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O joven Armando MalheiroFilho, nosso apreciado colla-

borador em Recife.

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Gracioso grupo de alumnos do 4o e 5° annoda Escola Affonso Penna.

Alumnos do V turno da Es-cola Affonso Penna, fazendo

questão de posar para o"Tico-Tico"

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As intelligentes meninas Ju-lia e Giselia Silva, nossas

constantes leitoras.

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1 — Setembro — 11)29 — 7. -* 0 TICO-TICO

VERDE - AMARELLOAZUL - BRANCO

Cheguei ,iui varanda de casa e olhei para longe, bem

longe, para o campo sem fim. Vi arvores verdes e verdes

campinas, coqueiros gigantes e relvas macias, frueteiras,

gramados, roseiras, folhagens e vi samambaias da côr dà

esperança. Olhei para a copa das arvores bellas e vi mil co-

rôas de flores douradas — páos-d'arco frondosos trazendo á

:abeça grinaldas de pétalas dourado — amarellâs. Ao longe,

as montanhas, de azul muito lindo, lembravam franjados de

um céo mais bonito. As nuvens, tão brancas, partidas, pe-

quenas, brilhavam, correndo, ao beijo constante do mais cia-

ro sol. O verde dos campos e o ouro das flores, o branco das

nuvens e o azul do céo são cores risonhas de amada nandei-

ra, coberta de glorias de uma Patna grande, bandeira ade-

rada da Terra Brasília.

CARLOS MANHÃES

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O TICO-TICO í — Setembro 1029

*rX . VVÍÍoxío.r s s /.

CONTO MEDIEVAL IHustração de Cícero Valladares

OS ÍRIS FIOS BI CABELLO 1 DIABOCAPITULO 5 o

Em seguida, continuou o seu caminho atéchegar ás portas doutra cidade. A sentinella,que estava no seu posto, perguntou-lhe egual-mente em que é que elle podia tornar-se útil eo que é que sabia."Sei tudo"."Por conseguinte, só tu nos podes prestarum grande serviço em nos dizer o motivo porque a arvore da praça, que antigamente nosdava maçãs de ouro, hoje nem sequer folhasapresenta"."Quando voltar darei explicação", respon-deu. E lá foi andando, andando até que chegoua um largo rio que precisava atravessar. Obarqueiro, que estava próximo, perguntou-lhetambem em que é que elle lhe poderia ser pres-tavel e o que é que sabia."Sei tudo!" retorquiu o nosso viajeiro."Pois tu é que estás nas .melhores condi-ções para me dizer a causa por que é que an-do a remar neste barquinho, d'um lado para ou-,tro, sem que possa livrar-me d'este encargo"."Dil-o-ei á volta", respondeu.

Assim que se viu na margem opposta, re-parou logo na bocca do inferno. Estava escu-ro, e chegava-lhe ao nariz o cheiro da fuligem.O diabo não estava em casa. Só lá estava a

mãe, sentada numa larga poltrona, que pergun-tou ao arrojado mocinho:"Que queres tu d'aqui?" e olhava-o com arde sympathia."Queria possuir tres cabellos de ouro dacabeça do diabo, pois que se não os consigo, fi-co sem a minha noiva"."E' querer muito", retorquiu a velha, "por-que se o diabo entrar e te vir aqui, não ganhaspara o susto; mas tenho pena de ti e por issote auxilio".

Quando ella acabou de falar, transformou-onuma formiga e aconselhou-o:"Metre-re numa das pregas da saia, pois es-tás seguro do perigo"."Está bem, mas eu desejava respostas atres perguntas, por que é-que uma fonte quedeitava vinho, agora nem uma gotta de águadeita; por que é que uma arvore que dantesdava maçãs de ouro, agora nem folhas tem; e,finalmente, qual o motivo por que um pobrebarqueiro tem de remar d'uma banda para a ou-tra, sem que se substitua"?"São problemas com certa difficuldade desolução, mas ouve com attençâo e não dês pa-lavra; escuta com cuidado as respostas que hãode coincidir com o arranque dos tres cabellosde ouro.

(Continua)

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Scíembro — 1929 11 — O TICO-TICO

'"f]JmS&l0\ HISTORIA DE

|t jÊZfiklrl NOSSA PÁTRIA

Cl wM[ IAU.M

"ãLjira l®AQl,lwlxr^ (Y vImuhiinho

Desde o começo da Republica não haviampodido os governos se oecupar da maior neces-sidade do Brasil — o equilíbrio das suas finan-

ças, que tinham chegado a u m a situação d?desespero.

Eleito Presidente o Dr. Manoel Ferraz deCampos Salles para o quatriennio de 18 98 a1902, quiz dar ao paiz um período de paz e deeconomia rigorosa para restaurar-lhe o creditocompletamente perdido. Antes de assumir o

governo foi á Europa, onde se entendeu com obanqueiro do Brasil em Londres, combinandouma série de operações e medidas tendentes árestauração econômica. Tomando conta docargo, decretou novos impostos, supprimiu des

pesas vendeu e arrendou estradas de ferro ereduziu o papel moeda existente, que deprecia-va o dinheiro do Brasil e tornava a situaçãomuito lastimosa, pois, quando a massa de papel

moeda é exagerada, a situação financeira do

paiz caminha para traz.As economias emprehendidas e os im-

postos augmentados provocaram mui-tas queixas, m a s o governo prose-

guiu implacável no seu benemeri-

to programma, cuja execução fora entregue aogrande Brasileiro Joaquim Murtinho, homemde extraordinária firmeza de resoluções e decega confiança em seus próprios conhecimentose estudos.

Durante o governo Campos Salles (1899)teve o Brasil a visita do General Roca, presidente da Republica Argentina, a qual foi retri-buida no anno seguinte.

Resolveu-se também no seu periodo presi-dencial a questão secular entre o Brasil e aFrança, a respeito de limites, de accordo com asnossas pretenções.

O governo Campos Salles, dadas as condi-ções especiaes em que se achou e as medidasduras que teve de adoptar para salvar o creditodo paiz, não foi popular, tendo o Presidentesahido do poder sob o ódio do povo.

Passado, porém, algum tempo, quando secomprehendeu o resultado do que elle havia feito, mudou-se a attitude do povopara uma grande e agradecida sympa-thia e os nomes de Campos Sal-les e Joaquim Murtinho tornaram-se estimados e venerados.

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O TICO-TICO 12 — . — Setembro — 1929

Irmãos no trabalho

Andavam, a passeio, um elephante e umburrico. Dois extremos: um muito grandee outro minúsculo. O burro não...

...tendo cousa melhor para dizer, poz-st*» a criticar-a natureza por tel-os leito taodesiguacs.

— Não sei porque Deus fez-me tão pe-ijueno! Nesse momento appareceu um ma-caco para dizer: Uula-te! Tu não sabes...

y.«i!jk*í__>*Yv -

*^_í&_8_WmUrm9,-ésZjfirf^ ^ry^sWÍ

¦***>*«».

...o que dizes e Deus sabe o fazl Xãotardou muito ao burro ver que o macacotinha razão. Chegaram a um logar em...

....que o burro por ser baixo alcança-va a grama do chão e o elephante a ramada palmeira. Mais além andavam uns...

...viajantes procurando um burro oeste poude esconder-se atraz do elephanteDepois um tigre nâo atacou o burro....

...com medo do elephante. Num lago ...as deUcias d'agua fresca, rouco aprofundo o) elephante banhou-se a vontade pouco foi o burro percebendo a vantageme noutro pouco profundo, onde não se po- tle não serem todos os animaes do mesmodevia banhar, gozou o burro... tamanho

Até que um dia, capturados for-mijuntos trabalhar com o mesmo dono. Kn-tão rpoudo o* burro ver que no trabalho «íque todos são irmãos

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Setembro — 1929 — 13 0 TICO-TICO

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Ouviram do Ypiranga as margens plácidas,De um povo heróico o brado retumbanteE o sol da Liberdade, em raios fulgidos,Brilhou no céo da Pátria nesse instante.

Si o penhor dessa igualdadeConseguimos conquistar com braço forte,

Em teu seio, ó Liberdade,Desafia o nosso peito a própria morte!

O' Pátria amada,Idolatrada.Salve! Salve!,

Brasil, um sonho intenso, um raio vividoDe amor e de esperança á terra desce,Si em teu formoso céo, risonho e límpido,A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,E's bello, és forte, impávido colosso,E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adoradaEntre outras mil,E's tu, Brasil,O' Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,

Brasil!

II

Deitado eternamente em berço esplendido,Ao som do mar e á luz do céo profundo,Fulguras, ó Brasil, florão da America,Illuminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra mais garridaTeus risonhos, lindos campos têm mais flores;"Nossos bosques têm mais vida","Nossa vida" no teu seio "mais amores"..

