NOSSAS NOTÍCIAS | 146 - MAR/ABR-13

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O texto de Emaús (Lc 24,13-35) é um paradigma da nossa fé. A morte de Jesus Mestre sepulta as palavras, os ensinamentos e as promessas. Um gesto simples no parr do pão, os discípulos recuperam toda a história, e isto basta para que eles sejam testemunhas vivas da Ressurreição. PÁGINA 3 PÁGINA 4 www.omi.org.br “FAZEI DA IGREJA UM SINAL DA BONDADE E DA COMPAIXÃO DE DEUS NO MUNDO DE HOJE.” Pe. Francisco Rubeaux, OMI MISSIONÁRIOS OBLATOS DE MARIA IMACULADA | BRASIL NOTÍCIAS NOSSAS MAR - ABR | EDIÇÃO 146 SAUDAÇÃO E PAZ! UMA INCRÍVEL EXPERIÊNCIA MISSIONÁRIA COM OS POVOS INDÍGENAS DE MANAUS. PÁGINA 8 200 anos do Ministério de Eugênio com os Jovens. Juventude reunida: É Eugênio vivendo de novo!

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O texto de Emaús (Lc 24,13-35) é um paradigma da nossa fé. A morte de Jesus Mestre sepulta as palavras, os ensinamentos e as promessas. Um gesto simples no partir do pão, os discípulos recuperam toda a história, e isto basta para que eles sejam testemunhas vivas da Ressurreição.

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“FAZEI DA IGREJA UM SINAL DA BONDADE E

DA COMPAIXÃO DE DEUS NO MUNDO DE HOJE.”

Pe. Francisco Rubeaux, OMI

MISSIONÁRIOS OBLATOS DE MARIA IMACULADA | BRASILNOTÍCIASNOSSAS

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ÃO

146

SAUDAÇÃO E PAZ!UMA INCRÍVEL EXPERIÊNCIA

MISSIONÁRIA COM OS POVOSINDÍGENAS DE MANAUS.

PÁGINA 8

200 anos do Ministério de

Eugênio com os Jovens. Juventude reunida: É Eugênio vivendo de novo!

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O Jornal Nossas Notícias - OMI é uma publicação dos Oblatos de Maria Imaculada - Província Brasil dirigida aos seus membros e leigos. Os artigos assinados são de inteira responsabilidade dos seus autores e não representam necessariamente a opinião do jornal, de seus membros ou da Congregação. É permitida a reprodução das matérias e artigos, desde que previamente autorizada por escrito pela supervisão e com crédito em fonte.

“Fazer da igreja um sinal da bondade e da

compaixão de Deus no mundo de hoje.”

PALAVRA DO PROVINCIAL | PE. FRANCISCO RUBEAUX OMI

“Eis que eu faço tudo novo...”

A missão precisa ser realizada por meios pobres, numa presença de proximidade com o povo empobrecido. E tem que ser uma missão de todos os cristãos juntos, de todas as pessoas de boa vontade: missão no ecumenismo, no diálogo inter-religioso. A primeira das pobrezas é saber acolher os outros sem distinção ou discriminação. E aqui aparece a figura de outro Francisco: Francisco de Sales. Ele que sempre procurava o diálogo com os chamados “reformados”. Ele tinha toda uma mística, uma espiritualidade de bondade e de compreensão. Ele costumava repetir que mosca não se pega com vinagre e sim com mel.

A missão da Igreja, portanto a nossa, é reconstruir a Igreja para fazer dela um sinal da bondade e da compaixão de Deus no mundo de hoje. Paulo VI escrevia, que a Igreja é experiente em humanidade. Que ela, então, ajude o mundo de hoje a se humanizar, abrindo caminhos de solidariedade, de atenção aos mais necessitados, de proximidade uns dos outros. Tudo isso exige conversão, mudança de atitudes e de comportamentos pessoais e coletivos.

Foi certamente a maior graça que nós recebemos no tempo da Quaresma: um Papa que pela origem, pelo nome e pelo estilo vem para mudar a Igreja instalada nas suas instituições e certezas. Ainda em pleno tempo de Quaresma foi um prenúncio de Ressurreição, agora se torna para nós um apelo à conversão, na nossa vida pessoal e comunitária, na nossa missão como Oblatos. Não deixemos passar esta graça, vamos entrando neste movimento de transformação, de passagem, de Páscoa que abre para um mundo novo, “uma nova terra e um novo céu onde não haverá mais morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram.” (Apocalipse 21, 1-3).

