Noite Arretada

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NOITE ARRETADA MÚSICA. Foram 30 dias de espera. Do anúncio oficial de que ele viria (pela primeira vez) ao Nordeste à materialização do sonho de milhares de fãs, neste fim de semana uma legião de beatlemaníacos teve a chance de ver e ouvir Sir Paul McCartney bem de perto: em dois shows no estádio do Arruda, no Recife, o músico mostrou o repertório da turnê On The Run ao público nordestino, abrindo sua nova série de apresentações pelo Brasil. A Gazeta esteve lá no sábado, noite que reuniu cerca de 50 mil pessoas. Nesta edição, a gente conta como foi a experiência. Não perca CARLA CASTELLOTTI REPÓRTER Recife, PE – Localizado na zona norte do Recife, o pacato bairro do Arruda viu sua atmosfera residen- cial ser alterada no último fim de semana: somente no sábado (21), cerca de 50 mil pessoas tomaram as ruas do entorno do Es- tádio José do Rego Maciel, o Arrudão, para conferir de perto o show de Paul McCartney. Segundo bea- tle a se apresentar na capi- tal pernambucana – o pri- meiro foi Ringo Star, em dezembro –, Paul (literal- mente) suou a camisa no concerto que abriu a turnê On The Run no Brasil. Com uma disposição inve- jável, às vésperas de com- pletar 70 anos o velho Macca não apenas presen- teou o público nordestino com canções inéditas em seu set list como treinou novas frases em portu- guês, arrebatando a multi- dão presente. Antes da apresentação, porém, o anticlímax foi garantido pela fila inter- minável que se formou nos arredores do estádio, algo previsível já que a produção do show atrasou em duas horas a abertura dos portões. Sem ninguém que orientasse a multidão e com uma sinalização de- ficitária, só era possível sa- ber em qual fileira ‘embar- car’ depois de abordar as pessoas que se aglomera- vam no ziguezague a per- der de vista. Os repórte- res, por exemplo, tiveram de enfrentar mais de duas horas de peleja para con- seguir entrar no recinto e, em vias de cruzar a catra- ca, quase tomar um banho com a água que esguicha- va das tubulações do Arru- da. A certa altura, os fun- cionários que tentavam controlar o movimento bradavam: “Afasta, afasta! A água é suja!”. Vencida a desorganiza- ção da entrada, dentro do estádio tudo transcorreu sem maiores surpresas. Marcado para as 21h30, o concerto teve início às 21h37 e, por três horas, Paul McCartney e sua ban- da comandaram o espetá- culo que teve direito a show pirotécnico e ban- deira de Pernambuco has- teada – para o delírio de uma plateia completamen- te siderada. Diversificado e oriundo de várias partes do País (como puderam compro- var os fãs que subiram ao palco para receber o abra- ço do ex-beatle), o público lotou o estádio do Santa Cruz Futebol Clube. Se- gundo dados divulgados pela assessoria do evento, 7% dos espectadores eram provenientes de Alagoas. Depois dos próprios reci- fenses (ou ‘recifianos’, co- mo quis Paul), os paraiba- nos abocanharam a maior parte dos ingressos, repre- sentando quase 12% do público. Na sequência vêm os potiguares, que compra- ram 8% dos bilhetes. Na lanterna, o público sulis- ta, vindo de São Paulo e do Rio de Janeiro, corres- pondeu a pouco mais de 4% da plateia. Crianças, jovens e es- pectadores, digamos, mais ‘maduros’ pareciam parti- lhar de uma espécie de co- munhão durante o show – que teve vários pontos al- tos. Um deles foi quando, após tocar Paperback Wri- ter, Sir Paul McCartney re- verenciou a plateia cha- mando-a de “povo arreta- do”. Como era de se espe- rar, o estádio veio abaixo. Difícil se decidir entre olhar para o palco ou con- templar o público da ar- quibancada, que puxava um sonoro coro de “Paul, Paul, Paul!”. Houve ainda muitos aplausos e um mar de celulares acesos em Hey Jude , com direito a gente vertendo lágrimas. Como num capítulo à parte na estrutura do es- petáculo, o show pirotéc- nico de Live and Let Die, que anunciava a parte fi- nal do concerto, embasba- cou o público – que a essa altura pulava no ritmo do rockão. Já no bis, a plateia foi novamente ao delírio quando Paul, de volta ao palco, hasteou uma ban- deira de Pernambuco ao lado da inglesa, carregada pelo baterista Abe Laboriel Jr., que por sinal roubou a cena ao fazer uma coreo- grafia em Dance Tonight. Se o Recife passará a in- tegrar em definitivo a rota dos shows gringos que co- meçaram a chegar ao Brasil nos úl- timos tempos ainda é cedo para dizer. A or- ganização do evento deu sinais de que ainda carece de me- lhorias, embora a procura do público (e seu