Notícias do Mar n.º 311

60
1 2012 Novembro 311 Fotografia: Jesús Renedo/Acciona Fotografia: José Tourais

description

Jornal Notícias do Mar Online, n.º 311, Novembro de 2012.

Transcript of Notícias do Mar n.º 311

Page 1: Notícias do Mar n.º 311

12012 Novembro 311

Foto

grafi

a: Je

sús R

ened

o/Ac

ciona

Foto

grafi

a: Jo

sé To

urais

Page 2: Notícias do Mar n.º 311

2 2012 Novembro 311

Razia na Primeira Semana

Sábado, 10 de Novembro de 2012. Les Sables d’Olonne. 13 horas e 2 minutos (fuso horário francês). Vinte IMOCA60 estão à largada da mais mítica das regatas.

Vela

Vendeé Globe 2012-2013

Começou a Vendée Globe. Os epítetos pelos quais são co-nhecidos os skippers

esclarecem qualquer dúvida. Talvez loucos, não seja o mais adequado mas aventureiros e destemidos,

figuram entre os que mais se ade-quam a estas duas dezenas de ve-lejadores.

Fazer uma volta ao mundo em solitário, sem escalas nem assis-tência, transforma qualquer outro desporto dito radical numa brin-

cadeira de miúdos. As condições meteorológicas que a frota conhe-ce dobrando os três cabos – Boa Esperança, Leeuwin e Horn – são extremas e apenas os mais fortes conseguem chegar ao fim.

A velha máxima “only the strong

survive”, adoptada da teoria de Darwin, poderia ser aplicada como lema da prova, mas outras de cariz militar também assentam como uma luva. Aguarda-se sempre abando-nos e longe vão os tempos dos aci-dentes mortais que ensombraram a prova. O que não se esperaria é que com menos de uma semana de Vendée Globe já houvesse quatro retirados.

O Safran, de Marc Guillemot, foi o primeiro, seguiram-se o Groupe Bel, de Kito de Pavant, o Bureau Valée, de Louis Burton e o Savéol, de Samantha Davies.

O grupo da frente, está a Sul das Canárias, e é liderado pelo Banque Populaire, de Armel Le Cléac’h. O Macif, de François Gabart, é se-gundo e o Cheminées Poujoulat, de Bernard Stamm, é terceiro.

O estranho caso das traineirasTanto o Groupe Bel, de Kito de Pa-vant como o Bureau Valée, de Louis Burton, abandonaram pelo mesmo motivo, colidiram com traineiras ao largo da costa portuguesa.

Um mistério insondável e digno de um filme de Hitchcock. Sabendo-se que os dispositivos de seguran-ça dos IMOCA60 estão ligados, por que razão houve duas colisões?O líder da regata, Banque Populaire

A largada

Foto

grafi

a: Je

an-M

arie

Liot /

DPP

I

Page 3: Notícias do Mar n.º 311

32012 Novembro 311

Vela

Opinião

“Jour J” em Sables d’Olonne. A romaria das últimas semanas transformou-se numa multidão. A pequena localidade de 15 mil habitantes, acolheu 600 mil

pessoas para a largada da Vendée Globe. Às 09:30 saiu do pontão, o primeiro dos 20 IMOCA60 rumo a uma Volta ao Mundo em solitário sem escalas nem assistências. Dizem que “não há amor como o primeiro” e foi com a Vendée, a mais dura das regatas, que me estreei a escrever sobre vela há distantes e longos 20 anos. É emocionante poder assistir uma vez mais à largada do “comboio dos duros” e ver o entusiasmo popular que, de quatro em quatro anos, me faz acreditar que a Vela é um desporto de massas. Vive la France.Rui Costa

Vive la France

Será que os barcos de pesca andavam com os seus dispositivos AIS desligados? Se sim, quem ave-rigua?

É que não falamos apenas de barcos de regata. Se os dispositi-

vos automáticos de localização não estão ligados, são um perigo para a navegação e para si próprios.

Estas são apenas perguntas le-gítimas que aguardam resposta das autoridades competentes.

A multidão à largada

Ambiente

Samantha Davies

Foto

grafi

a: V

icent

Cur

utch

et /

DPPI

Page 4: Notícias do Mar n.º 311

4 2012 Novembro 311

João Rodrigues Campeão Europeu

Vela

Campeonato da Europa de Windsurf

Campeonato de Espanha de Classes Olímpicas

Adupla António Matos Rosa/Ricardo Schedel, do Clube Naval de Cascais, venceu o Campeonato de Espanha de Classes Olímpicas na classe 470 que

termipou no passado dia 14 de outubro em Vilagarcía de Arousa, na Galiza.Foi excelente a prestação de António Matos Rosa/Ricardo Schedel na classe 470 em águas espanholas. A tripulação cascalense venceu três das 10 regatas

António Matos Rosa/Ricardo Schedel Campeões em 470

A dupla de Cascais, António Matos Rosa e Ricardo Schedel venceram em 470 Rui Silveira terminou em 6º

disputadas e deixou os segundos classificados Onan Barreiros/Cesar Conde, a 9 pontos de distância. Os catalães Jordi Xammar/Joan Herp foram terceiros. João Villas-Boas/Paulo Manso, também do Clube Naval de Cascais, foram 9º classificados, entre 24 duplas participantes.Em Laser Standard, Rui Silveira, do Clube Naval da Horta, foi 6º da geral que terminou

João Rodrigues sagrou-se Campeão Europeu Absoluto e Master de Raceboard, no Campeonato da Europa de Windsurf que terminou no passado dia 28 de Ou-tubro em Múrcia, Espanha.

João Rodrigues ter-minou com um ponto de vantagem sobre o segundo classifica-

do, o espanhol Ivan Pastor, de-pois de disputadas 13 regatas. O polaco Maksymilian Wojcik, campeão mundial de Racebo-ard, terminou no terceiro lugar. Pedro Moura foi 5º da geral e Alexandre Rebelo acabou no 18º posto.

Nos Sub 15, Artur Marques foi 56º, após nove regatas.

O francês Tom Monnet, o is-raelita Yoav Cohen e o italia-no Antonino Cangemi, ocu-param os lugares de pódio. Em Sub 17, Guilherme Marques foi o melhor português na 40ª po-sição. 55º Frederico Rodrigues terminou no 55º lugar, enquanto Alexis Santos e Gil Costa foram 84º e 85º, respectivamente.

Adam Sosnowski, da Poló-nia, foi o vencedor, seguido do italiano Michelle Cittadini e do israelita Yael Paz.

Page 5: Notícias do Mar n.º 311

52012 Novembro 311

Ao longo de três fins-de-semana, velejado-res portugueses com-petiram em 8 classes,

tendo alcançado vários lugares no pódio. As duplas Manuel Cunha/José Cunha e João Pestana/Tomás Marques foram 1º e 2º em 420. Tia-go Talone/Gonçalo Jordão foram segundos em Snipe. Em Laser Standard, Tiago Morais foi segundo e Eduardo Marques terminou em 3º. Miguel Gomes foi 3º em Laser Radial, enquanto Tomás Martins fi-cou com a prata em Laser 4.7 e Ca-rolina João foi a primeira feminina.

Em Optimist A+B, Francisca Pi-nho e Mafalda Pires de Lima foram 2ª e 3ª nas meninas e em Optimist C, Beatriz Gago foi 2ª da geral e vencedora no sector feminino.

com o triunfo do canarino Joaquín Blanco. Jesús Rogel e Jordi Capella, foram 2º e 3º. Serafim Gonçalves, do Clube Naval Povoense, foi 23º, Tiago Morais, do Clube Naval de Leça, terminou em 25º e Ricardo Marques, do Clube de Vela da Costa Nova, acabou em 31º lugar.

Rui Silveira terminou em 6º

Portugueses em Destaque

Foi numerosa a frota nacional que marcou presença na Semana del Atlantico, organizada pelo Real Club Náutico de Vigo.

Vela

Semana del Atlântico

Page 6: Notícias do Mar n.º 311

6 2012 Novembro 311

Velejadores PortuguesesDominaram Todas as ClassesNo fim de três dias de prova onde houve condições diferentes, um dia sem vento, um dia de pouco vento e um dia de vento forte, terminou em 21 de outubro o Cascais Laser Europa Cup, evento internacional da Classe Laser que reuniu quase cem velejadores em águas Cascalenses.

Vela

Cascais Laser Europa Cup

Houve muita disputa pelos lugares cimei-ros das três classes em prova, Standard,

Radial e 4.7, com os velejadores Portugueses a assegurarem o pó-

dio em todas elas. Na sexta-feira apesar do bom

tempo e das temperaturas agra-dáveis o vento não colaborou e não foi possível realizar nenhuma regata. A Comissão de Regatas e

todos os participantes bem tenta-ram, comparecendo em massa no campo de regatas à hora marca-da para a primeira largada, mas o vento não parou de oscilar, tanto de direção como de intensidade,

pelo que após horas de espera os velejadores voltaram para terra. No Sábado o dia amanheceu no-vamente sem vento, mas com a entrada de uma brisa de SW toda a frota foi mandada para o mar sen-do possível realizar 2 regatas para Standard e Radial e uma regata para os 4.7.

No Domingo, último dia de pro-va, o mar amanheceu agitado. Vento forte e ondas esperavam todos os concorrentes. Três rega-tas realizadas nas três classes, fecharam a Europa Cup com saldo positivo, em especial porque os ve-lejadores portugueses conquista-ram o 1º lugar em todas classes. Em Laser Radial, Miguel Gomes (CNSesimbra) foi o grande vence-dor, seguido de Inês Sobral (AN-Guadiana) que também conquistou o 1º lugar feminino. Em 3º lugar fi-cou o suíço Benoit Lagneux-Emery que também venceu a categoria “Sub 17”.

Em Laser Standard, o triunfo foi de Rui Silveira (CNHorta), seguido de Karolis Janulionis da Lituânia e de Tiago Morais (CNLeça).

Nos Laser 4.7, Tomás Martins (SAD) foi primeiro classificado con-quistando também o prémio em “Sub 16”, seguido de David Bieder-mann, da Suíça e de João Rodri-gues, do Clube de Vela de Lagos, com Carolina João (SAD) a con-quistar o 1º lugar feminino.

Rui Silveira, vencedor em Laser Standard

Laser em Cascais Miguel Gomes,venceu em Laser Radial

Page 7: Notícias do Mar n.º 311

72012 Novembro 311

José Manuel Leandro Reeleito PresidenteJosé ManuelLeandrofoi reeleito como Presidenteda FederaçãoPortuguesade Vela

Vela

Eleições na Federação Portuguesa de Vela

Nas eleições para os Órgãos Fede-rativos e Mesa de Assembleia

Geral para o quadriénio 2013-2016 em sufrágio realizado, no passado dia 18 de outubro, nas cinco regiões do país.

José Manuel Leandro con-correu sem adversários a es-tas eleições: “Lamento que a oposição não tenha querido vir a votos. No entanto, o facto de apenas uma lista ter concorrido demonstra que depois da tem-pestade porque a Federação passou, a modalidade está pa-cificada e pronta a encarar com coragem os novos desafios em tempos tão difíceis”, afirmou o dirigente federativo.

Depois de uma participação olímpica em Londres 2012 com a maior comitiva de sempre e que teve como saldo dois diplo-mas, a FPV prepara o caminho para o Rio 2016: “Queremos ter uma equipa renovada no Brasil mas há mais para fazer do que os Jogos Olímpicos. Essencial-mente, queremos um mandato tranquilo e em que possamos desenvolver todos os projetos a que nos propusemos desde que fomos eleitos pela primei-ra vez em 2008”, conclui José Leandro.

A tomada de posse teve lu-gar na sede da Federação Por-tuguesa de Vela no dia 19 de outubro.

José Manuel Leandro, Presidente da FPV

Tomada de posse dos Corpos Gerentes

Page 8: Notícias do Mar n.º 311

8 2012 Novembro 311

Conhecer Melhor o Mar Português

Quando o homem sonha, acredita e quando acredita quer e ao querer, transforma o sonho em realidade, sendo desta mística que se fazem os vencedores.

Mergulho

Campanha EMEPC-M@rBis 2012 - Berlengas Texto José Tourais

Éneste contexto que nos últimos anos se tem vindo a efetuar algumas campanhas

oceanográficas de âmbito científico em prol de um mais amplo e melhor

conhecimento dos fundos e da vida marinha da costa portuguesa.

A EMEPC – Estrutura de Mis-são para a Extensão da Platafor-ma Continental, pela competência que lhe foi atribuída pelo governo

de Portugal, tem dinamizado estas missões com a participação da co-munidade científica nacional e inter-nacional no âmbito do conhecimento do meio marinho com enorme su-cesso, desenvolvendo e implemen-

tando o sistema M@rBis. Reúnem-se esforços, criam-se consensos e movem-se vontades numa dinâmi-ca empreendedora com resultados muito positivos nas mais diferentes perspetivas.

O sucesso nesta matéria tem re-sultado e continua a avançar com o pressuposto de algumas realidades e circunstâncias fundamentais:

- A gestão da EMEPC que in-ternamente e de forma relevante organizou a sua própria estrutura, operacionalizando meios e compe-tências;

- A inestimável colaboração e apoio da Marinha Portuguesa e do NTM Creoula, a bordo do qual se tem realizado o “trabalho de cam-po”;

- O apoio profissional da Nauti-lus Sub na área da gestão e segu-rança do mergulho e trabalhos no meio marinho;

- A interação de diversas uni-versidades e o interesse absoluta-mente fundamental de cientistas e investigadores portugueses e tam-bém de muitos outros dos quatro cantos do mundo.

Foi assim que no passado dia 17 de Setembro o Creoula enfunou as velas com destino à Berlenga, levando a bordo uma equipa de cientistas com o objetivo de durante duas semanas procurar, investigar O início de um mergulho - foto Athila Bertoncini

Mergulho - foto Athila Bertoncini

Page 9: Notícias do Mar n.º 311

92012 Novembro 311

Conhecer Melhor o Mar Português

Mergulho

Autor: Frederico Dias

AEstrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental (EMEPC) foi criada em 2005 por Resolução do Conselho de Ministros. À EMEPC foi

atribuída como missão a preparação de uma proposta de extensão da plataforma continental de Portugal, para além das 200 milhas marítimas, para apresentação à Comissão de Limites da Plataforma Continental da Organização das Nações Unidas, bem como o acompanhamento do processo de avaliação de propostas por esta Comissão. Foi, igualmente, definido um conjunto de objetivos, criados no sentido de otimizar o investimento a efetuar e o conhecimento adquirido. Entre eles, foi atribuido à EMEPC o objetivo de coordenar o Projeto M@rBis e, neste âmbito, cooperar com a comunidade científica, designadamente com o futuro consórcio Oceanos, de forma a garantir a partilha e o acesso à informação e a continuidade das ações para a promoção da gestão integrada do Oceano, no quadro dos requisitos técnicos e científicos recomendados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e por outras instituições de relevo.

No âmbito deste projeto, a EMEPC desenvolveu o sistema M@rBis, o Siste-ma de Informação para a Biodiversidade Marinha portuguesa, que foi concebido como um sistema de apoio à decisão para o processo nacional de extensão da Rede Natura 2000 ao meio marinho. Assim, o M@rBis compila, guarda, gere e processa os dados e informação georeferenciada relativos aos organismos e habitats marinhos existentes nas águas sob jurisdição Portuguesa.

Em complemento ao desenvolvimento do sistema de informação, são tam-bém realizadas campanhas oceanográficas para o levantamento e caracterização da biodiversidade marinha nos espaços nacionais para os quais existem lacunas de informação. Estas campanhas, de que é exemplo a Campanha EMEPC/M@rBis/Berlengas2012, contam com a participação da comunidade científica e aca-démica de universidades e laboratórios nacionais e internacionais.

O M@rBis, proporcionando um sistema de base para a inventariação, carac-terização e cartografia dos valores naturais marinhos, constituirá uma ferramenta de análise e planeamento para a comunidade científica e um instrumento fun-damental na conservação e proteção da biodiversidade marinha nacional. Com efeito, para preservar é necessário conhecer.

EMEPC

Os mergulhos nas Berlegas e Farilhão

NTM Creoula - foto José Tourais

Censos Visuais e fotografia em mergulho - foto Athila Bertoncini Por do sol na Berlenga - foto Carla Barradas

Ilha Berlenga - foto Rui Esteves Silva

Page 10: Notícias do Mar n.º 311

10 2012 Novembro 311

Mergulho

Autor: Nuno Vasco Rodrigues

Os estudos acerca das comunidades de peixes (ictio-fauna) na costa Portuguesa são relativamente escas-

sos, apesar de cada vez mais recorrentes e significativos.Este tipo de trabalhos é essencial para fornecer a

organizações de conservação e gestão, informação de referência que pode (deve) ser usada como ferramenta de apoio à decisão.

As áreas marinhas protegidas vêm sendo, cada vez mais, uma das ferramentas populares na conservação dos ecossistemas marinhos e gestão pesqueira, através da preservação da biodiversidade e dos habitats. São usadas para proteger e restaurar populações de espécies de peixes, mas também se prevê que beneficiem zonas de pesca adjacentes, através de dois mecanismos principais: emigração de peixes adultos e juvenis (“efeito spillover ”) e exportação de ovos e larvas pelágicos a partir de stocks desovantes, reprodutores, dentro da área da AMP. O au-mento da abundância de peixes, tamanho dos indivíduos e o aumento da produção de biomassa em zonas protegidas, recentemente criadas ou fortalecidas, são uma realidade por esse mundo fora.

A Reserva Natural das Berlengas poderá, portanto, funcionar de modo homólogo a estes casos de sucesso.

A expedição EMEPC/M@rBis/Berlengas2012 veio, assim, dar um contributo fundamental para aumentar o conhecimento acerca da comunidade ictiofaunística local.

Censos visuais subaquáticos foi a metodologia usada para estudar a comunidade de peixes das Berlengas. Este método consiste em mergulhadores percorrendo transec-tos subaquáticos, de uma determinada distância conhecida, ao longo dos quais anotam as espécies de peixes obser-vadas, o seu número e outras informações consideradas importantes, numa prancheta de escrita subaquática.

Este método apresenta várias vantagens quando com-parado com outros: é um método não-destrutivo, provo-cando nenhum ou pouquíssimo impacto prejudicial sobre a comunidade em estudo; permite fornecimento simultâneo de dados sobre composição da população, frequência de ocorrência de indivíduos, abundância e tamanho médio dos peixes; permite recolha de dados simultâneos do substrato envolvente; exigência de pouco tempo de aprendizagem para aplicação do método de maneira satisfatória; exigência mínima de equipamentos e tempo de preparação antes da colheita de dados. Os censos foram executados por 2 mergulhadores, sendo um deles responsável por anotar as observações e o outro por estender o transecto e registar

Peixesem foto ou vídeo os peixes que iam observando.