Pe. Francisco Rubeaux OMI, Provincial

Sem dúvida o evento que marcou o mês de março foi a eleição do Papa Francisco, primeiro Papa latino-americano, primeiro jesuíta, primeiro Francisco! Tudo já anuncia “Novidade”.

Simbolicamente ele tomou o nome de Francisco. Ele mesmo afirmou ser Francisco como Francisco de Assis. Já o seu estilo de vida na arquidiocese de Buenos Aires chamava a atenção pela simplicidade e a pobreza. Ele queria estar perto do povo da periferia, os mais abandonados. Ele morava num pequeno apartamento onde ele mesmo cozinhava, ele viajava de ônibus... Ele escutou o voto de Dom Claudio Hummes: “Lembra-te dos pobres”. Ele quer uma Igreja que volte às suas origens pobres, sem grandiosidades, e ele mesmo dá o exemplo. Mas, foi também a Francisco de Assis que o Senhor pediu reerguer a sua Igreja. Se tratava simplesmente de voltar às origens da Igreja como Jesus a quis. Uma Igreja serva e pobre.

Pelo fato do Papa Francisco ser jesuíta, nós podemos também pensar em São Francisco Xavier, padroeiro das Missões e um dos fundadores da Companhia de Jesus (os Jesuítas). Um Papa que assume o pontificado como uma missão, a missão de evangelização no mundo de hoje. Pelas suas primeiras palavras como pela sua maneira de se apresentar, vimos que a missão é antes de tudo proximidade com o povo, simplicidade no falar, sem formalidades. Vindo do continente Sul Americano, ele vem com toda esta preocupação de “missão permanente” tão presente no Documento de Aparecida. Se renovar na missão e nos renovarmos como missionários.

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QUARESMA | ESPIRITUALIDADE

Páscoa é uma maneira de ser, viver e agir em nome do Ressuscitado! Páscoa é assumir a nossa parte na continuada caminhada exodal-pascal dos primeiros peregrinos – os hebreus – que com coragem trilharam os primeiros passos de uma espiritualidade libertadora. Páscoa é ter a coragem de abraçar os processos de libertação do povo mais machucado, excluído e até desprezado.

O texto de Emaús (Lc 24,13-35) é um paradigma da nossa fé. A morte de Jesus Mestre sepulta as palavras, os ensinamentos e as promessas. Um gesto simples no partir do pão, os discípulos recuperam toda a história, e isto basta para que eles sejam testemunhas vivas da Ressurreição.

Voltando para Emaús, entristecidos e confusos, encontram Jesus pelo caminho, mas não o reconhecem. Os discípulos contam que já sabiam do testemunho das mulheres, mas que não levava a nada porque ninguém o tinha visto, nem vivo nem morto. Jesus lhes recorda e reinterpreta as Escrituras. Perto da casa, Jesus é convidado a entrar e permanecer com eles. Ao fazer o gesto de abençoar o pão e compartilhá-lo, eles o reconhecem. A partilha marca o gesto do reconhecimento de Jesus pelos discípulos e marca o gesto bonito das primeiras comunidades do Movimento de Jesus (At 2,42-46). Esse reconhecimento de Jesus ressuscitado projeta luz e permite que os discípulos façam uma verdadeira leitura dos acontecimentos.

Eles voltaram a Jerusalém para anunciar aos Onze e aos outros que tinham reconhecido Jesus no gesto da partilha do pão. Eles ainda estavam narrando aos discípulos de Jerusalém a Boa Nova, quando Jesus mesmo se fez presente no meio deles. A paz esteja com vocês! A paz é a certeza da fé, da luz e da serenidade da presença de Jesus. Jesus reafirma as mesmas exigências da missão: serem testemunhas até o final dos tempos, anunciando a Boa Nova às nações (24,48). Ele promete e confirma a vinda do Espírito Evangelizador sobre eles: serão revestidos da força do alto como sinal de cumprimento da promessa (24,49).

