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NOTÍCIAS DO CONGRESSO EDIÇÃO 23OUT2014 Secretário do Estado da Saúde de Angola destaca a contribuição do II Congresso da Clínica Girassol na melhoria do Sistema Nacional de Saúde. Ao fazer a abertura do II Congresso da Clínica Girassol o Secretário de Estado da Saúde, Dr. Carlos Alberto Masseca, fez saber que com a realização deste evento a Clínica Girassol contribui de forma decisiva para a o Sistema Nacional de Saúde angolano, bem como na melhoria da prestação de cuidados aos pacientes angolanos, através do uso de novos métodos e técnicas no tratamento dos mesmos. Desenvolvimento na próxima edição. l Cerimónia de Abertura do Girassol 2014 Secretário do Estado da Saúde de Angola destaca a contribuição do II Congresso da Clínica Girassol na melhoria do Sistema Nacional de Saúde. DESTAQUES Abordagem do Cancro do Rim por Cirurgia Robótica Vantagens para doente, equipa de saúde e hospital Doenças ocupacionais no ramo petrolífero Companhias petrolíferas reforçam investimento na saúde e segurança dos trabalhadores Reflexões Ordem de não reanimar em idade pediátrica é especialmente complexa Co-infecção Tuberculose/VIH Clínica Girassol vai ter unidade de ambulatório para o tratamento da co-infecção TB/VIH Tratamento actual do enfarte do miocárdio Êxito da angioplastia coronária é superior a 95% 5 7 9 11 11

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NOTÍCIAS DO CONGRESSO

EDIÇÃO 23OUT2014

Secretário do Estado da Saúde de Angoladestaca a contribuição do II Congresso daClínica Girassol na melhoria do SistemaNacional de Saúde.

Ao fazer a abertura do II Congresso daClínica Girassol o Secretário de Estado daSaúde, Dr. Carlos Alberto Masseca, fezsaber que com a realização deste evento a

Clínica Girassol contribui de forma decisivapara a o Sistema Nacional de Saúdeangolano, bem como na melhoria daprestação de cuidados aos pacientesangolanos, através do uso de novosmétodos e técnicas no tratamento dosmesmos. Desenvolvimento na próximaedição. l

Cerimónia de Abertura do Girassol 2014Secretário do Estado da Saúde de Angola destaca acontribuição do II Congresso da Clínica Girassol namelhoria do Sistema Nacional de Saúde.

DESTAQUESAbordagem do Cancro do Rim porCirurgia RobóticaVantagens para doente, equipa desaúde e hospital

Doenças ocupacionais no ramopetrolíferoCompanhias petrolíferas reforçaminvestimento na saúde e segurançados trabalhadores

ReflexõesOrdem de não reanimar em idadepediátrica é especialmente complexa

Co-infecção Tuberculose/VIHClínica Girassol vai ter unidade deambulatório para o tratamento daco-infecção TB/VIH

Tratamento actual do enfarte domiocárdioÊxito da angioplastia coronária ésuperior a 95%

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Coordenado pelo Dr. Mário Gomes da Silva,chefe de Serviço de Nefrologia eHemodiálise da Clínica Girassol, no cursopré-congresso sobre “Atualização emNefrologia” foram apresentadas as técnicasmais recentes nesta área, “o que permitiu aanálise e discussão dos aspectos maisactuais desta especialidade”, segundo oespecialista.

Da equipa de formadores fizeram parte aDr.ª Suzana Costa (Directora Clínica daClínica Girassol), Dr. MárioGomes da

Silva (chefe de Serviço de Nefrologia daClínica Girassol), Dr. Matadi Daniel(presidente da Sociedade Angolana deNefrologia), Dr.ª Felicidade Manuel, Dr.ªEngrácia Van-Dúnem, Dr.ª Honorata Tito,Dr.ª Filipa Mussungo e Dr. Noel Bridon(nefrologistas do Hospital Militar).

