Nós não podemos devolver à Terra sua condição de 200 anos ... · Sonia Hirsch Convidados pelo...

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Nós não podemos devolver à Terra sua condição de 200 anos atrás,mas alguma coisa se pode fazer. Demos a palavra aos estudantes e

professores brasileiros e recebemos de volta um verdadeiroinventário de disposições e pequenos gestos que contam muito para

mudar rumos, mobilizar pessoas e evitar que a vida se degrade.

Como o astrofísico Hubert Reeves, nós também acreditamos no“contágio dos comportamentos virtuosos”.

R E A L I Z A Ç Ã O

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O MELHOR LUGAR DO MUNDO62 textos e 565 pérolas

que desvelam o que pensam e sentem os brasileiros

sobre os rumos do mundo...

... e as palavras da

nossa língua que eles segredam

ao pé do ouvido.

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* Homenagem a Gonzaguinha, que disse que a vida“Podia ser bem melhor e será”, na música O que é o que é.

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© 2007 Instituto EcofuturoTodos os direitos reservados

Concepção e Coordenação EditorialOrganização e Textos Complementares

Maria Betânia Ferreira e Dora Carrasse – Pingo é Letra

Produção Editorial

Heloisa C. M. Vasconcellos – Tino Editorial

Direção de Arte e Arte-final

Andréa Vilela de Almeida – Pimenta Design

Ilustrações do 6o Concurso de Redação Ler é Preciso

Alê Abreu

Ilustrações da História das Letras

Rafael Saraiva

Fotografias

A B C E J O Q S X Y

Eduardo Sardinha

D F G H K L M P

Luis Fernandes

I N R T U V W Z

José Bassit

Revisão

Adriana PepeBeatriz de Freitas Moreira

Instituto ECOFUTUROAv. Brigadeiro Faria Lima, 1355 – 7º andar01452-919 – São Paulo – SPTel.: (11) 3503-9554www.ecofuturo.org.br

DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (C IP )(CÂMARA BRASILE IRA DO L IVRO, SP, BRASIL )

Inventário do que “podia ser bem melhor e será” - - : o melhor lugar domundo : 62 textos e 565 pérolas que desvelam o que pensam e sentemos brasileiros sobre os rumos do mundo... / [organizador InstitutoEcofuturo] . - - São Paulo : O Instituto, 2007.

Vários colaboradores.

1. Concurso de Redação Ler é Preciso 2. Desenvolvimento sustentável3. Educação ambiental I. Instituto Ecofuturo.

07-9291 CDD-808.02079

ÍNDICES PARA CATÁLOGO S ISTEMÁTICO

1. Redações premiadas : Concurso de Redação Ler é Preciso :Literatura 808.02079

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BRASIL, UM PAÍS DE POSSIBILIDADES

No meu livro de sonhos, todos os habitantes da Terra estariam interessados em trabalhar por um bom desenvolvimento para melhorar o ar, o vento, a saúde, o respeito, combater tudo de ruim.

E no final do livro eu gostaria de escrever assim:"Esta história aconteceu mesmo, de verdade, eu fiz esta mágica..."

Núbia Dias Inácio15 anos

Barra do Piraí (RJ)

Por trás da cortina de números e estatísticas de todas as ordens, tem gente detodas as idades que segue pela vida acreditando, aprendendo e fazendo aconte-cer, e também gente que acha que tem dificuldade para aprender, quando, naverdade, apenas carece de acesso à leitura e à escrita.

Esta é a realidade que constatamos nesses nove anos de trabalho no InstitutoEcofuturo, implantando bibliotecas comunitárias Brasil adentro, que atualmenteatendem cerca de 50 mil leitores por mês, e realizando Concursos de Redação,que já mobilizaram mais de um milhão de alunos e professores. Gente aguerrida,mobilizada, inspiradora.

Para saber mais e melhor qual é o impacto dos nossos projetos, estamos ini-ciando a sistematização de indicadores mas já conhecemos dados incontestes:nunca encontramos um único município cuja população não soubesse daimportância de ler bons livros e de oferecê-los para toda a comunidade. Milharesde professores, escolas e alunos de todo o Brasil reconhecem e aderem às pro-postas qualitativas e criativas para ler, pensar e escrever de forma cooperativa.

Nesta sexta edição do Concurso de Redação, além de crianças e adoles-centes, convidamos a participar pessoas que freqüentam os bancos das Escolas deJovens e Adultos (E JA) . Inúmeras foram as redações que recebemos de alunosde escolas especiais, de alunos que freqüentam escolas em ambientes de reclusão– muitos, muitos mesmo, que apenas acabaram de completar 19 anos de vida!

Em nome dessa gente que não desiste, que segue fazendo e acreditando,gente como Núbia Dias Inácio, 15 anos, da Escola Estadual Dr. Álvaro da Rochade Barra do Piraí (RJ), autora do pensamento que abre esta mensagem e encerraas páginas deste livro, o Instituto Ecofuturo continuará atuando de forma decisivae cooperativa com o poder público, o governo e a sociedade civil para intensificarpráticas que trazem a possibilidade de criarmos fatos para reduzir o enorme fossoque hoje separa quem sabe de quem não sabe. A plena compreensão da palavrafalada e escrita é crucial para que nos tornemos uma sociedade plenamentedemocrática. As possibilidades estão postas. A ação é coletiva!

Daniel FefferPresidente do Instituto Ecofuturo

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TODOS PELA DELICADEZA

No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando diz “eu”, fica umapequena glândula chamada timo. Seu nome em grego, thymos, significa “energia vital”.

Sonia Hirsch

Convidados pelo Ecofuturo a pensar, ler e escrever sobre a sustentabilidade doplaneta, embalados pelo mote d’O Melhor Lugar do Mundo, escrevinhadores deuma extensa faixa etária, entre 7 e 70 anos, das mais diversas regiões do país,enviaram mensagens comuns: ele está dentro de nós.

Pequeninos e adultos; alunos e professores; gente que foi para a escola bemcedinho, como é devido; gente que foi bem mais tarde, quando possível: todasas gentes escreveram que há muitas coisas boas em suas vidas e que elas acon-tecem em suas casas (no caso dos adolescentes, o melhor lugar do mundo sãoseus próprios quartos) e nas escolas, descritas por muitos como “o lugar dasigualdades, onde todos têm direitos iguais”.

Todos, pequenos e grandes, anunciam que a grande dica é a DELICADEZA,também apontada como o grande desafio.

Ou seja, o MELHOR LUGAR DO MUNDO está mais perto de cada um do quese imagina ou do que se convencionou imaginar: não é o melhor emprego, omelhor carro ou a maior casa; a morada deste mapa do tesouro está em nós. Tãoperto e tão longe?

Por convicção e responsabilidade do cargo, concluo esta mensagem em fran-ca cumplicidade com a lógica exposta por Ana Maria Machado no livro Balaio(imperdível, como toda a obra da autora), no qual expõe com enorme lucidez aimportância da introdução do convívio com a narrativa de ficção e história na for-mação dos educadores e no dia-a-dia de todos nós: “A narrativa de ficção rompea diferença individualista e acostuma o leitor a sair de si mesmo e viver outrasvidas – e isso lhe deixa a bagagem de uma experiência emocional riquíssima deabertura para o outro. Afinal de contas, é esse o fundamento de qualquer com-portamento ético – ser capaz de pensar nos outros ao fazer as coisas ou deixarde fazê-las e medir as conseqüências das próprias ações sobre outras vidas”.

Christine Castilho FontellesDiretora de Educação e Cultura do Instituto Ecofuturo

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LER E ESCREVER BEM PARA SER CIDADÃO DO MUNDO

“Podemos não aprender a ler e escrever na barriga da mãe,

mas lá é que as nossas palavras são feitas, e quando

nascemos elas estão somente esperando em nossa

boca para sair e se soltarem no mundo.”

Petrus de Oliveira Tiveron13 anos

Laranjal Paulista (SP)

O Petrus, de apenas 13 anos, redigiu este depoimento para nós. Uma formulaçãotão assertiva quanto espontânea, que, via de regra, é matéria de muitos anos deestudo dos especialistas em Lingüística. É por essa e por outras que vimos reno-vando nosso apoio integral ao Programa Ler é Preciso e ao projeto Concurso deRedação, que traz até nós revelações que apontam a enorme pertinência de rea-lizar ações de promoção da leitura e da escrita de forma sistemática e contínua,somando àquelas desenvolvidas por educadores competentes e aguerridos, quevêm fazendo a boa diferença na educação de jovens e adultos no país.

Com esta sexta edição do Concurso de Redação e cerca de 30 mil redaçõesrecebidas de crianças, jovens e adultos de escolas públicas e privadas, o projetoamadureceu, ganhou representatividade nacional e reuniu uma amostra significa-tiva de textos que revelam como anda a leitura e a escrita Brasil adentro e quaisas suas macroinfluências. No próximo ano, será elaborado e disponibilizado umdetalhado relatório sobre este assunto, algo que certamente será de interessepara educadores, pais, governo, institutos de pesquisa e sociedade civil.

Nós concordamos com o Petrus. Por isso, renovamos nosso compromissocom a democratização do acesso à palavra por meio do Programa Ler é Preciso,viabilizando, assim, que as crianças, desde a mais tenra idade, tenham acesso àherança humana, científica e cultural fixada por meio da palavra escrita, que per-tence a toda a humanidade e que nos permite conhecer os valores e certezasadquiridos por nossa comunidade planetária.

Antonio Maciel NetoPresidente da Suzano Papel e Celulose

Patrocinador Honor

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O Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é inspirado na concepçãode educação como face do processo dialético entre socialização e individua-ção, visando à construção da autonomia, à formação de indivíduos capazesde assumir postura crítica e criativa frente ao mundo. A educação formalpública é a cota de responsabilidade do Estado nesse esforço social maisamplo, que se desenrola na escola, na família, na comunidade e no trabalho.

Nossa visão é de que o objetivo da política nacional de educação devese harmonizar com os objetivos fundamentais da República, fixados emConstituição Federal (1988): construir uma sociedade livre, justa e solidária;erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais,sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e outras formasde discriminação.

Essa sociedade só se constrói com uma educação pautada pela autono-mia, inclusão e respeito à diversidade, traduzidos na equalização das opor-tunidades de acesso à educação de qualidade. Isso exige pensar etapas,modalidades e níveis educacionais como forma de garantir a todos o direitode aprender de acordo com suas aptidões e vontade.

Nesse sentido a educação precisa ser tratada com unidade, da creche àpós-graduação, e potencializar políticas educacionais. Essa visão sistêmicaimplica promover a articulação entre as políticas orientadas para cada nível,etapa ou modalidade. Ela possibilita a ampliação do horizonte educacional eda autonomia do indivíduo, garantindo o direito a novos passos e itineráriosformativos.

O Plano Nacional do Livro e da Leitura (PNLL) é iniciativa articulada entreMinistério da Educação, Ministério da Cultura, Academia Brasileira de Letras,Câmara Brasileira do Livro e outros parceiros, visando melhoria do índicede leitura no Brasil. O PNLL apóia e divulga iniciativas públicas e privadas deformação de leitores e promove feiras e seminários no País.

Nesse contexto, o Concurso de Redação Ler é Preciso reforça um dospilares do PDE: mobilização social para melhoria da qualidade da educação.Esse esforço é representado pela colaboração de empresas que têm assumi-do o compromisso de contribuir para o desenvolvimento sustentável do País.

Tenho, portanto, muita satisfação em apresentar este livro, com asredações vencedoras do 6º Concurso, que contabilizou cerca de 30 mil tex-tos. Gostaria de cumprimentar os vencedores e deixo uma saudação cari-nhosa a todos os participantes, professores, pais, alunos e demais agentesque atuam no projeto.

Fernando HaddadMinistro de Estado da Educação

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No momento em que o planeta vive um de seus ciclos mais críticos dedegradação, a iniciativa de estimular nossas crianças e jovens a refletir sobrea sustentabilidade não poderia ser mais oportuna.

A cada dia que passa fica mais claro que o futuro da existência, tal comoa conhecemos, depende de uma mudança profunda de atitude. Cada umde nós carrega uma parcela importante de responsabilidade e pode con-tribuir efetivamente para reverter o quadro de colapso que se avizinha.

O aquecimento global, a ruptura de ecossistemas inteiros, o desapareci-mento de espécies, a corrosão da intrincada e delicadíssima teia de relaçõesque sustentam a vida não são mais assunto apenas para governos, cientistase especialistas de toda ordem. Tais questões se integraram definitivamenteao nosso dia-a-dia e se tornaram um desafio para todos.

Estudar o problema, estabelecer correlações entre o desafio ambiental eas desigualdades sociais, e refletir sobre as soluções possíveis para o impasseem que nos encontramos é hoje um exercício fundamental para as novasgerações.

Parabenizamos o Instituto Ecofuturo pela 6ª edição do Concurso deRedação Ler é Preciso. Propor a investigação, apontar novas perspectivas,discutir as metas do milênio (essenciais para reabilitar as condições mínimasde sustentabilidade) e colocar o aluno no centro do debate, abrindo paraele a oportunidade de apresentar suas próprias idéias por meio da saborosaaventura da escrita, é uma estratégia inteligente de transformar o mundo.Ler, refletir, aprender e construir uma visão própria da realidade é umaexperiência que se leva para a vida toda.

Milú VillelaMembro Fundador e Coordenadora da Comissão de Articulação do

Compromisso Todos pela Educação

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APRESENTAÇÃO

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* Quando acontece de, num texto, alguma coisa faiscar, brilhar, saltar — por sua originalidadede construção, por uma escolha inusitada de palavras, pela impressão de que a alma dequem escreve se deixou vislumbrar ou mesmo por um uso gramaticalmente incorreto queproduz um efeito interessante, encontramos uma pérola.

Onde fica o melhor lugar do mundo? E em que tempo?Qual é, mesmo, a vida que a gente quer?Ao dizer “bom dia”, em que medida acreditamos que esse desejo possa se

realizar?As 264 páginas deste livro guardam e condensam o tesouro das respostas de

507 mil cidadãos brasileiros que atenderam ao pedido de escrever e revelar suavisão da natureza dos pequenos (por vezes diminutos) passos capazes detransformar este mundo num lugar melhor, aqui e agora.

Os 62 textos e as pérolas* escolhidos pelos jurados do 6° Concurso deRedação Ler é Preciso são aqui apresentados ao leitor em forma de inventário,um quase-dicionário de pensamentos, crenças e sentimentos do nossopovo nesta primeira década do século XXI.

A cada um desses textos e pérolas, que nos revelam escolhas de linguagem,influências, inquietações e valores, está associada uma palavra da língua portu-guesa cujo significado foi lembrado ou ilustrado. Essa forma de apresentação éuma homenagem à riqueza, à profusão e à diversidade da língua, que, apren-dida e dominada, fez as vezes de ponte e nos trouxe o que aqui apre-sentamos a você, leitor.

A Algumas palavras aparecem destacadas pelo desenho de sua letra inicialno alfabeto manual, criado pelo fundador da primeira escola para surdos-mudos. Essa identificação marca palavras que se referem ao que é essen-cial para a sustentabilidade e a qualidade de vida.

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Sumário

A 18

B 26

C 38

D 52

E 62

F 72

G 82

H 88

I 94

J 104

K 112

L 118

M 124

N 134

O 140

P 146

Q 166

R 176

S 186

T 198

U 208

V 214

W 222

X 230

Y 234

Z 238

OS 62 FINALISTAS 244

OS LEITORES QUE TAMBÉM FAZEM O LIVRO 250

NAS ESCOLAS E SALAS DE AULA 250

ENQUANTO ISSO, EM SÃO PAULO... 254

POR QUE REALIZAMOS CONCURSOS DE REDAÇÃO? 258

PROGRAMA LER É PRECISO: O DIREITO À PALAVRA 260

INSTITUTO ECOFUTURO: UMA PROPOSTA PARA O PRESENTE 261

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Bom dia, mundo bom

Categoria 1, a da fase da vida em que o pé no presente ajuda a se abastecerdaquilo que, no futuro, pode fundamentar bons julgamentos. (1ª à 5ª séries)

Artur José Mendes de Oliveira Pequenas coisas que fazem alguém sentir... 56David Pozorsky Passarinho quando nasce 205Gustavo César Gomes Alves Mundo, meu amigo! 130José Enrique Pereira de Andrade O mundo é uma bola de maravilhas 78

2° Leonardo Zimbrão Gregório Pé de caju 423° Lucas Kazuo Sakata Meu mundo 127

Marcella Reis de Oliveira Bom dia, meu querido mundo! 156Marcos Antonio Jordão da Silva Filho É bom viver aqui 110Maria Alice Gomes Fonseca Acordar de manhã 161

1° Thalia Diógenes Saldanha Se os homens fossem pássaros 151Wagner Dal Piva da Silva O tronco mágico 25Wilker Dias da Silva Na manhã daquele dia 35

Solto minhas palavras no mundo

Categoria 2, a da fase da vida em que se expressar e conhecer o que outrosexpressam ajuda a construir reflexão sem pressa de julgar. (6ª à 9ª séries)

Ayana Resende Romanhol A criatividade é sinal… 174Cláudio César Palheta da Costa Junior As minhas palavras 93

2° Isadora Trevisan Locatelli A caixinha de segredos 182Juan Guilherme da Silva Solto minhas palavras no mundo 98Laura de Oliveira Camilo O concreto da comunicação 204

3° Marielle Santos Freitas Nem menina nem mulher 206Marlon Washington Rocha Silva Trânsito das palavras 220Nadya Luiza Fernandes Alves O tempo e as palavras 51Paulo Cesar dos Santos Corecha Júnior Palavras desejadas 164Publio Matheus Souza Verona O sonho de um lugar perfeito 75Tiago Sandroni Porrino Os orbes castanhos 212

1° Vinícius Gabriel Barros Nossos sonhos são os mesmos 47

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O melhor lugar do mundo

Categoria 3, a da fase da vida em que o conhecimento ajuda a encontrar umjeito pessoal de se situar no mundo e nele interferir. (Ensino Médio)

Adriana Barbosa Alves de Souza O melhor lugar do mundo 851° Ananda Araújo Lima Costa Um mundo novo em folha 207

Gabriela Alexandra Ferraiole Testa Fios de barbante 194Henrique Florindo Valverde Do mundo, o melhor lugar... 131Henrique Martins Oliveira Cicatrizes escritas 36

3° Johaine El Hajjar Droppa No meio do caminho 165Luana Patrícia dos Santos A Vila Mundo 154Lucas Nascimento Souza Ah, se o mundo fosse assim 58Maiara Moreira Andraschko Alô, alô, marciano? 226Marina Cardoso A insegurança deste vôo 153

2° Marina Wanderley Graciano Costa Um por todos, todos pelo mesmo 100Paulo Everaldo Brito Maciel Uma maravilha de lugar 30

A vida que a gente quer

Categoria 4, a dos que entraram na escola mais tarde ou a ela retornaramdepois de muito aprender em outras experiências de vida. (EJA e outrasentidades de educação de jovens e adultos)

Adelaide Francelina de Souza O mundo é bonito 203Bruno Caetano Nery Terra 171

2° Carolina dos Santos Acróstico 196Clarice Rodrigues do Nascimento Igualdade 202Eliane Santos Para descobrir o estilo de vida 170Francisco Fernandes Ribeiro O mundo que a gente quer 57Jonathan Bom dia, mundo bom! 91

1° Julia Graciela Paula Silva Alves A vida que eu queria ter 2183° Leandro Rieter Buscar, transformar e realizar... 43

Marilei Márcia Del Sent A vida que cada um quer para si 37Rodrigo de Lima Antonio O melhor lugar do mundo 159Zelina Catarina R. de Lima Tessaro A vida que a gente quer depende... 144

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Instruções para chegar ao melhor lugar do mundo

Categoria 5, a dos professores, que dão início à ebulição nas escolas.

Adélia Dias da Chaga Para se chegar ao melhor lugar do mundo 66Altair Borges de Souza História de menino 184Aparecida Maria Cantarino Barbosa Bons tempos 45Bruna Wysocki Instruções para despertarmos o sonho... 250Edson de Moraes Poscidônio Não leia as instruções 133Francisco Wellington Landim Caminhando 225

1° Gislaine Buosi Feehus Monteiro Uma instrução singela 31José Augusto de Aguiar Costa A história de Zé Carinho 79Lucilaine Cristina C. de Jesus Para as filhas do coração 180Mario Mello Costa Para se chegar 138

3° Oldemar Cabanhe Instruções para chegar ao melhor lugar... 33Roque Aloisio Weschenfelder Potência invisível 122Sandra Maria da Silva Barriga FM – 1000 megahertz de freqüência 116

2° Sueli Terezinha R. S. Toledo da Silva São seus olhos, Isadora! 108

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16Línguas, alfabeto...Os seres humanos espalhados pelo planeta falam cerca de 5.800 línguas. Se aspalavras expressam idéias e sentimentos, esse número tão grande dá uma boanoção da riqueza e da diversidade cultural existentes.

Algumas dessas línguas são faladas por milhões de pessoas; outras, por pequenosgrupos. Há ainda as que desaparecem a cada dia, levando embora para sempreuma forma de pensar e expressar.

É assim mesmo; são coisas da vida... Os idiomas são vivos, em constantemudança. A língua espanhola, da qual se conhece quase exatamente a “data denascimento”, tinha cerca de 13.500 palavras há 300 anos e hoje tem mais de 120 mil.

Quantas palavras tem o português, que é uma das línguas mais faladas noplaneta (230 milhões de pessoas)? Se juntarmos as palavras dos países em que oportuguês é a língua oficial – Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, GuinéEquatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé & Príncipe e Timor-Leste, além deMacau, na China –, provavelmente teremos um número muito próximo desses120 mil.

... e língua escritaHá cerca de 3.500 anos, alguns operários que trabalhavam no deserto de Sinai, naÁsia, gravaram desenhos que representavam os sons da língua que falavam. Foiaí, ao que tudo indica, que começou a escrita como a conhecemos hoje. Essessinais foram se espalhando pelo mundo graças a povos viajantes, como osfenícios e os gregos, que adotaram a idéia e foram fazendo acréscimos emodificações.

Por isso, hoje existem tantas maneiras diferentes de escrever o que se fala.

Mais:Os gregos foram os primeiros a usar as vogais, letras que representam sonsproduzidos com a saída livre do ar (a, e, i, o, u).Também foram os gregos os primeiros a escrever da esquerda para adireita, como fazemos até hoje.

Os arameus, antigo povo viajante das regiões onde hoje ficam a Síria, o Irã e oIraque, também espalharam sua língua escrita, dando origem aohebreu e ao árabe.

O hebreu e o árabe se escrevem da direita para a esquerda e somente comconsoantes.

Nem todo mundo no planeta escreve com letras que representam sons.Nas escritas chinesa, japonesa e coreana, cada caractere representa uma idéia,uma palavra, ou corresponde também a uma sílaba. Existem quase 50 mil carac-teres, mas no dia-a-dia se usam cerca de 3 mil.

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LETRAS portadoras de uma memória de milhares de anos, transmitida de geraçãoa geração, de povo a povo, por toda a Terra.

Alfa (Aleph), de onde vem o A, a primeira letra do nosso alfabeto, carrega o con-ceito de UNIDADE e INDIVIDUALIDADE, do qual pode surgir um universo. Alfarepresenta, também, o próprio homem.

Beta (Beth), de onde vem o B, a segunda letra do nosso alfabeto, é a CASA, oenvoltório e a proteção.

Alfabeto: “o homem em sua casa”.

Para o escritor francês Victor Hugo, a maior revolução da história humanaaconteceu quando o homem descobriu como IMPRIMIR (e, assim, multiplicara palavra escrita e dar início à comunicação de massa).

Chama-se tipografia a arte de juntar caracteres móveis para criar palavrase frases que serão reproduzidas no papel.

Os primeiros caracteres tipográficos eram feitos de madeira, e gravadosà mão, com as letras e os símbolos ao contrário, como se vê em algumasdas fotografias deste livro.

Os chineses e coreanos já usavam técnicas de impressão com peças demadeira há mais de 600 anos, quando Gutenberg, considerado o inventor daimpressão, teve a idéia de usar caracteres móveis de chumbo reutilizáveis.

Faz pouco mais de 200 anos que, além de livros, se imprimem jornais.

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a A a A a A a A a A

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Era uma vez, há muitos e muitos séculos, alguém que inventou umdesenho para representar o som inicial da palavra Aleph. O desenhoera uma cabeça de touro simplificada, já que com essa palavra opovo do deserto do Sinai nomeava o touro.

Foi assim que chegamos ao nosso A, depois de muitos séculos,muitas viagens, cópias, mudanças de posição, inclinações...

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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abissalMuito, muito, muito profundo,onde nem a luz consegue penetrar.Também se usa em lugar de es-pantoso, assombroso, misterioso eenorme.

O amor está lá no fundo do

nosso coração, e muitos infe-

lizmente não têm esse fundo.

Fernanda Bosquiero de P. Monteiro13 anos

São Paulo (SP)

abracadabranteVem de abracadabra, que, por suavez, vem do grego. Abracadabra épalavra mágica. Abracadabrante émágico, misterioso, extraordinário.

Um bom dia é tão mágicocomo um abracadabra. Elemarca, reanima e modificaações quando pronunciado emmutirão e de coração.

Ianca Santos Codeiro9 anos

Turmalina (MG)

acalentarEmbalar alguém cantando, acon-chegando, e também tranqüilizar,sossegar, consolar, serenar.

Foi assim que eu descobri quevivo no melhor lugar do mundo,um lugar onde sei que estou segu-ra. É a partir desse lugar que euvejo o resto do mundo sorrir paramim, enquanto eu penso sobre eleda melhor forma, com os princí-pios de amor que eu construo comas pessoas mais especiais daminha vida.

Luíza Pereira Calumby15 anos

Penedo (AL)

acepçãoSignificado de um termo, o jeitocomo ele é entendido.

Minhas palavras soltas nomundo são: de Amor para mãesque sofrem sem poder ajudar fi-

lhos; de Revolta para os gover-nantes; de Orgulho para aquelesque superam obstáculos e con-seguiram vencer na vida; deTristeza por tanta impunidade ede Esperança para que as coisaspossam mudar.

João Vítor Vieira de Almeida10 anos

Itapetininga (SP)

acumulaçãoAcúmulo, amontoamento, ajunta-mento, reunião de pessoas ou decoisas.

Moro numa casinha pequena,meu quarto para mim é aparte da casa que tem maiscoisa, e que acumula maissujeira. Parece a situação domundo, só que um pouco pior.

Cássio Ricardo Nichnig Filho10 anos

Balneário Camboriú (SC)

adirSomar, adicionar, agregar, incorpo-rar.

O melhor lugar do mundo

fica dentro do coração de

cada pessoa, num pedaço

onde só reinam justiça, bon-

dade e outros sentimentos

benéficos, definindo o melhor

lugar do mundo como o forma-

do por pessoas normais, com

defeitos e qualidades, porém

que sabem “soma” em uma

sociedade justa.

Pedro Henrique da Silva Coelho17 anos

Rio de Janeiro (RJ)

advertência Aviso, admoestação, adversão.

Mas nem eu consigo falarcom os homens (os adultos),porque se eu tentar falar sobreesse assunto eles vão me xingar,vão caçoar de mim, mas não voudesistir, vou reclamar, vou im-plorar para reflorestarem nos-

sas florestas, para acabaremcom a discriminação, com a vio-lência, com a pobreza.

Emídio Roberto Penaroli Júnior12 anos

Paraíso (SP)

Aágora Palavra que vem do grego: era apraça das antigas cidades gregas,onde havia o mercado e as pessoasse reuniam para discutir e fazerassembléias.

Talvez quando eu crescerfunde um lugar para esse tipode debate com as mais diver-sas pessoas. O mundo tem quemelhorar muito, e por que nãoresolver isso conversando?Vítor Augusto de Souza Pinto Albano

12 anosRio Branco (AC)

ajustamentoAjuste, adaptação, reconciliação en-tre pessoas que se desentenderam;acomodamento, concórdia.

Nós, jovens, podemos ter ummundo melhor entendendo quetemos que nos adaptar ao mundo,e não o mundo se adaptar às nos-sas vontades.Bárbara Elizabeth Rodrigues da Silva

15 anosPraia Grande (SP)

aladoQue tem asas. Também se usa paradar a idéia de que algo é leve, gra-cioso, delicado.

As minhas palavras que euvou soltar são todas aladas, istoé, que voam pelo mundo espalhan-do alegrias e muito mais amor,passando por bairros, ruas, ci-dades, estados, capitais e países.

Wédson Alberto Aguiar Pereira11 anos

Crato (CE)

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22alcanziaBola de barro que se enchia comflores e prêmios, em festas popula-res antigas conhecidas como cava-lhadas.

Bom seria se tivéssemos um

bom dia e um mundo bom onde

todas as pessoas fossem fe-

lizes e não apenas algumas.

Natália Silva Ferreira 8 anos

Guararema (SP)

AalfabetismoSistema de escrita que usa um alfa-beto, e também o estado ou quali-dade de quem sabe ler e escrever.

Até mesmo o abecedário re-solveu olhar, procurar, vascu-lhar. E a letra F, em busca deoutra para que uma palavrade estímulo se formasse, sejuntou à letra É.

Karine Aparecida Leite Guedes11 anos

Passa Quatro (MG)

O melhor lugar do mundo é aescola, mesmo. E se você for aocinema e o filme for legendado evocê não souber ler, que graça temde ver? Viu, duvidou de mim?

Vanessa Conceição Silva11 anos

Goiânia (GO)

alguresEm alguma parte, em algum lugar.Palavra originária do provençal,língua falada no sul da França apartir do século XI.

Eu não queria que aconteces-sem essas coisas que estão acon-tecendo por aí. Eu quero ummundo bom.

Eliana Joyce Alves Casali Parreiras7 anos

Rio de Janeiro (RJ)

alterativoQue tem o poder de alterar, de mu-dar, de modificar.

Se usarmos energia solarou eólica, por exemplo, alémde “acalmar a conta de luz”,ainda ajuda bastante o meioambiente, que é tudo!

Tábata Natana Kolling10 anos

Montenegro (RS)

altissonanteQue soa muito alto.

Quero dar um bom-dia bem

alto, que do outro lado do

mundo as pessoas escutem o

meu grito e mudem a sua

forma de pensar.

Luiz Eduardo Alves Lima8 anos

Sobradinho (BA)

aluiçãoAbalo, desmoronamento, ruína,oscilação. Também se pode usaraluir com o sentido de “mexer-se”.

Imagine um bombom. Como éque ele ia ficar se você deixasseele fora da geladeira? Eleficaria derretido, e é assim que omundo ficará, derretido porcausa do aquecimento global.

Diogo Raphael Flôres de Oliveira7 anos

Inhumas (GO)

AamabilidadeDelicadeza no modo de trataralguém, gentileza, afabilidade,cortesia.

Todos os homens cavalheirossendo bons companheirosTodos carinhosos e pacientesRespeitando o espaço da genteE todas as pessoas amorosasVivendo de forma harmoniosaBuscando sempre alegria

E dividindo-a dia a dia!Buscando a felicidadeE vivendo em igualdade.

Lucas Rocha Deprá8 anos

Paragominas (PA)

Aambiente O que cerca ou envolve os seresvivos ou as coisas; espaço, lugar;todo o conjunto de condições(materiais e não-materiais) queenvolve alguém.

A lua nova, o calor do sol, achuva caindo. A água correndono rio. Este é o ambiente de quetodos os seres vivos precisam parauma vida saudável e tranqüila.

Maria Edileni Costa da Silva45 anos

Puxinanã (PB)

amicalAmigável, amistoso, amigo.

Amizade é ter a certeza deque está no melhor lugar domundo.

Flavieny Teixeira da Silva10 anos

Goiânia (GO)

Aamparo Pessoa ou coisa que ampara, queapóia; auxílio, ajuda, socorro.

É muito bom quando eu sinto

que estou sendo amada e estão

tentando me ajudar e ensinar.

Tainara Gust da Silva9 anos

Jaraguá do Sul (SC)

AamplexoAbraço, essa coisa tão calorosa!

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Este mundo é bom porquenele tem liberdade e alegria,tem cheiro da natureza, a gentese diverte, abraça, beija,vemos as paisagens do mar,do pôr-do-sol, das árvores,das cachoeiras, a lua, os pás-saros, fazemos amigos, an-damos de bicicleta e juntosestudamos.

Michel Luís Fiori13 anos

São Sebastião da Grama (SP)

andamento Andança; a ação ou o modo deandar; rumo, direção; velocidadeao cantar ou tocar música.

Temos que entender o que sepassa no mundo, pois tanta gentenão sabe para onde ir, anda pra láe pra cá, mas sabemos que omundo é bom.

Fabiana de Arruda Leite Bassi9 anos

Itu (SP)

andarengo Que anda ou caminha muito, pormuitas terras; erradio, andaren-go; andeiro. Também é andarengoquem não pára em casa.

Desde pequeno, nas noites emque o céu está cheio de estrelas e alua brilhando como o sorriso, ficoa pensar como seria se euestivesse no espaço, olhando parao planeta Terra.Marco Aurélio Travinski de Almeida

10 anosSão Mateus do Sul (PR)

aneloDesejo ardente.

Se no mundo as drogas fos-sem lenda e a pobreza umgrande mito!

Nelson de Jesus Piana Costa Júnior11 anos

Aguaí (SP)

antevisãoVisão antecipada, previsão.

Neste exato momento, de

onde me encontro, posso visua-

lizar o futuro. Estou na

escola, onde estão meus

alunos, discutindo lá fora

sobre um mundo melhor.

Ana Paula Callado Teixeira42 anos

Teresópolis (RJ)

AantibélicoContrário às guerras, favorável àpaz.

É fácil perceber que onde temguerra não existem jardins e aspraças são só para colocararmamentos. Eu mudaria tudo.Colocaria sobre aquele fundocinza das destruições da guerralindas árvores, e praças seriambelos jardins de ar fresco e puro.Acredito, assim, que os homensda guerra perceberiam que viverno paraíso é muito melhor que aguerra.

Yandra Macedo Oliveira9 anos

Iturama (MG)

Há palavras que, se fossemditas, poderiam exercer umabrusca mudança na atuali-dade. Palavras de cessar-fogo,de "chega de destruição am-biental" e de vidas, vocábulos depaz, com que se construirá umbom futuro gradativamente.

Rafaela Alves Fernandes11 anos

Sanclerlândia (GO)

antíteseOposição flagrante entre duascoisas contrárias.

O melhor dos lugares não é lá,ali, logo adiante, ali ao lado,virando uma rua, subindo omorro, em outra cidade, nem nopaís vizinho. Não precisamos denenhum advérbio de lugar. O me-lhor lugar está, sim, na capaci-

dade de transformar: o feio embonito, o triste em alegre, odesprezível em desejável, o sujoem reluzente, o embaçado emtranslúcido, o errado em certo, oúltimo em primeiro, o esquecimen-to em prioridade, o lixo em luxo, odesafeto em ternura, o ódio emamor e até grandes mestres emmeros aprendizes.

Adriana Cavalcante Camizão40 anos

Vassouras (RJ)

antropocêntricoQue põe o ser humano no centrode tudo, como a coisa mais impor-tante que existe.

Ao falar “todo mundo”, imagi-namos todas as pessoas que nelehabitam e não damos importân-cia para outros seres, mas éexatamente por isso que somosresponsáveis por ele. Contamosa população mundial apenas porseres humanos vivos, mas o queé realmente viver? Será só res-pirar ou é fazer com que outrosseres também vivam? O viver éum ciclo, vivemos e fazemos comque vivam outros.

Arthur Medeiros Thiesen15 anos

Florianópolis (SC)

aposiopeseReticência; interrupção no meio deuma idéia.

Minhas palavras... Minhas

vontades... Minhas ações...

Algumas palavras me fazem

t oma r s e n t i d o ; a l g uma s

palavras me fazem sentir

abrigada; algumas palavras

me fazem sentir tristeza;

algumas palavras me fazem

sentir amada...

Gabriela Pessoa Monteiro12 anos

Salvaterra (PA)

Século XXI, ano 2007, mêsjunho, país Brasil, municípioSantos, Escola Pequeno Príncipe,

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249° ano matutino, somos todosresponsáveis por essas palavrassoltas no mundo...

Graziela Ferreira de Almeida13 anos

Santos (SP)

aprestarAprontar, preparar.

Eu gosto de brincar de professo-ra porque, quanto mais eu brin-car, mais estarei preparada paraessa profissão.

Tainara Gust da Silva9 anos

Jaraguá do Sul (SC)

arrazoadoDiscurso, oral ou escrito, com quealguém defende uma causa; defesa,razoado, razões.

Muitas pessoas acham que océu não existe, mas para mimexiste; senão, quando as pessoasmorrem, as almas delas vãopara onde? Então é por isso que océu existe.

Stefane Aparecida Cassia Teixeira12 anos

São Paulo (SP)

arrimoEncosto, apoio, e também amparo,proteção, auxílio.

Minha idéia de lugar per-feito é onde eu me sinto beme onde posso resolver — outentar — meus problemas,mesmo que para isso tenhaque pedir ajuda.

Guilherme Felício dos Santos16 anos

São Paulo (SP)

atermiaAusência de calor.

Não é o aquecimento global

que está destruindo o mundo.

É a falta de aquecimento nos

corações humanos.

Maria Aparecida Chaves36 anos

Rio Piracicaba (MG)

audiênciaAtenção que se dá a uma pessoaque fala. O conjunto das pessoasque recebem uma mensagem.Também julgamento.

As coisas que tenho vontadede falar, nunca disse a ninguém,pois não me deram ouvido, deveser porque sou um pouco criançaainda ou minhas palavras nãovalem a pena de serem escu-tadas, e é por isso que agoraquero soltá-las no mundo.

Sabrina Pereira da Cruz12 anos

Campinas (SP)

autocolimaçãoCoincidência entre a imagem deum objeto e o próprio objeto.

Conhecer a si próprio é umpoder que poucos têm. Por issoessa viagem não tem fim, elaé a própria vida do viajante.

Maria do Carmo Carneiro da Silva43 anos

Serrinha (BA)

Aauto-estimaValorização de si mesmo, amor-próprio.

A violência não tomaria contado mundo; nenhum tipo de violên-cia, principalmente a ambiental,pois nosso ar seria fresco, nossasárvores verdes, e nossa auto-esti-ma seria uma das maiores domundo.

Danielle Cristina da Silva18 anos

Mogi das Cruzes (SP)

autoria Qualidade ou condição de quem éautor, ou seja, de quem é respon-sável por um acontecimento, umplano, um invento, uma criação.

Vou aqui dizer um fato:O mundo ideal não é só um,

são tantos.

E este mundinho foi feito porDiógenes José dos Santos.

Diógenes José dos Santos16 anos

Santa Rosa (RS)

avezarAcostumar, habituar.

Muitas incredulidades que

aqui ocorrem fazem com que

nós nos cansemos e que os nos-

sos olhos percam aquele brilho;

e o que antes poderia ser um

problema, de tanto acontecer

agora não é mais; a gente se

acostuma, mas não devia, e

isso muitas vezes pode chocar o

melhor lugar do mundo.

Tânia Raquel dos Santos16 anos

Cajuru (SP)

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arborescênciaPorte, forma ou jeito de árvore.

O tronco mágico

O melhor lugar do mundo, todos devem imaginar como ele é ou seele existe. É um lugar bonito cheio de plantas, animais e pessoasvivendo felizes na beira da praia pescando, tendo tudo do queprecisam.

Era um paraíso, mas os homens de fora, com toda a sua preciosatecnologia, ainda não sabiam que existia aquela ilha. As pessoasmoradoras também não sabiam da existência dos homens de fora.

Todos viviam e tratavam uma árvore como rainha, mas não erauma árvore qualquer, era gigantesca, enorme, chegava a tocar océu. À noite eles dormiam ao redor da árvore e acreditavam quecada estrela do céu era um fruto brilhante da árvore.

Ninguém ousava nem tocá-la, pois tinham medo. Então umgaroto curioso e xereta tentou subir escondido na árvore.Inesperadamente a árvore começou a balançar e caiu, formando,assim, uma ponte que atravessava o mar.

Quanto todos viram, do tronco começou a sair algo que foitransformando tudo, animais mais belos, flores mais bonitas; oalgo fez brotar muitas plantas novas que também passaram pelaponte que a árvore formava com o seu tronco, trazendo, assim,para outras terras a paz onde havia guerras, transformando oplaneta no melhor lugar do universo.

Wagner Dal Piva da Silva10 anos

Sapiranga (RS)

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b B b B b B b B b B

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BETH significava “casa” para os povos do deserto do Sinai. Primeirofoi um desenho de uma casa simples com uma abertura; depois, essedesenho girou, fechou, revirou, até se transformar em B.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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babel1 Confusão de vozes ou de línguas.

Desordem, confusão, tumulto.2 Algazarra, balbúrdia, vozerio.3 Complicação muito grande. Ruí-

do provocado por muitos canaisde comunicação atuando ao mes-mo tempo.

Se no planeta em que vive-

mos houvesse uma única língua,

os povos teriam mais união

entre si, haveria menos guer-

ras e menos vidas des-

perdiçadas. Ou se, pelo menos,

o acesso a outras nações e a

outros idiomas fosse mais

fácil, o mundo seria melhor.

Porque a palavra tem esse

poder.

Morgana Bastos Alves Ferreira12 anos

Santos (SP)

bafafáPalavra usada familiarmente noBrasil, que significa “tumulto”,“confusão”.

É necessário ajustar o freio,repensar essa construção deum “mundo melhor”, através dodesenvolvimento econômico aqualquer custo; da expansãotecnológica em que os bens deconsumo nunca estão aces-síveis a todos; do agronegóciosem projetos definidos, semlimites, sem respeito ao meioambiente; da aprovação de leisque não valorizam a vida humanae toda forma de criação.

Edna Maria Nascimento40 anos

Colíder (MT)

BbibliofiliaAmor pelos livros.

O livro é o melhor lugar domundo; é a entidade mais nobre epura da Terra. Ele nos leva paraalém das fronteiras, fazendo-nos,ainda que sós, companheiros denós mesmos.

Henrique Martins Oliveira15 anos

Pouso Alegre (MG)

bochichoBochicho é uma briga que envolvemuita gente. Nossa língua tem de-zenas de palavras para esse tipode confusão, como, por exemplo,angu-de-caroço, arranca-rabo, arrua-ça, bafafá, balaio-de-gatos, banzé,desordem, esparramo, forrobodó,fuzuê, quebra-quebra, quebra-pau,salseiro e sururu...

Pois se a mata fosse cortadanão teria mais graça de viver,seria a caatinga. Meu avô, vendotudo isso, pegou um chicote decavalo (chicote de bater em cava-lo) e espantou os pilantras de lá.

Igor Maia de Oliveira10 anos

Baetite (BA)

bole-boleRequebro, rebolado, remelexo.

Eu acho lindo o movimentoda água nos rios. Ela mexede um lado para o outro semerrar.

Carolina Rostirola8 anos

Nova Hartz (RS)

borralheiroQuem gosta de ficar junto ao bor-ralho, na cozinha, ou que saipouco de casa.

Se há receita para um lar

feliz não sei, mas sei que

vivo em um.

Thaiz Fernanda da Silva Oliveira16 anos

Gaúcho do Norte (MT)

bramidoGrito muito forte; clamor, berro,brado; ruído ou som muito forte;estrondo. O rugido das feras.

É preciso não só soltar aspalavras pelo mundo, mas tam-bém os gritos e os berros paraque todos acordem antes quetudo se acabe.

Joyce Silva Santos10 anos

Cariacica (ES)

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30botijaEm espanhol, botija é um vaso comalça. Para nós, brasileiros, é sinôni-mo de tesouro enterrado. Quandoalguém é surpreendido fazendo al-go que não devia, diz-se que foiapanhado com a boca na botija, oque equivaleria a ser apanhadocom a mão no tesouro.

Uma maravilha de lugar

Moro em um lugarejo do distrito de Criúva, em Caxias do Sul,chamado Agudo.

Aqui a agricultura é a principal fonte de renda dos moradores.Agudo apresenta uma vida ainda muito tranqüila, longe, muitolonge do agito da cidade grande.

Eu estudo na vila de Criúva, que é a sede do distrito, na EscolaEstadual de Ensino Médio João Piloti. Para chegar até lá, todas asmanhãs caminho cerca de um quilômetro antes de embarcar emum microônibus que leva todos os alunos da redondeza para aescola. Dali são mais 12 quilômetros de viagem.

Eu tenho sorte, pois antigamente não havia transporte escolarnem ensino médio aqui por perto. No fim de 2007 vou concluir oterceiro ano, uma façanha que nem todos daqui conseguem realizar.

Aqui no Agudo, nós, adolescentes, não temos muitas opções delazer. Mas nem por isso deixamos de nos divertir. Geralmente, nofim de semana, o ponto de encontro é o salão da igreja. Ao ladodo salão tem um campo de futebol. Eu costumo jogar como goleiro.O nosso time já participou de diversas competições aqui em Criúva.

No mais, depois da escola, o meu dia-a-dia se resume em pe-quenos trabalhos em agricultura. Ajudo com a plantação e cuida-dos de culturas como milho, feijão e batata; nada de muito grande,já que aqui a agricultura é familiar.

Às vezes também trabalho para agricultores maiores da vizinhan-ça. Quando o serviço aumenta para eles, aproveito para ganharalguns trocados também.

Algumas vezes saio para passear e me divertir na cidade.Aproveito para conhecer novas pessoas e paquerar um poucotambém, é claro. Mas não demoro porque logo eu sinto saudadede voltar para casa.

Da janela da minha humilde casa posso ver e ouvir uma grandequantidade dos mais diferentes tipos de animais. Posso respirarum ar puro no meio de muito verde e sentir a natureza realmentede perto. Acho até que posso me sentir parte de tudo isso, intera-gindo todos os dias.

Talvez o Agudo não seja o melhor lugar do mundo para se viverna visão de muita gente, mas para mim é o lugar onde melhor vivodesde que nasci. E se um dia o destino escolher que eu devo sair,sentirei muitas saudades daqui, com certeza!

Paulo Everaldo Brito Maciel21 anos

Caxias do Sul (RS)

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brandíloquo Que fala suavemente, com voz cal-ma e branda.

Uma instrução singela

Ao final da fábula “O cão e o pedaço de carne”, indicador emriste, a mãe aconselha o filho, com doçura: “Tá vendo só, Tuni-quim? Quem tudo quer nada tem!”

Tuniquim custa a adormecer: Que cachorro esganado! Bemfeito!... Tadinho! Será que quem não tem nada é porque quereutudo? Eu nunca queri muita coisa, e tenho pouca coisa. Eu tenhominha árvore. Ela é igual às outras árvores, mas é diferente,porque ela é um pouco torta. E não desentorta. Minha árvoremede uns vinte ou dezenove palmos de mão pequena. Se ela fossegente, ela ia andar mancando, porque eu nunca vi gente tortaandar direito. Hoje, depois que o pai me bateu de cinta, eu andeiquase mancando. Às vezes eu queria parar de ser gente, pra serárvore. A mãe disse que plantou minha árvore quando eu erapequeninho. Devia ser uma semente só, porque, se fossem duas,cresciam duas árvores abraçadinhas... Capim dá sozinho; nem pre-cisa de semente. Taboa também dá sem semente, junto com arroz,lá no brejo, mas a gente come só o arroz.

— Tuniquim, sopra a lamparina! Ainda acordado?— Eu não consigo parar de ficar acordado, mãe.Quando minha árvore crescer mais, eu vou amarrar um pneu

no galho pra eu balançar. Mas árvore pequena também tem ser-ventia: dá pra gente escolher forquilha pra fazer estilingue. Comos galhos compridos a gente faz cavalinho de pau, e com os maisgrossinhos faz cabo de vassoura. Árvore grande é um perigo! Amãe disse que o vô se enforcou numa árvore grande e ficou com alíngua de fora. Beco! Tsc... Coitado do vô! A mãe disse que eleapanhou muito com o chicote que fica pendurado na sala.Apanhar de chicote deve doer mais do que apanhar de cinta. Asegunda cintada dói mais que a primeira, porque a primeira aindadói quando a gente leva a segunda, e a terceira pega ou bem emcima da primeira ou perto da segunda; a quarteira junta a dor dequatro cintadas; depois da quarteira, as outras doem igual. Mas ador das cintadas já desdoeu. No começo arde; depois, não muitologo, passa. Agora é minha barriga que dói. Não é bem dor, é quenem quando a gente entala com miolo de pão e não tem água praempurrar... Mas não é bem na barriga; é um pouco pra cima,quase no meio, embaixo das mamicas. É dor de desânimo. Aindabem que eu tenho minha árvore pra me desdesanimar... Depoisque minha árvore ficar grande, eu não vou emprestar ela praninguém se enforcar. Quando a árvore é viva, ela bebe água dachuva, e quando ela morre ela bebe também, porque a chuva con-tinua chovendo. Minha árvore é o melhor lugar do mundo. Todo

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32mundo pode ter um melhor lugar do mundo: é só enterrar umasementinha e ficar esperando ela brotar. Já que minha árvore éminha, será que ela vai morrer quando eu morrer? Mas eu nãoquero morrer; quero viver a vida toda, junto com a minhaárvore... Nem que seja uma vida apanhosa...

1° lugar

Gislaine Buosi Feehus Monteiro40 anos

Pouso Alegre (MG)

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brasilografiaSim, essa ciência existe, e suaexistência é totalmente justificada,porque o assunto brasílio (sinôni-mo de brasileiro) é rico e vasto:brasilografia, ou brasilologia, é aciência que trata do Brasil.

Instruções para chegar ao melhor lugar do mundo

Para chegar ao melhor lugar do mundo, pode-se emprestar a jan-gada de Caetano, pois navegar é preciso e nem sempre é possívelviajar num lindo balão azul. Pode ir pelo rio Negro e, na curva,troque por uma chalana e desça o rio Paraguai. Nem é preciso irpelo Caminho de Santiago, mas a passagem por Pasárgada é obri-gatória. Saindo de Canoa Quebrada, de onde se avista São Luís,vai passar por Bonito e Sabará, esquina da Praça da Independên-cia e do Museu da Língua Portuguesa. Vá até transpor os camposde Vacaria. Vai ver perdidas emas em campos de soja de um ladoe cana-de-açúcar de outro.

Na virada, onde tinha um cerrado, vai avistar muitos fornosde carvão.

Siga sempre para beber no Chuí, de lá se vêem grandes matas.Se quiser saber algo sobre esse lugar, pergunte por Chico ou mis-sionária Stanley. Se não os encontrar, qualquer cabano poderá tedizer do que foi e do que é.

Se, nessa caminhada, sentir-se sozinho, converse com Rui,Quintana, Bandeiras e até Borges e seu amigo Quixote; eles tefalarão de Lobato, Sherazade, ou de um certo Carroll, que, emcompanhia da garota Alice, conheceu um país que bem poderiaser o melhor lugar do mundo. Mas nem eles, nem Garret, nemColombo, muito menos Dante, estavam certos, pois para chegar épreciso passar por Fernando de Noronha. Sempre é bom levar umamigo, então desembarque em Copacabana e ele estará de braçosabertos, como uma maravilha, te esperando.

Passando pela Bahia, experimente um acarajé e leve umpatuá, quem sabe? O que não pode deixar de levar? O que nãopode deixar de levar são sementes: de tolerância, eqüidade,respeito às diferenças... Pois está escrito que ali, em se plantando,tudo dá. Assim, é preciso levar enxadas e canetas. Se estivercansado, pare um pouco para apreciar os artistas de rua deCampina Grande, ou os “causos” dos pantaneiros numa roda detererê. Encoste no Pelourinho para Ver-o-Peso e ouvir sabiás noslaranjais de Casimiro. Se ainda estiver perdido e tiver criança oucachorro por perto, pergunte a eles. Idosos também sabem. O Tejode Fernando Pessoa é um rio que passa por seu quintal, mas nãopassa na casa de Manoel de Barros. O rio que passa na casa deManoel de Barros é o mesmo rio que passa no quintal da minhacasa. Lá é o melhor lugar do mundo.

3° lugar

Oldemar Cabanhe36 anos

Campo Grande (MS)

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34bricabraqueConjunto de velhos objetos varia-dos (antigüidades, móveis, roupas,enfeites, etc.).

No mundo bom todo mundoé amigo, mas amigo de ver-dade, sem mentiras, falsi-dades, desigualdade e ver-gonha. No mundo ruim osricos têm muito dinheiro,jóias, comida, ouro, dia-mante, mansão, enquantoque os pobres moram em fave-las, não têm nada paracomer e o que eles mais têmde valor na vida são os filhos,que, muitas vezes, têm queparar de ir à escola para tra-balhar e ajudar sua família.

Leonardo Sakaguchi9 anos

Hortolândia (SP)

BbrioEsta é uma palavra do idioma celta,língua falada por povos primitivoseuropeus. Brio vem de brigos, quesignificava “força”, “coragem”e significa, para nós, “vibração”,“entusiasmo”, “ânimo”, “cora-gem”; “sentimento da própria dig-nidade”.

