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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: REQUISITOS ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, TÉRMICOS E ACÚSTICOS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Fernanda Saidelles Bataglin Santa Maria, RS, Brasil 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ESTRUTURAS E CONSTRUÇÃO CIVIL

NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES:

REQUISITOS ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS,

TÉRMICOS E ACÚSTICOS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Fernanda Saidelles Bataglin

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES:

REQUISITOS ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, TÉRMICOS

E ACÚSTICOS

por

Fernanda Saidelles Bataglin

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Civil,

da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),

como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Dr. Antônio L. Guerra Gastaldini

Santa Maria, RS, Brasil

2014

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Tecnologia

Departamento de Estruturas e Construção Civil

A comissão examinadora, abaixo assinada,

aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: REQUISITOS

ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, TÉRMICOS E ACÚSTICOS

elaborado por

Fernanda Saidelles Bataglin

como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

_______________________________

Antônio L. Guerra Gastaldini, Dr.

(Presidente/Orientador)

______________________________

Joaquim Pizzutti dos Santos, Dr. (UFSM)

(1º membro)

______________________________

Larissa Kirchhof, Dr. (UFSM)

(2º membro)

Santa Maria, 11 de julho de 2014

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AGRADECIMENTOS

Agradecer é um gesto muito importante. De alguma maneira tudo o que se é

conquistado depende de todo o esforço e dedicação, ora de nós mesmos e outras vezes de

pessoas que cruzam o nosso caminho para nos auxiliar.

Agradeço a minha família por sempre me incentivarem com todo carinho e apoio

incondicional. Em especial a minha Avó Leda, que durante toda a vida sempre me amparou e

participou da minha caminhada até aqui. Ao meu namorado Macklini, que desde o início da

minha faculdade me acompanhou e me auxiliou sempre.

Agradeço ao professor Antônio Gastaldini, meu orientador, que com sua experiência e

seu conhecimento participou deste trabalho.

A todos os demais professores do Curso que de alguma maneira transmitiram seu

conhecimento e contribuíram para a minha formação.

Aos colegas e amigos que fizeram e com certeza farão parte da minha vida por longos

anos.

Agradecer ao Alexandre Reis, membro da Gerencia de Desenvolvimento Urbano de

Santa Maria (GIDUR/SM) pelo auxílio prestado ao colaborar com informações a respeito dos

programas da Caixa Econômica Federal.

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RESUMO

Trabalho de conclusão de curso

Departamento de Estruturas e Construção Civil

Universidade Federal de Santa Maria

NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES:

REQUISITOS ARQUITETÔNICOS, LUMÍNICOS, TÉRMICOS

E ACÚSTICOS AUTORA: Fernanda Saidelles Bataglin

ORIENTADOR: Prof. Dr. Antônio L. Guerra Gastaldini

DATA E LOCAL DA DEFESA: Santa Maria, 11 de julho de 2014.

A abordagem do desempenho na construção civil é o início de uma mudança que

orienta para o desenvolvimento de tecnologias e práticas construtivas inovadoras. A situação

corrente do Brasil, com incentivos ao crédito imobiliário para a parcela da população menos

favorecida através de programas como o “Minha Casa, Minha Vida (PMCMV)”

desenvolvidos pelo Governo Federal, fazendo crescer a demanda no setor da construção civil,

faz necessária a existência de padrões de exigências para um desempenho mínimo nas

edificações. O conjunto normativo NBR 15.575 – Edificações Habitacionais – Desempenho

(2013) surge com este desafio e traz o conceito de comportamento em uso de componentes e

sistemas das edificações, sendo que a construção habitacional deve atender e cumprir

exigências dos usuários ao longo dos anos, promovendo uma melhoria na qualidade da

produção das edificações. O objetivo principal deste trabalho consiste de um estudo

comparativo entre as especificações exigidas pela norma de Desempenho (2013), pelo

PMCMV e pelo Código de Obras e Edificações da cidade de Santa Maria (COESM). A

análise das características se deu com o estudo da NBR 15.575 (2013) e os mais importantes

tópicos abordados nesta com relação a requisitos arquitetônicos, lumínicos, térmicos e

acústicos juntamente com a análise das características do PMCMV e do COESM voltadas

para o desempenho das unidades habitacionais. Concluído o estudo comparativo é

perceptível que a Norma de desempenho (2013) surge para representar um grande avanço na

construção civil tratando de questões importantes, que muitas vezes são esquecidas na

idealização de um projeto. O PMCMV e suas especificações percebe-se uma grande

semelhança com a norma. Já o COESM necessita de uma atualização de suas informações

para que possa exigir suas especificações.

Palavras-chave: desempenho; NBR 15.575; usuários.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Requisitos de usuários ISO 6241 .............................................................19

TABELA 2 – Vida útil de projeto mínima e superior ....................................................21

TABELA 3 – Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de verão ..23

TABELA 4 – Critério de avaliação de desempenho mínimo para condições de inverno

.........................................................................................................................................23

TABELA 5 – Níveis de iluminamento natural ...............................................................24

TABELA 6 – Fator de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação ................24

TABELA 7 – Níveis de iluminamento geral para iluminamento artificial ....................24

TABELA 8 – Valores máximos do nível de pressão sonora contínuo equivalente,

LAeq,nT, medido em dormitórios ......................................................................................25

TABELA 9 – Valores máximos do nível de pressão sonora máximo, LASmáx.,nT, medido

em dormitórios ................................................................................................................26

TABELA 10 – Móveis e equipamentos-padrão a serem acomodados nos diferentes

ambientes ........................................................................................................................26

TABELA 11 – Dimensões mínimas de mobiliário e circulação ....................................27

TABELA 12 – Deslocamentos-limites para cargas permanentes e cargas acidentais em

geral ................................................................................................................................30

TABELA 13 – Flechas máximas para vigas e lajes (cargas gravitacionais permanentes e

acidentais) .......................................................................................................................31

TABELA 14 – Critério e nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado, L’nT,w

.........................................................................................................................................33

TABELA 15 – Critérios de diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w ...............33

TABELA 16 – Transmitância térmica de paredes externas ...........................................35

TABELA 17 – Capacidade térmica de paredes externas ...............................................35

TABELA 18 – Área mínima de ventilação em dormitórios e sala de estar ...................36

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TABELA 19 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, D2m, nT,w,

da vedação externa de dormitório ...................................................................................37

TABELA 20 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w,

entre ambientes ...............................................................................................................37

TABELA 21 – Índice de redução sonora ponderado, Rw, de componentes construtivos

utilizados nas vedações entre ambientes ........................................................................38

TABELA 22 – Critérios de coberturas quanto a transmitância térmica – M .................39

TABELA 23 – Especificações mínimas Apartamento* / Casa sobreposta* / Village* /

Sobrado ** para item 7.1 do Anexo I da Portaria 465 de 03 de outubro de 2011 ..........44

TABELA 24 – Especificações mínimas Casa * para item 7.1 do Anexo I da Portaria 465

de 03 de outubro de 2011 ...............................................................................................46

TABELA 25 – Especificações mínimas Apartamento* / Casa sobreposta* / Village* /

Sobrado ** para item 7.2.1 do Anexo I da Portaria 465 de 03 de outubro de 2011

.........................................................................................................................................49

TABELA 26 – Especificações mínimas Casa * para item 7.2.1 do Anexo I da Portaria

465 de 03 de outubro de 2011 ........................................................................................51

TABELA 27 – Exigências do COESM ..........................................................................53

TABELA 28 – Resultados de Rw para paredes e divisórias pesadas usuais ...................63

TABELA 29 – Resultados de Rw para paredes e divisórias leves usuais com material

absorvente .......................................................................................................................64

TABELA 30 – Valores do nível de pressão sonora de impacto padrão ponderado, L’nT,w,

para diferentes composições ...........................................................................................65

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – Estrutura da Norma de Desempenho ........................................................17

FIGURA 2 – Desempenho ao longo do tempo ...............................................................21

FIGURA 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro ........................................................22

FIGURA 4 – Fluxo operacional de aprovação de projetos ............................................41

FIGURA 5 – Modelo da planilha de medições ..............................................................43

FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM ....................................57

FIGURA 7 – Áreas de dormitórios e salas de estar conforme as especificações mínimas

.........................................................................................................................................59

FIGURA 8 – Métodos alternativos de avaliação do desempenho térmico .....................61

FIGURA 9 – Layout apartamento de dois dormitórios ..................................................67

FIGURA 10 – Layout apartamento de três dormitórios .................................................68

FIGURA 11 – Disposição estrutural da edificação ........................................................68

FIGURA 12 – Vedações verticais ..................................................................................69

FIGURA 13 – Elevações da alvenaria esttrutural ..........................................................69

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LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS

PMCMV – Programa Minha Casa, Minha Vida

COESM – Código de obras e edificações de Santa Maria

GIDUR – Gerência de Filial de Desenvolvimento Urbano e Rural

FINEP – Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e Programas

CEF – Caixa Econômica Federal

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

COBRACON – Comitê Brasileiro de Construção Civil

SINDUSCON – Sindicato da Indústria da Construção Civil

SECOVI – Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de

Imóveis Residenciais e Comerciais

IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas

ISO – International Organization for Standardization

VU – Vida útil

VUP – Vida útil de projeto

LAeq,nT – Nível de pressão sonora contínuo equivalente

LASmáx.,nT – Nível de pressão sonora máximo

Sgk – Flecha característica para carga gravitacional

Sqk – Flecha característica para carga permanente

SVVIE – Sistemas de vedações verticais internas e externas

ELU – Estado limite último

ELS – Estado limite de serviço

L’nT,w – Nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado

U – Transmitância térmica

CT – Capacidade térmica

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D2m, nT,w – Diferença padronizada de nível ponderada da vedação externa de dormitório

DnT,w – Diferença padronizada de nível ponderada entre ambientes

Rw – Índice de redução sonora ponderada

CEF – Caixa Econômica Federal

PNHU – Programa Nacional de Habitação Urbana

PNHR – Programa Nacional de Habitação Rural

FAR – Fundo de Arrendamento Residencial

CBIC – Comitê Brasileiro da Indústria da Construção

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................13

1.1 Justificativa para escolha do tema ............................................................................14

1.2 Objetivos .....................................................................................................................14

1.2.1 Objetivo geral .............................................................................................................. .14

1.2.2 Objetivo específico .......................................................................................................14

1.3 Metodologia .................................................................................................................15

1.4 Estrutura do trabalho ................................................................................................15

2. A NORMA ABNT NBR 15.575 ........................................................................16

2.1 Histórico da NBR 15.575 “Edificações habitacionais – Desempenho” ..................17

2.2 Parte 1 – Requisitos Gerais .......................................................................................18

2.3 Parte 2 – Requisitos para os sistemas estruturais ...................................................29

2.4 Parte 3 – Requisitos para os sistemas de piso ..........................................................32

2.5 Parte 4 – Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas..34

2.6 Parte 5 – Requisitos para os sistemas de coberturas ...............................................38

2.7 Parte 6 – Requisitos para os sistemas hidrossanitários ..........................................39

3. PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA ...........................................40

3.1 Histórico ......................................................................................................................40

3.2 Particularidades do PMCMV ...................................................................................41

3.3 Especificações mínimas do PMCMV ........................................................................44

4. CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES ....................................................53

4.1 Exigências do Código de Obras e Edificações de Santa Maria ..............................53

5. RELAÇÃO ENTRE A NORMA, O PMCMV E O COESM ................55

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5.1 Especificações mínimas quanto ao projeto arquitetônico ......................................55

5.2 Especificações mínimas quanto ao desempenho lumínico ......................................57

5.3 Especificações mínimas quanto ao desempenho térmico ........................................58

5.4 Especificações mínimas quanto ao desempenho acústico .......................................61

6. ACOMPANHAMENTO DAS VISTORIAS REALIZADAS POR

TÉCNICOS REPRESENTANTES DA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

...................................................................................................................................................65

6.1 Características do empreendimento: Edifício Residencial Solar Solamanca .......65

6.2 Etapa da obra analisada ............................................................................................65

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................69

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..........................................................71

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1. INTRODUÇÃO

A construção civil brasileira passa por um período de grande desenvolvimento

deixando os profissionais desta área animados. Com isso grandes desafios para o ramo

começam a surgir e a maior demanda por atividades do setor faz com que as construtoras e

incorporadoras tenham que se adaptarem as exigências do mercado atual.

A política desenvolvida pelo governo federal, através de projetos como o Minha Casa

Minha Vida, em parceria com estados, municípios e empresas tornou possível que famílias

brasileiras sem condições de adquirir a casa própria, pudessem, através da Caixa Econômica

Federal, financiar seu imóvel. Essa estratégia governamental faz com que a parcela emergente

da classe C aqueça o mercado imobiliário nacional. Grandes incorporadoras e construtoras

brasileiras e até mesmo estrangeiras começam um processo para adquirir grandes áreas para a

construção de habitações populares, e assim é relevante a expectativa de uma larga escala de

produção de habitações populares.

Tendo em vista que esse desenvolvimento da construção civil voltado para habitações

populares é necessário a existência de padrões mínimos técnicos para esses empreendimentos

e que devem obrigatoriamente ser atendidos pelas construtoras. Diversas questões como: qual

a vida útil para essa habitação, qual o desempenho acústico mínimo para um determinado

ambiente, quais as dimensões mínimas de cada compartimento; precisam ser estudadas e

respondidas. Uma construção pode ser considerada como um produto, devendo apresentar

determinadas características que o capacitem cumprir objetivos e funções, para os quais foi

projetado, no momento que submetido a determinadas condições de exposição e de uso.

O conceito de desempenho de edifícios e seus sistemas vêm sendo estudados há mais

de 40 anos no mundo todo, e hoje o tema está consolidado no meio acadêmico na maioria dos

países desenvolvidos e em desenvolvimento. A busca pela racionalização e industrialização

dos sistemas construtivos, pela redução de custos e inovação tecnológica, associadas à

necessidade de muitos países de construir em larga escala para suprir déficits habitacionais

crescentes, passa pela discussão de qual desempenho se pretende obter para as edificações ao

longo de uma vida útil desejada (BORGES, 2008). O desempenho de uma edificação pode ser

entendido como o seu comportamento ao longo de sua vida útil (BLACHERE, 1974 apud

BORGES, 2008).

Baseado no conceito de desempenho voltado para as necessidades dos usuários e para

o uso e operação das edificações é que o conjunto normativo ABNT NBR 15.575

“Edificações Habitacionais – Desempenho” surge para auxiliar no controle de diversos

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requisitos das unidades habitacionais. Através da determinação de responsabilidades e da

exigência de regras que são fundamentais para a garantia da qualidade de vida da população e

da segurança estrutural do imóvel é que a Norma institui critérios de qualidade para a

construção de um empreendimento.

1.1 Justificativa para escolha do tema

A existência de uma norma que avalie o desempenho de uma edificação e trate a

edificação como um produto depois de pronta é vantajosa tanto para as construtoras e

incorporadoras como para os usuários. A exigência de padrões mínimos de qualidade para

fatores como acústico, térmico, de segurança contra incêndio entre outros, trará maior

confiança para os ocupantes da habitação. A situação atual do nosso país, com a criação de

programas de incentivo ao crédito imobiliário para a parcela da população menos favorecida,

também faz com que existam critérios de qualidade para estas habitações e, assim, o

atendimento ao desempenho mínimo obrigatório que é exigido pela Norma. Por isso, o

conhecimento dos requisitos e critérios da Norma de Desempenho e suas principais

características são de suma importância para quem atua na área de construção civil. Neste

contexto é que este trabalho se torna oportuno, tendo como foco principal a Norma de

Desempenho de Edificações (2013).

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

O objetivo geral deste trabalho consiste na análise dos mais importantes tópicos

abordados na Norma de Desempenho (2013). Uma análise das características do Programa

“Minha Casa, Minha Vida” voltadas para o desempenho das unidades habitacionais foi feita.

O Código de Obras e Edificações da Cidade de Santa Maria também foi analisado no que diz

respeito a especificações mínimas garantidas pela Norma.

1.2.2 Objetivo específico

O objetivo específico deste trabalho consiste de um estudo comparativo entre as

especificações exigidas pela norma de Desempenho (2013), pelo Programa Minha Casa

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Minha Vida (PMCMV) e pelo Código de Obras e Edificações da cidade de Santa Maria

(COESM).

1.3 Metodologia

Inicialmente, a leitura da NBR ABNT 15575 “Edificações habitacionais –

Desempenho” e pesquisas bibliográficas em dissertações, teses, reportagens, entre outros para

um aprofundamento na questão da história do desempenho e suas principais ações na

construção civil.

No que diz respeito ao Programa Minha Casa, Minha Vida, foi buscado um

embasamento teórico através de pesquisas no site do Ministério das Cidades, da Caixa

Econômica Federal e alguns trabalhos relacionados a esse assunto. Foi realizado um contato

com a Gerência de Filial de Desenvolvimento Urbano e Rural (GIDUR) da Caixa Econômica

Federal de Santa Maria para maiores esclarecimentos sobre o programa, aprovação de

projetos e a utilização da Norma de Desempenho. Após, foi feita uma análise das principais

especificações exigidas pelo programa e aspectos da Norma de Desempenho.

O Código de Obras e Edificações de Santa Maria também foi estudado para obtenção

de informações com relação as suas particularidades e a relação do mesmo com a Norma de

Desempenho NBR 15.575 (2013).

1.4 Estrutura do trabalho

O trabalho se divide em sete capítulos. O primeiro capítulo faz-se uma breve

introdução a respeito do assunto que será discutido neste trabalho.

No segundo capítulo são apresentados aspectos em relação à norma de desempenho

(2013) com um resumo de cada uma das partes constituintes desta.

O terceiro capítulo trata de informações relacionadas ao Programa Minha Casa Minha

Vida e sua forma de estruturação.

O quarto capítulo discorre sobre as especificações do Código de Obras e Edificações

de Santa Maria relacionados a projetos de edificações.

