NOTAER - Agosto de 2014

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FAB na Copa do Mundo FOTO: SGT JOHNSON / CECOMSAER www.fab.mil.br Ano XXXVII Nº 8 Agosto, 2014 ISSN 1518-8558 A defesa contou com a participação de 77 aviões e realizou 114 atividades de re- conhecimento e vigilância aérea. Mais de oito mil militares e civis da FAB trabalha- ram em toda a Copa. Os aeroportos do Brasil bateram recor- des de pousos e decolagens. O movimen- to no Rio de Janeiro um dia após o fim da Copa foi o dobro do registrado após o fim da Copa de 2010, em Joanesburgo. A FAB efetuou 279 ações de receptivo que incluiu chegadas e partidas, procedi- mentos de alfândega, liberação e embar- que em comboio, além de inspeção de ba- gagem em todas as 12 cidades-sede. DEFESA DO ESPAÇO AÉREO RECEPÇÃO DE DELEGAÇÕES CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

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FAB na Copa do Mundo

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FAB na Copa do Mundo

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www.fab.mil.br Ano XXXVII Nº 8 Agosto, 2014 ISSN 1518-8558

A defesa contou com a participação de 77 aviões e realizou 114 atividades de re-conhecimento e vigilância aérea. Mais de oito mil militares e civis da FAB trabalha-ram em toda a Copa.

Os aeroportos do Brasil bateram recor-des de pousos e decolagens. O movimen-to no Rio de Janeiro um dia após o fim da Copa foi o dobro do registrado após o fim da Copa de 2010, em Joanesburgo.

A FAB efetuou 279 ações de receptivo que incluiu chegadas e partidas, procedi-mentos de alfândega, liberação e embar-que em comboio, além de inspeção de ba-gagem em todas as 12 cidades-sede.

DEFESA DO ESPAÇO AÉREO RECEPÇÃO DE DELEGAÇÕESCONTROLE DO ESPAÇO AÉREO

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MENSAGEM

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILMINISTÉRIO DA DEFESA

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2 Agosto - 2014

Impressão e Acabamento:

Log & Print Gráfi ca e Logísti ca S.A

ExpedienteO jornal NOTAER é uma publicação mensal do Centro de Comunicação Social da Aeronáuti ca (CECOMSAER), voltado ao público interno.

Chefe do CECOMSAER: Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic

Chefe da Divisão de Comunicação Integrada: Coronel Aviador Max Luiz da Silva Barreto

Chefe da Subdivisão de Produção e Divulgação: Tenente-Coronel Aviador André Luís Ferreira Grandis

Chefe da Seção de Divulgação: Major Aviador Bruno Pedra

Chefe da Seção de Produção: Capitão Aviador Marco Aurélio de Oliveira Celoni

Chefe da Agência Força Aérea: Te-nente Jornalista Humberto Leite

Editor: Tenente Jornalista João Elias (Registro Profi ssional nº 8933 / RS) Repórteres: Ten JOR Flávio Nishimori, Ten REP Janine Pessoa, Ten JOR Emille Cândido, Ten JOR Evellyn Abelha e Ten JOR Iris Vasconcellos

Colaboradores: textos enviados ao CECOMSAER via Sistema Kataná.

Diagramação e Arte: Ten FOT José Mauricio Brum de Mello, Subofi cial Cláudio Bonfim Ramos, Sargento Emerson Guilherme Rocha Linares, Sargento Santiago Moraes Mo-reira, Sargento Marcela Cristina Mendonça dos Santos e Sargento Daniele Domingues Duarte Teixeira de Azevedo.

Revisão: Cel Av Paulo César Andari, Ten Cel Av Cláudio José Lopez David, Ten Cel Av Aloisio Secchin Santos, Ten Cel Av Emerson Mariani Braga.

Tiragem: 30.000 exemplares Estão autorizadas transcrições inte-grais ou parciais das matérias, desde que mencionada a fonte.

Comentários e sugestões de pauta sobre aviação militar devem ser enviados para: [email protected] dos Ministérios - Bloco “M” 7º andar CEP - 70045-900 / Brasília - DF

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Quando o Brasil foi escolhido como sede da Copa do Mundo de 2014,

ainda em 2007, a desconfiança foi grande. Naquela época, inegavelmente dúvidas pairavam sobre a capacidade do Brasil em bem receber o evento.

No últi mo mês, contudo, o trabalho dedi-cado, a capacidade de planejamento e a tec-nologia disponível fi zeram com que argumen-tos pessimistas se tornassem indelevelmente inválidos. Se a seleção brasileira de futebol não nos alegrou em seu resultado, o sucesso do controle de espaço aéreo é inegável.

Não vimos na TV as reportagens sobre atrasos e cancelamentos de voo, muito me-nos passageiros revoltados com bilhetes em mãos. Pelo contrário: acompanhamos com alegria notí cias que davam conta do sucesso alcançado nessa área. Onde se esperava caos, reinou a plena tranquilidade.

