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BIMïLENÂRIO DE HORÁCIO

Exactamente dois dias antes de se completar o ano durante o qual o mundo culto comemorou o bimilenário da morte de Horácio, organizou o Instituto de Estudos Clássicos uma sessão de homena­gem ao Poeta. Presidida pelo Ex.m0 Vice-Reitor da Universidade, Doutor Fernando Rebelo, em representação do Magnífico Reitor, em mesa de que também faziam parte os Presidentes do Conselho Direc­tivo e do Conselho Científico, respectivamente, Doutor João Lourenço Roque e Doutor Ludwig Franz Scheidl, teve a presença de um numeroso público de professores, antigos e actuais alunos, que enchiam o Teatro Paulo Quintela, na tarde de 6 de Dezembro de 1993.

Constou a sessão de duas partes. A primeira compreendeu, depois de justificada a simplicidade de tão breve homenagem para tão grande e influente poeta pela Directora do Instituto, Doutora Maria Helena da Rocha Pereira, de uma conferência pelo Doutor Walter de Sousa Medeiros, que veio a ser publicada no vol. LXX da revista Biblos. A segunda, formava-a um espectáculo musical com a designação de Aere perennius, organizado pelo Dr. Delfim Ferreira Leão com a cola­boração do Dr. Paulo Jorge Pedrosa, que fez o arranjo musical para três carmes de Horácio (1.11; 11.14; 111.30), para duas odes de Ricardo Reis, «Vem sentar-te comigo, Lídia» e «Mestre, são plácidas» e para o poema de Delfim Leão «Carpe diem».

M. H. R. P.

HOMENAGEM AO DOUTOR AMÉRICO DA COSTA RAMALHO

O jubileu universitário do Doutor Américo da Costa Ramalho, que, para além de Professor muito ilustre da Faculdade e seu director durante quatro anos, exerceu, perto de quatro décadas, o cargo de Director do Instituto de Estudos Clássicos e da revista Humanitas, foi festejado de muitas maneiras, que sé encontram descritas em por­menor na Biblos, vol. LXVIII (1992), pp. 630-639.

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Aqui salientaremos apenas os actos principais, todos decorridos em 1992, por este Professor se ter conservado ao serviço até ao final do ano lectivo: a última lição, em 29 de Maio, proferida num dos anfiteatros da Faculdade, sob a presidência do Magnífico Reitor, Doutor Rui de Alarcão, que estava ladeado pelo Reitor Honorário, Doutor A. A. Ferrer Correia, pelo Presidente do Conselho Directivo, Doutor João Lourenço Roque, e por um representante do Presidente do Conselho Científico (impossibilitado de comparecer), diante de um numerosíssimo auditório de colegas, antigos e actuais alunos e funcionários; entrega, logo a seguir, na Sala do Conselho — em cuja mesa se encontrava exposta a bibliografia vastíssima do homenageado — da primeira parte da Miscelânea de Estudos em sua honra, constituída pelo vol. LXVII da revista Biblos, perante as mesmas autoridades académicas; apresentação, a 27 de Julho, de uma outra Miscelânea de Estudos, elaborada pelos investigadores do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos (do qual foi director desde a sua fundação), na presença do Vice-Presidente do Instituto Nacional de Investigação Científica, Doutor Toscano Rico, e com representação das mesmas autoridades académicas; e ainda um jantar de homenagem oferecido, noutra data, pelo Conselho Científico.

A afluência, não só das pessoas que trabalham na Faculdade, como de antigos alunos vindos de várias partes do País, bem como a presença das autoridades académicas e as palavras elogiosas que pro­feriram deram eloquente testemunho do muito que os Estudos Clás­sicos e a Faculdade em geral devem à acção e ao saber deste Professor.

M. H. R. P.

HOMENAGEM AOS DOUTORES WALTER DE SOUSA MEDEIROS

E MANUEL DE OLIVEIRA PULQUÉRIO

Entre Outubro de 1991 e Julho do ano seguinte, deixaram o ser­viço dois dos mais ilustres Professores do Instituto de Estudos Clás­sicos e da Faculdade, o Doutor Manuel de Oliveira Pulquério, por ter solicitado a aposentação, na primeira daquelas datas, e o Doutor Walter de Sousa Medeiros, por se ter jubilado.