No quinto capítulo tem-se o estudo comparativo entre a Norma de Desempenho

(2013), o Programa Minha Casa Minha Vida e o Código de Obras e Edificações da cidade de

Santa Maria abrangendo questões relacionadas ao projeto arquitetônico e aos desempenhos

lumínico, térmico e acústico.

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2. A NORMA ABNT NBR 15.575

O objetivo da nova Norma de Desempenho (2013) é o cumprimento de requisitos de

qualidade e a instituição de um nível mínimo de desempenho ao longo da vida útil dos

principais elementos que compõem uma edificação habitacional. Ela não tem função de

orientar a escolha do sistema construtivo por parte do projetista, mas ele deverá atender a

condições pré-estabelecidas independentemente do método adotado. O estabelecimento de

padrões mínimos de qualidade, baseando-se no desempenho e na durabilidade dos sistemas,

convém para balizar o mercado da construção civil, que atua tornando o mercado mais

regulado e dá segurança jurídica para os consumidores.

Todas as normas brasileiras em vigor até o momento são denominadas prescritivas, ou

seja, é uma série de requisitos e critérios exigidos para um produto ou procedimento

específico, estabelecidos pelo seu uso consagrado ao longo do tempo, buscando atender aos

requisitos dos usuários de maneira indireta. As normas prescritivas são quantitativas e

referentes aos produtos. A norma de desempenho (2013), ao contrário das demais, determina

as necessidades dos usuários que a construção como um todo deve atender, sendo um

complemento às normas prescritivas, sem claro substituí-las. A norma de desempenho (2013)

é tanto quantitativa como qualitativa e diz respeito ao funcionamento de sistemas inteiros.

Segundo o Engenheiro Ércio Thomaz, pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do

Estado de São Paulo (IPT), em entrevista a Revista Techne (NAKAMURA, 2013), essa

norma não é de entrada, que trata de como o produto deve ser quando vai à obra, mas de

saída, regulamentando a forma como a edificação deve se comportar depois de entregue.

A norma NBR 15575 (2013) segue uma estrutura que para cada necessidade do

usuário e condição de exposição da edificação aparece uma sequência de requisitos de

desempenho (qualitativos), critérios de desempenho (quantitativos) e respectivos métodos de

avaliação. A figura 1 representa um esquema desta estrutura. Para o melhor entendimento,

definem-se requisitos de desempenho como condições que expressam qualitativamente os

atributos que a edificação habitacional e seus sistemas devem possuir, a fim de que possam

atender aos requisitos do usuário. E critérios de desempenho podem ser entendidos como

especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, expressos em termos de

quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser objetivamente determinados.

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Figura 1 – Estrutura da Norma de Desempenho

2.1 Histórico da NBR 15.575 (2013) “Edificações habitacionais – Desempenho”

No ano de 1999, através do Fundo de Financiamento de Estudos de Projetos e

Programas (FINEP), a Caixa Econômica Federal (CEF) patrocinou a Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT) e o Comitê Brasileiro de Construção Civil (COBRACON) para o

início dos estudos de formulação de uma norma que avaliasse a edificação como um produto

final independentemente do sistema construtivo e materiais empregados, ou seja, avaliação do

comportamento da edificação depois de entregue ao usuário. Especialistas foram contratados

para redigir os textos-base em cada área. Neste momento inicia-se uma longa trajetória para a

concepção final da então denominada Norma de Desempenho.

Em 2004, o Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (SINDUSCON-

SP), o Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis

Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) e especialistas atuantes no mercado da

construção tomaram conhecimento da norma, em fase de preparação, e começaram a

participar das comissões e grupos de trabalho.

Em 2008, foi realizada a primeira publicação da norma que teria previsão de até 12 de

maio de 2010 para entrar em vigor e um prazo de seis meses a partir desta data para ser

exigida. Entretanto, muitos setores da construção não tinham tomado conhecimento a respeito

da aplicabilidade desta norma e esta apresentava algumas exigências aquém das expectativas

da sociedade, sendo assim motivo de muitas contestações. Diante disso, a norma entrou em

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vigor em 2008, mas sua exigibilidade foi postergada pela ABNT de modo que ainda não se

aplicava aos empreendimentos residenciais que estavam sendo projetados e construídos neste

período e então a comissão de estudos retomou os trabalhos com uma revisão do texto já

publicado.

Assim sendo, os trabalhos foram concluídos em março de 2012 e em novembro foi

encerrada a análise da consulta nacional sobre os textos. Finalmente a norma ABNT NBR

15575:2013 “Edificações Habitacionais – Desempenho” entrou oficialmente em vigor a partir

de julho de 2013, sendo um conjunto normativo que constitui um importante marco para a

modernização tecnológica das construções brasileiras e trará uma melhoria na qualidade das

habitações. Então, tem-se o grande desafio no momento da abordagem de desempenho na

construção civil, que é a tradução das necessidades dos usuários em requisitos e critérios que

possam ser mensurados de maneira objetiva, dentro de determinadas condições de exposição e

uso, e que sejam viável técnica e economicamente dentro da realidade de cada região.

A Norma de Desempenho é composta de seis partes: requisitos gerais, requisitos para

os sistemas estruturais, requisitos para os sistemas de pisos, requisitos para os sistemas de

vedações verticais internas e externas, requisitos para os sistemas de coberturas e por último,

requisitos para os sistemas hidrossanitários, que assim como qualquer novidade traz muitas

dúvidas e críticas por parte de construtores e consumidores.

2.2 Parte 1 – Requisitos Gerais

A parte 1 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos Gerais, estabelece os

requisitos e critérios de desempenho aplicáveis às edificações habitacionais, como um todo

integrado, bem como a serem avaliados de forma isolada para um ou mais sistemas

específicos. Os sistemas foram analisados em termos de desempenho mínimo obrigatório para

os requisitos citados abaixo, seguindo as diretrizes da Norma ISO 6241 (BORGES, 2010) que

são mencionados na tabela 1:

Segurança estrutural;

Segurança contra fogo;

Segurança no uso e operação;

Estanqueidade;

Desempenho térmico;

Desempenho acústico;

Desempenho lumínico;

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19

Saúde, higiene e qualidade do ar;

Funcionalidade e acessibilidade;

Conforto tátil e antropodinâmico;

Durabilidade;

Manutenibilidade;

Impacto ambiental.

Tabela 1 – Requisitos de usuários ISO 6241

CATEGORIA EXEMPLOS

1. Requisitos de

estabilidade.

Resistência mecânica a ações estáticas e dinâmicas, tanto individualmente quanto em

combinação. Resistência a impactos, ações abusivas intencionais ou não, ações

acidentais, efeitos cíclicos.

2. Requisitos de

segurança contra

incêndio.

Riscos de propagação de incêndio. Efeitos psicológicos de fumaça e calor. Tempo de

acionamento de alarme (sistemas de detecção e de alarme). Tempo de evacuação da

edificação (rotas de saída). Tempo de sobrevivência (compartimentalização do fogo).

3. Requisitos de

segurança em uso.

Segurança relativa a agentes agressivos (proteção contra explosões, queimaduras,

pontos e bordas cortantes, mecanismos móveis, descargas elétricas, radioatividade,

contato ou inalação de substâncias venenosas, infecção). Segurança durante

movimentação e circulação (limitação de escorregamentos nos pisos, vias não

obstruídas, corrimões, etc.). Segurança contra a entrada indevida de pessoas e/ou

animais.

4. Requisitos de

vedação.

Vedação contra a água (de chuva, de subsolo, de água potável, de águas servidas,

etc.). Vedação de água e de gás. Vedação de poeira e de neve.

5. Requisitos

térmicos e de

umidade.

Controle da temperatura do ar, da radiação térmica, da velocidade do ar e da umidade

relativa (limitação de variação em tempo e no espaço, resposta de controles).

Controles de condensação.

6. Requisitos de

pureza do ar.

Ventilação. Controle de odores

7. Requisitos

acústicos.

Controle de ruídos internos e externos (contínuos e /ou intermitentes). Inteligibilidade

sonora. Tempo de reverberação.

8. Requisitos

visuais.

Iluminação natural e artificial (iluminação necessária, estabilidade, contraste

luminoso e proteção contra luz muito forte). Luz solar (insolação). Possibilidade de

escuridão. Aspectos de espaço e de superfícies (cor, textura, regularidade,

nivelamento, verticalidade, horizontalidade, perpendicularidade, etc.). Contato visual,

internamente e com o mundo exterior (encadeamentos e barreiras referentes à

privacidade, proteção contra distorção ótica).

9. Requisitos

táteis.

Propriedades das superfícies, aspereza, secura, calor, elasticidade. Proteção contra

descargas de elasticidade estática.

10. Requisitos

dinâmicos.

Limitação de vibrações e acelerações de todo o conjunto (transientes e contínuas).

Comodidade dos pedestres nas áreas expostas ao vento. Facilidades de movimentação

(inclinação das rampas, disposição dos degraus de escadas). Margem de manobras

(manipulação de portas, janelas, controle sobre equipamentos, etc.).

11. Requisitos de

higiene.

Instalação para cuidados e higiene do corpo humano. Suprimento de água. Condições

de feitura de limpeza. Liberação de águas servidas, materiais servidos e fumaça. Limitação de emissão de contaminantes.

12. Requisitos para

a conveniência de

Quantidade, tamanho, geometria, subdivisão e inter-relação de espaços. Serviços e

equipamentos. Condições (capacidade) de mobiliamento e flexibilidade.

Page 20: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

20

espaços destinados a

usos específicos.

13. Requisitos de

durabilidade.

Conservação (permanência) de desempenho em relação à necessária vida útil de

serviços sujeitos a manutenção regular.

14. Requisitos

econômicos.

Custos de manutenção, operacionais e de capital. Custos de demolição.

Fonte: BORGES, 2010

Termos como vida útil (VU), vida útil de projeto (VUP), prazo de garantia contratual e

prazo de garantia legal devem ser conceituados e esclarecidos, de modo que, geralmente, são

motivos de confusão e causam atrito entre construtores e usuários. Pela Norma de

desempenho, construtor, incorporador e projetista, indubitavelmente, responsabilizam-se pelo

prazo de garantia oferecido, já que a norma indica o tempo de vida útil para cada elemento,

desde que o programa de manutenção seja seguido. A vida útil de projeto é definida pelo

incorporador e projetista e segundo a Norma pode ser entendida como uma definição prévia

da opção do usuário pela melhor relação custo global versus tempo de usufruto do bem (o

benefício).

Vida útil: período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam

às atividades para os quais foram projetados e construídos, com atendimento dos

níveis de desempenho previstos pela Norma, considerando a periodicidade e a

correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo manual

de uso, operação e manutenção (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 10).

Vida útil de projeto: período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado, a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos pela Norma,

considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio de

conhecimento no momento do projeto e supondo o atendimento da periodicidade e

correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo manual

de uso, operação e manutenção (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 10).

Prazo de garantia contratual: período de tempo, igual ou superior ao prazo de garantia legal, oferecido voluntariamente pelo fornecedor (incorporador, construtor

ou fabricante) na forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para que o

consumidor possa reclamar dos vícios aparentes ou defeitos verificados na entrega

de seu produto. Este prazo pode ser diferenciado para cada um dos componentes do

produto, a critério do fornecedor (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 9).

Prazo de garantia legal: período de tempo previsto em lei que o comprador

dispõe para reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de produtos

duráveis (NBR 15.575 – Requisitos Gerais, 2013 p. 9).

A figura 2, extraída do anexo C, parte 1, da Norma Brasileira de Desempenho de

Edificações, mostra que a vida útil pode ser prolongada se realizadas ações de manutenção

corretamente. Dessa maneira, há garantia de atingir a vida útil de projeto.

Page 21: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Figura 2 – Desempenho ao longo do tempo

Para cada sistema da edificação foi definida uma vida útil que deve ser adotada

visando o padrão construtivo da edificação. A tabela 2 extraída do Anexo C, parte 1, da

Norma mostra a vida útil de projeto mínima e superior (VUP) para estes sistemas.

Tabela 2 – Vida útil de projeto mínima e superior (VUP)

Sistemas VUP (anos)

Mínimo Intermediário Superior

Estrutura ≥50 ≥63 ≥75

Pisos internos ≥13 ≥17 ≥20

Vedação vertical externa ≥40 ≥50 ≥60

Vedação vertical interna ≥20 ≥25 ≥30

Cobertura ≥20 ≥25 ≥30

Hidrossanitário ≥20 ≥25 ≥30

No Anexo E (informativo) da Norma são estabelecidos níveis de desempenho

intermediário (I) e superior (S) para o desempenho térmico, lumínico e acústico. Os níveis

mínimos (M) que são esclarecidos nas partes 1 a 6 da NBR 15575 são repetidos para cada

requisito para uma melhor análise comparativa.

Page 22: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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a) Desempenho térmico: Para a verificação nas tabelas para a avaliação do

desempenho térmico das edificações é necessário o conhecimento da zona

bioclimática em que se localiza a mesma, sendo que o Brasil, por ter uma grande

extensão territorial, foi dividido em 8 zonas, conforme figura 3.

Figura 3 – Zoneamento bioclimático brasileiro (fonte: Guia CBIC, p.137)

Os valores máximos de temperatura que representam condição de verão são

apresentados na tabela 3 e os valores mínimos que representam condições de inverno são

demonstrados na tabela 4.

Page 23: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Tabela 3 – Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de verão

Nível de desempenho

Critério

Zonas 1 a 7 Zona 8

M Ti,máx. ≤ Te,máx. Ti,máx. ≤ Te,máx.

I Ti,máx. ≤ Te,máx. – 2 C Ti,máx. ≤ Te,máx. – 1 C

S Ti,máx. ≤ Te,máx. – 4 C Ti,máx. ≤ Te,máx. – 2 C

Ti,máx. é o valor máximo diário da temperatura do ar no interior da edificação. Em graus Celsius.

Te,máx. é o valor máximo diário da temperatura do ar exterior à edificação. Em graus Celsius.

Ti,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação. Em graus Celsius.

Te,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar interior à edificação. Em graus Celsius.

Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.62

Tabela 4 – Critério de avaliação de desempenho térmico para condições de inverno

Nível de

desempenho

Critério

Zonas 1 a 5 Zona 6,7 e 8

M Ti,m n. ≥ Te,m n. 3 C

Nestas zonas, este critério não precisa ser verificado. I Ti,m n. ≥ Te,m n. 5 C

S Ti,m n. ≥ Te,m n. 7 C

Ti,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar no interior da edificação. Em graus Celsius.

Te,mín. é o valor mínimo diário da temperatura do ar interior à edificação. Em graus Celsius.

Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.63

b) Desempenho lumínico: existe uma subdivisão entre iluminação natural e artificial.

Contando apenas com a iluminação natural, os níveis de iluminamento nas

diferentes dependências da habitação são apresentados na tabela 5. Na tabela 6 são

especificados fatores de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação. Esse

fator é a parcela da luz difusa proveniente do exterior que atinge o ponto interno de

medida, é a razão percentual entre a iluminância interna no ponto de referência

(centro do cômodo, a 0,75m de altura) e a iluminância externa disponível, sem

incidência da radiação direta do sol. Para a iluminação artificial a tabela 7

determina os níveis de iluminamento geral para iluminação artificial.

Page 24: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Tabela 5 – Níveis de iluminamento natural

Dependência

Iluminamento geral para os níveis de

desempenho

lux

M

I S

Sala de estar, dormitório, copa/cozinha e área de serviço. ≥ 60 ≥ 90 ≥ 120

Banheiro, corredor ou escada interna à unidade, corredor

de uso comum (prédios), escadaria de uso comum

(prédios), garagens/estacionamentos.

Não requerido ≥ 30 ≥ 45

NOTA 1 Para os edifícios multipiso, são permitidos, para as dependências situadas no pavimento térreo ou em

pavimentos abaixo da cota da rua, níveis de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados nesta Tabela (diferença máxima de 20% em qualquer dependência).

NOTA 2 Os critérios desta Tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural.

NOTA 3 Deve-se verificar e atender às condições mínimas requeridas pela legislação local.

Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.63

Tabela 6 – Fator de luz diurna para os diferentes ambientes da habitação

Dependência FLD (%) para os níveis de desempenho

M

I S

Sala de estar, dormitório, copa/cozinha e área de serviço. ≥ 0,50 % ≥ 0,65 % ≥ 0,75%

Banheiro, corredor ou escada interna à unidade, corredor

de uso comum (prédios), escadaria de uso comum

(prédios), garagens/estacionamentos.

Não requerido ≥ 0,25 % ≥ 0,35 %

NOTA 1 Para os edifícios multipiso, são permitidos, para as dependências situadas no pavimento térreo ou

em pavimentos abaixo da cota da rua, níveis de iluminância ligeiramente inferiores aos valores especificados

nesta Tabela (diferença máxima de 20% em qualquer dependência).

NOTA 2 Os critérios desta Tabela não se aplicam às áreas confinadas ou que não tenham iluminação natural.

Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.64

Tabela 7 – Níveis de iluminamento geral para iluminação artificial

Dependência

Iluminamento geral para os níveis de

desempenho

lux

M

I S

Sala de estar, dormitório, banheiro, área de serviço, ≥ 100 ≥ 150 ≥ 200

Page 25: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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garagens/estacionamentos internos e cobertos.

Copa/cozinha ≥ 200 ≥ 300 ≥ 400

Corredor ou escada interna à unidade, corredor de uso

comum (prédios), escadaria de uso comum (prédios). ≥ 100 ≥ 150 ≥ 200

Garagens/estacionamentos descobertos ≥ 20 ≥ 30 ≥ 40

Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.64

c) Desempenho acústico: a medição do desempenho acústico é realizada nos

dormitórios das unidades habitacionais autônomas ao lado, acima ou abaixo do

local onde o equipamento em estudo instalado (ruído percebido) quando há o

acionamento do equipamento (ruído emitido), sendo que as portas e janela devem

estar fechadas durante as medições. Os métodos utilizados podem ser Método de

Engenharia, descrito pela ISO 16032 (2004), que determina em campo, de forma

rigorosa, os níveis de pressão sonora de equipamento predial em operação, e o

Método Simplificado de campo, descrito pela ISO 10052 (2004), que permite a

obtenção de uma estimativa dos níveis de pressão sonora de equipamento predial

em operação, onde não se dispõe de instrumentação necessária para medir o tempo

de reverberação (é o tempo em que o som se apresenta audível em um determinado

local) no ambiente de medição ou quando as condições de ruído ambiente não

permitem obter este parâmetro.

