68 SBH raízes69 "os judeus não tem entre si comunidade de interesses nem crença; não possuem a mesma

pátria, não possuem historia. O único vinculo que os une é desprezo hostil que lhes devotam as sociedades que os circundam; assim, o judeu autentico é o que se reivindica no e pelo

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<INVEJA>/<NOEMI> "O judeu, por saber que é observado, toma a dianteira e tenta observar-se com os olhos dos

outros. Esta objetividade a seu próprio respeito é também uma artimanha da autenticidade - enquanto se contempla com o olhar do outro, sente-se de fato olhando-se a si mesmo - ele é outro, uma simples testemunha de si""70

"É homem social por excelência, porque71 seu tormento é social.(..)72Espécie de homem que testemunha sobre o homem (...) porque nasceu de reações secundárias no interior da humanidade."

È o outro que define o que sou neste momento, o ver-se é através do olhar do outro. Olhar-se a si mesmo vendo-se nas suas próprias ações, não para auto conhecimento mas para identificar como é visto, para identificar-se, adequar-se à expectativa do outro.

Então, a primeira coisa que o indivíduo intui é o outro e intui a si próprio enquanto um dado colocado por outra pessoa. Se não há confronto não presta atenção  na situação. 

A habilidade é a percepção natural de sinais emocionais do outro, que despertam a mesma emoção em quem percebe,(Freud) a atenção projetiva.

A operação de comparação entre o sujeito e os outros é instantânea, natural, simples e clara: captando intuitivamente(sem pensar) a proporção entre o seu comportamento e o do outro, age em função do que percebe, adaptando-se , seguindo as regras de convivência que percebe intuitivamente. Ou seja, cordialmente sabemos o que o outro espera que digamos (ou façamos), instintivamente e sem esforço. É uma potência, natural.

Ocorre que é uma intuição imediata e momentânea, não conclui e não influencia outros momentos. Tem como finalidade somente a adequação ao momento presente, à situação atual. Definir-se diante de uma situação para agir, escolher o que fazer. Nada mais. O que é real é o que se tem que fazer, neste momento.

Podemos considerar uma atitude resultado de um aprendizado de necessidade, de identificar imediatamente de o outro é amigo ou inimigo, que é o que essa intuição permite.Sobrevivência para o índio, para o escravo, para o cristão novo.

È parte desse característica perceber se está agradando ou não e tratar de se adaptar seguindo as regras do jogo - ou violando-as consciente mente a seu favor.

A atenção projetiva é componente determinante - mas não único - do comportamento

desprezo que lhe testemunham" (53)..

... Imediatamente intervém o fator judeu e torna-se-lhes impossível decidir calmamente após puro e

simples exame dos fatos - reflexivo, como o tímido ou o escrupuloso, não se contenta em agir ou

pensar - ele se vê agindo, ele se vê pensando.....

70 Por uma reação defensiva compreensível esse homem que vive da opinião que os outros tem a

seu respeito, procura negar os valores de opinião, sente-se tentado a aplicar aos homens os

raciocínios que convém as coisas.,aproxima-se do racionalismo analítico do engenheiro e do

operário. Página 72

71 Por uma reação defensiva compreensível esse homem que vive da opinião que os outros tem a

seu respeito, procura negar os valores de opinião, sente-se tentado a aplicar aos homens os

raciocínios que convém as coisas.,aproxima-se do racionalismo analítico do engenheiro e do

operário. Página 72

72 Por uma reação defensiva compreensível esse homem que vive da opinião que os outros tem a

seu respeito, procura negar os valores de opinião, sente-se tentado a aplicar aos homens os

raciocínios que convém as coisas.,aproxima-se do racionalismo analítico do engenheiro e do

operário. Página 72

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<INVEJA>/<NOEMI> chamado de "Lei de Gerson", já que percebe o que o outro espera e se adapta para conseguir o melhor resultado para si, imediatamente.

Deseja a confirmação do outro, não para mudar de opinião mas simplesmente como referencia, comparação para uma conclusão - tem consciência e segurança da sua posição (Positiva ou negativa) frente ao outro. Adaptação e imitação fáceis..

Espelhamo, amabilidade 13/4

A atenção é imediata, momentânea, externa e comparativa/projetiva. Por isso podemos ser um povo tão aberto ao outro e tão indiferente ao seu sofrimento no tempo.

Trata-se de um comportamento de objetivo externo, fator de desenvolvimento humano normal que entre nós adquire força especial e importante de cultura nacional.

No HOMEM CORDIAL a atenção é imediata e objetiva na escolha do momento, a seu favor. Permite a raiva e a agressividade expressivas, cordiais, do comportamento cotidiano.

Permanece o fato de semelhantes reconhecerem-se diferentes e inimigos.

"No homem cordial a vida em sociedade é de certo modo uma verdadeira libertação do pavor que ele sente de viver consigo mesmo, em apoiar-se sobre si próprio em todas as circunstâncias da existência.

Sua maneira de expans ão para com os outros reduz o indivíduo a parcela social periférica que no brasileiro tende a ser a que mais importa - é antes um viver nos outros".

.

- EMOTIVIDADE

Acresce à essa atenção intuitiva da sua posição em relação ao outro a emotividade do povo, confian ça na capacidade de ser feliz , que é desejo e foco de aten ção permanente : tudo que é pessoal, cordial, íntimo, familiar, cordial como vindo do coração, privado, íntimo, familiar.73

Povo que acredita que é superior às condições externas que poderiam causar infelicidade. Não se abate por frustrações emocionais, se sente livre para ser feliz por sua própria vontade.

Inimizade é cordial. Inveja é cordial. Desconfiança é cordial. O brasileiro vê no outro ou inimigo, ameça ou amigo. Sempre de forma que se mobiliza pelo que é próximo, ou não sendo, é como se não existisse, objeto de olímpica indiferença. Que no caso de iguais, equipara-se à inimizade.

Tudo é íntimo: "Quando se quer alguma coisa de alguém, o meio mais certo de consegui-lo é fazer desse alguém um amigo" (comerciante holandês século XVII)

Nós, como os portugueses, temos nossa sociedade " constituída à semelhança das famílias, unidos por vínculos biológicos e afetivos. A familia patriarcal é o modelo poderoso da sociedade, tão forte que cada Casa Grande é independente, imersa em si mesma, imune a restrições e abalos, modelo de vida politica desde o início da colonização" até hoje, na mentalidade da administração do país, das cidades, do comportamento, nas profissões. Tudo é sempre pessoal, estabelecido sobre a pessoal idade ."O privado é claro, o público nem sempre74."

Emocional/cordial também é "esse sadismo de conquistador sobre conquistado, senhor sobre escravo, da mulher ser tantas vezes vítima inerme do domínio ou do abuso do homem.

O sadismo de senhor e o masoquismo de escravo, excedendo a esfera sexual e doméstica, faz-se sentir em campo mais largo: social e político. Na vida política, onde o

73 SBH raizes74 SBH raízes

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<INVEJA>/<NOEMI> mandonismo tem sempre encontrado vítimas em quem exercer-se com requintes as vezes s ádicos. 75; gosto de mando violento ou perverso que explodia nele ou no filho bacharel, quando no exercício de posição elevada, política ou de administração pública, ou no simples e puro gosto de mando.

Inveja é complexo de inferioridade/masoquismo/comparação não suportada com o outro, somada a ódio/impulsos sádicos para destruir o que causa o incomodo. Ao mesmo tempo que apresenta o aspecto sádico e cruel do senhor de engenho, o português cristão novo traz também o complexo de inferioridade do perseguido, judeu76. Emotividade evidente do povo.

A sociedade guarda as mesmas características: ao mesmo tempo que impõe cruelmente um nivelamento opressivo que não permite diferenças, punindo com perversidade os que se sobressaem, também é capaz de um "complexo de vira-lata" que chega a ser objeto de atenção externa.

Uma sociedade afetiva, passional, e por isso personalista, pessoal, as relações são pessoa a pessoa. A personalidade individual é valor , a expressão verbal é um modo de lidar com os sentimentos. A linguagem privilegia o sufixo "inho", diminutivo para criar intimidade, familiaridade. Com pessoas e objetos, para "aproximar do coração". Atenção Projetiva

E o contraste - o desinteresse ao pensamento, ao raciocínio, ao estudo, à razão.À organização familiar da sociedade, o contraste da dificuldade de hierarquia e organização

social impessoal.Desinteresse pelo estudo, pesquisa, ciência. Reflexo da tendência geral para o sadismo

criado no brasil pela escravidão e pelo abuso do negro. O mestre era um senhor todo poderoso, distribuía castigos com o ar terrível de um senhor de engenho castigando negros fujões.Casa Grande 43677

Inteligência é qualidade, não é utilidade - não há incentivo à descoberta e desenvolvimento de cérebros, pesquisa e desenvolvimento de tecnologia que não seja de necessidade imediata. Infeliz herança do Santo Oficio da Inquisição, que tanto prejudicou raciocínio e interesse pelo conhecimento.

E individualismo concorre para a manutenção dessa situação, nas oligarquias, triunfo do personalismo no tempo.

Um amor humano sujeito á asfixia e a morte fora de seu circulo restrito não podeservir de cimento a nenhuma organização em escala ampla. Com a simples cordial idade não se criam bons princ ípios. 78

75 Pag 86 casa gde76 Sartre 5577 Casa Grande 43678 SBH raízes

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<INVEJA>/<NOEMI>

A CULTURA BRASILEIRA II

- ADAPTABILIDADE

■ Do mesmo modo, a adaptabilidade que vem do português e africano, surge da necessidade, e se realiza facilmente, pela sensualidade dos povos , pela abundância conseguida com a miscigenação, pela fartura da terra. O verdadeiro "jeitinho brasileiro" começou aqui... característica do povo que instintivamente, naturalmente percebe o que é necessário no

encaixe do em torno e suas exigências, entre o indivíduo e o ambiente imediato, ele e todas as solicitações da existência cotidiana.

Gilberto Freire descreve a facilidade portuguesa para atender ao necessário do cotidiano"Pelo inter curso com mulher índia ou negra, multiplicou-se o colonizador em vigorosa e

dúctil população mestiça, ainda mais adaptável do que ele puro ao clima tropical. A falta de gente que afligia forçando-o à miscigenação - contra o que não dispunham de escrúpulos de raça, apenas preconceitos religiosos. - foi para o português vantagem na sua obra de conquista e colonização.79"

Adaptabilidade que permite enxergar o sistema, o trabalho e as tarefas relacionadas ao meio, a relação entre energia e resultado. Faz o que é preciso fazer, simplesmente, de forma prática, imediata, atendendo às exigência do ambiente próximo interno e externo. Trabalho prático, segundo sua utilidade, dever, pouco afeto e sim atender necessidade

Uma qualidade portuguesa mencionada por Gilberto Freire e Sérgio Buarque, considerando que o povo se aclimatou em várias partes do mundo melhor do que outros europeus, mesmo em lugares com clima muito diferente da mãe pátria. "Atribui-se essa qualidade não só ao cruzamento dos portugueses com os israelitas que se domiciliaram em Portugal depois de sua expulsão e que possuem notável aptidão para aclimatação, como também á influencia de sangue negro, largamente propagado em Portugal na época em que no próprio país se fazia um importante tráfico de escravos."80

Miscigenação é a salvação13/4 Reflete a elaboração de um sistema que torne a vida funcional para o indivíduo,organizando

cada parte do sistema de maneira a facilitar o funcionamento do todo, inserido, por sua vez, numa totalidade ambiente.

. Adaptabilidade que se limita ao cotidiano, ritual, rotina, sem o esforço do planejar as mudanças, ordenar a vida ou construir uma obra distinta de si mesmo.

" Bem assentes no solo, não tinham exigências mentais muito grandes81 ".

79 51

Casa Grande e Senzala Freira

80 freire81 SBH

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<INVEJA>/<NOEMI> o português (e também o africano) integra-se ao meio de modo eficaz, imediato e funcional.

Sensual, vindo dos sensos, o português é considerado o mais sensual dos 3 povos por Gilberto Freire, o único sempre pronto ao inter curso sexual sem necessidade de qualquer incentivo externo ou dança acasaladora.

seu comportamento adaptativo passa pela satisfação de sensação física: alimento, descanso, prazer sexual, beleza física e ambiente,

"Nossos colonizadores eram antes de tudo homens que sabiam repetir o que estava feito ou o que lhes ensinara a rotina"82 Preferiam agir por experiência a traçar de antemão um plano para segui-lo até o fim. O conservadorismo, o "deixa estar", o desleixo, foi preferido a planejar o futuro ditado por motivos superiores.83"

Atenção voltada à experiência, não ao espírito ou á espiritualidade (que a Inquisição prejudicou profundamente), a satisfa ção de trazer a realidade para o âmbito dos desejos cotidianos e pessoais.

"Não desejamos ser conquistadores ou guerreiros, queremos ser brandos e comportados, uma concepção do mundo que procura simplificar todas as coisas para coloca-las ao alcance de raciocínios preguiçosos.84

Politicamente, negação de toda conexão com conjunto e o ambiente, total afastamento da realidade, apenas a disputa entre facções e interesses.

PECULIAR AUSÊNCIA DE PROJEÇÃO PARA FUTURO, o eterno presente necessária para ação da inveja

- A EDUCAÇÃO/APRENDIZADO

Às restrições impostas pelo Santo Ofício ao desenvolvimento da cultura e do intelecto somam-se as restrições da Coroa Portuguesa , que proibiu a impressão de livros, entravou o desenvolvimento da cultura com o objetivo de impedir a existência e disseminação de idéias que pusessem em risco a estabilidade do seu domínio, pois os séculos de Inquisição foram de intenso Renascimento com a Reforma Luterano, Revolução Francesa, Independência Americana, descoberta do heliocêntrismo etc.

Nesse Período o rigor do Santo Ofício foi maior ainda. A censura dos livros pelos Index, a queima pública de livros, as proibições políticas de impressão de livros, a punição da heresia estabeleceram uma realidade de pensamento que nem mesmo o incentivo à cultura do exemplo de D. Pedro II logrou alterar, nem houve, até hoje, política pública suficientemente profunda para modificar.

As acusações e os interrogatórios da Inquisição, levando os acusados a confessar sempre, denunciando familiares consangüíneos, sendo obrigados a jurar e obrigados a voltar atrás para jurar o oposto, quando decidido pelo Inquiridores, a purificação pelos rituais dolorosos e pela morte na fogueira, acompanhada pela sociedade, molda uma forma própria de associações, de raciocínio, de comportamento.

Um resultado nefasto do terrorismo religioso, o pensamento como estabelecimento de rela ções entre as coisas, de maneira a poder representar uma coisa por outra, unir um signo   e   um   significado, que transforma realidade   em   linguagem , fica comprometido.

O aprendizado de uma realidade externa, o interc âmbio entre sujeito e realidade, entre o subjetivo e o objetivo estão danificados.

A Inquisição impõe impedimento a livre associação, rompendo a passagem do significante

82 Sérgio Buarque p 4683 Sérgio Buarque, Raízes.84 SBM

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<INVEJA>/<NOEMI> para o significado que é obstruida pela pergunta "porque?". O processo interpretativo fica detido, porque é questionado "o que?"(impedido)

 deixa de ser uma janela transparente para o mundo das coisas e torna-se um vidro opaco; a atenção volta-se para o vidro em si mesmo e não chega mais às coisas. 

Dolorosa conseqüência da imposição de uma prática que contraria totalmente a crença a qual está vinculada, signo e significado tornado-se paradoxais, e afinal totalmente desvinculados um do outro.

A linguagem é coisificada. A palavra não tem mais relação com aquilo que significa, no máximo uma analogia. A85 consciência da palavra enquanto coisa se interpõe entre o indivíduo e o seu interlocutor, como em um interrogatório.

 Tudo o que ele fala não tem garantia de que o outro vai entender.Seu pensamento não lhe dá respostas, sua comunicação é incerta. A experiência que ele consolida é que é ""impossível dizer a verdade".86

Na   realidade,   todo   o   processo   de interpreta ção se baseia em códigos, palavras que se apoiam num elo voluntário com o real. Este elo é   decorrente   de   um   acordo   entre   vontades, portanto, tal elo é arbitrário, arbitrado pelas convenções.

A consciência dessa arbitrariedade é particularmente aguda no indivíduo e população impedidos do livre raciocínio e obrigado a tecer associações impostas.

.Dificuldade de aprender, de entender o significado do aqui e agora, é dificuldade com realização e sucesso. Sem apreender e entender o momento e o significado, não há condições de sucesso, realização daquilo que se propõe..

Como conseqüência: O questionamento da linguagem, contestar o processo do pensamento, é exaustivo e

frustrante, a primeira direção é evitá-lo. Por isso entre nós "inteligencia há de ser ornamento e prenda, é o papel que lhe conferimos, não instrumento de conhecimento e ação87"

Pode ser fonte de destaque para o indivíduo de distinguir dos semelhantes , como virtude pessoal, mas não temos tradição de pesquisa, desenvolvimento científico, técnico, não exaltamos nossos especialistas nem os incentivamos em praticamente nenhum campo de desenvolvimento ou ensino além do agrário.

"Tudo que dispense trabalho mental fatigante,id éias definitivas, que favorecem atonia da inteligência, constituem para   nós a essência da sabedo ria 88 "

Procuramos sempre simplificar tudo de forma a não ter grande necessidade de raciocínio.A forma como um terceiro interrompe um diálogo constantemente, questionando ou alterando

a conversa, os cortes, as interferências abruptas que mudam a direção da conversa, as trocas de assunto, a falta de atenção, a contínua dispersão, o modo sintético de falar e pensar, são influencia recíproca pensamento-linguagem.

O que se diz n ão se escreve, as promessas são vãs, a impunidade da fala não produz efeitos na realidade.Só tem efeito o que vem estimulado pela inveja, a intriga perdura.

A não efetivação, A mídia deveria ser poder público dos cidadãos , a serviço desse público89, construindo o

cotidianos das comunicações. Mas não estão a serviço da população, ao contrário, transferem ao cidadão o que deve ser pensado, o pensamento da pessoa antes dela o ter.

Essa transferência de informação depende do esvaziamento da palavra, da incapacidade de

85 Pode, portanto, ser olhado como signo ou como coisa. A palavra enquanto realidade sonora tem mais

atração magnética do que a palavra enquanto canal neutro para as coisas significadas.Vai ter uma consciência crítica 

excessiva da relação problemática entre a linguagem e a experiência.

86 Contesta a validade do conhecimento do mundo, na linguagem que o exprime.87 sbh88 sbh89 .35gil 35

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<INVEJA>/<NOEMI> construir um significado real ,concreto, vivo, conectado com a consci ência, da fala. 90 Quando não temos consciência do significado real do que ouvimos é que somos capazes de obedecer à influência de outro pensamento em nossa mente.

Por exemplo, ao assistir ao noticiário, assistimos a um espetáculo de imagens e notícias dentro do mundo e ao mesmo tempo fora dele, que está distante de nós, os significados tão gerais e totais que ficam destituídos de relevância especifica.

Frases vazias, despidas de significado, mesmo que cheias de conteúdo.As notícias são ao vivo, em tempo real, próximas mas não com valor e importância para a

nossa vida pessoal; o repórter está sempre ante um fundo neutro, um próximo que está longe, afastado no tempo - nada na minha vida realmente se liga a deles.

A conseqüência dessa entrada de dados para o processo cognitivo, desse modo, é o afastamento , ausência de responsabilidade, resignação, passividade, inércia . Os dados não tem valor, não são instrumento de conhecimento ou ação.

90 Pag 57 gil

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<INVEJA>/<NOEMI>

Onde - PECADO BRASILEIRO

■ O ONDE - O Pecado Brasileiro

"Aquele que a gente chama de próximo é sempre um invejoso em potencial, e quanto mais se está perto, mais sua inveja será intensa e previsível."

Helmut Schoeck

O IBOPE- Instituto Brasileiro de Pesquisa fez uma pesquisa específica sobre a inveja de 17 a 22 setembro de 1997 exclusivamente para o escritor Zuenir Ventura, para seu livro Mal Secreto, onde o autor relata todo o processo e o resultado: a realidade da inveja no Brasil - o pecado brasileiro.

O autor generosamente cedeu os dados para este livro, tanto desta pesquisa do IBOPE quanto da que ele mesmo fez:

"Pesquisa de opinião pública sobre os 7 pecados capitais'2000 entrevistasUniverso pesquisado: população do Norte, Nordeste, Centro oeste, sudeste e sul, capitais e

interior,Municípios de até 20 mil habitantes, de 20 a 100 mil, e de mais de 100 mil habitantes.Grupos de idades de 16 a 24 anos, de 25 a 34anos, de 35 a 44 anos, de 45 a 54 anos e 55

ou mais.Classificação econômica: Classe A1 e A2, Classe B1 e B2, classe C e classe D/E

Para perguntas espontâneas, "quais são os 7 pecados capitais, mais de 80% não conheciam ou não souberam nenhum.

Quando os pesquisadores mostraram as cartelas com os 7 pecados capitais e perguntaram "quais deles conhece ou lembra?"

73% reconheceram inveja. A preguiça 59%, a ira 48%, a gula 45%, a luxúria 39%, a soberba 37% e a avareza 30%

Com que freqüência praticavam , se é que praticavam, cada pecado, com as opções: freqüentemente/de vez em quando/raramente/nunca

83% nunca cometeram pecado da inveja, 1% freqüentemente;7% de vez em quando;7%raramente

Os aspectos que causam inveja34% sucesso (pessoal ou profissional)25% bens materiais (casa, carro)24% valores morais (honestidade, coragem, integridade)

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<INVEJA>/<NOEMI> 22% atributos físicos (beleza, simpatia)19% status sócio econômico (classe, situação financeira)14% fama13% poder

Percebiam ou não que alguém sentia inveja dele:65% sim35% nãoEntre pessoas com grau de instrução superior, a percepção chegava a 75%58% dos que recebem até 2 salários mimos60% membros da classe D/E

O que você faz contra mau olhado54% nada38%rezar, fazer orações

A inveja é O pecado mais conhecido em todos os níveis e classes sociais, em todos os níveis de instrução, em todas as idades, todos os lugares e por ambos os sexos. está presente na realidade da cultura, expressa na pesquisa exclusiva mais abrangente e completa já realizada. É O PECADO BRASILEIRO .