po- der de com- pra) tenha mostra que o showbizz conquistou uma nova fatia de mercado. Agora é esperar para ver. RAMIRO RIBEIRO REPÓRTER Recife, PE – Eram pou- co mais de 21h35 quando Sir Paul McCartney subiu ao palco montado no Ar- ruda ao lado da banda que o acompanha há dez anos – na formação, Abe Labo- riel Jr. (bateria), Paul Wic- kens (companheiro dos tempos de Wings que pilo- tava os teclados), Rusty Anderson (guitarra) e Bri- an Ray (guitarra e baixo). A sensação de increduli- dade diante de uma lenda-viva da música do século 20 permeou a abertura, com a cli- mática The Magical Mistery Tour. “Olá, Re- cife! Boa noi- te, pernam- bucanos”, disse ele num cum- primento à plateia, que pare- cia não acreditar que aquele momento havia fi- nalmente chegado. Na sequên- cia viriam Junior’s Farm e a pri- meira catarse coletiva, justa- mente ao som de All My Lo- ving , do álbum With the Beatles (1963). Paletó deixado de lado, camisa já molha- da de suor, os acordes de Jet abriram a sessão dedicada ao dis- co Band on the Run (1973, maior êxito comercial dos Wings), espé- cie de eixo-central do repertório da turnê. Além da faixa-títu- lo, o riff rasgado de Let me Roll It e Mrs. Vanderbilt também compareceram. Para os fãs da fase pós-be- atles, a surpresa foi a in- clusão de 1985, um dos melhores momentos musi- cais da noite, graças ao en- trosamento de seus músi- cos acompanhantes. Des- taque para os teclados en- diabrados de Wickens. A extrema simpatia de Paul, sempre se esforçan- do para falar em portu- guês, arrancava aplausos enquanto ele se alternava com desenvoltura entre vários instrumentos – bai- xo, duas guitarras, violão, banjo, ukulelê e dois pia- nos. A primeira metade do show concentrou faixas mais recentes como a bela Sing the Changes (do pro- jeto paralelo Fireman), My Valentine (do recente Kis- ses on the Bottom e dedica- da “à minha belíssima es- posa Nancy”) e Dance To- night , que teve direito a inspirada coreografia de Abe Laboriel. Mas já nessa primeira etapa os beatlemaníacos puderam ouvir Got to Get You into My Life, Paperback Writer e The Night Before, esta última presente em Help! (1965) e tocada pela primeira vez no Brasil. De- talhes como esses foram responsáveis por transfor- mar uma turnê mundial de grandes proporções (e onde sempre há uma boa dose de previsibilidade) em um momento único para pessoas que, em sua maioria, jamais vislumbra- ram a chance de ouvir a trilha sonora de suas vidas assim, ao vivo. A emocionante execu- ção de The Long and Wi- ding Road fez lágrimas ro- larem; Maybe I’m Amazed foi dedicada a Linda Mc- Cartney; And I Love Her transformou o Arruda em pista de dança. O momen- to mais intimista de Black- bird, com somente Paul e seu violão, foi correspon- dido pela plateia, atenta em sua maior parte. Com Eleanor Rigby co- meçava o clímax da noite, numa sequência que trou- xe homenagens a George Harrison (com Something) e a Ringo Starr, com a im- provisada Yellow Submari- ne. Obla Di Obla Da levan- tou as arquibancadas e Back in the USSR manteve o astral lá no alto, prepa- rando o terreno para I’ve Got a Feeling e para a do- bradinha que mesclou A Day in the Life/Give Peace a Chance. Celulares e má- quinas fotográficas foram acesos para a passagem de Let it Be. E dá-lhe catarse com a explosão de fogos de artifício em Live and Let Die e o coral de 50 mil pes- soas em Hey Jude, encer- rando a primeira parte. HISTERIA COLETIVA No bis, Paul voltou em- punhando a bandeira per- nambucana – e provocan- do um surto de histeria co- letiva. Após o recomeço com torpedos certeiros co- mo Lady Madonna , Ge t Back e a elétrica Day Trip- per , mais uma pausa. O fim se aproxima, mas há tempo para mais um imenso coral em Yesterday. “Vocês querem rock’ n’roll?” perguntou o ex-be- atle antes de disparar as primeiras notas da ensan- decida Helter Skelter. Parecia não haver mais de onde tirar tanta como- ção na trinca final com Golden Slumbers , Carr y that Weight e a simbólica The End. A chuva de papel multicolorido encerrou uma noite histórica, mar- cante. No final, a conclu- são: o amor que você rece- be é igual ao amor que vo- cê doa. ‡ Show de 15 anos do Los Hermanos ‘salva a pele’ do Abril Pro Rock. B2 Terça-feira 24/04/2012 50 ANOS ESTA NOITE FOTOS: MARCOS HERMES/DIVULGAÇÃO Pela primeira vez no Recife, Paul McCartney reverencia o público de cerca de 50 mil pessoas: “Povo arretado!” DANIEL KAJMIC/DIVULGAÇÃO O boneco de Olinda vestido de Paul McCartney roubou a cena na apresentação do domingo