Na tabela 8 são apresentados os níveis de pressão sonora contínuo equivalente

padronizado (LAeq,nT) de um ciclo de operação do equipamento predial e na tabela 9 os níveis

de pressão sonora máximo (LASmáx.,nT) do ruído gerado pela operação do equipamento.

Tabela 8 – Valores máximos do nível de pressão sonora contínuo equivalente, LAeq,nT,

medido em dormitórios

LAeq,nT

dB(A)

Nível de

desempenho

≤ 30 S

≤ 34 I

≤ 37 M

Fonte: Tabela E.7, p. 66 da NBR 15575 – parte 1

Page 26: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Tabela 9 – Valores máximos do nível de pressão sonora máximo, LASmáx.,nT, medido em

dormitórios

LASmáx.,nT

dB(A)

Nível de

desempenho

≤ 36 S

≤ 39 I

≤ 42 M

Fonte: Tabela E.8, p. 66 da NBR 15575 – parte 1

d) Desempenho arquitetônico: O anexo F (informativo) apresenta recomendações

para que os projetos de arquitetura das unidades habitacionais mantenham

dimensões compatíveis com as necessidades humanas e a disponibilidade de

espaço suficiente para colocação de móveis e equipamentos-padrão. Seguem na

tabela 10 quais os móveis e equipamentos que cada cômodo deve conter para a

realização das atividades essenciais do mesmo e na tabela 11 as dimensões

mínimas de mobiliário e circulação.

Tabela 10 – Móveis e equipamentos-padrão

Atividades essenciais/Cômodo Móveis e equipamentos-padrão

Dormir/Dormitório de casal Cama de casal + guarda-roupa + criado-mudo (mínimo 1)

Dormir/Dormitório para duas pessoas

(2º dormitório)

Duas camas de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo ou mesa de

estudo

Dormir/Dormitório para uma pessoa

(3º dormitório)

Cama de solteiro + guarda-roupa + criado-mudo

Estar Sofá de dois ou três lugares + armário/estante + poltrona

Cozinhar Fogão + geladeira + pia de cozinha + armário sobre a pia + gabinete

+ apoio para refeição (2 pessoas)

Alimentar/tomar refeições Mesa + quatro cadeiras

Fazer higiene pessoal Lavatório + chuveiro (box) + vaso sanitário

NOTA: no caso de lavabos, não é necessário o chuveiro

Lavar, secar e passar roupas Tanque (externo para unidades habitacionais térreas) + máquina de

lavar roupa

Estudar, ler, escrever, costurar,

reparar e guardar objetos diversos

Escrivaninha ou mesa + cadeira

Fonte: NBR 15575-1, 2013, p.67

Page 27: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Tabela 11 – Dimensões mínimas de mobiliário e circulação

Ambiente

Mobiliário Circulação

M Observações

Móvel ou equipamento

Dimensões

M

L p

Sala de estar

Sofá de três lugares com braço

1,70 0,70 Prever espaço

de 0,50m na

frente do

assento, para

sentar,

levantar e

circular.

A largura mínima da sala de estar deve ser de 2,40 m.

Número mínimo de assentos

determinado pela quantidade

de habitantes da unidade,

considerando o número de

leitos.

Sofá de dois lugares com

braço 1,20 0,70

Poltrona com braço 0,80 0,70

Sofá de três lugares sem

braço 1,50 0,70

Sofá de dois lugares sem

braço 1,00 0,70

Poltrona sem braço 0,50 0,70

Estante/armário para TV 0,80 0,50 0,50 m Espaço para o móvel

obrigatório.

Mesinha de centro ou

cadeira - - -

Espaço para o móvel

opcional.

Sala de

estar/jantar

Sala de

jantar/copa

Copa/cozinha

Mesa redonda para

quatro lugares D=0,95 -

Circulação

mínima de

0,75 m a partir

da borda da

mesa (espaço

para afastar a

cadeira e

levantar)

A largura mínima da sala de

estar/jantar e da sala de

jantar isolada deve ser de

2,40.

Mínimo: uma mesa para

quatro pessoas.

É permitido leiaute com o

lado menor da mesa

encostado na parede, desde

que haja espaço para seu afastamento, quando da

utilização.

Mesa redonda para seis

lugares D=1,20 -

Mesa quadrada para

quatro lugares 1,00 1,00

Mesa quadrada para seis

lugares 1,20 1,20

Mesa retangular para quatro lugares

1,20 0,80

Mesa retangular para seis

lugares 1,50 0,80

Cozinha

Pia 1,20 0,50 Circulação

mínima de

0,85 m frontal à pia, fogão e

geladeira

Largura mínima da cozinha:

1,50 m

Mínimo: pia, fogão e

geladeira e armário.

Fogão 0,55 0,60

Geladeira 0,70 0,70

Armário sob a pia e

gabinete - - -

Espaço obrigatório para

móvel.

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Ambiente

Mobiliário Circulação

M Observações

Móvel ou equipamento

Dimensões

M

L p

Apoio para refeição

(duas pessoas) - - - Espaço opcional para móvel.

Dormitório

casal

(dormitório

principal)

Cama de casal 1,40 1,90

Circulação

mínima entre

o mobiliário

e/ou paredes

de 0,50 m

Mínimo: uma cama, dois

criados-mudos e um guarda-roupa.

É permitido somente um

criado-mudo quando o 2º

interferir na abertura de

portas do guarda-roupa

Criado-mudo 0,50 0,50

Guarda-roupa 1,60 0,50

Dormitório para

duas pessoas

(2º dormitório)

Camas de solteiro 0,80 1,90 Circulação

mínima entre

as camas de

0,60 m.

Demais

circulações

mínimo de

0,50 m

Mínimo: duas camas, um

criado-mudo e um guarda-

roupa.

Criado-mudo 0,50 0,50

Guarda-roupa 1,50 0,50

Mesa de estudo 0,80 0,60 - Espaço para o móvel

opcional

Dormitório para

uma pessoa

(3º dormitório)

Camas de solteiro 0,80 1,90 Circulação

mínima entre

o mobiliário

e/ou paredes

de 0,50 m

Mínimo: uma cama, um

guarda-roupa e um criado-

mudo.

Criado-mudo 0,50 0,50

Armário 1,20 0,50

Mesa de estudo 0,80 0,60 - Espaço para o móvel

opcional

Banheiro

Lavatório 0,39 0,29

Circulação

mínima de

0,40 m frontal

ao lavatório,

vaso e bidê.

Largura mínima do

banheiro: 1,10 m, exceto no

box.

Mínimo: um lavatório, um

vaso e um box.

Lavatório com bancada 0,80 0,55

Vaso sanitário (caixa

acoplada) 0,60 0,70

Vaso sanitário 0,60 0,60

Box quadrado 0,80 0,80

Box retangular 0,70 0,90

Bidê 0,60 0,60 - Peça opcional

Área de serviço

Tanque 0,52 0,53 Circulação

mínima de

0,50 m frontal

ao tanque e a

máquina de

Mínimo: um tanque e uma máquina (tanque de no

mínimo 20 L). Máquina de lavar roupa 0,60 0,65

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29

Ambiente

Mobiliário Circulação

M Observações

Móvel ou equipamento

Dimensões

M

L p

lavar

NOTA 1 Esta norma não estabelece dimensões mínimas de cômodos, deixando aos projetistas a competência de

formatar os ambientes da habitação segundo o mobiliário previsto, evitando conflitos com legislações estaduais

ou municipais que versem sobre dimensões mínimas dos ambientes.

NOTA 2 Em caso de adoção em projeto de móveis opcionais, as dimensões mínimas devem ser obedecidas.

Fonte: NBR 15575-1, 2013, p. 68

2.3 Parte 2 – Requisitos para os sistemas estruturais

Na parte 2 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas

estruturais, são estabelecidos limites de estabilidade, resistência, deformações e fissuração do

sistema estrutural das edificações habitacionais bem como são indicados métodos para

mensurar os impactos que a estrutura deve suportar. A forma de projetar e construir

convencional continuará seguindo as prescrições das normas específicas já existentes, porém

para novos materiais e sistemas construtivos a norma permitirá que sejam adotados critérios

de estabilidade e segurança estrutural por meio dos métodos indicados na mesma. Em

entrevista a Revista Techne (NAKAMURA, 2013) o engenheiro Jorge Batlouni Neto, relator

dessa parte da norma afirma que isso facilitará a entrada de novas tecnologias, desde que

sejam implantadas com critérios rigorosos e para construções de pequeno porte. Ele destaca

também que requisitos como os de estabilidade e resistência do sistema estrutural

relacionados ao estado limite último (ELU), e os de deformações ou estados de fissuração do

sistema estrutural relacionados ao estado limite de serviço (ELS) são os mais importantes.

O estado limite último envolve a paralisação do uso da construção por ruína,

deformação plástica excessiva, instabilização ou transformação da estrutura, no todo ou em

parte, em sistema hipostático. Enquanto que os estados limites de serviço implicam o prejuízo

ou comprometimento da utilização da obra por fissuração ou deformações excessivas,

comprometimento da durabilidade da estrutura ou ocorrência de falhas localizadas que

possam prejudicar os níveis de desempenho previstos para a estrutura e os demais elementos e

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30

componentes da edificação, incluindo as instalações hidrossanitárias e demais sistemas

prediais.

Sob a ação de cargas gravitacionais, de temperatura, de vento (NBR 6123), recalques

diferenciais das fundações (NBR 6122) ou quaisquer outras solicitações passíveis de atuarem

sobre a construção, conforme NBR 8681, os componentes estruturais não podem apresentar:

Deslocamentos maiores que os estabelecidos nas Normas de projeto estrutural (NBR

6118 (2007), NBR 7190 (1997), NBR 8800 (2008), NBR 9062 (2006), NBR 15961

(2011) e NBR 14762 (2010)), ou na falta de Norma Brasileira específica podem ser

usados as tabelas 12 e 13.

Fissuras com aberturas maiores que os limites indicados nas NBR 6110 (1993) e NBR

9062 (2006), ou outra norma específica para o método construtivo adotado ou abertura

superior a 0,6 mm em qualquer situação.

Tabela 12 – Deslocamentos-limites para cargas permanentes e cargas acidentais em

geral

Razão da limitação Elemento Deslocamento-

limite Tipo de deslocamento

Visual/insegurança

psicológica

Pilares, paredes, vigas,

lajes (componentes

visíveis)

L/250 ou

H/300a Deslocamento final incluindo

fluência (carga total)

Destacamentos, fissuras

em vedações ou

acabamentos, falhas na

operação de caixilhos e

instalações

Caixilhos, instalações, vedações e acabamentos

rígidos (pisos, forros,

etc.)

L/800 Parcela da flecha ocorrida após a

instalação da carga correspondente

ao elemento em analise (parede,

piso, etc.) Divisórias leves,

acabamentos flexíveis

(pisos, forros, etc.)

L/600

Destacamentos e

fissuras em vedações

Paredes e/ou acabamentos

rígidos

L/500 ou

H/500a Distorção horizontal ou vertical

provocada por variações de

temperatura ou ação do vento,

distorção angular devida ao

recalque de fundações

(deslocamentos totais)

Paredes e acabamentos

flexíveis

L/400 ou

H/400a

H – é a altura do elemento estrutural e L – é o vão teórico do elemento estrutural.

a Para qualquer tipo de solicitação, o deslocamento horizontal máximo no topo do edifício deve ser limitado a

Htotal/500 ou 3 cm, respeitando-se o menor dos dois limites.

NOTA. Não podem ser aceitas falhas, a menos aquelas que estejam dentro dos limites previstos nas normas

prescritivas específicas.

Fonte: NBR 15575-2, 2013, p. 7

Page 31: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

31

Tabela 13 – Flechas máximas para vigas e lajes (cargas gravitacionais permanentes e

acidentais)

Parcela de carga permanente sobre vigas e

lajes

Flecha imediata a Flecha final (total)c

Sgk Sqk Sgk + 0,7 Sqk Sgk + 0,7 Sqk

Paredes monolíticas, em

alvenaria ou painéis

unidos ou rejuntados com

material rígido

Com

aberturas b L/1000 L/2800 L/800 L/400

Sem

aberturas L/750 L/2100 L/600 L/340

Paredes em painéis com

juntas flexíveis, divisórias

leves, gesso acartonado

Com

aberturas b L/1050 L/1700 L/730 L/330

Sem

aberturas L/850 L/1400 L/600 L/300

Pisos

Constituídos e/ou

revestidos

com material

rígido

L/700 L/1500 L/530 L/320

Constituídos

e/ou

revestidos

com material

flexível

L/750 L/1200 L/520 L/280

Forros

Constituídos

e/ou

revestidos

com material

rígido

L/600 L/1700 L/480 L/300

Forros falsos e/ou

revestidos

com material

flexível

L/560 L/1600 L/450 L/260

Laje de cobertura impermeabilizada, com

inclinação i ≥ 2 % L/850 L/1400 L/600 L/320

Vigas calha com inclinação i ≥ 2 % L/750 - - L/300

L é o vão teórico

a Para vigas e lajes em balanço, são permitidos deslocamentos correspondentes a 1,5 vez os respectivos valores

indicados.

b No caso do emprego de dispositivos e detalhes construtivos que absorvam as tensões concentradas no

contorno das aberturas das portas e janelas, as paredes podem ser consideradas “sem aberturas”.

c Para a verificação dos deslocamentos na flecha final, reduzir a rigidez dos elementos analisados pela metade.

Fonte: NBR 15575-2, 2013, p.8

Page 32: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

32

2.4 Parte 3 – Requisitos para os sistemas de piso

Na parte 3 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas de

pisos, são estabelecidos requisitos técnicos de segurança para o usuário, resistência ao fogo,

estanqueidade e durabilidade para os sistemas de pisos, estando eles em ambientes internos ou

externos.

Sistema de piso: sistema horizontal ou inclinado composto por um conjunto

parcial ou total de camadas (por exemplo, camada estrutural, camada de contrapiso,

camada de fixação, camada de acabamento) destinado a atender à função de

estrutura, vedação e tráfego (NBR 15.575 – parte 3, p. 4).

O escorregamento é definido pela Norma como sendo um decréscimo intenso no valor

do coeficiente de atrito entre o corpo em movimento e a superfície de apoio, ocorrido de

maneira bastante rápida. A resistência ao escorregamento não é uma característica intrínseca

do material da superfície, além de não ser uma constante em todas as condições de utilização,

uma vez que depende de uma série de fatores relacionados entre si, como: o material

empregado, tipo de solado que caminha sobre ele, meio físico entre o solado e a superfície do

produto e a forma como o usuário interage com a superfície durante seu uso.

Em entrevista a Revista Techne (NAKAMURA, 2013), Ana Paula Menegazzo,

superintendente do comitê cerâmico brasileiro e relatora do grupo de trabalho 3 da NBR

15575 (2013), afirma não existir camada de acabamento antiderrapante, mas sim uma

condição de uso com menor risco de escorregamento. Sendo assim, utilizar apenas o

coeficiente de atrito da camada de acabamento como parâmetro para especificar um produto

para as áreas críticas, tais como áreas molhadas, rampas, escadas em áreas de uso comum e

terraços, pode não garantir a resistência ao escorregamento almejada. O projetista e o usuário

devem levar em consideração outros recursos para diminuir o risco de escorregamentos tais

como barras de apoio em boxe de banheiro, uso de tapetes de borracha e com “sistema

antiderrapante”, etc.

O desempenho quanto à estanqueidade também é um fator de extrema importância

para o sistema de pisos e também é tema abordado nesta parte na Norma. Áreas molhadas,

áreas molháveis e áreas secas devem ter suas definições bem claras, pois os três requisitos

abrangem essas áreas.

Áreas molhadas: áreas da edificação cuja condição de uso e de exposição pode

resultar na formação de lamina d’água pelo uso normal a que o ambiente se destina,

por exemplo, banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas (NBR 15.575 – parte 3, p. 3).

Page 33: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

33

Áreas molháveis: áreas da edificação que recebem respingos de agua decorrentes da

sua condição de uso e exposição e que não resulte na formação de lâmina d’água

pelo uso normal a que o ambiente se destina por exemplo, banheiro sem chuveiro,

lavabo, cozinha e sacada coberta (NBR 15.575 – parte 3, p. 4).

Áreas secas: áreas onde, em condições normais de uso e exposição, a utilização

direta de água, por exemplo, lavagem com mangueiras, baldes de água, etc., não está

prevista nem mesmo durante a operação de limpeza (NBR 15.575 – parte 3, p. 4).

Conforme a norma de Desempenho (2013) o adequado controle da umidade na

edificação é a chave para o controle de muitas manifestações patológicas que podem abreviar

a vida útil do mesmo. Os sistemas de pisos de áreas molhadas não podem permitir o

surgimento de umidade, permanecendo a superfície inferior e os encontros de paredes e pisos

adjacentes que os delimitam secos, quando submetidos a uma lâmina d’água de no m nimo 10

mm em seu ponto mais alto, durante 72 h.

Quanto ao desempenho acústico a Norma estabelece níveis de desempenho mínimos

para os pisos com relação ao isolamento de ruídos na habitação. É feita a avaliação do som

resultante de ruídos de impacto (caminhamento, queda de objetos e outros) entre as unidades

habitacionais resultando em valores de desempenho mínimo para o nível de pressão sonora de

impacto-padrão ponderado L’nT,w), apresentados na tabela 14. Também é realizada a

avaliação do isolamento de som aéreo de ruídos de uso normal (fala, TV, conversas, música) e

uso eventual (áreas comuns, áreas de uso coletivo) que resultam valores de diferença

padronizada de nível ponderada (DnT,w) e são apresentados na tabela 15.