O impacto actual do aumento de problemasrenais na população conduz à procura daactualização contínua de

conhecimentos e melhoria na prestação decuidados às pessoas com alterações dafunção renal, a par do conhecimento dosavanços tecnológicos nesta área. “Areceptividade dos profissionais foi excelente,já que se tratou, de facto, de uma acção deformação contínua”, referiu ao nosso jornalo Dr. Mário Gomes Silva, adiantando que,apesar do curso ter tido uma carga horáriade 8 horas, o factor tempo constituiu uminconveniente: “esperamos que, na próximaoportunidade, o curso seja ainda mais longoe melhor”.

Na perspectiva do especialista, é importanterepetir estas acções de formação no futuroporque “constituem uma forma de osprofissionais estarem actualizados emmatéria de Nefrologia” e permitem “adiscussão das novas realidades ouguidelines da especialidade com osparticipantes”. l

“Atualização em Nefrologia” registou grandereceptividade por parte dos participantes

Controlo dasinfecçõeshospitalaresrequer oenvolvimentode todos osprofissionaisO curso pré-congresso “Controlo deinfecções associadas a cuidados de saúde”,realizado ontem, visou contribuir para aqualificação dos profissionais e fortalecer asacções de vigilância epidemiológicamediante uma abordagem estratégica deeducação continuada.

Coordenado pela Dra. Ivone Quemba,Infecciologista da Clínica Girassol e membroda Comissão de Infecção Hospitalar,envolveu um alargado conjunto deprofissionais de saúde de Angola, Portugal e

Brasil: Enf. Benvindo Ngonga (do Serviço de

Controloe Infecção Hospitalar da

Clínica Girassol), Dra. Edna Quintas

(Infecciologista), Dr. Fernando Bastos (chefeda Unidade de Cuidados

Intensivos Neonatal da Clínica Girassol), Dra.Laura Brum (Patologista Clínica), Dra.Sandra Neto de Miranda (epidemiologista emembro do CCIH), e o Prof. Doutor. WalterTavares (Doenças Infecciosas e Parasitárias).

Na perspectiva da Dra. Ivone Quemba, opapel dos profissionais de saúde nodesenvolvimento de acções de prevenção econtrolo da infecção hospitalar passa pela“adesão às políticas que visam a segurançado doente”. Este é um aspecto crucial queimplica “uma grande luta no controlo dasinfecções, tendo em conta as medidas debio-segurança preconizadas actualmente”.

Daí, justamente, a pertinên -cia e importância deste curso, que veio“relembrar e refrescar os conhecimentosprévios adquiridos pelos profissionais desaúde”.

A Dra. Ivone Quemba salienta ainda queComissão de Controlo de Infecção Hospitalar(CCIH) da Clínica Girassol “é de caráctermultidisciplinar, incluindo um infeciologista,um enfermeiro especialista em controlo deinfecção hospitalar, um administradorhospitalar, um microbiologista e umfarmacêutico”.

Esta comissão é responsável “por averiguarquais os doentes que necessitam demedidas de protecção”. No âmbito da CCIH,“foi criada igualmente a Comissão deAntibióticos, com o objectivo de evitar ogrande problema actual relativo às multi-resistências”.l

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Durante o curso pré-congresso sobre«Imagiologia de Urgência: Como Utilizar?»,realizado no passado dia 21 de Outubro, osparticipantes tiveram uma oportunidadeúnica de abordar aspectos práticos e comimpacto sobre a sua prática clínica, comonos explicou a coordenadora do curso, Dr.ªConstança Gomes (Chefe do Departamentode Imagiologia da Clínica Girassol):“essencialmente falámos das novastécnicas e protocolos em relação aoatendimento do paciente de urgência, querseja traumático ou não traumático. Foi

benéfico porque falámos muito deprotocolos, em particular”. De acordo comesta dirigente, o tipo de acção formativaem causa, focada na Imagiologia deUrgência, merece continuidade daqui emdiante: “a receptividade dos formandos foiboa e penso que é sempre importante dara conhecer o que de novo se faz no mundoe o que nós devemos adoptar, aqui emAngola. Julgo que doravante podemosfazê-lo não num contexto de Congresso,mas sim de jornadas”. l