O' Pátria amada,Idolatrada.Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja symbolo,O lábaro que ostentas estrelladoE diga o verde-louro dessa flammula— Paz no futuro e gloria no passado.»

Mas, si ergues da justiça a clava forte,Verás que um filho teu não foge á luta,Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adoradaEntre outras mil,E's tu, Brasil,O' Pátria amada!

Dos .filhos deste solo és mãe gentil,Pátria amada,

Brasil!

OSÓRIO DUQUE ESTRADA

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O TICO-TICO -* 14 - 4 — Sclcinbi-o — 1929

N E SS E RIO VÊ-SE COUSAS...(Toada sertaeeja)

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4 — Setembro — 1929 ~ 15 — 0 TICO-TICO

UM MENINO DIGNO

Ha cerca de duzentos annos, oshuguenotes, que eram protestantesda França, foram cruelmente per-seguidos pelas suas crenças reli-giosas.

Na aldeia de Thorigne vivia umtecelão chamado Daniel Bonnet.Tinha mulher e três filhos, o me-nor dos quaes era um pequeno decinco annos,

Havia um triste costume nos Es-tados da Europa de então, o de per-seguir aquelles que não compar-tilhassem as idéias religiosas dosreis, dos príncipes, em summa, dos

que governavam. Nos paizes pro-testantes perseguiam-se os catholi-

cos, nos catholicos os protestantes.Para não soffrerem taes perse-

guições os huguenotes decidiramabandonar a França e partir paraa America, onde ficariam livres deprofessar a religião que muito bementendessem.

O nosso tecelão e a mulher ar-ranjaram tudo para partirem embreve mas, para terem a certezade não serem incommodados, pu-zeram os três filhitos em cimad'um burro e cobriram-no, comose fossem para o mercado, poisque, se se soubesse que abandona-vam a França, teriam sido presos.

Tinham havia pouco deixado aaldeia quando os viu um soldado,que, suspeitando terem elles escon-dido as creanças debaixo das hor-taliças, deu de esporas ao cavalloe quando chegou junto d'elles dissecom um sorriso desdenhoso:

"Ides ao mercado? Deixae estarque quero provar as vossas cenoi-ras a ver se são tenrinhas".

E espetou com toda a força aespada na carga do burro. Não seouviu rumor algum. O soldado jul-gou, naturalmente, ter-se enganado,e foi-se embora.

E' fácil imaginar o espanto dospobres pães. Não ousaram verifi-car o que tinha acontecido, mascontinuaram até estarem longe «fora do alcance da vista do solda-do. Quando, finalmente, levanta-ram as hortaliças, viram que a es-pada tinha atravessado uma coxado mais pequeno. O pequenito le-vantou os olhos serenamente edisse com justificado orgulho:

"Mas eu não falei, mamãe 1"E desmaiou.

O PRIMEIRO MONARCHA DOBRASIL

%y*m^-\^r-D. Pedro I

NESS-E RIO VÊ-SE COUSAS!

Ha trint annos já passado,.Vim ao Rio de Janeiro,Passeá bem descoidado,Çumo faz qarqué roceiro.

Era, antão, tudo dereito,Sucegado como quê,Não se andava desse geitoOui faz nós assim dizê:Nesse Rio vê-se coisasDe fazê se admira...Cada quá mais insquizitaDe inté não se acraditá...

II

Os minino anda nas ruaCurtia si elles home fosse;

(Toada sertaneja)

Diz palavras núa e cruaQue não tem nada de doce.

As mocinha pinta as caraDe maneira origina,Só parece umas mascaraQue sae pelo cantava...

Dizem que isso é o porguéssoQue é da cinvilisação;Mas, porém, eu tou achandoQue é não tere inducação.

III

As mulheres já veiótaNão dão mais nenhum consêio,

Véve só feito janotaCo'os vestido nos juêio!...

Os cebello traz cortadoCttma os home, essas muié,E de preto bem pintadoPra passa pru moça inté.

Nesse Rio vê-se coisaDe fazê se admira!...Cada quá mais insquisitaDe inté não se acraditá...

Typo de sertanejo um tanto ve-lho, chapéo de couro ou de palhade' carnaúba, alpercatas e viola.

Al. MAIA.

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O TICO-TICO — 16 — i — Setembro — 1ÍJ29

J0R IJosé Bonifácio de Andrada e Silva,

o patriarcha da Independência,

Como fizeram a Independência(Para Jacyra de França)

rVs quatro e meia da tardeFoi que D. Pedro chegouNa collina no Ypiranga,E a independência gritou!Esse grito, como sabem,Não foi dado assim á tôa!Pois queriam que D. Pedro,Voltasse para Lisboa!

Queriam vêr o Brasil,Ao estado colonialE da regência annullaram,O trabalho principal!Foi a 7 de SetembroQue D. Pedro numa viagem,Recebeu essa noticia, vDizendo ao povo: coragem!O coração lhe palpita,E, num momento feliz,Grita: "Independência ou Morte"Liberta o nosso paiz!Dos chapéos, do braço esquerdo,Os laços foram ao chão!Sob o estandarte auri-verde,Resurgiu livre a nação.Marcando aquelle recanto,Ao doce ciciar da briza4Lá está o rio Ypiranga,Que sorridente deslizaiDos vossos brincos, creanças,Dispensae hoje um momento..Ide alegres visitar,Do Ypiranga o Monumento!

DULCE CARNEIRO.

UM NAUFRÁGIOBellissimo dia de sol, sob um céu de puríssimo

azul, alegravam-se os habitantes do porto de Gênova,pois que em uma dessas memoráveis manhãs de maiodo anno de 1873, pelas 10 horas, sob os applausos,vivas e despedidas ás pressas o navio italiano "Liberta"

que ia em demanda ao Brasil levava no seu bojo inu-meros immigrantes. Em pouco tempo os que esta-vam na praia perderam o navio de vista. Reinava bom'tempo. A bordo, na ocçasião do "lunch" achavam-sereunidos os passageiros, bebiam e comiam as iguariasque os cozinheiros de bordo preparavam com toda aperícia e sciencia da arte culinária.

Já tinham passado o Estreito de Gibraltar e, quan-do erguiam um brinde á Itália, sobreveiu terrível tem-poral. Os vagalhões furiosos entram pelas escotilliasque foram fechadas e o navio torna-se joguete das ondasqual palha embalada a mercê do vento. Enormes ondaserguem o navio a grande altura para em seguida des-pencal-o no vácuo como se o quizesse tragar e, comose se arrependesse, jogava-o novamente a grande altura.

Indescriptivel terror se apoderou dos passageirosque, apesar dos conselhos prudentes do.capitão, velhomareante, disposto a dar a vida para salvar a dos seussemelhantes, se refugiaram na grande sala de leitura,onde um padre que viajava para á Argentina os ex-hortava a ter confiança na misericórdia Divina. Todoscahiram de joelhos elevando preces ao Altíssimo, acom-panhados pelo sacerdote. Mas parecia que Deus queriacastigar os peccados e a má fé d'aquelles que somenteo imploravam na hora do perigo.

As chalupas foram lançadas ao mar e os passagei-ros atropeladamente queriam embarcar. Em frente acada barco um official com um revolver na mão amea-cava os homens que queriam embarcar primeiro, quan-do era de direito que as mulheres e as crianças fossemas preferidas.

Depois de embarcadas as mulheres com seus fi-lhos, ainda sobraram duas chalupas que foram inva-didas por uma multidão de homens, e por esse moti-vo afundaram-se. E era com desespero, gritos e arrau-cos que se agarravam ás taboas e destroços.

O navio submergia, levando na redemoinho o bra-vo commandante que, de cabeça descoberta, jazia naponte de commando, e todos que o rodeavam. O padreque seguia numa das chalupas, embarcado á força,abençoou os que tinham perecido, ao mesmo tempoacalmando e consolando os sobreviventes.

De nada valeu porem, o S. O. S. do valente te-legraphista que morreu no seu posto, fazendo vibraros fios do radio-telegraphia.

Mas Deus não quiz que tantas vidas se perdessem,e, no dia seguinte as embarcações que levava mmulherese crianças, aportaram a costa sendo soccorridas e aga«salhadas pelo governador. Tinham recebido o carinhocorporal mas seus corações permaneciam enlutados,pensando nos entes queridos que haviam partidos d'estapara melhor vida., As chagas do corpo podem os mor-taes cural-as, mas as do coração só a misericórdia Divi-na as pôde cicatrizar.