Zunir Ventura também fez a sua própria pesquisa, enviando ele mesmo seu questionário sobre a inveja para 50 psicanalistas, número igual de padres e pais e mães de santo, considerados profissionais que tem mais informação e familiaridade com a inveja, por estudo e experiência com seus fiéis e clientes.

Zuenir, escreve sobre essas pesquisas no seu livro Mal Secreto de modo brilhante, com detalhes das entrevistas, de forma encantadora.

Dos padres obteve o menor número de respostas, devido ao sigilo confessional. Dos psicanalistas recebeu mais de 50 respostas, que permitiram tabular dados, confirmando

a pesquisa (e a História brasileira):92% dizem que a inveja aparece de forma indireta no processo de análise, 39% afirmaram que é independente de classe (seguido por 20% que disseram ser a classe

média onde mais se relata). O que o invejoso mais deseja é o fracasso do invejado, com 62 % das respostas, O ressentimento é o sentimento mais presente nos que invejam (37%) seguido da impotencia

(29%). 48% das pessoas usa algum tipo de amuleto para se proteger e 46% responderam que a inveja é o pecado que ocupa o 1º lugar entre os clientes e 66% do psicanalistas responderam que a inveja é o pecado mais conhecido dos brasileiros. O mais é invejado: sucesso (19%) seguido de atributos físicos (10%). Bens materiais (6%) e

status sócio-econômico (5%) são mais invejáveis do que valores morais (só 1%)

Finalmente, nos terreiros(centros) de Umbanda e Candomblé, encontrou espaços freqüentados por devotos de qualquer classe social ou cor, onde, além de aconselhamento espiritual , pais e mães de santo fazem trabalhos para "fechar" o corpo.

Um dos pedidos mais comuns, ele ouviu, é proteção contra o "olho gordo", sinônimo popular de inveja.

Uma oferenda para isso é colocar uma galinha morta com cachaça e farofa nas encruzilhadas.Freqüentemente a vemos. E ninguém mexe nesses objetos, que estão relacionados com algo forte e perigoso. Foi dito que a freqüência e crença da população é ampla, abrangente e geral.

Zuenir Ventura escreve o que as Mães de Santo afirmam: quem se sente muito invejado são

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<INVEJA>/<NOEMI> em geral pessoas invejosas.91

Uma outra pesquisa, exclusivamente para estudo acadêmico, foi feita com estudantes do Brasil e Estados Unidos. Um dos objetivos da pesquisa era testar a eficácia do questionário, o DES - Dispositional Envy Scale , ou Escala de Disposição para Inveja. Foi aprovado e considerado eficaz. O estudo também provou a relação negativa entre o quociente de DES e satisfação, vital idade e felicidade. Quanto mais alto o DES, menor a alegria e felicidade.

(sabemos que estará diminuída a capacidade de pensar e agir, a potência do indivíduo, sua auto preservação, e que quanto mais alto o DES, maior o ataque a si mesmo )

O teste consiste em oito questões, que a pessoa responde uma escala de 1 a 5 em que 1 é discordo fortemente e 5 é concordo fortemente. As perguntas do teste são:

- Eu sinto inveja todo dia - A amarga verdade é que eu geralmente me sinto inferior aos outros- Sentimentos de inveja constantemente me incomodam92

- É tão frustraste ver algumas pessoas terem sucesso tão facilmente- Não importa o que eu faço, inveja sempre me aflige- Eu sou perturbado com sentimentos de inadequação- De algum modo, não é justo que algumas pessoas pareçam ter todo o talento- Francamente me ressinto do sucesso de meus vizinhos

Fica o convite ao leitor para responder as perguntas, em que as respostas mais próximas 1 discordam da sentença, e as próximas ou iguais a 5 são as que confirmam as afirmações. Fortemente.

entretanto, leitor , todos os seres humanos tem inveja. O objetivo do teste é identificar o NÍVEL de inveja.93

91 Zunir ventura, mal secreto92 sielo

93 ABSTRATO

A experiência emocional da inveja passa por diferentes culturas. No entanto, poucos instrumentos foram desenvolvidos para sua medição. Smith et ai. (1999) propuseram a Escala de Envidia de Disposição (DES), que mostrou boas propriedades de validade, estabilidade e consistência interna nos estudos psicométricos realizados com amostras dos EUA e do Brasil. Esta pesquisa objetivou avaliar as propriedades psicométricas de validade e confiabilidade do DES com amostras de participantes de Córdoba, Argentina, estudantes universitários (n = 399) e adultos da população geral (n = 316). Além disso, foram aplicadas a Escala de Titularidade Psicológica e a Escala de Felicidade Subjetiva. A análise da estrutura fatorial exploratória e confirmatória forneceu evidências sobre a unidimensionalidade da escala. Obteve-se evidência de consistência interna adequada. Além disso, a inveja estava positivamente relacionada com o direito e estava negativamente relacionada à felicidade subjetiva.

Palavras-chave: Escala Envy Disposicional; Psicometria; Estrutura fatorial; consistência interna.

1. INTRODUÇÃO 1

A tendência a sentir inveja é generalizada. Recentemente, estudos empíricos mostraram que a maioria das pessoas em diferentes culturas parecem ser capazes de senti-lo (Cohen-Charash & Mueller, 2007; Milfont & Gouveia, 2009; Smith, Parrot, Diener, Hoyle

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<INVEJA>/<NOEMI> Se perceber seu nível alto, com fortes concordâncias, seu sentimento de felicidade está

baixo. Leia os últimos capítulos com atenção.

& Kim, 1999).

Para entender como a inveja aparece, uma comparação social ascendente é necessária. Esta comparação revela a percepção de inferioridade de uma pessoa em termos de um atributo desejado ou importante, que é de propriedade de outra pessoa com características semelhantes. Esta comparação social ascendente pode levar a uma menor auto-estima e um sentimento de inferioridade e também pode desencadear sentimentos desagradáveis decorrentes de tal consciência de inferioridade. Outro aspecto-chave da inveja é o sentimento de injustiça que surge quando alguém que é semelhante na maioria dos aspectos para a pessoa inveja goza de uma vantagem significativa. Quando essa vantagem for considerada, um sentimento inevitável de miséria aparecerá (Smith et al., 1999).

Em diferentes estudos, a inveja disposicional tem sido avaliada pela escala da inveja disposicional (Smith et al., 1999) e tem sido relacionada a variáveis como cooperação, injustiça percebida e comportamentos nocivos em dilemas sociais e preferências distributivas. Um estudo conduzido em estudantes universitários mostrou que os índices mais altos de inveja estavam associados a níveis mais baixos de cooperação (Parks, Rumble, & Posey, 2002). Além disso, Cohen-Charash e Mueller (2007) descobriram que a percepção da injustiça atua como um mediador da relação entre inveja e comportamentos prejudiciais para a pessoa invejada. Ou seja, a relação entre a inveja e prejudicar comportamentos outros é positivo e significativo apenas quando os níveis de injustiça percebida são elevados. Enquanto isso, Kemp e Bolle (2013), em um estudo conduzido com estudantes do leste da Alemanha, não encontraram relações significativas entre as preferências de distribuição monetária e a inveja disposicional, mesmo os participantes mais invejosos disseram preferir distribuições mais equitativas.

Milfont e Gouveia (2009), em um estudo realizado com estudantes universitários no Brasil, observaram que a inveja está negativamente correlacionada com medidas de bem-estar, satisfação com a vida e felicidade.Considerando que McCullough, Emmons e Tsang (2002) descobriram que os estudantes universitários americanos que experimentaram níveis mais elevados de gratidão disposicional relatam menos inveja disposicional, sugere-se que menores níveis de inveja estão associados a menos frustração e ressentimento sobre as conquistas e posses dos outros.

Nos estudos citados acima, o instrumento utilizado para medir a inveja disposicional foi a Escala de Envidia Disposicional (DES) desenvolvida por Smith et al. (1999). Este instrumento é uma medida de auto-relato que compreende 8 itens com um formato de escala Likert de 5 pontos de 1 (discordo totalmente) a 5 (fortemente de acordo). Em seguida, as propriedades psicométricas relatadas pelos autores da escala são recuperadas.

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<INVEJA>/<NOEMI>

Smith et ai. (1999) realizaram um estudo com uma amostra de estudantes norte-americanos e implementaram um instrumento com 54 itens relacionados à inveja. Após uma análise fatorial exploratória com método de extração de eixo principal, foi obtida a versão final de 8 itens. Essa estrutura unidimensional foi replicada em estudos exploratórios e confirmatórios com novas amostras de estudantes. A análise fatorial confirmatória com estimativa de máxima verossimilhança mostrou um ajuste adequado após permitir a co-variação de erros de algumas variáveis. Tendo em conta a covariância permitida, os autores avaliaram dois modelos adicionais. Um modelo compreendeu dois fatores que agruparam diferentes itens (fator 1 = itens 4, 7 e 8, fator 2 = itens 1, 2, 3, 5 e 6). O ajuste deste modelo era bom (χ 2 (19, N = 324) = 81,02, p <0,001; CFI = 0,94), com cargas fatoriais superiores a 0,60. Além disso, a correlação entre os fatores foi 67. Outro modelo incluiu dois fatores latentes, um fator geral que inclui todos os itens e outro fator único reunindo apenas os itens 4, 7 e 8. Este modelo mostrou um bom ajuste (χ 2 (17, N = 324 ) = 69,49, p <0,001; CFI = 0,95), mesmo superior ao modelo de um fator. Com base nesses resultados, os autores concluem que os itens do DES são representados por uma variável latente eo subconjunto de três itens compartilha uma fonte adicional de variação.

O DES mostrou propriedades de confiabilidade adequadas (Smith et al., 1999). Em particular, uma adequada estabilidade no espaço de duas semanas (r = 0,80) e consistência interna (alfa de Cronbach entre 0,83 e 0,86 em estudos com amostras diferentes). Por sua vez, Smith et al. (1999) relataram evidências de validade convergente e discriminante do DES. Especificamente, eles encontraram correlações negativas com satisfação com a vida, ressentimento, auto-estima, felicidade, auto-estima dimensão do Inventário do Texas e ciúme; E correlações positivas com a dimensão do neuroticismo do NEO-PI e do Inventário de Personalidade de Eysenck, hostilidade e várias medidas de depressão. Além disso, a evidência de validade de critério foi obtida considerando o relato diário de inveja, humor, diferentes experiências emocionais e sentimentos de superioridade em diferentes domínios, e mesmo em situações onde a condição de comparação foi manipulada experimentalmente, situação na qual os participantes na condição de Superioridade sentiu mais inveja do que os participantes na condição de inferioridade.

As propriedades psicométricas do DES também foram avaliadas com amostras de participantes de outros países. Destaca-se, em particular, o estudo de Milfont e Gouveia (2009) realizado com amostras de estudantes universitários no Brasil. Os autores relataram boas propriedades de consistência interna (alfa de Cronbach = 0,79), com uma gama de correlações item-total de 0,31 a 0,59. A análise exploratória e confirmatória da estrutura subjacente confirmou a unidimensionalidade da escala. A análise fatorial exploratória mostrou que o fator obtido explicou 43,5% da variância

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<INVEJA>/<NOEMI>

O PORQUE entre nós

INVEJA : O PORQUE entre Nós

Existe uma tendencia natural da psique a rejeitar (e assim, a"odiar") tudo o que não é ela mesma, isto é, aquilo que não espelha a criança maravilhosa( narcisismo primário) contida em seu centro.

Nilton Bonder explica que odiamos e rejeitamos as pessoas que conhecemos que não se encaixem na qualidade de 'nossos filhos ou discípulos ou nossos irmãos ou amigos" porque

somos condicionados naturalmente para amar tudo o que percebemos como parte de nós ou

total. Enquanto a análise de confirmação com a estimativa de máxima verosimilhança revelou uma adaptação adequada dos dados ao modelo teórico de acordo com vários indicadores, depois de permitir que vários erros, mostrou-se que eles se correlacionam uma com a outra (χ 2(19, N = 102) = 53,97 , p <0,001; χ 2 Μ = 2,84; CFI = 0,90; RMSEA = 0,13 (90% CI = 0,093-0,18); SRMR = 0,080). Este estudo também forneceu evidência de validade discriminante. Os escores de DES correlacionaram-se negativamente com medidas de satisfação, vitalidade e felicidade de vida.

Um melhor conhecimento da inveja permitiria compreender os comportamentos desencadeados por esta emoção em diferentes contextos ou contextos (por exemplo, trabalho, educação, economia). No entanto, é necessário ter instrumentos de medição com propriedades psicométricas adequadas adaptadas a contextos culturais particulares. O DES mostrou boas propriedades de validade, estabilidade e consistência interna em estudos psicométricos realizados com amostras dos EUA e do Brasil. Assim, neste estudo objetivamos avaliar as propriedades psicométricas da escala no contexto local, em particular, para obter evidências de validade interna, validade convergente / discriminante e confiabilidade.

2. MÉTODO

2.1. Participantes

O estudo incluiu duas amostras: estudantes universitários e adultos da população em geral. Em ambos os casos, a amostra foi auto-selecionada porque os convidados decidiram participar ou não do estudo (Sterba & Foster, 2008). A amostra de estudantes universitários foi constituída por 399 participantes de 18 a 58 anos (M = 22,78, DP = 4,85) de ambos os sexos (248 (62,2%) mulheres, 151 (37,8%) homens) que cursavam diferentes carreiras na Universidade Nacional de Córdoba ou Universidade Tecnológica Nacional. A amostra populacional compreendeu 316 habitantes da cidade de Córdoba de 18 a 65 anos (M = 32,7, DP = 10,65) de ambos os sexos (178 (56,3%) mulheres, 138 (43,7%) homens), caracterizada pelos seguintes Nível educacional: 3,5% completo primário, 7,9% incompleto secundário, 19% completo secundário, 9,8% incompleto terciário, 12,3% completo terciário, 31% incompleto universitário, 14,6% completo universitário, 1,9% pós-graduação. Os participantes receberam informações orais e escritas sobre os objetivos do estudo. Salientou-se que a participação era voluntária e que os dados seriam geridos sob estritas condições de anonimato e confidencialidade.

2.2. Instrumentos

Utilizou-se a Escala de Inveja de Disposição (Smith et al., 1999), que consiste em 8 itens que são pontuados em uma escala de Likert de 5 pontos (1 = discordo totalmente, 5 =

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<INVEJA>/<NOEMI> de nossa essência, similares a nós.

O amor começa a partir de gostar de si e ver nos outros diferentes mas que são parte de nós, por motivos afetivos(filhos/irmãos) ou por interesses comuns, próximos a nós(discípulos/amigos)

A questão central então, é a capacidade de aumentar ou não o grupo dos que consideramos

"filhos, irmãos, discípulos, amigos" , aumentar a capacidade de amar.(expansão da potência)Quanto mais restrita a consci ência de nós mesmos , menor será nossa capacidade de aceitar

e incluir o outro nessas nossas categorias.Se não gosto suficiente de mim, não posso amar o outro ou vê-lo como

fortemente de acordo). Este escore foi utilizado no estudo com estudantes universitários. Em vez disso, foi utilizada uma escala de Likert de 7 pontos (1 = fortemente em desacordo, 7 = fortemente de acordo) com a amostra da população em geral. Conforme observado na introdução, vários estudos mostraram uma estrutura unidimensional da escala, com propriedades apropriadas de consistência interna e estabilidade. Para esta investigação, a versão em inglês da escala foi testada em um estudo preliminar envolvendo as seguintes etapas: a) tradução direta do inglês para o espanhol por dois especialistas em língua inglesa e comparação de diferenças; B) estudo piloto com 15 adultos para avaliar a adequação cultural, clareza semântica e aspectos gramaticais dos itens e instruções; C) discussão dentro do grupo de pesquisa sobre os resultados do estudo piloto. Uma pontuação total, a soma dos itens da escala, foi calculada, com escores mais altos indicando maior presença de inveja. Além disso, aplicou-se a Escala de Titularidade Psicológica (PES, Campbell, Bonacci, Shelton, Exline, & Bushman, 2004; Mola, Saavedra, Reyna, Belaus, 2013), que avalia o merecedor psicológico como fenômeno intrapsíquico global. Estudos com amostras de participantes da Argentina forneceram evidências de uma estrutura fatorial e confiabilidade adequada. A pontuação total foi calculada como a soma dos itens da escala, onde uma pontuação mais alta indica níveis mais altos de direito psicológico. A Escala de Felicidade Subjetiva também foi aplicada (SHS, Lyubormirsky & Lepper, 1999; Ortiz, Gancedo, & Reyna, 2013), mas apenas na amostra de participantes da população em geral. Esta escala avalia a felicidade como um fenômeno psicológico global e demonstrou propriedades psicométricas adequadas de validade e confiabilidade em amostras locais. A pontuação total foi calculada como a soma dos itens da escala, onde uma pontuação mais alta indica maior felicidade subjetiva.Além disso, a informação sobre os dados sociodemográficos foi recolhida através de um questionário desenvolvido ad-hoc.

2.3. Procedimento.

Para a coleta de dados na amostra de estudantes universitários, a autorização do professor foi obrigatória. Em seguida, os alunos foram convidados a participar do estudo e completaram os questionários individualmente. A coleta de dados na amostra da população geral foi realizada através de convites pessoais em espaços públicos.Após a explicação dos objetivos do estudo e das condições de participação, foram solicitadas informações sobre os dados sociodemográficos. Depois disso, os auxiliares de pesquisa treinados explicaram como preencher os questionários remanescentes e forneceram exemplos, garantindo que o participante tivesse entendido completamente a tarefa. Finalmente, os participantes preencheram os questionários individualmente, que foram posteriormente retirados. A participação foi voluntária, os dados foram tratados sob condições de confidencialidade e anonimato, foi explicado que os resultados serão

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<INVEJA>/<NOEMI> irmão/filho/discípulo/amigo94.

A dificuldade ent ão é ver o outro como "irmão/filho,discípulo/amigo" - ver que aquele que mora do outro lado da sua rua, da sua cidade, do seu estado, é

seu irmão/amigo filho/discípulo. Tudo que acontecer com ele tamb ém acontecerá com você.   Às   vezes em dobro" 95

Na inveja somos  prisioneiros do outro. Tudo que queremos é a destruição total daquilo que nos frustra.

Presos na própria incapacidade de nos libertarmos do domínio dos afetos tristes, do ódio, diminuídos todos como sociedade na conservação de nós mesmos

utilizados apenas para fins de pesquisa.

2.4. Análise de dados.

Os dados foram analisados separadamente para cada amostra, devido ao formato de pontuação singular usado em cada caso. Inicialmente, foram realizadas análises descritivas de variáveis e casos. Os casos com valores de Z> ± 3,29 foram considerados valores abertos univariados, enquanto que o aticipcidad multivariado foi avaliado em p <0,001 (Tabachnik & Fidell, 2007). Valores de skewness e kurtosis na faixa de ± 1 foram considerados excelentes, e na gama ± 1,5 foram aceitáveis (George & Mallery, 2001). Em seguida, na amostra de estudantes universitários, procedemos a examinar a dimensionalidade da escala por meio de análise exploratória e confirmatória, enquanto que na amostra da população geral, apenas uma análise confirmatória foi realizada. O método de extração dos eixos principais foi utilizado na análise fatorial exploratória. Embora a estimação de máxima verossimilhança tenha sido utilizada na análise confirmatória. Diferentes indicadores foram considerados para a avaliação do ajuste: χ2, χ2Λ ^ (Kline, 1998), com valores inferiores a 3 indicativos de boa aptidão; (SRMR, Hu & Bentler, 1999), valores próximos de 0,08 são considerados aceitáveis e valores de 0,05 indicam um ajuste muito bom; O índice de Tucker-Lewis (TLI, Tucker & Lewis, 1973) eo índice de ajuste comparativo (CFI, Bentler, 1990), valores abaixo de .90 indicam necessidade de re-especificar o modelo e maior que .95 indicam um bom ajuste; Erro quadrático médio de aproximação (RMSEA, Steiger, 1990), valores inferiores a 0,05 indicam um bom ajuste, e entre 0,05 e 0,08 ajuste é aceitável. Também foram interpretados coeficientes de regressão padronizados. Subsequentemente, para cada amostra a consistência interna foi estimada utilizando o coeficiente alfa de Cronbach. Finalmente, avaliou-se a relação entre a pontuação total da inveja e os escores totais de felicidade subjetiva (somente na amostra de estudantes universitários) e o direito psicológico (em ambas as amostras). Os dados foram analisados com SPSS 20 e AMOS 20.

3. RESULTADOS

3.1. Amostra de estudantes universitários

A análise preliminar mostrou que nenhuma variável tinha mais de 5% dos dados faltantes. No total, 7 casos tinham dados faltantes em um ou mais itens. Dado o tamanho da amostra, optamos por não considerar tais casos para a análise a seguir. Um total de 19 casos mostraram atipia univariada e 16 destes casos apresentaram atipia múltipla, os quais foram descartados. Assim, a amostra foi composta por 376 participantes.Quanto à aspereza e curtose, conforme demonstrado na Tabela 1, valores mais altos que o limite aceitável foram observados para a maioria dos itens, fato que foi

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<INVEJA>/<NOEMI> Sem conseguir ver o outro como semelhante ,e sim como inimigo, nosso ódio é apenas resultado da PRÓPRIA dificuldade de crescer e incluir mais e

mais entes sob as categorias de semelhantes... 96 Simples questão de falta de amor, próprio e pelo outro - que vejo intuitivamente, para

identifica-me! O que ver e fizer com ele, verei e farei a mim mesmo. As vezes em dobro!

O brasileiro, que se reconhece pela expectativa que identifica no outro, n ão inclui o semelhante ( que é seu espelho ) na categoria dos irm ãos e amigos.

"Solidariedade entre eles, só onde há vinculo de sentimento mais do que relações de interesse - o recinto doméstico ou entre amigos. Círculos restritos." SBH

o personalismo domina, " cada indivíduo afirma-se perante os semelhantes indiferente à lei

levado em consideração na análise a seguir.