Curso Pré-Congresso – Imagiologia de UrgênciaÉ preciso continuar a partilha de conhecimento

Foi bom. É um curso bastante prático. Nós, internos de Imagiologia,conseguimos usar toda esta informação no nosso dia-a-dia, poisfazem referências a casos que nos surgem na Clínica Girassol”.“

Elza Gondjo (Médica Interna e Formanda do Curso Pré-Congresso sobre Imagiologia de Urgência)

O Prof. Alok Shrivastava (Director daSecção de Oncologia Urológica daCleveland Clinic na Florida – EUA – eProfessor Associado da Florida AtlanticUniversity) fará hoje uma conferência deenorme relevo, subordinada ao tema dotratamento do cancro do rim através deintervenção cirúrgica robótica.

Segundo o Prof. AlokShrivastava, as

principais vantagens desta técnicaminimamente invasiva incluem “menoresíndices de dor para o paciente, períodos dehospitalização e internamento mais curtose um recobro mais rápido. Embora tudoisto se tenha tornado possívelgraças à

laparoscopia, após a introdução dos robôsconseguimos hoje efectuar excisões detumor mais profundas e reconstruçõesmais complexas do rim”.

De acordo com aquele especialista, a novametodologia de intervenção “transformou aprática cirúrgica nos EUA, e na realidade oscirurgiões no país estão a remover cada vezmenos rins, quando abordam casos decancro do rim e os procuram tratar. Já seencontra comprovado que a manutençãode tecido renal aumenta as probabilidadesde sobrevivência do paciente e diminui aprobabilidade de ser necessárioposteriormente a diálise ou o transplantede órgão”.

É importante relembra que o Prof. AlokShrivastava fez parte da equipa quedesenvolveu o primeiro programaestruturado para cirurgia robótica a nívelmundial, em 2000. Após desenvolver astécnicas associadas à prostatectomiaradical robótica, a equipa partiu para arealização de cistectomias radicaisrobóticas em casos de cancro da bexiga e,por último, para a cirurgia robóticaorientada para o tratamento do cancro dorim. l

ANTEVISÃO

Abordagem do Cancro do Rim por Cirurgia RobóticaVantagens para doente, equipa de saúde e hospital

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As “doenças ocupacionais no ramopetrolífero” foi o tema da conferênciarealizada ontem pelo Dr. Rodrigo PereiraGomes, especialista em MedicinaOcupacional e médico do trabalho dacompanhia petrolífera brasileira Petrobras.De acordo com o conferencista, excluindo-se as lesões decorrentes de traumas eacidentes, “as causas mais comuns dedoença do trabalhador do ramo petrolíferono Brasil são os distúrbiososteomusculares e, em especial, asdoenças dos discos intervertebrais”. Ostranstornos mentais são

também cada vez mais prevalentes e, nesteramo, já se configuram como “a terceiraprincipal causa de afastamentos dotrabalho”.

Na sua perspetiva, “os cuidados a umapessoa com diagnóstico de doençaocupacional transcendem o tratamento dapatologia em si. Englobam a promoção deambientes de trabalho saudáveis, com aminimização dos riscos presentes, etambém o processo de reintegração dotrabalhador ao seu local de

trabalho. Estes cuidados só são possíveisatravés de um esforço integrado realizadopor equipas multidisciplinares de saúde(médicos, psicólogos, fisioterapeutas), emparceria com profissionais de ServiçoSocial e Segurança do Trabalho.