Na missa celebrada em louvor dos náufragos, asmães apertavam seus filhinhos contra o peito, commedo de que também os perdessem.../

George R. Phillipps

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Setembro — 1929 — 17 — O TICO-TICO

AS AVENTURAS DE FAUSTINA E ZÉ MACACOza MACAC NO CIRC

ÚUãdO SãG PA-hACO ^aaTa-a^ Q>^ / (' "\ "^"^W^^ZT l/^^,

MEU MARIDIUHO, UA£ ESPA-

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Sr.Dif7ECTOR,Eu\ Conforme.. \ ) f\ ,» fEsse palhaço pareceT-^JSou Je Macaco J Triiheiro ouero. \A / Oi A, Peixe frito Enco*™^/e quero ser ( submete^o J%____ filüà? VENHA <* £*p£%% aTL»?fÍ?i 'na/tinrn do Àk. 1 ««, 1 jtVCWt\ VVrX&$\ ^Ehtar A _jQ_\\. \ eu P01*?". Trabalho me. -ps/naco wAfl proc& /jSJfl t>C ^^J"\Sste SFMHcpfTfflM \lnor

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O PR E SE P E NATAL (Pagínan. 1)D O

Cortem, depois de cclbdas em caitol.ua. as figuras desta pagina, guardando-*»cuidadosamente. —* Vejam modelo no texto. — (Continua no proxinu >)**

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O TICO-TICO 20 — í — Setembro — 1929

EM MEIADOS DO MEZ DE DEZEMBRO, NAS VÉSPERAS FESTIVACREANÇAS ANDA A VOAR UM DESEJO, UM ANSEIO PELA POSSE DPAPAE, NOEL GUARDA NO SACCO DE SURPREZAS. NENHUM BRINDQUE O "ALMANACH D'0 TICO-TICO". ESTE, ANNO ESSA PUBLICAÇCONFECÇÃO MATERIAL, QUER NO COPIOSO E EDUCATIVO TEXTO,MAIS BELLAS HISTORIAS DE, FADAS, OS MAIS LINDOS BRINQUEDOHISTORIAS, LIÇÕES DE, COUSAS, TUDO, EMFIM, CONTERÁ* O PRITICO" PARA 1930, A SAHIR EM DEZEMBRO.

S DO NATAL, NA IMAGINAÇÃO DASOS MARAVILHOSOS BRINDES QUEE, PORÉM, E' MAIS COBIÇADO DOÃO VAE EXCEDER, QUER NA SUAA' DOS ANNOS ANTERIORES. ASS DE ARMAR, COMÉDIAS, VERSOS,MOROSO "ALMANACH D'0 TICO-

NOSSA BANDEIRA

Desfraldada, aspirando a amplidão do infinito,a Bandeira se tem por sobre o mar e a terra;a Pátria ali está, em seu todo ella encerraa expressão do que é nosso e que lhe foi trans-

[cripto.

Symbolisa o amarello as minas —Sol em Ouro—e o seu verde que vem dos veios de esmeraldas,sobe, esparge-se em pó, faiscando em thesouro,da vasta mattaria as campinas rasgadas!

Expressivos em si, galhos que se entrelaçamde fumo e de café, emblemáticos falamde sua seiva forte, em terra varonil!

E a Republica impõe-se em espada flammejantee no azul do seu céo, augusta, triumphante,Rebrilha a—União—em Estrellas do Brasil!,

Esther Ferreira Vianna.

COMPREI UM BONDE!(Monólogo)

Comprar um bonde é a pilhériaQue se ouve agora dizer,A exprimir que uma pessoa"Foi no embrulho" sem querer. .Contam que o dito se prendeA um vigarista matreiroQue vendeu um bonde authentico»\ um velho "trouxa" mineiro.Espalhou-se logo o "caso",

E de quem faz máu negocioJá se diz que é muito tolo,Compra um bonde por beocio.jSi um cavalheiro sabidoEncontra, sem saber onde,Outro ainda mais espertoQue o engana, compra um bonde.E sendo grande o prejuizo,

De causar tremendo choque,O cavalheiro enganadoCompra o bonde com um reboque..Quem vende o que tem a creditoE o seu devedor se esconde,

Nada vendeu, ao contrario,Comprou formidável bonde.Por isso, antes de venderAs finanças do outro sonde,Si assim não fizer, por certo,Acaba... comprando um bonde.Ha typos tão refinadosE trapaceiros tambémOue acham pouco vender bonde,já querem vender um trem!Üm que mora em Nictheroy,E é "vigarista" de marca,Vive á procura de um toloA quem vender uma barca!Pois eu, que sou atiladoComo não vejo ninguém,Por minha própria vontadeComprei um bonde também!

(Abrindo uma caixinha que trouxe, e tirando dedentro um bondezinho de brinquedo):

Comprei hoje este brinquedoDe "corda" pra andar sosinhoCom a idéa simplesmenteDe o dar a um meu amiguinho.Chegando em casa reparoQue também fui enganado,Pois o bonde que compreiJá não anda, está quebrado.Levei-o á loja com o fimDe por um outro o trocar;Mas o caixeiro recusaO negocio desmanchar.De sorte que, sem quererE por falta de attenção,Eu "tomei o bonde errado",Quando fiz a transação.Si os senhores não m'o compramSó tenho um recurso agcre&f: ¦»,Ir puxando o meu bondinhoE por aqui "dar o fora".. .*

(Sae arrastando otmarrado no mesmo).

bondezinho por um cordel

E. WANDERLEY.,

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Setembro— 192U — 21 - O TICO-TICO

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O TICO-TICO — 22 — 4 — Sclemüro — 1929

O TAMANDUÁ E A RAPOSAPara evitar que a raposa comesse as gallinhas e os

pintos da sua- creação, o dono de uma engenhoca osguardava durante a noite em um quarto onde deposita-va pipas de mel e um pó formicida.

Apezíir de fechar bem a porta do quarto, a raposa,astuciosa como era, conseguira uma noite penetrar nomesmo por uma abertura que fizera debaixo da janella,no barro esfarelado da parede.

Dentro do quarto, fartou-se de comer pintos, queestavam agasalhados atraz das aucoretas de mel.

Antes que o dia clareasse e o dono da engenhocaviesse abrir a porta do quarto, a raposa fugiu por ondetinha entrado e foi dormir de barriga cheia.

Mal havia, porém, adormecido, acordou coberta deformigas, que a mordiam toda.

E' que a raposa, emquánto comia os pintos do do-no da engenhoca, encostara-se ás ancorétas das quaesestavam vasando mel que ficará preso ao pello da ia-posa. Por isso, as formigas haviam corrido a fazer umbanquete no couro do astuto animal.

Perto morava o tamanduá, grande comedor de fer-migas, e a raposa dirigiu-se a sua casa, dizendo:

Caro visinho tamanduá. Lembrei-me de lhe fa-zer, hoje, uma surpreza: como sei que gosta de formi-gas, espojei-me sobre um pouco de mel que vi no chãoe fui me deitar em cima de um formigueiro para lhe seragradável.

Muito obrigado visinha raposa, respondeu otamanduá, suspeitando logo que aquillo fossa uma gran-cie mentira da raposa e um meio de se ver livre das fer-migas que a atormentavam, sem lhe pedir esse favore ao contrario, parecer que vinha fazer um presente.

Pode servir-se das formiguinhas que lhe trago;continuou a raposa, mordida, cada vez mais, pelas fer-migas.

-O tamanduá quiz se divertir um pouco á sua custa,e começou a dizer que sentia não ter fome naquelle mo-mento; que estava mesmo um pouco adoentado, comalgum fastio, e que deixava para mais tarde comeraquellas formiguinhas, que a raposa lhe trazia.

Esta que estava louca para se livrar das formigas,respondeu que tinha muifo que fazer, não podia esperar,nem voltar mais tarde, pois as formigas podiam fugir.

Depois de muito instado, decidiu-se o tamanduáa comer as formigas que mordiam a raposa, passando-lhe por cima do pello a lingua fina e viscosa que ia apa-nhando todas as formigas. Quando acabou de tirar asformigas de cima da raposa, esta lhe pergunta.

Então? Que tal o banquete que lhe proporcionei.1 — Muito bom, respondeu o tamanduá. Sinto a vi-sinha ter soffrido tantas "dentadas" das formigas parame ser agradável.

Ora, isso não tem importância; quando se é ca-marada não vale a pena olhar uma "dentada" a maisou a menos.

E a raposa se foi embora muito satisfeita de nãoter mais formigas quc a atormentassem e crente de terenganado o tamanduá, fingindo prestar-lhe um obse-quio, quando o tamanduá íoi quem lhe prestou um Rxan-serviço.

Passaram-se tempos e um dia o tamanduá appaie-ceu na casa da visinha raposa, muito afflicto tossindo.

•— Que é isso, visinho?!Estou quasi suí focado, visinha raposa... Ima-

gine que metti o nariz num buraco de formigueiro, e,em vez de apanhar formigas na lingua, recebi no na-riz um jacto de fumaça de formicida que o dono da en-genhoca está soprando com uma machina, na paneilado formiguiro.