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Tendo ambos feito simultaneamente a maior parte da sua carreira académica, foram também homenageados em cerimónia conjunta, rea­lizada na Sala do Conselho a 6 de Dezembro de 1993, na presença do Ex.mo Vice-Reitor, Doutor Fernando Rebelo, em representação do Magnífico Reitor da Universidade, do Presidente do Conselho Direc­tivo, Doutor João Lourenço Roque, e do Presidente do Conselho Científico, Doutor Ludwig Franz Scheidl, e ante numerosíssimos pro­fessores e assistentes, antigos e actuais alunos e funcionários.

Consistiu essa homenagem, cujo pormenor se encontra descrito no vol. LXX (1994) de Biblos, na entrega da primeira parte da Misce­lânea de Estudos em honra de ambos e nos discursos das autoridades académicas presentes, que foram unânimes em exaltar as excepcionais qualidades intelectuais e humanas dos dois Professores, que tanto haviam honrado a Faculdade com o seu fecundo magistério. Exaltada foi também, em especial, a actividade do Doutor Walter de Medeiros como director de uma colecção de Textos Clássicos que têm difundido, em traduções comentadas, muitas das grandes obras gregas e latinas (entre as quais ocupam lugar de destaque as da sua própria autoria), e a do Doutor Manuel Pulquério como Vice-Reitor da Universidade, cargo que exerceu com excepcional competência e alto espírito de justiça.

Essa Miscelânea de Estudos formou o vol. XLV da revista Huma-nitas. Completa-se agora a homenagem com a publicação deste volume, que contém a segunda parte e vem renovar, agora só por escrito — scripta manent — a admiração e estima por tão notáveis Professores.

M. H. R. P.

II CONGRESSO PENINSULAR DE HISTORIA ANTIGA

Por iniciativa conjunta do Instituto de Estudos Clássicos e do Instituto de Arqueologia, realizou-se em Coimbra, de 18 a 20 de Outu­bro de 1990, o II Congresso Peninsular de História Antiga, que reuniu cerca de trezentos participantes, ouviu mais de setenta comunicações, de especialistas espanhóis na maioria, mas também de portugueses, e ainda de um grupo de professores brasileiros, que forneceram interes­santes dados sobre o ensino e pesquisa nesta área realizados no seu País.

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A sessão de abertura, simbolicamente efectuada no Museu Mono­gráfico de Conimbriga e seguida de uma visita ao museu e às ruínas, constou, além de uma saudação pelo Presidente, da Comissão Organi­zadora, Doutor José Ribeiro Ferreira, de uma conferência pelo Dou­tor Jorge de Alarcão sobre «Alguns problemas de Conimbriga» e outra pela Dr.a Adília Moutinho Alarcão, sobre «Conimbriga e a museali-zação do sítio».

O congresso dividia-se em três secções : «O estudo da História Antiga na Península Ibérica», «A História Antiga da Península Ibérica» (com as subdivisões «A conquista», «Fontes-economia-religião», «Aspectos da organização») e «O ensino da História Antiga».

Comportou a sessão de encerramento uma alocução pela Dou­tora Maria Helena da Rocha Pereira, o balanço do Congresso pelo Doutor José d'Encarnaçao, da Comissão Organizadora, e «Perspectivas de continuidade», pelo Doutor Gerardo Pereira, em nome dos congres­sistas. Uma sessão musical pelo Grupo «Carpe diern», formado por alunos de Línguas e Literaturas Clássicas, acentuou a nota de harmonia deste Congresso, que marcou uma data importante na investigação e ensino da História Antiga, em especial do período romano, entre nós.