Antes de analisar a estrutura fatorial, dividimos a amostra em duas metades ao acaso. A amostra 1 (n = 188) foi utilizada para a análise fatorial exploratória (EFA) ea amostra 2 (n = 188) para a análise factorial confirmatória (CFA).

O índice de KMO foi de .854, o teste de esfericidade de Bartlett foi significativo (χ2 aprox. (28, n = 188) = 825.183, p <.000), o que garantiu a viabilidade da análise fatorial. A régua de Kaiser-Guttman sugeriu a extração de dois fatores, quando o lance de scree sugerisse a presença de um fator. Com base nela, a análise foi repetida extraindo um fator. O fator resultante explica 49,66% da variância após extração. Todos os itens apresentaram cargas fatoriais superiores a 0,40 (ver Tabela 1) e valores de comunalidade maiores que 0,30.Resultados semelhantes foram observados quando se utilizam outros métodos de extração que contemplam a não-normalidade dos itens, como o método dos mínimos quadrados ponderados.

Posteriormente, os itens foram submetidos a CFA. A análise inicial indicou que χ2 foi significativo (χ2 (20, n = 188) = 208.468, p <.000). Com base nos índices de modificação e valores esperados de mudança de parâmetros fornecidos pelo software utilizado, foram permitidas correlações entre os erros dos indicadores, considerando que foram medidos com o mesmo instrumento. Embora a discrepância estatística permaneça significativa (χ2 (12, n = 188) = 25.692, p = .012), outros índices indicaram um bom ajuste dos dados para o modelo: χ2 / gl = 2.141; TLI = 954; CFI = 0,98; RMSEA = 0,078 (IC 90% 0,04-12); SRMR = 0,042. Finalmente, foram avaliados os coeficientes de regressão padronizados, que estavam na gama de 0,431-0,862 (ver Tabela 1).

TABELA 1

Em seguida, a consistência interna foi estimada utilizando a amostra de 376 participantes através do alfa de Cronbach, produzindo um valor apropriado (0,834, Ver Tabela 1 ).

Finalmente, avaliou-se a relação entre inveja e direito psicológico. Apenas 374 participantes completaram as duas escalas avaliadas por essas construções. A análise de correlação mostrou uma relação positiva mas fraca entre as variáveis (r = .183, p <.000).

3.2. Amostra da população geral

A análise preliminar mostrou que nenhuma variável tinha mais de 5% dos dados faltantes. No total, 9 casos apresentaram dados faltantes sobre um ou mais itens que

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<INVEJA>/<NOEMI> geral, onde esta lei contrarie suas afinidades emotivas. Raramente nos aplicamos de corpo e alma a um objeto exterior a nós mesmos".97

Se não há proximidade ou intimidade, não é amigo, o outro é visto com desconfiança e rancor, inimigo, resultado decorrente de formação cultural construída sobre mortes, e "inúmeros antagonismos, o maior de todos entre senhor de engenho e escravo" , restrições e limitações da dominação religiosa que impedem de incluir mais semelhantes como irmãos. Mesmo que seja esse irmão o que me identifica - não vemos que o que fazemos ao outro é mesmo que fazemos a nós como conjunto.

O ódio ao semelhante que não reconhecemos como irmão e amigo expressa-se muitas vezes na cultura invejosa de "levar vantagem em tudo", que se constitui já no Brasil Colônia:

foram descartados. Um total de 19 casos mostraram atipia univariada, e 12 destes casos apresentaram atipia múltipla, optamos por não incluir esses casos na análise a seguir. Assim, a amostra foi composta por 295 participantes. Em relação aos valores de assimetria e curtose, como mostrado na Tabela 2 , acima dos valores limite foram observadas aceitáveis para a maior parte dos itens, um facto que foi tida em conta na análise seguinte.

MESA 2

Para analisar as estruturas subjacentes foi realizado CFA. A análise inicial indicou que a discrepância estatística foi significativa (χ2 (20, n = 295) = 188.911, p <.000). Foram admitidas as mesmas correlações entre variáveis do que as admitidas na amostra de estudantes universitários. A discrepância estatística permaneceu significativa (χ2 (12, n = 295) = 23.057, p = .027), mas outros índices indicaram um bom ajuste dos dados ao modelo: χ2 / gl = 1.921; TLI = 0,974; CFI = 0,989; RMSEA = 0,056 (IC 90% 0,018-0,09); SRMR = 0,029.

Finalmente, foram avaliados os coeficientes de regressão padronizados, que estavam na gama de 0,332-0,835 (ver Tabela 2 ).

Dos participantes incluídos na análise anterior, 286 completaram o PES eo SHS, de modo que as análises das relações entre variáveis foram baseadas nessa amostra. A avaliação da relação entre a inveja eo direito psicológica mostrou-se então, a consistência interna através do coeficiente alfa de Cronbach foi estimado, e foi obtido um coeficiente de 0,792, que é bem considerado (ver Tabela 2 ).

Positiva e estatisticamente significativa (r = .292, p <.000). Em vez disso, a relação entre a inveja ea felicidade subjetiva foi estatisticamente significativa na direção negativa (r = -427, p <.000).

4. DISCUSSÃO

A presente pesquisa objetivou examinar as propriedades psicométricas do DES (Smith et al., 1999) no contexto local. As amostras eram constituídas por estudantes universitários e adultos da população geral da cidade de Córdoba. A estrutura fatorial foi estudada de forma exploratória e confirmatória, foi avaliada a consistência interna e obtida evidência de validade convergente / discriminante. Em geral, foi obtida evidência de propriedades psicométricas adequadas do DES.

A análise fatorial realizada com a amostra de estudantes universitários sugeriu a extração de um único fator que explica 49,66% da variância. Verificou-se que todos os

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<INVEJA>/<NOEMI> "(...)Buscar riqueza, mas "riqueza que custa ousadia, não riqueza que custa trabalho"" extrair do solo excessivos benefícios sem grandes sacrifícios"SBH98

A conseqüência trágica é o povo que combate a si mesmo, seu pior inimigo, teme profundamente a si próprio e mantem o "complexo de vira-lata" que a cultura da esperteza expressa, afinal.

Milhões de descendentes de índios, milhões de descendentes de negros, milhões de descendentes de judeus portugueses. Tudo que acontecer com cada um acontecer á com o outro . AS VEZES EM DOBRO.

itens apresentaram cargas fatoriais superiores a 0,40 e valores de comunalidade maiores que

Mola, Saavedra e Reyna (2014) int.j.psychol.res. 7 (1) .30. Esses itens estavam sujeitos a CFA. Nessa análise, vários índices indicaram um ajuste inadequado dos dados ao modelo teórico. Assim, foi necessário permitir correlações entre o erro dos indicadores à medida que outros autores prosseguiram (Milfont & Gouveia, 2009; Smith et al., 1999). Embora o índice de discrepância tenha permanecido significativo, outros índices (TLI, CFI, RMSEA, SRMR) indicaram um ajuste adequado. Além disso, os coeficientes de regressão padronizados variaram de 0,33 a 0,84. A unidimensionalidade da escala foi confirmada no estudo com amostra de população geral, onde o CFA apresentou índices de ajuste semelhantes ao do caso da amostra de estudantes universitários.

Quanto à consistência interna, os estudos com ambas as amostras mostraram evidências de propriedades adequadas, com coeficientes alfa de Cronbach em torno de 0,80. Estes resultados são consistentes com os observados nos estudos de escala original realizados com amostras americanas (Smith et al., 1999) e no estudo conduzido por Milfont e Gouveia (2009) com uma amostra brasileira.

Quanto à avaliação da relação entre inveja e direito psicológico, mostrou-se positiva e estatisticamente significante na amostra de estudantes universitários e na população em geral. Esses resultados concordam com os evidenciados por Krizan e Johar (2012), que observaram uma relação positiva e significativa, mas fraca, entre o direito psicológico ea inveja em uma amostra americana. Enquanto isso, a relação entre felicidade subjetiva e inveja mostrou-se significativa na direção negativa na amostra da população em geral. Estes resultados concordam com os relatados por Smith et al. (1999) e Milfont e Gouveia (2009).

Embora pudéssemos responder ao objetivo proposto, é necessário admitir certas limitações. Em primeiro lugar, ressalta-se que as amostras não foram selecionadas de forma probabilística, o que limita a possibilidade de generalização dos resultados às populações de referência. O uso de uma amostra auto-selecionada foi devido à disponibilidade de recursos humanos para a coleta de dados. Em segundo lugar, é importante considerar a possível influência da desejabilidade social nas respostas dos participantes, algo que não foi controlado neste estudo. No entanto, Smith et al. (1999) enfatizam que, embora haja uma ligação entre desejabilidade social e inveja, tem sido evidenciado que o DES é uma medida apropriada de inveja disposicional. Além disso, observa-se que o DES foi auto-administrado e aplicado em condições de grupo (amostra de universitários) ou individualmente sem a presença do pesquisador (amostra da população em geral), pelo que se espera que tenha diminuído a influência De desejabilidade social nas respostas dos participantes.

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Pesquisas futuras devem avançar no estudo de outras propriedades psicométricas e fornecer evidências, por exemplo, de pontuações de validade convergente / discriminante obtidas com o DES e construções como narcisismo, satisfação com a vida, cooperação, gratidão, injustiça percebida. Além disso, seria positivo obter evidências das propriedades psicométricas da escala em contextos específicos como o trabalho, considerando que vários autores enfatizaram o papel da inveja no comportamento contra-produtivo entre colegas de trabalho (Kemp & Bolle, 2013; Khan, Quratulain , & Bell, 2013). Por sua vez, considerando as características psicossociais da inveja, estudos sobre a relação entre ela ea cooperação poderiam esclarecer sua participação nas escolhas dos participantes em situações de dilemas sociais (Parks, Rumble & Posey, 2002).

Por fim, considerando as contribuições de pesquisas recentes que sugerem a existência de dois tipos de inveja, benignas e mal-intencionadas (Van de Ven, Zeelenberg e Pieters, 2012), e como alguns autores postulam diferenças da própria inveja (Smith e Kim, 2007) , Seria relevante investigar a relação entre os escores obtidos do DES e esses tipos particulares de inveja.

Resumindo, ressaltamos que os estudos psicométricos realizados nesta pesquisa têm evidenciado propriedades adequadas da Escala de Envidia de Disposição, o que implica que a escala pode ser utilizada como um instrumento válido e confiável com a população de Córdoba.

NOTAS

1 Este estudo faz parte do projeto de pesquisa "de tomada de decisão económica e processos emocionais: Uma análise instrumental, e experimentos em situações interpessoais e de consumo" apoiados pela Secretaría de Ciencia y Tecnología, Universidad Nacional de Córdoba (secretário de Ciência e Tecnologia, Universidade Nacional de Córdoba).94 Niltonbonder cabala da inveja95 Nilton bonder96 Sobre irmandade, nada é mais definitivo que os genes: a hemoglobina S é uma hemoglobina variante, resultado de uma mutação genética de natureza recessiva. Os indivíduos que herdam essa mutação de ambos os progenitores são chamados de portadores de anemia falciforme,2 uma hemoglobinopatia que, desde a sua descoberta, foi identificada pela biomedicina como "doença do corpo negro" (Tapper, 1999; Fry, 2000; Wailoo, 2001). A doença falciforme tem prevalência relativamente alta entre a população brasileira, constituindo-se em um problema de saúde pública. Segundo dados do próprio Ministério da Saúde, "no Estado da Bahia a incidência da Doença Falciforme é de 1:650,

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O OUTRO É o País Inteiro

O OUTRO É O PAÍS INTEIRO - As Gerações

Quem é o outro?É o país inteiro. Por sua história e características existe um sentimento complexo próprio da

identidade brasileira. "Complexo de vira-lata", foi notícia internacional na época da Olimpíada de 2016.

È nesse contexto que se deve situar a inveja - ressentimento, esmagamento de forças da vida e transformação em forças da morte, da humilhação.

É dentro de um banho de ressentimento, insegurança e inferioridade que a inveja se desenvolve melhor.

A inveja implica em uma relação de forças,99 agir sobre o invejado através da atmosfera,

enquanto a do Traço Falciforme é de 1:17, entre os nascidos vivos. No Rio de Janeiro 1:1200 para a doença e 1:21 de traço. Em Minas Gerais é na proporção de 1:1400 com a doença e de 1:23 com Traço Falciforme" (Brasil, 2008).Inicialmente pensada enquanto mutação única, originada "na África", em finais da década de 1970 foi descoberta a existência de várias origens para a mutação da hemoglobina S (Cabral, 2010). Estudos genéticos posteriores apontaram a existência de cinco variantes, nomeadas de acordo com a região de origem da mutação: Senegal, Benim, Bantu (ou CAR), Camarões e Árabe/Indiano. O interesse na diversidade de haplótipos tem nesses estudos uma motivação clínica principal, em que a hipótese central articula a presença de manifestações clínicas (mais ou menos severas) ao haplótipo presente no paciente3 (Nagel, 1984). Apesar de existirem estudos que não confirmam tal hipótese (Fullwiley, 2011), a pesquisa sobre diversidade de haplótipos para hemoglobina S tem se mantido como campo de estudos relevante para a genética. A identificação da hemoglobina S foi relatada pela primeira vez no Brasil na década de 1930. Data dessa época, também, a associação entre a anemia falciforme e a "raça negra", assim como o questionamento, levantado originalmente na literatura norte-americana, na década de 1940, em torno da relação entre o processo de "miscigenação" e a presença da doença (Tapper, 1997). No Brasil, influenciados pelo clima intelectual de valorização da mes- tiçagem na época, era possível encontrar, em meio a pesquisas que propunham medidas de "contenção eugênica" da doença (tais como a obrigatoriedade do exame pré-nupcial), trabalhos que preconizavam a diminuição da prevalência da doença em decorrência do processo de miscigenação. Pesquisas realizadas nas décadas de 1930 e 1940 usavam a presença de hemoglobina S, junto com a frequência de grupos sanguíneos, para avaliar o grau de miscigenação e pureza de diversos contingentes populacionais, incluindo grupos indígenas (Cavalcanti, 2007; Cavalcanti, Maio, 2011).97 SBH/Raízes98 SBH raízes99 uma luta pelo poder de que sairá um dominante e um dominado. Por isso a inveja entra na categoria das relações de influencias

Page 49: Web viewInveja que é o desejo de que o objeto de inveja seja destruído, que é inata e constitutiva, ... no receio, temor, na atenção de todos em evitá-la,

<INVEJA>/<NOEMI> necessária á transmissão da inveja, para efetivar a paralisação do diferente.

Esse diferente aparece como ameaça a igualdade que a inveja protege - igualdade niveladora por baixo. Toda manifestação de originalidade é considerada superior e rejeitada.

O rumor, a calúnia,as estratégias múltiplas de exclusão no funcionamento geral acabam por vencer e eliminar o elemento novo. .

O exemplo: A AUSÊNCIA DE DE VERDADEIRA ADMIRAÇÃO a uma obra, um autor, um acontecimento.

Indiferença diante de sucessos e conquistas, que enriquecem ou enriquecerão o país e a cultura, e a cada um individualmente.(admirar é100 participar das virtudes do admirado)

Se alguém exprime admiração ou entusiasmo, é logo suspeito - saiu da norma comum. No Brasil há esse profundo silencio na admiração .(ou o paradoxo de admirar sem limites, adjetivando excessivamente, "prodigiosos,

maravilhosos, etc", colocando a obra em píncaros tão altos que se torna pura figura retórica - o que realmente é);

Artistas e cientistas freqüentemente tem no exterior reconhecimento que não obtém no seu país de origem, independente da qualidade ou inovação do que produzem.

Não há notícia, prêmio, memória do que se realiza. Admiração é capacidade de semelhança, de igualdade, a participação nas virtudes do admirado. A admiração é aproximação e força, é a memória que fica. Sem memória é o povo que não ama, não admira os seus, não é semelhante ao admirado.

a inveja como força paralisante é o poder de absorção do grupo , eliminando aquele que é diferente.

Ataca o que é semelhante e ao mesmo tempo diferente, que o ultrapassou, no seu próprio campo

no nível macro, na sociedade: pode ser verificada atuando da mesma forma, perseguindo a criatividade, na burocracia estruturante que impede o movimento, criatividade, crescimento, excel ência social e cultural.

Cultura e excel ência não são consideradas nem obrigação do Estado nem direito,da população., a criatividade só é aprovada nas festas , celebrações, carnaval. Ainda assim, não é objeto de valorização, admiração e respeito como poderia e seria em um pais, com tradição cultural.

,Os efeitos da inveja só atingem as instituições através das pessoas, portanto só raramente

de vê a relação de causa (inveja) e efeito nos atos institucionais e sociais.a política é um campo minado de inveja, assim como a administração das grandes empresas

nacionais, e o corpo funcional tanto nacional como do(s) estado(s) e municípios. Toda a estrutura burocrática do Estado e seus poderes é campo para inveja.

Através das mídias, quando a sociedade enfraquece, tudo se torna opinável, cada um pode arvorar-se em juiz ao mesmo tempo pretender ser certo e admirado. Todos são donos de opinião importante.

Em todas as mídias o político, o intelectual, o estudioso não escutam mais para compreender, só para diferenciar-se, se afirmar contra, seu próprio valor contra o do outro. E o País InteiroAlguns "donos da verdade" chegam ao fundamentalismo.

O alastramento da inveja é um sintoma de desagregação social, uma manifestação da perda de raízes.

A sociedade fica composta de ilhas, ou feudos, isolados cada um com seu mestre, direção ou

100 a admiração é exatamente a capacidade de semelhança, de igualdade, a participação nas virtudes do admirado. A admiração é aproximação e força, intensidade. Por osmose acontece a interação, de alma com alma. O oposto da inveja, admiração é parceira e conseqüência da generosidade

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<INVEJA>/<NOEMI> ideologia(ex. direita, esquerda, evangélicos, etc) as novas gera ções não aprendem com as mais velhas.

Com a inveja entre gera ções da população, o aprendizado não evolui, a sociedade também não.

Toda gera ção começa do zero, seu aprendizado não segue da anterior. (n ão temos memória, vivemos num eterno presente) H á inveja do que o semelhante realizou antes, do que a geração anterior conquistou e

a atual terá que realizar, por sua vez, e sente-se inferior, sem as condições e os meios. Assim a inveja perpetua o processo, cada gera ção se ocupa apenas de si mesma. Parric ídio e Infanticídio, não projetamos o futuro, não deixamos nada para o futuro,

apenas o legado de ódio perpetuando a diminuição da potência.

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COMO - MARCAR E DESTRUIR

INVEJA - COMO: MARCAR PARA DESTRUIR Freud, em A Psicologia das Massas, escreve que "O ESPÍRITO DE GRUPO DERIVA DO

QUE FOI ORIGINALMENTE INVEJA. Ninguém deve querer salientar-se, todos devem ser o mesmo e ter o mesmo. A justiça social significa que nos negamos muitas coisas a fim de que outros tenham que passar sem elas, também(...) , . Essa exigência de igualdade é a raiz da consciência social e do senso de dever."

Interessa notar '"todos devem ser o mesmo", que implica em um igualdade que é exigência característica da inveja.

A maneira que os membros do grupo/multidão são arrastados por um impulso comum é o principio da indução direta da emoção, que atua por via da reação simpatica primitiva, ou seja, o contágio emocional(Freud)

É esse contágio que cria o "campo" ou "atmosfera" por onde a inveja se move em sociedade, assim como todas as demais emoções, porque a percep ção de sinais de um estado emocional é automaticamente talhada para despertar a mesma emoção na pessoa que os percebe.(Freud101)

O processo da inveja no grupo/sociedade pode acontecer da seguinte forma: ao projetar-se sobre o outro a inveja produz um prisioneiro, o invejoso. Volta-se contra seu agente. Dois são atingidos, invejoso e invejado.

O grupo ganha uma atmosfera específica. Existindo na atmosfera, agora a inveja existe por si, evolui, ataca por si,independente, como um vírus. Passa a ter existência social - um de seus possíveis efeitos é a paralisação de toda dinamica do novo. Tudo e todo o que surge como diferente é uma ameaça á igualdade que a inveja protege.

Igualdade niveladora por baixo, porque impede a expressão da singularidade - toda manifestação de originalidade é considerada superior, e rejeitada.102 A criatividade é parte da relação mae/seio-bebe, capacidade de dar vida, dom máximo e causa da mais profunda inveja.

O grupo também está prisioneiro, também não irá produzir acontecimentos criativos.A intriga, a cal únia, as estratégias de agressão e exclusão acabam por vencer o elemento

novo que surgia. "Um grupo impressiona o individuo, todos e cada um, como sendo um poder ilimitado

e um perigo insuperável e simultaneamente ele substitui e significa toda a sociedade humana que é a autoridade cujos castigos os indivíduos tem103m ..." , ou seja a pressão do grupo é um terror contra o qual é claramente perigoso colocar-se em oposição, e logicamente será mais seguro a todos seguirem o exemplo dos que os cercam. É terrível saber e sentir que "A inveja pretende expõr o efeito da sua ação: mostrar a todos a desgraça, o infortúnio que atingiu a vítima, obrigar a que esta apareça marcada pela má sorte, e exclu ída do curso do tempo social normal"

101 erke Pag;53102 Gil 98103 gile

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<INVEJA>/<NOEMI> A inveja objetiva marcar, capturar, para impedir e destruir. Saber disso produz o medo de

se expor, o medo da inveja do outro.A inveja é uma força ferozmente niveladora e conservadora que grupos profissionais,

academias, corporações sempre impuseram, hostis, ao surgimento vitorioso de alguém para freá-lo, reabsorve-lo na rotina (vizinhos, pessoas da mesma classe, família, corporação, igreja, partido, instituição,Estado)

Na pirâmide social cada nível procura segurar seus componentes para evitar que subam um nível acima. A inveja quer conservar a estrutura como está, imóvel.

É resistência fundamental, biológica, primordial que os indivíduos em todas as sociedades op õem a quem quer que procure elevar- se. 104 .

o individuo é refém daquele grupo/sociedade que o vê como inimigo invejado, e quer impedi-lo de produzir , sobressair.