Mas tranquilidade não quer dizer falta de resultados. Na segunda-feira, após a fi nal disputada no Rio de Janeiro, a cidade registrou mais de duas vezes o movimento aéreo de Joanesburgo depois a final de 2010. Foram 1.731 movimentos aéreos nos três aeroportos cariocas, contra 807 na capital sul-africana. Foi o recorde de movi-mentos aéreos no Galeão, com 880 pousos e decolagens, o dobro da média do período

Gerir um espaço aéreo com esses números já é um desafio, mas a respon-sabilidade era maior. Caso tenham tido a curiosidade de olhar para o céu, torcedo-

res do mundo inteiro poderiam perceber a presença, sempre, de pelo menos um H-60 Black Hawk ou AH-2 Sabre durante a realização das partidas. Eles eram só uma parte do esquema de defesa aérea que também incluiu nossos F-5, A-29, E-99 e unidades de artilharia antiaérea, tudo sob comando operacional do COMDABRA, em Brasília. As áreas de exclusão aérea foram ativadas 64 vezes ao longo de 31 dias, e nas 12 sedes em todas as regiões do Brasil. E, conforme vimos, nosso espaço aéreo permaneceu plenamente seguro, sem registro de incidentes.

Esses resultados não são à toa. Fo-ram 8.165 militares e civis do Comando da Aeronáutica envolvidos diretamente na Copa do Mundo. Muitos deixaram de aproveitar esse torneio que foi sinônimo de alegria e de feriados para milhões de brasileiros. Enquanto um bilhão de pes-soas assistiam à final pela TV, homens e mulheres de azul trabalhavam por todos.

Fizemos mais que o controle do espaço aéreo. Defendemos o espaço aéreo, pro-tegemos estruturas estratégicas e recebe-mos delegações em nossas Bases Aéreas, que viram seus salões de embarque se tornarem ponto de passagem dos maio-res craques do mundo. Em Curiti ba, a FAB assumiu a liderança do Centro de Coor-denação de Defesa de Área e precisou ter uma visão transversal e integrada sobre as ações de segurança em uma cidade-sede.

Tenente-Brigadeiro do Ar Juniti SaitoComandante da Aeronáutica

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O trabalho da FAB na Copa

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PALAVRAS DO COMANDANTE

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CARTA AO LEITOR

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Esta edição do NOTAER apresenta o trabalho realizado pela Força Aérea Brasileira du-rante a Copa do Mundo. Você vai acompanhar como foi a ação dos militares no controle do tráfego aéreo, na defesa do espaço aéreo e no recepti vo de delegações e autoridades.

Você vai acompanhar o trabalho dos esquadrões, a atuação das Bases Aéreas, a ação dos militares nas Células de Operações Aérea nos Cen-tros de Coordenação de Defesa

de Área nas 12 cidades-sede do Mundial e, também, o tra-balho realizado na prevenção de acidentes aeronáuti cos.

Mais de oito mil militares e civis atuaram durante o evento e, apesar do aumento do tráfego aéreo, não houve nenhum acidente aeronáu-tico, o que configura o ex-celente nível de segurança operacional da nossa Força.

O tráfego aéreo foi tão intenso que no dia posterior à fi nal da Copa, o número de

movimentos aéreos no Rio de Janeiro foi mais que o dobro re-gistrado no mesmo período na cidade de Joanesburgo, onde ocorreu a fi nal de 2010.

A FAB atuou nos basti do-res dando todo o apoio para que a Copa do Mundo ocor-resse de forma tranquila e você confere agora nesta edição

como foi todo esse trabalho.Boa leitura!

Brig Ar Pedro Luís Farcic Chefe do CECOMSAER

Uma Copa de tranquilidade

PENSANDO EM SEGURANÇA DE VOO

Copa do Mundo: mais voos e zero acidenteO Centro de Investigação

e Prevenção de Aciden-tes Aeronáuticos (CENIPA) comemora o nível de segu-rança operacional verificado durante a Copa do Mundo 2014: `não houve acidente nem incidente aeronáutico nos aeroportos das doze cidades-sede brasileiras. Isso se explica pelo envolvimento e a integração da comuni-dade de aviação, a qual se empenhou em cumprir todas as normas estabelecidas, com o objetivo de realizar operações seguras.

Investi gadores do CENIPA estavam de prontidão nas localidades dos jogos para atuar caso ocorresse acidente ou incidente aeronáuti co en-volvendo aeronaves na pista dos aeroportos. Eles parti ram de Brasília com desti no a For-taleza, Natal, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba e, tam-bém, Campinas (SP), já que algumas seleções estrangeiras se hospedaram em cidades do interior paulista.