Contemplando a vida - Acompanhar a caminhada missionária de Jesus, segundo Lucas, é dispor-se a sair da própria terra, ou seja, sair do próprio universo pessoal e se colocar numa disponibilidade incondicional de caminhar com alguém que conduz os seus passos. É querer fazer, hoje, um êxodo pessoal, de conversão, de mudanças de hábitos, de busca de paradigmas verdadeiros, independemente do lugar social, da posição social, das condições pessoais, um êxodo para o outro e para Deus.

Revisão de vida - Estes discípulos de Emaús têm o necessário para manter viva a fé, mas algo morreu dentro deles. Conhecem as Escrituras sagradas: mas isso não lhes serve de nada. Ouviram o Evangelho na Galiléia: mas tudo lhes parece agora uma ilusão do passado. Chegou até eles o anúncio de que Jesus está vivo: mas isso é coisa de mulheres, quem pode acreditar em algo semelhante? Estes discípulos têm tudo e não têm nada! Falta-lhes a única coisa que pode fazer arder seu coração: o contato pessoal com Jesus vivo!

Celebrar a Páscoa numaespiritualidade libertadora.

Lc 24,13-35

Não será este o nosso desafio hoje? Por que tanta mediocridade e desencanto entre nós? Por que tanta indiferença e rotina? Não faltam palavras e celebrações. Talvez nos falte uma experiência mais viva de alguém que não pode ser substituído por nada nem por ninguém: Jesus Cristo!

Para que continuar fazendo coisas de uma maneira que não nos transforma? Não precisamos, antes de tudo, de um contato mais real com Jesus? De uma nova simplicidade? De uma fé diferente? Não precisamos aprender a viver tudo com mais verdade e a partir de uma dimensão nova? Se Jesus desaparece de nosso coração, todo o resto é inútil.

Discípulos amadurecidos e amados, têm consciência do que lhes competem e o assumem com grande ânimo e generosidade. Os desafios são imensos e o risco de fraquejar é uma constante. Todavia, a certeza de ter com eles Jesus, incentiva-os a seguirem adiante, cheios da confiança. A fidelidade perseverante é um traço da ação do verdadeiro discípulo. Ela prova a consistência de sua fé e a profundidade do compromisso assumido no seu discipulado missionário.

A palavra sábia de Mahatma Gandhi, para quem vive a mística agraciante das bem-aventuranças de Jesus de Nazaré, pode nos ajudar saborear nesta Páscoa a alegria do nosso discipulado nos passos de Jesus. A vida me ensinou:

Que as pessoas são amigáveis, se eu sou amável;Que as pessoas são tristes, se estou triste;Que todos me querem, se eu os quero;Que todos são ruins, se eu os odeio;Que há rostos sorridentes, se eu lhes sorrio;Que há faces amargas, se eu sou amargo;Que o mundo está feliz, se eu estou feliz;Que as pessoas ficam com raiva, quando eu estou com raiva;Que as pessoas são gratas, se eu sou grato.A vida é como um espelho:Se você sorri para o espelho, ele sorri de volta;

A atitude que eu tomei perante a vida é a mesma que a vida vai tomar perante mim. Quem quer ser amado, ame!

Papa Francisco pediu ao povo de Deus, na noite de sua escolha como Bispo de Roma, que nos reuníssemos e formássemos uma grande irmandade em torno da pessoa de Jesus. Numa Eucaristia celebrada na manhã seguinte, na Capela Sistina, com os cardeais do conclave, nos convidou a formar uma igreja pobre para os pobres. Para isso, ele disse que é preciso caminhar juntos como irmãos e irmãs, edificar a Igreja e a vida em torno de Jesus, a pedra angula, e testemunhar Jesus no mundo de hoje com simplicidade. Essa é a nossa alegria pascal e nossa missão evangelizadora a partir deste Páscoa 2013!

Unidos na oração da fraternidade de Jesus.Abraços pascais com carinho.

Beto Mayer, OMI

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O CARISMA OBLATO | POR PE. MIGUEL PIPOLO

Eugênio de Mazenod, ordenado em 1811, assumiu os jovens como um dos seus principais trabalhos. Eles foram sua preocupação e cuidados até 1816, quando fundou a congregação junto com Pe. Tempier. Os jovens continuaram a ter sua atenção e energia até 1823, quando transferiu-se para Marselha.