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Resenha do 1º show de Paul McCartney no Recife, em abril de 2012

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NOITE ARRETADA

MÚSICA. Foram 30 dias de espera. Do anúncio oficial de que ele

viria (pela primeira vez) ao Nordeste à materialização do sonho de

milhares de fãs, neste fim de semana uma legião de beatlemaníacos

teve a chance de ver e ouvir Sir Paul McCartney bem de perto:

em dois shows no estádio do Arruda, no Recife, o músico mostrou

o repertório da turnê On The Run ao público nordestino, abrindo

sua nova série de apresentações pelo Brasil. A Gazeta esteve lá no

sábado, noite que reuniu cerca de 50 mil pessoas. Nesta edição,

a gente conta como foi a experiência. Não perca

CARLA CASTELLOTTI REPÓRTER

Recife, PE – Localizado na zona norte do Recife, o pacato bairro do Arruda viu sua atmosfera residen-cial ser alterada no último fim de semana: somente no sábado (21), cerca de 50 mil pessoas tomaram as ruas do entorno do Es-tádio José do Rego Maciel, o Arrudão, para conferir de perto o show de Paul McCartney. Segundo bea-tle a se apresentar na capi-tal pernambucana – o pri-meiro foi Ringo Star, em dezembro –, Paul (literal-mente) suou a camisa no concerto que abriu a turnê On The Run no Brasil. Com uma disposição inve-jável, às vésperas de com-pletar 70 anos o velho Macca não apenas presen-teou o público nordestino com canções inéditas em seu set list como treinou novas frases em portu-guês, arrebatando a multi-dão presente.

Antes da apresentação, porém, o anticlímax foi garantido pela fila inter-minável que se formou nos arredores do estádio, algo previsível já que a produção do show atrasou em duas horas a abertura dos portões. Sem ninguém que orientasse a multidão e com uma sinalização de-ficitária, só era possível sa-ber em qual fileira ‘embar-car’ depois de abordar as pessoas que se aglomera-vam no ziguezague a per-der de vista. Os repórte-res, por exemplo, tiveram de enfrentar mais de duas horas de peleja para con-seguir entrar no recinto e, em vias de cruzar a catra-ca, quase tomar um banho com a água que esguicha-va das tubulações do Arru-da. A certa altura, os fun-cionários que tentavam controlar o movimento bradavam: “Afasta, afasta! A água é suja!”.