Homens, em vez de estarem comarmas, bombas e pensamentosmalignos de ganhar dinheirotransportando animais silvestrespara outros países, estejam naescola, com pensamento limpo,sem armas, somente lápis, bor-racha e caderno nas mãos.Adriellen dos Santos Corrêa Ricardo

10 anosChuí (RS)

brisanteExplosivo, perigoso, e também im-pulsivo e arrebatado, quando apli-cado a uma pessoa. É uma palavrade origem francesa.

A vida é um jogo de palavras,como uma bomba-relógio. Se vo-cê disser as palavras certas,você pode desarmar a bomba,mas se você disser as palavraserradas na hora errada, vocêpode detoná-la em segundos.

Taíse Raquel Gregorio14 anos

Passo Fundo (RS)

BbuscanteBuscador, que busca.

Sou a estrada que traço ao

encontro do outro e de mim

mesmo, pois sozinho não me

basto. Meu Deus!!?? Múltiplo e

singular. Eu sou. Eu me busco

e me acho... O melhor lugar

do mundo? Eu o faço. O

roteiro? Dentro de mim

mesmo. Sou autor e protago-

nista deste ato: viver. Aff...

sou versão final.

Helena Maria Martins de Proença46 anos

Sidrolândia (MS)

B

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bricolagemEsta palavra é uma adaptação dofrancês bricolage. É um trabalhomanual ou de artesanato que se fazem casa: construir móveis, conser-tar coisas quebradas, fazer refor-mas...

Na manhã daquele dia

Na manhã daquele dia, subi na mangueira para ver como estava oclubinho Gente Pequena. Era uma casinha no alto da árvore comduas janelas e uma entrada que dava acesso ao galho. Como sou olíder, tenho obrigação de verificar se tudo está em ordem, paralogo haver um novo encontro. Observei o lugar, não estava faltan-do nada. De repente deu um vento muito forte que trouxe umafolha enrolada para dentro do clubinho. O vento parou. Então,fiquei observando aquele verde luminoso que aos poucos foidesenrolando a folha. Havia algo escrito. Apanhei aquele vegetalsem ler a mensagem, sabendo que seria uma nova missão.

Aos poucos, as crianças foram subindo para a reunião. Eramoito membros do clubinho, contando comigo. Fui logo avisandoda grande missão que envolvia o planeta.

O primeiro agente ficou com “acabar a fome e a miséria”, osegundo com “educação básica de qualidade para todos”, o ter-ceiro recebeu "igualdade entre os sexos e valorização da mulher",o quarto ficou com “reduzir a mortalidade infantil”, o quinto estácom “melhorar a saúde das gestantes”, o sexto recebeu a meta de“combater a Aids, a malária e outras doenças” – e fui eu quefiquei com essa missão –, o sétimo ficou com "qualidade de vidae respeito ao meio ambiente”, o oitavo está com "todo mundo tra-balhando pelo desenvolvimento”.

Todos os agentes conseguiram completar suas obrigações comsucesso. Só a minha ainda estava sendo estudada, mas os cientis-tas disseram que seria feita em pouco tempo. Enquanto eles estu-davam, eu fiquei novamente observando o verde luminoso danatureza.

Depois de alguns dias a notícia foi dita: eles conseguiramdescobrir a cura das doenças. Então mandaram o remédio paratodos os países do mundo, e as pessoas que tinham aquelasdoenças foram curadas.

Novamente nos reunimos no clubinho para conversarmossobre esses dias. A conversa foi gravada e anunciada em todo omundo. Quando a conversa acabou, demos as mãos e gritamos:

— Bom dia, mundo bom!!!

Wilker Dias da Silva9 anos

Maracanaú (CE)

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36buquinarProcurar livros usados ou antigosem sebos. A palavra vem do fran-cês bouquiner.

Cicatrizes escritas

O melhor lugar do mundo são as páginas amareladas velhas. Pre-firo-as porque as novas não têm a mesma magia construtora desonhos dos livros antigos.

As capas desses tesouros são como nossos avós cansados,duros, vividos e visivelmente inabaláveis. Porém, essa mesma au-toridade nos mostra quão sábios eles são. Mostra que são fortes enos deixam a impressão de que não conseguiríamos passar pornem metade das coisas que eles viveram.

Ao abrir o livro, qual surpresa: uma dedicatória de alguém quejá se foi, mas pôde eternizar-se em letras embaçadas. “A você, meucaro, uma lembrança...”. E que grata lembrança!

Mas não há de se demorar na dedicatória! O miolo é sábio e nosconvida às páginas amarelas, ásperas, marcadas. São cicatrizesescritas, uma vez que todas as vezes em que as olhamos nos lem-bramos de coisas há muito esquecidas. Tais páginas parecem sus-surrar histórias aos nossos ouvidos, do mesmo modo que nossasmães faziam para que pudéssemos dormir.

O marca-livro aponta onde retomar a aventura de ontem. Edurante o repouso, os personagens confabulam: “Conseguimosenvolver mais um leitor”.

O cheiro do livro antigo é algo difícil de se explicar. Misturafantasia, conflitos e o doce perfume de rosas esmagadas – todoscaminhando para um final feliz.

O livro é o melhor lugar do mundo; é a entidade mais nobre epura da Terra. Ele nos leva para além das fronteiras, fazendo-nos,ainda que sós, companheiros de nós mesmos.

Henrique Martins Oliveira15 anos

Pouso Alegre (MG)

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by-passDesvio, contorno.

A vida que cada um quer para si

Vida escolhidaQuero um cantinho no mundo para poderem meu pensamento ousado tramar asmudanças que quero ver acontecer.Como um mapa traçado, almejo umavida que se alinhe ao horizonte que dá seu espetáculo.Depois de um dia lindo,quero então ser como o sol imperador e à noite como a lua formosa que deslumbra olhares.Ser o além de uma barreira enunca o limite.É tanto querer, e de tanto querernão quero cruzar os braços e apenasesperar a vida que sonho para mim.Contribuir será meu galardão,pois nas lembranças que ficarem vivasnão terei passado nesta vidaem vão.

Marilei Márcia Del Sent34 anos

Paragominas (PA)

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Foi da observação da corcova do camelo (guimel) que surgiu aprimeira forma do C e depois do G. Com o passar do tempo, a letrapontuda foi se arredondando até chegar ao C.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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cadeiaSeqüência de fatos sucessivos; sériede objetos semelhantes; corrente.

Temos que convencer as pessoas

de que tudo isso é sério, temos

que começar pelas crianças na

escola, que contam para seus

pais, que comentam no traba-

lho com os colegas, que entram

num acordo e talvez tentem

fazer alguma coisa acontecer.

Elton de Oliveira Barbosa9 anos

Pratânia (SP)

caladaSilêncio total e absoluto, nem umpio se ouve... Na região do rio SãoFrancisco, diz-se que é caladaaquela calmaria que vem antes deuma tempestade.

Quando as palavras calam, osentir pode nos levar muitoalém delas.

Priscilla Marinho Uchôa18 anos

Recife (PE)

calenturaCalor produzido num corpo semque ele tenha sido exposto ao sol.

Estou preocupada com esse talefeito estufa, ouço as pessoas maisvelhas dizendo que estamosmorando como se fosse dentro deuma panela de pressão.

Diene Rayane Amorim de Oliveira9 anos

Camapuã (MS)

califórniaNo Brasil, usa-se como sinônimode riqueza, fortuna. Parece que vemde uma combinação em que entrao grego kállos (beleza).

A minha casa me oferece oconforto que nenhum hotel decinco estrelas poderia me dar;me oferece a calma, que nem mes-mo o oásis seria capaz de pro-porcionar e, por mais que elanão tenha toda a beleza queas sete maravilhas do mundo

possua, a minha casa tem umabeleza particular: é como sefosse um pouquinho dessas mara-vilhas juntas em um só lugar.

Lucas Lopes da Costa12 anos

Capanema (PA)

cataclismoDilúvio, inundação; também enor-me transformação da crosta ter-restre. Em sentido figurado, umgrande desastre.

Tem países em que a água

já é vendida, até reconstruíram

a Arca de Noé, caso aconteça

outro dilúvio, mas, mesmo

assim, pessoas levam na

brincadeira.

Majori Vanderleia Pinto Miranda12 anos

Roque Gonzales (RS)

catástrofeVem de uma palavra grega que sig-nifica “desordem”, “ruína". Ésinônimo de grande desastre oudesgraça; calamidade.

Houve uma época em que osdinossauros desapareceram porculpa de um meteoro, e a Terrademorou milhões de anos para sereconstituir, e hoje o meteorosomos nós!

Maria Luiza Lima de Oliveira14 anos

Três Lagoas (MS)

ceresA deusa romana da agricultura edas colheitas era chamada Ceres.Em português, ceres é o campo. DeCeres provém cereal.

O melhor lugar do mundodeveria ser projetado de minhaimaginação, mas não; é umsonho real chamado Ceres.

Alberto José dos Santos12 anos

Ceres (GO)

cessaçãoInterrupção, fim, suspensão.

Acho que, se continuarmos aca-bando com o nosso meio ambiente,vamos nos destruir junto e morre-remos primeiro como os dinossau-ros. É pena que não vai ter ninguémpra ver a gente nos museus!

Ana Paula Bastos Nalim10 anos

Magé (RJ)

chamamentoConvocação; convite.

O que seria um mundo bom?Um mundo sem drogas, sem be-bidas, sem armas, sem poluiçãoe sem mortes. Por favor, nuncause drogas e nunca pegue emuma arma, pois essas coisas nãolevam a nada, só à morte.

Wallace Ignácio Ferreira Mendes11 anos

Duque de Caxias (RJ)

CchãmenteDe jeito bem chão, de modo muitosimples, sem complicações.

A melhor coisa do mundo é

estar feliz com as melhores

pessoas do mundo (quem ama-

mos) e, óbvio, no melhor lugar

do mundo (aqui e já).

Yasmin Waetge12 anos

Ibiúna (SP)

chamusco Encontro de duas forças contrá-rias, e também queima leve de al-guma coisa que se passa pelo fogo.O cheiro de coisa queimada tam-bém é chamado de chamusco.

Precisamos declarar estadode emergência, o mundo já deusinal, a Terra já avisou, os riosse revoltaram em tom de la-mento e fúria, o vento gritou,implorou e devastou.

Elenise Quadros dos Santos14 anos

Nova Laranjeiras (PR)

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42cajueiroÁrvore que dá um fruto cujasemente, conhecida como castanhade caju, é muito apreciada torrada.A parte que se come no pé e sechama caju não é fruto, e sim ahaste engrossada da f lor docajueiro. No Maranhão, cajueirotambém é o nome de uma parte dadança lelê. No Ceará, cajueiro ésinônimo de avarento, de pão-duro.

Pé de caju

O lugar onde eu mais gosto de ficar é no pé de caju.Às vezes eu gosto de ficar só e ver as nuvens e comer cajus, e

só quem sabe sou eu e meus bichos.Às vezes eu gosto de subir nele e pular de um galho para o

outro; ele tem um galho muito grande e eu fico indo na pontadele. Fico correndo em volta dele e os meus bezerros correm atrásde mim, e quando a tarde chega eu deito perto dele e ouço os pás-saros cantando, indo para suas casas, e até escuto o meu pé de cajufalar comigo e me desejar boa noite, e minha vontade é de nem irpara casa.

Esse é meu pé de caju, o lugar onde eu mais gosto de ficar.

2° lugar

Leonardo Zimbrão Gregório10 anos

Petrópolis (RJ)

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cáspite!Exclamação de origem italiana queindica espanto, admiração.

Buscar, transformar e realizar,depende do que a gente faz

Tudo na vida tem um começo, um meio e um fim. Viver hoje, oagora, é preciso; usufruir o presente intensamente, sem esquecer ofuturo, é preciso descer do muro. Um futuro brilhante que às ve-zes chega atrasado, porém com vontade tudo pode ser recuperado.

Quando criança, a escola era vontade de meus pais; hoje, aosentar na cadeira escolar, meus objetivos são outros, e sinto oquanto eu perdi. Oh! Quanta coisa eu deixei para trás! Aquiencontro paz, sou príncipe, sou bandido, sou herói, mato dragão,vou até o Japão e, sem sair da sala de aula, prendo ladrão, acabocom a corrupção e percebo que esta nação tem solução.

O mundo não é igual para todos, há muitas diferenças, masprometi a mim mesmo que não seria mais um ser indiferente,insignificante na estatística deste país. Nascemos iguais, porém asoportunidades dependem de como direcionamos as nossas vidas.Nos caminhos há espinhos, mas depende de nossos passos; suces-so ou fracasso é opção. Nascer é apenas um começo, cair faz parteda trajetória, levantar-se e ir em frente, olho no olho, faz de nósgente, gente com oportunidades semelhantes, pois o melhor lugaré a gente quem faz.

3° lugar

Leandro Rieter21 anos

Videira (SC)

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44chove-não-molhaSituação ou problema que não seresolve, não vai para diante nempara trás, não ata nem desata.

Aproveite enquanto ainda hátempo para agir; amanhã talveznão haja água ou oxigênio sufi-cientes para abastecer o nossopoder de transformação.

Zilma Cordeiro Moreira de Sales38 anos

Fortaleza (CE)

cimélioPreciosidade, coisa muito rara evaliosa.

Eu tenho certeza de que todohomem tem o seu melhor lugardentro do coração, mesmo queseja bem lá no fundo e, juntandotodos, temos o nosso tão belo emaravilhoso mundo.

Renato de Souza Santos25 anos

Planaltina (DF)

circunstânciaSituação de alguém ou de algumacoisa num dado momento. Causa,motivo.

O melhor lugar do mundo éonde se tem oportunidade. Opor-tunidade para dar o melhorde si, para crescer, para iralém das suas metas, parasaber que você é mais capazdo que se imagina.

Jéssica Coura Mendes17 anos

Marmelópolis (MG)

CcivilizaçãoElaboração e aperfeiçoamento detudo o que se desenvolve numa so-ciedade (conhecimentos, técnicas,costumes, arte...). O conjunto do quefaz parte da vida social.

O homem é um ser que se

criou ao idealizar a vida

em sociedade. Pela preserva-

ção da floresta amazônica,

o homem amazônida é uma

metáfora de si mesmo.

José Benedito dos Santos48 anos

Manaus (AM)

clarezaLimpidez, nitidez, transparência.

O melhor lugar do mundo se-ria como o céu azul e branco; anuvem é branca, a lua é prata e osol é amarelo. O céu é lindo.

Matheus Kleverson F. da S. Santos7 anos

Lima Campos (MA)

CcoadunaçãoReunião, incorporação, junção pa-ra formar um todo. Combinação,harmonização.

Nas grandes cidades nãoexiste mais o costume de ospais estarem com os filhos pa-ra o café da manhã, ou nasdemais refeições, momentos quepoderiam ser aproveitados paraum bom diálogo; e com isso osfilhos estão cada vez mais so-zinhos, e as escolas acabamassumindo o papel dos pais.

Alcides da Silva Vidal,Marinette Bonni,

Silvinho Alves Santana,Lázaro Benedito da Silva,

José Crispim de Moura,José Mendes dos Santos,Nelson Borges de Souza

Associação Filantrópica de Proteçãoaos Cegos Faradei Boscoli

Presidente Prudente (SP)

codaSílabas finais com sons iguais; rima.

Industrialização, moderniza-ção e preservação. Palavras querimam, mas que, infelizmente, naprática, dificilmente interagem.

Jullianna Maria Timoteo de Souza13 anos

São Lourenço da Mata (PE)

coesãoUnião estreita e sólida das partes deum todo. A força que mantém uni-das partes independentes. Tambémharmonia, concordância, união.

Somos todos inquilinos da mes-

ma casa, tripulantes do mesmo

barco, jogadores do mesmo ti-

me. E o melhor lugar do mun-

do só existirá quando todos nós

pudermos nos unir em meio a

todas as nossas diferenças.

Mariana Cristina da Silva Canhoto16 anos

Mogi das Cruzes (SP)

coisa-ruimQuantos e quantos nomes já foraminventados para o diabo... Este éum deles, junto com anhangá,anhangüera, anjo mau, arrenega-do, atentado, azucrim, beiçudo,canhoto, cão, capeta, coisa, coisa-à-toa, coisa-ruim, demo, diacho, exu,futrico, maligno, mofino, não-sei-que-diga, sapucaio, sarnento, satânico...

O melhor lugar do mundo paraum injustiçado brasileiro é ondetenha o pão que o diabo amassou,aliás, nem o pão amassado ele tem.

Mayara Marcela dos Santos16 anos

São Paulo (SP)

cômoroDuna, monte de areia formado pelaação do vento.

Eu acredito que não nascemospara nós mesmos. Viemos parafazer alguma diferença, para queum grão de areia mude para sem-pre porque nós o mudamos. Nãopara fazer história, e sim para fa-zer o bem. A minha missão agora éescrever esta redação a vocês paraque, quem sabe, eu possa mudarum grão de areia. É possível queesse grão de areia possa salvar umacriança subnutrida, e outros lerem,mulheres possam vestir ternos ejogar no Barcelona , mais umacriança complete sua infância...

Maria Luíza Massucato Silva13 anos

São Paulo (SP)

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chuchuEssa palavra vem de chou-chou, dofrancês falado nas Antilhas. Alémde ser o nome de uma planta quedá um fruto verde muito abundan-te e consumido no Brasil, a palavratambém se aplica a algo ou alguémde quem se gosta muito, ou que seacha bonito.

Bons tempos

Não era preciso esperar as noites chegarem. Já à tardinha ela sesentava num pedaço de tronco de jaqueira seco, aproveitando asombra que se formava embaixo da parreira de chuchu.

Logo as crianças apareciam. Iam se sentando num chão de terratão batida que nem sujava a roupa. Era incrível como ali não haviaespaço apenas para fadas ou príncipes. Habitavam nosso mundoos “velhos do saco”, as “grutas sem fim”, os amigos do peito e avida em família, sempre com ensinamentos de respeito aos maisvelhos, as coisas dos outros, obediência, fé, amizade e bondade.

Naquela época, nas casas viviam muitas crianças, as famíliaseram grandes. Ninguém tinha videogame, computador, carrinhode controle remoto ou Barbie. Nossas brincadeiras eram com aspipas, bolas de gude, pique-esconde, pique-bandeira, bola demeia, sementes, pedrinhas e bonecas de pano ou de papel, e car-rinhos feitos de caixas de fósforos.

Aqueles momentos ali nos transportavam para um mundo demagia. E ela era porta-voz de tudo o que a gente gostava ou pre-cisava ouvir.

Com seu sotaque baiano, ela jogava as palavras no ar e gesti-culava enquanto falava, prendendo nossa atenção e até nossa res-piração por alguns momentos. Às vezes ela nos dava um baitasusto. Outras vezes fazia alguns de nós chorar de tristeza e atéfazer xixi na roupa de tanto rir.

Ela era nossa fada. Enquanto contava suas histórias, ninguémali era melhor ou pior do que o outro. Éramos todos iguais. Nãohavia branco ou negro, pobre ou rico, gordo ou magro, limpo ousujo, bonito ou feio, menino ou menina.

Se alguém estava doente e faltava à sessão de histórias, ela logodava um jeito de mandar um chá que curava tudo! Quandoalguém estava triste, o consolo era se aconchegar no tronco ondesó cabiam duas pessoas. Era uma honra poder sentar naquele tocode madeira que até parecia macio ao lado dela.

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46Nos dias em que sobrava tempo, ela ensinava os deveres. De

vez em quando fazia uns bolinhos de chuva tão saborosos quequase perdíamos a fome na hora do jantar. Mas ela sabia os limi-tes para não provocar ciúmes nas mães. Quando nascia algum bebêna vizinhança ela nos dava sapatinhos de tricô para presentear. Asmães novas aprendiam a cuidar dos pequeninos para mais tardeelas também poderem sentar-se à sombra da parreira de chuchu.

Ali nós aprendíamos a amar a natureza, respeitar os animais, aterra e uns aos outros. Ninguém mais nos falava disso, só ela.Aprendemos também que a união faz a força, e, por isso, nos diasfrios, ficávamos ali, debaixo da parreira de chuchu, bem abraça-dinhos uns aos outros, sem ninguém sentir o frio que fazia fora donosso abraço.

Houve dia em que contei 29 crianças reunidas ao seu redor,todas sentadas no chão. Eu já era grandinha e pude observar bem.Algumas crianças chegavam a prender a respiração diante dassituações que surgiam ali. E a grande responsável pelas atençõesde todos era ela: a minha mãe! E como isso me fazia orgulhosa!Minha mãe foi a maior contadora de histórias que já pude ouvir,ver e imitar.

Sua imaginação e criatividade, manejo nas palavras, gestos pre-cisos, olhares, caras e bocas, tom de voz, música e o poder detransportar todos para onde ela sabia quererem ir eram mágicos.

Felizmente ela esteve presente em minha vida, na vida de todasaquelas crianças, e vive até hoje nas lembranças de cada um quese lembra de um momento, uma história ou uma cena na memória.

Aprendi com ela e aprendo com suas lembranças até hoje. En-tendo as mensagens que ela transmitia. Minha mãe me ajudou afazer daquela sombra debaixo da parreira de chuchu o melhor lugardo mundo, e as histórias que conto hoje são inspiradas em todasas belas tardes que passei atenta, sentada no chão de terra batida,debaixo da parreira de chuchu, o melhor lugar do mundo sempre!

Aparecida Maria Cantarino Barbosa45 anos

Juiz de Fora (MG)

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cizâniaEste é o nome de uma erva daninhaque nasce no meio do trigo, tambémconhecida como joio, e que atrapa-lha muito na hora da colheita. Nosentido figurado, que é o mais usa-do, significa desarmonia, rixa, dis-córdia.

Nossos sonhos são os mesmos

Nossos sonhos são os mesmos há muito tempo, mas não há maismuito tempo para sonhar...

O tempo é curto demais para só pensar. Agir é a solução. O quetemos que fazer? Não adianta chorar ou correr para a mamãe... Elaestá ocupada demais, contando histórias de ninar.

Chapeuzinho Vermelho e a vovó foram comidas pelo lobo. Porque será, hein? Ele não tinha comida em casa, estava na miséria,seu quintal foi devastado pelo bicho homem...

Ora, será que vivemos um conto de fadas? Pode ser loucuraacreditar que ainda exista salvação.

Imagine todas as pessoas vivendo pelo hoje, trabalhando jun-tas por um mundo melhor. Seria preciso matar o lobo?

Pela estrada afora eu vou bem sozinho, observando as ges-tantes cansadas na fila, aidéticos esperando pela solução, criançasmorrendo de fome. Caçadores? Não vejo.

Decidi pegar o atalho. Vovó mora longe e o caminho não é tãodeserto assim. Vejo crianças que sobreviveram, jogadas no bosqueescuro, sem direito a educação. Vejo mulheres desempregadas...Também, nem servem para martelar um prego...

No meio do caminho também tinha uma pedra. Pensei, pensei,pensei. Tentei desviar. Desisti. Subi na pedra e gritei (talvez fossea solução, já que me chamo Raimundo). “Unidos venceremos olobo e assim teremos um lugar melhor para viver!” Foi engraçadobrincar de político...

Mas ainda não era o fim do caminho. Eu não quero esse desti-no! Afinal, a vida que a gente quer depende do que a gente faz...

Mundo, mundo, vasto mundo... Grande e redondo como umamaçã...

Temos maçã para comer, mamãe?Muitas crianças fazem essa pergunta depois da água de batata

esquentada na lata de tinta... Ainda bem que papai ganha mais doque um dólar por dia.

1° lugar

Vinícius Gabriel Barros12 anos

Taubaté (SP)

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48compósitoComposto, mesclado, heterogêneo.Que serve para diversos usos.

Palavras têm vários sentidos epodem formar expressões, poemas,textos, ditados populares e mui-tas coisas mais. Onde existem pa-lavras existe magia, coisas inte-ressantes e muitos aprendizados.

Jenifer Martins da Silva13 anos

Niquelândia (GO)

CconcatenaçãoEncadeamento, ligação, estabeleci-mento de conexão entre idéias. Or-ganização, formação, reunião.

É através da palavra que oshomens conseguem ensinar unsaos outros. Assim, as pessoasmais esclarecidas é que deve-rão tomar essas iniciativas.Seria interessante que em cadacidade do mundo se formasseum comitê de vizinhança, ondeas pessoas de cada rua oubairro se reunissem uma vezpor semana para comentar sobrea vida: falar das angústias,das dificuldades, das alegrias,dos relacionamentos, contar umareportagem importante, comen-tar sobre um livro que leu, rirde coisas engraçadas. Assim sefortaleceriam os laços de ami-zade entre as pessoas e o amor sepropagaria, e todos se contagia-riam desse sentimento tão nobre.

Dalva Nogueira de Souza34 anos

Malhada (BA)

CconchegoComodidade, conforto, agasalho,amparo. Muita gente diz aconchego.

Era muita solidão, então

ficava pensando como seria

o melhor lugar do mundo. Foi aí

que eu encontrei. O melhor lugar

do mundo: o colo da minha mãe!

Jéssica Isabel da Silva Amaro15 anos

Pirassununga (SP)

CconcisãoExposição das idéias em poucaspalavras; precisão, exatidão.

Se eu fosse o presidente de nos-so país, eu determinava uma leipara eliminar a violência, a tris-teza e todas as coisas de ruim.

Igor Matheus Dantas Brandão8 anos

Eunápolis (BA)

CconcórdiaPaz e harmonia, todo mundo deacordo.

O melhor lugar do mundonão é aquele em que estamosmais alto, mas sim aquele emque estamos mais próximos.

Edna Aparecida da Silva Bertolin45 anos

Divinolândia (SP)

concretudeExistência material, concreta, pal-pável.

Se a escolha for só minha,Prefiro pelos sonhos passearAté que a vida concretaComece a mudar.

Katielle de Souza Sedano17 anos

São Mateus (ES)

condiçãoObrigação necessária para que algoaconteça. Modo de ser ou de estar.Situação de alguém ou de algo.

O melhor lugar do mundo é opróprio mundo, desde que o serhumano aprenda a viver nele deforma amistosa e responsável.

João Henrique Muniz de Souza14 anos

Cordeiros (BA)

Se não existisse Deus, os

pecados seriam imensos. Se não

fossem as ovelhas, não teríamos

lã para vestir.

Caio de Paula Angelis9 anos

São Paulo (SP)

confiabilidadeFiabilidade. Qualidade de quemmerece confiança.

Mundo, você é bom, agoraas pessoas é que têm que serboas com você.

Samuel Borges Macedo8 anos

Joselândia (MA)

CconfiançaSegurança. Boa fama, bom con-ceito. Esperança.

Eu sou uma criança que acre-dita que a vida é boa. O mundo éo melhor lugar.

Antônio Vítor Antunes8 anos

Itabirito (MG)

Vou fazer a minha parte. Achoaté que tem muito mais gente boano mundo do que gente que atra-palha e prejudica.

Matheus Calçada Lobo10 anos

Santos (SP)

confortoComodidade, bem-estar material;condição agradável de estar. Tam-bém significa “consolo”, “alívio”.

O melhor lugar do mundo éParis, Londres e aquela cida-dezinha do interior, mas comcerteza é aquele em que (apessoa) se sente bem.

Claudio Cardozo Negrão17 anos

Ibira (SP)

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conseqüência Resultado, efeito, conclusão.

Se a família cumprir todos

os seus deveres e tiver todos

os seus direitos respeitados,

ela será o melhor lugar do

mundo.

Maria Alice de Jesus Silva38 anos

Serra Dourada (BA)

O homem destrói para enri-quecer e acaba por tornar men-digos os seus bisnetos.

Emídio Roberto Penaroli Júnior12 anos

Paraíso (SP)

CconstruirDar estrutura a alguma coisa; edi-ficar. Dispor, organizar, arquitetar,elaborar. Fazer construções.

As pessoas devem construirpontes em vez de paredes.

Beatriz Alten da Silva12 anos

Barueri (SP)

consumismoConsumo exagerado; tendência acomprar exageradamente, deixan-do-se influenciar pela propagandae pelos modismos.

Muita gente no mundo se achamelhor do que todo mundo. Porexemplo, cito: minha roupa é maisbonita, a sua é feia, porque aminha é de tal marca, a sua não é.Mas muitas vezes a roupa ou oeletrodoméstico ou o brinquedoestá falsificado. Mas vai chegarum tempo em que nós não vamoster de comprar roupa do camelô;então, isso acontece com todomundo.

Jine Anne de Santana Leite10 anos

Recife (PE)

Ccontentamento Sentimento de prazer; satisfação,alegria.

Eu sou feliz com a vida quetenho, não moro em casa demadeira, moro em casa de alve-naria e minha casa nuncaalagou, apenas molha com pin-gos de chuva, mas não enche deágua e eu gosto, porque nuncafaltou nada em minha casa, enela tem um quintal para brin-car e é muito legal. O mundoonde vivo é o melhor lugar domundo, não tem terremotos, nãotem vulcão, e isso é um alívio.

Alderson Pereira Pessoa9 anos

Manaus (AM)

Adoro minha família, meus

amigos, o mundo inteiro e tudo

o que tem de bom nesse mundão

alegre em que eu e você vivemos.

Sabine Taís Scheffler9 anos

Bom Retiro do Sul (RS)

continenteAquilo que contém algo. Massa deterra cercada pelos oceanos. A Ter-ra tem cinco continentes: Europa,Ásia, África, América e Oceania.

O melhor lugar do mundo écomposto de uma massa con-tinental. Apenas uma... Regu-lar... Simétrica. Assim nãoexistirão americanos, africa-nos, europeus, asiáticos. Sóexistirão amigos.

Lucas Machado Torquato da Silva16 anos

Fartura (SP)

contrabalançarIgualar em peso; equilibrar, com-pensar.

Sustentabilidade ? Tire umaárvore. Plante duas.

Maya Shikida16 anos

São Paulo (SP)

CcooperaçãoColaboração, ação simultânea econjunta. Em Ecologia, é uma asso-ciação entre duas espécies que trazvantagens para ambas, embora nãoseja necessária.

Eu quero viver no mundo me-lhor, sem fome e tristeza. Vou serum grande colaborador.

Rogério José Kusunoke Mendonça7 anos

Itatiba (SP)

cooptaçãoAssociação, união com alguém paraum empreendimento ou ação con-junta. Atração de pessoas para seusobjetivos.

O melhor lugar do mundo é

onde as pessoas têm edu-

cação garantida, onde há

projetos de inclusão social.

Principalmente, onde a famí-

lia age em conjunto com a es-

cola. Ele está dentro de cada

um de nós, da nossa capaci-

dade transformadora.

Jéssica Cardoso Santini15 anos

Montenegro (RS)

Ccordialidade Afabilidade, maneira afetuosa e sim-pática de agir. A palavra vem dolatim cordi, que significa “coração”.

E bom mesmo é que aqui todossão bem recebidos, nossa raça éuma mistura de muita gente queaqui veio procurar refúgio eencontrou. É a terra boa porquetem lugar para gente que tra-balha muito, para gente quegosta de trabalhar pouco, paraquem tem muito, para quem tempouco, para quem gosta de car-naval ou futebol.

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50Rayane Machado

10 anosSanta Cruz do Rio Pardo (SP)

cordiformeEm forma de coração.

Tem muita gente com o co-ração cheio de palavras capazesde mudar o mundo. Porém, épreciso soltar essas palavras paraque todos ouçam e levem a sério.

Ingredy Piton Barreto12 anos

Dom Macedo Costa (BA)

CcosmopolitismoManeira de viver que adota facil-mente os costumes de diferentespovos e países; que tem caracterís-ticas de diversos países. Para umapessoa cosmopolita, o mundo é apátria!

No Brasil tem pessoas devários lugares, Japão, EUA,África , Inglaterra , China emuitos outros países. Aqui, noBrasil, é o lugar que tem a popu-lação mais “misturada” do mundo,e todos que vêm aqui não queremmais ir embora, e muitos já dizemque são brasileiros (eles se con-sideram). Por que será que elesfalam isso, pensam isso? Por queeles não querem ir mais emboradaqui? Essas e outras perguntasparecidas eu faço a você!

Arthaxerses Carneiro N. da Silva13 anos

Recife (PE)

costuragemÉ o mesmo que encadernação, istoé, a costura de brochuras.

Unindo palavras formamos

histórias e demonstramos quem

realmente somos, por isso solto

minhas palavras no mundo.

Daiane Aparecida Nunes13 anos

Bom Jesus do Amparo (MG)

crençaAquilo em que se crê; opinião ado-tada com fé e convicção.

Tem pessoas que acreditamno Big Ben [sic], que é uma ex-plosão. Mas já pensou, umaexplosão? Ela só traz coisaruim. E de uma explosão formao planeta, que mentirada!

Rebeca de Castro Ferreira9 anos

São Paulo (SP)

criminalidadeO conjunto dos crimes, isto é, dasviolações da lei, que são atos quesuscitam a reação organizada da so-ciedade, porque contrariam as re-gras por ela estabelecidas e aceitas.

Traficantes, assassinos, talvez,se tivessem uma boa educação,até poderiam ser pessoas melhores,com mais dignidade.

Beatriz Nunes da Silva12 anos

São Vicente (SP)

Eu gostaria que tivesse traba-lho para todas as pessoas paraque elas não ficassem roubando ematando.

Rafael dos Santos Pontes9 anos

Itapeva (SP)

currículoO ato de correr pode ser chamadode currículo, mas o uso mais fre-qüente da palavra se dá no sentidode conjunto das matérias e ativi-dades que fazem parte de um cursoou de um nível escolar.

Porque se não existisse aescola, nós não iríamos ficarsabendo de nada.

Gabriela Machado Dias Oliveira9 anos

Belo Horizonte (MG)

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currente calamoQuando alguém faz alguma coisasem parar para pensar, sem plane-jar, esse jeito de fazer é currente ca-lamo. “Ao correr da pena” é o signi-ficado literal dessa expressão latina.

O tempo e as palavras

Sentada no banco da praça, em uma tarde de inverno, eu obser-vava as pessoas que passavam: passos apressados, movimentosrepetitivos, olhares fixos no relógio... Lembrei-me então de umaantiga mania de infância deixada de lado à medida que o tempopassou: a mania de observar e brincar com as palavras.

Eu gostava de ouvir cada som produzido pela leitura daspalavras e me divertia muito com isso. Nessa época, as palavrasenchiam minha vida de encanto e o mundo era tão belo! Ouviasobre contos de fadas, super-heróis, parque de diversões, choco-late, flores. Cada palavra ouvida nessa fase tinha uma magiaprópria, o que me enfeitiçava. Eu desconhecia as “palavras dosadultos”. Eu soltava minhas palavras cheias de mágica no ar.

Quando jovem, a criança que, então, se divertia com aspalavras, foi ficando sufocada, dando espaço a uma adolescenteque se importava mais com estudos, namorados, vestibular. Omundo, de belo, passou a ser real; e eu conheci palavras novas,como insegurança, espinhas, garotos, drogas, dinheiro, miséria,seca, guerra, destruição, tempo, morte.

Naquela tarde de inverno, no banco da praça, ria, apenas imagi-nando cada palavra que compunha a vida daqueles adultos apres-sados. Senti vontade de fazer como na infância e soltar minhaspalavras no mundo. Poderia ser amor, respeito, educação. Maselas já estavam muito ocupadas com outras palavras: trabalho,tempo e dinheiro.

Nadya Luiza Fernandes Alves14 anos

Pouso Alegre (MG)

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A porta (daleth) das tendas dos povos nômades talvez fosse triangular,pois foi essa a forma dada ao primeiro desenho para o som inicialdessa palavra. Os gregos, depois, deram-lhe nome de delta, e osetruscos e romanos arredondaram o desenho para D.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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declaraçãoAquilo que se declara. Depoimen-to; explicação. Lista detalhada. Econfissão de amor – isto também édeclaração.

Meio ambiente cuidado é um

dos significados de qualidade de

vida 10, que também inclui uma

educação básica de qualidade

para todos, ou seja, crianças na

escola, pessoas sem tentarem

conhecer a bandidagem do mundo

e terem direito a serem felizes.

E é isso, isso são minhas poucas

palavras no mundo.

Lana Yara Nascimento Bem12 anos

Serrita (PE)

Bom dia, mundo bom, eu amomorar em você.

Juliana Rodrigues L. da Silva10 anos

Cabo Frio (RJ)

deleiteUm prazer pleno, uma delícia, ou,como se diz na gíria, uma grande“curtição”.

Olha que o mundo é grandepra caramba e existem vários lu-gares espalhados por este mundo,lugares verdadeiramente mágicosque são capazes de transformarqualquer pessoa, de amolecer o co-ração mais duro que existe nestemundo. O melhor lugar do mundopara mim é um lugar tranqüilo,sem violência e inseto, sem qualquermá educação e falta de respeito.

Cauana Mara Lazzarotto9 anos

Concórdia (SC)

Eu gostaria de participar de umaniversário de um mundo melhor.

Ariel Lopes da Cunha Melo8 anos

Carmópolis de Minas (MG)

deletérioPrejudicial, danoso, que causaestragos.

Se não somos bons, nenhumlugar é bom.

Rafaela Milanezi Agostinho10 anos

Araras (SP)

desassazonadoFora do tempo certo, ou da estação.

Esse tal de aquecimento

global, que na verdade eu nem

consigo entender direito o que é,

mas sei que se continuar assim

vai acabar com os meus

sonhos de viver e crescer com

saúde num mundo lindo e legal.

Janaina Lúcia Santana10 anos

Três Pontas (MG)

desassossego Inquietação, aflição, perturbação.

Quando vejo uma imagemcomo a que descrevi, fico muitopensativo! Estou preocupadocom a Amazônia, com o brilhodas estrelas, com o vento, com ospássaros cantando, com o per-fume de todas as rosas, comtodos os animais, enfim.

José Ronis Andrade Abreu9 anos

Baturité (CE)

desejo Vontade; anseio, aspiração. O quese gostaria de ver transformado emrealidade.

Eu fecho os olhos da reali-dade e abro os da imagina-ção. Lá eu sou a pessoa que euqueria ser e digo: “Bom dia,mundo bom”! A natureza estábela como nunca vi! Parece queela foi feita agorinha mesmo.

Mariana Carvalho Pinheiro10 anos

Campos dos Goytacazes (RJ)

DdesempoarComo a própria palavra já revela,desempoar é tirar o pó, ou seja,limpar. Mas o seu uso mais interes-sante é o que ocorre no sentido fi-gurado: desempoar também é tiraros preconceitos e mudar os hábitose as idéias.

Vivemos a era do consumo deacordo com o modelo que asociedade impõe. Somos avaliadospelo que vestimos, pelo queusamos, por aquilo que temos, e adegradação vai acontecendo emnome da evolução da espécie,através do consumo desenfreado,daquilo que vemos, que desejamos,e não do que precisamos.

Janaína Correa Silva13 anos

Carbonita (MG)

desinformaçãoInformação propositadamente de-formada ou falseada para induziralguém a erro ou impedir que sefique sabendo da verdade.

Como preservar se a gentenão tem como sobreviver? Deoutra forma, ou por falta de co-nhecimento, agimos de maneirairregular.

Vaumi Missias da Silva36 anos

Ariquemes (RO)

despautério Asneira, disparate, desconchavo.

Hoje , sinônimo de extinção é

desenvolver?

Pedro Henrique Alves Veneziano14 anos

São José do Rio Preto (SP)

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56delibação Avaliação pelo gosto, ou seja, o atode saborear, de experimentar comos lábios, de provar para sentir ogosto.

Pequenas coisas que fazem alguém sentirque o mundo é belo

O mundo é muito belo e tem um monte de coisas bonitas. Tem flo-res muito cheirosas. De dia aparece o sol e, de noite, aparece a lua.Quando chove, aparece o arco-íris. Eu gosto de maçã, banana,laranja e tangerina. As minhas cores preferidas são azul, amarelo,vermelho e verde. Os programas de tevê de que eu mais gosto são“Um menino muito maluquinho” e “Clifford”.

Na escola, eu sei tudo! Português, Matemática, Ciências, História,Geografia e Inglês. O lugar aonde eu mais gosto de ir é o cinema.Eu gosto de ler gibis. Nasci no hospital São Silvestre, no ano 2000,em 24 de janeiro. Eu sei jogar video-game, computador e qualquertipo de jogo.

Eu gosto da minha família. Sei jogar bola, gosto de macarrão,pizza e miojo – uma delícia! Eu gosto de ler livros na minha esco-la e desenhar. Não troco meus amigos por nada, nem meu álbumde figurinhas.

Brincar é a melhor coisa que existe. E o melhor lugar é a minhacasa. Ela é bonita: tem sala, quarto, cozinha, banheiro e quintal.

Artur José Mendes de Oliveira7 anos

São Gonçalo (RJ)

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deliberaçãoDecisão que alguém toma depoisde refletir e, às vezes, de discutircom outras pessoas ou consigomesmo. Reflexão, meditação.

O mundo que a gente quer

O mundo que nós queremos não é bem este em que eu vivo hoje.Mas não posso reclamar, pois é o outro lado do mundo.Um mundo para pensar, sofrer, avaliar tudo o que fiz até hoje.É sofrido esse mundo chamado prisão!Mas às vezes precisamos conhecer um mundo para encontrar-

mos outro mundo que estava perdido entre trevas e estrelas.Aqui estamos sujeitos a tudo e ainda assim devemos sorrir por

não estarmos mortos, por estarmos livres das drogas que mexemcom nossos neurônios e nos deixam no mundo da loucura.

Depois de analisar o que eu vivi, percebi que estava destruindoo meu mundo, o mundo da minha família e o mundo dos meusamigos.

Hoje sei que não é esse mundo que eu quero.Peço que Deus me ajude a mudar, para ser uma pessoa melhor.Conheço vários mundos, quando sair daqui quero ajudar a

construir um mundo melhor.Hoje sei que só existe um mundo e que tenho que viver um

mundo melhor com tudo que me rodeia.Um mundo da paz, da amizade e do amor: esse é o mundo que

hoje eu desejo.

Francisco Fernandes Ribeiro 47 anosLins (SP)

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58delicadezaQualidade de delicado; leveza. Fra-gilidade. Sensibilidade, sutileza.Cortesia, afabilidade, gentileza.

Ah, se o mundo fosse assim

Para mim o melhor lugar do mundo é a casa da minha avó. E se omundo fosse como a casa da minha avó, ele seria o “melhor lugardo mundo”. Você deve estar se perguntando o porquê, não é?Então deixa eu lhe explicar.

Na casa da minha avó nunca falta comida para quem tem fome.Ah, se o mundo fosse assim, talvez não víssemos cenas de misériacomo as que vemos hoje.

Lá todos permanecem em harmonia. É claro que existem dis-cussões, mas são resolvidas pelo diálogo. Ah, se o mundo fosseassim... Quantas guerras não seriam evitadas? Quantas pessoasnão deixariam de morrer?

Na casa da minha avó as crianças são bem tratadas e os velhosrespeitados. Ah, se o mundo fosse assim... Com crianças felizes ebem cuidadas, não haveria adultos relapsos, diminuindo, conse-qüentemente, a violência e a criminalidade e aumentando a liber-dade e a felicidade da população. Havendo também pelos maisvelhos, digo, mais experientes um respeito maior, talvez não hou-vesse tantos deles sozinhos e deprimidos na sociedade.

Na casa dela todos trabalham juntos para chegar a um objetivo,e, como já estou cansado de dizer: “Ah, se o mundo fosse assim...”,aonde não chegaria a humanidade? O que ela não conseguiriafazer para o bem?

Como vocês já sabem, lá na casa da minha avó eu me encontrofeliz com o que possuo. Foi lá também que aprendi a economizara água e respeitar as árvores e os animais, isso ainda quando eracriancinha. Ah, se todos aprendessem o que aprendi ainda quan-do criança (espero que tenham percebido que finalmente mudei afrase), talvez houvesse mais consciência. Se cada um ficasse felizcom o que tem, quem sabe o mundo se tornasse um lugar ondehaveria equilíbrio entre o homem e o meio ambiente.

Enfim, se o mundo fosse como a casa da minha avó, ele seria “omelhor lugar do mundo”, pelo menos para mim.

Lucas Nascimento Souza15 anos

Toledo (PR)

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DdespojamentoAto de despojar, de despir, de reti-rar alguma coisa. Também signifi-ca “simplicidade”, “modéstia”,“despretensão”.

... a felicidade que acolhe,ilumina e inspira tudo ao nos-so redor. E é dessa felicidadeque brota o caminho para ummundo melhor. Para trilhar essecaminho é necessário um olharatento e solidário. Um olhar queenxergue o outro e suas reaisnecessidades. É necessário sedesfazer de dogmas, de pre-conceitos, de posições incon-testáveis. É necessário despira alma.

Andréa lemos Camponi de Moura35 anos

Caçador (SC)

destaqueO que sobressai, que se destaca.Realce.

Não gostaria de ser apenas maisuma pessoa no mundo, gostariade ter a solução em minhas mãos.

Patrícia Grandizoli Victor13 anos

Nova Esperança (PR)

deterioraçãoAlteração para pior, degeneração,estrago. Corrupção, danificação.

Leituras que tenho feito – nãome recordo da fonte – afirmamque em um único dia a humani-dade e suas máquinas jogam naatmosfera mais gás carbônico quetodos os seus antepassados daRevolução Industrial. Assustador,não é? Que conta cara a pagar!

Milena Machado Santa Cruz15 anos

Campina Grande (PB)

devaneioCapricho da imaginação; fantasia,sonho.

O melhor lugar do mundo

É um lugar perto do coração,

Criado pelo amor, abraçadopela emoção,

Sutil como a brisa da manhã,

Leve como um floco de algodão.

Esse lugar, que é tão mágico,se chama

IMAGINAÇÃO!!!

Taynara Martins da Silva15 anos

Parauapebas (PA)

didascáliaChama-se assim o conjunto de pre-ceitos de uma ciência ou de umaarte. A palavra vem do grego (di-daskalia quer dizer instrução) eera o nome dado ao conjunto deinstruções dadas para uma repre-sentação teatral.

Este meu lugar é uma

caixinha de surpresas, às

vezes fica clara, às vezes

bem escura; às vezes silen-

ciosa, às vezes um barulho

só. Nele posso fazer ecoar o

meu “grito” de liberdade, de

esperança. Nele gesto pes-

soas melhores. Nele sou coad-

juvante menor, mas com papel

importante e imprescindível.

Nele, sou eu e mais alguém, a

cada dia uma personagem

diferente para atrair, para

seduzir os protagonistas que

também são um público exi-

gente. O melhor lugar do mundo

começa por este meu lugar: a

sala de aula.

Taíse Palombo28 anos

São Bernardo do Campo (SP)

disceptaçãoControvérsia, debate, discussão.

Oi, mundo, tudo bem? Estoupreocupada, e você está preocu-pante, por que todos estão tedestruindo?

Bárbara Luiza Bandeira Martins7 anos

Brasília (DF)

discrepânciaDesacordo, divergência, discre-pância, discórdia. Disparidade,incompatibilidade, dissonância,desarmonia, desafinação.

Eu acho que nada no plan-eta inteiro só tem o lado bom,nem sorvete, já que faz osdentes doerem.Marco Aurélio da Silva Canal Junior

12 anosNova Iguaçu (RJ)

dissensãoDivergência de opiniões ou de in-teresses; desavença, oposição.

A África é um dos países [sic]que necessitam de muita ajuda; lá,pessoas morrem de fome, tristezae de muitas outras formas. Algumascrianças trabalham, não estudame brincam muito pouco. Isso pre-cisava mudar imediatamente, todosos países deveriam ser iguais!

Thayná Serena Peretta Monteiro9 anos

Caçapava (SP)

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60divergênciaDiz-se que duas linhas são diver-gentes quando se afastam uma daoutra. Divergência é isto: desacor-do, discordância progressiva, quepode ir agravando o afastamentocada vez mais.

A preservação da naturezafica muito difíci l dentro dascidades porque na disciplina deCiências o professor ensina quedevemos plantar árvores epreservar a natureza, mas emGeografia aprendemos que ascidades precisam se desenvolvere crescer, e as duas coisas nãoconseguem andar juntas; ohomem não consegue associá-lase a natureza sempre sai per-dendo.

Rejane Miranda Heitz12 anos

Niquelândia (GO)

DdiversidadeDessemelhança, dissimilitude; mul-tiplicidade.

Não é bom que todos sejam

iguais, isso não teria graça. Sen-

do todo mundo diferente, negro,

branco, índio, menino, menina,

brasileiro, inglês, assim a gente

pode fazer amigos.

Roberta Gomes Oliveira10 anos

Crato (CE)

Para minha mãe, o melhorlugar do mundo é em casa co-migo, conversando muito. Paraas minhas amigas, o melhorlugar do mundo é estar com agalera, se divertindo e falan-do mais que o possível. Paraminha avó, o melhor lugar domundo é estar com o filhodela (meu tio) nos EstadosUnidos. Para o meu avô é acama quando está com sono.Para os meus primos é a praia,“lá é onde tudo acontece”.Karoline da Conceição S. Maçaneiro

15 anosSão Paulo (SP)

donairePalavra originária do espanhol,sinônimo de graça e elegância.

Era uma vez um mundo emque não existia poluição, só exis-tia bondade. (...) Não existiamaldade nem Diabo, somenteDeus. Deus nos mostra esse mundotão importante chamado Terra,um paraíso elegante e legal.

Alan Henrique Dmengeon10 anos

Colombo (PR)

dubiedadeDúvida, incertitude; vacilação, di-ficuldade de explicar ou definir.

Fiquei na seguinte dúvida: seas pessoas são e pensam demaneiras tão diferentes e, assim,existe um melhor lugar do mundopara cada tipo de pessoa, entãoexiste um lugar “mais melhor” doque o outro?

José Guilherme Pimentel Joaquim16 anos

Mogi Mirim (SP)

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DABIANE DABULA DABYATA DABYLLA DACIO DACSIANEDAFNE DAFNY DAGILA DAGMAR DAGYLA DAIANADAIANE DAIANI DAIANNY DAIANY DAIARA DAIENNEDAILA DAILLANE DAINE DAIS DAIYANE DAIZ DALCILENEDALILA DALINE DALLISSA DALMA DALMADETED A L M E R I D A L M O D A L V A D A L V A N I D A M A R I SDAMARYS DAMIANA DAMIAO DANAY DANDARADANEL DANGELA DANHELA DANIELELE DANIELIDANIELLA DANIELLE DANIERY DANILA DANILEDANILLO DANILLY DANITO DANNA DANNYEL DANRLEIDANRLEY DANTARA DANTHE DANTON DANUBIADANUBIO DANUSA DANUZIA DANYA DANYLLA DARADARCIA DARCILIA DARLY DARWIN DASY DAUANEDAVIH DAYARA DAZIONE DEDILCA DEIAMARA DEIVIDD E I V I S O N D E I V I S S O N D E L O R E N A D E N I L S O NDERALDINO DEREK DESIRRE DESLIE DEUSMARDHONES DHYENIFFER DIANDRA DIEFERSON DIEGODIELSON DIENE DIENIFER DIESSICA DILARA DINAMARADINAMERICA DINARTE DINDRANE DIOGENES DIOGODIOLENA DIOLENO DIOMAR DIONALDO DIONARADIONATAN DIONICE DIONIELTON DIOVANA DIPLICIDADEDIRENE DIRLENE DIULE DIULIAN DIUSALEIA DIVAYLADIVINO DIVONEIDO DJALMA DJEISCI DJENIFERDJESSICA DJIESSE DOCKE DOMINGAS DOMINICKDONIZETTE DONNA DORALINA DORESMAR DORIANNEDORILENA DORIVAL DOROTEIA DOROTY DORVALINADOSLAINE DOUGLAS DREYFUS DRIELLY DRIENEDROUGUIS DUCINEIDE DULCINA DULCIRENE DUMASDURCELINA DUSIANE DVANE DYANA DYLAN DYORDAN

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HÉ era a palavra para “escada”, que começou desenhada nahorizontal e foi mudando de posição até ficar um E vertical, masnunca deixou de ter três degraus.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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eclosãoVinda à luz, aparecimento; brota-ção, crescimento, desenvolvimento.

Existem palavras desenhadas

nas placas e nos rostos das

pessoas que passam apressadas,

mostrando em seus olhares

expressões de tristeza, vazio,

indiferença, cansaço e solidão.

Maria Carolina de Oliveira10 anos

Rio Negro (PR)

EeducaçãoProcesso de desenvolvimento dacapacidade física, intelectual emoral do ser humano; os resulta-dos desse processo.

Ao longe, vejo quase ao finalda estrada uma luz, enfraque-cida pelos interesses públi-cos e inerte vontade política,porém ainda resta uma espe-rança na garantia da susten-tabilidade do mundo. Essa luzchama-se Educação e possuios instrumentos necessários àtransformação individual ecoletiva dos seres humanos.

Sílvia Maria de Sousa Marcelino43 anos

Araguari (MG)

A educação nos leva a partici-par do mundo das palavras; sendoassim , todos precisam desse seudireito, “educação”. Na escola ,conhecemos as palavras que pre-cisamos para soltá-las no mundo,elas são fundamentais na cons-trução do nosso futuro. Estas sãoas minhas palavras para melho-rar a educação do Brasil.

Karolline Santos Godoy11 anos

Niquelândia (GO)

efeitoProduto de uma causa, resultado ouconseqüência de um ato qualquer.