Em termos de “posicionamento”, os peixes podem dividir-se em duas categorias: pelágicos e bentónicos. Os pelágicos passam a maior parte do tempo na coluna de água, enquanto os bentónicos vivem essencialmente associados ao fundo marinho. Os peixes que habitam na coluna de água mas que dependem também do fundo, por qualquer motivo (ex: alimentação, reprodução), denominam-se bentopelágicos.

A Reserva Natural das Berlengas provou ser bastante rica em todas estas categorias, mas também em espécies crípticas, ou seja, espécies que habitam em tocas ou fendas nas rochas.

Os pelágicos eram normalmente representados por cara-paus, cavalas e bogas, que apareciam em grandes cardumes, em quase todos os mergulhos.

Com menos regularidade avistaram-se xaréus, peixes-lua e até sarrajões (tipo de atum pequeno). Os bentónicos mais comuns foram os peixes-achatados, como o linguado ou a carta, mas também os cabozes marcavam a sua presença. Os bentopelágicos eram maioritariamente representados por elementos da família dos sparídeos, como os sargos, douradas, choupas, salemas e pargos, mas também pelos elementos da família dos labrídeos (bodiões), como as judias, bodião-vermelho, bodião rupestre, entre outros.

As garoupas também apareciam regularmente, com uma confiança sempre admirável, aproximando-se frequente-mente dos mergulhadores e “posando” para a foto.

Quanto aos peixes crípticos, os blénios eram os mais abundantes e sempre super curiosos.

Menos abundantes mas de dimensões consideráveis, observaram-se rascassos, abróteas, fanecas e safios.

Ao fim de 15 dias de expedição e cerca de 64 mergu-lhos, fizeram-se observações extremamente importantes do ponto de vista científico. Confirmou-se, por exemplo, a presença crescente e mais assídua de algumas espécies que ocorrem habitualmente em zonas tropicais e sub-tropicais. Tal poderá, eventualmente, ser o resultado das alterações climáticas que presenciamos actualmente. Este fenómeno causa uma preocupação séria aos investigadores, pois po-derá conduzir a desequilíbrios profundos nas comunidades não apenas dos peixes, mas de todo o ecossistema em geral. Uma monitorização rigorosa e efectiva destas alterações a nível da comunidade deverão, por isso, ser asseguradas, de modo a evitar possíveis desastres ambientais, que se reflectirão não apenas a nível ecológico, mas também económico-social.

e estudar a vida marinha naquele arquipélago. Os dados e registos naquela zona eram antigos e a ca-recer de atualização elevando na-turalmente a perspetiva para esta expedição. Atualmente com mais meios e maior capacidade técnica os biólogos têm à sua mercê um conjunto de ferramentas e apoios para poderem fazer um trabalho de grande qualidade e esta equipa não se fez rogada, meteram mãos à obra com determinação para cum-prir os objetivos desta missão.

As condições meteorológicas não eram muito animadoras, mas em contrapartida a EMEPC tinha no Creoula uma guarnição conhe-cedora e dedicada à causa, um gru-po de investigadores interessados e muito motivados e uma equipa de apoio profissional no mergulho com muita experiência.

A viagem até à Berlenga foi ex-celente com uma aragem muito leve e mar chão deixando ver pelo cami-nho golfinhos, tubarões e baleias, sem dúvida um bom prenúncio para esta missão.

Fundeados no abrigo a Sul da Berlenga, cedo se começou a

José Tourais, chefe das operações de mergulho

Equipa da Nautilus Sub com o Chefe da Expedição Prof. Frederico Dias no meio - foto Cecília Rodrigues Cardume de salemas - foto Athila Bertoncini

Page 11: Notícias do Mar n.º 311

112012 Novembro 311

Mergulho

Autor: Maria Ana Dionísio

Acomunidade bentónica é formada por todos os organismos associados ao fundo oceânico ou costeiro. Dentro da comunidade bentónica de

substrato consolidado encontramos os organismos fixos, entre eles os cirrí-pedes. Os cirrípedes podem ser divididos em pedunculados (e.g. percebes) e sésseis (e.g. cracas). Nas Berlengas podemos encontrar estas duas formas de cracas sendo que as primeiras (Percebes) são um recurso pesqueiro para a região dotadas de um valor económico elevado. Os apreciados percebes (Pollicipes pollicipes) ocupam os primeiros metros do subtidal das Berlengas, situam-se em locais preferencialmente expostos à agitação marítima, sendo por excelência animais que ocupam um espaço entre marés, os percebes são espécies muito resistentes a dissecação e alteração de salinidades. As cracas sésseis (Chthamalus stellatus e C. montagui) fazem parte destes primeiros metros e dominam as zonas entre marés. Um pouco mais abaixo, a partir dos primeiros metros é possível encontrar as cracas Perforatus perforatus e Amphibalanus amphitrite. As cracas têm uma importância fulcral dentro dos ecossistemas marinhos, uma vez que são um elo entre o ambiente pelágico e o bentónico, atuando como recetores de energia do ambiente pelágico e fornecendo energia aos organismos bentónicos que se alimentam junto ao fundo. O papel das cracas sésseis não termina com a sua morte, as conchas vazias funcionam como micro-habitats, servido de refúgio para espécies mais pequenas ou mesmo de maternidade para alguns peixes e nudibrânquios. Nas Berlengas foram amostradas algumas destas conchas vazias, e foram encontrados algumas classes ou filos ainda não registados como por exemplo os sipunculídeos. O mundo dos cirrípedes é grande, nas Berlengas foram ainda encontradas cracas muito especiais pertencentes ao género Acasta. Estas cracas vivem dentro das esponjas, sendo ecologicamente cotadas como espécies simbiontes obrigatórias de esponjas, tendo ambos os organismos mais-valias desta associação.

Cracas

Cardume - foto João Encarnação

Coris julis - foto Nuno Vasco Rodrigues

Serranus cabrilla - foto Nuno Vasco Rodrigues Parablennius pilicornis - foto Nuno Vasco Rodrigues

Leptosammia pruvoti - foto Nuno Vasco RodriguesBalanophyllia regia - foto Nuno Vasco Rodrigues

Page 12: Notícias do Mar n.º 311

12 2012 Novembro 311

Mergulho

Autores: Estibaliz Berecibar, Daniela Gabriel e Mónica Albuquerque

Ailha da Berlenga e dos Ilhéus das Estelas e Farilhões tal como a restante costa continental portuguesa

tem uma fauna e flora exuberante.A metodologia utilizada para estudar a comunidade

bentónica das Berlengas consistiu na análise das espécies presentes utilizando uma metodologia com recurso a um transepto e quadrados de amostragem.

Conforme a natureza do fundo, inclinação e rugosi-dade do fundo, luminosidade, ou exposição às correntes marinhas, as espécies marinhas que compõem os ecos-sistemas variam.

As amostragens foram focadas sobretudo no substrato rochoso, por isso apenas focaremos a biodiversidade referente a este tipo de fundo.

As espécies sésseis, ou seja as que vivem fixas ao fundo, como as algas castanhas, verdes e vermelhas e os organismos coloniais (briozoários, esponjas e ascídias) cobrem a maior parte da superfície rochosa dando uma coloração muito variada o fundo do mar das ilhas Berlengas. As espécies mais representativas de algas desta camada de organismos fixa às rochas foram as algas vermelhas calcáreas Mesophyllum lichenoides, Li-thophyllum incrustans, L. stictaeforme, as algas vermelhas não calcáreas Haematocelis fissurata, Peyssonelia spp., as algas castanhas Cutleria multífida, Colpomenia peregrina, e as algas verdes Codium ahaerens e Valonia utricularis. Vá-rias espécies de Tunicata como Didemnum spp., Aplidium proliferum e Botryllus schlosseri e grandes agrupamentos de anémonas de pequenas dimensões Corynactis viridis davam às paredes inclinadas, e aos tectos nas fendas e reentrâncias o aspeto de um arco-íris.

Foram encontradas também várias espécies de esponjas marinhas cobrindo as rochas, apresentando uma grande variabilidade de cores: Cliona celata, Crambe crambe, Phorbas fictitius, Hemimycale columella, Oscarella sp..

Foram ainda localizadas várias espécies de briozoá-rios. Estes encontram-se frequentemente em conjunto com muitas outras espécies de algas filamentosas e animais de pequeno tamanho, como vários tipos de minhocas (dos filos Annelida, Nematoda, Nemertea, Sipuncula), caracóis (Gastrópoda), crustáceos (Amphipo-da, Copepoda, Isopoda, Tanaidacea, Magidae), esponjas (como por exemplo, Sycon sp.), hidrozoários (Aglaophe-

A Comunidade Bentónicania spp.,) compondo um magnífico tapete muito denso que cobre toda a rocha.

No grupo das algas de média e grande dimensão, as mais representativas entre as algas vermelhas foram Asparagopsis armata, Corallina elongata, Haliptilon sp., Kallymenia spp., Peyssonnelia spp. Plocamium cartilagi-neum, Sphaerococcus coronopifolius. As algas castanhas mais abundantes foram Carpomitra costata, Dictyota dichotoma, Halopteris filicina, Spatoglossum solierii; e as algas verdes foram Codium tomentosum, C. vermilara, Pedobesia simplex, Ulva spp.

Foram ainda encontrados muitas espécies do grupo das anémonas, gorgónias e corais (Cnidaria). Em quase todos os mergulhos foi identificada em grande número a anémona Aiptasia mutabilis e em menor quantidade, ainda que de forma comum, as anémonas Anemonia viridis, Alicia mirabilis e Urticina felina. Os corais solitários Leptosamnia pruvoti e Balanophyllia regia e os corais alcio-nários coloniais ou corais moles Alcyonium glomeratum, A. corallioides e Paralcyonum spinulosum também foram encontrados de forma comum nas paredes verticais e inclinadas. Do grupo de espécies de tunicados sésseis conspícuos os mais abundantes foram Phallusia fumigata, Ciona intestinalis e a Clavelina lepadiformis.

A escassez de animais bentónicos móveis pode ter sido devida às condições do mar, já que durante estes dias, a cauda do furacão “Nadine” se deixou sentir com alguma força.

Embora em quantidades menores, foram ainda registados alguns espécimes do equiuro Bonelia viridis e no grupo dos equinodermes as estrelas Marthasterias glacialis, Coscinasterias tenuispina e Equinaster seposi-tus, e os ouriços Paracentrotus lividus e Sphaerechinus granularis. A espécie bentónica móvel mais abundante encontrada durante estas duas semanas nas Berlengas foi o pepino-de-mar-preto Holothuria forskali.

Embora haja muitos locais de mergulho onde a diversidade de organismos é grande, o mergulho mais espetacular nas águas das ilhas Berlengas, é o mergulho no “Rabo do Asno”, nos Farilhões, onde a gorgónia Pa-ramuricea clavata cobre grande parte da parede vertical do local. Esta gorgónia converte a parede de cor azul em cor rosa, quando iluminada com as lanternas dos mergulhadores.

trabalhar. Era preciso organizar a limpeza do navio, a gestão das refeições e vida a bordo, tratar do equipamento de mergulho e mate-rial de recolhas, fazer o briefing e organizar a logística para o mer-gulho à volta das ilhas e ilhéus da Berlenga, Estelas e Farilhão.

A bordo uma equipa da EMEPC constituída pelo Prof Frederico Dias que chefiou esta missão, e pelas biólogas Estibaliz Berecibar, Inês Tojeira e Mónica Albuquerque, tra-tavam de tudo o que fosse logística e organização, criando grupos de trabalho, para as tarefas de bordo, para o mergulho e também para o apoio na triagem. A equipe da Nautilus Sub, constituída por José Tourais, Miguel Carvalho, Casimiro Sampaio, Nuno Raposo, Ivan Pei-

xoto e Ana Cristina Castanheira lideravam a gestão de mergulho, para o que contavam com as semi-rígidas do Creoula e algumas vezes da semi-rígida “Selvagem Grande” da EMEPC tripulada pelo Adolfo Lobo, que servia também para todo o apoio necessário à expedição.

Os MergulhosO objetivo desta missão era cobrir a maior área possível e mergulhar nas áreas adjacentes das ilhas e ilhéus do Arquipélago das Berlengas numa quota de profundidades entre os 0 e os 30 metros numa série de pontos pré-definidos e georreferen-ciados por coordenadas, para fazer censos e amostragens, identificar e recolher amostras pelos especialis-tas nas diversas áreas da biologia marinha, que também fotografavam e filmavam. Os resultados trazidos para bordo eram inseridos na base de dados M@rBis e as amostras trazidas para bordo onde a equipa da triagem num trabalho infindável as separava, identificava, prepara-va e etiquetava para serem conser-vadas para estudos posteriores no laboratório da EMEPC.

Gerir a vida a bordo, com as tarefas essenciais do dia-a-dia, os trabalhos, os mergulhos e a logís-tica necessária nem sempre era ta-refa fácil, mas o empenho de todos foi mais forte e prevaleceu sempre o bom senso necessário à concre-tização dos objetivos. Um motor avariado, organizar os equipamen-

Petrosia ficiformis - foto Nuno Vasco Rodrigues

As anémonas - Corynactis viridis- fixas na esponja Dysidea sp. - foto Nuno Vasco Rodrigues

Briozoário, - Crisia sp. - foto Nuno Vasco Rodrigues

Page 13: Notícias do Mar n.º 311

132012 Novembro 311

Mergulho

Autor: Javier Souto

Os briozoários são organismos coloniais que vivem tanto em ecossistemas de água doce como em

ecossistemas marinhos. O grupo dos briozoários é um dos grupos de animais com maior diversidade conhecendo-se actualmente mais de 15.000 espécies fósseis e mais de 6000 espécies vivas. Apresentam variações morfológicas muito acentuadas, existindo espécies não calcificadas (Cte-nostomos) e espécies com diferentes graus de calcificação (Cheilostomos e Ciclostomos).

A morfologia da colónia também é altamente variável com colónias erectas ou incrustantes. Cada colónia é composta por uma infinidade de zoóides, que podem ter diferentes graus de especialização funcional, que se reflecte em diferentes morfologias de zoóides. Estas variações morfológicas são utilizadas para a identificação e diferenciação de espécies. No entanto, actualmente, é necessário em muitos casos, a utilização de análises genéticas em virtude da existência de um grande número de espécies crípticas.

Para a recolha de briozoários em mergulho são uti-lizadas principalmente duas técnicas. Colónias eretas e incrustantes detetadas a olho nu são colectadas de forma directa, mas há que ter cuidado porque muitas colónias de pequenas dimensões passam despercebidas. A fim de localizar estas pequenas colónias invisíveis a olho nu, fo-ram recolhidos, os substratos preferenciais, no qual estão fixas as diferentes espécies, substratos tais como conchas,

Briozoáriosrochas ou algas. A presença ou ausência de colónias sobre estes substratos foi verificada a bordo do NTM Creoula com um microscópio binocular. Uma vez separadas as espécies foram preliminarmente identificas ao nível da família, género ou, quando possível, ao nível da espécie. Para mantê-los, algumas das colónias foram armazenadas a seco, enquanto outras foram preservadas em álcool, e ainda alguns fragmentos de colónias numa solução de glutaraldeído e cacodilato, dependendo do tipo de estudo posterior a ser realizado com as amostras.

O conhecimento sobre os briozoários do arquipé-lago das Berlengas até a actualidade era muito limitado, conhecendo-se apenas 16 espécies, principalmente graças ao trabalho feito na primeira metade do século XX, por A. Nobre e S. M. Braga. Devido ao baixo número de espécies conhecidas, as expectativas eram realmente altas. Durante a campanha novas espécies de briozoários foram sendo localizadas dia a dia, perfazendo uma iden-tificação preliminar de cerca de 70 novas espécies para a zona. Muitas destas espécies têm um demarcado carácter mediterrânico, e provavelmente, quatro espécies serão novas para a ciência.

Agora há muito trabalho a ser feito, muitas horas no laboratório, muitas fotografias no microscópio electrónico de varrimento, etc. Mas é certo que em breve vamos am-pliar ainda mais o conhecimento deste grupo de animais para a zona das Berlengas.

As anémonas - Corynactis viridis- fixas na esponja Dysidea sp. - foto Nuno Vasco Rodrigues

Briozoário, - Crisia sp. - foto Nuno Vasco Rodrigues

Page 14: Notícias do Mar n.º 311

14 2012 Novembro 311

Mergulho

Autor: Mónica Albuquerque

Ofilo Mollusca é o segundo filo com a maior diversidade de espécies conhecido. O grupo dos moluscos marinhos foi um dos que maior inte-

resse suscitou nos cientistas participantes envolvidos nas triagens de amostras a bordo do Creoula. Estes animais pertencem ao grupo dos invertebrados marinhos que constantemente povoam os tabuleiros de amostragem, isto porque vivem associados a algas, esponjas, hidrozoários etc. Vulgarmente são conhecidos como lesmas do mar no caso dos nudibrânquios, e búzios no caso dos gastrópodes. Nas Ilhas Berlengas este grupo de animais tinha sido alvo dos primeiros estudos em 1884 onde foram identificadas por Girard 6 espécies. Mais tarde em 1942 Augusto Nobre e José Maria Braga após alguns dias na Ilha aumentaram o número de espécies registadas para 60. E foi já nos anos 80 antes da criação da Reserva Natural das Berlengas que Burnay esteve 30 dias nas ilhas com o objectivo de actualizar o conhecimento da diversidade de moluscos marinhos. Apesar de não terem realizado muitos mergulhos com escafandro autónomo pelas más condições de mar, foram registadas 94 espécies sobretudo na zona intertidal e de baixa profundidade nas zonas abrigadas da ilha. Em 1993 Gonçalo Calado realizou campanhas na ilha aumentando os registos de moluscos para 137 espécies.

Para a campanha EMEPC/M@rBis/Berlengas2012 as expectativas eram altas pois era ainda esperado que os registos de novas espécies ocorressem dado que a curva de registo ainda se encontra na fase exponencial de cresci-mento. Os tamanhos das espécies encontradas são muito variáveis (entre 1 mm e 18 cm) pelo que a triagem foi realizada de forma minuciosa. No caso dos micromoluscos muitos deles só são possíveis de identificar recorrendo ao auxílio de uma lupa binocular. Assim a bordo foram identificadas as es-pécies que a olho nu era possível localizar nos tabuleiros de amostragem e identificar, existindo num futuro próximo muito trabalho de laboratório para realizar para que seja possível avaliar com precisão quando registos novos existem para as Berlengas.

Algumas das espécies mais abundantes encontradas foram Aplysia parvula, Cuthona caerulea, Jujubinus exasperatus, Bittium reticulatum, Tricolia pullus, Tricolia tingitana, Skeneopsis planorbis, Barleeia unifasciata, Setia pulcherri-ma, Crisilla semistriata, Trivia monacha, Ocinebrina acciculata, Chauvetia sp., Nassarius incrassatus, Nassarius reticulatus, Leptochiton algeriensis e Cardita calyculata.