M. H. R. P.

COLÓQUIO «MEDEIA NO DRAMA ANTIGO E MODERNO»

O Instituto de Estudos Clássicos promoveu, de 11 a 12 de Abril de 1991, com o patrocínio da Direcção-Geral dos Assuntos Culturais da Secretaria de Estado da Cultura, um colóquio sobre «Medeia no Drama Antigo e Moderno», que, perante uma assistência numerosa e muito interessada, ouviu diversos professores da Faculdade, quer da área de Literaturas Clássicas, quer da de Literaturas Modernas, disser­tar sobre algumas das mais célebres dramatizações do mito da princesa da Cólquida. Assim, sobre a Medeia de Euripides falou o Doutor Manuel de Oliveira Pulquério ; sobre a de Séneca, o Doutor Walter de Sousa Medeiros; sobre as de Corneille e Anouilh, a Doutora Ofélia Paiva Monteiro; o Doutor José Oliveira Barata ocupou-se da de António José da Silva; o Doutor Ludwig Seheidl da de Grillparzer; o Dou­tor Aníbal Pinto de Castro da de Álvaro ; a Doutora Aparecida Ribeiro da de Chico Buarque e Paulo Portas. Entre as Medeias antigas e as

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modernas, o professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, e antigo professor desta Faculdade, Doutor Manuel Viegas Abreu, tratou de «Mito, ciência e vida: reflexões a propósito de Medeia».

Na Mesa redonda com que se encerraram os trabalhos, coorde­nada pela Doutora Yvette Centeno (Universidade Nova de Lisboa), outros autores foram ainda considerados: ressonâncias medievais e renascentistas, pelo Doutor Jorge Osório (Universidade do Porto); «Miss Sara Simpson», de Lessing, pelo Dotxtor J. Segurado Campos (Universidade de Lisboa); a «Medea» de Hans Henny Jahnn e «Der Besuch der alten Dame» de Friedrich Dúrrenmatt, pela Doutora Maria Manuela Gouveia Delille (Universidade de Coimbra). A esta mesa-redonda deram o imprescindível complemento interdisciplinar da Psicologia e da Filosofia, respectivamente, o Doutor Manuel Viegas Abreu (reflexões complementares) e Doutor Miguel Baptista Pereira (sobre o trágico).

Os participantes do Colóquio tiveram ainda a oportunidade de assistir à representação (incluindo parte da música original, recupe­rada havia pouco) de «Os Encantos de Medeia» de António José da Silva, pelas Marionetas de S. Lourenço, de Lisboa.

M. H. R. P.

CONGRESSO «O HUMANISMO PORTUGUÊS NA ÉPOCA DOS DESCOBRIMENTOS»

De 9 de 12 de Outubro de 1991, o Instituto de Estudos Clássicos promoveu um outro congresso, este consagrado a «O Humanismo Português na época dos Descobrimentos». Mais de quatrocentos con­gressistas escutaram, não só a lição inaugural, feita pelo Presidente da Comissão Executiva, Doutor Américo da Costa Ramalho, como vinte e oito comunicações sobre o tema em epígrafe, apresentadas, não só por professores da Universidade de Coimbra, mas também das de Lisboa, Porto, Nova de Lisboa, Minho, Aveiro, Católica, e de Universidades ou outras Instituições Superiores estrangeiras (Alema­nha,: Bélgica, Espanha, França, Inglaterra, Itália, e, fora da Europa, Brasil e Austrália),

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Dedicadas umas a humanistas portugueses dos mais notáveis, outras às relações com a Santa Sé ou com o Extremo Oriente, outras a diversas conjunturas políticas, outras ainda ao estudo de conceitos de ordem moral, uma conclusão se impôs : a literatura em latim com­posta em Portugal constituiu um importante meio de divulgação dos Descobrimentos junto da Europa culta do Renascimento.

Um espectáculo de teatro, pelo Centro Cultural de Évora, consti­tuído pela representação de cenas de autos de Gil Vicente agrupadas sob o título «Clérigos e Almocreves», deu a conhecer outra visão da sociedade da época.

A brevidade desta nota, em relação à magnitude do eveato, jus-tifica-se pelo facto de as Actas deste congresso terem constituído os vols. XLIII-XLIV desta mesma revista.