Tabela 14 – Critério do nível de pressão sonora de impacto-padrão ponderado, L’nT,w

Elemento L’nT,w

dB

Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas posicionadas em pavimentos

distintos. ≤ 80

Sistema de piso de áreas de uso coletivo (atividades de lazer e esportivas, como home theater,

salas de ginástica, salão de festas, salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e

lavanderias coletivas) sobre unidades habitacionais autônomas.

≤ 55

Fonte: NBR 15575-3, 2013, p.21

Tabela 15 – Critérios de diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w

Elemento DnT,w

dB

Sistema de piso entre unidades habitacionais autônomas, no caso de pelo menos um dos ≥ 45

Page 34: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

34

Elemento DnT,w

dB

ambientes ser dormitório.

Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de trânsito

eventual, como corredores e escadarias nos pavimentos, bem como em pavimentos distintos.

Sistema de piso entre unidades habitacionais autônomas, nas situações onde não haja ambiente

dormitório.

≥ 40

Sistema de piso separando unidades habitacionais autônomas de áreas comuns de uso coletivo,

para atividades de lazer e esportivas, tais como home theater, salas de ginastica, salão de festas,

salão de jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.

≥ 45

Fonte: NBR 15575-3, 2013, p.21

2.5 Parte 4 – Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas

A parte 4 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas de

vedações verticais internas e externas (SVVIE) abrange os SVVIE das edificações

habitacionais que podem assumir funções estruturais ou outras funções como estanqueidade a

água, isolação térmica e acústica, capacidade de fixação de peças suspensas, etc., mas

integram-se de maneira muito estreita aos demais elementos da construção, recebendo

influências e influenciando o desempenho da edificação.

No desempenho estrutural, critérios relativos ao estado limite último (ELU) e ao

estado limite de serviço (ELS) são evidenciados. O ELU é o estado crítico em que o sistema

de vedação não atende mais aos critérios de desempenho relativos à segurança, ou seja, é o

momento em que ocorre rebaixamento perigoso dos níveis de segurança, com risco de colapso

ou ruína. A ruína do SVVIE pode ser caracterizada pela ruptura, pela perda de estabilidade,

por deformações ou fissuras excessivas. O ELS é o estado de solicitação a partir do qual a

funcionalidade, a utilização e/ou durabilidade do sistema começam a ser prejudicados, em

geral, pela presença de deslocamentos acima de limites preestabelecidos, aparecimento de

fissuras e outras falhas.

Em relação à segurança contra incêndio há critérios relacionados à resistência e a

reação ao fogo dos materiais. É definido que as paredes estruturais apresentam resistência ao

fogo por um período mínimo de 30 minutos, garantindo condições de estabilidade,

estanqueidade e isolação térmica neste período.

Page 35: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

35

Com relação aos critérios à estanqueidade à água, a Norma de desempenho (2013)

considera cinco diferentes regiões de exposição ao vento, de acordo com a localização

geográfica do edifício e dessa maneira, quando incidir água da chuva ou de outras fontes, os

sistemas de vedação vertical externa da edificação, incluindo a junção entre a janela e a

parede, devem permanecer estanques e não apresentar infiltrações que proporcionem

borrifamentos, escorrimentos ou formação de gotas de água aderentes na face interna.

As paredes externas devem apresentar transmitância térmica (U) e capacidade térmica

(CT) que proporcionem pelo menos o desempenho térmico mínimo para cada zona

bioclimática. Os valores máximos de transmitância térmica das paredes externas são

apresentados na tabela 16 e os valores mínimos admissíveis para a capacidade térmica das

paredes externas são apresentados na tabela 17.

Tabela 16 – Transmitância térmica de paredes externas

Transmitância térmica U

W/m2.K

Zonas 1 e 2 Zonas 3, 4, 5, 6, 7 e 8

U ≤ 2,5 αa ≤ 0,6 α

a > 0,6

U ≤ 3,7 U ≤ 2,5

a α é absortância à radiação solar da superf cie externa da parede

Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.27

Tabela 17 – Capacidade térmica de paredes externas

Capacidade térmica (CT)

kJ/m2.K

Zonas 1, 2 , 3 , 4 , 5 , 6 e 7 Zona 8

≥ 130 Sem requisito

Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.27

Page 36: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

36

As fachadas das habitações devem ter aberturas com dimensões adequadas para

proporcionar a ventilação interna dos ambientes, sendo este requisito aplicado em ambientes

de longa permanência como salas e dormitórios e estes devem ter aberturas para ventilação

com áreas que atendam a legislação especifica do local da obra, incluindo código de obras,

códigos sanitários e outros. Quando não houver requisitos de ordem legal para o local de

implantação da obra devem ser adotados os valores apresentados na tabela 18.

Tabela 18 – Área mínima de ventilação em dormitórios e salas de estar

Nível de

desempenho

Aberturas para ventilação (A)

Zonas 1 a 7

Aberturas médias

Zona 8

Aberturas grandes

Mínimo A ≥ 7% da área do piso

A ≥ 12% da área do piso – região norte do Brasil

A ≥ 8% da área do piso – região nordeste e

sudeste do Brasil

Fonte: Tabela 15, p. 28 da NBR 15575 – parte 4

Para o desempenho acústico são apresentados dois critérios de suma importância. O

primeiro é a diferença padronizada de nível ponderada (D2m, nT,w), onde são avaliados os

dormitórios da unidade habitacional, promovida pela vedação externa (fachada e cobertura, no

caso de casas térreas e sobrados, e somente fachada, nos edifícios multipiso), que através de

ensaio de campo determina-se o nível de desempenho os quais são comparados com os

valores mínimos e indicados na tabela 19. O segundo critério é denominado diferença

padronizada de nível ponderada (DnT,w), promovida pela vedação entre ambientes, sendo

também, através de ensaio de campo, determinados valores de desempenho comparados com

os valores mínimos indicados na tabela 20.

Page 37: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

37

Tabela 19 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, D2m, nT,w, da

vedação externa de dormitório.

Classe de ruído Localização da habitação D2m,nT,w

dB

I Habitação localizada distante de fontes

de ruído intenso de quaisquer naturezas ≥ 20

II

Habitação localizada em áreas sujeitas

a situações de ruído não enquadráveis

nas classes I e III

≥ 25

III

Habitação sujeita a ruído intenso de

meios de transporte e de outras

naturezas, desde que esteja de acordo

com a legislação.

≥ 30

Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.30

Tabela 20 – Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, DnT,w, entre

ambientes

Elemento DnT,w

dB

Paredes entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), nas situações onde não haja

ambiente dormitório. ≥ 40

Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), no caso de pelo menos um dos

ambientes ser dormitórios. ≥ 45

Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual,

como corredores e escadaria nos pavimentos. ≥ 40

Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual,

como corredores e escadaria dos pavimentos. ≥ 30

Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades

de lazer e atividades esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de

jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.

≥ 45

Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall (DnT,w obtida entre as

unidades). ≥ 40

Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.31

Nos ensaios realizados em laboratório são obtidos valores para o índice de redução

sonora ponderado (Rw) para os componentes construtivos utilizados nas vedações entre

ambientes. Na tabela 21 são apresentados os valores indicativos para este índice.

Page 38: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

38

Tabela 21 – Índice de redução sonora ponderado, Rw, de componentes construtivos

utilizados nas vedações entre ambientes.

Elemento

Rw

dB

Paredes entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), nas situações onde não haja

ambiente dormitório. ≥ 45

Parede entre unidades habitacionais autônomas (parede geminação), no caso de pelo menos um dos

ambientes ser dormitório. ≥ 50

Parede cega de dormitórios entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual,

como corredores e escadaria nos pavimentos. ≥ 45

Parede cega de salas e cozinhas entre uma unidade habitacional e áreas comuns de trânsito eventual,

como corredores e escadaria dos pavimentos. ≥ 35

Parede cega entre uma unidade habitacional e áreas comuns de permanência de pessoas, atividades

de lazer e atividades esportivas, como home theater, salas de ginástica, salão de festas, salão de

jogos, banheiros e vestiários coletivos, cozinhas e lavanderias coletivas.

≥ 50

Conjunto de paredes e portas de unidades distintas separadas pelo hall (DnT,w obtida entre as

unidades). ≥ 45

Fonte: NBR 15575-4, 2013, p.59

2.6 Parte 5 – Requisitos para os sistemas de coberturas

A parte 5 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas de

coberturas abrange critérios de uma das partes mais essencial para a edificação, desde a

contribuição para a preservação da saúde dos usuários até a própria proteção do corpo da

construção, o que interfere diretamente na durabilidade dos demais elementos que compõem a

edificação.

Segundo a Norma, quando falamos em desempenho estrutural, o sistema de cobertura

deve apresentar um nível satisfatório de segurança à ruína e não apresentar avarias ou

deformações que prejudiquem sua funcionalidade. Deve também suportar cargas transmitidas

por pessoas ou objetos nas fases de montagem ou de manutenção assim como não podem

sofrer danos sob a ação de granizo e de outras pequenas cargas acidentais. No entanto, são

toleradas falhas superficiais, como fissuras e lascamentos, desde que não impliquem perda de

estanqueidade. Quando se fala em estanqueidade considera-se que ao longo da vida útil de

projeto do sistema de cobertura, devem ser evitados a penetração ou infiltração de água que

possa acarretar escorrimento ou gotejamento.

Page 39: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

39

O sistema de coberturas é a parte da edificação mais sujeita a exposição da radiação

direta do sol, exercendo influência predominante na carga térmica transmitida aos ambientes

(casas térreas e último pavimento de sobrados e prédios), influenciando diretamente no

conforto térmico dos usuários e no consumo de energia para acionamento de equipamentos de

ventilação forçada e/ou condicionamento artificial do ar. Por isso que o sistema de coberturas

deve apresentar transmitância térmica (U) e absortância à radiação solar (α) que proporcionem

um desempenho térmico apropriado para cada zona bioclimática. Na tabela 22 são indicados

os valores máximos admissíveis para estes índices.

Tabela 22 – Critérios de coberturas quanto à transmitância térmica – M

Transmitância térmica (U)

W/m2K

Zonas 1 e 2 Zonas 3 a 6 Zonas 7 e 8

U ≤ 2,30 α ≤ 0,6 α > 0,6 α ≤ 0,4 α > 0,4

U ≤ 2,30 U ≤ 1,5 U ≤ 2,30 FT U ≤ 1,5 FT

Fonte: NBR 15575-5, 2013, p.27

2.7 Parte 6 – Requisitos para os sistemas hidrossanitários

A parte 6 da ABNT NBR 15575 (2013), denominada Requisitos para os sistemas

hidrossanitários, compreende os sistemas prediais de água fria e de água quente, de esgoto

sanitário e ventilação e ainda os sistemas prediais de águas pluviais. Em entrevista a Revista

Techne (NAKAMURA, 2013), a Engenheira Vera Fernandes Hachich, relatora desta parte da

norma, afirma que o texto explora conceitos incomuns em normas prescritivas específicas,

como a durabilidade dos sistemas, a previsão e antecipação de critérios para a manutenção da

edificação e suas partes, bem como o funcionamento dos sistemas hidrossanitários.

Os sistemas hidrossanitários devem resistir às solicitações mecânicas, dinâmicas e não

devem provocar golpes e vibrações que impliquem risco à sua estabilidade estrutural. As

instalações devem fornecer água na pressão, na vazão e no volume compatíveis com o uso,

associado a cada ponto de utilização, considerando a possibilidade de uso simultâneo. Elas

devem apresentar estanqueidade quando submetidas às pressões de projeto e devem manter a

capacidade funcional durante a vida útil de projeto, desde que o sistema seja submetido à

manutenção periódica.

Page 40: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

40

3. PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA

O principal objetivo da política social da habitação no Brasil é proporcionar a todas as

famílias o poder de usufruir de uma moradia digna. Visando a redução do déficit habitacional

é que foi lançado pelo Governo Federal o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) em

parceria com a Caixa Econômica Federal (CEF).

Numa conjuntura de elevado déficit habitacional, como se verifica no Brasil, é

expectável que a resposta às carências quantitativas assuma uma grande relevância. A

abordagem quantitativa tem vantagens imediatas para a economia e para a sociedade.

Usualmente, após serem superadas essas necessidades quantitativas, surge maior interesse e

disponibilidade por parte da sociedade para apostar numa melhoria da qualidade. Porém,

segundo este processo, podem ser sacrificadas famílias que durante uma ou mais gerações

ficam constrangidas a viver em áreas residenciais e habitações de baixa qualidade. É assim

um desafio do PMCMV promover a construção de habitação em quantidade e garantir a sua

qualidade, mantendo um custo reduzido (Pedro, 2013).

3.1 Histórico

Criado pela Medida Provisória nº 459 de 25 de março de 2009, regulamentado pelo

Decreto nº 6.819 de 13 de abril de 2009 e transformado na Lei nº 11.977 de 7 de julho de

2009, que sofreu alterações posteriores pela lei 12.424 de 16 de junho de 2011, o Programa

Minha Casa, Minha Vida (PMCMV) tem por finalidade criar mecanismos de incentivo à

produção e aquisição de novas unidades habitacionais permitindo assim o acesso a moradia a

milhares de famílias, gerando mais emprego e renda por meio do aumento dos investimentos

na construção civil.

O PMCMV parte da premissa que o acesso à moradia regular é condição básica para

que as famílias de baixa renda possam superar suas vulnerabilidades sociais e alcançar sua

efetiva inclusão na sociedade brasileira, e que o acesso ao financiamento habitacional para

estas famílias que não tem capacidade de poupança exige condições especiais e subsidiadas

(Shimizu, 2010).

Os indicadores socioeconômicos do Ministério das cidades mostram que o PMCMV

gerou emprego, renda e tributos nos últimos cinco anos, por meio do desenvolvimento da

cadeia produtiva do setor da construção civil. Os números apontam que a cada R$ 1 milhão

investido no PMCMV, o governo federal mantém ativos 32 postos de trabalho. Esse

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41

investimento gera uma renda adicional de R$ 774 mil, de forma direta e indireta, na

construção civil e nos demais setores, como agricultura, pesca, entre outros. Com

investimento de R$ 193 bilhões, o PMCMV sustentou cerca de 1,3 milhão de postos de

trabalho em 2013, o que representa 2,6% da força de trabalho formal da economia brasileira.

3.2 Particularidades do PMCMV

A figura 4 representa o fluxo operacional de aprovação de projetos que parte desde a

instância dos municípios até chegar finalmente à empresa construtora contratada para a

execução do projeto já aprovado.

Figura 4 – Fluxo operacional da aprovação de projetos

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42

De maneira geral, para a aprovação de um projeto os critérios a serem considerados

são:

a. A viabilidade e adequabilidade do terreno proposto para o empreendimento (vocação,

localização, características topográficas, socioeconômicas e ambientais, valor, etc.);

b. A disponibilidade de infraestrutura e equipamentos públicos existentes no entorno;

c. Os custos de produção, tendo como referência os índices da construção civil

divulgados pelo Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção civil

(SINAPI);

d. As especificações mínimas, levando em conta o programa onde está inserida a

proposta, que pode ser Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) e Programa

Nacional de Habitação Rural (PNHR);

e. Atendimento das diretrizes dos diversos agentes envolvidos (Prefeitura Municipal,

órgão ambiental, concessionárias de água, esgoto, energia e outros).

Aprovado o projeto, iniciam-se as obras, porém, a cada parcela atingida do

cronograma, a empresa apresenta uma planilha de medição dos serviços executados seguindo

o modelo apresentado na figura 5 e a CEF providencia uma vistoria para aferir a execução da

obra e a qualidade dos serviços. A liberação da verba somente é feita após a constatação da

execução satisfatória dos serviços previstos e atendidos os requisitos documentais, se

ocorrerem problemas nos itens citados devem ser feitas as devidas correções para que possa

prosseguir para as etapas seguintes.

Para a análise dos empreendimentos é prevista a apresentação de um plano de

monitoramento e controle tecnológico dos materiais e serviços por uma entidade habilitada.

Este plano pode variar dependendo do sistema construtivo utilizado e do porte da obra, mas

normalmente indica-se a realização de resistência dos blocos/tijolos e/ou prisma no caso de

alvenaria estrutural, de corpos de prova nos casos de paredes em concreto, além de ensaios de

estanqueidade, arrancamento (reboco), desempenho térmico e acústico e outros eventualmente

pertinentes.

Page 43: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

43

PLANILHA DE LEVANTAMENTO DE SERVIÇOS EXECUTADOS - EMPREENDIMENTOS (HABITAÇÃO)Empreendimento: Construtora:

Localização: Resp.técnico:

Proponente: Objeto da medição:

TABELA DE PAGAMENTOS

Valor Quant. Eventos Percentual Executado

Item e do Serviço Incidência de Até período No Item Obra

Subitem (R$) (%) Eventos anterior Período Acumulado Período Acumulado Global

% Período %Global

(R$) Período (R$) Acumulado

0,00 0,00

Discriminação

do Serviço Identificação da Medição

Os serviços medidos encontram-se

efetivamente concluídos, estão em conformidade

com os projetos e especif icações aprovados e

foram executados de acordo com as normas

técnicas

Construtora: Responsável técnico:

TOTAL DO ORÇAMENTO GLOBAL :

MEDIÇÃO IDENTIFICAÇÃO DO OBJETO DA MEDIÇÃO

Figura 5 – Modelo da planilha de medições

Alguns dos programas preveem um acompanhamento pós-ocupação das unidades

habitacionais através da realização de pesquisas de satisfação e do trabalho técnico social. Foi

lançado pela CEF o programa “De olho na qualidade” que disponibiliza atendimento via 0800

a todos os mutuários, em especial do PMCMV, prevendo o atendimento a dúvidas e

reclamações dos proprietários. Os atendimentos a estes chamados também servem para

monitorar e balizar a qualidade dos imóveis e empreendimentos produzidos com os recursos

do programa.