Moluscos das Berlengas

tos ou enchimentos das garrafas, questões com horários ou condi-cionalismos de vento ou ondulação foram sempre ultrapassados, num

ambiente de grande serenidade e determinação. A rotina era ver equi-pamentos de mergulho preparados, fitas métricas, quadrados, redes e

Felimare cantabrica - foto Nuno Vasco Rodrigues

Sepia officinalis - foto Athila Bertoncini

Esponja azul - Oscarella sp. foto Athila BertonciniCoral Alcionário - Paralcyonium spinulosum - foto Nuno Vasco Rodrigues

Page 15: Notícias do Mar n.º 311

152012 Novembro 311

Mergulho

Autores: Mónica Albuquerque e Raquel Costa

Com a equipa de cientistas da campanha embarcou também uma equipa especial: uma equipa de 12 alunos e 1 professora da Escola Secundária

da Baixa da Banheira, vencedores do Concurso nacional Kit do Mar 2012. O Kit do Mar é um projeto coordenado pela EMEPC, que tem como

principais objetivos a sensibilização de jovens para a importância estratégica do mar, a promoção de um melhor conhecimento das ciências do mar e consequentemente um maior grau de literacia dos oceanos nas camadas mais jovens da sociedade portuguesa. No nosso site estão disponíveis um conjunto de fichas para os diferentes ciclos de ensino com propostas de atividades que permitem aos professores explorarem diferentes temas relacionados com o mar. Estas sugestões podem ser desenvolvidas ao longo do ano ou em atividades pontuais, consoante o grau de profundidade que se quiser dar ao tema, quer em contexto escolar, quer em contextos não formais. A EMEPC promove anualmente um concurso, com prémios aliciantes, ao qual os alunos podem concorrer com trabalhos escolares relacionados com o tema Mar. O Clube de Ciência da Escola Secundária da Baixa da Banheira concorreu e ganhou o primeiro prémio que consiste na integração durante uma semana na campanha do M@rBis. Os alunos puderam durante uma semana contac-tar com os cientistas, ajudar nos trabalhos de triagens e sobretudo adquirir conhecimentos na área da biologia marinha mas também de navegação. A professora Dina Dias responsável pelo grupo de jovens vencedores terminou a expedição com a intenção de continuar a participar em atividades semelhantes a esta iniciativa. Citando-a “é minha convicção que o contacto com o trabalho de investigação é um meio privilegiado para uma efetiva mudança de atitude dos cidadãos, neste caso em relação ao mar, bem como porque este tipo de participação desperta paixões, que espero que venham a determinar decisões na vida profissional (e pessoal) dos meus alunos!”.

Saiba mais sobre o kit do mar na página oficial do Facebook:www.facebook.com/kitdomar

Kit do Mar

frasquinhos, bolsas plásticas e má-quinas fotográficas e o filme diário era descerem para as semi-rígidas, preparar os equipamentos, encon-trar o local de mergulho e por as equipes constituídas por diferentes especialistas na água. No regresso subir o material para bordo, encher garrafas e tratar das amostras e por a funcionar mais duas equipas para onde o mar deixava. Pelo meio, meia-hora para comer qualquer coi-

sa ou tomar um café e nova rodada sem hesitações ou questões.

O mar cresceu tendo a ondu-lação chegado aos 3-4 metros e o vento aos vinte e poucos nós com rajadas um pouco mais intensas, mas a motivação do grupo foi sem-pre mais firme e com mais ou menos dificuldade foram vencendo etapas atrás de etapas e durante 15 dias com algumas trocas de cientistas pelo meio, foram cobertas a maior

A parede do Rabo do asno com a gorgónia - Paramuricea clavata - foto Athila Bertoncini

Equipa de Vencedores Kit do Mar 2012 no dia da despedida - foto Mónica Albuquerque

Anémona - Anemonia viridis - foto Athila Bertoncini

Leptochiton algesirensis - foto Nuno Vasco Rodrigues

Page 16: Notícias do Mar n.º 311

16 2012 Novembro 311

Mergulho

Autores: Estibaliz Berecibar, Daniela Gabriel e Mónica Albuquerque

Durante a “Campanha EMEPC/M@rBis/Berlen-gas2012” foram realizados 64 mergulhos em grupos

de 4/5 pessoas. Nesses mergulhos foram efetuadas recolhas de organismos bentónicos, registadas 12.000 fotografias e gravados mais de 1000 vídeos subaquáticos.

Nos próximos meses, a equipa do M@rBis, ajudada por vários investigadores (participantes na campanha e não só) têm agora de triar e rever à lupa todas as amostras, processar toda a informação de fotografias e vídeos de forma a integrá-la no Sistema M@rBis.

Uma vez que todo o material recolhido nas amostra-gens, foi conservado em álcool ou kew, (uma mistura que permite conservar a estrutura dos tecidos e as cores) é possível aos investigadores confirmar as identificações

Trabalhos Pós-Campanha realizadas a bordo, e identificar os novos organismos de menores dimensões com o auxílio de lupas binoculares. Esta análise e revisão com auxílio de lupas binoculares permitirá ampliar o número de espécies registadas para as águas das ilhas Berlengas, especialmente aumentar o número de espécies de menores dimensões conhecidas para o local e que até hoje eram desconhecidas. Permitirá ainda aumentar o conhecimento da distribuição das mesmas nas águas ao redor das ilhas Berlengas.

Por último as amostras recolhidas são também disponi-bilizadas à comunidade científica para que sejam utilizadas em estudos relacionados com as suas áreas de investigação, e desta forma promover o conhecimento, o intercâmbio e a rentabilidade das amostras.

Acompanhe os próximos passos desta missão na página EMEPC do Facebook

parte das áreas pretendidas com exceção da parte norte do Farilhão por inviabilidade do mar, suplantan-do-se dessa maneira e com as con-dições existentes os objetivos a que todos se tínham proposto.

Ao longo destas duas árduas semanas ainda houve tempo para uns mergulhos de lazer por parte de alguns investigadores menos ro-dados e até para uns batismos de elementos da guarnição do Creou-la, que também foram espetacula-res no apoio que nos deram como é seu apanágio. À noite havia sempre uma palestra, ou evento temático antes do famoso pão com chouri-ço, antes de se recolherem para o descanso antes de um novo dia de trabalho intenso.

Inverstir nos nossos jovens com

Ciona intestinalis - foto Nuno Vasco Rodrigues

Espoja vermelha - Crambe crambe - foto Nuno Vasco Rodrigues

O peixe - Parablenius pilicornis - foto Filipe Henriques

Rocha coberta pela alga calcárea - esponja - briozoário - e vários tipos de algas - foto Athila Bertoncini

O tunicado vermelho - Aplidium proliferum - a cobrir o substrato rochoso - foto Cáudio BrandãoAscídia, Didemnum sp. foto Filipe Henriques

Page 17: Notícias do Mar n.º 311

172012 Novembro 311

Mergulho

o Kit do MarInvestir no futuro e na educação

dos nossos jovens é certamente uma política acertada e numa ini-ciativa do Kit do Mar premiou-se e reconheceu-se o valor que um gru-po de alunos teve ao realizar um trabalho relacionado com o mar, e assim estiveram a bordo uma se-mana acompanhando os investiga-dores nas suas tarefas criando um modelo que certamente lhes trará vantagens num futuro próximo.

No final ainda fomos recompen-sados com a visita do Sr. Secretá-rio de Estado do Mar, Manuel Pinto de Abreu, que pessoalmente veio felicitar todos os intervenientes pelo seu desempenho e reconhe-cer o excelente trabalho feito nesta missão.

No que respeita ao trabalho cien-tífico em si e conclusões, deixare-mos ao longo deste texto a palavra dos principais intervenientes que na realidade foram todos os investiga-dores e equipe da EMEPC.

Assim se valoriza o mar portu-guês, seguramente uma das maio-res riquezas do nosso país particu-larmente neste momento de crise. Bons Mergulhos

José Tourais: www.nautilus-sub.com

Triagem - Foto José Tourais

Triagem - foto Rui Esteves Silva Equipa da 2ª parte da Campanha e Guarnição do NTM Creoula à chegada à Base Naval do Alfeite - foto Cecília Rodrigues

Page 18: Notícias do Mar n.º 311

18 2012 Novembro 311

Cada Vez Mais Confortoe Polivalência

Quando os projetistas da Jeanneau desenvolvem um novo modelo, mostram sempre um especial cuidado que barco criado corresponda perfeitamente ao programa pré-estabelecido para essa embarcação e que ela depois de entregue ao cliente o satisfaça no máximo. Por isso as embarcações são cada vez mais polivalentes e com um desempenho performante e confortável.

Náutica

Teste Jeanneau Cap Camarat 7.5 DCcom Motor Yamaha F250

Texto e Fotografia Antero dos Santos/Notícias do Mar/Jeanneau

ANautiser/Centro Náutico, importa-dor para Portugal das embarcações

a motor do estaleiro francês

Jeanneau, proporcionou-nos um teste ao Cap Camarat 7.5 DC equipado com um motor Yamaha F250, que serviu bem para confirmar o que pensáva-

mos deste modelo.

A Gama CapCamarat Day CruiserA gama Day Cruiser que a Je-

anneau desenvolveu vai ainda mais ao encontro duma faixa do mercado que pretende que uma embarcação desportiva ofereça também a possibilidade de pernoitar, passar um fim-de-semana a bordo e fazer um pe-queno cruzeiro costeiro, com a maior comodidade.

A linha DC apresenta duas embarcações cabinadas, os modelos 7.5 DC e 6.5 DC, bar-cos com o mesmo design, estilo e características.

As cabinas dispõem de ca-mas para dormir e são muito luminosas, com janelas laterais e no teto. Têm também ilumina-ção no interior.

Estas embarcações foram concebidas para atracar de proa nos pontões, por isso têm um degrau à proa no varandim, uma passadeira em madeira sobre o convés à frente, pas-sagem pelo pára-brisas que se abre ao meio e escada para en-trar para o poço.

Para oferecer mais seguran-ça, estes barcos incorporam A curvar, o Cap Camarat 7.5 DC mostrou muita segurança

Page 19: Notícias do Mar n.º 311

192012 Novembro 311

Náutica

um longo varandim em aço inox desde a proa até ao pára-brisas.

Uma das inovações deste barco é precisamente esta es-cada que se encontra na parte de fora da porta da cabina a qual incorpora os degraus com piso em madeira e que deslisa para o posto de pilotagem, para abrir.

São barcos ainda com mais inovações, uma delas é o bi-mini que fica guardado, depois de recolher, à popa num com-partimento com dobradiças e tampa.

Todos os modelos têm o piso em madeira, para oferecerem maior conforto.

Existe uma tampa para per-mitir a passagem entre as duas plataformas de popa que vai guardada num encaixe atrás.

Ambos podem montar um solário no poço.

Cap Camarat 7.5 DC No Cap Camarat 7.5 DC estão bem definidas as duas áreas do

poço, com a zona de convívio e repouso atrás e o posto de comando, onde o piloto dispõe de um confortável banco duplo estofado.

Neste modelo, o pára-brisas é larguíssimo e prolonga-se até atrás ao banco da popa, prote-gendo bem todo o interior do barco.

O piloto pode conduzir de pé ou ir sentado em duas posi-ções, uma mais elevada e outra em baixo. Tem à sua disposição um painel de instrumentos com fácil leitura e a caixa de coman-do e o volante permitem uma boa posição de condução, po-dendo usar como apoio para os pés o degrau de baixo que está na porta da cabina.

O poço foi concebido para oferecer o maior conforto, dis-pondo de um banco em U e encostos estofados todo à vol-ta, e permitir uma utilização di-versificada, tanto nos passeios familiares como para activida-des desportivas, como a pesca, o mergulho e o ski. Em virtude disso, para facilitar uma melhor utilização, o banco do poço tem os estofos amovíveis.

O banco em U pode-se con-verter igualmente num solário e tem ainda um encosto para re-lax a bombordo.

Para oferecer ainda mais co-modidade, o barco tem também

Na cabina podem dormir três pessoas e tem um wc com porta

O Cap Camarat 7.5 DC é um barco amplo e muito polivalente

Jeanneau Cap Canmarat 7.5 DC

Page 20: Notícias do Mar n.º 311

20 2012 Novembro 311

Náutica

um lavatório com tampa que se encontra a bombordo, junto à entrada para a cabina.

Para os piqueniques, pode-se montar ao meio do poço uma mesa.

De realçar que no interior do poço o barco é bastante alto até ao pára-brisas, oferecendo mui-

ta segurança em andamento. Também se deve salientar os corrimãos em aço inox que dão apoio para as passagens segu-ras para a proa e para entrar na cabina.

A cabina é desafogada, tem uma entrada larga e oferece um bom pé direito. Para dor-

mir, existe uma cama de casal e uma terceira cama simples. Para maior comodidade, a ca-bina dispõe ainda de um wc, fechado e com porta.

Para arrumações, o Cap Ca-marat 7.5 mostra grande capa-cidade, pois o banco no poço à popa tem um enorme porão e

ainda locas laterais. Dentro da cabina, existem também com-partimentos sob a cama.

Para se entrar pela popa para o barco existem dois degraus e duas plataformas de cada lado do motor. As plataformas têm o piso em madeira e comportam locas para arrumação de ca-bos e defensas. A escada de banhos está fixada à popa no degrau de estibordo.

Motor Yamaha F250 É o novo Yamaha de 250 HP que, dispondo de 4.169 cm3 de cilindrada, 6 cilindros em V, apresenta grande redução de peso e entrega de potência. Isto deve-se aos novos materiais e tecnologias que são aplicados na construção dos novos blo-cos motores V6.

Neste bloco de motor de 4,2 litros, os engenheiros da Ya-maha ganharam a máxima ci-lindrada com uma menor quan-tidade de massa, reduzindo o peso total do motor, em espe-cial porque as camisas são fun-didas em plasma.

Como não têm camisas de aço, as paredes do cilindro po-dem agora ser micro-texturiza-das para criar menos fricção, os pistons movem-se mais li-vremente e as perdas por atrito também são reduzidas.

Com esta tecnologia de pon-ta, a Yamaha conseguiu um fe-nomenal rácio peso/potência, que resultou, em primeiro lugar, numa aceleração com a plana-gem muito rápida, velocidades máximas elevadas e grande economia de combustível.

Este motor comporta igual-mente uma série de sistemas e todas as tecnologias de pon-ta da Yamaha, como a grande válvula de admissão, a árvore de cames variável, a injecção multiponto e ainda outras, que resultam em elevadas perfor-mances, economia, conforto e oferecem a mais silenciosa operação e isenção de vibra-ções.

Entre outras tecnologias de ponta da Yamaha, o F250 incor-pora o sistema VTC, afinação de árvore de cames variável que aumenta o binário a baixa e média rotação, sistema com duas câmaras de escape e sis-tema de injecção EFI.

O F250 tem o novo sistema

O Cap Camarat 7.5 DC tem o casco com um V profundo

Com o motor Yamaha F250, o barco teve um desempenho muito performante

Page 21: Notícias do Mar n.º 311

212012 Novembro 311

Náutica

O Cap Camarat 7.5 desenvolveu facilmente velocidades elevadas Posto de comando

digital de manómetros em rede Yamaha, com o sistema de con-trolo drive-by-wire.

O motor dispõe da maior bobine de iluminação/alterna-dor, de 12V - 70A, para servir convenientemente todos os equipamentos de iluminação e acessórios montados na em-barcação.

No Teste, Destaque Para o Arranque e Aceleração O Cap Camarat 7.5 DC é um barco possante, que pesa 1.350 Kg. Em virtude disso, começamos por salientar no arranque, a elevada aceleração que o F250 impôs, pois o barco em 1,76 segundos já estava a

planar.Em seguida, confirmámos a

capacidade explosiva do F250 no teste de aceleração até às 5.000 rpm, graças à qual, em apenas 6,73 segundos atingi-mos os 33 nós.

Estas performances são ainda mais de realçar, devido ao tipo de casco marinheiro da

linha Cap Camarat com um V profundo, que agarra mais os barcos à água. Também por isso no mínimo de velocidade a planar, o barco não baixou dos 12 nós às 2.500 rpm.

Quando acelerámos ao má-ximo, atingimos os 39,8 nós, às 5.800 rpm, uma performance muito boa com este conjunto.

Page 22: Notícias do Mar n.º 311

22 2012 Novembro 311

Náutica

Características TécnicasComprimento 7,35 m

Comprimento do casco 6,95 m

Boca 2,54 m

Calado 0,50 m

Peso 1.500 kg

Depósito combustível 200 L

Depósito água doce 50 L

Potência máxima 300 HP

Motor Yamaha F250

Preço barco/motor (versão base) c/ IVA 69.750,00 e

PerformancesTempo de planar 1,76 seg.

Aceleração 33 nós 6,73 seg às 5.000 rpm

Velocidade máxima 39,8 nós às 5.800 rpm

Mínimo a planar 12 nós às 2.500 rpm

3.000 rpm 15,5 nós

3.500 rpm 19,5 nós

4.000 rpm 23,9 nós

4.500 rpm 26,6 nós

5.000 rpm 33 nós

5.500 rpm 37 nós

Importador/DistribuidorNautiser – Centro Náutico, S.A.

Estrada Nacional 252 – 2950-402 Palmela Tel.: 21 23 36 820 Fax: 21 23 33 031Email: [email protected] www.nautisercentronautico.pt

Yamaha Motor PortugalRua Alfredo da Silva, nº 10 – 2610-016 Alfragide

Tel.: 21 47 22 100 Fax: 21 47 22 199 www.yamaha-motor.pt

Lavatório com tampa

Bancos em U no poço

Passagem para a proa e entradas de luz para a cabina

Quanto à velocidade de cru-zeiro, às 4.500 rpm, foi de 26,6 nós.

Sem dúvida que este mode-lo Cap Camarat 7.5 DC preen-che completamente o interesse daqueles que pretendem um barco com boa acomodação no poço e ofereçam bastante espaço para os passeios fami-liares, com facilidade em mon-

tar um solário para os banhos de sol ou uma mesa para os piqueniques. E quando está de-masiado sol, é simples também a montagem do bimini, guarda-do à popa.

A cabina possibilita também com todo o conforto o pequeno cruzeiro costeiro, permitindo três pessoas dormirem e disporem também de um wc fechado.

O desempenho do barco a curvar e a cortar a ondulação, em certas zonas com a água um pouco agitada, mostrou a características dos cascos Cap Camarat, muito seguro nas cur-

vas e proporcionando sempre bastante conforto. Também a deflectir a água para fora e bem atrás, mesmo nas curvas, nun-ca salpicou para dentro e no fim o barco estava seco no interior.