M. H. R. P.

CONGRESSO COMEMORATIVO DO VI CENTENÁRIO

DO INFANTE D. PEDRO

O Instituto de Estudos Clássicos, em conjunto com o Instituto de História Económica e Social, organizou as comemorações do VI Cen­tenário daquele que foi, além de Regente do Reino, escritor, primeiro tradutor de um autor clássico para português e incentivador de outras traduções, e 1.° Duque de Coimbra. Não surpreende, portanto, que tais comemorações tenham recebido dimensão nacional, que acentua­ram a presença e intervenção de Sua Excelência o Senhor Presidente da República, Dr. Mário Soares, na sessão inaugural, e a de Sua Exce­lência o Senhor Presidente da Assembleia da República, Dr. Barbosa de Melo, na de encerramento.

O Congresso desenrolou-se de 25 a 27 de Novembro de 1992, nas seguintes vertentes: «A figura histórica do Infante D. Pedro»; «D. Pedro e a língua»; «D. Pedro e a acção política»; «D. Pedro: o livro e os livros»; «O pensamento de D. Pedro»; «A memória de D. Pedro»; «D. Pedro e a arte»; «D. Pedro: a morte e o símbolo». Os próprios temas sugerem a pluridisciplin aridade das abordagens, que foram feitas por latinistas, linguistas, historiadores da literatura, da arte e da música, e por juristas. E, se muitos dos especialistas que apre-

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sentaram comunicações eram da Universidade de Coimbra, não foi menos importante a colaboração de outras Universidades nacionais (Lisboa, Porto, Nova de Lisboa, Católica) e estrangeiras (Londres, Budapeste). Mais de quinhentos congressistas, vindos de várias par­tes do País, incluindo os Açores e Madeira, seguiram com grande interesse as diversas sessões e debates.

Completaram esta manifestação cultural uma exposição biblio­gráfica organizada pela Biblioteca Geral, onde o seu Director, Dou­tor Aníbal Pinto de Castro, proferiu uma lição sobre a cultura dos príncipes de Aviz; e dois serões musicais, oferecidos pelas Câmara Municipal de Coimbra, um com o grupo de música antiga «La Batta-glia», de Pedro Caldeira Cabral, e outro pelo grupo «Foral»; e ainda uma visita orientada pelo Doutor Pedro Dias e pelo Dr. F. Pato de Macedo às ruínas dos Paços do Infante D. Pedro em Tentúgal e a outros monumentos de Montemor-o-Velho.

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CONGRESSO «O AMOR DESDE A ANTIGUIDADE CLÁSSICA»

Nos dias 31 de Março e 1 de Abril de 1992, os alunos do 4.° ano do curso de Línguas e Literaturas Clássicas e Portuguesa organizaram um congresso sobre O Amor desde a Antiguidade Clássica, que teve lugar no teatro Paulo Quintela da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Os responsáveis mais directos por este evento foram os Drs. Delfim Leão, João Madeira, Maria do Rosário e Jorge Manuel Pereira, na altura ainda estudantes.

O objectivo dos organizadores era tratar um aspecto fundamental da vida do homem em todos os tempos, cuja riqueza e profundidade nos une enquanto humanos e nos distingue de todos os demais seres da criação. Para surpreender o variadíssimo leque conceituai que este tema abarca, foi escolhida uma perspectiva diacrónica sugerida já pelo próprio nome do congresso.

Assim, na parte de manhã dos dois dias, foram proferidas diversas comunicações, cada uma delas salientando um marco da história da civilização: Amizade, amor e eros na «Ilíada», pela Doutora Maria Helena da Rocha Pereira; Perspectivas âo conceito de amor platónico, de que falou a Dr.a Maria Teresa Schiappa de Azevedo; O tema do amor

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na tragédia humanista, a cargo da Doutora Nair de Nazaré Castro Soares; Amor é um brando afeito que Deus no mundo pôs — Do Renas­cimento ao Barroco, da responsabilidade do Doutor Aníbal Pinto de Castro e, finalmente, A Agua e o Fogo — uma revivência de «A Cidade Morta», de que se ocupou o Doutor Walter de Medeiros.

Na tarde do primeiro dia, teve lugar um debate sobre o futuro das Línguas Clássicas, que contou com a presença do Doutor João Manuel Nunes Torrão, das Dr.as Isaltina Martins e Maria Manuela Pimentel, e do Dr. Manuel Ramos, então estudante.