O exemplo:Rafaela Silva, jovem judoca carioca, moradora de comunidade carente, atleta olímpica,

campeá mundial sub-20 e medalha de prata nos Jogos Pan Americanos, nos Jogos Olímpicos de Verão de 2012 em Londres, foi desclassificada pelos juízes na segunda rodada por um golpe considerado à época ilegal, levar a mão à perna da adversária, o que então não era permitido. Depois da desclassificação, a atleta ficou naturalmente abalada,

As mensagens enviadas a ela nas mídias sociais agredindo-a após a perda da competição, são agressivas, cheias de ódio, racistas, sádicas, perversas e destrutivas. A intenção: desqualificar para destruir, o diferente, que se elevou. A atleta foi magoada realmente pelas mensagens, extremamente agressivas, conforme disse em entrevista.

na olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, cidade onde mora, a atleta, competindo da mesma forma, ganhou medalha olímpica. A primeira medalha de ouro do Brasil na Olimpíada de 2016, foi a de Rafaela no Judô

Aqui a Inveja "é uma expressão sádica dos impulsos perversos,(ódio) relacionada à pulsão de morte, à agressividade, (ódio)e está relacionada ao ataque decorrente de uma comparação não suportada(tristeza) entre eu e o outro.(causa exterior) Esse sentimento possui base constitutiva no

104 O puritanismo não é um tipo de obediência á lei de Deus, é o impulso de punir o homem com

capacidade de felicidade, faze-lo descer ao nível miserável dos covardes e criticamente infelizes.

A democracia não é uma irmandade altruísta, é um crime para qualquer homem sair-se melhor do

que os outros, e acima de tudo um crime abominável provar isso.

O igualitarismo é uma quimera. Uma sociedade de igualdade social, e econômica e política é pior do

que uma quimera, pois ações igualitárias servem secretamente para desperta e expressar os

próprios ressentimentos. A distribuição igual de alimento abrigo e roupa tem que ser mantida pela

força, como na Rússia ou China

Seja pela humilhação pública,sanção legal ou brutalidade física,o nivelamento ativo corrompe e

estraga o que é bom em nome da igualdade. Reduz riqueza, poder, conhecimento, qualidade e até

sensações a um m´mimo denominador comum.Berke 311

Políticas igualitárias não promovem fraternidade social. Ao contrário, convidam a comparações

invejosos e escalares social, individualmente deprimem o talento e a realização e a eqüidade, e

como Stalin provou, coletivismo é geralmente um truque pra divisão despótica. O nacionalismo

comunista ou fascista pode passar de orgulho á destruição, de fonte da vida para agente da morte.

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<INVEJA>/<NOEMI> ser humano, ou seja, presente já na fase inicial da vida (Klein, 1957/1991)."105

. Um modo de evitar o reconhecimento e a hostilidade por ter ou fazer algo diferente/importante é o conformismo. Ceder ao medo de ser bem sucedido, por uma necessidade de ajustamento, aceitação e popularidade.

O medo do sucesso é o medo da inveja que o sucesso pode atrair. Temos pelo conhecimento desse medo. E vivemos de acordo, por ver a inimizade no outro, projetada.

105 scielo

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<INVEJA>/<NOEMI>

PARA QUE

INVEJA - PARA QUE?

O objetivo final dos invejosos, ao procurar apagar as diferenças, a bondade do objeto, o seu próprio desconforto interno, será sempre evitar olhar para si mesmo e suas responsabilidades:

"... Os invejosos tem medo do raciocínio, querem adotar um modo de vida em que o raciocínio e a busca exerçam tao somente um papel subordinado, em que jamais se procure exceto aquilo que já se encontrou, em que a gente só se torne aquilo que já era."106

E para isso, só há a paixão, o ódio, a má féParafraseando Sartre:"Uma sociedade invejosa é aquela em que o homem tem medo de si próprio, de sua

consciência, liberdade, instintos, da sua solidão, da responsabilidade de mudança da sociedade e do mundo.

É um covarde que não quer confessar sua covardia, um assassino que recalca e censura sua tendência ao homicídio e só ousa matar dentro da própria mente ou no anonimato de uma multidão.

Um descontente que não se atreve a revoltar-se por receio das conseqüências de sua revolta.

Uma sociedade invejosa é feita de homens médios, medíocres no fundo...que se comprazem com sua mediocridade. Temem toda espécie de solidão, com medo de emergir do rebanho e encontrarem -se em face de si mesmos

Fogem da responsabilidade como fogem de sua própria consciência e escolhendo para sua pessoa a permanência mineral, escolhem para a sua moral uma escala de valores petrificados.

Escolhem o irremediável por medo da liberdade, a mediocridade por medo da solidão e por orgulho fazem dessa mediocridade irremediável uma aristocracia estratificada".

Burocracia. O melhor meio de adiar e paralisar a ação. Onde há só aparência de ação, com a sensação de movimento da circulação dos gestos burocráticos. Uma tragédia que custa vidas. Onde coexistem descont entes, homens médios, sem coragem, etc.

106 Sartre, Reflexões sobre o racismo

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O MEDO - não ok

No exterior descobriram que quem tem um olho é rei. No Brasil, quando se perece que o indivíduo tem um olho, a oposição se reúne e tenta furar.

Inveja nas organizações Pag 55

O MEDO COTIDIANO

Na história,o medo se estabeleceu por algumas situações de fato: - A CULTURA DO SEGREDO:.A Inquisição induziu a população portuguesa e brasileira a

uma cultura do segredo e o povo à dissimulação. O regime totalitário, a repressão e o medo obrigaram toda a população a esconder seus pensamentos, sua crítica e seus sentimentos .-107 O terror religioso perseguiu, torturou e queimou centenas de pessoas, influenciando a história e a cultura dos países permanentemente.

- A CRUELDADE: Herança da Inquisição, queimar pessoas, torturar até a morte, símbolo de uma era de trevas, essa prática de crueldade permanece viva no medo que fica, na facilidade com que o povo aceita a autoridade do coronel, do senhor de engenho, da autocracia.

Gilberto Freire considera simplesmente sadismo de conquistador sobre conquistado, um sadismo de senhor sobre e um masoquismo de escravo, que se estendia a toda a vida brasileira: a vida íntima, sexual, doméstica, vida social e política.

Para ele o povo brasileiro prefere um governo autocrata, e o mandonismo tem sempre encontrado vítimas em quem exercer-se com requintes as vezes sádicos.

Ainda temos coronéis nos dias de hoje, vivos, em exercício de altos cargos públicos. "Sadismo de mando disfarçado de princípio de autoridade.108"

- O COTIDIANO109

O Brasil tem uma cultura peculiar de "não ação", o "desleixo110""não vale a pena" que permite que a lei não se cumpra, que os programas não se realizem, que não se pense a longo prazo, que a administração não se transforme, que os governos não governem. É característica desde sua formação, como o medo.

A "não ação" conduz a um tempo onde só o presente existe, o futuro não existe, nem para o país nem para o individuo.(a suspensão do tempo é uma característica da inveja)

A vida individual e social tem mais outros limites além dos que são necessários para convivência, limites não percebidos, mas que atuam e impedem os indivíduos de criar alternativas de existência, que formam uma sociedade controlada. Na psique, inconsciente. Através dos

107 Anita novinski, os judeus que construíram o Brasil, página 45

108 Casa grande Pag 86109 GIL 74110 SBH raizes

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<INVEJA>/<NOEMI> diversos discursos (político - esquerda e direita - artístico e literário, etc) que repetem e reafirmam que não há outra maneira de viver, educar, instruir, divertir-se, viajar, amar.

O horizonte possível é pequeno, mas isso não é percebido, porque o sentido único se manifesta da mesma forma em todas as esferas da vida - política, cultural, economica . Sentido de conformismo, enquadramento á norma vigente.

O empobrecimento de horizonte explica a apatia e é explicado por ela. Uma sociedade mediana é uma sociedade nivelada, com sua potência diminuída.

Onde o medo est á incorporado, entranhado, sem objeto, de ser apanhado pela agressividade do grupo caso se saia do previsto na norma (a norma é a igualdade por baixo, o nível é baixo, qualquer "criatividade" pode ser denuncia) . O preço do "conformismo" é a não vida. Não vida é não agir, menor potência de agir. Estagnação, nivelamento, marasmo, como o funcionário do exemplo e todos os demais.

Esse Medo que é interiorizado, herdado e transmitido adiante, parte do caráter, ainda que inconsciente, já que as pessoas não se percebem com medo - apesar de hoje em dia falarmos normalmente dos "medos", embora raramente do medo com que vivemos (freqüentemente terror)

É antes de tudo um medo de Agir, Existir, Afrontar as forças do mundo, desencadeando as próprias forças vitais. Potência de agir é viver

Medo de Agir, tomar Decisões Diferentes da norma vigente, medo de Amar, Criar, Viver. Medo de Arriscar...de Correr Risco. Enfrentar, ter Sucesso. Esse, o maior medo. Brilhar, destacar-se.

O medo estende-se por toda superfície social. Medo do rival, do colega, dos outros candidatos ao mesmo posto/carreira/emprego, o medo de todos os outros 111 , medo no tr ânsito, dos filhos, das doenças, da vida.

Está no ar, no olhar dos outros, no super ego de cada um. Contagia. O medo de não estar á altura, de ser avaliado, julgado, destruído pela inveja.

Tornamo-nos uma sociedade não violenta com medo generalizado protegendo indivíduos contra uma violência subjacente. Cheia de muros, físicos e comportamentais.

Somos uma sociedade civil fraca em institui ções e forte na emotividade social, de indivíduos com medo paralisante da forte agressividade social - procuramos fugir da inveja. Mas como a inveja aqui é um sistema, as conseqüências estão co-relacionadas.

A Não-violência na superfície criou uma sociedade amena, plácida, conformista, a violência transformada em medo, que paralisa a agressividade social, mas não elimina a viol ência subterrânea. ( ela explode constantemente em a ções, aterrorizante o tempo todo)

Cumpre observar aqui algumas interessante distorções: A) o medo deveria levar ao cumprimento da lei, mas o brasileiro tem o "jeitinho" de escapar,

dentro do âmbito da lei, que beira a corrupção - quando não ao cerne. Trata-se no fundo de não cumprir a lei - como forma de liberdade, pela possibilidade de diferentes interpretações do texto legal, de agir não agindo - a não aplicação da lei é uma realidade gritante no país onde há comprovada corrupção.

não cumprir a lei (incluindo nesse aspecto o atestado para abanar a falta à prova, a fuga do fisco, o desrespeito ao limite de velocidade, etc) é uma atitude de governo e cidadãos, e essa tolerância é uma característica da não ação, permissividade e negligência.

B)O QUE SE DIZ NÃO SE FAZ., e se fizer tem desde o início a marca da não efetivação, ou efetivação parcial, ou virtual, aparente, etc. Aqui está a fragilidade do estado, não efetivar o que pode.

Aqui também está a atitude individual correspondente (e inconsciente) de medo, a não efetivação ou efetivação parcial

O incrível e inevitável comportamento brasileiro de sempre, no final do trabalho/serviço/tarefa, atividade, apresentar uma falha - possível corrigir e "desnecessária", que prejudica e enfeia a apresentação/acabamento/eficácia - como as acomodações olímpicas, qualquer serviço público ou privado que não for pessoal - a marca é sempre da não efetivação total, há

111 Gil 76

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<INVEJA>/<NOEMI> sempre uma falha, contornável, evitável, que não deveria existir, que estabelece a não excelência, o não sucesso, não realização....

Como se, ao realizar seu trabalho com competência, a pessoa/grupo modificasse a regra, tivesse sucesso, mostrasse superioridade e originalidade, afirmasse sua responsabilidade. Que é o que a sociedade invejosa teme.

C) a violência é estabelecida como "subterrânea" mas está em toda parte e o tempo todo (afinal é estrutural, da formação do país, sobre o genocídio indígena e a escravidão , as torturas da Inquisição): nas relações pessoais, comerciais, sociais, no trânsito, na fala, na política, nas favelas. Temos um índice de homicídios equivalente ao de uma medo de agir/finalizar mal o trabalho/guerra.

Exemplo: Olimpíada 2016 - foi assunto internacional que as obras das acomodações dos atletas não estavam terminadas as vésperas da abertura dos jogos. A delegação australiana teve que deixar os apartamentos designados para ela e ir a um hotel porque estavam mal acabados. Foram feitos os reparos e a delegação retornou. Tratava-se de reparos de falta de acabamento desleixado, não de infra estrutura básica. Algo que poderia ter sido facilmente evitado112

O resultado é que o poder exercido é muito menor do que o poder que os brasileiros são capazes de possuir, manipular, transformar. Em função de sua servidão.

O melhor meio de adiar e paralisar a ação: Burocracia. Onde há aparência de ação, mas o agir é adiado infinitamente, apesar da sensação de movimento da circulação dos gestos burocráticos. Sensação de progresso, crença de ação, quando só se chega ao fim do circuito. Uma tragédia que custa vidas. Periodicamente.

A burocracia permite ao mesmo tempo exprimir indiretamente a violência e impedi-la de se exercer fisicamente - é um sintoma social de recusa do conflito e da ação, do efeito do medo. Quanto mais burocracia, menos ação, mais nivelamento - o que pode dar mais sensação de não ação e fixidez do que a estrutura burocratica?

Atualmente, com a tecnologia e as redes sociais, é mais fácil ainda existir um controle global (geral, internacional, grupal.). Agora a exclusão do divergente é total, torna-se quase um paria, visto como alguém sub humano, a exclusão aqui atinge o cerne da humanidade da pessoa.

O medo de ser excluído é o próprio terror, como o medo de vir a ser objeto de conflito, que ameaça exclusão.

Por isso é mais conveniente não assumir responsabilidade, não afrontar opiniões contrárias, sobretudo recusar os conflitos:o funcionário público acredita que a norma, a regra é a estabilidade social, não o conflito.

O medo na sociedade brasileira continua a minar o inconsciente, inibir e acautelar, impedindo outras formas de pensar e existir. A igualdade, continua sendo nivelada por baixo, e assim qualquer criatividade é superioridade e perigo. A não-ação é resultado da fuga da responsabilidade, risco, inveja.

O conformismo pelo medo de ser bem sucedido e para evitar a hostil idade por fazer ou ter algo importante, se mantém e retroalimenta a cultura da inveja.

112 Heran ça histórica que evoluiu, o afeto ,medo, a servidão não é motivação isolada individual

mas engrenagem coletiva, faz parte do, interfere no sistema produtivo.

Inibe a pot ência de viver, produzir, a baixa de energia, lentidão, inércia, dificuldade de

aprendizagem, falta de competitividade. Déficit de energia vital. Vazio dos espíritos que os afetos

tristes provoca.

. Indiv íduos invulgarmente passivos e que nao tem disposição para lutar por seus próprios direitos.

Cedem sob pressão e são explorados porque não conseguem se defender (sadismo X

masoquismo)

Geralmente carregam em seu íntimo sentimentos de raiva, frustração e injustiça,.

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O CORPO DE DOR

As emoções afetam o corpo, O que é uma emoção negativa/afeto triste ? É aquela que é tóxica para o corpo e interfere no seu equilíbrio e funcionamento harmonioso. Medo, ansiedade, raiva, ressentimento, tristeza, rancor ou desgosto intenso, ciúme, inveja - tudo isso perturba o fluxo da energia pelo corpo, afeta o coração, o sistema imunológico, a digestão, a produção de hormônios, e assim por diante.

(a diminuição do esforço para conservar o ser acontece fisicamente)Até mesmo a medicina tradicional, que ainda sabe muito pouco sobre como a psique funciona, está começando a reconhecer a ligação entre os estados emocionais negativos e as doenças físicas. Uma emo ção que prejudica nosso corpo também contamina as pessoas com quem temos contato e, indiretamente, por um processo de reação em cadeia - a percepção de sinais de um estado emocional é automaticamente talhada para despertar a mesma emoção na pessoa que os percebe - a mesma emo ção atinge um incontável número de indivíduos com quem nunca nos encontramos.      Existe um termo genérico para todas as emoções negativas:  infelicidade. (ou tristeza)

Por causa da tendência humana de perpetuar emoções antigas, quase todos carregam no seu campo energético um ac úmulo de antigas dores emocionais, que chamamos de "corpo de dor". Grandes corpos como nações tem seu próprio corpo de dor.

O "corpo de dor" não consegue digerir um pensamento feliz.   Ele só tem capacidade para consumir os pensamentos negativos porque apenas esses são compatíveis com seu próprio campo de energia. (á prisão da servidão)

Não é que sejamos incapazes de deter os pensamentos negativos - o mais provável é que nos falte vontade de interromper seu curso.         Isso acontece porque, nesse ponto, o "corpo de dor" está vivendo por nosso intermédio, fingindo ser nós.         E, para ele, a dor é prazer.        Ele devora ansiosamente todos os pensamentos negativos.

O começo da nossa libertação do "corpo de dor" está primeiramente na compreensão de que o temos. É nossa consciência que rompe a identificação com o "corpo de dor".   

    Ao pedir desculpas e fazer reparações, nações saem do círculo de repetição da dor, re vitalizam-se. 

Quando não nos identificamos mais com ele, o "corpo de dor" torna-se incapaz de controlar nossa mente e, assim, não consegue se renovar, pois deixa de se alimentar deles. 113     Quando temos clareza da paixão que nos afeta ela deixa de ser paixão, e não há nenhuma paixão sobre a qual não possamos fazer um juízo claro

113 eckart Tolhe o poder do agora

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CONSCIÊNCIA e Violência aprofundar

CONSCIÊNCIA e Violência

A formação do entorpecimento, do nevoeiro da consciência começa com o discurso que é separado das implicações do sentido que encerram114

Na televisão, jornal, mídia oficial, as imagens apresentam a essência do mundo e não o movimento da historia, que fica num horizonte longínquo. São expostos os fatos, separados do seu significado, exatamente como se nao houvessem implicações, significados históricos, importância e conseqüência desses fatos.

O que se deve pensar aparece revestido duma categoria t ão geral e totalizante que nenhum dos seus enunciados/significados possíveis, vindos das imagens, poderia se desenvolver autonomamente, seguindo sua linha própria.

O relato é feito de forma tão asséptica que não permite expressão de valor, sentido,significado. A assepsia é o próprio impedimento à valoração, qualificação - é a garantia da ausência de valor.

A norma engloba o discurso e apaga a relevância deste ou daquele enunciado ou imagem concreta, por isso ao querer significar tudo não significa nada. É frase vazia, despida de conteúdo, mesmo que gorda de potenciais..

um nevoeiro nos envolve e nao deixa distinguir claramente o real do irreal,Para exemplo, note-se a notícia internacional, transmitida direto e ao vivo, em tempo real. A

proximidade é imediata, o fato é componente da imagem, mas não seu valor, importância, ou seu alcance e significado para a existência do espectador.

Imagens de um perto que está longe e um próximo afastado no tempo - o presente deles longe não coincide com o presente do expectador em casa, porque nada na vida imediata se liga na vida dos que estão na notícia.

"A lonjura que impregna a percepção "próxima" é por natureza, paralisante, cria barreira territorial , LIMITA O ESPAÇO AO LOCAL, AO REGIONAL, afasta os homens que se situam além fronteiras para uma esfera indefinida de sub humanidade inconsciente"

A aus ência de conteúdo e presença, o vazio de significado implica em clareza das informações, mas restrição e inconsciência de sentido.

Não é enfiar a cabeça na areia, como avestruz, negando a realidade inteira, mas aproximar-se pouco - distância do que está implicado no fato. Nega e não nega a visão real das coisa. A percepção aparente permanece, e ao mesmo tempo o nevoeiro/entorpecimento transforma-a profundamente. As formas vistas perdem forças, ganham naturalidade e distância que permitem ao indivíduo suportar uma solidão não solitária. Tanto na notícia recebida como na sua posição ao recebe-la.

Há um entorpecimento da consciência e não os indivíduos não se dão conta. De fato nada mudou - o que mudou foi a força da vida. Valor e significado. Essa estranha prática se aproveita da

114 ;Pag 9 -13 Zé gil

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<INVEJA>/<NOEMI> dificuldade de pensamento/apreensão já existentes no país, que separa por questionamento a palavra do seu significado. O valor depende do significado que conferimos às coisas - se temos dificuldade de dar significado, conseqüentemente teremos dificuldade de atribuir valor.

As variações no estado de entorpecimento da consciência acontecem sobre um fundo geral de nevoeiro coletivo permanente, há longo tempo.

A pasteurização do comportamento, minimização de possibilidades de vida, conformismo e aceitação do estado de coisas, ausência de alternativas, afirmação de uma única norma em todos os domínios, desde a administração pública até a vida privada, confirma mentalidades que querem consenso e fogem dos conflitos,

O entorpecimento da consci ência tem conseqüências imediatas no pensamento, que por sua vez entorpece decisões. Uma das características dessas decisões nubladas é o imediatismo mal educado arrogante e grosseiro, .Sem agilidade de pensamento, o ódio dentro da inveja perde o disfarce, a capa protetora, e sobe á superfície do gesto e da linguagem, a violência desprotegida do medo, do pensamento que analisa valores, da relação signo e significado da expressão.

a viol ência grossa, pura, sem pudor, onipresente, sem a vergonha que acompanha a inveja e se esconde - A brutalidade, a violência doméstica, a violência das ruas, a criminal idade, o trabalho infantil, o tra´fico de drogas , as mortes não esclarecidas , os crimes brutais, homicídios diários, a violência é quotidiana. Somos um povo violento, desde sempre.

É política e histórica: é produzida por homens e se manifesta onde encontra espaço institucional para isso - em razão de uma escolha política, de povo e governo (fraco), de permitir a impunidade

A trivializa ção da violência corresponde 115 ao vazio de   pensamento , onde a   banalidade do mal   se instala

O vazio do pensamento decorre da dificuldade com valor e significado . Só assim o mal se banaliza.

Também é resultado desse sadismo histórico e impune de conquistador sobre conquistado, senhor sobre escravo, que nos deu indivíduos invulgarmente passivos e sem disposição para lutar por seus próprios direitos.