Como agente principal da política habitacional do Governo Federal, a CEF investe em

vários programas de apoio e desenvolvimento da qualidade em diversas áreas, especialmente

na produção de habitações, infraestrutura, planejamento e desenvolvimento urbano. Com

relação à Norma de Desempenho não foi diferente, a CEF teve participação efetiva nas

comissões de estudo, contribuindo com a experiência de anos como líder do mercado de

financiamento imobiliário, e também na sua implantação, passando a ser agente mobilizador

no incentivo do uso e incluindo gradativamente nos seus programas a plena adoção das

exigências deste novo instrumento de controle das edificações. Com o aval do Ministério das

Page 44: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

44

Cidades e a CBIC, a CEF estabeleceu um cronograma de transição para o atendimento a

Norma, que iniciou com uma simples declaração de atendimento, passando pela apresentação

de ensaios até chegar ao atendimento pleno dos termos da NBR 15575.

3.3 Especificações mínimas do PMCMV

Pelo Programa Nacional de Habitação Urbana (PNHU) através do Fundo de

Arrendamento Residencial (FAR) que atende famílias com renda mensal de até R$ 1600,00

nos municípios de atuação do FAR são estabelecidos especificações mínimas para

apartamentos, casas sobreposta, village, sobrados e casas, sendo indicados nas tabelas 23 e 24

os empreendimentos contratados com valor máximo de aquisição da unidade, por estado do

Brasil, de acordo com o item 7.1 do Anexo I da Portaria 465, de 03 de outubro de 2011 e nas

tabelas 25 e 26 os empreendimentos contratados com valor máximo de aquisição da unidade,

de acordo com o item 7.2.1 do Anexo I da mesma Portaria.

Tabela 23 – Especificações mínimas Apartamento/Casa Sobreposta/Village/Sobrado

Projeto Unidade habitacional com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas

pessoas / cozinha / área de serviço / banheiro

DIMENSÕES DOS CÔMODOS (Estas especificações não estabelecem área mínima de cômodos,

deixando aos projetistas a competência de formatar os ambientes da habitação segundo o mobiliário

previsto, evitando conflitos com legislações estaduais ou municipais que versam sobre dimensões

mínimas dos ambientes).

Dormitório casal

Quantidade mínima de móveis: 1cama (1,40 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m x

0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,60 m x 0,50 m). Circulação mínima entre mobiliário e/ou paredes de 0,50 m.

Dormitório duas

pessoas

Quantidade mínima de móveis: 2 camas (0,80 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m

x 0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,50 m x 0,50 m). Circulação mínima entre as camas

de 0,80 m. Demais circulações mínimo de 0,50 m

Cozinha

Largura mínima da cozinha: 1,80 m. Quantidade mínima: 1 pia (1,20 m x 0,50 m);

fogão (0,55 m x 0,60 m); e geladeira (0,70 m x 0,70 m). Previsão para armário sob a

pia e gabinete.

Sala de estar/refeições

Largura mínima sala de estar/refeições: 2,40 m. Quantidade mínima de móveis:

sofás com número de assentos igual ao número de leitos; mesa para 4 pessoas; e

Estante/Armário TV.

Banheiro

Largura mínima do banheiro: 1,50 m. Quantidade mínima: 1 lavatório sem coluna; 1

vaso sanitário com caixa de descarga acoplada; 1 box com ponto de chuveiro – (0,90

m x 0,95 m) com previsão para instalação de barras de apoio e de banco articulado,

desnível máx. 15 mm; Assegurar a área para transferência ao vaso sanitário e ao

box.

Área de serviço Quantidade mínima: 1 tanque (0,52 m x 0,53 m) e 1 máquina (0,60 m x 0,65 m).

Em todos os cômodos

Espaço livre de obstáculos em frente as portas de no mínimo 1,20 m. Deve ser possível inscrever, em todos os cômodos, o modulo de manobra sem deslocamento

para rotação de 180º definido pela NBR 9050 (1,20 m x 1,50 m), livre de

obstáculos.

CARACTERISTICAS GERAIS

Área útil (área interna 39,00 m²

Page 45: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

45

Projeto Unidade habitacional com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas

pessoas / cozinha / área de serviço / banheiro

sem contar área das

paredes)

Pé direito mínimo 2,30 m nos banheiros e 2,50 m nos demais cômodos.

Cobertura

Sobre laje, em telha cerâmica ou de fibrocimento (espessura mínima de 5mm), com

estrutura de madeira ou metálica. Admite-se laje inclinada desde que coberta com

telhas.

Revestimento interno Massa única, gesso (exceto banheiros, cozinhas ou áreas de serviço) ou concreto

regularizado com pintura.

Revestimento externo Massa única ou concreto regularizado para pintura.

Revestimento Áreas

Molhadas

Azulejo com altura mínima de 1,50 m em todas as paredes do banheiro, cozinha e

área de serviço.

Revestimento áreas

comuns Massa única, gesso ou concreto regularizado para pintura.

Portas e ferragens

Portas internas em madeira. Admite-se porta metálica no acesso à unidade. Batente

em aço ou madeira desde que possibilite inversão do sentido de abertura das portas.

Vão livre de 0,80 m x 2,10 m em todas as portas. Previsão de área de aproximação

para abertura das portas (0,60 m interno e 0,30 m externo), maçanetas de alavanca a 1,00 m do piso.

Janelas

Completa, de alumínio para regiões litorâneas ou meios agressivos e de aço para

demais regiões. Vão de 1,50 m² nos quartos e 2,00 m² na sala, sendo admissível uma

variação de ate 5%.

Pisos Cerâmica em toda a unidade, com rodapé, e desnível máximo de 15 mm. Cerâmica

no hall e nas áreas de circulação internas. Cimentado alisado nas escadas.

PINTURAS

Paredes internas Tinta PVA

Paredes áreas

molhadas Tinta acrílica

Paredes externas Tinta acrílica ou textura impermeável.

Tetos Tinta PVA

Esquadrias Em esquadrias de aço, esmalte sobre fundo preparador. Em esquadrias de madeira,

esmalte ou verniz

LOUÇAS E METAIS

Lavatório Louça sem coluna e torneira metálica cromada com acionamento por alavanca ou

cruzeta. Acabamento de registro da alavanca ou cruzeta.

Vaso sanitário Louça com caixa de descarga acoplada.

Tanque

Capacidade mínima de 20 litros, de concreto pré-moldado, PVC, granilite ou

mármore sintético com torneira metálica cromada com acionamento por alavanca ou

cruzeta. Acabamento de registro de alavanca ou cruzeta.

Pia cozinha Bancada de 1,20 m x 0,50 m com cuba de granilite ou mármore sintético, torneira

metálica cromada. Torneira e acabamento de registro de alavanca ou cruzeta.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS / TELEFÔNICAS

Número de pontos de

tomadas elétricas

2 na sala, 4 na cozinha, 2 na área de serviço, 2 em cada dormitório, 1 tomada no

banheiro e mais 1 tomada para chuveiro elétrico.

Número de pontos

diversos 1 ponto de telefone, 1 de campainha, 1 ponto de antena e 1 ponto de interfone.

Número de circuitos Prever circuitos independentes para chuveiro, dimensionado para a potência usual

do mercado local, tomadas e iluminação.

Interfone Instalar sistema de porteiro eletrônico.

Geral Tomadas baixas a 0,40 m do piso acabado, interruptores, interfones, campainha e

outros a 1,00 m do piso acabado.

DIVERSOS

Reservatório Para reservatório elevado de água potável, em condomínio, prever instalação de no

mínimo 2 bombas de recalque com manobra simultânea.

Vagas Vagas de garagem conforme definido na legislação municipal.

Cercamento do lote ou

condomínio Alambrado com baldrame e altura mínima de 1,80 m no entorno do condomínio.

Page 46: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

46

Projeto Unidade habitacional com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas

pessoas / cozinha / área de serviço / banheiro

Proteção da alvenaria

externa Em concreto com largura de 0,50 m ao redor da edificação.

Calçadas para

circulação interna no

condomínio

Largura mínima de 0,90 m livre.

Máquina de lavar Prever solução para máquina de lavar roupas, ponto elétrico, hidráulica e de esgoto.

Equipamentos de lazer

/ uso comunitário

Obrigatório para empreendimentos em condomínio, com 60 UH ou mais, devendo

prever recursos de, no mínimo, 1% da soma dos custos de infraestrutura e

edificações. Considerando o valor destinado para este item, serão produzidos os

equipamentos a seguir especificados, obrigatoriamente nesta ordem: centro

comunitário, espaço descoberto para lazer/recreação infantil; e quadra de esportes.

Em condomínio, obrigatória a execução de depósito de lixo e local para

armazenamento de correspondência.

Distâncias mínimas

entre blocos

Edificações até 3 pavimentos, maior ou igual a 4,50 m. Edificações de 4 e 5

pavimentos, maior ou igual a 5,00 m. Edificações acima de 5 pavimentos, maior ou igual a 6,00 m.

Elevador

Para edificação acima de dois pavimentos, deve ser previsto e indicado na planta o

espaço destinado ao elevador e informado no manual do proprietário. O espaço deve

permitir a execução e instalação futura do elevador. Não é necessária nenhuma obra

física para este fim. No caso, do espaço previsto para futura instalação do elevador,

estar no interior da edificação, a estrutura deverá ser executada para suportar as

cargas de instalação e operação do equipamento.

Placas informativas Deverão ser instaladas placas informativas nas edificações de empreendimentos em

condomínios nos casos de utilização de alvenaria estrutural ou sistemas inovadores.

TECNOLOGIAS INOVADORAS

Aceitáveis as tecnologias inovadoras testadas e aprovadas conforme a Norma de

Desempenho – NBR 15.575 e homologadas pelo SiNAT ou que comprovarem

desempenho satisfatório junto à CAIXA.

SUSTENTABILIDADE

Medição individualizada de água e gás.

INFRAESTRUTURA

Pavimentação definitiva, calçadas, guias, sarjetas e sistemas de drenagem.

Sistema de abastecimento de água.

Solução de esgotamento sanitário.

Energia elétrica e iluminação pública.

ACESSIBILIDADE E ADAPTAÇÃO

Áreas de uso comum

Deverá ser garantida a rota acessível em todas as áreas públicas e de uso comum no

empreendimento. Orientações disponíveis na Cartilha de Acessibilidade a

Edificações e Espaços e Equipamentos Urbanos, elaborado pela CAIXA.

Unidades adaptadas

Disponibilizar unidades adaptadas ao uso por pessoas com deficiência, com mobilidade reduzida e idosos, de acordo com a demanda, com kits específicos

devidamente definidos. Na ausência de legislação municipal ou estadual que

estabeleça regra especifica, disponibilizar no mínimo 3% das UH.

Fonte:

Tabela 24 – Especificações mínimas Casa

Projeto Casa com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas pessoas / cozinha /

área de serviço (externa) / circulação / banheiro

DIMENSÕES DOS CÔMODOS (Estas especificações não estabelecem área mínima de cômodos,

deixando aos projetistas a competência de formatar os ambientes da habitação segundo o mobiliário

previsto, evitando conflitos com legislações estaduais ou municipais que versam sobre dimensões

mínimas dos ambientes).

Dormitório casal Quantidade mínima de móveis: 1cama (1,40 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m x

0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,60 m x 0,50 m). Circulação mínima entre mobiliário

Page 47: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

47

e/ou paredes de 0,50 m.

Dormitório duas

pessoas

Quantidade mínima de móveis: 2 camas (0,80 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m

x 0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,50 m x 0,50 m). Circulação mínima entre as camas

de 0,80 m. Demais circulações mínimo de 0,50 m

Cozinha

Largura mínima da cozinha: 1,80 m. Quantidade mínima: 1 pia (1,20 m x 0,50 m);

fogão (0,55 m x 0,60 m); e geladeira (0,70 m x 0,70 m). Previsão para armário sob a

pia e gabinete.

Sala de estar/refeições

Largura mínima sala de estar/refeições: 2,40 m. Quantidade mínima de móveis:

sofás com número de assentos igual ao número de leitos; mesa para 4 pessoas; e

Estante/Armário TV.

Banheiro

Largura mínima do banheiro: 1,50 m. Quantidade mínima: 1 lavatório sem coluna; 1

vaso sanitário com caixa de descarga acoplada; 1 box com ponto de chuveiro – (0,90

m x 0,95 m) com previsão para instalação de barras de apoio e de banco articulado,

desnível máx. 15 mm; Assegurar a área para transferência ao vaso sanitário e ao

box.

Área de serviço Quantidade mínima: 1 tanque (0,52 m x 0,53 m) e 1 máquina (0,60 m x 0,65 m).

Em todos os cômodos

Espaço livre de obstáculos em frente as portas de no mínimo 1,20 m. Deve ser possível inscrever, em todos os cômodos, o modulo de manobra sem deslocamento

para rotação de 180º definido pela NBR 9050 (1,20 m x 1,50 m), livre de

obstáculos.

CARACTERISTICAS GERAIS

Área útil (área interna

sem contar área das

paredes)

36,00 m²

Pé direito mínimo 2,30 m nos banheiros e 2,50 m nos demais cômodos.

Cobertura Em telha cerâmica/concreto com forro ou de fibrocimento (espessura mínima de

5mm) com laje, sobre estrutura de madeira ou metálica.

Revestimento interno Massa única, gesso (exceto banheiros, cozinhas ou áreas de serviço) ou concreto

regularizado com pintura.

Revestimento externo Massa única ou concreto regularizado para pintura.

Revestimento Áreas

Molhadas

Azulejo com altura mínima de 1,50 m em todas as paredes do banheiro, cozinha e

área de serviço.

Revestimento áreas

comuns Massa única, gesso ou concreto regularizado para pintura.

Portas e ferragens

Portas internas em madeira. Admite-se porta metálica no acesso à unidade. Batente

em aço ou madeira desde que possibilite inversão do sentido de abertura das portas.

Vão livre de 0,80 m x 2,10 m em todas as portas. Previsão de área de aproximação para abertura das portas (0,60 m interno e 0,30 m externo), maçanetas de alavanca a

1,00 m do piso.

Janelas

Completa, de alumínio para regiões litorâneas ou meios agressivos e de aço para

demais regiões. Vão de 1,50 m² nos quartos e 2,00 m² na sala, sendo admissível uma

variação de ate 5%.

Pisos Cerâmica esmaltada em toda a unidade, com rodapé, e desnível máximo de 15 mm.

Ampliação da UH Os projetos deverão prever a ampliação das casas.

PINTURAS

Paredes internas Tinta PVA

Paredes áreas

molhadas Tinta acrílica

Paredes externas Tinta acrílica ou textura impermeável.

Tetos Tinta PVA

Esquadrias Em esquadrias de aço, esmalte sobre fundo preparador. Em esquadrias de madeira,

esmalte ou verniz

LOUÇAS E METAIS

Lavatório Louça sem coluna e torneira metálica cromada com acionamento por alavanca ou

cruzeta. Acabamento de registro da alavanca ou cruzeta.

Vaso sanitário Louça com caixa de descarga acoplada.

Tanque

Capacidade mínima de 20 litros, de concreto pré-moldado, PVC, granilite ou

mármore sintético com torneira metálica cromada com acionamento por alavanca ou

cruzeta. Acabamento de registro de alavanca ou cruzeta.

Page 48: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Pia cozinha Bancada de 1,20 m x 0,50 m com cuba de granilite ou mármore sintético, torneira

metálica cromada. Torneira e acabamento de registro de alavanca ou cruzeta.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS / TELEFÔNICAS

Número de pontos de

tomadas elétricas

2 na sala, 4 na cozinha, 2 na área de serviço, 2 em cada dormitório, 1 tomada no

banheiro e mais 1 tomada para chuveiro elétrico (mesmo em caso de aquecimento

solar).

Número de pontos

diversos 1 ponto de telefone, 1 ponto de antena e 1 ponto de interfone (em condomínios).

Número de circuitos Prever circuitos independentes para chuveiro (dimensionado para a potência usual

do mercado local), tomadas e iluminação.

Interfone Instalar sistema de porteiro eletrônico em condomínios.

Geral Tomadas baixas a 0,40 m do piso acabado, interruptores, interfones, campainha e

outros a 1,00 m do piso acabado.

DIVERSOS

Reservatório

Caixa d’água de 500 litros ou de maior capacidade quando exigido pela

concessionária local. Para reservatório elevado de água potável, em condomínio,

prever instalação de no mínimo 2 bombas de recalque com manobra simultânea.

Vagas Vagas de garagem conforme definido na legislação municipal.

Cercamento do

condomínio Alambrado com baldrame e altura mínima de 1,80 m no entorno do condomínio.

Proteção da alvenaria

externa Em concreto com largura de 0,50 m ao redor da edificação.

Calçadas para

circulação interna no

condomínio

Largura mínima de 0,90 m.

Máquina de lavar Prever solução para máquina de lavar roupas (ponto elétrico, hidráulica e de esgoto).

Equipamentos de lazer

/ uso comunitário

Obrigatório para empreendimentos em condomínio, com 60 UH ou mais, devendo

prever recursos de, no mínimo, 1% da soma dos custos de infraestrutura e

edificações. Considerando o valor destinado para este item, serão produzidos os

equipamentos a seguir especificados, obrigatoriamente nesta ordem: centro

comunitário, espaço descoberto para lazer/recreação infantil; e quadra de esportes.

Em condomínio, obrigatória a execução de depósito de lixo e local para

armazenamento de correspondência.

TECNOLOGIAS INOVADORAS

Aceitáveis as tecnologias inovadoras testadas e aprovadas conforme a Norma de

Desempenho – NBR 15.575 e homologadas pelo SiNAT ou que comprovarem

desempenho satisfatório junto à CAIXA.

SUSTENTABILIDADE

Aquecimento solar nas unidades (item obrigatório em todas as regiões). Sistema

aprovado pelo INMETRO.

Medição individualizada de água e gás (ou sistema de botijão individualizado).

INFRAESTRUTURA

Pavimentação definitiva, calçadas, guias, sarjetas e sistemas de drenagem.

Sistema de abastecimento de água.

Solução de esgotamento sanitário.

Energia elétrica e iluminação pública.

ACESSIBILIDADE E ADAPTAÇÃO

Áreas de uso comum

Deverá ser garantida a rota acessível em todas as áreas públicas e de uso comum no

empreendimento. Orientações disponíveis na Cartilha de Acessibilidade a Edificações e Espaços e Equipamentos Urbanos, elaborado pela CAIXA.