De uma maneira geral, as companhiaspetrolíferas estão cada vez mais atentasaos problemas dos trabalhadores,acrescenta o Dr. Rodrigo Pereira Gomes.Aliás, “têm investido bastante na prevençãode acidentes de trabalho, quer através daincorporação de novas tecnologias, quer notreino das pessoas”. Na sua opinião, esteinvestimento “também tende a serdirecionado para a prevenção de doençasatravés do fortalecimento dos serviços desaúde das empresas. Tenho observado queas taxas de absenteísmo já fazem parte doquotidiano dos gerentes operacionais daempresa. Estes, em parceria com osserviços de saúde e segurança, têmprocurado novas metodologias paraprevenir as doenças dos trabalhadores”. l

Doenças ocupacionais no ramo petrolíferoCompanhias petrolíferas reforçam investimento na saúde e segurança dos trabalhadores

A importância da telemedicina no futuro daprática médica foi o tema da conferênciaproferida ontem pela Dr.ª Celeste Alves,Chefe de Serviço do Hospital FernandoFonseca e responsável pela ImagiologiaMamária da Fundação Champalimaud, emLisboa (Portugal). “A telemedicina é umaferramenta tecnológica, utilizando astelecomunicações e a informática, simplesde utilizar e que permite prestar cuidadosde saúde altamente diferenciados, comacesso a especialidades médicas, por partede populações distantes, sem recursopróximo a esses cuidados”, sublinhou aespecialista ao Jornal do 2º Congresso daClínica Girassol. “Permite realizarlocalmente exames complementares dediagnóstico, nomeadamente examesradiológicos, para serem interpretados porespecialistas, em tempo real ou emdiferido. Nos dias actuais, em que temosde prestar cuidados de saúdediferenciados, com recursos humanos eeconómicos escassos, a telemedicinaconstitui uma ferramenta indispensável em

qualquer sistema de saúde moderno”.

Num país como Angola, com uma enormeárea territorial e em fase acelerada dedesenvolvimento, “a telemedicina poderepresentar uma ferramenta fundamentalna assistência médica diferenciada, comrecurso a especialidades médicas sóexistentes nos grandes centros, evitandoassim a deslocação dos doentes a essescentros, com todos os custos económicos esociais associados”, frisou, sem esquecer oseu papel importantíssimo “naformação à

distância, médica, de enfermagem e deoutros profissionais”.

Na sua opinião, “a telemedicina poderepresentar a sustentabilidade de umsistema nacional de saúde, moderno, comqualidade assistencial às populações,permitindo a realização de actos médicosdiferenciados no local, a selecção dosdoentes e evacuar e quais os centros maiscapacitados para os receberem”.l

Telemedicina pode contribuir para a sustentabilidade do sistema de saúde

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A Organização Mundial da Saúde (OMS)estimou, já em 2014, que 360 milhões depessoas (328 milhões de adultos e 32milhões de crianças, ou seja, 5% dapopulação mundial) têm uma surdezincapacitante e que a maioria dos indivíduosafectados (provavelmente dois terços) estãonos países em desenvolvimento.

Na conferência que ontem proferiu sobre“surdez em África: prevenção, diagnóstico,tratamento e reabilitação”, o Prof. DoutorPedro Alberto Escada (director do Serviço deOtorrinolaringologia do Hospital de EgasMoniz - do Centro Hospitalar de LisboaOcidental - e professor deOtorrinolaringologia da Faculdade deCiências Médicas, da Universidade Nova deLisboa), assinalou que as estimativasespecíficas da África subsariana referemque “até 6% da população pode ter umasurdez incapacitante e, ao contrário do queacontece, por exemplo, na Europa (em queesta situação ocorre sobretudo nos adultos)a surdez incapacitante ocorre sobretudo nascrianças”.

Na opinião do Prof. Doutor Pedro Escada, “oaspecto mais importante no que diz respeitoao diagnóstico é assumir que deve ser

precoce, mas que também a intervenção(tratamento ou reabilitação) devem serprecoces”.