Cedem sob pressão e são explorado porque não podem se defender. A impotência vem de disciplina rigorosa, repressão e punição. Estrutural e social, do grupo que nivela.

carregam em seu íntimo sentimento de raiva, frustração e injustiça: homens que se sentem menos homens enquanto não vencerem sentimento de incapacidade e significado da própria masculinidade e o indivíduo tem necessidade de impor sua vontade sobre os outros de modo vigoroso por causa do seu medo de ser controlado e dominado

Podem e revidam com crueldade, pois seu auto respeito está em jogo, e a melhor defesa é o ataque - sofre com sentimentos de insuficiência da sua vontade e capacidade de agir como homem.(servidão)

Povo cordial, violento, em conflito fratricida permanenteGuerra da Independência: 1822-1823Independência da Bahia: 1821-1823Confederação do Equador: 1824Guerra contra as Províncias Unidas:

1825-1828Revolta dos Mercenários: 1828Período RegencialFederação do Guanais: 1832Revolta dos Malês: 1835

115 Ana Arendt wikipedia

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<INVEJA>/<NOEMI> Cabanagem: 1835-1840Farroupilha: 1835-1845Sabinada: 1837-1838Balaiada: 1838-1841Segundo ReinadoRevoltas Liberais: 1842Revolução Praieira: 1848-1850Guerra contra Oribe e Rosas: 1851-

1852Ronco da Abelha: 1851-1852Questão Christie: 1863Guerra contra Aguirre: 1864Guerra do Paraguai: 1864-1870Questão Religiosa: 1872-1875Revolta dos Muckers: 1874Revolta do Quebra-Quilos: 1874-1875Questão Militar: década de 1880

O entorpecimento do pensamento retira a agilidade do pensamento, capacidade para o sutil, e uma conexão direta com o interior emocional. Ao se expor esse interior não consegue adquirir forma ou expressão elaborada, sua comunicação é um jato. Isso compõe o homem arrogante - o pior na grosseria não é a ruína da forma mas a arrogância em julgar-se forma.

A arrogância do grosseiro, de pouca capacidade de agir, que não tem profundidade de pensamento, que é vazio de si e de vida, e que permanece sob domínio do medo, é o retrato do brasileiro médio de agora.

O entorpecimento do pensar e do agir é uma forma particular de escapar à ausência de si, e de ação no mundo. Buscamos o prazer sensorial, físico, sensual para preencher a existência de modo que ela ganhe sentido e tangibilidade.

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A EDUCAÇÃO e o aprendizado (cruzes)

Na tão assinada primazia das conveniências particulares sobre os interesses de ordem coletiva revela-se o predomínio do emotivo sobre o racional.

EDUCAÇÃO

O que o invejoso não suporta encarar é o sucesso, a fruição, o prazer do outro. O invejoso não pode tolerar que algo de bom lhe seja dado por outra pessoa, o conhecimento dado de outra pessoa.

Não pode usufruí-lo, só reconhecerá de má vontade suas boas qualidades, seu valor, e será inca paz de experimentar e expressar gratidão.

O invejoso pode achar tão difícil tolerar que outra pessoas tenha alguma coisa para lhe dar que não pode reconhecer ou usar a outra pessoa construtiva mente.

Isso pode surgir na forma de uma verdadeira incapacidade de receber informação ou ajuda - na verdade, de percebê-la.

Perde ser um elemento importante em crian ças que não conseguem aprender na escola, como se elas simplesmente tivessem de rejeitar qualquer tipo de ajuda. Claro que esse é só um elemento de uma situação total, mas é o que estamos aqui considerando

Esse problema pode impedir que a pessoa leia e use livros, artigos cient íficos, uma vez que o sentimento é o de ter de conhecer o que está escrito antes de lê-lo, e portanto a mente não fica livre pára acompanhar o argumento do livro ou artigo.

Pode impedi-lo de usar ou crer em ajuda profissional ao seu alcance. Pode ver um aspecto semelhante no que é chamado de "murchar a conversa".

O invejoso dificilmente tolera escutar o que o outro tem a dizer e usar artifícios para parar a conversa, tomando conta do assunto, paralisando-a porque não consegue tolerar ouvir coisas divertidas, experiências e pensamentos interessantes que venham de outra pessoas.

Sempre mais interessada em espoliar outras pessoas do que em conseguir coisas boas para si

O invejoso não sente gratidão o que significa que sua capacidade de ter prazer e amar sofre graves interferências.

Nos construímos nosso caráter de acordo com nossas relações iniciais com nossos pais e figuras próximas de nossa infância da forma como as experimentamos , e o modo que nos sentimos a nosso respeito de acordo com o mundo que construímos.

Se a inveja nos impede de construirmos relacionamentos bons, calorosos e confiáveis, seu mundo interno, e portanto, seu caráter, será influenciado e é provável que fiquemos inseguros e essa própria insegurança ou sentimento de adequação incrementara o ódio de outros que se sintam mais confortáveis, confiantes e estáveis. E ficamos num círculo vicioso, a insegurança incrementa a inveja.

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As pessoas invejosas sentirão seu mundo hostil ou espoliador para si e se tornarão desconfiadas em sua atitude em relação às pessoas, de modo que seu mundo se torna desagradável para si próprias e elas ficam cada vez mais na defensiva e cada vez menos capaz de usufruir. As pessoas invejosas tem muito pouco prazer na vida

.

.As pessoas podem tentar livrar-se de sentimentos invejosos projetando esses sentimento nos outros, vendo ao redor de si apenas essas características - inveja e competição.

Um modo de evitar a inveja é idealizar a pessoa que a provoca - idealizar de tal forma que a distância fica tão grande que aparentemente nenhuma comparação é possível.

noutro tipo de defesa o indivíduo desvaloriza o SELF, fazendo parecer que não tem nada para dar, é tão pobre e limitado , aumentando assim a distancia entre o SELF e a outra pessoa, Esse tipo de defesa pode ser muito próximo de uma espécie de masoquismo aplacador e lisonjeiro. E torna o indivíduo ou muito hipócrita ou mais deprimido e sentindo-se sem valor.

Outro tipo de defesa está ligado a um tipo particular de veracidade, e é muito importante em pessoas que tem dificuldade de aprender e absorver informa ção :

Escutam e engolem as informações, se apossam delas, muitas vezes sem acompanhar de fato o que está realmente sendo dito,e deixando de registrar o que quer que seja novo ou qualquer sutileza, nunca ou fresco no que está sendo dito.

Na medida em que se apossa rapidamente de tudo , nunca tem a vivência de que lhe é dado algo bom e digerível, e vem de alguém útil e até invejável.

Esse tipo de defesa pode estar ligado a dificuldade de aprendizagem e até dificuldades mais antigas de alimentação

O invejoso pode rancorosa mente renunciar a habilidades já aprendidas..116

Palestra Zuenir

O indivíduo com esta posição sente-se ameaçado por qualquer coisa que possa abalar seus valores e crenças; por qualquer expressão de dúvida alheia em relação às coisas em que acredita. Enxerga em

Melhorar muito issoD esimport ância do estudo, do aprendizado, do conhecimento, ruptura entre palavra e o

significado. . O desenvolvimento intelectual e científico não é interesse de população ou elite..A linguagem n ão estimula Realização. A cultura n ão é considerada importante, obrigação pública e social. As reformas educacionais e a educa ção pública obrigatória, superficial e com corpo

profissional sub empregado aponta um sistema de repetição de inveja de geração sobre geração

A mídia deveria ser dispositivo essencial do poder público dos cidadãos , a serviço desse público.

A mídia, a TV, rádio e imprensa(117 é veiculo dessa dupla realidade onde por um lado estão ali o seu país e cidade no outro apenas o veículo do que deve ser pensado - o pensamento que

116 Berke 70117 tem a vocação de construir o real quotidianos das comunicações concretas, mas não sendo)

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<INVEJA>/<NOEMI> confirma o pensamento da pessoa antes dela o ter.

A existência individual reduzida a massa pastosa que engole imagens e nunca treme realmente como que vê ou lê.118 acontecimentos nacionais e mundiais, são só notícia, acontecimentos para se comunicar, não para mudar o curso das vidas.Pensamento sint ético - por isso pensar tão pouco, de forma rotineira e superficial. Esvaziamento da palavra, incapacidade de construir um plano de inscrição da fala. 119

Questiona as idéias,racionaliza as idéias

Dificuldade de apreender, de entender o significado, de entender o aqui e agora, é dificuldade com o sucesso.

Sem apreender, entender o momento vivenciado e o seu significado, n ão há condições de sucesso.

Possibilidade de solu ção - terapêutica como para todas as outras questões somada ao estudo da palavra, ao lado criativo da poesia popular, superar o questionamento pelo lúdico.

118 Gil 34

119 Pag 57

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LIVRO II - DE ONDE VEM I

LIVRO II - A INVEJA NÃO COBIÇA

Todo ser humano terá capacidade de invejar, o que importa é o que fará com isso."Mal Secreto/Zuenir Ventura

INVEJA - DE ONDE VEM I - O INDIVIDUAL UNIVERSAL

Melanie Klein (1882-1960) psicanalista infantil, demonstrou que a inveja é parte da estrutura da natureza humana:

..Ao falar de um conflito inato entre amor e ódio... deixo implícito que a capacidade tanto para amor quanto para impulsos destrutivos é... constitucional.. ..

Escreve:Meu trabalho ensinou-me que o primeiro objeto a ser invejado é o seio nutridor , pois o bebe

sente que o seio possui tudo o que ele deseja e que tem um fluxo ilimitado de leite e de amor que guarda para sua própria gratificação .

Confirmando o que já sabemos, que a inveja é contrária a virtude, Klein acrescenta:. "É talvez mais compreensível que o seio satisfatório seja também invejado. A própria

facilidade com que vem o leite origina também inveja, pois, embora o bebe se sinta gratificado, essa facilidade fica parecendo um dom inatingível".

Pesquisas científicas corroboram que a partir do nascimento bebes já reagem intensamente.120, confirmando a possibilidade da teoria leonina.

Além da observação de que a inveja e a gratidão são partes inerentes e inseparáveis de todo ser humano, desde o nascimento, uma fascinante teoria que avança, após Freud, em direção a um objeto primordial - o símbolo "seio" não é apenas o órgão que alimenta, mas qualquer coisa e tudo que sustenta, aquece e acalma, a sensação de contentamento, plenitude e suavidade de um bebe alimentado.

Esses sentimentos e sensações significam o que é bom. Todas as pessoas anseiam pelos momentos de puro prazer da fase inicial da vida e tentam recriá-los. (o anseio pelo seio é o anseio mais primitivo do ser humano)

Em ambos os sexos, para Melanie, não importa quão divergentes seus desenvolvimentos, o ciúme e a rivalidade edipiana (a criança que tem ciúme e rivalidade com o genitor do mesmo sexo e deseja o genitor do sexo oposto) são baseados na inveja em relação ao objeto original - a mãe, ou melhor, seu seio, (e o que ele representa).

120 Berke 357 - Newton knowledge 1982revista science vol3,no.1,59-60

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<INVEJA>/<NOEMI> Na disputa invejosa, afirma que tanto em homens com em mulheres, a inveja desempenha

um papel no desejo de tirar os atributos do sexo oposto, bem como de possuir ou estragar aqueles do genitor do mesmo sexo.

Nessa teoria pós freudiana, amor e ódio, inveja e gratidão, raiva e prazer derivam do encontro do bebe com o seio (o sustento, contentamento, etc)

Um sentimento primário, inerente ao ser humano, portanto, a inveja do seio não faz distinção do seio branco ou negro.È universal. Estende-se a bebês brancos, negros, europeus e brasileiros. Estão, inveja e gratidão, na formação da psique humana.

Não é o caso de aprofundar o imenso aspecto psicológico da inveja, mas importa mencionar brevemente mais três aspectos:

Inveja no ÉdipoO Mito de Édipo trata de relações de poder e saber num drama encenado por pai, mãe e

filho e é um dos pilares da psicanalise clássica. A história desta família é determinada por uma profecia que Édipo irá matar o seu pai e casar com a sua mãe; o pai Laio, rei de Tebas, sabendo da profecia, manda matar seu filho Édipo, que é salvo ainda bebê e anos depois mata o pai, embora sem saber e casa-se com a mãe Jocasta, premio oferecido por ter decifrado o enigma da Esfinge e salvo a cidade.

Define a familia como lugar da inveja e do conflito humano b ásico. Abarca quase todos os temas humanos de importância, infanticídio X parricídio, morte x

vida, filhos x pais e pais x filhos, Inveja entre os sexos, vingança, sadismo, a implacabilidade do tempo, o mistério x saber/conhecimento, o poder, o sagrado, e outros da mesma importância na seqüencia: as tragédias Antígona e Édipo em Colono que completam a trilogia.

Inveja está na constituição familiar básica pai-mãe-bebe, no desejo da criança por ter para si o genitor do sexo oposto e tirá-lo dos braços do genitor do mesmo sexo,(matando-o)

Quanto aos pais, o próprio mito de Édipo é o exemplo. Filhos são usados segundo interesse dos pais de diversas maneiras em todas as épocas: no trabalho infantil, para diversão, para agradar a terceiros, em casamentos planejados, na venda ou doação, projetando neles o que desejam para si, além dos incontáveis casos de pais que invejam/maltratam/matam os filhos, começando pelo próprio Laio, pai de Édipo.

Inveja do Pênis Iniciou-se com a consideração de Freud sobre a percepção da menina da ausência do pênis

em si, mas evoluiu para o status de desejo de privilegio, forca, poder, autoridade. É universalmente um Desejo (humano) estruturante de possuir algo significativo que só

outro possui."A inveja aqui considerada será determinante da visão fálica ou falicista das relações

humanas - sexuais, políticas, sociais, economicas, científicas, religiosas.Possuir ou não possuir será o vértice pelo qual observaremos nossas diferenças com seu

significado de superioridade e inferioridade"121 A sociedade de consumo se apoiá nessa inveja..Inveja do úteroA paternidade x maternidade: a inveja que o homem sente da mulher enquanto possuidora

do mais apreciados dos atributos sexuais - capacidade de dar vida a outro ser. Até os indígenas praticavam a "couvade", o procedimento em que o índio pai fica na rede

em descanso , recebendo presentes, bem tratado por todos e pela mãe do bebê após o nascimento do filho.

a homossexualidade como inveja da mulher - o amor heterossexual também é uma forma de superar a inveja.

121 7inv

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<INVEJA>/<NOEMI> Aceitar diferença dos sexos pressupõe a perda do narcisismo (onde o EU é a medidas de

todas as coisas), e a possibilidade de amar o diferente. Por isso um homem pode amar uma mulher e vice versa.

O amor exclui a inveja. Mulheres foram queimadas por séculos, consideradas perigo para corpos e mentes,

transmissoras de doenças e aliadas do demônio. A "caça as bruxas" foi praticada, incentivada e oficializada.

A Inquisição publicou o Malleus Maleficarum, um livro que decretava que as mulheres são o mal, tentação, calamidade, perigo e punição. As partes sexuais das mulheres tornaram-se temidas, atributos do mal, a inveja tornando as vítimas em culpadas.122 - um dos trabalhos preferidos da inveja, a inversão de verdades ou a mentira de acordo com seu interesse.

Como a "inveja do pênis" contribui para uma sociedade agressiva, a inveja da mulher contribui para repressão sexual.

A inveja se constrói ao nascer e se estabelece permanentemente no ser humano, como sua contrapartida, a gratidão.

Essa oposição ódio e amor, bem e mal,prazer e dor, vida e morte, razão e paixão, é o que define o caminho do desenvolvimento do sujeito, do caráter individual ou da cultura que irá se construir,

São partes da estrutura da psique humana, componente dos comportamentos , cultura, almas de pessoas e de países

122 Berke Pag 117

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<INVEJA>/<NOEMI>

DE ONDE VEM II

DE ONDE VEM II - A CULTURA E A COMUNIDADE

Por ser inata e constitutiva, a inveja está nos textos religiosos ocidentais da Criação, da formação e continuidade da humanidade .

O homem determina o texto e o texto, o homem.. A psique humana forma e é formada por esses símbolos e signos sagrados.

Observa-se a inveja nas ações centrais em cada uma das situações da Criação, ou seja, a inveja define o destino do homem :

Lúcifer, portador da luz, antes do homem - na formação do "mal", a queda do anjo motivada pela inveja, que é considerada ação demoníaca por excelência.

Adão e Eva, e a serpente da inveja.Caim e Abel e o fratricidio por invejaOs 10 mandamentos e a ordem de não cobiçar a mulher do próximo nem seu boi, sua casa,

nada do próximo.Esaú e Jaco, e o roubo da primogenitura por inveja

Jung ensina que arquétipos se originam da constante repetição de uma experiência, por gerações.

São anteriores à consciência e estão entrelaçados na psique, tendendo a cada geração a repetição e elaboração das mesmas experiências.123

O arquétipo da inveja como mal no conflito bem x mal está nos contos de fadas (a inveja da rainha madrasta da Branca de Neve e de quase todos os vilões etc.);

nas mitologias, (na grega está, entre outros pontos importantes, na origem da guerra de Tróia - os deuses freqüentemente envolviam-se em disputas invejosas ; na hindu, nos Yamas/mandamentos - não invejar ; na vicking, no mito de LOKY ou Lothur, deus da trapaça - como Hermes na cultura grega, etc., etc.);,

nas fábulas (a raposa e as uvas de Esopo, etc.), nos signos e mitos humanos - nos quais a psique humana se molda e amolda.

Por constituição ou por formação, qualquer um que tenha corpo, experimenta inveja. Nações são corpos. Também invejam:

123 arquétipos - se originam de uma constante repetição de uma mesma experiência, durante muitas gerações. Eles são as tendências estruturantes e invisíveis dos símbolos. Por serem anteriores e mais abrangentes que a consciência do ego, os arquétipos criam imagens ou visões que balanceiam alguns aspectos da atitude consciente do sujeito. Funcionam como centros autônomos que tendem a produzir, em cada geração, a repetição e a elaboração dessas mesmas experiências. Eles se encontram entrelaçados na psique, sendo praticamente impossível isolá-los, bem como a seus sentidoswikipediaarquetipos

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<INVEJA>/<NOEMI> "Nação é um corpo de pessoas que coletiva mente constitui uma unidade política; qualquer

corpo de pessoas que decidem quanto a um esquema de governo próprio formam uma nação.A palavra chave aqui é corpo, que implica que a na ção, como uma pessoa, tem limites,

sentimentos, desejos, uma alma e assim por diante, relacionados á pele, a mente, ao coração, etc.

se os cidad ãos dirigem sentimentos para seu organismo nacional, então esse organismo, o corpo político, pode se expandir, espelhar, exprimir - e o faz - os sentimentos de seus cidadãos, tanto racionais quanto irracionais, destrutivos ou criativos.124"

Isso equivale a dizer que o corpo e a alma do Estado inteiro possuem um direito que tem por medida o seu poder.

Emocional mente o poder dessa comunidade ou corpo político é muito mais que a soma de suas partes individuais.Seus membros são ligados por vínculos de interesses comuns, proximidade física e comunicação rápida, sendo uma grande multid ão e uma pessoa só ao mesmo tempo.

A multidão nacional é uma horda onde todos se tornam iguais, onde nenhuma distin ção conta, nem a de sexo.

As pessoas fazem contato e sentem conforto ao se fundirem num mesmo corpo político, o que lhes permite renderem-se ao bem comum assim como aos males mais graves.125

Estados e na ções agindo passionalmente exibem toda a sensibilidade, inseguranças e emoções que caracterizam crianças e adultos. Sujeito aos mesmos mitos e arquétipos humanos, inclusive e comumente inveja.

Ex I : EUA , no período da guerra fria, referia-se à Rússia, com termos como "má", "perigosa" e "dominadora"..

Ex II : Na conferencia sobre meio ambiente humano da ONÚ de 1972 em Estocolmo o Brasil alegou que tinha direito de explorar a Amazônia e qualquer interferência era uma conspiração dos países ricos para manter os pobres/destituídos no mesmo lugar.126

A História está repleta de exemplos de nações falando e agindo como passionalmente, e mais, reagindo umas às outras dessa forma. Guerras declaradas com pessoas defendendo posições nacionais em uníssono, com corpo e alma.

Nações nascem e morrem. Podem morrer de inveja. ex.I Iugoslávia, que se partiu em vários países em guerra entre si por anos: Servia, Bósnia,

SovoEx.II Ilhas Mal divas ou Falklands Islands, território britânico de governo próprio, motivo de

uma ação bélica na América do Sul em 1982

124 Berke, tirania, 471125 Berke 287126 Usaram a acusação de cobiça para esconder a inveja.Berke 289

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<INVEJA>/<NOEMI>

O PORQUE/OBJETIVO inferioridade transferido(fica aqui ou não?)OK18/3

INVEJA :PORQUE-senso de inferioridade

Espinosa expõe que cada um dos seres humanos é mais alegre quanto mais se imagina perfeito e distinto dos outros, tendo algo que os outros não possuem;, ao contrário, se imagina menos importante do que os outros, fica triste e se esforçará por afastar essa tristeza interpretando mal as ações dos outros - ou enfeitando as suas o mais que puder- esse é o trabalho da inveja, seu .OBJETIVO127

Nietzsche dá o exemplo: "Quando alguns homens falham em alcançar o que eles desejam fazer, eles exclamam raivosamente: Que morra o mundo! Esse é o pináculo da inveja, que implica em: Se eu não posso ter alguma coisa, ninguém vai ter coisa nenhuma nem vai ser coisa nenhuma128

A psicologia, que aprende de Espinosa, classifica a inveja como uma relação sadomasoquista, já que por causa da idealização do outro o invejoso sente-se inferiorizado e esvaziado.

Ele projeta no outro a perfeição narcísica (a grama do vizinho é mais verde) e, sempre e quando impossibilitado de obter o que idealiza, ataca seu possuidor,129 (principalmente, se esforça para interpretar mal suas ações - maledicencia).130

É o incomodo do profundo senso de inferioridade que vem junto de uma comparação instantânea inconsciente com o objeto invejado.