Unidades adaptadas

Disponibilizar unidades adaptadas ao uso por pessoas com deficiência, com

mobilidade reduzida e idosos, de acordo com a demanda, com kits específicos

devidamente definidos. Na ausência de legislação municipal ou estadual que

estabeleça regra especifica, disponibilizar no mínimo 3% das UH.

Page 49: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

49

Tabela 25 – Especificações mínimas Apartamento/Casa Sobreposta/Village/Sobrado

Projeto Unidade habitacional com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas

pessoas / cozinha / área de serviço / banheiro

DIMENSÕES DOS CÔMODOS (Estas especificações não estabelecem área mínima de cômodos,

deixando aos projetistas a competência de formatar os ambientes da habitação segundo o mobiliário

previsto, evitando conflitos com legislações estaduais ou municipais que versam sobre dimensões

mínimas dos ambientes).

Dormitório casal

Quantidade mínima de móveis: 1cama (1,40 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m x

0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,60 m x 0,50 m). Circulação mínima entre mobiliário

e/ou paredes de 0,50 m.

Dormitório duas

pessoas

Quantidade mínima de móveis: 2 camas (0,80 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m

x 0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,50 m x 0,50 m). Circulação mínima entre as camas

de 0,80 m. Demais circulações mínimo de 0,50 m

Cozinha

Largura mínima da cozinha: 1,60 m. Quantidade mínima: 1 pia (1,20 m x 0,50 m);

fogão (0,55 m x 0,60 m); e geladeira (0,70 m x 0,70 m). Previsão para armário sob a

pia e gabinete.

Sala de estar/refeições

Largura mínima sala de estar/refeições: 2,40 m. Quantidade mínima de móveis:

sofás com número de assentos igual ao número de leitos; mesa para 4 pessoas; e

Estante/Armário TV.

Área de serviço Quantidade mínima: 1 tanque (0,52 m x 0,53 m) e 1 máquina (0,60 m x 0,65 m).

CARACTERISTICAS GERAIS

Área útil (área interna

sem contar área das

paredes)

37,00 m²

Pé direito mínimo Observar a orientação municipal vigente ou adotar as dimensões mínimas previstas

na Norma de Desempenho quando o município não regulamentar o assunto.

Cobertura

Sobre laje, em telha cerâmica ou de fibrocimento (espessura mínima de 5mm), com

estrutura de madeira ou metálica. Admite-se laje inclinada desde que coberta com

telhas.

Revestimento interno Massa única, gesso (exceto banheiros, cozinhas ou áreas de serviço) ou concreto

regularizado com pintura.

Revestimento externo Massa única ou concreto regularizado para pintura.

Revestimento Áreas

Molhadas

Azulejo com altura mínima de 1,50 m em todas as paredes do banheiro, cozinha e

área de serviço.

Revestimento áreas

comuns Massa única, gesso ou concreto regularizado para pintura.

Portas e ferragens

Portas internas em madeira. Admite-se porta metálica no acesso à unidade. Portas

externas de 0,80 m x 2,10 m. Portas dos banheiros e dos quartos com largura de 0,80

m para o caso de unidades adaptadas para portadores de necessidades especiais.

Janelas Completa, de alumínio para regiões litorâneas ou meios agressivos e de aço para

demais regiões.

Pisos Cerâmica em toda a unidade, com rodapé, e desnível máximo de 15 mm. Cerâmica

no hall e nas áreas de circulação internas. Cimentado alisado nas escadas.

PINTURAS

Paredes internas Tinta PVA

Paredes áreas

molhadas Tinta acrílica

Paredes externas Tinta acrílica ou textura impermeável.

Tetos Tinta PVA

Esquadrias Em esquadrias de aço, esmalte sobre fundo preparador. Em esquadrias de madeira,

esmalte ou verniz

LOUÇAS E METAIS

Lavatório Louça sem coluna e torneira metálica cromada.

Vaso sanitário Louça com caixa de descarga acoplada.

Tanque Capacidade mínima de 20 litros, de concreto pré-moldado, PVC, granilite ou

mármore sintético com torneira metálica cromada.

Pia cozinha Bancada de 1,20 m x 0,50 m com cuba de granilite ou mármore sintético, torneira

metálica cromada.

Page 50: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

50

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS / TELEFÔNICAS

Número de pontos de

tomadas elétricas

2 na sala, 4 na cozinha, 2 na área de serviço, 2 em cada dormitório, 1 tomada no

banheiro e mais 1 tomada para chuveiro elétrico.

Número de pontos

diversos 1 ponto de telefone, 1 de campainha, 1 ponto de antena e 1 ponto de interfone.

Número de circuitos Prever circuitos independentes para chuveiro (dimensionado para a potência usual

do mercado local), tomadas e iluminação.

Interfone Instalar sistema de porteiro eletrônico.

DIVERSOS

Reservatório Para reservatório elevado de água potável, em condomínio, prever instalação de no

mínimo 2 bombas de recalque com manobra simultânea.

Vagas Vagas de garagem conforme definido na legislação municipal.

Cercamento do lote ou

condomínio Alambrado com baldrame e altura mínima de 1,80 m no entorno do condomínio.

Proteção da alvenaria

externa Em concreto com largura de 0,50 m ao redor da edificação.

Calçadas para

circulação interna no

condomínio

Largura mínima de 0,90 m livre.

Máquina de lavar Prever solução para máquina de lavar roupas (ponto elétrico, hidráulica e de esgoto).

Equipamentos de lazer

/ uso comunitário

Obrigatório para empreendimentos em condomínio, com 60 UH ou mais, devendo

prever recursos de, no mínimo, 1% da soma dos custos de infraestrutura e

edificações. Considerando o valor destinado para este item, serão produzidos os equipamentos a seguir especificados, obrigatoriamente nesta ordem: centro

comunitário, espaço descoberto para lazer/recreação infantil; e quadra de esportes.

Em condomínio, obrigatória a execução de depósito de lixo e local para

armazenamento de correspondência.

Distâncias mínimas

entre blocos

Edificações até 3 pavimentos, maior ou igual a 4,50 m. Edificações de 4 e 5

pavimentos, maior ou igual a 5,00 m. Edificações acima de 5 pavimentos, maior ou

igual a 6,00 m.

Placas informativas Deverão ser instaladas placas informativas nas edificações de empreendimentos em

condomínios nos casos de utilização de alvenaria estrutural ou sistemas inovadores.

TECNOLOGIAS INOVADORAS

Aceitáveis as tecnologias inovadoras testadas e aprovadas conforme a Norma de

Desempenho – NBR 15.575 e homologadas pelo SiNAT ou que comprovarem

desempenho satisfatório junto à CAIXA.

SUSTENTABILIDADE

Medição individualizada de água e gás.

INFRAESTRUTURA

Pavimentação definitiva, calçadas, guias, sarjetas e sistemas de drenagem.

Sistema de abastecimento de água.

Solução de esgotamento sanitário.

Energia elétrica e iluminação pública.

ACESSIBILIDADE E ADAPTAÇÃO

Áreas de uso comum

Deverá ser garantida a rota acessível em todas as áreas públicas e de uso comum no

empreendimento. Orientações disponíveis na Cartilha de Acessibilidade a

Edificações e Espaços e Equipamentos Urbanos, elaborado pela CAIXA.

Unidades adaptadas

Disponibilizar unidades adaptadas ao uso por pessoas com deficiência, com

mobilidade reduzida e idosos, de acordo com a demanda, com kits específicos devidamente definidos. Na ausência de legislação municipal ou estadual que

estabeleça regra especifica, disponibilizar no mínimo 3% das UH.

Page 51: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Tabela 26 – Especificações mínimas Casa

Projeto Casa com sala / 1 dormitório para casal e 1 dormitório para duas pessoas / cozinha /

área de serviço (externa) / banheiro

DIMENSÕES DOS CÔMODOS (Estas especificações não estabelecem área mínima de cômodos,

deixando aos projetistas a competência de formatar os ambientes da habitação segundo o mobiliário

previsto, evitando conflitos com legislações estaduais ou municipais que versam sobre dimensões

mínimas dos ambientes).

Dormitório casal

Quantidade mínima de móveis: 1cama (1,40 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m x

0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,60 m x 0,50 m). Circulação mínima entre mobiliário

e/ou paredes de 0,50 m.

Dormitório duas

pessoas

Quantidade mínima de móveis: 2 camas (0,80 m x 1,90 m); 1 criado-mudo (0,50 m

x 0,50 m); e 1 guarda-roupa (1,50 m x 0,50 m). Circulação mínima entre as camas

de 0,80 m. Demais circulações mínimo de 0,50 m

Cozinha

Largura mínima da cozinha: 1,60 m. Quantidade mínima: 1 pia (1,20 m x 0,50 m);

fogão (0,55 m x 0,60 m); e geladeira (0,70 m x 0,70 m). Previsão para armário sob a

pia e gabinete.

Sala de estar/refeições

Largura mínima sala de estar/refeições: 2,40 m. Quantidade mínima de móveis:

sofás com número de assentos igual ao número de leitos; mesa para 4 pessoas; e

Estante/Armário TV.

Área de serviço Quantidade mínima: 1 tanque (0,52 m x 0,53 m) e 1 máquina (0,60 m x 0,65 m).

CARACTERISTICAS GERAIS

Área útil (área interna

sem contar área das

paredes)

32,00 m²

Pé direito mínimo Observar a orientação municipal vigente ou adotar as dimensões mínimas previstas

na Norma de Desempenho quando o município não regulamentar o assunto.

Cobertura Em telha cerâmica/concreto com forro ou de fibrocimento (espessura mínima de

5mm) com laje, sobre estrutura de madeira ou metálica.

Revestimento interno Massa única, gesso (exceto banheiros, cozinhas ou áreas de serviço) ou concreto

regularizado com pintura.

Revestimento externo Massa única ou concreto regularizado para pintura.

Revestimento Áreas

Molhadas

Azulejo com altura mínima de 1,50 m em todas as paredes do banheiro, cozinha e

área de serviço.

Revestimento áreas

comuns Massa única, gesso ou concreto regularizado para pintura.

Portas e ferragens

Portas internas em madeira. Admite-se porta metálica no acesso à unidade. Portas

externas de 0,80 m x 2,10 m. Portas dos banheiros e dos quartos com largura de 0,80

m para o caso de unidades adaptadas para portadores de necessidades especiais.

Janelas Completa, de alumínio para regiões litorâneas ou meios agressivos e de aço para

demais regiões.

Pisos Cerâmica esmaltada em toda a unidade, com rodapé.

Ampliação da UH Os projetos deverão prever a ampliação das casas.

PINTURAS

Paredes internas Tinta PVA

Paredes áreas

molhadas Tinta acrílica

Paredes externas Tinta acrílica ou textura impermeável.

Tetos Tinta PVA

Esquadrias Em esquadrias de aço, esmalte sobre fundo preparador. Em esquadrias de madeira,

esmalte ou verniz

LOUÇAS E METAIS

Lavatório Louça sem coluna e torneira metálica cromada.

Vaso sanitário Louça com caixa de descarga acoplada.

Tanque Capacidade mínima de 20 litros, de concreto pré-moldado, PVC, granilite ou

mármore sintético com torneira metálica cromada.

Pia cozinha Bancada de 1,20 m x 0,50 m com cuba de granilite ou mármore sintético, torneira

metálica cromada.

INSTALAÇÕES ELÉTRICAS / TELEFÔNICAS

Page 52: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Número de pontos de

tomadas elétricas

2 na sala, 4 na cozinha, 2 na área de serviço, 2 em cada dormitório, 1 tomada no

banheiro e mais 1 tomada para chuveiro elétrico.

Número de pontos

diversos 1 ponto de telefone, 1 ponto de antena e 1 ponto de interfone (em condomínio).

Número de circuitos Prever circuitos independentes para chuveiro (dimensionado para a potência usual

do mercado local), tomadas e iluminação.

Interfone Instalar sistema de porteiro eletrônico.

DIVERSOS

Reservatório

Caixa d’água de 500 litros ou de maior capacidade exigido pela concessionária

local. Para reservatório elevado de água potável, em condomínio, prever instalação

de no mínimo 2 bombas de recalque com manobra simultânea.

Vagas Vagas de garagem conforme definido na legislação municipal.

Cercamento do lote ou

condomínio Alambrado com baldrame e altura mínima de 1,80 m no entorno do condomínio.

Proteção da alvenaria

externa Em concreto com largura de 0,50 m ao redor da edificação.

Calçadas para

circulação interna no

condomínio

Largura mínima de 0,90 m livre.

Máquina de lavar Prever solução para máquina de lavar roupas (ponto elétrico, hidráulica e de esgoto).

Equipamentos de lazer

/ uso comunitário

Obrigatório para empreendimentos em condomínio, com 60 UH ou mais, devendo

prever recursos de, no mínimo, 1% da soma dos custos de infraestrutura e edificações. Considerando o valor destinado para este item, serão produzidos os

equipamentos a seguir especificados, obrigatoriamente nesta ordem: centro

comunitário, espaço descoberto para lazer/recreação infantil; e quadra de esportes.

Em condomínio, obrigatória a execução de depósito de lixo e local para

armazenamento de correspondência.

TECNOLOGIAS INOVADORAS

Aceitáveis as tecnologias inovadoras testadas e aprovadas conforme a Norma de

Desempenho – NBR 15.575 e homologadas pelo SiNAT ou que comprovarem

desempenho satisfatório junto à CAIXA.

SUSTENTABILIDADE

Medição individualizada de água e gás (ou sistema de botijão individualizado).

INFRAESTRUTURA

Pavimentação definitiva, calçadas, guias, sarjetas e sistemas de drenagem.

Sistema de abastecimento de água.

Solução de esgotamento sanitário.

Energia elétrica e iluminação pública.

ACESSIBILIDADE E ADAPTAÇÃO

Áreas de uso comum

Deverá ser garantida a rota acessível em todas as áreas públicas e de uso comum no

empreendimento. Orientações disponíveis na Cartilha de Acessibilidade a

Edificações e Espaços e Equipamentos Urbanos, elaborado pela CAIXA.

Unidades adaptadas

Disponibilizar unidades adaptadas ao uso por pessoas com deficiência, com

mobilidade reduzida e idosos, de acordo com a demanda, com kits específicos

devidamente definidos. Na ausência de legislação municipal ou estadual que

estabeleça regra especifica, disponibilizar no mínimo 3% das UH.

Page 53: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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4. CÓDIGO DE OBRAS E EDIFICAÇÕES

O Código de Obras e Edificações de um município permite à Administração

Municipal exercer adequadamente o controle e a fiscalização do espaço edificado e seu

entorno. Quando decidida a elaboração de um projeto de edificação, a primeira etapa consiste

em consultar junto as Prefeituras Municipais sobre as exigências para aprovação do projeto

que estão, em geral, contidas no Código de Obras.

Com o Município de Santa Maria não é diferente, com a existência de um Código de

Obras e Edificações orientado por princípios básicos como: proporcionamento de conforto

ambiental, facilitar a acessibilidade a todos os cidadãos, simplificar relações entre o Poder

Municipal e os municípios, manter a devida integração entre o Código de Obras e Edificações

e o restante da Legislação Urbanística, proporcionar melhor qualidade nos locais destinados

ao uso público ou coletivo, garantir critérios especiais para os empreendimentos de caráter

social, assegurar o cumprimento de critérios de segurança, higiene e saúde, e por fim

proporcionar condições para uma melhor fiscalização.

O Art. 3º do Código de Obras e Edificações de Santa Maria (COESM, 2009)

estabelece as disposições a que o Código visa, são elas: estabelecer e garantir diretrizes

básicas de conforto, segurança, higiene, funcionalidade e salubridade da obra; estabelecer

direitos e responsabilidades do Município, do proprietário ou do possuidor de imóvel e dos

profissionais atuantes na atividade; estabelecer normas quanto à documentação e

procedimentos destinados ao controle da atividade; e estabelecer critérios a serem atendidos

na construção, preservação, manutenção e intervenção em edificações.

4.1 Exigências do Código de Obras e Edificações de Santa Maria

As principais exigências contidas no Código de Obras de Santa Maria são

especificadas na tabela 27.

Tabela 27 – Exigências do COESM

Compartimentos

Compartimentos principais: dormitórios, refeitórios, salas de estudo, salas de trabalho ou lazer e demais compartimentos que necessitem permanência prolongada.

Compartimentos secundários: áreas de serviço e cozinhas de uso residencial,

circulações, garagens, banheiros, lavabos, vestiários, depósitos, e todo

compartimento de instalações especiais com acesso restrito, em tempo reduzido.

Pé-direito mínimo Compartimentos principais: 2,60 m, podendo ter 2,10 m no ponto mais baixo em

Page 54: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

54

caso de forro inclinado.

Compartimentos principais para edificações destinadas ao Programa de

Arrendamento Residencial – PAR e habitações de interesse social: 2,50 m.

Compartimentos secundários: 2,30 m, podendo ter 1,80 m no ponto mais baixo em

caso de forro inclinado.

Cozinha Quantidade mínima: 1 balcão com pia; 1 fogão e 1 geladeira, garantindo acesso aos

mesmos com largura não inferior a 0,80 m.

Áreas de serviço Quantidade mínima: 1 tanque e 1 máquina de lavar roupas, garantindo acesso aos

mesmos com largura não inferior a 0,80 m.

Sanitários

Quantidade mínima: 1 lavatório e 1 vaso sanitário; Local para chuveiro, nos casos

de uso residencial. Dimensões tais que permitam a instalação dos aparelhos,

garantindo acesso com largura não inferior a 0,60 m.

Revestimento Áreas

Molhadas

Azulejo com altura mínima de 1,50 m em todas as paredes do banheiro, cozinha e

área de serviço.