Vencida a desorganiza-ção da entrada, dentro do estádio tudo transcorreu

sem maiores surpresas. Marcado para as 21h30, o concerto teve início às 21h37 e, por três horas, Paul McCartney e sua ban-da comandaram o espetá-culo que teve direito a show pirotécnico e ban-deira de Pernambuco has-teada – para o delírio de uma plateia completamen-te siderada.

Diversificado e oriundo de várias partes do País (como puderam compro-var os fãs que subiram ao palco para receber o abra-ço do ex-beatle), o público lotou o estádio do Santa Cruz Futebol Clube. Se-gundo dados divulgados pela assessoria do evento, 7% dos espectadores eram provenientes de Alagoas. Depois dos próprios reci-fenses (ou ‘recifianos’, co-mo quis Paul), os paraiba-nos abocanharam a maior parte dos ingressos, repre-sentando quase 12% do público. Na sequência vêm os potiguares, que compra-ram 8% dos bilhetes. Na lanterna, o público sulis-t a , v i n d o d e São Paulo e do Rio de Janeiro, corres-pondeu a pouco mais de 4% da plateia.

Crianças, jovens e es-pectadores, digamos, mais ‘maduros’ pareciam parti-lhar de uma espécie de co-munhão durante o show – que teve vários pontos al-tos. Um deles foi quando, após tocar Paperback Wri-ter, Sir Paul McCartney re-verenciou a plateia cha-mando-a de “povo arreta-do”. Como era de se espe-rar, o estádio veio abaixo. Difícil se decidir entre olhar para o palco ou con-templar o público da ar-quibancada, que puxava um sonoro coro de “Paul, Paul, Paul!”. Houve ainda muitos aplausos e um mar de celulares acesos em Hey Jude, com direito a gente vertendo lágrimas.

Como num capítulo à parte na estrutura do es-petáculo, o show pirotéc-nico de Live and Let Die, que anunciava a parte fi-nal do concerto, embasba-cou o público – que a essa altura pulava no ritmo do rockão. Já no bis, a plateia foi novamente ao delírio quando Paul, de volta ao palco, hasteou uma ban-deira de Pernambuco ao lado da inglesa, carregada pelo baterista Abe Laboriel Jr., que por sinal roubou a cena ao fazer uma coreo-grafia em Dance Tonight.

Se o Recife passará a in-tegrar em definitivo a rota dos shows gringos que co-meçaram a chegar ao Brasil nos úl-t imos tempos a inda é cedo para dizer. A or-ganização do

e v e n t o

d e u s i n a i s de que a i n d a c a r e c e d e m e-lhorias, embora a p r o c u r a do público (e seu po-der de com-pra) tenha mostra que o s h o w b i z z c o n q u i s t o u uma nova fatia de mercado . Agora é esperar para ver.

RAMIRO RIBEIRO REPÓRTER

Recife, PE – Eram pou-co mais de 21h35 quando Sir Paul McCartney subiu ao palco montado no Ar-ruda ao lado da banda que o acompanha há dez anos – na formação, Abe Labo-riel Jr. (bateria), Paul Wic-kens (companheiro dos tempos de Wings que pilo-tava os teclados), Rusty Anderson (guitarra) e Bri-an Ray (guitarra e baixo).

A sensação de increduli-dade diante de uma lenda-viva da música do século 20 permeou a abertura, com a cli-mática The Magical Mistery Tour. “Olá, Re-

cife! Boa noi-te, pernam-b u c a n o s ” , d i s s e e l e num cum-primento à p l a t e i a , que pare-c i a n ã o acreditar que aquele momento h a v i a f i-nalmente chegado. Na sequên-cia viriam

J u n i o r ’ s Farm e a pri-

meira catarse coletiva, justa-mente ao som de A l l My Lo-ving, do álbum With the Beatles(1963). Paletó deixado de lado, camisa já molha-da de suor, os acordes de Jetabriram a sessão dedicada ao dis-co Band on the Run (1973, maior êxito comercial dos Wings), espé-cie de eixo-central

do repertório da

turnê. Além da faixa-títu-lo, o riff rasgado de Let me Roll It e Mrs. Vanderbilttambém compareceram. Para os fãs da fase pós-be-atles, a surpresa foi a in-clusão de 1985, um dos melhores momentos musi-cais da noite, graças ao en-trosamento de seus músi-cos acompanhantes. Des-taque para os teclados en-diabrados de Wickens.