Após analisar a situação da juventude sob Napoleão, Eugênio concluiu ser os jovens o seu campo de ação. “Tentarei preservá-los dos males que os ameaçam... Inspirando-lhes amor à verdade, respeito pela religião, gosto pela piedade e horror ao vício”. As organizações juvenis haviam se tornado ilegais por Napoleão; mesmo assim Eugênio decidiu-se por elas. “Não tenho medo, pois coloco minha confi ança em Deus...” escreveu sobre isso ao Pe. Duclaux, seu diretor espiritual no seminário, o qual respondeu: “... Dê todos os seus esforços a isso, empregue todo o seu zelo em formá-los bem. Dê-lhe uma regra e regulamentos”. E Eugênio partiu para dar corpo a seu intento.

Em 25 de abril de 1813 nascia a “santa associação de jovens cristãos” com sete participantes; destes, dois se tornariam oblatos. Em dois anos a associação chegaria a ter mais de 100 membros; em 1817 chegava a mais de 300. Vários deles se tornaram religiosos em outras congregações, ou padres diocesanos. Eugênio defi niu como propósito principal da associação “formar um corpo muito piedoso de jovens”. A cada membro cumpria observar dois objetivos: responder ao estado geral de irreligiosidade e chegar à própria santifi cação. Os meios eram três: estilo de vida que fosse exemplo aos outros; aconselhar e guiar os outros, e vida de oração. Eugênio apresentou-lhes três princípios: crescer na apreciação da santidade da vocação deles de pertença à religião de Jesus Cristo; esforçar-se para moldar suas vidas à do Divino modelo; e professar terna devoção a Jesus, em reconhecimento pela bondade que lhes manifestara. As reuniões consistiam de catequese, oração e esportes, além de uma forte devoção mariana. Ao fi nal cantavam em provençal: “Jesus seja louvado eternamente, e Maria Imaculada torne seu fi lho sempre mais louvado”.

2013APARECIDA-

ESTA MISSÃO!“IDE E FAZEI DISCÍPULOS ENTRE TODAS AS NAÇÕES.”

ESTA MISSÃO!ABRACE

MT 28,19

JOMIBRASIL.COM

200 anos do Ministério de Eugênio com os Jovens.Juventude reunida: É Eugênio vivendo de novo!

O que chamava atenção era o número incrível de regulamentos: mais de 500! A seu amigo Forbin-Jason, Eugênio orgulhava-se: “elaborei-lhes alguns regulamentos que são uma pequena obra-prima que observam com admirável pontualidade”. As condições de pertença à associação eram muitos exigentes, e expulsões de membros aconteciam. A cada candidato era perguntado se nascera de “pais honestos e impecáveis”; se teria as qualidades necessárias para lucrar pelo bom exemplo que receberia na associação, e que o próprio desse bom exemplo. O candidato precisava dar uma lista de amigos para ser estudada, para o diretor decidir quais manter e quais renunciar. Era-lhe proibido ir ao teatro, dançar e fi car longe de más companhias.

Havia um período de observações de ambas as partes, após o qual os candidatos professavam: Por este documento ofi cial, nós corajosamente declaramos reconhecer nosso senhor Jesus Cristo como nosso Deus e Salvador, soberano senhor e mestre, cujos fi éis discípulos queremos ser por toda nossa vida”.

Vinte e seis anos após a fundação da associação, Eugênio podia dizer que “cerquei-me de jovens... Formei um bom número deles na virtude. Tive mais de 280 deles ao meu redor... E eles sustentarão os princípios que lhes tentei instilar...”.

Em Aparecida celebraremos os 200 anos do ministério de Eugênio com os jovens. JOMI reunida é Eugênio vivendo de novo!

Miguel Pipolo, OMI

“Não tenho medo, pois coloco minha

confi ança em Deus...”

Eugênio de Mazenod

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OMI | MISSÃO MANAUS

A meus irmãos Oblatos, saudação e paz!

Faz dois anos e meio que comecei um trabalho com os Povos Indígenas da cidade de Manaus e arredores. Venho partilhar com vocês essa rica experiência. Faço parte da pequena equipe da Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Manaus – PIAMA - com Sílvio, índio Bara, pai de família e antigo seminarista, Joelma, índia Apurinã que vive com Jonas, índio Kokama, e quatro fi lhos (Joelma é da Assembleia de Deus), e Marcivana, de Manaus, contadora, mãe de família.