Estima-se que 50% dos casos de surdezpodem ser evitados pela prevenção primária.“Nos países africanos, já foram emitidasrecomendações sobre as medidas que asescolas, os cuidados de saúde primários eos hospitais podem desenvolver paraprevenir a surdez”, sublinha o docente daUniversidade Nova de Lisboa, acrescentandoque a prevenção “passa por medidas aserem desenvolvidas nas escolas, noscuidados de saúde primários e noshospitais, tais como: desaconselhar oscasamentos consanguíneos, promover avacinação da rubéola, meningite, sarampo epapeira, prevenir e tratar precocemente aicterícia neo-natal, evitar a utilização defármacos ototóxicos e de tratamentosherbais tradicionais, controlar e prevenir amalária, melhorar os cuidados materno-infantis, diagnosticar e tratar a otite média,evitar a exposição profissional e recreativaao ruído, entre outras medidas”. Emresumo, “a prevenção depende muito doscuidados gerais da saúde e não tanto demedidas específicas dirigidas ao ouvido ou àaudição”.

O especialista defende, por outro lado, que“o rastreio neo-natal da surdez, que estágeneralizado na Europa, comece a serplaneado para África, e que as pessoas comsurdez comecem a ter possibilidade de teracesso à reabilitação com prótese auditiva(aparelho auditivo)”. É ainda extremamenteimportante que “aumente em África onúmero de profissionais ligados a estasdoenças (otorrinolaringologistas,audiofonologistas), porque são escassos, eque se continuem a desenvolver localmentecentros de referência, como a ClínicaGirassol, onde esses profissionais possamdisponibilizar aos seus doentes os mesmostratamentos e níveis de cuidados que estãoactualmente disponíveis nos paísesda Europa”. l

REFLEXÕES

Ordem de nãoreanimar emidadepediátrica éespecialmentecomplexaA ordem de não reanimação constitui umadecisão complexa, na qual intervêmprincípios éticos essenciais, tais como aautonomia, beneficência, não maleficênciae justiça. A sua aplicação em idadepediátrica está hoje em destaque nasessão “Reflexões sobre a ordem de nãoreanimação”. Moderada pela Prof. DoutoraMaria do Céu Machado, diretora doDepartamento de Pediatria do HospitalSanta Maria (CHLN) e professora dePediatria da Faculdade de Medicina da

Universidade de Lisboa, a sessão contacom a participação da Dra. Ester Almeida,Dra. Helena Isabel Almeida e Dra. NeusaRibas.

Enquanto que a intervenção da Dra. EsterAlmeida se centra no dilema da pediatriana Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica,a Dra. Helena Isabel Almeida apresenta aexperiência da Unidade de CuidadosPediátricos do Hospital Prof. DoutorFernando Fonseca (Portugal). A visãojurídica é dada pela Dra. Neusa Ribas.

Em causa está o conceito do melhorinteresse da criança, a visão dos pais, dosmédicos e da própria criança, a partir dos14 anos, assim como a complexidade dadecisão de iniciar, limitar, suspender ounão os cuidados.

A decisão ética de não reanimar cristaliza anoção de que a vida humana merece sersempre respeitada na sua dignidade,sobretudo no final da sua existência.“Quando a intervenção médica já não temqualquer benefício na evolução dasituação, a continuação dos cuidados, seprovocar sofrimento, pode consubstanciar«encarniçamento» terapêutico, ou seja,cuidados fúteis”, afirma a Prof. Doutora

Mariado Céu Machado,

recordando que a decisão de nãoreanimar, em idade pediátrica, éespecialmente complexa, pois “a opiniãodos pais deve ser ouvida e respeitada,desde que não colida com o melhorinteresse da criança”.l

50% dos casos de surdez podem ser evitadospela prevenção primária

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A temática da co-infecção tuberculose/VIHesteve ontem em destaque através daconferência proferida pela Dra. IvoneQuemba, Infecciologista da Clínica Girassole Membro da Comissão de InfecçãoHospitalar.

Na perspetiva da especialista, “atuberculose (TB) dista muito de sererradicada. Enquanto não houver umadiminuição da incidência e prevalência daSIDA, não é provável que a TB sejacontrolada”.