A natureza cansou! (...) Elaestá castigando os homens comseus choros de chuva, com suavoz de trovão, com sua fúria defuracão.

Mayra Estefani Silva dos Santos12 anos

Belo Horizonte (MG)

elixirBebida deliciosa, balsâmica ouconfortadora. Também se usa paraindicar uma bebida que tem efeitomágico ou miraculoso.

A simples idéia de transformaro mundo em um mundo melhor euconfesso já seria um sucesso, umelixir da longa vida.

Anny Carolliny Roscher7 anos

União da Vitória (PR)

eloqüênciaCapacidade de falar e exprimir-sebem e com facilidade, conseguindoconvencer por meio da palavra.

Eu sou menor, sou criança esou adulto. Para quem não meconhece eu sou a voz do mundo,o futuro de todos os que viveme a dor de todos os que amam.

Aluisio18 anos

São Paulo (SP)

emendaCorreção; lugar onde se juntam duascoisas.

Perguntei-me: como podemos

ajudar o mundo? Será que jogan-

do vários baldes de água no

chão para lavar o mundo?

Mas essa atitude iria des-

perdiçar água, prejudicando

ainda mais o mundo.

Jeniffer Mendes Badaz12 anos

São José dos Pinhais (PR)

ementaApontamento, rol, lista que se fazde coisas que não se quer esque-cer; lembrança. Também significaresumo, sumário.

No meu mundo existe umapalavra muito importante, que,aliás, eu adoro: é respeito;existem outras como amor,alegria, compreensão e medo;eu acho que esta palavraexiste no mundo de cada um.

Eduardo Baia de Souza12 anos

Salvaterra (PA)

EempatiaCapacidade ou propensão para secolocar no lugar de alguém paraentender ou sentir o que essa pes-soa experimenta.

Cada um de nós carrega consi-go o melhor lugar do mundo no seumodo de ver e estar na vida. Somosbilhões de melhores lugares domundo lutando para não sermosdestruídos pela ferocidade daintolerância. (...) Olhar com osolhos do melhor lugar do mundoalheio talvez seja o que nos falta.

Sandra Borges da Silva26 anos

São Paulo (SP)

ensimesmamentoCentramento em si mesmo; o ato deconcentrar-se em si mesmo, meter-se consigo mesmo; absorção nospróprios pensamentos.

Talvez a pessoas simplesmentepassem a entender que não sedeve fugir dos problemas; deve-se lutar para que eles fujam denós, porque, no fim das contas,somos nós o melhor lugar do mundo.

Andrea Aon Martins Cardoso16 anos

Parauabebas (PA)

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66ecologiaDentro da biologia, a parte que es-tuda a maneira como os seres vivose o meio ambiente se relacionam einterferem um no outro é a ecolo-gia. Já no campo das ciências hu-manas, a ecologia estuda como ascomunidades humanas se formam,se desenvolvem e se relacionam como meio ambiente; faz parte dissoestudar também os impactos quetêm na vida humana as criações dopróprio homem – tecnologias emaneiras de organizar a sociedade. Para se chegar ao melhor lugar do mundo

Para se chegar ao melhor lugar do mundo há alguns pré-requisitos:� ter bom coração;� ser amante da natureza;� ser consciente;� ser da paz.Depois, siga estes passos e seja feliz:1. Arrume sua mochila, não se esqueça do seu cantil com água

e de suas botas recicladas com lona e solado de pneu, que aderembem, são confortáveis e o levarão a conhecer as mais belas mon-tanhas intocadas pelo homem. Nesse lugar o clima é ameno, nãohá poluição; então, leve aquela sua colcha que sua avó fez comretalhos; não vá esquecer de sua camiseta feita com fibra de coco,pois durante o dia o calor é de 30ºC, e essa vestimenta é ideal; ànoite, como a temperatura cai um pouco, use sua jaqueta de lona,forrada com sobras de tecido. Leve uma corda para fazermos umaescalada, aquela corda de sisal que você trouxe do norte do Pará,mas que você tem certeza de que não foi nenhuma criança querecolheu o sisal e não foi nenhuma criança que trançou a corda.Você sabe que foi o seu Pedro, aquele amigo do seu pai, e que vocêacompanhou todo o processo e sabe que na fazenda dele todas ascrianças estão na escola.

2. Ao chegar lá, vamos nos alojar em casas feitas com latas deflandre, essas latas de tinta ou óleo de 18 litros. As paredes sãofeitas com as latas e o telhado com telhas de PET. O armamento dotelhado são sobras de árvores que são moídas e transformadas emmadeiras, são fortes e resistentes. Ah! A iluminação da casa ésolar. Foram colocadas algumas placas para capturar a energiasolar, muito bacana. O tempo no chuveiro já está controlado: emcinco minutos, o chuveiro se fecha automaticamente. A água vemde um rio próximo que abastece toda a cidade, um rio limpo, semnenhuma ação desumana. Aqui o Homem é humanizado.

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3. Para comer é preciso plantar. Tudo o que você come é alimesmo produzido. Todos os moradores têm em suas casas árvoresfrutíferas e uma horta para seu consumo, todos têm casa. Não épermitido em hipótese alguma matar animais para comer. Vocêcome o que é derivado do animal; por exemplo: o leite aqui pro-duzido é transformado em queijo, coalhada, manteiga, iogurte,contendo todos os nutrientes necessários para o nosso corpo.

4. Por favor, não traga rádio nem tevê, pois a diversão está nabiblioteca volante, nas rodas de leitura, cantigas de roda, nossaraus. A sua diversão é compartilhar com os demais aquilo quevocê tem de melhor. À noite as pessoas sentam-se em círculo paracontar histórias, cantam, tocam alguns instrumentos que sãofeitos ali mesmo com elementos da natureza: a flauta é feita com otalo do mamão, o som é esplêndido, e a casca de coco serve comoinstrumento de percussão. Aqui tudo é muito lindo e natural.

5. Esqueça tudo o que você considera importante (celular, TV,MP3,4..., Playstation 1,2,3...) e venha para cá. Você verá que oque importa é ser Feliz.

Adélia Dias da Chaga42 anos

São Paulo (SP)

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68episódioCoisa que acontece; fato, caso. Cena.

Às vezes no meu mundo mara-

vilhoso e bom brigo com meu

irmão; claro, toda criança briga,

mas raiva dele não sinto.

Laudriana Gabriela de Souza Freitas9 anos

Benevides (PA)

equalização Diminuição de intensidade de umacoisa e aumento de outra, para com-pensar e eliminar diferenças.

O melhor lugar do mundoainda não existe pra mim. Nãodescobri um lugar onde todomundo fosse igual perante asociedade.

Ícaro Wanderley dos Santos15 anos

Formiga (MG)

Eequanimidade Imparcialidade para julgar, eqüi-dade, retidão.

Os políticos, nós elegemos; apolítica, nós praticamos.Izabela Mamede C. A. da Conceição

11 anosContagem (MG)

EeqüidadeDisposição para reconhecer direitosiguais. Igualdade, retidão, equani-midade.

O mundo bom será quandopudermos ter um bom dia igualpara todos.

Wallace Ignácio Ferreira Mendes11 anos

Duque de Caxias (RJ)

Todos têm direito a conheceruma fazenda, respirar o ar purodo campo, tirar frutas dasárvores, ter um animal de es-timação para fazer companhia,ter um trabalho digno, esco-las para todas as criançasem outra linguagem, na escolado futuro da Terra.

José Enrique Pereira Andrade8 anos

Jurema (PE)

EequilíbrioIgualdade, absoluta ou aproxima-da, entre forças opostas; harmonia,boa proporção.

O mundo tem coisas boas e

ruins, mas é bom.

Sabine Taís Scheffler9 anos

Bom Retiro do Sul (RS)

escambarTrocar mercadorias por mercado-rias, sem usar moeda.

O melhor lugar do mundo nãoé aquele em que o dinheiro nãofalta, e sim aquele em que elenão existe.

Letícia Francisco15 anos

Guarulhos (SP)

escapulidaFuga temporária; escapada.

Quando estou desanimada,abatida, sem idéias, descontotudo no papel, desenhando,escrevendo músicas através demeus sentimentos. Escrevo nodiário, assisto à televisão, ouçomúsicas, durmo, faço de tudopara não ficar deprimida.

Ticiana Andrade de Azevedo9 anos

Resende (RJ)

EescolaScholé é a palavra grega que deuorigem a escola: estabelecimentoonde se ensina e aprende coletiva-mente. Escola é o conjunto detodas as pessoas que se encontramnesse estabelecimento – alunos,professores e pessoal de apoio;escola é o prédio onde funciona oensino-aprendizagem. Escola tam-bém é o conjunto de seguidores deuma doutrina ou sistema de co-nhecimento ou de arte.

O melhor lugar do mundo éuma escola de escolas, onde todosse graduam e pós-graduam dou-torados em ciências, valências,sapiências, benevolências...

Tony dos Reis Loss Franzin14 anos

Jaru (RO)

Qual será o melhor lugar domundo de meus colegas? Elesacreditam na força do amor?Da justiça? Da igualdade? Dapreservação? Será que aindaacreditam na vida?

Ruan José de Arruda14 anos

Cajati (SP)

A escola está presente na

vida das pessoas desde a infân-

cia, e uma educação de quali-

dade voltada para despertar a

consciência, a auto-confiança,

o respeito ao meio ambiente e

a igualdade social é funda-

mental para que as pessoas

possam enfrentar a vida e uti-

lizar sua inteligência com

maior responsabilidade.

Bruna Rebouças17 anos

Fortim (CE)

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EescolaridadeAprendizagem escolar; aproveita-mento escolar.

O melhor lugar do mundo éa escola, onde podemos apren-der e conhecer diversos as-suntos e lugares diferentes.Na escola, através dos livros,conhecemos povos, costumes,países e animais que jamaisnós pensamos existir.

Wesley Henrique Rocha Melo10 anos

Santa Luzia (MG)

esconso Esconderijo, canto.

Sou feliz com os meus tantoslivros em volta de mim, com asminhas equações matemáticas meesperando para resolvê-las e atémesmo com meu quarto bagunça-do, onde existem tantos e tantospapéis, com palavras e contas e...

Lívia Chagas Pessanha Cruz16 anos

Cabo Frio (RJ)

O melhor lugar do mundo é teulugar de direito, é a moldura datua existência, é alicerce da tuahistória, é esconderijo dos teussegredos.

Maria Luiza de Lima C. Giuliani37 anos

Mogi das Cruzes (SP)

O melhor lugar do mundopara mim é o meu quarto, poisnele posso confiar, lá eu choro,dou risadas, penso, estudo,tiro dúvidas e, além de tudoisso, nele eu me comunico melhorcom meu coração.

Maria Gabrielli de Souza15 anos

Mococa (SP)

escritura Escrita; modo ou arte com queuma pessoa escreve.

Você é capaz de ler e co-

nhecer o mundo e escrever a

vida. Então, é a sua vez.

Marlúcia Feitosa Gomes40 anos

Brasília (DF)

EesmeroGrande cuidado ao fazer algumacoisa; perfeição, requinte, apuro.

Para acabar com as ruassujas é preciso limpar o coraçãodas pessoas ruins. (...) Queroque chegue logo 2015 para ter-mos um mundo bom.

Júlia Carreiro de Freitas9 anos

São Paulo (SP)

EesperançaExpectativa, espera. Confiança emconseguir o que se quer.

Tudo no mundo tem defeito,e tudo que tem defeito temconserto.

Anne Érica Cavalcante Rocha12 anos

Boa Viagem (CE)

esporádicoQue acontece muito de vez emquando; acidental, casual, raro.

É por isso que eu acho que omundo não vai acabar apesar detudo, pois ainda restam coisassimples como essas, que quasenunca acontecem, mas quandoacontecem fazem um bem danado,coisas como rir, abraçar, receberum presente, se lambuzar comsorvete de três bolas, escorregarnum tobogã gigante, entrar numshopping e respirar aquele cheirode novo, comer um hambúrguer, seencher de catchup e maionese, e épor isso que o mundo não vaiacabar.

Gabriel Bastos da Mota10 anos

Santo Antônio de Pádua (RJ)

esportivoQue se interessa por esporte, tem aver com ele ou pratica-o.

Para mim o melhor lugar domundo é o campo de futebol, poisnele são encontrados vários fatoresque fazem dele uma verdadeiraobra-de-arte: a união, a deter-minação, todos estão ali porquequerem conseguir a vitória.

Jefferson de Souza da Silva Dias14 anos

São Gonçalo (RJ)

O esporte, por exemplo, é a

melhor arma contra a violên-

cia. (...) Eu moro numa comu-

nidade onde a miséria, o desem-

prego e a falta de água nos

atingem; por isso, através do

esporte que a escola incentiva

tenho a oportunidade de ver

novos horizontes... Uma luz para

iluminar minhas esperanças de

ter o melhor lugar do mundo.

Carlos Romário Rossal Machado11 anos

Arroio Grande (RS)

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70estandardizaçãoPadronização, redução de coisasdiferentes a coisas parecidas,seguindo um modelo; unificação.Uniformização do comportamento,do gosto, das idéias das pessoas.

Quem assume seu papel emum mundo tão desafiador comoo nosso é um herói, um mito,pois impor seu ponto de vistaem um local onde diariamentese exige a generalização dasidéias e a padronização doraciocínio é praticamente umobstáculo a ser superado. Masquem nunca foi refém dessapadronização? Quem nunca pen-sou em acomodar-se em suapoltrona e assistir à últimasessão de cinema da noite,deixando o mundo explodir?

Bruna Belusso17 anos

Santo Expedito (RS)

estripuliaTravessura, tropelia. Também querdizer “desordem”, “confusão”,“conflito”.

Os adultos se preocupam tantocom o que acontece, por isso a maio-ria sofre de estresse; já as criançasnão se preocupam tanto e por issosão tão alegres, mas todos devemosnos preocupar com a Terra e coma vida nela existente.

Eduardo dos Santos Almeida12 anos

Belém (AL)

EevoluçãoMovimento progressivo em deter-minada direção; o desenrolar dosacontecimentos. Processo de trans-formação que vai fazendo umacoisa ficar cada vez mais com-plexa, mais perfeita.

Na vida que temos,a cada dia vai acontecendo

uma coisa diferente:cai um dente de leitee nasce outro permanente.

Tainara Ferreira de Andrade10 anos

Águas de Lindóia (SP)

Precisamos agora evoluir tam-bém as atitudes para com nossosemelhante, cultivar tanto asplantas quanto a igualdade.

Lígia Mariane Unida Chaves17 anos

Pederneiras (SP)

Eexteriorização Manifestação, demonstração.

Existem palavras que são

feias que eu não vou nem ci-

tá-las. Já as palavras que

devemos usar mesmo são:

desculpa, obrigada, por favor,

amor, lindo...

Marisa Soares Vieira10 anos

Crateús (CE)

Solte suas palavras também,pois o conhecimento muda tudo.Se o seu conhecimento pode te mo-ver, o de vários move montanhas.

Yuri Soares Pinheiro13 anos

Bragança Paulista (SP)

Solto minhas palavras nomundo quando grito e pulo defelicidade, quando choro egrito de tristeza... Quandoouço uma música, leio umlivro, quando fico sozinha...Quando a raiva me persegue,quando a coragem me toca,quando sinto saudade, quan-do lembro das experiênciasque tive nesse meu pequeno"pedaço de vida". Solto mi-nhas palavras no mundoquando digo "Eu te amo" àspessoas que eu realmente amo:minha família, meus amigose Deus.

Ana Paula Goulart del Tedesco13 anos

Lindóia (SP)

extinçãoDestruição, extermínio, fim.

Fico triste porque tenho oitoanos e já não conheci alguns ani-mais porque foram extintos.

Yuri Vinícius Mesquita Alves8 anos

Muribeca (SE)

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EBER EBONNY ECLESIA EDAICA EDANA EDANIELEEDCARLOS EDDIE EDEILMA EDELAIDE EDELEYSONE D E N I L S O N E D E R L E N E E D E R M E E D E R S O WEDEUCITE EDGALBES EDGAR EDGERLANIO EDIANAEDICARDO EDICASSIO EDICLEIA EDIEL EDIELCIOEDINHA EE EGILANDIA ELCANA ELIAQUIM ELICAELINE ELISEUDA ELIVIA ELIZ ELIZAETE ELIZANJAELLYZAMA ELOESTER ELUZ ELVANA ELV ISELYVELTON EMARIANE EMILIAM EMMERSONENALDO ENAYLE ENDARA ENDIE ENOS ENZOEPHRAIM ERENITA ERFANI ERIANE ERICKSSONERIDA ERIEOKA ERISANGELA ERISSON ERLANYERMENSON ERNALDO ERNANDA EROCI ERONIREROTIDES ESMERALDINA ESNER ESPEDITOESROM ESTERLIANE ESTEVAM ESTHEFANY ETHELETICIA ETINA EUDOXIA EULA EULENCASSIO EURIISEUZIMAR EVA EVAIR EVALDO EVANDRA EVANEEVANG IVALDO EVAN IA EVAN IL EVAN ILDESEVANILDO EVANIO EVANIR EVELI EVELINE EVELISEEVELYN EVENNY EVERALDO EVERLENE EVERLYEVERSON EVERTOM EVILANIA EVILLYN EVILMALINAEWELLY EWELLYN EWERTON EXCLUIR EXPEDITAEYDEVAN EZABELITA EZEQUIAS EZIO EZIQUEL

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A origem é a mesma do E, mas foram os gregos que inventarama letra F, tirando um degrau da escada.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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facéciaDito que fica a meio caminho entrea graça e a zombaria; na gíria, equi-vale a tiração de sarro.

O sonho de um lugar perfeito

Estávamos sentados na varanda de minha casa, três amigos e eu,discutindo sobre a pelada que tínhamos acabado de jogar na rua.Um comentava com o outro que não achava justo a vitória do timeadversário, conversavam, brigavam e falavam todos ao mesmo tempo.

Foi quando eu comecei a falar um assunto que, na opinião dosoutros, era um tanto bobo, mas aos poucos todos foram gostandoe começamos a discutir sobre o melhor lugar do mundo. Cada umcom sua opinião, quer dizer, cada um possuía várias opiniões e,na verdade, eu ouvia e achava-as “legais”. Minha mãe, que esta-va no escritório e ouvia a conversa, achou o papo interessante.Então, nos convidou a entrar. Sentamos em volta da mesa, e elapropôs um debate.

Assim, começamos a conversa por volta de 15h, e o tempo foipassando, a discussão ficava cada vez melhor, cada um de nós,mas brigando, comentava sobre seu lugar predileto, mostrando asfalhas existentes nesses lugares – afinal, nada é perfeito.

O papo foi ficando cada vez melhor, e cada vez aumentava adiscussão.

Citarei alguns exemplos: um amigo disse que o melhor lugarseria uma praia de nudismo cheia de “famosas peladas” e que nãopoderia faltar a Juliana Paes. Todos nós rimos na hora, mas você,leitor, há de concordar comigo que a idéia é muito legal.

Já o outro falou que o melhor lugar seria na beira de uma lagoa,para que ficasse ali tranqüilo, relaxando o dia todo.

Para minha mãe o melhor lugar do mundo seria a biblioteca.Ninguém concordou, mas se ela acha isso, não podemos fazer nada;afinal, a biblioteca é legal, sim. No momento em que ela disse queo melhor lugar poderia ser qualquer um se estivesse com um livrona mão, fiquei imaginando se ela estivesse na segunda guerramundial, no campo de concentração, lendo um livro de Machadode Assis. Seria nada legal, né?

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76O terceiro comentou que para ele o melhor lugar seria um show

de hip-hop. Olha só, poderia até ser melhor, mas para a maiorianão seria o melhor lugar do mundo; respeitamos sua opinião.

Finalmente chegou a minha vez de falar e fiquei até emocionado,porque para mim o melhor lugar do mundo seria o Maracanã emuma final do campeonato carioca, de preferência um clássico entreFlamengo e Fluminense, o famoso Fla-Flu, um dos maiores clássi-cos do mundo. Fiquei sonhando com o estádio cheio, bonito, colo-rido: de um lado, verde, vermelho e branco; do outro, vermelho epreto. Ao final do jogo, o Fluminense ganha por 3 a 1. Eu vendomeu time ser campeão. No lugar que para mim poderia ser o melhordo mundo também acontecem coisas desagradáveis, como: torce-dores que saem quebrando carros, ônibus, brigando, fazendo ba-gunça, muitas vezes pessoas até morrem nesses grandes confrontos.

Mas voltemos ao bate-papo. A tarde passou rapidamente, anoite foi chegando e ainda estávamos discutindo sobre os melho-res lugares do mundo. Durante a conversa percebemos que cadaum possui sua opinião, seus sonhos e suas idéias. Afinal nãosomos iguais, não temos os mesmos pensamentos.

Assim nos despedimos. Meus amigos foram embora, e eu fuitomar banho, lanchar e depois dormir, porque no outro dia le-vantaria cedo, pois haveria aula. Fiz tudo isso e fui deitar. Deiteie fiquei pensando em toda aquela conversa. Pensei e pensei muito,pensei tanto que cheguei a uma conclusão: que o melhor lugar domundo é o que cada um de nós imagina. Portanto, se a praia denudismo fosse o melhor lugar do mundo, não poderia haverhomens; se a lagoa fosse o melhor lugar do mundo, não poderiaexistir a perda de peixe ou de anzol; se a biblioteca fosse o melhorlugar do mundo, não seria um lugar de silêncio, e sim um local dediscussão; se o Maracanã fosse o melhor lugar do mundo, nãodeveria ser palco de tanta violência e morte.

Afinal, o melhor lugar do mundo quem deve fazê-lo somos nós.Se quisermos, podemos tornar a praia, a lagoa, a biblioteca e oestádio nos melhores lugares do mundo. Basta querer e fazer.

Publio Matheus Souza Verona14 anos

Conselheiro Lafaiete (MG)

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facúndiaFacilidade para discursar; eloqüên-cia, loqüela.

Palavras são o desabafar da

alma, o sobreviver das espé-

cies, a forma de comunicação

das pessoas.

Lucas Souza de Castro11 anos

Salvaterra (PA)

fadárioDestino. Aquilo que está fadado aacontecer.

Somos a herança de nós mes-mos; somos o que construímos.

Luci Dalva Forkel dos Santos47 anos

Novo Hamburgo (RS)

faláciaAfirmação falsa ou errônea.

Quando eu era pequena penseique ainda existiriam dinossau-ros, mas não; eles foram emboracom a poluição do mundo.

Louise Roberta Tremarin Livinalli9 anos

Anchieta (SC)

falaçoBoato, rumor, intriga, mexerico,fofoca; diz-que-me-diz-que.

Uma coisa boa e futriqueira éa fofoca, tem horas que nosajuda a ter o que queremos, sóque tem horas que destrói fa-mílias, paixões, amores... Dependedas palavras que usamos parafazê-la.

Jean Carlos Gonçalves Silva10 anos

Tapuirama (MG)

FfarturaAbundância, grande quantidadede tudo.

No mundo de tudo se tira:sentimento de liberdade, aven-turas, mar, pôr-do-sol na praiaou na montanha, campos floridos,pássaros e borboletas voando,cachoeiras, expressões de cari-nho, o sorriso de uma criança,nossa casa, brisa da manhã, fé,emoções, momentos de felici-dade e principalmente coragemde dar os primeiros passos paraconstruir um mundo melhor.

Maria Socorro Almeida Torres15 anos

Ararendá (CE)

fatorAlgo que contribui para se chegara um resultado.

Umas alertadas básicas

mudam o mundo inteiro e o

dia também!

Mara Juliana Soares de Oliveira10 anos

Jaguaribe (CE)

fere-folha Pessoa buliçosa, irrequieta.

Eu já estou crescendo e pas-sando para a adolescência, porisso solto minhas palavras nomundo; estou começando a enten-der o mundo, eu faço parte domundo, tudo faz parte domundo. O mundo é um saco; estu-dar, então! É uma verdadeirachatice, acordar cedo, fazer tra-balho, entra e sai, não tem temponem de se coçar, e faz trabalhodisto e faz daquilo. As outraspessoas falam que tem que serde um jeito, e eu acho que tem queser de outro.

Emilli Roberta Souza Pereira10 anos

Salvaterra (PA)

festançaGrande divertimento; festa muitoanimada.

Um dia bom e um mundobom é ir para a casa dos avós,fazer festas com os amigos emtodo canto. É marchar no 7de setembro com as roupas deguerra, ir às festas juninas,as de fim de ano, porque ascrianças brincam no parque,em brinquedos altos ou baixos,divertidos e invocados.

Fernanda Beatriz Gomes Ferreira9 anos

Martins (RN)

FfluênciaFacilidade de correr, de fluir, deseguir o fluxo, de fazer algo semtensão.

Pensei num barco, qual barcoeu seria? Um navio de guerra, umnavio-fantasma? Não! Seria umajangada e deixaria a água e o ven-to me levar. Bom seria nascer coma inteligência de um ancião e, nodecorrer da vida, saber crescer eviver melhor, e quando chegar àvelhice, brincar como uma criançae morrer feliz, sem nada a temer.

Larissa Bortoletto Pezzo15 anos

Santo André (SP)

fonteNascente de água ou ponto ondealguma coisa se origina (até mesmoum boato ou uma informação). Ori-gem, causa.

Quero ver que jóia substitui-rá o ar puro, que maleta cheiade dinheiro comprará novasárvores, que mansões serãocapazes de nos oferecer água.

Sayuri Suguino Machado Velho15 anos

Suzano (SP)

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78feéricoQue diz respeito ao mundo das fa-das, ou às próprias fadas. Tambémé usado com o significado de má-gico, maravilhoso, deslumbrante.

O mundo é uma bola de maravilhas

O mundo é uma bola de maravilhas feita com alegria, amor, paz econfraternização. Existem pequenas coisas que fazem a gentefeliz, como a natureza repleta de árvores, que nos dão frutos e arpuro, e não podemos esquecer os estudos, que fazem a gente ler,escrever e aprender novas línguas, e a amizade, que faz a genteconhecer pessoas diferentes, de vários tipos: antigas e modernas.

A riqueza do nosso país deve ser investida nas crianças, poiselas serão o futuro do país e até mesmo do mundo. Para que elassejam pessoas importantes no mundo em que vivemos, todos têmdireito a conhecer uma fazenda, respirar o ar puro do campo, tirarfrutos das árvores, ter um animal de estimação para fazer com-panhia, ter um trabalho digno, escolas para todas as crianças – emoutra linguagem, na escola do futuro da Terra.

Existem vários momentos de alegria na vida de cada um: onascimento de uma criança, imagens da natureza, quando senti-mos a brisa agradável, o canto dos pássaros, músicas, brincadeiras.A natureza tem paisagens lindas, como o pôr-do-sol. Adoro osseres vivos; afinal, eu sou um ser vivo. Acho lindo o movimentodos pássaros voando no céu, livres. Em nossa vida há diversascoisas, e é isso o que torna o mundo belo. Você já imaginou se tudofosse do mesmo tipo? Se tudo fosse igual, o mundo não seria tãobelo como é.

Precisamos neste momento de preservar o nosso planeta, aman-do uns aos outros, cuidando da natureza. Cada pessoa tem o seupróprio mundo. O meu é cheio de estudos, brincadeiras.

José Enrique Pereira de Andrade8 anos

Jurema (PE)

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filigranaUm trabalho delicado, que se fazentrelaçando e soldando fios deouro ou de prata. Outros trabalhosdelicados, feitos com empenho, cui-dado, carinho, entrelaçando peque-nas ações que valem ouro, tambémpodem ser chamados de filigrana.

A história de Zé Carinho

Zé Carinho é o moleque mais louco do Morro do Girassol. Armapra ele é um pincel, uma bala e um cavaquinho. O pincel é o arco-íris de dignidade com que ele pinta – embeleza os barracos dessafavela. A paixão pelas cores ele continua no uniforme que crioupara o Girassol Futebol Cultural Clube. Preto, dourado e laranja,“porque a gente é na maioria negão e adora a beleza do sol!”,brada com orgulho o neguinho Zé.

Dourado é também do símbolo dessa quebrada, a flor de giras-sol que ninguém vê há anos por ali. Dourados são os sorrisos datorcida a cada gol de placa do time, claro, de Zé Carlinhos. E eleainda puxa a festa das vitórias com seu cavaquinho em sambascontagiantes. E a festa prossegue a semana toda, de noite, comaulas de música e português que o Zé dá no clube.

Pena que volta e meia um soldadinho do tráfico pede a mesmacoisa, “vamos passar fogo nesse moleque!” A inveja é enorme,pois o Zé não quer saber de droga e crime, e ainda estuda e tra-balha pros magnatas lá de baixo!

Sorte do Zé que o chefe do pedaço, Tião Escuridão, é bandidomas não burro. Protege o menino que sabe ser o herói das pessoasdo bem, a maioria da comunidade. Sabe que o garoto é a esperançade quem sonha com uma vida melhor. E o povo tá sonhando gos-toso depois que o Zé conseguiu que seu patrão da cidade cons-truísse um centro cultural e profissionalizante (com biblioteca etudo!) no morro. É não é que alguns jovens já conseguiram seguiro exemplo do Zé e também arrumaram empregos e um futuro?

Assim um dia o crime foi diminuindo no Morro do Girassol. Osminimarginais foram trocando as armas por pincéis, bolas (não sóde futebol, mas de basquete, vôlei e handebol; é, o Zé trouxeclínicas de campeões para o morro), cavaquinhos, violões, guitar-ras e computadores. O mais incrível: um dia a cidade começou asubir o morro, as elites lá de baixo perceberam que a favela eraagora da paz. Sim, Tião Escuridão virou Tião Sorrisão, só queriasaber da beleza da arquitetura colorida, do futebol e da música domorro que ensinava que um mundo melhor era possível.

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80Um dia gritos desesperados invadiram o morro: “Mataram Zé

Carinho!”Poderia ser o fim. Só que gente pobre e rica da cidade toda

subiu o morro. Foi assim que um morro inteiro tomado porgirassóis marcou o enterro – nascimento mais bonito que o mundojá viu. Nasceu assim um mundo melhor.

José Augusto de Aguiar Costa38 anos

São Paulo (SP)

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fortuitamenteOcasionalmente, de vez em quan-do, por acaso.

O mundo é bom, mas não é

todos os dias que é bom.

Sheila Maria Silva dos Santos12 anos

Icapuí (CE)

fozOnde um rio termina, o que podeser no mar, num lago ou em outrorio; desembocadura, embocadura.

O melhor lugar do mundoexiste no meu bairro, onde omar encontra o rio e, logo queamanhece, os pescadores saempara pescar, navegando ao encon-tro do sol que está acordando.

Riana Francisca Marques10 anos

Navegantes (SC)

FfraternidadeIrmandade e também amor ao pró-ximo. Convivência muito próximae em harmonia.

O país e a comunidade serão omelhor lugar do mundo quandotodos oferecerem aos seus seme-lhantes o mínimo de dignidade.

Pauleane de Amorim Batista15 anos

Formosa Rio Preto (BA)

FfrugalidadeModéstia, parcimônia; qualidade dequem se contenta com pouco parase alimentar. Originalmente, a pa-lavra frugal se aplicava a um serque se sustenta de frutos.

Para que gastar rios de di-nheiro com viagem para a Grécia,Egito, Paris, se os livros nosfazem viajar para esses lugaressem sair de casa? Para quecomer aquelas comidas japone-sas caras se a macarronada damamãe já está na mesa? Paraque nos entupirmos de gordurase doces se o pomar está cheio defrutas? É verdade que tudo isso émuito legal, mas essa oportu-nidade é de poucos, e nós ficamosonde? Que tal valorizar o quetemos em vez de afundar em ummundo que não é nosso?

Sthéfane Batista Vieira14 anos

Urbano Santos (MA)

fruiçãoGozo, posse, usufruto, aproveita-mento.

A natureza nunca cobroualuguel, mas está pronta paranos despejar.

Bruna Aparecida Miranda13 anos

Curitiba (PR)

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Os primeiros escribas se haviam inspirado na corcova do camelo(guimel) para fazer o C. Os romanos fizeram uma pequena mudançapara representar um som um pouco diferente, e assim surgiu o G.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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gaioPode ser alguém que fala ou cantamuito; pode ser também sinônimode alegre, jovial.

O melhor lugar do mundo

Está localizado entre belas serrasUma delas é o cruzeiro Que em abril atrai rameiros Este lugar possui mata nativaComo toda matéria vivaAqui a água é abundanteQuando se fala na fonte grande

As frutas de dezembro e janeiroSão a manga e o cajuEm março e abril, cajá, umbu

As pessoas deste lugarConversam na praça ao luarTodas as festas realizadas na cidadeSão desempenhadas com dignidadeUm exemplo: o típico São JoãoQue em junho atrai a populaçãoPara dançar no palhoção

Esta terra tem farturaE também culturaDescendentes de índios PankararusEsta terra se chama Tacaratu.

Adriana Barbosa Alves de Souza16 anos

Tacaratu (PE)

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86geometrizarDar forma geométrica a algumacoisa.

Agora, uma descoberta fas-

cinante: o Brasil é cheio de

formas geométricas, tem pro-

blemas retangulares, discutidos

em mesas redondas por tantos

quadrados.

Juliana Aparecida Maia11 anos

Araras (SP)

globalização Na segunda métade do século XX, aseconomias e as sociedades de muitospaíses do mundo foram se aproxi-mando, reunindo e combinando naprodução e na comercialização demercadorias e serviços, e tambémna disseminação de informações.Isso se chama globalização. Com ela,formou-se um mercado mundial eveio a impressão de que o mundoficou menor do que antes.

Mas o que eu sei sobre osEstados Unidos é que lá temguerra, é violento e tem neve.E a Alemanha, pelo que eu sei,lá é lindo, lá tem muita neve enão sei se lá tem guerra. Eusei disso porque a patroa daminha mãe já foi lá, ela atétrouxe um game boy para asfilhas dela. Nossa, eu fiqueisurpreso quando a minha mãedisse isso, pois lá é barato.

Thiago Igor Santos Rosalino9 anos

Itapecerica da Serra (SP)

Quero que todos saibam quebusco uma identidade para podersituar-me diante da sociedade eanseio por melhores dias. Nuncadesistirei de pedir que me ouçam,que me vejam como alguém que querum lugar no universo, que antesda globalização era tão grande.

Maria de Fátima Fabrício da Silva15 anos

Araçoiaba (CE)

glossárioConjunto de palavras de uma língua,de um assunto ou de uma obra.

Palavras não só descrevemcoisas, contam estória ou regis-tram fatos; palavras comprome-tem; há também palavras quemanipulam, palavras que instruem,fazem refletir.

Milena Lara Reis Ferreira14 anos

Belo Horizonte (MG)

gradaçãoAumento ou diminuição que acon-tece passo a passo, pouco a pouco,ou seja, de grau em grau.

Não podemos fazer do plane-ta o melhor lugar do mundo,mas podemos fazer dele, acada dia, um lugar melhor.

Vanessa Antônio Maurício19 anos

São Gonçalo (RJ)

gradualQue não acontece rapidamente, esim passo a passo; gradativo.

O melhor lugar do mundo não

se acha, se constrói, dia a

dia, minuto a minuto.

Eder Dias Costa Júnior34 anos

Colatina (ES)

grafiaManeira de escrever; sistema deescrita para a representação deuma língua.

Que é bom sentir-se criança,observando as letras saírem daponta do lápis...

Tatiane Taíse Gehrke22 anos

Agudo (RS)

GgramáticaNa língua grega, grammatiké é“arte de ler e de escrever”. Estudargramática é estudar as regras deuma língua, para falar e escrevermelhor.

Por muitos anosnuma prática equivocadaensinei gramáticapura e dogmáticaensinei sujeitos, predicadose outras regras sintáticas.Hoje, tenho um novo olharCapaz de conjugarEm todos os tempos e

contratempos possíveisO verbo AMAR.Bernadete Mônica de L. Valadares

48 anosFelixlândia (MG)

GgratidãoReconhecimento por um benefíciorecebido; agradecimento.

Na minha casa tem o Thiago,meu sobrinho, que agora batepalminhas e faz cara engraçada.Minha vida é muito importante eeu sou feliz.

Patrícia Aparecida Freitas da Silva16 anos

Resende (RJ)

Mãe, muito obrigada pelaeducação que me deu. Eu agra-deço porque faz meu mundomuito bom.

Heloísa Assumpção da Silva9 anos

Tarumã (SP)

G

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grudeGrude é cola, é coisa que gruda,mas, na fala popular, também éafeição, carinho, ligação forte.

Pela lei da Física, todo

corpo tem que ocupar um lugar

no espaço e no tempo. Assim

estamos nos locomovendo de um

lugar para outro, sem importar

a distância entre os dois, e,

pela constante mudança, nos

afeiçoamos a alguns lugares

mais que a outros.

Wagner Nunes Martins17 anos

Trairi (CE)

gulodice Coisa muito apetitosa; guloseima,lambiscaria, paparicos.

O mundo perfeito pra mimseria cheio de montanhas feitasde sorvete, rios de refrige-rante e selvas de pirulitos.

Flávio Madeira Miranda Filho9 anos

Salvador (BA)

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h H h H h H h H h H

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Uma cerca, no Sinai, era heth. Foi esse o desenho que deu origem aoH, depois de muitas voltas e cortes.

sinai fenícios 1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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hábitatPalavra que vem do latim habitat(ele habita), refere-se ao lugar emque vive um organismo ou umapopulação, incluindo todas as suascaracterísticas ecológicas.

Bom dia, mundo bom!

Hoje eu acordei muito bem, estou muito feliz.Fui olhar na janela e percebi um aspecto bom. As árvores es-

tavam floridas e cheias de frutos.O ar estava puro, sem contaminação. As águas estavam cristali-

nas. No quintal da minha residência não tinha mais poluição. Olixo estava no lixo para ser reciclado.

O esgoto já não caía mais nos rios; era tratado e transformadoem gás e não poluía mais.

Os pássaros estavam se divertindo no mato. Os animais estavamcontentes porque os pastos estavam verdes.

Eu percebi que o mundo estava muito e muito diferente.Olhei para dentro da minha casa e vi a minha família em volta

da mesa, tomando um chá muito quente e também conversandocoisas alegres. Meus irmãos estavam brincando contentes, saben-do que o mundo era bom. A televisão anunciava o fim do aque-cimento global.

O vírus HIV não existe mais, e as doenças transmissíveis rece-beram cura.

A violência, que era o grande problema do mundo, não existiamais.

Observei que os alimentos não estavam contaminados e a saúdeera melhor.

Notei que havia trabalho para todos.Não havia mais pobres nem ricos. A corrupção foi banida. O

preconceito racial acabou. Os povos estão em paz, e não existemmais guerras.

Mas nesse momento eu percebi que eu estava sonhando eacordei assustado, porque minha mãe me chamava.

A realidade não é como eu sonhei, mas poderá ser melhor.

Jonathan 15 anos

São José do Rio Preto (SP)

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92haicaiTipo de poema japonês com trêsversos, sendo dois de cinco sílabase um de sete.

Já não sabemos

o que respiramos

nem a que aspiramos.

Lívia Francisco Lopes11 anos

Formoso do Araguaia (TO)

HharmoniaProporção, boa combinação, or-dem, simetria; acordo, conformi-dade; paz e entendimento. Suces-são agradável de sons.

Outra coisa muito difícil deacontecer é a igualdade entreos homens e as mulheres. Paraisso é preciso que os homensdeixem de lado o seu machismoe seu egoísmo e que as mulhe-res deixem de ser mandonas emetidas. Aí, sim, haveria igual-dade entre os homens e as mu-lheres do Brasil.

Débora Azevêdo de Oliveira11 anos

Carbonita (MG)

heteróclitoQue se desvia das regras habituais;singular, excêntrico, extravagante.

... dependendo do momento e,quem sabe, da companhia, o me-lhor lugar do mundo passa a serqualquer esquina , qualquerponto, qualquer minúsculo lugarinsignificante ou não, limpo ousujo, arrumado ou bagunçado;numa fração de segundo aquelecantinho oferece momentos degrandes felicidades inesquecíveis.

Flávia Moreira de Souza17 anos

Berizal (MG)

hexaedroUm hexaedro é um poliedro de seisfaces. E um poliedro é um sólidoque tem faces planas. E um sólido éum corpo que tem três dimensões:altura, largura e profundidade.

Se abstenha de seis pecadoscapitais. Conserve a gula. Se fartedo bem viver.

Tania Maria Moretti B. dos Santos56 anos

Rio de Janeiro (RJ)

hiatoIntervalo, lacuna, fenda. Inter-rupção.

Fui então internado num cen-tro de recuperação longe da ci-dade na qual morava. Durantetrês meses. Embaixo de um péde ameixa era o melhor lugar.Lá eu refletia sobre tudo oque estava acontecendo.

Jonas Heidrich15 anos

Pomerode (SC)

HhígidoDo grego hygiés (são, saudável)veio hígido, que significa “relativoà saúde”. O que tem higidez ésadio, são.

As pessoas do meu bairro

têm que aprender a cuidar de

onde elas moram, para que

evitem doenças, acúmulo de

lixo, desmoronamentos e inun-

dações. Se a pessoa não

cuida do seu ambiente, como

poderá preservar e não poluir

o que é de todos?

Josiane Aparecida de Oliveira10 anos

Itapeva (SP)

Acredito que tudo começapela higiene, pois se lavarmosas mãos antes de comer, depoisde usar o banheiro e tomar banhotodos os dias, já vai ser umaforma de prevenir as doenças. Sevocê é educado dessa forma comcerteza irá se preocupar com omeio ambiente onde vive.

Jackselem dos Santos Pontes12 anos

Itapeva (SP)

HhistóriaNarração e conjunto de conheci-mentos sobre os fatos ocorridosna vida de um povo ou de toda ahumanidade.

Esses fatos não acontecem sóno hoje do presente, mas jávinham acontecendo mesmosem tanto avanço no hoje dopassado. E sem dúvida, comoestá previsto, prejudicandoainda mais o hoje do futuro.

Rose Maria da Silva14 anos

Altinho (PE)

HhospedeiroQue hospeda, que dá abrigo.

Chego à conclusão de que temosque respeitar o “melhor lugar domundo” de cada um e, assim, quemsabe consigamos construir apenasum lugar, que não será o melhor,pois será único, porém hospedeiroe complexo.

José Guilherme Pimentel Joaquim16 anos

Mogi Mirim (SP)

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holismoEsta palavra vem do grego hólos,que significa inteiro, homogêneo,não dividido, completo. Holismo éa idéia de que tudo no Universoestá relacionado e interfere emtudo, e, por isso, as coisas não de-vem ser vistas como separadas. Oser humano, portanto, também éum todo, e não uma junção departes separadas e independentes. As minhas palavras

Sem temor, eu solto as minhas palavras no mundo...Palavras que são friasComo o último sopro de vento do Ártico.Palavras que são chamuscantesComo o fogo que destrói as matasPalavras que são singularesComo o pensamento de cada homem.Palavras que são pluraisComo os aglomerados indefesos que morrem em vão.Palavras que são cortantesComo a lâmina do machado que devasta as florestas.Palavras que são rarasComo o animal prestes a ser extinto.Mas também solto palavras doces...Doces como o cheiro das flores do campo.São palavras como a fé,Fé de que o homem possa se conscientizar.São palavras esperançosasA esperança de um mundo melhor.São palavras que esquentamComo o agasalho para quem tem frio.São palavras que alimentamComo o pão para o miserável.São palavras guerreirasMas de uma guerra sem armas, uma guerra do bem.E por fim... São palavras que vêm do coração, porque nada é mais

importanteDo que um coração que sabe amar os outros e o mundo, como se

tudo e todos fossem um só.

Cláudio César Palheta da Costa Júnior14 anos

Parauapebas (PA)

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i I i I i I i I i I

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De YAD, que quer dizer “mão”, nasceu a letra I. O que no início eraum braço foi se simplificando cada vez mais, até virar um traço verti-cal na Grécia, assim prosseguindo até chegar ao I de hoje. O pontinhodo i minúsculo surgiu para marcar a diferença quando apareciamdois is juntos: I i .

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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idéiaRepresentação mental; imagem. Projeto, plano, invenção, criação.Opinião, conceito, juízo.

Escrevo ainda para não me

sentir abafado pelas minhas

idéias, pois é um empurra-

empurra no meu pensamento,

milhares de idéias furando

fila para poder sair e ver se

serão bem aceitas no mundo.

Gabriel Luís Gusmão Maciel12 anos

Lima Duarte (MG)

IidentidadeConjunto de caracteres exclusivosde uma pessoa, como nome, idade,estado, profissão, sexo, defeitos fí-sicos, impressões digitais, etc.

Eu tenho muitos sonhos. Umdeles é ser médico para salvarmuitas vidas. O meu outrodesejo é ser astronauta paraconhecer o universo e a luatambém. Queria ser escritorpara ficar conhecido no mun-do. O meu livro preferido é“Marcelo, marmelo, martelo”.Mas agora o que eu quero mes-mo é ser eu mesmo.

Iago Duarte Milhomem12 anos

Santana do Araguaia (PA)

Para mim, não tem ninguémigual a mim. Isso é bem lógico quenão... Teve um tempo em que euqueria entender por que as rosaspossuem espinhos, mas iria acabarcaindo em depressão.

Jaqueline München Heck 14 anos

Feliz (RS)

IigualdadePropriedade de ser igual; paridade;uniformidade, identidade. Eqüi-dade.

O homem e a mulher devem terigualdade. Por exemplo: só temhomem bombeiro, mulher tambémdeve ser bombeira; só tem presi-dente homem, ainda no Brasil nãoteve nenhuma presidente mulher.Isso não deve continuar assim.

Adrielli Ruas da Silva Lacerda9 anos

Itapecerica (SP)

iliteratoIletrado; que não aprendeu a ler eescrever; analfabeto.

O que é conhecer as ruas deuma cidade grande e não sabercomo se anda pelos estreitoscaminhos do dicionário? Comoserá sofrer com a violência, atémesmo domiciliar, e sobreviverdo que produz e propriamentetentar vender, e não compreendero doce bolero das palavras, oharmonioso conjunto de letrasdas lindas e clássicas histórias?

Thaís dos Santos Duque13 anos

Valença (RJ)

imêmoreEste é um jeito poético de dizeresquecido.

Será que esse lugar já exis-

tiu? Um lugar longe da

injustiça, pobreza, fome e

desigualdade, e que nós mes-

mos destruímos? Será que

esse lugar ainda está por vir

e depende da minha força de

vontade e desejo de lutar?

Ruan José de Arruda14 anos

Cajati (SP)

imoO lugar mais fundo; o íntimo.

O mundo. Não. Os mundos.Às vezes, pensamos que existesó um lugar ou um mundo.Aquele, o mundo de “todo mundo”.Mas lá no fundo, lá no nossointerior, sabemos que existe omundo de cada pessoa, onde ape-nas ela sabe, sente, pensa, vive.O mundo em que ela se refugia,se sente segura, tem suaspróprias intenções, opiniões,seus próprios pensamentos,segredos, vícios, sentimentos.

Paola Raíssa Militz12 anos

Três Passos (RS)

Algumas palavras são ditas“da boca pra fora”. Mas ou-tras exigem muito empenho econcentração. A verdade é quecada palavra tem uma essên-cia, e a palavra que tem aessência mais bela é Amor.

Marcela Cardoso12 anos

Santo André (SP)

imposturaEmbuste, intrujice, coisa feita parailudir com intenção de prejudicar.

A tal da corrupção é um jogoda mentira, deslealdade com opovo, egoísmo com todos.

Ana Clara dos Santos10 anos

Bento Gonçalves (RS)

in locoExpressão latina que quer dizer“no lugar”.

Ponte Alta existe e eu moroaqui.

Claudimar Pereira de Oliveira11 anos

Babilônia (MG)

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98implexoDo latim implectere, que é entre-laçar, nos vem essa palavra quesignifica enredado, emaranhado,entrelaçado, complicado. Por ex-tensão, envolvido e enredado tam-bém são sinônimos de implexo.

Solto minhas palavras no mundo

Falo o que penso, o que sinto, o que quero que aconteça, que orespeito à vida prevaleça!

O efeito estufa está se intensificando, o aquecimento global égarantido. É o fim! Sobrou até para o Kilimanjaro. A camada deozônio, coitada, tem mais buracos que uma peneira.

Na terra, na água ou no ar, lá estão os homens para desmatar,poluir, matar!

Eu? Também não faço grandes coisas. É triste, mas é a maispura verdade. Todos são culpados, o que varia é o tamanho da cul-pa. Só quando unirmos, eu e você, ricos e pobres, sem distinção,cada qual lutando pelo seu pão com dignidade, é que conseguire-mos limpar o salão depois de tantos anos de festas inconseqüentes.Depende de todos, assim como fizeram as formigas que conse-guiram acabar com as folhas do pé de laranja da minha casa.

Há pessoas que gostam muito da natureza e apreciam ver as flo-res virar frutos, amam o amor lambido das vacas pelos seus be-zerros e amam mais ainda o churrasquinho do final de semana,mesmo sabendo que os puns e os arrotos dos gados liberammetano, um dos grandes amigos do aquecimento global, que, porsua vez, é um dos grandes inimigos do século XXI.

Ainda existem pessoas que acreditam em uma sociedade inclu-dente, ambientalmente sustentável. Espero que elas também nãoacreditem em Papai Noel!

Vou te contar um segredo. Sabia que o planeta é nosso? É issoaí, todos têm um pedaço de mundo, recebemos recados da vidapela natureza. Você não sabia? Quase ninguém sabia? É verdade,porque se todos soubessem não destruiriam o que lhes pertence.

Depois de brincar com o que é sério, solto minhas palavras nomundo: “Se demorarmos muito para mudarmos nossas atitudes, avida neste planeta vai ficar mais difícil do que prova de matemática!”

Juan Guilherme da Silva13 anos

Poços de Caldas (MG)

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inadvertência Imprudência, imprevidência, des-cuido, negligência.

Os mais velhos dizem: “No

meu tempo não era assim”.

Mas o que mudou de lá para cá?

Inovação, tecnologia, inversão

de valores? O que, afinal, nos

separa do mundo razoavelmente

pacífico que existiu séculos

atrás? Pode ser que tenhamos

deixado escapar alguma lição

importante e hoje vemos o

reflexo disso numa sociedade

cada vez mais dividida.

Mariana Cristina da Silva Canhoto16 anos

Mogi das Cruzes (SP)

incitaçãoIncentivo, estímulo.

Enquanto vivermos enfren-tando problemas como desafiose não como castigo, qualquerlugar pode se tornar o melhore se transformar num sonho.

Mario Roberto S. Theodoro Junior16 anos

Itapetininga (SP)

inconhoEssa palavra da língua tupi indicaum fruto que nasce grudado comoutro e pode ser usada também paraoutras coisas muito ligadas entre si.

São pessoas que perdem a saúdepara ter dinheiro e logo em seguidaperdem o dinheiro para ter saúde.Ana Carla dos Santos Lopes da Silva

13 anosMauá (SP)

Iincumbência Obrigação, dever; encargo.

Eu quero construir um mundomelhor para quem vai ficar parao futuro. Mas não vou só pensarem fazer, temos que fazer. Aindasou criança e quero viver comocriança; por isso, vou deixarpara os adultos essa responsabi-lidade. Vou ficar observandoe fazendo a minha parte e àsvezes cobrando dos meus amigos.

Jónata Emanuel Santana Leite10 anos

Conselheiro Pena (MG)

indelévelQue não se pode apagar nem des-truir, que marca para sempre.

Essas palavras ruins são

simples, mas deixam marcas

não exteriormente, como um

tapa ou um chute, mas por

dentro, interiormente, onde o

estrago é maior, fazendo com

que [a pessoa] se isole inclu-

sive do mundo que a cerca.

Joel Cipriani13 anos

Carlos Barbosa (RS)

Palavras, o que deveriam ser?Apenas um som que sai danossa boca ou algo que marcapara sempre?

Jaine Esser13 anos

Manoel Ribas (PR)

IindignaçãoSentimento de não-aceitação, derevolta, despertado por algumacoisa que a pessoa acha indigna.

Há 13 anos eu vivo aquiE algo vem acontecendo:26 milhões de crianças

morrerame pelo visto continuam

morrendo.Raphael Rodrigues Pompeu

13 anosSão Gonçalo (RJ)

Eu estou indignada com o que ogoverno faz e com o que não faztambém.

Juliane Cordeiro7 anos

União da Vitória (PR)

individuarDistinguir, individualizar, fazer ouser de um jeito que é peculiar auma só pessoa.

O melhor lugar do mundo é

onde eu não precisar ser nin-

guém além de mim mesma, o

que é uma tarefa difícil em um

mundo que sempre quer nos trans-

formar em algo que não somos.

Gabriela Galdina dos Santos17 anos

Guarulhos (SP)

índolePropensão natural; tendência etemperamento; caráter.

Somos hospitaleiros, faze-mos piada de nossa desgraça eenfrentamos nossos desgostossambando.

Jéferson José Custódio18 anos

Taquaritinga (SP)

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100invio Em que não há caminho; intransi-tável.