Tem início no olho do observador, que exagera, define e escolhe seletivamente coisas para odiar(Invidere ,mau olhado,olhar infectado pelo demônio)

127 Consultando Espinosa :"Sempre que cada um imagina suas próprias ações é afetado de alegria tanto maior quanto essas ações exprimem uma perfeição maior e são imaginadas mais distinta mente; isto é, tanto maior quanto ele pode distingui-la das outras e considerá-las como coisas singulares.É por isso que cada um se alegra mais com a contemplação de si quando contempla em si mesmo qualquer coisa que pode negar aos outros. Mas se o que ele afirma de si mesmo o refere à idéia geral de homem, já não se alegrará tanto, e ao contrário, ficará triste se imagina que suas ações, comparadas às dos outros,são de menor importância; esforçar-se-á por afastar essa tristeza interpretando mal as ações dos seus semelhantes ou ornando as suas o mais que puder

128 Sartre:p 28

129 scielo130 Francisco Alberoni, em sua obra Os Invejosos

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<INVEJA>/<NOEMI> O exagero na idealização do objeto da inveja, pode transformar folhas em palmeiras e

formigas em elefantesO sentimento é insuportável porque a inveja nos leva ao centro de nós mesmos, lá onde

deveríamos ser plenos de vida, descobrimos, ao contrário, um vazio dolorido e rancoroso.No outro encontramos o sinal de uma fronteira, a barreira á região do valor, inacessível. O outro faz parte dela, participa do mundo dos valores,da virtude (a inveja é do que é

virtuoso) mas é barreira contra mim que fico condenado ao lado de cá da fronteira, pela minha Inferioridade

a inveja então, é encontrar a de si próprio separado e privado de substância, fundamento, valor.

Solidão e vazio insuportável na diferença e carência provocada pela comparação com o outro.

Francisco Alberoni, autor de os Invejosos, explica que esse incomodo, na inveja coletiva, se forma (como também na inveja individual) "nas situações de fracasso repetido, de ambivalência permanente, de longos e ambíguos relacionamentos entre uma civilização superior e uma inferior, onde a inferior não consegue se colocar de maneira estável de um lado ou de outro, não consegue nem permanecer ela própria, nem mudar, tornar-se como seu modelo".

Essa aculturação x rejeição, admiração x denegrimento, atração x ódio, exatamente por sua complexidade e ambivalência conduz a inveja coletiva, composta por uma idealização mais forte, inferioridade maior e má-fé.131

O ressentimento, na opinião desse autor, é uma característica de todos os povos do 3º Mundo.

Na recente Olimpíada no Rio de Janeiro, em 2016, um, entre outros exemplos: o atleta e seu grupo que alegaram terem sido assaltados num posto de gasolina para

justificarem o atraso no retorno aos alojamentos,teve uma repercussão tão grande no Brasil, causou tanto comentário, que a BBC Brasil

publicou:A saga do nadador americano Ryan Lochte mexeu com "complexo de vira-lata" do brasileiro

e isso explica a "obsessão" com que foi acompanhado até o seu desfecho. 132

131 Invejosos Pag 129132 http://www.bbc.com/portuguese/brasil-37129923

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<INVEJA>/<NOEMI>

O ATAQUE A SI MESMOI

seja o que for que o invejoso deseje ou fa ça a alguém ou a algo exterior a si próprio, também o faz a uma imagem/representação psíquica da coisa ou pessoa invejada dentro de si mesmo.

O ATAQUE A SI MESMO I É indiscutível que a inveja prejudica aquele que a sente (seja uma pessoa, um grupo ou

sociedade). O próprio sentimento é destrutivo e angustiante. Porque então permitir que ele seja dominante na atitude ou na cultura?

Espinosa afirma que:"À impotência humana em dominar e contrariar os afetos, chamo Servidão. De fato, o

homem submetido aos afetos está sob a autoridade não de si mesmo mas da fortuna, sob o poder da qual se encontra a tal ponto que ele é freqüentemente forçado, ainda que veja o melhor para si mesmo, a fazer, por ém, o pior ."

A servidão é a incapacidade de controlar as próprias paixões. Deixar-se dominar pela emoção, "perder a razão",

Estar à mercê do "outro"/externo, daquilo que não depende do próprio individuo. Deixar-se levar, não ter o controle sobre si mesmo...("não estava sendo eu mesmo")

Essa questão, chamada acrasia, tem a seguinte forma geral: eu julgo á luz de todas as evidencias disponíveis (isto é, considerando todas as variáveis a

que tenho acesso: regras morais, interesses egoistas, etc) que A é melhor que B, e no entanto faço B. ora, como essa escolha é intencional, ela é vem de um julgamento que afirma que B é melhor

do que A, logo eu julgo igualmente que A é melhor do que B e também que B é melhor do que A, o

que é contraditório133

na verdade, afetado pelo bem presente(B) o sujeito deseja-o mais que a qualquer outro bem alternativo(A),

Pode-se saber racionalmente o que é melhor (A) e no entanto pode-se "escolher" fazer imediatamente o que é pior(B), porém o que é escolhido não aparece como sendo pior, mas momentaneamente como sendo melhor, já que é o afeto mais forte, ao que o indivíduo está ligado,

133 o ser derrotado pelo desejo mais forte, o desejo racional (A) deixa de ser eficaz; o agente escolhe aquilo que lhe parece presentemente ser o melhor (uma vez que "ser o melhor" é o afeto de alegria mais intenso, B), e não age, no momento presente, contra seu desejo mais forte, B .("ser o melhor" significa "ser o desejo mais forte").O agente sabe que está indo contra seu juízo racional (A) sobre o melhor.

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<INVEJA>/<NOEMI> desejando - portanto ser melhor significa ser o desejo mais forte. Ao que o indivíduo cede, "escolhe".

("Foi mais forte do que eu")134

Ocorre que a raz ão descreve o interesse real do indivíduo, aquilo que lhe é verdadeiramente útil.

Ao ir contra a razão, os desejos passionais contrariam o que o indivíduo verdadeiramente, profundamente, quer (A)

O que sua própria mente lhe diz que é melhor para si.(considerando esse querer como vindo da essência singular do indivíduo).

Isto é, os afetos passionais contrários à razão tornam o indivíduo menos potente, por contrariar sua própria essência

isso faz com que ele mesmo seja menos potente. ("perdeu a cabeça")

O momento que o homem escolhe o pior julgando que se trata do melhor(B), ele pode saber que o melhor seria fazer a ação sugerida pela razão(A) - A servid ão é uma a ção do agente sobre si mesmo -

algo de externo causa no agente uma disposição para agir contra seus melhores interesses (A), e isso que é externo causa um afeto no indivíduo, gerando nele uma falsa aparência de bem.(B), donde segue que o sujeito é responsável por contrariar aquilo que ele mesmo vê que é o melhor para si.( A 135 )

.136

Ao permitir a a ção da inveja sobre si mesmo, sobre sua mente, deixando que a paixão supere a razão, o sujeito é responsável por essa escolha que prejudica antes de tudo a si mesmo. 137

(estava fora de mim)Sua incapacidade em controlar suas paixões é a sua servidão, que o manterá inca paz de

sua potência , maturidade, liberdade.Sua inveja o torna prisioneiro, o que desejar ao outro também o desejará internamente.138

Como se identifica com o objeto invejado por projeção, o que desejar/fizer ao outro de algum modo deseja/faz para si

De outro modo, no processo maledicente, para diminuir a bondade do outro invejado, pela mentira ,e exaltar o que me é interessante, subjugando a razão, prejudico a mim mesmo pela diminuição de potência, servidão e contrariar um instinto humano básico.

somos vítimas do ataque a nós mesmos - ver em O Corpo de Dor.Porque há dentro de cada invejoso uma quantidade de pequenos invejosos, que os atacam

de dentro.

134 Mas isso significa que o indivíduo afetado por causas externas faz com que ele mesmo seja menos potente. Sob o domínio de afetos contrários, os homens"não sabem o que querem" (Ét. III, P. 2, Esc.), Nesse caso, podemos aplicar a mesma expressão que Espinosausou em outro contexto (Ét. III, P. 39, Esc.) para caracterizar o medo: esse estado mental"dispõe o homem de tal forma que ele não quer o que quer, ou quer o que não quer".135 Os afetos passionais contrários á razão tornam o individuo menos potente, significando que o indivíduo afetado por causas externas faz com que ele mesmo seja menos potente136 Ulysses pinheiro - servidão e acrasia segundo Espinosa - colóquio de filosofia da puc 2003137 "Algo de fora da pessoa que a domina" - ela é capataz de sua própria servidão138 - o cérebro cria a imagem destrutiva para depois projetá-lá, o indivíduo invejoso já terá tido a primeira visão do que deseja ao outro, na sua mente, em si

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<INVEJA>/<NOEMI>

O ATAQUE A SI MESMO II (EU X EU MESMO)ok 7/3

O coletivo ou indivíduo invejoso é o pior inimigo de si mesmo

O ATAQUE A SI MESMO II (EU X EU MESMO)

Detalhando a servidão, a inveja de si mesmo é o conflito entre um aspecto depreciado e um aspecto idealizado do próprio "eu" ou self. Trata-se de como o eu consciente pode invejar o eu que sonha, romper com ele, dirigir ódio contra si mesmo, de uma parte de si que se sente pequena , fraca e indefesa, em relação a outra parte que se sente forte, capaz e bem sucedida.

Somos todos sujeito e objeto de nossa pr ópria inveja, além da dos outros.

O eu que trabalha na profissão burocrática ou detestada, na vigília, inveja o eu que sonha realizações, situações especiais, etc. E rompe consigo mesmo e seu próprio sonho-desejo, esse aspecto do seu eu que ele não quer ver e prefere rejeitar/odiar139

A maioria de nós tem sonhos que consideramos "além de nossa capacidades""não é para mim"

As invejas internas(auto-exigência,etc.) constroem o "super ego super severo" (excesso de autocrítica, auto-destruição) de Freud, que ataca as capacidades criativas do próprio indivíduo.Diminui a capacidade de pensar e agir. "Quem sou eu para merecer/poder/fazer/querer/conseguir isso..."

A pessoa invejosa/invejada pode idealizar uma parte de si para proteger a outra - um exemplo são os droga ditos, o contraste entre como se vêem e sentem com grandeza e onipotência e como agem de forma destrutiva e não realizam nenhuma das várias proposta que levantam. Não querendo ir a tal extremo, outro exemplo é o nosso funcionário público, pétreo, que possivelmente dividiu-se internamente para suportar uma vida tão insípida.

Tanto invejoso quanto invejado freqüentemente aspectos da mesma pessoa, sentem-se magoados e ressentidos.Desejam revidar e destruir a causa da aflição.

O invejoso sofre a inferioridade somada à sensação de priva ção injusta . O invejado sofre superioridade temida e senso de ter sido cr íticado injustamente . Conectados, pois, sentimentos assassinos/autodestrutivos podem coexistir na mesma pessoa;

- esse jogo de gato rato consigo mesmo só leva a maior fragmentação, confusão e caos.140.Ex; nos grupos, esses sentimentos aparecem relacionados à "panelinha"(um pequeno grupo

dentro do grupo maior, unido por e com um segredo, normalmente com algum tipo de privilégio ou superioridade) - os de fora, inferioridade e exclusão injusta; os de dentro, superioridade com temor e crítica injusta

139 7invejas140 Berke p74/75

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<INVEJA>/<NOEMI> Um indivíduo, grupo ou sociedade invejosa pode ser destacadamente auto destrutiva.141 Quando a sociedade é invejosa, pode-se falar de inveja , ambivalência e rancor

institucionalizados incorporados nos representantes de importantes instituições sociais, econômicas e políticas, e por estes dirigidos aos cidadãos individualmente, os invejados.142 (exemplos: a Inquisição, na História, algumas instituições políticas, atualmente).

141 Berke 47

142 A tirania da malícia

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<INVEJA>/<NOEMI>

O COMO

■ INVEJA - COMO I - A FORMA

De que modo acontece, qual é sua forma na pessoa? Como acontece a paixão da servidão?Quando confrontado com o vazio interno de valor, da própria limita ção e mortalidade , o

invejoso sente-se tomado por uma angústia e um desespero ardentes que provocam ódio em relação ao que ele inveja.

O impulso imediato é aniquilar a dor e o tormento, aniquilando o que os causou. Angustia e raiva ocorrem juntas, e causam grande sofrimento, manifesto num desespero hostil nos olhos.

O invejoso precisa reduzir esse estado intolerável, inclusive negándo-o, dissociando-se dele. Tudo o que faz é para defender-se da inveja/angustia-hostil idade projetando-a no outro/objeto.

Para isso, usa o mecanismo da identifica ção projetiva 143 que nega a integridade e a identidade natural do outro/objeto da inveja.

É uma manobra através da qual o invejoso manipula palavras, pensamentos, atos, ações ou estados de animo (ou seja, qualquer meio) para colocar algo de si mesmo em outro - pessoa, grupo - combinando ambos.(projeção sobre a vítima)

Assim, tanto muda a própria percepção(pela mentira e uso da paixão para subjugar a razão) quanto faz uma transação inter pessoal(relação de poder vítima-algoz efetivada através do campo/atmosfera) ao misturar-se ao outro

Do ponto de vista do invejoso, o objeto invejado não existe mais por si só, mas é idêntico ao que ele projetou de si no objeto, ou o que a ele atribuiu. Sua falsa premissa se estabeleceu . Cr ê na mentira que criou.

Do ponto de visto do invejado, a pessoa, grupo, pode ter uma sensação inexplicável de ser ou sentir-se diferente, ou perceber que o invejoso o está enxergando e/ou tratando de maneira peculiar mente inadequada.

Não se trata de mágica,mas de campo ou atmosfera, que pode suscitar emoções e experiências dentro do outro, ter efeito destrutivo na sua paz de espírito . A v ítima se sente invadida e dominada por pensamentos e desejos que normalmente rejeitaria. A percepçao inconsciente do "mau olhado" ou identificação projetiva contribui para um medo fundamental daqueles que o lançam. O olhar do mau-olhado, resultado da proje ção, penetra o objeto e o enche de maldade, e faz soar o alarme interno do terror, pela expectativa de ser mudado em algo mau.

o mecanismo da inveja no corpo: Um Estudo de 2009 do Instituto Nacional de Ciência Radiológica de Tóquio identificou por

ressonância magnética onde a inveja é processada: córtex cingulado anterior, parte da massa cinzenta logo atras da testa, que também identifica a dor física, ou seja, sentir inveja pode ser tão doloroso quanto levar socos de verdade ( isto é, causa a mesma reação de contração interna e semelhante alteração neurológica do Sistema nervoso)

E o estriado ventral, responsável pela sensação de prazer, também é onde opera a

143 Berke p 72

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<INVEJA>/<NOEMI> Schadenfreude, palavra alemã sem correspondente, que é a sensação prazeirosa que o invejoso sente diante de um tropeço da pessoa odiada.144

Uma pesquisa da Universidade de Chicago revela:Inveja em relação a vizinhos e amigos pode acabar com a saúde de quem sente - os

invejosos tendem a ter mais problemas cardíacos, diabete, úlcera e pressão alta."O principal mecanismo fisiológico é o estresse crônico induzido pelas comparações sociais

do dia a dia, nas quais o indivíduo se ve como menos afortunado".145 Socialmente, o fundamentalismo, veículo da inveja, o apego à ortodoxia, a idéia arrogante

de que apenas um único saber é válido para lidar com a todas as pessoas "tem que" ser iguais, o que impede justiça real (a demanda da justi ça não é por igualdade, mas pelo respeito às diferenças .). 146 É a inveja que demanda igualdade e sempre equivalendo por baixo.Trata-se de uma igualdade tão igual que não cabe lugar para as diferenças, para nenhuma singularidade 147 Seu funcionamento social é simples: 1) converte questões essenciais em questões marginais e

2) converte as questões marginais em questões essenciais.

3) absorvem-se as respostas e

4) descartam-se as perguntas, destruindo-se as evidências que poderiam questionar essas respostas no futuro;. 5) as perguntas tornam-se acusações carregadas de certezas . "Certezas",ao contrário das verdades, são um truque. E como todo truque ,(semelhante ao truque de inversão de valores) não funciona na realidade, apenas aparenta funcionar.;148

Intelectual mente: usa-se o processo racional, em que o outro/objeto tem valor reconhecido e voltar-se para o caminho escolhido de refutar esse valor (mentir para si, pela paixão subjugar a razão), conforme o interesse do invejoso. Porque realidade é tudo que o invejoso odeia. Negar a realidade não resolve, já que a negação só transforma o mundo num lugar mau e ameaçador - por isso o invejoso busca alterar e destruir a realidade, não só negá-la,149 Essa é a forma de criar falsas premissas: usar o conhecimento/intelecto como um meio para descobrir, evidenciar aquilo que serve a um objetivo, e ao contr ário, não ver, negar o que não serve a esse objeti vo . 150

O passo a passo do processo: primeiro, nega-se o valor (ela não é bonita), a seguir, faz-se a revisão do valor (o que é realmente a beleza?) e então projeta-se a desvalorização (é bonita MAS...) - aqui entra a calúnia ou má-fé; por último, acontece a transferência de valor - quando o indivíduo ou grupo não se concentra mais sobre objeto invejado, procurando erradicar de si mesmo o valor (desligar-se da beleza e voltar-se para esporte, por exemplo), uma possibilidade

144 7 pecados, 15145 7pecado

146 nb

147 ;7inv7 inv

148 nb

149150 Alberoni, inejosos

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<INVEJA>/<NOEMI> de cura da inveja.151

É impulso para inibir os objetos bons(ações, valor, pensamentos, escolhas, atitudes) que produzem o crescimento mental e simultaneamente um fator que provoca como que um crescimento canceroso, na mente,(ataque a si mesmo) pelos usos da mentira, da droga, da simulação política e das convicções fundamenta listas.

151 alberoni

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<INVEJA>/<NOEMI>

COMO II - O TEMPO

Invejar é pior que morrer (Nilton Bonder) INVEJA - COMO II - O TEMPO A inveja é um sentimento que se baseia em falsas premissas(mentiras) que ocupam a menteUma falsa premissa age como uma célula cancerosa que, ignorando a informação da própria

morte, decide pela imortalidade e se mantem proliferando (clonada) indefinidamente até que conduz à morte do indivíduo. (ataque a si mesmo)

Freud ensina: "no fundo ninguém acredita na própria morte, ou, o que vem a ser a mesma coisa, no inconsciente cada um de nós está convencido da sua imortalidade" Negar a dor da divisão, diferença sexual, alteridade, é negar a morte. O diferente/singular/original ameaça a igualdade/nivelamento que é o objetivo da inveja - negar a morte.

E é contra a inexorabilidade do tempo, que nos faz a todos mortais, a que a inveja mais reage - e busca imortalidade

( falsas premissas para anular o tempo)Da consciência do tempo advém a consciência de consequencia, de futuro, de

responsabilidade , ou simplesmente de inexorabilidade, maturidade.A duração do tempo jamais pode ser controlada - se essa impossibilidade não é tolerada(se

é odiada), cria-se uma premissa falsa como oposição. para uma falsa premissa, é necessário 1) compartimentalizar a noção do todo, (para escolher o que é específico. diminuir sentido e

significado ) e, 1.1)através de uma lógica que visa a um resultado moral - pensamento direcionado pela

mentira ou má-fé - 2)desfazer-se a integração do sentimentos com a experiência emocional, (os significados,

o que é, o remorso, culpa, bem e mal, verdade e mentira, etc ), o que acaba produzindo o3152) sentimento de atemporalidade - pelo congelamento afetivo, manipulação das

informações .Não por inexistência do tempo, mas pelo estado confusional em que o passado, presente e

futuro estão misturados.A paixão escolhe alterar a funcionalidade da razão. Trata-se da decisão entre modificar a

realidade ou fugir dela(negá-la, às vezes com violência). No exemplo inicial, do funcionário público que se anula, pode-se verificar o processo: ao

fatiar a realidade e tirar sentimento da experiência, nosso congelado exemplo viveu uma suspensão do tempo, um nublamento da consciência, para mudar sua realidade ou fugir dela (não sabemos sua escolha).

Independente da opção, sua potência de agir foi reduzida e viveu como se o tempo não importasse, e não tivesse responsabilidade pelo futuro. Grande parte da população repete esse comportamento.

152 (os piores rendimentos humanos)

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<INVEJA>/<NOEMI>

Para fazer história a realidade temporal se esvai enquanto se confirma em realizações(o passar do tempo).

Manter-se capaz no passar do tempo, esse é o vigor próprio da realidade ( conatus , o poder de pensar e agir), a potência de realizar, que a inveja mais detesta e mais procura impedir .153

Em grupos e instituições a dinâmica é ainda maior.

A inveja é um ódio buscando aniquilar a passagem do tempo - porque aceitar a verdade do tempo significar aceitar a verdade sobre si mesmo; sair da fantasia de imortalidade , que quer um estado intelectual sem alteração temporal.154Encarar a realidade.

E a realidade é tudo que a inveja mais odeia.155

Pessoas e grupos que não chegam a um acordo consigo mesmas terão dificuldade em cada

novo estágio do desenvolvimento. Envelhecer (pessoas mas também grupos e instituições) com uma verdadeira resignação ,

significa ser capaz de permitir, aceitar, concordar que as gerações mais novas tenham conhecimentos, talentos e um futuro que a geração mais velha não pode ter, no tempo.

Se não há significado no passado ou importância do futuro, a escolha é de ignorar a realidade e o tempo. Essa é a escolha da inveja, o eterno presente - que afeta o crescimento emocional, autonomia social, capacidade estética e a barreira ética...

No Brasil, o passado é esquecido e o futuro nunca chega.

153 88154 7 invejas p18155

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<INVEJA>/<NOEMI>

QUANDO - SEM PASSADO/ FUTURO idolatriaok já transferido

INVEJA - QUANDO - SEM PASSADO E SEM FUTURO156

Parricidio e infanticídio são duas faces da mesma moeda invejosa fundamentalista, destruindo os que nos antecederam e impedindo a vida dos que nos sucederão.

A inveja do futuro é também a inveja das gerações que nos geraram, dos que nos proporcionaram o presente e a possibilidade do futuro. (o amor implica futuro)

Dessa157 forma um passado petrificado já carrega em seu bojo a destruição de qualquer futuro.

Entre nós brasileiros cada geração começa do nada.