E que quer que eu faça, visinho tamanduá?Eu vi que o pó formicida que faz tanta fumaça,

estava guardado num quarto onde estão umas ancore-tas de mel...

Sei onde é; disse a raposa.Pois bem; si a visinha pudesse entrar naquelle

quarto, tirar o batoque de umas das ancorétas de modoa se derramar o mel pelo quarto e estragar o pó formi-cida, eu ficaria muito obrigado.

Pois não, vizinho tamanduá; isso é uma cousaque custa pouco. Logo, hoje á noite eu farei o que mepede, prometteu a raposa, lembrando-se dos bons pintosque comera no tal quarto e na esperança de ainda encon-trar outros para comer.

Com effeito, á noite, dirigiu-se ao quarto, e ajuda-da pelo focinho do tamanduá, tornou a arrombar a pa-rede de barro que o dono da engenhoca tinha concerta-do e entrou no quarto cautelosamente.

Uma vez lá dentro e vendo os frangos, gordos, quedormiam nem se lembrou mais do pedido do tamanduáe começou a comer os frangos.

Quando sahiu, toda se lambendo de prazer, o ta-manduá perguntou:

Então, vizinha raposa, derramou o mel?Derramei todo o mel que havia nas ancorétas,

respondeu ella mentindo; e acerescentou: todo o pó doformicida está imprestável. Pôde comer suas formigasá vontade, mettendo o focinho em qualquer formigueiro.

O tamanduá agradeceu muito e foi no dia seguintealmoçar suas formigas, mas recebeu outro jacto de fu-maça nas ventas, ainda maior do que o primeiro.

Furioso, dirigiu-se á casa da raposa que o haviaenganado. Esta estava muito satisfeita, rindo ainda dapeça que pregara ao tamanduá, quando este chegou,abrindo os braços, sem poder respirar.

A raposa vendo aquelle gesto pensou que o tamart-duá queria abraçal-a e disse:

Seja bemvindo, vizinho tamanduá. Então almo-çou muitas formigas hoje?

E como o tamanduá não pudAse responder, ellacontinuou:

Venha de lá esse abraço.'..O tamanduá sentiu que a raposa lhe cahia nos bra-

ços e com tincia da suffoc_,ção apertou-a, apertou-atanto que quando abriu os braços tinha parti-do as costellas da vizinha.

A raposa foi assim castigada da sua perfiJia e men-tira. Nunca mais enganou vizinho nunhum, porque,abraço de tamanduá quando não mata, aleija!

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Setembro — 1929 - 23 - O TICO-TICO

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MODA INFANTIL1° — Combinação de cretone

côr de rosa com bolero e bolsosde cretone floreado côr alaran-jado e azul e circumdados degalão azul.

21 — Traje de popelina verdee branca adornado com pontode espga verde escuro, collettbranco.

3o — Roupinha côr de tijolloenfeitada de branco, unidos porpontos de cruz de lã côr detijollo.

4o — Roupinha de ílanellabranca adornada com passadas degalão encarnado, terminado emborlas.

5° — Traje de crepella azulmarinho e blusa de shantungazul claro. Fitas de seda pas-sando por casas e amarradas emlaço na cintura.

6o — Roupinha de lã beige emquadros côr de laranja. Faixa atira-collo de lã beige lisa. Iniciaesbordadas em côr laranja sobreo bolse'

BORDADOS

Lindo ramo para bordar acores para blusa.'

Festoné para camisas.Letras e monogrammas para

roupa branca

C i n e a r t g =-= Uma revista exc-osâvannienl.© doematograpfoka

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O TICO-TICO 24 — 4 — Setembro — 1929

A 1 M R N A

Quando tendes ás mãos um livro,

um jornal, uma revista, não tendes a

curiosidade de saber ou apreciar, como

são elaboradas essas v liosas cousa?

Nunca passou por essas cabecinhas

jovens, o desejo de conhecer á origem,

emita-, a historia do desenvolvimento

desta nobre arte — a imprensa, — que

tem exercido no mundo, o mais saliente

papel na civilização dos povos?Entretanto, vos posso assegurar que

é interessantíssima sua historia.

Passarei finalmente, a vos narrar.

não detalhadamente, alguns dos inte-

ressantes episódios do seu aperfeiçoa-

mento, cuja progressão ja é bastante

remota.

Outrora, como sabeis, eram cariai-

mos e raros os livros dos nossos ante-passados.

Os primeiros manuscriptos eram gra-

vados em folhas de pergaminho, razão

pela qual se tornavam caros

Acrescia a esta circumstancia, a dií-

ficuldade de encontrar "copistas", ho-

mcns que passavam a vida inteira, oc-

cupados neste monótono officio de co-

piar;A gravura, isto é, as imagens que

illustravam os livros de nossos antépas-

sados, eram obtidas por meio de íigu-

ras grosseiras — espécie de sinete de

madeira no qual estavam representadas

cm relevo e que, comprimido sobre uma

folha de papel ou pergaminho, davam,

toscamente a idéa do desenho gravado.

Impossível seria dizer, que a impren = a.

ícria sido descoberta e aperfeiçoada porum unico homem.

Da idéa primitiva, até ao sou comple-

to desemvolvimento, ha um intervalio

enorme, consumido pelos trabahos sue-

cessivos e constantes meditações de

muitas gerações.Assim a imprensa tem sua origem

na "xylographia". Os Egypcios, os Chi-nezes, os Gregos e, sobretudo, os Ro-

manos gravaram, em relevo, letras e le-

gendas na madeira.

A caracteristica principal da imprensaé o emprego de caracteres moveis.

' Lonrenço Coster, nascido em 1370 mcidade de Harlem, na Hollanda, lembrou-se um dia de cortar cm fôrma ds

letras, cascas de "faia", afim de quífacilmente pudesse ensinar a lèr a seus

netos.

Os suecessos obtidos foram enormes,

e Coster, auxiliado por seu genro Tho-maz, continuou a trabalhar na sua in-

venção, até que a morte o surprehendeuem l-'39.

Alguns annos depois, um allemãonascido em Mayence em 1400, notara

que o titulo das imagens do mesmo

modo que o desenho, ficava gravado namadeira; pareceu-lhe, pois que se po-

mmf _ -=-¦

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deria esculpir, gravar de egual modo*não em titulo somente, porem, todas aslinhas de uma pagina, em placa de ma-deira resistente.

Não foram infrutíferos os esforçosde Guttemberg, em executar tal idéa.Conseguiu-a.

Assim João Guttemberg, i mprimittseu primeiro livro.

Era ainda muito moroso este pro-cesso, pois seriam necessários tantasplacas, quantas fossem as paginas doslivros.

Longo e penoso era aquelle trabalho,e, para maiores difficuldades, as letraseram graphadas "ás avessas".

Entretanto, Guttemberg não desani-mava. De repente lhe vem á lembrançaentalhar as letras destacadas — moveispara suecessivamente com ellas compor,as paginas.

Dest'artc, proseguiu sua immortalobra, fazendo milhares de experiências

Pobre, como era Guttemberg. foramseus recursos exhauridos, pelas constan-tes experiências.

Assim, procurou em Straburgo, as-sociar-se a vários homens ricos e intel-ligentes, afim de que desse modo, pu-desse custear as despesas de exploraçãodo seu segredo.

Dissolvida a sociedade, Guttembergvolta á Mayence, onde começou a ha-prímir a Biblia com auxilio de algumílorins, que pedira emprestados.

Não podeudo satisfazer as cláusulasdo empréstimo, foi obrigado a entregara Tust, todas as suas edições e todo omaterial typographico.

Auxiliado por vários am:gos, contiuu-ou a trabalhar, e ali morreu em 1468,iá bastante exhausto.

Os continuadores da obra de Coster.e Guttemberg, entretanto, não conse-guiram obscurecer a gloria de ambos, aquem devemos a invenção e o paten-toado progresso da imprensa.

\rgenrro F. Gameiro.

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4 — Setembro — 1929 — 25 — O TIGO-TICQ

DESE ARA COLORIR

, "... n3]j~~

I /A* /aix

Depois de coloridos a lápis de côr ou aquarella devem os desenhos acima ser enviadosá redacção d'0 Tico-Tico. Os autores dos melhores trabalhos terão seus nomes publicados nestejornal.

Os gansos domésticos e os gansos selvagensDous gansos fugiram dc uma

chácara, onde viviam felizes, tendocomida a fartar, e um grande tan-quc, onde se banhavam á ventade.

Eram muito estimados de seusdonos, porque guardavam a casacomo dous cães de fila e, por maisde uma vez, com seus gritos estri-dentes, livraram o gallinheiro dapilhagem e da pirataria.

Havia, entretanto, nas proximi-dades da chácara, uma lagoa, ondesc reuniam patos selvagens, gar-ças e outras aves aquáticas.