A agenda de trabalhos para esse dia foi encerrada com a encenação de parte da peça plautina O Soldado Fanfarrão. Os actores eram alu­nos do curso de Estudos Clássicos preparados pelo trabalho paciente e imaginação fecunda do Dr. Carlos Alberto Louro Fonseca, responsá­vel igualmente pela tradução do original latino.

A tarde do segundo dia foi preenchida por uma mesa redonda subor­dinada ao tema A Fortuna do Amor, contando com a presença de vários especialistas em Literaturas Modernas: a Doutora Ofélia Paiva Mon­teiro e os Drs. José Carlos Seabra Pereira e José Augusto Cardoso Bernardes, além de um estudioso de Psicologia, o Doutor Álvaro Miranda Santos. O debate foi moderado pelo Doutor Aníbal Pinto de Castro.

A Doutora Maria Helena da Rocha Pereira encerrou o congresso, com uma jocosa improvisação que se associou, perfeitamente, ao carácter jovial do encontro. Os trabalhos programados, contudo, só terminaram verdadeiramente com o- espectáculo musical dedicado a Catulo. O director dos cantores e compositor dos temas musicais foi o Dr. Paulo Pedrosa, ainda estudante na altura, que veio embelezar, com a sensibilidade e arte que lhe são peculiares, este conjunto de actividades.

Os participantes, em número superior às cinco centenas, acolheram com sincero agrado esta iniciativa juvenil. Para os que a organizaram foi uma experiência única e extremamente enriquecedora, a qual nunca teria sido possível sem o inegável poio dos especialistas convidados que se aliaram a este projecto incerto.

DELFIM F. LEãO

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COLÓQUIO «AS LÍNGUAS CLÁSSICAS:

INVESTIGAÇÃO E ENSINO»

De 10 a 11 de Fevereiro de 1993 promoveu o Instituto de Estudos Clássicos um colóquio sobre o tema em epígrafe. Presidido pelo Dou­tor João Nunes Torrão, que se tem empenhado profundamente em questões de Didáctica das Línguas Clássicas, disciplina que desde há anos lhe está confiada, foi parte central dos trabalhos esse mesmo tema, bem como um que lhe está adjacente, «Manuais escolares» (em mesa-redonda) e outro não menos útil para os participantes, «Experiên­cias pedagógicas». Objecto de comunicações foram ainda «Autores e temas dos programas».

Singulariza-se ainda este colóquio pelo facto de ter tido a cola­boração, não só da maioria dos professores do Instituto de Estudos Clássicos, como das outras Universidades portuguesas onde o curso funciona (Lisboa, Aveiro, Católica), de várias escolas secundárias e de um representante da Direcção-Geral do Ensino Básico e Secundário. E ainda por a variedade de métodos preconizados abrir um largo cré­dito à exemplificação dos chamados «suportes lógicos» do ensino.

M / H R. P.

CICLO DE LIÇÕES «A GRÉCIA ANTIGA.

SOCIEDADE E MOEDA»

Sob o patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian, em cujo Museu tinha decorrido um ciclo de lições sobre «A Grécia Antiga. Sociedade e Moeda», pôde repetir-se parte dessa realização no Ins­tituto de Estudos Clássicos.

Deste modo, realizaram-se, de Março a Maio de 1992, oito con­ferências, assim distribuídas :

— Doutor José Ribeiro Ferreira: «A polis grega: sistema de vida e mestra do homem» (9.3); «A época arcaica: crises de crescimento» (16.3) «A democracia grega: a procura da igualdade» (27.4); «O período helenístico: uma época de refinamento, fusão e difusão cultural» (11.5).

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— Dr. Mário de Castro Hipólito: «A questão da origem da moeda: dados e problemas» (23.3); «As moedas dos séculos vi e v: da arte arcaica ao classicismo» (30.3); «As moedas dos finais da época clássica: tradição e inovação» (4.5); «A moeda da época helenística: caracterís­ticas gerais» (11.5).