A extrema simpatia de Paul, sempre se esforçan-do para falar em portu-guês, arrancava aplausos enquanto ele se alternava com desenvoltura entre vários instrumentos – bai-xo, duas guitarras, violão, banjo, ukulelê e dois pia-nos. A primeira metade do show concentrou faixas mais recentes como a bela Sing the Changes (do pro-jeto paralelo Fireman), My Valentine (do recente Kis-ses on the Bottom e dedica-da “à minha belíssima es-posa Nancy”) e Dance To-night, que teve direito a inspirada coreografia de Abe Laboriel.

Mas já nessa primeira etapa os beatlemaníacos puderam ouvir Got to Get You into My Life, Paperback Writer e The Night Before, esta última presente em Help! (1965) e tocada pela primeira vez no Brasil. De-talhes como esses foram responsáveis por transfor-mar uma turnê mundial de grandes proporções (e onde sempre há uma boa dose de previsibilidade) em um momento único para pessoas que, em sua maioria, jamais vislumbra-ram a chance de ouvir a trilha sonora de suas vidas assim, ao vivo.

A emocionante execu-ção de The Long and Wi-ding Road fez lágrimas ro-larem; Maybe I’m Amazedfoi dedicada a Linda Mc-Cartney; And I Love Hertransformou o Arruda em

pista de dança. O momen-to mais intimista de Black-bird, com somente Paul e seu violão, foi correspon-dido pela plateia, atenta em sua maior parte.

Com Eleanor Rigby co-meçava o clímax da noite, numa sequência que trou-xe homenagens a George Harrison (com Something) e a Ringo Starr, com a im-provisada Yellow Submari-ne. Obla Di Obla Da levan-tou as arquibancadas e Back in the USSR manteve o astral lá no alto, prepa-rando o terreno para I’ve Got a Feeling e para a do-bradinha que mesclou A Day in the Life/Give Peace a Chance. Celulares e má-quinas fotográficas foram acesos para a passagem de Let it Be. E dá-lhe catarse com a explosão de fogos de artifício em Live and Let Die e o coral de 50 mil pes-soas em Hey Jude, encer-rando a primeira parte.

HISTERIA COLETIVA No bis, Paul voltou em-

punhando a bandeira per-nambucana – e provocan-do um surto de histeria co-letiva. Após o recomeço com torpedos certeiros co-mo Lady Madonna, Get Back e a elétrica Day Trip-per, mais uma pausa. O fim se aproxima, mas há t empo pa ra ma i s um imenso coral em Yesterday. “ Vo c ê s q u e r e m r o c k ’ n’roll?” perguntou o ex-be-atle antes de disparar as primeiras notas da ensan-decida Helter Skelter.

Parecia não haver mais de onde tirar tanta como-ção na trinca final com Golden Slumbers, Carry that Weight e a simbólica The End. A chuva de papel multicolorido encerrou uma noite histórica, mar-cante. No final, a conclu-são: o amor que você rece-be é igual ao amor que vo-cê doa. ‡

Show de 15 anos do Los Hermanos ‘salva a pele’ do Abril Pro Rock. B2

Terça-feira 24/04/2012

50 ANOS ESTA NOITE

FOTOS: MARCOS HERMES/DIVULGAÇÃO

Pela primeira vez no Recife, Paul McCartney reverencia o público de cerca de 50 mil pessoas: “Povo arretado!”

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O boneco de Olinda vestido de

Paul McCartney roubou a cena

na apresentação do domingo