Os dous gansos começaram aachar triste t monótona a vida quelevavam naquella chácara, onde eramuito relativa a sua liberdade, ejá muito co.ccíc a companhia dos

gallos, das gallinhas e dos baru-lhentos perus.

Um bello dia, vendo escancara-do o portão da chácara, correramos gansos para aquelle lado, éaproveitando um descuido do pa-trão, aventuraram-se pela estradaafora.

Dirigiram-se para a lagoa, ondeavistavam todo o povoado; masnão viram que rondava por ali,uma raposa... a mesma que ellesdois tanta vez expulsaram da cha-cara, com o alarido que fizeram.

A raposa reconhecendo-os, ju-rou vingar-se. E esperou que esti-vessem bem distrahidos na pan-dega.

Os gansos, muito aleeres, nada-

ram, mergulharam, brincaram comos marrequinhos e fizeram cama-radagem com todos os aquáticos.

Em meio da festa, ouve-se umgrito de alarma:

— Oiíá! Ouá! Ouá!Era a raposa que surgia dc den-

tro de uma moita!

Os patos, habituados a taes sur-prezas, correram para o matto, erademanda de suas tocas; as garçastomaram o vôo, e foram viajar,perto das nuvens; quanto aos doiígansos, coitados! tão atarantadosficaram, que nem mais acharam ocaminho da chácara, e foram de-vorados pela raposa.

Gemma d\ílba.

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O TICO-TICO — 26 — 4 — Setembro — 1929

JL MIHHA FJL_rE.XJXv.H_S.A minha patrulha compõe-se de

oito escoteiros inclusive o nosso mo-jútor.

E' a primeira e tem por patronoo Cachorrc_

No principio, estranhei a conviven-cia, mas agora já sei o "SempreAlerta", o Compromisso, o Código, autilidade dos objectos que conduzi-mos, e conheço todos os escoteiros.

Aquelle que eu mais estimo é oArgos, alto, grande cabeça, gordo,uns 14 annos presumíveis, um bomrapaz, jovial, intelligente, cordato.E' primeira classe e já parece ummonitor.

Outro camarada sympathico é oNilino; anda sempre alegre; é morenoe filho de um carvoeiro que mora láp'ra Canudos (1). E' segunda classe.Nada o aborrece, está sempre de bomhumor; parece desconhecer o tédio.E' um enthusiasta.

Na patrulha, ha ainda o Masinho eVadinho, dois irmãos, que vivemsempre em demandas porque umquer caprichar mais que o outro.Quando um faz um exercício, o outro

não demora em imitar, de fôrma queentre ambos existe estimulo.

Armilo e Arminho, são outros dousirmãos, oppostos em tudo, excepto nafraternidade escoteira. O primeiro,apesar de ser o mais velho, pouco seesforça nos trabalhos physicos; o ou-tro, é um expoente de energias;tudo faz, tudo consegue resolver, atémesmo os mais difficeis exercicios.E' o faz tudo da tropa. VF jovial, ai-tivo, intelligente. Outro c o Alvino;gosta sempre de andar a cavallo enão se aborrece com o mais pesadogracejo; louro, corado, olhos azues,de uns 13 a 14 annos se muito. Gos-ta immensamente de negociar com oscamaradas. Está sempre rindo e pa-rece que a vida sempre lhe sorri.

Há o Carlos, muito fallante e apai-xonado por aviação. O civilismo e ofoot-ball fascinam-o. Benedicto, _ onome do mais velho da patrulha.Ainda não fez o exame de classe,mas é muito intelligente; elle é quedirige as installações^ da sede e asua maior preoccupação é a electn-cidade.

Typo esquisito é o Dico, sempre

com o chapéu de panno kaki de copaalta a cahir-lhe as abas pelo rostoabaixo.

Chamam-n'o o "Pão d Assucar",porque a copa do seu chapéu se as-semelha muito aquelle morro. Estáexcedente na patrulha bem como osí.deis escoteiros Benedicto e Carlos.

Ari é sempre hábil no lápis, sabefazer qualquer desenho por maiscomplicado que seja. Incomparavelnas instrucções, porém, não supportacompetidores. Esforça-se para que asua tropa seja a primeira e quandonão consegue ter êxito, não de.ianí-ma, capricha mais até vencer. E' te-naz e concorre até com os maioresnas provas mais arriscadas. Só umadoença o deterá no que emprehender.

Oppostos, entretanto, do Miltinho,que era perito na vida de rua e de-pois que entrou para a nossa insti-tuição parece um homem feito. E'delicado, é tão jovial que se confór-ma com o insuecesso, rindo sempre.

Eis em poucos traços de que ele-mentos se compõe a minha patrulha.

Aspirante.

VkV.".V.V.V_\V.V.V.V.V.VAV.V.".V.V-V^V_"_1_'_'.' UVH%r_"rf_VV_-P_Wí-n_%%---J_-rfV_-^_%-_V^_-^_V-flJ%

A familia Fei^ozinho

— Olhem só! -I mamãe está fa-'sendo umas tontas magníficas edevemos conseguir tinta dellasl Bsahiram correndo para combinaruma perallice.

Fls tortas estão promptas! Vou

collocal-as á janella para que cs-

fricml E assim fez a mãe feijão,

sem reparar...

...que os filhos haviam collocadona cabeça tuna taboa e cm cimadesta foram postas as tortas. 1F-nhaiii cá! — gritou a mãe Feijão,*nas os filhos eram surdos.

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I ALDO, MARIO, BBflWflHfllI filhinho do filhinho doI Sr. Adalberto Sr. Luiz M. |l Villas Boas.

ALDO,filhinho doSr. AdalbertoVillas Boas.— Maceió. —

MARIO,filhinho do

Sr. Luiz M.¦V Santos.

Capital. —

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•n j i • "^z^^ ^^^^1 ^^^ S. SebastiãoBanderovski. ^s**-*- =-*sgg^ ^^__——__ ^==:—-gs1^ . *-.~ C > ^•^===-=: ~^r*"t^^ Paraíso,

[¦fer P-jn-tll Bife»H^ m\ -=*• fl**

Bi ^*B

¦Pnf

C K C Y , dilecta filhinha do casal JoaquimP. Martins Filho. — Porto Alegre. R. G. do Sul.

WILSON ANDRADE, nosso constante leitor.Araragitary — São Paulo.

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4 — Setembro — 1929 — 29 — O TICO-TICO

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Iisr

Siegfricd, era um rei que não tinhaforça dc vontade. De'xava-se governarpelos seus subditos, que abusavam doseu caracter fraco.

Sicgfried tinha quatro filhas, a. maismoça, a loira, e linda Lina, era victimadas malvadas irmãs, quc a trancavamnuma torre, quando qualquer principevinha visitar o pae. Sicgfried, não seimportava com Lina, que era filha da se-gtinda mulher morta.

Lina, presa na torre, chorava comsaudades da boa mãe, como dizia a suaama Esperança. Sua mãe, e a ama Es-perança, as duas creaturas que ella ti-nha estima morreram. A estima do rcupae ella não esperava, porque elle sóacreditava nas tres irmãs, que com ellea intrigavam.

E duas lagrimas rolaram silenciosaspela sua linda face.

A pobrezinha exclamava :— "Oh! meu Deus! por que sou eu

tão maltradada? "

Nisto ouviu muitas vozes que davamvivas ao principe Alin. e um tropel decavallos se fez ouvir lá em baixo na rua.

Lina, curiosa por saber a causa detanto barulho, correu á janeila desobe-decendo ás ordens de não se approximarquando passasse algum principe. Logoque olhou para baixo, o seu lindo rostoruborisou-sc; o olhar do principe Alintinha se encontrado com o seu

Alfn JJtíc vinha montado num lavalloalazão com arreios de ouro, ficou des-lumbrado de vêr aquella fôrma esbelta e.aquella cabecinha cheia de cachos doira-dos e cncaracolados, dois olhos grandesazues, pousando nos seus, muito curió-sos. Seu coração ficou logo preso pelabelleza de Lina.

As tres . irmãs que na janeila esta-vam todas preparadas para receberemo primeiro olhar do principe, ficaramfuriosas, quando viram o principe Alin,o garboso cavalheiro, levantar a cabeçae olhar para a torre onde se destacavaa silhueta de Lina.

A' noite, houve um - grande baile.Qual não foi o espanto do rei, quandDAlin dsse que queria vêr Lina no baile.O rei que não podia dizer não, consen-tiu quc Lina descesse da torre e ss ves-tisse para o baile.

Lina muito contente ve-t'u-se, com Ovestido mais bonito é entrou no grande;salão de dança. Logo que Alin a viu,correu para ella e a arrastou no turbi-Ihão de uma valsa.

