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Internet Operadoras investem em provedores gratuitos para garantirreceita gerada por milhões de internautas

Disputa entre teles prejudica acesso pagoPatricia Cornils e João Luiz Rosa, De São Paulo

Uma questão restrita ao setor de telecomunicações está colocando emxeque o futuro da internet no Brasil. A briga das operadoras de telefoniafixa pela receita gerada pela cobrança de interconexão está atingindo osprovedores que vivem da receita de assinatura, como UOL e Terra.

As operadoras descobriram que podem reforçar seus caixas com receitasde interconexão se controlarem um provedor com milhares de assinantes- por isso elas mantém o acesso gratuito. O primeiro negócio realizadonessa área foi a compra do iG pela Telemar, em março de 2001. Aoperadora planejava, então, concorrer pelo tráfego de outras regiões,quando pudesse atuar fora de sua área original. Como o iG tem centenasde milhares de assinantes, bastaria construir um ponto para receberchamadas encaminhadas pelas demais operadoras. Ao final, suasconcorrentes seriam obrigadas a pagar pela interconexão nas áreas ondea Telemar decidisse atuar.

Com seus quatro a cinco milhões de usuários no Brasil, a internet grátistem sido uma das limitações ao crescimento do mercado de serviços on-line. Todos os provedores gratuitos em operação são ligados aoperadoras. Somente um, dos 11 criados na primeira fase da internetbrasileira, sobreviveu: o iG.

Os outros em atividade são o iBest, da Brasil Telecom; o Pop, da GVT; e oiTelefônica, da Telefônica - em fase de pré-lançamento, exatamente nomomento em que a empresa pode vir a sofrer a concorrência de outrasconcessionárias em sua região.

Marcelo Lacerda, ex-executivo do Terra, sempre coloca aspas na palavra"grátis", quando se refere a esse tipo de acesso. Para ele, os provedoresgratuitos só existem porque seus acionistas podem abrir mão da receitade acesso e receber, em compensação, receitas de interconexão e dospulsos pelas ligações aos provedores. Nesse sentido, são indiretamentepagos pelos usuários do serviço telefônico.

Crítico desse modelo de negócios, Lacerda acredita que a briga dasoperadoras por essas receitas poderá inviabilizar o crescimento daindústria de internet no Brasil, ao reduzir o mercado potencial de acessospagos. "Pelo menos 40% dos usuários desses provedores pagariam peloacesso se eles não existissem", acredita.

Para os que consideram o fim dos provedores grátis uma agressão aosusuários, ele sofistica seus argumentos. Observa que 75% da receita doTerra, por exemplo, são gerados pelo pagamento de assinatura mensal.Uma queda nessa receita, explica Lacerda, reduziria os investimentos emconteúdo e tecnologia e acarretaria perdas certas para os consumidores.

Ao longo do tempo, antecipa ele, essas perdas podem ser dramáticas, doponto de vista de funcionalidade e suporte aos serviços, porque asoperadoras não têm incentivos para investir em inovação ou qualidade da

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internet. "Seus objetivos concentram-se na disputa de tráfego, que éapenas parte da indústria de internet" conclui.

A regra de interconexão criticada pelos provedores foi uma das medidastomadas para criar competição, favorecendo as novas operadoras deserviço telefônico.

Quando uma operadora chega ao mercado, a tendência é que gere umvolume maior de chamadas para os assinantes da empresa dominante,que são em número muito maior. A rede que completa as ligações recebeum pagamento da operadora que originou a chamada. Se pagasse tarifade interconexão cheia, a nova empresa teria que repassar grande partede suas receitas à dominante. Por isso, a regra estabelece que só quandouma operadora recebe mais que 55% do tráfego entre duas redes temdireito a receber taxa de interconexão, pelos 45% excedentes.

As empresas-espelho perceberam que se atraíssem clientes que recebemgrande volume de chamadas, como provedores, call centers ou rádios,deixariam de ser pagadoras e se tornariam credoras de interconexão.Essa estratégia foi usada pela GVT, diz Amos Genish, presidente daempresa. A interconexão respondia por 35% da receita da operadora, em2001 - hoje, representa 10%, diz Genish.

As operadoras dominantes também gostaram da idéia. Quando a Telemardecidiu comprar o iG, um dos argumentos era de que o provedor gerariareceitas para a empresa, na área de suas concorrentes. De acordo comreportagens da época, o contrato entre as empresas previa que o iGreceberia, a partir de 2002, pelo tráfego gerado fora da área da Telemar.Em 2002, seriam R$ 39 milhões na área da BrT; R$ 92 milhões na daTelefônica e iria economizar R$ 81 milhões em interconexão na suaregião.

A Telefônica foi a última a criar seu provedor gratuito, o iTelefônica. Aempresa diz que tomou a iniciativa para se defender da perda de tráfego,mas que pode voltar atrás se a forma de remuneração mudar. Asoperadoras concordam com os provedores pagos na crítica à regra dedesbalanceamento, mas não querem mudá-la. Temem osquestionamentos jurídicos que poderiam surgir de empresas como a GVT.Por isso, acreditam que a melhor solução seria identificar as chamadaspara os provedores e considerá-las como se fossem tráfego de dados, emvez de telefonia - já que a regra diz respeito somente ao tráfegotelefônico.