Sou do CIMI, e participei de um curso de formação de dois meses em Luziânia, perto de Brasília. Faço parte da comunidade Oblata da área missionária “Tancredo Neves”, com Guilherme e Ronácio, em comunhão com a outra equipe da área missionária vizinha “Ternura de Deus”, Antônio e Cleber. Penso, que mais de um milhão de habitantes de Manaus (sobre quase dois milhões) têm sangue indígena nas veias. Quantos se identifi cam como índios? Mais ou menos 8.000. A FUNAI fala de 50 a 60.000 na cidade de Manaus mas, por medo de discriminação não se declaram. Eles vivem em pequenas comunidades, ou espalhados em todos os bairros da cidade. Eles são vítimas do êxodo rural por vários motivos: doenças de um membro da família, educação dos fi lhos, difi culdade de vida nas aldeias com falta de posto de saúde para enfrentar muitos tipos de doenças, especialmente vários tipos de hepatite, falta de colégio, difi culdade de sobrevivência na fl oresta invadida por garimpeiros e por várias empresas mineradoras, a PETROBRÁS... que poluem as águas, matam os peixes, afastam a caça, trazem prostituição e drogas... Existem também várias comunidades indígenas na zona rural ou na beira dos rios próximos de Manaus que acompanhamos.

As visitas às comunidades e famílias indígenas são a base de nosso trabalho. Através delas, adquirimos certo conhecimento que nos permite fazer um diagnóstico e defi nir nosso trabalho. A primeira constatação é a falta de autoestima devido a cultura diferente e a discriminação. Temos que arrancar de nós todo resto de colonialismo. Daí a importância das visitas, onde valorizamos as pessoas e as comunidades, descobrindo com eles os seus valores, a luz do evangelho. Alguns caciques nos disseram: “a pastoral e o CIMI estão sempre ao nosso lado para nos ajudar, enquanto os outros organismos indigenistas da cidade não vêm até nós.” O testemunho silencioso tem muita importância: “o padre tem que pegar três ônibus para nos visitar.” Eles se sentem reconhecidos, valorizados, amados. A cultura é tão diferente, que tem que observar, escutar, conviver, antes de qualquer ação.

A segunda constatação foram as divisões, a desunião, “cada um por si”. Esse fato tem origem cultural e histórica. No século passado, havia guerra entre tribos e mesmo brigas e fl echadas entre famílias do mesmo grupo étnico. A consequência, é que não podem conseguir os seus direitos. Eles formaram associações, mas não souberam trabalhar e elas estão inadimplentes. Por isso, não podem fazer projetos. Por esse mesmo motivo, no ano passado, realizamos uma assembleia com a presença de mais ou menos 60 lideranças, e decidimos juntos, formar uma associação principal: a Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e arredores – COPIME – Quando estiver pronta e as lideranças capacitadas, registraremos em cartório. Formaremos comissões – saúde – educação – cultura – direitos humanos – terra e moradia.

Constatamos que os indígenas, na cidade, perdem aos poucos a sua cultura e se tornam proletários brancos. A vovó fala a língua materna e fala mal português. A mãe fala português e entende a linguagem da vovó, mas não fala sua língua original. Os fi lhos não falam nem

entendem. Não praticam mais os seus rituais que sustentavam a sua mística. Eles dançam para os turistas! A maior parte, agora é evangélica. Nossa preocupação, é resgatar a cultura, o artesanato, os rituais, as pinturas corporais, o seu respeito pela natureza, a partilha, as comidas típicas. Ao mesmo tempo, ajuda-los a se inserir na grande cidade, a se atualizarem e a se modernizarem. Para isso, tivemos a colaboração preciosa do Padre Ronaldo, canadense, doutor em linguística, que trabalhava em Roraima - ele passa um mês por ano conosco e organiza cursos de língua indígena escrita. Conseguimos o apoio da Prefeitura, que contratou 23 professores leigos para ensinar nas comunidades indígenas a língua materna e o português. A Universidade Estadual do Amazonas – UEA – montou um curso de pedagogia para indígenas.