A inveja nas amea ças ao futuro pode ser verificada em todo crescimento corrosivo da cultura.

Assim foi na Inquisição, Nazismo, Stalinismo, McCarthismo, e todos os outros regimes de ódio, antes e depois - primeiro exagerar, depois denegrir, excluir e destruir, transformando Estado e Serviço de Estado em monstros de ódio, morte, caos e destruição, sempre com total controle da imprensa e da mídia a seu favor e todas essas culturas com a prática do terror da denúncia anônima.

Atualmente a cultura capitalista propõe uma necessidade ilimitada de produção, expansão do consumo, uma pretensa dominação da natureza, às custas da destruição do meio ambiente e exploração de mão de obra barata até o uso do trabalho escravo, considerando este um modelo de crescimento economico.

Nesse crescimento canceroso(autofágico) da cultura atual, ser uma pessoa ou país competitivo e invejado tornou-se categoria positiva, glorificada socialmente.

"A inveja é a sustentação subjetiva (afetiva) da competição (ato, atividade) . Ambos, conduta e afeto ,(competi ção e inveja) contêm uma agressão entre os pares e representam uma perversão dos relacionamentos contemporâneos, porém ambos atualmente perderam o seu sentido deletério inerente". 158

Todos devem ter "inveja boa" uns dos outros e vorazmente consumir as mercadorias oferecidas, transformando-se, assim, em pessoas e sociedades invejáveis.

A publicidade é o processo de manufaturar o glamour, o solitário prazer de ser invejado pelos outros.159

A indústria cultural, usando toda a tecnologia audiovisual, alcança o que é mais antigo na

156 Freud escreveu: "no fundo ninguém acredita na própria morte, ou, o que vem a ser a mesma

coisa, no inconsciente cada um de nós está convencido da sua imortalidade"

157 7 inova 111158 scielo159 Conforme dito por Geraldo Grow:em 7 invejas

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<INVEJA>/<NOEMI> história dos indivíduos, intr ínseco a seu desenvolvimento : a necessidade de reconhecimento e a constatação de sua limitação diante do outro, a comparação não suportada (inveja)

sem identificar a agressão dessa ideologia, o sujeito se auto violenta, culpa-se por não atingir o ideal proposto pela mídia - a inveja tornando as v ítimas em culpa das 160 - e se identifica com o agressor161, repete as frases e condutas, repete a segregação que a indústria cultural proclama.

A mídia promete a cura desse mal, afirmando que não existe mais a necessidade de se sentir inferior, pois quem consome é superior, é especial e aceito.

O crescimento da cultura é corrosivo, tem total controle da imprensa e mídias, o terror de ser diferente chega a automutilação e o futuro não existe, pelo contrário, o aquecimento global é uma verdade posta em segundo plano pela paixão do consumo e do atendimento narcisico

O modelo passou a ser global. O padrão é o mesmo para todo o mundo. Só o presente existe e ser feliz é obrigatório.

A IDOLATRIAO comercial de TV é essencialmente uma religiosa forma de drama que mostra os humanos

vivendo num mundo sendo controlados por uma multitude de poderosas forças que moldam suas vidas. O universo moral é dominado por um completo panteon de inumeráveis forças que literalmente residem em cada artigo de uso ou consumo em cada instituição da vida diária. .

Se os ventos e as águas, as arvores, os riachos da Grécia antiga eram habitados por uma vasta hoste de ninfas, driades, sátiros, e outras deidades, igualmente o universo do comercial de TV .

O politeísmo aqui é alias mais primitivo, mais proximo das crenças do animismo e fetichismo (não seres míticos mas sim seres inanimados ou objetos com poderes, etc.); "podemos não ser conscientes disso, mas é a religião pela qual a maioria de nós realmente vive, não importando qual possa ser a religião e crença efetivamente escolhida. Essa é a religião que é absorvida por nossas crianças quase desde o dia do nascimento " (Esslin 1976¨, 271)162

Inclusive a linguagem poética é usada tão constantemente com propósito de vendas e propaganda que se tornou difícil dizer qualquer coisa com entusiasmo, alegria, ou convicção sem correr perigo de soar como se estivesse vendendo alguma coisa.163

Quanto à religião propriamente dita, quem diz crer em algum Poder Superior e que inveja, na verdade cré em algo ou em alguma justiça que não é absoluta, tem o seu Deus particular e acredita que outros tenham deuses de consideravel poder - e os reverenciam.

O invejoso está em um mundo imaginário de perversas teologias pessoais..Invejam quando não tem e invejam quando tem o objeto de seu desejo. O orgulho do devoto é o estágio mais sofisticado de dissimulação de inveja para o proprio invejoso:( uma das razões da Inquisição ter durado quase 300 anos164) é sabido que existem no Brasil igrejas evangélicas que se propõem a explorar financeiramente seus fiéis, porém parte do problema é o devoto que crê no poder do "seu Deus", um Deus pessoal, próprio do invejoso. Esse tipo de igreja cresce numa população que inveja.

160 Berke Pag 117161 processo que foi denominado por Ana Freud (1946/1978)

162 Gerald Grow

163 (Hayakawa, 1972, 223, Gerald Grow

164 .O invejoso defensor de causas particulares, em seu mundo egoico é um solitário, não

se comunica com os demais, e ninguém acredita no que está dizendo.Torna-se um zumbi de

um mundo que vive á sua revelia, perde o bonde da existencia. Bonder, cabala inveja

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<INVEJA>/<NOEMI> "A inveja nos trouxe a um futuro que tem o preço da vida. Protegidos pelo tempo, o que nos é

permitido usufruir é o próprio tempo, e, invejosos que somos, não sabemos disso; os gratos são plenamente conscientes".Nilton Bonder

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<INVEJA>/<NOEMI>

onde

INVEJA - ONDE

. A cultura do narcisismo/consumismo é a cultura da inveja.Nesse mundo é difícil discriminar realidade de fantasia e o que somos daquilo que os

produtos consumidos sugerem .A cultura do narcisismo é uma cultura sensorial, sempre recebendo estímulos à imaginação

para necessitar de algo externo para atendê-la. Necessidade maior quanto maior for a inveja. Fica mais forte quanto maior é a indefinição de valores (a função de significados e a função social - quem sou, para que sou, porque, etc.) Quando essas funções se perdem, apenas o corpo permanece como definição para o sujeito.

Cultuam-se então os atributos físicos para impressionar, tornam-se estereotipos que funcionam como roupa a fantasia.

O indivíduo está fantasiado com o estereótipo, do qual não quer e não pode fugir, pois essa aparência, esse "caráter", é o que causa o sucesso social Propalados pela mídia, propagada e inveja.

Daí surgem pessoas destru ídas emocional mente, insensíveis aos afetos amorosos e híper sensíveis ao erotismo, que a seguir vão ao estágio da destruição por métodos cirúrgicos ,práticas físicas excessivas, plásticas desnecessárias e abusivas, dermatologia sem critério, situações de competição ostensivas e ofensivas, etc.

Inveja afeta o crescimento emocional, autonomia social, capacidade estética e a barreira ética.

faz com que os valores superficiais substituam a capacidade estética,(valores reais, funções verdadeiras, ética moral) impedindo o amadurecimento, mantendo as pessoas num estado de adolescência (necessidade de afirmação e insegurança, incerteza e incapacidade de realização),sem autonomia social.

A cultura do narcisismo ajuda a produzir uma popula ção socialmente infantilizada. A escala de valores (incerta, superficial, de estereótipos, anímica) utilizada produz confusão

mental, impede o crescimento da personalidade, empobrece a vida.165

Assemelha-se ao processo de drogadição, que nega a multiplicidade dos prazeres da vida,para que só a droga seja fonte de prazer.

O drogadito, jogador, consumidor compulsivo(semelhante para todo tipo de compulsão) possui166 o sentimento da inveja nos pensamentos megalomaníacos.

O presente passa a ser o único tempo que importa, anulando qualquer sentimento amoroso (que implica futuro). A "onisciência"(certezas e não verdades, o fundamentalismo) domina o

165 106

166 106

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<INVEJA>/<NOEMI> presente, e o futuro, incerto, é descartado

Indiv íduos e população descartam sua capacidade de responder com sinceridade e paixão verdadeira á beleza do mundo e se tornam presas fáceis de falsas promessas da cultura narcisita de consumo, embasadas na inveja, que parecem, vendem, aparentam ter beleza em suas vidas

"A maioria das coisas invejadas pertence á esfera do narcisismo: beleza, juventude, honra, gloria, fama, poder, coisas tangíveis mas que se podem perder facilmente - engano prometido pelo sucesso, triunfo das falsas premissas.

Combater-se a si próprio no outro (o outro, rival que se deseja humilhar e tripudiar) é projeção comum, porque o que incomoda no outro é o que o indivíduo tem similar em si mesmo...O que deseja ao outro é o que projeta de e para si próprio167

167 A cultura do narcisismo aboliu disciplina coletiva, trabalho concentrado, em favor de

impressões, aparências e disfarces

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LIVRO III (MELHORAR GERAL)- CURA

LIVRO III - A CURA

A NECESSIDADE

A quase totalidade dos autores concordam que uma pequena quantidade de inveja é um impulso essencial para a mudança168

: comparar é uma tensão inerente ao ser humano, uma força natural, uma capacidade humana.

uma pequena quantidade de inveja é necessária, estímulo ao desenvolvimento, á mudança, diversidade, diferença, contendo os excessos, permitindo que as pessoas experimentem os limites da tolerância social :

"A inveja é um estado emocional destrutivo, mas é, também o mais completamente orientado para a sociedade. Sem a considera ção potencial ou imaginária nos outros, n ão poderiam haver os controles sociais automáticos nos quais toda associação se basei a 169 ."

nenhuma regra é absoluta, na natureza, entaõ uma pequena quantidade de frustração é necessária para o desenvolvimento criativo:"A frustra ção, se não excessiva, é também um estimulo à adaptação ao mundo externo e ao desenvolvimento do sentido de realidade. Uma certa quantidade de frustração, seguida por gratificação, pode dar ao bebe a sensação de ter sido capaz de lidar com sua ansiedade.

O desejos insatisfeitos do bebe - que são impossíveis de serem realizados - contribuem para suas sublimações e atividades criadoras. A ausência de conflito no bebe, se fosse possível, iria privá-lo de enriquecer sua personalidade e fortalecer o ego.

Porque o conflito e a necessidade de super á-lo é um elemento fundamental da criatividade. 170

A inveja é inata, um sentimento . As leis físicas determinam que toda força tem resistência

168 As tentativas de igualdade que eliminam a comparação entre pessoas e grupos não se mostrou eficiente nem na Grécia nem em nenhuma outra era ou religião;169 Berke citando Helmut schoeck170 È também sabido que alguns bebes são expostos a grandes privações e circunstâncias

desfavoráveis, e ainda assim, não desenvolvem ansiedades excessivas, o que sugeriria que seus

traços paranóides e invejosos não são predominantes"

O que significa que nenhuma regra é absoluta e nenhuma condição é totalmente negativa. Melanie

Klein

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<INVEJA>/<NOEMI> na mesma quantidade em sentido oposto.

Essa verdade se aplica á energia da inveja, que é ódio, uma força poderosa, que contém um potencial de liberação de energia criativa tão poderoso quanto mais for forte sua capacidade de destruição.

Uma cachoeira provoca erosões, arrebenta a terra, mas bem canalizada ilumina , leva energia para manutenção da vida. A inveja é essa cachoeira, que não suporta ver os campos floridos, mas que domada, ilumina, transforma tudo num grande dia. A sabedoria está em tirar dessa energia o máximo de produtividade possível..171

De que forma, então, "domar" essa energia que é inata e que às vezes subordina a razão?

Voltamos a Espinosa, que ensina que"uma (...)paixão, deixa de ser paixão no momento em que dela formamos uma idéia clara e

distintaportanto uma paix ão está tanto mais em   nosso   poder e a alma sofre tanto menos

quanto melhor nós a conhecemos.Não há nenhuma paixão do corpo que não possamos formar um conceito claro e distinto

(lembrando que o Estado é um corpo social) A toda emo ção corresponde a uma modificação no corpo que aumenta ou diminui seu poder de agir."

Portanto, se desejamos tornar-nos senhores de nossos afetos temos que conhec ê-los, formar deles idéias claras, para transformá-los. E modificar a potência de agir.

O conhecimento puro , sem carga afetiva, não é a solução. Vários drogaditos sabem que a droga faz mal. Só o saber não é suficiente.

Uma emoção precisa ser refreada e suprimida por uma emoção contrária mais forte, que ser á o conhecimento da paixão, somada à liberação da emoção oposta reprimida, acrescida da liberdade, alívio e a alegria do conhecimento da verdade.

Conhecer a paixão transforma se tiver a carga afetiva da liberação das emoções - a servidão impõe o domínio da paixão e reprime outros afetos.

A reflexão sobre os afetos transforma os afetos - a potência é a capacidade de se afetar simultaneamente. Lidar com os próprios sentimentos, ser "dono das suas emoções", fluir entre elas sem ficar preso.

O ser potente é capaz de se transformar pela carga emotiva da verdade sobe suas paixões. Ele é capaz de mudar seus sentimentos. Como fazer isso?

uma das formas de transformação é o processo terapêutico, que sempre implica em reconhecer os sentimentos, trazer à tona as razões do trauma e bloqueio, e paulatina mente abordar as necessidades existentes, reconhecer suas razões e elaborá-las, extrair a dor, resolve-las, perdoar e transform á-las, para permitir a saúde e o prazer.

A aceita ção da realidade é em si um passo essencial no processo de cura e capacitação.

Além disso a percepção do ódio também envolve a liberação do amor. Os dois lados, amor e ódio, tendem a ser enterrados e recupera dos juntos. Recuperado, o

amor se torna aliado emocional pra encarar a realidade ou suportar o remorso. 172 Se a inveja odeia a realidade, reconhecer a realidade é mortal para a inveja. Por duas

razões: por deixar de idealizar o outro e por voltar a aten ção para si mesmo . Essa é a grande

questão da inveja e da atenção projetiva - o outro é o foco. Ao trocar o foco, muda-se a realidade.A capacidade brasileira de intuir o outro e a si mesmo a partir desse outro já existe como

característica da alma nacional, a questão é aumentar a quantidade daqueles que são semelhantes,

171 Zv 160172 Berke 323

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<INVEJA>/<NOEMI> amigos/irmãos/discípulos/filhos. - e isso se consegue aumentando o amor próprio. E vice-versa.

Quando podemos projetar uma imagem de beleza (vinda do próprio interior) no relacionamento com o outro, nos auto-satisfazemos com isso. Ao equiparar o outro a mim mesmo, o que vemos em n ós a partir da visão do outro será bom - num circulo virtuoso: ao imaginar o outro melhor do que é, idealizando-o, me torno mais simpático, e por isso recebo uma resposta melhor, o que faz ficar mais fácil imaginar o outro melhor...

Aumentar o amor próprio e o foco voltado para si é parte do processo terapêutico, no caso de uma alma nacional inclui conhecer sua história, sua filosofia, sua espiritualidade, sua literatura, sua educação, sua arte e todos aqueles que fizeram e fazem essas atividades - e qual o futuro que se deseja para cada uma.

Superar a dificuldade com o racional, e estender a afetividade e emotividade ao conhecimento para que este deixe de ser um impedimento e passe a ser um prazer, como realmente é.

Ser grato ao passado e corajoso quanto ao futuro.Nossa auto-descoberta incluirá conhecer nossa realidade histórica, aceitar e perceber a

alegria e vitórias, dor e morte vividas e permitir que elas modifiquem o corpo social, liberando o respeito e a compaixão pelo passado que permitirá reparações, liberdade e amor para construir o futuro

O próximo passo é fazer reparação ao objeto ofendido.É preciso que se tome uma atitude necessária para restaurar, recriar ou redimir o erroN ão há erro que não possa ser reparado. Ainda que o objeto original tenha sido

espatifado ou morto, o proce sso 173 reparativo pode continuar. A Alemanha encarou o que havia feito e decidiu-se a fazer reparações tanto a judeus

individualmente quanta a Israel como representante de milhões de judeus assassinados. Em 1987 já haviam sido pagos cerca de 25 bilhões de dólares .

Os americanos pediram perdão aos seus índios, vários países já se desculparam apela escravidão.

Ns devemos reparações aos nossos índios em relação a suas terras, culturas, memória, linguagem, saúde. Aos negros, o mesmo.

Para judeus e seus descendentes ainda há muito a desvelar, e talvez essa seja a primeira reparação, a descoberta da verdade. Dará a direção para os próximos passos para todos nós.

A reparação não afeta apenas o objeto mas também o sujeito . Une facções em guerra, restaura equilíbrio entre amor e ódio, efetua processo de integração.

A pessoa ou coisa revive, deixa de ser uma v ítima, alivia o agressor, pessoa ou nação. Suas forças podem ser liberadas para objetivos construtivos, e a admiração e a

emulação(imitação/apropriação) substituem os ressentimentos. Capacita os dois lados a abrir mão de medos e descobrir interesses em comum.174 Permite aproximação dos antes inimigos. A relação USA-Japão pós guerra pode ser um exemplo desse processo.OU Alemanha-POVO JUDEU

A aceita ção do dano feito acompanhada de esforços para reparação marca a capacidade para a gratidão e generosidade que fazem o pêndulo amor-ódio pender para fins positivos.

A auto-descoberta, o auto-conhecimento pode levar a transformação da energia destrutiva numa energia produtiva - para usá-la em proveito próprio, canalizada para si, para o interior do corpo social, pois como força, é extremamente criativa.

Vencer a inveja é encontrar coragem e examinar com atenção os melhores, aceitar o desafio que eles lançam com seu exemplo.

Escolher o caminho da emulação, imitação. Estudar passo a passo a estratégia de sucesso

173 berke174 325

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<INVEJA>/<NOEMI> que causa inveja para executá-la. As escolas de administração de empresas estam casos conhecidos. O sucesso não é causa de desespero mas objeto de estudo e pesquisa. Traz aprimoramento de técnicas e qualidade.

Também na ciência e pesquisa científica, onde o cientista deixa a inveja para usar o resultado positivo do colega como novo ponto de partida. No esporte exige-se que cada um dê o melhor de si, dentro de suas possibilidades.

Os "Tigres Asiáticos" em geral podem ser exemplo dessa transforma ção de foco . Permite liberdade à sociedade, criatividade, alegria, saúde, potência de agir. O oposto à servidão.

Alguns desses países estavam na década de 1960 com indicadores sociais semelhantes a de países africanos altamente estagnados; as principais transformações basearam-se em acesso à educação e criação de infra-estrutura de transportes (fundamental para a exportação competitiva)

Como os "Tigres" eram relativamente pobres durante a década de 1960, tinham abundância de mão-de-obra barata. Juntamente com a reforma educacional eles conseguiram aproveitar essa vantagem, criando uma força de trabalho de baixo custo, porém muito produtiva. Eles promoveram a igualdade na forma de reforma agrária, para promover o direito de propriedade e para assegurar que os trabalhadores rurais não se prejudicassem. Também foram implantadas políticas de subsídios à agricultura175.

Simples vontade de se conservar, potência de agir. Em 30 anos eram potências internacionais.

"Quem vive sob a direção da razão, ou seja, capaz, escolhe, por inteligênciaesforçar-se para conceber as coisas como são em si e por afastar os obstáculos do

verdadeiro conhecimento, como são o ódio, a ira, a irrisão, o orgulho e outras coisas do gênero - por conseguinte esforça-se tanto quanto possível por bem agir e por se alegrar" Espinosa

175 Impedia, tigres asiáticos

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GRATIDÃO

Deus é brasileiro. (anônimo)

INVEJA - O OPOSTO excludente: GRATIDÃO

Gratidão é o sentimento específico por um objeto que constitui uma fonte de gratificação (a inveja se dirige contra essa fonte), ou seja, quanto mais inveja menos gratidão.

Afeto e amor, capacidade de sentir calor humano e gratidão contrabalançam a inimizade e inveja176

Onde h á uma não há espaço para a outra. A gratidão é essencial á relação com o objeto bom(seio, gratificação, completude) e é

também fundamental na apreciação do que 'há de bom nos outros e em si mesmo. A gratidão tem raízes nas emoções e atitudes do estágio mais inicial da infância, quando a mãe é o único e exclusivo objeto para o bebe. Essa primeira ligação é base para todas as relações posteriores com uma pessoa amada.

O SEIOMelanie Klein, referencia e divisor de águas na Psicanalise e no conhecimento da formação

da psique em bebes, escreve "Se há experiência freqüente de ser alimentado sem que a satisfação seja perturbada, a introjeção do seio bom se dá com relativa segurança. Uma gratifica ção plena ao seio significa que o bebe sente ter recebido do objeto amado uma dádiva especial que ele deseja guardar."

Essa é a base da gratidão. Est á intima mente ligada á confiança em figuras boas .(nosso histórico aqui não é o melhor) Essa177 é também a base da confiança em sua própria bondade. Quanto mais freqüentemente é sentida e aceita a gratificação, mais são sentidas a satisfação e a gratidão, e o desejo de retribuir o prazer.178

A gratidão está ligada á generosidade. O objeto bom (seio/satisfação/mãe) foi assimilado e o indivíduo se torna capaz de compartilhar com os outros os dons do objeto. Mesmo o fato de a generosidade ser freqüentemente pouco reconhecida não solapa a capacidade de dar.179

176 Zv 152

177 processo subjacente à crença no seio bom decorre da capacidade do bebe em investir

libidinalmente o primeiro objeto externo. Desse modo se estabelece um objeto bom que ama e

protege o self e é amado e protegido pelo self.

178 Essa experiência constante possibilita a gratidão mais profundamente, o que é importante na

capacidade de fazer reparacão e em todas as sublimações a seguir necessárias.Um país mal

nutrido na sua formação terá dificuldades nesse aspecto.

179 Se o sentimento de riqueza e força decorrente dessa integralização não está suficientemente

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<INVEJA>/<NOEMI> Essas experiências do bebe constituem não apenas a base da gratificação sexual, mas

também de toda felicidade subseqüente, e tornam possível sentimento de unidade com outras pessoas: ser plena mente compreendido, sem palavras e com grande prazer e completude (gratificação inicial com a mãe) o que é importante para toda relação amorosa ou amizade felizes.