Um por todos, todos pelo mesmo

Ele é nordestino, trabalha à base de cultivo agrícola, tem cinco fi-lhos para criar, sabe qual planta melhora dor de estômago. Écidadão brasileiro, não sabe ler, levanta cedo, tem mãos calejadas.Seu nome é João.

João já passou fome por mais dias que gostaria de lembrar eteme que seus filhos tenham o mesmo destino. A escola, em suaopinião, pode esperar. A leitura também. O importante é er-radicar a fome, esse agente pestilento, que entulha o estômagocom ar e faz com que pessoas ajam como bichos. Uma mesa fartaé só o que ele deseja, sem pensar duas vezes que a miséria é glo-bal, ainda que não faltem riquezas no planeta.

João não percebe que é regido pelo sistema capitalista. A elenão interessa que o trigo que colheu faça um percurso até atingiruma fábrica, onde será manuseado por Carlos até virar farinha.

Carlos, que é carioca, divorciado, fumante, freqüentou a escolaaté o fundamental. Uma escola com defasagem no ensino, equipedocente desqualificada, falta de material didático, falta tambémde motivação. Carlos não sabe nada sobre política, mas culpa ogoverno – e somente o governo – por seu desempenho escolarsofrível. Não lembra que o sistema é democrático, não crê que seuvoto faça diferença, não procura estimular a cultura, a leitura, aqualidade de vida. Limita-se a amassar o trigo, a reclamar.

Uma vez no supermercado, a farinha é comprada por Maria,que é mulher, mãe, filha e médica. Ganha menos do que os homensde seu setor, embora tenha as mesmas credenciais. Acha normal oque não deveria achar. Ela chora enquanto prepara um bolo.Chora porque o noticiário transmite que o planeta embarcou naera do aquecimento global. Sequer lhe passa pela cabeça reduzirseu consumo de energia e preservar o meio ambiente. Chora pelascrianças africanas, esquálidas, desnutridas, vítimas de conflitosraciais. Não lhe ocorre ajudar as crianças famintas que fazem do

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semáforo moradia, os desabrigados, oferecer apoio à vizinhaaidética do 2º andar.

Fazemos todos parte do mesmo mundo. Mulher ou homem.Branco ou negro. Criança, adulto, idoso. Temos direito a direitose o dever de exigi-los. Acima de tudo, temos a obrigação de cuidardo outro, olhar pelo planeta, alçar o olho para um pouco acima doumbigo, ser cidadão e lutar, lutar muito, para tornar o nosso“mundo melhor” concreto e tirá-lo da condição de utopia.

Podemos chorar e sofrer, sim, mas não apenas chorar e sofrer.Devemos fazer algo pelo próximo, por aqueles parecidos com ele,por nós mesmos, pelo planeta. Clamar por reformas e, depois declamar por elas, participar ativamente. Fincar os pés e dar asmãos. Fazer deste planeta um lugar bom, mais do que bom. Paratodos, de todos e por todos, porque, no fim, o melhor lugar domundo é comum à Maria, ao Carlos, ao João e a todos os demais.

2° lugar

Marina Wanderley Graciano Costa17 anos

Belo Horizonte (MG)

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102influênciaAção que uma pessoa ou coisaexerce sobre outra; também ésinônimo de prestígio e poder.

Solto minhas palavras no mun-do, ressaltando a palavra EDU-CAÇÃO. Esta é a palavra-chave;só ela pode transformar esta nossasociedade.

Ian William Sasaki14 anos

Perdões (MG)

ingribaPalavra de uso popular no interiordo Rio Grande do Sul que significa“desentendimento”, “disputa”,“contenda”.

Todos estão dispostos a exigiros seus direitos, embora nem sem-pre estejam cumprindo seus deveres.

Miquéias do Prado Guimarães13 anos

Santa Cruz do Rio Pardo (SP)

inópiaFalta, escassez, insuficiência; gran-de pobreza, penúria, indigência.

Um lugar em que as pessoasnão passem fome, sede, nem sedede sonho, onde não tenha pobre-za, nem mesmo de espírito.

Suelem Patrícia Dequi15 anos

Sapezal (MT)

inquilinato O conjunto dos inquilinos, isto é,das pessoas que vivem em moradiaalugada.

A certeza de que nos tor-

namos inquilinos folgados e até

indesejados é que a própria

natureza está a se rebelar

contra nós.

Edilene Denize de Oliveira14 anos

Angatuba (SP)

Se fôssemos inquilinos domundo, já teríamos sido despe-jados há um bom tempo.

Karina Maria Rodrigues13 anos

Angatuba (SP)

inquiriçãoPergunta, indagação, inquisição.

Os jovens podem fazer reda-ções incríveis, mas e as idéiasque estamos escrevendo irão pa-ra onde? Será que vai funcionar?

Paloma Soares Alonso14 anos

São Paulo (SP)

IinsightDe repente, surge a luz que explicaalgo que antes não se entendia ounão se sabia sobre um problemaou uma situação. Isso é insight (doinglês, que significa, mais ou me-nos, “visão interior”).

É sofrido esse mundo chamadoprisão! Mas às vezes precisamosconhecer um mundo para encon-trarmos outro mundo que estavaperdido entre trevas e estrelas.

Francisco Fernandes Ribeiro47 anosLins (SP)

instigaçãoIncitamento, provocação, estímulo.

Apareceu em frente da esco-la uma faixa que dizia: “Soltominhas palavras pelo mundo”. Apartir dessas frases passamos ater idéias sobre como ajudar omundo e que palavras seriamsoltas.

Aimèe Sayuri Okada12 anos

São José dos Pinhais (PR)

IintegridadeQualidade do que é ou está inteiro,íntegro. Retidão, imparcialidade.Inocência, pureza, castidade.

País de primeiro mundo? O

mundo é um só. Para que dividi-lo?

Maya Shikida16 anos

São Paulo (SP)

IinteraçãoAção que acontece entre duas oumais coisas ou pessoas, cada umainterferindo sobre as outras.

Eu e você até parece um mito:você nunca rir de mim quandopago mico. (...) Tenha um bomdia, amigo, porque graças avocê eu sempre tive um.

Joselito de Oliveira Lima9 anos

Quixeramobim (CE)

IintercâmbioTroca, permuta.

Existem filhos adolescentes quedizem que não são ouvidos pelosseus pais. Isso quer dizer que ospais devem ouvir e dar atençãoaos seus filhos e aconselhá-los aserem pessoas mais comunicati-vas, a serem educados com aspalavras que dizem. Enfim, nãosão os pais nem as palavras queeles pronunciam que vão fazercom que eles parem e pensem.Que as palavras são apenas umconjunto de letras que eles lêem eformam uma frase.

Taylane de Abreu Alves14 anos

Mesquita (RJ)

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IinteresseA parte ou participação de alguémnum empreendimento. Vantagem,proveito; benefício. Aquilo queconvém, que tem importância.

Agora, por exemplo, estou sol-tando minhas palavras no papel,mas, a partir do momento quevocê se interessar e continuarlendo, estarei soltando minhaspalavras no mundo.

Ana Clara dos Santos Torres13 anos

Ibirité (MG)

inversãoVirada em sentido contrário ao na-tural; colocar às avessas; contra-versão; troca de ordem; alteração.

No Brasil, se não fosse aPastoral da Criança, a mor-talidade infantil seria muitomaior. E o cuidado que asmulheres da Pastoral têm comas gestantes! Na verdade,elas cuidam do Brasil maisdo que os políticos, e issotudo é o que penso e ninguémvai mudar.

Matheus Dantas da Silva12 anos

Cristópolis (BA)

irrefragávelQue não pode ser questionado nemdiscutido: incontestável, irrefutá-vel.

O computador foi inventado

para resolver problemas que

não tínhamos.

Marciane Rauber15 anos

Entre Rios do Oeste (PR)

iteraçãoRepetição.

A realidade não é como eusonhei, mas poderá ser melhor.

Jonathan 15 anos

São José do Rio Preto (SP)

103

I

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j J j J j J j J j J

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As letras J e I foram uma só durante muito tempo. Foi só nos anos1500 que se diferenciaram para representar sons distintos.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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janela Abertura na parede para entradade luz e ar. Também se usa a pa-lavra janela para indicar outrostipos de abertura.

O melhor lugar é aqui, assim

que descobrirmos em nós o me-

lhor gesto, a melhor face, a

melhor palavra. Melhor lugar não

há do que aquele no qual TODOS

se empenham em SER MELHOR.

Luís Eduardo de Almeida35 anos

Cachoeirinha (PE)

O meu país é o melhor domundo e aqui tenho liberdadepara fazer tudo que gosto:brincar e estudar. Tenho a me-lhor escola que uma criançapoderia ter e a melhor pro-fessora. Por isso declaro: omelhor lugar do mundo é ondemoro, estudo, onde existe amore liberdade. O melhor lugardo mundo é aqui!

David da Silva Dantas7 anos

Baixo Guandu (ES)

jangalamarte Um outro jeito de dizer gangorra,em Pernambuco.

Jogo minhas palavras ao mun-do, mas tenho medo do mundo noqual estou jogando. Palavras,quando atiradas com força, ma-chucam, mas o mundo machucamuito mais a quem atirou as taispalavras.

Jenifer Iagui da Costa14 anos

Itapecerica da Serra (SP)

Tenho medo de não estar maisaqui no futuro para ajudar.Também tenho medo de estar aquiquando o mundo se acabar.

Carlos Gomes de Jesus Júnior13 anos

Brasília (DF)

juvenaisAssim se chamavam os jogos que oimperador romano Nero insituiuem honra da juventude, há quasedois mil anos.

Há uma tribo, um grupo, umaespécie diferente... Seres quepossuem o dom de transfor-mar. Transformam as ruas emcenários de encontros e des-cobertas; o quarto em um san-tuário; o colégio nada mais éque a válvula de escape parao turbilhão de idéias. Seresque transformam o nada em tudoe em cuja alma lateja um dese-jo de viver. Para esses seres,o melhor lugar do mundo é opróprio mundo. Benditos sejamaqueles que em todos os lugaressão chamados de jovens.

Marília de Assis Barros16 anos

Timóteo (MG)

107

J

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108jângal Floresta, selva, mata. Nunca édemais lembrar que essas palavrastão presentes em nosso imaginárionomeiam um ecossistema de cama-das que se sobrepõem (musgo,ervas, arbustos e árvores). Graças aessa forma de organização em ca-madas, a energia solar é mais bemutilizada e os nichos ecológicos sediversificam. Também não é demaislembrar que um nicho ecológico éo modo como se organizam paraviver em seus hábitats os gruposde organismos.

São seus olhos, Isadora!

Isadora nasceu no centro de uma vitória-régia, entre botos e curu-mins, igapós e igarapés, pirarucus e matrinxãs, andirobas esumaúmas. Isadora é minha neta. Minha neta manauara. E quan-do ela nasceu o que me impressionou foi quando, uma hora apóso seu nascimento, disputando um espaço entre os muitos primos,tios e avós no vidro da janela do berçário, debrucei-me para me-lhor observá-la e deparei-me com aqueles olhinhos que devas-savam cada canto do teto do hospital, como que procurandorasgar todo aquele mistério: onde estou? Quem sou? Onde é queeu vim parar?

Embeveci-me imediatamente com a maneira com que ela olha-va, como se pretendendo atravessar aquelas espessas paredes,detendo-se em cada fragmento para dele retirar a essência. Eramolhos desarmados, límpidos, inteiros, que surgiam desnudos,assombrados, despojados das sombras do preconceito, sem asmarcas da discriminação. Uma música suave e fina me perpassou,acordando minha sensibilidade. Olhei, encantei-me, mas, comonão podia deixar de ser, atendendo aos insistentes pedidosdaqueles que mantinham a ordem, aproximadamente à meia-noitedeixei-os e fui, sozinha, para o apartamento onde meu filho,minha nora e agora minha neta moravam. Tinha vindo para delascuidar, e uma cama, próxima a um berço cheio de bichinhos depelúcia, era onde eu dormiria. Era o quarto de Isadora! O melhorlugar do mundo! Um lugar aconchegante, todo enfeitado, jácheirando a bebê, decorado carinhosamente pela mamãe e pelopapai, com cores selecionadas, aguardando com ansiedade aqueleserzinho que ali habitaria. A música, insistente, ecoava. E come-cei a divagar. Meu Deus!? Isadora chegou ao mundo! Minha ne-tinha nascera, embalada pelo encontro das águas dos rios Negro eSolimões, pelos latidos ciumentos do Nicolau, pelos suspirosansiosos do papai, pelas músicas serenas da mamãe e do vovô,

J

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pelas muitas lendas e histórias de suas duas avós, pela algazarrade seus muitos priminhos...

Mas, e o mundo, Isadora? Os seus olhos... Não adianta negar...Não querem saber de grades, de cercas elétricas, de esgotos a céuaberto, de guerras, de florestas devastadas, de rios exangues, con-taminados, de animais amedrontados, de crianças excluídas, pas-sando fome, de um consumo alienante, de tanta corrupção. Osseus olhos, Isadora, querem instaurar a paz, um outro mundo ges-tar. Querem atravessar a casca e mergulhar bem fundo. Seusolhos, que não recuam diante do céu e do mar, que tanto ousam eque são, querem romper as algemas do egoísmo, do orgulho, dasolidão. De suas órbitas tão negras desatam laços que cativam omundo inteiro... Seus olhos, seus ouvidos atentos e sensíveis,querem acolher o outro, chamá-lo de “meu irmão”. Penetrar emcada barraco e ofertar o cobertor, o carinho, o pão. São seus olhos,Isadora, disso não tenho dúvida, que prenunciam uma nova auro-ra, querem fazer do mundo um melhor lugar.

2° lugar

Sueli Terezinha Ribeiro Soares Toledo da Silva56 anos

Ilha Solteira (SP)

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J

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110jazida Depósito natural de uma ou maissubstâncias úteis, como os metais eos combustíveis naturais. Em sen-tido figurado, significa quietude,serenidade, calma.

É bom viver aqui

É bom viver aqui onde moro. Acordar todos os dias olhando paraárvores, pássaros e para o céu. O céu parece estar pertinho demim, perto da minha casa, bem perto!

Sinto felicidade quando abro os olhos e penso no que vou fazeraqui, no engenho onde moro. As coisas são diferentes da cidade,mas são melhores, porque eu vivo aqui e gosto de tudo. Minhafamília está acostumada a viver desse jeito, longe da rua. Todos osdias vemos juntos o nascer do sol, depois que o galo cantador abreseu bico.

Minha brincadeira preferida é brincar de bola de gude no ter-reiro e montar num burro manso que tem perto daqui.

A escola é bem na frente de casa, mas tem colegas da minhaturma e de outras que moram a uma hora de distância e que vêma pé para cá. São estas coisas que me fazem pensar o quanto eusou feliz. Têm amigos que moram distantes que também parecemfelizes. Acho que eles são! Seria melhor que todos morassem pertoda escola, assim eu teria mais amigos para brincar e eles não pre-cisariam sair cedo demais de casa e andar tanto!

O que precisa aqui para a felicidade ser completa é maisamizades, mas isto eu resolvo quando pego meu burro manso evisito as casas da vizinhança.

Marcos Antônio Jordão da Silva Filho10 anos

Timbaúba (PE)

J

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J A B E R J A B I M J A C I J A C I A R I A J A C I K E L L YJACINEIDE JACINTA JACKSELEM JACKSON JADYJAILA JAISON JAKELINE JALDSON JALEESAJALES JAMAIQUE JAMARIA JAMIELLE JAMISOMJANA JANDINELIO JANIELLY JAQUELANE JASMINYJAYNE JEANY JECICLEIDE JECYARA JEDA JEIROJERFESON JESSICKA JEYSSON JEYSYELLE JHADDYJHENYFFER JHOMARIO JHON JHULLYE JINNEJIORDANE JIOVANA JIRLAYNE JISELE JISLENEJISNARA JOAB JOANNAH JOAQUINA JOASJOBSON JOCIEUDA JOCIONE JODECLAN JOEDINAJOELSTON JOHANNES JOHELEM JOHN JOICYJOIEEANE JOIGNA JOINE JOISSI JOKASTRAJOLMACI JONATHAS JONICA JOQUEBEDE JORDILJORDRILLAYNE JOSAFA JOSEA JOSEANDERSONJOSIDALVA JOSIELE JOSIRENENE JOSISLENEJOSYELLE JOUBERT JOYSSE JOZELIO JOZILENEJUACEMA JUACY JUAN JUBERLANIO JUCELIAJUCELINO JUCIVAN JULIANADA JULIETY JULISJULIVANE JULLY JULMARA JULYENE JUMAJUNIA JUNNIA JURALICE JURANDY JURCILEIAJUREMA JUSCELINA JUSCINEA JUSCINEUJUSIEURA JUSIMAR JUSLEISON JUSSICLEIDEJ U S T I N E I J U V E N I L J V A N A J Y U L I A N

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k K k K k K k K k K

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A palma da mão era kaf. Por isso, o primeiro desenho dessa letratinha cinco dedos. Como aconteceu com tantas outras, o desenho girou,se inverteu, experimentou várias posições e formas até virar K.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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kamikazeEm português, escreve-se camicase.Esta palavra japonesa é formadacombinando outras duas: kami(deus) e kaze (vento). No fim daSegunda Guerra Mundial, algunspilotos japoneses foram treinadospara se jogar com aviões carre-gados de explosivos sobre os ini-migos. Por isso é que se diz que umapessoa age como camicase quandoela age como se não ligasse para osriscos. Mas há outras coisas curio-sas a respeito dessa palavra: contaa história que, há quase mil anos,um tufão (que os japoneses cha-mam de kamikaze) impediu a in-vasão do Japão pelo exército chinêscomandado por Kublai Khan. Emjaponês, kamikaze só é usado paradesignar esse tufão. É na língua in-glesa que a palavra indica um ata-que suicida de pilotos japoneses naSegunda Guerra Mundial.

Cada pessoa coloca suas pa-

lavras no mundo de acordo com

seus princpios e sua ideologia.

Um exemplo são os homens-bomba,

que utilizam a destruição para

mostrar ao mundo o que pensam,

mas eles só fazem isso porque

faz parte dos seus princípios,

e eles não encontram outra forma

de mostrar ao mundo a sua opinião.

Júlio César dos Santos Moreira14 anos

Congonhal (MG)

kangaEsta é uma palavra que lembrapraia: nós escrevemos canga (comc) o nome desse retângulo de teci-do colorido usado como saída-de-praia.

O lugar mais lindo para mimmesmo é a praia, no verão, onde agente se diverte muito, brincacom os amigos, vê a mulheradatomando banho, etc.

Maicon Rodrigo Porto da Silva13 anos

Penha (SC)

kitConjunto de peças para montar umobjeto ou de utensílios necessáriospara realizar uma determinadatarefa.

Eu gosto do meu mundinho,mas eu queria que tivesse nelepraia , cavalo marinho, foca emuita paz.

Débora Neri da Silva7 anos

Tailândia (PA)

knock-outNo Brasil a palavra já virou nocaute.Numa luta de boxe, se alguém ficainconsciente durante dez segun-dos, no mínimo, é declarado der-rotado por nocaute.

O mundo não é nada mais quea coletividade de indivíduos.Então, você não pode jogar aresponsabilidade em alguém mais;você tem que aceitar a respon-sabilidade sobre seus própriosombros. Então, no momento emque você condena alguém, lembre-se: você está condenando a simesmo. Seja lá quão indireta forsua contribuição, ela existe.

Sofia Cavalcanti Zafalon15 anos

Florianópolis (SC)

Kknow-howEsta é uma expressão inglesa quequer dizer, literalmente, “sabercomo”. Significa o domínio dosconhecimentos necessários parafazer alguma coisa.

Com meus pais solto minhaspalavras, só que nem sempre éde maneira boa, porque às ve-zes não sei interpretar gestosque na verdade são para o meubem, para minha proteção.

Gabriela Pessoa Monteiro12 anos

Salvaterra (PA)

krachA palavra é da língua alemã, e querdizer quebra, falência.

Atualmente ouvimos dizer

que as crianças são a espe-

rança para um mundo melhor.

As crianças? Aquelas que, mesmo

pequeninas, fazem esforço

para segurar uma pesada

arma? Aquelas que não pos-

suem sonhos? Como podem ser

a esperança do mundo?

Marina Fernandes Aguiar12 anos

Iacanga (SP)

115

K

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116kVASímbolo de quilovolt-ampère, me-dida de eletricidade equivalente a1.000 watts. Um watt equivale àpotência de uma fonte que forneceum joule por segundo de maneiracontínua e uniforme. E para enten-der bem tudo isso é preciso aden-trar o estudo dos fenômenos decargas elétricas, isto é, da quanti-dade de eletricidade presente numsistema, seja ele de que tamanho for.

Barriga FM - 1000 megahertz de freqüência

O melhor lugar do mundo?! Ah, claro, fica logo ali. Vire a primeiraà direita, siga em frente, segunda à esquerda, cuidado para nãoatropelar o mendigo, contorne o balão, siga adiante. Muito cuida-do nesse trecho, que vem bala aí. Desvie das balas “perdidas”.Engraçado esse negócio de bala perdida, porque se ela virou notí-cia deixou de ser perdida, é bala achada. Mas não desanime,atenção! Vermelho é pare! Olho vivo e faro fino nessa hora –cuidado com os moleques de rua que deveriam estar na escolarecebendo educação de qualidade. Ufa! Verde é siga! Vire à direi-ta. Estamos na MARGINAL – há um trecho em obras que o atrasaráem pelo menos uma hora. Devagar e sem buzina. Sai de mim,estresse... xô, xô... sai. Ligue o rádio zexizozirozizixxziz a expec-tativa agorzirizxizxizz Brasília quer abrir mais uma CPI, que,segundo a assessoria da Câmara, faltam apenas vinte assinaturas.O protesto começou por volta das...

— Tic, tac, tic, tac, tic, tac... Trimmmmm…Nossa! Que pesadelo! Ops… que é isso? Que lugar é esse? Ah,

sim, claro, como poderia me esquecer? Enfim chegamos!Apresento a você, caro leitor, meu Castelo Encantado.

Aconchegante, não acha? Apertadinho, sim, mas é meu, viu?!É quentinho, tem comida boa e tem o diferencial, aquilo que oqualifica como o melhor lugar do mundo: CARINHO! Mamãe disseque se eu for menina meu nome será Esperança. Papai torce porPlácido. De qualquer forma aqui estamos: “O MELHOR LUGAR

DO MUNDO”.

Sandra Maria da Silva44 anos

Votuporanga (SP)

K

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KACIANNA KAENA KAGRATI KAIA KAIC KAIQUE KAIROKALEB KALEL KALENA KALEO KALIANDRA KALINKALINI KALINKA KALITIANE KALLANNY KALLEDKALLINE KALLY KALUANA KALVIN KAMILLE KAMYLAKAOAN KAOANE KAORI KAREANNY KAREN KARENINAKARIA KARILINA KARIMA KARIN KARINI KARINNAKARIOLANIA KARIS KARLA KARLIANE KARLOS KAROLKAROLAINE KAROLINI KAROLTH KAROLYN KARYNKARYNA KASSIA KASSIO KASSYANE KATE KATELINKATHARINE KATHELEEN KATHERINE KATHLEENKATHLYN KATHRE IN KAT IA KAT IANE KAT IELEKATILUCIA KATINE KATIUSCIA KATLELYN KATLINKATLLY KATRI KATRICIA KATRYNN KATURE KATYELLYKAUA KAUANE KAUE KAWAI KAWAN KAYCE KAYLONKAYO KAYQUY KAYSA KEDMA KEDYMAN KEIANEKEILA KEILIANE KEILY KEISA KEITI KELE KELFRAKELIANE KELLEM KELLIDIANNE KELLIS KELLVINKELLYSON KELOREN KELRY KELVIM KELYSSONKEMI KEMYLI KENEDIR KENIT KENNETHY KENNIAKENON KEOMA KEREM KERITTY KERLENCY KERLLYKEROLEN KEROLLAINE KERSTYN KESNY KESSENKESSYARA KETELLYN KETERLY KETHINY KETLLEMKETLYN KETURAH KEVEN KEVERSON KEVILLAKEVILYN KEVIN KEWINN KEYTHE KEYTSON KEZYAK H A R O L Y N E K H E F L E K H E S L E Y K I A N E K I L V I AK I M K I M B E R L Y K I N C O Z U K I R L A K I V I A K L A R AKLAUS KLAYMA KLAYTON KLEBER KLEBERSONKLE IG IANE KLE ISON KLE IVER KLER IA KLEVERKLUYVERT KORYANDER KRICIA KRISLEY KRISTIAN

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l L l L l L l L l L

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LAMED – essa era a palavra para “aguilhão”, uma espécie de bastãousado para cutucar animais e fazê-los avançar. A mesma palavra sig-nificava ainda “aprender” e “ensinar”! A letra L não mudou muitoao longo do tempo: sempre foi parecida com uma bengala.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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LlegadoO que um povo ou uma pessoadeixa para seus descendentes.

Não podemos esquecer os cos-

tumes dos nossos antepassados,

principalmente os costumes dos

índios, que nos deixaram de he-

rança a erva-mate, o milho, a

abóbora e muitas outras coisas.

Bianca Schmitz Bergmann9 anos

Cristal (RS)

Lletra Cada um dos sinais gráficos queformam as palavras na língua es-crita. Também é o texto em versodas músicas.

A leitura é o principal cami-nho para chegarmos ao melhorlugar do mundo.

Mariza Conceição Viana40 anos

Tatuí (SP)

levidadeLeveza física. Usa-se também nosentido de destreza, habilidade.

Gosto de dar asas aos olhos e aocorpo para soltar-me no espaçocom elas.

Ana Valesca de Andrade12 anos

Porangatu (GO)

LlhanezaSinceridade, franqueza, lealdade,lisura.

Devemos ser como os poetas, oscantores; enfim, como aquelesque não se esquivam e falam,sim, aquilo que pensam, emboranão aceitem.

Joabe Ferreira da Silva13 anos

Fortim (CE)

LlidaTrabalho. O que se faz. Ocupação,esforço. Labuta.

Se em vez de só falar cadaum ocultasse suas palavras ecolocasse as mãos à obra,talvez metade dos problemasjá estivesse resolvida, poispalavras são apenas palavrase nada mais.

Antonia Lucinalva dos Santos16 anos

Jijoca de Jericoacoara (CE)

LlimiteLinha de demarcação, real ou ima-ginária, que separa dois terrenosou territórios vizinhos. Divisa,fronteira. Ponto que não se deveou não se pode ultrapassar.

Uma pessoa educada é

aquela que aprendeu a usar

a sua mente de forma a con-

seguir tudo o que deseja sem

violar os direitos dos outros.

Waldeir Rodrigues de Oliveira29 anos

Gameleiras (MG)

lindezaFormosura, beleza; primor, per-feição.

Tem gente que te chama demundo velho sem porteira, maseu te acho a coisa mais linda.

Nathalia de Souza Ramos10 anos

Mogi das Cruzes (SP)

LliteraturaArte de compor ou escrever traba-lhos artísticos em prosa ou verso.O conjunto dos trabalhos artísticosescritos de um país ou de um tempo.

Adulto, conheci mulheresmaravilhosas. Cecília, Clarice,Adélia e Elisa. Persigo-as,sinto-as, amo-as. Estão semprecomigo. Dentro de mim. Leio-me e me sinto lido. É lindo!

Robson Barbosa Cavalcanti34 anos

Rio de Janeiro (RJ)

Eu gosto de pensar na leituracomo uma espécie de encontro.

Maria Lúcia Rodrigues de Sousa15 anos

Miraima (CE)

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122lerLer vai muito além de percorrer comos olhos coisas escritas sabendo oque elas significam. Ler também épronunciar em voz alta o que estáescrito; é ver e estudar; é percebersinais, signos, mensagens, às vezesaté meio camuflados; é observar ascoisas e perceber, intuindo ou de-duzindo, os significados do que seobserva; é decifrar o mundo; écaptar os sinais de tudo para,assim, obter informações e delasse apropriar. Potência invisível

Rever os conceitos, esses absurdos, cada vez mais desnudos,desproporcionais, comuns ou obsoletos. Andar de ré para fugir deconselhos, mensagens, miragens, balas vivas (se perdidas fossemnão matariam). Descer até as profundezas de si próprio, encontrarem cada nível mental uma nova consciência moral ou antimoral,ecológica, mas totalmente livre de plágios, adágios e subterfúgios.

A potência existe na transformação a construir, pouco a pouco,sem titubear, sem contornar, porém na maior paciência impa-ciente, de mentes novas, idéias renováveis e livres, fortes e con-vincentes; de seres imbuídos na busca dos saberes necessários aofuturo da humanidade e à sobrevivência da vida na Terra.

Caminhar de mãos dadas, impulsionar a todos para o gosto eprazer da leitura e da escrita, desde a mais tenra à mais avançadaidade; estimular a convivência e a tolerância das diferenças entregerações; saber pensar antes de agir e agir em comum acordo paraalimentar a colaboração e a participação de todos nas decisões aserem tomadas.

Ler a vida e tudo o que a mantém. Ler os textos dos temposcom suas utopias. Ler o agora e escrever dizendo ao futuro que háum lugar melhor para se chegar.

Roque Aloisio Weschenfelder58 anos

Santa Rosa (RS)

L

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Llucípeta Que busca a luz; que se volta parao lado de onde vem a luz.

... desmatamento, queimadas,aquecimento global sejam ma-térias de História, Arqueologia,assim como os dinossauros e apré-história; (...) onde o conheci-mento, a cultura, não sejam só“coisa de gente metida”, sejamcomo o vento, para todos.

Betânia Soares Freitas14 anos

Duque de Caxias (RJ)

Que tal começarmos por viver

sem a “anestesia” atual? (...)

Ative um olhar investigativo e

interessado por tudo à sua volta

e sensivelmente perceba o

outro, com toda a luz e suas

necessidades. Compartilhe a

alegria e a tristeza dele.

Sandra Martins Valeriano40 anos

Araxá (MG)

lucubraçãoChama-se assim um trabalho longoe que exige paciência. Usa-se amesma palavra com o sentido de“cogitação profunda”, “reflexãoséria sobre algum assunto”.

Eu sei que o futuro é inevi-tável... Mas quando será o meufuturo? Ou melhor, quando elevai acabar? Hoje, amanhã, se-mana que vem... Sei lá, possoter um futuro brilhante, ounão... Isso é incerto...

Kennethy Deividy de Paula Gomes13 anos

Santa Carmem (MT)

luziluzirA própria palavra tem uma quali-dade cintilante. Luziluzir é brilharcom luz trêmula, lucilar, tremelu-zir, brilhar piscando.

Cada dia que ensinamos nossosalunos é valioso; é como lapidarum diamante. Parece fosco e nãodamos seu valor real, porém, nofinal do trabalho feito, ele brilha;um brilho intenso, lindo.

Andréa da Silva André38 anos

Taubaté (SP)

123

L

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m M m M m M m M m M

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Page 129: Nós não podemos devolver à Terra sua condição de 200 anos ... · Sonia Hirsch Convidados pelo Ecofuturo a pensar, ler e escrever sobre a sustentabilidade do planeta, embalados

MÈM era “água”. Os primeiros desenhos representavam ondula-ções. Como a água, que flui para todo lado, a letra também escorreu,mudou de rumo, perdeu ondas e acabou virando M.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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mancheiaPorção de coisas, quantidade que amão pode abranger; outras pala-vras que querem dizer exatamenteo mesmo são punhado, mainça,maunça e manípulo.

Meu mundo

Quando acordei, dei de cara com meu gatinho, dei um sorriso elevantei. Troquei a água do meu cachorro, que abanou o raboquando me viu; não tinha como eu ficar de mau humor. Quandofui à casa da minha vó, ajudei a regar as plantas.

No caminho da escola olhei para o céu, vi um avião sumindoentre as nuvens e pensei: “O grande algodão engoliu o avião”. Naescola o menino caiu e o ajudei a levantar. Fiz todas as lições,joguei bola, troquei figurinhas, conversei com meus amigos.

No final do dia, já em casa, percebi o quanto é bom viver. Nahora de dormir agradeci a Deus o dia tão bom que eu tive e pen-sei: “Boa noite, mundo bom”.

3° lugar

Lucas Kazuo Sakata9 anos

São Bernardo do Campo (SP)

127

M

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128

MmanifestoDeclaração pública ou solene quealguém faz para marcar posição oupara explicar as razões que o levama tomar determinada decisão.

Eu acho que este mundo devia

deixar eu falar. Todos querem

falar por mim, mas eu acho

isso errado.

Thais Horrana Leite Barreto12 anos

Mesquita (RJ)

MmansuetudeCalma, serenidade, tranqüilidade;maneira pacífica de agir; brandura.

O simples é belo, claro e manso.Amanda Alves Leone

12 anosAndradas (MG)

mapa-múndiMapa que representa toda a superfí-cie da Terra, ou seja, mapa do mundo.

Para mim, a primeira provi-dência para acabar com a fome ea miséria seria conscientizar ospresidentes de países ricos e desen-volvidos que se deve ajudar os paísesmenos desenvolvidos, parando comas guerras, fronteiras e desigual-dades, juntando-se no ideal deproteger a humanidade. Afinal, aunião faz a força. Eu diria queeles gastam verbas valiosas emcoisas inúteis, como viagens, armas,ogivas, e que a renda para o mundoseria maior se utilizassem o dinhei-ro em programas sociais, intérpre-tes (para se comunicar e ajudarpaíses isolados) e em atividadescientíficas e sociais ecológicas.

Bruno Antônio Bastian Ransan12 anosIraí (RS)

Um mundo assim, onde todosvivessem de forma igualitáriadentro de suas diferereças pes-soais, seria maravilhoso e, parase chegar ao melhor lugar domundo, bastaria ir a qualquerlugar desse mundo.

Valdo Soares da Silva44 anos

Normandia (RR)

maravalhas Chamam-se assim as lascas, os pe-dacinhos, as aparas de madeira.Também se usa a palavra para de-signar pedacinhos; fragmentos.

O ser humano é o únicoanimal que polui o nosso pla-neta e agora também o espaçosideral: já existem satélitesquebrados e pedaços de metalabandonados em órbita e atéescovas de dentes que algunsastronautas jogam fora dasespaçonaves.

Victor Tafarel Rodrigues da Silva13 anos

Guaiúba (CE)

marcaSinal que se faz num objeto parareconhecê-lo; desenho ou etiquetade produtos; categoria, qualidade,espécie, tipo. Marca também é aimpressão deixada por algo oualguém. De marca hoje quer dizer“de grife”, e existe até quem acre-dite que a marca visível de umaroupa ou de um adereço qualquerseja capaz de aumentar o valor deum ser humano – o que, convenha-mos, é uma bobagem de marca maior(isto é, que passa dos limites).

Necessitar realmente de

tudo o que se compra? Poucos

pensam nisso! Mais adiante,

jovens patinhos, distraídos,

exibiam alegremente as

famosas etiquetas de suas

roupas e calçados, perdidos

no mundo das aparências...

Isabel Cristina Campos Balog40 anos

Cubatão (SP)

A gente quer mais tempopara brincar com nossos filhos,conversar, saber o que pensam eo que sonham. Chega de ser umaroupa, um calçado, uma marca,um celular, um cigarro; quere-mos ser chamados pelo nome.Não queremos ser olhados comoum rótulo, queremos ser vistoscomo pessoas com sonhos e senti-mentos diferentes.

Daniela de Souza Silva29 anos

Colombo (PR)

marulhoMovimento constante das águasdo mar; marejada. Também podeser usado como sinônimo de baru-lho, tumulto, confusão.

O mar está fazendo reivin-dicações pelo seu espaço natural.

Igor Rosa Machado9 anos

Criciúma (SC)

MmatrizLugar onde algo é gerado ou cria-do. Fonte, origem. Molde para re-produzir alguma coisa.

O mundo só é bom pra quemtem saúde, alimento e uma mamãe.

Ana Grazyela Borges Macedo6 anos

Joselândia (MA)

mazelaFerida, chaga. Doença, enfermida-de, moléstia. Coisa que aflige, queaborrece, que incomoda.

Gosto de ouvir o som e o cantodos passarinhos, porém não gostode ouvir o barulho dos carrosporque é péssimo e atrapalhameus pensamentos.

Alderson Pereira Pessoa9 anos

Manaus (AM)

mecanizaçãoUso de máquinas e meios mecâni-cos para realização de uma tarefa.

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Automatização.

Eu acho que as máquinas são

muito importantes, mas em al-

guns lugares não precisam delas

e, se continuarem colocando-as,

vai diminuir mais ainda o nú-

mero de trabalhadores.

Bárbara Victória Duarte Esteves10 anos

Sorocaba (SP)

medoGrande inquietação provocada porum perigo real ou imaginário; sus-to, pavor, temor, terror.

Esse foi um dia muito triste,parecido com aqueles em quemorre gente ou a gente ficadoente. Para você ser melhor,as pessoas não deveriam mor-rer nem os gatinhos que a genteama, acabar com a poluição,com os ladrões, as doenças, atristeza e o medo, que todomundo tem um.

Ana Karolina Borges Barreto9 anos

Joselândia (MA)

melancoliaProfunda tristeza e depressão.Desgosto, pesar, tristeza.

Às vezes eu estou tão feliz comtudo, mas a maioria das vezesestou muito “ruim”... Ruim domodo triste.

Bruno Henrique de Oliveira18 anosLins (SP)

melodiarCantar com suavidade.

Ter solo de viola no peito e can-dura para entender cada notamusical e sua harmonia; trans-portar essa candura para todosos momentos do seu dia, mesmoque esse dia pareça o inferno deDante; (...) abrir as mãos esovar a paciência de ter nascidomulher, mas prender bem firme amassa desse pão que a sustenta efaz dela uma guerreira.

Virgínia Aparecida de Oliveira42 anos

Indaiatuba (SP)

MmemorabiliaColeção de objetos que merecemser guardados pelo próprio signifi-cado que têm, ou por terem per-tencido a alguém ou estarem rela-cionados a algum evento. Aquiloque traz à memória alguém, umacontecimento.

Levaria máquina fotográfi-ca? Não. Seus olhos registra-rão tudo e a memória armazenaráas melhores imagens.

Antônia Hosana de Souza43 anos

Caucaia (SP)

metaAlvo, mira, objetivo; baliza, bar-reira; marco, limite, fim.

Tenho uma bela notícia para

você, meu querido planeta. Lá

na escola eu estou estudan-

do sobre as Metas do Milênio,

e lá nelas só tem coisas legais,

e você vai ficar muito mais

feliz de saber o que está

sendo feito por você. (...) Eu,

meu querido planeta, sonho

agora, não dormindo, mas

acordada, com esse melhor

lugar do mundo que estamos

construindo aqui e agora. Volto

a te escrever em 2015, quando

estas metas forem cumpridas.

Cintia de Freitas Alves8 anos

Mutum (MG)

O ser humano é a única espé-cie do universo inteiro que pensae que pode tomar consciência doque está à sua volta. Se penso,posso escolher, e se escolho,tenho que descartar algumascoisas. Foi assim que os paísesintegrantes da ONU definiramas Oito Metas do Milênio,descartando, escolhendo, defi-nindo e priorizando.

Ana Lúcia Moreira Rebolho47 anos

São Luís Gonzaga (RS)

metáforaEmprego de uma palavra num âmbi-to que não é aquele do seu sentidooriginal, com base numa semelhan-ça encontrada entre o significadooriginal e o novo. Assim, se eu digoque uma pessoa muito esperta éuma raposa, estou usando uma me-táfora, pois raposa é, originalmente,o nome de um animal.

Nosso planeta não é somen-te o que as pessoas dizem.Também não é como um bolorecheado de violência comcobertura de corrupção.

Hannah Alves Alcure de Araújo10 anos

Ibatiba (ES)

mídiaOs meios de comunicação: jornal,rádio, televisão, cinema, outdoor,revista, propaganda, mala direta,anúncio na internet...

É de uma forma imperceptívelque a mídia age em nossas vidas,camuflando “ocasiões ilegais enegativas”, beneficiando os maisabastados e, como sempre, preju-dicando os mais necessitados.Ostenta-se o consumismo, eviden-ciando que riquezas definem apessoa como chique.

Daniel Morello Mellado17 anos

Bariri (SP)

milagreAcontecimento extraordinário, es-pantoso, surpreendente, que nãose explica pelas leis da natureza.

Há milagres por toda parte,como quando uma flor desabro-cha, quando um bebê nasce, seusprimeiros passos, a felicidade, aeducação, o raiar do sol, o ferro,que é uma das principais matérias-primas que nos permite construircarros, caminhões, motos e ou-tras coisas, a lenha para fazerfogo e nos aquecer, o barro parafazer tijolos para construir nos-sas casas e o leite da vaca.

Lucas Arouck P. G. Vinhaes9 anos

Monte Mor (SP)

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130melífluoQue flui como o mel, ou que pro-duz mel. Melífluo sugere tambémsuavidade, doçura, harmonia.

Mundo, meu amigo!

Hoje acordei, abri a janela e vi um sol claro me esperando, comose ele me dissesse “bom dia”. Olhei ao lado e vi um céu azul comnuvens brancas, era como se ele me desse tchau!

Fui andando pela calçada e vi um arco-íris colorido, era como seele abrisse um caminho para mim.

Andei pela praça e vi duas borboletas me rodeando, era comose elas estivessem me chamando para brincar.

Andei pelo jardim e vi duas rosas, era como se elas me mos-trassem sua beleza. Andei mais para a frente e me sentei debaixode uma árvore que me deu sombra, era como se ela me acolhesse.Andei pela terra e vi várias formigas construindo suas casas sempreguiça, era como se elas me dissessem para nunca parar de viver.

Todo dia o mundo me presenteia, e todo dia eu retribuo dandoamor e carinho à natureza, ao mundo, meu grande amigo.

Gustavo César Gomes Alves8 anos

Cajazeiras (PB)

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MmicrocosmoMundo pequeno, resumo do uni-verso, que é chamado macrocos-mo. Costuma-se dizer também queo ser humano é um microcosmo.

Parece mentira que o homem,um ser tão pequeno, consiga pre-judicar o planeta, que é muitomaior que ele.

Juliana da Rocha C. Rodrigues17 anos

Itaboraí (RJ)

Do mundo, o melhor lugar em meu pensamento

Penetrou na imensa e escura selva e pôs-se o homem a abrir tri-lhas para vasculhar, mas não foi o bastante. Decidiu atravessar osoceanos, até o limite dos mares, e ainda assim não se satisfez, epôs-se a voar pelos céus na sua busca. E de tecnologia fez-se omundo, “o melhor lugar do mundo”, tão confortável, prático esempre repleto de novidades. Mas essa evolução não se adequou,não expandiu esperança e felicidade a cada pessoa do planeta.

Então, lá se foi o homem em sua nova perigosa jornada pelodesconhecido, e seguiu cavando, e cruzando fronteiras em suaprópria alma. Surgem dúvidas, perguntas, enigmas demais!

Contudo, a rota que seguia era certa, e bem maior que qual-quer cruzada antes feita. Mas pensar, ora, era complicado demais,e, assim, foi-se embora a lógica, banalizou-se o descaso, até mes-mo Nietzsche foi enxotado a pontapés. E seguiu-se o tempo nafilosofia “é cada um por sua utopia”.

Cada qual traçou sua felicidade no melhor lugar do mundoindividualmente. Estar com a família reunida ou sozinho frente aocomputador. Alguns se foram para uma caverna, e outros buscamo melhor lugar do mundo em um prédio, frente à sala do gerente.Isso não é algo condenável; afinal, somos seres tão pequenos comsonhos grandes demais. E, reclusos, todos seguem em seu can-tinho de plenitude. Mas quem sou eu em meio a tantos? Creio quesó mais um que encontra seu pequenino melhor lugar do mundoquando está junto a amigos ou escrevendo uma poesia. Porém, mequestiono se sou apenas mais um em meio a multidão de raquíti-cas quimeras. Apesar disso posso ver que, unindo-se esses bilhõesde fantasias, desempenhando em uníssono a árdua tarefa deencontrar o melhor lugar do mundo, o sonho viraria concreto.

Pondo a ética como plataforma, reunindo cada distinta reali-dade, alcançando a igualdade e a razão, revivendo cada motivo darosa, reabrindo as portas do reino das palavras, resgatando o can-cioneiro, refazendo a fidelidade e a crítica do sapo-tanoeiro!

Até “José”, de Carlos Drummond de Andrade, voltaria da“Pasárgada” de Manuel Bandeira, de mala feita, e aí sim, faríamosdo mundo inteiro “O melhor lugar do mundo”.

Henrique Florindo Valverde17 anos

São Paulo (SP)

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132mínguaFalta, carência do que é necessáriopara viver; escassez, privação.

A fome é cruel. Corrói o

estômago e a alma daqueles

que a sentem.

Neiva Lucatelli de Souza39 anos

Paraí (RS)

miraPontaria; objetivo, fim; intenção,intuito.

Palavras são como flechas:quando você as pronuncia, nãohá como pará-las. Se elas forempalavras amigáveis, você acer-tará o alvo, mas se forem palavrasde discórdia, você errará.

Leonardo de Freitas de Souza14 anos

Casimiro de Abreu (RJ)

miudagemEm Moçambique, nessa palavra seincluem as crianças, os pequeninos.

Adultos em miniatura? Pensa-mentos precoces? O que querem osadultos dessas pequenas criaturas?

Verônica Carvalho Barreto11 anos

Araci (BA)

mnemônicaUso de recursos para desenvolver ereforçar a memória.

Há cinco dias cheguei de umademorada viagem. Ainda estouum pouco cansada. Sabe de ondevenho? Do melhor lugar domundo. Todos já passaram porlá, mas não se lembram; acho queé para não sentir saudade.

Tainá Haas Theis17 anos

Porto Xavier (RS)

Mmóbile

Escultura abstrata móvel, consti-tuída de formas de material levesuspensas no espaço por fios, demaneira equilibrada e harmoniosa,e que mudam de posição impelidaspelo ar, sem que a harmonia sequebre.

O melhor lugar do mundo éa minha casa. Lá todos vivemem união, paz, amor, alegria,felicidade e carinho. Às vezestem briga, mas não de bater.

Cyndel Karla dos Santos10 anos

Contagem (MG)

modaUso aceito num determinado tem-po, que tende a ser passageiro, eque determina a forma de vestir, openteado, a maneira de falar... Amoda é um fenômeno social ou cul-tural, e a mídia tem papel decisivona sua propagação.

Analisando a maneira como

tudo começou, percebe-se que

a solução é a mesma. Por

exemplo, por causa de um que

começou a poluir, grande par-

te seguiu seu exemplo; se

alguém começar a reciclar,

outros reciclarão; se um dei-

xar de poluir, outros não po-

luirão, assim como tudo que

vira moda pega: todos seguirão.

Viviane Temoteo Ferrari16 anos

Santo André (SP)

modalidadeManeira de ser peculiar a cadaindivíduo; modo de existir. Forma,aspecto ou característica de algu-ma coisa.

Na verdade, eu não acredita-va que houvesse no mundo umlugar tão bom a ponto de ser omelhor, até que descobri queestar no melhor lugar do mundonão tem a ver com o chão quemeus pés tocam, mas como euando sobre esse chão.

Luíza Pereira Calumby15 anos

Penedo (AL)

modeloObjeto destinado a ser reproduzi-do; aquilo que serve de exemploou norma; molde.

Quando vejo o sacrifício dealgumas pessoas para que avida de outras seja melhor, eupenso que também tenho queme expressar.

Caio Francisco Ternus de Abreu14 anos

Gravataí (RS)

monetárioRelativo à moeda, ao dinheiro.

O dinheiro fez com que o mun-do se tornasse uma verdadeiracorrida, onde a chegada, o prêmio,é o fim dos tempos.

Tamires Miranda Sena14 anos

Franco da Rocha (SP)

mundaréuMundão; grande quantidade depessoas ou de coisas.

Cada um vive num mundo,um mundo de todo mundo quetemos que trabalhar, viver,respeitar, respirar, comer, etc...Mas existem pessoas que têmum mundo só seu, em suacabeça, como os seus pensamen-tos, um mundo do seu jeito, coma sua imaginação, que ajuda aencarar o nosso mundo como ummundo melhor.

Aline de Oliveira Santos11 anos

Ibitiré (MG)

murchamentoPerda de viço, de frescor, de força,de energia. Tristeza, abatimento.

Flores murcham todos os

dias, assim como as pessoas.

Riciéle de Fátima Moleta de Melo17 anos

Santiago (RS)

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mundividênciaVisão de mundo; maneira de com-preender e perceber o universo e opapel que o homem tem nele. Amundividência determina, em gran-de parte, o que cada pessoa quere faz.

Não leia as instruções

Não leia as instruções. A não ser que você queira chegar ao melhorlugar do mundo. O melhor lugar do mundo é o mundo. Não co-nheço outro lugar. Acho até que conheço, mas faz tempo que nãoo via, não voltava mais lá, não sonhava mais – nem menos.Lugarzinho mais ou menos. Não é só um cantinho do mundo. Éeste mundo, este planeta é redondo, não tem canto. E te contoonde fica. Caso queira, bem-vindo, bem indo, bem... vamos. Éfácil chegar, difícil sair. Sair pra quê? Não tem lugar melhor prair. Basta seguir os rastros, o cheiro, o aroma, o apetite. Não écheiro de fome, neste lugar todos comem, bebem, sabem o quequerem, querem saber. Só tem esta fome, a fome de saber, tem estasede insaciável. Você vai perceber. E se perceber já está quasechegando lá. Perceber é usar os sensores, diz o Aurélio, ser sen-sível. Se percebeu, já chegou. Só os sensíveis vão perceber umperfume no ar, perfume de mulher. Se não tivesse mulher nãoseria perfeito. Na imperfeição elas são perfeitas. Feitas pra ser.Toque feminino, toque sensível, intuitivo, que sente, ressente,sofre, chora, se ri e se ilumina, ilumina o lugar. Se estiver claro,está mais perto, claro que está. No claro se vêem crianças.Crianças saudáveis, sadias, saradas, tranqüilas. Claro que temcrianças. Limpas, bem nutridas, bem espertas, bem vivas e debem com a vida. E as crianças estão com aquelas mulheres.Lembra-se delas? Aquelas sensíveis? Pois bem, deram vida, ge-raram, agora apontam o caminho, geram plenitude de vida. Vidaplena, sem vírus, sem doenças. Qualidade de vida, vida na esfera,biosfera, seu ambiente, sua ekos, sua casa. Em todo ambiente,meio ambiente, ambiente inteiro.

Seu itinerário tinha horário? Já chegou. Sentiu o cheiro, ogosto, viu o rosto. Quer conhecer o outro lado? Não tem outrolado. Lado bom, lado podre, lado rico, lado pobre, lado limpo,lado sujo. Só tem o melhor lado. Afinal o melhor lugar do mundopode estar ao seu lado. Se quiser vamos juntos, lado a lado. Casonão queira, não venha morar, não queira mudar e nem peça ajuda:o mundo não muda quando os outros mudam; o mundo mudaquando você muda.

Edson de Moraes Poscidônio43 anos

Itaú de Minas (MG)

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n N n N n N n N n N

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Da serpente do deserto do Sinai (noun) veio uma ondulanterepresentação que, ao longo dos séculos e de muitas viagens, foificando parecida com um raio e acabou se acomodando como N.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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namasqueNo Amazonas, surgiu esta palavraque junta três: não mais que.Namasque significa “na forma decostume”, “como sempre”, “regu-larmente”.

Uma caixinha de fósforo

pode ser todo o planeta, desde

que estejam dentro dela as

pessoas de que se gosta.

Fabiane Aparecida Ferrer da Silva16 anos

Araguari (MG)

neomorfismoDesenvolvimento de uma nova for-ma, no curso de uma evolução.

Infelizmente ainda estamosacorrentados. Vivemos um no-vo mito das cavernas; criamosuma “neocaverna” e, comopéssimos moradores, nãozelamos por ela. A cada diajuntamos mais lixo, miséria,doenças, apatia, passividade,fome, egoísmo, morte... (...)Agora, porém, não sairemosda caverna, mas destruiremossuas paredes, de modo quepossamos ver o sol e este ainvada por completo, para che-garmos enfim à contemplaçãodo mundo em toda a sua essência.

Elizabeth Regina Mauri Cogo43 anos

Ibitinga (SP)

niilismoRedução a nada; aniquilamento. Crença de que nada é absoluto.

Se a união faz a força e nin-guém fizer nada, o nada será maisforte do que o pouco “algo” existente.

João Paulo Pereira17 anos

Capinzal (SC)

nostomaniaImpulso irresistível de voltar a casa.

Pensei... Pensei... E eu dis-se para mim mesmo: “O melhorlugar do mundo é a minha própriacasa, porque lá eu me sinto acriança mais feliz do mundo".

Thiago David Vadilho10 anos

Campinas (SP)

noticiárioResenha ou conjunto de notícias,de informações sobre o que acon-tece no mundo.

Nosso planeta nos proporciona

tantas alegrias e diversões

que resolvi fazer de notícias

ruins um pano de chão para pisar

e deixar todos os problemas.

Raiane Darla Moreira Dias10 anos

Umirim (CE)

notoriedadeFama, reputação.