Passagem para a proa ao meio do pára-brisas

Page 23: Notícias do Mar n.º 311

232012 Novembro 311

Page 24: Notícias do Mar n.º 311

24 2012 Novembro 311

Descoberto no Algarve Campo de CrinóidesA suspeita da existência de um campo de crinóides ao largo do Algarve foi confirmada por investigadores, no passado dia 29 de setembro, através da filmagem com um ROV a mais de 500 metros de profundidade.

Notícias do Mar

Ciências do Mar

Adescoberta foi re-alizada no âmbito do projeto IMPACT, destinado a estu-

dar o impacto do arrasto em mar profundo. Este ecossiste-ma é raro a esta profundidade e encontra-se numa zona que até agora ainda não foi afetada pelos arrastões.

As primeiras colheitas de se-dimentos foram feitas a bordo do navio de investigação Garcia del Cid, através de um projeto europeu financiado pelo progra-ma Eurofleets.

Para confirmar a existência deste tipo de habitat foi pos-teriormente efectuada, com a colaboração da OCEANA, uma filmagem com um ROV. A OCE-ANA é uma ONG que é a maior

organização internacional foca-da exclusivamente na conser-vação dos oceanos, proteger os ecossistemas marinhos e as espécies ameaçadas de extin-ção.

Os campos de crinóides es-tão classificados como habitats sensíveis pela União Europeia, já que podem ser utilizados como zonas de reprodução por distintas espécies de peixes, como por exemplo o salmone-te e a pescada. A presença de crinóides, em altas densidades, é um indicador do bom estado dos fundos e de um baixo ou inexistente impacto humano.

A pesca de arrasto pode da-nificar este tipo de campos e afetar o fundo marinho, o que

em consequência tem também impacto no ecossistema do lei-to marinho. Porém, neste caso concreto, a existência de um campo tão denso de crinóides indica que a zona não tem sido afetada por esta arte de pesca.

Os próximos passos na in-vestigação incluem análise de imagens e amostras recolhidas, para caracterizar este ecossis-tema quanto à biodiversidade através das amostras de macro-fauna, meiofauna e microfauna, de sedimentos marinhos, pro-priedades das massas de água e batimetria detalhada da zona.

Foram também recolhidas amostras em zonas adjacentes em que o arrasto opera. A com-

paração entre zonas arrastadas e não arrastadas deverá indicar que impacto tem, a longo prazo, a pesca de arrasto neste tipo de ecossistema.

A equipa de investigação, foi coordenada pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve e in-tegra diversas instituições na-cionais e internacionais, IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), CESAM (Centro de Estudos do Ambiente e do Mar, da Universidade de Avei-ro), Instituto de Ciências do Mar (Barcelona), Marine Scotland e Universidade Politécnica de Marche (Itália).

24 2012 Novembro 311

Fotografia: OCEANA

Page 25: Notícias do Mar n.º 311

252012 Novembro 311

Notícias do Mar

Os crinóides são considerados os equinodermes mais primitivos. Durante a Era Paleozóica, as espécies de crinóides viviam fixas ao fundo por um

pedúnculo e eram extremamente abundantes. Deste grupo, os denominados lírios-do-mar, ainda existem actualmente cerca de 100 espécies, mas estas vivem a cerca de 100 m ou mais de profundidade, pelo que não são facilmente visíveis. O registo fóssil mostra que os crinoides já foram muito mais abundantes do que são hoje.A maioria das espécies de crinóides actuais pertence a um outro grupo mais recente, a Ordem Comatulida - comátulas, e tem vida livre. Conhecem-se cerca de 600 espécies, podendo ser encontradas desde a zona intertidal até grandes profundidades.Estes equinodermes, com aspeto de flor, vivem abaixo das linhas de maré até pro-fundidades abissais. O corpo forma um cálice pequeno em forma de taça, formado

Crinóides

por lâminas calcárias, ao qual se ligam cinco braços flexíveis que se bifurcam para formar dez ou mais apêndices finos providos de pínulas laterais e alargadas dispos-tas como as barbas de uma pena. Os lírios-do-mar possuem um pedúnculo que liga por um lado o cálice e por outro fixa-se ao fundo do mar por meio de prolongamen-tos em forma de raízes. As estrelas plumosas (Antedon) não possuem pedúnculo mas possuem cirros flexíveis que lhes permite captar pequenas partículas na água. O alimento consiste em plâncton microscópico e detritos. Nestes animais o celoma é pequeno, e as gónadas podem não estar diferenciadas. Os gâmetas formam-se a par-tir do tecido epitelial das pínulas. Alguns Crinoides põem os seus ovos diretamente na água, mas outras espécies mantêm-se aderentes às pínulas até ocorrer a eclosão. Os Crinoides possuem grande capacidade de regeneração, pois são capazes de desprender os seus braços ou grande parte do cálice e de imediato renovar estas partes.Muitos Crinoides atuais têm cor viva - amarelo, vermelho, branco, verde ou castanho.Actualmente, o conjunto mais diversificado de crinóides encontra-se na Grande Barreira de recifes que envolve a Austrália, onde mais de 50 espécies diferentes podem ocorrer numa mesma área.

252012 Novembro 311

Page 26: Notícias do Mar n.º 311

26 2012 Novembro 311

Um Projeto Ambicioso e Muito à Frente

O dia 30 de Outubro de 2012 amanheceu cinzento e nostálgico como anunciando o fim de uma vida para dois dos navios que briosamente cumpriram o seu dever na Armada Portuguesa ao serviço da Pátria, a Corveta F489 Oliveira e Carmo e o Patrulha oceânico P1147 Zambeze.

Mergulho

Parque Ocean Revival Texto José Tourais Fotografia Fátima Martins

Às 11:39 após a de-tonação dos explo-sivos, a Oliveira e Carmo despediu-

se e afundou imponente em pou-co mais de 2 minutos, para a sua nova viagem. Repousa agora

num local perto de Portimão, a duas milhas náuticas de terra e a cerca de 30 metros de profun-didade.

Pouco mais tarde, por volta das 16:07, ouviram-se e viram-se mais explosões e foi a vez do

patrulha Zambeze que afundou em menos de 3 minutos um pou-co para norte da Oliveira e Car-mo sua companheira de destino.

Na verdade estamos peran-te um ciclo em que se acabam duas vidas e se começam outras

duas, pois acabaram de nascer dois recifes artificiais no mar por-tuguês com um enorme potencial de benefícios para a biodiversi-dade marinha e para a economia da região, São estes momentos, que nem sempre bem compre-

Page 27: Notícias do Mar n.º 311

272012 Novembro 311

Um Projeto Ambicioso e Muito à Frente

Mergulho

endidos, nos orgulham e nos ali-mentam o ego português.

Estes dois navios, conjunta-mente com o navio oceanográ-fico A527 Almeida Carvalho e a Fragata F481 Hermenegildo Capelo que serão afundados em

2013, foram cedidos pela Mari-nha de Guerra Portuguesa para constituírem a base dos recifes artificiais no Algarve, potencian-do o desenvolvimento da região e elevando o nome de Portugal no mundo.

Esta ideia que agora se co-meçou a concretizar foi ideia de um homem, Luís Sá Couto de seu nome, que desenvolveu este conceito através do projeto – Ocean Revival, que se poderá conhecer melhor no site www.

oceanrevival.org.A ideia foi e continua a ser a

criação de um recife artificial de eleição que possa implementar o mergulho de qualidade enquanto atividade económica na região e que em consonância com o

O Patrulha Zambeze antes de ser afundadoA corveta Oliveira e Carmo no momento da explosão para o afundamento

A corveta Oliveira e Carmo momentos antes da explosão

Page 28: Notícias do Mar n.º 311

28 2012 Novembro 311

Mergulho

ambiente, potenciasse a biodi-versidade, valorizando também o património histórico destes va-sos de guerra cujo destino seria certamente a sucata.

Para o efeito, foram efetua-dos vários estudos nomeada-mente eco-turismo subaquático e análise de incidências am-bientais, tendo os navios sido limpos e preparados por uma companhia canadiana com lar-

ga experiência neste tipo de trabalhos, nos termos da rigo-rosa convenção internacional OSPAR. A Ospar é a instituição pelo qual 15 governos das cos-tas ocidentais Europa, junta-mente com a Comunidade Euro-peia, cooperaram para proteger o ambiente marinho do Atlântico Nordeste. Tudo começou em 1972 com a Convenção de Oslo mais tarde actualizada e am-

pliada pela Convenção OSPAR 1992. O novo anexo sobre a biodiversidade e os ecossiste-mas foi adoptado em 1998 para cobrir atividades humanas não poluentes que podem afetar o mar de forma adversa.

O Parque Ocean Revival que tem vindo a ser desenvolvido e implementado ao longo dos úl-timos anos, não tem sido nada fácil pelas constantes dificul-

dades que se depararam, fre-quentemente com alguma falta de sentido, justificação ou lógi-ca. No entanto, muito graças à determinação e empenhamento mostrados, foram e continuam a ser muitos os apoios e solidarie-dade a este enorme empreendi-mento, como se pode destacar o caso da PADI e de muitas instituições e pessoas a nível nacional.

O Patrulha Zambeze no momento da explosão

Page 29: Notícias do Mar n.º 311

292012 Novembro 311

Mergulho

A Corveta Ex-NRP Oliveira e Carmo F489 pertencente à classe Batista de Andrade, com cerca de 1400 toneladas, 86 metros de comprimento e uma guarnição de 107 homens, foi construída em Cartagena e lançada á água em 5 de Fevereiro de 1975, tendo sido abatida a 1 de Novembro de 2007. Foi projetada tendo em mente o reforço da presença naval nos mares das ex-colónias portuguesas, é a última das dez corvetas adquiridas na década de 70. Com o fim da guerra colonial, o objetivo original tornou-se numa missão sem sentido e, desde então, a corveta passou a estar ao serviço como escoltador oceânico no âmbito da NATO e mais tarde como navio-patrulha na zona económica exclusiva portuguesa.

O Patrulha Oceânico EX-NRP Zambeze P1147, da classe Cacine, com 220 toneladas e 44 metros e uma guarnição de 33 homens, foi construído nos estaleiros navais do Mondego e lançado à água em 31 de Outubro de 1971 e realizou várias missões nas Zonas Marítimas do Continente e Madeira, com passagens esporádicas pelo arquipélago das Canárias. Passou por diversos portos, onde manteve sempre uma presença digna, prestigiando a Marinha de Guerra Portuguesa. Após 31 anos de serviço, foi abatido a 15 de Novembro de 2006.

Os Navios

Esperemos que num futu-ro próximo o tempo venha dar razão e colocar os promotores desta louvável iniciativa no seu merecido lugar, reconhecendo-lhe com gratidão o esforço de tão árdua e altruísta tarefa em prol de uma região e de um país.

Bons MergulhosJosé Touraiswww.nautilus-sub.com

Page 30: Notícias do Mar n.º 311

30 2012 Novembro 311

TEJO, Maior que o PensamentoPelo interesse demonstrado pelos leitores pela candidatura Tagus Universalis, na sequência da entrevista do número anterior do Notícias do Mar, aproveito para dar mais uma achega.

Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo tejo Texto e Fotografia de arquivoCarlos Salgado

Com efeito o Tejo é desconhecido por muitos portugueses e mesmo aqueles

que pensam que o conhecem não estão a par de todas as suas valên-cias e potencialidades como grande recurso natural, nacional e ibérico. De notar que o Tejo como eixo iden-titário das duas nações ibéricas tem história, valências e patrimónios

culturais e naturais que o distin-guem dos outros rios e nele está reflectida a interacção da natureza com o homem que o foi ocupando e utilizando, o que fez dele um bem universal e por isso tem os requisi-tos necessários para ser considera-do e declarado pela Unesco como Património Mundial.

O rio Tejo, que há milhões de anos nasceu e partiu da serra de

Albarracín nos montes Universales situados na região de Aragão em Espanha, estando a sua nascente apenas a uns 200 km do Mar Me-diterrâneo, curiosamente fez rumo ao Atlântico em Portugal. Durante milénios não conheceu fronteiras e escavou o seu leito lavrando pro-fundas gargantas, perfurando áspe-ras serras, abrindo amplos vales e modelando campinas até chegar ao mar. Nos seus 1000 km de exten-são sofreu influências tanto geoló-gicas como climáticas que contribu-íram para desenhar o seu curso ao longo dos tempos e ao atravessar diversas regiões tais como as de Aragão, Madrid, Castilla.la.Mancha e Extremadura em Espanha e em Portugal as da Beira Baixa, Alen-tejo, Ribatejo e a de Lisboa e Vale do Tejo, foi influenciado por climas diferenciados desde o continental da Meseta Ibérica, passando a ter a influência do clima mediterrânico quando entra em Portugal e pros-seguindo, ao aproximar-se da costa atlântica acabou por ser influen-ciado pelo clima marítimo. Com as diversas características dos solos que atravessou deu origem a uma pluralidade de paisagem natural, tendo hoje lanços de natureza pró-

xima da intacta, que gerou uma biodiversidade extraordinária e também permitiu o aproveitamento da terra para multiculturas nos seus montes, terraços e lezírias desde há séculos. Por isso ele foi desde a Pré-História uma força atractiva de povos que vieram instalar-se na proximidade das suas margens por ele atravessar um território situado no estremo sul mais a ocidente do continente europeu, onde a terra acaba e o mar começa e sobretudo por ele possuir os recursos vitais: a água, a fauna, os solos férteis e a estrada líquida, constituindo um poderoso factor aglutinador das diferentes estratégias de movimen-tação e fixação territorial humana e por esse facto, desde tempos re-motos que povos das mais diversas origens, uns vindos do norte e do interior continental por terra e ou-tros vindos por mar, foram progres-sivamente ocupando as suas mar-gens e trouxeram consigo credos, culturas e tradições distintas que se foram sobrepondo e entrelaçando, o que deu origem a um património cultural, material e imaterial riquís-simo. Esses povos deixaram ves-tígios e testemunhos desde há um milhão de anos antes de Cristo, que se encontram devidamente identifi-cados e datados.

A “ alis ubbo ”, a Lisboa dos fení-cios, que significa enseada amena, foi sendo sucessivamente deman-dada, para além daquele povo, pe-los gregos, galo-celtas, cartagine-ses, romanos e bárbaros do norte e mais tarde chegaram ao Tejo os vândalos, os suevos, os alanos, os visigodos, os hunos, os godos, os muçulmanos e por fim os cristãos. Todos esses povos contribuíram para construir a universalidade do Tejo que está recheada de patrimó-nios, feitos históricos, tradições e memórias.

Até meados do século passado navegaram nele centenas de bar-cos, principalmente no espaço por-tuguês por ser navegável desde o mar até Alcântara em Espanha, ao que a mão do homem não foi alheia, que viajavam de jusante para mon-tante e vice-versa e entre margens, no transporte das mais variadas cargas como: mercadorias, pesso-as, animais e bens. Esses barcos envergavam velas que enfunadas pelo vento, enchiam o Tejo quase tapando a água.

O Tejo e Lisboa com o seu porto atlântico que, assim como foi uma

O Tejo ancestral

O Tejo internacional

Page 31: Notícias do Mar n.º 311

312012 Novembro 311

Notícias do Mar

porta de entrada do mundo para o interior da Península Ibérica tam-bém foi a porta aberta para o mun-do que permitiu a nossa expansão marítima do século XV, a partir da qual foram encontradas novas ter-ras e outras gentes, e levou a cris-tandade à África, à América, à Índia, à Oceânia, à China e ao Japão.

O Tejo desempenhou nesta epo-peia um papel historicamente rele-vante que mais nenhum outro rio igualou, porque foram dele que par-tiram as principais armadas, que fo-ram construídas e abastecidas com os materiais e produtos do vale do Tejo e treinadas no seu estuário.

Por isso Lisboa passou a ser um grande empório comercial dos produtos do Oriente no século XVI e esta capital das Conquistas e das Descobertas, devido à localização geográfica e à nova situação criada pela expansão marítima, suplantou à época Alexandria, Génova e Ve-neza.

É evidente que o homem do Tejo foi naturalmente influenciado pelas características das diferentes regiões que este maior rio ibérico atravessa e por isso foi obrigado a adaptar-se às condições em que teve que viver e adoptou comporta-mentos também diferentes no seu

modo de vida, usos e costumes, actividades laborais, tanto nos ofí-cios como nas artes, na etnografia, nos saberes e nos sabores e nas formas de exteriorizar os seus sen-

timentos.Posso garantir-vos que em Por-

tugal o Tejo é um rio Bem Amado porque faz parte da vida quotidia-na das populações ribeirinhas que

se revêem nele e o desfrutam com prazer, porque ele é um rio de TRA-DIÇÕES, EMOÇÕES E MEMÓ-RIAS que ainda tem muito para dar, assim o deixem.

O Tejo em Toledo

Page 32: Notícias do Mar n.º 311

32 2012 Novembro 311

A Vela tem o Pano a Bater!...Durante séculos a navegação à Vela não foi mais do que um meio de deslocação dos povos e de embarcações de guerra e de comércio. Portugal, não obstante ser um país eminentemente de tradição marítima só em 1836 é que importou a prá-tica dos desportos náuticos, amadores.

Notícias do Mar

Conhecer e Viajar pelo Tejo Texto e Fotografia de arquivoCarlos Salgado

Por isso em 1855 foi fun-dado em Lisboa o Real Yachting Club, o mais antigo clube náutico

da Península Ibérica que em 1856 mudou o nome para Real Associa-ção Naval de Lisboa e que após a implantação da República passou a chamar-se Associação Naval de Lisboa, que se mantém em activi-dade ainda hoje. A partir daí deu-se a expansão do desporto da Vela em

Portugal, sendo o estuário do Tejo a pista de regatas mais importante e movimentada, ao tempo. Hoje, ain-da é no Tejo que está concentrado o maior número de Clubes Náuticos que se dedicam à Vela e também a outras modalidades náuticas.

Mas é notório que a Vela, so-bretudo a chamada ligeira, está em franca decadência no nosso país, quando ela tanto honrou as cores nacionais internacionalmente, no

passado. Mas foi do meritório tra-balho das Escolas de Vela da MP e dos Clubes que nasceram os nossos campeões. Essas escolas formaram, desde miúdos, exímios velejadores durante décadas, que honraram o nosso país, nomeadamente aqueles que se destacaram nas Olimpíadas como Duarte Bello e Fernando Bello que conquistaram uma medalha de Prata em 1948 em Londres; Joa-quim Fiúza e Francisco Rebello de Andrade que conquistaram medalha de bronze em 1952 em Helsínquia e Mário Gentil Quina e José Manuel Gentil Quina uma medalha de Prata em 1960 em Roma, para além de ou-tros que foram campeões da Europa mais do que uma vez. Mas hoje, o desempenho dos nossos velejado-res nas Olimpíadas é o que se vê, ou por outra não se vê. Então, como é que se justifica que a Vela se encon-tre em decadência? Será porque cá, deixou de haver uma política para o seu desenvolvimento, competente e/ou eficaz? Mas a realidade actual é que os barcos permanecem parados nos clubes, as escolas de vela têm menor frequência e a juventude está, cada vez mais, a encaminhar-se para outros desportos aquáticos. E não me venham com a desculpa que isso tem que ver com a famigerada crise instalada.