A COPIME, está formando uma comissão de artesanato e cultura, para desenvolver esse meio de sobrevivência, aperfeiçoar a sua prática e planejar a comercialização. Eu acompanho as poucas comunidades que ainda são católicas, e tento fazer um trabalho de evangelização e catequese indígena. O CIMI me pediu para representa-lo no Conselho de Saúde indígena da região de Manaus – CONDISI – ligado ao Ministério da Saúde. Sou conselheiro com direito de voto. Aproveito para visitar os postos de saúde, e ver como estão funcionando; as carências, infelizmente, muito numerosas. Por exemplo: numa região mais distante de Manaus, os indígenas pediram cinco barcos e cinco motores. Brasília liberou o dinheiro, mas os barcos nunca chegaram!Dia 10 de março vamos convidar os indígenas que trabalham com plantas medicinais, para partilhar seu conhecimento e desenvolver a medicina indígena. Trabalhamos num acampamento de 200 famílias indígenas. Reivindicamos a urbanização da área. Uma luta terrível. Vou parar por aí, pois teria tantas coisas a partilhar. Deixo para outra vez.

Conto com suas orações, pois o velho não vai aguentar esse rojão muito tempo e faltam companheiros mais jovens para assumirem essa causa tipicamente Oblata. Abraços a todos e união na oração.

Roberto, OMI

Saudação e Paz!Uma incrível experiência missionária com os povos indígenas em Manaus.

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DATAS CELEBRATIVAS | OBLATOS DE MARIA IMACULADA

Oblatosde Maria Imaculada

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São Paulo - SPTelefone: (11) 2063.3955

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Sude

ste

Jovem, se Deuste faz ouvir sua voz:

Segue-o.

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te esperam. Serás feliz.

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Missionário Oblatosde Maria Imaculada

A resposta a vocação é sempre um sim

cheio de fé.

MARÇOANIVERSÁRIOS

04 Ir. José Diemersom de M. Gomes (1986)08 Pe. Armando Ferreira Gomes (1957)10 Pe. Luis de Melo (1952)12 Pe. Wesley Soares de Araújo (1979)16 Pe. José Valter F. da Luz (1959)16 Pe. Thomas Delaney (1933)22 Pe. Cléber Willian Lopes Pombal (1975)27 Pe. Paulo Cordeiro de Oliveira Filho (1976)

VOTOS PERPÉTUOS18 Ir. José de Jesus Filho (2007)

FALECIMENTO15 Cleto Cox (1967)

ABRILDATAS OBLATAS

11 Primeiros Votos de Santo Eugênio e Pe. Tempier (1816)

ANIVERSÁRIOS03 Pe. Ricardo de Almeida(1980)09 Ir. Geraldo Groenen (1956)18 Pe. Paulo Ehle (1940)20 Pe. Eduardo Figueroa (1933)27 Carlos Francisco de Lucena ( 1971)

FALECIMENTO24 Pe. George Schwenden (1981)

DATASCELEBRATIVAS

MAIODATAS OBLATAS

21 Morte de Santo Eugênio (1861)

ANIVERSÁRIOS04 Ir. Manuel de Souza Valadão (1978)10 Pe. João Kot (1962)13 Ir. Christi an (Congo) 1982 15 Pe. Thomas O’Brien (1929)17 Pe. João Bernardo Duhamel (1926)22 Pe. Wilmar Varjão Gama (1965)28 Pe. Roberto de Valicourt (1933)30 Pe. João Silvino F. Neto (1971) Guiana Francesa

VOTOS 29 Pe. Jeremiah Donovan (1954) 31 Pe. Antônio L. Rendon (1961)

ORDENAÇÃO04 Pe.Wilmar Varjão Gama (1996)05 Pe Antonio Genivaldo C.Oliveira (2001) Japão

13 Pe. Armando Ferreira Gomes21 Pe. Francisco de Assis da Silva22 Pe. Eduardo Figueroa (1960)22 Pe. Paulo Cordeiro (2010)24 Pe. Roberto Fitzpatrick (1971)28 Pe. Luis Carlos Tierney (1973)31 Pe. Beto Mayer (1967)31 Pe. Guilherme Reinhard (1961)31 Pe. Jaime Gibbons (1969)31 Pe. João Drexel (1962)31 Pe. Pedro Curran (1971)31 Pe. Thomas Delaney (1960) 31 Pe. Thomas O’Brien (1955)

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JOVENS OBLATOS DE MARIA IMACULADA | JUVENTUDES OMI

Dos caminhos percorridos pela juventude, vários deles levam ao Cristo, vários deles levam ao amor, mas, poucos levam a missão. E foi este caminho (o da missão) que a juventude do nordeste decidiu trilhar, decidiu percorrer, e este caminho se chama Juventude Oblata Brasil, este caminho é trilhado por centenas de milhares de jovens de todo o Brasil, mas especialmente no nordeste nas cidades do Recife e da Vitória de Santo Antão.