Eu não quero que este paístenha fama de desorganizado.Quero um país orgulhoso deseus atos, servindo como exem-plo a outros, mas isso nãodepende só de mim, mas sim detodos nós.

Ana Carolina Marques de Souza12 anos

Campo Grande (MS)

NnutrimentalQue serve para nutrir, para alimen-tar; nutritivo.

... lá tinha tudo de bom,tinha McDonald’s de tudo,tudo que uma criança gosta.Eu queria muito ir para essemundo, deveria ser muitobom, mas prefiro o amor daminha família, e tambémnão ia querer ficar obeso sócom McDonald’s, queria acomida da minha mãe eamo também o meu mundo.

Rafael Acosta de Araújo10 anos

Porto Alegre (RS)

Nós iremos ver agora o amorde uma pessoa pela outra, oamor é uma das melhores coisasdo mundo. Agora me diga: quemnão gosta de um cafuné? Ou deum café da manhã na cama? Ouaté mesmo de um simples abraço?Essas pequenas coisas capacitammuito a gente. São atos que nãose podem comprar, porque oamor não se compra.

Reinold de Castro10 anos

Campos do Jordão (SP)

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138nanossegundoUnidade de tempo equivalente aum bilionésimo de segundo – tentedividir um segundo por um bilhão,e vai ter uma idéia de quanto tempodura um nanossegundo.

Para se chegar

Acordar. Sem levantar.Ligar aquela música e viver debaixo do edredom 5 minutos inter-mináveis.Levantar de pés descalços. Sentir a vida que pulsa mais um dia.Independentemente do sol ou da chuva, dizer bom dia.Bem alto. Dizer de janelas abertas. Bom dia.E que caia a água do chuveiro. Massageie sua cabeça, aproveiteessa primeira sensação de carinho.Despertar. E começar.Este é o princípio básico pra se chegar.Não tenha a ilusão de que nada de ruim irá lhe acontecer.Vá preparado pra atacar. Vá armado para a guerra que está teesperando atrás da porta. Reforce o café.O paladar é um sentido a ser preservado para se chegar.Prepare-se para degustar. O novo está te esperando. Está na hora.Não olhe o relógio. Isso não adianta. Nem atrasa o tempo.Olhe no espelho e sorria. Nada como um bom sorriso para o iní-cio de uma trajetória.Vá. Indiscutivelmente será hoje. Pronto, essa é a idéia para sechegar...Saber o que se quer alcançar.Ligue o carro. O som.Abra os vidros. Deixe entrar o ar não condicionado.Respire. Mesmo que seja poluição; afinal, isso também faz partede uma escolha sua.Portanto não reclame. Isso é tão inútil quanto o combate contra orelógio.O tempo passa e é isso. Passe pelo tempo. É preciso ser espertopara chegar. Não se iluda, sem criatividade não se chega lá.

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Paciência.Há trânsito. Por todos os caminhos há obstáculos.Pedras, buracos, pessoas.Por isso eu avisei: venha armado. Fortificado. Feliz. Pleno.Preparado para riscos, para o inusitado.Chegar não é fácil. Mas é para todos.Pronto. Você está perto.Você está dentro. Preparado fisicamente. Não há o que idealizar.Para chegar é simples. Basta sair do lugar. Sem manual. Seminstruções.

Cheguei.

— Bom dia.— Que bom que também está aqui.

Mario Mello Costa41 anos

São Paulo (SP)

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o O o O o O o O o O

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O olho, que se dizia oyin ou ayin, deu origem ao primeiro antepassadodessa letra, em uma forma que tinha até pupila e cílios. Os séculosforam simplificando o desenho, até que só restou O.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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obstinação Persistência, tenacidade, perseve-rança. Se é exagerada, vira teimosia.

Na vida real não há um

Tistu, como o personagem da

obra de Maurice Druon, para

reorganizar o mundo com seu

dedo verde. Contudo, há meninas

como eu, criativas, corajosas e

ávidas para modificar positi-

vamente o contexto em que

estamos inseridos.

Patrícia Tonial Casarin12 anos

São João (PR)

Principalmente a gente, quehoje é criança, precisa crescersabendo que tem muita coisapara resolver. Eu só sei de umacoisa: eu nunca vou desistir ouperder a segurança de dizer“Bom dia, mundo bom”.

Letícia Angelo dos Santos9 anos

São Paulo (SP)

obtusidadeObtuso vem de uma palavra latina– obtusu – que significa “embota-do”. Obtusidade é embotamento,que quer dizer “insensibilidade”,“estupidez”.

O homem é imensamente irres-ponsável com sua própria vida;apenas no século XXI é que elecomeça a perceber que dependeda natureza para sobreviver, masa natureza não depende nadadele e vive melhor ainda sem suamão destruidora.

Rebeca Alexandre Ferreira14 anos

Paraipaba (CE)

Não há desse modo reciproci-dade entre o que a naturezafaz pelo homem e o que o homem fazpor ela.

Estefânia Alves da Silva12 anos

Caucaia (CE)

ocasiãoOportunidade para que uma coisaaconteça; momento, instante, tem-po em que ocorre algo.

Esse lugar talvez nem sejareal, pode existir apenas naimaginação, mas enquanto es-tamos nele o tempo parecepassar mais depressa e temosbons e inesquecíveis momentosde felicidade.

Nathan Luan Dutra Sarmento15 anos

João Pessoa (PB)

oloroso Perfumado, cheiroso.

Um dia acordei e percebi

que havia algo diferente no

ar. Um cheiro de coisa boa,

como o que sinto quando tem

macarrão para o almoço.

Daniel Pereira Lucena10 anos

João Pessoa (PB)

omissãoFalta de ação; inércia.

Não vamos escrever, e simfazer! Muitas crianças pas-sando fome, muitas pessoasdoentes, de doenças sem cura, enós aqui, só escrevendo e nãofazendo nada!

Camila Beatris Bajotto13 anos

Candelária (RS)

Devemos crescer sem medode fazer aquilo que ninguémfaz; afinal, ninguém faznada, mesmo.

Bruna Belusso17 anos

Santo Expedito (RS)

oníricoDo grego óneiros (sonho) vem estapalavra, que significa “relativo asonhos” ou “próprio dos sonhos”.

O sofá vermelho me apóia sem-pre que as pessoas me passam umarasteira, e a cama, ah! Essa, sim, éforte! Agüenta o peso dos sonhosde uma mente jovem...

Anaíra Ortiz Gonzaga15 anos

Rio Brilhante (MS)

Que mundo é esse, que per-manece no sonho dos adultos, quesó conhecemos quando crianças?

Priscila Machado Nascimento17 anos

Mogi das Cruzes (SP)

opimoExcelente, abundante, rico.

Mundo este cheio de mara-

vilhas, efeitos especiais feito

um circo divertido, com produ-

ções maravilhosas. Sortuda é a

pessoa que mora nesse circo e

tem o prazer de presenciar os

espetáculos que ele pode fazer.

Letícia Moreira F. Bittencourt9 anos

Congonhas (MG)

OopiniãoModo de pensar, de ver algumacoisa; parecer; idéia.

Gosto de expor minha opiniãomesmo que não seja a melhornem a correta, mas eu luto porela. Dialogar é sempre bom,pois conhecemos coisas novas,e, dependendo do assunto,defendo meu ponto de vista;sendo assim, penso que soltarpalavras no mundo como estoufazendo agora é, de certamaneira, ter liberdade.

Brenda Pereira Franco12 anos

Santa Helena (GO)

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OopçãoLivre escolha.

Eu nunca ia querer ser ban-

dido, porque bandido morre rápi-

do e também tem bandido que

fica preso e eu não gostaria

dessa vida para mim.

Wallace Ignácio Ferreira Mendes11 anos

Duque de Caxias (RJ)

A vida que a gente quer depende de nossas escolhas

Desejo muitas coisas e sei que tudo depende do que faço. Sei quenão posso exigir o amor de alguém, mas também sei que posso darexcelentes razões para gostarem de mim e ficar pacientementeesperando que a vida faça o resto. Enfim, a vida depende de nos-sas atitudes.

Por mais que eu tente convencer os outros de que certas coisassão importantes para mim, nem sempre os convencerei da im-portância que isso possa ter para eles. A vida também está rechea-da de opções.

Posso ficar anos construindo uma verdade e também destruí-laem segundos. Posso fazer algo em um minuto e ter que responderpelas conseqüências o resto da minha vida. Posso usar meus 15minutos de “celebridade” e, depois disso, preciso voltar a pisarno chão da realidade. As oportunidades mesclam nossa vida, pre-cisamos aproveitá-las.

Quando cortamos uma fatia de pão, ele continua com duasfaces; o mesmo vale para tudo o que cortamos em nosso caminho.Podemos escolher entre controlar os pensamentos ou ser contro-lados por eles, podemos ir muito além dos limites que determi-namos, mas precisamos entender de que lado estamos na vida. Oslivros nos ensinam que os heróis, independentemente do modoque sentem, fazem o que devem fazer no momento em que sãoexigidos. Nesse momento, a vida nos pede coragem.

Perdoar e amar, por exemplo, exigem muito exercício; em todosos momentos damos amor, nos mais difíceis damos o perdão.

Na vida, temos que saber lutar pelas coisas em que acredita-mos, nada é impossível. Tudo dependerá de nossas atitudes, saberescolher as melhores opções, construir as oportunidades com co-ragem, sempre nos colocando no melhor lado da vida, sem esque-cer de amar e perdoar, nos momentos mais difíceis.

A vida é maravilhosa! Só depende de nós vivermos da melhorforma possível.

Zelina Catarina R. de Lima Tessaro38 anos

Capinzal (SC)

O

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oportunidadeMomento certo, apropriado. Oca-sião. Circunstância favorável.

As chances [de chegar a umauniversidade] de uma criança deperiferia, que sempre estudou emescola pública, que não tem umaboa alimentação, que não temacesso a um computador, moraem uma casa sem nenhum con-forto e seus pais são semi-analfa-betos são bem reduzidas, ao con-trário da criança que tem todasas condições, mora no centro dacidade, estuda em colégio parti-cular e tem acesso à internet.

Francineide Bentes da Penha15 anos

Ananindeva (PA)

oratóriaArte de bem falar.

O segredo das palavras é sa-ber como usá-las. Para mim,saber falar não é apenas ter umrico vocabulário; é ter a palavracerta na ponta da língua.

Rafaela Monte da Silva14 anos

Sobral (CE)

ornitofiliaGrande dedicação ou amor aospássaros.

Acho que o melhor lugar do

mundo é à sombra do juazeiro

em frente à escola, olhando o

beija-flor sentar na rosa

branca da boca de leão e

ouvir o canto dos canários.

Taisa da Silva Ribeiro9 anos

Pombal (PB)

outrossim Essa palavra simpática que quasenão se vê nem se escuta significa“também”, “bem assim”.

A vida que a gente quer pre-cisa ser construída com a lógicado coração, e não da razão, prin-cipalmente porque essa vida nãotem preços tabelados nem con-sulta prévia de crédito.

Thales Rodrigues dos S. B. Araújo18 anos

Cachoeira Dourada (MG)

Escrever para compartilharFazer música para espantar

os fantasmasTolerar... Perseverar... Enxergar o outro como se

fosse um outro eu.Vera Lúcia Morais de Oliveira

57 anosRio de Janeiro (RJ)

ovninautaSuposto tripulante de um ObjetoVoador Não Identificado (OVNI), ouseja, de um disco voador.

Quando o mundo é ruim, nemE.T. gostaria de ficar por aqui, detão doido que o mundo é.

Letícia Migliorini Mendes10 anos

Campinas (SP)

145

O

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p P p P p P p P p P

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PÉ significava “boca” no deserto do Sinai. O primeiro traçadotinha exatamente a forma de uma boca com os lábios entreabertos.As mudanças foram muitas, passando pelo π dos gregos até chegarao nosso P.

sinai1500 a.C.

fenícios 1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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pachouchadaDisparate, grande bobagem, tolice,asneira. Um espetáculo ruim tam-bém é uma pachouchada...

As palavras começam do

nada e nunca vamos saber onde

elas terminam. (...) Sem pen-

sar, às vezes solto palavras

como “p*” ou “mer*”.

Precisamos usar as palavras

para tudo, mesmo. Só que pre-

cisamos prestar mais atenção

no que falamos.

Islânia Pereira da Conceição16 anos

Pintadas (BA)

pacocaEssa palavra, que provavelmente éde origem indígena, assinala umacorrenteza fortíssima de um rio,quase uma cachoeira. Em São Pau-lo, pacoca também é vaivém.

Agora significa “neste mo-mento”. Aqui significa "nestelugar", tudo começa pelo iní-cio e termina quando não existemais um momento e um lugar,e o agora vira antes quando jápassou, e o aqui vai até o lu-gar possível de se chegar.

Pamela Reginato Soares9 anos

Pontal do Paraná (PR)

palraFala, palavra, conversa. Tambémquer dizer tagarelice.

Solto minhas palavras no mun-do, solto muitas palavras, e são tan-tas que vocês vão acabar dormindo.Jorge Alberto Soares Oliveira Neto

11 anosRio de Janeiro (RJ)

panapanáA palavra é tão graciosa quantoseu significado: panapaná é “nu-vem de borboletas”. A origem?Língua tupi.

As nossas palavras possuem opoder de transformar. Não deve-mos guardá-las conosco, e sim

soltá-las como pássaros quepodem embelezar e, acima detudo, mudar o mundo.

Sahra D´Angelo Ribeiro14 anos

Ouro Preto (MG)

pancontinentalQue envolve todos os continentes.

Eu só digo mais uma coisa:eu adoro as palavras do mundo:japonês, inglês, português eespanhol.

Orlando Pereira da Silva Júnior12 anos

Cachoeira de Minas (MG)

pânicoOriginalmente, pânico é tudo o quetem a ver com o deus Pã da mitolo-gia. Mas em seu uso mais correntea palavra pânico indica “susto” ou“pavor repentino”, muitas vezessem motivo aparente, e que leva aspessoas a reagirem de maneira de-sordenada, individual ou coletiva-mente.

Eu não gosto de fumaça de

cigarro também, tem um cheiro

ruim, e eu não entendo para

que serve o cigarro, só sei que

as pessoas ficam nervosas

quando não têm para fumar.

Reinaldo Aparecido Varuzza Júnior10 anos

Araras (SP)

(...) E também que a minhaprofessora se curasse da sín-drome do pânico. E todos fossemfelizes. Um mundo bom paramim é saber que meu vô parou deir para o botequim e voltar bêba-do brigando com a minha vó; issoé um mundo bom para mim.

Larissa Soares da Silva10 anos

Nova Iguaçu (RJ)

papelocraciaSistema de trabalho ou de adminis-tração em que tudo depende depapelada (ou seja: de uma grandeporção de papéis).

A maioria dos lixos podemser reciclados, como uma gar-rafa, que pode ser transforma-da em blusas, flores artificiais.Os papéis usados podem ser trans-formados em papel novo, mastambém podem ser transfor-mados em cartolina, papel deseda, papel madeira, papelofício, papel almaço, etc.

Rute de Oliveira Moreira11 anos

Pacatuba (CE)

paradeiro Ponto em que está alguém ou algo.

O Coliseu, que fica na Grécia[sic]; a Torre de Pisa, que fica naFrança [sic]; as cataratas doNiágara, a Foz do Iguaçu, a Costado Sauípe, quer lugares mais boni-tos do que esses?

Alisson Filippini Lopes10 anos

Artur Nogueira (SP)

paradoxoAfirmação que parece contrariar oque se aceita como certo. Contra-dição; idéia que é ou parece forado comum; contra-senso, absurdo,disparate.

Por que o fogo que mata asflorestas é o mesmo fogo que co-zinha nosso alimento? Por que amesma água que consumimos eque leva fertilidade aos sertões édesperdiçada e comporta tonela-das de lixo? Por que a paisagemque inspira o poeta é a mesmadegradada pela ganância?

Isadora Cristiana Alves da Silva16 anos

Arcoverde (PE)

Quero dizer ao mundo que a

vida é tão curta pra se viver,

mas tão longa também para se

jogar fora.

Vantil Lourenço Ribeiro Júnior12 anos

Volta Redonda (RJ)

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150paragemEm Portugal, chama-se paragem oponto (de parada) de ônibus, bondeou trem. Para nós, é o lugar ondealguém se encontra e também aparte do mar por onde é possívelnavegar.

Como cada pessoa tem umapercepção particular das coisas,cada uma tem o seu “melhorlugar”. O caminho, o transportesão os mesmos; mas é como se cadapessoa descesse num ponto dife-rente. Algumas se contentam comuma brilhante crônica de LuisFernando Verissimo. Estas são asque descem no ponto do riso.Outras, no entanto, vão além eflutuam com as deslumbrantes pro-posições de William Shakespeare;esses passageiros são os que paramno ponto de reflexão. Há ainda asque entram em verdadeiro êxtaseao se depararem com JosteinGaarder e sua exuberante ma-neira de filosofar sobre a vida.Estes descem do trem da fantasiano ponto da percepção.

Jéssica de Souza Panisset15 anos

São Gonçalo (RJ)

pararacaDe origem tupi, a palavra pararacaindica o lugar onde a água dos riospassa com força pelas pedras,fazendo ruído. Por isso, também sechama de pararaca uma pessoamuito tagarela ou barulhenta.

As palavras são como pára-quedas: só funcionam se estiveremsoltas. Solte as suas e trans-forme o mundo.

Adna de Paula Costa11 anos

Montes Claros (MG)

PparidadeIgualdade; situação de quem é par,e não subordinado nem superior;semelhança, parecença.

Entre as oito metas do mi-lênio, a principal que deve-ria ser tornada realidade é aigualdade entre países desen-volvidos e subdesenvolvidos, poisdesta decorreria a solução devários outros problemas.

Ivonete Anita Viante13 anos

Santa Helena (PR)

Para mim o melhor lugar do

mundo é na escola, porque as

pessoas têm os mesmos direi-

tos, tipo comer, brincar e estudar.

Léris Vitório de Matos Senoski10 anos

São Miguel Arcanjo (SP)

parolarFalar sem parar, como uma parara-ca. Tagarelar, parolear, parlar.

Pessoas conversando signifi-ca que o mundo está mudando e aamizade só está começando.

Henrique Matheus Lima Reis10 anos

Congonhal (MG)

PpartícipeQuem participa, ou seja, quemtoma parte de alguma coisa.

Bom dia, mundo bom. Vocêé bom porque tem muitascoisas que eu gosto, árvores,animais, plantas, e eu, quetambém moro em você.

Diego Gabriel Berleis9 anos

Campina Grande do Sul (PR)

Ppartilha Repartição, divisão.

Se eu tenho felicidade, por que éque todos os outros não podem ter?

Deise Pereira dos Santos14 anos

Morro do Chapéu (BA)

patchworkPalavra inglesa. É o nome de umtrabalho de artesanato feito comretalhos de tecidos coloridos quesão costurados formando desenhos(colcha de retalhos). Usa-se tam-bém para indicar qualquer criaçãofeita combinando-se coisas dife-rentes de um novo jeito.

No melhor lugar do mundoprecisa ter rios límpidos como osdo Canadá, o melhor lugar domundo precisa ter lindos marescomo o de Fernando de Noronha,uma montanha como o Everestepara fazer uma linda paisagem,sem queimadas, sem pessoascortando árvores, sem poluição.

Rafael Damasceno Parente8 anos

Fortaleza (CE)

pátriaO país, o estado, o lugar ondealguém nasceu; torrão natal; terra.Lugar de origem de alguém ou dealguma coisa.

E foi neste cantinho do

nosso mundo bom que eu me

gerei e nasci e tenho muito

orgulho da vida.

Raphael Gomes11 anos

Goiânia (GO)

O melhor lugar do mundo éBelo Horizonte. Porque lá eutenho minha família, minhasamigas e a minha escola. (...)Eu amo Belo Horizonte radi-calmente.

Gabriela Machado Dias Oliveira9 anos

Belo Horizonte (MG)

O planeta é gigantesco, cheio deculturas diferentes, formas e pes-soas diferentes; em cada lugar quese vá há sempre um arzinho de“lar, doce lar”.

Claudio Cardozo Negrão17 anos

Ibira (SP)

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passareira Uma gaiola grande para criar pás-saros; aviário.

Pássaros não são políticos, nãocompram nada e não se drogam.

Thalia Diógenes Saldanha9 anos

Alto Santo (CE)

Se os homens fossem pássaros

Sempre vejo da janela da minha casa o mundo passando devaga-rinho. Passa boi, vacas, galinhas, tratores, bicicletas e muitas ou-tras coisas.

Por entre as árvores que ficam em frente à janela também vejoos passarinhos que fazem ninhos, brincam, fazem amor. Eu ficoimaginando... Se os homens fossem pássaros, o mundo seria dife-rente, pois quando o sol brilhasse de manhã cedo, todos estariamcantando, batendo as asas, subindo e descendo dos galhos namaior alegria, sem aquele desespero de ir e vir sem dar um bom-dia a ninguém.

Não precisaria de presídios e de policiais para prender oshomens maus, porque todos seriam bons.

Durante todo o dia teria comida suficiente para ser divididaentre todos e a alegria seria geral, pois ninguém iria passar fomeou viver na miséria.

Se os homens fossem pássaros, certamente não existiriam gaio-las e à noitinha, quando voltassem para os ninhos, estariam todosjuntos e as famílias sentiriam o calor um do outro durante a noitee ninguém tremeria de frio ou de medo, já que não teria bandidospara roubar, seqüestrar, matar; também não teria brigas pelo poder,pelo dinheiro ou por drogas, pois pássaros não são políticos, nãocompram nada e não se drogam.

Seus ninhos seriam feitos somente em árvores grandiosas, poisnos seus galhos teria lugares para todos e não precisaria transfor-mar-se em favelas.

No trânsito não teria acidentes, congestionamentos nem guardade trânsito, porque o céu foi feito para os passarinhos.

Ah! Se os homens fossem como os pássaros, o mundo seria bemmais bonito e todos poderiam acordar cedinho e gritar: “Bom dia,mundo bom!”.

1° lugar

Thalia Diógenes Saldanha9 anos

Alto Santo (CE)

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152pau a pau Embora dê impressão de se referira pancadas, pau a pau é umaexpressão popular que quer dizer“em pé de igualdade”, isto é, “tacoa taco”.

Sobre a valorização da mulher,no mercado de trabalho elas estão“pau a pau” com os homens, poisa mulher é dona-de-casa, mãe,esposa, e ainda não são tão va-lorizadas pela sociedade e princi-palmente pelos idosos ou seusmaridos, que as agridem a trocode nada.

Cainan Rafael Lucena de Souza11 anos

São Carlos (SP)

pausaIntervalo; interrupção temporáriade alguma coisa que vai recomeçarem seguida.

Depois de ficar pensandotanto na janela, vou levantare viver mais um belo dianeste mundo bom.

João Pedro Pascini Munhoz10 anos

Espírito Santo do Pinhal (SP)

PpazearFazer a paz, estabelecer harmonia.

Olá, eu sou o Thiago, eu

gosto de viver no Brasil porque

aqui não tem guerra, mas

tudo bem que aqui tem muita

pobreza.

Thiago Igor Santos Rosalino9 anos

Itapecerica da Serra (SP)

PpedagogiaTeoria e ciência da educação e doensino. Profissão ou prática de en-sinar. A palavra vem do gregopaidagogía, que significa “condu-ção de crianças”.

(...) De torná-los melhores, deaprender com eles e ensinarsobre coisas também diversas,como amar, sorrir, chorar afalta de água, o calor de matar, oemprego perdido, o vestibular, apolítica, as drogas, o aquecimen-to global. São tantas coisas quenão vejo a hora passar, autoresnovos, contos, músicas, clips,metáforas da vida deles e minha.

Valdete Shirlei da Silva40 anos

São Paulo (SP)

Sei, sim, que caminho naestrada infinita da espe-rança, a do “quefazer” edu-car. Sinto que tenho o que háde mais precioso: gente emquem confiar e com quempoder compartilhar; sei tam-bém do encanto quando osolhos dizem a verdade dapalavra e os efeitos do “apren-der”, do sorriso aberto queirradia vontade e bem querer.

Renata Tavares de Brito26 anos

Cidade de Goiás (GO)

Não existe mais espaço para aeducação do silêncio, do mono-pólio do professor.

Cláudia de Andrade Cambuí34 anos

Luziânia (GO)

peiaEm geral, usamos a palavra peiapara significar “embaraço”, “impe-dimento”, “estorvo”, “empecilho”,“coisa que atrapalha e impede deagir”. Peia é uma prisão de cordaou de ferro que segura os pés dosanimais para que eles fiquem para-dos. Em navegação, é qualquer coisaque sirva para amarrar os objetospara evitar que se desloquem porcausa do movimento da embarcação.

Nós queremos, mas nãoresolvemos.

Tentamos, mas nãoconseguimos.

Vivemos ou sobrevivemos?William Maximo de Matos Pereira

13 anosSete Lagoas (MG)

pentimentoNem sempre as pessoas pintam oudesenham sobre uma tela nova.Pentimento é o aparecimento depinturas ou desenhos que existiamantes na mesma tela, que acontece,às vezes, com o passar do tempo.

Quase não escrevo por escrever,

nunca me senti estimulada a

fazê-lo, prezo mais o ato de

ler; porém, embarquei nesta

viagem, a qual associei a uma

das minhas viagens diárias de

retorno ao lar, depois de um

dia de trabalho. A letra trê-

mula pelo balançar do ônibus...

A cada parada, a diminuição de

uma lotação diversificada –

pardos, morenos, loiros, alegres,

sérios, cansados, conduzindo-me

a uma releitura da vida: a

luta por dias melhores e mais

justos através da dignidade

oferecida pelo trabalho diário.

Os barulhos das vidraças do

ônibus em confronto com a bela

paisagem do Pomba, associadas

à estrada empoeirada, moti-

vam-me a acreditar que sonhar

é possível.

Ana Elvira Utrim Vieira Constâncio40 anos

Miracema (RJ)

penúriaPobreza extrema; miséria; indigên-cia; privação das coisas necessáriasà vida; escassez, falta.

A fome não é qualquer coisa.Você já pensou em passar fo-me por um dia? Tem gente emalguns lugares do mundo quepassa fome, e nós nos alimen-tamos até demais e ficamosobesos. Passar fome não écoisa boa, só de pensar minhabarriga já ronca.

Alisson Cleiton dos Santos12 anos

Campo Grande (MS)

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peregrinoAlguém que viaja por lugares dis-tantes, e também alguém que fazromaria a lugares de devoção. Usa-do como adjetivo, peregrino querdizer de grande beleza e bondade,e também excelente, excepcional,fora do comum.

A insegurança deste vôo

A insegurança deste vôo necessário e intransferível remete-me àfeliz sensação do “chocalhar” e da melodia do velho trem que con-duzia àquele lugar aprazível.

Lembranças vão... Lembranças vêm... e minha mente saboreiacada pedaço delas até encontrar-me parado na estação. Sapatos deverniz bem amarrados, suspensórios simetricamente abotoados pormamãe, e aquele chapéu que mal se farta de toda a minha cabeça.Papai, portando a mala entulhada de roupas e agrados, aguarda ner-voso a chegada da “ferromoça” para as recomendações de viagem.

— Hem? Ah! Uísque? Não, obrigado; água!Enquanto a aeromoça se afastava, pego-me um pouco risonho,

revivendo os primeiros sinais da maria-fumaça lá na estação. Bancosde napa vermelho, cortinas de renda branca, água fresca da fonte –privilégio daqueles tempos.

Minha consulta ao relógio se torna crônica a cada segundo quepassa. As janelas do trem?! Molduras férreas para uma paisagemplena de vacas gordas mastigando o vento à sombra de jatobás car-regados de frutos – com certeza, os últimos que vi naquela regiãodo Cerrado mineiro.

Ah! Inacreditável! A estação! Num relance avisto o brilho dos ca-belos de minha avó e a simpática carcunda de meu avô na platafor-ma para me apanhar com o costumeiro sorriso nos lábios e nos olhos.

E é só festa! O cheiro de café torrado, moído e coado “na hora”invade meu quarto em manhãs em que o sol brilha gostoso e lumi-noso. Pensar que pelo dia tem de cachoeira a tarde de muita históriae farra com os primos torna meu salto da cama atlético, e a corridapara a cozinha, onde uma mesa rústica exibe quitutes de todas ascores e aromas, cinematográfica...

E o dia “vai indo”... Almoço de fogão de lenha... Brincadeiras ebanhos de cachoeira... Vacas... Porcos... Galinhas... Ar puro...

— Senhores passageiros, apertem os cintos. Estamos sobrevoandoSão Paulo e aterissaremos em...

Inteiramente absorto no passado, ainda avistando o sol vermelhose pondo e o vento do leste embalando o arrozal da várzea próximaao rio claro, vou retornando à realidade sob o alerta da voz mansada aeromoça...

Olhando o mundo lá fora, abro um largo sorriso para o trabalhoque me aguarda e penso: “Se carrego tudo isso dentro de mim, ondequer que eu vá pode se tornar o melhor lugar do mundo...”.

Marina Cardoso15 anos

Araxá (MG)

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154perfectívelQue pode ser melhorado, que ésuscetível de aperfeiçoamento.

A Vila Mundo

O melhor lugar do mundo é o “meu lugar”. Nesse lugar todos sãofelizes, moram em casa modestas, limpas e aconchegantes. Nãoexiste lixo porque tudo o que se põe na mesa vem da natureza,sem embalagens. O lugar é uma pequena vila de uma única rua,nas casas não há muros, as portas não têm fechaduras, ninguémprecisa roubar, as plantações são cuidadas por todos, cai chuvacalma de água potável todo fim de tarde, todos bebem água deuma mina que é seguida de uma cachoeira onde todos tomambanho. Nessa vila tem uma escola moderna, onde todas ascrianças estudam e aprendem a desenvolver tecnologias que serãoutilizadas em benefício do homem e da natureza. Será que estoufalando de uma vila “hippie”?

O melhor de tudo é que, quando as pessoas de fora visitam essavila, ficam encantadas, formando, assim, muitas vilas iguais aessa. O mundo virou a “vila felicidade”: acabou a fome, a miséria,os preconceitos, as guerras, etc. Então, aconteceu uma tragédia eessa vila desapareceu: EU ACORDEI...

Tenho 15 anos, moro no Brasil, numa cidadezinha do interiordo Estado de São Paulo: Sandovalina. Em termos lógicos, pratica-mente nada (%) do mundo sabe da minha cidade ou, pior ainda,não sabem de mim. Tanto aqui quanto no meu país existem muitasdesigualdades, lixo, infelicidade, falta de oportunidades... É ooposto da “minha vila”.

Me parece que o futuro não está nas crianças. “Educação” nãoé “ensino”, porque escola é uma disputa entre governantes, umproblema de construção civil, e não de incentivo e qualificação aprofissionais e alunos. Sendo assim, a vida que a gente quer nãosó depende do que a gente faz, mas do que “fazem” pela gente.Os problemas não acabam aqui, mas o pior é o conformismo e oegoísmo de cada um de nós. Eu me entrego como exemplo: eu soufeliz, porque sei que muitas pessoas dariam tudo para estarem nomeu lugar! O problema não sou eu, somos nós! Sonhamos comvilas perfeitas e nos conformamos com o “sonho”. Enquanto onosso mundo é uma mina de injustiças, nossa existência é um“teto de vidro”; pode se quebrar a qualquer momento, simples-mente porque não fazemos nada.

O lugar perfeito está dentro de nós, mas não o deixamos sair.

Luana Patrícia dos Santos15 anos

Sandovalina (SP)

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perfilhaçãoAdoção, acolhimento de uma pes-soa como se ela fosse um filho.Perfilhação, nas plantas, é o nasci-mento de rebentos ou brotos.

Quero pedir para que as pessoasadotem essa causa e façam a suaparte; afinal, adotar um porta-dor de necessidade especial é per-mitir a ele a vida e propiciar a eleum mundo mais justo e humano.

Jonas David da Silva Lascasas 26 anos

Londrina (PR)

periegeseDescrição de um lugar, uma regiãoou um país.

O melhor lugar do mundo é aminha cidade, Arapoema, cidadebanhada pelo Araguaia. Lugaralegre cheio de magia e alegria,você não deve conhecer Arapoema,mas eu conheço; foi o lugar emque eu nasci e fui criada. Se vocênão conhece Arapoema, ela ficalocalizada no estado de Tocantins.

Daniela Gomes Farias7 anos

Arapoema (TO)

permanênciaContinuidade, constância, estada.

Algumas palavras ficam...Velhos ditados se acumulam.

Alisson Pazetto de Oliveira12 anos

Grão-Pará (SC)

persuasãoAto de levar alguém a acreditar emalguma coisa ou a aceitá-la. Con-vencimento, convicção, certeza.

Onde fica o melhor lugar do

mundo? Com certeza no co-

ração de um eterno aprendiz,

que sente, cria e libera a

imaginação, descobrindo a si

mesmo e contribuindo para um

mundo mais inteligente.

Maria Aparecida Alves Costa45 anos

São Gotardo (MG)

PpertináciaPerseverança, constância; obsti-nação, persistência, teimosia, tena-cidade.

É verdade que tem muita vio-lência, pobreza, fome, doença,falta de educação, mas eu pro-curei só ver o que tem de bompara poder começar, porque, seeu pensar nas coisas ruins, eunem começo a escrever.

Thainãn Ribeiro dos Santos12 anos

Mogi das Cruzes (SP)

pertinênciaRelação de pertencimento.

Para falar do mundo, precisofalar um pouquinho de mim, poistenho consciência de que façoparte dele.

Luana Carneiro Bernardo9 anos

Ponta Grossa (PR)

pessimismoDisposição para esperar o pior, en-carar tudo pelo lado negativo.

Está tudo bem, está perfeito!A culpa dessa verdadeira ba-gunça é minha, é sua, é de todosnós, estamos de braços cruzados,falar é o que fazemos; o governoestá péssimo, o aluno é péssimo,você é péssimo, eu sou péssima.

Fernanda Oliveira12 anos

Barueri (SP)

piáNa língua tupi, piá é uma palavraque tem a ver com o que existedentro do corpo na região do tóraxe do ventre. Por isso, a mesma pa-lavra era usada para coração, estô-mago, entranhas. Com o tempo,passou a indicar “índio jovem”,depois “menino que trabalha emestância”, e hoje se chama de piáqualquer criança, no Rio Grandedo Sul.

Meu irmão e minha irmã

nem adianta dizer nada, porque

eles não entendem o que é o

melhor lugar do mundo. Minha

irmã tem cinco anos e meu ir-

mão só tem três.

Helena Gomes Dias8 anos

São Francisco do Sul (SC)

pindaíbaPalavra de origem tupi que é onome de um coqueiro, e que usa-mos hoje, sabe-se lá por quê, comosinônimo de falta de dinheiro.

O melhor lugar é o seuserviço nos primeiros dias detrabalho após meses dedesemprego.

Betcy Vanessa Gonçalves da Cruz32 anosLins (SP)

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156perplexidadeEspanto, admiração, estupefação,pasmo, assombro.

Bom dia, meu querido mundo!

Hoje eu acordei e logo veio um pensamento em minha cabeça:“Como é que as pessoas não percebem o que está à nossa volta?”

Bem abaixo da minha janela tem uma arvorezinha, e nela umpassarinho fez seu ninho. Todos os dias vou devagarzinho daruma olhada em seu ovinho, mas não contei para ninguém, poistenho medo de que o destruam. Num domingo bem cedo, minhamãe levou um susto: “Dentro da nossa cozinha tinha ummacaquinho comendo banana”. Ele entrou pela janela aberta edava muita pena de ver seus olhinhos assustados, perdido dobando. (É porque cortaram muitas árvores aqui no condomínio.)

Na minha rua tem beija-flor até nos fios de eletricidade.Vejam como é bom o nosso mundo!Mas as pessoas não percebem e destroem tudo, sujam, matam,

poluem sem se preocupar.Gostaria muito que as crianças e os adultos que fazem isso

lessem esta redação, para entender como é bom poder acordar eter tudo isso à nossa volta!

FIM

OBS.: tudo isso que escrevi aconteceu de verdade.

Marcella Reis de Oliveira9 anos

Belo Horizonte (MG)

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plágioDo grego plágios (trapaceiro, oblí-quo) veio plágio, que é a assinatu-ra ou a apresentação do trabalhode outra pessoa como se fosse seu.Nesta edição do Concurso de Reda-ção, identificamos alguns trabalhos“plagiados” e resolvemos aqui apre-sentar parte deles, em homenagemaos verdadeiros autores.

Fome comePalavra Cantada

Eu tô ficando impacienteA minha fome é persistenteCome quente, come frioCome o que vê pela frente

Come a língua, come o denteQualquer coisa que me alimenteA fome come simplesmenteCome tudo no ambiente

Come e nunca é suficienteToda fome é tão carenteCom o amor que a gente senteA fome come eternamenteNo passado e no presenteconferir a autoria exata

VilarejoMarisa Monte/Pedro Baby/Carlinhos Brown/Arnaldo Antunes

Há um vilarejo aliOnde areja um vento bom Na varanda, quem descansa Vê o horizonte deitar no chão Pra acalmar o coração Lá o mundo tem razão

Terra de heróis, lares de mãeParaíso se mudou para lá Por cima das casas, cal Frutas em qualquer quintal Peitos fartos, filhos fortes Sonho semeando o mundo real Toda gente cabe lá Palestina, Shangri-lá

Vem andar e voa

Lá o tempo esperaLá é primavera Portas e janelas ficam sempre abertas Pra sorte entrar Em todas as mesas, pão

Flores enfeitando Os caminhos, os vestidos, os desti-nos E essa canção Tem um verdadeiro amor Para quando você for

Do itLenine/Ivan Santos

Tá cansada sentaSe acredita tentaSe tá frio esquentaSe tá fora entraSe pediu agüenta

Se sujou cai foraSe dá pé namoraTá doendo choraTá caindo escoraNao tá bom melhora

Se aperta griteSe tá chato agiteSe não tem crediteSe foi falta apiteSe não é imite

Se é do mato amanseTrabalhou descanseSe tem festa danceSe tá longe alcanceUse sua chance

Se tá puto quebreTá feliz requebreSe venceu celebreSe tá velho alquebreE corra atrás da lebre

Se perdeu procureSe é seu segureSe tá mal se cureSe é verdade jureQuer saber apure

Se sobrou congeleSe não vai canceleSe é inocente apeleEscravo se rebeleNunca se atropele

Se escreveu remetaEngrossou se metaQuer dever prometaPra moldar derretaE não se submeta

Emissário deum Rei DesconhecidoFernando Pessoa

Eu cumpro informes instruções do Além

E as bruscas frases que aos meus lábios vêm

Soam-me a um outro e anômalosentido...

O único sentido íntimo das cousasÉ elas não terem sentido íntimo

nenhum.

Quero que os corpos físicos sejam

uns dos outros como as almas. Não só dinamicamente, mas

estaticamente também.

Os Meninos de 4 PinheirosFund. E.M.M.R. Profº. Elias

Nós também queremos viver. Nós também amamos a vida.

Para vocês, escola. Para nós, cheirar cola.

Para vocês, academia. Para nós,delegacia.

Para vocês, coca-cola. Para nós, pedir esmola.

Para vocês, muita emoção. Para nós, catar papelão.

Para vocês, piscina. Para nós,chacina.

Para vocês, forró. Para nós, mocó.Para vocês, televisão. Para nós,

valetão.Para vocês, avião. Para nós,

camburão.Para vocês, conhecer a luta. Para nós,

morar na rua.Para vocês, está bom, felicidade.

Mas, para nós, igualdade.Nós também queremos viver. Nós

também amamos a vida.

PplanoProjeto ou empreendimento parachegar a um fim determinado; pre-visão do que deve ser feito e domodo de fazer para alcançar umobjetivo.

É a educação que “desenha”nosso futuro. Se hoje todas as crian-ças estiverem nas escolas tendoum aprendizado decente , ama -nhã basicamente vão estar tra-balhando honestamente.

Brenda Carla da Silva Mello14 anos

Barueri (SP)

Estão fazendo muitos projetospara que essas coisas parem,mas quase ninguém liga para osprojetos.

Léris Vitório de Matos Senoski10 anos

São Miguel Arcanjo (SP)

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158pletoraQuando o assunto é o corpo, pleto-ra é um aumento anormal do vo-lume de sangue. Mas também sechama de pletora o mal-estar dequem tem excesso de vida, de ati-vidade. Num sentido figurado,pletora é todo tipo de excesso, desuperabundância exuberante.

Sou capaz de ver numa plan-tinha insistente crescendo nagreta de uma calçada de con-creto uma intensa primavera.

Caroline Fernanda Vaz de Almeida11 anos

Itabira (MG)

O planeta Terra tem mui-

tas belezas: as flores, os

animais, o barulho das águas,

o cair da chuva, o calor do

sol, o sorriso de uma criança,

o amor dos meus avós...

Matheus Henrique Delay Freitas8 anos

São José dos Pinhais (PR)

PpluralismoAceitação de diversidade e coexis-tência do que é diferente em ter-mos de igualdade.

O lugar onde encontramos afelicidade é um lugar plural quetem sons de muitas risadas, emtodos os timbres, tem cores demuitos olhos, em todas as lumi-nosidades, e tem gostos demuitas frutas de todos os quin-tais do mundo.

Aparecida de Fátima Margutti49 anos

Santa Cruz das Palmeiras (SP)

Todos temos de lembrarduas coisas que se contra-dizem, mas se completam:“Todas as pessoas são iguais” e“Todas as pessoas são dife-rentes”. Somos iguais em nossosdireitos e deveres, mas somos

diferentes nas aparências eno modo de pensar e agir.

Ana Luiza Maia Rodrigues11 anos

São Mateus (ES)

pluridimensionalQue tem muitas dimensões. Multi-dimensional.

Eu sou uma pessoa que gosta decoisas certas. Na minha imagi-nação passa um monte de coisasque eu queria fazer. Ser uma pes-soa que fizesse tudo o que imagi-nasse, como assistir a muitos filmes,jogar basquete, paquerar, nadar.

Guilherme Henrique de G. Oliveira12 anos

Monte Sião (MG)

pluvialQue tem a ver com a chuva; plu-viátil. Que acontece onde chovemuito.

A chuva molha a terra queos agricultores plantam, enche asbarragens que abastecem as ci-dades; também nos dias de chuvacomemos bolinhos de chuva feitospela vó, que eu adoro.

Eduardo Gusmão da Cunha9 anos

Pelotas (RS)

populaçãoConjunto de habitantes de um ter-ritório, de um país, de uma região,de uma cidade, de um bairro...Também é a palavra usada emEcologia para indicar o grupo deindivíduos da mesma espécie quevivem num mesmo local.

O melhor lugar do mundo

para viver já existe. Talvez

não existam habitantes certos

para viver nele.

Jaine Naiara Geremias dos Santos8 anos

Guapiara (SP)

Pporvir

O tempo que ainda não chegou,que está por vir: o futuro.

Nossos sonhos germinarão emférteis consciências. E o queserá do futuro? Bem, o futuro,simples e milagrosamente, SERÁ.

Angélica de Brito16 anos

Sarandi (PR)

possessivoQue tem sentimento de posse exa-gerado.

A palavra melhor é muitoegoísta , pois ela defende umponto, o seu, o meu ou o dele...

Mirneile Antônia Maziero Lessio34 anos

Sumaré (SP)

PpráxisAtividade prática; ação, exercício,uso.

Em primeiro lugar, não hálugar melhor do que aquele queconseguiu erradicar a pobrezaextrema da população, a fome, asmás condições de vida dos habi-tantes.

Lígia Silveira Schweller16 anos

Campinas (SP)

Se quisermos que futurasgerações sejam recebidas emum mundo saudável cheio deárvores, precisamos tirar amão da motosserra e colocá-la na consciência.

Andressa Ferreira Souto Maior11 anos

Cabedelo (PB)

A primeira mudança é

interna, e a segunda são as

práticas; juntos, fazemos

pequenas revoluções todos os

dias e, ao final, estaremos

no mundo e com o mundo.

Marlene dos Santos de Jesus22 anos

Catu (BA)

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polvorosaAgitação, grande atividade; rebu-liço, roda-viva.

O melhor lugar do mundo

O melhor lugar do mundo deve ser um lugar onde não há violên-cia nem fome, em que exista mais amor, união, pois devemostodos cuidar bem do nosso planeta, evitando guerras, para quepossamos viver em paz.

As pessoas devem cuidar do planeta com mais respeito, evi-tando acabar com ele, para que todos vivam cada dia mais felizes,podendo olhar com amor e com o coração, para que não existamais ódio nas pessoas. Poderemos olhar para nosso próximo commais gratidão e não endurecer tanto o coração.

Todos nós devemos achar a cura das doenças para evitar osofrimento do povo, já os governantes devem ter amor no coração,pensando mais no cidadão.

Temos que nos assumir como homens e mulheres para que omundo cresça em harmonia e união sem preconceitos. No melhorlugar do mundo, a educação é vista com muita importância,porque dela depende o futuro dos nossos jovens – uma educaçãocom qualidade, porque assim os jovens ficariam afastados dasruas e se tornariam pessoas com futuro.

No melhor lugar do mundo, as crianças são saudáveis e fortes,porque elas têm boa alimentação, mamaram no peito de suas mãese tomaram todas as vacinas.

No melhor lugar do mundo, as mães não fumam nem bebem efazem o pré-natal certinho. Só se alimentam de fibras, frutas, leitee tudo o que é saudável, e jamais pensam em aborto, porque avida é um dom de Deus. Depois dos nove meses, chega o momen-to especial que toda mulher espera na sua vida. Eu gostaria queesse mundo fosse real, e não fantasia.

Rodrigo de Lima Antonio21 anos

Mogi das Cruzes (SP)

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160preceituarEstabelecer como norma; ordenar,determinar; dar ordens ou ins-truções.

É por isso que é bom agirmoslogo enquanto minhas palavraspodem ser ouvidas. Pois se o caostotal for o nosso destino, não ha-verá mais quem possa me ouvir.

Paulo Guilherme Damasceno Leite10 anos

Barbalha (CE)

precocePrematuro, antecipado; temporão.

Mas hoje em dia é impos-sível não temer, pois as coisassão muito mais precoces doque quando minha mãe eracriança.

Joana Pinheiro Fuchs Ramos10 anos

Blumenau (SC)

premênciaUrgência, pressa.

Vamos, não deixe o tempo pas-sar, segure pelas golas das horas!

Gizeli Fortes de Souza35 anos

Delfim Moreira (MG)

premoniçãoSensação de que algo vai aconte-cer; pressentimento; presságio.

Se os homens soubessem oestrago que uma bomba viria acausar, talvez nem tivesseminventado a pólvora.

Raul da Silva de Mattos Guedes13 anos

Pradópolis (SP)

PpreservaçãoO que se faz para que alguma coisapermaneça inteira e dure; prote-ção, salvaguarda.

Em Iraí era tudo lindo, na

colônia se viam pássaros de

várias espécies. Eu conheci vá-

rias espécies de bicho do mato,

como onça, lobo, tamanduá,

leão, suçuarana, entre outros.

(...) É preciso ter consciência

de que o futuro se faz agora,

reciclando, reutilizando mate-

riais, evitando poluir nossos rios

e matas, para que nossos netos

tenham, pelo menos, parte do

que nós tivemos em nossa

infância.

Ione Nelda Müller55 anosIraí (RS)

PprevençãoPreparo, tomada de providênciasantecipadas para evitar problemas;premeditação; precaução, cautela.

Para combater algumas doen-ças, basta a prevenção: nãotomar muito sol, não namorarsem preservativo, etc.

Ygor lemes Caixeta9 anos

Uberlândia (MG)

Ao trabalharmos a consciênciacrítica do cidadão, ao formarmosestudantes capazes de refletirsobre a sua própria condição en-quanto membros de uma socie-dade que se descaracteriza, quevem perdendo os seus valores e seautodestruindo em nome do pro-gresso, do capitalismo e de tantasoutras propostas que atentamcontra a vida, estamos protegendoa sociedade de mais um destrui-dor de sonhos, de mais um demo-lidor do mundo que sonhamos.

Cristiana da Cruz Alves32 anos

Sátiro Dias (BA)

privaçãoCarência, destituição, falta; impe-dimento de posse de alguma coisaou de um direito.

E você, humano, vai deixar tudoisso piorar?

Chora por último e chora de tristeza,

chora por ter maltratado o nosso planeta.

Chora da forma mais perfeita que tu puderes,

pois a lágrima é a única água que te sobrou.

Alessa Dias Spadim11 anos

Botucatu (SP)

PprobidadeHonestidade, integridade, honra-dez, retidão, pundonor.

Não quero um mundo impos-sível, mas sim um mundopalpável, um mundo honrado,um mundo feliz.

Alexandre Chaves da Silva17 anos

São José dos Campos (SP)

E se conseguirmos atingir

essas sete metas e uma

nona, que deveria ter sido

criada como a primeira de

todas, ou seja, "acabar com

a corrupção", com certeza

cumpriremos a oitava: todo

mundo trabalhando pelo de-

senvolvimento do nosso país.

Ágatha Talita Ribeiro Nunes15 anos

São Paulo (SP)

progênieOrigem, ascendência. Geração,prole.

A Terra é linda como umabola azul, é bela como uma bolade neve, mas o melhor é o jeitoque ela nos trata, como filhos dela.

Lara Macêdo Sousa8 anos

Fortaleza (CE)

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prístinoAntigo, que perdura no tempo semperder o brilho e a autenticidade.

Acordar de manhã

Acordar de manhã com o canto do bem-te-vi e o barulho de carrode boi é maravilhoso.

Pular da cama, alta pelo colchão de palha, vestir o paletó deflanela, calçar o chinelinho, correr até a cozinha e encontrar avovó fazendo bolo de fubá para assar no forno de cupim, abrir aportinha do forno e ver os biscoitinhos crescendo, que delícia!

Ter a certeza de que o vovô está no curral tirando leite, com umcarinho todo especial pela vaquinha Flora, que produz um leitequente, branquinho e espumante, poder levar a canequinha parasaborear o leite e ver o sorriso do vovô naquele rosto magro equeimado de sol dá prazer e alegria.

Do curral, ver o tio Zé tratando dos porquinhos. Ouvir aalgazarra das galinhas no galinheiro como se todo o galinheiroestivesse em festa!

Este mundo é mesmo perfeito! Tudo em harmonia!Certa vez ouvi as galinhas gritarem no galinheiro. Estava acon-

tecendo a única violência que existe naquele sítio. Fui ver. Era abriga dos galos por uma folha de couve que tia Maria tinha joga-do lá da horta. Tio Zé foi me chamar para ver a briga dos galos, osmeus primos já estavam lá pelo lado de fora assistindo. Eu não fui;não gosto de violência nenhuma. Entrei no galinheiro e separei abriga. Minhas amigas estavam no portão me esperando para nadarno riacho de águas claras e o fundo cheio de pedrinhas brancas.Fomos andando e imaginando: Como seria bom um mundo semviolência, sem brigas, seqüestros, balas perdidas!

Falei bem alto:— Se eu pudesse acabaria com tudo isso!— Como? Perguntou minha amiga.— Ia trazer todos para o sítio. Eles iam comer biscoito feito no

forno de cupim, tomar banho no chuveiro de lata, igualzinho éaqui.

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162Depois refleti um pouco... Mas se eu trouxer toda essa gente

para o sítio, ele deixaria de ser este mundo bom, este lugar mara-vilhoso que ele é.

Minha colega disse:— Vamos conscientizar todas as pessoas que “violência gera

violência”!A televisão pode fazer isto: em vez de mostrar crimes, mostrar

que a violência não compensa.O mundo lá no sítio é um mundo bom porque todas as pessoas

só se preocupam em fazer o bem.Vivi naquele sítio um mundo maravilhoso, muito bom. Hoje passo perto do sítio para ir à escola e tenho muita saudade.Vovô faleceu, vovó ficou muito triste, arrumou as malas e

mudou de lá.Vovó vendeu o sítio e ele não é mais o mesmo. Hoje tenho

saudade do nhenhenhém do carro de boi, do cachorro que anda-va atrás do carro de boi, do bem-te-vi, dos biscoitos no forno, davoz forte do vovô dizendo: “Bom dia! Bom dia!”.

Passo e falo baixinho: “Bom dia, vovô! Bom dia, mundo bom!”.Mundo que jamais sairá da minha lembrança.

Maria Alice Gomes Fonseca10 anos

Brumadinho (MG)

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PprojetoIdéia e planos para realizar algo,no futuro.

A vida que eu quero nãoestá longe do meu alcance. Eexplico por quê. É que cadadia o meu objetivo é ser umapessoa melhor: melhor mãe,melhor esposa, melhor amiga,melhor profissional, melhor eumesma. (...) Vou proclamarguerra ao mau humor, àcara amarrada, à falta deesperança, ao desalento e àtristeza.

Cosma Oliveira da Silva34 anos

Conselheiro Lafaiete (MG)

Quando crianças, vivíamosdesenhando um mundo perfeito,uma casinha pequena, com umgramado verde e florido ao redor,um sol com brilho intenso e límpi-do, e um céu azul anil. O queaconteceu com esse desenho?Para mudarmos o mundo à nossavolta, temos que olhar bem para onosso desenho infantil de mundo etransformá-lo em um projeto adultode mudança de visão do mundo.