Iluminação e

ventilação dos

compartimentos

A soma total das áreas dos vãos de iluminação e ventilação de um compartimento

tem seus valores mínimos expressos em função da área deste compartimento, conforme seguinte:

Compartimento Vãos mínimos de

iluminação

Vãos mínimos de

ventilação

Principal 1/6 1/12

Secundário (exceto

garagens) 1/12 1/24

Garagens - 1/20

Projetos

Residências unifamiliares – no mínimo: sala, dormitório e cozinha que podem ser

em ambiente único; e sanitário.

Residências multifamiliares – nas unidades autônomas devem ter no mínimo: 1

compartimento principal, sanitário, cozinha e área de serviço e ainda instalação

sanitária de serviço com acesso por área de uso comum com 1 vaso, 1 lavatório e

1chuveiro.

Materiais

Os materiais e elementos de construção devem satisfazer às normas de qualidade e segurança relativas a sua aplicação na construção, ao que dispõe a ABNT e

legislação pertinente a cada saco, ficando seu emprego sob responsabilidade do

profissional que deles fizer uso. Em se tratado de materiais novos ou para os quais

não se tenha estabelecido normas, será exigido laudo técnico realizado por

laboratório oficial.

Instalações

As instalações prediais tais como hidrossanitárias, elétricas, telefônicas, pluviais,

renovação e condicionamento de ar e de gás, prevenção de incêndio, devem

obedecer as orientações dos órgãos responsáveis pela prestação dos serviços.

As edificações localizadas nas áreas onde houver sistema de esgotamento sanitário,

com rede coletora e tratamento final, devem ter seus esgotos diretamente a ele

conduzidos. Soluções para disposição final de esgoto como fossa séptica e filtro

anaeróbio; fossa séptica e sumidouro; fossa séptica, filtro anaeróbio e ligação à rede de águas pluviais devem ser apresentados nas áreas onde não houver sistema de

tratamento dos esgotos sanitários. A concessionária prestadora do serviço de

abastecimento de água providencia a instalação, manutenção e aferição do medidor

de água (hidrômetro) geral da edificação. É permitida a instalação de mais

hidrômetros gerais para distinguir o consumo nos diversos tipos habitacionais.

Coleta de lixo

Nos lotes, edificados ou a serem edificados, localizados em quadras onde não

houver coleta de lixo conteinerizado, devem ser previstos locais para a coleta e

depósito de lixo, situados na parte interna do lote, junto ao alinhamento, evitando

qualquer projeção sobre este.

Equipamentos

É obrigatório o uso de elevador, atendendo a todos os pavimentos, nas edificações

cujo desnível da soleira principal de entrada ate o nível do piso do pavimento mais

elevado tenha altura superior a 10,00 m.

Para edificações destinadas ao Programa de Arrendamento Residencial (PAR) e habitações de interesse social é facultativo o uso de elevador, atendendo a todos os

pavimentos, nas edificações cujo desnível da soleira principal da entrada ate o nível

do piso do pavimento mais elevado tenha altura inferior a 10,60 m.

Page 55: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

55

5. RELAÇÃO ENTRE A NORMA, O PMCMV E O COESM

É de suma importância que qualquer projeto de uma edificação atenda em âmbito

Municipal ao Código de Obras e Edificações, porém quando não forem feitas especificações

necessárias para que esta obtenha um desempenho mínimo, procura-se atender a NBR 15.575,

a Norma de Desempenho. Para os projetos do Programa Minha Casa Minha Vida também

existem especificações mínimas designadas pela Caixa Econômica Federal para aprovação

dos projetos, mesmo assim, atualmente, deve-se atender ao desempenho estabelecido pela

Norma de Desempenho.

Segundo a Secretária Nacional da Habitação Inês Magalhães ao participar da abertura

do seminário “Impactos da Norma de Desempenho”, em 17 de fevereiro de 2014, reforçar a

implantação da Norma de Desempenho é o grande desafio para 2014 pelo Governo Federal.

Afirma também que irão utilizar o Programa Minha Casa Minha Vida para popularizar a

adoção da Norma de Desempenho.

5.1 Especificações mínimas quanto ao projeto arquitetônico

Quando analisada a figura 6, que representa um comparativo entre a Norma de

Desempenho, especificações do PMCMV e especificações do COESM quanto ao projeto

arquitetônico, percebe-se que o Código de Obras e Edificações do Município de Santa Maria é

precário em informações quanto a dimensões mínimas de mobiliário, tamanho dos cômodos e

circulação mínima que se ajustam as necessidades dos moradores da unidade habitacional. As

únicas informações declaradas são os valores de circulação mínima nos compartimentos

cozinha, banheiro e área de serviço, porém ao comparar com a Norma de Desempenho nota-

se que apenas a dimensão para circulação mínima estabelecida para a cozinha não atenderia

ao desempenho mínimo.

Quando dessa falta de informação é perceptível à necessidade de atualização do

código de obras, visto que sua última atualização se deu no ano de 2009, com a Lei

Complementar nº 070. A partir do momento em que a Norma de Desempenho for realmente

cobrada, fica claro que as obras realizadas no Município de Santa Maria terão alguns

empasses, pois deverão atender ao mínimo desempenho exigido pela Norma o que pelo

Código de Obras não está sendo feito.

Por outro lado quando comparadas as especificações exigidas pela CEF aos projetos

do PMCMV é notável que as existentes atendam, sem problemas, ao desempenho mínimo da

Page 56: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

56

Norma de Desempenho. Pela afirmação feita pelo Governo Federal, o Programa Minha Casa

Minha Vida será o idealizador desta Norma. Então, construtoras e incorporadoras que

trabalham com esses empreendimentos não terão dificuldades na adequação de seus projetos

arquitetônicos.

Móvel/equipamento Dimensões (m) Móvel/equipamento Dimensões (m) Móvel/equipamento Dimensões (m)

Cama de casal 1,40 x 1,90 Cama de casal 1,40 x 1,90

Guarda-roupa 1,60 x 0,50 Guarda-roupa 1,60 x 0,50

Criado-mudo 0,50 x 0,50 Criado-mudo 0,50 x 0,50

Circulação mínima 0,50 Circulação mínima 0,50

2 camas de solteiro 0,80 x 1,90 2 camas de solteiro 0,80 x 1,90

Guarda-roupa 1,50 x 0,50 Guarda-roupa 1,50 x 0,50

0,50 x 0,50 0,50 x 0,50

0,80 x 0,60 -

0,50 0,50

0,60 0,80

Cama de solteiro 0,80 x 1,90

Guarda-roupa 1,20 x 0,50

Criado-mudo 0,50 x 0,50

1,00 x 0,70

1,50 x 0,70

Armário/Estante 0,80 x 0,50 Armário/Estante -

Poltrona 0,50 x 0,70 Poltrona -

Circulação mínima 0,50 Circulação mínima -

Largura Mínima 2,40 Largura Mínima 2,40

Fogão 0,55 x 0,60 Fogão 0,55 x 0,60

Geladeira 0,70 x 0,70 Geladeira 0,70 x 0,70

Pia de cozinha 1,20 x 0,50 Pia de cozinha 1,20 x 0,50

Armário sobre a pia prever Armário sobre a pia prever

Gabinete prever Gabinete prever

Apoio para refeição opcional Apoio para refeição -

Largura Mínima 1,50 Largura Mínima 1,60

Circulação mínima 0,85 Circulação mínima - Circulação mínima 0,80

circular D = 0,95 -

quadrada 1,00

x 1,00-

Largura Mínima 2,40 Largura Mínima 2,40

Circulação mínima 0,75 Circulação mínima -

Lavatório 0,39 x 0,29 Lavatório - Lavatório -

quadrado 0,80

x 0,80

retangular 0,70

x 0,90

Vaso sanitário 0,60 x 0,60 Vaso sanitário - Vaso sanitário -

Circulação mínima 0,40 Circulação mínima - Circulação mínima 0,60

Largura Mínima 1,10 Largura Mínima 1,50

Tanque (no

mínimo 20 l) 0,52 x 0,53

Tanque (externo para

casa e no mínimo 20l)0,52 x 0,53 Tanque -

Máquina de lavar

roupas0,60 x 0,65

Máquina de lavar

roupas0,60 x 0,65

Máquina de lavar

roupas-

Circulação Mínima 0,50 Circulação Mínima - Circulação Mínima 0,80

Mesa com 4 cadeiras

Chuveiro (box)retangular 0,90

x 0,95

COESM

Não especifica

Não especifica

Não especifica

Não especifica

Não especifica

BANHEIRO

Chuveiro (box)

DORMITÓRIO PARA DUAS

PESSOAS

CÔMODO

DORMITÓRIO DE CASAL

Não especifica

Chuveiro (box) -

Criado-mudo ou mesa

de estudo

Circulação mínima e

entre as camas

ÁREA DE SERVIÇO

PMCMV

Criado-mudo

Circulação mínima e

entre as camas

Não especifica

Número de

assentos =

número de leitos

Sofá

DORMITÓRIO PARA UMA

PESSOA

Sofá de 2 ou 3

lugares

SALA DE ESTAR

COZINHA

Mesa com 4 cadeiras

SALA DE JANTAR

NBR 15.575

FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM

Page 57: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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5.2 Especificações mínimas quanto ao desempenho lumínico

A norma especifica valores para iluminamento natural e artificial, além de um fator de

luz diurna para os diferentes ambientes da habitação. Valores estes com níveis de desempenho

que variam do mínimo até o máximo.

Pelo PMCMV, são especificadas áreas de vão de janelas que devem satisfazer a

iluminação natural do ambiente. Nos dormitórios esse vão deve ser de 1,50 m² e na sala o vão

deve ter 2,00 m². As especificações são somente para estes dois cômodos.

No COESM também aparecem valores para a iluminação natural, calculado em função

da área total do compartimento. Para os compartimentos principais (dormitórios, refeitórios,

sala de estudo, salas de trabalho ou lazer e demais compartimentos que necessitem

permanência prolongada) é determinada a fração 1/6 da área do ambiente e para

compartimentos secundários (áreas de serviço e cozinhas de uso residencial, circulações,

garagens, banheiros, lavabos, vestiários, depósitos, e todo compartimento de instalações

especiais com acesso restrito, em tempo reduzido) a fração é 1/12 da área total.

Um esboço em planta baixa feito no programa AutoCAD adotando as especificações

mínimas para o projeto arquitetônico (figura 7) é verificado que a área mínima para um

dormitório é de 7,25 m² e para uma sala de estar uma área de 8 m². Admite-se então, um

dormitório de casal com área total de 7,25 m² necessita de um vão de 1,21 m² para adequada

iluminação. Para uma sala de estar com 8 m² tem-se 1,33 m² de vão para a iluminação.

FIGURA 7 – Áreas de dormitórios e salas de estar conforme as especificações mínimas

Page 58: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Para o atendimento à Norma de Desempenho tanto pelo PMCMV como pelo COESM

para níveis de iluminamento natural devem ser realizadas simulações e estudos mais

aprofundados para a medição em lux desse fator.

O fator de luz diurna que é a parcela da luz difusa proveniente do exterior que atinge o

ponto interno de medida também é medido através de ensaios in loco. É a razão percentual

entre a iluminância interna no ponto de referência (centro do cômodo, a 0,75m de altura) e a

iluminância externa disponível, sem incidência da radiação direta do sol.

Para a análise do iluminamento artificial algumas considerações devem ser feitas:

i. Segundo a NBR 5413 (1992) “Iluminância de interiores”, para salas de

estar/jantar e dormitórios são necessários de 100 a 200 lux para uma

iluminação satisfatória destes ambientes.

ii. Para o cálculo dos lux necessários será utilizada a relação entre o número de

lúmens do compartimento e a área total deste, sendo o resultado o número

necessário de lux para a iluminação artificial do ambiente.

iii. Segundo dados da Empresa OSRAM, uma lâmpada fluorescente de 23 W tem

um fluxo luminoso nominal de 1400 lúmens e equivale a uma lâmpada

incandescente de 100 W.

iv. Portanto, quando utilizada uma lâmpada de 23 W na sala com 8 m² tem-se 175

lux e para o dormitório considerada uma área de 7,25 m² obtêm-se 193 lux.

Então, são perceptíveis que com uma lâmpada fluorescente com 1400 lúmens são

atendidas as especificações da NBR 5413 (1992) e também valores da Norma de Desempenho

(2013) que especifica para salas e dormitórios um desempenho mínimo de 100 lux.

5.3 Especificações mínimas quanto ao desempenho térmico

As particularidades tanto do PMCMV quanto do COESM são apenas para a ventilação

das áreas internas à edificação.

As especificações recomendadas do PMCMV para ventilação são as aberturas de vãos

de janelas, que para dormitórios admite-se um vão de 1,50 m² e para sala um vão de 2,00 m².

O COESM menciona valores para os vãos mínimos de ventilação, que assim como

para a iluminação, são calculados em função da área do compartimento. Para os

compartimentos principais (dormitórios, refeitórios, sala de estudo, salas de trabalho ou lazer

e demais compartimentos que necessitem permanência prolongada) é especificada a fração de

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1/12 da área do ambiente, para compartimentos secundários (áreas de serviço e cozinhas de

uso residencial, circulações, garagens, banheiros, lavabos, vestiários, depósitos, e todo

compartimento de instalações especiais com acesso restrito, em tempo reduzido) a fração é

1/24 e também é determinada uma fração de 1/20 da área de garagens.

A Norma de Desempenho estabelece uma percentagem mínima sobre a área do piso

para a ventilação em dormitórios e sala de estar em função da zona bioclimática em que se

encontra a cidade. O Município de Santa Maria encontra-se na zona bioclimática 2 onde a

abertura para ventilação é maior que 7% da área do piso.

No PMCMV, adotando um dormitório com 7,25 m² de área total e vão de ventilação

com 1,50 m², a porcentagem é de 20,7% da área do piso para ventilação e adotando uma sala

de estar com 8 m² e vão para ventilação de 2 m², a porcentagem é de 25%. Ambos os

exemplos atendem a Norma de Desempenho para o requisito aberturas para ventilação.

No COESM, admitindo um dormitório com área total de 7,25 m², encontra-se 0,6 m²

de vão de ventilação. Para uma sala de estar com 8 m² é encontrado um valor de 0,67 m² de

vão para a ventilação. Então, para ambos os ambientes temos 8% da área do piso para a

ventilação, ficando claro que é atendido o requisito aberturas para ventilação da Norma de

Desempenho, para o exemplo.

Porém, o desempenho térmico de uma edificação depende também do sistema de

cobertura e das paredes de fachada, sendo determinadas a transmitância térmica (U) e a

capacidade térmica (CT) dos mesmos. Um esquema muito interessante retirado do guia da

Norma de Desempenho feito pelo CBIC é representado na figura 8 mostrando métodos

alternativos de avaliação do desempenho térmico através de procedimentos com uma

avaliação simplificada e com uma avaliação detalhada.

A avaliação simplificada verifica o atendimento aos requisitos e critério para o

envelopamento da obra baseando-se na transmitância térmica e na capacidade térmica das

paredes de fachada e das coberturas.

A avaliação detalhada se dá por duas maneiras, a primeira através de simulações

computacionais no Software Energy Plus e a segunda pela medição in loco avaliando em

edificações existentes ou protótipos construídos para esta finalidade. A dificuldade existente

no segundo método de avaliação (medição in loco) é que as medições devem ser feitas em

período que corresponda ao dia típico de verão ou de inverno, precedido por, pelo menos, um

dia com características semelhantes, recomendando-se, todavia, trabalhar com uma sequência

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60

de três dias e analisar os dados do terceiro dia, o que nem sempre acontece e prejudica a

análise.

Figura 8 – Métodos alternativos de avaliação do desempenho térmico

A avaliação do desempenho térmico de diferentes edifícios em conjuntos habitacionais

de caráter popular construídos em diferentes épocas na cidade de Santa Maria foi tema de uma

dissertação de mestrado realizado por ROTTA (2009). O levantamento dos edifícios

existentes, com a verificação das características projetuais, as características construtivas dos

edifícios, a definição dos edifícios a serem analisados e o monitoramento das variáveis

ambientais internas e externas permitindo a avaliação do desempenho térmico, foram as

etapas seguidas no estudo.

Segundo ROTTA (2009), estratégias para utilizar os elementos do entorno e o clima,

aplicados ao projeto arquitetônico podem melhorar o desempenho da edificação,

principalmente nas questões relacionadas ao conforto térmico. Decisões tomadas nas

primeiras fases do projeto arquitetônico, tais como: volumetria do edifício, orientação das

fachadas, posicionamento e sombreamento de janelas, sistemas construtivos de paredes e

coberturas e das propriedades termofísicas dos elementos que o compõem também

influenciam no desempenho térmico que deverá ser atingido pela edificação. As temperaturas

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dos ambientes internos dependerão do efeito conjugado destes diversos parâmetros e o clima

de cada lugar.

Com as conclusões obtidas por ROTTA (2009) foi possível identificar claramente as

práticas construtivas adotadas nos antigos prédios do BNH e aquelas que estão sendo

adotadas pelo programa PAR. Embora os prédios do programa PAR possam ser executados

dentro de um espaço de tempo mais curto, e com menor desperdício de material devido ao uso

da modulação e de elementos pré-fabricados, a baixa capacidade térmica atingida pelos seus

edifícios é um fator preocupante. Outro fator preocupante é a falta de cuidado no isolamento

da cobertura nos prédios dos conjuntos analisados. Através da distribuição dos aparelhos de

medição de temperatura em diferentes pavimentos e diferentes orientações; verificou-se que o

efeito exercido pela cobertura nos últimos pavimentos teve maior influência que a orientação

solar nos resultados obtidos de variação da temperatura interna, amplitude e amortecimento

térmico, tanto no período de inverno quanto no período de verão.

Por fim, ROTTA (2009) afirma que a questão da moradia popular engloba vários

aspectos, porém questões relacionadas ao conforto térmico acabam ficando em segundo

plano. Questões econômicas acabam servindo como única justificativa para projetos

arquitetônicos padronizados e uso de materiais inadequados às condições climáticas, quando

pequenos cuidados como a implantação, insolação e ventilação do edifício podem fazer muita

diferença na melhoria das condições de conforto. Dessa forma, este trabalho traz dados

importantes para que se possa conhecer a realidade e avançar em novas propostas que

assegurem uma melhor qualidade de vida aos moradores das habitações de interesse social de

Santa Maria e região.