O trabalho da Clínica Girassol nesta área érelevante. De acordo com a Dra. IvoneQuemba, “temos feito o máximo paracontrolar os doentes que sãodiagnosticados no serviço de urgência,internamento ou em consulta externa deoutras especialidades. Seguidamente, osdoentes são referenciados para a consulta

externa de Infecciologia e, após exclusãode infecções oportunistas, iniciamosimediatamente o tratamento com terapiaanti-retroviral combinada”.

Prosseguindo esta linha de trabalho, aespecialista sublinha que “estamos aplanear criar, no próximo ano, umaunidade de ambulatório de co-infecção VIHe TB, em conjunto com aPneumologia

e Infecciologia, para o rastreio do VIH emtodos os doentes com tuberculosepulmonar e extra-pulmonar e tambémpara a implementação da DOT (Toma SobObservação Directa), com o apoio de umaequipa multidisciplinar”. l

Co-infecção Tuberculose/VIHClínica Girassol vai ter unidade de ambulatório para otratamento da co-infecção TB/VIH

Tratamentoactual doenfarte domiocárdioÊxito da angioplastiacoronária é superior a 95%

O enfarte agudo do miocárdio (EAM) é umadas principais causas de morte,especialmente no mundoocidental.

Contudo,de acordo com o Dr.

Ruben Piraino, especialista emHemodinâmica e Angiografia Geral doInstituto de Medicina Cardiovascular,Sanatório Rosendo Garcia e SanatórioPlaza, da Argentina, “o seu tratamentoregistou importantes avanços” nosúltimos anos.

Autor da conferência “Tratamento actualdo enfarte do miocárdio: novasestratégias de revascularização porangioplastia”, realizada ontem ao inícioda tarde, o especialista – que liderou oColegio Argentino de CardioangiologosIntervencionistas em 2010 e 2011 –explica que o tratamento visa “abrir aartéria coronária que se encontraobstruída pela súbita formação de umcoágulo que impede a circulação dosangue e provoca a morte do tecidocardíaco. Quanto mais precocemente seproduz a abertura da artéria coronária,mais músculo cardíaco se salva e menoré a mortalidade”.

A angioplastia coronária substituiu, em

muitoscasos a cirurgia de by

pass coronário. “Tanto é assim quea proporção de angioplastias versuscirurgia de by pass atinge uma proporçãode 4 para 1, chegando a ser de 8 para 1 emalguns países”. Acresce ainda que “o êxitoda angioplastia coronária é superior a95%”.

Segundo o especialista, “as vantagens daangioplastia coronária são o seu elevadoêxito primário (próximo dos 99%), baixataxa de complicações (0,5% demortalidade), estadias hospitalares curtase a rápida reinserção laboral ou restituiçãoà vida quotidiana, evitando os traumas dacirurgia, uma vez que tudo se realizaatravés de uma pequena punção numa dasartérias da virilha, do braço ou da mão”.

As perspectivas futuras são, na suaopinião, “muito promissoras, pois cada vezse tratam lesões mais complexas e seintroduzem novos dispositivos, como osstent farmacológicos”. Estes, “além depossuírem uma estrutura metálica querestabelece a arquitectura da artéria,libertam um medicamento que impede queesta se torne a fechar com a passagem dotempo”. l

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Através do curso pré-congresso «TerapiaIntravenosa e Segurança do Paciente»,realizado no dia 21 de Outubro, osformandos puderam discutir aspectosinerentes aos cuidados a ter no âmbito detodo o processo de terapia intravenosa,permitindo-lhes ainda a tomada deconhecimento ou aprofundamento domesmo no que concerne a assistência emsaúde com foco na minimização de riscos,prevenção de erros, segurança do paciente egestão do risco clínico, de um modo geral.