Ariane Borges da Silva16 anos

São Paulo (SP)

PpropósitoIntenção, intento, projeto. Aquiloque se quer conseguir, o fim visado.

Minha vida tem um sentido.Um mar de rosas? Talvez, mastem uns espinhos; não é tudoque eu gostaria de possuir, mastenho bons amigos para podercompartilhar esses momentos.

Iraci Silva62 anos

União da Vitória (PR)

propriedadeO que pertence a alguém. Benssobre os quais uma pessoa temdireito de posse.

Desde pequeno meus pais meensinaram que o que é meu é meue o que é dos outros é dos outros, eque temos que conseguir realizarnossos sonhos lutando por eles. Seráque essas coisas não foram ensi-nadas aos governantes ou forameles que não levaram a sério?Marcos Vinicius Fonseca de Almeida

12 anosCravinhos (SP)

provectoAdiantado, que progrediu bastan-te; que tem idade avançada; quesabe muito; experimentado.

Nesse lugar, o despertador decada manhã seria a gostosa gar-galhada de uma criança, e todapessoa, de qualquer raça, povoou nação, ao findar o dia, se sen-taria ao lado de um idoso paraouvir sua sabedoria.

Kellen Silva Corrêa28 anos

Santo Antônio de Pádua (RJ)

pueríciaInfância, meninice – a etapa davida que vai do nascimento até apuberdade.

Criança não pode trabalharpor um motivo simples: porqueela está muito ocupada sendocriança.

Aleci da Conceição Santos11 anos

Conde (BA)

Há idade máxima para

ser criança? (...) Quando eu

for mais adulta, ainda

levarei dentro de mim uma

criança que experimenta o

sabor de um mundo bom onde o

melhor lugar já é realidade..

Narriman Kelly Andrade de Souza9 anos

São José dos Campos (SP)

Bom, como eu sou criança, que-ria mesmo era comer doces semestragar os dentes, comer ham-búrguer sem fazer mal. Mas oque eu queria mesmo era ummundo melhor.

Júlia Garcias de Azevedo9 anos

Ilhéus (BA)

PpundonorHonra, empenho com boas inten-ções, decência, honradez. Esta pa-lavra tão pouco usada combina, emseu conteúdo, honestidade e cons-ciência em partes iguais, o que fazdela um vocábulo altamente útilpara chegar a um mundo melhor!

Quero compartilhar, nãoindividualizar. (...) Sonho comum mundo incorruptível. Maisconsciência, menos tolerância.

Priscila Dayana de Oliveira Cruz15 anos

Caraúbas (RN)

Para melhorar a qualidade devida, o certo é primeiro mudar aqualidade de seus pensamentos.

Thaize Cristiane Dudek15 anos

Curitiba (PR)

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164prolixidade Superabundância de palavras. Falalonga que vai mudando de direçãosem parar. Palavras desejadas

Palavras...Que mudam o mundoPalavras...Que começam o assunto

Palavras...Que ajudam a terminar a conversaPalavras...Que retornam palavras

Palavras... Que fazem o verbo ir a um lugar inesperadoPalavras...Que fazem parte de um mundo desejado

Palavras...Que fazem cada pessoa ter sua vidaPalavras... Que no mundo são vividas

Palavras...Boas e ruins que cada um tem gravadas na memóriaPalavras...Boas e ruins que se soltam pelo mundo

Palavras...Que nos fazem gostar ou desgostarPalavras...De vários sentidos para falar

Palavras...Que nos tendem a confiar Palavras...Que nos ensinam a falar

Paulo Cesar dos Santos Corecha Júnior11 anos

Rio de Janeiro (RJ)

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propínquoPróximo, vizinho.

No meio do caminho

“Ligação a cobrar, para aceitar continue na linha.”— Alô, quem fala?— Alô, Deus! Aqui é o Diabo. — Ah, claro, ligando a cobrar só podia ser você. O que quer?— Bom, eu estava pensando que aqui no inferno é bem pior doque aí no céu. — Tem certeza?— Absoluta! Aqui é quente o ano inteiro, não suporto. — Pois é. Mas aqui é frio o ano inteiro, também não gosto. — Pelo menos você tem brisas e nuvens macias. — Ultimamente só faz tempo ruim. Aí embaixo dá até para pegaruma corzinha. — Já estou vermelho demais. — E eu, muito branco. — A comida me enjoa. Todo dia é churrasco em chamas. — Eu só fico no pão e vinho. — Quer saber? A gente deveria criar um novo lugar!— Boa idéia. Mas onde?— Aqui embaixo!— Não! Aqui em cima!— No meio do caminho?— Feito. — Faremos redonda. — Com muita água. — Um pouco de terra. — Montanhas e árvores. — Terremotos e tempestades. — Uma pitada de bondade. — Maldade também vai bem. — Coloque alguns amigos seus para morarem lá. — Sim. Faça você o mesmo. — Está perfeito!— É o equilíbrio que procurávamos. — Precisamos de um nome. — Que tal planeta Terra?

3° lugar

Johaine El Hajjar Droppa15 anos

Curitiba (PR)

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O macaco era chamado qof. Sua cabeça e seu pescoço, que inspi-raram o primeiro esboço da letra, estão presentes até hoje no nosso Q.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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quadranteUm quarto (G) de círculo. Passoua ser usado também para indicarG de esfera. Por isso, chama-se dequadrante uma região do globoterrestre.

O mundo é uma bola de ma-

ravilhas.

José Enrique Pereira Andrade8 anos

Jurema (PE)

Qquantum satisA quantidade que basta, ou seja, adose suficiente, a quantidade ra-zoável; nem de mais, nem de me-nos. A expressão é latina.

Nem tão quente... nem tãofrio: morno. Nem tão cheio,nem tão vazio: confortável.Nem tão claro... nem tão es-curo: agradável. Nem tão vio-lento... nem tão pacífico:consciente. E entre tantos“nens”... os “nãos”: nãoprecisa caviar, mas ninguémpode passar fome... Não pre-cisa MBA para todos, mas umaeducação que conscientize oshomens para lutarem por umasociedade mais justa.

Elaine Dias Sanches Simões45 anos

Ribeirão Pires (SP)

Sou apenas uma adolescente,vivo num mundo pequeno, tenhoidéias e pensamentos pequenos,mas são o necessário e o suficientepara sonhar, sonhar muito alto.

Ana Paula Goulart del Tedesco13 anos

Lindóia (SP)

quebra-cabeça Originalmente é um jogo que exigereflexão para organizar peças em-baralhadas. Por extensão, é qual-quer problema difícil, qualquercoisa que preocupa ou que é com-plicada para resolver.

A Terra é azul – exclamou YuriGagarin, o astronauta que con-seguiu ver pela primeira veznosso planeta, durante a viagemespacial de 1958. – É linda –poderia ter acrescentado naqueleinstante, quando a distância oafastava da fome, das guerras,das doenças, da corrupção e deum infinito número de problemas.

Rafaela Bezerra de Araújo16 anos

Princesa Isabel (PB)

Já que minha árvore é minha,será que ela vai morrer quandoeu morrer? Mas eu não queromorrer; quero viver a vida toda,junto com a minha árvore... Nemque seja uma vida apanhosa...

Gislaine Buosi Fechus Monteiro40 anos

Pouso Alegre (MG)

quebra-galho Palavra da gíria que cabe comouma luva para indicar uma pessoaou uma coisa que ajudam a re-solver uma dificuldade.

Existem muitos sonhos pelo

mundo afora, como sonhos de

governar, de cantar, às vezes

até de comer. É, o mundo está

cada vez mais acabado e

triste, mas, ao mesmo tempo,

repleto de sonhos. Às vezes

quem tem sonho de comer só

poderá satisfazê-lo com quem

tem sonho de governar bem o

mundo. Às vezes existe alguém

com sonhos de governar bem o

mundo, poderá tirar George Bush

e realizar um dos momentos

mais esperados do universo.

Felipe Alexis dos Santos Alves13 anos

Campos do Jordão (SP)

quebra-molasObstáculo construído em ruas eestradas, para que os veículosreduzam a velocidade.

Reflita e mude, mas comecedevagar, porque direção é maisimportante que velocidade.

Maria Cecília Nogueira Teles14 anos

Janaúba (MG)

quebrantamentoGrande abatimento, desânimo,prostração.

Quando se mora na perife-ria é muito difícil falarsobre um bom lugar paraviver, pois o medo da violênciatorna-se constante na minhacomunidade. (...) A históriade que “a grama é maisverde no lado do vizinho” nãocondiz muito comigo, atéporque nem eu, nem o meuvizinho temos gramado.

Thiago Lima Paiva16 anos

São Paulo (SP)

querençaTem três sentidos distintos que, nofundo, tocam no mesmo ponto:querença é aquilo que alguémquer, querença é coisa ou pessoa aquem se quer bem e querença é umlugar ao qual os animais se apegampor instinto.

Eu queria que o mundo fosselimpinho e muito amoroso. (...) Euqueria que fosse um mundo sempreconceitos e sem doenças. Eprincipalmente eu queria que nãotivesse aquecimento global.

Jéssica dos Santos Alves9 anos

Rio de Janeiro (RJ)

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170quatro-cantosBrincadeira em que os jogadores secolocam nos quatro cantos de umquadrado e trocam de lugar unscom os outros, enquanto um quin-to jogador tenta se apossar de umdos cantos.

Para descobrir o estilo de vida

Para descobrir o estilo de vida dos sonhos selecionei algumas pes-soas de vidas interessantes.

A vida de empresário de sucesso. Ter vários carros importadosna garagem, morar numa mansão cheia de empregados, para poderfazer seus caprichos, ser dono de uma multinacional mundialmenteconhecida, poder comprar tudo o que o dinheiro possa conseguir,ter herdeiros para prosseguir a obra deixada. Tudo isso seria utopiase não fosse a inveja despertada. Os carros de luxo seriam blinda-dos, a mansão teria cerca elétrica, circuito de filmagem, alarme,tudo o que possa existir em relação a segurança; você e sua famíliaandariam com guarda-costas e perderiam a liberdade de ir e virsem ser incomodados.

A vida de uma celebridade. Morar em Beverly Hills, ser umaestrela de cinema de Hollywood, ter o nome na Calçada da Fama,dar muitos autógrafos e ser eternamente lembrado como astro.Como tudo na vida tem dois lados, o bom e o ruim, você perderiaa sua privacidade, andaria escoltado por seguranças em qualquerlugar público que fosse, fora outros danos causados pelos assédios.

A vida de conto de fada. A princesa é amaldiçoada pela bruxae vem um cara bonito chamado de príncipe, destrói a malvada edesfaz a maldição. O que começa no “era uma vez” constante-mente termina em “e viveram felizes para sempre” para os moci-nhos, é claro, mas, se tivesse a continuação dessa história, comcerteza a princesa descobriria que o príncipe se transformaria numsapo daqueles bem horrorosos e a filha da bruxa vingaria a mortede sua mãe tornando a vida da alteza eternamente infernal.

A minha vida. Não resido num castelo, muito menos numa man-são, não tenho dinheiro no banco, não tenho veículo automóvel,não tenho milhares de fãs, meu semblante nunca apareceu narevista e em nenhum meio de comunicação, não tenho nada que sepossa chamar de “luxo material”. Em compensação moro numlugar simples onde posso me orgulhar não pelo luxo, mas sim pelapaz e sensação de liberdade que me propõe, também pelo calorsincero dos sentimentos das pessoas que me rodeiam, por eu serreconhecida pelos meus méritos, sem interesses concretos. Detodas essas vidas redigidas, se eu pudesse fazer uma triagem dequal vida queria viver em outra encarnação, escolheria hoje e sem-pre viver a mesma vida que eu levo, porque, pondo na balança, eusairia ganhando. A base da vida é viver, e viver significa liber-dade, e é o que o meu estilo de vida tem a me oferecer.

Eliane Santos18 anos

São Vicente (SP)

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querelaEm sentido poético, querela é la-mento, queixa. Mas querela tam-bém é discussão, litígio, disputa.

Terra

Socorro... Socorro... Socoooorrooo!!!!!!!!Ajudem-me... Tem alguém aí me ouvindo?!?Ajudem-me, por favor, eu estou morrendo... Ninguém mais me

ouve... Ninguém mais se importa comigo... O que eu fiz paravocês me ignorarem? O que eu tenho que fazer para que alguémme ouça?... Como eu posso sair desse descaso?

Ah!!!!!!!! Depois de muitas décadas, alguém me ouviu!Ih! Mas será que irão levar isso adiante? Alguns acham que é

só conversa fiada; outros já levam a sério a questão da minha sus-tentabilidade – só que estas pessoas sérias são minoria e não têmmuito o que fazer para me ajudar. Infelizmente, sem a ajuda dos“grandes”, elas não conseguem muito. Os “poderosos” não seimportam comigo, só sabem destruir minhas florestas, poluirmeus rios... Contaminam-me, sugam minha energia, tiram toda aminha riqueza, inventam todo tipo de tecnologia, produtosquímicos, armas... Com esse avanço, pensam estar melhorando opróprio ciclo de vida. No entanto, eles esquecem que é de mimque retiram os alimentos para suprirem as suas necessidades bási-cas e que, ao jogarem no ar os gases maléficos que vão para acamada de ozônio, cada vez mais vão me aquecendo; com isso voume acabando, vou fornando uma catástrofe, e, assim, o meu ciclode vida, junto com todos os meus habitantes, passa a correr sériorisco de terminar para sempre. É alarmante!!!

Agora, estão percebendo que isto é verdade: eu posso meacabar um dia! E esse dia está se aproximando cada vez mais rápi-do. Mas há uma esperança: os ambientalistas acreditam que, setodo mundo se conscientizar um pouquinho e parar de poluir,posso um dia voltar ao normal. Se todos se unirem para trabalharpelo desenvolvimento, podemos antecipar a nossa meta de sus-tentabilidade.

Então, eu peço a todos os seres humanos que pensem e dêem aresposta justa a esta pergunta:

Qual o tipo de vida que vocês querem ter?— Um tipo de vida saudável, sem doenças? Um mundo sem

fome, sem miséria, com educação de qualidade para todos, sempreconceito de cor, raça, religião e sexo? Um tipo de vida maistranqüilo para se viver melhor — de paz, amor e alegria?

— Ou querem uma vida de tristezas, de guerras, de doenças ede todo o mal que só leva à destruição?!?

Pensem no futuro dos seus filhos, netos, bisnetos... Nãopensem apenas em vocês, hoje. Pensem no amanhã!!!

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172O futuro está nas mãos de vocês. São vocês que decidem qual

será o meu futuro.Peço que todos pensem nisto com carinho.Agradeço, de coração, aos que ouviram meus gritos de socor-

ro, aos que não medem esforços para me ajudar e se comprome-tem a agir constantemente em minha defesa – ou, melhor dizen-do, em nossa defesa.

Muito obrigada a todos e um grande abraço.

Terra

Bruno Caetano Nery21 anos

Paineiras (MG)

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quimeraNa mitologia grega, chímaira eraum monstro com cabeça de leão,corpo de cabra e cauda de dragão.Na nossa língua, a palavra virouquimera, é coisa imaginária, sonho,fantasia, e também coisa sem senti-do, absurda.

O melhor lugar do mundo é aimaginação de uma criança.Você já viveu lá... O que te fezmudar de mundo?

Marina Scotelaro de Castro17 anos

Belo Horizonte (MG)

quinhãoA parte que toca a cada pessoaquando se reparte algo.

O meu mundo é a diversão. O

mundo de cada um é a indivi-

dualidade, e o mundo de todos é

o lugar onde vivemos.

Mabel Pinheiro13 anos

Itajaí (SC)

qüiproquó Confusão de uma coisa com outra.

O desentendimento de umfuncionário com seu chefepode levar a uma demissão;por isso, sempre é bom terum bom relacionamento comseu chefe, porque ficar sememprego é um caos.

Luís Henrique Lira Dias13 anos

Nova Olinda (TO)

quituteA palavra kitutu, de origem afri-cana, quer dizer indigestão. EmAngola e no Brasil significa coisamuito boa de comer, petisco. Emalgumas regiões do Brasil quitutetambém quer dizer “afago”, “ca-rinho”.

A alguns quilômetros de PortoAlegre encontra-se uma cidadechamada Butiá. Não é grande,não possui atrativos turísticosnem muitos habitantes. Mas lá seencontra a casa de minha avó,onde todo fim de ano a famíliainteira se reúne para comemorarNatal, Ano-Novo e curtir umpouco das férias. Apesar de seruma cidade pequena e que nãooferece muito entretenimentopara um adolescente, é um lugarque amo, pois ter toda a famíliareunida é capaz de transformaressa desconhecida e pacata regiãono melhor lugar do mundo.

Rafael Ertes Soares17 anos

Santo Ângelo (RS)

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174qwertyO tipo de teclado de máquina deescrever ou de computador usadono Brasil tem esse nome esquisito,que parece sem pés nem cabeça.Só que não é. Acontece que, nesseteclado, as teclas q, w, e, r, t e yestão em seqüência na primeiralinha de letras, à esquerda.

A criatividade é sinal...

A criatividade é sinal de inteligência?E a inteligência? É sinal de criatividade?Sei lá. Às vezes eu fico pensando coisas demais. Penso em tudo

o que me rodeia. Tudo o que está à minha volta. Sabe quandoalguma coisa te lembra outra? CD me lembra música. Música melembra fama, fama me lembra artista. Artista me lembra esforço.Esforço me lembra arte. Arte me lembra literatura. Literatura melembra criatividade. Em tudo o que me rodeia e em tudo o queestá à minha volta, eu penso. Uma coisa me lembra outra, que melembra outra, que no final eu vejo que tudo me lembra arte, cria-tividade, inteligência.

Não sei se pensar demais é um defeito ou uma qualidade. Mas,seja lá qual for, é em dosagem dupla, porque eu também tenhomania de falar demais.

Tudo isso que eu penso, não penso duas vezes (aliás, nem sei sepenso direito), eu falo. Muita gente já me falou que eu tenho quesegurar a língua um pouco. Não estou nem aí para o que os ou-tros pensam. Se eu quero falar, por que não posso? Deixa eu falaro quanto eu quiser. Se eu falar algo demais, o problema é meu.

Quando estou triste, também tenho mania de escrever tudo oque estou sentindo. É como se eu estivesse desabafando com al-guém o que ninguém pode saber. Depois rasgo o papel, amasso,piso e jogo no lixo. Depois disso me sinto bem melhor – isto é,quando eu não falo com ninguém antes de desabafar com o papel...

Solto minhas palavras. Seja lá pra onde for. Para o papel, parao sonho, para o além, para o Zé Ninguém e até para os animais.

Enfim, solto minhas palavras para tudo o que está na minhafrente. Tudo o que faz parte deste mundo repleto de coisas boas eruins.

Às vezes eu morro de rir de mim mesma. Quando estou chatea-da por ninguém me ouvir, tenho outra mania além de passar toda

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a minha angústia para o papel. Eu falo com animais. Nem sei seeles me entendem, mas se não entenderem, não tem problema;pelo menos eles me escutam. Afinal, nem eu mesma me entendo.

A cachorrinha da minha avó poderia até criar um livro sobremim se soubesse escrever e se me entendesse de verdade. Será queela me entende? Ah! Sei lá. São tantos “porquês”. São tantos“serás”. São tantas interrogações que, mesmo procurando asrespostas delas pelo mundo inteiro, é difícil descobrir as afirmati-vas de cada uma.

É difícil entender o mundo. É difícil entender a vida.Eu estava pensando outro dia... Os animais deveriam falar.

Assim, quando eu desabafasse com a cachorrinha da minha avó,ela poderia me dar conselhos. Mas aí eu pensei melhor... É melhoros animais não falarem mesmo. Eles iriam debochar de mim e falarque eu estou chateada à toa, que aquele motivo não era de raiva,de ódio. Enfim, eles diriam a mesma coisa que um humano diria.

Hoje eu vi algumas crianças jogar futebol. Acho que eu queriavoltar no tempo. Se o teletransporte existisse, eu voltaria para osmeus seis anos de idade e aproveitaria mais a minha infância.

Quando eu tinha seis anos de idade, eu não pensava tanto; oque vinha na minha cabeça eu falava mais do que depressa e aspessoas não podiam brigar comigo. Afinal, eu era uma criançainocente e não sabia o que falava. Isso é o que todos diziam, masé mentira! Eu sabia o que falava, sim. E sabia muito bem. Só nãopensava muito antes de falar, mas eu sabia que, se fosse maisvelha, aquelas palavras “tão inocentes de uma simples garotinhade seis anos” não seriam tão inocentes assim. Eu sabia que iria terconseqüências mais tarde, se eu tivesse lá meus 12 anos.

Hoje eu estou aqui. Pensando, falando, escrevendo. Tenho hojemeus 12 anos e não estou nem aí para nada. Eu sou apenas umaadolescente confusa e cheia de perguntas na cabeça, que precisamser respondidas. Eu apenas... Solto minhas palavras pelo mundo!

Ayana Resende Romanhol12 anos

Cataguases (MG)

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r R r R r R r R r R

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Um R nada mais é do que uma cabeça (rech) vista de perfil, volta-da para a esquerda, no tempo em que se escrevia da direita paraa esquerda. A partir dos gregos, que começaram a escrever da esquer-da para a direita, ganhou sua forma atual.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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RrealidadeO conjunto de tudo o que existe defato, de tudo o que É.

Daqui a cem anos o ser

humano terá consciência de que

não come nem bebe dinheiro.

João Henrique Muniz de Souza14 anos

Cordeiros (BA)

realismoAtitude de quem se baseia no queé real, verdadeiro, objetivo.

A perfeição não existe; ela éapenas imaginária, que o homemcriou para fantasiar. O que existerealmente são coisas que podemser mudadas para melhor.

Guilherme Felício dos Santos16 anos

São Paulo (SP)

rebeldiaRebelião, revolta. Oposição, resis-tência.

Sim, vou soltar minhas palavras.Melhor ainda: vou plantá-las nosolo fértil que é o coração de cadaser humano. Assim, todos terão achance de conhecer o verdadeirosentido da palavra, e existemvários... Existem aquelas que edi-ficam, as que fortalecem e, enfim,as que revolucionam, as minhasprediletas!

Jayani Cavalcante da Silva12 anos

Curitiba (PR)

RreciclagemTratamento de materiais e produ-tos usados para reutilização.

Recicla-se o lixo, recicla-se amadeira, recicla-se o papel, reci-cla-se tudo o que vem da natureza,mas será que o homem é reciclável?

Jussilene Souza da Silva17 anos

Nova Viçosa (BA)

reclusãoPrisão, cárcere. Pena cumprida empenitenciária.

Apesar de no momento o lugaronde eu me encontro não ser omelhor lugar ou o lugar emque eu gostaria de estar, seique no mundo existem lugaresbons, sei que o lugar em queestou também faz parte dealgo bom num mundo bom.

Luiz Antônio Ferreira Fonda18 anos

Itapetininga (SP)

RrecursoAuxílio, meio para resolver umproblema; remédio, solução.

Não é um palácio nem man-

são, praia famosa, hotel de

cinco estrelas. Não é um país

poderoso, com armas, comér-

cio e indústria desenvolvidos.

Não é país de primeiro, segundo

ou terceiro mundos. O melhor

lugar do mundo é aquele onde

a comida é farta sem pre-

cisar de Fome Zero, porque os

pais teriam emprego e digni-

dade. As crianças teriam

escolas de qualidade e só

passariam a borracha para

apagar as desigualdades.

Gabriele Alves Guimarães10 anos

Barra do Piraí (RJ)

RreflorescênciaNovo florescimento, restabelecimen-to, renovação, rejuvenescimento.

Busco o melhor lugar domundo para soltar minhaspalavras e delas gerar assementes das futuras gerações.Vamos reflorestar o homem!

Juliana Brito Santana Leal12 anos

Goiás (GO)

RreformaReconstrução, alteração de forma.Correção, retificação, aprimora-mento. Reparação, mudança.

Quase tudo o que existe podeser modificado pelo homem,mas o que realmente precisaser modificado é a maneirade agir, de pensar, de cuidar.

Joelmir Tailon de Araújo Ferraz15 anos

Formosa do Rio Preto (BA)

refrearConter, reprimir, dominar, impediro avanço; reduzir a força, moderar.

Cuidado, pois, com o que falais,pois certo é que o mundo gira porpalavras, e uma que falte podefreá-lo.

Lon Melillo Cardoso14 anos

Itabirito (MG)

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180recorrênciaRessurgimento cíclico ou repetiçãode um fato ou fenômeno. Evocação, lembrança.

Para as filhas do coração

Deus me deu somente filhos, mas a profissão me oferece diaria-mente dezenas de filhas para ajudar a preparar para a vida. Elasvêm para mim com poucos anos de vida, algumas com carinha dechoro por se separarem pela primeira vez da família, outras ale-gres por finalmente entrarem para a escola.

E, como toda “mãe”, preparo a escola para recebê-las com omesmo carinho de quem prepara a casa para a chegada de um filho.

Ajudo-as quando têm dificuldade para aprender, quandobrigam com as amigas, quando se machucam, quando estãodoentes. Falo com elas sobre a beleza da família, da natureza e davida, e elas me falam de seus sentimentos, sofrimentos e, princi-palmente, todo o tipo de “barraco ou babado” que acontece emsuas vidas. Às vezes sou a primeira a conhecer seus namorados ouconsolá-las quando a barriga aparece. Fico feliz quando as vejo irembora no dia da formatura, mas me entristeço quando as vejomachucadas por causa de uma família violenta, namorados ciu-mentos ou desanimadas por sua cor ou aparência.

Choro ao saber de suas mortes por causa do álcool ou de dro-gas, mas seguro seus filhos quando não têm com quem deixar emdias de prova. A elas desejo somente que enfrentem a vida damesma maneira que às vezes me enfrentam, de cabeça erguida,seguras do que querem e de como querem.

A cada dia estão mais cedo decididas e lindas, mas violência,pobreza, falta de esperança ou filhos as deixam tristes e desani-madas.

A elas desejo a alegria de um dia voltarem para mim com suasfilhas para novamente começar o que sempre lhes ensino: que avida tem um ciclo, um ritmo, que somente o amor pode mudar.

Da orientadora que as ama.Tia Lu.

Lucilaine Cristina Cezário de Jesus37 anos

Paranavaí (PR)

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regaçoEssa palavra indica a dobra que seforma quando uma pessoa levanta abarra do vestido esticando-a paraa frente, como querendo formar umsaco para guardar alguma coisa.Regaço é essa cavidade. É tambémo mesmo que colo: com o passar dotempo, ganhou o significado deabrigo e de lugar de repouso.

Colo de mãe, pai ou da pessoaque você mais ama... Colo... Éesse o melhor lugar do mundo,deitado no colo da mãe, os olhosfechados, sonhando, sendo inva-dido pela gigantesca paz e peloamor sem interesse, mãos maciasquentinhas passando pelos nos-sos cabelos e deslizando pelorosto. (...) E pensar que há muitoscolos abandonados em asilos,esquecidos pelos filhos, e quantasmães desprezam seus filhos,impedindo que eles desfrutem domelhor lugar do mundo!

Abel Francisco de Souza27 anos

Fazenda Rio Grande (PR)

regozijoGrande alegria, prazer, contenta-mento ou satisfação.

Eu tenho uma brincadeira

preferida, é jogar futebol; o

futebol, além de deixar o corpo

em forma, nos deixa de bem

com a vida.

Marciano Cordeiro de Oliveira14 anos

Balneário Camboriú (SC)

RreivindicaçãoDemanda, exigência, pedido vee-mente.

Ouçam o silêncio da minhanação... Estou à procura doscaras-pintadas e das reivindi-cações, mas não os acho, porqueestão perdidos nas profundezasdo passado. Grito por um paísmelhor, e, no entanto, ninguémme ouve.

Camila de Araújo Lopes14 anos

São Paulo (SP)

relaçãoReferência, ligação, vinculação.Conexão.

O melhor lugar do mundo podeser a ponte e o rio, desde que hajauma boa relação entre eles.

Cíntia Maria Teixeira da Silva16 anos

Valença (RJ)

relatividadeTeoria física que explica que otempo e o espaço estão estreita-mente relacionados e, por isso, nãose pode considerar tempo e espaçoem separado.

Se não há ontem, porque nãopodemos mudar o passado; e nãohá futuro, porque ali é umespaço-tempo a ser construí-do, resta-nos o aqui e o agorade um presente no qual nossaatuação pode fazer diferença.

Lucas Militão17 anos

Arceburgo (MG)

O agora e o aqui começam

de dentro para fora, do indi-

vidual para o coletivo, isto

é, quando modificamos nosso

modo de pensar e agir, trans-

formamos nossos pequenos ad-

vérbios em grandes constru-

tores de nossas consciências.

Amanda Maria Vidago Glizente16 anos

Petrópolis (RJ)

Não existe o melhor lugar e osmelhores momentos separados;eles sempre estarão juntos paraserem vividos. Portanto, os me-lhores lugares estão nos bonsmomentos, e somos nós que oscriamos e tornamos o melhorlugar do mundo.

Alessandra Bernardes Dantas17 anos

Codajas (AM)

relativismoIdéia de que a verdade não é umasó: existem diversas verdades (mo-rais, religiosas, políticas...) que po-dem mudar, conforme a época, olugar, os grupos, os indivíduos.

A diferença entre meuamigo e mim é a enormediferença entre o absolutismoe o relativismo.

Sofia Cavalcanti Zafalon15 anos

Florianópolis (SC)

RremansearEstar tranqüilo, sereno, sossegado.

Além da natureza, existemvárias coisas boas no mundo,como ver filme à noite, em casa,com a família nos dias de chuva,comendo pipoca.

Vinícius Pereira Mancebo Gomez10 anos

Santos (SP)

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182repositórioLugar usado para guardar algo; de-pósito. Coleção.

A caixinha de segredos

Andava pela minha rua, na noite escura que nem breuIluminada pela luz da lua, lá estava euAté que avistei distante uma caixa deslumbrantePequena, simples e linda e com um cadeado brilhante

O que me fez pensar:“É ali onde quero morar”Imaginava as coisas incríveis que lá iria encontrar.

Fiquei ali sentada embaixo da escuridão e vento.Tentando imaginar o que teria lá dentro.Coisa boa, coisa ruimComo tudo pode caber em uma caixinha pequena assim?

Criatividade é o que não falta, imaginação também não.Até que sentou ao meu lado um amigo de meu irmão

Ao olhar para a caixinha, logo falou confiante“Ali tem guerra, terror e miséria”Minha felicidade sumiu num instante

Meu lugar foi devastado Nenhuma fantasia havia restado Mas logo percebi que tinha algo errado

Era o tal do cadeado que guardava tais segredosE fazia a criatividade circular até as pontas dos dedos.Ignorei meu companheiro e fui criando meu mundo Fiquei lá até amanhecer, fui com tudo até o fundo.

Sem guerras, nem miséria, com amor, vida e felicidade.Pois o que a gente faz e pensa é o que importa de verdade

O melhor lugar pra mimÉ a caixinha dos segredos.Que me fez imaginarE enfrentar meus medos.

2° lugar

Isadora Trevisan Locatelli12 anos

Florianópolis (SC)

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remateConclusão, acabamento, fim. O ponto mais alto; o auge.

Por isso agradecemos a essaspessoas que nos ajudaram abatalhar para nosso mundo ficarassim, com as nossas lindas matasverdeadas e pássaros cantando,leões rugindo de felicidade, tudose realizou. Ano de 2014.

Daniel de Oliveira Capistano10 anos

Umuarama (PR)

repercussãoReprodução e reflexão de um som,e também o sucesso que algumacoisa faz.

Paz, são apenas três letras,

mas seu eco é infinito.

Rosinete Dips dos Santos13 anos

Inhuma (PI)

resguardoTudo o que serve para defendercontra um perigo. Cuidado, pre-caução, prudência.

Então quero pedir que pre-servem a água, a natureza, o are até mesmo as palavras.

Patrícia Coelho da Silva Santos13 anos

Guarulhos (SP)

RresistênciaForça que se opõe, que não cede;luta em defesa de alguma causa;também pode ser sinônimo deobstáculo, estorvo, empecilho.

Não buscar caminhos já traça-dos, fazer os trilhos do própriocaminho e deixar a sua marca.

Francisca Evanir Rodrigues Costa20 anos

Pires Ferreira (CE)

Rresolução Decisão, firmeza, coragem e bravu-ra diante de um perigo.

Podemos mudar de casa, nãode mundo. Vivemos no planetaTerra. E nunca na minha vidavou mudar. Neste mundo que euvou criar meus filhos e vou terminha família. Eu queria co-nhecer a lua. (...) Eu queriamorar na Bahia.

Ruan da Silva Pereira10 anos

Belo Horizonte (MG)

restringênciaLimitação, impedimento, restrição.

Nossa casa é do tamanho doplaneta e simplesmente nãopodemos mudar de casa.

Jeovania Luiz Rodrigues35 anos

Divinópolis (MG)

retardatárioAquele que chega tarde.

A tristeza é porque as

crianças que sempre vêm co-

lher nossas flores para

enfeitarem suas casas

ainda não apareceram e

temos medo de que, ao

chegarem, se demorem muito,

seja tarde demais.

Maria de Lurdes Alencar Araújo50 anos

Gurupi (TO)

Rretidão Correção na maneira de agir; intei-reza de caráter.

Que as pessoas tivessemcondição para viver bem, semexceções, e que egoísmo, roubo ecorrupção não existissem novocabulário. Dessa forma nãoexistiria apenas um melhorlugar no mundo para cada um,mas sim um mundo que fosse omelhor lugar para todos.

Fernanda Athayde de Vasconcellos16 anos

Vassouras (RJ)

RretificarFazer alguma coisa ficar reta; ali-nhar. Também é sinônimo de corri-gir, emendar, purificar e endireitar.

O Brasil, com certeza, é omelhor lugar do mundo, mas,como em todo lugar, é precisofazer uns pequenos ajustes, como:a violência tem que diminuir,a corrupção, a falta de águaem lugares longe da cidadegrande, a falta de policia-mento nos lugares mais pobres,dar mais valor à mulherbrasileira, porque igual a elanão tem em outro lugar, orespeito que quase não existeaos mais velhos, entre outrascoisas que devem ser mudadase outras retiradas.

Arthaxerses Carneiro N. da Silva13 anos

Recife (PE)

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184retiroRemanso, tranqüilidade, sossego.Lugar solitário, deserto, onde al-guém se refugia ou se recolhe.Retraimento, ermo, solidão.

Será que o melhor lugar domundo é aquele em que o silênciotoma conta e traz com ele aslembranças, as recordações, avisão da realidade e o confortonecessário para derramar algu-mas lágrimas? Para alguns, esseé o melhor lugar do mundo. Jápara outros o melhor lugar domundo é aquele cantinho sos-segado, cantinho que pertence aapenas uma pessoa, ela mesma!O melhor lugar do mundo podeser aquele em que o mar car-rega a areia, onde o som daágua é música para os ouvidos eo sol é o teto mais protetor.

Tamara Pecinato16 anos

Zortéa (SC)

revelInsurgente, rebelde, e também tei-moso, obstinado, contumaz; esqui-vo, que tenta se desvencilhar.

Lutar pelo que lhe agrada não ésinal de rebeldia, e sim sinal desabedoria.

Luiz Arthur Medeiros Miguel17 anos

Vassouras (RJ)

revelação Descoberta; divulgação de algumacoisa ignorada ou secreta. Tambémé o nome do processo que torna vi-sível a imagem de uma fotografia.

Dessa forma, começamos a

perceber que todo lugar é o

melhor lugar do mundo; apenas

precisamos nos mexer para,

então, revelá-lo.

Dyana Silva de Sena16 anos

Natal (RN)

reversoRevirado, avesso.

O problema é que está tudoao avesso; se ao invés de vio-lência tivéssemos paz, ao in-vés da tristeza a alegria, aoinvés da derrubada, o plantio...

Josefa Joice Lima Vieira11 anos

Quixela (CE)

revezarSubstituir alternadamente; trocarde posição; ocorrer a intervalos,uma vez sim, outra vez não.

Quando estamos felizes, logo alipodem surgir algumas tristezas, equando estamos tristes, pode sur-gir uma grande alegria; isso são“coisas do mundo”.

Francisca Geovana de Souza11 anos

Bela Cruz (CE)

rixaAltercação, briga, disputa, conten-da; rivalidade, competição.

Todas as pessoas são iguais,mas há as que brigam.

Elias Salmoria Dolberto6 anos

Lages (SC)

rosiluminosoLuminoso e róseo ao mesmo tempo.

[O melhor lugar do mundo]seria um lugar onde todospudessem se sentir como quesendo do mesmo mundo.

Daniel Machado da Silva21 anos

Rio Bonito (RJ)

ruborQualidade do que é ou fica verme-lho (rubro). Cor vermelha. Gentemuito tímida costuma ficar rubo-rizada.

Minha meta passou a ser

reencontrar o céu das carti-

lhas infantis. Rever o pôr-do-

sol alaranjado de depois do

lanche comido à tarde. Não

esse pôr-do-sol vermelho-

sangue causado pela satu-

ração do ar de metano. Não

esse pôr-do-sol rubro, que me

lembra que o céu e o sol estão

agonizando numa hemorragia

imposta pelos nossos lixões.

Raphael Soares Bonfim17 anos

Bauru (SP)

ruralQue pertence ao campo; agrícola.

O meu mundo bom é o interior,porque lá no meu interior todostêm casa, trabalho, todos têmcomida, saúde, e todos respeitamo meio ambiente.

Letícia Maria Antunes da Silva8 anos

Sorocaba (SP)

Viver no campo é o melhorlugar do mundo, porque nãotem muita violência nemmuito barulho. É bom tam-bém porque podemos criaranimais, brincar ao ar livree respirar o ar puro da na-tureza. Por isso o melhor lugarpara morar é o campo. Todasas manhãs, quando papaiparte para a roça e se despedede todos nós sorrindo, eu sintoque o mundo é bom e mereceum bom dia!

José Wellington Costa Florêncio11 anos

Pombal (PB)

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RAABE RACHEL RADIVAIR RAEMA RAFA RAFAELYRAFEL RAIARA RAIDALVA RAIERE RAIHANE RAIKARAILAN RAILANDER RAILEY RAIMUNDA RAIRAR A I R I E L R R A I R I S R A I U R Y R A I Z A R A L F F YRAMAYANA RAMILLA RAMIRYS RAMONA RAMONNRAMYELI RANDER RANNEN RANUZE RANYELLERAONI RAPHAE RAPHEL RAVENNA RAWANNAHRAYABE RAYANY RAYLLA RAYSA RAYSONARAREBBERT REBEKA REDSON REGILANDIA REGINANDAREINARA RENIA RENIVALDO REUBER REVANERHANA RHAULISON RHAYNE RHIANE RHOANARHUAN RIALEFSON RIANA RICIELE RICSON RILARYRISELDA RISONILDA RISYA RITCHELE RITIERI RIVIAROALDA ROANA ROBERIO ROBERLANYA ROBSTANCIAROCINEI RODDRIGO RODINEIA RODISLEY RODSONROGELIANE ROGENIA ROHAN ROMANO ROMARIAROMELITA ROMER ROMERO ROMEU ROMILDORONAIKA RONALDY RONALMA RONALSO RONANRONEY RONILDO RONISBERG RONNIER RONYSSONROQUELLY ROSALVO ROSANIA ROSAURA ROSEILTONROSEJANERA ROSELLE ROSEMERIA ROSENYROSIELLEN ROSILANDIA ROSIMERE ROSIMERIROSINETH ROZANNA ROZARIA ROZELI ROZINEARUAMA RUANI RUBENILSON RUBYA RUDNEYRUI RUTE RUTHE RUTHIELE RUTI RUTTH RUTYRUYTHER RUZICLEIDE RYAN RYNCON RYSCLIFT

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SIN era a palavra para “dente”. Seu som inicial foi representadoem forma de uma fila de dentes. No começo, dentes arredondados;mais tarde, pontiagudos; depois, novamente arredondados pelosetruscos, quando começou a ficar parecido com o nosso S.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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sapecaA origem é desconhecida, mas tal-vez sapeca venha do tupi sapecar,que é queimar levemente. É umapalavra saltitante que lembracriança levada, traquinas, arteira,esbanjando vivacidade e energia.Sapeca é aquela criança que, quan-do o adulto vai, já vem voltando...Também tem outros significados: éo nome de uma moeda chinesa;é sinônimo de queimadura, cha-muscadura; e, finalmente, sapeca ésurra.

História de menino

História de menino que queria transformar seu mundo no melhorlugar do mundo poderia se chamar: “Instruções para chegar aomelhor lugar do mundo”. Outro nome seria “Oito metas que cons-truirão o melhor lugar do mundo” ou “O melhor lugar do mundo”.

No pensamento de menino ninguém manda mesmo e, então,história de menino será não uma, mas algumas histórias, e cadauma será a primeira sempre. Porque cada uma delas começa e ter-mina de dentro da outra e todas poderiam ser pelo menos oito, sóque menino explica tudo em vinte linhas como mágico que tiracoelho de cartola, ou como o deus que tira mundo das palavras etudo fica direitinho no lugar.

Na primeira história, aquela das instruções, tudo começouquando, ali na praça, menino desandou a perguntar: “Como sesabe onde é o melhor lugar do mundo?”. Pai ouviu, achou graça;pensou que menino ouviu da tevê, que esse assunto era difícil sairda cabeça de menino, que ninguém saberia escrever ou dizer aresposta mesmo...

Daí aconteceu, menino nem acabou a pergunta e dividiu lanchi-nho com novo amigo. Pai viu tudo, já se convenceu: “Menino fazmilagre da multiplicação do lanche. Fome e miséria não existem napraça; o melhor lugar do mundo é ali”. Contou pra mãe, que adorou.

A segunda história é a primeira mesmo, só que mudou de nomee ficou mais responsável por causa das “metas”. Começou quan-do, ali no meio da sala, menino desandou a perguntar: “Como sesabe onde é o melhor lugar do mundo?”. Mãe ouviu, achou graça,“menino tem cada uma”. Não deu tempo pra mais nada, viu meni-no ensinar lição pro irmão mais novo com paciência maior que adela. Viu irmão mais novo aprender tudinho e ficar feliz até quaseexplodir. Pensou: “Menino é fogo, nem sabe escrever direito”.

Ela não esperou o galo cantar e já escreveu bilhete pro menino.“O melhor lugar do mundo é aqui na sala de casa, que tem pro-fessor que ensina felicidade para todos”.

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190A terceira história começa com a mesma pergunta, ali na sala

de aula, vai até quando professora viu menino brigar com colegaspara que menina bonita ficasse no seu grupo, grupo que só tinhamenino. Convenceu e menina deu um show no futebol. Professorasorriu, pensou e ensinou o que menino ensinou sem querer: “Omelhor lugar do mundo é aqui na classe, onde menino é igualzi-nho menina e por isso terá seu valor garantido bem ali no futuroque já levanta”.

Outra história serão as outras mesmo, nos mesmos lugares, comos mesmos meninos, com os mesmos títulos, lá onde sentimento eimaginação levarem.

Altair Borges de Souza39 anos

Álvaro de Carvalho (SP)

S

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sativoQue se semeia, planta ou cultiva.

Espalha sementes de flores

e frutos ao longo do caminho,

assim a paisagem e o tempo

serão marcados pela tua pas-

sagem e pela tua presença.

Maria Cleni Moraes de Jesus41 anos

Estância Velha (RS)

Atitude, amor, fé, doação...Saia do seu sofá! Pinte uma pa-rede da escola, plante umaárvore, adote uma praça, con-verse com alguém que está en-fermo, visite orfanatos, leiapara um idoso.

Mariana Bastos dos Santos15 anos

Barueri (SP)

SsazonarAmadurecer. Tornar mais agradá-vel. Aperfeiçoar.

No meu belo mundo a natu-reza e os bons sentimentos pre-cisam de tempo. Tempo para semultiplicar, tempo para cultivare florescer, deixando, assim , omeu mundo bem mais colorido.

João Vitor da Silva Batista10 anos

Gravataí (RS)

segregaçãoSeparação, marginalização. Desli-gamento, afastamento, isolamento.

O meu avô, ele é muito otimista,e eu, pelo contrário, sou pes-simista. Existem leis no mundo,como: — Ande corretamente, senãovai preso; por isso, minha avófala isso todos os dias paramim: — Temos que viver dentrodas leis da Terra. Algumas pes-soas que estão presas não podemviver como nós, passam anos pre-sas com pessoas más, vestemroupas horríveis e ficam longe da

sua família, mas nem todomundo pode ser feliz, e, paraisso, tem de andar corretamentefeito um bom cidadão.

Hellen Kie Notomi9 anos

Itapetininga (SP)

segurançaCerteza, firmeza, convicção; con-fiança em si mesmo.

Aos poucos vou perdendo omedo de falar, como quando erapequena e dava os primeirospassos inseguros, me apoiandonos móveis da casa. Agora, jácrescida e com visões geraisdo mundo, me apoio em minhasopiniões, nos meus objetivos.

Raíssa Lígia da Silveira Carrocine12 anos

Orindiúva (SP)

selenitaQue tem a ver com a Lua.

O melhor lugar do mundo?

Depende da situação. Para

um geógrafo é a erupção de um

vulcão. Para um músico é

estar na melhor turnê de sua

vida. Para mim, é a lua,

não pelo romantismo nem pela

astrologia, mas sim por tudo

o que ela representa: novas

expectativas, novos sonhos,

uma imensidão branca da

qual não fazemos parte, onde

somos apenas paisagem.

Isaac Schmidt Ribeiro15 anos

Gravataí (RS)

SsemeaduraDispersão ou depósito de sementespara que germinem.

Tenho netos que ficam felizesem me ver sair com a mochila nascostas. Mas é isso, tenho de con-tinuar plantando sementes queme dêem um bom futuro. E certa-

mente é na escola que devo fazermeus canteiros.

Benedito Antonio Simões57 anos

Porto Feliz (SP)

Minha semente jogo aosoltar minhas palavras nomundo. Pela paz e pelo amor.

Gabriel Fratta Fritz13 anos

Valinhos (SP)

SsensibilidadeFaculdade de sentir, de perceber oque acontece no ambiente ou nopróprio interior e de reagir a isso.Também indica a capacidade desentir ternura, simpatia, piedade.

Fácil é ler um livro. Difícil é lerum olhar.

Linara Luisa dos Reis Crespo13 anos

Votuporanga (SP)

Eu percebo o mundo atravésdos meus sentidos. São sons,cheiros, cores, gostos, toques sãosensações que eu recebo domundo e transformo em pala-vras e opiniões.

Sebastian da Costa de Souza11 anos

Ananindeua (PA)

sentidoSentido é cada uma das formas dereceber sensações: visão, audição,olfato, gosto e tato. Também sig-nifica “razão de ser”, “propósito”.Além disso, sentido é sinônimo derumo ou orientação.

A educação funciona como o

coração humano: quando ele está

bom, adquirimos sugestões para

melhorar o mundo, mas quando

ele está mal, perdemos o sen-

tido e acabamos morrendo.

Jéssica Santos Oliveira15 anos

Brumado (BA)

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SsentimentoCapacidade para sentir; sensibili-dade; disposição afetiva; afeto,afeição, amor.

Tem palavras que expressamsentimentos, e tem pessoasque são muito sentimentais, etem gente que não gosta queninguém mexa com seus senti-mentos; às vezes alguém acabase metendo onde não é chama-do e fere a pessoa sem saber.

Wédson Alberto Aguiar Pereira11 anos

Crato (CE)

setenárioQue vale sete, ou que tem setecompassos, em música.

Uma lista com os sete pecadoscapitais responsáveis pelas injus-tiças sociais em nosso país (...): ri -queza sem trabalho, prazer semescrúpulo, conhecimento sem sabe-doria, comércio sem moral, políticasem idealismo, religião sem sacri-fício e ciência sem humanismo.

Paulo Moisés da Rosa Jesus32 anos

Canoas (RS)

silencialPalavra poética e discreta que sepode usar em lugar de silencioso.

Às vezes cometemos atos e dize-mos: “Estou sem palavras”. Mas,se parar para pensar, já falamostrês palavras.

Tais Gonçalves da Silva15 anosPoá (SP)

SsimbioseSymbíosis, palavra grega, significa“vida em comum com outro”. Dois

seres que se associam e se beneficiammutuamente estão em simbiose.

Quando o verão chegava, avida mudava. Eu virava peixe,pois eu era inteiramente do rio,caudaloso, quente e carinhosoque lavava minha alma.

Vivian Ceres Carvalho de Lima60 anosIraí (RS)

SsimplicidadeNaturalidade, espontaneidade; for-ma direta e natural de dizer ou es-crever; desafetação; sinceridade,franqueza.

O melhor lugar do mundo

pode ser até no meio do nada.

Basta ter a paz de espírito

e o coração gostar. Aí, qualquer

lugar será o melhor do mundo.

Giordano de Oliveira Setti14 anos

Carazinho (RS)

sincroniaSimultaneidade, ocorrência ao mes-mo tempo. Combinação para quecoisas aconteçam ao mesmo tempo.

Para os jovens é bom saber queas palavras jamais vão envelhe-cer, pois desde pequena elasestão fazendo a minha históriaacontecer.

Cleidiana Nogueira de Oliveira12 anos

Quixeló (CE)

sinopseNarração curta, resumo, sumário,síntese, condensação. Apresenta-ção concisa do conteúdo de umtexto que, às vezes, aparece entre otítulo e o texto propriamente dito,para que o leitor tenha uma idéiado conteúdo antes de decidir sevai ler tudo ou não.

Um mundo bom é assim:pássaros cantando, floresbrotando e borboletas voando.

Arthur Kinczeski Laureano9 anos

Florianópolis (SC)

sobrevidaTempo de vida além de um certoprazo ou limite. Duração de algoalém de um limite.

Minha vó contava-me históriase, quando ela morreu, ela se foi,mas as palavras não, porque elassão mágicas e agora sou eu queconto em pensamento as históriasda minha vó.

Orlando Pereira da Silva Júnior12 anos

Cachoeira de Minas (MG)

SsociabilidadeGosto pela vida em sociedade; asmaneiras, práticas e acordos que aspessoas adotam para viver bem emsociedade.

Eu gosto muito de sair, per-guntar, me arrumar, brincarcom a minha melhor amiga, queé a Karen. Tem dia que nósduas “briga”, mas depois “seabraça” e “fica amiga”.

Ana Grazyela Borges Macedo6 anos

Joselândia (MA)

SsociedadeAgrupamento de seres que vivemem estado gregário (juntos); con-junto de pessoas que vivem numaépoca e num local seguindo normascomuns e que se sentem perten-centes ao mesmo grupo.

Não queira ir só. Chega-se

só, é verdade, a muitos lugares

bons. Ótimos, até. Ao melhor,

porém... Ah... Esse deve ser

compartilhado!

Daniela Zerbini Toscano39 anos

São Paulo (SP)

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Quero ver gente branca,preta, vermelha e amarela.Gente brasileira, e se alguémde outro planeta vier aqui,quero ter orgulho de dizer quesou gente da Terra.

Larissa Vitória de Oliveira Mendes6 anos

Belo Horizonte (MG)

O que precisa aqui para a feli-cidade ser completa é mais ami-zades, mas isso eu resolvo quandopego meu burro manso e visito ascasas da vizinhança.Marcos Antônio Jordão da Silva Filho

10 anosTimbaúba (PE)

Existe também o mundo de cadapessoa e o mundo de todo mundo.O mundo de cada pessoa é dife-rente do mundo de todo mundo,pois no mundo de uma só pessoaesta faz o que quiser e como qui-ser; se quiser pular, pula; se quiserdançar, dança; tudo o que qui-ser fazer pode fazer. O mundo detodo mundo é diferente, porque sealguma pessoa quiser pular,pode, só que tem que pensar quenão está só e que não podeinvadir o espaço do outro.

Dezirré Barbosa9 anos

Florianópolis (SC)

SsolazConforto, consolação, e tambémdistração, recreio.

O mundo é feliz, é grandee bonito, tem arco-íris e naminha casa bate sol.

João Lopes Teixeira7 anos

Rio Bonito (RJ)

solilóquioConversa de alguém consigo mesmo.

Às vezes fico no meu cantinhopensando: o que queremos é tãopouco, e os governantes muitas

vezes acham que esse enormesalário mínimo, que, por sinal, onome até combina com ele, dizemque não dá para aumentar pormotivos que para nós são mo-tivos incompreensíveis, enquan-to eles pensam em aumentar ounão, milhares de crianças estãomorrendo de fome.

Luciene Carlos de Andrade37 anos

Guajará-Mirim (RO)

sonambulismoÉ o problema de uma pessoa sonâm-bula, que anda, fala e se levantadurante o sono. Em sentido figura-do, também se diz que quem agesem prestar atenção, automatica-mente, sofre de sonambulismo.

Bom dia, planeta Terra! Eu

sei que você nunca dorme. Nós

é que estamos dormindo de

olhos abertos e fazendo coisas

ruins que colocam sua vida

em risco.

Weverton Bruno Fernandes de Assis10 anos

Ipatinga (MG)

sonhosoSonhador, que devaneia.