As cidades de Recife, Por-to Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus e Brasília fo-ram atendidas por investi ga-dores dos Serviços Regionais de Investi gação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA), organizações mili-tares vinculadas ao CENIPA, que estão baseadas nesses lo-cais. Cuiabá recebeu o apoio dos profi ssionais do Serviço Regional de Belém, já que na capital paraense não ocorre-ram jogos da Copa.

Cerca de 50 profi ssionais do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuti cos (SIPAER) se pre-pararam para chegar ao local do acidente em, no máximo, uma hora, e concluir os tra-balhos o mais rápido possível, liberando a aeronave para ser removida pelo operador. Essa mobilização visava reduzir transtornos e atrasos nos pousos e decolagens.

Caso o CENIPA não se mo-bilizasse com essa operação especial para a Copa do Mun-

do, os investi gadores teriam difi culdade em chegar com ra-pidez ao local de um eventual acidente ou incidente. Viajar para uma cidade mais distan-te da capital do país poderia demorar, em média, de 6 a 12 horas – incluindo preparati vos e disponibilidade de voos – tempo inadmissível para uma pista fi car interditada em dias de grande movimento.

A responsabilidade de re-ti rar a aeronave da pista é do operador, mas isso só ocorre depois que tenha recebido autorização do CENIPA, após o órgão concluir seu trabalho inicial de investi gação.

Quando aumenta o número de movimentos (pousos e deco-lagens) e o número de aerona-ves no ar, é de se esperar que o número de acidentes também

cresça, pelo fato de haver maior exposição ao risco. No entanto, as operações da Copa do Mun-do 2014 mostraram o contrário: é possível ter menos acidentes em períodos de maior movi-mento, desde que os atores da aviação trabalhem voltados para o mesmo foco: a seguran-ça operacional de voo. (Centro de Investi gação e Prevenção de Acidentes Aeronáuti cos)

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ESPAÇO AÉREO

Sistema de Controle do Espaço Aéreo coordena recordes de pousos e decolagens

“Parabéns Brasil!”. A frase é do jornalista escocês

Gary Meenaghan, postada no seu twitt er pessoal para come-morar o fato de ter embarcado em 29 voos durante 28 dias da Copa do Mundo e nenhum deles ter saído com atraso. Ele, muitos outros jornalistas e milhares de passageiros não esconderam a surpresa com o desempenho do setor aéreo no Brasil: durante a Copa, o índice de atrasos foi até menor que a média. Entre os dias 10 de junho e 10 de julho, o índice médio de atrasos em 21 aero-portos fi cou em 7,3%, contra 10% em maio.

A grande fi nal, contudo, foi o que chamou a atenção. No dia 14 de julho, a segunda--feira após o jogo decisivo entre Alemanha e Argenti na, a cidade do Rio de Janeiro ba-teu o recorde histórico com o registro de 1.731 movimentos aéreos nos seus três aeropor-tos. Para se ter uma ideia, em 2010, no dia seguinte à fi nal entre Holanda e Espanha, a cidade de Joanesburgo regis-trou 807 pousos e decolagens em seus aeroportos.

Só o Galeão teve 880 mo-vimentos, o dobro da média do período e uma nova marca para o aeroporto. Foram 442

voos de companhias aéreas, 89 charter (fretamentos), 321 de aviação geral (aeronaves par-ti culares e de táxi aéreo) e 28 militares, incluindo aeronaves das comiti vas dos Chefes de Estado. O recorde anterior do Galeão era de 715 aeronaves e foi registrado no encerramento dos Jogos Pan-Americanos.

O Santos Dumont regis-trou 518 movimentos aéreos e o aeroporto de Jacarepaguá fechou com 333 movimentos, 29% e 11% acima da média, respectivamente. Durante a realização do jogo entre Alema-nha e Argenti na, 312 aeronaves permaneceram nos páti os de

estacionamento no Galeão. O fl uxo aéreo passou a ser maior após às 22 horas, quando au-mentou o número de decola-gens. A parti r das 23 horas, a torre de controle autorizou até 52 parti das por hora, com o uso simultâneo das duas pistas.

O número poderia ser maior se o time de Felipão esti vesse na fi nal. A cada jogo do Brasil, novos recordes eram estabelecidos. “Em todos os jogos do Brasil a demanda era grande. Nas parti das do Brasil, a gente recebia demandas de até 100 voos a mais do que em jo-gos de outras seleções”, explica o Coronel Ary Bertolino, Chefe

do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA).

No dia 23 de junho, quando a seleção venceu Camarões em Brasília, a Capital Federal regis-trou 619 pousos e decolagens, um recorde local. Em 4 de julho, dia da parti da com a Colômbia, foram 362 movimentos em For-taleza, 69% a mais que a média. Em 8 de julho, na semifi nal Bra-sil e Alemanha, os aeroportos de Belo Horizonte registraram 767 movimentos aéreos, outra marca inédita. A outra semifi -nal, entre Argenti na e Holanda, registrou em São Paulo 1.564 movimentos, o segundo maior fl uxo durante a Copa.