M. H. R. P.

CONVÉNIO ENTRE O INSTITUTO DE ESTUDOS CLÁSSICOS DE COIMBRA E O CENTRE FOR STUDY AND PRACTICAL REALISATION OF ANCIENT GREEK DRAMA DE ATENAS

Por iniciativa do Centre for Study and Practical Realisation of the Ancient Greek Drama, realizou-se em Komotini, na Trácia, em Setem­bro de 1992, um congresso sobre 'O coro no Teatro Grego', em que participaram, além de especialistas de diversas universidades, conhe­cidos responsáveis pela actividade teatral, como musicólogos, coreó­grafos, produtores e actores. Neste encontro, o Instituto de Estudos Clássicos esteve representado pela Doutora Maria de Fátima Silva, que aí fez um balanço da presença e actualidade do teatro grego nos palcos portugueses. Além dos contactos pessoais entretanto estabelecidos, o Centre of Ancient Greek Drama conhecia igualmente os trabalhos de investigação e as traduções publicadas pelos docentes do Instituto de Estudos Clássicos e pelos investigadores do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos de Coimbra.

Por isso, o Instituto de Estudos Clássicos foi considerado o repre­sentante natural do nosso país num programa de Informação e Documen­tação sobre o Drama Grego Antigo, promovido por aquele Centro ateniense. Propõe-se este projecto recolher e organizar informação bibliográfica na sua área específica, documentação sobre as realiza­ções modernas do drama antigo e fazer o levantamento da pesquisa científica de que aquele tem sido objecto. Desta iniciqtiva pode espe-rar-se, no futuro, uma intervenção poderosa no que respeita ao conhe­cimento do muito que se tem feito pela animação e constante revita­lização da produção dramática que imortalizou o universo de Dioniso.

MARIA DE FáTIMA SILVA

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ENCONTROS INTERNACIONAIS DE JOVENS LATINISTAS

Por iniciativa da União Latina em Portugal, iniciou-se, em 1991, um novo ciclo de Encontros Internacionais de Jovens Latinistas a que se associaram grupos de estudantes de Portugal, Espanha, França, Itália e Roménia. Este programa, em que cada um dos países inter­venientes vai sendo sucessivamente anfitrião, começou em Coimbra, no verão de 1991, com um grupo de vinte participantes. Vocacionado para a dinamização de actividades culturais e lúdicas destinadas a jovens, esse primeiro encontro incluiu cursos breves de língua portuguesa, conferências sobre temas que salientassem a faceta latina da nossa literatura, viagens de estudo a váriaz zonas do país (sobretudo zona centro e Évora), um concerto na Sé Velha de Coimbra, e muitos momen­tos de são e animado convívio.

A Coimbra sucederam-se Saragoça, Viterbo e Nîmes, com orga­nizações que têm mantido o interesse e o entusiasmo da primeira hora, onde o espírito de 'união latina' se mantém como o mais sólido dos elos de uma cadeia que se deseja continuada.

MARIA DE FáTIMA SILVA

COLABORAÇÃO DO INSTITUTO DE ESTUDOS CLÁSSICOS

COM A UNIVERSIDADE DA MADEIRA

No âmbito de um protocolo celebrado entre as Universidades de Coimbra e da Madeira, dois professores do Instituto de Estudos Clás­sicos de Coimbra — Doutores Sebastião Tavares de Pinho e Maria de Fátima Silva — têm desempenhado naquela universidade, a partir do ano lectivo de 1991-1992, funções de coordenação na área dos Estu­dos Clássicos e Portugueses. Por se tratar de uma escola jovem, com um corpo docente ainda em formação, a Universidade da Madeira espera dos professores visitantes um trabalho de organização e acom­panhamento de um conjunto de disciplinas, que se situam no domínio das línguas, literaturas e culturas gregas e latinas; esse grupo, que inclui cerca de dez assistentes e setenta estudantes, apresenta já, no plano de cursos da Universidade da Madeira, uma apreciável dimensão.