Muito se fala sobre o caminho da missão, e muito se fala sobre o caminho da juventude, porém as vezes esquece-se de se entrelaçar os dois, pois a juventude também é missionária, a juventude também tem o anseio de lançar suas redes “Avança para águas mais profundas, e lançai vossas redes para a pesca”. (Lc 5, 4)>>, e a juventude do Recife abriu este “caminho da missão”, articulando a Juventude Oblata, criando o Encontro da JOMI que teve seu inicio na capital pernambucana no ano de 2006, reunindo assim centenas de jovens que juntos partilharam e partilham o carisma de Eugênio. E foi justamente daqui do nordeste, que este caminho começou a ser aberto e expandido para os outros estados da federação, seguindo para o sudeste, norte e centro-oeste.

Hoje, a Juventude Oblata nordeste, se vê caminhando para um grande feito: reunir cinquenta (50) jovens que partilham este carisma missionário de Eugênio, e leva-los à casa da mãe Aparecida, onde será realizada a Jornada Mundial Oblata. Um grande encontro de fé, que reunirá mais de mil (1.000) jovens de todos os continentes do mundo que também, assim como nós, trilham este caminho da missão. Essa jornada (pré JMJ) servirá como concretização da formação do carisma e preparação para a Grande Jornada Mundial da Juventude, que será realizada no Rio de Janeiro; e esta, para a Igreja, é a celebração mais grandiosa em termos de juventude, é um verdadeiro pentecostes. Nela, jovens de todos os países do mundo, encontram-se para celebrar a fé em Cristo e em sua Igreja; fortalecidos pela presença do Vigário de Cristo, que é o afável pastor deste rebanho de ovelhas jovens, que anseiam por amor e buscam experiência de vida e fé.

Para conseguirmos estar presentes neste grandioso evento, foi e está sendo necessário muito mais do que os trabalhos físicos, mas também os espirituais, com realizações de formação sobre Santo Eugênio e sobre a fé, bem como retiros e muita oração para que o espírito se fortaleça nesta caminhada, que (com certeza onde estiver sendo preparado um jovem a participar) não está sendo nada fácil.

Oxente!A gente já abraçouesta missão, visse!

Por isso, nos quatro cantos do Brasil, a Juventude Oblata se une em orações e trabalhos para conseguir reunir neste país continental, um número plausível de jovens. Desta forma, deixamos de ser juventudes distritais; juntas nos tornamos uma única família que apesar das distâncias e diferenças culturais, ajudam-se mutualmente, compartilham alegrias e lágrimas e dão força e coragem na caminhada do irmão que se encontra longe.

Hoje, olhando para trás e vendo o quanto de trabalho tiveram nossos irmãs de fé espanhóis para realizar sua jornada Oblata, e para acolher nossa 1º delegação a participar de uma JMJ, podemos ver que o trabalho é árduo, mas recompensador. E dos muitos que viram e pela primeira vez participaram de uma jornada, o Brasil se prepara pra fixar nos corações destes, o carinho, o zelo, a fé e a alegria da juventude deste país que reuni a cultura do mundo inteiro em seu seio pela sua grandiosidade territorial.

Neste Brasil que mescla fé, cultura e regionalismo, a grande marca é a comunhão dos trabalhos: Jovens de São Paulo e Palmeiral trabalhando em conjunto, Manaus e Pará, Recife e Vitória de Santo Antão, assim fortalecendo esta comunhão e fortalecendo a partilha missionária.

Hoje, nós olhamos para o futuro, futuro este que é a jordana depois de tanto trabalho e ainda tanto por vir, esquecendo-me das coisas que ficam para trás e avançando para as que estão à frente.” (Filipenses 3: 13-14)>> Após a JMJ, que nos solidificará na fé. Esquecer dos tropeços e lágrimas que nos fizeram pensar em desistir de chegar onde chegamos e olhar para o futuro promissor que aguarda a juventude Oblata do Brasil, com a consolidação do carisma, com a consolidação das amizades construídas ao longo desta caminhada, com a consolidação dos risos e da fé; e ter a certeza que TUDO VALEU A PENA...QUE TUDO ESTÁ VALENDO A PENA.