No decorrer do desenvolvimento, a relação com o seio torna-se a base para dedicação a pessoas, valores e causas.

a sensação de vida e potência que o sujeito guarda, riqueza e força, são o que permitem adiante a capacidade de pensar e agir, a manifestação do conatus .

O seio bom que nutre e inicia a relação de amor com a mãe é o representante da vida e é também sentido como a primeira manifestação da criatividade. O bebe sente que está sendo mantido vivo, pois a fome é sentida como ameaça de morte. A capacidade de dar e preservar vida é sentida como dom máximo e portanto a criatividade é a causa mais profunda de inveja. (e o movimento de nivelamento social uma das mais universais manifestações de inveja)

A IDENTIFICA ÇÃO Uma causa especial de inveja é a sua relativa ausência em outras pessoas. A pessoa

invejada é sentida como possuidora daquilo que no fundo é o mais prezado e desejado: um seio bom que tambem implica bom carater e sanidade(...) a pessoa que pode, sem rancor e mesquinhez, regozijar-se com o trabalho criativo e a felicidade dos outros é poupada dos tormentos da inveja, ressentimento e perseguição. A inveja é uma fonte de grande infelicidade, e estar relativamente livre dela é sentido como um estado de espírito de contentamento e paz - sanidade.

Esta é também a base dos recursos internos e capacidade de recuperação que podem ser observados em pessoas que recobram sua paz de espírito mesmo depois de grande adversidade e dor psíquica. Essa atitude, que inclui gratid ão por prazeres do passado e satisfação com o que o presente pode oferecer, expressa-se em serenidade .

. Em algumas pessoas permite o desenvolvimento de grande criatividade e capacidade de pensar e agir, exatamente pela necessidade oriunda das dificuldades - em países, a semelhança pode ser com a reação as guerras, a criatividade para atender as necessidades em condições extremas, e o esforço para a reconstrução do país ao termino da contenda.

O prazer que o bebe foi capaz por sentir-se amado e amoroso, estende-se as suas relações com pessoas, ao seu trabalho e a tudo por que ele sente que vale a pena lutar . O que significa enriquecimento da personalidade e a capacidade de usufruir de seu trabalho. A identificação bem sucedida torna possível desfrutar dos prazeres de outros: na infância usufruir da felicidade dos pais, na vida adulta, os pais podem compartilhar os prazeres da infância e evitar interferir porque são capazes de identificar-se com seus filhos.

A gratid ão tem a ver com a apreciação do bem nos outros e em si mesmo Gratus do latim, significa agrad ável, sustenta o conceito de graça, um estado interno de boa

vontade, decência, encanto e aprovação que desvia o mau olhado. a capacidade de identificar-se propicia a felicidade de ser capaz de admirar o caráter

ou as conquistas dos outros. O mundo seria um lugar mais pobre se não tivéssemos oportunidade de perceber que existe grandeza e que continuará existindo no futuro.

a admiração estimula algo em nós e aumenta indiretamente nossa crença em nós mesmos. A capacidade de admirar as conquistas de outras pessoas é um dos fatores que tornam possível um trabalho de equipe bem sucedido: se a inveja não è grande, podemos ter prazer e orgulho no trabalho com pessoas que superam nossas capacidades, já que nos identificamos com esses membros destacados da equipe. 180 - uma das nossas dificuldades

estabelecido, acessos de generosidade são seguidos de uma necessidade exagerada de

reconhecimento e... gratidão.

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<INVEJA>/<NOEMI> A pessoa grata é capaz de receber e assimilar tudo dos bons sentimentos e

pensamentos, além de coisas tangíveis . Isso significa que ela pode acumular um estoque interno de experi ências enriqueceras que ajudam a se opor á cobiça e transformar o mundo num lugar muito mais amistosos, doador e estimulante.

O processo terapêutico implica na libertação da servidão para a expansão dos afetos alegres. Uma perspectiva oposta da atual medo-não ação, direcionada para crescimento, potência e ação,

A grandeza e nobreza que estão implícitas na gratidão e na admiração podem ser um atrativo inicial para uma sociedade personalistas, e que se ver no outro. Depois, com a prática cotidiana, a sociedade percebe que é bom, útil, e usa a característica de Adaptabilidade para incorporar como cultura - premiar, elogiar, estimular, incentivar, tudo será conseqüência da percepção do prazer de ver que o outro, diferente, quando é melhor, me engrandece. Se somos alegres, somos vistos assim como conjunto. Se formos gratos, será semelhante.

Gratid ão é sanidade, serenidade, prazer, vida rica. A GRATIDÃO PERMITE IDENTIFICAR- SE COM O QUE É MELHOR, e divertir-se com isso.

É EXATAMENTE O OPOSTO DA INVEJA - identificação positiva, onde o indivíduo cresce com a bondade do objeto, aumenta potência de agir, pela alegria de passar de uma perfeição menor para uma maior.

Ao procurar seu passado com olhos atentos o brasileiro se apropria da história do seu prazer, do qual não se lembra por viver no presente e, entre outras alegrias,

da miscigenação que traz o calor e a gratificação, na emotividade no caráter que permite identificação e alegria, a terra que oferece tantos prazeres e numeráveis riquezas, nas vitórias, na primazia brasileira não valoriza da em tantas situações - os muitos aspectos que proporcionam condições de gratidão; celebrá-las, a todo momento, como outras culturas o fazem, sera trazer prazer ao prazer - ser grato é ser feliz.

180 Berke 322

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<INVEJA>/<NOEMI>

REVERENCIA

REVERENCIA (respeito + humildade -+ admiração + gratidão)

Uma reverência ou vénia é o ato de baixar a cabeça e/ou o corpo, como um gesto social em direção a outra pessoa ou símbolo;

tradicionalmente as reverências são feitas por artistas no palco ao fecharem-se as cortinas , quando recebem aplausos; reverências expressam a gratidão e o respeito diante do reconhecimento do público.

Para Nilton Bonder a reverência é a capacidade de reconhecer e priorizar certos princípios da vida, sabendo valoriza-los

É uma aptidão do intelecto, está no patamar das crenças, análise das intuições. Reconhecer o valor é inteligência. É o que é respeitado e valorizado, que chama o espírito. Reverencia e espiritualidade

s ão o norte para a razão última que nos mobiliza. A reverência é o alicerce sobre o qual qualquer leitura da realidade pode se firmar.

É Inteligência espiritual, a capacidade de recontextualizar o desespero, calma na dor, o

crescimento em meio ao sofrimentos, saber que a situação escura contem em si a luz que não é vista ainda.

Reverência é reconhecer o sagrado em cada coisa, cada momento. É a reverencia que prioriza temor, respeito, em vez de medo. E temor, reconhecimento do que se deve agradecer e respeitar, funciona como pedra fundamental e que deve preceder qualquer outro conteúdo.181

Temor é o que uma pessoa sente ao segurar um bebe bem pequeno - respeito e reconhecimento do que agradecer. Não medo, mas cuidado, reconhecimento e admiração diante da beleza da vida.

O Brasil é pleno de razões de reverência.

Reconhecer o Sagrado não é buscar eliminar pensamento impuros e sim lançar luz sobre eles, assumir a responsabilidade por si, os próprios atos e pensamentos.

A reverência implica em respeito e humildade, integridade e verdade internaReconhecer que os impulso e a própria falibidade, representam escadas para o

crescimento e aprimoramento do ser, é auto respeito e auto-consideração. A reverência pressupõe essa força interna. Os reverentes são consciente de si ante o

sagrado182

É decorrência da capacidade de gratidão, a apreciação do bem nos outros e em si mesmo - a gratidão vem de riqueza interna e força, como a reverência, a admiração, o reconhecimento de

181 Fronteiras da InteligênciaNilton Bonder182 Nilton Bonder Fronteiras da inteligencia.

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<INVEJA>/<NOEMI> valor.

Admitir que o outro é superior e admirar , nisso, o melhor do outro - a reverência é grandeza de quem reverencia, é humildade sem humilhação .

Na inveja, o outro é responsavel, eu não; eu conecto com o outro e vivo atrav és dele.Na rever ência eu conecto com o outro e vivo com ele.

admira ção é exatamente a capacidade de semelhança, de igualdade, a participação nas virtudes do admirado.

A admiração é aproximação e força, intensidade. a interação, de alma com alma. O oposto da inveja, admiração é parceira e conseqüência da generosidade.183

Só quem é generoso pode ser grande. Não há grandeza duradoura sem generosidade184.Cada um que é melhor eleva a todos, autoriza que cada um seja melhor, engrandece todos -

perceber uma emo ção é desperta a mesma emoção na pessoa que percebe, numa espiral Para viver com qualidade, sermos livres (...),185 dependemos da graça da reverência. Só

afetos alegres podem conduzir à liberdade.

Quando projetamos uma imagem de beleza interna no relacionamento com o outro, nos auto-satisfazemos com isso.

Ao me equiparar internamente a beleza que vejo no outro, isso tamb ém é fonte de auto- conservação, alegria e potência.

Outros países tiveram guerras, ou tem grandes problemas, e apesar de tudo mantém a dignidade, consistência interna e nobreza, ao reverenciar.(Índia)

É fácil perceber a diferença dos países que não reverenciam ( inclusive aquele muito religiosos). O que não reverencia não tem força interna, não tem grandeza(Islã)

.É preciso Reverenciar toda a graça que o brasileiro recebe da terra, da natureza, da vida, do

outro . Assumir responsabilidade por si, reconhecer erros, ser capaz de grandeza acima das

limitações da história, ter força para existir com valor. Reverenciar os mortos, o passado, beleza e riqueza da terra e da gente é inteligência .

Essa inteligência é espiritualidade, e é fundamental para nos libertar da servidão dos afetos negativos.

É o próximo passo após ser capaz de agradecer.

183 gil184 Leis do poder185 sem termos de recorrer a mecanismos de culpa e cobranças

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O SAGRADO - MELHORAR, é gde RESPOSTA

O SAGRADO: A DIFERENÇA Sagrado em hebraico arcaico significa "colocar á parte ou separar".Sagrar ou fazer sagrado

significa tornar distinto.A própria qualidade da Criação, como descrita no texto bíblico, é a de separação. o poder transformador e criador está no ato de separar e de diferenciar.A diferença não só cria, como parece preservar a própria vida - biodiversidade é essencial

para conservação do meio ambiente. A genética já mostrou que a diferença entre indivíduos é marca de saúde. Clonagem de indívíduos empobrece a vida a tal ponto que a coloca em risco.

A diversidade entre os seres vivos produz a cada procriação um ato de criação de um ser diferente. Ùnico. Sagrado."'Ter um espírito único é conter um pedaço de um infinito quebra-cabeças onde a condição de ser parte do todo é ter uma diferença que se encaixe com todas as outras diferenças'.186

A característica maior dessa diferença é que ela agrega, faz pertencer ao conjunto. O que nos une é a diferença, não a igualdade.É a diferença que é a semelhança entre todos nós e também entre nós e o Criador. A marca de nossa singularidade seria em si o espírito soprado em cada um de nós, individualmente, como em Adão.

Assim estaria plantado em nós o sagrado. A igualdade nos desumaniza, extirpa os espíritos, a criatividade. Criatividade é dar vida, a igualdade é sem vida.

A beleza está em sagrar e não segregar, essa a diferença entre espiritualidade inteligente e ignorancia espiritual. . È o espírito diferente em nós que nos iguala., nos une.

O ego, por sua vez, que é igual em todos nós, é o que usamos como referencial da diferença entre nós - quando trata-se na verdade da semelhança. A inteligencia est á em reconhecer a diferença e modificar as matrizes de entendimento necessárias. A paz está em sermos profundamente diferentes e ao mesmo tempo profundamente iguais

" E o objetivo de toda inteligência é o encontro. Não temos qualquer outro uso para a inteligência além de reencontrar o caminho que nos leva de volta ao "jardim" do qual nos originamos" (Nilton Bonder)

Ligação horrívelMelhorar espiritualidade, é a coisa mais importante junto com alegriaEx islamismo/confusionismo/catolicismo/protestawntismo

No sagrado, nos ritos e nas grandes festas religiosas o individuo se esquece de si e penetra mais profundamente na vida social, com desprendimento - o sagrado está em outro espaço e tempo, longe do profano que se dissolve, na entrega da alma busca do encontro, a re-ligação (re-ligare) com o divino.

186 Nilton Bonder fronteiras da inteligencia

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<INVEJA>/<NOEMI> Um exemplo profano é a festa do ano Novo, morte e renascimento do mundo, quando tudo

se vitaliza exatamente porque passa pela morte para se recriar . Representa, como nas religiões, a morte e a ressurreição, o fim e o novo princípio, a

restauração da unidade de Deus.

No rito religioso o desaparecimento da inveja não é só cerimonial. A solidariedade coletiva se prolonga, estabelece a vida cotidiana de deveres morais,

torna-se mandamento, dever, pratica. No cimo de toda religião existem instituições comunitárias austeras onde se procura realizar um ideal de perfeição ética, desligamento do mundo dos desejos e egoísmo e também da inveja.

Prolongar relação com o absoluto, fazendo dele o fundamento de qualquer ação.187

A espiritualidade é fundamento onde se constrói a vida social. Sem uma espiritualidade eficiente, não há civilização. A decadência de grandes impérios é medida pela sua separação da espiritualidade, do sagrado.

Ao contrário, grandes forças advém de uma espiritualidade ativa, A espiritualidade é força de ação e comportamento, de motivo de Cruzadas, guerras santas,

descobrimentos e expansão de civilizações.Como exemplo atual, o papel do confucionismo tem sido fundamental para explicar o

sucesso dos quatro tigres asiáticos. Esta conclusão é semelhante à teoria da ética do trabalho protestante promovida pelo

sociólogo alemão Max Weber, em seu livro A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. A cultura do confucionismo é citada como ser compatível com a industrialização, porque

valoriza estabilidade, trabalho duro, lealdade e o respeito para a autoridade. [3] Há uma influência significativa do confucionismo nas instituições empresariais e políticas dos Tigres Asiáticos.

O Confucionismo foi ensinado nas escolas de Singapura até os anos 1990. Seminários sobre Confúcio foram oferecidos por empresas sul-coreanas como a Hyundai para a gestão da empresa.

No Brasil temos um grande problema com a espiritualidade, que governou nossa formação - ortodoxia religiosa cat ólica foi a unidade política brasileira .

Mas não espiritualidade, pelo contrário "Menos atenta ao sentido íntimo das cerimônias do que a pompa exterior, quase carnal em

seu apego ao concreto e rancorosa incompreensão de toda verdadeira espiritual idadeNo Brasil o culto sem rigor, intimo e familiar, democrático, que dispensava do fiel todo

esforço toda diligencia, tirania sobre si mesmo, corrompeu pela base nosso sentimento religioso."SBH188

Espiritualidade é um dos grandes problemas da construção da nação brasileira, talvez o maior de todos. A falta dela permite o ódio, a inveja, a dor e morte. Sem uma espiritualidade verdadeira, para unir-se à reverência, não temos o norte necessário ao caminhar, não seguimos...

Que os povos que formam a cultura possam unir-se para solucionar essa deficiência resultado da ortodoxia e da Inquisição. Talvez haja um papel para os descendentes de cristãos novos e sua história nesse processo.

187 Alberoni 172188 sbh

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A ALEGRIA

A ALEGRIA

A inveja guia, conduz para regras de grupo e leis de convivência, inserindo o eu separado, diferenciado, individual, no coletivo.

outra forma de união do eu com o conjunto, uma entidade maior, sintonia de todos os corações, reunidos para uma meta comum, onde se suspendem as regras quotidianas de separação, classificação, competição - A festa/fusão coletiva

A festa coletiva é fundamental para o metabolismo psíquico do individuo, que através da multidão volta a se conectar com sua raiz coletiva, esquece o limite do eu particular, sua separação, esquece a inveja.

O eu ressecado, árido, ávido de valor se encontra repentinamente enriquecido, reconhecendo-se nos objetos de amor coletivo, identificando-se, lutando por um valor que não é ele próprio mas o transcende e engloba. A inveja desaparece milagrosa mente.

No exato momento em que nos esquecemos de nós mesmo, do nosso eu separado, e do problema de quanto ele deve ser estimado, quanto vale.

Sem essa irrigação emocional, sem a recreação da fusão coletiva, qualquer instituição definha, esgota-se.189

É o mesmo processo do grupo que freia e impede a criatividade no conjunto, mas ao contrario, no aspecto positivo, o momento da inclusão do indivíduo separado no todo, na multidão, com alegria.

As competições esportiva semanais, grandes shows de Rock , seus preparativos e celebrações são uma suspensão das regras do cotidiano de classificação, avaliação, competição inter pessoal.

O menor grau de fusão coletiva é excelente para a psique do indivíduo e pára a sociedade, que não pode existir sem anular periodicamente as regras cotidianas de convivência.

Somos um povo alegre,e190 temos a maior festa do mundo, o carnaval. No desfile de Escolas de Samba, todos são unidos pelo esforço de alegria e beleza, raiz coletiva, juntos para oferecer o melhor de si para alegria do outro.

189 Alberoni, Os invejosos, 170-171190 Propô VIIIO conhecimento do bem ou do mal não é outra coisa senão a afecção de alegria ou de tristeza, na medida em que temos consciência delaDemonstraçãoChamamos bem ou mal aquilo que nos é útil ou prejudicial á conservação do nosso ser, isto é, o que aumenta ou diminui, favorece ou entrava nossa potência de agir. E assim na medida em que percebemos que uma coisa qualquer nos afeta de alegria ou tristeza, chamamo-la boa ou má, e por conseguinte,o conhecimento do bem e do mal não é outra coisa senão a idéia de alegria ou de tristeza que resulta necessariamente da afecção de alegria ou tristeza....

Page 98: Web viewInveja que é o desejo de que o objeto de inveja seja destruído, que é inata e constitutiva, ... no receio, temor, na atenção de todos em evitá-la,

<INVEJA>/<NOEMI> É o que é necessário transferir para conjunto das ações sociais e individuais. Gerais.

Quando a alma se contempla a si mesma e à sua capacidade de agir, alegra-se; A alegria é a passagem do homem de uma perfeição menor para uma maior. perfeição é potência de agir  (no Sambódromo essas frases são uma verdade)

quanto mais perfeição uma coisa tem, tanto mais age e menos sofre, e inversamente, quanto mais ela age mais perfeita é.

com objetivo de alegra-se, aumentar sua potência e ser mais perfeito o homem esforça-se

para conceber as coisas como são em si e por afastar os obstáculos do verdadeiro conhecimento, como são o ódio, a ira, a irrisão, o orgulho e outras coisas do gênero (...) e esforça-se tanto quanto possível por bem agir e por se alegrar...191

O objetivo desse esforço é determinado pela razão, não pela moral :.. na ordenação dos nossos pensamentos e imaginação devemos atender sempre ao que há

de bom em cada coisa a fim de sermos assim sempre determinados a agir pela afecção da alegria...

há 300 anos é orientação de como alcançar alegria e bem viver: ter boa fé...o ódio deve ser vencido pelo amor e que cada um que é conduzido pela razáo deseja que

seja também para os outros o bem que deseja para si...192 embora essa frase pareça ligada à religião, não é, é resultado de observação totalmente racional - pensar bem é útil para o ser humano, simplesmente porque faz bem, e pensar mal ou com ódio faz mal.

Por isso o" homem livre não age nunca com fraude, mas sempre de boa fé". essa ordem é fruto da razão mais analítica e objetiva. A razão do bem pensar é sua

utilidade, seu resultado....."Aquele que portanto se empenha em governar as suas afecções e apetites só por amor

da liberdade, esforçar-se-a por conhecer as virtudes e as suas causas e por encher a alma de alegria, que nasce do verdadeiro conhecimento delas; mas de modo algum se esforçará por contemplar os vícios dos homens.193.."

Ser vigilante na competição, ??? esquecendo de si mesmo e do problema insolúvel do valor próprio.

A inveja é uma obstrução do impulso vital, para escapar é preciso inverter o movimento do interior para o exterior, do medo para a coragem, mergulhar novamente no impulso vital, na vida que corre arriscada.

Impulso vibrante na dire ção de tudo que estivermos dispostos a admirar. Olhar criativo, cheio de fresco, ing ênuo e infantil, que observa cada coisa como se a visse

pela primeira vez. Que descobre o mistério, a profundidade, a riqueza de cada ser vivente.Esse olhar se tem em certos estados de graça. Mas podemos cultivá-lo, participando da vida,

aceitando sua diversidade.Ser justo e imparcial, se colocar no lugar do outro e não abrir a boca sem antes ter feito de

boa fé essa experiência.Criatividade é potência, uma capacidade de se afetar simultaneamente pelas

diferenças. O brasileiro é fruto de múltiplos contrastes, grande miscigenação, com potência e capacidade

de uma criatividade simples, bela, muito própria e rica,Ex: desfile das Escolas de Samba no Carnaval do Rio de Janeiro. Beleza, criatividade,

sofisticação, trabalho conjunto, união, etc., todos os atributos de sucesso reunidos. O resultado é espetacular. Não aproveitado pela primazia da servidão, mas uma comprovação da potência do

191 Prop LXXIII - Escólio192 Prop LXXII193

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<INVEJA>/<NOEMI> brasileiro, que precisa ser aproveitada. Porque somos capazes de perfeição.

Agir na direção do conhecimento, do aprendizado.- - Pela terapia das emoções, que quando toma cob=conhecimento das emoções elas cessam

de governar a vida- conhecimento das palavras seu significado - se não por aprendizado, então por moral- conhecimento é o que dá real alegria e felicidade

Não é coincidência que a maior criatividade, exuberância e competência do brasileiro está nas festas, nas expressões de alegria da sua cultura. No Carnaval, São João, Parintins, Boi-Bumbá, entre outras brilhantes expressões de exuberância, está também a potência espontânea do brasileiro, sua perfeição, beleza, excelência.

É o exemplo do que pode ser transferido para todas as áreas da experiência nacional, para a educação, justiça, desenvolvimento industrial e social, capacitação científica, transportes e comunicação, planejamento de futuro,etc. Esforço coletivo e Perfeição.