Hoje eu tenho nove anos e jávejo a luta da minhafamília, mas ninguém, masninguém mesmo, nesta terra,vai me impedir de sonharcom um mundo bom.

Isaac Araújo Rossi9 anos

Bauru (SP)

sublevação Rebelião, revolta, levante.

Precisamos dar início a umarevolução de comportamento eatitude, ou os melhores lugares domundo permanecerão nos sonhose, com o tempo, podem até desa-parecer do entendimento humano.

Rubens de Souza Alves17 anos

Praia Grande (SP)

submissãoObediência, sujeição, subordina-ção; estado de dependência; rebai-xamento servil.

As chances de mudança sãomínimas se o presente continuarcriando espectadores em vez depessoas.

Cecília Guida Vieira Graglia16 anos

Cotia (SP)

subterfúgioPretexto, evasiva; coisa que se fazpara se esquivar de uma dificul-dade.

Para eu ser feliz neste mundo,

faço o seguinte: não olho para as

coisas ruins, tento me afastar

de brigas familiares, confusão.

Conceição Valéria da Silva Santos13 anos

Ourém (PA)

supressãoCorte, eliminação; anulação.

Eu acho que se não existis-sem palavras, não iria existiro mundo, e mesmo se exis-tisse, o mundo iria ficar semgraça. Iria ser tudo à base demímica, e se alguma pessoa sesentisse ofendida iria começaruma discussão (à base demímica), ou pior, uma briga.

Pedro Henrique Cavalcante Veras10 anos

Rio de Janeiro (RJ)

surulinaBrincadeira de roda com canto.

No mundo há várias brin-cadeiras, as mais típicas do Brasilsão o pega -pega e o esconde-esconde, as minhas músicasfavoritas são o rap, funk, etc.

Joyce Aguinelo Alves10 anos

Itapevi (SP)

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194soslaiarOlhar disfarçadamente, de soslaio,de esguelha, obliquamente.Soslaio veio da língua provençalpara o português.

Fios de barbante

Fios de barbante prendiam a lua e as estrelas, suspensas num céude guache multicolorido.

Uma mancha branca indefinida enfeitava com suas curvas psi-codélicas, pairando no ar feito nuvem que não era.

A cidade se limitava a algumas sombras de figuras geométricas,quadrada e irrelevante.

Na frente, um menino de carvão esboçava um sorriso tranqüi-lo e débil para o nada. Os olhos castanhos estavam comprimidosem um olhar tristonho e agoniado, incoerente em relação aoslábios eternamente inclinados de felicidade.

O Melhor Lugar do Mundo

Estava sentada em frente a uma tela de computador. Os dedoscorriam rápidos sobre aquelas pequenas letras impressas no teclado.No entanto, mais rápida ainda era a velocidade de seu pensamen-to. À sua volta o mundo parecia girar, ou talvez fosse apenas ela.

Clicou no ícone que indicava internet e digitou em um site debusca qualquer “O Melhor Lugar do Mundo”, título de uma com-petição ou algo similar de que participava. Milhares de anúnciossobre o tal concurso literário, aparentemente concorridíssimo, lhebotaram medo feito o próprio demônio. Teria que escrever algobom, enfim.

Iniciou esboços para o texto inúmeras vezes. Havia arriscadode todas as sortes e estilos de história: românticas, melancólicas,fantasiosas, verídicas, fictícias, etc.

Pensou até mesmo em fazer o leitor se apaixonar por um per-sonagem e depois matá-lo no final, fazendo um daqueles desfe-chos dramáticos que fazem emocionar até mesmo a folha de papel.Infelizmente – pois afinal de contas aquela, sim, era uma idéia etanto – se apaixonou a própria garota pelo pobre coitado quase-

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morto e não teve coragem de realizar o condenável homicídio,indiscutivelmente culposo.

Terminou-se lá, após uma série de tentativas desafiadoras decolocar o imaginado no concreto, uma história agradável.

Resolveu, então, mergulhar no dicionário de sinônimos em-poeirado de casa, a fim de enfeitar o texto com um vocabuláriobonito. Enfeitar ou ornar, descobriu que ambas as palavras que-riam dizer a mesmíssima cousa. Viu também que “cousa” pareciabem mais chique e culto que “coisa”, apesar dos sentido idênti-cos. E “idêntico” poderia ser escrito também como “análogo”, masneste ponto decidiu não exagerar, “análogo” já se assemelhava umtanto perigosamente com um idioma completamente distintodaquele que costumava chamar de língua-mãe.

Eis que a obra havia ficado, por fim, terminada.Era um conto fictício feito a partir de um desenho realizado por

um artista amador, contava sobre um garoto, uma cidade cega e umcéu feito a guache.

No outro dia, a tal garota, toda cheia daquele orgulho naturalde um criador para com sua cria, entregou o papel cheio depalavras (não sem certa relutância e advertências do estilo “válavar as mãos antes de mexer na folha limpa!”) para um colega declasse avaliar o que pensava. Este corria rapidamente os olhossobre cada linha, ao passo que uma ruga de interrogaçãqo foi setornando cada vez mais clara em sua testa.

“Na verdade, está muito legal. Muito mesmo, sério. Agora, sóuma coisa... e o melhor lugar do mundo?”

Ela desceu os olhos para o papel. Encarou por alguns instanteso resultado de toda a sua divagação, de todas as suas idéias eimaginação. Lembrou cada momento de criação. A satisfação defechar uma frase, um pensamento. Sorriu involuntariamente.

“Onde você acha que eu estive ontem o dia todo?”

Gabriela Alejandra Ferraiole Testa 14 anos

Cotia (SP)

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196supremaciaSuperioridade, dominação, grandepoder, hegemonia.

Acróstico

Ontem nemMeu nome eu sabiaEscrever,Lamentava, mas somente osHomens podiam aprender.Olhava para meu pai, pedia para estudar e ele meRepreendia dizendo queLugar de mulher não é na escola, poisUma mulher de verdade deve ser dona-de-casa, mas euGostava das letras e o que mais queria na vida era Aprender não só a Rezar, masDescrever e escrever tudoO que vinha em meu ser.MasUm dia encontrei essa oportunidade e NãoDesperdicei.Orgulhosa, digo: “Hoje sei ler”.

E isso é a vida que a gente quer...

2° lugar

Carolina dos Santos69 anosLins (SP)

S

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sururuEsta palavra não é só o nome de ummolusco muito usado na alimenta-ção: muitas vezes usamos sururucomo sinônimo de revolta, motim,confusão com briga. No Maranhão,sururu é festa de estudantes.

Mas que lugar seria bompara viver? Os EUA? Pode atéser, mas não me imagino sofren-do lavagem cerebral pela mídia epelo governo de lá. Pelo menosacho que não corro o risco de servítima de alguma chacina como ade Columbine.

João Paulo Salgado Afonso16 anos

São Paulo (SP)

SsuscitaçãoSugestão, instigação.

É a escola que faz o encon-tro das diversidades; em umasala de aula, cada alunopossui sua maneira própria depensar, participar e aprender.O melhor lugar do mundo podemuito bem ser a escola.

Paulo Sérgio de Sousa da Silva18 anos

Trairi (CE)

O domínio sobre o mundo não

pode ser mais aquele calcado

no ter a qualquer preço, mas

sim aquele que leve o homem a

se construir como pessoa, sendo

capaz de viver e deixar viver,

e tendo o equilíbrio ambiental

como clima de aconchego.

Vera Lúcia dos Santos54 anos

São Sebastião do Caí (RS)

suspicaz Desconfiado, que suspeita de algu-ma coisa.

O nosso problema é acreditarem tudo o que lemos, vemos eouvimos, como se fôssemos umacaixinha ou porta-treco.

Michele Fleury Raimundo17 anos

Guarulhos (SP)

sustentoO que serve de alimentação; ali-mento, sustentação.

O melhor lugar do mundo sefará presente em qualquerlugar no momento em que osbrasileiros não sentirem suavida vazia e não tiveremvontade de morrer por não tercomo sustentar sua família comum salário mínimo ou apenasuma bolsa-escola, bolsa-família,bolsa-alimentação, bolsa-gásou uma bolsa qualquer...

Cíntia Silva da Costa14 anos

Porto Velho (RO)

suta Instrumento usado para marcar osângulos de um terreno. Em Goiânia,chama-se suta uma iniciativa muitosimpática: é um mutirão feito poramigos que vão de surpresa à casade alguém que está precisando deum serviço urgente. E, melhorainda, a turma chega cantando parafazer essa bela surpresa.

Olhe o que o seu bairro precisapara se tornar o melhor lugar,reúna o bairro, mas se nem todosquiserem, reúna as pessoas inte-ressadas, e, assim, quem sabe asmudanças contagiem a todosalgum dia.

Lúcia Cristina da Cunha Alves35 anos

Barbacena (MG)

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t T t T t T t T t T

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Marca, traço, assinatura, as notas musicais, tudo isso é tav.Até hoje, quem não sabe escrever costuma “assinar” com um sinalX, que foi a primeira forma do nosso T. Foram os gregos que lhederam a forma atual, em que as linhas não mais se cruzam.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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tacitífluoQue corre ou escorre sem fazer ruído.

Eu, resultado de tudo o que

vivi e não vivi. Eu, resultado da

saudade dos brinquedos que brin-

quei e dos que deixei de brincar.

Eu, resultado dos segredos que

enterrei com os sentimentos

que vivi e dos que ignorei.

Eliana Thomazini45 anos

Bento Gonçalves (RS)

temorMedo, receio.

... vi pela televisão, revistase internet tanta coisa errada,como fome, guerra, doenças, pes-soas morrendo, morrendo pornada, seca e calor aqui, chuvae frio logo ali. Então, tenteiimaginar o futuro, porém desisti;tive medo, medo do futuro.

Ingrid Cardoso da Motta Costa10 anos

Barra do Piraí (RJ)

TtemperançaQualidade de quem não exagera.Moderação, comedimento. Econo-mia, parcimônia.

Não queremos saudades de ontem,nem medo do amanhã; queremosa certeza do hoje, feliz e seguro.Queremos as mesas fartas, as pessoasempregadas e bem remuneradas, ospolíticos dignos, responsáveis e honestos.Cleonice Aparecida Cândido Morais

54 anosPenápolis (SP)

tempolábilEssa palavra que soa tão delicadaquer dizer “que se altera com opassar do tempo”.

A palavra é uma arma que temospara exigir nossos direitos e nosfirmar enquanto cidadãos. É atravésdela que conhecemos o ontem, organi-zamos o hoje e planejamos o amanhã.

Danielly Marques Frazão14 anos

Jaboatão (PE)

toporamaPanorama de um lugar.

Começo a pensar nas criançasda África, em tudo o que eutenho e elas não, no quanto eureclamo da vida. Penso, então, nomeu preconceito: por que a África?Por que pensei nesse lugar seperto da minha casa há favelas?

Marina Martins Moretti14 anos

São Paulo (SP)

transgressãoInfração, violação de uma regra.

Tá faltando amor, tá sobrandomaldade, sobra a mentira e faltaa verdade, o ódio crescendo e opovo perdendo o brilho do olhar.

Jozias Gomes dos Santos16 anos

Turmalina (MG)

transitórioQue dura pouco, passageiro,efêmero.

Lembre-se de que o passante des-te mundo é você, não a natureza.

Regina Inês Maidel Fritzen45 anos

Rio Negrinho (SC)

TtransmissãoTransferência, e também comuni-cação do movimento de um meca-nismo a outro; é o que faz quempassa mensagens e sinais.

Quero ter um estudo bom paraajudar a ensinar aqueles que têmdúvidas e não sabem quase nada.Quero ser um caminhoneiro parapoder dar a volta em todo o Brasile conhecer coisas maravilhosas.

Ismael dos Santos29 anos

Campo Largo (PR)

trapalhiceMonte de trapos; trapalhada.

Se não acabar a violência, anossa cidade vai virar um trapo.

Thaís Aparecida Byler9 anos

Irati (PR)

travessiaGrande viagem através de umaregião, um continente, um mar.

Sei que estou sonhando, mas,

quando solto minhas palavras, elas

não vão se perder no universo, irão

ecoar pelo nosso lindo planeta

destruído e contra as mazelas,

se encontrar com o envolvimento

das pessoas que sonham como eu.

Rodolfo Magalhães Cortes11 anos

Aimorés (MG)

trombetearAlém de “tocar trombeta”, tam-bém significa “alardear, falar bemalto para todo mundo ouvir”.

Eu, como adolescente, queriaser privilegiada com a função deporta-voz do mundo. Queriaser a pessoa que pudesse contarsobre tudo o que ele sente.

Cristiane Hartmann14 anos

Taió (SC)

tugirFalar bem baixinho, murmurar.

Quando eu nasci , o mundo eratão quieto que dava para dormirde dia, tarde e noite.

Petherson Trudes de Freitas8 anos

Campina Grande do Sul (PR)

tugúrioRefúgio, abrigo.

Haja confusão, pois tem até dra-gão! De tanta fantasia, meu mundoé sem fim. É constitucional, nãogovernamental, organização de umintegrante só. Não há fronteirasnem barreiras, a paz domina o local.Recordações, vitórias, conquistase derrotas lá estão. Aquele lugar fazparte de minha vida, de minhas ale-grias, fantasias, coleções, animações,segredos e vitórias, mistérios...

Bernardo Sartori Francio11 anos

Bento Gonçalves (RS)

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202tintinabularEssa palavra tão tilintante só pode-ria ter a ver com sineta e campainha(que, em latim, se diz tintinnabulu):tintinabular é soar, ressoar.

Igualdade

Interesse por sermos todos iguaisGuardando-nos com amor e respeitoUsando de união para com todosAgradecendo por poder aprenderLevando a vida com seriedadeDignidade todos devemos terAmor pela vida e pelos irmãosDividindo o que temosEsperando fazer o melhor

Clarisse Rodrigues do Nascimento58 anos

Barueri (SP)

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trajetóriaPercurso, trajeto; o espaço que setem de percorrer para chegar a al-gum lugar.

O melhor lugar do mundo

começa pela minha casa,

porque lá foi onde eu aprendi a

andar, a falar, eu fui cres-

cendo, depois eu comecei a

sair com minha família. Foi

então que minha mãe me ma-

triculou nesta escola e agora

eu estou na 4ª série.

Ana Caroline Bueno da Costa10 anos

Panambi (RS)

O mundo é bonito

O mundo é bonito porque Deus o criou com muito amor para ter-mos a vida que ele sempre desejou que tivéssemos. Ele criou aterra, o céu, o mar, os animais e o ser humano para de tudo issocuidar, mas as pessoas só sabem destruir o que Ele criou. Nãodevemos cruzar os braços e deixar o tempo passar sem fazer nada.

Eu lutei minha vida toda para ter e ver esse melhor lugar domundo; criei meus filhos, netos e bisnetos e cheguei à conclusãode que o melhor lugar do mundo é onde eu possa ter paz, sossego,amor, compreensão, companheirismo e dignidade, e foi aqui naescola que encontrei através da leitura: lugares, pessoas, prazeres,ilusões, verdades e muitos sonhos.

O melhor lugar do mundo e a vida que eu sempre quis é estaonde estou, na carteira de minha sala de aula com 84 anos e tendoo enorme prazer de estar escrevendo com dificuldades, mas commuita vontade de ser cada vez melhor. Minha escola é o melhorlugar do mundo, pois me acolheu e me ensinou a reconhecer que“a vida que a gente quer” só podemos nomear e identificar quan-do encontramos a felicidade de nos alfabetizar, e isso tenho con-seguido aqui neste lugar.

Adelaide Francelina de Souza84 anosLins (SP)

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204tríadeTrês pessoas ou três coisas; trilogia.

O concreto da comunicação

Desde que o mundo é mundo, o ser humano sempre esbarra naquestão “palavra”. Há milhões de anos, talvez o homem não seimportasse de andar curvado. O que incomodava mesmo era adificuldade de comunicação e, portanto, de trocas intelectuaise culturais.

Os desenhos feitos nas cavernas são maravilhosos, a contagemcom palitinhos e pedras um pouco cansativa. Mas o maior desen-volvimento encontra-se na palavra, que torna o ser humano único,sendo ensinada desde a infância de uma pessoa e analisada por pes-quisas que retratam as taxas de analfabetismo em certos segmentos.

A palavra é algo abstrato; uma comunicação de dentro e defora; é a ligação do pensar interno com o domínio externo; en-riquece a comunicação, como um povo alegra uma aldeia; ela temum imenso poder de redução: exemplo disso é a simples palavraEUREKA, que faz referência a um amplo conhecimento científico;finalmente, a palavra é remédio, quando sua utilização visa àaprendizagem; veneno, quando ninguém questiona sua veracidade;e cosmético, na medida em que mascara a verdade.

As palavras devem ser soltas no mundo de forma positiva.Inicialmente, escreva versos de amor para o “chuchuzinho”, ouainda diga um “Eu te amo” para sua família e seus amigos. Depoistransforme suas palavras em arte; leia; pense; escreva para oPresidente da República, para o bispo ou para a população, e façaseu papel de cidadão onipresente e onisciente. Cumpra as metasdo milênio e transmita-as.

Por fim, use e abuse do formal e do informal, diga adeus à su-bordinação da imagem, limpe sua consciência, opte pela ação efesteje a palavra, seja com sotaque baiano ou carioca.

Laura de Oliveira Camilo14 anos

Itabirito (MG)

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trizUm triz deve ser leve como umpassarinho, pequenininho, poucomaior que um nadinha, pois quan-do algo acontece ou deixa de acon-tecer por um triz foi por pouco,por um tudo-nada, por um és-não-és, por um fio de cabelo.

Passarinho quando nasce

Passarinho quando nascediz “Bom dia, mundo bom!”

Passarinho quando voa não vê morte nem poluição!

Passarinho quando comenão vê lata jogada no chão!

Passarinho quando pousa nas árvoresvê um rio bem grandão.

Passarinho quando bate asassó vê bondade no coração!

Passarinho quando pia não vêviolência não!

Passarinho quando abre o lixodiz: “Drogas, longe da minha mão!”

Passarinho quando fica no chãosó vê mundo muito bom!

Passarinho quando vai dormirdiz “Boa noite, mundo bom!”

David Pozorsky11 anos

Tijucas do Sul (PR)

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206trombaA tromba do elefante é o equiva-lente de um nariz; a tromba daborboleta e de outros insetos éo equivalente de um bico queserve para sugar; a tromba de umapessoa é a cara amarrada de quemestá zangado. Nem menina nem mulher

Aos meus quase... doze anos de muitos sonhos, ainda me lembrode um poema simples de Cecília Meireles que, quando eu aindaera pequena, pedia para que lessem e relessem: “A moda da meni-na trombuda que muda de modos e dá medo”. Que mico, cara! Avida inteira acreditei que estava deitada eternamente em berçoesplêndido e, de repente, descubro que não sou mais uma meni-na nem tampouco mulher; não existe mais varinha mágica, e simum universo de perguntas sem respostas. Quanto encanto setransformou em pesadelo ao perceber que acabo de ingressarcomo protagonista nesta fábula moderna, com cenário e atoresreais, chamada adolescência...

Atordoada e apreensiva, debruço-me na janela deste ex-lindoPlaneta Azul, atual reino das utopias, e o que é que enxergo? Ummundo em ruínas, com febre alta, onde a criminalidade, a cor-rupção e o aquecimento global provocam pânico em todos oshabitantes. Claro... Só podia ser esse contraditório mundo dosadultos perversos e injuriosos que criam e desrespeitam todas asleis. Homens tenebrosos que manipulam informações e mentes e,em nome da fé, da paz, da justiça, da ordem, do desenvolvimen-to e de outras mentiras, roubam, fabricam armas, bombas atômi-cas, vendem sentenças judiciais, financiam os tráficos, a políciabandida, e ainda destroem o meio ambiente. E, como agravante,ainda existe o lixo produzido pela indústria do entretenimento,que, em nome da cultura, vende ilusão, cerveja, violência e sexo,tornando-nos cada vez mais consumistas e pobres de valores.

Afinal, qual é mesmo o sinônimo de cidadania? Não importa!Preciso é de bons exemplos para acreditar que a vida é bela e que,para salvar o mundo, basta querer transformar pesadelos em so-nhos e lágrimas em sorrisos. Pois já não admiro mais aquela meni-na trombuda, mas pretendo construir a história da adolescentepensante que muda de hábitos e dá certo!

3° lugar

Marielle Santos Freitas12 anos

Tobias Barreto (SE)

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trouxe-mouxePouca gente conhece, e menos aindasão os que usam essa expressão quevem do espanhol a troche y moche...Fazer alguma coisa a trouxe-mouxeé fazer ao deus-dará, desordenada-mente, sem maiores cuidados.

Um mundo novo em folha

Era uma folha de papel em branco. Fazia muitos planos para seufuturo, como a maioria das folhas de papel em branco que haviano pacote. Em seus sonhos mais felizes, planejava para si umavida de serventia educativa. “Afinal”, pensava a folha, “o conhe-cimento é o bem mais importante para qualquer ser”. Por isso, emsua lista imaginária de sonhos, via a si mesma numa escola, comoinstrumento de aprendizado de inúmeras crianças, ou, então, noMinistério da Educação, e nesse sonho toda a sua superfície erarecoberta de projetos educacionais para a população carente desaber. A pequena folha acreditava no futuro. Até chorava deorgulho antecipado ao se imaginar como página de um livro,podendo difundir através de palavras o conhecimento. E, então,queria ser reciclada e reutilizada diversas vezes. Um dia estavapresa em seus devaneios, dentro do pacote com outras folhas depapel em branco. Um menino se aproximou. Abriu o pacote epuxou para si a pensativa folha. Finalmente, pensou ela, podereiser útil à educação dessa criança! O garoto prosseguiu, realizandodobraduras na outrora lisa folha, que não compreendia o que sepassava em seu corpo. Num instante, transformou-se em um aviãode papel, que realizava manobras de guerra nas brincadeiras“bélicas” infantis. No fim da tarde, foi esquecida no chão, e logosurgiram mãos para amassá-la e jogá-la no lixo da cozinha, juntocom os restos de alimentos desperdiçados. Em seu exílio, chorou,frustrada, e descobriu que o resto do feijão do almoço ao seu ladosonhava em acabar com a fome do mundo.

1° lugar

Ananda Araújo Lima Costa17 anos

Salvador (BA)

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u U u U u U u U u U

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VAV (gancho) deu origem ao U e ao V, que, durante muito tempo,foram usadas como uma só letra.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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uauá Vaga-lume, pirilampo, na línguatupi.

Eu acho o mundo muito bom

quando eu vou passear, quando eu

estou feliz. (...) Os animais,

desde os mansos até os fero-

zes, são de grande beleza e as

pessoas também são belas,

principalmente quando estão

felizes.

Davis Pereira de Andrade Moura8 anos

Jacareí (SP)

úbereFarto, abundante, fecundo.

Sirva-os à vontade! Permitaque todos comam da sopa deum mundo bom de se viver,porém não deixe esfriar; pro-videncie grandes e fundospratos de paz para que todose todas possam viver em har-monia com a natureza, na suaterra, no seu lar.

Maria do Socorro Lopes35 anos

Iracema (CE)

UubiedadeCaráter do que está presente emum lugar.

O melhor lugar do mundo paramim é aqui na minha janela ,onde eu vejo os feridos, os desespe-rados, os engravatados, e os in -justiçados; vejo todos, mas nãosaio do lugar, porque eu sei que olugar onde eu tenho que estar éaqui, relatando sobre esses fatos,porque um dia não será maisrelato; será passado.

Mayara Marcela dos Santos16 anos

São Paulo (SP)

ubiqüitárioQue pode estar em diversos lugares.

A vida segue e os dias parecemiguais. Cadê a vida que perdemossempre ao viver? Há desertos dedor, há uma fome em cada alma.Cadê a vida que não conseguimosencontrar? Onde mora a verdade?Onde mora o amor? Onde vive aliberdade? Qual será o seu valor?Michely Cristine Pereira dos Santos

15 anosSão Sebastião (DF)

uchaCaixa ou arca que se usa paraguardar alimentos. Quando umapessoa perde tudo, pode-se dizerque “ficou à ucha”.

Bom para o mundo seria se sóhouvesse brinquedos, brincadei-ras, bife com batatas fritas,muitas notícias boas, etc.

Gabriella Mendanha Stancato9 anos

Rio de Janeiro (RJ)

ucroniaAquilo que não se situa em ne-nhum tempo, isto é, que não acon-tece nem fica em tempo nenhum.

Essa história de economia

devia ter uma moral: só in-

dicador econômico não trans-

forma o social.

Ana Maria Barbosa de Menezes45 anos

Fortaleza (CE)

ufanismoGrande orgulho pelo lugar de nas-cimento.

No Brasil tem o Rio Grandedo Sul, o melhor estado domundo; lugar de churrasco decarne gorda, de fandangos, derodeios (de laço e gineteadas) elá, no finalzinho do mapa, entreCamaquã e São Lourenço, aminha amada cidade: Cristal,onde eu estudo, jogo bola e laçode vez em quando.

José Carlos Lima Tassinari Júnior12 anos

Cristal (RS)

Eu acho que o melhor lugardo mundo é aqui onde eumoro, porque aqui ninguémpassa miséria, porque aquitodos se ajudam e o maisimportante é que não temguerra. Por isso que eu achoque o Rio Grande do Sul é omelhor lugar do mundo.

Diontan Correa10 anos

Redentora (RS)

universalidadeQualidade do que é universal, quepode ser aplicado a tudo ou que seajusta a tudo.

Portanto, será necessário um sómédico: Brás Cubas. E um sóremédio: o emplasto. E uma sódoença: gripe. Essa sempre foi esempre será a doença universal.Todos têm e têm igual.

Lucas Machado Torquato da Silva16 anos

Fartura (SP)

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212ubuescoEssa palavra vem de “Ubu”, umpersonagem do livro Ubu rei, doescritor francês Alfred Jarry. Apalavra ubuesco indica uma infelizmistura de três coisas desagradá-veis: cinismo, crueldade e tirania.

Os orbes castanhos

Os olhos castanhos percorriam com visível asco o corpo trêmulo,capturavam os detalhes mais horríveis com total indiferença. Apele aderia aos ossos como se não houvesse carne ou gorduraentre eles, o tórax nu sacudia-se em soluços desesperados, o corpopequeno encolhia-se como se buscasse proteção, conforto, cari-nho, atenção.

O homem forte desferiu contra o corpo magro outro golpe, queo fez encolher-se ainda mais, molhando com lágrimas as calçasimundas. Indiferente, o outro garoto continuou a observar opobre, agora se fixando nas costelas maculadas. Não esboçava umgesto, uma palavra em defesa do outro. Defesa? Cidadania?

— Está vendo? Se fizesse o serviço direito, não estaria apa-nhando! — o homem gritava. Liberdade?

O garoto bem vestido permaneceu dentro do veículo, semdesviar por um segundo os olhos da cena. O pai abriu a porta,perguntando o que ele queria do supermercado e o enchendo demimos e paparicos. Igualdade?

E no final, o corpo escanifrado jogado ao chão, jogado ao chãocomo lixo, um lixo que as pessoas olhavam, ora com pena, oracom nojo . “Oh, pobrezinho!”, “Oh, coitado! Que será que acon-teceu?”. E então voltavam a andar, ignorando os acontecimentos.Fraternidade? Justiça? Auxílio?

Tiago Sandroni Porrino14 anos

Cotia (SP)

U

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ut quid? Essa expressão latina cabe comouma luva toda vez que algumacoisa não faz sentido: ela significa“Por que razão?”.

Muitos por aí negam empregoa uma mulher por ser mulher.Isso se chama “machismo”, e elassão conhecidas por muitos doshomens como sexo frágil. E éassim que eles se enganam.Muitas mulheres batalham parapôr o pão na mesa, enquanto amaioria deles não conseguem umemprego. Quanto a isso, há umacerteza: todos somos iguais,livres, independentes.

Adriana Araújo Ferreira12 anos

Lapão (BA)

Uutopia País imaginado pelo escritor inglêsThomas Morus (1480-1535). Nessepaís viveria um povo equilibrado efeliz, governado com sabedoria ejustiça. A palavra utopia foi forma-da a partir do latim u topos, e sig-nifica lugar nenhum. É sinônimode projeto irrealizável, fantasia.

Eu imagino que quando eu

crescer o mundo vai estar bem

limpinho, e também vai ter

pessoas educadas, inteligentes,

amáveis e bem responsáveis

pelas coisas do mundo.

Thaís Aparecida Byler9 anos

Irati (PR)

213

U

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v V v V v V v V v V

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Foi só nos anos 1500 que o V passou a ser diferenciado do U,quando aparecia no início das palavras, já com a forma que tem hoje,e que vem dos etruscos.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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vácuoVazio, que não contém nada;espaço que não é ocupado porcoisa alguma.

Quem tem fome

Não come

Não é feliz

Tem uma triste vida

Uma alma ferida

E a barriga doída.

Andrielle Nunes Santos12 anos

Porangatu (GO)

VvalorQualidade pela qual uma pessoa oucoisa é considerada em maior oumenor grau; mérito ou merecimen-to intrínseco; valia. Importânciade determinada coisa; tambémusado como sinônimo de preço.

O melhor lugar do mundo éa educação que privilegie aformação para a vida, e nãopara o ingresso na universida-de, uma educação que resgatevalores como o respeito, a fra-ternidade, a espiritualidade,o amor, a responsabilidade, obem comum.

Maria José Loiola47 anos

Tavá (CE)

VveemênciaGrande energia; vigor; intensidade;modo de falar muito convincente.

... a vida que deve ser – em ecom todos os sentidos – experi-mentada em cada momento, deforma intensa. Porém é certo quepara a realização dessa tarefapantagruélica é necessária a sa -bedoria a que o grande Gargân-tua – nosso coração – nos conduz.

Andréa Silva e Fonseca Freitas36 anos

Inhumas (GO)

VventuraBoa sorte; felicidade. Também seusa como sinônimo de destino,sorte, acaso.

Quero poder caminhar tran-qüila sem que uma bala perdida“me encontre” e deixe os meussonhos no chão. Quero poder dizerque sou feliz com a vida que levo,sem precisar me recriminar porter mentido.

Cristina dos Santos Rocha28 anos

São Pedro da Aldeia (RJ)

VveracidadeVerdade, e também apego à ver-dade.

Com direito de expressão, todolugar é o melhor lugar do mundo.

Bárbara Venturini11 anos

Bragança Paulista (SP)

VverbalizarExpor com palavras.

A leitura me torna uma

criança consciente dos meus

direitos e deveres. Eu sei que

ler é muito importante, pois só o

exercício da leitura me ensina

a falar as palavras corretas.

Regina Coelho Ribeiro12 anos

Quixela (CE)

verbatimLiteralmente, tintim por tintim,rigorosamente exato.

A palavra que me faz sentirbem é amizade, e uma que faz osoutros se sentir bem é caridade.

Beatriz Mafra Mourthé11 anos

São João da Boa Vista (SP)

Minha mãe diz que as pa-lavras têm eco, e eu acreditonela, pois quando falo boaspalavras, as pessoas me tra-tam bem, porém, quando digopalavrões, elas me tratam mal.

Carolina Matos Leandro12 anos

Uberlândia (MG)

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218vauParte rasa de um rio ou do mar poronde se pode passar a pé ou a ca-valo. Em sentido figurado, vau éoportunidade, ensejo.

A vida que eu queria ter

Ela tem parede cinza, tem parte que tem buraco, que dá pra ver acasa do Luizim, meu vizim; pra olhar pra cima tem que ter cuida-do pra num dá de cara na gotera, até quando num chove tem.

Eu num queria uma casa assim, sabe? Na bera du rio; eu que-ria morar lá onde o chão é tudo pretim, limpim, limpim... A tetéiadiz que lá é pros Fernando, Itamar, pros Lula da vida.

— Nóis, vira-lata, mora é na bera do rio —, ela falou pra mim.Se eu chamasse Fernando, eu ia ter um caderno, lápis e uma

mochila, só pra estudar igual us menino do outro lado do rio; aíeu comprava uma casa de parede branca e lisinha, o telhado tam-bém ia ser branco, grandona, com um montão de parede, commuita parte, pra dormir separado, uma cozinha separado, tudinho.Ah! Também vai ter porta que tem tranca, pra ninguém roubarminhas bulachas.

Que pena que meu nome é Zezim; a tetéia disse que quando eunasci ela ganhou uns leite dum tal de Zezim que mora lá na frente eme pôs esse nómi, pra quando eu crescesse fazer boa ação igual ele.

Mas a vida que eu queria ter mesmo tá lá do outro lado do rio.

1° lugar

Julia Graciela Paula Silva Alves23 anos

Juiz de Fora (MG)

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verbo ad verbumExpressão latina que significa“palavra por palavra”.

... O melhor lugar do mundo, naverdade, são dois: minha mente,“oxigenada” pela leitura freqüentee apaixonada, e meu coração, quenão se cansa de amar as palavras,seus sentidos, significados, cami-nhos e possibilidades.

Robson Barbosa Cavalcanti34 anos

Rio de Janeiro (RJ)

No começo de tudo, tudo foifeito através das palavras, o dia,a noite, a água, a terra, os ani-mais, as plantas, tudo nasceupela magia das palavras. Pa-lavras que tocam, seduzem,emocionam, despertam, palavrascapazes de construir o mundocomo fez o criador ou ainda pa-lavras capazes de reconstruí-lose preciso for. Elas têm umpoder incomparável porque elassão como sementes capazes decrescer e dar frutos, moramdentro de nós, mexem com nos-sas idéias, nos provocam dúvi-das, nos causam revoluções, nosfazem sentir dor, mas tambémnos fazem aprender e crescer.

Jaine Pontes Dias14 anos

Pedro Velho (RN)

verbomaniaTagarelice, loquacidade doentia.Isso também se pode indicar comuma palavra saltitante como a lín-gua do falador: loqüela.

Quer um conselho? Cuidado com

o que você diz, pois nem todo

mundo vive no seu mundo!

Aline de Oliveira Santos11 anos

Ibitiré (MG)

Certas bocas são como tor-neiras abertas cujo fecho en-guiçou. Certos faladores sãocomo a chuva: não sabem quan-do irão parar.

Douglas Adriano Oliveira14 anos

Paraguaçu (MG)

vergônteaRamo de uma planta grande; emsentido figurado, indica “filhos”,“descendentes”.

Cara neta Natasha: Estou co-municando-lhe a minha tristezae remorso com minhas atitudes.Minhas? Nossas! Atitudes de vá-rias gerações. Tantas notícias eavisos de que o mundo aqui seriaformado de nossas ações e atitudesde agora e refletiria no agora deoutras pessoas.

Bethânia Barbosa de Souza14 anos

Alegre (ES)

Fugindo dessa fome e miséria,meus bisavós vieram da Europapara o Brasil no início do séculoXX. Tinham na bagagem apenasum sonho: viver melhor. Para eles,bastava apenas um pedacinho deterra onde pudessem plantar, co-lher e assim criar seus filhos. Osmeus avós, assim como os meuspais, também se foram sem terconseguido realizar seus sonhos.

Osvaldo Piva46 anos

Ivaté (PR)

versejarFazer versos, pôr frases em versos;versar; recitar versos.

Escrever poemas para mim éuma arte, é a arte de escre-ver palavras com o coração.As palavras me ensinam muitascoisas, pois estão comigo desdeque comecei a aprender a lere a escrever.

Ana Caroline Bonetti12 anos

Grão-Pará (SC)

viageiroViajante, que é dado a viajar.

O leitor viaja sem passa-

porte pelo mundo afora, sem

pagar passagem ou pedágio,

ensina e aprende. (...) O leitor

torna-se reflexivo, sabe

estabelecer relações, sabe

reinventar, dá sentido ao que

lê e ao que vê, comunica-se e

escreve melhor, sabe explorar

e expor as idéias com clareza,

navega através das imagens,

sejam elas verbais ou não.

Mariza Conceição Viana40 anos

Tatuí (SP)

videojogoJogo acoplado a uma tela e a um apa-relho de entrada de dados, que éonde o jogador insere os comandos.

O meu mundo bom seria feitocomo num videogame, onde agente aperta um botão e as coisasboas acontecem e as coisas ruinseu apago.

Matheus Calçada Lobo10 anos

Santos (SP)

VvigilânciaObservação muito atenta de algu-ma coisa; cuidado, prevenção.

Mas acredito que eu, jun-tamente com os governantesdo meu país, mudaremos estahistória para melhor. E assimficará um país onde todos nossentiremos muito mais felizes.

Giordana Mendes de Souza7 anos

Santana do Araguaia (PA)

Serei sempre uma detetive, umafiscal amiga da vida.

Juliana Cristina Dutra10 anos

Araxá (MG)

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220viabilidadeHá três sentidos: viabilidade é acondição de uma via ou caminhoque é possível percorrer, que nãotem obstáculos (neste caso, vem dolatim viabile); é também durabili-dade; ou, ainda, possibilidade derealizar, de executar (nestes dois úl-timos casos, vem do francês viable).

Trânsito das palavras

O melhor lugar do mundo pode não existir ainda, mas poderemosjuntos – homens e mulheres – não só criar o melhor lugar do mun-do, mas transformar o mundo em um único lugar, onde as pala-vras, sensíveis e compreensivas, fossem o essencial para a vida!

Palavras,Palavras que percorrem as avenidas, que respeitam o semáforo

da vida, não ultrapassando o sinal vermelho, tendo paciência ecompreensão nas esperas, que, enfim, logo se prossegue adiante,levando consigo o abecedário inteiro, toda a gramática, para quenão se erre nas horas em que for falada ou escrita. Palavras quesão sensíveis e agradáveis aos nossos ouvidos, que vão fundo naconsciência, que nos levam a pensar, refletir e agir da melhormaneira possível, correta e justa!!!

Palavras que às vezes ficam presas, nos dando um nó na gar-ganta, um aperto no peito! Essas palavras não são importantes enão estão, nem estarão, preparadas para serem clamadas porlábios perfeitos!

Palavras que são constituídas por letras ligáveis, que dão sen-tido ao som, que dão vida, cor e brilho ao mundo! Palavrasamorosas, amigáveis, carinhosas, de sentimentos profundos!Trânsito das palavras, velocidades a mil. Correm baixo, voam alto,dentro e fora do Brasil!!!

Marlon Washington Rocha Silva16 anos

Oriximiná (PA)

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VvinculaçãoLigação com vínculos, relação,compromisso, união.

Palavra é a ponte onde oamor vai e vem.Izabela Mamede C. A. da Conceição

11 anosContagem (MG)

VvitalizarDar nova vida, dar força, vigor,vitalidade a alguma coisa.

Buscar o lugar perfeito por

entre os caminhos da imagi-

nação não é tempo perdido, e

sim muito bem ocupado, uma

vez que estamos criando o pro-

jeto que dará início a uma

grande construção: o melhor

lugar do mundo.

Janaína Marcelino dos Santos15 anos

Naviraí (MS)

vítriceVencedora, vitoriosa.

Foi quando soltei as minhasidéias. Saíram por aí, flutuan-do num espaço vazio... Fize-ram brotar o verbo do vento...Verde, com cheiro de alecrim.Alegre, veio morar em mim!

Fernanda Baesse de Souza Felício13 anos

Belo Horizonte (MG)

vivedouroQue vive ou pode viver muito;duradouro; vivaz, vivedor, vivo.

Se eu fosse uma ave eu queriaser um beija -flor porque eles sãolindos. Eu não sei quanto tempoeles vivem, mas eu acho que émuito, porque um pássaro tãolindo deve viver muito.

Bruno Nunes do Prado10 anos

Cerro Azul (PR)

volteante Que volteia; volteador.

As palavras são o veneno e oantídoto em um só frasco. Têm opoder de matar e reavivar; sódepende de como são usadas.

Andrezza da Costa Andrade13 anos

Duque de Caxias (RJ)

vozeariaClamor de muitas vozes juntas;assuada.

Depois de muito gastar ce-lulose e fazer meus neurôniostrabalhar bastante, passei aouvir passos de gente andan-do e correndo, vozes de pes-soas fofocando baixinho e depessoas gritando, até o som dovento na árvore que estavaali perto. Isso tudo me fezparar e observar cada deta-lhe de todas as coisas queestavam ao meu redor.

Nayara Cristina Duarte Dalmolin15 anos

São Paulo (SP)

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V

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w W w W w W w W w W

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Esta é uma letra com alguns probleminhas de identidade... Nóscostumamos chamá-la de “dábliu”, mesmo sendo ela um duplo V;afinal de contas, em algumas palavras nós a pronunciamos comoU. O antepassado mais antigo do W é aquele gancho que os povosdo Sinai chamavam de vav.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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walkmanUm “walking man” é um homemque caminha, e foi dessa idéia quesurgiu o nome desse aparelho in-ventado para ouvir música enquan-to se caminha – um invento quefez enorme sucesso, mudou os há-bitos de muita gente e nunca paroude evoluir.

Caminhando

Caminhando a passos curtos e lentos, observando o sol, a lua e asestrelas. Perplexo com a imensidão do universo, tropeço de vezem quando em galhos, pedregulhos e em minhas próprias pernas.Com o sangue escorrendo dum xaboque do dedão, sigo arrastan-do o chinelo grudento pelo barro, tentando remover um troçofétido e melequento, que acho melhor deixar para trás. Bem! Ossaprófagos cuidam disso.

Com apenas meu pé esquerdo calçado continuo. Um caburéestridente sai de um juazeiro tortuoso rasgando a noite abafada,bem próximo de meus tímpanos e, para completar, cai um torórepentino sobre a caatinga. Pelo menos os coachos e cricris chatoscessam. Ouço apenas a água batendo sobre folhas e minha cabeça,embaçando-me a vista. Meto o pé na lama, repleta de proto-zoários, larvas ou sei lá o quê! Pelo menos, desta vez, não o furo.

Asseio-me na poça numa coivara, olho para os lados e prossigo.Eta planetinha! Talvez, quem sabe, lá em cima, haja um lugar semmato, sem vacas, sem aves, sem sapos, sem grilos, sem lama, semespinhos, sem chuva e sem... vida.

Reflito, então, sobre o que possuo – os problemas de todos –,mudo meu olhar e deito-me no colo de minha mãe... Terra.

Francisco Wellington Landim47 anos

Fortaleza (CE)

225

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226walkoverNuma competição esportiva qual-quer, se um dos adversários desis-te, a vitória é dada ao outro – issoé walkover, ou W.O.

Alô, alô, marciano?

Trongo, em algum ano do tempo estelar. Alô, alô, terrestres, Aqui quem fala é um visitante. Para variar, estávamos em guer-

ra. Vocês não imaginam a loucura, os trongueanos estavam namaior “fissura”.

Desde que destruimos Trongo, nosso próprio planeta, tenhovagado por várias galáxias. E foi na Via Láctea que encontrei oplaneta mais bonito que já avistei: a Terra.

Num primeiro momento, fiquei maravilhado com a beleza na-tural, variadas espécies animais, tigres, ursos, cobras, insetos,além de florestas, desertos e água. Água que nasce na fonte sere-na do mundo e que abre um profundo grotão, água que fazinocente riacho e deságua na corrente do ribeirão. Enfim, tinhacerteza de que era o melhor lugar do mundo.

Mas isso durou até conhecer vocês, humanos. Conhecê-los fez-me lembrar meus irmãos trongueanos e eu. Ambiciosos, não pen-sávamos nas conseqüências de nossos atos, ditos racionais. Nãopercebem que é preciso afagar a terra, conhecer o desejos da terra,cio da terra, propícia estação e fecundar o chão – já dizia o poeta.

Com medo de que tenham o mesmo fim que tivemos, apóslonga pesquisa, consegui listar oito aspectos para manutenção davida na terra.

Primeiro: em alguns lugares, percebi homens bem alimentados;noutros, milhares de crianças abaixo do peso, passando fome.

Em segundo, apesar de se preocuparem com o futuro, parachegarem a alguma solução, é preciso a participação de todos osterrestres. E como isso será possível, sendo que 13 milhões decrianças estão fora da escola? Se continuar assim, serão eles os pro-váveis ajudantes na finalização do projeto de destruição da Terra.

O terceiro é que, em alguns lugares, as fêmeas são subjugadase tratadas diferentemente dos machos. Em minha pesquisa, vi que

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dois terços dos analfabetos da espécie de vocês são fêmeas. Nãocompreendi como o número de machos alfabetizados pudesse sertão maior que o número de fêmeas.

Quarto: se não destruírem a Terra antes, creio que, num futuropróximo, faltarão humanos para habitá-la, já que, todos os anos,11 milhões de nascidos da espécie de vocês morrem.

Em quinto, nas áreas mais pobres, a carência no campo desaúde das gestantes tem levado à morte uma mãe a cada 48 par-tos. Sem comentários.

Sexto: além de não cuidarem do planeta, não cuidam de vocêsmesmos. Em vários lugares do planeta, epidemias mortais vêmdestruindo gerações e cerceando qualquer possibilidade de desen-volvimento. Atraso maior ainda é adquirir doenças através do atoreprodutivo.

Sétimo: como o “planeta água” pode possuir uma população emque um bilhão de pessoas ainda não tem acesso a água potável? Senão conseguem escutar os gritos de socorro do semelhante, nãoconseguirão ouvir os de Gaia.

Oitavo, como última solução: apontei vários problemas, mascreio que cheguei numa eficaz solução. Imagine qual seria o resul-tado de todos trabalhando juntos, com um único objetivo? Todosem prol de um planeta melhor, recuperando o que foi perdido,descobrindo novos meios para melhorar a qualidade de vida.Espero que escutem o que dizia o nosso sábio ancião: “A vida quea gente quer depende do que a gente faz”.

EsperançosamenteJibiu

Maiara Moreira Andraschko15 anos

Goiânia (GO)

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228web A palavra web, do inglês, significa“teia”. Também é o nome doserviço ao qual temos acesso pelainternet (rede mundial de com-putadores) e que muitos conside-ram o paraíso dos curiosos. Esseserviço é um sistema de acesso ainformações em forma de hipertex-to: existem ligações entre os con-teúdos e os menus e índices loca-lizados em inúmeros pontos dessaenorme rede. Assim, você podecomeçar com uma informação numponto qualquer da rede e, depoisde alguns minutos de navegação,seguindo essas ligações, ter atra-vessado virtualmente vários paísese até esquecer o que era, mesmo,que estava procurando...

Orkut, comunicação, novos

amigos, tecnologia, fotos,

vídeos, fãs, comunidade, MSN,

problemas, bate-papo, tecnolo-

gia, palavras, palavra, etcéteras,

começo e fim. Solto minhas

palavras no mundo: é a comuni-

cação, o diálogo, a fala, a briga,

a explosão, a solidão; é o imen-

so e as feridas... Palavras.

Daiane Moreira Santos14 anos

Pintadas (BA)

Todos podem soltar as pa-lavras, e assim o fazem. Essaspalavras podem mudar as idéiasde outras pessoas, que soltammais palavras. Isso é um ciclovicioso onde cada vez maispalavras são soltas, mas paraonde vão essas palavras? Crê-se que algumas delas, não achan-do para onde ir, ficam vagando,procurando quem as queira ouvir;outras que encontram seu lugarformam conceitos mais uma vez.

Juliane Cantelmo Monteiro14 anos

Niterói (RJ)

wwwWWW é a sigla de World WideWeb – a rede desenvolvida em1989 na Suíça e que hoje se espa-lhou por todo o planeta. A ex-pressão significa literalmente “teiade aranha mundial”. É um sistemade acesso à informação que per-mite consultar mais de 700 milhõesde páginas virtuais sobre todos osassuntos, por meio da internet.

O acesso à informação está cadavez mais fácil e rápido. Pela tevê,rádio, jornais, revistas, internet...Entretanto, principalmente paranós, educadores, o desafio é trans-formar essa informação em co-nhecimento e encontrar meios queauxiliem nesse processo para umensino significativo e educar paraformar cidadãos com espírito críti-co, promovendo a iniciativa, a res-ponsabilidade e a autoconfiança.

Maria Caitano Gomes47 anos

Arapoti (PR)

wysiwygPoucas palavras são tão esquisitasquanto esta, com seu i cercado deconsoantes por todos os lados! Estaé a sigla para uma frase em inglêsque indica que o que você vê natela do computador é igual ao quevai sair impresso no papel (WhatYou See Is What You Get – “o quevocê vê é o que você obtém”).

E então, como fica o nossoBrasil? / Sempre esteve a vernavios. / Primeiro, os de Cabral,/ que com seus cabras levaramnosso ouro pra Portugal! /Deixaram como herança / essafalta de identidade! / E a nós,povo sem face, / resta-nos buscarnova mentalidade.

Ana Maria Barbosa de Menezes45 anos

Fortaleza (CE)

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WABLIO WADILA WAGENR WAIRAM WALBERWALDECLEY WALDEIR WALDENEY WALDENILSAWALDETE WALDIR WALERIA WALESCA WALESKAWALESSON WALFRIDO WALISSON WALKIRIAWALLACE WALLAS WALLEF WALLERY WALLISOMWALL ISON WALL ISSON WALLYSON WALMIRW A L T E C Y W A L Y S O N W A N C L E C I A W A N D AWANDELLA WANDELSON WANDER WANDERLEIAWANDERSSON WANDRESSA WANESSA WANTUIRW A N U S A W A R L E S S O N W A R L E Y W A R T O NWASHIGTON WASTRE WATILA WEBERTON WEDERWEDJA WEDSON WEGUIA WE IDER WEIDNAWEIGLE WEIKMAN WELCLER WELESON WELIDAWELINTON WELISSON WELISSON WELLAINNYWELLEN WELLERSON WELLINGTIN WELLINTANIAWELLINTON WELLISON WELLITON WELLYNTONWELSON WEMERSON WEND WENDEL WENDELLWENDER WENDERSON WENDI WENES WENIAWENILTON WENISSON WENNER WENNYS WENOELWENOL WERIK WERLEY WESLA INE WESLAYWESLLY WEVERTON WHIANE WHITAKYR WIGORWILCIANE WILDEMAR WILDEN WILDERLANIAW I L D E R L I N E W I L G N E R W I L I A N W I L I N S O NW I L K E L L Y S O N W I L K E R W I L L A W I L L A N D E RWILLAYNE WILLIAMI WILLIAS WILLIMAS WILLYWILMA WILSA WINGRID WINNY WIRNA WISSEWITANAAN WIVIANE WLADSON WLSILENE WRISTONWRLEINE WULEANDRO WYABDARA WYLZAMY

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x X x X x X x X x X

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Os primeiros desenhos de samekh pareciam uma espinha de peixe,ou um tronco cheio de galhos. Foram os gregos que o simplificaram,dando-lhe a forma de X.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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xênioXênia era um presente que os anti-gos gregos ofereciam aos amigos eaos hóspedes depois da refeição.Xênio queria dizer “hospitalidade”e era também a palavra com a qualeles designavam um estrangeiro.

Algumas [pessoas] procuram

as grandes cidades, deixando pra

trás uma história de muita re-

sistência em nome da sobrevi-

vência. Os amigos vão embora

quase sempre sem nenhuma pers-

pectiva de futuro, simplesmente

porque já sabem desde crianças que

a desigualdade é sua fiel com-

panheira desde seu nascimento.

Maria do Carmo Bezerra de Moura18 anos

Iracema (CE)

xingaçãoInsulto, ofensa, afronta. Solto minhas palavras no mundopara sorrir e encantar, mas às vezesfalo para xingar e magoar.

Jean Marcos Fortes dos Santos15 anos

São José (SC)

xiruEssa palavra tão gostosa vem dalíngua tupi, e significa “meu com-panheiro”.

Para “eu”, que sou criança, omelhor lugar do mundo é quandoestou em casa com meus pais, meusavós, meus colegas, ou na escola,onde, além de aprender, faço muitasamizades e me divirto com os meusamigos que estudam comigo.

Kevin Henrique Takeyama9 anos

Tatuí (SP)

xistáceoCinza-escuro, quase preto.

A grande verdade é que desdeas expedições colonizadoras oshumanos destroem mais do quedeveriam, arrasando florestas.Quando chegou a Revolução

Industrial, começaram a emitirgases poluidores, agravandoainda mais sua destruição. Elesescondem suas ganâncias nasdesculpas de que a Terra nuncaserá destruída com suas atroci-dades, mas ela acabará sendo.

Raphael Moraes da Rosa14 anos

Rio de Janeiro (RJ)

xitiqueEssa palavra saltitante vem deMoçambique, e significa umapoupança feita em grupo, uma es-pécie de consórcio, cujo montanteé distribuído alternadamente acada participante.

Precisamos parar de gastarmuito dinheiro com carnavais,vindas de presidentes, etc.,pois esse dinheiro serve paracontratar médicos especializa-dos, por exemplo nas doençastransmissíveis como a Aids, etc.

Marcelo Augusto Gonçalves11 anos

Monte Mor (SP)

XxodóXodó é uma estima especial, umgrande carinho e apreço por alguémou alguma coisa. Também pode seramor, paixão. E há quem use xodócom significado de fofoca, mexeri-co, intriga.

Quando estou chegando

Estou sonhando com ela.

Quem? Minha cidade.

Sim, a cidade mais bela.