Da terra dos altos coqueiros, Iranielson da Silva DiasJOMI (Nordeste/Recife)

2013APARECIDA-

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CASA DO PÓS NOVICIADO | OBLAÇÃO

Esse ano, a casa do Pós Noviciado é formada por oito pessoas: seis formandos e dois formadores: Pe. José Roberto, OMI, do Norte do Brasil (Estado do Pará) que está na casa há três anos e vem junto com o Ir. Geraldo assumindo função de formador. Irmão Geraldo Groenen, OMI - Holandês, 15 anos no Brasil, formado em Agronomia. Atualmente como formador na casa de Teologia (Pós Noviciado). Minhas ocupações são: acompanhar os teólogos na pastoral e faço parte da comissão das finanças da Província, ecônomo da casa, comissão executiva JMJ + JOMI. Responsável pela organização da biblioteca, acompanho 4 grupos dos leigos, a Pastoral Vocacional, mensalmente busco doações do projeto Tabor, acompanho grupo de convivência na Vila Mercedes.

José Luis Felipe Marcos, OMI - Da cidade de Chincha – Peru. Tenho 22 anos, gosto de leitura, teatro e da missão. Conheci os Oblatos na minha cidade natal e ingressei na congregação em 2009. No ano de 2012 fui convidado a fazer o noviciado no Brasil, na cidade de Aparecida de Goiânia – GO e com a Graça de Deus no dia 05 de janeiro deste ano (2013) fiz a minha primeira oblação. Agora estou no meu quinto ano de caminhada com os Oblatos, morando em São Paulo com minha nova comunidade no Pós – Noviciado, começando os estudos de Teologia.

Ir. Samuel David Miranda Atoche, OMI - Natural do Peru Estado de Chiclayo. Estou no meu primeiro ano de caminhada aqui no Brasil, onde curso o primeiro ano de Teologia, no ITESP, na cidade de São Paulo. Atualmente estou desenvolvendo o trabalho pastoral na Paróquia Santo Eugênio de Mazenod da Diocese de Campo Limpo, SP. Durante a minha caminhada nos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, estou fortalecendo um amor especial aos menos favorecidos de nossa sociedade, partilhando a amizade e a esperança que vem de Deus e renovando o compromisso de colaborar na construção de um mundo novo.

Irmão Antonio Kleber, OMI - Natural de Pernambuco da cidade Vitória de Santo Antão. Curso o primeiro ano de Teologia no ITESP. Desempenho minhas atividades pastorais na favela de Vila Prudente-SP, na comunidade São Francisco de Assis. Durante a minha caminhada na família Oblata, desempenhei diversas pastorais nos mais distintos campos, onde aprendi com os marginalizados e empobrecidos a arte de servir e perceber um Deus que se inclina ao seu povo sofrido e oprimido, visando a sua libertação.

Ir. Manoel Valadão, OMI - Natural de Santa Brígida, BA. Até entrar na Congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, passei toda minha vida em Jeremoabo-Ba. Iniciei minha caminhada em 2005 na casa da missão em Recife, PE. Depois fiz filosofia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas SP; em 2010 fui à experiência do noviciado em Aparecida de Goiânia-GO, professando meus primeiros votos em 07 de janeiro de 2011. Hoje estou no terceiro ano de Teologia, na Escola Dominicana de teologia aqui em São Paulo, realizo meus trabalhos pastorais com jovens, pastoral vocacional, nas favelas e outros.

Ir. Sérgio de Santana, OMI - Tenho 28 anos, natural da Cidade de Cabo de Santo Agostinho-PE. Estou atualmente no 1º ano de Teologia e estudo no Itesp. Neste ano estou desempenhando minhas atividades Pastorais na Paróquia Santo Eugênio de Mazenod, Campo Limpo-SP.

Ir. Diemeson Gomes, OMI - Natural de Capitão Poço no Estado do Pará. Cursando o 3º ano de teologia na Escola Dominicana de Teologia (EDT). Desempenhando trabalhos pastorais na comunidade São Francisco de Assis, Vila Prudente. A caminhada junto aos Oblatos, sempre me ajudou a perceber a presença de Deus na vida do povo, em especial os mais humildes. Foi nesse carisma, de evangelizar os pobres, que Santo Eugênio viveu e que nos deixou para levarmos adiante como cooperadores de Cristo Salvador.

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