MARIA DE FáTIMA SILVA

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PARTICIPAÇÃO DO INSTITUTO DE ESTUDOS CLÁSSICOS

NO PROGRAMA ERASMUS

Coordena o Instituto de Estudos Clássicos, desde o ano lectivo 1989/1990, um programa de mobilidade de estudantes, em que têm participado regularmente as Universidades de Caen e Granada. Até ao ano lectivo de 1993/1994, Coimbra acolheu cinco estudantes espa­nhóis e enviou sete para Caen e quatro para Granada. No presente ano lectivo, este programa registou um aumento significativo com a adesão, ao grupo já existente, das Universidades de Wiirzburg, Bristol, Tessa-lonica e Madeira; pelo que, neste momento, Coimbra não apenas enviou mais dois estudantes para Caen, como recebeu uma estudante grega. Para além do interesse registado entre os possíveis candidatos à mobi^ lidade, os contactos estabelecidos entre as Universidades parceiras têm-se caracterizado por uma grande cordialidade e espírito de coope­ração.

MARIA DE FáTIMA SILVA

PARTICIPAÇÃO DO INSTITUTO DE ESTUDOS CLÁSSICOS

NO PROGRAMA FOCO

No programa FOCO, iniciado na Faculdade em 1993, para actua­lização de docentes do Ensino Secundário, participaram diversos professores do Instituto de Estudos Clássicos, proferindo lições sobre os seguintes temas:

Doutor Walter de Medeiros, «O teatro latino». Doutor José Ribeiro Ferreira, «História Antiga: Unidade Helénica». Doutoras Maria de Fátima Silva, Maria do Céu Fialho e Nair de

Castro Soares, «Tragédia Portuguesa: suas fontes clássicas».

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ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESTUDOS CLÁSSICOS

CONFERÊNCIAS

1990

-Doutor Américo da Costa Ramalho, Catalão em Bolonha (29.1). - Doutor Sebastião Tavares de Pinho, Portugal e os Descobrimentos

num Poema Novilatino de Baptista Mantuano (23.2). - Curso de Línguas e Literaturas Clássicas, O tema do Carpe Diem

na poesia grega, latina e portuguesa (13.3). -Doutor José Geraldes Freire, A inscrição sepulcral do Bispo de

Coimbra D. Nausti (867-912) (4.4). - Doutor José Geraldes Freire, De Victoria Christianorum in Salato

(Séc. XIV) (27.6). - Doutor Américo da Costa Ramalho, Uma embaixada japonesa em

Portugal (1585) (10.12).

1991

• Doutor Walter de Sousa Medeiros, Em demanda de uma rosa. Crónica de uma redenção anunciada (21.1).

•Doutor Francisco de Oliveira, Tipologia da invectiva política nos 'Cavaleiros'' de Aristófanes (6.2).

Doutora Maria do Céu Fialho, Sólon e Esquilo: duas concepções de tempo afins (4.3).

• Doutor José Geraldes Freire, S. Frei Gil de Santarém, escritor (15.4). •Doutor H. Bauzá, Notas sobre o epicurismo latino (16.5). Doutora Maria de Fátima Sousa e Silva, Ciro, um herói trágico em

Heródoto (17.6).

1992

• Dr. António Jorge Silva, Epitome Rerum Gestarum in India (1530): uma intervenção na Europa (22.1).

Doutor Pascal Thiercy, Le «Nez» d'Aristophane (24.2). Doutor José Geraldes Freire, O Latim dos primeiros documentos dv

Universidade (1288-1309) (18.3).

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— Doutor Carlos Ascenso André, Uma planura ressequida: Ovídio e a poética do exílio (19.5).

— Dr. Belmiro Fernandes Pereira, A Livraria de Aquiles Estaco, Librorum Venator et Helluo (22.6).

1993

• Doutor José Geraldes Freire, As «Constituições» da Universidade de 1317: análise filológica (22.1).

• Dr. Aires Pereira do Couto, O Poema 'Fontellum' de António

Cabedo (12.3).

• Doutora Marília Pulquério Futre, Heróis e sábios nas 'Etiópicas' de Heliodoro (30.3).

•Dr.a Maria Teresa Schiappa de Azevedo, Cloe em Ricardo Reis (5.5).

Dr. Rodriguez Nella, Dos hispanos en la Roma de César: los Balgos de Cádiz (2.6).

•Dr. Jean-François Rossy, La culture: transmission et imitation (8.6).