Lina louca de prazer já atuava o prin-lipe.

Maior ainda foi o espanto do rei quan-do Alin lhe foi pedir a mão de Lina.

As irmãs ficaram tão furosas e comtanto ódio de Lina, que combinarammatal-a.

Na noite do casamento entraram noquarto de Lina e puzeram uma viboradebaixo das cobertas da cama. Mas aboa fada, a madrinha do principe Alinfez com que o feitiço se virasse para ofeiticeiro, e, quando acabou o baile, Linadespiu-se e foi deitar-se. Quando levan-tou a coberta viu muitas pétalas d.erosas.

As tres irmãs quando levantaram a»cobertas encontraram em cada cama umavibof*. que as mordeu c as matou. Eassim Lina poude viver o resto da vida,feliz e livre das invejas das tres irmã.sperversas.

GIL.

§ da mossa Haste H^

S r

No dia 7 de Setembro de 1822, nas margens do riacho Ypiranga. D. Pedrolançou o grilo dç "Independência ou Morte", tornando, assim, o Brasil

nação livre.

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O tico.TIC-0 — 30 — Setembro — 192')

£? ^ dod< *\nr rioo_<x^ í ^

MINEIRINHA (S. • Paulo) — Sualetra um tanto angulosa denota firmeza,inflexibilidade, aggressividade, mesmoteimosia. Revela ainda equibrio, ordem,moderação, senso artístico, um poucodc vaidade e elegância.

O horóscopo das pessaos nascidas a22 dc Junho é o seguinte: São de muitahabilidade política c peritas na arte dacurar, porém de espirito insatisfeito eincontentavel, nunca estando satisfeitascom o que fazem ou alcançam.

São amigas de viajar c têm grandeorgulho dos brazões da sua familia. Emtudo exagerados não é de admirar quesoffram do estômago c intestinos porbeberem c comerem demasiadamente.

Ha tendências para ficarem ricas dc-pois dos 35 annas.

NICOLAU IAZZETTI (?) — Apczardas duas linhas e meia que apenas mau-dou para o estudo direi que se trata deum affcctivo de grande susccptibilidadc,delicadeza, sentimentalidade, fraqueza,mesmo. Ha tambem signaes de altruis-mo, generosidade, modéstia, acanhamen-to e um pouco, talvez, de credulidadeinfantil.

PAQUITA (Rio) — Pelas linhas as-tendentes da sua graphia vê-se que setrata de uma pessoa enthusiasta, cora-josa, cheia dc justa ambição e alegriade viver. Tem amor ás viagens, ao con-íorto, ao bem estar.

Caracter franco, leal, decisivo, saben-do cultivar com carinho as amizades queconquista.

TULLIO ROMANO CORDEIRO DEMELLO (Nictheroy) — As pessoas nas-cidas a 21 dc Julho são de gênio amável,de coração magnânimo intelligentes ebabeis na direcção de grandes negócios.

Amigos do dinheiro e de gosar boafama, gostam ainda de fazer critica dosactos dos seus semelhantes, porém fi-cam zangados quando se lhes apontamseus defeitos. Serão optimos paes defamília. E, por falar nisso, sen Tuilio,você é parente do major Thcmistocles?,Quem sabe si vecê apczar de Romano nãoé pernambucano?...

DOÇURA (?) — O horóscopo daspessoas nascidas a 29 de Abril c o se-guinte: "Têm grande força mental cresistência physica. Não conhecem abs-taculos que não vençam, sendo dc muitaenergia para realizar seus intentos.

Tem grande dominio sobre si mes-mas, sabendo controlar seus actos. Umpouco jactanciosas c amigas dc fanfar-ronices, exagerandos os feitos em que-tomaram parte e dos quaes escolhempara si a melhor parte. Sem que nin-guem lhe peça, gostam dc dar conse-lhos c opiniões na crença dc que osoutros tenham os seus gostos e pensemdo mesmo modo. São obsequiosas c _cntispara com os amigos e parentes.

Quando dominadas pelas paixões setornam violentas apezar da sua índoleaílavcl e boa. Quer mais completo ho-roscopo do que esse?...

MARIOLA (S. Paulo) — Elegância,graça- natural, bondade sem excluir a

energia quando é necessária Força devontade, amor ao conforto e ás viagens.Afíirmação de personalidade.

O horóscopo dos nascidos cm 7 dcSetembro é o seguinte: "São amáveis.affectuosos e têm grande vocação paraa musica-. Reservados e discretos guar-dam consigo seus pensamentos e nãorevelam os segredos que sabem.

Viverão muitos annos apparcntandosempre mocidade.

Os que nascem em Março, são "ge-nerosos, abnegados, sacrificando-se, as.ezes pelos amigos. Amigos do Bello e daNatureza, obsequiosos e gentis, tçm muitaargúcia e penetração, sabenilo ver lon-ge. Methodicos, dedicados á sua reljgi-ão c capazes dc assumir grandes res-ponsabilidades, dando conta de severosencargos".

ARMANDO M. FILHO (Recife) —Recebi a carta, a photographia c o so-neto.

A photographia será publicada; o so-neto está fraco. Faça versos dc setesyllabas em vez de decasyllabos.

A — JUI (Maceió) Seu pedido serábrevemente satisfeito. Os bonecos dcque fala estão sendo desenhados.

SAUDADES (Victoria) — Lettra in-clinada para a esquerda é signal dc dei-confiança dissimuladação, reserva, con-tensão de espirito. Felizmente o arre-dondado dellas mostra bondade, indul-gencia doçura que vem anieigar um pou-co as outras qualidades.

Para o horóscopo das pessoas nas-cidas a 19 de Setembro veja o que digonnles á Mariola.

OLYMPIO C. CAMPOS (PontaGrossa) — O conto intitulado "Amigos'está com diversos erros de concordan-cia. Estude mais um pouco o nossoidioma; leia os bons autores, observandoc.rno se escreve, procurando evitar re-dundancias e repetições como esU: " Ocollega Carlos adoeceu de uma doençarepentina c o doente teve" etc.

As perguntas inigmaticas serão pu-publicadas.

MARIA ELISA (S. Paulo) — Le-tf_ grande: grandes aspirações, ideaielevadas, imaginação viva, um pouco deorgulho. Sendo a letra inclinada paraa esquerda c prova de dissimulação, des-confiança, contensão dc espirito, reser-va. Ha tambem uns traços para a es-querda na formação de letras como oq. o g, o j, o S maiúsculos que seguiu-cam egoísmo, dureza de coração.

23P

Para o horóscopo de Junho ver o quedisse á Mincirinha logo no começo.

YVONNE (?) — Sua letra ainda', estáhiuito indecisa; pode-se ver, entretanto, al-guina bondade, um pouco de força de von-lade, volubilidade, nervosismo, impaciência,creduKdade, acanhamento.

O horóscopo das pessoas nascidas a ig'de Março é o seguinte: "São dotadas dcgrande aptidão para as artes da musica eda pintura. São acanhadas, tímidas e porisso não conseguem fazer valer seus me-ritos. Não tem nenhum senso 'pratico eco-nomico, esbanjando o dinheiro que témcora a sua excessiva generosidade".

FANY LORANY (?) —Sua letra équasi egual á da precedente Yvonne, ven-do-sc mais um ipouco dc fantasia, poucoamor á verdade, indecisão, medo, receio detudo.

O horóscopo dos nascidos a 18 de Ja-nciro é este; " Com facilidade ficam ricosporque têm muito tino para negócios.

São amigos leaes e dedicados, com gràn-de habilidade diplomática. Estão sujeitasa accidentes na água, pelo que devem evi-tar viagens por mar, assim como questõesno foro, pois a Justiça é sempre contra si.

FRED. CAMEL1ER (SERGIPE) —Os dois trabalhos que enviou agora, estãomais próprios para o 0\ Malho ou o Paratodos.., onde deverão ser publicados.

OLHOS VERDES (Paraná) — Letramovimentada: signal de actividade, cultu-ra, enthusiasmo, precipitação. Os traçosverticaes indicam tambem energia, forçadc vontade, reserva.

O horóscopo dos nascido.; a, io de Agos-to é o seguinte: " São generosos, anviveis,enthusiastieas e tem grande poder de atira-cção pessoal, inspiran.lo muita sympathi?.Tém habilidade manual, porém gostam dedeixar tudo para a ultima hora. Vêem avida ipclo lado côr de rc_a e possuem muitapenrtração, quasi adivinhando o que temde sueceder. Viverão muitos annos iclizessempre guiados mais pelo coração: do quepelo cérebro".

FLOR DE LIZ (?) - Desconfiança,dissimulação, contensão dc espirito é o quedeaota^ sua letta inclinada para a esquer-da. Entretanto, como é arredondada issoquer dizer bondade, indulgência, generosi-dade, doçura. Nota-se mais: delicadeza,sensibilidade, affcctibilidad..