José Eduardo Moreira14 anos

Campo Limpo Paulista (SP)

xongasCoisa nenhuma, nada, necas, necasde pitibiriba, nadinha de nada, coi-síssima nenhuma... Tudo isso éxongas, palavra da gíria brasileira.

Esperar que alguém faça algoé típico do ser humano. Alguémdeveria tomar uma atitude,alguém deveria salvar o meioambiente, alguém deveria acabarcom a pobreza e a fome. Pareceque alguém tem muitas coisas afazer, mas ninguém faz nada.

Louise Lopes Santos15 anos

Suzano (SP)

XxuáNa gíria brasileira, xuá é coisa ex-traordinária, estupenda, uma ma-ravilha, um espetáculo.

Acredito que os cientistasirão descobrir um remédiopara mais ninguém morrer.As crianças teriam seus di-reitos respeitados, não morre-riam de fome nem de espan-camento. Eu sei que um diaeste mundo será bom porquenós seremos bons.

Vitor Tobias Silveira de Castilho9 anos

São José dos Campos (SP)

xucriceIgnorância, rudeza, falta de educa-ção; grosseria. A palavra vem dechucru, que, na língua dos índiosquíchua, quer dizer duro.

Cada um tenta construir o seupróprio mundo,

Isso é o que o torna ignorante,Só pensando em si mesmoE rejeitando o restante.

Alix Johnys Rodrigues de Jesus13 anos

Araguari (MG)

233

X

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y Y y Y y Y y Y y Y

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YOD, que significa “mão”, tinha dado origem ao I e ao J. Os gregosinventaram mais uma letra para representar o som do i: Y (que osfranceses chamam de “i grego”).

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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Yyá Essa palavra curtinha e simpática émuito usada em Moçambique, equer dizer sim.

Na escola onde eu estudo é o

começo do melhor lugar; é onde

tenho os meus melhores amigos,

e as professoras fazem parte

dos melhores.

Rebeca Nadaluti da Costa7 anos

Apucarana (PR)

Yyin-yangForças ou princípios que se com-plementam, e que existem emtodos os aspectos e acontecimentosda vida.

Quero deslizar na beleza davida simples, que é o melhorlugar do mundo.

Poliana Maria Cardoso Dantas15 anos

Campina Grande (PB)

237

Y

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z Z z Z z Z z Z z Z

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ZAIN significava “guerra” e também era o nome de uma arma.A primeira representação dessa letra indicava dois homens lutando,separados por suas armas: . O traço mais longo, que separavaos dois lados, era vertical. Com os romanos, passou a ser diagonal, eassim surgiu o nosso Z.

sinai1500 a.C.

fenícios1000 a.C.

gregos800 a.C.

etruscos700 a.C.

latinos600 a.C.

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ZzeloDedicação e cuidado com que sefaz alguma coisa.

Buscar o lugar perfeito, por

entre os caminhos da imaginação,

não é tempo perdido, e sim muito

bem ocupado, uma vez que esta-

mos criando o projeto que dará

início a uma grande construção:

o melhor lugar do mundo.

Janaina Marcelino dos Santos15 anos

Naviraí (MS)

ZzenForma de budismo que valoriza acontemplação pelo amor à naturezae à vida, no momento presente. Écomum ouvir que alguém é ou estázen quando se quer dizer que essapessoa não se agita sem necessida-de, mantém a calma e o equilíbrio.

Mas eu também sei que, paraminha casa ser o melhor lugardo mundo, o meu relacionamentocom as coisas que existem aoredor tem que estar bem.

Cibele Oliveira Bezerra18 anos

Fortaleza (CE)

Melhor é o aqui, pois é aqui quese vive mais uma experiência,que se espera a boa notícia, que sevê a pessoa amada. É aqui que tudopode acontecer. Melhor é o agora,pois é agora que lutamos, que sor-rimos e até mesmo choramos, queerramos mas também acertamos.É agora que nossa vida acontece.

Daniela de Fátima Leandro16 anos

Santa Bárbara Tugúrio (MG)

zonzeiraTontura, vertigem.

Minha irmã chega a me per-turbar de tanta saudade.

Daniel Penha Freitas Junior10 anos

São Paulo (SP)

zooéticaRamo da Biologia que faz parteda Ecologia, e que é também cha-mado Etologia. Estuda o comporta-mento dos animais em seu próprioambiente.

Se até os bichos surpreen-dem com gestos nobres, éporque dentro de si eles tam-bém habitam o melhor lugardo mundo e sabem disso.

Josué Emanuel de Souza20 anos

Leopoldina (MG)

Também penso em ajudar os

gatos e cachorros, pois na

minha vila há muitos animais

que passam fome, sede, frio;

alguns ficam doentes e morrem.

Yasmin Silva9 anos

Itapeva (SP)

zopeiroAcanhado, tímido. Também se usazopeiro no sentido de preguiçoso,indolente.

Se algum dia esta minha ver-gonha passar, eu vou ser maissolto e feliz, porque ter ver-gonha é ruim; a gente não podefalar o que pensa porque elanão deixa – mas se algum dia elaresolver ir embora, eu vou fazerteatro, poesias, textos e redaçõespara mostrar para meus cole-gas que eu não, não sinto maisessa vergonha que me esconde eme deixa fora de tudo.Salmeron de Aguiar Meneses Júnior

12 anosGurupi (TO)

zorraEsse é o nome de um carro baixi-nho que serve para transportarcargas pesadas, e também de umtipo de pião de metal. Na gíria quesurgiu no Rio de Janeiro, zorrapassou também a ser desordem,bagunça.

— Sr. Esquilo, você achaque o homem está fazendo acoisa certa?

— Não Sr. Macaco. Elesestão destruindo a nossa casa.

— É mesmo. O homem é obicho!

Jean Santos Rodrigues13 anos

Alto Paraíso de Goiás (GO)

zotismoEstupidez, coisa sem sentido, to-lice, idiotice.

O racismo é outra bela de umaporcaria.

Bruna Lima Nakasato11 anos

Guarulhos (SP)

Razão esta tão imprevisível,tão discriminadora e irracional,tão sem razão...

Democracia... Alguém a viupor aí?

Débora Hellém Alves Santana12 anos

Paragominas (PA)

zumbarFazer muito barulho e ruído; zoar,zunzunar.

Solto minhas palavras no ar

e se o mundo pudesse me ouvir,

gritaria bem alto para descen-

tralizar a concentração de

renda e de riquezas.

Ingrid Bhrena Pinheiro Lopes14 anos

Araçoiaba (CE)

241

Z

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242zumbidoSom contínuo parecido com o queé produzido por insetos.

Podemos não aprender a lere escrever na barriga da mãe,mas lá é que as nossas palavrassão feitas, e quando nascemoselas estão somente esperandoem nossa boca para sair e sesoltarem no mundo.

Petrus de Oliveira Tiveron13 anos

Laranjal Paulista (SP)

zunzunzumO som da palavra zunzunzum prati-camente conta o que ela quer dizerno Brasil: boato, rumor, e tambémvoz, ruído, rumor.

Algumas palavras sugam-nos, nãonos largam, são como carrapatos.

Carolina Guida13 anos

Angra dos Reis (RJ)

zuretaAdoidado, amalucado, zuruó –tudo isso é zureta na língua dopovo em Minas Gerais. Mas zuretatambém quer dizer “alguém muitogenioso, indignado, irritado”.

Liberdade? É de comer ou depassar no cabelo? Neste mundo oque é liberdade? Se falar a ver-dade para o seu patrão, “tá narua”; se falar uma mentira, domesmo jeito “tá na rua” ; se falaro que ele quer ouvir de você “tápromovido”, ou seja, liberdadede expressão, zero, liberdade dedecisão, zero. Hoje em dia você sófaz o que os outros querem.

Christovam Abdalla Neto13 anos

Redenção (PA)

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244

Adelaide Francelina de Souza, 84anos, mora sozinha em Lins (SP), pertinhode suas três filhas e respectivas famílias.Gosta de cuidar da casa, e feijão e arroz ésua comida predileta. Estuda com a profes-sora Damaris Sanches no Centro de Edu-cação Popular Paulo Freire CEJA São Miguel.

Adélia Dias da Chaga, 42 anos, moracom uma irmã em São Paulo (SP). Adoraler e comer lasanha. É professora na EMEFFernando Gracioso.

Adriana Barbosa Alves de Souza, 16anos, vive com os pais e as irmãs emTacaratu (PE). Seu prato predileto é macar-rão, e adora ouvir música e escrever.Estuda na Escola João Batista de Vascon-celos, onde é aluna da professora MariaHelena da Silva.

Altair Borges de Souza, 39 anos, vivecom a mulher em Álvaro de Carvalho (SP).Gosta de ler de tudo um pouco, e adoradoces. Leciona na EMEF GovernadorMário Covas.

Ananda Araújo Lima Costa, 16 anos,vive em Salvador (BA) com a mãe, a irmã,o padrasto e o filho do padrasto. Gosta deler, e seu prato preferido é ravioli. Estudano Colégio Sartre, e sua professora sechama Adriana Souza Luz.

Aparecida Maria Cantarino Barbosa,45 anos, vive com o marido e três filhosem Juiz de Fora (MG). Gosta muito de lere adora um churrasco. É professora na EMVereador Marcos Freesz.

Artur José Mendes de Oliveira, 7anos, vive em São Gonçalo (RJ) com seuspais. Gosta de jogo da memória e dominó,adora macarrão e estuda no Centro Edu-cacional Tempo do Saber, com a professo-ra Leiliane Domingues da Silva.

Ayana Resende Romanhol, 12 anos,vive em Cataguases (MG) com os pais e oirmão. Seu prato preferido é lasanha, e elagosta muito de ler e escrever. É aluna daprofessora Adriana Queiroz da Cunha, noColégio de Aplicação do Instituto SuperiorCataguases.

Bruna Wysocki, 28 anos, vive com seumarido em São Paulo (SP). Gosta de pas-sear com sua cachorra, e, em matéria decomida, adora arroz, feijão, batata frita ecarne. Leciona na EMEF Zulmira Cava-lheiro Faustino.

Bruno Caetano Nery, 21 anos, vive emPaineiras (MG) com sua mulher, sua filha, ossogros e um cunhado. Gosta muito dejogar futebol, e sua comida preferida ébatata frita, bife e arroz. É aluno da pro-fessora Arlete Caetano de Jesus, na EECelestino Nunes.

Carolina dos Santos, 69 anos, mora comum filho e, na casa dos fundos, vive sua filhacom a família, em Lins (SP). Gosta de passear,estudar e ir à missa. Seu prato preferido éarroz, feijão, bife e salada. É aluna da pro-fessora Damaris Sanches, no Centro de Edu-cação Popular Paulo Freire CEJA São Miguel.

Clarisse Rodrigues do Nascimento,58 anos, vive com seu marido em Barueri(SP). Gosta de limpar e costurar, e adoracomer frango e polenta. É aluna da profes-sora Valéria da Silva Ferreira, na EMEF Prof.Aristides da Costa e Silva.

OS 62 FINALISTAS

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Cláudio César Palheta da CostaJúnior, 14 anos, vive em Parauapebas (PA),com a mãe, o padrasto e dois irmãos.Gosta de ler e jogar futebol, e seu pratopreferido é lasanha. É aluno da professoraDenise Borges Magalhães, no ColégioPitágoras de Carajás.

David Pozorsky, 11 anos, mora com suamãe, seu padrasto e seus irmãos gêmeosem Tijucas do Sul (PR). Gosta de comercoxinha de frango e de brincar. Estuda naERMEF Emiliano Perneta, e sua professorase chama Salete A. Leprevost Dobrochinski.

Edson de Moraes Poscidônio, 43 anos,mora com a mulher e os filhos em Itaú deMinas (MG). Gosta de ler e escrever, ecarne é sua comida preferida. É professorna EM Monsenhor Ernesto Cavicchioli.

Eliane Santos, 18 anos, mora com a mãe,três irmãos e uma sobrinha em São Vicente(SP). Gosta de escutar música e comerpeixe. É aluna de Ediem Sobral de Góes,na EE Parque das Bandeiras – Gleba II.

Francisco Fernandes Ribeiro, 46 anos,vive em Lins (SP), atualmente em reclusão.Gosta de trabalhar com marcenaria e deescrever. Macarronada à bolonhesa e bifeacebolado são seus pratos preferidos.Estuda no Centro de Educação PopularPaulo Freire, onde é aluno da professoraEliane Cristina A. de Lima Silva.

Francisco Wellington Landim, 47anos, vive em Fortaleza (CE) com a mulhere a filha. Adora doce de leite e sua ocu-pação preferida é cuidar de peixes orna-mentais. É professor no Centro de Aten-ção Integral à Criança e ao AdolescenteMaria Alves Carioca.

Gabriela Alejandra Ferraiole Testa,14 anos, vive em Cotia (SP) com os pais eo irmão. Gosta de escrever e compormúsica, e seu prato predileto é macarrão.É aluna do professor Mario César MelloCosta no Colégio Palmares.

Gislaine Buosi Fechus Monteiro, 40anos, mora com o marido e os filhos emPouso Alegre (MG). Gosta muito de ler, eseus pratos prediletos são doces, salada epeixe. Leciona no Instituto de Educação eEnsino Pouso Alegre.

Gustavo César Gomes Alves, 8 anos,vive em Cajazeiras (PB) com seus pais eirmãs. Adora desenhar e comer arroz e fei-jão. Estuda no Colégio Nossa Senhora doCarmo, com a professora Cícera NormaTavares de Luna.

Henrique Florindo Valverde, 16 anos,vive em São Paulo (SP) com seus pais.Gosta de ler, e lasanha é seu prato preferi-do. Estuda no Colégio Dr. Clóvis Bevilac-qua, onde é aluno da professora Osmarinade Fátima Pazin Baldon.

Henrique Martins Oliveira, 15 anos,gosta de comida árabe e adora ler. Vivecom o irmão e os pais em Pouso Alegre(MG), onde é aluno da professora GislaineBuosi Fechus Monteiro, no Instituto deEducação e Ensino Pouso Alegre.

Isadora Trevisan Locatelli, 12 anos,mora com seus pais, seu irmão e o cachor-ro Thor em Florianópolis (SC). Gosta dedeitar no chão, olhar as nuvens e ficarimaginando o futuro, fantasiando. Adorachocolate. Sua professora é Deise deFátima dos Santos Winter, no CentroDinâmico de Educação.

Johaine El Hajjar Droppa, 15 anos,vive em Curitiba (PR) com os pais e oirmão. Gosta de tocar guitarra, e sua comi-da preferida é quibe. É aluno do professorWallace Stocco Martinez, no ColégioSubsede I Educação Infantil e Fundamentale Médio Expoente.

Jonathan, 15 anos, vive em São José doRio Preto (SP) com a mãe e os avós. Ir coma mãe ao restaurante e pescar é o que maisgosta de fazer. Adora arroz, feijão e bifeacebolado. É aluno da professora AnaMaria Lombardi, na Fundação Casa.

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246José Augusto de Aguiar Costa, 38anos, vive com os pais e o irmão em SãoPaulo (SP). Gosta muito de dar aula, espor-te e música. Sanduíche e suco natural são oseu alimento predileto. É professor no Co-légio Horizontes Uirapuru II.

José Enrique Pereira de Andrade, 8anos, vive em Jurema (PE), com a mãe e opai. O que ele mais gosta de fazer é brin-car de carrinho, e seu prato preferido é ma-carrão. Estuda na Escola Santa Teresa coma professora Maria Lucenilda Lima Bernardo.

Juan Guilherme da Silva, 13 anos, moracom seus pais e a irmã em Poços de Caldas(MG). Gosta de comer lasanha e jogar fute-bol. É aluno da professora Loredany VillelaGalindo, na EM José Avelino de Melo.

Julia Graciela de Paula Silva Alves, 23anos, mora em Juiz de Fora (MG) com seumarido. Gosta muito de ler, e seus pratospreferidos são salpicão, arroz, farofa ecarne assada. É aluna do professor CarlosEduardo de Paula Duque, na EM MariaCatarina Barbosa.

Laura de Oliveira Camilo, 14 anos,vive com a irmã e os pais em Itabirito (MG),onde gosta de ler, escrever, estudar epassear no sítio. Estrogonofe de frango éseu prato preferido. É aluna da professoraLeda Maria Rodrigues Bittencourt Faria, naEscola Prof. Jayme de Souza Martins.

Leandro Rieter, 21 anos, vive em Videira(SC) com a mãe e três irmãos menores.Gosta de trabalhar e estudar, pois é naescola que faz amigos e se relaciona com avida. para ele, qualquer macarronada é umbanquete. É aluno da professora MarilucyFátima Andrade Lopes, no Centro deEducação Jovens e Adultos Municipal.

Leonardo Zimbrão Gregório, 10 anos,mora com seus pais e dois irmãos emPetrópolis (RJ). Adora jogar bola e video-game, andar de bicicleta e comer arroz,batata frita, feijão, carne e ovo. Estuda coma professora Vera Lucia dos Santos, na EMFelix Wan-Erven de Barros.

Luana Patrícia dos Santos, 15 anos,vive com os pais em Sandovalina (SP).Gosta de ouvir rádio, e churrasco é suacomida predileta. É aluna da professoraJacqueline Denise Mendes Barreto, na EEProfª Liria Yurico Sumida.

Lucas Kazuo Sakata, 9 anos, mora emSão Bernardo do Campo (SP) com os paise uma irmã. Joga futebol e gosta de comerarroz, feijão, lingüiça e batata. Sua profes-sora é Rosemari Consulo Mendes, noCentro Educacional Sesi 416.

Lucas Nascimento Souza, 15 anos,mora em Toledo (PR) com os pais e trêsirmãos. Gosta muito de ler. Macarronada éseu prato preferido. É aluno da professoraJuliana Michele Storch Balko Morgan, noColégio SESI Paraná.

Lucilaine Cristina Cezário de Jesus,37 anos, mora com o marido e os filhosem Paranavaí (PR). Adora leitura, especial-mente o gênero infanto-juvenil. Macarro-nada é seu prato preferido. Leciona naEMEIEF Jayme Canet.

Maiara Moreira Andraschko, 15 anos,vive em Goiânia (GO) com seus pais etrês irmãos. Adora assistir a um filme poli-cial e comer no Mc Donald´s. É alunado professor Marcos Baiano, no ColégioDinâmico.

Marcella Reis de Oliveira, 9 anos,mora com seus pais e um irmão em BeloHorizonte (MG). Gosta de nadar, brincar eler. Seus pratos preferidos são arroz, fran-go, salada e batata, e ela adora maracujá.Sua professora é Maria Bernadete Cança-do Arruda, na EE São Bento.

Marcos Antônio Jordão da SilvaFilho, 10 anos, vive em Timbaúba (PE)com os pais e a irmã. Gosta de estudar eandar a cavalo, e adora cuscuz com leite. Éaluno da professora Risoneide Alves Pe-queno, na Escola Dr. João Ferreira Lima.

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247Nadya Luiza Fernandes Alves, 14anos, vive com a irmã e os pais em PousoAlegre (MG). Gosta de ler e ouvir música, eseus pratos preferidos são massa e batatafrita. Sua professora é Maria Gorete deOliveira Carvalho, e ela estuda no Institutode Educação e Ensino Pouso Alegre.

Oldemar Cabanhe, 36 anos, vive com amulher em Campo Grande (MS). Ler, ca-minhar e ir ao cinema são suas ocupaçõespreferidas. Não resiste a um frango depanela. É professor na EM Profª. MariaTereza Rodrigues.

Paulo César dos Santos Corecha Júnior,11 anos, vive no Rio de Janeiro (RJ) com airmã e os pais. Redação e esporte (princi-palmente futebol) são as coisas de que maisgosta, e macarronada de forno é seu pratopreferido. É aluno da professora HelainyRibeiro Machado no Colégio Barcelos.

Paulo Everaldo Brito Maciel, 21 anos,vive em Caxias do Sul (RS) com sua mãeadotiva. Gosta de sair com amigos e comerchurrasco. Sua professora é Greici Bro-chetto Lorandi, na EEEM João Pilati.

Publio Matheus Souza Verona, 13anos, mora em Conselheiro Lafaiete (MG)com seus pais. Adora escrever e jogar bola.Pizza é seu prato preferido. Estuda noColégio Santa Rita Fasar, e sua professora éMárcia Adriana De Souza Verona.

Rodrigo de Lima Antonio, 21 anos,vive com a mãe em Mogi das Cruzes (SP).Gosta de fazer redação e assistir à tele-visão. Macarronada é seu prato preferido.É aluno da professora Alexandra HelenaMedeiros, na Escola de Educação EspecialProfª Botyra Camorim Gatti (APAE-Mogi).

Roque Aloisio Weschenfelder, 58anos, vive com a mulher e os filhos emSanta Rosa (RS). Gosta de dar aula e es-crever. Adora arroz, feijão e churrasco. Éprofessor na EE Prof. Pedro Meinerz.

Maria Alice Gomes Fonseca, 10 anos,vive com seus pais e uma irmã em Bru-madinho (MG). Gosta de estudar, e seuprato preferido é carne. É aluna da profes-sora Alcina Amorim Campos, na EM JosiasJosé Araújo.

Marielle Santos Freitas, 12 anos, viveem Sergipe, na cida de Tobias Barreto,com seus pais e seu irmão. Adora pizza echocolate, e suas brincadeiras preferidassão pular corda e jogar vôlei e basquete.Estuda na EEFM Iromildes Barros Vascon-celos, e sua professora é Margareth MiriamAraújo Santos.

Marilei Márcia Del Sent, 34 anos,mora com o marido, a filha e o enteadoem Paragominas (PA). Adora receber osamigos e cuidar dos animais. Melancia elasanha são as coisas que mais gosta decomer. É aluna da professora Tatiane Vieirade Lima, na Escola de Educação Básica eProfissional Fundação Bradesco.

Marina Cardoso, 15 anos, mora com ospai e irmãos em Araxá (MG). Adora saircom as amigas, e seu prato preferido é ofrango assado que o pai faz. É aluna da pro-fessora Sandra Helena Martins Costa, noColégio São Domingos.

Marina Wanderley Graciano Costa,17 anos, vive com os pais e dois irmãos emBelo Horizonte (MG), e gosta de ler, ir aocinema e namorar. Strogonoff de carne éseu prato predileto. É aluna da professoraLilian Maria Castro Costa Rezende, noColégio Efigênia Vidigal.

Mario Mello Costa, 41 anos, mora so-zinho em São Paulo (SP). Adora ensinar eescrever peças, e pizza é seu prato preferi-do. É professor no Colégio Palmares.

Marlon Washington Rocha Silva, 16anos, vive com os pais e mais quatro ir-mãos em Oriximiná (PA). Jogar vôlei e ler,de preferência romances, são suas ocu-pações favoritas. Gosta de comer arroz,feijão, bife e macarrão. É aluno da profes-sora Elizabete Pedroso dos Santos, na EMEFSta Maria Goretti.

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248Sandra Maria da Silva, 44 anos, morasozinha em Votuporanga (SP). Gosta deesportes e de comida natural. Leciona noCentro de Educação Municipal ProfªNeyde Tonanni Marão.

Sueli Terezinha Ribeiro Soares Toledoda Silva, 56 anos, vive com o marido emIlha Solteira (SP). Gosta de ler, especial-mente sobre psicanálise e psicologia. Fran-go caipira é seu prato preferido. Lecionano Colégio Pré-Universitário Ilha Solteira.

Thalia Diógenes Saldanha, 9 anos,mora com seus pais, uma irmã e doisirmãos na fazenda Santa Edite, em AltoSanto (CE), onde é aluna da professoraMaria Gisélia Bezerra Gomes, na EMEFNossa Senhora de Lourdes. Adora ficar najanela olhando e ouvindo os pássaros, eseu prato predileto é carne e arroz.

Tiago Sandroni Porrino, 14 anos, moraem Cotia (SP) com seus pais e uma irmã.Suas ocupações preferidas são ler e assistira filmes, e lasanha é seu prato predileto.Estuda no Colégio Waldorf Micael de SãoPaulo, onde é aluno da professora SamiaNascimento Sulaiman.

Vinícius Gabriel Barros, 12 anos, viveem Taubaté (SP) com os pais. Gosta de lere seu prato preferido é lasanha. Estuda noInstituto São José, onde é aluno da profes-sora Fernanda Costa Bacarro Fonseca.

Wagner Dal Piva da Silva, 10 anos,mora com seus pais e seu irmão em Sapi-ranga (RS). Adora desenhar e gosta de comerbife e salada. É aluno da professora MárciaMara Weber, na EMEF 28 de Fevereiro.

Wilker Dias da Silva, 10 anos, vive comos pais e um irmão em Maracanaú (CE). Éaluno da professora Graça Cruz Albuquer-que, na EMEF Sinfrônio Peixoto de Morais.Adora desenhar e comer bife e salada.

Zelina Catarina R. de Lima Tessaro,38 anos, vive em Capinzal (SC) com omarido e o filho. Gosta muito de ler (auto-ajuda e esoterismo, só não lê política).Adora frutas e sucos, especialmente man-ga. É aluna da professora Luciana Susin, noColégio Carlos Drummond de Andrade.

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OS LEITORES QUE TAMBÉM FAZEM O LIVRO

A cada edição do Concurso de Redação Ler é Preciso, espera-se que aspessoas escrevam com liberdade, espontaneidade e prazer. O 6º Concursolevou aos potenciais escritores um retorno do que foi produzido para o5º Concurso: o livro A vida que a gente quer depende do que a gente faz,no qual especialistas e escritores compartilham idéias para uma vidamelhor, a partir da leitura do livro Somos e queremos (que publicou asredações vencedoras do concurso anterior).

Os primeiros leitores estavam na sala de aula de milhares de escolasem todos os estados do Brasil: os colegas e os professores que levaram acabo um processo de escolha por consenso dos textos a serem enviados.

NAS ESCOLAS E SALAS DE AULA

Instruções para despertar o sonho do melhor lugar do mundo

1. Convença seus colegas professores e a coordenadora de suaescola de que trabalhar o tema de redação proposto por umconcurso é uma forma de mostrarmos que acreditamos no ta-lento de cada um de nossos alunos.

2. Não desanime se falarem para você que nenhum professor seinteressou e que, provavelmente, poucos serão os alunos queaceitarão a proposta. Pense na satisfação de ser pelo menosum, entre os professores, que topou o desafio de despertar emseus alunos a vontade de escrever.

3. Arrume um tempinho, no intervalo das aulas, no café, noalmoço, um pouco antes de bater o sinal para entrar na sala deaula ou até mesmo naquele dia de véspera de feriado, à noite,e tente ligar para inscrever sua escola no concurso. É nessestempos mais improváveis que podemos vencer!

4. Quando tiver em mãos o material para o concurso, insista, mos-tre aos colegas e sugira atividades... Pode ser que nesse mo-mento apareça um segundo professor interessado no concurso!

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5. Apresente o material aos alunos, deixe que peguem o livro,vejam, sintam a textura. Aproveite para motivá-los a acreditarna criatividade deles!

6. Selecione textos que estejam mais próximos da realidade vivi-da por nossos alunos. Leia alguns e tire xerox de outros. Nãoreclame do dinheiro gasto com as cópias, pois esse investi-mento é um ótimo ativador de nosso ego profissional!

7. Promova sempre a reflexão dos assuntos abordados pelos tex-tos. Emocione, comova, surpreenda, encoraje seus alunos naluta por um mundo melhor!

8. Faça-os descobrir que, por trás de dificuldades ortográficas,há um mundo de idéias e sentimentos únicos que transbordamemoção através de palavras!

9. Sinta o que há de melhor em cada um de nós. Descubra his-tórias! Emocione-se com os relatos! Curta momentos especiais!

10. Por fim, exponha os resultados, pois eles fazem parte de umaprimeira vitória! Uma contribuição, mesmo que de formigui-nha, para alcançarmos, futuramente, aquele que deverá ser omelhor lugar do mundo!

Bruna WysockiProfessoraCategoria 5

São Paulo (SP)

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ANGELA SANTOS, 51 anos, jornalista, mãe orgulhosade Paula (“Mamãe, consegui entrar na história...”) e de Daniel(“Psiu, mãe!...Estou lendo!”). O gosto pelas boas palavrascresceu com ela, no exemplo diário dos pais, Luiz e Victória.Diferentemente das rimas da adolescência, hoje ajuda a cos-turar palavras para relatar coisas que acontecem e viram notí-cia. As palavras iluminam! E a leitura de redações de tantosjovens confirma uma frase que leu anos atrás: “Gente quan-do escreve vira pipa. Voa!”

Grupo da AngelaBeatriz de Freitas BöneckerElizabete Peres Domingues BarbosaMonica da Silva M. SimõesRosângela Monteiro SoaresSergio Beni LuftglasSofia Andrade MachadoTania Marques de Araujo Correia

DÉBORA CORTEZ, professora desde sempre, amante davida, das pessoas pequeninas e crescidas, do movimento, dasformas, cores, sabores e palavras. Alma inquieta que desejacrescer e aprender sempre. Novidade é com ela! Muitas des-cobertas na leitura das idéias das pessoas deste nosso Brasil!

Grupo da DéboraJéssica NomuraJosenaide Lima SimõesMarlene Penerolli GottardoSimone Kneip CavalheiroSueli Ripa NaymeViviane Soares Aguiar

DORINHA GONÇALVES, 54 anos, formada em Ad-ministração, História da Arte e Estudos de Museus de Arte.Nos últimos anos tem trabalhado em projetos do terceirosetor. Tem alma caipira, gosta de café no bule e do cantar dospassarinhos. Ler tantas redações e conhecer outras realidadesajuda a redimensionar sua vida.

Grupo da DorinhaCleire Eliza Zabeo PessiniDenize Aparecida GuazzelliGiliane Meireles MunizMaria Antonia de Oliveira VedovatoRegina Lúcia Gagliardi AssumpçãoUlysses Espuny

I N Ê S M I N D L I N L A F E R nasceu e cresceu em umafamília onde ler é preciso. Se formou nas palavras da Psico-logia e depois, com vontade de ação, enveredou por traba-lhos no terceiro setor e na área pública. É pós-graduada emDireitos Humanos e gosta de causas sociais. Quer colocar afavor delas seu espírito crítico (sua maior qualidade e tambémmaior defeito).

Grupo da InêsAlessandro Thomé Mathias de OliveiraCleide EgiglioJussara da Silva CoutoKaren Fiori CabetteMaria Luiza Mazzetto Rafael Alves GalvãoRoberto Luiz Monteiro Soares

JANE MENEZES, tradutora, viciada “irrecuperável” em leitu-ra (desde sempre, parece), aos 54 anos continua sendo apren-diz da vida, uma otimista convicta que sempre se maravilhacom a capacidade criativa do ser humano em todas as idades.

Grupo da JaneAlexandra Abdala Iara Maia Covas Luzmarina EspíndolaMaria de Fátima RizzoNeila BarretoPalena DuranSofia Karnakis

JOSÉ LUIZ NEGRINI, um homem de 60 anos que fezDireito e Letras, deu aulas, foi atrás de um mestrado e de umapós para fazer carreira acadêmica, escreveu livros, trabalhouem projetos de editoras e deixou a educação formal para serexecutivo de RH e depois cuidar de educação continuadapara lideranças organizacionais, o que faz até hoje. Ama cine-ma, literatura, artes, fotografia, escrever, ter uma filha quasesocióloga de 21 anos, orientar jovens em começo de carreira.

Grupo do NegriniJuliana Correa Assef Luiza dos Remédios Gama de Albuquerque Marcia Almeida BatistaMaria Aparecida de Araujo GomesRenata Lopes CostaRodrigo César Espuny de CamargoRosângela Aparecida Marques Telles

ENQUANTO ISSO, EM SÃO PAULO...

Dezoito jurados multiplicadores coordenaram o trabalho de grupos de leitores – ao todo, 124 juradostriadores, os “catadores de pérolas” – para fazer a primeira seleção, com todo o respeito devido às crianças eaos adultos que fizeram a gentileza de compartilhar suas idéias sobre O Melhor Lugar do Mundo.

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LEANDRO NOMURA , 24 anos, jornalista e adoradorda beleza em todas as suas formas de expressão. Aprendeucom o Instituto Ecofuturo que a vida é a arte do encontro depessoas, de idéias, de valores, de sentimentos e, principal-mente, de palavras – ditas e caladas.

Grupo do LeandroCristiane Rocha Coelho Eduardo Menezes de MendonçaManuela Machado Luana Alves Maria Aparecida Aguiar SoaresMaurício Novaes Baraças dos SantosThereza Villalpando (Villaverde)Larissa Purvinni

LUCIANA ROSSI GARDIM, 32 anos, bacharel emDireito, graduanda em Letras, futura educadora, lambeta,otimista, leitora contumaz, apaixonada por teatro, cinema,música e chocolate. Aprendeu a ler com outros olhos ospedacinhos de vida e cresceu muito como ser humano emvirtude da experiência.

Grupo da LucianaAlice Corrêa AssefAlice da SilvaAna Lucia Camargo LimaJuliana Silva MaiaLaura Forjaz KnollSilmara Santos Gonzaga

MARIA CLÁUDIA BAIMA FERREIRA, 44 anos, jor-nalista que vive por dentro e correndo por fora, vestindo deletras o invisível que quer ser visto. Da vida procura o senti-do, das pessoas o sorriso, pois onde tem alegria tem anjobom por perto! E como precisamos deles!!! Leu as redaçõesborboleteando pérolas, com garras de leoa para segurar orecheio, o fundamento, a intensidade. E garante: é sempreuma alegria pousar nas letrinhas puxadas pelo Ler é Preciso!

Grupo da Maria CláudiaCristiano Reckziegel Ecila Cianni CostaLuana Gomes PeixotoRenato de Aguiar Cardoso Rogério NogueiraSonia Regina Rocha de OliveiraSergio Brown

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MARIA TERESA PALIOLOGO DE BRITTO, nascidaem 29 de novembro, num tempo de quintais carregados decheiros e cores e ruas mágicas para brincar, em Angra dosReis, um pedaço de paraíso cercado de serras e um mar queencharca e seduz; mãe corujíssima de três queridas e aben-çoadas obras-primas que a enchem de orgulho; professorapor opção, dedicação e teimosia; uma acreditadora nata, poistem a mania de acreditar em “gentes”, em especial em genteque faz. Por isso, nem titubeou em aceitar o desafio de nave-gar nas águas de palavras que prenderam tantos pensamen-tos, do Projeto/Concurso, onde a memória de um coraçãoperalta achou tradução.

Grupo da Maria TeresaCamila FudissakuCristiane Cardoso Xavier da Silveira Dorberto CarvalhoGiba Nascimento Priscila JácomoSílvia de Oliveira Magalhães PfützenreuterSoledá Luzia Cortez Câmara

MARÍLIA ASSEF, 55 anos, jornalista e viajante. Viaja nasimagens, nas palavras e nos pensamentos. E foi assim queneste concurso conheceu campos, becos, quartos, mães,pais, irmãos, cães, gatos e cavalos, quintais, vizinhos, riachos,vilarejos e cidades grandes. Riu muito, e também chorou –mas, principalmente, se emocionou ao saber que este mundoainda tem jeito.

Grupo da MaríliaAlda Ribeiro MartinsGrasiela Castilho DiamantinoMaria Veridiana da Costa Aguiar NegriniPatrícia Menezes de MendonçaRegina Kneip CavalheiroSuzel Eli Travenssolo do PradoThaís Eliane Chaves Bortoni

MIREIA OLIVEIRA, 51 anos (já!), psicóloga há 27 anos.Adora miniaturas, talvez por isso mesmo goste tanto decrianças e filhotes de qualquer animal. Pensando bem, menosdos insetos, com exceção da joaninha – inseto estimado. Fazcom prazer a correção de trabalho de alunos e, lógico, a leitu-ra de redações.

Grupo da Mireia Alexandre IsaacIeda Maria Grossinger CostaMirela Cassano BatagliaShaonny TakaiamaVinicius Whitaker Medeiros Daniela RosadoGuilherme Maffei LeãoSantiago Nazarian

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NANÁ PRADO , 24 anos, jornalista e gestora ambiental.Nasceu na fazenda, foi criada no interior de São Paulo e hojetenta entender as relações socioambientais no caos da capital.A alma apaixonada que, ansiosa, esperou e degustou cada umadas redações, acredita piamente que "ler é preciso" e mergu-lhou em cada sonho relatado sobre o melhor lugar do mundo.

Grupo da Naná Áquila Barros Nogueira Madaílda de Lima Nina Esperança de Britto LopesSueli Mirian Silva MaiaYara Lúcia Cortez FrancoNaná Correia

PIMPA BARROS, 58, mãe de quatro homens (sua maisperfeita obra), formada em História, empresária e hoje umafeliz quase avó de Laila, que vai chegar em janeiro. Adoragente e se diverte ou se entristece, mas sempre se emocionacom cada descoberta que “habita” na cabeça das pessoas... Sesente muito honrada em ser integrante da Pingo é Letra eestar participando deste concurso. Eta, coisa boa!

Grupo da PimpaSandra Oliveira MonteiroMilene SpinelliLeonardo MascaroDiego Almeida de AguiarEdith Pompeu Pizza

RENI ADRIANO BATISTA nasceu numa família não-letrada(o pai, inclusive, era analfabeto), mas foi agraciado cedo pelomilagre da literatura, ao ser alfabetizado pela mãe, que tinhaapenas a terceira série primária. Acha que cuidar de criança éobrigação de todo mundo e, por isso, tem muito carinho peloconcurso. Foi assim, lendo os seus textos e incentivando-o aescrever, que muitas pessoas cuidaram dele um dia.

Grupo do ReniAmanda Chieregatti de SouzaAndréia Almeida Santos Antonio Sérgio Gonçalves Heloisa Soares de Freitas BöneckerMaria Fernanda Belloni Pereira CostaRegina Celia Teles AbdoRita de Cássia M. de LimaCleiton Muniz dos Santos

TATIANA ACHCAR, 31 anos, jornalista e tia de primeiraviagem do Pedro, percorre o imenso litoral brasileiro embusca de histórias de caiçaras. Mas foi em São Paulo que teveo privilégio de ler histórias de brasileiros de todos os cantosque sonham e fazem acontecer o melhor lugar do mundo.Que bom que estamos no mesmo barco.

Grupo da TatianaAndréa FioriLuiz Alberto Mendes JuniorMárcia Aparecida Espuny de CamargoNeise Barreto BugniRegis Bueno da Silva

TELMA REGINA MATHEUS, 48 anos, jornalista, tradu-tora, leitora. A cada Ler é Preciso, um novo jeito de ver o mun-do revelado por escrevinhadores multíplices. Renovação trans-formadora. Que possamos nos encontrar na próxima edição!

Grupo da TelmaAline Stivaletti BarbosaAreli Cid Baena CastilhoCamilla SalmaziFilipe Nério OliveiraJonas Tavares de SouzaLuciana Barreto BugniMarina A. Batista Bragante

LIANE MARIA CODESPOTI MUNIZ, 36 anos, tra-balha como Coordenadora do Programa do Ler é Preciso, enos últimos meses ganhou um novo papel no cenário da vida:ser mãe.

No Ecofuturo há 6 anos, tem tido a chance de experimentaro valor das palavras combinadas com o afeto, a atenção erespeito às diferenças, a sutileza nos detalhes, o cuidar de si edo outro com respeito – o que está sendo fundamental paravivenciar com delicadeza a vida com um bebê. Liane e Jorgeandam tramando seu melhor lugar do mundo num quintalbem gostoso, entre plantas e céu azul, compartilhando amorcom esse bebê lindo que é o Caio!

CHRISTINE CASTILHO FONTELLES , 44 anos ,apaixonada inveterada por idéias e projetos que possamtrazer mais equilíbrio e delicadeza às trocas humanas, é mãede Camile (18 anos) e Isabelle (2 anos), o que lhe garantetrânsito constante pelos caminhos que ligam a infância à ante-sala da idade adulta. Deve estar aí o segredo do sorriso sem-pre pronto e de sua fé inabalável na humanidade.

DORA CLARICE CARRASSE, 33 anos, garimpeira eacumuladora de informações (in)úteis, adepta de discussõessem pés nem cabeça e leitora crônica desde sempre. Tem,entre outras, a missão de ensinar a sinalização e fornecer osmapas certos a dois seres recém-chegados ao planeta. Vastotrabalho! Mora em Morlaix, no oeste da França, entre o mare o campo, horizontes e raízes.

MARIA BETÂNIA FERREIRA, 57 anos de amor pelasletras e pela educação, encontra melhores lugares do mundopelo mundo afora, e hoje vive num deles, no sul da França:uma pequena comunidade rural chamada Les Vézias. Ali épossível conceber e acompanhar projetos de leitura e escritatransnacionais, usufruindo da calidez de uma vizinhança ma-ravilhosa e da constante alegria de saber de filhos, netos eamigos em via de chegar.

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Participar de um concurso da dimensão do Ler é Precisoé sempre importante. Dá vontade de continuar a acreditar que nossa mis-são aqui nesta “nave” não é só destruidora, mas, se quisermos, juntandocom o que restou de dignidade nos seres humanos, poderíamos mudar odestino destruidor que nos aguarda. Um concurso que integra crianças,adolescentes, adultos e educadores é muito melhor.

Manejei meu lote de 200 redações com muito carinho. Se numa únicaredação poderíamos encontrar algumas pérolas, imaginava que aqueleenvelopão amarronzado tivesse um verdadeiro veio de ouro direcionandopara uma mina cravejada de diamantes.

Mas percebi que nosso trabalho deveria continuar por muito tempo. Oque nos chegou foi uma seleção das melhores redações filtradas por pro-fessores que apostavam nas poucas lantejoulas caçadas em sua região.Enfim, havia vida por lá. Pequenininhos e pequenininhas, que pareciam sin-ceramente acreditar que o ser humano poderia ser menos egoísta e des-truidor por alguns instantes, sugeriam melhorias e reflexões sobre nossodestino e sobre a nave que nos leva hoje não sei para onde. E alguns se-nhores e senhoras, que, voltando a estudar depois de tanto tempo,mostravam seriedade em suas palavras e reflexões.

Desenvolvi meu trabalho com a mesma dignidade que gentes diversasde várias regiões deste país o fizeram, acreditando em defender nossomundo com palavras poéticas e reflexivas, que tentam diminuir a ganânciadesta nossa estranha espécie criada até hoje não se sabe por quem.Portanto, a todos os que participaram deste concurso acreditando que aindapodemos mudar alguma coisa, ficou no coração uma esperança de quenossa nave ainda possa viajar por muito tempo: basta um pouquinho decombustível de boa vontade.

Rogério Nogueirajurado triador

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POR QUE REALIZAMOS CONCURSOS DE REDAÇÃO?

As minhas palavras que eu vou soltar são todas aladas, isto é,que voam pelo mundo espalhando alegrias e muito mais amor,passando por bairros, ruas, cidades, estados, capitais e países.

Wédson Alberto Aguiar Pereira11 anos

Crato (CE)

Nós realizamos concursos de redação porque temos uma dupla oportu-nidade: por um lado, contribuir para o fortalecimento das práticas escolaresligadas à escrita como atividade individual (reflexão, aprofundamento e orga-nização interna, lapidação do próprio texto) e social (compartilhamento designificados e aprimoramento que se torna possível com a correta apre-ciação da produção escrita); por outro, obter informações sobre o que estápassando pela cabeça e pelo coração dos jovens e crianças brasileiros esobre como estão se expressando os jovens – informações estas que bus-camos socializar, analisar e sintetizar, no intuito de realimentar novas açõese desdobramentos.

Inicialmente destinados aos estudantes de escolas públicas e privadas,hoje incluem também professores e grupos de educação informal.

Como acontece com a grande maioria dos projetos humanos, partimosda vontade de fazer alguma coisa para os primeiros atos imediatos decor-rentes dessa vontade. Cada passo, a partir dali, nos forçava a refletir e dialo-gar, acabando por ampliar a visão da experiência em si e do alcance que seusdesdobramentos poderiam ter.

O envolvimento dos alunos é intermediado pelas escolas.

Os educadores recebem sugestões e subsídios para qualificar seu tra-balho e passam a fazer parte de uma comunidade que reflete sobreas práticas de escrita na escola (e, por extensão, sobre a leitura e oletramento na sociedade como um todo).

Os participantes dos concursos ficam associados à Rede Ler é Precisoe são contactados diretamente a cada nova edição.

As redações premiadas, selecionadas por um júri multidisciplinar,são reunidas num livro publicado e distribuído aos participantes, bi-bliotecas e outras entidades culturais e educacionais.

Esse júri é outro elemento importante na constituição de círculosamplos e diversificados de discussão e reflexão sobre a leitura e aescrita. Acreditamos que a integridade é fruto do desenvolvimentoda pessoa como um todo integrado, sem dicotomia entre o cogniti-vo e o afetivo.

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O que esperamos que aconteça, em linhas gerais:

� que os alunos se mobilizem para ler, refletir e escrever bem paraaprender melhor e de maneira contínua; se apropriem da palavra ese disponham a compartilhar significados por escrito com gosto, comempenho e com competência (com ajuda de práticas sugeridas eimplementadas nas escolas);

� que pais e familiares se envolvam mais no desenvolvimento de habi-lidades de leitura e escrita;

� que professores ajam como leitores cooperativos da produção escri-ta do aluno, de olho em sua história e sua relação pessoal com a leiturae a escrita para entender melhor os alunos e suas dificuldades/facilidades;

� que haja disseminação social de informações, para promover a cons-ciência sobre os rumos da educação e da cultura. Algumas pessoas,no nosso entender, têm coisas a dizer e a compartilhar que merecema atenção de muitos olhos e ouvidos, para que os sonhos de uns nãocustem os sonhos de muitos.

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Parte significativa da população – cerca de 40% dos alfabetizados, acima de15 anos – não pode exercer com plenitude seu direito à cidadania por estarna situação de analfabeto funcional: não compreende o que lê e não con-segue se comunicar pela escrita.

Na convicção de que o exercício da palavra escrita tem um papel centralnas políticas de inclusão social, uma vez que é instrumento para acesso oumelhor utilização de inúmeras outras políticas públicas de inclusão e justiçasocial, em especial na área da educação, o Instituto Ecofuturo criou oPrograma Ler é Preciso.

Nossos pressupostos

� O processo de aquisição de cultura resulta de uma rede de conver-sações, algo válido tanto para a ação da família quanto para a das escolase também das empresas, nesta sociedade que espera educação ao longode toda a vida.

� O encontro com a palavra promove o contato com diferentes pontos devista, visões de mundo e tendências, que se cruzam e se separam. É daíque tomamos a nossa palavra e a tornamos própria.

� O acesso à leitura e à escrita eleva a auto-estima: existe uma relaçãodireta entre o conceito que um ser humano tem de si mesmo e suatendência a recorrer a respostas agressivas.

� A leitura das obras-primas é um direito, e não um dever imposto aosleitores.

Nossos projetos

� Implantação de Bibliotecas Comunitárias em parceria com o poder públi-co, com formação de promotores de leitura e auxiliares de biblioteca,acervo de 1.000 livros novos e equipamento de microinformática (até omomento, 65 inauguradas em sete estados, 100 mil livros doados, 1.684cursistas formados, atendendo cerca de 53 mil usuários por mês);

� realização de Concursos de Redação (atualmente na sexta edição, tendomobilizado cerca de 1 milhão de alunos e professores);

� manutenção da Rede Ler é Preciso, que promove intercâmbio e novasformações entre os participantes do programa, visando à contínuadifusão do conhecimento.

“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas.Os livros só mudam as pessoas.”

Mario Quintanaescritor

PROGRAMA LER É PRECISO: O DIREITO À PALAVRA

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INSTITUTO ECOFUTURO: UMA PROPOSTA PARA O PRESENTE

“Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e acomunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conheci-mentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptosa agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentese futuros.”

Acreditamos no conceito de educação ambiental postulado pela Unesco.Por isso, investimos fortemente em projetos que contribuam para que maise mais pessoas leiam e escrevam com competência, tenham acesso ao co-nhecimento humano produzido e disponível nos livros, conheçam e viven-ciem o poder de restauração da natureza, promovam a pesquisa científicacomo meio para ações sustentáveis e descubram na reeducação do con-sumo, na reciclagem e na exigência de produtos ecológicos a possibilidadecotidiana de cada um aproximar-se do melhor lugar do mundo.

Mais do que um objetivo, o melhor lugar do mundo é um caminho.Estamos nesse caminho desde que o Instituto Ecofuturo foi criado, em

1999.De lá para cá, preciosas descobertas aumentam nossa certeza de que um

mundo melhor é possível. É o que constatamos, por exemplo, ao saber daspesquisas sobre a biodiversidade da Mata Atlântica restaurada no Parque dasNeblinas, revelando a menor orquídea do mundo, uma nova espécie deformiga e o retorno do monocarvoeiro, o maior primata da América Latina,uma espécie em sério risco de extinção.

Ou, então, quando identificamos que 85% dos alunos participantes doConcurso de Redação passaram a ler e a escrever com mais freqüência eque seus pais vêm acompanhando mais a vida criativa e escolar de seus fi-lhos. A propósito, as 61 Bibliotecas Comunitárias implantadas em sete esta-dos hoje alimentam de leituras 50 mil usuários por mês.

Afirmar que vivemos um momento de importância crucial pode parecerlugar-comum, mas chegamos ao ponto em que precisamos ouvir todas asvozes e dar as mãos em busca de soluções: empresários, governo,sociedade civil – todos na mesma sintonia. Afinal, as pesquisas comprovamque o planeta está sob forte e inédito estresse causado pela ação dohomem, colocando em risco o próprio homem.

Nenhuma semente acorda árvore no dia seguinte. A boa notícia é quehoje é apenas o primeiro dia do resto de nossas vidas. Hoje pode ser o diaem que uma criança descobre o gosto pela leitura, e isso afetará positiva-mente o amanhã de todos. É dessa forma que investimos no futuro: fazen-do acontecer aqui e agora o caminho do desenvolvimento sustentável noBrasil. Letra por letra, em grande escala.

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Daniel FefferPresidente

Christine Castilho FontellesDiretora de Educação e Cultura

Liane Maria Codespoti MunizCoordenadora do Programa Ler é Preciso

Juliana ZimmermanAnalista do Projeto Bibliotecas Comunitárias Ler é Preciso

Rachel CarneiroAnalista do Projeto Bibliotecas Comunitárias Ler é Preciso

Palmira Petrocelli NascimentoAnalista do Projeto Concurso de Redação Ler é Preciso

Viviani GaspariniAssistente Administrativo

Alessandra AvanzoCoordenadora de Comunicação

Fábio de Souza OliveiraAssistente de Comunicação

Paulo GrokeGerente de Projetos Ambientais

Guilherme Rocha DiasCoordenador do Projeto Parque das Neblinas

Michele Cristina MartinsAssistente Administrativo

Ney Carneiro GregorioCoordenador Administrativo Financeiro

Silvana Ferreira SilvaContadora

Renato Guimarães de OliveiraAnalista Administrativo Financeiro Jr.

Letícia Roncada Ignácio da SilvaAssistente Financeiro

CONSELHO DIRETOR

Daniel Feffer – Presidente; David Feffer e Jorge Feffer – Vice-PresidentesAntonio Maciel Neto, Claudia Maria Costin, Gustavo Ioschpe, Jacques Marcovitch,José Ricardo Roriz Coelho, Murilo César Lemos dos Santos Passos,Sergio Arthur Ferreira Alves – Conselheiros

MANTENEDORES

Suzano Papel e Celulose e Suzano Petroquímica

“Nossa missão é promover a integração entre o homem e a natureza por meio da educaçãoambiental. Nossos projetos: Parque das Neblinas e Movimento Cooperativas de MaterialReciclável, que promovem o desenvolvimento de práticas de gestão sustentável em reservasnaturais e centros urbanos, e o Programa Ler é Preciso.”

PENSAR E REALIZAR PROJETOS QUE BUSCAM UM FUTURO SUSTENTÁVEL.

ESSE É O NOSSO TRABALHO PELA VIDA.

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No meu livro de sonhos, todos os habitantes da Terra estariam interessados em trabalhar por um bom desenvolvimento para melhorar o ar, o vento, a saúde, o respeito, combater tudo de ruim.

E no final do livro eu gostaria de escrever assim:"Esta história aconteceu mesmo, de verdade, eu fiz esta mágica..."

Núbia Dias Inácio15 anos

Barra do Piraí (RJ)

Capa impressa em Papelcartão Supremo Duo Design® 350 g/m2

da Suzano Papel e Celulose. Miolo impresso em Reciclato® Suzano 90 g/m2,o primeiro papel offset brasileiro 100% reciclado. Tiragem: 35 mil exemplares.

Impresso na Gráfica Ave-Maria em novembro de 2007.

Como forma de contribuir com a questão socioambiental, o Instituto Ecofuturo plantará 2 milmudas de PALMITO JUÇARA em área pertencente ao Parque Estadual da Serra do Mar e Parquedas Neblinas, para compensar a emissão de CO2 decorrente do processo de impressão destelivro. Essa espécie, normalmente extraída de forma predatória, é fundamental para a dinâmica

da Mata Atlântica, pois seus frutos servem de alimento para diversas espécies e animais nativos,que ajudam na dispersão das sementes de várias árvores. Além disso, o palmito pode ser

manejado de forma a gerar renda para as comunidades locais.