“Os participantes foram bastantes receptivose demonstraram interesse ao longo docurso, tendo interagido durante o mesmo deforma pertinente. Um dos aspectos que há aregistar no feedback que foi passado pelosmesmos, foi a proposta de que estesassuntos sejam periodicamente abordadosnas instituições de saúde, de forma maisrestrita em cada unidade e de forma globalem eventos institucionais, de modo aimplementar efectivamente a cultura desegurança”, garantiu-nos a Coordenadorado curso e Chefe do Serviço de Gestão eAnálise de Riscos da Clínica Girassol, Dr.ªAngelina Mulumba.

Esta dirigente frisa que “a questão dasegurança do paciente é uma matéria à qualé dada cada vez mais relevância a nívelglobal, pelo que é de extrema importânciaque as instituições de saúde preocupadascom a qualidade dos serviços que prestampromovam cursos e accões de sensibilizaçãoneste âmbito, de forma continua”.

A Dr.ª Angelina Mulumba acentuou que aClinica Girassol “se destaca por serpioneira em Angola no que diz respeito àexistência de um serviço especifico para agestão de risco, com a implementaçãoconcomitante de uma comissão da mesmaárea, constituída por membros deespecialidades profissionais diversas”.

Na óptica do Enfermeiro Lucas Hilário(Chefe de Departamento de Enfermagem daClínica Girassol), que participou neste curso,esta formação teve componentes que muitobeneficiarão a capacidade daqueles que aela assistiram, nomeadamente ao nível dadefesa dos valores da segurança: “a terapiaintravenosa é um procedimento invasivo etodo o cuidado é pouco para que nãocausemos danos ao doente. Melhor prática

equivale a mais segurança emelhor cuidado aodoente”. l

Curso Terapia Intravenosa eSegurança do PacienteInstituições de saúde responsáveis preocupam-se com segurança do doente

Ao longo do curso «Fundamentos daVentilação Mecânica», desenvolvidoanteontem no âmbito do 2º Congresso daClínica Girassol, os profissionais inscritosreceberam noções fundamentais para aventilação mecânica, com uma tónicamuito forte nas mais recentes evidências.Como explica a Coordenadora do curso, aFisioterapeuta Dr.ª Aida Laurindo (Chefe doServiço de Fisioterapia da Clínica Girassol),este “foi um curso que nos trouxeconhecimentos actuais baseados nas

novas guidelines. Todos os professores nostrouxeram os conhecimentos mais actuaisna matéria, que nos vão ajudar a melhorara prática hospitalar”.

Reforçando a excelente adesão que o cursoconheceu junto dos seus destinatários, aDr.ª Aida Laurindo garantiu ao nosso jornalque “valerá sempre a pena repetir estaformação, mas num outro formato maisespecífico e dividido por vários módulos, aoinvés de genérico”.l

Curso pré-congresso - «Fundamentos da Ventilação Mecânica»Novas guidelines marcam aprendizagem

Neste curso foi abordada a perspectiva de ventilação em casosmuito frequentes na UTI da nossa instituição, a Clínica Girassol.Foi benéfico e penso que saímos daqui mais fortalecidos,convencidos de que com estas práticas faremos sempre melhor.Os formadores são pessoas bastante experientes nesta área”.

“ “

Dr.ª Tânia Vaz da Conceição (Médica Interna da Clínica Girassol)

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O curso “Importância da Enfermagem naTerapêutica Transfusional”, realizado nodia inaugural do Congresso, proporcionouaos formandos a visão do “papel essencialda Enfermagem no processo transfusionaldo paciente, permitindo que a transfusãoseja realizada com total segurança”, referiuao nosso jornal a Dr.ª Adiz Del CarmenCogle, imunohematologista do Centro deHemoterapia e Banco de Sangue da ClínicaGirassol.