Pergunto: e os Clubes e sobretudo a Federação Portuguesa de Vela ain-da não se aperceberam disso e caso se tenham apercebido o que é que fi-zeram para inverter tal situação?

O que se ouve é que a FPV, tem estado mais interessada nas classes de Cruzeiro do que nas da Vela ligei-ra, incluindo obviamente as Escolas dos clubes, mas se estas estão a ter cada vez menor frequência de jovens para formar desde a infância, como é que pode haver atletas experientes

para serem campeões para o futuro. Que condições têm eles para progre-direm de forma a ficarem aptos para as classes Olímpicas?

Entretanto chegou-me às mãos o programa da Lista A, a única candida-ta aos órgãos sociais da FPV e que, por conseguinte, foi eleita para o pró-ximo mandato e assim o presidente da direcção anterior, José Leandro, foi reconduzido no cargo. O progra-ma desta direcção está bem elabora-do e é bastante ambicioso para além do que é costume. Faço votos para que a acção programada resista aos compadrios e amiguismos que têm inquinado a acção da FPV, num pas-sado recente. Se conseguirem que ele seja cumprido, a Vela nacional pode ter “amanhãs que cantam”.

Recordo-me de quando fiz parte dos Órgãos Sociais da FPV, nos fins dos anos sessenta e princípio dos anos setenta, em que estive dois anos na Direcção e um ano no Con-selho Técnico, tivemos conhecimen-to do Plano de Fomento do Desporto da Vela em Espanha que estava no início da sua implementação. Esse documento muito bem estruturado, que foi posto em prática com prag-matismo e competência, conseguiu que a Vela em Espanha progredisse extraordinariamente, elevando-a ao nível mundial, e alcançar resultados muito positivos, que ainda hoje se fazem sentir.

Deixo aqui uma viva recomenda-ção ao presidente José Leandro: Te-nha sempre bem presente que o prin-cipal alicerce da Vela em Portugal, e no mundo, são os Clubes e as suas Escolas de Vela que desde há mui-to, são o verdadeiro alfobre dos ve-lejadores que chegam a campeões. Mas é preciso que haja uma política eficaz, não só de manutenção mas sobretudo de incrementação.

Escolas de VelaA vela ligeira, uma modalidade a incrementar

Os primórdios da vela desportiva em portugal

Page 33: Notícias do Mar n.º 311

332012 Novembro 311

Honda Apoia InvestigaçãoArqueológica em SagresTem vindo a decorrer, na Baía do Martinhal, em Sagres, um projecto único de investigação em arqueologia náutica, destinado a localizar um tipo de embarcação ibérica prove-niente do século XVII e inédita no mundo.

Notícias do Mar

Notícias Honda

Este projecto interna-cional, co-organizado pelo Institute of Nau-tical Archaeology (Te-

xas A&M University) e Centro de História Além-Mar (FCSH - Univer-sidade Nova de Lisboa e Universi-dade dos Açores) é liderado pelo Professor-Dr. George Schwarz.

Entre os dias 1 e 10 de novem-bro o projeto passou à fase de lo-calização específica, tendo como base as informações recolhidas em missões anteriores.

A Honda Portugal, através da sua Divisão de Produtos de Força, resolveu associar-se a esta iniciati-va tendo disponibilizando uma mo-tobomba WB30XT para esta fase.

Para Rui Aranha, Director Geral da Divisão de Produtos de Força: “é com toda a satisfação que a Honda Portugal se associa a este projec-

to. A gama dos nossos produtos é muito versátil e destinada às mais variadas utilizações. Saber que os nossos produtos poderão ajudar a enriquecer a história náutica do nosso país é sem dúvida um motivo de orgulho”.

Esta e outras notícias disponí-veis em www.hondanews.eu

Patacho espanhol Pedro DiazDocumentos do Arquivo Nacio-

nal da Torre do Tombo e do Arquivo General de Índias revelam que o patacho espanhol Pedro Diaz per-deu-se numa tempestade em 1608 no concelho de Vila do Bispo, quan-do regressava à Europa.

O patacho é um baro de dois mastros com a vela de proa redonda e a de ré do tipo latina. Começou a ser utilizado no final do século XVI, principalmente pela Armada Es-panhola. Como era um barco leve

e rápido servia como transporte e também de reconhecimento. Dadas as suas características, foi igual-mente muito usado pelos piratas.

Os mergulhos de prospecção realizados em 2007 permitiram en-contrar indícios de um naufrágio do século XVII junto à praia do Marti-nhal, incluindo pilhas de lastro e peças de artilharia que podem sig-nificar ser o local provável de afun-damento daquele patacho. O porto de Sagres com as ilhas do Martinhal ao fundo

Praia do Martinhal e as ilhas

Page 34: Notícias do Mar n.º 311

34 2012 Novembro 311

Um Dia de Pesca com... Paulo PatacãoContra os Inimigos de VerãoO verão de 2012 tem sido, de uma maneira geral, fraco para a pesca desportiva feita a partir de embarcação. Concentrações anormais de caranguejo-pilado parecem estar a enfartar o pouco peixe de qualidade que é procurado pela maior parte dos pescadores, além de uma nortada que teimosamente teima em agastar o litoral. Foi contra estas (e outras) dificuldades que fomos com o atleta de topo, Paulo Patacão, para tentar arranjar algumas soluções para estes problemas.

Pesca Desportiva

Pesca Embarcada

Os ParasitasUm facto interessante que reparei foi o facto de se terem capturado algumas choupas com parasitas. Isto é sinal de se tratar de peixe de entrada e como pudemos confirmar com o mestre do “Moreira”, Zé Lhé, efectivamente as choupas tinham andado ausente daquele pesqueiro nos últimos tempos e até ele próprio ficou surpreendido com o facto. Por isso já sabe: regra geral, peixe com parasitas é sinal de uma entrada recente de peixe na zona, fruto de uma migração total ou parcial.

Foi no final de julho que rumámos a Se-túbal para uma saída de pesca embarca-

da com Paulo Patacão, atleta de topo que se disponibilizou para nos explicar algumas formas de contornar as dificuldades natu-rais da pesca no verão. A nossa embarcação foi o “Moreira”, em-barcação recentemente remode-lada, que nos ofereceu todas as comodidades para enfrentar um dia de pesca, diga-se de passa-gem com condições excelentes, contando também com a precio-sa ajuda dos experientes mes-tres Zé Lhé e João Capinha.

O plano era começar a pes-car ao romper do dia num pes-queiro na casa dos 30 metros de profundidade e depois rumar a um outro, mais por fora, na casa dos 80 metros.

Os iscos...Logo que embarcámos, Paulo Patacão começou pela tarefa mais laboriosa de preparar os iscos. “Este é um processo im-portante de maneira a tirarmos o melhor rendimento na pesca que se adivinha mais compli-cada; tem havido pouco peixe e é necessário acautelar algu-mas iscadas mais elaboradas, digamos assim.”. Os iscos em questão foram a amêijoa e o camarão, que foram prepara-dos por Paulo de várias formas, como nos explicou. “A minha aposta vai ser sobretudo nestes dois iscos; o camarão vou cor-tar alguns longitudinalmente e será uma opção caso de neces-sitar de iscadas mais pequenas se o peixe estiver complicado, deixando alguns inteiros para o caso da necessidade de uma

Paulo Patacão, um atleta de topo com soluções para os problemas

Logo que embarcámos começámos a preparar os iscos

O miolo da ameijoa deve ser ligeriramente salgado

Page 35: Notícias do Mar n.º 311

352012 Novembro 311

Pesca Desportiva

Texto e Fotografia: Carlos Abreu - Colabora: Paulo Patacão/Mundo da Pesca

iscada de maiores dimensões com o objectivo de procurar um melhor exemplar, já a amêijoa vou prepará-la de duas formas, uma para pesca mais complica-da e outra para pesca mais rápi-da, fácil ou em que precise de a ter num estado mais bruto. Para pesca mais complicada recorro ao uso de uma agulha dupla ou tubo de maneira a coser o miolo da amêijoa, mas apenas a par-te da tripa, deixando a parte da unha de fora, ficando a mesma pendurada no anzol. Os italia-nos usam esta iscada com mui-to sucesso e há quem também opte por iscar ao contrário, isto é, com a unha para o lado da li-nha e a tripa na ponta do anzol; pessoalmente opto mais pela primeira opção. Preparo um nú-mero de iscadas de acordo com aquilo que vejo que vou precisar e tenho o cuidado de as deixar num recipiente com um pano que absorva algum do líquido que possam libertar.”.

Isca salgadaNo que diz respeito à outra for-ma de preparação do miolo da

amêijoa, Paulo salga-os ligei-ramente, salvaguardando duas

opções: na primeira tira um pu-nhado de miolos que espalha

numa fina camada de sal de maneira a desidratá-las (secá-

A chumbada escolhida foi de cor preta em forma de gota com 180 gramas

Page 36: Notícias do Mar n.º 311

36 2012 Novembro 311

Pesca Desportiva

À ItalianaPaulo Patacão não nega que tem na escola italiana uma referência. Uma das coisas que achou interessante foi o recurso dos italianos às iscadas atadas e foi uma das coisas que começou a recorrer quando a pesca se complica. Para isso recorre a uma iscada feita com agulha dupla ou tubo, atando apenas a tripa e deixando a unha solta, reforçando que é possível atar precisamente de forma inversa e iscando com a tripa para a ponta do anzol.

las), para que aguentem mais no anzol; os restantes miolos fi-cam num recipiente onde adicio-na muito pouco sal, ficando os mesmos apenas mergulhados na sua própria calda.

“Pessoalmente não sou adepto de salgar muito as iscas. Há muitos atletas, de diversas zonas do País, que não usam iscos sem serem salgados; são opções e cada um pesca com aquilo que acredita, e para isso previno-me para as duas situa-ções, guardando sempre amêi-joa não salgada, menos rija por-tanto, para que o isco tenha um comportamento mais natural e solto quando dentro de água.”.

Ferro à água!Chegados ao pesqueiro “baixi-nho”, Paulo preparou a sua mon-tagem que recaiu numa mon-

tagem com três anzóis nº4, em estralhos de 40cm empatados com fluorocarbono da espessu-ra de 0,25mm. A chumbada re-caiu num modelo em forma de gota com 180 gramas de peso e de cor preta, e perguntamos porque recaiu a sua escolha nesta cor.

“Simplesmente porque te-mos de combater os maiores inimigos da pesca nesta altura, inimigos que se chamam cava-las e bogas! O objetivo é fazer com que a pesca desça o mais rapidamente possível pelos den-sos cardumes destes peixes e, sobretudo, numa cor que não desperte a sua atenção.

Pesca para a água com amêijoa e eis que a ponteira da cana de Paulo acusa uns toques bem francos; uma bandeira com duas choupas nos anzóis de

Os anzóis foram os nº 4

Com estiradas laterais e a arrastar as safias atacaram

Um estralho com 3 anzóis

Page 37: Notícias do Mar n.º 311

372012 Novembro 311

Pesca Desportiva

baixo e uma cavala no anzol de cima. Segundo lançamento por baixo do barco e desta feita apenas uma choupa no anzol do meio, uma boga no anzol rente à chumbada e uma cavala em cima.

“As minhas previsões es-tavam certas e temos mesmo de fugir às cavalas e bogas”, disse Patacão. As previsões pioraram ainda mais porque os toques começaram a falhar, saindo apenas bogas e cava-las quando se mexia um pouco a pesca. Patacão ainda baixou para o 0,23mm mas o resul-tado não se alterou em nada e só ocasionalmente saía um peixe de melhor qualidade, in-variavelmente choupas.

A (primeira)soluçãoMas o resultado ia mudar e o nosso pescador começou a fazer uma série de choupas seguidas; tudo isto porque co-meçou a lançar mais fora, a pescar “fora do barco”.

“Era uma opção que eu não queria ter de recorrer pois o fundo é de ramagem e a pes-car desta forma arrisco-me a prender mais a pesca; mas é um risco que tenho de correr pois está a compensar, o pei-xe é quase todo bom, e isso deve-se a estar fora da som-bra que o barco faz na água. Hoje temos água muito cla-ra, o peixe desconfia logo da sombra do barco e ainda para mais está farto, atendendo à concentração de pilado que há. Pescar fora do barco, sem fazer negaças e com iscadas mais pequenas parece estar a resultar, sobretudo se não

Primeira solução foi pescar fora da sombra do barco Os peixes vermelhos estavam mais fundo

Page 38: Notícias do Mar n.º 311

38 2012 Novembro 311

Pesca Desportiva

O “Moreira”Alvo de uma “lavagem” de cara completa, o “Moreira” está agora mais cómodo que nunca. Desde o motor até à eletrónica, passando pelo quarto e casa de banho, pode encontrar-se nesta embarcação maritimo-turística todas as comodidades para se passar um agradável dia de pesca, mesmo com grupos grandes de 10 pescadores!O detalhe é que podemos desfrutar de música ambiente, um toldo sempre útil em dias de sol ou chuva e o mestre Zé Lhé sempre pronto a ajudar.

tivermos a pesca muito estica-da.”. Paulo ainda fez mais: dei-xou de iscar o anzol de cima, mas mesmo assim as cavalas “agarravam-se!

Segunda parte!O desafio dos mestres Zé Lhé e João Capinha tinha fi-cado lançado ao princípio e queriam que fizéssemos este ensaio numa zona mais fun-da, com a possibilidade de se capturarem alguns peixes vermelhos (pargos e bicas), desta feita num pesqueiro na casa dos setenta e muitos metros. Paulo optou apenas por colocar uma chumbada ainda mais pesada de modo a “furar as barreiras do inimi-go” e assim fugir às cavalas e bogas que temia que nos apoquentassem novamente. Surpresa das surpresas, as-sim que a pesca chegou ao fundo, e ao contrário do que tinha acontecido no primeiro pesqueiro, os toques não se

fizeram sentir. Perguntámos o que se passava e Pau-lo disse que ainda tinha de tentar perceber, “não quero fazer negaças com a pesca pois receio que o inimigo co-mece a atacar, mas estou a ver que tenho de tentar pro-vocar toques pois nem estes peixes parecem estar aí.” O que começou a fazer foram umas pequenas estiradas la-terais com a cana de modo a arrastar a pesca mas sem a levantar e pareceu surtir efei-to pois as safias começaram a acusar-se, mas com toques muito, muito discretos.

Com alguma dificuldade lá foram saindo alguns exempla-res, regra geral, mais agarra-dos ao fundo, e sempre que se puxavam para cima lá se agar-ravam as cavalas por mais de-pressa que recuperássemos. Imaginem o “vulcão” que ali estava daqueles peixes!

A receita que parece ter

sido encontrada foi a de ter de procurarem os toques, com negaças laterais, a arrastar pelo fundo, mas sem levantar a pesca; as iscadas não de-veriam ter também a unha da amêijoa, resumindo-se à parte mais atrativa, a tripa.

“Não convém apresentar uma iscada demasiado grande pois o peixe está farto e isso nota-se porque está gordo e manhoso a comer; além disso, a unha é clara e convém não chamar muito a atenção de cavalas e bogas, estas últimas também agarradas ao fundo.

Para terminar, a previsão dos mestres Zé Lhé e João Capinha a bater certo, com um parguete a atacar pronta-mente a isca de Paulo e a ba-ter mais vigorosamente para o fundo. O detalhe: é que atacou de rajada os dois anzóis isca-dos, embuchando-os comple-tamente! Predador é assim...às vezes!

Pescar mais fundo a 60 metroos foi a solução

A parte mais atrativa do isco é a tripa da ameijoa

Um final com uma boa pescaria

Page 39: Notícias do Mar n.º 311

392012 Novembro 311

Page 40: Notícias do Mar n.º 311

40 2012 Novembro 311

O Crescimento a Nível GlobalA Garmin Ibérica enviou três dos seus responsáveis máximos pra uma reunião com a comunicação social, que decorreu no passado dia 24 de outubro no Hotel Quinta da Marinha Resort, em Cascais, para falar dos lançamentos mais impor-tantes da marca e do crescimento da Garmin a nível global, bem como da solidi-ficação do mercado europeu.

Electrónica

Apresentação Garmin em Portugal

Estiveram a receber os jornalistas e a coorde-nar a sessão, Salva-dor Alcover, director

comercial para Portugal e Espanha, Susana Manzano, directora da área de Outdor e Fitness da Garmin Ibé-rica e Mariana Dias, responsável de marketing e comunicação da Gar-

min Portugal.A Garmin, líder mundial em

equipamentos de comunicação por satélite, é um fornecedor global de equipamentos de navegação, co-municação e informação.

A sua história é de sucesso e crescimento, com lucros anuais desde o início, o qual foi em 1989,

conseguindo rapidamente uma pre-sença e distribuição dos seus pro-dutos a nível mundial.

A Garmin que já vendeu, desde o início, 100 milhões de GPS em todo o Mundo, tem mais de 9.300 funcionários e vendeu em 2011 16 milhões de unidades que lhe valeu uma faturação no valor de 2.760 milhões de dólares, praticamente o mesmo que tem faturado nos últi-mos quatro anos.

Os Mercadosda GarminSão cinco os mercados onde a Gar-min atua.

Automóvel/Mobile - PND: Equi-pamentos pessoais de navegação; Aplicações para telemóveis; Solu-ções OEM: integração automóvel.

Outdoor - Localização wireless; Geocaching; Equipamentos para golfe; Equipamentos portáteis para caça, escalada e BTT; Equipamen-tos para 4x4.

Fitness - Equipamentos GPS para fitness; Relógios com indi-cações de velocidade e distância; Sensores de ritmo cardíaco; GPS para ciclismo.

Náutica - Vasta gama de pro-dutos desde portáteis a plotters cartográficos; Tecnologia de ponta: radares, sondas, pilotos automáti-cos, rede marítima Garmin; Solu-ções OEM.

Aviação - Produtos de aviação para todos os tipos de aviões; Tec-nologia de ponta inclui: comunica-ção, radar, controlo de voo, mapas e navegação.

Integração VerticalPara melhor e rapidamente atingir os seus objectivos, a Garmin aplica uma integração vertical.Estratégia GarminFazer internamente o design e fa-bricação, distribuição, marketing, vendas e apoio ao cliente. Controlar todo o processo. Utilizar o inventário como uma fer-ramenta de negócio. Resultados Grande nível de inovação, qualida-de, flexibilidade e responsabilida-de.

Reunião da Garmin com jornalistas

Para camião o Dezl 760 LMT Para moto Zumo 350 LM III

Page 41: Notícias do Mar n.º 311

412012 Novembro 311

Electrónica

Controlo dos riscos. Custos reduzidos.Grande crescimento e estabilidade.