5.4 Especificações mínimas quanto ao desempenho acústico

Quando analisados os requisitos para o PMCMV e do COESM nota-se a falta de

informações sobre o desempenho acústico sendo este de suma importância, pois o ruído tanto

aéreo como o de impacto muitas vezes são motivos de desentendimentos e estresse entre

vizinhos. Por isso a NBR 15575 (2013) estabelece critérios para a diminuição dos ruídos de

impactos aplicados às lajes de piso e para a isolação ao som aéreo dos pisos, das fachadas e

cobertura. Entre unidades autônomas e entre paredes divisórias de áreas privativas e áreas de

uso comum em edificações multifamiliares são consideradas a necessidade de isolação

acústica de paredes de geminação.

Page 62: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

62

O desempenho acústico das áreas de permanência prolongada depende de uma série de

fatores construtivos e do próprio projeto de arquitetura. Por exemplo, deve-se evitar ao

máximo a localização de dormitórios vizinhos a poços de elevadores, escadas de uso comum,

prumadas de água etc., podendo-se recorrer à maior isolação acústica das vedações nos casos

inevitáveis (preenchimento de blocos vazados com argamassa, por exemplo). A adoção de

shafts isolados acusticamente, visitáveis ou não, e o envolvimento de tubulações com

isolantes ou absorvedores acústicos (envolvimento com mantas de polietileno, sacos de estopa

recobertos por gesso etc.) são recursos quase sempre interessantes.

A presença de frestas nas coberturas e nas fachadas altera substancialmente o

desempenho acústico da envoltória das edificações, sendo que pequenas frestas podem reduzir

em mais de 30% a isolação acústica. Também podem repercutir em perdas significativas da

isolação acústica: adoção de juntas secas nas alvenarias (ausência de argamassa nas juntas

verticais de assentamento); irregularidades ou falta de adensamento do material das juntas de

assentamento e, particularmente, dos encunhamentos / ligações das paredes com o fundo de

vigas e de lajes; janelas sem adequada vedação entre folhas fixas e folhas móveis, sendo que

esses encontros sempre devem ser guarnecidos com escovas e gaxetas fabricadas com

materiais resilientes; e falhas de rejuntamento nos encontros entre paredes e caixilhos.

Valores do índice de redução sonora ponderado (Rw) encontrados através de ensaios

laboratoriais por pesquisadores foram compilados por RIGUI (2013) em sua dissertação de

Mestrado e são discriminados nas tabelas 28 e 29.

Tabela 28 – Resultados de Rw para paredes e divisórias pesadas usuais

ensaio Produto ensaiado

Densidade

superficial

(kg/m²)

Rw

(dB)

01 Parede com blocos de 30 furos (14 cm x 19 cm x 29 cm) e uma seção

retangular com dimensões 8 x 4,5cm – sem revestimento. 185 38

02 Parede com blocos de 30 furos (14cm x 19cm x 29cm) e uma seção

retangular com dimensões 8 x 4,5cm – com revestimento. 245,5 50

03 Parede com blocos de 16 furos (20cm x 20cm x 20cm) – Com

revestimento 246,5 50

04 Parede com blocos de 9 furos (19cm x 19cm x 29cm) –com

revestimento. 188,5 42

05 Parede com blocos cerâmicos BV (14cm x 19cm x 29cm)– com

revestimento parcial – emissão (externo) 207,5 41

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ensaio Produto ensaiado

Densidade

superficial

(kg/m²)

Rw

(dB)

06 Parede com blocos cerâmicos BV (14cm x 19cm x 29cm)– com

revestimento. 226,5 43

07 Parede com tijolo maciço – sem revestimento 190,75 41

08 Parede de tijolo maciço –com revestimento parcial –emissão

(externo). 238,75 47

09 Parede de tijolo maciço (10,5 x 5 x 22cm) – com revestimento. 285,75 50

10 Parede de blocos vazados de concreto (14cm x 19cm x39cm) – sem

revestimento. 242,5 43

11 Parede de blocos vazados de concreto (14cm x 19cm x39cm) – com

revestimento parcial. 255,5 49

12 Parede de blocos vazados de concreto (14cm x 19cm x39cm) – com

revestimento. 240,5 50

13 Parede de blocos cerâmicos estruturais (14cm x 19cmx 29cm) – sem

revestimento. 170 35

14 Parede de blocos cerâmicos estruturais (14cm x 19cmx 29cm) –

revestimento parcial – emissão (externo) 217,5 40

15 Parede de blocos cerâmicos estruturais (14cm x 19cmx 29cm) – com

revestimento. 227,5 41

Fonte: Rigui apud Dondé, 2013, p. 104

Tabela 29 – Resultados de Rw para paredes e divisórias leves usuais com material

absorvente.

ensaio Produto ensaiado

Densidade superficial

(kg/m²) Rw (dB)

20 Divisórias de gesso acartonado – 2 painéis de gesso acartonado

separados por ar e = 9,0cm, m1=m2=12,5 Kg/m² - com lã de vidro. 27 47

21 Parede DryWall Placostil 72/48/SFV – 2 painéis de 12,5mm e = 4,8cm,

m1=m2=13,0Kg/m² - com lã de vidro 27 43

22 Parede de Distribuição D72/48/60ª - 2 painéis de 12,5mm e = 4,8cm,

m1=m2=12,5Kg/m² - com lã de vidro. 27 44

23 Divisória Placostil 98/48/SFV - 2 painéis de 12,5mm e = 7,3cm,

m1=m2=26,0Kg/m² - com lã de vidro. 47 49

24 Parede interna de gesso acartonado, 2 painéis de 12,5mm em cada face

e=9,0cm, m1=m2=25,0 Kg/m², com lã de vidro. 47 61

Fonte: Rigui apud Dondé, 2013, p. 105

Quando comparados os valores determinados pela Norma 15.575 para os sistemas de

vedações verticais internas e externas nota-se que o valor mínimo para o índice de redução

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sonora ponderado (Rw) é de 35 dB, portanto quaisquer paredes e divisórias pesadas ou leves

apresentadas nas tabelas acima, quando utilizadas como vedação, seguem os valores mínimos

estabelecidos por norma.

Na tabela 30 são apresentados valores do nível de pressão sonora de impacto padrão

ponderado (L’nT,w) encontrados por PEDROSO (2007) através de ensaios laboratoriais os

quais foram relatados em sua dissertação.

Tabela 30 – Valores do nível de pressão sonora de impacto padrão ponderado, L’nT,w,

para diferentes composições

Amostra Composição com sua respectiva espessura em mm L’nT,w (dB)

1 Laje de entrepiso (120 mm) sem revestimento (referência) 78

2 Laje de entrepiso (120 mm) + porcelanato (10 mm) 73

3 Laje de entrepiso (120 mm) + lã de vidro (15 mm) + porcelanato (10

mm) 50

4 Laje de entrepiso (120 mm) + ruberflex (8 mm) + porcelanato (10 mm) 62

5 Laje de entrepiso (120 mm) + densiflex (4 mm) + porcelanato (10 mm) 65

6 Laje de entrepiso (120 mm) + isopor VI (25 mm) + porcelanato (10 mm) 62

7 Laje de entrepiso (120 mm) + isopor VII (25 mm) + porcelanato (10 mm) 64

8 Laje de entrepiso (120 mm) + polietileno (5 mm) + porcelanato (10 mm) 65

9 Laje de entrepiso (120 mm) + laminado (7 mm) 75

10 Laje de entrepiso (120 mm) + lã de vidro (15 mm) + laminado (7 mm) 56

11 Laje de entrepiso (120 mm) + ruberflex (8 mm) + laminado (7 mm) 67

12 Laje de entrepiso (120 mm) + densiflex (4mm) + laminado (7 mm) 67

13 Laje de entrepiso (120 mm) + isopor VI (25 mm) + laminado (7 mm) 63

14 Laje de entrepiso (120 mm) + isopor VII (25 mm) + laminado (7 mm) 64

15 Laje de entrepiso (120 mm) + polietileno (5 mm) + laminado (7 mm) 67

Notas:

1 Ruberflex é o nome comercial da manta de borracha reciclada (EVA) com densidade de 130 kg/m³

2 Densiflex é o nome comercial da manta de borracha reciclada com densidade de 260 kg/m³

3 Isopor VI corresponde ao poliestireno expandido com densidade de 27,5 kg/m³

4 Isopor VII corresponde ao poliestireno expandido com densidade de 32,5 kg/m³

5 Polietileno é uma manta de espuma de polietileno com densidade de 27 kg/m³

Fonte: Pedroso, 2007, p. 69 e 79

Analisando os valores estabelecidos pela Norma 15.575 (2013) para o nível de pressão

sonora de impacto ponderado medidos para diferentes sistemas de pisos verifica-se que o

valor máximo admissível para um desempenho mínimo é de 80 dB. Quando analisados os

valores obtidos por PEDROSO (2007) em suas diferentes composições e que o valor máximo

obtido nas suas medições é de 78 dB, conferimos ser atendida a NBR 15575 por todas as

composições avaliadas.

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65

6. ACOMPANHAMENTO DAS VISTORIAS REALIZADAS POR

TÉCNICOS REPRESENTANTES DA CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL

A visita técnica realizada pelos representantes da CEF segue um cronograma

dependente do andamento da obra, onde é feita a avaliação dos serviços realizados para

posterior liberação da verba e sequência da construção.

O acompanhamento foi no Edifício Residencial Solar Solamanca, um empreendimento

localizado na cidade de Santa Maria financiado pela Caixa Econômica Federal, porém não

pertencente ao Programa Minha Casa Minha Vida.

6.1 Característica do empreendimento: Edifício Residencial Solar Solamanca

O empreendimento é composto por 10 andares de apartamentos, contabilizando 72

unidades habitacionais e 3 andares de garagem sendo dois destes no subsolo. O layout dos

apartamentos de dois dormitórios e de três dormitórios é mostrado nas figuras 9 e 10

respectivamente.

Figura 9 – Layout apartamento de dois dormitórios

Page 66: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

66

Figura 10 – Layout apartamento de três dormitórios

Os andares de garagem são estruturados com vigas e pilares em concreto armado e o

restante, os andares de apartamentos, são em alvenaria estrutural, como mostram as figuras 11

e 12.

Figura 11 – Disposição estrutural da edificação

Page 67: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

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Figura 12 – Vedações verticais

6.2 Etapa da obra analisada

No dia 07 de abril de 2014 os representantes da CEF estiveram no empreendimento

para avaliar as paredes que tinham sido elevadas no 4º pavimento do edifício. Foi feita uma

conferência de como se apresentava a estrutura e liberada para prosseguirem com a

construção. A figura 13 mostra a condição em que se apresentavam as elevações.

Figura 13 – Elevações da alvenaria estrutural

Page 68: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

68

Porém ao acompanhar a vistoria percebe-se que não é realizado nenhum tipo de

ensaio, por exemplo, ensaio de percussão utilizando um martelo específico ou nem mesmo

exigido um relatório do ensaio do bloco utilizado para a elevação da alvenaria. Os

representantes apenas chegaram ao local da obra e conferiram visualmente qual a condição da

estrutura. No entanto, esse controle de execução deveria ser mais rigoroso quanto às

exigências, pois, de alguma maneira, evitariam diversos problemas que ocorrem durante a

construção de uma edificação.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após todas as leituras e análises sobre a Norma de Desempenho é notável o grande

avanço e desafio que o conceito de desempenho e sua aplicação trarão para a construção civil,

porém o empenho para aprofundar o conhecimento em tecnologias inovadoras e até mesmo o

aperfeiçoamento das existentes terá que ser considerável. Tanto as construtoras, com a

realização de projetos e a execução das edificações, como as empresas fornecedoras de

materiais de construção civil terão que se adaptar para assim atender as exigências

normativas.

O Código de Obras e Edificações da cidade de Santa Maria, com última atualização no

ano de 2009, carece de muitas informações. Sendo assim, a inclusão de subsídios que

incentivem as novas unidades habitacionais a cumprirem o desempenho mínimo exigido por

norma se fará necessário.

A aplicação dos índices da norma de desempenho (2013) nas edificações do Programa

Minha Casa Minha Vida será uma boa oportunidade para a melhoria da qualidade das

habitações, visto que essas deverão ter um desempenho mínimo durante uma vida útil,

otimizando os custos ao longo do tempo. Sendo assim, o conforto e a qualidade passarão a ser

os principais itens a serem considerados em uma construção.

Quando feito o estudo comparativo entre a Norma de desempenho, o PMCMV e o

COESM em aspectos relacionados com o projeto arquitetônico tem-se explícito que as

características do PMCMV já atendem a norma. O COESM tem muitas informações não

esclarecidas, como dimensões de móveis e circulação mínima para todos os cômodos de uma

unidade habitacional, sendo assim entende-se que se faz necessária uma atualização das suas

especificações quanto a este item.

Quanto ao desempenho lumínico são estabelecidos vãos de abertura para o

iluminamento natural pelo PMCMV e pelo COESM, porém para uma análise e comparação

com a Norma seria necessário um estudo mais detalhado do ambiente.

O desempenho térmico, na questão relacionada a ventilação as exigências da Norma

de desempenho são atendidas pelo PMCMV e pelo COESM. Porém o desempenho térmico

depende de muitas outras questões, como volumetria do edifício, orientação das fachadas,

posicionamento e sombreamento de janelas e principalmente dos sistemas construtivos de

paredes e coberturas, partes mais importantes da edificação.

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70

Quanto ao desempenho acústico não são apresentadas nenhuma especificação ou

exigências no PMCMV nem no COESM. Porém quando analisados dados de composições de

sistemas de piso e vedações verticais que são utilizadas atualmente, é verificado que estes

atendem aos requisitos da Norma.

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71

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575-1:

Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575-2:

Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais.

Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575-3:

Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos. Rio

de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575-4:

Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações

verticais internas e externas - SVVIE. Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575-5:

Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas.

Rio de Janeiro, 2013.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575-6:

Edificações Habitacionais – Desempenho – Parte 6: Requisitos para os sistemas

hidrossanitários. Rio de Janeiro, 2013

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 5413: Iluminância

de interiores. Rio de Janeiro, 1992.

BORGES, C. A. M. O conceito de desempenho de edificações e a sua importância para o

setor da construção civil no Brasil. 2008. 263f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008.

BORGES, C. A. O significado de desempenho nas edificações. São Paulo, 2010. Disponível

em: http://construcaomercado.pini.com.br/negocios-incorporacao-construcao/103/norma-de-

desempenho-o-significado-de-desempenho-nas-edificacoes-282364-1.aspx. Acesso em 11 de

dezembro. 2013.

Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Desempenho de edificações

habitacionais: guia orientativo para atendimento á norma ABNT NBR 15575/2013.

2013. 300f. Brasília, DF.

Page 72: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

72

Lei nº 12.424, de 16 de junho de 2011. Dispõe sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida –

PMCMV. Brasília, 2011.

Lei complementar nº 070, de 4 de novembro de 2009. Dispõe sobre o Código de Obras e

Edificações do Município de Santa Maria e dá outras providências. Santa Maria, 2009.

NAKAMURA, J. Parte 2 comentada: Estruturas. São Paulo, 2013. Disponível em:

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/197/artigo294212-1.aspx. Acesso em 6 de março.

2014 .

NAKAMURA, J. Conheça o capítulo da norma de desempenho que traz requisitos para

pisos em edificações habitacionais. São Paulo, 2013. Disponível em:

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/198/artigo296318-1.aspx. Acesso em 6 de março.

2014.

NAKAMURA, J. Relator comenta exigências da Norma de Desempenho para paredes

internas e externas. São Paulo, 2013. Disponível em: http://techne.pini.com.br/engenharia-

civil/199/artigo299962-1.aspx. Acesso em 6 de março. 2014.

NAKAMURA, J. Relator comenta os detalhes do capítulo sobre coberturas da Norma de

Desempenho. São Paulo, 2013. Disponível em: http://techne.pini.com.br/engenharia-

civil/200/artigo301284-1.aspx. Acesso em 6 de março. 2014.

NAKAMURA, J. Relatora comenta capítulo da Norma de Desempenho que trata de

sistemas hidrossanitários. São Paulo, 2013. Disponível em:

http://techne.pini.com.br/engenharia-civil/201/artigo302534-1.aspx. Acesso em 6 de março.

2014.

PEDRO, J. Branco. Programa Minha Casa Minha Vida: riscos, oportunidades e

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PEDROSO, M. A. P. Estudo comparativo entre as modernas composições de pisos

flutuantes quanto ao desempenho no isolamento ao ruído de impacto. 2007. 141f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria,

2007.

Portaria nº 465, de 3 de outubro de 2011. Dispõe sobre as diretrizes gerais para aquisição e

alienação de imóveis por meio da transferência de recursos ao Fundo de Arrendamento

Residencial – FAR, no âmbito do Programa Nacional da Habitação Urbana – PNHU,

integrante do Programa Minha Casa Minha Vida - PMCMV. Brasília, 2011.

Page 73: NORMA DE DESEMPENHO E SUAS APLICAÇÕES: …coral.ufsm.br/engcivil/images/PDF/1_2014/TCC_FERNANDA SAIDELLES... · FIGURA 6 – Comparativo NBR 15.575 x PMCMV x COESM .....57 FIGURA

73

RIGUI, P. C. R. Ferramenta para análise do desempenho acústico das edificações para

fins de financiamento imobiliário. 2007. 141f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –

Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007.

ROTTA, R. Desempenho térmico de edificações multifamiliares de interesse social em

conjuntos habitacionais na cidade de Santa Maria - RS. 2009. 132f. Dissertação (Mestrado

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SCHERER, M. J. Estudo do isolamento sonoro de vidros de diferentes tipos e espessuras,

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SHIMIZU, J. Y. Projeção de impactos econômicos do Programa Minha, Casa Minha

Vida: Uma abordagem de equilíbrio geral computável. 2010. 89f. Dissertação (Mestrado

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