Durante a fi nal, 312 aeronaves permaneceram nos pátios de estacionamento no Galeão

Pai e filho juntos no controle

O 1° Tenente Especialista em Controle de Tráfe-

go Aéreo Walter Guimarães, 47 anos, Chefe da Torre de Controle do Aeroporto do Ga-leão, e seu fi lho, o 3° Sargen-to Especialista em Controle de Tráfego Aéreo há quatro anos, Vinicius Guimarães, 22 anos, trabalharam juntos na coordenação do tráfego aéreo durante todos os sete jogos realizados no Maraca-nã. Enquanto o pai assumiu

a função de Supervisor da Equipe de Controladores, o fi lho atuou como Operador Radar da Área Vermelha, monitorando o tráfego aéreo nas áreas de exclusão. “Senti r o prazer de servir à Pátria ao lado de um fi lho é um privilégio histórico que poucos conquistaram. O or-gulho de vê-lo seguindo meus passos supera a emoção de levantar a tão cobiçada Taça FIFA”, ressalta o Ofi cial.

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ÁREAS DE EXCLUSÃO

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6 Agosto - 2014

Mais de um bilhão de pes-soas assistiram à final

da Copa do Mundo de 2014, de acordo com a FIFA. Mas o brasileiro Lucas de Oliveira, que gosta de futebol, não teve essa oportunidade. O fato é que Lu-cas é Tenente Aviador da Força Aérea Brasileira e, enquanto Alemanha e Argenti na dispu-tavam a parti da, ele estava a bordo de um helicóptero H-60 Black Hawk que, naquele mo-mento, parti cipava do esquema de defesa aérea montado para proteção do evento.

“Para mim, esse trabalho é um exemplo de dedicação. Em meio aos gols e comemo-rações, estamos garantindo a defesa e colaborando para que tudo aconteça da me-lhor maneira possível. Fico feliz por ter contribuído para tudo isso”, diz o Tenente Lu-cas de Oliveira. Pelo menos um H-60 permaneceu no ar, armado, desde antes do primeiro chute até depois da taça ser levantada pelo capitão da seleção alemã.

Mas, se em termos fute-bolísti cos, a fi nal foi o dia mais importante, para os militares da FAB os dias mais complexos da Copa do Mundo foram os jogos decisivos da fase de gru-pos, entre 23 e 26 de junho. Nessas datas, a realização de quatro jogos decisivos signifi -cou o maior teste na capaci-dade de fazer valer as áreas de exclusão aérea desde uma hora antes de cada parti da até três horas depois.

Foi um grande esforço. No dia 25 de junho, as áreas de exclusão estavam ati vadas de meio-dia até cinco horas da tarde em Salvador e em Porto Alegre, e de quatro da tarde até 20 horas em Manaus e Rio Janeiro. Na manhã seguinte, já era hora de defender Brasília, Recife, Curiti ba e São Paulo. No dia 24 de junho, havia sido a vez de Natal, Belo Horizonte, Cuiabá e Fortaleza.

Assistir às partidas tam-bém não era um costume para quem estava no Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro

(COMDABRA), que durante a Copa do Mundo pôs em opera-ção seu novo Centro Conjunto de Operações Aéreas (CCOA). “Atuamos em todos os jogos com janelas que variaram de acordo com a fase, de maior ou menor duração, coordenando os tráfegos dentro dessas áreas e, além dessa defesa aérea, nós executamos o transporte de materiais para a FAB, para o Exército e para a Marinha, de acordo com as necessidades dos Coordenadores de Defesa de Área”, explica o Brigadeiro Jefson Borges, Chefe do CCOA.

Cada jogo exigiu tudo: ca-ças, coordenação com o contro-le de tráfego aéreo, equipes de apoio em solo, apoio de comu-nicação e a constante gerência do COMDABRA. Incluindo as missões de apoio, no total fo-ram realizadas 2.480 horas de voo com 24 aviões A-29, dez F-5, três E-99, dois RQ-450, um RQ-900, um R-35, quatro C-130, dois C-99, cinco C-105, nove C-95, sete C-97, oito C-98 e um KC-130H.

Copa teve 64 ativações de áreas de exclusão aérea

Os aviões F-5 realizaram missões para apoiar a ativação das áreas

Em apenas um dia, quatro cidades diferentes tinham áreas ativadas

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Cerca de 150 profissionais atuaram no CCDA Curitiba

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ERÚnico Centro de Coorde-nação de Defesa de Área

(CCDA) comandado pela Força Aérea Brasileira, o CCDA – Curiti ba fi cou ati vo por quase um mês. A capital paranaense recebeu quatro jogos durante a primeira fase do mundial e abrigou a seleção espanhola no Centro de Treinamento do Atlé-ti co Paranaense: o CT do Caju.

Sediado nas dependên-cias do Segundo Centro In-tegrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDACTA II), o CCDA con-tou com o trabalho de cerca de 150 profissionais, entre militares das três Forças Armadas e representantes dos órgãos auxiliares, como a Guarda Municipal, Polícia Federal e Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).

A rotina do Centro incluía reuniões diárias com todos os envolvidos para saber o estado da cidade-sede, além de monitoramento do

A atuação das Células de Operação Aérea na Copa

espaço aéreo, varreduras em hotéis e no estádio, defesa de estruturas estratégicas, entre outras atividades. Já em dias de jogo, o trabalho

era ainda maior. De acordo com a Tenente Juliene Cris-tina Sampaio, integrante do Estado-Maior do CCDA, todo o efetivo ficava em prontidão

De Manaus a Porto Ale-gre, a Força Aérea esteve presente em todas as doze cidades-sede da Copa do Mundo, compondo as Cé-lulas de Operação Aérea (COAs) dentro dos Centros de Coordenação de Defesa de Área (CCDAs). Nelas, pelo menos sete militares trabalharam em cada COA durante o evento com o ob-jeti vo principal de promover a segurança aérea.

As COAs, subordinadas diretamente ao Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), monitoraram o espaço aéreo e coordenaram a

abertura e o encerramento das áreas de exclusão do es-paço aéreo nos dias de jogo.

De acordo com o Chefe da COA de Manaus, Coronel Aviador Fernando Baldini Benevides, a integração é o melhor termo para des-crever a atuação conjunta das COAs nos CCDAS. “Nós parti cipávamos diariamente de videoconferências com o COMDABRA e com as outras COAs espalhados pelo Brasil. Parti cipávamos também de vi-deoconferências com o Minis-tério da Defesa e das reuniões nos CCDAS para apresentar a situação geral na nossa cida-de-sede. A avaliação que eu

faço é positi va, pois foi uma integração total com todos os envolvidos”, afi rmou.

Em Cuiabá (MT), onde a zona de restrição aérea foi ativada quatro vezes e as aeronaves F-5 AM e A-29 Super Tucano ficaram em alerta aéreo durante todos os jogos, um telão presente no espaço de trabalho dos mili-tares da COA era o link com o aeroporto internacional da cidade. Por ele, foi possível ver quando as delegações do Japão, Colômbia, Coréia do Sul, Rússia, entre outras, de-sembarcaram na cidade-sede.

Para o Chefe da COA de Cuiabá, Major Sílvio Roberto

e a desmobilização só acon-tecia depois que as seleções voltavam para o seu centro de treinamento. “Ficávamos em estado de alerta, acom-

panhando tudo para atuar em caso de necessidade”, ressaltou.

Ainda segundo ela, o tra-balho do setor de inteligên-cia foi fundamental para que nada saíssse do controle. “A possibilidade de manifesta-ções e conseqüente descon-trole sempre nos preocupa-va, mas a Inteligência nos repassava as informações necessárias para, se preciso fosse, atuássemos de forma eficiente”, afirmou.

Para o Coronel de Infan-taria Marcelo Rosa Costa, adjunto do Estado-Maior do CCDA, o sucesso só foi possí-vel graças ao entrosamento entre todos os envolvidos na missão. “Nós participamos de uma operação interagên-cia, que contou com órgãos de todos os âmbitos: muni-cipais, estaduais e federais. Essa integração foi o que favoreceu para alcançarmos o êxito”, finalizou.

Assunção de Oliveira Filho, ajudar o trabalho das outras Forças e dos outros Órgãos foi um aprendizado. “Além de todo o trabalho relacionado ao espaço aéreo, nós ti vemos a função de assessorar o Co-ordenador de Área. Ficávamos de olho nas possibilidades de

greves e de manifestações. Felizmente, não houve pro-blema. A Copa do Mundo foi um grande aprendizado, pois nós pudemos entender um pouco mais dos outros órgãos e eles um pouco mais das Forças Armadas”, declarou o Ofi cial.

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A Força Aérea coordenou o esquema de segurança para a Copa do Mundo na cidade de Curitiba

CENTROS DE COORDENAÇÃO

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Bases Aéreas receberam Seleções e Chefes de Estado

O trabalho na BAFZ

A chanceler alemã Angela Merkel desembarcou nas Bases Aéreas do Galeão e de Salvador

RECEPÇÃO DE COMITIVAS

Mais de duas mil pes-soas, entre delegações de futebol e autoridades civis e militares, embarcaram e desembarcaram na Base Aérea de Fortaleza (BAFZ) durante a Copa do Mundo. Para realizar o receptivo e garantir a segurança foram mobilizados cerca de 500 militares da Unidade.

Um pelotão de segurança ficou responsável pelo poli-ciamento e trânsito das au-toridades e delegações. No total, dez seleções passaram pela Base: Alemanha, Brasil,

Colômbia, Costa do Marfim, Costa Rica, Gana, Grécia, Holanda, México e Uruguai.

Já as equipes de cerimo-nial receberam Chefes de Estado e autoridades como o Presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos; o Ministro da Justi ça, José Eduardo Cardo-zo; e o Presidente da FIFA, Joseph Blatter. O receptivo contou com as honras milita-res previstas para a ocasião, como toque de corneta e ala.

“O meu papel e de todo o grupo do Pronto Emprego foi essencial para preservar

a segurança das autoridades e delegações. O trabalho exigiu comprometimento e cumprimos com o nosso dever”, conta o Soldado Sa-muel Santi ago de Lima, do Pelotão de Pronto Emprego da Companhia de Polícia da Aeronáuti ca da BAFZ.

Além disso, a Base tam-bém apoiou os Esquadrões Escorpião (1º/3º GAV), Pacau (1º/4º GAV), Guardião (2º/6º GAV) e Harpia (7º/8º GAV) que esti veram desdobrados na cidade durante o Mundial para fazer a defesa aérea.

“Vivenciar esse momento é um orgulho. Aqui na

Base eu ti ve a oportunidade de parti cipar do esquema de se-gurança das melhores seleções do mundo e de importantes Chefes de Estado. Seria muito difí cil eu ter essa chance em outro lugar e isso me moti va ainda mais a conti nuar minha carreira militar”.

O depoimento do sol-dado Leonardo Gonçalves Ribeiro Dias i lustra uma cena comum nas Bases Aé-reas durante toda a Copa do Mundo. Ele participou do receptivo de autoridades e apoio às delegações de fute-bol, uma das atividades dos mais de oito mil militares da FAB envolvidos diretamente com o mundial.

Ao to do, for am 279 ações de receptivo que in-cluíram chegadas e partidas, procedimentos de alfânde-ga, liberação e embarque em comboio e inspeção de bagagem. Com o apoio da FAB, o tempo médio de per-manência no aeroporto foi

de 30 minutos – já contados os desem-barques internacio-nais – sem qualquer registro de incidente durante o processo.

Além das dele-gações, 21 Chefes de Estado passaram pe-las Bases Aéreas de todo o Brasil. Entre eles, a chanceler ale-mã Ângela Merkel, que desembarcou na Base Aérea do Galeão (BAGL) para a final da Copa do Mundo, além do presidente da Rússia, Vladimir Puti n. Também passaram pelas unidades da FAB os presidentes da Áfri-ca do Sul, Namíbia, Catar e Colômbia.

Para receber as autoridades, um es-quema de segurança foi montado e contou com var-reduras, pontos estratégicos de vigilância, além de batedo-res para escolta dos comboios. A cada turno, o revezamento

das equipes garanti a que as ati vidades fossem realizadas conforme o planejamento.

“Dentro das Bases Aére-as nós tivemos excelentes

resultados. Foi com muito orgulho que nós, das Ba-ses, pudemos representar a nossa Força Aérea e apre-sentar para toda a popula-

ção brasileira o padrão de qualidade da FAB”, ressaltou o Comandante da BAGL, Co-ronel Aviador Flávio Luiz de Oliveira Pinto.

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Copa 2014 traz benefícios para a Força Aérea

ENTREVISTA

NOTAER – Os investi men-tos realizados para a Copa do Mundo comprometeram o orçamento da Aeronáuti ca?

Brigadeiro Heraldo - O investi mento, na casa dos 260 milhões, veio diretamente do Governo Federal e foram valores extras para serem aplicados diretamente nas atividades relacionadas à Copa do Mundo e sem afetar nosso orçamento. Não houve envolvimento de recurso do Comando da Aeronáuti ca. Os recursos foram adicionais.

NOTAER – Quais setores da FAB receberam investi mento?

Brigadeiro Heraldo – A prioridade de investimento foi os meios aéreos. Precisá-vamos adequar os meios para poder cumprir bem a missão.

Por isso a modernização do E-99 foi planejada com vários anos de antecedência, com o objeti vo de atender a demanda operacional que surgiria com o Mundial e fortalecer a defesa aérea nacional como um todo. Para completar, investi mos na infraestrutura e ampliação das Bases Aéreas, que teriam um papel fundamental na recepção das comiti vas e no apoio às ae-ronaves de defesa aérea.

NOTAER – Além da mo-dernização dos meios aéreos, algum outro valor foi investi do na defesa?

Brigadeiro Heraldo – O Centro Conjunto de Operações Aéreas recebido pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasilei-ro (COMDABRA), referência no setor, foi todo construído com

recursos da Copa do Mundo. Para a FAB e para a defesa do espaço aéreo brasileiro, o investimento em um órgão permanente e tão vital como o COMDABRA foi um dos prin-cipais ganhos. Além dos inves-timentos, o valor fornecido foi uti lizado ainda para custos diversos. Parte desse valor foi direcionado para deslocamento de militares, entre eles o efeti vo da artilharia antiaérea, que, como as aeronaves, precisava ser posicionada em pontos estratégicos para aumentar o nível de segurança durante o evento. Os demais gastos estão relacionados à alimentação, combustível de aviação, ma-nutenção de aeronaves e aqui-sição de material de consumo.

NOTAER – O Controle do Tráfego recebeu alguma aten-ção especial?

Brigadeiro Heraldo – O investimento no Controle do Tráfego aconteceu espe-cialmente na preparação de controladores, um trabalho que começou dois anos antes

da Copa. Estava claro desde o início dos planejamentos que precisávamos prover não só a defesa, mas também ampliar nossa capacidade de controle. Sem contar que ainda prepa-ramos todos os centros do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) para re-ceber essa nova demanda. No geral, recebemos os recursos na hora apropriada, consegui-mos aplicar adequadamente e ati ngimos todos os objeti vos para os quais os recursos foram mandados. Não tem nada no meio do caminho pra ser construído, tudo que ti nha que ser feito, foi feito. Todo apoio que ti nha que ser prestado, foi bem prestado. As Bases estavam prontas, os pátios estavam prontos, o COMDABRA estava pronto e operando, o DECEA estava atuando plenamente e a de-fesa aérea estava com seus aviões disponíveis em todos os seus pontos de defesa. Re-sumidamente, planejamento adequado, execução coorde-

nada e emprego efi ciente dos meios que foram colocados a nossa disposição, essa foi a receita para cumprir plena-mente a missão sem nenhum ti po de problema.

NOTAER – Quais os maio-res benefí cios desses investi -mentos para a Força Aérea?

Brigadeiro Heraldo – Sem dúvida há um grande legado para a FAB. Todos os benefí cios provenientes dos recursos da Copa serão perpetuados para a Força Aérea durante os pró-ximos anos, parti cularmente durante as operações. A mo-dernização da aeronave E-99, as reformas e construções que foram feitas nas Bases Aéreas, os equipamentos adquiridos para apoiar o deslocamento, a preparação de pessoal e a ex-periência que adquirimos com o intenso volume de tráfego, além do aperfeiçoamento da defesa de pontos sensíveis dentro do país. O Mundial nos deu a oportunidade de aperfeiçoar nossa capacidade de defesa aérea.

Atuando principalmente em dois eixos de ação fun-damentais para a segurança do Mundial - a Defesa

Aeroespacial e o Controle do Espaço Aéreo - a Força Aérea Brasileira planejou, coordenou e empregou os recursos provenientes do Governo Federal, cerca de R$ 260 milhões, de forma hábil e efi ciente e em setores que se perpetuarão após a Copa e trarão benefí cios futuros para a Aeronáuti ca e para os brasileiros. Sobre os investi mentos e o legado do Mundial para a FAB, o NOTAER falou com o Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues, Subsecretário de Administração Financeira.

Segundo o Brigadeiro Heraldo, a Copa deu à FAB a oportunidade de aperfeiçoar a capacidade de defesa

O E-99 foi modernizado com recursos da Copa do Mundo

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ESQUADRÕES

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: 5º /

8º G

Av

12 Agosto - 2014

A Força Aérea contou com a parti cipação de dois es-

quadrões de helicópteros Black Hawk na defesa do espaço aé-reo das cidades-sede da Copa do Mundo: o Esquadrão Pan-tera (5° / 8° GAv), com sede em Santa Maria (RS), e o Esquadrão Harpia (7° / 8° GAv), sediado em Manaus (AM). Eles sobrevoa-

ram os estádios durante todo o período da Copa para garanti r que nenhuma aeronave ultra-passasse as aéreas de exclusão do tráfego aéreo.

O Esquadrão Pantera uti -lizou cinco helicópteros H-60L Black Hawk da Unidade durante os dias dos jogos nas cidades--sede de Porto Alegre (RS), Curi-

ti ba (PR), São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ). Já o Esquadrão Harpia atuou em Fortaleza (CE), Natal (RN), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) com a parti cipação de 30 militares. Eles também empregaram cin-co helicópteros.

Sob controle operacio-nal do Comando de Defe-

sa Aeroespacial Brasileiro (COMDABRA), mais de 40 militares cumpriram os cha-mados “alertas de Defesa Aérea”. Em média, decolavam uma hora antes das parti das e permaneciam em vôo durante toda sua duração e só eram desengajados após determi-nação do COMDABRA.

Esse esquema foi neces-sário para assegurar que as Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo fossem to-madas, caso uma aeronave não identificada ou em rota suspeita entrasse em uma das áreas delimitadas como “sensíveis” (sobrejacentes aos estádios). O objetivo era averiguar a procedência e as intenções do tráfego interceptado.

Os Helicópteros H-60L Black Hawk são capazes de manter-se em sobrevôo por aproximadamente quatro horas, com mais de dois mil cartuchos de munição a bor-do. O armamento empregado é a M-134 Minigun, capaz de disparar três mil ti ros por minuto. Todos os pilotos e tripulantes são treinados nos mais diversos cenários de vôo, sendo o vôo noturno com uso de Óculos de Visão Noturna (NVG) considerado o mais técnico, devido à sua comple-xidade de operação. Esse é um ganho operacional grande, pois permite a visualização de alvos e obstáculos mesmo em ambiente noturno.

Helicópteros Black Hawk garantem a segurança

Os esquadrões Pantera e Harpia atuaram nas cidades-sede da Copa do Mundo

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REGISTROS

13Agosto - 2014

1) Militares participam da Célula de Operações Aéreas no Centro de Coordenação de Defesa de Área em Recife

2) Cães farejadores participam de inspeção na Base Aérea de Manaus

3) Soldados fazem a segurança durante a chegada de delegações em Porto Alegre

4) Esquadrão Pelicano (2º / 10º GAv) em missão na cidade-sede de Curitiba

5) Militares participam dos esquema de segurança da chegada da delegação da Seleção Brasileira em Belo Horizonte

Imagens da Copa do Mundo

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A integração reuniu 17 entidades do setor aéreo durante todos os dias da copa do mundo

A Sala Master já havia funcionado em outros eventos, como a Rio+20 e a Copa das Confederações

INTEGRAÇÃO

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14 Agosto - 2014

O Departamento de Con-trole do Espaço Aéreo

(DECEA) e o Comando de Defesa Aeroespacial Brasi-leiro (COMDABRA) mobili-zaram 7.723 militares para atuarem durante a Copa do Mundo. Espalhados pelos quatro Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (CINDAC-TA) e 70 Destacamentos, os militares atuaram intensa-mente durante toda a Copa do Mundo.

O que se destacou no trabalho também foi a in-tegração do Comando da Aeronáutica com outros ór-gãos. No Centro de Gerencia-mento da Navegação Aérea, no Rio de Janeiro, uma Sala Master foi criada para reunir 17 entidades do setor aéreo durante as 24 horas de todos os dias de realização da Copa do Mundo.

O Tenente-Coronel Emer-son Eduardo, Chefe da Divi-são de Operações do SRPV

São Paulo, explica que esse modelo agilizou o processo de decisão e deve ser manti-do para os próximos eventos. “O resultado foi bastante significativo, principalmen-te para os usuários. No que diz respeito às atuações, ao tempo de resposta, nada melhor do que reunir dentro de uma sala, trabalhando de forma uníssona, diversos órgãos do Governo Federal com um propósito, um obje-tivo único por praticamente 24 horas disponíveis. Esse foi um exemplo de sucesso que deve ser mantido para os próximos eventos que o Bra-sil venha a sediar”, ressaltou.

Até 28 profissionais atu-avam ao mesmo tempo para concentrar ali informações que permitissem decisões de maneira ágil e rápida. Parti-ciparam órgãos do Comando da Aeronáutica, Secretaria de Aviação Civil (SAC), Agên-cia Nacional de Aviação Civil (ANAC), representantes das

empresas aéreas, Agência Nacional de Vigilância Sa-nitária (ANVISA), Comitê Organizador Local (COL), Empresa Brasileira de In-

fraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), representantes dos concessionários privados de aeroportos, Polícia Fede-ral, Receita Federal, Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (VIGIAGRO), Petrobras, Ministério de Re-lações Exteriores e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), além da IATA (In-ternational Air Transport Association) – represen-tando 49 empresas aéreas internacionais.

“A experiência foi muito positiva. Com essa integra-ção e em função do compar-tilhamento de informações ampliamos o leque da nossa atuação e a eficiência da fiscalização”, completa Mar-cos de Sá, representante da VIGIAGRO.

A Sala Master já havia funcionado em outros even-

tos, como a Rio+20, a Copa das Confederações e a Jor-nada Mundial da Juventude. O número de organizações envolvidas, contudo, aumen-tou. Em 2012, eram apenas oito delas, vinte a menos que durante a Copa. O modelo também deve ser usado du-rante as Olimpíadas de 2016.

“Aqui a gente aprende a se comunicar com os outros elos, você entende que a Força Aérea desempenha um papel na ponta, mas existem outros órgãos, como a ANAC, SAC, Polícia Federal, e todo mundo tem que funcionar conjuntamente pra que o evento tenha sucesso. A inte-ração de hoje vem de vários eventos anteriores. Agora já somos um grupo coeso. Foi o desenvolvimento de um trabalho que vai prosseguir para os próximos eventos”, conclui a Sargento Carolina.

Trabalho de integração permite decisões rápidas

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AGRADECIMENTO

15Agosto - 2014

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