Pana conhecer o horóscopo dos nascidosa 13 de Janeiro) leia o que digo anterior-mente á Fanny Lorany.

ESPUMA DO MAR (?) — Nervosis-1110, preoccupaçâo, impaciência são as prin-cipaes características da sua letra tremula,nervosa e irregular, c que ainda significadesequilíbrio, falta dc ordem, pressa, vo-lubilidade, inconstância.

Para conhecer o horóscopo dos nascidosa 26 de Agosto queira ler o que digo antesa Olhos Verdes — do Paraná. Su_v pedratalisman deve ser o rubi ou o diamante;escolha, ou use as duas si fõr superticiosae acreditar nessas iuvencíoniccs dos astro-logojj e magos.

, DR. SABETUDO.

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4 — Setembro — 1929 — 31 — O TICO-TICO

_______ ______r 'c~ _______________

RESULTADO DO CONCURSO N. 3361

(r^i_r\)

A solução exacta do concurso

Solncionislas: — Ruth Corrêa de Oli-veira, Yedda Regai Possolo, Maria dcLourdes Penante, Tercio de Miranda Ro-*ado, Simião Barbosa, Mario Borges dcAraujo, Leonor Albuquerque Pereira, Ma-ria Espinheiro Montalvão. Maiio Cini, Al-berto Aguiar Rebello, Marilda Przewodo-wska, LndonaK-o Araujo, Léo TopinambáPereira, Nilo da Silva Pessoa, AguinaldoPetty, José da . Silva Mangualde, AlmiroLassere, Elanne de Miranda, Bento de Li-una, Vera Miranda. Álvaro Saccadura Soa-res Ferreira, Ericina Gonçalves, Oswald >Teixeira Pinto, Pedro Henrique BernardoNeves, Melchiades Costa Nunes Filho, He-lia da Fonseca Rodrigues Lopes, Isr.ura Al-ves Rosa, Alberto do Amaral Osório, An-tonio Rüfino, Eir.manuel Ribeiro, AmilcarAugusto Pereira de Castro, Miguel de Na-«ler, Eólo Capiberibe, Egas Polônio, Mu-rillo Lins Mallet Scares, Octaviano Gal-'vão, Jany dc Arruda Câmara. Sylvio Au-gusto Bobn Vieira. Ceciba Bor.h Vieira.Plinio de Freitas, Cláudio Sampaio, Dulce

jle Miranda Cordilha, Ayrton Sá dos San-tos, Rubem Dias Leal, Dermeval BragaCarvalho. Epitacio Alexandre das Neves,Ary Maltaco, Gilberto da Silveira Dutra,Nilq Pinho Medeiros, José Carlos Figuei-ras Lima. Mozart de Barros, Vamey José•de Fontenelle, Abigail Rio, L}-gia MunizFlores de Oliveira, Orchidéa Pereira de

ESTAS COM

DE DENTE?COMPRA,

CERA DR. LUST03A'

PREFERIDA AOS REMÉDIOSLÍQUIDOS.

Oliveira, Marina Heloísa da Silva, IdalinaMontenegro, Ney Vülardo, Milton Pimen-tel Bittencourt, Waldemar Ludwig, OlindaCruz, Joaquim Geraldo, Arlette de Albu-querque, Aurelia Wilches, Dalva Rezende,Zilka Faria, Carlos Toledo Rizzini, Fran-cisco Caporiano, Anna L. Evangelho, Li-via Lages da Silva, Walter Augusto Kcrs-ten, Ivan Castello Branco.

Foi o seguinte o resultado final do con:urso:

Io Prêmio:

CECÍLIA BOHN VIEIRA

de 10 annos de idade e moradora á PraçaMarechal Deodoro n. 40, appartamento 10,cm São Paulo.

2° Prêmio:

IVAN CA-TELLO BRANCO

RESULTADO DO CONCURSO N. 3366

Respostas certas:

1* — Cunha — Unha.;2* — Sapo-i.3a — Lacaio.4* — Lima.õ" — Mirim.

Solucionistas: — Romeu Ribas I'Edio Henrique dos Santos, Merced :s Oli-veira C. Carmo, Abilio Corrêa do CarmoJúnior, Talitha Sampaio da Fonseca, JoséGabriel Pereira, Antônio Carlos Magalhães,Mario José Dcstri, Climerio de Oliveira.Helena Taranto, José da Silva Mangualdo,Jo?é Alves Lopes, Marilda Przewodowska,

JUVENTUDEALEXANDREParaEhbellezase TRATARosCABELLOS.CABELLOS BRAtICOSCASPA eCALVICIE

Eclesia de Assis Nogueira, Rubem Dia?Leal, Ivan Barbosa, Nelson Monteiro,Adolpho Camenha Lins, Orchidéa Pereirade Oliveira, Conceição de Oliveira, Catlia-rinn. Lobo Napoleão, Waldemar Ludwig,Luzia Mendes da Cruz, Yolanda Rodrigues

_Ex ^Jm^&L-\)'ÊnâV^MT^^^SSF^^^MMMIX ^JÓMF \fm^MÊ^Am%MM9m\ I

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O TICO-TICO - 32 — - — Setembro — 1929

j TENDES FERIDAS. ESPINHAS,MANCHAS. ULCERAS. ECZEMAS,

; emfim qualquer moléstia de origemSYPHILITICA?

us_e o poderoso

Elixir de Nogueira

do __tarmc<.

Joio da

Cbimleo

Silva Silveira

GRANDEDEPURATiIVO DO SANGUE

Yinfio Creosotado00 PHABM. CHIlí.

João da Silva SilveiraPO DE RO SO FORTIPI-CANTE PARA OS ANE-MICOS E DEPAUPE-

RADOS.h Empregado com lucc-Uo nas^Tosses, Bronchite- a Fm-

_____ GeraL

Cedrie Murray Boskerville, Ayrton Sá dosSantos, Epitacio Alexandre das Neves,Avelino Santos Ferreira, Lygia Muniz Flô-res dc Oliveira, Rachel Garatz, Zildéa Gui-enarães Pereira, Cleto Bianna, Clelia Mariade Santiago Mascarenhas, Esmeralda Cor-rêa da Silva, Arlindo Fonseca, Etzita Ser-ra, Agostino Bmnno, Glair Corrêa Pinto,Mauro Antônio Ferraz, Orlando Gomes Lo-quês, Renato Gomes Loques, Berenice Gou-Jart Machado, Gilson Rainho, Alice Jordão,lYvonnette de Andrade e Silva, Hélio Boti-dim da Graga, Antonio Rufino, Maria deLourdes Penante, Vionillo Carvalho da Sil-va, Egas Polônio, João Baptista Faria, Ura-cy Santos, Aida de Ar_üjo Coriolano, Dyl-son Drummond. Almiro Lima de Athayde,iWalíer Furlanetto, Irene Maria de Linu,ty»AAA/>/-VVVii^-V»VV>*<^^"A^%%*-%*«*»Nl>i*>* _-___»

vossos \\ ltea_fs_\yiLHOS!}^^ ^\\/sem oemoua A??l V

BainomillfiK-i)Õ UtliCO REMÉDIO OUB EVITA. If cura «J DOENÇASJiDENTICA.J.'como, CASTRO -ENTERITE. f EB_S..l)i-i5omnia.DI_rrli_jt.Çollc_s tft.> TrJ)

. "^2^X^____[\Í___

Abigail Riô, René Rublg de Moraes Pe-rei,ra, Cláudio Sampaio, Nilda Sampaio,Heloisa da Fonseca Rodrigues Lopes, RaulPastorelli, Almira Braga, Dirceu de Mi-randa Cordilha. Yedda Regai Pcssolo, Ra-chel Ramos, Olga Salies Perdigão, SérgioMonteiro da Rocha, Cláudio Monteiro daRocha, Wanda M. da Rocha, Conceição deOliveira Castos. Dyla Robcrtson, Maria de<S. Giachetta, Yvonne Leite de Andrade,

í Schor, Gilberto Leite de Barros.Ruth Boa, Roberto Alyrio Rosa, Noel A.

Uunha, Edméa Ferreira Lage, Raul Rei-nr.rdes, Octavio Galvão Junior, AntônioAzamb-ja, Ricardo E. Philipps, Lecio doEspirito Santo, Ornar do Espirito Santo,Oscar Barbosa Filho, Milton Cyriaco.

Foi premiada a concurrente:GLAIR CORRÊA PINTO

de o annos de idade e residente á rua Pc-reira da Silva n. 151, caía X, nesta Capitah

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dizes que faz tanto bem!