- Doutor Carlos Ascenso André, Sementes de tristeza: Cicero, pre­cursor das lágrimas ovidianas (29.11).

1994

Doutor José Geraldes Freire, Duas cartas latinas ao Dr. Luís da

Silva de Brito (sec. xiv) (18.1).

Fernanda Vicente e Cristina Cortesão, Os mitos clássicos no Museu

do Prado (23.3).

• Doutor Américo da Costa Ramalho, Japoneses e Portugueses nos 'Diálogos de Duarte de Sande' (30.5).

ZéLIA VENTURA

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OUTRAS CONFERENCIAS

Promovidas pelo Instituto de Estudos Clássicos, realizaram-se ainda as seguintes conferências:

— Doutor Carlos Garcia Gual, Ulises en la literatura espanola dei siglo XX (y especialmente en la obra de Jorge Luis Borges) (em colaboração com a Associação de Literatura Comparada; 3.1.1993).

— Doutor Pierre Carlier, La politique de Démosthène sous le règne d'Alexandre (em colaboração com o Instituto de Arqueologia; 26.1.1993).

— Doutor José Antonio Sanchez Marín, La elegia latina y su reflejo en la literatura del Renacimiento (19.4.1993).

M. H. R. P.

REPRESENTAÇÕES DE TEATRO CLÁSSICO

Para além da encenação de parte do Miles Gloriosus, referida na notícia sobre o Congresso «O Amor desde a Antiguidade Clássica», em 1992, outra se realizou em 22 de Outubro do mesmo ano. Desta vez tratava-se de uma representação integral e em latim de outra peça de Plauto, os Menaechmi, coisa que, segundo julgamos, não se ouvia em Coimbra desde o séc. xvi (quanto a autores clássicos).

Os jovens actores eram do Grupo de Teatro Latino da Universi­dade de Trier. A numerosa assistência que enchia o Teatro Paulo Quintela, essa era mais jovem ainda, pois era constituída, em grande parte, por turmas de Latim de Escolas Secundárias de várias localidades. A comunicação estabeleceu-se admiravelmente por intermédio de um prólogo em português, composto pelo Dr. Louro Fonseca, em que, à maneira do próprio Plauto, se explicava o argumento. O mesmo professor ensaiou o actor que o proferiu, António Manuel Gonçalves Mendes, recém-licenciado em Estudos Clássicos e Portugueses.

O teatro clássico foi ainda apresentado, em video, em duas ocasiões distintas, mas ambas em 1994. Assim, em 4 de Maio, o Dr. Delfim

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Leão fez uma introdução ao Agamémnon de Esquilo, dirigido por Peter Hall em Epidauro. Em 11 de Julho, e com a colaboração da Sala de Estudos Cinematográficos, o Doutor Pascal Thiercy apresentou As Nuvens de Aristófanes. Esta produção oferecia a particularidade de ter sido dirigida por aquele Professor da Universidade de Poitiers, que também desempenhava o papel de Sócrates. Os outros actores eram todos assistentes ou estudantes universitários de diversos países, que davam a réplica cada um na sua língua materna. Ao Dr. Delfim Leão couberam alguns papeis.

M. H. R. P.

VISITA DE ESTUDO A LISBOA ROMANA

O Instituto de Estudos Clássicos promoveu, em 8.10.1994, uma visita de estudo à Lisboa romana, de modo a aproveitar a exposição, que englobava esse tema sob o título de «Lisboa subterrânea» e se encontra no Museu Nacional de Arqueologia. A própria arqueóloga que a montou, Dr.a Ana Margarida Arruda, se encarregou de orientar os numerosos participantes neste acto.

Aproveitou-se a deslocação, bem como a coincidência com os poucos dias do ano em que estão abertas ao público, para ver também as chamadas «Termas Romanas da Rua da Prata», na verdade um criptopórtico. Esta parte da visita, asssim como a ida às ruínas do Teatro Romano, foi conduzida pelo arqueólogo Dr. Dias Diogo, dá Câmara Municipal de Lisboa.

O ciclo encerrou-se no limiar da Idade Moderna, com a exposição, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, sobre o Tratado de Tor­desilhas.

M. H. R. P.