A equipa de formadores deste curso foiainda constituída pela Dr. ª Maria Pintode Brito (imunohemoterapeuta eCoordenadora do Centro de Hemoterapiae Banco de Sangue da Clínica Girassol), oDr. Simeão Chilli (imunohemoterapeuta eresponsável do Laboratório deImunohematologia e do Controlo daQualidade Externa - Centro Nacional deSangue), a Enf.ª Eunice CernichiaroBastos (coordenadora do Departamentode Estatística e Qualidade da ClínicaGirassol), a técnica em EnfermagemMaria da Gloria João (Centro deHemoterapia e Banco de Sangue daClínica Girassol) e os técnicos emHemoterapia Nginayani Simão,Domingos Gabriel, Maria Madalena doNascimento Lourenço e Afonso Pembele

Unza (todos do Centro de Hemoterapia eBanco de Sangue da Clínica Girassol).

O curso foi realizado na sala detreinamento da Clínica Girassol e areceptividade dos participantes foiexcelente, na perspectiva da Dra. Adiz DelCármen Gogle, que sublinha a importânciade a classe de Enfermagem “conhecer osprocedimentos relacionados com o actotransfusional para poder seguir comeficácia as transfusões nospacientes”.

Igualmente significativa é a opinião daenfermeira e formanda Maria da Glória,segundo a qual esta formação “constituiuuma grande mais-valia, pois permitiu aapresentação de novos procedimentos naárea da terapêutica transfusional,contribuindo assim para que se evitemerros durante a transfusão de sangue e sesalvaguarde a integridade dopaciente”l

Enfermagem é essencial no processotransfusional do paciente

“Os idosos atendidos em serviços deemergências correm alguns riscos,nomeadamente hiponatremia e delíriumpor excesso de soro glicosado, hipóxiacerebral por baixar a pressão arterialabruptamente, insuficiência renal aguda ouagudizada – pela administração de anti-inflamatório – ou distanásia (devido aagressividade terapêutica em pacientesportadores de doençascronicodegenerativas e funcionalmentecomprometidos”, explicou ao nosso jornal oProf. José Mário Tupiná Machado(Professor e Responsável da Geriatria noHospital Universitário Cajuru - PontifíciaUniversidade Católica do Paraná), que

amanhã realizará no âmbito do 2ºCongresso da Clínica Girassol aconferência “Emergências em Geriatria”.

Pelas razões atrás expostas, seriafundamental que todos os hospitaispossuíssem serviços ou equipasespecializadas de atendimento geriátricoemergente, ou pelo menos aquelasunidades hospitalares que cubram áreasdemográficas onde a presença de idososseja significativa, como elucida o Prof. JoséMário Tupiná Machado: “ter uma unidadeespecífica ou profissionais específicosdentro de uma unidade de emergência paraatender os idosos está na dependência da

prevalência de idosos na comunidade emquestão”.

No Brasil, país onde vive e trabalha esteespecialista, existem já muitos médicosgeriatras actuando em unidades deemergência, contudo acabam por atendertodos os clientes, incluindo pacientes nãoidosos. Ao nível formativo, seria tambémimportante dinamizar a obtenção decompetências nesta área, já que segundo oProf. José Mário Tupiná Machado, “aindasão muito poucas as escolas médicas quetem a disciplina de Geriatria no seuconteúdo programático”. l

ANTEVISÃO

Conferência “Emergências em Geriatria”Idosos atendidos em serviços de urgência geral correm riscos especiais

EDIÇÃO E PROPRIEDADE: CLÍNICA GIRASSOL – RUA COMANDANTE GIKA, Nº 225,BAIRRO ALVALADE, MAIANGA, LUANDA - ANGOLA • TELEFONES: +244 226 698 000 •DIRECÇÃO: OSVALDO CONCEIÇÃO, ANDRESA PRATA E MATEUS CRISTÓVÃO •COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO: FILOMENO PASCOAL, ANTÓNIA LISBOA E CARLASANTOS • FOTOGRAFIAS: HORÁCIO LUVUMBO E LUÍS VAN-DÚNEM • DESIGNER EPAGINAÇÃO: EFEITO BORBOLETA • IMPRESSÃO: NETOFFICE • DISTRIBUIÇÃO:GRATUITA • TIRAGEM: 200015

FICHA TÉCNICA:

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