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4 — Setembro — 1929 — 33 —. O TICO-TICO

CONCURSO N . 3-375

P..RA 05 LEITORES DESTA CAPITAI, E DOS ESTADOS

,*." — Qr.a1. o r.o da America que temnome dc metal?(._> syllabas) .|

Odette Vieira

4* — O que é, o que é que tem barba edentes e não é gente?(2 syllabas).,

Ruth Mello

5" — Sou fruto deliciosoOu instrumento cortante,Tendo o leitor paciênciaMe decifra num instante.-

(2 syllabas) ,|Judith Guedes Marques

:cm us cJaços do ciiché junto eformem com elles uma rcfcaeea dc seis £o-lhas inscripta -íum hexagono.

As soluções devem ser en\ iadas á re-dacção d'Õ Tico-Tico devidamente ass.-piadas, separalas das de outros quaesquerconeurs >s e acompanhadas não só da de,-claração de. idade c residência do concor-rente como também do vale qne vae pubü-cado a seguir c tem o n. 3..575.

Para Vi-te concurso, que será encerradono dia o de Outubro vindouro; daremos

(gpglO melhor presente e o que maioralegria dará a uma creança é ..emduvida uma bicycleta LUCIFER.

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como prêmios de i° c 20 logares, por sor»te, entre as soluções certas, dois livros il-

ara a infância.

As soluções devem ser enviadas á re-dacção d'0 Tico-Tico devidamente assi-gnadas, acompanhadas do vale numero3-376-

Para este concurso, que será encerradono dia 24 d*> corrente mez, danemos comoprêmio, ;• _r sorte, entre as soluções certa,um rico livro de historias infantis.

PAR.1 OC0NC1DR«0

WÊMEEz:S* 3.375 T^P-^^ %^J mi"

"3.376" '

C (¦) X C U R S O N. 3.376 -m-.^wvvuuv»

Para os leitores desta capitai, e dosEstados próximos

Perguntas:

1* — Qual é a mulher que ás avessas

(2 s-yllatas).

2* ^— Qual a preposiço que com nm ac-cento é Estado do Brasil?

(2 syllabas).)Anna A. C. Mello

PÍLULAS

liíflllll(PÍLULAS DE PAPAINA E PODO-

PHILINA)

Empregadas com suecesso nas moles-tias do estômago, figado ou intestinos.Estas pílulas, além de tônicas, são in«dicadas nas dyspepsias, dores de cabe-ça, moléstias do fígado e prisão de ven-tre. São ura poderoso d-gestivo e re-gularisador das funeções gastro-intes-tinaes.

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RECREIOS ESCOLARES

O gato e o rato é um lindo passatem-po pura os recreios escolares. Damol-oaqui:

O jogadores, em filas de dous (umatraz do outro) formam-se em circulo,guardando a grande distancia de fila a_ila.

Dos dous jogadores de uma das filasdesignada pela sorte, um - o gato e ou-tro, o rato.

O cato corre atraz do rato, afim decaçal*o, o que conseguirá si puder ba-ter-lhe nas costas. Caçado o rato, 03papeis se invertem, isto é, o gato passaa rato e o rato a gato. o que importadizer que o perseguidor passa a ser per-seguido e vice-versa. Quando o rato vêque vai ser caçado pelo seu perseguidor,

loca-se na frente de uma das filas,• lo:

Vá outro substituir-me, que eu dest3escapei!

E immediàtamente o jogador da re-taguirda desta fila sahe para correr nafrente do gato.

Si o gato, após diversas tentativas,não caçar nenhum rato, poderá, no casode se sentir fatigado, fazer o mesmo

•-> rato, isto é, parar diante de umadas filas pedindo um substituto para oseu logar.

Observações: — 1" E' expressamentehibido, não só ao rato como ao gato,

r diante de uma das filas, sem terdado tres voltas ao redor do circulo.

2* Não é permittido, em caso algum,atravessar-se o circulo formado pelosjogadores. \

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O TICO-TICO

íp?O Nariz das Senhorasem Perigo

WmB_W^L\ilIÉÍIÉSÍ4

A"R INIT&7/ICCA PO/TERIORTiMUITO PEOR QUE A TERRÍVEL"OZENA".

é PROVENIENTE DOU70 DE CERTO/ PO' DE ARROZ,OUA/I /EMPRE CARO/ E POM-PO/AMENTE ANNUNCIADO/.0 U50 £ MESMO 0 ABUSO DO FAMOSO

PO DE ARROZ LADY, JUSTIFICA-SEPORQUE, PELOS EXAMES MÉDICOSFEITOS EM PESSOAS QUE O PREFEREME ADOPTAM HA LONGOS ANNOS E NASOPERÁRIAS QUE O FABRICAM E MANU-SEIAM DIARIAMENTE, ESTÃO COM ASSUAS NARINAS SÃS. SEGUNDO OS AT-TESTADOS DÓ ILLUSTRE ESPECIALISTA

m\ Ilri _<_€? J3 DR.

MAURILLO DE MELLO.

!| 1 U I^XlOt^Ql/E £0 mitiOR £ HÃO £ O M/S CARO, DâPãRFUME AGRADABfLfSSIMO DE FLORES. OFFERECâ-VOS AS MELHORESGARAMT/AS DE BÔA SAÚDE E B£LLEZA.

NAO SE ILLUDAM COH OS PO D£ARROZ. (QUE DE PÓ DE ARROZ SÓ TEM 0 NOME) BARATOS OU CAROSMAS OUE, NA VERDADE, NÃO SÃO OS MELHORES.

USEM POIS COM ABSOLUTA CONFIANÇA O EXPERIMENTADOe finíssimo po LaTIV o qual desafia confrontoCOM OS MELHORES FEITOS ^»K"L'£XP0RTAT10MPOUR LE BRÉSLÇ

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Setembro — 1929 — 35 — O TICO-TICO

EDIÇÕESPIMENTO DE MELLO & C.

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Bibliotheca Scientifica Brasileira'{dirigida

pelo prof. Dr. Pontes de Miranda)

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CURSO DE SIDERURGIA, pelo prof. Dr.Ferdinando Labouriau, broch. 20$, ene. . 25J00O

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Carvalho, 1 vol. broch 18J00OTHEATRO DO TICO-TICO, repertório da

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HÉRNIA EM MEDICINA LEGAL, porLeonidio Ribeiro (Dr.), 1 vol. broch. ..

PROBLEMAS DO DIREITO PENAL BDE PSYCHOLOGIA CRIMINAL, Eva,risto de Moraes, 1 voL ene. 20$, 1 voLbroch. 165000

CRUZADA SANITÁRIA, discursos daAmaury Medeiros (Dr.) 5$000

UM ANNO DE CIRURGIA NO SERTÃO,de Roberto Freire (Dr.) I0$000

ÍNDICE DOS IMPOSTOS EM 1926, daVicente Piragibe. 10$00_

PROMPTUARIO DO IMPOSTO DE CON-SUMO EM 1925, de Vicente Piragibe.. 6JO0O

COMO ESCOLHER UMA BÕA ESPOSA,de R-nato Kehl (Dr.) 43000

BÍBLIA DA SAÚDE, ene l.r.UOOMELHOREMOS E PROLONGUEMOS A

VIDA, broch. CJ^ooEUGENIA E MEDICINA SOCIAL, broch. 6.000A FADA HYGIA, ene 4J000COMO ESCOLHER UM BOM MARIDO,ene. M_M

FORMULÁRIO DA BELLEZA, ene l4f0M

Page 29: NOSSOS AMIGUINHOS - BNmemoria.bn.br › pdf › 153079 › per153079_1929_01248.pdf · E o sol da Liberdade, em raios fulgidos, Brilhou no céo da Pátria nesse instante. Si o penhor

AS AVENTURAS DO CHIQUI PEIXE

© /©«A ímWW

W 1 Ib 4Chiquir.ho. o [ir.indc travesso,

dispoz-« a pescar. Linha, anzole caniço loram-'lhe fácil de arran-jar. E, acompanhado do Benja-mim. foram para a praia, cada umtomando a tua pedra « jogando...

... a isca. Entretanto, amaré íoi »ubindo e, quandoos garotos olharam em tomodas pedras, era só água.

Depois de alguma exita-çio. Beajamim ca bis ...

,v,„ !« i, i .íwmit -

... n'agua e foi para a pedrade Chiquinho.

AH fi sio havia lugar j-jriom, quanto mais para dois.

D* repente. «1> Chiquinhoque a» dirigia para eOea na..,

Desta feita, porém, os ga*rotDs ffão tiveram, em casa.a recepção do costume...

*j^L ¦!^-~*P^fa?l

^m... peixe de grande tamanha, comos dentes arncganhuln»

Ejb neac* dc ua minuto o»garoto» fugiram para larra c ai-iam que o peixe tonnicUYel que,_\ _ assustara nada n

T I t»-It c • \«era que ama reclame de y * *§: