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UNIVERSIDADE DE SO PAULO FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

ESPECIFICAO DE ESQUADRIAS PARA EDIFCOS RESIDENCIAIS Notas de aula

Claudia Oliveira Claudia Bastos do Nascimento Tarsila Miyazato

So Paulo, outubro 2010.

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1 ESQUADRIAS: JANELAS E PORTAS

1.1 Elementos da Esquadria e Detalhes Construtivos 1.1.1 Verga e contraverga 1.2 Materiais da Esquadria 1.3 Tipologia das esquadrias 1.4 Normatizao 2 REQUISITOS E CRITRIOS DE DESEMPENHO DAS ESQUADRIAS 2.1 Qualificao das esquadrias 2.1.1 Classes de Utilizao 2.1.2 Permeabilidade ao ar 2.1.3 Estanqueidade ao vento 2.1.4 Estanqueidade gua 2.1.5 Resistncia operaes de uso e de manuseio 2.1.6 Atenuao Sonora 2.1.7 Segurana Estrutural 2.1.8 Ventilao e Iluminao 2.1.9 Durabilidade 3 ESPECIFICAO DAS ESQUADRIAS 3.1 Especificao de projeto 3.2 Etapas2

3.2.1 Pr-dimensionamento do vo 3.2.2 Especificao da Tipologia 3.2.3 Seleo de Produtos 3.2.4 Seleo e especificao de vidros 3.2.5 Acessrios 3.2.6 Instalao 3.2.6.1 Fixao 3.2.6.2 Juntas 3.2.6.3 Controle de qualidade da instalao 3.2.7 Manuteno 4 QUALIFICAO DO SETOR DA CONSTRUO CIVIL 5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

ANEXO 1 ESQUADRIA DE ALUMNIO A.1 Fabricao e Compra A.2 Tratamento de superfcie A.2.1 Anodizao A.2.2 Pintura

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1 ESQUADRIAS: JANELAS E PORTASSegundo a norma tcnica NBR 10821:2001, Caixilho para edificao: Janela (ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS1, 2001), pode-se definir janela como: Caixilho, geralmente envidraado, destinado a preencher um vo, em fachadas ou no. Entre outras, sua finalidade permitir a iluminao e/ou ventilao de um recinto para o outro. (ABNT, 2001, p. 1). Portanto a janela , como qualquer componente de fachada, um filtro das condies externas para as internas, como gua, vento, ar, luz, insetos e outros, mas diferentemente dos outros componentes tem ainda a possibilidade de ser opervel e ter um certo grau de transparncia luz natural. A janela tem vrias funes no quantificveis, porm extremamente importantes, tais como: partido arquitetnico, visualizao externa, privacidade, entre outros. No entanto, para considerar o seu comportamento satisfatrio, importante que ela atenda s exigncias da qualidade, que podem ser classificadas em: Exigncias de segurana: que envolvem a segurana estrutural, segurana contra incndio e segurana ao uso; Exigncias de habitabilidade: que envolvem a estanqueidade, a iluminao, o conforto trmico, o conforto acstico, o aspecto e manobras; Exigncias de durabilidade e manutenabilidade: que dizem respeito conservao das propriedades ao longo da sua vida til, e aos aspectos de manuteno e reparos. Os requisitos de desempenho a serem verificados segundo a Associao Brasileira de Normas Tcnicas (A, item 2, so: permeabilidade ao ar, estanqueidade gua, resistncia carga de vento; resistncia a operaes de abertura e fechamento. Cabe ressaltar que, as portas so, geralmente, componentes que fazem a ligao do entre ambientes; e devem ser definidas em projeto. Deve-se, portanto, considerar o detalhamento do programa de uso do edifcio de como ser a comunicao entre os ambientes que as portas interligam, para definir o sistema que ser adotado, o sentido de abertura e para identificar a que aes esses componentes devem estaro submetidas e quais as suas funes (vedao, proteo patrimonial, resistncia contra o vento). Deve-se identificar os requisitos de desempenho (isolamento termoacstico, resistncia ao impacto,1

ASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS - ABNT

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resistncia mecnica), antes de especificar o material adequado ao uso e o sistema de fixao considerando a compatibilizao de sistemas construtivos. Em alguns casos as portas, assim como as janelas, contribuem para a iluminao e a ventilao dos ambientes construdos, para garantir as condies de salubridade no interior do edifcio, alm de permitirem a visualizao do exterior. Em casos especficos, esses vos funcionaro como rotas de fuga e proteno contra fogo na ocorrncia de incndio, sendo requisitos relevantes no que se refere s portas: proteo contra fogo ou impacto de exploses, em casos mais extremos. Aspectos complementares que devem ser considerados no projeto so as ferragens tais como maanetas, travas, dobradias, trincos, bem como a necessidade de contratao de mo de obra especializada.

1.1 Elementos da Esquadria e Detalhes Construtivos 1.1.1 Verga e contravergaAs vergas e contravergas so elementos estruturais presentes nos vos destinados para portas e janelas. Estes elementos tm a finalidade de permitir a transmisso e distribuio de esforos nos trechos adjacentes aos vos. Nas alvenarias estruturais so executadas utilizando-se blocos tipo canaletas que so preenchidos com concreto armado. Em se tratando de alvenarias de vedao, so pertinentes as seguintes recomendaes de MITIDIERI FILHO (2000): Para vos pequenos, de at 1 m, as vergas e contravergas podem ser constitudas de duas barras de ao (dimetro 6 mm), embutidas na argamassa de assentamento dos blocos (fiadas posicionadas no contorno das aberturas). A argamassa deve ser de cimento e areia, e as barras devem ultrapassar os vos em, pelo menos, 30 cm; Para vos pequenos, tambm de at 1 m, as vergas e contravergas em concreto armado devem possuir armadura mnima de duas barras (dimetro 6 mm), ultrapassando o vo em, pelo menos, 20 cm. Recomenda-se como referncia concreto com trao, em volume, 1 : 2, 5 : 5 (cimento : areia : brita); Para vos superiores a 1,50 m, as vergas e contravergas devero ser dimensionadas como vigas, ultrapassando o vo em, pelo menos, 1/5 da sua dimenso livre; Quando numa mesma parede existirem diversos vos sucessivos, a verga e a contraverga devero ser contnuas, abrangendo todo comprimento da parede; 5

Nos casos mais comuns de portas e janelas de habitaes, com vos inferiores a 1,50 m, a altura da verga pode ser estabelecida em funo da modulao vertical definida para a alvenaria; dependendo da situao, podero ser empregados blocos tipo canaleta. A falta de verga e contra-verga resulta no aparecimento de fissuras inclinadas

iniciando nos cantos inferiores da janela, em funo da sobrecarga no trecho da abertura, conforme illustrado na Figura 1.

Distribuio dos sforos sobre o voV o de ja nela

Trinca causada pela falta de contraverga45o

Figura 1: Representao esquemtica da alvenaria, indicando a sobrecarga aplicada no vo de janela e o tipo de trincas caractersticos desse esforo. Fonte: A partir de Zulian, 2002, p.10.

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A Figura 2 apresenta a proposta de pr-dimensionamento de verga e contraverga apresentada por Zulian (2002), que atende as recomendaes de Mitidieri Filho (2000).1,0 a 2,0 mA B

0,30

0,30

V o de ja nela

Figura 2: Representao esquemtica da alvenaria, com proposta de pr-dimensionamento de verga e contraverga. Fonte: Zulian, 2002, p. 11.

1.1.2 PingadeiraA pingadeira a reentrncia na face inferior do peitoril (Figura 3) que intercepta a lmina de gua, afastando-a da fachada e evitando o seu escoamento diretamente nas superfcies verticais. A umidade na fachada resulta em problemas freqentes, tais como infiltrao, manchas, movimentaes higroscpicas e fissurao (Figura 4), formao de colnias de microorganismos. Todos esses problemas comprometem o desempenho da esquadria e da fachada reduzindo a vida til dos materiais e componentes. Para a soluo do problema existem vrios recursos, frisos e ressaltos, que tambm compem a esttica da fachada.

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Figura 3: Pingadeira assinalada pela seta. Fonte: Revista Tchne, ed. 137, 2008.

Figura 4: Acmulo de gua em canto de janela provocada por fissuras higroscpicas, ou seja, decorrentes da presena de umidade excessivo na regio, com manchas provavelmente pela presena de microoganismos. Fonte: Revista Tchne, ed.137, 2008.

1.2 Materiais da EsquadriaOs materias comumente utilizados para a fabricao de esquadrias no Brasil so: ao (45%), madeira (36%), alumnio (15%), poli (cloreto de vinila) - PVC2 (1%) e outros (6%) (ASSOCIAO BRASILEIRA DO ALUMNIO, s.d.). At a dcada de 1950 somente esquadrias em madeira ou ao eram fabricadas no Brasil; geralmente, confeccionadas artesanalmente e sob medida por serralherias e marcenarias. As esquadrias de ao, produzidas a partir de chapas dobradas, foram bastante difundidas no segmento de habitao populares. Na Europa 41% do mercado das esquadrias tomado pelo PVC, frente da madeira e do alumnio. (NAKAMURA, 2006). 82

As esquadrias de ao requerem proteo com pinturas anti-corrosivas e cuidados especiais nas regies de solda e corte, em funo da grande tendncia a desencadear o processo corrosivo. Os aos aclimveis ou patinveis: so aqueles que tm pequenos teores de elementos de liga (Cr, Mn, Ni) que, em contato com as intempries, permitem a formao de uma camada protetora a ptina; e portanto, nesses casos, desnecessria a pintura da esquadria. A escolha dos perfis de ao para a fabricao da esquadria influenciar significativamente a resistncia mecnicas ao vento e ao impacto. As esquadrias de alumnio vem partilhando crescentemente o mercado desde o avano tecnlogico iniciado entre as dcadas de 1950 e 1960 com a construo de Braslia (CARDOSO, 2004), sobretudo por ser o Brasil um dos maiores produtores de alumnio primrio do mundo. Observa-se que a participao do alumnio para a fabricao de esquadrias ainda relativamente pequena, porm verifica-se a tendncia do aumento desse consumo, com grande potencial de expanso. A introduo das esquadrias de alumnio no mercado deram incio ao fornecimento de esquadrias industrializadas, padronizadas, aspecto que conduz a modulao. As esquadrias de alumnio tm sido frequentemente utilizadas em edifcios de mdio e alto padro. A sua utilizao em empreendimentos econmicos ainda incipiente, porm vem ganhando especial ateno. Nas fachadas cortinas predominam as esquadrias de alumnio. As esquadrias de PVC, poli (cloreto de vinila), encontram-se disponveis desde os anos 1980, no entanto, como apresentavam problemas de durabilidade em funo da formulao do PVC utilizado tiveram pouca aceitao, o que reflete na sua disseminao at os dias de hoje. O uso de esquadrias de PVC tem ficado restrito ao eixo Sul-Sudeste, em funo do custo, predominantemente, em hotis, hospitais e residncias de alto padro. As esquadrias de PVC apresentaram como principais problemas: a baixa estabilidade de cor diante da exposio aos raios solares (amarelecimento) aspecto relevante no pas. A indstria buscou corrigi-lo pela adio de dixido de titnio na frmula do composto; a baixa resistncia ao vento aspecto relevante em edifcios com altura superior a 10m. Caracterstica modificada pelo reforo em ao galvanizado nos perfis principais, janelas e portas. A madeira ainda o material utilizado predominantemente para as portas. Dentre as madeiras nativas utilizadas em esquadrias tm-se: louro vermelho, curupixa, mogno, jatob, pau marfim, mogno, cerejeira, freij, cedro, ip, angelim vermelho, cedrinho, imbuia, tauari, angico preto, cabriva parda e vermelha, cavina, combaru, copaba, 9

favereiro, guarat, ip-pardo sucupira, vinhtico, jacarand da Bahia. Nos ltimos anos, questes quanto escassez de espcies de madeira nativas, o incentivo explorao racional e sustentvel, os custos de transporte e de licenas ambientais favoreceram o uso de pnus e o eucalipto para as esquadrias. No mercado podem ser encontradas portas de pinus ou eucalipto em: enchimento sarrafeado, semi-oco e macio, alm de quadros e requadros, montantes e travessas, revestimentos de perfis e capas. Os aspectos das esquadrias de madeira decorrem do tipo de acabamento, entre eles, encerado (cera de carnaba), envernizado (brilhante, semi-fosco e fosco) ou pintado (esmalte, epxi); sendo fundamental para as esquadrias de madeira a especificao das medidas de manuteno peridica e dos intervalos entre as intervenes.

1.3 Tipologia das esquadriasSo vrias as tipologias de esquadrias existentes. A Tabela 1 classifica as janelas, segundo a norma tcnica NBR 10820:1989 Caixilho para edificao: Janela; Terminologia. (ABNT, 1989); e a Tabela 2 as portas. As tabelas apresentam nomenclatura, descrio do funcionamento, caractersticas quanto ao movimento das folhas e outras, alm da representao grfica de cada tipologia para melhor compreenso de seu funcionamento. Complementarmente, a Tabela 1 apresenta-se na tabela uma anlise da eficincia de iluminao e de ventilao, indicando a porcentagem do vo til para ventilao diante do vo total da abertura; alm da classificao quanto ao direcionamento de fluxo de ar e do controle da entrada e sada de ar.

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Tabela 1: Tipologias de janelas segundo seu funcionamento, eficincia de iluminao e ventilao e representao grfica. Nomenclatura Funcionamento Eficincia ventilaoiluminao Representao

Janela folha fixa

de No possui Adequada para iluminao; movimento. No recomendado para ventilao.

Janela de abrir ou pivotante com dobradias

Movimentao por meio da rotao em torno de eixos verticais fixos, que coincidem com as laterais da folha.

Janela projetante de tombar

Movimentao e por meio da rotao em torno de um eixo horizontal fixo, localizado na extremidade superior (janela projetante) ou inferior (janela de tombar).

rea til de ventilao de at 100% da rea total da janela; Sem direcionamento do fluxo de ar, nem controle da rea de entrada e sada de ar. rea til para ventilao depende do ngulo de abertura da janela; Menor eficincia de ventilao para ngulos pequenos, at 30 , principalmente, quando o vento incide perpendicularmente; A de tombar mostrase eficiente na sada de ar quente e a projetante na entrada de ar fresco; Sem direcionamento do fluxo de ar, sempre se direciona o ar para uma direo.

11Continua na prxima pgina.

Continuao da Tabela 1.

Nomenclatura Funcionamento

Eficincia ventilaoiluminao rea til de ventilao de at 100% da rea total da janela; Direcionamento do fluxo e controle da rea de entrada e sada do ar.

Representao

Janela pivotante

Movimentao por meio da rotao em torno de um eixo vertical que no coincide com as laterais das folhas. Movimentao por meio da de rotao horizontal, centrado ou excntrico que no coincide com a extremidade superior ou inferior da janela. de Movimentao por meio do deslizamento horizontal, no plano da janela.

Janela basculante

rea til de ventilao de at 100% da rea total da janela; Direcionamento do fluxo e controle da rea de entrada e sada do ar. Com vantagem de possibilitar a separao dos fluxos de ar quente e frio.

Janela correr

rea til de ventilao de at 50% da rea total da janela; Em casos que h embutimento das folhas na parede a rea til de ventilao sobe para at 100% da rea total da janela; Sem direcionamento do fluxo e possibilidade de controle da rea de entrada e sada de ar; Permite ventilao permanente no perodo noturno (com as venezianas perfuradas).

12Continua na prxima pgina.

Continuao da Tabela 1.

Nomenclatura Funcionamento

Eficincia ventilaoiluminao rea til de ventilao de at 50% da rea total da janela; Sem direcionamento do fluxo e possibilidade de controle da rea de entrada e sada de ar, atravs de contrapesos. rea til para ventilao depende do ngulo de abertura da janela; Maior direcionamento do fluxo e de controle da rea de entrada e sada de ar. rea til de ventilao de at 100% da rea total da janela; Sem direcionamento do fluxo e possibilidade de controle da rea de entrada e sada de ar.

Representao

Janela guilhotina

Movimentao por meio do deslizamento vertical, no plano da janela.

Janela Movimentao projetante em torno de um deslizante eixo horizontal, (maxim air) com translao simultnea do eixo na vertical.

Janela sanfona (camaro)

Movimentao por meio do dobramento das folhas umas sobre as outras por deslizamento horizontal ou vertical de seus eixos de rotao.

Janela Movimentao reversvel ou conjugada do oscilobatente tipo de tombar e pivotante com dobradia

Combina as caractersticas das tipologias de tombar e pivotante com dobradias

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Tabela 2: Tipologias de portas segundo seu funcionamento, caractersticas e representao grfica.

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1.4 NormatizaoA norma tcnica NBR 15.575 Desempenho de edifcios habitacionais de at 5 pavimentos (ABNT, 2008a), que foi publicada em maio de 2008 e tornou-se obrigatria em maio de 2010, vem como meio de resguardar os direitos dos usurios e de definir responsabilidades dos profissionais envolvidos na cadeira produtiva dos edifcios. Com a vigncia da norma os consumidores finais dos imveis tm um instrumento legal para exigir que os sistemas que compem os edifcios, como as instalaes hidrossanitrias, pisos, estruturas, coberturas e fachadas que incluem esquadrias, atendam, obrigatoriamente, a requisitos mnimos de desempenho ao longo de uma determinada vida til. Com isso, ressalta-se a importncia do conhecimento e aplicao da norma brasileira de desempenho, como meio de reduzir o impacto das no conformidades3 associadas aos produtos e servios da construo civil. A norma tcnica NBR 10821 Caixilho para edificao: Janela (ABNT, 2001), em vigor, fixa as condies exigveis de desempenho de caixilhos para edificaes para uso residencial e comercial. Ainda conforme essa norma tcnica, os fabricantes de esquadrias devem informar a presso mxima da carga de vento; as classes de utilizao, de estanqueidade gua e permeabilidade ao ar de suas esquadrias, conforme o exemplo: M IV 1500/150 no climatizada Onde: M classe de utilizao melhorada; IV regio do pas; 1.500/150 presses de ensaio, vento/gua, em Pa; no climatizada condio de permeabilidade ao ar. A norma tcnica NBR 8542 Desempenho de Portas de Madeira de Edificaes Procedimento (ABNT, 1986) encontra-se em vigor. Essa norma especifica condies exigveis para portas de madeira destinadas ao uso interno e externo em edificaes residenciais e comerciais, tais como: medidas padres e condies de recebimento para marcos das portas, tolerncias dimensionais, desvios de forma para folhas de portas, defleo lateral sob ao de um esforo torsor, defleo vertical sob ao de um carregamento coplanar folha,3

O no atendimeto a requisito especificado contido em documentos normativos e legais. Neste contexto tambm endente-se por no conformidades os problemas, falhas e conflitos detectados no processo de desenvolvimento do produtos, especificao, fabricao, e instalao de esquadrias de alumnio.

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resistncia a impactos e a choques de abalo, resistncia ao fechamento brusco ou com a presena de obstruo, comportamento sob ao de gua ou sob ao do calor. Constam tambm dessa norma tcnica as condies e procedimentos de amostragem. A norma tcnica NBR 8052 Porta de madeira de edificao - Dimenses (ABNT, 1986) padroniza as dimenses nominais do vo modular e dos compontentes das portas (folhas, batentes, junta, verga) destinadas a utilizao interna e externa de edificaes em geral. Segundo a norma, a altura da folha da porta deve ter 2010mm ou 2100mm; largura 620, 720, 820 e 920mm; e 35 a 45mm para espessura da folha. Os padres atualmente adotados pelo mercado so 2100mm, para altura. O mercado de So Paulo adota medidas de largura divergentes das normalizadas 600, 700, 800 e 900 mm [MIRANDA; MITIDIERI FILHO (2006)]. Segundo Miranda; Mitidieri Filho (2006), pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo, o conjunto dessas normas no deixa a desejar aos seus pares internacionais mais recentes; as normas brasileiras especificam a resistncia ao esforo torsor, as alteraes aceitveis para portas internas e de entrada, resistentes

umidade, e para portas externas quando submetidas ao ensaio de ao de gua; e a ciclos que simulam a variao higrotrmica. A NBR 7199/NB 226 Projeto, execuo e aplicaes de vidros na construo civil Procedimento (ABNT, 1989) fixa as condies que devem ser obedecidas no projeto de envidraamento em construo civil. A NBR 6507 Smbolos de identificao das faces e sentido de fechamento de porta e janela de edificao (ABNT, 1983) estabelece os smbolos grficos para identificao em portas e janelas. Os smbolos s indicados conforme o sentido de rotao, face de abertura e face de fechamento. A representao completa de uma porta ou janela feita relacionandose: o compartimento ou local a isolar; o tipo de esquadria (porta e janela); o conjunto de smbolos que definem o sentido de abertura e face. A NBR 6492:1994 Representao de projetos de arquitetura (ABNT, 1994) fixa as condies exigveis para representao grfica de projetos de arquitetura, visando sua boa compreenso. So normas tcnicas complementares: A NBR 10831 Projeto e utilizao de caixilhos para edificaes de uso residencial e comercial - Janelas - Procedimento (ABNT,1989) fixa as condies exigveis para projeto e utilizao de caixilhos - janelas - para edificaes de usos residencial e comercial. Para as 16

caractersticas de estanqueidade ao ar, estanqueidade gua, resistncia a cargas uniformemente distribudas, resistncia operao de manuseio e comportamento acstico remete a EB-1968. A NBR 13756 Esquadrias de alumnio - Guarnio elastomrica em EPDM para vedao Especificao (ABNT, 1996) fixa as condies mnimas exigveis para composto e guarnio elastomrica em EPDM para vedao de esquadrias de alumnio para usos interno e externo. A norma tcnica ABNT/EB 920 Porta corta-fogo para sada de emergncia - Especificao (ABNT, 1992) fixa as condies exigveis de construo, instalao e funcionamento de porta corta-fogo para sada de emergncia. A NBR 15281 Porta corta-fogo para entrada de unidades autnomas e de

compartilhamentos especficos de edificaes (ABNT, 2005) fixa os requisitos exigveis para construo, instalao, funcionamento, desempenho e manuteno de portas cortafogo com dobradia de eixo vertical, para entrada de unidades autnomas e de compartimentos especficos de edificaes. A NBR 13768 Acessrios detinados porta corta-fogo para sada de emergncia Requisitos (ABNT,1997) estabelece as condies exigveis na fabricao, segurana e funcionamento de acessrios destinados a portas corta-fogo para sada de emergncia.

2 REQUISITOS E CRITRIOS DE DESEMPENHO DAS ESQUADRIASConforme j mencionado, a norma tcnica NBR 15.575: 2008b abrange as esquadrias e, portanto, define requisitos mnimos de desempenho ao longo de uma determinada vida til (item 2.9). Ento, importante que a especificao feita pelo arquiteto, mesmo quando contratados os servios de um consultor, esteja de acordo com os requisitos bsicos de desempenho. A norma tcnica NBR 10821 (ABNT, 2001) relacionou como os principais requisitos de desempenho: 17 Estanqueidade gua; Estanqueidade ao vento; Estanqueidade a insetos e poeiras; Atenuao sonora; Iluminao; Ventilao; Resistncia s operaes de uso e de manuseio;

Manuteno; Durabilidade; Economia.

Esses requisitos so essenciais para a definio do perfil de desempenho requerido na seleo de uma janela.

2.1 Qualificao das esquadriasO Programa Setorial de Qualidade das Esquadrias de Alumnio apresenta um modelo de etiqueta das esquadrias, apresentando os requisitos de desempenho da NBR 10821:2001 (Figura 5).

Figura 5: Modelo de etiqueta para identificao da classificao e do desempenho das esquadrias. Fonte: AFEAL, 2010, anexo B.

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Cabe ressaltar que, os fabricantes de esquadrias devem submeter seus produtos a ensaios laboratoriais para se certificar de que so compatveis aos esforos a que estaro submetidos. Os produtos so considerados adequados quando no tm problemas de funcionamento ou de estanqueidade, nem sofrem deformaes instantneas ou residuais excessivas quando submetidos condio de ensaio laboratorial padronizada. Um dos fatores mais importante a determinao da carga de vento. Em edifcios com altura superior a 10m as cargas de vento podem ser calculadas , conforme mostra o item 2.1.3, ou seja, considerada a altura de instalao da esquadria, localizao (cidade, regio do pas e posicionamento geogrfico) e a adoo de um coeficiente aerodinmico.

2.1.1 Classes de UtilizaoA classificao de utilizao corresponde s caractersticas do edifcio quanto ao uso em funo da quantidade de pavimentos. Existem 4 classes de edifcios: Normal (N): edifcios de carter residencial ou comercial simples de at dois pavimentos; Melhorada (M): edifcios de carter residencial ou comercial de at quatro pavimentos ou 12 m de altura; Reforada (R): edifcios de carter comercial pesado ou edifcios residenciais que possuam cinco ou mais pavimentos; Excepcional (E): edifcios de arquitetura especial (shoppings, indstrias, hospitais, etc.).

2.1.2 Permeabilidade ao arA permeabilidade ao ar de uma janela a verificao da facilidade com que ocorrem trocas de ar do edifcio com o ambiente externo. Seus parmetros dependem da localizao, do tipo de utilizao e da presso de ar que atua sobre a janela, que, por sua vez, causam deformaes e aberturas das juntas. A classificao (Tabela 3) leva em considerao se o ambiente

condicionado/climatizado; ou no climatizado. Um ambiente considerado condicionado ou climatizado, quando pertence a um edifcio com sistema de refrigerao ou de aquecimento 19

central, ou ainda, quando o sistema de refrigerao restrito ao ambiente onde a janela ser instalada.

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Tabela 3: Condies de permeabilidade ao ar. Fonte: NBR 10821, 2001. Classe de Exigncia de permeabilidade utilizao Condicionado Normal ou Resistncia trmica mnima de ou climatizado melhorada 0,15m2K/W. Vazo mxima de 5m3/h x m de juntas abertas, sob uma presso de 30 Pa Reforada ou Resistncia trmica mnima de excepcional 0,15m2K/W. Vazo mxima de 5m3/h x m de juntas abertas, sob uma presso de 50 Pa No Sul e Normal ou Velocidade do ar 0,5m/s, a uma condicionado ou Estado de melhorada distncia de 2 cm da janela, quando no climatizado So Paulo submetida a uma presso de 30MPa. Reforada ou Velocidade do ar 0,5m/s, a uma excepcional distncia de 2 cm da janela, quando submetida a uma presso de 50MPa. Demais Qualquer classe No h exigncia Estados Ambiente Regio do pas Todas

2.1.3 Estanqueidade ao ventoAs aes do vento so as principais cargas incidentes sobre as fachadas das edificaes e as esquadrias nelas contidas. Assim, o clculo da presso de vento, que a esquadria dever ser submetida durante o ensaio laboratorial para avaliao deste critrio, considera a velocidade dos ventos da regio de localizao da obra e a mxima altura da edificao. As espessuras mnimas dos perfis sero definidas segundo a resistncia que estes perfis devero apresentar quando submetidos condio crtica, ou seja, no ltimo pavimento, local sujeito maior carga de ventos, como ilustra a Figura 6:

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Figura 6: Representao esquemtica evidenciado a altura a ser considerada no clculo de presso de estanqueidade ao vento. Fonte: NBR 10821, 2001, p. 4. Ento, para determinar a presso de vento para o ensaio [p, em Pascal (Pa)] utiliza-se a frmula 1: p = q . (Ce Ci) Sendo: q: presso de obstruo, em Pascal (Pa), obtida matematicamente por meio da frmula 2: q = (Vk) / 1,6 (2) (1)

(Ce - Ci): coeficiente aerodinmico; referente posio da janela e s dimenses da edificao. Recomenda-se considerar a condio mais desfavorvel, cujo valor equivale a 1,5;

Vk: velocidade caracterstica do vento, em metros por segundo que obtido pelo modelo matemtico, conforme a frmula 3: Vk = V0 x S1 x S2 x S3 (3)

Onde: V0: velocidade dos ventos na regio (conforme mapa das isopletas Figura 7; e/ou Tabela 4) S1: fator topogrfico de correo (conforme Tabela 5);

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S2: fator rugosidade do terreno, dimenses edifcio e altura acima do terreno (conforme Tabela 6); S3: fator probabilstico igual a 0,88.

Figura 7: Mapa das isopletas das velocidades caracterstica dos ventos nas cinco regies do Brasil (m/s). Fonte: NBR 10821, 2001, p. 9. Tabela 4: Velocidades caractersticas dos ventos nas cinco regies do Brasil. Fonte: REIS, 2006, p. 167. Regio Velocidade mxima Velocidade mxima Presso de ensaio do vento em m/s do vento em km/h (Pa) I II III IV V 30 35 40 45 50 108 126 144 162 180 650 900 1200 1500 1850

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Tabela 5: Fator de correo S1 em funo da topografia do terreno. Fonte: REIS, 2006, p. 280. Topografia S1 Vales fundos, protegidos de todos os ventos Encostas e cristas de morro , em que ocorre acelerao do vento; vales com efeito de afunilamento Todos os casos, exceto os mencionados acima 0,9 1,1 1,0

Tabela 6: Fator de correo S2 em funo da rugosidade do terreno, dimenses da edificao e altura do terreno. Fonte: REIS, 2006, p. 280. Altura do Terreno Terreno Terrenos com Terreno com terreno (m) aberto, aberto, muitas obstrues sem com obstrues: grandes e obstrues poucas cidades pequenas freqentes: obstrues e subrbios de centros de grandes cidades grandes cidades 3 5 10 15 20 30 40 50 60 80 100 120 140 160 180 200 0,83 0,88 1,00 1,03 1,06 1,09 1,12 1,14 1,15 1,18 1,20 1,22 1,24 1,25 1,26 1,27 0,72 0,79 0,93 1,00 1,03 1,07 1,10 1,12 1,14 1,17 1,19 1,21 1,22 1,24 1,25 1,26 0,64 0,70 0,78 0,88 0,95 1,01 1,05 1,08 1,10 1,13 1,16 1,18 1,20 1,21 1,23 1,24 0,56 0,60 0,67 0,74 0,79 0,90 0,97 1,02 1,05 1,10 1,13 1,15 1,17 1,19 1,20 1,22

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2.1.4 Estanqueidade guaAs esquadrias devem ser estanques gua proveniente tanto da chuva como de outras fontes. Deve ser considerada a condio climtica crtica, ou seja, quando h ao simultnea de chuva e vento e a entrada de gua facilitada pelas deformaes de perfis decorrentes da presso exercida pelo vento. A norma NBR 10821 (ABNT, 2001) fornece, para quatro classes de edifcios e para diversas regies do pas, as presses de ensaio necessrias tanto de estanqueidade gua como de resistncia ao vento (Tabela 7). Tabela 7: Presses para o ensaio de estanqueidade gua. Fonte: NBR 10821, 2001, p. 6. Classes de Regio do Presso de Presso de ensaio de Presso de Utilizao pas projeto Pp estanqueidade gua ensaio de Pp x 0,15 (Pa) resistncia ao vento Pp x 1,5 (Pa) Normal I 300 40 450 II 400 60 600 III 550 80 800 IV 650 100 950 V 850 120 1250 Melhorada I 450 60 650 900 II 600 90 120 1200 III 800 150 1500 IV 1000 V 1200 180 1800 Reforada Todas as Calcular igual ao maior dos dois Calcular conforme e regies conforme a valores: a NBR 6123/19884 Excepcional NBR 6123 a) 0,15 x Pp (presso de (Notas: a; b) /1988 (Notas: projeto das cargas de a e b) vento); ou b) o valor da presso definida para a classe MelhoradaNotas: (a) Os valores de presso, entretanto, no devero ser inferiores aos valores definidos para a classe Melhorada. (b) Os valores de ensaio, calculados conforme a NBR 6123/1988, quando inferiores aos valores da classe Melhorada, devero ser justificados e assumidos por um responsvel tcnico.

4

Foras devidas aos ventos em edificaes. ABNT, 1990.

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2.1.5 Resistncia operaes de uso e de manuseioA segurana de habitabilidade considera as operaes de manuseio, ou seja, os diversos esforos resultantes do uso. Pretende-se, assim, evitar danos provocados por tentativas de fechar janelas emperradas por obstculos no percebidos nos seus batentes, crianas penduradas em folhas de janelas abertas e outros esforos. Segundo a norma tcnica NBR 10821 (ABNT, 2001), as janelas, de acordo com o seu tipo, devem resistir aos esforos de uso, sem que ocorram: Deformao residual superior a 0,4% do vo (o comprimento livre do perfil em anlise); Ruptura dos vidros; Deteriorao de qualquer componente. Define-se tambm que a janela, qualquer que seja o seu tipo de movimentao, deve suportar 10 mil ciclos completos de abertura e fechamento.

2.1.6 Atenuao SonoraA NBR 10821 (ABNT, 2001) estabelece qual deve ser a atenuao sonora, o valor da CTS (Classe de Transmisso Sonora) para as condies de tolerncia ao rudo desejadas, em funo do uso de um determinado ambiente e das condies de exposio ao rudo, em funo do local de implantao do edifcio.

Alguns exemplos das condies de tolerncia ao rudo so: Tolerncia alta: estaes ferrovirias, ginsio de esportes, redao de jornal, lojas de varejo, ambientes pblicos de alta demanda, etc.; Tolerncia mdia: restaurantes, escritrios multifuncionais, salas de espera, etc.; Tolerncia baixa: dormitrios, salas de estar, salas de aula, escritrios privativos, salas de reunio, igrejas, etc.; Tolerncia nula: estdios de gravao, bibliotecas, auditrios para msica sinfnica, etc.;

As condies de exposio da edificao ao rudo: Naturais ocasionais: exposio a rudos ocasionais da natureza. Exemplos: animais do campo, chuva; Incipientes: exposio a rudos de intensidade baixos, inferiores a 45 dB (A). Exemplo: rudo de rodovia a grande distncia;

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Moderadas: exposio a rudos de intensidade moderados, entre 45 e 65 dB (A). Exemplo: trnsito de veculos leves; Acentuadas: exposio a rudos de intensidade altos, entre 65 e 85 dB (A). Exemplos: rudo de transito intenso de veculos pesados, proximidades de ferrovias; Crticas: exposio a rudos de intensidade muito altos, superiores a 85 dB (A). Exemplos: vizinhana de aeroportos, indstrias ruidosas, laterais de ferrovias.

Definidas as condicionantes acima, a partir da Tabela 8, obtm-se as classes de transmisso sonora. Tabela 8: Classe de Transmisso Sonora CTS. Fonte: NBR 10821, 2001, p. 10. Alta Mdia Baixa Nula Naturais Incipientes Moderadas Acentuadas Crticas CTS 10 CTS 10 CTS 10 10 < CTS 20 20 < CTS 30 CTS 10 CTS 10 10 < CTS 20 20 < CTS 30 30 < CTS 40 CTS 10 CTS 10 10 < CTS 20 30 < CTS 40 40 < CTS 40 < CTS 40 < CTS 40 < CTS 40 < CTS 40 < CTS

Por outro lado, o mercado anuncia a oferta de solues para qualquer nvel de solicitao, havendo sistemas que podem acomodar vidros com at 40 milmetros de espessura.

2.1.7 Segurana EstruturalA segurana estrutural das esquadrias obtida a partir estabilidade e resistncia estrutural das mesmas, onde se consideram as combinaes de aes passveis de ocorrerem durante a vida til do edifcio habitacional ou sistema. Assim, limitam-se os deslocamentos, fissuraes e descolamentos a valores aceitveis de forma a assegurar o livre funcionamento de elementos e componentes do edifcio habitacional. Outro fator importante de se considerar a resistncia aos impactos causados por eventuais batidas de portas, bem como a resistncia a cargas de ocupao incidentes que atuam em guarda-corpos e em parapeitos de janelas.

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2.1.8 Ventilao e IluminaoTanto a ventilao como a iluminao esto relacionadas com o desempenho trmico das esquadrias, onde se deve considerar tanto a implantao da obra, como as caractersticas bioclimticas. No item 4.2.1 so apresentados alguns critrios para esses requisitos a partir do Cdigo de Obras de So Paulo, COE. Complementarmente, a norma NBR 15.575 (ABNT, 2008a) tambm traz alguns critrios para esses requisitos; prescreve que a iluminao interna nos ambientes deve ser satisfatria de forma a proporcionar a ocupao dos recintos e circulao com conforto e segurana. As dimenses dos elementos da esquadria (travessas, montantes e marco) devem ser reduzidos ao mnimo para maximizar a entrada de luz. A Tabela 9, extrada da NBR15.575:2008a; apresenta os nveis mnimos de iluminamento natural que devem ser atendidos por meio da correta especificao das esquadrias. Tabela 9: Nveis de iluminamento natural. Fonte: NBR 15.575, 2008, p. 22. Dependncia Iluminamento geral nvel mnimo de desempenho [lux] Sala de estar 60 Dormitrio Copa/Cozinha Banheiro/rea de Servio Corredor ou escada interna unidade No exigido Corredor e escadaria de uso comum Garagem/EstacionamentoNotas: 1) Para os edifcios multipiso, admitem-se para as dependncias situadas no pavimento trreo ou em pavimentos abaixo da cota da rua nveis de iluminamento ligeiramente inferiores aos valores especificados na Tabela acima (diferena mxima de 20% em qualquer dependncia). 2) Os critrios desta Tabela no se aplicam a reas confinadas ou enclausuradas (por exemplo, banheiros) que no tenham iluminao natural.

O item 11.4.1 da norma NBR 15.575:2008b estabelece que todos os ambientes de dormitrios, independentemente da zona climtica, devem apresentar algum dispositivo de sombreamento, de forma a permitir o controle do sombreamento e escurecimento, a critrio do usurio, como por exemplo, venezianas.

2.1.9 DurabilidadeSegundo a norma NBR 15.575 (ABNT, 2008a), as esquadrias devem manter a capacidade funcional, e as caractersticas estticas, ambas compatveis com o

envelhecimento natural dos materiais durante a vida til de projeto, se submetidos a 28

intervenes peridicas de manuteno e conservao. A Tabela 10 apresenta dados relativos vida til de projeto.

Tabela 10: Vida til de projeto mnimo e mximo. Fonte: NBR15.575-1:2008, p. 44 Parte da Exemplos Vida til de Vida til de edificao projeto projeto (anos) (anos) MNIMO SUPERIOR Esquadrias externas (de fachada) Janelas (componentes fixos e mveis), 20 portas balco, gradis, grade de proteo, cobogs, brises. Inclusos complementos de acabamento como peitoris, soleiras, pingadeiras de ferragens de manobra e fechamento. Portas e grades internas, janelas para 8 reas internas, boxes de banho. Portas externas, portas corta-fogo, portas e gradis de proteo a espaos internos 13 sujeitos queda menor que 2 metros. Complementos de esquadrias internas como ferragens, fechaduras, trilhos, folhas mosquiteiras, alisares e demais 4 complementos de arremate e guarnio. Esquadrias internas Portas e grades internas, janelas para 8 reas internas, boxes de banho. Portas externas, portas corta-fogo, portas e gradis de proteo a espaos internos 13 sujeitos queda menor que 2 metros. Complementos de esquadrias internas como ferragens, fechaduras, trilhos, folhas mosquiteiras, alisares e demais 4 complementos de arremate e guarnio. 30

Esquadrias internas

12

20

6 12

20

6

3 ESPECIFICAO DAS ESQUADRIASDiversos aspectos do projeto partido arquitetnico, privacidade, implantao, conforto ambiental (tendo como condicionantes o clima, a ventilao, o rudo e a iluminao), padro de acabamento do edifcio influenciam a especificao das esquadrias, por isso defende-se uma maior participao do arquiteto nessa atividade. Atualmente, somente as premissas tomadas por base para a especificao so pr-definidas, pelo arquiteto. 29

Para garantir a compatibilizao do projeto arquitetnico com os demais, o arquiteto dever considerar tambm os requisitos e os critrios de desempenhos especificados em normas tcnicas no apenas para as esquadrias, mas para o edifcio como um todo.

3.1 Especificao de projetoOs itens a seguir devem ser considerados na especificao da esquadria conforme NBR10.821:2000: o o o o o o o o o o o Caractersticas especficas do projeto; Dimenses e tolerncias; Estanqueidade gua (dependendo da classe da janela e da regio de instalao); Permeabilidade ao ar (dependendo da classe da janela e da regio de instalao); Resistncia s cargas de vento (dependendo da classe da janela e da regio de instalao); Resistncia aos esforos de uso; Durabilidade; Requisitos especiais (isolao sonora, isolao trmica); Recebimento em obra e armazenamento; Formas de instalao e fixao (com ou sem contramarco);\ Preos (material e servio)

3.2 EtapasA Tabela 11 apresenta as etapas de especificao, aquisio, instalao e recebimento das esquadrias de ao com os responsveis pela atividade em questo. O processo de especificao realizado pelo arquiteto pode ser dividido em etapas: 1. Desenvolvimento do projeto arquitetnico de acordo com o programa de necessidades da edificao, nesta etapa a representao das esquadrias devem seguir a simbologia da norma NBR 6492:1994 Representao de projetos de arquitetura (ABNT, 1994); conforme exemplificado na Figura 8. 2. Determinao dos sistemas de vos, selecionando as tipologias e o material das esquadrias, bem como as dimenses que devem seguir a critrios especficos; devem constar no Memorial Descritivo que juntamente com o projeto arquitetnico ser submetido aprovao da autoridade de obras locais, geralmente representada pela 30

prefeitura. Tem-se, portanto, a quantificao das tipologias de esquadrias, permitindo o levantamento dos materiais, conforme Tabela 12. 3. Elaborao dos desenhos preliminares das esquadrias na escala 1:50, aps a aprovao do projeto, ou seja, no desenvolvimento do projeto pr-executivo. Esses desenhos apresentam as dimenses e os tipos de funcionamento de cada esquadria do projeto atravs de plantas, cortes e elevaes, exemplo na Figura 8. Tabela 11: Etapas do processo de fornecimento das esquadrias de alumnio Etapas Responsvel / Responsveis Especificao esquadrias (adequar produto obra) Processo de escolha do Cliente (construtora) e Fornecedor (sistemista ou fornecedor de esquadrias indstria de esquadrias) Aquisio das esquadrias Fornecimento das esquadrias Cliente (construtora) Perfis: sistemistas Mo-de-obra: indstrias de esquadrias Fabricao e montagem Instalao das esquadrias Fornecedor (indstria de esquadrias) Fornecedor (indstria de esquadrias) das Cliente (construtora) e Fornecedor (sistemista ou indstria de esquadrias)

Verificar condies da obra Eventualmente a construtora contrata equipe para (metodologia da construtora) realizar a tarefa de instalao das esquadrias para receber esquadrias Entrega do empreendimento Avaliao do usurio final Cliente (construtora) Proprietrio do apartamento e/ou usurio

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Figura 8: Simbologia das esquadrias segundo a NBR 6492. Fonte: ABNT, 1994.

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Figura 9: Detalhe do projeto pr-executivo de arquitetura de uma janela de correr de trs folhas, com persiana de enrolar. No projeto executivo ou pr-executivo o desenho da janela deve ser cotado com as dimenses da janela, altura do peitorial, alm de ter a indicao de escala e unidades de medida. Fonte: REIS, 2006, p. 273.

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Tabela 12: Exemplo de relao de esquadrias. Fonte: REIS, 2006, p. 274. Tipo AL 1 AL 2 AL 3 Al 4 Dimenses (mm) (a) 1.200 x 1.200 1.000 x 1.000 1.200 x 1.200 1.400 x 2.100 Quantidade 80 80 80 40 Tipologia Janela de correr 2 folhas Acabamento superfcie Anodizado Bronze 1003

Janela tipo projetante Anodizado deslizante (maxim-air) Bronze 1003 Janela de correr 3 folhas Anodizado com veneziana Bronze 1003 Porta de correr 2 folhas Anodizado Bronze 1003

Nota (a): No mercado de esquadrias de alumnio usualmente so adotadas medidas em milmetros.

4. Elaborao do projeto executivo.Os desenhos na escala 1:50 serviro de apoio construo, propriamente dita, e devero apresentar descries dos materiais e dos elementos utilizados nas esquadrias projetadas no Memorial de Especificao Tcnica. Nessa etapa detalha-se a especificao das esquadrias considerando os requisitos e critrios de desempenho fixados por norma tcnica e/ou em funo das condicionantes do projeto; o que permite selecionar as esquadrias junto aos fabricantes. importante ressaltar que deve-se especificar tambm os parafusos e sistemas de fixao, as espumas, os selantes, os vidros, os arremates (incluindo gaxetas) e os produtos de limpeza que fazem a manuteno. Portanto, para atender s necessidades da produo, o projeto de esquadrias de alumnio para janelas deve apresentar: Projeto arquitetnico e projeto das janelas; especificao dos tipos e das classes de janelas, suas dimenses e demais elementos, inclusive de fixao; detalhes tpicos das interfaces entre as janelas e a estrutura ou vedaes (fachadas); detalhes das interfaces entre janelas e outros componentes construtivos, por exemplo, com pingadeira, peitoril, piso, entre outros; especificao dos selantes e, quando for o caso, da espuma; quantificao de todos os componentes e elementos, inclusive acessrios; e acabamentos.

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3.2.1 Pr-dimensionamento do voO pr-dimensionamento do vo envolve vrias questes arquitetnicas como o partido adotado, a privacidade e a relao com o mundo exterior. Alm disso, essa atividade deve estar adequado aos requisitos de desempenho que devem estar contidos no programa de necessidades da edificao sejam eles qualitativos ou quantitativos. Por exemplo, o programa de necessidades dita o uso, as atividades realizadas no ambiente e assim impe os limites de iluminao, de radiao, de intensidade sonora e etc. Deve-se compatibilizar o dimensionamento dos ambientes com das aberturas, ou seja, a dimenso das aberturas deve ter uma relao direta com a dimenso dos ambientes. O pr-dimensionamento do vo deve adotar os critrios especificados pelo cdigo de edificaes vigente no municpio do empreendimento. Nesse trabalho adotou-se o Cdigo de Obras e Edificaes de So Paulo, COE, como base para apresentao de critrios relacionadas s dimenses das aberturas para aerao e insolao dos compartimentos, essenciais para especificar uma esquadria. Esse documento prescreve para um determinado ambiente uma dada abertura.

Constam do COE os critrios a seguir para garantir as condies de iluminao natural e ventilao: A ara mnima do vo 0,60 m (sessenta decmetros quadrados); As janelas podem estar ou no em plano vertical; Metade da rea necessria insolao dever ser destinada aerao do compartimento; Quando a aerao e insolao de um ambiente forem indiretas, ou seja, atravs de outro, o pr-dimensionamento do vo para o exterior ser proporcional somatria das reas dos dois compartimentos consecutivos; As propores das aberturas podero ser reduzidas quando se tratar de abertura zenital; As dimenses devero ser proporcionais rea do ambiente, considerando no mnimo, o percentual indicado na Tabela 13.

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Tabela 13: Definio da rea do vo, correspondente a um percentual da rea do ambiente em funo de sua classificao, com base em COE, 1992. Grupos Grupo C Ambiente rea do vo (%) da rea do ambiente Grupo A e B de repouso; de estar; de estudo; de trabalho. cozinha, copa, lavandeira; depsitos em geral com rea superior a 2,50m2 (dois metros e cinquenta decmetros quadrados). Grupo D no necessitam de aerao e iluminao natural; instalaes hidrossanitrias e vestirios; depsitos com rea igual ou inferior a 2,50m2 (dois metros e cinquenta decmetros 5 10 15

quadrados); compartimentos com meios artificiais e

mecnicos de iluminao e ventilao

importante que o pr-dimensionamento do vo permita a incorporao de conceitos de modulao e coordenao, no projeto e na produo, a fim de diminuir os custos e os prejuzos; alm de aumentar a produtividade e reduzir o tempo tanto na obra como na produo. Para incorporar essa modulao no projeto deve-se adotar trs conceitos: Reticulado modular de referncia para projetar; Mdulo de 10 centmetros que pode ter submdulos ou multimdulos; Ajuste modular que uma medida que relaciona medida de projeto do componente que aqui seria da esquadria, com a medida Modular, unindo um elemento a outro. Pode ser chamada de junta, tolerncia ou folga. Mais ser dito sobre esse assunto no sub-captulo 3.2.3 sobre a instalao das esquadrias.

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Assim, assumindo essa tolerncia admissvel possvel o pr-dimensionamento do vo a partir de medidas modulares, sem necessariamente levar em conta o tipo e a espessura final de revestimentos e tamanhos de perfis. Ou seja, possibilitam trabalhar com o sistema de maior facilidade de medio [LUCINI, 2001, p. 64]. A partir desse critrio, importante ressaltar a diferena existente entre a Medida Modular do Vo-Esquadria e a dimenso do Vo de Iluminao-Ventilao. Essa diferena corresponde medida do ajuste modular da esquadria e espessura do conjunto marco e contramarco, os dois definidos como tendo 2,5 centmetros, segundo o manual do Lucini. Assim, observa-se uma diferena considervel que pode resultar em erro no clculo das reas de iluminao e ventilao e, eventualmente, numa rea de iluminao e ventilao inferior mnima estipulada pelo Cdigo, conforme evidenciado pela anlise conjunta da Tabela 14 e da Figura 10.

Tabela 14: Relao entre vo modular e vo de iluminao/ventilao considerando abertura total do vo. Fonte: LUCINI, 2001, p. 68. Vo Modular (cm) Ajuste Modular (cm) Marco + Contramarco (cm) 60 x 60 120 x 120 160 x 220 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 50 x 50 110 x 110 150 x 210 Vo Iluminao Ventilao (cm) % Ilum-Vent sobre Vo (cm) 70% 84% 89%

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Figura 10: Representao grfica apresentando as indicaes para as dimenses propostas no pr-dimensionamento a partir de medidas modulares. Fonte: LUCINI, 2001, p. 69.

3.2.2 Especificao da TipologiaA escolha da tipologia deve adequar-se as necessidades do projeto e do programa, assim, o arquiteto deve considerar relevantes para subsidiar especificao as questes como conforto trmico e acstico de cada tipologia, alm de aspectos como economia, a praticidade, a soluo formal, a privacidade, a manuteno, o funcionamento, a segurana. A Tabela 15 apresenta algumas vantagens e desvantagens de cada tipologia, baseando-se em conceitos de praticidade, de economia, de interferncia ao uso das reas adejacentes esquadria, de manuteno, bem como caractersticas gerais e especficas de cada tipologia.

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Tabela 15: Vantagens e desvantagens das tipologias de janelas de acordo com Tipologias Janela de abrir Vantagens Boa estanqueidade ao ar e gua; Vo completamente livre na abertura mxima Facilidade da limpeza externa; Simplicidade de operao, de manobra; Desvantagens Interfere no uso das reas externa ou interna junto esquadria, dependendo do sentido de abertura das folhas; Sem ventilao nos casos de chuva oblqua; No possvel regular a ventilao; As folhas se fixam apenas na posio de mxima abertura ou quando fechadas. Interfere no uso da rea externa junto esquadria, no possibilitando a fixao de grades ou telas; A limpeza exige maior esforo e requer dispositivos especiais para evitar riscos ao usurio; Libera parcialmente o vo.

Janela projetante

No interfere no uso do entrorno junto esquadria; Pode ser mantida aberta em caso de chuva e ventos moderados; Boa estanqueidade, pois a presso do vento sobre a folha ajuda esta condio. Ventilao boa principalmente na parte superior, mesmo com chuva sem vento; Facilidade de comando distncia.

Janela de tombar

No libera o vo; Dificuldade de limpeza na parte externa. Interfere no uso da rea interna junto esquadria, no possibilitando a fixao de telas ou persianas na parte interior; Restrita a pequenos vos devido ao mecanismo de abertura que projeta a janela para o interior do ambiente e deve-se dar ateno ao peso da pea;

Continua na prxima pgina 39

Continuao da Tabela 15

Tipologias Janela pivotante Janela basculante, de mltiplos elementos

Vantagens Facilidade de limpeza; Realiza abertura de grandes dimenses com um nico vidro; Abertura em qualquer ngulo quando utiliza pivs com ajuste de freio, o que permite controle da ventilao; Possibilita a movimentao de ar em todo o ambiente. O eixo pivotante pode ser localizado no meio do pano da folha ou mais prximo de uma de suas bordas. Pode ter persianas instaladas entre vidros para controle de luz natural, irradiao solar. Facilidade de limpeza e manuseio; Regulagem da ventilao mesmo com chuva fraca; Recomendada para espaos exguos devido ao tamanho de suas folhas com pequena projeo para ambos os lados, sem prejuzo s reas prximas; Dispensa grades de segurana; No fecham espontaneamente sob a ao do vento; Pequena interferncia em reas adjacentes; Muito utilizada em diversificados ambientes, cozinhas, banheiros, e reas de servio devido s diversas vantagens.

Desvantagens No caso de grandes vos a pivotante horizontal requer uso de fechos perifricos; Interfere no uso das reas junto esquadria, no possibilitando a fixao de telas ou persianas na parte interior.

No possibilita a fixao de telas ou persianas na parte interior; Reduzida estanqueidade. Em caso de chuva forte sua vedao no boa, mesmo fechada; No libera o vo; Exige modulao de altura do vo.

Continua na prxima pgina 40

Continuao da Tabela 15 Tipologias Janela de correr Janela guilhotina Vantagens Ventilao regulada conforme abertura das folhas; Simplicidade de operao, de manobra; Baixa manuteno; Possibilidade de realizar folhas de grandes dimenses; Construo simples e econmica; No fecham espontaneamente sob a ao do vento; No ocupa reas internas ou externas (possibilidade de grades e/ou telas no vo total; Com persiana de enrolar que na maioria dos casos automtica, possibilita o controle de luz. No fecham espontanemaente sob a ao do vento; No interfere no uso das reas junto esquadria, possibilitando a fixao de grades, telas e persianas; Simplicidade de operao, de manobra; Baixa manuteno; Construo simples e econmica; Possibilidade de regulagem das folhas atravs de sistema de contrapeso ou de balanceamento, caso contrrio, as folhas devem ter retentores no percurso das guias nos montantes do marco. Desvantagens Dificuldade de limpeza do lado externo; Vedaes mal dimensionadas podem ocorrer problemas de drenos do trilho inferior, acarretando infiltrao de gua para o interior; Ventilao mxima obtida corresponde a 50% do vo quando abertas totalmente.

Risco segurana ao usurio em caso de ruptura do cabo ou quando os sistemas de contrapeso ou de balanceamento esto desregulados; Manuteno frequente para regular tenso dos cabos e nvel das folhas; Dificuldade de limpeza do lado externo; Ventilao mxima obtida corresponde a 50% do vo quando abertas totalmente.

Continua na prxima pgina

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Continuao da Tabela 15 Tipologias Janela projetante deslizante (maximair) Janela sanfonada (camaro) Vantagens No ocupa espao interno Possibilita ventilao mesmo com chuva sem vento Controle do direcionamento do ar; Com braos e articulao adequados pode abrir em um ngulo de ate 90 graus, melhora a ventilao e as condies de limpeza; Boa estanqueidade, pois a presso do vento sobre a folha ajuda esta condio. Simplicidade de operao, de manobra; Facilidade de limpeza. Pouca ou nenhuma interferncia no uso das reas junto a janela. Desvantagens Interfere no uso das reas interna e externa juntos esquadria, no possibilitando a fixao de grades, telas ou persianas na parte interior; Se no houver articulao de 90 graus dificulta a limpeza; Libera parcialmente o vo; Deve manter-se fechada em caso de ventos; Manuseio difcil quando instalada em altrua acima de 1,50 m do piso; Risco ao usurio ao fech-la em razo da necessidade de projeo do corpo para fora da edificao. Complexibilidade das ferragens que dificulta a instalao e manuteno. Fim da Tabela 15

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3.2.3 Seleo de ProdutosA indicao de materiais, produtos e componentes deve constar no projeto prexecutivo. A seleo dever considerar os requisitos necessrios e a verificao de alternativas de mercado que atendam a especificao. De modo geral, os produtos disponveis no mercado brasileiro podem ser classificados como: Linhas convencionais; Sistemas de esquadrias desenvolvidos pelas empresas produtoras de alumnio primrio; Sistema de esquadrias desenvoldidos pelas empresas extrusoras; Sistema de esquadrias desenvoldidos pelas indstrias de esquadrias. Como exemplo na Figura 11 so ilustrados detalhes de uma linha de esquadria de alumnio padronizada. As esquadrias desta linha so deferenciadas pelos cdigos numricos correspondentes profundidade do marco e medida da largura do montante da folha em milmetros, respectivamente separados por um ponto, por exemplo, 60.20 (Figura 11).

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60.20

60.35

60.50

Figura 11: Esquemas das trs opes disponvel pela Votoral Sistemas. Fonte: Site da Votoral Sistemas (medidas em milmetro). Nesse aspecto, ressalta-se que na especificao dos perfis de alumnio, a partir da resistncia ao vento requerida, deve-se considerar a largura do montante da folha, pois nesse elemento que a presso do vento mais atuante, como mostra a Figura 12, sendo a rea hachuda aquela mais requisitada.

Figura 12: Esquema apresentando rea de maior solicitao s cargas de ventos no trecho hachurado. Fonte: AFEAL, 2010.

3.2.4 Seleo e especificao de vidrosExistem vrios tipos de vidros no mercado que atendem as necessidades especficas dos projetos. So classificados quanto a forma, podendo ser em chapa plana ou curva; e quanto ao aspecto, podendo ser incolores ou coloridos, lisos ou impressos com desenhos ou padres na superfcie. Os vidros impressos tambm so denominados vidros fantasia. 44

A espessura dos vidros comuns, para esquardiras padronizadas, pode variar de 4 a 10 milmetros em funo do tamanho do vo. Tm-se, tambm, os vidros float, de qualidade superior ao vidro comum, com menores porcentagens de defeitos e distores. Os vidros de segurana mantm as caractersticas de transparncia, durabilidade, resistncia qumica, e so mais resistentes a impactos, rupturas e quebras, o que lhes confere custo mais elevado do que o vidro comum. A norma tcnica NBR 7199 Projeto, execuo e aplicaes de vidros na construo civil Procedimento (ABNT, 1989), estabelece que o vidro de segurana deve ser especificado nas seguintes aplicaes: balastres, parapeitos, sacadas, vidraas no verticais sobre passagens, clarabias, telhados, vitrines e vidraas com faces externas sem proteo adequada (at 10 cm do piso, no caso de pavimentos trreos e at 90 cm para demais pavimentos). Segundo essa norma, os vidros de segurana podem ser: Aramado (7mm): vidro impresso, translcido e incolor no qual colocada uma rede de fios metlicos de malha quadrada; Laminado (6 a 10 mm): formado por duas ou mais lminas de vidro coladas por uma resina ou pelcula poli (butiral de vinila) (PVB), mesmo que se rompa garante a inviolabilidade do vo. Permite um controle acstico e proteo contra a radiao ultravioleta. Temperado (3 a 10 mm): apresentam resistncia mecnica cinco vezes maior do que o vidro comum de mesma espessura e quando quebrados apresentam fragmentos pequenos, no pontiagudos e sem arestas cortantes.

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A Figura 13 ilustra esquematicamente o tipo de ruptura dos trs tipos de vidros. Comum Laminado Temperado

Figura 13: Representao esquemtica do tipo de ruptura para os diferentes tipos de vidro, em funo do tratamento aplicado. Fonte: Apresentao aula FAUUSP. Disponvel em: Porm, com o avano do conhecimento, atualmente, o vidro temperado no deve ser mais considerado vidro de segurana, na essncia do termo, porque pode apresentar ruptura espontnea inviabilizando o seu uso quando o nico anteparo de proteo a placa de vidro, no caso de guarda-corpos ou fachadas de vidro, por exemplo. Dentre os vidros especiais, existe tambm o vidro duplo ou insulado, composto por dois vidros que tm entre eles uma cmara de ar ou outros gases como o argnio e xennio, ou ainda vcuo com a funo de oferecer isolamento trmico ou acstico. Nesse espao comumente existe um material dessecante, que retm a umidade, evitando a condensao e o embassamento. O isolamento trmico resulta da cmara de ar que impede a passagem de calor do vidro externo para o interior do ambiente.

3.2.5 AcessriosOs acessrios das esquadrias so muito importantes na garantia de seu desempenho, pois influenciam a estanqueidade, a atenuao sonora, a esttica, e o funcionamento entre outros. Por isso, a especificao das esquadrias devem garantir a utilizao de acessrios de qualidade afim de manter o desempenho da mesma. 46

Os componentes so agrupados em trs tipos principais: Arremate: que cobrem e do acabamento na juno entre esquadria e vedao; Guarnio: que fazem a vedao contra gua, ar e rudo, evitando vibraes dos componentes da esquadria, incluindo, fitas e perfis de vedao (gaxetas), selantes, baguetes, escovas e etc. (Figura 14) Ferragem: coma funo de fixao, movimento e travamento de partes fixas e mveis, incluindo fechos, roldanas, articulaes, dobradias, puxadores, guias, trilhos e etc.

BAGUETE (PERFIL)

ESCOVA

GAXETA Figura 14: Exemplo de guarnio, com indicao dos elementos acessrios. Fonte: Apresentao de aula da POLI USP. Disponvel em:

Existem diversos tipos de acessrios, com vrios modelos, materiais e funes, o estudo detalhado desse componente no objeto deste trabalho.

3.2.6 InstalaoA esquadria um elemento que se integra de forma muito estreita aos demais elementos da construo, recebendo influncias e influenciando o desempenho do edifcio habitacional. O vo e a esquadria fazem interface com a vedao, com a estrutura, com o piso e etc, assim, essa relao deve ser devidamente prevista e especificada de forma a prevenir eventuais problemas futuros de desempenho ou durabilidade. Alm disso, a instalao das 47

esquadrias influenciam no crognograma da obra, a instalao dos contramarcos precede o revestimento; e a colocao dos vidros precede a colocao de pisos, carpetes e a concluso do sistema de pintura. Assim, a instalao das esquadrias uma etapa que deve receber especial ateno. O arquiteto no atua diretamente na instalao, porm importante que este profissional tenha noes bsicas para complementar a atividade de especificao, propcionando um projeto mais qualificado, que contemple orientaes e detalhes de fixao, acabamento, juntas, verga, contraverga, pingadeira, entre outros componentes especficos em cada projeto. A instalao das esquadrias feita, na maioria dos casos, por mo-de-obra terceirizada da prpria serralheria, formalizada mediante contrato. importante dizer que, o departamento de suprimentos das construtoras ou o profissional encarregado de comprar os materiais e componentes construtivos ou contratar servios, deve certificar-se de que o instalador ou empresa instaladora das esquadrias so treinados e aplicam mtodos de instalao que garantem o desempenho da esquadria.

3.2.6.1 FixaoA fixao etapa em que a esquadria ancorada ao sistema de vedao, podendo ser fixadas com ou sem contramarco. Esse processo um dos mais importantes para o desempenho da esquadria com relao estanqueidade gua e segurana estrutural do conjunto. Os contramarcos, quando utilizados, so chumbados com os acessrios, com posterior fixao da janela; ou seja, toda superfcie do perfil deve ser preenchida com argamassa, qualquer fresta ou falha ser ponto de infiltrao. O contramarco tem com funo principal garantir que os vos esquadria. A Figura 15 ilustra, esquematicamente, dois tipos de perfis para o contramarco, sendo o tipo cadeirinha mais comumente empregado nos edifcios atualmente e considerado como o mais verstil para os mais diversos produtos do mercado. da fachada tenham as dimenses necessrias instalao da

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Figura 15: Representao esquemtica do contramarco tipo paulistinha (esquerda) e tipo cadeirinha (direita). Fonte: Site da Alcoa. A Figura 16 ilustra a fixao do marco no contramarco.

Figura 16: Representao esquemtica de fixao do marco no contramarco. A colocao das janelas sem contramarco (Figura 17) ocorre normalmente em empreendimentos econmicos, feita por meio de parafusos de ao tratado, aplicao de material de preenchimento, como espuma, aplicao de selante e guarnies ou arremates.

Figura 17: Representao esquemtica de fixao do marco sem a presena de contramarco.

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As esquadrias so fixadas por meio de grapas (pinos) espaadas da extremidade de 100mm e entre si de 450 a 500mm,

3.2.6.2 JuntasAs juntas so tambm responsveis pela estanqueidade das aberturas, estando sujeitas a deformaes e deslocamento durante as operaes de uso e manuteno das esquadrias. A especificao dos mastiques, selantes e colas fundamental para garantir a estanqueidade. H juntas, que devem ser objeto de projeto especfico, entre as seguintes interfaces: marco com a vedao ou contramarco com a vedao; contramarco com o marco; marco com folha mvel da esquadria; ou marco com o pano de vidro, travessas e os montantes da esquadria com o pano de vidro. O tratamento das juntas compe-se de trs etapas: (a) definio dimensional; (b) seleo e especificao de selantes e (c) preenchimento das juntas. A. Definio dimensional (Lucini, 2001)5: O pr-dimensionamento da junta voesquadria, ou seja, tolerncia mdia perimetral, pode ser sistematizado a partir de alguns critrios e definies, que se seguem: Vos modulares: definidos a partir do sistema de coordenao modular adotado no projeto, que se representa em dimenses modulares mltiplas de 10 centmetros. Considera-se que a medida nominal do vo, vo-vedao, 1,0 centmetro maior do que a sua medida modular; Tolerncia dimensional do vo-vedao para absorver erros de execuo e prumo: delimitada entre 1,0 e 2,0 centmetros dependendo dos sistemas de medio e controle da obra; Sistema de fixao do contramarco e de preenchimento da junta: delimitada como uma tolerncia varivel entre 2,0 e 4,0 centmetros;

Na proposta de racionalizao do sistema construtivo feita por Lucini, a modulao de vos de esquadrias estabelece como princpio a independncia entre a execuo do vo e a produo das esquadrias, eliminando a necessidade atual de produo e posicionamento de esquadrias sob medida. Essa autonomia destaca a responsabilidade da definio dimensional, do controle geomtrico e executivo da vedao e do vo, bem como, das solues de fixao de esquadrias e de preenchimento de juntas. Diante da constatao de que hoje, as tcnicas de medio e controle executivo de vos e de fixao de esquadrias so muito precrias e limitadas, foi adotado um critrio para identificar as tolerncias dimensionais, sem pr-definir o material, soluo ou tcnica.

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Tolerncia dimensional da esquadria: desprezvel, por ser um produto industrializado;

Espessuras de revestimento, particularmente externos: varivel entre 3,0 e 8,0 centmetros.

Lucini (2001) exemplifica o dimensionamento mdio de uma junta: Definido: A tolerncia de execuo e de prumo do vo-vedao 1,5 centmetros; A junta mnima necessria para a fixao da esquadria 1,5 centmetros; Ento: A dimenso mdia da junta 3 centmetros. Alguns exemplos da relao dimensional do vo com a esquadrias so apresentadas na Tabela 16; a Figura 18 ilustra um detalhamento de esquadrias, indicando as dimenses propostas pelo mtodo de Lucini. Tabela 16: Exemplo de relao dimensional de vos e esquadrias. Fonte: LUCINI, 2001, p. 61. Vo Modular (cm) 80 x 80 90 x 220 100 x 120 120 x 120 150 x 220 Vovedao (cm) 81 x81 91 x 121 101 x 121 121 x 121 151 x 221 Dimenso Modular Esquadria (cm) 80 x 80 90 x 220 100 x 120 120 x 120 150 x 220 Dimenso Nominal Esquadria (cm) 75 x75 85 x 215 95 x 115 115 x 115 145 x 215 Junta Nominal Total (cm) 6,0 6,0 6,0 6,0 6,0 Junta Nominal Perimetral (cm) 3,0 3,0 3,0 3,0 3,0

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Figura 18: Detalhes de junta com as dimenses calculadas pelo mtodo proposto por Lucini. Fonte: LUCINI, 2001, p. 62.

B. Seleo e especificao de selantes: Os selantes so usados para o preenchimento das juntas, garantindo a sua vedao. Podem ser utilizados de duas formas: em juntas cheias, com auxlio de espaadores e fundo de juntas (Figura 19); ou em juntas abertas ou drenadas. As incompatibilidades entre selantes e os tipos de substratos devem ser conhecidas, podendo provocar perda de aderncia, contaminao dos materiais, manchas e ataques aos suportes e gaxetas.

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Figura 19: Representao esquemtica da aplicao de silicone. Fonte: Manual virtual do ABAL. Disponvel em:

Existem vrios tipos de selantes disposio no mercado, que se distinguem por seu desempenho, em face das diversas propriedades que cada material possui. O selante frequentementeusado para a construo civil, no caso de janelas e portas de alumnio, base de silicone.

C. Preenchimento da junta: Nas esquadrias de alumnio, frequentemente usada argamassa ou espuma expansiva de poliuretano para vedar a junta do marco ou do contramarco com o vo. Porm importante ressaltar que o preenchimento da junta, alm de ter a caracterstica de vedao, tambm fixa o contramarco. A argamassa de preenchimento utilizada tanto para vedar a interface do contramarco com a alvenaria como da esquadria com a alvenaria, ou seja, sem contramarco. Essa argamassa deve ter a espessura da junta e ser composta por cimento : areia, na proporo, de 1:3, em volume). Utilizam-se rguas de alumnio ou gabarito, amarrados nos perfis do contramarco, reforando a pea para a execuo do chumbamento (Figura 20); e evita-se a excessiva compactao da argamassa para no ocorrer abaulamento do perfil da janela.

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Figura 20: Representao esquemtica da instalao com contramarco, indicando os instrumentos necessrios. Fonte: Manual virtual do ABAL. Disponvel em:

A instalao das esquadrias sem contramarco feita com espuma expansiva de poliuretano com ancoragem mecnica adicional (buchas e parafusos) e deve prever a proteo da espuma contra a ao de gua e a radiao solar por meio de arremates externos ou camada de selante. aplicado um cordo de espuma de pequeno dimetro compatvel com o vo, considerando que, ao final, o mesmo ter expandido cerca de trs vezes o seu tamanho inicial. A espuma de poliuretano inflamvel, portanto os funcionrios devem ser devidamente orientados quanto s condies de armazenamento e de trabalho para minimizarem o risco de incndio (por exemplo: fumar ou utilizar instrumentos geradores de chama.

3.2.6.3 Controle de qualidade da instalaoO controle da qualidade do servio dever ser realizado pela verificao das conformidade das atividades realizadas com a especificao tcnica, preferencialmente detalhada por meio de desenhos em escalas variando de 1:5 ou 1:50, a depender da informao de interesse. A Tabela 17 apresenta uma relao de itens passveis de serem analisados e verificados para garantir a do do desempenho da esquadria alumnio. 54

Tabela 17: Lista de verificao da instalao das esquadrias de alumnio. Embalagem, recepo em obra e armazenagem Deve ser protegidas com papel kraft, papelo ou chapa de madeira (em geral chapa dura); Verificar se as especificaes e as quantidades esto de acordo com o pedido de compra, se existem eventuais defeitos de fabricao ou ocasionados durante o transporte, para evitar futuras pendncias com o fornecedor; Normalmente so armazenadas na posio vertical sobre calos de madeira; Mas quando so armazenadas na posio horizontal devem ser respeitadas as condies definidas pelos fabricantes, inclusive quanto ao empilhamento mximo. Armazenar em local seco, ventilado e coberto, livre de poeira, principalmente a originada por cimento e cal; No estocar junto com tintas, cidos ou outros produtos qumicos; Verificao do vo Verificar as condies de prumo, dimenses, taliscas e nvel do vo; Verificar acabamentos perimetrais, soleiras, peitoris, rejuntamento e etc, quanto a sua forma, interface com o alumnio e qualidade de impermebializao. Verificar a ocorrncia de eventuais deflexes de vigas ou lajes, devidas a cargas acidentais durante a construo, principalmente por material estocado e equipamentos de obra, assim como eventuais lajes e vigas descimbradas que podero gerar deflexes posteriores; No ocorrncia de trabalhos adjacentes que possam prejudicar a qualidade das esquadrias, principalmente jato de areia, lavagens com produtos cidos ou bsicos, fatores que prejudicaro o acabamento e o desempenho estrutural; Inspeo aps instalao. Verificar se: 55Continuao da Tabela 17.

as condies de aperto dos parafusamentos e rebitagens aparentes das esquadrias e dos acessrios de movimentao e segurana; em todos os contornos a aplicao e possvel falta ou falhas de colocao de gaxetas de elastmeros, fitas vedantes, silicones ou escovas de polipropileno, conforme o caso; a aplicao correta de silicones nas juntas e interfaces com as paredes ou outros elementos construtivos; que as partes em alumnio no possuam mossas, manchas ou riscos e que as partes em alumnio ou vidro no tenham manchas de silicone; os cantos dos vidros no devem ter trincas ou defeitos conforme definies da NBR7210, principalmente fissuras nascentes, trincas ou defeitos de borda; com exceo de janelas de folhas fixas, em todos os outros casos, a execuo dos furos ou rasgos de drenagem de gua conforme detalhes do projeto; se a abertura e fechamento se fazem suavemente, sem solavancos, atrito ou rudos exagerados; nas posies de mxima abertura, o funcionamento da trava de segurana e a ausncia de vibraes; na posio fechada, o ajuste e funcionamento do trinco ou fechadura bem como a ocorrncia de movimento ou vibrao; se foram instalados batedores de borracha nos montantes.

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3.2.7 ManutenoAs intervenes peridicas de manuteno programada devem ser especificadas pelos fornecedores das esquadrias e informadas ao usurio final por meio de manual de operao, uso e manuteno fornecido pelo incorporador e/ou pela construtora. Devem ser previstas manutenes preventivas e, manutenes com carter corretivo sempre que forem necessrias. As manutenes corretivas devem ser realizadas assim que algum problema se manifestar, a fim de impedir que pequenas falhas progridam tornando-se maiores. As esquadrias de alumnio requerem poucas aes de manuteno, aspecto que repercute na competitividade frente s outras alternativas. Segundo Benigno (2008) a manuteno se resume gua e sabo neutro para proteger contra a corroso. Mais especificamente, recomenda-se usar uma soluo de gua e detergente neutro, com uso de esponja ou pano macio, a cada 12 meses para caixilhos instalados em zonas rurais ou urbanas e a cada trs meses em zonas martimas ou industriais. No recomendado o uso de cido clordrico, cido ntrico e hidrxido de sdio. Ao final da limpeza, a superfcie da janela dever ser seca com pano macio e seco. Nas janelas de correr, sugere-se limpar os trilhos para evitar o acmulo de poeira e danos nas roldanas.

4 QUALIFICAO DO SETOR DA CONSTRUO CIVILPode-se considerar que a NBR 15.575 (ABNT, 2008a) foi mais uma das evidncias do movimento no setor para qualificar as etapas da cadeia produtiva, incluindo materiais, componentes e mo-de-obra. Na ltima dcada podem ser detectados tambm outros avanos nesse movimento como, por exemplo, a busca dos sistemistas atuantes no mercado brasileiro pela homologao de seus produtos segundo os critrios que garantem a conformidade dos produtos e, consequentemente, a qualidade dos edifcios e seus sistemas. Alm das esquadrias, outros produtos da construo civil esto sendo homologados pelo Programa Brasileiro e Produtividade da Habitao (PBQPh). Em maro de 2010, foram divulgados os relatrios do Programa Setorial de Qualidade PSQ que avalia os materiais e componentes da construo civil, sobretudo quanto a conformidade s normas tcnicas vigentes.

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Roteiro para a verificao da conformidade do produto pelo Programa Brasileiro e Produtividade da Habitao (PBQPh). Entrar a pgina do PBQP-H (www.cidades.gov.br/pbqp-h) 1. Selecionar sobre o link Materiais Avaliados ou SiMaC 2. Na tabela Programas Setoriais da Qualidade - PSQ, clicar sobre o produto desejado (Ex. Esquadrias) 3. Aparecer uma sntese do programa, com todos os documentos para consulto: Relatrio Setorial, Como participar; Texto Completo PSQ; Fundamentos PSQ; Lista de Fabricantes. 4. Selecionar na lista de fabricantes para consulta das empresas em conformidade e as no conformes

5 REFERNCIAS BIBLIOGRFICASASSOCIAO BRASILEIRA DE NORMAS TCNICAS . NBR 15575-1: desempenho de edifcios habitacionais de at 5 pavimentos Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, 2008a. ______. NBR 10820: caixilho para edificao: Janela; Terminologia. Rio de Janeiro, 1989. ______. NBR 10821: caixilho para edificao: Janela. Rio de Janeiro, 2001. ______. NBR 15575-4: desempenho de edifcios habitacionais de at 5 pavimentos Parte 4: Sistemas de vedaes verticais externas e internas. Rio de Janeiro, 2008b. ______. NBR 6123: foras devidas ao vento em edificaes. Rio de Janeiro, 1990. ______. NBR 7119: projeto e execuo de envidraamento na construo civil Procedimento. Rio de Janeiro, 1989. ______. NBR 6492: representao de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro, 1994.

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Madereira gua de Meninos. Disponvel em:

PROESPUMA. Disponvel em: Votoral Sistemas. Disponvel em :

ANEXO 1 ESQUADRIA DE ALUMNIOA escolha pela esquadria de alumnio se d em razo da conjugao de diferentes critrios, tais como: a maior durabilidade, a esttica, a facilidade de manuteno, a relao 62

custo-benefcio, a relao entre resistncia estrutural e peso prprio, entre outros. Considerase, que as esquadrias de alumnio mostram-se como uma opo verstil em funo das variaes projetuais possveis para os edifcios residenciais. As esquadrias de alumnio apresentam um ndice de conformidade com os requisitos normalizados de 38,8% (ASSOCIAO NACIONAL DE FABRICANTES DE ESQUADRIAS DE ALUMNIO, 2010), um ndice baixo quando comparado conformidade de outros produtos da construo, mas razovel quando comparado s esquadrias de ao (janelas, portas) que apresentaram ndice de 13,9% (INSTITUTO AO BRASIL, 2010). So vantagens em relao aos outros materiais: a maior durabilidade em atmosferas urbanas agressivas quando comparadas s esquadrias de ao; a possibilidade de obteno de perfis extrudados em geometrias complexas com ganho significativo de rigidez; o baixo peso prprio, em funo da sua massa especfica de 2,7kg/dm, enquanto a do ao 7,85 kg/dm; maior resistncia ao intemperismo e biodegradao se comparada s esquadrias de madeira, o preo competitivo. Os perfis de esquadrias de alumnio so fabricados pelo processo de extruso. A utilizao de perfis na construo civil representou um consumo de alumnio correspondente a 53,9% do utilizado para a fabricao de produtos extrudados em 2002; significativamente superior ao ndice consumido em outros segmentos: transporte (16,3%), bens de consumo (11%), mquinas e equipamentos (8,8%), indstria de eletricidade (6,8%) e outros (3,3) (Manual do ABAL). Cabe ressaltar que esse ndice no se destinou somente fabricao de esquadrias de alumnio. A Figura 1A mostra, em detalhe, as partes de uma janela de alumnio de forma a auxiliar a compreenso de conceitos e a abordagem deste trabalho.

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Figura 1A Parte das esquadrias de alumnio para janela. (1) Contramarco (2) Marco inferior, superior e laterais (3) Folha (4) Remate (5) Vidro (6) Baguete. Observar que a figura est incompleta, sem cotas ou indicao de escala ou unidades de medida. Fonte: Alcoa Alumnio S.A. Catlogo de produtos.

A.1 Fabricao e CompraAs esquadrias podem ser fabricadas a partir de encomenda, ou seja, um projeto de produto com caractersticas especficas, ou por meio de projeto previamente definido para a obteo de produtos padronizados. De forma breve e concisa, apresenta-se a descrio das duas etapas de fabricao das esquadrias de alumnio: Na primeira etapa, os lingotes de alumnio so transformados em tarugos cilndricos com a composio qumica adequada sua aplicao; Na segunda, os tarugos so cortados e introduzidos em prensas e atravs de superaquecimento so prensados e introduzidos atravs das matrizes de onde obtemse os perfis, processo denominado extruso (Figuras 2A e 3A). 64

Figura 2A Desenho esquemtico da prensa de extruso, com funcionamento em temperatura variando de 350 a 150 Fonte: Site da CBA Comp anhia Brasileira de Alumnio. C.

Figura 3A Perfis extrudados comercialmente fornecidos pela CBA. Fonte: Site da CBA Companhia Brasileira de Alumnio. Portanto, a extruso de perfis para a fabricao de esquadrias produz barras com comprimentos mdios de 6 metros, que seguem s especificaes tcnicas, de modo a obter as caractersticas fsico-qumicas necessrias para o desempenho mecnico requerido. O encaixe entre dois perfis pode ser considerado na especificao da esquadria, contribuindo para o seu aspecto esttico. Para a fabricao dos perfis de alumnio deve-se conhecer, previamente, o detalhe do encaixe. As Figuras 4A e 5A mostram encaixes a 90 e 45, respectivamente; e o efeito que resulta no aspecto das esquadrias comercialmente ofertadas pela Alcoa Alumnio S. A..

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Figura 4A: Detalhe esquemtico da montagem das folhas das esquadrias a 90. Fonte: Alcoa Alumnio S. A. Catlogo de produtos.

Figura 5A: Detalhe esquemtico da montagem das folhas das esquadrias a 45. Fonte: Alcoa Alumnio S. A. Catlogo de produtos.

A compra dos perfis realizada por massa de material, uma vez definida a linha comercial deste produto. A massa do perfil influncia o desempenho de alguns acessrios, por exemplo, as articulaes. A especificao desses acessrios deve considerar a massa da esquadria completa, o que inclui o acrscimo decorrente das caractersticas do vidro. A Tabela 1A apresenta as massas dos perfis de alumnio e dos vidros comercializados pela FERMAX COMPONENTES PARA ESQUADRIAS.

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Tabela 1A Massa dos perfis de alumnio e dos vidros. Fonte: FERMAX COMPONENTES PARA ESQUADRIAS. Catlogo de produtos. Linhas de produtos Massa do perfil por unidade de comprimento (kg/m) 0,405 0,445 0,535 0,740 Espessura nominal do vidro (mm) 2,0 3,0 4,0 5,0 Massa do vidro por unidade de area (kg/m) 5,0 7,5 10,0 12,5

Linha 20 Linha 25 Linha 30 Linha 42

A FERMAX COMPONENTES PARA ESQUADRIAS prope que a massa de material seja obtida pela frmula 4, apresentada a seguir. Assim a massa da folha da esquadria corresponde massa dos perfis de alumnio. Massa folha (kg) = Permetro folha (m) x Massa do Perfil (kg/m) Apresenta-se um exemplo, dadas consideraes: Dimenses da folha da janela: 1,00 x 0,80 m Permetro da folha da janela: 3,60 m Linha 25: massa do perfil por metro linear: 0,445 kg/m (conforme Tabela 1A) Vidro de 4 mm: 10 kg/m (4)

Ento, por meio da frmula 4, tm-se que: Massa da folha (perfil de alumnio) = 3,60 m x 0,445 kg/m = 1,6 kg, utilizada para a quantificao dos perfs Massa da folha (vidro) = 8,0 kg Massa total da folha (perfil de alumnio + vidro) = 9,6 kg, utilizada para a especificao dos acessrios 67

A.2 Tratamento de superfcie

As esquadrias de alumnio apresentam acabamentos variados, desda anodizao natural ao uso das cores obtida a partir de pintura, inclusive imitando outros materiais como, por exemplo, mrmore e madeira. O acabamento alm da finalidade esttica, oferece caractersticas protetoras. Ficou evidenciado pelas entrevistasa freqente utilizao da pintura como acabamento das esquadrias de alumnio destinadas a empreendimentos de padro mdio e alto na cidade de So Paulo, bem como uma tendncia na utilizao da cor branca.

A.2.1 AnodizaoA anodizao um processo que produz nas ligas de alumnio uma pelcula decorativa e protetora de alta qualidade, durabilidade e resistncia corroso, cobrindo uma ampla gama de aplicaes, algumas especficas, como a anodizao de perfis. A seguir, comenta-se brevemente sobre as etapas desse processo, relacionando na Tabela 2A as normas que controlam a qualidade da anodizao:

Pr-tratamento: a etapa preliminar cuja funo preparar a superfcie do alumnio, criando condies para um dos tratamentos desejado, tal como: a) Mecnico: escovamento, jateamento, polimento mecnico, etc.; b) Qumico: polimento qumico e/ou eletropolimento para acabamento brilhante, fosco acetinado etc.;

Aplicao da camada andica: Aplicao de uma camada uniforme composta de xido de alumnio na superfcie do metal, por meio de banhos eletrolticos, sob agitao e temperaturas controladas. Ou seja, obtida pela eletrlise de uma soluo de cido sulfrico, por meio da aplicao de um diferencial de corrente contnua em condies adequadas.

A estrutura da camada andica (Figura 6A) constituda por clulas hexagonais, cada uma delas com um poro central. No fundo dos poros, forma-se uma barreira, que separa o xido em formao do alumnio. O tamanho das clulas determinado pela voltagem de operao do banho, (geralmente 17-19 volts), enquanto a espessura determinada pela 68

relao corrente x tempo. As caractersticas da camada andica dependem do tamanho e do volume dos poros e esto, diretamente, ligadas remoo do calor gerado no processo;

Figura 6A Esquema da camada andica. Fonte: Manual virtual do ABAL. Disponvel em: http://www.abal.org.br/servicos/manuais/portasejanelas/Manual.htm

Colorao: a porosidade d