A Garmin no Mundo A Garmin tem uma presença com departamentos de venda e distri-buição em todos os continentes, com maior número nos USA e na Europa.

A sede é nos USA onde funcio-na também um centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos e a fabricação dos produtos para a aviação.

Na Europa tem o centro de ope-rações em Inglaterra e centros de pesquisa e desenvolvimento na Alemanha e Roménia. A direção de marketing e comunicação fica na Suíça.

No que respeita a fábricas, a Garmin dispõe de três em Taiwan, com 48 linhas de montagem e mais de 4.300 trabalhadores.

A Posição nos Merca-dosTodos os produtos são fabricados pela Garmin, que se apresenta

agora como líder nos segmentos de Outdoor, Fitness e Automóvel, com alguns mercados a atingir os 80% da quota.

Em virtude dos tipos de produtos, a penetrarem em novos mercados, em todos os segmentos a Garmin teve aumentos de vendas, excepto no segmento da náutica, onde a ní-vel mundial a queda foi de cerca de 40% e a Garmin caiu 14%.

Patrocínios e Parce-riasA Garmin é um orgulhoso patroci-nador de diversas provas, entre as quais em Portugal se destacam a S. Silvestre de Lisboa, prova de corri-da, a Garmin Olímpico de Oeiras, prova de triatlo, e TransPortugal Garmin, prova de ciclismo BTT.

No que respeita a patrocínios in-dividuais, a Garmin patrocina Dulce Félix em atletismo, Bruno Pais no triatlo, Vitor Gamito em BTT e Sónia Lopes em BTT.

Igualmente Importante tem sido a parceria que a Garmin desenvol-veu com a Associação Portuguesa de Doentes de Alzheimer, através

do agente da marca Santos Silva .

Novidades 2012 Dos produtos que este ano foram novidades nos diversos mercados, destacamos os seguintes:

Novidades Automóvel:Para camião: Dezl 760 LMTGrande ecrã tátil de 7’’; Mapas

de toda a Europa; Restrições de camiões; POIs para camionistas; Bluetooth; Informações de tráfego vitalícias; Atualização de mapas vi-talícia; Entrada de vídeo; Compatí-vel com FMI.

Para motos: Zumo 340 e 350Ecrã tátil, sensível ao toque com

luvas; À prova de água IPX7; Ra-nhura para cartões microSD; Indi-cação da faixa de rodagem; GPS de alta sensibilidade com HotFix; Text-to-speech; Bluetooth para ou-vir as indicações no capacete.

Novidades Fitness:Para principiantes: Forerunner

10Para os que começam a correr

ou procuram melhorar; GPS de alta sensibilidade com HotFix; Fácil de utilizar; Informação personalizá-vel; Distância, velocidade; Calorias queimadas; Virtual Pacer; Ligação ao Garmin Connect; Disponível em 3 cores: rosa, verde e preto/verme-lho.

Séries Multicolor: Branco, Verde e Azul

Forerunner 210Treinos intervalados; GPS de

alta sensibilidade com HotFix; Auto Lap; Cálculo de calorias; Ligação Garmin Connect.

Forerunner 610Ecrã tátil; GPS de alta sensibi-

lidade com HotFix; Alertas; Cálcu-lo de calorias; Auto Lap; Training Effect; Virtual Racer.

Para triatlo: Forerunner 910XTGPS Multidesporto; Avançados

dados métricos de natação; Altíme-tro barométrico integrado; Tempos de treino, altura desnível acumula-do, distância, velocidade, ritmo ou ritmo médio, calorias e ritmo cardía-co; Tecnologia sem fios ANT+Sport; Bateria até 20h; Ligação ao Garmin Connect.

Para natação: Swim

Para os nadadores mais exigen-tes; Acelerómetro; Informações das braçadas: número frequência, tipo e eficiência; Fácil de utilizar; Fun-ção de relógio; Ligação ao Garmin Connect.

Novidades Outdoor:Para montanhistas: série Fénix Primeiro relógio para outdoor

que integra GPS, bússola eletróni-ca, altímetro barométrico e tempe-ratura; Wireless; Bluetooth® 4.0; Comunicação Ant +; Sensor exter-no de temperatura; Navegação: até 1000 waypoints e 10.000 pontos de registo de trajeto; Com um sensor de temperatura (tempe), pode ob-ter informações das tendências de temperatura; Vida da bateria pro-longada; Design atrativo; Relógio para o dia-a-dia; Pulseira preta ou laranja; Modelo bundle com sensor de ritmo cardíaco.

Approach S1: Edição Especial (branco e laranja)

Guarda o registo das pontua-ções; Programado com os campos de golfe europeus, sem a necessi-dade de subscrição; Atualizações regulares e gratuitas; Vista ao ini-cio, centro e fim do green; Números de grande dimensão para rápida vi-sualização; Relógio elegante para o dia-a-dia; Modelos disponíveis: pre-to, branco/verde, branco/laranja.

Forerunner Special edition 210 Forerunner Special Edition 610

Approach S1

Novo Edge Mount

Page 42: Notícias do Mar n.º 311

42 2012 Novembro 311

Vence o Surf Espetacularde Julian Wilson

Peniche recebeu mais uma vez o Rip Curl Pro Surf que decorreu entre os dias 10 e 21 de outubro e levou à praia de Super Tubos largas dezenas de milhar de pes-soas, que exultaram com as manobras e tubos impressionantes dos 36 surfistas ao longo da prova e da grande final do australiano Julian Wilson ao vencer o jovem brasileiro Gabriel Medina de 19 anos.

Surf

Rip Curl Pro Surf Portugal 2012 - Peniche Fotografia ASP

Apesar da prova ter estado parada du-rante vários dias por causa da falta

de ondas e do temporal que se abateu por toda a costa portu-guesa, conseguiu-se mais uma

vez mostrar a todo o Mundo que seguiu a prova pela internet, as extraordinárias condições que Peniche oferece não apenas no âmbito desportivo, mas também no aspeto social com o afeto e camaradagem que os estran-

geiros receberam durante toda a prova.

Desta vez o campeoníssimo Kelly Slater já com 40 anos de idade, mas que diz que sabe agora ainda mais de surf, ficou-se pela terceira ronda, afastado

pelo brasileiro Raoni Monteiro num heat com ondas pequenas e sem consistência, onde am-bos somaram poucos pontos, e o americano acabou por ser vencido com apenas 5,27 pon-tos para os 9,20 do adversário.

Tiago Pires também se pode queixar da falta de sorte e foi por muito pouco que não chegou à terceira ronda, pois ficou em 2º lugar no heat que disputou com Julian Wilson, o vencedor do Rip Curl deste ano, e à frente do australiano Adrian Buchan. Julian somou 15,53 pontos e Tiago 13,27 que incluiu uma onda que foi pontu-ada com 9,77 pontos e que no final foi considerada a sétima melhor de toda a prova.

O segundo lugar de Tiago nesta ronda levou-o à repesca-gem, que disputou com o ame-ricano Kolohe Andino e com o qual perdeu por escassas déci-mas, pois fez 11,50 pontos con-tra os 11,70 de Andino.

Desta feita a maldição da prova portuguesa para Tia-go Pires voltou a surgir nesta edição de 2012. Desde 2009, ano em que a etapa do circuito O australiano Julian Wilson celebra a vitória

Julian Wilson, vencedor do Rip Curl Pro Surf 2012

Page 43: Notícias do Mar n.º 311

432012 Novembro 311

Surf

mundial chegou a Peniche, que “Saca” não consegue alcançar a terceira ronda.

Frente ao norte-americano Kolohe Andino, que conseguiu uma excelente onda nos últi-mos 20 segundos, Tiago Pires não conseguiu uma pontuação que o levasse à terceira ronda da oitava etapa do circuito mun-dial de surf.

A grande maioria dos trinta e seis surfistas em prova, fizeram excelentes manobras e tubos que entusiasmaram toda a as-sistência que seguia em terra o decorrer da prova, às vezes mesmo a chover.

De salientar as ondas pontu-adas com o máximo de 10 de pontuação, que foram efetua-das por cinco surfistas, Julian Wilson, Gabriel Medina, Owen Wright, Michel Bourez e CJ Ho-bgood.

Nas semifinais Julian Wil-son venceu o brasileiro Adriano Sousa com um impressionante desempenho com manobras e tubos que lhe renderam um

total de 19,27 pontos, e a per-centagem de 96,35 %, contra apenas 5,90 pontos de Adriano

Gabriel Medina, na sua semifinal em que eliminou o

Kelli Slater, desta vez não passou da terceira ronda

Kelly Slater a preparar-se para mais um heat

O brasileiro Gabriel Medina, numa espetacular manobra na final

Tiago Pires fez a sétima melhor onda da prova

Hawaiano John Florence, 4º no Ranking, em mais um tubo

Uma das jornadas com condições magnificacas

Page 44: Notícias do Mar n.º 311

44 2012 Novembro 311

Surf

Resultado Final1 – Gabriel Medina (BRA) 16.262 – Julian Wilson (AUS) 15.37

Resultados das SemifinaisSF 1: Gabriel Medina (BRA) 13.80 def. Joel Parkinson (AUS) 5.27SF 2: Julian Wilson (AUS) 19.27 vs. Jeremy Flores (FRA) 5.90

Resultados dos Quartos de Final QF 1: Gabriel Medina (BRA) 15.60 def. Josh Kerr (AUS) 10.67QF 2: Joel Parkinson (AUS) 15.07 def. John John Florence (HAW) 11.23QF 3: Julian Wilson (AUS) 15.13 def. Owen Wright (AUS) 14.34QF 4: Adriano de Souza (BRA) 15.57 def. Jeremy Flores (FRA) 9.80

Resultado da Última Bateria do Round 5 Heat 4: Jeremy Flores (FRA) 7.34 def. Raoni Monteiro (BRA) 3.34TOP 5 do Ranking ASP WCT (Após o Rip Curl Pro Portugal)1. Joel Parkinson (AUS) 52,700 pts2. Kelly Slater (USA) 47,200 pts3. Mick Fanning (AUS) 47,000 pts4. John John Florence (HAW) 44,350 pts5. Adriano de Souza (BRA) 37,650 pts

australiano Joel Parkison, fez também um extraordinário de-sempenho, com espetaculares manobras, vencendo com gran-de diferença o adversário, pois fez 13,80 pontos contra os 5,27 de Parkison.

Assim, a grande final colo-cou frente a frente os dois sur-fistas que mais entusiasmaram o público, arrancando gritos e palmas de admiração com as suas radicais manobras e tubos dos quais se pensava que não saiam.

E a final foi igualmente dis-putada taco a taco, sempre na

dúvida qual seria o vencedor. A pontuação final atribuiu 16,26 pontos a Julian Wilson, dando-lhe a vitória e as lágrimas ao jovem Gabriel Medina que so-mou 15, 37 pontos e perdeu por poucas décimas

Medina, que teve uma per-formance devastadora durante todo o evento, manteve a lide-rança por grande parte da ba-teria, mas foi barrado por Wil-son no final da dura disputa. A última onda do australiano por pouco impediu Medina de con-quistar sua terceira vitória no World Tour.

Americano Kolohe Andino a dar autografos

O brasileiro Alejo Muniz num aerial com o público em cima

O brasileiro Adriano de Sousa, 5º do Ranking, nos quartos de final

Uma fá a pedir uma prancha

Este ano foi uma das maiores enchentes

Page 45: Notícias do Mar n.º 311

452012 Novembro 311

João Vidal Vence Prémio“MOCHE Surfista do Mês”de SetembroAssociação Nacional de Surfistas e a MOCHE decidiram atribuir o prémio “MOCHE Surfista do Mês” de Setembro a João Vidal, campeão nacional mais novo de sempre que, com 9 anos, se sagrou Campeão Nacional por antecipação.

Surf

Notícias da Associação Nacional de Surfistas

Foi na penúltima etapa do Campeonato Na-cional de Surf Espe-ranças, que João Vidal

ouviu o seu nome a ser declarado Campeão Nacional de Sub-12, fazendo assim história no surf na-cional ao ser o surfista mais novo de sempre a ter um título nacional, o que se junta ao vasto leque que faz parte do património da praia da poça em São João do Estoril.

Sobre a sua distinção do prémio “MOCHE Surfista do Mês”, João re-feriu que “estou muito feliz por ter recebido este prémio da ANS. Não estava nada à espera e por isso ainda foi melhor recebê-lo.” Quanto aos seus objectivos para este ano, João acrescenta que “só queria surfar e aproveitar todos os bons momentos dos campeonatos para treinar ainda mais, mas fico muito contente por ter obtido o meu pri-meiro título nacional.”

João Vidal, que iniciou a com-petição este ano, demonstrou já

bastante técnica no seu surf e cer-tamente dará cartas no futuro.

A ANS deixa votos de grande progressão desportiva para o João Vidal e que esta distinção o possa motivar a treinar ainda mais, en-viando também os parabéns ao grupo Surftechnique pelo trabalho de desenvolvimento de mais um grande talento do surf nacional. Força João!

O prémio “MOCHE Surfista do Mês” visa distinguir o(a) surfista Português(a) e/ou personalidades que trabalham em prol do Surf com influência e contribuição positiva no desenvolvimento da modalida-de a nível nacional e internacional, incluindo os domínios desportivos, ambientais ou sociais, e projectos industriais ou associativos directa e exclusivamente ligados ao Surf.

Em 2012, é uma distinção que acontece mensalmente entre os meses de Junho a

Novembro, atribuindo um Black-berry Curve 8520 ao premiado.

Notícias da Federação Portuguesa de Surf

AGala do Desporto, organizada pela Confederação do Desporto de Portugal, e que terá lugar dia 15 de Novembro, no Casino

do Estoril, terá o foco, pela Federação Portuguesa de Surf, na Selecção Nacional que alcançou o terceiro lugar no Eurojunior de França, em Setembro.É nessa perspectiva que Vasco Ribeiro e Miguel Adão, respectivamente medalhas de bronze e prata nesta competição, são referenciados, assim como Carina Duarte, a melhor surfista portuguesa na competição com um 6º lugar, e o seleccionador adjunto Pedro Barbudo como treinador do ano.

Assim, os nomeados da FPS são:Atleta Masculino do ano - Vasco RibeiroAtleta Feminino do ano - Carina DuarteJovem Promessa - Miguel AdãoTreinador do Ano - Pedro BarbudoEquipa do Ano - Selecção Nacional JúniorA decisão dos escolhidos para cada categoria será determinada por uma

Seleção do Eurojunior Nomeada para Gala do Desportovotação online no site da CDP (www.cdp.pt) e pelos participantes da Gala, já no Casino do Estoril.

Page 46: Notícias do Mar n.º 311

46 2012 Novembro 311

Eleições para Novos Orgãos SociaisA FPPDAM realizou no passado dia 27 de Outubro a eleição dos órgãos sociais – Presidente, Direcção, Conselho de Arbitragem, Conselho de Justiça e Conselho Disciplina – na sequência do pedido de renúncia apresentado pelo anterior Presidente, evocando para o efeito motivos de saúde.

Notícias do Mar

Notícias da Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar

Eleito o novo elenco directivo liderado pelo senhor Carlos Vina-gre, foi reiterado pelo

mesmo perante a Assembleia Geral a intenção de dar seguimento ao programa de desenvolvimento para a Pesca Embarcada, num breve discurso de mobilização e direccio-nado a todos os Clubes, no sentido de se manter a união e empenhos, factos de extrema importância para o cumprimento deste mandato.

Afigura-se por isso um desafio importante para as capacidades desta liderança cujo os objectivos principais são a dinamização dos vários campeonatos, tornando-os mais competitivos face ás dificul-dades económicas que vivemos, a

AFPPDAM em parceria com a LIONS CLUBE SETUBAL, vai realizar nos próximos dias 17 e 18 de novembro uma acção de iniciação à pesca

embarcada com seis potenciais atletas portadores de deficiência ligeira ( ensino especial ).Neste sentido envio em anexo o programa para estes dois dias onde se inclui uma saída para o mar simulando uma prova desportiva.Este evento encere-se numa parceria estabelecida entre as duas instituições e visa a participação destes jovens nos campeonatos a realizar na próxima época e vai no sentido de atingir um dos objectivos propostos por esta Direcção, a Formação.Caso assim o entenda, gostaríamos de ver publicado este evento, sendo que posteriormente enviaremos os detalhes e fotos desta acção.Programa Dia 17 de Novembro de 2012 Concentração na sede da FPPDAM – Av. D. Pedro V, 7 às 14h30

Pesca Embarcada para Atletas com Deficiência LigeiraInicio da secção de formação às 15h00m.Secção de formação à Iniciação da Pesca Desportiva do Alto Mar abordando aos seguintes temas:Conhecimentos gerais sobre a Fauna Marinha e sua preservação.Identificação das normas de segurança a serem acauteladas para a prática desta modalidade.Identificação e manuseamento dos acessórios necessários para a prática desta modalidade.Dia 18 de Novembro de 2012 Saída para o mar, para uma secção prática sobre a Pesca Desportiva do Alto Mar com simulação de uma prova desportiva.Concentração 8h30m, na doca pesca em frente aos Bombeiros Voluntários de SetúbalInicio de prova 10h00mFim de prova 13h00m

Assembleia Geral Presidente - António Manuel Pereira de Moura

Vice-Presidente - António Manuel Barbosa LourençoPresidente

Carlos Manuel Galambas VinagreDirecção

Vice Presidente- Rui Alberto Pereira do Espírito Santo Tesoureiro - Carlos Alberto Marques Barrento

Director - Renato Manuel Pereira de Pinho Director - Alexandre José Batista Dionísio

Director - Eng.º Albino José Casimiro Salgueiro Director - João Manuel Castelo dos Santos

Conselho Fiscal Presidente - Dr. Daniel Soares Cabeleira

Vogal - Dr.ª Maria Manuela Lopes Soares Cabeleira Vogal - Dr. Rogério Carlos Guedes Coelho – ROC Nº 787

Conselho de Disciplina Presidente - Dr. José Luis Marques Alpendre

Vogal - Dr. João Miguel Padinha RodriguesVogal - Dr. David Batista de Campos Jorge

Conselho de Justiça Presidente - Dr. Fernando José Carapinha

Vogal - Dr.ª Elsa Maria FerreiraVogal - Dr.ª Carla Susana Marques CustódioConselho de Arbitragem

Presidente – João Carlos Ramos SilvaVogal – José Joaquim da Silva Abade

Vogal – José Luís Vitorino CostaConselho Técnico

Presidente - Humberto Manuel Emídio Lopes Anselmo Vogal - Sílvio José da Silva Santos

Vogal - Ivo Alexandre Vasquez Machado

Orgãos Sociais 2012-2016

captação de novos Clubes e seus atletas, a aposta firme na forma-ção dando particular destaque aos jovens masculinos, femininos e de ensino especial, comissários, bem como novas parcerias de várias origem que possibilitem um maior envolvimento, compromise novas apostas para o desenvolvimento deste desporto.

Esta é também uma equipa em-penhada numa gestão moderna, vi-rada para as novas tecnologias de informação que possam beneficiar e aproximar os Clubes envolven-do-os no normal desempenho da instituição, bem como, em novos conceitos de negociação e novos horizontes que fortaleceram e da-rão garantias de continuidade para

o futuro.O futuro da FPPDAM começa

agora com o vislumbre de que é possível acrescentar mais e me-lhor á obra já iniciada com grandes tradições cuja história engrandece esta instituição.

A mensagem deixada pelo Pre-sidente Carlos Vinagre, vai no sen-tido de em torno do mesmo ideal existir a necessidade de trabalhar-mos todos mais e melhor no grande objecto que é o desenvolvimento da Pesca Desportiva do Alto Mar.

Partida para uma prova de Big Game

Page 47: Notícias do Mar n.º 311

472012 Novembro 311

Notícias do Mar

Entre outras paixões a Pesca teve sempre um lugar de destaque nomeadamente pela

componente do Mar, facto que ele-ge como de suma importância em sua vida.

Motivado pela vontade de que-rer fazer sempre mais em prol da comunidade, dedicou-se durante cerca de seis anos á presidência do clube Associação Académica Pi-nhalnovense, onde granjeou gran-des amizades e deixando o clube em bom destaque desportivo.

Reconhecido por todos como sendo uma personalidade cata-lisadora de empatias e sentido pragmático, obteve o consenso ge-neralizado para liderar um projecto mais ambicioso e de grande res-ponsabilidade como é a Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, facto que de imediato colheu a sua concordância e o es-tímulo necessário para este grande desígnio.

Quais os motivos que o moveram para aceitar este novo desafio?

Os motivos que me levaram a aceitar este desafio foram propi-ciar a continuidade de um projeto que conhecia e no qual me revia, tentando dar um novo caminho à FPPDAM com uma gestão mais moderna, virada para os seus as-sociados e que vise uma maior proximidade entre estes e a sua Federação. Também concorreu para a minha aceitação o facto de ir liderar uma equipa forte, coesa, com vontade de trabalhar em prol da Pesca Desportiva do Alto Mar e com provas dadas no curto espaço de tempo em que desempenharam funções.

Quais os objectivos prin-cipais do mandato que agora começa?

Neste mandato, de pouco mais de três anos, pretendemos dar á FPPDAM uma dinâmica de cres-cimento, virada para o futuro, as-sente nos pilares da transparência, competência e sustentabilidade fi-nanceira, proporcionando aos seus associados um conjunto de ferra-mentas que visem o seu desenvol-vimento e a progressão desportiva.

A dinamização das modalidades que integram a FPPDAM junto de escalões etários mais jovens, por-que desta forma conseguimos ga-rantir uma continuidade temporal é um objetivo que iremos ter sempre

À Conversa com Carlos Vinagre, Novo PresidenteCarlos Manuel Galambas Vinagre, nascido a 23 de Dezembro de 1960 é natural de Setúbal residindo actualmente no Pinhal Novo. Militar de carreira, Tenente Coronel na Força Aérea, cedo se destacou na liderança de grupos de trabalho que contribuíram para excelentes e reconhecidos desempenhos profissionais.

presente na nossa gestão.Pretendemos também dar uma

maior visibilidade às nossas mo-dalidades, divulgando através dos meios de comunicação disponíveis todas as atividades que tenham in-tervenção quer da FPPDAM quer dos seus associados dando a co-nhecer os fortes laços de compa-nheirismo e desportivismo existen-tes.

No contexto actual eco-nómico, afigura-se um futuro com grandes restrições fi-nanceiras para o desenvolvi-mento em concreto da Pesca Embarcada. Que medidas crê que possam ser implementa-das no sentido de contrariar esta realidade?

Por se tratar de um desporto caro, porque implica o aluguer de embarcações, aquisição de iscos e aquisição de equipamentos, é previsível um decréscimo do nº de participantes nas competições na-cionais desta modalidade, motivada pela atual conjuntura económica do país. Assim esta nova direção terá que incessantemente buscar novas ideias que tornem a participação dos atletas menos dispendiosa. Existem ideias que iremos tentar pôr em prática a muito breve prazo mas não me parece que seja a altura ideal para as divulgar. Deixem-nos “apalpar o terreno”, temos apenas uma semana de mandato, dentro de muito pouco tempo prometemos divulgar algumas medidas.

A competitividade dos vá-rios Campeonatos é um tema actual que preocupa Clubes

e Atletas. Que pensa fazer para tornar estes eventos mais competitivos tendo em conta a rentabilidade econó-mica dos mesmos?

Estamos sensíveis a este as-sunto. Iremos estudar, com os nossos associados, novas fórmu-las de competição que visem essa mesma competitividade. Talvez a solução passe por uma reestrutu-ração das divisões existentes quer na quantidade quer no número de zonas existentes, mas como disse anteriormente esta é uma matéria sensível e entendo que a direção não pode tomar uma decisão por si só, têm que ser ouvidos os nossos associados e em conjunto chegar à melhor solução, se bem que, este é um assunto que está já a ser estu-dado pelo Conselho Técnico.

A organização do Campeo-nato do Mundo para seniores e juniores em 2013 é para a sua liderança um desafio de extrema importância. Que pensa sobre a importância da realização deste evento em Portugal?

São esperadas na zona de Se-túbal cerca de 300 pessoas integra-das nas comitivas representativas dos diversos países participantes neste evento o que certamente irá proporcionar um “balão de oxigé-nio” na actividade comercial desta zona. Também servirá para divul-gar a modalidade, trazendo novos atletas para a competição e dar a conhecer um pouco mais a Pes-ca do Alto Mar no nosso país com um evento de dimensão mundial.

Pretende-se também demonstrar, mais uma vez, a nossa capacidade organizativa em eventos com esta grandeza trazendo, desta forma, a realização de mais campeonatos mundiais para o nosso país.

Transformar Portugal num des-tino turístico para a prática desta actividade, dando a conhecer as condições excepcionais existentes no nosso país

Para o desempenho do cargo para que foi agora elei-to, conta com a colaboração de vários grupos de trabalho em várias áreas de relevante importância. Como pretende coordenar as várias colabo-rações e o que prevê possam contribuir para o desenvolvi-mento da modalidade?

O objectivo deste grupo de tra-balho é acima de tudo unir e não desunir. Não nos candidatamos para alimentar sequelas do passa-do, mas sim para honrar e dignificar o que foi feito e através de ideias novas, metodologias diferentes com outro modelo de gestão, podermos fazer algo de diferente, melhorar condições e desempenhos visando sempre a modalidade e obviamente dignificando os clubes.

Este sem dúvida o modelo que seguirei juntamente com os grupos de trabalho no sentido de obtermos os objectivos a que nos propusemos no programa que apresentámos.

No momento que inicia este mandato, que mensa-gem deixa a todos os Clubes e seus Atletas?

A razão do nosso trabalho e empenho vai sempre de encontro ás necessidades dos Clubes e dos seus Atletas, mas para isso é ne-cessário, confiança nesta equipa, aliás demonstrada na participação no acto eleitoral, tranquilidade e pa-ciência para que possamos por em prática o nosso projecto, serieda-de nas opiniões e nas críticas que devem ser sempre construtivas, humildade em reconhecer o erro e sabedoria em encontrar soluções, mas acima de tudo união entre to-dos os intervenientes, sejam eles Clubes, Atletas, Dirigentes, Par-ceiros Desportivos ou outros. Sa-bemos ser um grande desafio cujo grau de dificuldade é elevado, mas se lutarmos todos pelo mesmo ideal de forma coesa e séria, concerteza que iremos sustentabilizar e en-grandecer a Pesca Embarcada em Portugal.

Page 48: Notícias do Mar n.º 311

48 2012 Novembro 311

Seleção Nacional inícia EstágioA Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas deu início, no Complexo Olímpico de Piscinas Municipais de Coruche, ao Plano de Preparação da Seleção Nacional de Hóquei Subaquático - Elite Masculina, para o Campeonato do Mundo de 2013 que se realizará em Agosto do próximo ano na Hungria.

Notícias do Mar

Campeonato do Mundo de Hóquei Subaquático

Estágio da Selecão Nacional Hoquei Subaquático

Disputa no fundo da piscina

48 2012 Novembro 311

Page 49: Notícias do Mar n.º 311

492012 Novembro 311

Notícias do Mar

AFPAS e a Câmara Municipal de Co-ruche estabelece-ram um protocolo,

no início do mês de Outubro de 2012, com vista à criação do mais recente Núcleo de Estágios de Actividades Subaquáticas.

Com capacidade para alber-gar duas equipas e respetivas comitivas, o Complexo Olímpico de Piscinas Municipais oferece as condições necessárias e ade-quadas para a prática do Hóquei Subaquático.

Em paralelo, a FPAS esta-beleceu um convite aberto a todas as nações praticantes de Hóquei Subaquático de forma a integrarem os períodos de Estágio das nossas Seleções Nacionais, constituindo o deno-minado “UWH Training Center – Portugal”.

O primeiro estágio decorreu no fim-de-semana de 13 e 14 de Outubro, onde estiveram pre-sentes 18 jogadores orientados pela equipa técnica nacional.

Definido por todos como o “Estágio de ruptura total”, veio demonstrar que a atitude, a tradição, o sentimento e orgu-lho de fazer parte da Seleção Nacional – Elite Masculina está bem presente no grupo de joga-dores que farão parte do Plano de Preparação para o Mundial 2013.

O segundo estágio já está agendado para 8 e 9 Dezembro 2012.

Sobre a modalidadeO Hóquei Subaquático joga-se numa piscina que tenha as dimensões entre os 20 e 25 metros de comprimento, 12 e 15 metros de largura, deve ter uma profundidade mínima de 1,80 metros (mínimo para competições oficiais, para trei-nos qualquer piscina pode ser utilizada) e máxima de 3,65 metros, desde que a inclinação máxima não exceda os 10%, o ideal será 2,20 metros de pro-fundidade constante.

As equipas são constituí-das por 6 atletas e mais 4 su-plentes sendo as substituições ilimitadas. Nas extremidades da piscina estão colocadas no fundo uma baliza com 3 metros de comprimento e 18 centíme-tros de largura onde deve ser introduzido o disco (1,3 kg de chumbo revestido de borracha) na calha da baliza.

Depois do disco recuperado o destino é a baliza do adversário

Page 50: Notícias do Mar n.º 311

50 2012 Novembro 311

Besiktas Garante 2º Lugarno Campeonato em Istambul

As etapas finais do Isiklar UIM World Offshore 225 Championship foram reali-zadas no lado asiático de Istambul conhecido como Caddebostan nos dias 20 e 21 de Outubro e o barco 3 – Besiktas ga-rantiu o segundo lugar na classifica-ção geral.

Motonáutica

Texto Gustavo BahiaFotografia IOC

ISiklar UIM World Offshore 225 Championship

As provas nesse final de semana contaram com pa-trocínio do Palla-

dium Shopping Center, além dos vários outros patrocina-dores do campeonato. Como havíamos relatado na última edição o Campeonato vencido

por antecipação pelo Barco 88 – Equipa ECI Men Cosmetics da dupla Kerem Tuncer/Alpay Akdilek teve suas atenções vol-tadas em Istambul para a luta pelo segundo lugar entre os barcos 3 – Besiktas e 2 – YKM Sports. Com mais uma vitória dos Campeões na prova de

sábado, o Besiktas garantiu a segunda colocação após uma excelente disputa com o YKM Sports que terminou em tercei-ro lugar. Para a corrida de do-mingo, última prova de 2012, o Besiktas precisava terminar a prova em uma posição que pudesse garantir a vantagem. O terceiro lugar foi mais do que suficiente para manter uma vantagem de 30 pontos sobre o YKM Sports.

Angel Yachtsvencem a última provaO barco 66 – Angel Yachts da dupla Cengiz Siklaroglu/Ugur Yelken foram os destaques do fim-de-semana em Istambul. Desde o início do campeonato Uma boa surpresa a vitória do barco 66 na última etapa

Murat Leki levou o barco a bom porto com o segundo lugar no campeonato

O Besiktas garantiu o segundo lugar na última prova

Page 51: Notícias do Mar n.º 311

512012 Novembro 311

Motonáutica

a dupla não conseguia apre-sentar um conjunto competiti-vo e ocupava o último lugar no campeonato. Em Caddebostan o Angel Yachts teve uma perfor-mance fantástica, conseguindo a vitória na prova de domingo de ponta a ponta e, com isso, ultrapassar os barcos WD-40 e GHB Offshore Racing na classi-ficação final.

Acidente mostra barcos segurosDurante o decorrer da última prova, ocorreu um acidente envolvendo os barcos 88 dos Campeões 2012 e barco 7 da dupla Hakan Vanli/Tarik Okten. Os dois barcos vinham bus-cando aproximação ao líder da prova Angel Yachts quando ao tentarem rondar uma das bóias do circuito acabaram por fazer contacto. A velocidade da ba-tida foi bastante alta tendo o barco 88 furado o barco 7, com as pontas do catamaran. Ape-sar da força do acidente, e os danos causados no barco 7, apenas Hakan Vanli saiu com 3 costelas quebradas e foi re-movido imediatamente para o Hospital de referência da prova para atendimento, estando já de volta a casa. Mais um aci-dente que demonstra a grande segurança dos barcos da Clas-se 225.

Terminou a 10ªedição do maior campeonato da UIMO mundo da Motonáutica Inter-nacional ainda entende muito pouco como o maior campeona-to do mundo de uma classe de barcos, pode ser todo realizado até hoje apenas na Turquia.

Na sua 10ª edição em 2012, o Isiklar UIM World Offshore 225 Championship teve 14 pro-vas realizadas em sete finais de semana em cidades turcas de ponta a ponta desse ma-ravilhoso e acolhedor país. A recessão mundial bem parece não ter atingido a Turquia, que com mais de 70 milhões de ha-bitantes e um Governo forte e estável, faz desse país o mais preferido destino turístico em 2012. Isso é inquestionável, um país onde o trabalho é uma prioridade e o desenvolvimen-to uma constante, não conse-guimos imaginar a mais valia de fazerem parte de uma Co-munidade Europeia à beira da bancarrota. Mas nosso assunto não é política, muito menos se a Turquia vai ou não ser mais um membro da Comunidade Europeia. Estamos apenas ten-

tando abrir o tema sobre esse campeonato que já chegou a ter 20 provas em 2010. Óbvio que a crise mundial reflectiu de alguma forma na redução desse número recorde para 14 provas, mas nem assim perdeu para nenhum outro campeona-to mundial de outra classe de

barcos em todo mundo.

OrganizaçãoCompetentee VisionáriaPodemos dizer que tudo isso é obra de um homem – Ugur Isik (o que é verdade), mas estaría-mos sendo injustos com todo o

O barco 88 dos campeões 2012 partindo na frente da largada

O sinal positivo de Kerem Tuncer demonstra a alegria pela vitória do campeonato

O barco YKM Sports manteve a luta pelo 2º lugar até a última prova, mas perdeu para o BesiktasO Lenore sempre foi competitivo mas deixou o campeonato antes do final

Page 52: Notícias do Mar n.º 311

52 2012 Novembro 311

Motonáutica

grupo de trabalho que ele reu-niu no Istanbul Offshore Club, do qual é o Presidente. Uma paixão pela Motonáutica e um controle bem sucedido de toda operação, são apenas dois tó-picos desse sucesso sem pre-cedentes. Nenhuma outra cate-goria da UIM chega perto desse número de provas. No passado não muito longínquo, a F1H2O chegou a ter 13 etapas no ano 2000 e 16 provas (duas por fim de semana) em 8 cidades em 2009, mas nunca conseguiu se manter com um número efec-tivamente significativo como esses, estando hoje com 6 pro-vas. A Class One Offshore é uma piada, são 10 provas em

5 fins-de-semana em 4 países. A H1 Unlimited só saiu dos Es-tados Unidos graças ao patro-cínio do Qatar, mesmo assim é uma categoria praticamente 100% americana, a P1 é uma vergonha, pois além de poucas etapas espalhadas em alguns países, não é uma verdadei-ra classe de competição, ou a UIM até hoje não sabe bem o que é circuit racing ou offshore racing ou pleasure navigation. Isso é assunto para escrever uma bíblia, ou mais correcta-mente uma história de contos mórbidos. Nesse mar de total insegurança está a Motonáutica Mundial, exactamente à deriva do que se faz com sucesso na

Turquia.

TurquiaInternacionalA Turquia tem o maior campeo-nato internacional do mundo e nunca saiu do seu território, a internacionalização é fruto da participação de pilotos e pro-fissionais dos mais variados países do mundo, como: Itália, Estados Unidos, França, Espa-nha, Portugal, Alemanha, Porto Rico, Brasil, dentre outros. Em 2013 já se esperam participan-tes dos países do Golfo Pérsico e o incremento do número de participantes de Porto Rico e Portugal. Enquanto o campeo-nato não parte para etapas em outros países, cada vez fica mais forte em sua base natal.

GHB Offshore

Racing uma equipa internacionalEm 2012 o Isiklar UIM World Offshore 225 Championship re-cebeu a primeira equipa 100% internacional, a GHB Offshore Racing do empresário brasileiro Gustavo Bahia de Almeida, que trouxe no seu escopo 3 nações: Brasil, Portugal e Porto Rico. Operando de uma base em Tu-zla, a 40Km de Istambul, a GHB conseguiu concluir o seu primei-ro ano participando em todas as etapas. Foi um ano muito difícil para a equipa que tinha um pla-neamento bem mais agressivo no início da temporada, mas a falta de patrocinadores foi um factor determinante para o re-sultado final. “Várias mudanças foram necessárias para que a equipa pudesse sobreviver as dificuldades que se apresen-taram, mas com o suporte de pessoas que acreditam no nos-so projecto, conseguimos”: afir-ma João Filipe Carvalho, que também é o Chefe da Equipa.

Portugal e Porto Rico no barco 27Trazer tripulações internacio-

Um acidente fora do comum mas com bastante gravidade mostrou que os barcos oferecem grande segurança a sua tripulação

O barco 27 apesar de todos contratempos conseguiu correr em todas as provas do campeonato

Em todas as provas o publico esteve sempre presenteA dupla do barco 27, Juan Carrasquillo e João Filipe

Page 53: Notícias do Mar n.º 311

532012 Novembro 311

Motonáutica

nais sempre foi um objectivo bem definido pela direcção da equipa. Nesse particular foi obtido um grande passo para o campeonato e para equipa, pois com a participação do pi-loto João Filipe Carvalho de Portugal e do throttleman Juan Carlos Carrasquillo de Porto Rico, a dupla do barco nº27 es-teve sempre em destaque. “Foi um ano de aprendizado e adap-tação, nosso conhecimento da motonáutica de competição é bem alargado e agrega um grande número de categorias, nossos pilotos tem também um grande conhecimento técnico e do grande cenário do desporto

em todo mundo”: afirma Gusta-vo Bahia. Com a participação do João Filipe, Portugal obteve um lugar de destaque nesse cená-rio mundial, tendo sido ele o úni-co piloto português na história da Motonáutica a participar de 13 provas em um Campeonato Mundial Offshore. Dessa forma, criamos uma janela aberta para pilotos de outros países pode-rem participar desse campeo-nato através da nossa equipa. Caso semelhante aconteceu com Porto Rico, que mesmo tendo o Bicampeão Mundial de Class One Feliz Serralez, há mais de 10 anos não tinha um participante da ilha do Ca-

ribe em campeonatos mundiais da UIM, outra feito conseguido pela GHB com o throttleman Juan Carlos Carrasquillo.

Futuro aberto para GHBOffshore RacingEm 2013 a equipa pretende continuar com seus dois barcos completos com tripulações de Portugal e Porto Rico em todas as etapas, tendo como base a dupla de 2012. João Filipe re-ceberia um throttleman de na-cionalidade portuguesa e Juan Carlos Carrasquillo um piloto de nacionalidade porto-riquenha. Com o objectivo de crescer com

a crise, mostrando que o des-porto é uma forma positiva de trabalho e uma das melhores ferramentas de marketing para empresas nacionais e multina-cionais, a equipa GHB Offshore Racing quer obter sua primei-ra vitória em 2013. A Turquia é um país em desenvolvimento e com grandes perspectivas de negócio para empresas que pre-tendam colocar seus produtos nesse mercado. Portugal é um destino turístico de excelência, que pode atrair turistas em gran-de número da Turquia. Após um ano de grandes dificuldades e obstáculos ultrapassados, Bahia vê o futuro com optimismo.

Um acidente fora do comum mas com bastante gravidade mostrou que os barcos oferecem grande segurança a sua tripulação

O injector número 2 teve que ser substítuido para a largada na última etapa Juan Carrasquillo contríbuiu ainda mais para a maior internacionalização do campeonato

Page 54: Notícias do Mar n.º 311

54 2012 Novembro 311

Page 55: Notícias do Mar n.º 311

552012 Novembro 311

Director: Antero dos Santos – [email protected] Comercial: João Carlos Reis - [email protected]ção: Carlos Salgado, Gustavo Bahia, Hugo Silva, José Tourais, José de Sousa, João Zamith, Mundo da Pesca, Federação Portuguesa de Actividades Subaquáticas, Federação Portuguesa de Jet Ski, Federação Portuguesa de Pesca Desportiva do Alto Mar, Federação Portuguesa Surf, Federação Portuguesa de Vela, Associação Nacional de Surfistas, Big Game Club de Portugal, Club Naval da Horta, Jet Ski Clube de Portugal, Surf Clube de Viana.Administração, Redação: Tel: 21 446 28 99 Tlm: 91 964 28 00 - [email protected]

Pierre Louis Costes Venceucom Hugo Pinheiro na FinalHugo Pinheiro foi o melhor dos oito portugueses que par-ticiparam no Zumaia Bodyboard Pro 2012, a segunda etapa que terminou no dia 28 de outubro do Circuito Europeu de Bodyboard (ETB), ao classificar-se na quarta posição, numa prova ganha pelo francês Pierre Louis Costes.

Bodyboard

Zumaia Bodydoard Pro 2012 - 2ª Etapa

Os bascos Alex Uran-ga e Alex Ordiozola foram os segundo e terceiro classifi-

cados.Numa final dominada por Pierre

Louis Costes, o francês que resi-de em Portugal mostrou porque é campeão mundial da IBA e da ISA, somando 15,25 pontos, fazendo o melhor das condições difíceis do mar, muito tempestuoso. Os res-tantes três atletas tiveram resulta-dos muito renhidos, com Uranga a somar 11,95, Odriozola a totalizar 10,45, pouco melhor que Pinheiro, que com 10,25, não conseguiu ex-planar o seu surf.

O actual líder do circuito nacio-nal, faz o balanço de uma classifi-cação, ainda assim, bastante posi-

tiva: “Fiquei satisfeito por chegar à

final, mas gostava que me tivesse corrido melhor. Nos últimos três mi-nutos, passei de 2º para 4º o que acabou pr ser um pouco frustran-te.”

Relativamente à sua campanha neste ETB, Hugo, que já foi cam-peão do circuito em 2009, não es-conde a ambição:

“Reconquistar o título seria óp-timo, mas sei que é uma missão complicada e que depende da últi-ma etapa, em Marrocos. Mas estou com muita ‘pica’ para este Europeu. Vamos ver...”

A terceira e decisiva etapa do ETB será em Marrocos de 23 a 25 de Novembro, no Morocco Bodybo-ard Pro, na praia de Mohammedia. Hugo Pinheiro foi finalista

Pierre Louis Costes foi o vencedor da 2ª Etapa

Page 56: Notícias do Mar n.º 311

56 2012 Novembro 311

Daniel Fonseca e Catarina SousaHérois em S. Pedro de MoelDaniel Fonseca e Catarina Sousa foram os que melhor lidaram com as ondas grandes que marcaram a segunda etapa do Bodyboard Protour 2012, que terminou no dia 14 de outubro, com o bodyboarder de Peniche e a rainha de Carcavelos a vencerem em São Pedro de Moel.

Bodyboard

2ª Etapa Bodyboard Protour 2012

Daniel Fonseca ven-ceu Rui Pereita na meia-final e Hugo Pinheiro na final,

assinando um percurso exemplar numa prova extremamente difícil pelas condições do mar. “foi muito complicado”, confessou Daniel Fon-seca, que começou a sua participa-ção de forma muito atribulada: “Per-di a prancha, mas consegui passar em terceiro apesar de ter feito ape-

nas uma onda. O mar estava muito difícil e um dos meus adversários não conseguiu fazer nada, pelo que consegui ir às repescagens. De-pois, fui passando até chegar à final com o Hugo Pinheiro”

Uma final face a um atleta que já somou vários títulos nacionais e europeus, mas que Daniel passou com categoria: “O Hugo é um com-petidor excelente, muito experiente, mas que perde um pouco essa van-

tagem quando estamos num siste-ma de prioridades, como é o caso. Tive a sorte de fazer uma primeira onda forte e depois geri a bateria. Depois fiz uma segunda boa onda e assegurei a vitória.” Um triunfo que baralha um pouco as contas do circuito, com Hugo Pinheiro a assu-mir a liderança, com dois segundos lugares, após a eliminação do até agora líder António Cardoso, nas meias-finais.

Entretanto, na competição femi-nina, a experiente Catarina Sousa (32 anos) bateu na final a jovem Mariana Machado, de 19 anos, mas, mais importante, entrou na corrida do título, que até agora era liderada pela 13 vezes campeã na-cional, Rita Pires.

Catarina venceu Madalena Pe-reira na meia-final, enquanto Maria-na Machado venceu Teresa Duarte numa meia-final muito disputada (12,5 contra 11,1). Depois, na final, a experiência da ex-campeã nacio-nal veio ao de cima para assegurar um triunfo muito saboroso. “Foi uma vitória extremamente difícil e inesperada, mas muito gratifican-te, até porque adorei S. Pedro de Moel”, confessou Catarina Sousa, revelando que quase não participou na etapa de S.Pedro de Moel por motivos de saúde: “Estive doente durante duas semanas com uma infecção sanguínea que contraí na perna sul-americana do Circuito Mundial e só, praticamente, na vés-pera do campeonato me senti em condições.

Quanto à possibilidade de vol-tar a conquistar um título nacional, Catarina não esconde o jogo: “É sempre um objectivo que tenho em mente, e este ano ainda mais, já que não consegui chegar ao título mundial, que já está nas mãos da Isabela Sousa, e não temos circuito europeu, por isso, o Nacional é o prémio maior n meu horizonte...”

Catarina Sousa

Daniel Fonseca Os Campeões, Catarina Sousa e daniel Fonseca

Page 57: Notícias do Mar n.º 311

572012 Novembro 311

Nazaré Sagra Bernardo Machadoe Madalena PereiraAlgumas surpresas na classificação final da quinta e derradeira etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças, na Nazaré. Mas, contas feitas, acabaram por se confirmar os líderes das principais categorias como os novos campeões nacionais.

Bodyboard

5ª etapa do Circuito Nacional de Bodyboard Esperanças 2012

Assim, Bernardo Ma-chado, da Associação Onda do Norte con-quistou o título nacio-

nal de sub-18 e Madalena Pereira (Aquacarca) sagrou-se campeã do escalão sub-18 feminino. Para Madalena foi a quarta vitória em 5 etapas, a primeira de sempre na

Nazaré para a atleta de Carcavelos mas, curiosamente, para Bernar-do, esta foi a primeira vez que não conseguiu marcar um lugar na final, terminando em 5º.

Felizmente para o bodyboarder do Porto, o principal rival na corrida pelo ceptro nacional, Simão Mon-teiro, também ficou pelas meias-fi-

nais, em 7º, e os outros candidatos, Bernardo Esparteiro (3º) e Stepha-nos Kokorelis (4º) não conseguiram vencer a etapa, ultrapassados pelo figueirense Miguel Adão e pelo al-garvio Gonçalo Pinheiro, o vence-dor na Nazaré.

Para Bernardo Machado, de 18 anos, este título foi a recompen-

sa do trabalhobe da consistência: “Nunca tinha ganho um título na-cional. Mas o ano passado apostei forte e comecei a treinar mais inten-samente a parte física e a procurar boas ondas com o meu treinador, Manuel Centeno, e isso foi determi-nante para dar um salto grande e conseguir vencer este Nacional. Fui o atleta mais consistente ao longo do ano, com quatro finais e penso que este título é merecido.”

Entretanto, para Madalena Pereira, também com 18 anos e igualmente a fazer a despedida do Circuito Nacional de Esperanças, a despedida na Nazaré foi mais doce:

“Nunca tinha ganho na Nazaré e sabe muito bem vencer este título aqui. É uma boa forma de terminar o meu percurso no Esperanças. Foi uma boa época, em que, ao contrá-rio de outros anos, não me preocu-pei em ter bons resultados e eles acabaram por surgir talvez por isso mesmo. Estou muito satisfeita.

Entretanto, os outros campeões consagrados na Nazaré foram Mi-guel Graça, que confirmou uma boa época nos sub-16 com uma vitória nesta etapa e, consequentemente, o título. Mais Guilherme Guerra, que arrecadou o título de sub-14 e Tomás Rosado que garantiu o título em sub-12.

Bernardo Machado, campeão nacional sub 18

Miguel Graça, campeão sub 16Madalena Pereira campeã sub 18

Page 58: Notícias do Mar n.º 311

58 2012 Novembro 311

Guilherme Fonseca Faz o Plenoem São Pedro do EstorilGuilherme Fonseca não fraquejou na recta final e no dia 4 de novembro em S. Pedro do Estoril, na quinta e decisiva etapa do Circuito Nacional Deeply Surf Esperanças, arrecadou os títulos de sub-16 e sub-18 ao conseguir o segundo lugar nas duas finais. Curiosamente, ambas ganhas por Tomás Fernandes, que termina a época em excelente forma.

Surf

5ª Etapa do Circuito Nacional Deeply Surf Esperanças Fotografia Miguel Cachapa

Depois, em sub-18 feminino, Keshia Eyre, de 16 anos, selou

um título que já se adivinhava, apesar de ter perdido a final para Camila Kemp e, assim, não ter cumprido o desafio de

vencer todas as etapas do Dee-ply Surf Esperanças.

“Tenho pena de não ter ven-cido mais esta etapa, mas não

entraram ondas para mim nesta final. Enfim, a Camila mereceu e tem os meus parabéns. Este foi um ano muito positivo para mim, com bons resultados em provas internacionais e um se-gundo lugar no Nacional Open”, sintetizou Keshia, outro valor seguro do surf nacional.

Entretanto, em sub-14, o açoriano Jacome Correia con-quistou a vitória na etapa e, consequentemente, o título do escalão, e em sub-12, João Vidal veio apenas para a con-sagração, já que o seu título já estava matematicamente ga-rantido.

O herói do dia, Guilherme Fonseca, confessou-se surpre-endido pelo sucesso no circuito, relativizando-o:

“Não estava à espera de conquistar o título de sub-18, já que desde o início coloquei como objectivo a vitória em sub-16. Aliás, entrei para a final de sub-16 muito mais nervoso e consegui assegurar o segundo lugar e o título praticamente no fim da bateria. Depois, nos sub-18, fui surfar...”

O sucesso deste surfista de Peniche com apenas 15 anos está intimamente ligado à hu-

Guilherme Fonseca, venceu em sub 16 e Sub 18

Constanca Coutinho 3ª classificada Camila Kemp 2ª classificada

Page 59: Notícias do Mar n.º 311

592012 Novembro 311

Surf

mildade com que aborda a sua carreira, pelo que aponta bem mais longe que as fronteiras nacionais:

“Fico muito contente em ven-cer o Deeply Surf Esperanças, mas não fico iludido com isto. Este ano correu-me muito bem mas para o próximo pode correr mal. Quero, sobretudo, evoluir o meu surf para poder competir ao mais alto nível lá fora e po-der aspirar a uma carreira inter-nacional”

Perspectiva partilhada por Tomás Fernandes, o atleta que hoje mais problemas colocou a Guilherme, vencendo a etapa de S. Pedro em sub-16 e sub-18:

“Infelizmente, não pude estar em todas as etapas do Nacio-nal, porque estive envolvido em campeonatos internacionais, e outras não me correram bem, mas fico satisfeito por terminar a ganhar.”

O melhor circuitode formaçãodo MundoDisputada em boas ondas de metro off shore, com bom surf e excelente ambiente, esta quinta e decisiva etapa do Circuito Na-cional Deeply Surf Esperanças foi a conclusão ideal para um circuito único no mundo, confor-me explica o Director Técnico Nacional e mentor do circuito, Rui Félix:

“Este é um modelo único no surf mundial. Não tem parale-lo nem nos países com maior cultura de surf como os EUA ou a Austrália e está mesmo a começar a ser copiado, como aqui ao lado em Espanha. E isto acontece porque está a de-

monstrar resultados. Já o fez com a geração de Vasco Ribei-ro e Frederico Morais e continua com alguns dos jovens valores

como o Guilherme Fonseca, o Tomás Fernandes, o Tomás Ferreira, a Keshia Eyre, Cons-tança Coutinho, Camila Kemp,

entre outros. Não tenho dúvidas em afirmar que Portugal tem o melhor circuito de formação do Mundo.”

Tomás Fernandes, venceu a 5ª etapa

Keshia Eyre, venceu em sub 18 feminin

Jacome Correia, vencedor em sub 14 João Vidal com 9 anos, o mais jovem campeão, venceu em sub 12

Page 60: Notícias do Mar n.º 311

60 2012 Novembro 311

Circuito Nacional de Skimboard

Hugo Santos Campeão Nacional

S.Pedro do Estoril foi o cenário escolhido para a

quinta e última etapa do Circuito Nacional de Skimboard 2012 a qual terminou no dia 11 de novembro, com a conquista do segundo título consecutivo de Hugo Santos e a sua despedida da competição.

Notícias do Mar

Últimas

Inês Correia, do Clube de Vela do Barreiro, venceu o Aer Lingus Kitesurf Pro, que decor-reu na República da Irlanda e ocupa a 2ª po-sição no Ranking Mundial KSP.

Após mais de uma semana de espera pelas condições ideais, o último dia trouxe vento com mais de 30 nós e ondas de 1 metro para a realiza-ção da prova.

Inês mostrou-se bastante forte desde o início, vencendo todos os seus heats e garantindo a pre-sença directa na final, onde ia encontrar a holan-desa Jalou Langeree. No entanto, as condições meteorológicas pioraram o que impediu a final de ser completada sendo ambas consideradas ven-cedoras: “O dia de ontem foi muito longo. Meeting às 6h da manhã, uma hora e meia de carro até ao local da competição, todas as rondas num só dia. Cheguei à final e o vento acabou. Foi uma viagem difícil, com frio e muitos dias de espera. Agora é hora de regressar a casa durante 10 dias e depois viajar até ao Havai”

Com este resultado Inês subiu à segunda po-sição no circuito mundial, a 175 pontos da actual

AER Lingus Kitesurf Pro

Cascais Dragon Winter Series

Vitória PortuguesaAtripulação formada por José Matoso/Gustavo Lima/

Frederico Melo foi a vencedora da 1st Dragon Winter Series, disputada entre 26 e 28 de Outubro, em Cascais.Os portugueses superaram, por apenas um ponto, os alemães Michael Zankel/Phill Blinn/Michi Lipp depois de disputadas 7 regatas.Os russos Igor Goihberg/Andrey Kirilyuk/Aleksey Bushuev

Inês Correia Vence na Irlanda

José Matoso, Gustavo Lima e Frederico Melo

Hugo Santos

Curiosamente, o tão aguardado duelo com Eduardo Joaquim aca-bou por não se verificar, já que o atleta da ACRV não passou os quartos-de-final, eliminado por Afonso Ruiz, que haveria, de resto, de chegar à final com Hugo Santos.Na categoria feminina, também Sofia Lopes defendeu com sucesso o título do ano passado, sagrando-se pentacampeã nacional feminina ao vencer esta etapa em S.Pedro, vencendo na final a agora vice-campeã Maria Inês Fontain.Entretanto, em sub-18, o vencedor desta quinta e derradeira etapa foi Diogo Abrantes, o que também lhe valeu o título Nacional.Em sub-16, o talentoso Afonso Ruiz levou o título, apesar de a vitória na etapa ter pertencido a Bernardo Lopes, o segundo clas-sificado nas contas do título.Em sub-14, Diogo Couceiro ven-ceu a etapa, mas não conseguiu melhor que o título de vice-cam-peão, ficando os louros deste es-calão para João Luz, do Surf Clube de Sesimbra.

Sofia Lopes

terminaram na terceira posição da geral.Marcaram presença vinte e duas tripulações de sete países (Portugal, Alemanha, Rússia, Mónaco, Grã-Bretanha, Hungria e Suécia). A 2nd Cascais Dragon Winter Series realiza-se de 16 a 18 de Novembro.As Winter Series da classe Dragão são uma aposta ganha do Clube Naval de Cascais com um cada vez maior número de participantes. No próximo ano, o Campeonato da Europa será realizado, de 6 a 13 de Abril, em águas cascalenses.

líder, Jalou Langeree (Holanda). Nas contas fi-nais do campeonato, a falta de vento nas etapas de Portugal e Irlanda complicam a situação e a competitividade do circuito. A rider nacional ne-cessita agora de vencer em águas havaianas e não deixar Jalou chegar à final.

A última etapa decorre, entre os dias 29 de Novembro e 8 de Dezembro, na praia de Ho’okipa em Maui.

A vencedora Inês Correia no pódio

Inês Correia

Foto

grafi

a: R

icard

o Pi

nto