Fernando Madeira, presidente do Terra, considera esta uma boa solução.Caio Túlio Costa, diretor geral do UOL, não acredita em mudanças naforma de remuneração. Prefere defender a isonomia dos provedorespagos em relação aos gratuitos. "Eles não pagam pelos meios que usam.E o contrato do UOL com a Telemar prevê o pagamento de receitas deinterconexão ao provedor", diz. "Queremos ser tratados do mesmo jeito."

A Embratel é contrária à transformação do tráfego internet em tráfego dedados e defende a adoção de tarifas de interconexão baseadas em custo,para reduzir o preço da interconexão. Propõe também a ampliaçãogeográfica das áreas locais do país, para que haja um número menordelas, e parte das chamadas que hoje são de longa distância setransformem em locais.

A posição da empresa deixa claro que a internet é um dos muitos pontosde conflito entre operadoras a respeito de interconexão. Há disputas nopagamento das empresas de longa distância pelas redes locais e no detelefônicas locais pela interconexão com as celulares. Mudar qualquerponto dessa relação, sem mexer no quadro total, pode gerar distorçõespiores ainda, dizem especialistas.

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Classes C e D são desafio dos provedoresDe São Paulo

Sete anos depois de a internet começar a ganhar contornos de negócio noBrasil, os provedores de acesso debatem-se diante de uma questão: comoampliar o número de usuários pagos para ganhar o volume necessário àsua lucratividade.

No Brasil, o número de pessoas que acessam a internet em casa éconsiderável: são cerca de 15 milhões de usuários, segundo o YankeeGroup, instituto de pesquisa especializado na área de tecnologia. Onúmero de contas pagas, no entanto, é muito menor: apenas trêsmilhões. Como cada assinatura é usada por mais de uma pessoa, esseuniverso é calculado em 10 milhões de usuários.

Pelas contas da Abranet, entidade que reúne os provedores de acesso,existem quatro milhões de contas pagas, que se desdobram em dezmilhões de consumidores, mesmo número do Yankee. Além deles, hámais cinco milhões de usuários que só usam a web gratuita. Uma partedos usuários pagantes também tem conta nos gratuitos, mas é difícildefinir o volume.

Em quaisquer dos dois cálculos, a conclusão é semelhante: falta público,ainda mais diante da forte concentração do setor. Existem pelo menos1219 provedores no país, segundo a Abranet. A diferença entre elas,porém, é abissal.

No topo estão provedores com atuação ampla e marcas fortes, como ospagos UOL, Terra e AOL e os grátis iG e iBest. "As maiores empresasconcentram 70% do acesso à internet a partir de casa", diz Roque Abdo,presidente da Abranet. Em geral, diz o empresário, o número de usuáriosdesses provedores ultrapassa a marca de 800 mil.

Logo em seguida, há um enorme vácuo. "Entre 50 mil a 800 mil clientes,não há ninguém", diz Abdo. O degrau seguinte é o de companhias com 7mil a 50 mil clientes. "São 15, no máximo". Todo o resto está concentradoem faixas abaixo de 7 mil usuários.

O número de provedores caiu 1,77% em relação ao ano passado, masisso não será nada comparado ao que pode acontecer se não foremencontradas maneiras de estimular o mercado. "Em dois anos, o númeroserá reduzido à metade e, em quatro anos, pode diminuir para 25%",prevê Abdo.

Qual o caminho a seguir? "O grande desafio da internet é incluir as classesC e D e conquistar as pequenas empresas", afirma Dário Dal Piaz,presidente do Yankee Group no Brasil. As companhias de pequeno portesão fundamentais porque representam um mercado quase ignorado. "Oproduto das pequenas e médias vai crescer 26% ao ano, segundo oSebrae, enquanto a economia talvez só aumente 1%", compara Dal Piaz.O tamanho da oportunidade é dado pelo volume de pequenas empresasque têm internet: apenas 7%.

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No caso das classes C e D, está em jogo a inclusão digital, que incluiesforços do governo e da sociedade para levar a internet a essascomunidades. O Fust, que vai destinar US$ 2 bilhões para ainformatização de escolas, tornou-se uma das maiores esperanças naárea, mas acabou paralisado este ano.

Explorar quaisquer desses mercados, no entanto, vai requerer umamudança no modelo de pagamento de quem se conecta à internet pelasredes de telefonia. "Em todo o país, apenas 700 cidades têm coberturalocal", diz Dal Piaz. Para os moradores dos demais municípios, a conexãoé feita por meio de interurbano, com custo muito mais alto. "Ademocratização da internet não está no provedor, mas no custo do pulso",diz Abdo. "A verdadeira inclusão digital é levar o sinal até o provedor localde internet." (PC e JLR)

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